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699 CAPÍTULO 6 - AGRICULTURA, MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL A SER CONFERIDA PELO BATALHÃO DE POLÍCIA AMBIENTAL DO PARANÁ Nilson Figueiredo Alves Junior - PMPR Loreni Teresinha Brandalise - UNIOESTE INTRODUÇÃO O setor público é reconhecidamente burocrático, e, ao contrário da iniciativa privada, demora para se adaptar aos novos tempos. Qualquer atualização e mudança na forma de agir é demorada e lenta, estando aquém no atendimento básico da sociedade, que vê, em geral, a iniciativa privada como mais dinâmica e eficiente. Inúmeros exemplos poderiam ser citados para consubstanciar esta afirmação, mas não se faz necessário, pois é uma característica inegável, que começa desde os serviços de compra realizados pelo poder público até o atendimento das necessidades básicas, como saúde, educação e moradia. Mas importantes evoluções no processo de eficiência dos setores públicos estão acontecendo. Aos poucos, as autoridades públicas estão começando a despertar para uma nova realidade. A sociedade, apesar de ter seus direitos sociais previstos na Carta Magna, procura cada vez mais a iniciativa privada para a solução de problemas, por vezes simples, que, devido à ineficiência, obrigam a sociedade a pagar duas vezes para ter seus anseios atendidos: uma, em forma de impostos e taxas, outra, pelo mesmo serviço oferecido pela iniciativa privada. A perspectiva de implementação de novas políticas públicas deve estar focada no conceito de eficiência, ética, respeito ao cidadão, agilidades nos processos, previsibilidade de recursos, desburocratização dos procedimentos, clareza nas regras dos serviços prestados, orçamento participativo na aplicação de recursos públicos, entre outros tão necessários para a evolução do setor público. Neste contexto, este estudo tem como objetivo elaborar uma proposta de implantação de certificação ambiental a ser conferida pelo Batalhão de Polícia Ambiental do Paraná. Para o alcance deste objetivo, o estudo se propõe a (a) contextualizar a Polícia Ambiental Força Verde - BP Amb FV frente ao Estado do Paraná, consubstanciando as informações em relação à estrutura e contingente de fiscais; (b) traçar um paralelo com as instituições que desenvolvem ações de fiscalização no Paraná, considerando o número de ocorrências ambientais atendidas pelo BP Amb FV e os valores de autuações; (c) identificar o número de empresas no Paraná que possuem a certificação ISO 14000; (d) demonstrar comparativamente os gastos para a obtenção da Certificação ambiental ISO 14000; e, por fim, (e) desenvolver uma proposta de implantação de certificação ambiental a ser conferida pelo Estado. No setor público, quando se trata de cobrança de impostos ou taxas, a evolução é mais rápida e eficiente e mais demorada para aquelas em que apenas presta um serviço, sem envolvimento direto com cobrança. Logo, os entes públicos devem constantemente observar as inovações tecnológicas e novas formas de aplicar conceitos e métodos mais apropriados de administração. Quanto ao meio ambiente a observação é a mesma, demoras infindáveis para se conseguir autorizações ambientais, licenciamentos, ou simples autorizações para o corte de essências exóticas, assim como os processos administrativos de autos de infração ambientais, são demorados para sua solução, e na maioria das vezes não recupera o ambiente lesado.

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PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL A SER CONFERIDA PELO BATALHÃO DE POLÍCIA AMBIENTAL

DO PARANÁ

Nilson Figueiredo Alves Junior - PMPR Loreni Teresinha Brandalise - UNIOESTE

INTRODUÇÃO

o setor público é reconhecidamente burocrático, e, ao contrário da iniciativa privada, demora para se adaptar aos novos tempos. Qualquer atualização e mudança na forma de agir é demorada e lenta, estando aquém no atendimento básico da sociedade, que vê, em geral, a iniciativa privada como mais dinâmica e eficiente. Inúmeros exemplos poderiam ser citados para consubstanciar esta afirmação, mas não se faz necessário, pois é uma característica inegável, que começa desde os serviços de compra realizados pelo poder público até o atendimento das necessidades básicas, como saúde, educação e moradia.

Mas importantes evoluções no processo de eficiência dos setores públicos estão acontecendo. aos poucos, as autoridades públicas estão começando a despertar para uma nova realidade. a sociedade, apesar de ter seus direitos sociais previstos na Carta Magna, procura cada vez mais a iniciativa privada para a solução de problemas, por vezes simples, que, devido à ineficiência, obrigam a sociedade a pagar duas vezes para ter seus anseios atendidos: uma, em forma de impostos e taxas, outra, pelo mesmo serviço oferecido pela iniciativa privada.

a perspectiva de implementação de novas políticas públicas deve estar focada no conceito de eficiência, ética, respeito ao cidadão, agilidades nos processos, previsibilidade de recursos, desburocratização dos procedimentos, clareza nas regras dos serviços prestados, orçamento participativo na aplicação de recursos públicos, entre outros tão necessários para a evolução do setor público.

Neste contexto, este estudo tem como objetivo elaborar uma proposta de implantação de certificação ambiental a ser conferida pelo Batalhão de polícia ambiental do paraná. para o alcance deste objetivo, o estudo se propõe a (a) contextualizar a polícia ambiental Força Verde - Bp amb FV frente ao Estado do paraná, consubstanciando as informações em relação à estrutura e contingente de fiscais; (b) traçar um paralelo com as instituições que desenvolvem ações de fiscalização no paraná, considerando o número de ocorrências ambientais atendidas pelo Bp amb FV e os valores de autuações; (c) identificar o número de empresas no paraná que possuem a certificação ISo 14000; (d) demonstrar comparativamente os gastos para a obtenção da Certificação ambiental ISo 14000; e, por fim, (e) desenvolver uma proposta de implantação de certificação ambiental a ser conferida pelo Estado.

No setor público, quando se trata de cobrança de impostos ou taxas, a evolução é mais rápida e eficiente e mais demorada para aquelas em que apenas presta um serviço, sem envolvimento direto com cobrança. logo, os entes públicos devem constantemente observar as inovações tecnológicas e novas formas de aplicar conceitos e métodos mais apropriados de administração.

Quanto ao meio ambiente a observação é a mesma, demoras infindáveis para se conseguir autorizações ambientais, licenciamentos, ou simples autorizações para o corte de essências exóticas, assim como os processos administrativos de autos de infração ambientais, são demorados para sua solução, e na maioria das vezes não recupera o ambiente lesado.

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Da mesma forma, o foco das autuações ambientais tem sido muito mais voltado para os pagamentos das altas multas, do que de caráter instrutivo, recuperativo, sendo muito mais punitivo e sancionador de multas arrecadativas, quando conseguem ser cobradas evidentemente, tendo em vista ainda uma legislação que tem privilegiado os mais abastados em detrimentos dos mais pobres.

É preciso passar desta visão de órgão multador, arrecadador, utilizando o poder de polícia repressivo, para ir em direção a uma nova fase de estado contemplativo, fomentando bons exemplos em prol do meio ambiente, mudando o foco da ação, não somente para a área de fiscalização. Deve-se aproveitar o potencial de policiais ambientais, os quais identificam ‘áreas exemplos’, com possibilidade de contemplação com certificação ambiental, a ser concedida pelo órgão fiscalizador, quando constatado algum dos parâmetros básicos como: a conformidade legal, os indicadores da saúde ambiental e equilíbrio ecológico.

as propriedades rurais e os pequenos e médios empreendimentos, que justificadamente demonstrarem serem merecedores, poderiam receber do Estado a certificação como fator de estímulo, e não somente se punindo os maus. Desta forma, não apenas consideraria o respeito às normas ambientais, unicamente como uma obrigação imposta, mas sim, um dever de cidadania, em benefício de todos e multiplicador de consciência ambiental e ecológica.

a presente proposta permite adaptações, que poderão ser avaliadas pelas câmaras técnicas caso a caso, permitindo mobilidade, agilidade, segurança e rapidez, na tomada de decisão pelo agente público, diferentemente do Estado burocrático, moroso e engessado. assim, utilizaria os bons exemplos ambientais como fator de inclusão social ambiental, e não somente de repressão e multa.

De nenhuma forma este trabalho tem a pretensão de substituir ou apenas criticar o atual modelo de fiscalização e certificação ambiental, mas sim, demonstrar que há muito a ser feito, e é necessário promover a inclusão, fomentada pelo Estado através de políticas públicas, na concessão de certificação ambiental, como fator de mudança na sociedade, motivador de estímulo a ser seguido e copiado pelo demais.

1 METODOLOGIA

os dados utilizados neste estudo foram coletados dos arquivos do Bp amb FV, do IpEa, INMEtRo, tECpaR e bibliografia pertinente ao assunto. a proposta de certificação ambiental a ser conferida pelo Bp amb FV desenvolve-se em três etapas: (1) contextualização do Bp amb FV, na realidade atual, sua estrutura, contingente de fiscais em comparação com as demais instituições que desenvolvem ações de fiscalização no Estado do paraná, levando--se em conta o número de ocorrências ambientais atendidos e seus valores de autuações, (2) apresentação das certificações ambientais e, (3) proposta de certificação ambiental.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO BP AMB FV

o Batalhão de polícia ambiental surgiu por uma preocupação do Governo do Estado do paraná, com as mudanças ocorridas em meados dos anos 50 do século XX, onde o Estado crescia acelerado motivado pela exploração madeireira, em especial no período compreendido entre as décadas de 30 e 70, com o aumento constante das derrubadas dos remanescentes ambientais de florestas nativas, que foi rapidamente modificando o panorama geopolítico do paraná. (Iap, 2008)

Somaram-se a isso as inovações tecnológicas, a mecanização agrícola das áreas antes cobertas com florestas nativas, o aumento das cidades do Estado, gerando uma pressão antrópica, mostrando a necessidade de uma fiscalização de repressão e inibição aos desmandos e exploração contínua das florestas.

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uma nova visão brotava no âmago da população, e, para atender a esta dinâmica, o Estado do paraná, designou um pequeno grupo de pioneiros da polícia militar para começar a fazer frente a esta necessidade, surgindo então no dia 23 de novembro de 1955, instituída através da lei 2.059, ainda com diferentes denominações e subordinada à Secretaria Estadual da agricultura.

Em abril de 1957, foi promulgada pelo poder público a lei 3.056, instituindo o corpo de polícia Florestal, subordinado à polícia Militar do paraná, voltado aos interesses de proteção ambiental, sendo regulamentado pelo Decreto 5651, de 19 de julho de 1967. Neste período importantes transformações na cultura jurídica do país surgiam, criando instrumentos legais mais condizentes com as necessidades ambientais, fazendo frente à nova realidade emergente do conceito de proteção e fiscalização dos recursos naturais, que já davam sinais de exaustão.

Dentre estas novas leis, pode-se citar o Decreto 24.643/34 (Código de águas); a lei Federal 3.924/61 (dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos); a lei Federal 4.771/65 (Novo Código Florestal) a lei Federal 5.197/67 (proteção à fauna); o Decreto-lei 221/67 (proteção e estímulo da pesca) e do Decreto-lei 227/67, que deu nova redação ao Código de Minas de 1940.

Com um pequeno efetivo, o Corpo de polícia Florestal foi empregado inicialmente nos parques Estaduais de Vila Velha, Campinhos, Monge da lapa, e a partir dos anos 70, na proteção do parque Nacional do Iguaçu, este, considerado mais tarde pela uNESCo, patrimônio da Humanidade.

a lei 6.774 (organização Básica da pMpR), de 08/01/1976, transformou o Corpo de policia Florestal em Batalhão de polícia Florestal, com estrutura e organização que manteve até o ano de 2005, com a sede administrativa do Batalhão no parque Barigui em Curitiba. Neste período houve grandes avanços na abertura de novos postos ambientais, consolidando a representatividade do poder público com uma abrangência e cobertura maior para atender às ocorrências envolvendo ilícito contra a fauna e flora.

Devido às constantes cheias que castigavam a sede do Batalhão Florestal, houve a necessidade de ser relocado, fato que ocorreu em 2001, com estrutura nova, no parque metropolitano de São Jose dos pinhais, ao lado do rio Iguaçu.

Foi dividido em duas companhias de polícia, cada qual sob o comando de um capitão, sendo uma, para fiscalizar as áreas da região metropolitana da capital do Estado e as áreas do litoral, e a outra, fiscalizava o restante do Estado. a sede administrativa das companhias era junto com a do Batalhão Florestal, ficando a cargo dos pelotões a responsabilidade direta das fiscalizações e ações policiais destacadas nas demais cidades do Estado, onde existia a sede de pelotão.

Claro estava que havia necessidades urgentes na ampliação e reestruturação do então Bpflo, cujas alterações foram implementadas através da lei 14.960, de 21/12/2005, e passou a se denominar Batalhão de polícia ambiental Força Verde, a qual criou ainda mais duas companhias de polícia, deslocando a sede administrativa para serem sediadas em londrina, Guarapuava, paranaguá e Foz do Iguaçu, ampliando definitivamente a presença da polícia ambiental.

a reestruturação do agora Bp amb FV, mais adequado à realidade vivida para a proteção do meio ambiente e de seus recursos naturais, permitiu maior força de fiscalização e controle das ações do efetivo policial destacado, uma vez que a gerência operacional, que se encontra nas mãos dos oficiais do Bp amb FV, está mais próxima diretamente envolvida com a realidade do campo.

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2.1 PRINCIPAIS FATORES DE MUDANÇAS

três fatores foram fundamentais para a mudança na forma de ação do Bp amb FV, entre eles a mudança de mentalidade, que, com a aproximação com o Instituto ambiental do paraná - Iap, começou-se a fiscalizar mais intensamente as ações lesivas ao meio ambiente, antes pouco fiscalizadas, por desconhecimento ou mesmo por falta de equipamentos mínimos de coleta, principalmente nos ilícitos de mineração e poluição.

outro fator foi a captação de recursos através de convênios com instituições públicas e privadas, o que possibilitou renovar a frota de veículos e embarcações, construção de postos- -base para as equipes de fiscalização, além de equipamentos essenciais para o efetivo policial ambiental, como GpS e computadores.

Em meados do ano 2005, foi implementada uma forte política do Estado para aprimorar, aperfeiçoar e nivelar o conhecimento dos agentes de fiscalização, das duas instituições públicas que lidavam com ações ambientais, em especial na área de autuações de multas, que foi o curso Força Verde, realizado em parceria com a uFpR, envolvendo tanto os policiais ambientais com os funcionários do Iap.

Neste curso, foram abordadas questões instigando a adoção de nova forma de interagir e pensar o meio ambiente, transformando as características das ações de fiscalização de policiais ambientais, visando a aglutinação e compartilhamento de conhecimentos, não sendo mais possível coexistirem no mesmo Estado dois órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental. Isso evitaria que duas viaturas de órgãos diferentes, Iap e Bp amb FV, fossem atender ao mesmo chamado ao mesmo tempo, o que seria um desperdício de dinheiro público.

Ficou definido que as ações de fiscalização ambientais seriam atendidas pelo Bp amb FV, já que possui o poder de polícia ambiental, apresentam-se fardados e com viaturas caracterizadas, agindo não só nos casos de poder administrativo nas autuações ambientais, mas também nas competências da esfera penal, prendendo em flagrante, cumprindo mandados de busca e apreensão, diferentemente do pessoal do Iap, que, por vezes, viam-se barrados da entrada dos empreendimentos a serem fiscalizados, fato que dificilmente ocorre com os policiais ambientais.

Em contrapartida, o Bp amb FV apresenta atos fiscalizatórios que raramente são acompanhados pelos fiscais do Iap, como, por exemplo, os crimes de caça, de abuso de animais como rinhas de galo, as incursões na mata densa, para coibir os exploradores clandestinos de palmito e corte seletivo de árvores, dentre outros. Em decorrência do maior risco nestas fiscalizações, o policial fardado, armado, e com o poder de polícia, está melhor preparado do que os fiscais do Iap, que não possuem porte de arma de fogo e não possuem o poder coercitivo de polícia.

Era clara a necessidade da união destes dois órgãos, cada qual realizando o que sabe fazer de melhor, ficando então acordado que as fiscalizações ambientais ficariam a cargo do Bp amb FV, enquanto que as vistorias, licenciamentos e análises laboratoriais ficariam a cargo do Iap.

para estreitar ainda mais os laços destas duas coirmãs, com o interesse único de proteger a natureza, foi implementada uma política de aproximação, onde policiais ambientais estão trabalhando em escritórios regionais do Iap, para, além de atender às denúncias contra crimes ambientais, acompanharem o trâmite dos procedimentos gerados por autos de infrações ambientais realizados pelo Bp amb FV, acelerando assim, a conclusão do processo administrativo.

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2.2 MUDANÇAS NO FOCO DA AÇÃO DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

Com a reestruturação do Bp amb FV, passou-se a pensar nas ações e consequências das fiscalizações realizadas mais sistematicamente. até poucos anos após o ano 2000, as ações de fiscalização ambiental, eram praticamente voltadas para a pesca, a caça e os desmates, muito pouco o Bp amb FV atuava nas mineradoras, ou nas empresas poluidoras, ou de licenciamentos ambientais, pois não havia know how de conhecimento técnico para efetuar estas fiscalizações.

Conforme a política de aproximação com o Iap foi sendo aplicada, houve uma troca de experiências profissionais e compartilhamento de objetivos, e que, apesar de pertencerem a Secretarias de Estado diferentes, o Iap (Secretaria de Estado do Meio ambiente) e o Bp amb FV (Secretaria de Estado de Segurança pública) conseguiram as inter-relações necessárias para aprimoramento das ações policiais de fiscalização e de meio ambiente.

Com isso, os policiais ambientais adquiriram mais informações sobre as questões envolvendo a mineração, poluição e fiscalização com as empresas no quesito licenciamento ambiental, e hoje estão com atuações mais adequadas à necessidade da comunidade que solicita uma atuação rápida dos órgãos ambientais, minimizando os impactos nocivos ao meio ambiente.

2.3 POSTOS AMBIENTAIS

o Bp amb FV conta com 30 postos fixos para o policiamento ambiental, distribuídos pelo Estado de forma estratégica para a operacionalização das ações de fiscalização. além destes postos, existem policiais ambientais designados para trabalharem em parceria em alguns dos escritórios regionais do Iap, dinamizando o atendimento à população e evitando ou minimizando desperdícios crassos, permitindo economia de recursos ao Estado e agilidade no decorrer dos processos administrativos e de atendimentos de ocorrências de denúncias ambientais.

Boa parte das estruturas de trabalho foi conseguida através dos convênios estabelecidos com o Bp amb FV, formando parcerias fundamentais para o crescimento e fortalecimento da instituição como um todo. a figura 1 apresenta os pontos de atuação do Batalhão de polícia ambiental Força Verde.

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FIGURA 1 – Atuação do BP Amb FV

FoNtE: p3/Bp amb FV (2008).

2.4 EFETIVO ATUANTE

as características do policiamento fardado, militarizado para o combate contra os crimes ambientais é uma vertente mundial, pelos próprios riscos inerentes, uma vez que se trata de uma indústria de exploração que muitas vezes é extremamente lucrativa, pois o investimento para se retirar os recursos naturais é baixo em vista das possibilidades de lucratividade.

as ações fiscalizatórias necessitam de um grupo especializado neste tipo de policiamento, pois é necessário se embrenhar na mata, pilotar em rios e realizar abordagens dentro de uma embarcação com extremo perigo, para coibir as pescas ilegais e contra as balsas das mineradoras de areias do leito dos rios.

É preciso enfrentar o crime organizado de contrabando de animais silvestres e de exportação genética da fauna e flora brasileiras; grupos armados que realizam a proteção dos contraventores ambientais; proteção das estradas contra o derramamento através do tombamento de caminhões carregados de produtos tóxicos; fiscalização em empresas potencialmente poluidoras, madeireiras, carvoarias, agrotóxicos, lixo reciclável, orgânico, hospitalar; entre outras, e somente o poder do Estado pode fazer frente a isso com uma força pública disciplinada, organizada e atuante, com plenas condições de fiscalizar os desmandos ambientais.

para tanto, o quadro básico da organização do Bp amb FV possui a previsão de 602 policiais para completar sua implantação administrativa; hoje, o batalhão possui 594 policiais ambientais, trabalhando na proteção dos ecossistemas do Estado do paraná.

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trata-se da maior força pública existente no Estado para fiscalização dos crimes ambientais, e demais ações envolvendo o meio ambiente, como Educação ambiental, Fiscalização preventiva, atendimento de ocorrências através de denúncias, e demais ações de caráter administrativo em decorrência das autuações e prisões realizadas. o quadro 1 demonstra um comparativo de funcionários que atuam no Estado do paraná na fiscalização ao meio ambiente.

QUADRO 1 – Atuação na fiscalização ao meio ambiente no Paraná

FoNtE: Setor de Recursos Humanos das respectivas unidades (2008).

o Iap possui no seu quadro funcional 608 integrantes, no entanto, somente 97 fiscais trabalham diretamente na fiscalização ambiental. também é o caso do IBaMa e ICMBio, que já apresentam um quadro reduzido de funcionários e ainda precisam dividir funções administrativas internas e externas do órgão ambiental.

a maior força de fiscalização do meio ambiente no paraná é o Bp amb FV, levando--se em conta o critério de número de funcionários por Município. além do número, outros fatores são apontados como diferenças fundamentais para o bom desempenho das ações fiscalizatórias. o Bp amb FV é a única instituição que funciona ininterruptamente nas 24hs do dia, para a preservação dos ecossistemas. Nenhum outro órgão do Estado possui esta característica em se tratando de horários disponíveis para a fiscalização ambiental, devido ao trabalho por escalas.

além disso, é a única força pública que trabalha na atuação tanto da esfera administrativa, com a lavratura de multas ambientais, quanto na esfera de competência penal, voltadas especialmente ao cumprimento da lei de Crimes ambientais, lavrando flagrantes de crimes de menores potenciais ofensivos (termos circunstanciados), encaminhando para a Delegacia de polícia para a confecção de flagrantes de maior potencial ofensivo, seja no âmbito estadual ou federal.

por fim, o Bp amb FV representa o poder de polícia nas questões ambientais, com efetivo devidamente fardado, o que somente com sua presença caracterizada ostensivamente, já inibe a ação de dano ambiental e contravenções.

2.5 CONVÊNIOS FIRMADOS ENTRE O BP AMB FV E A INICIATIVA PÚBLICO- PRIVADA

o Bp amb FV, até os anos 90, mantinha-se apenas com as verbas originárias do Estado e repassadas para a pMpR, porém, a prioridade da disposição de recursos sempre favorecia a Segurança pública, voltada para as cidades e a polícia ostensiva em detrimento das ações de fiscalização ambiental, pois a importância maior é a segurança do homem e de sua família, e não, do seu meio.

passou-se a discutir sobre o aproveitamento da ‘onda verde’, onde empresas de iniciativa privada e outros órgãos públicos, que necessitavam da fiscalização ambiental e que tinham

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uma visão ambientalista de preservação, começaram a investir na efetivação e ampliação do então Batalhão Florestal, que já tinha a aprovação popular, por defender o meio ambiente.

o primeiro convênio realizado foi entre o Bp amb FV e o IBaMa, para cuidar da fiscalização do parque Nacional do Iguaçu, o qual demonstrou ser profícuo no desenvolvimento de ação mais eficientes frente às necessidades dos desmandos ambientais. outros convênios firmados foram com o Kfw, Itaipu Binacional, CopEl, Iap, Sanepar, Klabin Celulose, e algumas prefeituras municipais que demonstraram interesse em possuir um patrulhamento ambiental mais presente em seus Municípios e em parceria com os objetivos ambientais recíprocos.

os convênios realizados com o Bp amb FV possibilitaram a construção e o repasse de estruturas físicas para a locação de postos de polícia florestal/ambiental, além da aquisição de viaturas, como barcos, motos, veículos, além de combustível, manutenção dos carros e equipamentos como GpS, computadores, entre outros, permitindo melhor desempenho do patrulhamento da polícia ambiental no Estado.

2.6 O BP AMB FV E A SUA FORMA DE ATUAÇÃO

Como instituição, o Bp amb FV sempre esteve com suas ações voltadas para a fiscalização e repressão contra os crimes ambientais, utilizando para isso os postos ambientais distribuídos no Estado, bem como, as unidades básicas instaladas dentro dos escritórios do Iap, para auxílio nas fiscalizações.

as equipes designadas para a fiscalização ambiental são acionadas a qualquer hora do dia, ininterruptamente, e podem ser solicitadas através de ligação direta para a linha telefônica gratuita 0800.643.0304 - disque Força Verde central, por denúncia realizada para os policiais nos postos que ficam de plantão, ou durante patrulhamento ambiental quando interpelados por denunciantes, ou ainda por meio de ofício (comumente utilizada para atender solicitações de instituições públicas ou de organizações de defesa ao meio ambiente).

os atendimentos realizados pelo Bp amb FV voltados para o crime comum, sem relação com a área ambiental, são em torno de 20% dos números totais, o que denota o caráter ostensivo do policiamento repressivo. as ocorrências atendidas no âmbito do Bp amb FV, entre 2006 e julho de 2008, demonstrando os principais acionamentos das viaturas para policiamento repressivo em atendimento do Bp amb FV, são apresentados no quadro 2.

QUADRO 2 – Principais ocorrências atendidas

FoNtE: p/3 – Bp amb FV (2006, 2007, 2008).

Nem em toda ocorrência atendida pelo Bp amb FV incide em multa, o que é demonstrado no comparativo dos quadros 2 e 3. No ano 2006 foram atendidas 7.225

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ocorrências das quais 3.442 foram multados (pessoas físicas e jurídicas), ou seja: 47,64 % das ocorrências atendidas foram relacionadas com crimes ambientais.

Em 2007 foram atendidas 6.890 ocorrências, e foram realizados 3.829 autuações de caráter ambiental (55,57%). Com os dados ainda não fechados no ano de 2008, foram atendidas 5.028 ocorrências, onde foram autuados 2.963 (58,93%). De todas as ocorrências atendidas, efetivamente só um infrator foi autuado.

Estes dados não incluem atendimentos de rotina para o acompanhamento dos processos administrativos, como notificação para comparecimento e assinatura do termo de Compromisso de Recuperação de área degradada, Verificação do Cumprimento do termo de Compromisso, Entrega de oficio de cobrança, comparecimento em juízo, intimação e depoimento em delegacias para o fechamento completo do ciclo de persecução criminal e do processo administrativo.

Nem toda ocorrência em que são deslocados policiais ambientais em seus patrulhamentos de atendimento, resulta em autuações ambientais; muitas das denúncias, às vezes carecem de maiores dados, em especial as que fazem referência a áreas rurais, que não possuem endereço, ou não é possível localizá-las.

Entre as ocorrências, ainda não se consegue constatar o dano ambiental, pois os policiais ambientais pautam-se nos limites legais de competência. Muitas vezes são acionados através de denúncias, mas, ao chegarem ao local, deparam-se com corte de árvores autorizados, pesca regularizada, poluição não constatada, mineração licenciada, animais exóticos, cujas atividades não configuram crimes ambientais, além de busca e captura de animais silvestre machucados, maltratados, realizando transporte dos mesmos para veterinário para maiores cuidados, isto somente para citar alguns casos, além dos que realizam falsas denúncias.

2.7 ATENDIMENTO REPRESSIVO

a atuação do policial ambiental tem sido de forma repressiva, considerando as denúncias e o cometimento de crimes, sendo repressivas as ações de fiscalização geradas pela iniciativa de policiais ambientais quando em patrulhamento, uma vez que a autuação leva em conta o cometimento da infração, seja de caráter criminal ou administrativo.

o setor responsável pela estatística das autuações realizadas pelo Bp amb FV é denominado de p/3. os dados, desde 2000, são demonstrados no quadro 3, comparando os números de ocorrências atendidas (quadro 2) e o número de autos de infrações lavrados pelo Bp amb FV, bem como os valores referentes às autuações lavradas, apresentadas no gráfico 1.

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QUADRO 3 – Autuações ambientais lavradas pelo BP AMB FV

FoNtE: Dados do setor da p_3/Bp amb FV (2000 a 2008)

GRÁFICO 1 - Infrações lavradas e valores de multas

FoNtE: p/3 – Bp amb FV (2008)

2.8 NOVA REALIDADE DAS AÇÕES DO BP AMB FV

por um bom tempo, as ações da Bp amb FV eram pautadas no atendimento de ocorrências, ou seja: aguardava-se o acionamento, através de denúncias, para então ser deslocada viatura ao local do ilícito. Com o tempo, esta visão de policiamento foi sendo reformulada, repensada, como forma mais eficiente de atuação de policiamento, absolutamente repressivo na responsabilidade ambiental.

Novas vertentes foram surgindo, onde a característica principal deixa de ser apenas o repressivo, e passa a ser o preventivo. alguns projetos surgidos na polícia Militar do paraná, e por consequência também no Bp amb FV, já têm demonstrado que há eficiência na modificação da concepção da atuação da polícia ambiental.

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a fiscalização como instrumento de comando e controle tem sido criticada pelo peso que representa para o Estado, uma vez que sua eficácia depende de um aparato institucional dispendioso, além de propostas de desregulamentação e enxugamento do Estado. (BaRBIERI, 2004)

2.9 INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE CONSERVAÇÃO/PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

alguns instrumentos de políticas públicas têm sido adotados há décadas, para controlar as agressões do meio ambiente, sendo o Brasil mundialmente reconhecido por possuir uma das melhores legislações de caráter ambiental.

apesar disso, ainda está longe de serem cumpridos os requisitos legais mínimos, e grandes são os esforços das autoridades e demais organizações ambientalistas para cobrar e conscientizar, desde os pequenos agricultores para que adotem práticas agropecuárias saudáveis ao meio ambiente, até conglomerados industriais para criarem em suas empresas sistemas integrados de gestão ambiental na cadeia produtiva, desde a extração da matéria-prima até a disposição final.

a regulamentação ambiental deve ser pública e rigorosa, e pode se tornar uma vantagem competitiva para a empresa e o país ao estimular as empresas a adotarem posturas inovadoras de controle. (BaRBIERI, 2004) Grupos ambientalistas, ações individuais e a sensibilidade de setores públicos têm se tornado fortes aliados no cumprimento dos mecanismos legais e das imposições necessárias, para evitar a destruição do habitat terrestre.

Dentre os mecanismos legais destacam-se as áreas de Reserva legal, preservação permanente, as áreas criadas pelo poder público e protegidas como as unidades de Conservação ambiental, as áreas criadas por proprietários particulares, conhecidas como RppN, que criam ambientes protegidos, por meio da assinatura de termo de compromisso e consignado em cartório de registro de imóveis.

3 REVISÃO TEÓRICA

3.1 A ÉTICA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade; é o conjunto de normas de comportamento e formas de vida através do qual o homem tende a realizar o valor do bem. a ameaça ao meio ambiente é uma questão ética porque depende de uma alteração de conduta. (NalINI, 2003)

Com o advento da revolução ecológica, dos conceitos de desenvolvimento sustentável, tem-se consubstanciado a ética ambiental, a qual leva em conta as normas de convivência moral, dos valores de bem, definindo como o comportamento da raça humana com o próprio meio em que vive, com as demais formas vivas e ambientais que constituem a biosfera, em uma teia de vida inter-relacionada.

a ética ambiental, de acordo com Nalini, (2003) vem determinando as ações de políticas públicas nos três poderes (Executivo, legislativo e Judiciário), mudando as políticas em relação ao ambiente, para que a cobrança realizada às autoridades públicas vise o respeito necessário quando da realização de obras públicas, da sanção de novas leis, da fiscalização dos órgãos públicos aos seus subordinados quanto à ética ambiental, onde somente uma nova cultura ambiental poderá coibir a reiteração de práticas lesivas, hoje disseminadas e toleradas.

a ética ambiental deve passar pelo gerenciamento do planejamento das ações das instituições públicas, obrigatoriamente internalizada como plano de metas para soluções e

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mitigação de problemas. É prudente que a administração avalie constantemente e com apoio dos órgãos de fiscalização ambientais do Estado, o cumprimento das legislações acerca do meio ambiente, para se evitar que áreas públicas sejam flagradas cometendo ilícitos ambientais.

Identificar problemas e alertar os dirigentes públicos sobre o problema interno das instituições públicas deve ocorrer, e saná-los urgentemente, com um orçamento público planejado, com sistematização de metas anuais, para os setores públicos e seus funcionários, através de um sistema de iniciativas de autorregulação, modificada para a concepção da exploração da ideia no setor público. (CuNHa e GuERRa, 2005)

a mudança deve começar de dentro para fora, com uma avaliação crítica dos órgãos públicos, realizada pelos fiscais ambientais, incorporando os novos conceitos e técnicas de desenvolvimento sustentável nas práticas adotadas pela administração pública. o exemplo deve partir do próprio Estado, para poder, baseados na ética da administração pública ambiental, cobrar e exigir as soluções.

a percepção da necessidade de conciliar a preservação do ambiente com o desenvolvimento socioeconômico é expressão de inteligência e de cidadania. o país necessita de políticas públicas ambientais consistentes que privilegiem o desenvolvimento sustentável e criem condições para o Estado desempenhar, com habilidade e eficiência, seu papel regulador nas questões ambientais, devendo estar atento às inovações tecnológicas, como a compra de carros bicombustíveis para a utilização em serviço, aproveitamento da luz solar e natural, dentre outros.

Cabe a todo servidor público incorporar a ética ambiental nas suas ações diárias, promovendo melhorias nos setores onde trabalha, com inovação, otimismo e compreensão da importância do seu trabalho como servidor. (DIaS, 2003)

3.2 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

a certificação é uma atividade formal realizada para atestar que uma determinada organização, ou parte dela, ou determinados produtos, estão em conformidade com alguma norma específica. (aBDalla, 2004) É a declaração formal e explícita de que determinada coisa, status ou evento é verdadeiro, emitida por quem tenha credibilidade e tenha autoridade legal ou moral. a certificação deve ser formal, seguindo um ritual e ser corporificada num documento.

a certificação deve ser emitida por alguém, ou alguma instituição, que tenha fé pública, isto é, que tenha credibilidade perante a sociedade. Essa credibilidade pode ser instituída por lei ou decorrente de aceitação social. o certificado é o documento que corporifica a certificação. (VERGuEIRo, 2008)

a certificação começou a ser mais bem pensada após inúmeros acidentes gravíssimos ambientais e com a percepção da sociedade de que o mundo estava mudando, e já não seria mais possível a exploração dos recursos naturais finitos, incompatíveis com o consumismo frenético e da vontade de um consumo e crescimento das necessidades modernas da humanidade cosmopolita.

Na sociedade do consumo em que vivemos, onde a população mundial aumenta em ritmo explosivo, inúmeras conferências e organizações internacionais preparam-se para promover conscientização e buscar soluções em favor da vida, o que culminou na publicação, em 1996, das Normas ambientais ISo 14000. (HaRRINGtoN e KNIGHt, 2001)

a certificação ambiental demonstra que os produtos e serviços realizados respeitam o meio ambiente e é um poderoso instrumento de gestão ambiental, conduzida segundo uma política ambiental, que é o conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação de que

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o poder público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. (BaRBIERI, 2004)

a certificação ambiental preocupa-se com a origem dos produtos, a destinação final dos produtos, a emissão de poluentes, a qualidade do produto e a minimização dos impactos ambientais e seus passivos ambientais gerados. os produtos ambientalmente corretos devem levar em consideração todo o ciclo de vida do produto, para avaliar cada passo subsidiando uma forma de ação mais adequada para cada procedimento a ser adotado pela empresa.

o setor de serviço também procura certificações ambientais, buscando opções mais corretas do ponto de vista ambiental, para permanecer no mercado. porém, a maioria dos setores de serviços ainda se preocupa apenas com a licença ambiental, mas precisam ir além, realizando mudanças nas políticas internas da empresa, observando e avaliando seus métodos e sistemas de produção e atendimento de serviços.

3.3 A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E AS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

a maioria das pessoas ainda se preocupa mais com a razão financeira e econômica, para avaliação de seus gastos, em detrimento da vertente ambiental. por exemplo, os carros bicombustíveis fazem sucesso menos pela questão ambiental do que pelo preço do álcool (mais barato que a gasolina). Enquanto os produtos ecologicamente corretos estiverem mais caros do que os similares que não consideram as questões ambientais, a população permanecerá na obscuridade da ética ecológica. portanto, os produtos e serviços devem promover os meios menos poluentes com uma vantagem econômica para o consumidor.

as instituições relacionadas com privadas e associações sem fins lucrativos, segundo o IpEa (200%), totalizam 338.168 e estão assim distribuídas: 5% na Região Norte, 6% no Centro-oeste, 23% no Sul, 24% no Nordeste e 42% no Sudeste. Em comparação com as demais regiões do Brasil, encontram-se defasadas, necessitando avanços das fundações e associações sem fins lucrativos - FaSFIl, na defesa dos direitos difusos e coletivos.

uma pesquisa do IpEa (2005) mapeou as fundações privadas e associações sem fins lucrativos e revelou que, no Brasil, as ações ambientais ainda permanecem muito mais na responsabilidade para os setores públicos relacionados ao meio ambiente, do que as iniciativas privadas de proteção.

as instituições privadas primeiramente têm sido voltadas para ações religiosas (25%), direitos humanos (18%), associações patronais e profissionais (17%), culturais (14%), sociais (12%), educação (6%) e outras. (6%) as de cunho ambiental ainda têm sido relegadas a menor importância, as quais, somadas à habitação e saúde, representam apenas 2% das fundações e associações sem fins lucrativos, têm sob seu escopo algum envolvimento com as questões ambientais.

a maioria das fundações e associações encontra-se nas regiões mais desenvolvidas e nos grandes centros urbanos. o caráter da segurança das ações que envolvem diretamente o ser humano está mais presente do que aquelas sobre o seu ambiente, priorizando os relacionamentos humanos e de suas necessidades imediatas básicas e diretas.

as discussões e soluções da vertente ambiental passam, necessariamente, pelo controle dos órgãos públicos afins na esfera ambiental, enquanto que a população em geral procura, ainda, defender seus interesses como cidadão. Esta concepção está mudando aos poucos, mas precisa de maior envolvimento de ações de políticas públicas incentivando e informando com qualidade sobre as questões ambientais, bem como as iniciativas privadas precisam estar mais engajadas na defesa dos direitos coletivos do meio ambiente, respaldando as ações públicas ou se for o caso, cobrando e denunciando atos lesivos ao meio ambiente.

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3.4 LICENÇAS AMBIENTAIS NO ESTADO DO PARANÁ

o Estado do paraná, segundo o Iap, (2008) tem demonstrado significativo avanço no número de licenças ambientais concedidas, mas não há dados plenamente confiáveis, da condição necessária para que todas as empresas que sejam consideradas poluentes estejam absolutamente em dia com suas licenças ambientais, devido à dificuldade de fiscalização constante nestes empreendimentos.

o que tem acontecido geralmente é o contrário; primeiro a empresa se instala e começa a funcionar, para depois procurar os órgãos ambientais do Estado para a regularização das licenças ambientais.

Importante notar que, no fato de uma empresa se licenciar ambientalmente, nenhuma correlação existe com a certificação da ISo 14000, ou similar, pois o licenciamento ambiental é condição sine qua non, exigível para poder se instalar e iniciar sua produção ou serviço, obrigatoriamente para empresas potencialmente poluidoras, conforme estabelecido em legislação própria.

Enquanto que, para a obtenção da certificação ambiental, não necessariamente precisa de licença ambiental, como o caso de empresas onde a previsão legal não exige a licença ambiental por não serem consideradas potencialmente poluentes. portanto, é possível a existência de empresas com certificação ambiental, porém, sem licenciamento ambiental.

3.5 EMPRESAS E A ACREDITAÇÃO DO INMETRO

Segundo dados oficiais do INMEtRo, (2008) no Brasil existem 17 empresas acreditadas que podem conferir a outras organizações a ISo 14000, após cumprir todas as etapas previstas para a certificação ambiental. 11 encontram-se no Estado de São paulo, 3 no Rio de Janeiro, porém, uma delas encontra-se desativada; 1 na capital do Estado do paraná, Curitiba, 2 organizações fora do Brasil, sendo uma nos Estados unidos e outra na Itália.

Essas organizações de fato são as que efetivamente estão autorizadas, no Brasil, para conferir e acreditar determinada empresa com a certificação ISo conforme a convenção internacional. as empresas que buscam a certificação ambiental precisam de consultoria para a implementação e assessoramento, o que eleva o preço da emissão das certificações, o que pode dificultar ou inviabilizar.

apesar de a adesão à certificação ISo 14000 ser voluntária, é praticamente obrigatória para a comercialização internacional, onde a visibilidade de preservação ambiental é fundamental, sendo ponto favorável para a aquisição do comprador de um produto limpo, saudável, de fabricação responsável e consciente.

a consciência por um mundo melhor, de mais respeito à Natureza, passa necessariamente pelo clivo de políticas públicas e internacionais, barrando o comércio e a compra de produtos fabricados sabidamente de empresas vinculadas a atos imorais e contrários à ética e à dignidade das pessoas e do meio ambiente.

as Normas ISo foram um passo importante no cenário mundial, demonstrando que os países e as empresas precisavam falar a mesma língua na gestão dos recursos naturais. Infelizmente, tais ajustes visam o maior lucro do capital, onde felizmente para as futuras gerações, a defesa ambiental se transformou em uma fonte de bons negócios, e a preservação começou a dar mais lucros e dividendos do que a destruição ambiental.

3.6 EMPRESAS DO PARANÁ QUE POSSUEM A ISO 14000

Segundo o INMEtRo (2008), 54 empresa no paraná possuem a cerificação ISo 14000, sendo 34 concentradas em Curitiba e região metropolitana. apesar de o Estado contar apenas

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com o tECpaR como instituição de acreditação, apenas 18 empresas realizaram o processo de certificação com esse instituto, a maioria buscou outras organizações acreditadas para a implantação da ISo 14000.

Considerando que a Junta Comercial do Estado do paraná registra 1.600.000 empresas comerciais, o número de empresas certificadas é pequeno, sendo que, em geral, as certificações são na área da produção industrial, de grandes empresas.

Constata-se que apenas 18 Municípios dos 399 existentes, possuem uma empresa com certificação ambiental, demonstrando que as pequenas comunidades rurais e empreendimentos de pequeno e médio porte não têm possibilidade de fazer parte de um seleto grupo de certificados.

uma legislação específica como política de incentivo é muito importante para a ampliação deste quadro de certificações ambientais, bem como a demonstração às empresas da importância em participar desta evolução na forma de sensibilização dos altos executivos e do envolvimento dos funcionários como parte da conscientização ambiental no âmbito da empresa, promovendo a segurança e bem-estar do meio em que vivem.

3.7 EMPRESAS NO BRASIL QUE POSSUEM A ISO 14000

Segundo dados de 31/12/2006 do INMEtRo, 693 empresas em todo o Brasil estavam certificadas pelas normas ISo 14000. Dados mais recentes divulgados pelo QSp em 2008 apresentam 817 empresas certificadas, onde o paraná no cenário nacional, conta com 6,6% do total das empresas certificadas pela ISo 14000.

a certificação, da forma como vem sendo dimensionada, tem sido um fator de exclusão, não pela norma em si, mas pela inviabilidade devido aos altos custos envolvidos, ainda que os organismos acreditados profiram que a certificação é voluntária e inclusiva e ao alcance de todos, sob pretexto de influenciar a decisão da direção empresarial.

Nesta pesquisa procura-se demonstrar que o custo da certificação ambiental para a implementação da ISo 14000 está muito aquém da maioria das empresas de pequeno e médio porte, que gostariam de obter uma certificação ambiental, mas os custos para a obtenção da certificação ISo 14000 são altos demais.

Com o escopo de subsidiar com dados importantes, verificou-se, em caráter informal, que algumas empresas possuem a ISo 14000 no paraná, não se detendo em informações de custos. porém, a principal comparação de dados será em relação ao efetivamente gasto, considerando-se apenas os valores diretamente envolvidos no processo de certificação.

3.7.1 CUSTOS PARA A OBTENÇÃO DA CERTIFICAÇÃO

algumas empresas que possuem a ISo 14000 no paraná, repassaram, em consulta informal, os valores gastos na obtenção da certificação. tais valores são citados como exemplos e não, como padrão regular.

o gasto da empresa HElISul para a obtenção da ISo, considerando transporte de passageiros, voos panorâmicos, serviços aéreos especializados e serviços de manutenção de aeronaves próprias e de terceiros, com sede em Curitiba e sucursal no Município de Foz do Iguaçu, foi de aproximadamente R$ 100.000,00.

a tRaNSpoRtEC, que atua no ramo de transporte de resíduos, gastou em torno de R$ 25.000,00, com equipamentos, serviço de coleta, transporte e disposição final de resíduos orgânicos, resíduos industriais e comerciais. a EaDISul, que lida com setor de apoio governamental nos procedimentos de importação e exportação de cargas secas por via rodoviária, gastou R$ 75.000,00.

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observa-se que a informação mais difundida entre a população, é a de que a adesão às normas ISo 14000 é voluntária, mas não gratuita. Existem custos para sua implementação e auditorias, pagas aos organismos certificadores, cujos valores variam muito dependendo do que será certificado, que tipo de empresa, tamanho, número de funcionários, dentre outros. (HaRRINGtoN e KNIGHt, 2001)

o quadro 4 apresenta os valores gastos por algumas empresas com a certificação ambiental. os custos com auditorias ambientais, considerando o tamanho do empreendimento são representados no quadro 5.

QUADRO 4 – Valores gastos para obter a certificação

FoNtE: adaptado de Magnani, Ferreira e Souza, 2002

QUADRO 5 – Custos com Auditorias para a certificação ISO 14000

FoNtE: Harrington e Knight, 2001.

além dos valores para a implementação da certificação ambiental, a empresa certificada deverá contar com auditorias de acompanhamento a cada seis ou doze meses, e auditorias de renovação da certificação ambiental a cada ano, para a empresa como um todo, ao contrário das licenças ambientais que são conferidas pelo Estado, onde para cada local há uma licença ambiental própria.

3.7.2 FRAGILIDADE DA NORMA ISO 14000

alguns autores questionam alguns aspectos da certificação ISo 14000, pois as empresas detentoras da certificação ambiental, necessariamente não terão que cumprir procedimentos padronizados para obter certo nível de desempenho, e poderão, em atividades semelhantes, ter desempenho ambiental diferente, porém terão que cumprir os requisitos necessários das normas ISo 14000, que é o cumprimento da legislação, requisito obrigatório. (GoKE, IGNES NEto, 2006)

a adoção de políticas públicas, como sustentáculo nas legislações ambientais do Estado, nos atributos do conhecimento científico ecológico, e como complemento para a utilização das normas ISo 14000, permitirá um melhor controle das empresas e áreas passíveis de certificação ambiental.

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De acordo com Jardim, (1997) a certificação tem por objetivo atestar, através de uma entidade independente, que um sistema, produto ou serviço está de acordo com requisitos especificados em uma norma ou regulamento técnico. Moura (1998) corrobora este autor ao afirmar que a certificação é uma atividade formal realizada para atestar que uma determinada organização ou parte dela, ou que determinados produtos estão em conformidade com alguma norma específica.

Entende-se que a certificação ISo 14000 é positiva, em termos de imagem, competitividade no mercado, valorização dos produtos, envolvimento dos funcionários, ampliação da consciência ambiental através da mídia, e para despertar altos executivos para a preocupação com a questão ambiental. (VallE, 2004) porém, o papel de controlador, regulador, fiscalizador do Estado, é fundamental para cobrar das empresas a adequação aos limites impostos sobre poluição, procurando soluções contínuas em suas ações para a segurança ambiental desejável.

4 PROPOSTA DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL PELO BP AMB FV

Nesta etapa descreve-se uma forma de certificação, a ser conferida pelo Bp amb FV, iniciando com a fase de identificação das potencialidades em campo, pelos policiais ambientais fiscais, levantamento de dados circunstanciados em relatório simplificado; culminando com a fase de encaminhamento para as câmeras técnicas para a apreciação do mérito e da viabilidade de concessão da certificação, bem como orientações para o local vistoriado, sendo áreas rurais, ou empreendimentos de pequeno ou médio porte.

4.1 ROTULAGEM AMBIENTAL

a rotulagem ambiental é praticada por muitos países, variando conforme a sua abordagem e objetivos e visa a orientar as organizações na expressão das características ambientais de seus produtos. o resultado esperado é a melhoria da qualidade dos produtos contra barreiras comerciais não tarifárias.

um rótulo ambiental deve fornecer informações sobre produtos e serviços, ressaltar suas características ambientais, e o consumidor, por consequência, deve ter acesso aos atributos ambientais divulgados nos produtos e serviços que adquire. podem ser explicitadas por meio de símbolos, declarações ou gráficos marcados sobre o produto ou sua embalagem, podendo ainda constar em boletins técnicos, anúncios, publicidade, dentre outros. (VallE, 2004)

as áreas ou empresas certificadas pelo Bp amb FV, poderiam utilizar o símbolo do seu brasão, sendo uma chancela diferenciada de seus competidores. porém, este é um assunto que deve ser mais discutido e circunstanciado em nível interno, entre o Comando do Bp amb Fv e Estado, para verificar sua viabilidade.

4.2 O ESTADO COMO CERTIFICADOR

ainda que fosse interessante para as pequenas e médias empresas que seus produtos e serviços estivessem atrelados à imagem de preservação ambiental, seria inviável, no atual modelo de certificação ambiental, a ISo 14000, pelos altos custos em relação à capacidade de pagamento.

Há carência de uma forma singular, que funcione como uma ponte entre estas duas realidades distintas; por um lado, os custos da implementação da ISo 14000 e por outro, o licenciamento ambiental de caráter obrigatório imposto pela legislação, concedido e fiscalizado por órgãos do Estado.

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o Estado pode e deve trabalhar com a ideia de ir além de suas atribuições rotineiras, pois a máquina pública é lenta, e leva certo tempo para incorporar novas ideias e conceitos para acompanhar as inovações tecnológicas e, assim, poder atender aos anseios do maior contingente de pessoas.

a certificação ambiental surgiu de uma necessidade mundial, e o Estado deve agir e ir além das ações da fiscalização e licenciamentos ambientais, regularizando empreendimentos potencialmente poluidores, adotando uma política pública de regulação, com parâmetros legais, como forma de regulação, e limites, como forma de indicadores ambientais.

os indicadores utilizados são aqueles das normativas estabelecidas, no âmbito estadual, pelo Iap, SEMa, e no âmbito federal, o CoNaMa, IBaMa, dentre outras legislações ambientais pertinentes. o Estado, além do papel de controlador, delimitador e regulador, tem a função de fiscalizar para constatar se as legislações ambientais estão sendo cumpridas. para que isso aconteça, o poder de polícia é fundamental, em especial para os casos da fiscalização ambiental as quais são promovidas pelo Bp ambFV, maior força pública de fiscalização em nível de Estado.

4.3 FISCALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO

a fiscalização é uma rotina diária nas atividades o Bp amb FV, onde seus policiais ambientais, investidos do poder de polícia e fiscal da legislação ambiental, transitam por indústrias, comércios e propriedades rurais, conferindo se as condicionantes legais estão sendo cumpridas na íntegra, no intuito de identificar situações que coloquem em risco o meio ambiente.

a proteção ao meio ambiente deixa de ser uma exigência punida com multas e sanções e inscreve-se em um quadro de ameaças e oportunidades, em que as consequências passam a significar posições na concorrência e permanência no mercado. (DoNaIRE, 1999) Nesta ótica, o Estado passaria a agir promovendo a inclusão da certificação ambiental nas políticas públicas, permitindo que pequenas e médias empresas a obtivessem.

o Estado não somente utilizaria o poder punitivo, restritivo, mas também prestigiaria aqueles que com seus atos voluntários de preservação ambiental, se adequassem às normas, que já são de caráter obrigatório.

Durante a fiscalização rotineira exercida pelo Bp amb FV, realizam o levantamento de dados respectivos à ocorrência a que foram atender de forma compartimentalizadas, ou seja, cada equipe de fiscalização se atém somente a um fato específico, atendendo ao chamado, por exemplo, de poluição, mas não percorre toda a propriedade verificando demais danos, pois a condição atual é de resposta à denúncia feita, ficando de fora outros aspectos importantes no que tange aos impactos ambientais negativos.

atualmente o Estado preocupa-se com o atendimento de ocorrências ambientais, policiando e fiscalizando de forma isolada, o que gera uma série de gastos com combustíveis, pessoal, manutenção, diárias, além do tempo com retornos de tempos em tempos para as mesmas áreas fiscalizadas, porém, com focos diferentes da ação.

Com uma nova concepção, o Estado deixaria de ser meramente sancionador e passaria a ser um concessor de certificação, atestando que determinada área ou empreendimento, estão em conformidade legal e apresentam satisfatórios índices de qualidade ambiental, com informações simples coletadas por policiais fiscais durante suas incursões a campo no atendimento de denúncias.

assim, propõem-se dois tipos de policiamento ambiental: um, voltado para fiscalizações de acionamento de chamada, e outro, vistoriador, o qual fará um levantamento minucioso,

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anotando em relatório próprio suas considerações, e o encaminhará para apreciação da câmara técnica, que, juntamente com a verificação documental, como licenças ambientais e autuações ambientais, julgará a viabilidade de concessão da certificação ambiental.

o quadro 6 demonstra um fluxograma de atuação da câmara técnica e do processo de certificação ambiental.

QUADRO 6 – Processo de Certificação Ambiental do BP Amb FV

4.3.1 COLETA DE DADOS

o processo de coletas de dados se dará da seguinte forma: o policial ambiental em suas visitas a campo, levantará todos os dados necessários para a avaliação da câmara técnica, realizando relatório circunstanciado, contendo dados básicos de fiscalização ambiental, observando as áreas e empreendimentos potenciais e exemplares para a concessão de certificação ambiental.

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para as áreas rurais, alguns critérios devem ser adotados para a coleta de dados e a atenção do policial vistoriador, que, ao iniciar sua fiscalização, apontará no relatório as suas percepções em relação à legislação ambiental, os indícios da saúde ambiental e do equilíbrio do ecossistema, suficientes para a adequação da área em questão.

Deve observar: as áreas de preservação permanente - app; se a propriedade apresenta sinais de assoreamento e perda de solos agrícolas; se a área de Reserva legal – Rl, está devidamente averbada; se existe presença de espécies exóticas invasoras na propriedade dominando estes ambientes; a agricultura é familiar, tamanho da propriedade, localização georreferenciada, se possui agricultura orgânica, se existe plantio em curva de nível em cultura extensiva, agrônomo responsável pelo receituário de agroquímicos; presença ou não, de indícios de contaminação ambiental; no caso de pecuária, perceber se as app e Rl estão isoladas com cercas, ou com outro meio que impeça a entrada de animais domésticos, entre outros fatores que deverão ser qualificados no relatório.

Efetuar uma caminhada principalmente nas áreas de vegetação nativa, percebendo alguns indicadores de saúde e equilíbrio ambiental, como a presença de bromélias, lianas, cipós, orquídeas, fungos, líquens, insetos, aranhas, anfíbios, pássaros, entre outros, a presença de serrapilheira, variabilidade de espécies de árvores nativas, e tipologia florestal.

Estes atributos são genéricos e dependem da atenta observação do agente fiscal/vistoriador para coletar e anotar o maior número de dados possível, para fundamentar a avaliação a ser realizada pela câmara técnica. Deve elaborar um relatório para as equipes de campo, salientando que estes dados já fazem parte da rotina de atuação da equipe fiscal, acostumados a perceber e compreender tais indicadores ambientais.

para os empreendimentos, devido ao grande número existente e as variadas formas de atuação, não é possível discriminar um a um neste momento, carecendo de trabalhos futuros. o que efetivamente se procura é demonstrar que o tratamento e as informações coletadas em campo dependerão da constatação in loco e poderão precisar ainda de informações adicionais.

Quando empresas utilizarem recursos naturais e efetuarem lançamento de resíduos no meio ambiente, necessitam de comprovação de qualidade ambiental e exames laboratoriais complementares para comprovar que não poluem o meio ambiente e estão em conformidade com os índices previstos em lei, que podem ser relacionados com a poluição sonora, particulada, de análise de água, de resíduos, entre inúmeros outros.

além disso, deve-se verificar as licenças ambientais, eventuais processos de multas ambientais, ou seja, os atributos de conformidade legal. Devem ser vistoriados para posterior análise dos empreendimentos atributos como: o uso de veículos de biocombustíveis, uso de lâmpadas com maior eficiência energética, realização de coleta seletiva e reciclagem, uso de fontes renováveis de energia alternativa, aproveitamento de luz solar, uso de torneiras e lavatórios com torneiras inteligentes, reutilização da água, utilização de papel reciclado e produtos ecologicamente corretos, se a empresa possui áreas verdes, dentre outros.

outros apontamentos poderão ser utilizados, a critério da câmera técnica, e conforme o conhecimento científico específico àquela atividade.

4.4 A CÂMARA TÉCNICA

Sugere-se a criação de câmaras técnicas em cada companhia de polícia ambiental, preferencialmente nas cidades sede: paranaguá, londrina, Guarapuava, Foz do Iguaçu e mais a composição da câmara técnica central com a sede no complexo do Bp amb FV, em São

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José dos pinhais, que será composta pelo pCS e irão concentrar as decisões do colegiado que a compõe, permitindo a avaliação, julgamento, concessão e arquivamento dos processos de certificação ambiental.

a câmara técnica, de caráter consultivo, será o colegiado responsável pelas seções de julgamento e avaliação dos processos de certificação ambiental a ser conferida pelo Bp amb FV, e a sua principal função é a realização do relatório conclusivo, atestando a subsistência ou não, da certificação.

a principal finalidade da câmera técnica será a de orientar a decisão final do processo a ser emitida pelo Comandante do Bp amb FV, o qual será orientado e conferido pelo oficial p/3, emitindo suas considerações para encaminhamento à apreciação do comandante do Bp amb FV, para a decisão final de concessão ou não, da certificação ambiental.

ou seja: a anuência final será do Comando da unidade de fiscalização do policiamento ambiental, podendo solicitar novas avaliações, ou sugerir mudanças no local vistoriado antes de proferir sua decisão final.

4.4.1 COMPOSIÇÃO DA CÂMARA TÉCNICA

a câmara técnica deverá ser composta pelo oficial comandante mais antigo da Cia., um oficial da área de comando da localidade vistoriada para presidir o conselho da câmera técnica, por um ou mais policiais fiscais vistoriadores, por um integrante de uma oNG com atuação voltada à preservação ambiental, por um integrante de áreas de estudos diretamente correlatas com as ciências ambientais, preferencialmente graduado e professor de Faculdade da região de comando da Cia., e um representante da Secretaria Municipal de Meio ambiente, ou equivalente, do Município onde será concedida a certificação.

além destes integrantes, quando houver a necessidade de compor a câmara técnica para discutir e avaliar ações de difícil entendimento e compreensão pelos integrantes da câmera, deverão solicitar ao presidente da Câmara que oficie a um órgão público que possua o técnico na área específica procurada, para orientar e fundamentar a decisão do colegiado.

a câmara técnica, portanto, deve ser participativa, envolvendo de uma forma direta a sociedade, através de seus representantes, quer seja pelos integrantes de faculdades e universidades, quer seja através de organizações não governamentais, para ter-se uma avaliação mais justa e equitativa, que atenda aos interesses da própria sociedade.

4.4.2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DA CÂMARA TÉCNICA

a câmara técnica deve observar o princípio da simplicidade na emissão e fundamentação dos pareceres do processo e os princípios de celeridade na avaliação dos processos, embasados em relatório de campo detalhado. Reduzindo o tempo de avaliação e votação dos processos, permite maior abrangência de avaliação das certificações a serem emitidas pelas câmaras técnicas.

os procedimentos deverão ser referenciados através de votação oral. os pareceres e votações das câmaras técnicas deverão ser objetivos e concisos, evitando-se clichês e filosofismos desnecessários, com excesso de papéis que somente dificultam a observação e mensuração dos processos.

o excesso de formalismos e burocracia tende a dificultar o alcance do objetivo, que é a participação daqueles que obtêm a certificação ambiental, como agente multiplicador da conscientização ambiental.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

o principal objetivo deste estudo foi alcançado, ou seja, apresentar o escopo de uma proposta de certificação ambiental do Bp amb FV, teoricamente fundamentada. Esta proposta é apenas o lançamento de uma ideia que não se encerra aqui, mas que carece de aprofundamento do estudo, cuja compreensão deverá ser acrescida com a experiência adquirida com cada câmara técnica.

tal processo de certificação preconiza uma forma mais dinâmica e livre de absorver conhecimentos e identificar as potencialidades de certificação para cada região do Estado, considerando-se um meio de coexistir ambientalmente.

Espera-se que estas ideias possam servir como um fator motivador de mudança e de perspectiva de novos horizontes, sem medo de desafios e de trilhar por caminhos desconhecidos, objetivando assegurar que os pequenos e médios empreendimentos possam ser certificados pelo Estado através do Bp amb FV, assegurando que a fiscalização possa efetuar um papel mais inclusivo, e não apenas no papel sancionador de multas, utilizando-se o poder repressivo do Estado.

a certificação, como entendida, pressupõe o atendimento de um conjunto de normas, e regras a serem executadas, padronizando indicadores e métodos.

a real intenção da apresentação desta proposta é a de aproximar as ações de fiscalização, com um lado compreensivo dos que procuram preservar e seguir os ditames regulamentares legais. porém, a fiscalização permanecerá atenta aos que com seus atos lesivos destroem a natureza, e o poder sancionador continuará presente, garantindo a qualidade ambiental aos habitantes do Estado do paraná.

Sugere-se para complemento desta proposta, futuros trabalhos na elaboração de modelo de relatório ambiental circunstanciado, ementário do planejamento para a realização da capacitação dos fiscais e integrantes da câmara técnica, e elaboração de plano-base com os parâmetros a serem observados como indicadores de qualidade ambiental.

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