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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO GIOVANNA MONTEIRO BELEZA MARIA EDUARDA MARTINIANO SANTOS VILMAR MARTINS FERREIRA FILHO GOIÂNIA 2014

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Page 1: PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ...€¦ · A proposta de implantação do Sistema de Gestão Ambiental tem por finalidade consolidar a conscientização

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA UMA PEQUENA

EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO

GIOVANNA MONTEIRO BELEZA

MARIA EDUARDA MARTINIANO SANTOS

VILMAR MARTINS FERREIRA FILHO

GOIÂNIA

2014

Page 2: PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ...€¦ · A proposta de implantação do Sistema de Gestão Ambiental tem por finalidade consolidar a conscientização

GIOVANNA MONTEIRO BELEZA

MARIA EDUARDA MARTINIANO SANTOS

VILMAR MARTINS FERREIRA FILHO

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA UMA PEQUENA

EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso na Universidade Federal de Goiás para a obtenção do título de Engenheiros Ambientais e Sanitaristas.

Orientador: Prof. Dr. Emiliano Lôbo de Godoi

GOIÂNIA

2014

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Giovanna Monteiro Beleza

Maria Eduarda Martiniano Santos

Vilmar Martins Ferreira Filho

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA UMA PEQUENA EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO LOCALIZADA NA CIDADE DE GOIÂNIA -

GO

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso na Universidade Federal de Goiás para a obtenção do título de Engenheiros Ambientais e Sanitaristas.

Orientador: Prof. Dr. Emiliano Lôbo de Godoi

Aprovada em ___/___/___

_______________________________________________________________

Prof. Dr. (Presidente)

Universidade

_______________________________________________________________

Prof. Dr. (Examinador)

Universidade

_______________________________________________________________

Prof. Dr. (Examinador)

Universidade

Atesto que as revisões solicitadas foram feitas:

______________________________________

Orientador

Em: ______/______/______

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Aos nossos pais, familiares, amigos e

professores, em especial o nosso orientador

Emiliano Lôbo de Godoi, que sempre nos

apoiaram e nos deram alicerce necessário para

a conclusão do nosso trabalho.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

RESUMO

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma estrutura organizacional que permite a qualquer

empresa melhorar de forma contínua seu desempenho ambiental, através da avaliação e

controle de seus impactos ambientais. O presente trabalho teve como objetivo propor a

implantação de um SGA para um restaurante localizado na cidade de Goiânia-GO. A

metodologia dessa proposta foi dividida em seis etapas: caracterização do local,

estabelecimento da Política Ambiental, levantamento de aspectos e impactos ambientais,

definição dos indicadores ambientais, determinação de metas de redução e elaboração de

propostas e ações para o empreendimento. A proposta de implantação do Sistema de

Gestão Ambiental tem por finalidade consolidar a conscientização ambiental interna e

externa ao empreendimento, assim como reduzir os custos operacionais, aumentando a

lucratividade e melhorando a imagem do empreendimento perante os clientes.

Palavras-chave: Gestão ambiental, indicadores ambientais, microempresa e impacto

ambiental.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1 - Localização do empreendimento na cidade de Goiânia-GO. 27

Figura 4.2 – Planta baixa do empreendimento. 28

Figura 4.3 – Balança e tipo ganho e pesagem dos resíduos. 31

Figura 4.4 – Representação da Porção Única .32

Figura 5.1 – Cálculo da Porção Única 37

Figura 5.2 - Consumo de Água (m³) 38

Figura 5.3 - Indicador de Consumo de Água (m³/Por). 38

Figura 5.4 - Consumo de Energia (kWh). 39

Figura 5.5 - Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por). 40

Figura 5.6 - Geração de Resíduos (Kg). 41

Figura 5.7 - Indicador de Geração de Resíduos (Kg/Por). 42

Figura 5.8 - Metas de Redução do Consumo de Água. 42

Figura 5.9 - Metas de Redução do Consumo de Energia. 43

Figura 5.10 - Metas de Redução da Geração de Resíduos. 43

Figura 5.11 – Organograma da empresa. 44

Figura 5.12 - Lembrete para economia de energia. 45

Figura 5.13 - Lembrete para economia de água. 46

Figura 5.14 – Adesivo para embalagens. 46

Figura 5.15 – Adesivo para embalagens. 46

Figura 5.16 – Adesivo para embalagens. 47

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Figura 5.17 - POP para lavagem dos utensílios de cozinha. 47

Figura 5.18 - POP para lavagem do chão da cozinha. 48

Figura 5.19 - POP para consumo de energia dos equipamentos com visor de temperatura.49

Figura 5.20 - POP para consumo de energia dos equipamentos utilizando termômetro a

laser. 50

Figura 5.21 - POP para segregação dos resíduos. 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 - Matriz de aspectos e impactos ambientais. 35

Tabela 5.2 - Cálculo da Porção Única. 36

Tabela 5.3 - Indicador de Consumo de Água. 37

Tabela 5.4 - Indicador de Consumo de Energia. 39

Tabela 5.5 - Indicador de Geração de Resíduos. 41

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LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1- Arcabouço Legal. 18

Quadro 4.1 - Definição e indicação da incidência do impacto ambiental. 29

Quadro 4.2 - Indicação da classe do impacto ambiental. 29

Quadro 4.3 - Indicação da gravidade do impacto ambiental. 30

Quadro 4.4 - Definição e indicação da frequência do impacto ambiental. 30

Quadro 4.5 - Definição e indicação da abrangência do impacto ambiental. 30

Quadro 4.6 - Indicação da significância do impacto ambiental. 30

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

AMMA – Agência Municipal do Meio Ambiente

POP – Procedimento Operacional Padrão

SGA – Sistema de Gestão Ambiental

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13

CAPÍTULO 2 OBJETIVOS .................................................................................................. 14

2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 14

CAPÍTULO 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 15

3.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................ 15

3.2 ARCABOUÇO LEGAL ............................................................................................... 17

3.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ....................................................................................... 22

3.4 EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA ............................................................................... 23

3.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................................... 25

CAPÍTULO 4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 27

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL............................................................................... 27

4.2 POLÍTICA AMBIENTAL ............................................................................................. 28

4.3 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................. 28

4.4 INDICADORES AMBIENTAIS .................................................................................... 31

4.5 METAS DE REDUÇÃO .............................................................................................. 33

4.6 PROCEDIMENTOS E AÇÕES ................................................................................... 33

CAPÍTULO 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 34

5.1 POLÍTICA AMBIENTAL ............................................................................................. 34

5.2 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................. 34

5.3 INDICADORES AMBIENTAIS .................................................................................... 36

5.3.1 Porção Única ............................................................................................................. 36

5.3.2 Consumo de Água .................................................................................................... 37

5.3.3 Consumo de Energia ................................................................................................ 39

5.3.4 Geração de Resíduos ............................................................................................... 41

5.4 METAS DE REDUÇÃO .............................................................................................. 43

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5.5 PROCEDIMENTOS E AÇÕES ................................................................................... 44

5.5.1 Organograma ....................................................................................................... 44

5.5.2 Legislação Ambiental .......................................................................................... 45

5.5.3 Treinamento ......................................................................................................... 45

5.5.4 Comunicação com os colaboradores ................................................................. 46

5.5.5 Comunicação com os clientes ............................................................................ 47

5.5.6 Procedimentos Operacionais Padrão (POP) ...................................................... 47

5.5.7 Plano de Ação ...................................................................................................... 53

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES ............................................................................................. 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 55

APÊNDICE I – POLÍTICA AMBIENTAL .............................................................................. 59

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

As recentes mudanças políticas, econômicas, culturais e sociais levaram as

organizações a pensarem suas estratégias se adequando às novas exigências do mercado

e da sociedade. As consequências dos impactos ambientais afetam tanto as gerações

atuais quanto refletem nas gerações futuras, isso fez com que a questão ambiental se

tornasse uma preocupação mundial. Dessa forma os empreendedores têm visto os

Programas de Gestão Ambiental como uma maneira de permanecer no mercado

globalizado, diminuindo os impactos ambientais. (BENEDICTO et al., 2011)

Segundo Nunes (2012) a partir da década de 80 as exigências de mercado

aumentaram envolvendo principalmente custo e qualidade. Esses aspectos se tornaram

referências para novas práticas ecológicas em todos os setores econômicos. Ainda segundo

a autora observou-se no decorrer dos anos 90 a possibilidade da coexistência do

crescimento socioeconômico com o consumo e uso de recursos existentes, com isso,

aumentou-se a exigência da implantação de ações voltadas para redução de impactos

ambientais através da análise de toda a cadeia de negócios.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) elaborou um

Código de Conduta no ano de 2006, que define valores e princípios a fim de orientar a

atividade desenvolvida pelo setor de alimentação e suas relações com os diversos públicos

interessados. O Código estabelece que todo restaurante deve possuir boas práticas em

defesa ao meio ambiente, através de ações de educação ambiental; prevenção, controle e

acompanhamento dos impactos ambientais; uso consciente de recursos como água e

energia e manipulação adequada dos resíduos (VIEIRA; FALCÃO; ZENAIDE, 2012).

Tendo em vista a crescente exigência do mercado e a competitividade entre as

empresas, este trabalho se justifica pela busca por novos diferenciais, que possibilitam não

só a melhoria da imagem da empresa, como também a otimização do uso dos recursos

naturais e financeiros, que fazem com que a implantação de um Sistema de Gestão

Ambiental (SGA) se consolide como uma eficaz ferramenta para micro e pequenas

empresas ganharem competitividade no atual cenário econômico brasileiro e mundial.

Assim, elaborou-se a presente proposta de implantação de um SGA.

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CAPÍTULO 2

OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaboração de proposta de SGA para uma microempresa do setor de

fornecimento de alimentos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

i. Elaborar Política Ambiental;

ii. Levantar aspectos e impactos ambientais.

iii. Definir indicadores ambientais;

iv. Propor procedimentos e ações de melhoria do desempenho ambiental do

empreendimento.

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CAPÍTULO 3

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

De acordo com a NBR ISO 14001 de 2004, Sistema de Gestão Ambiental é a

parte do sistema de gestão global, que inclui estrutura organizacional, atividades de

planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para

desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental.

Considerando as premissas da norma, a Política Ambiental deve: ser apropriada

à natureza; apresentar o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de

poluição; incluir comprometimento com os requisitos legais aplicáveis; apresentar uma

estrutura para que seja feita análise dos objetivos e metas ambientais; ser documentada,

implementada e mantida; ser comunicada a todos os funcionários da empresa e estar

disponível para o público. (ISO 14001, 2004)

Segundo Acre e Castilho, (2013) a gestão ambiental é um processo contínuo e

adaptativo, em que uma organização determina seus objetivos, metas e estratégias

considerando a proteção do meio ambiente, a segurança dos colaboradores internos, os

clientes e a comunidade. Portanto, a gestão ambiental tem por objetivos principais minimizar

os danos ambientais e assegurar o desenvolvimento econômico e social, conciliando a

sustentabilidade dos recursos naturais, a qualidade de vida dos envolvidos no processo e o

crescimento econômico da empresa. O SGA é passível de ser implantado por todos os

empreendimentos, independentemente da localização, porte e público-alvo.

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental permite que a organização

atinja certo nível de desempenho ambiental e promova sua melhoria contínua ao longo do

tempo. Consiste, essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando a eliminação

ou minimização dos impactos ao meio ambiente. Dessa forma, é necessário analisar todas

as atividades, produtos e serviços da organização, buscando identificar os aspectos

ambientais envolvidos, além de avaliar os impactos reais e potenciais ao meio ambiente,

tendo como referência os requisitos legais aplicáveis, permitindo que a empresa tenha como

foco os aspectos considerados mais significativos. (BENEDICTO et al., 2011, p. 13)

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 16

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Ao se pensar na estrutura de um restaurante, principalmente os pequenos tem-

se em mente que o empreendimento não é tão causador de impacto ambiental. Porém,

quando se analisam os recursos utilizados diariamente para sua manutenção, observa-se

que os recursos naturais são indispensáveis para o bom andamento do empreendimento,

elementos como água, energia, matéria-prima utilizada e resíduos produzidos diariamente

são pontos de destaque e que podem ser trabalhados promovendo benefícios ao

empreendimento, à população e ao próprio local. (SILVA; PEREIRA E SOBRINHO, 2008)

No estudo realizado em Dourados-MS, entrevistas apresentaram a dificuldade

em planejar ações de gestão ambiental em restaurantes, devido ao pouco tempo disponível,

a baixa instrução e alta rotatividade da mão de obra, que são o grande obstáculo para os

gestores ambientais no segmento alimentício. Além da falta de consciência ecológica dos

funcionários, seguida pela ausência de apoio e incentivo do poder público para a coleta

seletiva. (ACRE E CASTILHO, 2013)

Segundo Nunes (2012), apesar das dificuldades de implantação, verificou-se

que “a Gestão Ambiental faz parte de um novo modelo de negócio no setor denominado

gastronomia sustentável que obtém resultados financeiros ao diminuir os seus impactos

causados ao meio ambiente.” Ainda segundo a autora, o conceito de Sistema de Gestão

Ambiental pode ser empregado a restaurantes como diferencial competitivo, além de

minimizar os impactos causados ao meio ambiente, aumentando a lucratividade e

melhorando a imagem da empresa, contribuindo com o seu crescimento.

De acordo com Filho (2008), no estudo sobre “Sistema de Gestão Ambiental

como estratégia empresarial no ramo hoteleiro”, as micros, pequenas e médias empresas

muitas vezes não tem condições nem recursos para contratar profissionais capacitados para

implantar um SGA, muitas vezes implantam o mínimo necessário apenas por exigências

legais, desconsiderando a importância e responsabilidade dessa decisão. O estudo revela a

necessidade da existência de equipe capacitada, para atender não somente a legislação,

mas, o que realmente é importante: a saúde da empresa, dos funcionários e do meio

ambiente.

Percebe-se que existem muitas dificuldades na implantação de um SGA, além

da necessidade de mão de obra qualificada, encontrar maneiras de reduzir os custos

operacionais aliadas à mitigação dos impactos ambientais sem interferir na qualidade dos

insumos, equipamentos e serviços, trazendo destaque ao empreendimento, principalmente

em um setor tão competitivo como o gastronômico. Portanto, para contribuir com a redução

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 17

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ou eliminação dos problemas ambientais, deve-se pensar globalmente e agir localmente.

(ACRE E CASTILHO, 2013)

3.2 ARCABOUÇO LEGAL

O arcabouço legal pertinente às atividades do empreendimento está

apresentado na Tabela 3.1.

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 18

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Lei Descrição Aplicação

Decreto Federal nº 6.514/2008

Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas

ao meio ambiente, estabelece o processo

administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.

Art. 61. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da biodiversidade:

Art. 62. Incorre nas mesmas multas do art. 61 quem:

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas ou que provoque, de forma recorrente, significativo desconforto respiratório ou olfativo devidamente atestado pelo agente autuante; (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;

VI - deixar, aquele que tem obrigação, de dar destinação ambientalmente adequada a produtos, subprodutos, embalagens, resíduos ou substâncias quando assim determinar a lei ou ato normativo;

XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma estabelecida para a coleta seletiva, quando a referida coleta for instituída pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; (Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010)

Lei Complementar Municipal nº 014/1992

Institui o Código de Posturas do Município de Goiânia e dá outras providências.

Lei nº 6.938/1981

Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação

e aplicação, e dá outras providências

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 19

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Lei nº 9.605/1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras

providências.

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos.

Lei nº 12.305/2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera

a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá

outras providências

§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I - a prevenção e a precaução;

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;

Decreto nº 7.404/2010 Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos

Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 20

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Resolução CONAMA nº 001/1990

Dispõe sobre critérios e padrões de emissão de ruídos decorrentes de quaisquer atividades

industriais, comerciais, sociais ou recreativas,

inclusive as de propaganda política.

Considerando que os problemas dos níveis excessivos de ruído estão incluídos entre os sujeitos ao Controle da Poluição de Meio Ambiente;

Considerando que os critérios e padrões deverão ser abrangentes e de forma a permitir fácil aplicação em todo o Território Nacional, RESOLVE:

I - A emissão de ruídos, em decorrência de qualquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política. obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução.

Lei n° 8.544/1978 Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente.

Art. 1º. - Fica instituído o sistema de prevenção e controle da poluição do meio ambiente, na forma prevista nesta lei.

Art. 2º. - Considera-se poluição do meio ambiente a presença, o lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, com intensidade, em quantidade de concentração ou com características em desacordo com as que forem estabelecidas em lei, ou que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou o solo.

Decreto Municipal nº 2.135/1994

Regulamenta o Código de Posturas do Município de

Goiânia – Lei Complementar n° 014, de 29 de dezembro de 1992.

§ 1° – Aplica-se ao “caput” do artigo a licença para instalação e funcionamento de aparelhos sonoros, engenhos que produzam ruídos e instrumentos de alerta e propaganda para o exterior de estabelecimentos, bem como para a construção de poços.

Art. 31 – Será exigido o Alvará Sanitário para expedição de licença de localização e funcionamento das atividades relacionadas com:

I – Preparo, fabricação, acondicionamento, conservação, armazenamento, transporte, comercialização e industrialização de gêneros alimentícios.

Art. 58 – O proprietário ou responsável por edificações de uso coletivo que não tenham instalação de equipamento necessário para promover a satisfatória remoção de fumaça e a adequada renovação de ar, terá o prazo de 120 (cento e vinte) dias para adequá-las, sob pena de interdição, além de outras penalidades.

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 21

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Decreto Municipal nº 1.347/2004

Regulamenta a Lei Complementar n° 014, de 29 de dezembro de 1992, concernente a exploração de publicidade e contém

outras providências.

Art. 1º A instalação de engenhos de divulgação de publicidade e propaganda nos logradouros públicos ou em qualquer lugar de acesso ao público, depende de licença prévia, emitida sempre a título precário, pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SEMMA.

Art. 3º Para os efeitos das Leis Complementares n° 014/92 - Código Postura Municipal de Goiânia, Lei Complementar n° 127, de 12 de novembro de 2003 e deste Decreto, consideram-se engenhos de divulgação de propaganda e publicidade:

VIII - letreiro e painel luminoso tipo “Back-Light” - engenho publicitário de dimensão variável que conta com iluminação interna ou externa por trás da tela, apoiados sob estrutura própria, feita de material resistente e com área publicitária, em cada face, igual ou superior a 6 m² (seis metros quadrados).

Decreto Municipal n° 2.149/2008

Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo municipal para apuração destas infrações e dá outras providências.

Instrução Normativa nº. 004/2005

Institui as diretrizes para o licenciamento ambiental de engenhos de divulgação de publicidade, estabelece conceitos e regras para uma melhor aplicação das normas que regulamentam os meios de publicidade e propaganda.

Instrução Normativa nº. 014/2006

Institui o Licenciamento Ambiental Simplificado Municipal - LAS para empreendimentos e atividades de baixo impacto ambiental.

Considerando a necessidade do estabelecimento de critérios e procedimentos para o licenciamento de atividades cujos impactos ambientais são de baixa magnitude;

Art. 2º - São consideradas atividades de baixo impacto ambiental aquelas cujos impactos potenciais sejam de magnitude pouco significativa conforme natureza, porte, localização e outras peculiaridades e cujo empreendimento não possua área útil superior a 500 (quinhentos) metros quadrados.

Art. 3º - As atividades temporárias passíveis do licenciamento ambiental simples são aquelas cujo impacto tem caráter permanente, ou de médio e longo prazo. (Restaurantes, Lanchonetes e afins, conforme Quadro 1 do Anexo 1 da Legislação)

Quadro 3.1 - Arcabouço Legal.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

3.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Definir fisicamente energia não é simples, sabemos que ela existe e é uma

medida da capacidade de interação de um sistema, podendo ser convertida de um tipo para

outro, porém nunca é criada ou destruída. Esta é apresentada em diversas formas como

calor, luz, mecânica, elétrica, química, nuclear, entre outras. Atualmente, a mais

padronizada mundialmente e mais fácil de ser usada pelos seres humanos é a energia

elétrica. Esta é definida pela Constituição Federativa do Brasil como um bem público que

deve ser gerenciado por uma concessionária regulada pela Agência Nacional de Energia

Elétrica. (ADISSI; PINHEIRO e CARDOSO, 2013)

Segundo Pereira (2010) no atual contexto mundial, o aumento da produção e do

uso de energia elétrica decorrentes do crescimento populacional gerou um aumento de

demanda por energia, estes associados à crescente modernização da sociedade fizeram

com que a eficiência energética passasse a ser vista como um dos principais instrumentos

para garantir a sustentabilidade do desenvolvimento, buscando garantir as necessidades

presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias

necessidades.

Essa demanda crescente das sociedades aumenta o consumo energético

gerando um prejuízo ambiental, tanto pela utilização de recursos naturais que irão se

esgotando, como pelos impactos ambientais e sociais negativos causados desde a

produção até o consumo energético. Os impactos no meio ambiente não se restringem a um

determinado aspecto da utilização da energia, mas abrange toda sua cadeia: produção,

transformação, transmissão, transporte, distribuição, armazenagem e uso final. (MENKES,

2001)

Dessa forma, de acordo com Costa (2009) a gestão de energia é um tema que

tem a sua importância assegurada há algum tempo e atualmente é um desafio para todo

empreendimento. Ainda segundo o autor, realizar a gestão de energia não significa apenas

diminuir os custos, esta também deve garantir a sua utilização de forma mais racional

possível.

Quando se trata da gestão do consumo energético e dos custos associados,

Tiago (2012) ressalta que esta tem sido uma importante ferramenta para qualquer

empreendimento que tenha a competitividade como um dos seus objetivos, pois do ponto de

vista de uma organização, o custo com o consumo de energia assume um componente

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 23

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

muito importante nas despesas não sendo possível eliminá-lo sendo de extrema importância

controlar este consumo, gerando redução nos custos operacionais

No Brasil, os principais programas para incentivar a racionalização da produção

e do uso da energia foram o Programa de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL,

criado em 1985 pelo MME e executado pela Eletrobrás, e o Programa Nacional de

Racionalização do Uso dos Derivados de Petróleo e do Gás Natural – CONPET, criado em

1991 e executado pela Petrobrás. (LEONELLI, 2009)

Realizar esse controle contribui para melhorar a competitividade do

empreendimento diante ao mercado; diminuir os custos; minimizar o desperdício de energia,

otimizando a sua produção e uso, promovendo uma utilização da energia existente de forma

mais racional e eficiente; contribuir com a preservação do meio ambiente, no que diz

respeito à expansão dos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica; e proporcionar ainda benefícios relacionados à diminuição da poluição atmosférica,

provocada por equipamentos ineficientes. (MENKES, M., 2001)

3.4 EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA

A água é considerada um bem fundamental para a vida de qualquer ser e de fato

deve receber toda atenção possível, ainda mais considerando que a mesma é finita, algo

que muitos demoraram a entender. O que tem acontecido nos últimos tempos é que alguns

aspectos vêm afetando ainda mais sua disponibilidade como problemas habitacionais,

consumo desordenado, saneamento básico, além das causas naturais. (SOUZA; SANTOS;

SANTOS, 2012).

Ainda sobre a importância deste recurso, Kaminagakura (2005) afirma que a

água condiciona tanto o desenvolvimento econômico quanto o bem-estar social faz com que

a mobilização em torno de um novo paradigma para sua gestão aumente cada vez mais.

Segundo o autor esse cenário exige um plano de gerenciamento dos recursos hídricos,

através de uma política que seja antecipativa e não imediatista, prevendo possíveis

problemas e propondo as soluções, e não apenas reagindo diante dos mesmos.

Além de condicionar o desenvolvimento, evitar o desperdício e dar destino

correto à água além de ser uma questão econômica também é um diferencial competitivo,

além de em muitas vezes ser determinante na tomada de decisões quanto a investimentos

dentro do empreendimento, fato este que empresas e indústrias já se deram conta há um

bom tempo e tem posto em prática em suas gestões. (SABESP, 2010)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Kaminagakura (2005) separa a abordagem na redução do consumo de água em

duas formas distintas, sendo uma de caráter físico e outra comportamental. A primeira se

trata do controle dos volumes e vazões através de avaliações, medições, aplicações de

tecnologias e procedimentos visando a otimização dos equipamentos e do sistema,

atendendo às necessidades dos usuários. A segunda é de caráter cultural, avaliando o

modo com que as pessoas fazem uso da água, e propondo mudanças comportamentais.

Um fator fundamental para redução do impacto do consumo de água é a

reutilização da mesma, uma vez que mesmo já tendo sido utilizada, há uma grande

diversidade de aplicações que ainda podem ser dadas à água. Entre essas destinações

temos lavagem de pisos, irrigação de parques, preparo e cura do concreto e introdução em

processos industriais, ou seja, podem ainda trazer alguns impactos positivos, inclusive

economicamente. (SABESP, 2010)

Segundo Barbosa (2013) o reuso de água para fins não potáveis já é utilizado no

Japão há muito tempo devido a alta densidade demográfica e os problemas de instabilidade

do solo, sendo que em casos de alguns edifícios com alta capacidade de utilização de água,

o reuso é obrigatório. Ainda de acordo com a autora, no Brasil as medidas do poder público

que incentivam a reutilização da água urbana não possuem caráter obrigatório. A norma

brasileira que discorre sobre o reaproveitamento de água de chuva é ABNT NBR 15.527 de

2007, que fornece os requisitos para o aproveitamento de água de coberturas em áreas

urbanas para fins não potáveis.

Outra forma de se de se promover a conservação de água é o chamado PCA,

Programa de Conservação de Água, desenvolvido pela SABESP, que são ações a serem

implantadas ainda na fase de projeto das construções. Para tal deve ser feito o cruzamento

entre os dados de oferta e demanda, realizar análises quantitativas e qualitativas das

necessidades dos usuários, observar fontes alternativas de abastecimento, para então

propor soluções eficientes e de baixo custo. Vale destacar também que grande parte do

desperdício se dá pela utilização indevida de água de alto grau de qualidade para todos os

fins, ou seja, ocorre o uso da chamada “água nobre” para casos em que não se faz

necessário. (GOMES, 2011)

A necessidade de se caracterizar o consumo de água em estabelecimentos onde

há venda de alimentos diariamente, tais como restaurantes, se dá pelo emprego

considerável do recurso na preparação do produto, bem como a significativa variação no

consumo, já que há uma sazonalidade no ramo alimentício. Porém em muitos casos não se

torna possível a realização de tais cálculos estimativos, uma vez que os estabelecimentos

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

não apresentam hidrômetros individuas, impossibilitando assim as medições necessárias.

(BEAL; SANTOS, 2012).

Em recente estudo na área de gestão de restaurantes realizado por Acre e

Castilho (2013), foram propostas ações para otimização do consumo de água, entre as

quais temos a realização de manutenção periódica e o gerenciamento das instalações de

água, instalação de reguladores de água, como torneiras acionados por sensor ou botão,

além de utilizar a água de lavagem de verduras para molhar o jardim ou a calçada. Todas

essas ações além de trazerem benefícios ao meio ambiente podem, comprovadamente,

reduzir gastos com as tarifas do estabelecimento.

3.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10004 (2004),

lixo é definido como: “resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de

atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,

de serviços e de varrição”. (ABNT, NBR 10.004, 2004).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305 de

2010, dispõe sobre a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como ordem de

prioridade: não geração de resíduos, redução, reutilização, tratamento e disposição final

ambientalmente adequada. É importante ressaltar que resíduo é todo aquele que possui

valor econômico e pode ser reaproveitado ou reutilizado, enquanto os rejeitos são aqueles

que exigem uma destinação adequada por não possuírem alternativas de aproveitamento.

Uma das principais preocupações ambientais é o aumento da geração de

resíduos que vem acompanhando o crescimento da população. Dessa forma, a PNRS

também trata sobre a gestão integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos, o que

implica na responsabilidade de cada gerador concretizar o gerenciamento dos resíduos

produzidos, garantindo o manejo correto além da reutilização ou destinação final adequada.

(PERUCHIN; GUIDONI; CORRÊA; et al, 2013)

Os resíduos sólidos que são gerados em restaurantes podem ser divididos em

duas categorias: orgânicos e inorgânicos. Os resíduos orgânicos são aqueles originários de

restos de alimentos, tanto no preparo quanto após consumo, e tem como característica a

rápida degradação na natureza, podendo ser exemplificados com cascas de frutas e

legumes. Os resíduos inorgânicos são aqueles provenientes de produtos industrializados,

geralmente utilizados na forma de embalagens e por ser de difícil decomposição na

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

natureza deve ter destinação bem feita, podendo ou não ser reutilizados e reciclados,

dependendo de sua natureza. (Júnior, 2012).

De acordo com Corrêa e Lange (2010) a ausência de legislação ambiental

específica para resíduos de restaurantes faz com que estes se enquadrem como resíduos

não perigosos classificados no grupo D da NBR 10.004 da ABNT de 2004. Ainda segundo

os autores, esse fato faz com que eles sejam, na maioria das vezes, tratados e destinados

de forma inadequada, como se fossem resíduos de uma cozinha residencial.

A realização de triagem de resíduos sólidos tem se mostrado não só de boa

aplicabilidade, mas também necessária, devido aos diversos impactos causados pela sua

disposição inadequada. E uma etapa posterior à triagem seria a reciclagem dos resíduos,

tida como melhor opção, e que poderia promover diversos benefícios como extinção de

lixões, diminuição da poluição ambiental em todas as suas formas, redução na proliferação

de animais vetores, geração de empregos diretos e indiretos, bem como eliminação da

atividade desumana de recolhimento de lixo por pessoas, ou seja, gera uma grande

quantidade de impactos positivos nos âmbitos social, econômico e ambiental. (SOARES,

NETO, 2009).

Quando se trata de resíduos orgânicos, Júnior (2012) ressalta a importância da

adoção de parcerias com entidades ou cooperativas que utilizam este produto para

compostagem, reduzindo o impacto destes resíduos em aterros e lixões, proporcionando

ainda impactos positivos como geração de empregos. O autor ainda propõe que, para

redução de resíduos, haja um redimensionamento na quantidade de alimento servido por

pessoa, e principalmente, um treinamento com todos os colaboradores sobre a necessidade

de separar, classificar e destinar todos os resíduos de maneira adequada.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

CAPÍTULO 4

MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

O projeto foi realizado em um estabelecimento do segmento alimentício de

pequeno porte, com 64 m², conforme a Figura 4, e está localizado no Setor Bueno, Rua T-

51, Número 290, na cidade de Goiânia – Goiás. A empresa conta com 10 funcionários

trabalhando no atendimento e na cozinha, funcionando de segunda à sábado das 11 às 14

horas e das 18 às 23 horas. O entorno do empreendimento é composto principalmente por

estabelecimentos comerciais, com algumas áreas institucionais e residenciais.

Figura 4.1 - Localização do empreendimento na cidade de Goiânia-GO.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 4.2- Planta baixa do empreendimento.

4.2 POLÍTICA AMBIENTAL

A Política Ambiental foi elaborada e proposta pelo grupo de acordo com as

premissas da NBR ABNT ISO 14.001, e esta foi aprovada pela alta direção atestando o seu

comprometimento com o meio ambiente, norteando assim todas as ações dentro da

empresa, em todos os níveis de organização. A Política Ambiental assinada pela alta

direção encontra-se no Apêndice I.

4.3 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

Para o levantamento dos aspectos e impactos foram realizadas 11 visitas ao

empreendimento desde a fase de projeto nos horários em que as atividades estavam sendo

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

realizadas, das 13 às 15 horas. Durante as visitas observou-se o processo produtivo e foram

realizadas reuniões com a direção, coletando as informações e identificando as limitações

da empresa para a implantação do SGA.

O levantamento foi realizado a partir da elaboração de uma matriz que relaciona

aspectos e impactos ambientais, identificando e avaliando esses impactos, com o objetivo

de quantificar suas significâncias. Esta matriz foi adaptada a partir da elaborada por Adissi,

Pinheiro e Cardoso (2013), e encontra-se no Apêndice II.

A matriz é composta pelas seguintes colunas:

- Atividade: ação realizada com possível geração de impacto;

- Aspecto ambiental: elemento das atividades, produtos ou serviços de uma

organização que pode interagir com o ambiente; (ISO 14001, 2004)

- Impacto Ambiental; qualquer mudança no ambiente, seja adversa ou

benéfica, inteira ou parcialmente resultante das atividades, produtos ou

serviços de uma organização; (ISO 14001, 2004)

- Incidência: caracteriza o impacto como direto (D) ou indireto (I):

Quadro 4.1 - Definição e indicação da incidência do impacto ambiental.

Fonte: ADISSI; PINHEIRO e CARDOSO, 2013.

- Classe: indica a natureza do impacto, podendo ser benéfica, neutra ou

adversa:

Quadro 4.2 - Indicação da classe do impacto ambiental.

- Gravidade: indica o grau do impacto no meio ambiente:

Incidência Definição Indicação

aquele sobre o qual a organização pode exercer

controle efetivoImpacto Direto

Impacto Indiretoaquele sobre o qual a organização pode apenas

exercer influência, sem controle efetivo

D

I

Benéfica 1

Neutra 0

Adversa -1

Classe

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Quadro 4.3 - Indicação da gravidade do impacto ambiental.

- Frequência: indica o número de vezes que o impacto ocorre por atividade:

Quadro 4.4 - Definição e indicação da frequência do impacto ambiental.

- Abrangência: refere-se à área alcançada pelo impacto ambiental:

Quadro 4.5 - Definição e indicação da abrangência do impacto ambiental.

- Importância: indica a importância do impacto através do somatório dos

itens de avaliação da matriz:

Importância = Classe + Gravidade + Frequência + Abrangência

- Significância (S): indica o grau de significado do impacto para o meio:

Quadro 4.6 - Indicação da significância do impacto ambiental.

Desprezível 0

Baixa -1

Média -2

Crítica -3

Gravidade

Frequência Definição Indicação

Remota ocorre esporadicamente -1

Ocasional ocorre uma vez por semana -2

Regular ocorre três vezes por semana -3

Frequente ocorre diariamente -4

Abrangência Definição Indicação

Pontual restrito a área em que se exerce a atividade -1

Local quando extrapola a área em que se exerce a atividade -2

Regional quando extrapola os limites do empreendimento -3

Significância Indicação

Positivo S = 1

Desprezível -3 ≤ S ≤ 0

Moderado -7 ≤ S ≤ -4

Significante S ≤ -8

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4.4 INDICADORES AMBIENTAIS

A partir da análise da matriz de aspectos e impactos ambientais foram obtidos os

indicadores para as atividades que geram impactos mais significantes.

Segundo Adissi, Pinheiro e Cardoso (2013), “um indicador quantifica e agrega

dados que podem ser medidos e monitorados para determinar a ocorrência de alterações ou

necessidade de melhorias no sistema.”

Primeiramente foi feita a coleta de dados de consumo de água e energia no

período de seis meses através das faturas mensais do empreendimento, assim como de

geração de resíduos sólidos orgânicos medidos na última semana de cada mês durante seis

meses. A pesagem dos resíduos orgânicos foi realizada com a utilização de uma balança de

precisão tipo gancho.

Posteriormente, foi realizado o levantamento das vendas durante o período de

seis meses dividindo os produtos comercializados em três categorias: prato principal, salada

e sobremesa. Para o cálculo de uma porção única, foi feita uma média ponderada, como

apresentado a seguir:

( ) ( ) ( )

( ) (4.1)

Figura 4.3 – Balança tipo gancho e pesagem dos resíduos.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Onde:

- Porção: representação da porção única;

- %PP: porcentagem da quantidade de pratos principais vendidos em

relação ao total;

- QVPP: quantidade vendida de pratos principais;

- %SL: porcentagem da quantidade de saladas vendidas em relação ao

total;

- QVSL: quantidade vendida de saladas;

- %SM: porcentagem da quantidade de sobremesas vendidas em relação

ao total;

- QVSM: quantidade vendida de sobremesas.

A seguir uma imagem ilustrativa da porção única:

Em seguida foi calculada a média aritmética dos consumos e geração de

resíduos obtidos para os seis meses, assim como a média das porções únicas para o

mesmo período. O valor dos indicadores foi calculado da seguinte forma:

(4.2)

Onde:

- Indicador: quantificação do indicador ambiental;

- MCG: média de consumos ou geração de resíduos;

- MP: média das porções únicas.

Figura 4.4 – Representação da Porção Única.

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4.5 METAS DE REDUÇÃO

As metas foram estabelecidas de modo a quantificar os objetivos determinados,

indicando os resultados esperados com a implantação do projeto. Para determinação das

metas foram observados os requisitos legais, os requisitos estabelecidos pelo

empreendimento, levando em consideração suas opções tecnológicas, bem como seu

potencial financeiro, operacional e comercial, analisando principalmente os impactos

ambientais significativos. As metas devem ser condizentes com o estabelecido na Política

Ambiental elaborada. (ADISSI; PINHEIRO e CARDOSO, 2013).

4.6 PROCEDIMENTOS E AÇÕES

Os procedimentos foram elaborados visando que todos os funcionários da

empresa possam desempenhar suas atividades de modo a minimizar a utilização de

recursos e a geração de resíduos. Eles foram padronizados através de materiais instrutivos,

ilustrando o passo a passo de todas as atividades que são desenvolvidas no processo

produtivo.

Enquanto os procedimentos estão a cargo de toda a equipe, as ações são de

responsabilidade da alta direção, bem como buscar uma mudança cultural, motivar os

funcionários e implantar atividades inovadoras que otimizem a produção beneficiando tanto

o empreendimento quanto o meio ambiente.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

CAPÍTULO 5

RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 POLÍTICA AMBIENTAL

A Política Ambiental a seguir foi elaborada para a unidade existente do

empreendimento e estará disponível ao público e aos colaboradores comprovando o

comprometimento da empresa com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental:

O Bistrôgonofe Comércio de Alimentos LTDA é uma microempresa que tem

como atividade a produção e comércio de refeições. O empreendimento tem como princípio

produzir estrogonofes de forma inovadora e a preço justo, visando o desempenho ambiental

através da minimização do impacto ambiental local, empenhando-se em alcançar os

seguintes objetivos:

Atender a legislação e as normas ambientais pertinentes ao setor alimentício;

Desenvolver e implementar ações que visem a melhoria contínua do desempenho

ambiental e a prevenção da poluição;

Otimizar o uso da água na produção de alimentos e na lavagem de equipamentos e

utensílios;

Otimizar o uso da energia nos equipamentos utilizados;

Estabelecer objetivos e metas considerando os impactos ambientais significativos,

observando os requisitos legais, as opções tecnológicas, bem como seu potencial

financeiro, operacional e comercial;

Promover treinamentos e conscientização dos funcionários através de reuniões

informativas para que as atividades sejam realizadas de maneira ambientalmente

responsável.

5.2 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

A seguir a matriz preenchida de aspectos e impactos ambientais:

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Tabela 5.1 - Matriz de aspectos e impactos ambientais.

Atividade Aspecto Impacto

Incid

ên

cia

Cla

sse

Gra

vid

ad

e

Fre

qu

ên

cia

Ab

ran

gên

cia

Imp

ort

ân

cia

Geração de resíduo de plástico Contaminação do solo D -1 -2 -3 -1 -7 Moderado

Geração de efluente líquido a partir da lavagem de alimentos Contaminação dos recursos hídricos D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Geração de efluente líquido a partir da lavagem de materiais e equipamentos Contaminação dos recursos hídricos D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Geração de efluente líquido a partir da lavagem do ambiente Contaminação dos recursos hídricos D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Geração de odor a partir da produção de alimentos Contaminação do ar (odor) D -1 0 0 0 0 Desprezível

Geração de resíduo de plástico a partir da produção de alimentos Contaminação do solo D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Geração de resíduo tetra pak a partir da produção de alimentos Contaminação do solo D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Contaminação do solo D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Contaminação do ar (odor) D -1 0 0 0 0 Desprezível

Proliferação de insetos e vetores D -1 -1 -4 -1 -7 Moderado

Redução da contaminação do solo D 1 0 * * 1 Positivo

Aumento da produção de cooperativas D 1 0 * * 1 Positivo

Geração de resíduos inorgânicos a partir do consumo de refeições Contaminação do solo D -1 -2 -4 -2 -9 Significante

Contaminação do solo D -1 -2 -4 -2 -9 Significante

Contaminação do ar (odor) D -1 0 0 0 0 Desprezível

Proliferação de insetos e vetores D -1 -1 -4 -2 -8 Significante

Redução da contaminação do solo D 1 0 * * 1 Positivo

Aumento da produção de cooperativas D 1 0 * * 1 Positivo

Geração de resíduos inorgânicos a partir da sobra de refeições Contaminação do solo D -1 -2 -4 -2 -9 Significante

Proliferação de insetos e vetores D -1 -1 -4 -3 -9 Significante

Geração de resíduos inorgânicos a partir da sobra de refeições Contaminação do solo D -1 -2 -4 -3 -10 Significante

Geração de resíduos sólidos a partir da utilização dos sanitários Contaminação do solo D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Geração de efluente líquido a partir da utilização dos sanitários Contaminação dos recursos hídricos D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Geração de efluente líquido a partir da utilização do lavatório Contaminação dos recursos hídricos D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

Limpeza

Consumo externo

Higienização

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 8544/1978, D.M. 2149/2008

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

Legislação Aplicável

Recebimento

Beneficiamento

Consumo interno

L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010, L.E.

8544/1978, D.M. 2149/2008Segregação de resíduos sólidos

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 8544/1978, D.M. 2149/2008Geração de poluição atmosférica a partir da utilização do fogão Contaminação do ar D -1 -1 -4 -1 -7 Moderado

L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010, L.E.

8544/1978, D.M. 2149/2008Segregação de resíduos sólidos

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

D.F. 6514/2008,L.C.M. 014/1992, L.F.

6938/1981, L.F. 9605/1998, R.C. 001/1990,

L.E. 8544/1978, D.M. 2135/1994

Geração de poluição sonora a partir do consumo de refeições Contaminação do ar (ruído) D 0 0 -4 -3 -7 Moderado

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 8544/1978, D.M. 2149/2008Contaminação do ar (odor) D -1 0 0 0 0 Desprezível

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

Contaminação do solo D -1 -2 -4 -2 -9 Significante

Geração de resíduos orgânicos a partir da sobra de refeições

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 8544/1978, D.M. 2149/2008Geração de efluente líquido a partir da lavagem dos pratos Contaminação dos recursos hídricos D -1 -2 -4 -2 -9 Significante

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

Contaminação do solo D -1 -2 -4 -3 -10 Significante

Geração de resíduos orgânicos a partir da produção de alimentos

Identificação Avaliação

Significância

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

Geração de resíduos sólidos a partir da utilização do lavatório Contaminação do solo D -1 -2 -4 -1 -8 Significante

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 8544/1978, D.M. 2149/2008

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 12305/2010, D.F. 7404/2010,

L.E. 8544/1978, D.M. 2149/2008

D.F. 6514/2008, L.F. 6938/1981, L.F.

9605/1998, L.F. 8544/1978, D.M. 2149/2008Contaminação do ar (odor) D

Geração de resíduos orgânicos a partir do consumo de refeições

Geração de resíduo de papelão Contaminação do solo D -1 -2 -3 -1 -7 Moderado

Proliferação de insetos e vetores D

Geração de resíduos orgânicos da sobra de refeições

Significante-1 -1 -4 -2 -8

-1 0 0 0 0 Desprezível

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Legenda da Avaliação:

* – Não aplicável, pois a gravidade do impacto é desprezível

Legenda da Legislação Ambiental Aplicável:

D. F. – Decreto Federal

D. M. – Decreto Municipal

L. F. – Lei Federal

L. E. – Lei Estadual

L. C. M. – Lei Complementar Municipal

5.3 INDICADORES AMBIENTAIS

5.3.1 Porção Única

A partir da Equação 4.1 foram obtidos os resultados das porções únicas para os

seis meses de estudo como apresentado na Tabela 5.2 e ilustrado no gráfico da Figura 5.1:

Tabela 5.2 - Cálculo da Porção Única.

Onde:

QVPP: quantidade vendida de pratos principais;

QVSL: quantidade vendida de saladas;

QVSM: quantidade vendida de sobremesas;

QVTOTAL: quantidade vendida total;

%PP: porcentagem de pratos principais;

%SL: porcentagem de saladas;

%SM: porcentagem de sobremesas.

Meses/Ano QVPP QVSL QVSM QVTOTAL %PP %SL %SM Porção Única

Maio 2014 3039 133 294 3466 87,68 3,84 8,48 2694,65

Junho 2014 2710 117 301 3128 86,64 3,74 9,62 2381,20

Julho 2014 2620 101 328 3049 85,93 3,31 10,76 2289,99

Agosto 2014 2992 110 308 3410 87,74 3,23 9,03 2656,61

Setembro 2014 3101 136 256 3493 88,78 3,89 7,33 2777,05

Outubro 2014 3052 118 295 3465 88,08 3,41 8,51 2717,36

Cálculo da Porção Única

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

De acordo com a Figura 5.1, tem-se que os meses de menores vendas foram

Junho e Julho, que correspondem ao período em que houve a realização da Copa do

Mundo de Futebol e férias, respectivamente. Nos demais meses analisados, as vendas não

sofreram grandes oscilações.

Figura 5.1 - Cálculo da Porção Única.

5.3.2 Consumo de Água

Através das faturas de consumo de água dos seis meses de estudo e utilizando

a Equação 4.2, foram obtidos os índices dos indicadores para este aspecto, como

apresentado na Tabela 5.3 e nos gráficos das Figuras 5.2 e 5.3:

Tabela 5.3 - Indicador de Consumo de Água.

2694,65

2381,20 2289,99

2656,61 2777,05 2717,36

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Cálculo da Porção Única

Cálculo da Porção Única

Meses/Ano Consumo de Água (m³) Porção Única Indicador

Maio 2014 33 2694,65 0,0122

Junho 2014 34 2381,20 0,0143

Julho 2014 33 2289,99 0,0144

Agosto 2014 34 2656,61 0,0128

Setembro 2014 36 2777,05 0,0130

Outubro 2014 32 2717,36 0,0118

Indicador de Consumo de Água (m³/Por)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Ao se observar o consumo de água percebeu-se uma pequena variação ao

longo dos meses analisados, pois as ações que envolvem o uso deste recurso são diárias,

como a lavagem do piso e dos equipamentos utilizados na produção, estando pouco

relacionadas ao número de porções únicas comercializadas. Houve uma discrepância

apenas no mês de setembro, devido à existência de um vazamento neste período, como foi

relatado pela direção da empresa. Após a correção do problema ocorreu redução do

consumo no mês de outubro.

Figura 5.2 - Consumo de Água (m³).

De acordo com o que foi observado no gráfico da Figura 5.2 percebeu-se a baixa

oscilação do consumo de água. Desta forma o que determina a variação dos índices dos

indicadores é a quantidade vendida, indicada pela porção única. Através da análise do

gráfico da Figura 5.3, constatou-se que quanto maior o número de vendas, menor foi o

indicador, porém mesmo o mês de setembro sendo de maior porção única, este não foi o de

menor indicador devido ao seu consumo discrepante.

33

34

33

34

36

32

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Consumo de Água (m³)

Indicador de Consumo de Água (m³/Por)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.3 - Indicador de Consumo de Água (m³/Por).

5.3.3 Consumo de Energia

Através das faturas de consumo de energia dos seis meses de estudo e

utilizando a Equação 4.2, foram obtidos os índices dos indicadores para este aspecto, como

apresentado na Tabela 5.4 e nos gráficos das Figuras 5.4 e 5.5.

Tabela 5.4 - Indicador de Consumo de Energia.

O gráfico apresentado na Figura 5.4 demonstra que o consumo de energia é

diretamente proporcional ao número de vendas. O aumento do consumo ocorre em virtude

do maior fluxo de pessoas no restaurante e consequentemente maior utilização dos

principais equipamentos elétricos, como os apresentados a seguir:

Ar condicionado: variação de temperatura devido a entrada e saída de

clientes;

Freezer e geladeira: demanda de produtos refrigerados;

0,0122

0,0143 0,0144

0,0128 0,0130 0,0118

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Indicador de Consumo de Água (m³/Por)

Indicador de Consumo de Água (m³/Por)

Meses/Ano Consumo de Energia (kWh) Porção Única Indicador

Maio 2014 1675 2694,65 0,6216

Junho 2014 1423 2381,20 0,5976

Julho 2014 1368 2289,99 0,5976

Agosto 2014 1455 2656,61 0,5477

Setembro 2014 1823 2777,05 0,6565

Outubro 2014 1926 2717,36 0,7088

Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Forno: demanda dos produtos que necessitam ser assados;

Rechaud: demanda dos produtos que devem ser mantidos aquecidos.

Figura 5.4 - Consumo de Energia (kWh).

De acordo com a Figura 5.5 pôde-se perceber que o índice é maior nos meses

em que as vendas e o consumo de energia são maiores. Diferentemente do consumo de

água, para este aspecto a quantidade de porções únicas não é inversamente proporcional

ao índice do indicador, uma vez que o consumo de energia aumenta juntamente com o

crescimento das vendas.

1675

1423 1368 1455

1823 1926

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Consumo de Energia (kWh)

Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.5 - Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por).

5.3.4 Geração de Resíduos

Através da média da pesagem dos resíduos orgânicos e utilizando a Equação

4.2, foram obtidos os valores dos índices dos indicadores para este aspecto, como

apresentado na Tabela 5.5 e nos gráficos das Figuras 5.6 e 5.7:

Tabela 5.5 - Indicador de Geração de Resíduos (Kg/Por).

A partir da análise do processo produtivo através das visitas realizadas na

empresa, constatou-se que a geração de resíduos na cozinha é mínima. A maior parte dos

resíduos orgânicos gerados é proveniente das sobras das refeições dos clientes.

0,6216 0,5976 0,5976 0,5477

0,6565 0,7088

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por)

Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por)

Meses/Ano Geração de Resíduo (Kg) Porção Única Indicador

Maio 2014 275,2 2694,65 0,1021

Junho 2014 271,5 2381,20 0,1140

Julho 2014 232,9 2289,99 0,1017

Agosto 2014 252,6 2656,61 0,0951

Setembro 2014 231,8 2777,05 0,0835

Outubro 2014 226,4 2717,36 0,0833

Indicador de Geração de Resíduo (Kg/Por)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.6 - Geração de Resíduos (Kg).

No caso do indicador de geração de resíduos, não é possível prever qual será a

sua tendência, uma vez que este aspecto não está relacionado à quantidade de porções

únicas vendidas, e sim aos hábitos dos consumidores.

Figura 5.7 - Indicador de Geração de Resíduos (Kg/Por).

275,2 271,5

232,9 252,6

231,8 226,4

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Geração de Resíduo (Kg)

Indicador de Geração de Resíduo (Kg/Por)

0,1021

0,1140

0,1017 0,0951

0,0835 0,0833

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Indicador de Geração de Resíduo (Kg/Por)

Indicador de Geração de Resíduo (Kg/Por)

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

5.4 METAS DE REDUÇÃO

Devido à ausência de dados históricos determinou-se uma redução de consumo

de energia e água de 10% e geração de resíduos de 12%, como apresentado nos gráficos

das Figuras 5.8, 5.9 e 5.10. Estes gráficos demonstram o valor da redução prevista caso as

metas fossem alcançadas para cada indicador.

Figura 5.8 - Metas de Redução do Consumo de Água.

Figura 5.9 - Metas de Redução do Consumo de Energia.

0,0122

0,0143 0,0144

0,0128 0,0130 0,0118

0,0110

0,0129 0,0130 0,0115 0,0117

0,0106

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Metas de Redução do Consumo de Água

Indicador de Consumo de Água (m³/Por) Metas de Redução do Consumo de Água

0,6216 0,5976 0,5976 0,5477

0,6565 0,7088

0,5594 0,5378 0,5378 0,4929

0,5908 0,6379

Maio 2014 Junho 2014 Julho 2014 Agosto 2014 Setembro 2014 Outubro 2014

Metas de Redução do Consumo de Energia

Indicador de Consumo de Energia (kWh/Por)

Metas de Redução do Consumo de Energia

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.10 - Metas de Redução da Geração de Resíduos.

5.5 PROCEDIMENTOS E AÇÕES

Os procedimentos e ações foram elaborados através dos resultados obtidos da

matriz de aspectos e impactos ambientais, que determinou os aspectos mais significantes:

água, energia e resíduos.

5.5.1 Organograma

Primeiramente foi definido o organograma da empresa, determinando a

responsabilidade de cada colaborador com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental:

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.11- Organograma da empresa.

5.5.2 Legislação Ambiental

Através do levantamento das legislações ambientais aplicáveis, notaram-se

algumas irregularidades. Dessa forma, o primeiro passo para apresentar o

comprometimento com a implantação do SGA é buscar atender à legislação pertinente.

De acordo com a Instrução Normativa nº. 014/2006, restaurantes de pequeno

porte devem possuir Licença Ambiental Simplificada (LAS), que deve ser solicitada na

Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA).

Segundo o Decreto Municipal nº 1.347/2004, “a instalação de engenhos de

divulgação de publicidade e propaganda nos logradouros públicos ou em qualquer lugar de

acesso ao público, depende de licença prévia”. A empresa possui um totem luminoso que

entra na categoria “letreiro e painel luminoso tipo “Back-Light”” segundo a legislação, dessa

forma, deve-se solicitar a licença para utilização desse tipo de propaganda, também na

Agência Municipal do Meio Ambiente.

O assessor ambiental será responsável por resolver as pendências em relação a

legislação ambiental, além de se manter atualizado juntamente com a equipe jurídica da

empresa sobre qualquer modificação, atualização ou criação de novas leis. As demais leis

descritas no item 3.2, Arcabouço Legal, estão devidamente atendidas.

5.5.3 Treinamento

O treinamento terá como objetivo a conscientização dos colaboradores sobre a

Política Ambiental da empresa e a capacitação dos mesmos sobre a realização dos

Diretor

Atendentes Cozinheiros Auxiliares

de Cozinha

Gerente Assessor

Ambiental

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 46

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

procedimentos ambientais a serem desenvolvidos durante suas atividades. O responsável

pelo treinamento será o assessor ambiental.

Determinou-se que serão feitos treinamentos com a equipe realizados

semestralmente nos meses de Janeiro e Agosto de cada ano, sendo que os colaboradores

serão previamente avisados com prazo de 15 dias, uma vez que será realizado fora do

horário de trabalho. No caso de contratação de novos colaboradores, eles serão informados

sobre a Política Ambiental da empresa e instruídos quanto aos procedimentos ambientais.

5.5.4 Comunicação com os colaboradores

A comunicação com os colaboradores será realizada através da exposição de

gráficos comparativos que demonstrem os resultados das ações e dos procedimentos

realizados para a melhoria do desempenho ambiental e da eficácia da aplicação correta dos

mesmos. Os gráficos serão expostos no corredor de serviço, juntamente com outras

informações operacionais, de modo que todos os colaboradores tenham acesso.

Além da apresentação dos resultados aos colaboradores, serão colocados

lembretes em locais estratégicos incentivando a redução do consumo de água e energia,

como apresentados a seguir:

Figura 5.12 - Lembrete para economia de energia.

Figura 5.13 - Lembrete para economia de água.

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 47

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Os responsáveis pela elaboração dos gráficos e apresentação dos resultados

serão o assessor ambiental em parceria com a direção, identificando a melhor forma de

demonstrar os benefícios das ações e procedimentos ambientais adotados pela empresa.

5.5.5 Comunicação com os clientes

A comunicação com os clientes será realizada através das redes sociais,

informativos na própria empresa e nas embalagens de entrega. Serão elaboradas dicas de

redução de consumo de água, energia, geração de resíduos e demais impactos ambientais,

de modo que sejam ações simples e práticas que podem ser realizadas nas próprias

residências. Além de informativos apresentando a Política Ambiental da empresa e o

comprometimento com o meio ambiente.

O assessor ambiental será responsável por elaborar as informações que serão

transmitidas aos clientes, juntamente com a equipe de marketing e após a aprovação da

Direção da empresa.

5.5.6 Procedimentos Operacionais Padrão (POP)

Figura 5.14 - Adesivo para embalagens.

Figura 5.15 - Adesivo para embalagens.

Figura 5.16 - Adesivo para embalagens.

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 48

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Foram elaborados Procedimentos Operacionais Padrão para economia de água

e energia e segregação dos resíduos sólidos, seguindo o modelo já existente na empresa.

Os POPs estão apresentados a seguir:

Figura 5.17 - POP para lavagem dos utensílios de cozinha.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CONSUMO DE ÁGUA

RESPONSÁVEL: AUXILIAR DE COZINHA

Jogue as sobras de alimento na lixeira de

tampa verde Abra a torneira e enxague todos os utensílios

Feche a torneira e lave com detergente todos

os utensílios Exague todos os utensílios e deixe secar

LAVAGEM DOS UTENSÍLIOS DE COZINHA

1 2

3 4

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.18 - POP para lavagem do chão da cozinha.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CONSUMO DE ÁGUA

RESPONSÁVEL: AUXILIAR DE COZINHA

Encha 1 balde de água e coloque 200 ml do

produto de limpeza

Despeje o balde pelo chão da cozinha e

esfregue

Com o rodo, retire o excesso de água com

sabão

Encha 1 balde de água e despeje no chão da

cozinha

Com o rodo, retire o excesso de água Seque o piso com pano de chão

LAVAGEM DO CHÃO DA COZINHA

1 2

3 4

5 6

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.19 - POP para consumo de energia dos equipamentos com visor de temperatura.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CONSUMO DE ENERGIA

RESPONSÁVEL: ATENDENTE

Olhe o visor de temperatura do

equipamento

Anote a temperatura do equipamento na

planilha

Verifique se a temperatura está na faixa

adequada de funcionamento

Em caso de irregularidade, comunique a

direção

VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA DOS EQUIPAMENTOS

1 2

3 4

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 51

G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.20 - POP para consumo de energia dos equipamentos utilizando termômetro a laser.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CONSUMO DE ENERGIA

RESPONSÁVEL: ATENDENTE

Pegue o termômetro a laser e direcione na

parede interna do equipamento

Anote a temperatura do equipamento na

planilha

Verifique se a temperatura está na faixa

adequada de funcionamento

Em caso de irregularidade, comunique a

direção

VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA DOS EQUIPAMENTOS

1 2

3 4

1

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

Figura 5.21 - POP para segregação dos resíduos.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

GERAÇÃO DE RESÍDUOS

RESPONSÁVEL: AUXILIAR DE COZINHA

Jogue as sobras de alimento na lixeira de

tampa verde

Enxague as latas, garrafas PET, embalagens

Tetra pak e plásticos

Deixe secar Jogue os resíduos secos na lixeira branca

SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS

1 2

3 4

1

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Proposta de Implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para uma pequena empresa... 53

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5.5.7 Plano de Ação

Objetivo Metas Ações Responsável Prazo Resultados esperados

Redução no consumo de

energia (kWh/por) Redução de 10%

Manutenção e calibração dos equipamentos

Atendente 1 ano Menor consumo

energético

Redução no consumo de água

(m³/por)

Redução de 5% Lavagem eficiente dos

utensílios, alimentos e do piso

Auxiliar de cozinha

1 ano Menor consumo de água

Redução de 5% Avaliar possibilidade de

instalação de uma máquina de lavar

Assessor Ambiental

1 ano Menor consumo de água

Redução da geração de

resíduos orgânicos (Kg/por)

Redução de 5% Elaboração de porções de

tamanhos diferenciados para evitar sobras

Assessor Ambiental

1 ano Menor geração de

resíduos

Redução de 5% Conscientização dos clientes

para evitar o desperdício Assessor Ambiental

1 ano Menor geração de

resíduos

Redução de 2%

Separar em orgânico e inorgânico para fazer o

armazenamento e a destinação final adequada

Auxiliar de cozinha

1 ano Menor geração de

resíduos

Treinamento dos funcionários

%

Treinamento de 100% dos

funcionários

Conscientização dos funcionários sobre a Política

Ambiental e os procedimentos a serem

adotados

Assessor Ambiental

3 meses Maior capacitação dos

funcionários

Quadro 5.1 - Plano de Ação.

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CAPÍTULO 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados observados indicam grande relação entre os indicadores avaliados

com as vendas na empresa. No caso da água, seu indicador varia de forma inversamente

proporcional à quantidade de porções únicas vendidas, ou seja, quanto maior a venda,

melhor é o desempenho ambiental para esse parâmetro. Por outro lado, o consumo de

energia é diretamente proporcional a quantidade de pratos comercializados, ou seja, quanto

maior a venda de porções, maior o consumo energético. Os resíduos por sua vez, não

possuem relação com a quantidade de porções únicas comercializadas, e sim, aos hábitos

dos consumidores.

Durante as visitas realizadas à empresa, observou-se que poderão ocorrer

algumas dificuldades na implantação do SGA, oriundas dos seguintes fatores: alta

rotatividade da equipe técnica, falta de envolvimento dos colaboradores, resistência a

mudanças, ausência de atividades pré-estabelecidas para cada colaborador e ênfase na

sobrevivência da empresa visando apenas o lucro imediato.

Com a implantação da presente proposta, espera-se reduzir o consumo de água

e energia, e geração de resíduos através das ações e procedimentos estabelecidos.

Também se espera como resultado a melhoria da imagem da empresa perante os clientes,

aumentando o número de vendas. Com isso será possível atingir as metas ambientais

propostas.

Finalmente, percebeu-se que, apesar das dificuldades encontradas, o SGA será

um importante instrumento para minimizar os impactos ambientais decorrentes da atividade,

melhorando seu desempenho ambiental e, consequentemente, melhorando seu

desempenho econômico.

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G. M. Beleza, M. E. M. Santos, V. M. F. Filho

APÊNDICE I – POLÍTICA AMBIENTAL

O Bistrôgonofe Comércio de Alimentos LTDA é uma microempresa que tem

como atividade a produção e comércio de refeições. O empreendimento tem como princípio

produzir estrogonofes de forma inovadora e a preço justo, visando o desempenho ambiental

através da minimização do impacto ambiental local, empenhando-se em alcançar os

seguintes objetivos:

Atender a legislação e as normas ambientais pertinentes ao setor alimentício;

Desenvolver e implementar ações que visem a melhoria contínua do desempenho

ambiental e a prevenção da poluição;

Otimizar o uso da água na produção de alimentos e na lavagem de equipamentos e

utensílios;

Otimizar o uso da energia nos equipamentos utilizados;

Estabelecer objetivos e metas considerando os impactos ambientais significativos,

observando os requisitos legais, as opções tecnológicas, bem como seu potencial

financeiro, operacional e comercial;

Promover treinamentos e conscientização dos funcionários através de reuniões

informativas para que as atividades sejam realizadas de maneira ambientalmente

responsável.

____________________

Aprovado pela Direção

Mª Cláudia F. M. Beleza

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APÊNDICE II – MATRIZ DE LEVANTAMENTO DE ASPECTOS E

IMPACTOS AMBIENTAIS

ÁREA ATIVIDADE ASPECTO IMPACTO

INC

IDÊ

NC

IA

CL

AS

SE

GR

AV

IDA

DE

FR

EQ

NC

IA

AB

RA

NG

ÊN

CIA

IMP

OR

NC

IA

IDENTIFICAÇÃO AVALIAÇÃO

SIG

NIF

ICÂ

NC

IA

LEGISLAÇÃO