proposta de desenvolvimento de um protótipo de laboratório remoto aplicado ao ensino de física

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Relatório Parcial de Atividades (1ºe 2º Semestres) Uma Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto aplicado ao Ensino de Física Moderna Projeto de José Neres de Almeida Jr. Orientador: Prof. Dr. Hermes Renato Hildebrand TIDD – PUC-SP – Mestrado – Programa de Pós-Graduação TIDD

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Page 1: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Relatório Parcial de Atividades(1ºe 2º Semestres)

Uma Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto aplicado ao

Ensino de Física Moderna

Projeto de José Neres de Almeida Jr.Orientador: Prof. Dr. Hermes Renato Hildebrand

TIDD – PUC-SP –Mestrado – Programa de Pós-Graduação TIDD

São Paulo, 2014

Page 2: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

SumárioResumo................................................................................................................................................. 31 Tema:............................................................................................................................................. 4

1.1 Laboratório Remoto e o Ensino de Física Moderna..........................................................4

2 Problema:...................................................................................................................................... 4

2.1 As dificuldades práticas: das simulações no ensino de física ao laboratório remoto...4

3 Estado da Arte.............................................................................................................................. 84 Justificativa................................................................................................................................. 175 Objetivos da Pesquisa...............................................................................................................19

5.1 Objetivos Específicos.........................................................................................................20

6 Hipótese...................................................................................................................................... 20

6.1 Estratégias para adequação de laboratório remoto como instrumento de utilização complementar a aulas presenciais...............................................................................................20

7 Fundamentação Teórica............................................................................................................22

7.1 Introdução........................................................................................................................... 22

7.2 WebLab................................................................................................................................ 23

7.2.1 Arduino No WebLab....................................................................................................25

7.2.2 O Que o Webduino traz de novo................................................................................26

7.3 Procedimentos....................................................................................................................28

7.3.1 Introdução...................................................................................................................28

7.3.2 Descrição do WebLab-Deusto...................................................................................29

7.3.3 Coleta de Dados..........................................................................................................36

7.3.4 Segurança.................................................................................................................... 37

8 Metodologia................................................................................................................................. 37

8.1 Resultados Esperados.......................................................................................................42

8.1.1 Implementação e Testes de Funcionamento............................................................43

8.1.2 Teste de Funcionamento do Experimento................................................................43

8.2 Resultados Obtidos até o momento..................................................................................43

8.3 Próximas Etapas.................................................................................................................44

Referências Bibliográficas.................................................................................................................45ANEXO................................................................................................................................................. 48

ANEXO 1.......................................................................................................................................... 48

Interface de Controle Remoto....................................................................................................48

Programação para a Interface de Controle Remoto................................................................48

ANEXO 2.......................................................................................................................................... 59

Programação no Arduino...........................................................................................................59

ANEXO 3.......................................................................................................................................... 66

Experimento Físico..................................................................................................................... 66

2

Page 3: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Uma Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto aplicado ao Ensino de Física Moderna

Mestrando: José Neres de Almeida Junior – RA00005091

Orientador: Hermes Renato Hildebrand

Resumo

Este trabalho visa apresentar o projeto educacional Webduino e suas

características, dentro do contexto do uso de um Laboratório Remoto aplicado ao

ensino de Física Moderna, ou seja, um laboratório de sensoriamento remoto que se

desenvolve na PUC/SP, focado portanto no ensino de conteúdos de Física, e que

para tanto, é necessário que esteja adequado a um ambiente virtual de ensino e

aprendizagem (ou simplesmente, ambiente virtual de aprendizagem, AVA). No

ambiente a ser elaborado, o laboratório remoto pretende desenvolver recursos

didáticos que permitam utilizar a placa Arduino aplicada ao Ensino de Ciências, em

particular no Ensino de Fìsica, em nível Médio e Superior, quer seja em

Licenciaturas e quer seja em Educação Continuada de Professores, inserindo os

projetos na conhecida “Rede de Sensores” disponíveis na Web. A plataforma de

desenvolvimento selecionada para o gerenciamento dos experimentos é o WebLab-

Deusto, por sua inteligibilidade, funcionalidade e segurança. Devido às questões

estruturais de um Laboratório Remoto, portanto também é necessário que a

plataforma de desenvolvimento e acionamento do experimento esteja inserida dentro

do Ambiente Virtual a ser modelado, dentro de parâmetros que possibilitem ao

usuário a aprendizagem dos conceitos físicos trabalhados e das experiências que

ele venha a controlar e coletar os dados para posterior análise. Para tanto, será

construída, dentro deste projeto, além do experimento que especifica o laboratório

remoto, também o ambiente virtual para contemplar as necessidades pedagógicas e

educacionais para o ensino e aprendizagem dos conceitos físicos advindos da

experiência que o usuário esteja realizando.

PALAVRAS-CHAVE: Arduino, Weblab-Deusto, Laboratório Remoto, Ensino de

Física, Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Page 4: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto aplicado ao Ensino de Física Moderna

1 Tema:

1.1 Laboratório Remoto e o Ensino de Física Moderna

O tema do trabalho em questão é a montagem de um protótipo e das

arquiteturas necessárias para o desenvolvimento de um laboratório remoto como

complementação, para aulas presenciais, e auxílio à abordagem de tópicos de

Física Moderna, seja experimental, seja teórica. Para tratar a questão, é necessário

se compreender primeiramente o que é um laboratório remoto, também denominado

WebLab. O objetivo de um laboratório remoto é possibilitar a realização e controle

em tempo real de experimentos, usando como meio a internet. Esse ambiente, a ser

desenvolvido, tanto pratica, quanto teoricamente, deverá ser testado em suas

funções e futuramente validado em aplicações ligadas ao ensino de Física.

2 Problema:

2.1 As dificuldades práticas: das simulações no ensino de física ao

laboratório remoto.

Os resultados da aprendizagem do aluno (CLOUGH, 2002) podem ser

impactadas pelas práticas experimentais, e pela forma como ela é conduzida em

sala de aula; isto é, as práticas experimentais em sala de aula somente terá um

impacto maior, desde que não se recaia nos problemas das aulas expositivas

tradicionais, com giz e lousa, que pouco estimula a criatividade e o envolvimento dos

aprendizes (SIEVERS, 2012). Dentro desta perspectiva, os laboratórios são

utilizados para fornecer uma prova de que os princípios teóricos podem ser

demonstrados na prática. Quando usado adequadamente, eles podem entusiasmar

motivar e inspirar estudantes.

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Page 5: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Para tanto, um laboratório de ensino requer compromissos de tempo, de

espaço e de financiamento para aquisição, instalação e manutenção de

equipamentos e, em seguida acomodações para os alunos. Por outro lado, uma das

questões de uso do laboratório de ensino é o espaço físico, o qual é determinante

para realização de cortes para limitação do número de vagas nas escolas. Sendo

assim, é possível propor uma solução ao problema através da utilização de

tecnologia para aumentar os recursos didáticos. Mas como aplicar o uso da

tecnologia como forma de investigação dos conceitos trabalhados em um laboratório

de ensino, presencial?

Uma possibilidade seria o uso de simulações, já que permitem a interação

com modelos que representam o comportamento de processos e experimentos nem

sempre visíveis a olho nu, dependendo do modelo teórico utilizado, além de ser

possível a alteração de parâmetros na simulação, permitindo a comparação do

comportamento representado em relação ao comportamento do fenômeno no

mundo real. Em relação a função da simulação, para Studart (2010),

A principal função da simulação consiste em ser uma efetiva ferramenta de aprendizagem, fortalecendo bons currículos e os esforços de bons professores. A finalidade de uso pedagógico da simulação pode ajudar a introduzir um novo tópico, construir conceitos ou competências, reforçar ideias ou fornecer reflexão e revisão final (STUDART, 2010).

Em contrapartida, caso não se reflita na adequação da simulação ao

experimento real, pode-se induzir o aluno a pensar que a simulação represente a

realidade, o que se configura como um erro de conceito, já que a simulação, por

mais atraente que seja, é uma representação de um modelo matemático, o qual por

sua vez, descreve um modelo físico, ou seja, uma interpretação da realidade.

É preciso ter-se em mente que o ponto de partida de toda simulação é a imitação de aspectos específicos da realidade, isto significando que, por mais atraente que uma simulação possa parecer, ela estará sempre seguindo um modelo matemático desenvolvido para descrever a natureza, e este modelo poderá ser uma boa imitação ou, por outras vezes, um autêntico absurdo. Uma simulação pode tão somente imitar determinados aspectos da realidade, mas nunca a sua total complexidade (MEDEIROS 2002).

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Page 6: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Também por isso, por ser uma representação da realidade, muitas

simulações não incluem fatores práticos dos próprios experimentos, como as fontes

de incertezas e erros, os quais alteram o resultado real. Dependendo do tipo de

experiência, os tipos de erros se analisados poderiam contribuir a uma análise mais

rica do próprio fenômeno, além da descoberta de outras relações entre o

experimento em si e outras propriedades, submetendo o aluno a um mundo onde

poderá encontrar perturbações nos sistemas estudados ou erros de aferição dos

equipamentos. Por isso, segundo Hanson (2009) objetos de aprendizagem virtuais,

que simulam situações reais através de dados pré-gravados, tem recebido críticas

dos alunos e educadores. Com isso, algumas simulações apresentam o mesmo

resultado, pois não incluem o erro experimental, que pode ser ocasionado pela

calibração dos equipamentos.

Em um Congresso sobre ensino e internet (INTER-UNIVERSITY, 2008), os

desenvolvedores de simulações, concordaram sobre as dificuldades de criar um

programa de computador para simular um processo de forma realista.

Outra forma de se utilizar a tecnologia é utilizando experimentos apenas com

hardware. Nesta direção, uma abordagem alternativa é fornecer laboratórios de

acesso remoto, alternativa que vem apresentando uso cada vez mais crescente no

exterior, pela crescente disponibilidade e capacidade dos computadores pessoais,

como é o caso (apud SIEVERS JUNIOR et al, 2012):

do uso de laboratórios remotos em ciências ambientais e ecológicos (KREHBIEL, 2003), mas são encontrados principalmente nos departamento de engenharia, por exemplo química (SELMER, 2007), elétrica (LANG, 2007) e (LOWE, 2009) e mecânica (WEIGHTMAN, 2007), além de física (HANSON, 2009).

O que atrai também ao uso do laboratório remoto é também a possibilidade

de acesso via internet ao experimento real, de modo que as fontes de incerteza

possam ser investigadas; além da possibilidade de se utilizar a experiência real

acessada remotamente junto a simulações/objetos de aprendizagem, que possam

descrever o modelo utilizado, como uma ferramenta pedagógica, com possibilidade

de análises mais ricas e comparativas (SIVERS, 2012).

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Page 7: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

A tecnologia do laboratório com acesso remoto, também denominado

WebLab, está sendo desenvolvida em um número crescente de instituições de

ensino superior e está ramificando para outras disciplinas e para outros níveis de

ensino (apud SIEVERS JUNIOR et al, 2012):

No Brasil podemos encontrar alguns laboratórios como (KYATERA, 2008), e um laboratório para prática remota de aulas Laboratoriais de Física (SILVA, 2006). Muitos laboratórios remotos são acessados por qualquer navegador convencional (WEIGHTMAN, 2007), esses recursos proporcionam oportunidades à instituições de todo o mundo para acesso ao equipamento experimental.

Alguns usuários e pequenos grupos estão se formando e deram provas do

sucesso da colaboração e compartilhamento de recursos sobre limites internacionais

(DEUSTO, 2005). Existe um grande potencial para colaboração e compartilhamento

de recursos em escala nacional e internacional.

Entretanto, antes dos laboratórios remotos poderem atingir o seu real

potencial, várias questões logísticas fundamentais continuam a exigir, tais como:

Como as instalações serão financiadas e mantidas? Quem terá acesso e quando?

Mais debates são necessários para resolver essas questões e chegar a um

consenso sobre os pontos fortes e fracos dos laboratórios remotos e seu lugar no

currículo, além de discussões acerca da possibilidade de se utilizar com

complemento de simulações e como complemento a aulas presenciais. Além destas

discussões, há controvérsias em cursos sobre a eficácia dos laboratórios remotos

em entregar resultados de aprendizagem, e seus efeitos globais sobre a experiência

dos alunos. A maioria dos exemplos de laboratórios remotos hoje são apenas

versões remotas dos laboratórios tradicionais e alguns pesquisadores fazem

comparações diretas entre os resultados da aprendizagem com os laboratórios

tradicionais versus laboratórios remotos. Fato este que evidencia apenas uma

transferência da aula expositiva para uma aula laboratorial a distância, o que apenas

continua com o problema.

Nesse sentido, nosso objetivo, aqui, é começar a investigar de que forma

pode se propor a adequação de um laboratório remoto junto a aulas presenciais, no

que se diz respeito a conteúdos de Física Moderna, e consequentemente, quais

7

Page 8: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

interfaces podem ser melhor elaboradas e utilizadas junto ao ambiente virtual de

aprendizagem no qual o laboratório remoto esteja inserido, visando que o usuário

(seja professor ou aluno) possam desfrutar dos recursos existentes, os trabalhando

de forma em que se possa aprofundar a compreensão dos assuntos tratados.

3 Estado da Arte

No capítulo de problematização, abordamos o contexto dos laboratórios e

mais adiante (no item “Justificativa”) será analisado a escolha e o porquê do uso do

laboratório remoto para os propósitos do projeto, bem como, aqui se inicia a

abordagem de como está a situação e o usos dos mesmos.

Para continuar essa abordagem, analisemos as questões principais

levantadas por Cardoso e Takahashi (2011). Isso nos remete a entender as

discussões a respeito do desenvolvimento e o uso no contexto educacional de Física

dos Laboratórios Remotos. Para tanto, serão estudados os trabalhos realizados por

autores que trabalharam neste mesmo tema, dentro das observações levantadas por

Cardoso e Takahashi (2011), e consequentemente quais as dificuldades

encontradas, as discussões levantadas por eles, a fim de enquadrar os problemas a

serem trabalhados neste projeto.

No artigo de Cardoso e Takahashi (2011), publicado na RBPEC, os autores

fazem o “[...] levantamento e análise de trabalhos sobre o assunto em revistas e

periódicos de ensino e educação, no Brasil e no exterior.” O intuito dos autores,

assim como um dos objetivos deste projeto corrente, é investigar se (e como) os

laboratórios remotos estão sendo utilizados para o ensino, particularmente, de

Física, com o objetivo de avaliar o potencial desse recurso para o ensino-

aprendizagem da disciplina. Para tanto, os autores discorrem das necessidades de

um laboratório remoto e das potencialidades que o uso da experimentação

demonstra para o processo de ensino-aprendizagem, fundamentando-se nas

avaliações tanto de documentos oficiais como o PCN+ (BRASIL, 2002), quanto de

pesquisadores. Dentro desta perspectiva de experimentação, aliada ao princípio de

utilização de materiais de fácil acesso e possibilidade de viabilizar a mesma

experiência com acesso remoto, Cardoso e Takahashi (2011) apontam que:

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Page 9: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

A utilização desses Laboratórios de Experimentação Remota, como são conhecidos, permitiria a realização cooperativa de experimentos reais com o objetivo de prover uma melhor compreensão dos fenômenos científicos e estimular um interesse maior pela carreira científica.

E, indo além:

[...] a Experimentação Remota não auxilia a aprendizagem por si só; o uso da experimentação deve ser amparado por ferramentas didáticas e metodologias devidamente fundamentadas.

De forma que concluem que a perspectiva de uso dos laboratórios remotos

nãos e dá somente em ambientes que se utilizem de Educação a Distância (EaD),

mas também presencialmente:

Assim, um laboratório remoto pode auxiliar na aprendizagem de conceitos físicos, sendo um importante recurso nos cursos de Educação a Distância (EaD) que exigem aulas práticas, como também aulas presenciais tornado-a mais interativa e mais dinâmica. Pode, ainda, auxiliar o aprendiz independentemente das aulas e viabilizar a realização de experimentos mais complexos e/ou de difícil acesso. (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011)

Com base nestas prerrogativas, os autores abordam a metodologia de

investigação de laboratórios remotos, desde sua adequação até a sua

implementação e uso educacional. Nesse sentido, Cardoso e Takahashi

selecionaram e analisaram artigos de periódicos Qualis1 A, nacionais e

internacionais, entre os anos 2000 e 2009.

Para a seleção dos periódicos, utilizaram a lista completa da Capes, que

contém a classificação da produção intelectual, e apuraram todos os periódicos das

seções Educação e Ensino de Ciências e Matemática. Além desses, também

selecionaram todos os outros periódicos que continham as palavras ensino,

educação e seus correspondentes em inglês e espanhol. No total, encontraram 78

periódicos.

Como critério de seleção dos artigos, optaram por pesquisar, nos títulos, as

palavras-chave “experimentação remota”, “laboratório remoto” e seus

9

Page 10: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

correspondentes em inglês e espanhol. Com este critério de seleção, Cardoso e

Takahashi (2011) encontraram 31 artigos em apenas 5 periódicos internacionais:

“Computer Applications in Engineering Education, Computers & Education”, “IEEE

Transactions on Education”, “Journal of Research in Science Teaching” (versão

impressa) e “Physics Education” (versão impressa).

A partir dos artigos encontrados, eles fizeram um levantamento do número de

artigos publicados em cada ano e em cada área de conhecimento, verificando em

quais periódicos foram publicados e para qual nível de ensino, de forma a elaborar

uma síntese dos objetivos, metodologias e estratégias utilizadas e as principais

contribuições para o ensino. A partir disso, os autores fizeram uma análise em

relação ao enfoque, à justificativa de utilização da Experimentação Remota, às

vantagens e desvantagens do uso do laboratório remoto e à utilização de

metodologia de ensino.

A partir destas considerações, os autores começam a análise preocupando-

se em verificar como vem sendo o desenvolvimento de pesquisas sobre laboratórios

remotos nos últimos 10 anos. A partir das análises feitas, constatam que as

pesquisas relacionadas a experimentos que podem ser operados remotamente são

relativamente recentes, devido ao fato de que a tecnologia só pôde ser desenvolvida

devido aos grandes avanços tecnológicos dos últimos tempos, como por exemplo, a

engenharia de automação e controle assistida por computadores, Internet (aqui

incluso o aumento no poder de processamento dos dados transmitidos, também) e

webcams, que são elementos essenciais para esse tipo de experimentação.

Dentre o levantamento realizado, o que demonstra um aspecto interessante a

ser considerado para fins deste projeto, é que dos 78 periódicos Qualis A que foram

analisados, apenas 5 periódicos internacionais continham artigos sobre a questão do

laboratório remoto, sendo que dois deles (Computer Applications in Engineering

Education e IEEE Transactions on Education) apresentam o maior número de

publicações sobre laboratórios remotos. Em nenhum dos periódicos nacionais Qualis

A foram encontrados artigos sobre experimentos remotos, apesar de existirem

pesquisas e laboratórios remotos no Brasil. Isso explica o fato de que pouco se

divulga a criação, elaboração, adequação e implementação de laboratórios remotos,

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Page 11: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

fato este que impossibilita um maior acesso de usuários e do público-alvo

(professores e alunos) às potencialidades do uso educacional do laboratório remoto.

Voltando nossa atenção para a Física, podemos notar, conforme Cardoso e

Takahashi (2011) também apuram que os trabalhos são desenvolvidos para

determinadas áreas de conhecimento, a citar, as Engenharias, devido à necessidade

de experimentação, de prática, para a inserção do egresso no mercado de trabalho

e que a prática é de fundamental importância para a aprendizagem dos conceitos

relacionados com as disciplinas (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011). Por outro lado,

estas características que são necessárias às Engenharias também são necessárias

em outras áreas de Ensino, justamente pelo caráter científico das disciplinas

correlatas (por exemplo, Física, Biologia, Química, e eventuais articulações entre

elas), as quais são bases para as Engenharias. Ainda que se apresente as mesmas

necessidades para estas áreas citas, existem poucos trabalhos associados ao uso

da Experimentação Remota nessas áreas, conforme mostra o Quadro 1.

Quadro 1: Quantidade de artigos por área de conhecimento (reprodução de Cardoso e Takahashi, 2011).

Pela pesquisa de levantamento realizada pelos autores, se percebe a

presença de alguns experimentos que poderiam ser utilizados no ensino da Física

em nível superior, como alguns experimentos de eletrônica, interferômetro de

Michelson, imagens ao microscópio eletrônico de varredura, vibração mecânica

unidimensional e pêndulo invertido. Inclusive, relacionando cada experimento à área

da Engenharia relacionada, a maior parte dos experimentos é voltada aos cursos de

Mecânica/Mecatrônica e Elétrica, áreas cuja base é essencialmente a Física.

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Page 12: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Pela análise dos autores, além das considerações anteriores, é importante

ressaltar o enfoque que se dá em cada artigo estudado, ou seja, sob qual ponto de

vista os artigos foram desenvolvidos. Categorizando o pelos objetivos de cada artigo

e, com base no que foi apresentado, os autores criaram cinco categorias:

Aprendizagem do Aluno (representam alguma metodologia para ensinar com

Experimentação Remota, utilizando planos pedagógicos, estratégias de ensino,

etc...), Análise entre Laboratório Virtual e Laboratório Remoto, Análise entre

Laboratório Remoto e Laboratório Presencial (nestes dois casos anteriores, em

ambas as considerações, são relacionados artigos que evidenciam diferenças,

vantagens e desvantagens entre os respectivos tipos de laboratório), Infraestrutura

(artigos que descrevem a implementação e seus requisitos necessários e ambiente

do laboratório remoto), e Viabilidade (artigos que validam a utilização da

experimentação remota).

Analisando os objetivos dos artigos chegaram ao fato de que 19 dos 31

artigos estudados se enfocam na questão de infraestrutura. Embora os periódicos

estejam publicados em revistas essencialmente voltadas ao ensino e educação, dos

artigos estudados somente 12,9% abordam esta temática, evidenciando a baixa

prioridade da literatura disponível de análises voltadas a adequação de laboratórios

remotos para a temática de aprendizagem. Pois não basta se colocar um laboratório

remoto se não houver uma preocupação em que ele esteja bem estruturado em sua

questão educacional, o que retornaria somente em uma visualização, um

entretenimento, sem um valor significativo para a aprendizagem do usuário.

Com relação aos artigos que enfocaram a aprendizagem (somente 4 – quatro

– dentre os analisados), eles mostram que é possível atingir os objetivos

educacionais com o uso de experimentos remotos e uma metodologia de ensino

adequada, conforme quadro abaixo:

Quadro 2: Descrição dos objetivos, metodologias e estratégias e as principais contribuições para o ensino dos artigos com foco principal em aprendizagem.

Artigo 1 A Distance PLC Programming Course Employing a Remote Laboratory Based on a Flexible Manufacturing Cell

Objetivos Aplicar o experimento remoto com uma metodologia de ensino baseada em projetos e avaliar a aprendizagem e o laboratório

12

Page 13: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

remoto.

Metodologias e estratégias

Vinte e cinco estudantes voluntários participaram do trabalho e foram divididos em dois grupos: o grupo presencial (14 alunos) e o grupo remoto (11 alunos).

Os fundamentos teóricos foram disponibilizados na plataforma de ensino Moodle.

Foi aplicado um questionário para a verificação dos conhecimentos prévios dos alunos.

Os alunos resolveram problemas relacionados ao experimento remoto.

A metodologia de ensino foi baseada em projetos de aprendizagem.

Os alunos elaboraram um relatório documentando o projeto.

Contribuições para a

aprendizagem

A aplicação do experimento remoto foi avaliada de forma positiva. Os dois grupos, presencial e remoto, conseguiram atingir os objetivos relacionados à aprendizagem. A comparação entre a aprendizagem dos dois grupos não apresentou diferenças significativas. Os autores acreditam que as vantagens

Artigo 10 A Web-Based Remote Interactive Laboratory for Internetworking Education

Objetivo Discutir os aspectos pedagógicos e técnicos que influenciam o design e a implementação do ambiente de laboratório remoto.

Metodologias e estratégias

A metodologia de ensino empregada teve por base o construtivismo, a aprendizagem colaborativa e técnicas de resolução de problemas.

As atividades no laboratório remoto foram modeladas para implementar as nove etapas de ensino propostas por Gagne (1987, 1992)

Os alunos aprenderam os conceitos teóricos fundamentais em palestras nas quais eram descritas as características funcionais e físicas do experimento remoto.

Os estudantes realizaram o experimento em grupos de 2 a 3 alunos.

Contribuições para a

aprendizagem

O laboratório remoto ajudou a alcançar os objetivos pedagógicos e educacionais do programa. Os resultados da pesquisa também indicaram que o laboratório remoto é mais fácil de usar e mais flexível do que o laboratório presencial. No entanto, o laboratório online é menos acessível fisicamente e menos interativo do que o presencial.

Artigo 11 An experience of teaching for learning by observation:

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Page 14: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Remote-controlled experiments on electrical circuits

Objetivo Descrever uma metodologia que facilite a aprendizagem por observação com o emprego de experimentos remotos.

Metodologias e estratégias

23 estudantes do ensino fundamental participaram do estudo.

Os alunos foram divididos aleatoriamente em seis grupos. O professor fez uso de um instrumento real para ilustrar o assunto-alvo. O professor introduziu o uso do experimento remoto. Os alunos realizaram atividades em grupo e individualmente e fizeram discussões sobre os resultados. O trabalho foi finalizado com um resumo do professor.

Métodos quantitativos e qualitativos foram adotados para coletar dados sobre o potencial do laboratório remoto.

Contribuições para a

aprendizagem

Os resultados do estudo revelaram um potencial para maior promoção do uso do laboratório remoto e que o uso do laboratório remoto ajudou os alunos a aprofundar o conhecimento sobre o assunto-alvo. O professor observou que seus alunos estavam muito envolvidos nas atividades porque eles ficaram fascinados com o uso do experimento de controle remoto, que é uma ferramenta totalmente inovadora de aprendizado para eles.

Artigo 20 Remote Laboratories for Optical Circuits

Objetivo Descrever o processo de concepção e implementação do laboratório remoto assim como os métodos de ensino e avaliação.

Metodologias e estratégias

A metodologia foi aplicada a 16 alunos, que realizaram três experimentos remotamente.

A fundamentação teórica foi apresentada aos alunos em sala de aula.

Os alunos participaram de seções de pré-laboratório, nas quais assistiram simulações e vídeos de orientação em relação a cada experimento.

Após as seções de pré-laboratório os alunos realizaram o experimento remoto.

Para avaliar a aprendizagem, os alunos responderam um teste que continha questões fundamentais.

Contribuições para a

aprendizagem

Os alunos foram muito bem sucedidos e concluíram todas as seções do experimento. As médias das notas foram muito altas. A maioria dos alunos se sentiu confortável diante da interface com os experimentos.

14

Page 15: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Através deste quadro pôde-se perceber que é possível a adequação dos

laboratórios remotos com uma abordagem de ensino voltada para a aprendizagem.

Se feita de maneira rigoros, no aspecto metodológico, isso vem a beneficiar,

possibilitando o uso mais apropriado deste recurso tecnológico. Ainda, para os

artigos que tratam da viabilidade dos laboratórios remotos, estes enfocam tanto o

experimento quanto a aprendizagem. Com este aspecto em mente, os resultados

mostraram que os experimentos remotos são viáveis, pois, além dos estudantes

aprovarem o uso dos laboratórios remotos, eles atingiram os objetivos educacionais

propostos. Contudo melhorias com relação ao aspecto de velocidade de transmissão

e dados e da interatividade entre o experimento remoto e o usuário devem melhorar

e aumentar, respectivamente.

Dos 19 (dezenove) artigos em que se evidenciam o enfoque na infraestrutura

pode-se argumentar o fato de este ser um primeiro passo e de não ser uma tarefa

simples estruturar toda a questão arquitetural para visualização e acesso do

experimento remotamente. Isso implica no fato de que a maioria se preocupa em

evidenciar a questão estrutural, dado o fato de ser um recurso ainda recente em

termos de uso e assimilação. Porém, dentre estes 19 (dezenove), 13 (treze)

aplicaram e avaliaram os experimentos. Os resultados coletados pelos autores são

de extrema importância no que se refere a evidenciar a montagem do experimento,

mas também de erros e acertos no desenvolvimento dos laboratórios remotos.

Observando esta questão de evidenciar as justificativas e soluções para as

montagens de laboratórios remotos, Cardoso e Takashi (2011) observam que os

autores de cada artigo estudado consideram como justificativas mais importantes

para a construção de laboratórios remotos: a diminuição de custos, o fato de um

laboratório remoto ter potencial para disponibilização para cursos em EaD e não

possuir limite de tempo e espaço, conforme Figura 02.

15

Page 16: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Figura 02 – Gráfico de Frequência de justificativas quanto ao uso de laboratórios remotos (extraído de Cardoso e Takahashi, 2011).

Além destes levantamentos, Cardoso e Takahashi ainda analisaram outros

critérios, como o fato de os artigos disponibilizarem materiais de apoio, explicitar

metodologia de ensino, citar utilização de instrutores, ou mesmo aqueles artigos que

não citam nenhuma estratégia para desenvolvimento dos experimentos. Dentre

estes critérios, 7 artigos disponibilizam materiais de apoio, 4 utilizam metodologia de

ensino (conforme foi evidenciado anates no quadro 2), 8 utilizam instrutores e 9

artigos não citam sequer uma estratégia.

Finalmente, em termos de eficácia em relação à aprendizagem, os

laboratórios remotos se mostraram tão eficiente quanto os laboratórios presenciais.

Porém o que é interessante notar, é que, de acordo com Cardoso e Takahashi

(2011), ao passo que alguns autores analisados em seus artigos apontam o

laboratório melhor, outros, ao contrário, apontam que o presencial é melhor, embora

a diferença seja pouca. De qualquer modo, conforme os autores explicitam: “[...] a

importância não está na diferenciação entre a Experimentação Remota ou

presencial e, sim, na metodologia adotada para o desenvolvimento das aulas

práticas.” (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011).

Sendo assim, após analisar os artigos mencionados segundo todos os

critérios anteriores, os autores, durante o desenvolvimento do trabalho não

16

Page 17: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

encontraram relatos de pesquisa sobre como o acesso remoto a experimentos reais

pode incrementar o processo de ensino e aprendizagem de Física e de que forma

isso pode ser feito. Evidenciando que a Experimentação Remota associada ao

ensino de ciências, no Brasil e no mundo, ainda é um campo muito novo e pouco

explorado, concluem que as consequentes e eventuais limitações na utilização desta

ferramenta de ensino devem ser estudadas de forma aprofundada, o que significa

dizer que deve-se estabelecer uma metodologia adequada, a fim de se suprir as

necessidades de uma aula prática.

Como consequência desta metodologia a ser aprofundada, Cardoso e

Takahashi (2011) apontam que uma solução a ser considerada é a de que os

laboratórios on-line, reais ou virtuais, necessitam de um ambiente de aprendizagem

completo, que ofereça ao aluno apoio para a realização das experiências, a fim de

se atribuir uma aprendizagem significativa ao que o usuário consegue interagir e

visualizar, coletando dados e analisando-os, assimilando assim a teoria acerca do

experimento:

Sendo assim, o ambiente de aprendizagem deve conter material de apoio, como por exemplo, hipertextos contendo fundamentação teórica, conceitos, metodologia de relatório (exemplos). E a Experimentação Remota deve ser embasada em uma metodologia própria, devidamente elaborada, da mesma forma que uma aula prática presencial também necessita de uma metodologia específica baseada em teorias de ensino-aprendizagem. (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011)

Em seus comentários finais, os autores sugerem que

os Laboratórios de Experimentação Remota surgem como algo novo e promissor, com tendência de se tornarem instrumentos de experimentação muito eficientes, mas que ainda precisam de uma quantidade maior de pesquisas sistemáticas sobre suas reais potencialidades, particularmente, na aprendizagem significativa em Física. (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011)

Com base nestes apontamentos, nas evidências demonstradas pelas

análises dos variados artigos referentes aos usos do Laboratório Remoto, em

especial, com enfoque no ensino de Física, é que montaremos primeiramente um

protótipo com experimentação remota, veiculado a um ambiente virtual de

aprendizagem. Com isso, pretendemos possibilitar que os conteúdos vistos na

17

Page 18: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

experiência possam ser melhor trabalhados e demonstrados, de modo a permitir

uma maior interatividade do usuário, não somente com o experimento, mas com o

projeto como um todo. Assim, também pretendemos permitir que esse usuário (seja

o aluno ou o professor) possa aprender (e até ensinar, no caso do professor, que

poderá, se quiser, usar este ambiente como uma ferramenta de ensino) e assimilar

os conteúdos de uma forma mais significativa.

4 Justificativa

Justificando a escolha do critério a ser trabalhado, de acordo com (KONG;

YEUNG; WU, 2009, p. 711)

O laboratório remoto fundamentado em uma pedagogia adequada do professor e suportado por materiais de apoio a aprendizagem tem potencial para incentivar os alunos a formular associações entre o mundo real e as teorias científicas (KONG; YEUNG; WU, 2009)

Dentro de uma estrutura adequada e melhorias no ambiente virtual de

aprendizagem, o laboratório remoto pode ser uma ferramenta que complemente o

estudo de tópicos de Física Moderna, auxiliando e colaborando com a melhora da

aprendizagem. E não somente destinada ao uso pelos alunos, o ambiente virtual no

qual o laboratório remoto esta inserido também pode apresentar uma interface de

uso exclusivo do professor, auxiliando-o em suas tomadas de decisões durante as

aulas, equipando-o com recursos em um ambiente que estimule a criatividade e

descoberta de novas interações e possibilidades de ensino, de forma a

instrumentalizá-lo com amplas e novas ferramentas tecnológicas.

Indo além, podemos argumentar sobre a própria aplicação da estrutura que

temos com um viés educacional, ou seja, justifica-se a ideia de criação de espaços

na web para divulgar recursos existentes e também para viabilizar a criação de

laboratórios de sensoriamento remoto que venham possibilitar que tanto estudantes

quanto professores, em diferentes níveis de aprofundamento, estudem conceitos

importantes, não somente de Física Moderna, mas de qualquer disciplina que venha

a ser administrada dentro da estrutura a ser montada, no ambiente virtual, abrindo a

18

Page 19: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

possibilidade de aplicação do projeto também para outras áreas de ensino que usem

de laboratórios, por exemplo, disciplinas experimentais de Engenharia.

E por isso, até como forma de complementar eventuais experimentos mais

sofisticados que estão sendo tratados em aulas presenciais, possibilita se abordar

questões que não puderam ser tratadas antes, devido a questões de tempo,

estrutural, entre outras. Com isso, outra justificativa para este projeto centra-se em

seu uso complementar a aulas presenciais, de forma a poder ampliar as noções

tratadas em sala de aula, e até mesmo evidenciar outras discussões que possam

ser melhor trabalhadas com o experimento acessado remotamente.

Nesse sentido, as questões que envolvem o processo de Ensino e

Aprendizagem tornam-se relevantes, com o aspecto de se poder criar ambientes

virtuais de aprendizagem que possibilitem o uso de laboratórios remotos

complementando a realização de experimentos concretos (os quais embora tenham

maior interesse no que se refere à aprendizagem em sala de aula, devido à questão

de poder se abordar consequências pragmáticas do experimento), da mesma forma

apresentam problemas de custos elevados para muitos experimentos, sensores de

difícil aquisição, ou mesmo questões de indisponibilidade do laboratório. Sendo

assim, disponibilizar uma plataforma remota, cujo experimento possa ser acessado e

controlado remotamente oferece possibilidades pedagógicas interessantes quando

complementares ao uso do laboratório presencial, desde que tratados com

abordagens diferentes.

E, por outro lado, abre a possibilidade concomitante de uma abordagem

veiculada a disciplinas que estejam sendo tratadas a distância, de forma on-line;

disciplinas estas cada vez mais presentes, principalmente em cursos on-line de

Engenharia (dentro de matérias como Automação, por exemplo, que trabalham

questões de eletrônica ao mesmo tempo que se trabalham aspectos da própria

máquina, de modo que o laboratório remoto seja uma solução adequada)

(LOURENÇO, 2014), em que os conceitos de Física, bem como de Fìsica Moderna

venham a ser trabalhados e analisados, além das disciplinas de Física, propriamente

dita, que possam ser trabalhadas on-line, como a Física Moderna, com

experimentos em que sejam estudados o comportamento das radiações

19

Page 20: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

eletromagnéticas, através da visualização do experimento e da coleta de dados, as

quais são trabalhadas neste projeto em questão.

Assim, a justificativa de se poder utilizar o laboratório remoto tanto complementar as

aulas presenciais quanto em ambientes virtuais bem elaborados em disciplinas e

cursos on-line evidenciam adequação do projeto e a ampla possibilidade de estudos

e aplicabilidade.

5 Objetivos da Pesquisa

O objetivo desta pesquisa se centra no desenvolvimento de um protótipo e

estruturação da arquitetura de acesso e controle de um laboratório remoto, para

experimento de espectrofotometria (com objetivo de uso em ensino de tópicos de

Física Moderna) e que permita interação do usuário com o experimento, em tempo

real.

5.1 Objetivos Específicos

5.1.1. Construção do Laboratório Remoto, desde sua concepção teórica e

prática até a elaboração e estruturação.

5.1.2. Implementação e Testes de Funcionamento, evidenciando

necessidades e possíveis melhorais, com relação aos aspectos necessários para o

bom funcionamento e interação do Laboratório Remoto.

6 Hipótese

6.1 Estratégias para adequação de laboratório remoto como

instrumento de utilização complementar a aulas presenciais

Após analisar 19 artigos qualificados com Qualis A, referente aos usos e

metodologias empregadas em Laboratórios Remotos aplicados a conteúdos de

Física, bem como com as avaliações realizadas, Cardoso & Takahashi, evidenciam

que os resultados destas:

20

Page 21: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

mostraram que os laboratórios remotos são equiparáveis aos laboratórios presenciais em termos de eficácia, em relação à aprendizagem. Alguns resultados mostraram que a aprendizagem no laboratório remoto foi um pouco melhor e outros mostraram o contrário, porém, as diferenças não são significativas. (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011)

Esse fato vem ao encontro do posicionamento dos autores citados, de que a

importância não está na diferenciação entre a Experimentação Remota ou

presencial e, sim, na metodologia adotada para o desenvolvimento das aulas

práticas. Ou seja, de que a metodologia empregada deva evidenciar aspectos que

tornem a aprendizagem mais significativa ao aluno.

No desenvolvimento do trabalho citado (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011) não

encontraram relatos de pesquisa sobre como o acesso remoto a experimentos reais

pode incrementar o processo de ensino e aprendizagem de Física e nem de que

forma isso pode ser feito. Constataram que a Experimentação Remota associada ao

ensino de ciências, no Brasil e no mundo, ainda é um campo muito novo e pouco

explorado e que as eventuais limitações na utilização desta ferramenta de ensino

devem ser estudadas de forma aprofundada e formulam como uma hipótese, que

uma metodologia adequada deve ser explorada para suprir as necessidades de uma

aula prática. Para tanto, de acordo com Mendes e Fialho (2005, p. 7):

Temos aí uma tecnologia que necessita e merece aprimoramentos, pois ao contrário dos experimentos simulados, a experimentação com laboratórios remotos não apresenta resultados provenientes de cálculos teóricos com apresentação gráfica imitando fenômenos naturais. Não se trata de ilusão próxima da realidade, trata-se de experimentação real, mas remota, tele-controlada. (MENDES; FIALHO, 2005)

Ainda, de acordo com os mesmo autores, os laboratórios on-line, reais ou

virtuais, necessitam de um ambiente de aprendizagem completo, que ofereça ao

aluno apoio para a realização das experiências, pois, como diz Séré (2003, p. 39),

Através dos trabalhos práticos e das atividades experimentais, o aluno deve se dar conta de que para desvendar um fenômeno é necessária uma teoria. Além disso, para obter uma medida e também para fabricar os instrumentos de medida é preciso muita teoria. Pode-se dizer que a experimentação pode ser descrita considerando-se três pólos: o referencial empírico; os conceitos, leis e teorias;

21

Page 22: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

e as diferentes linguagens e simbolismos utilizados em física. As atividades experimentais têm o papel de permitir o estabelecimento de relações entre esses três pólos.

Sendo assim, o ambiente de aprendizagem deve conter material de apoio,

como por exemplo, hipertextos contendo fundamentação teórica, conceitos,

metodologia de relatório (exemplos). E a Experimentação Remota deve ser

embasada em uma metodologia própria, devidamente elaborada, da mesma forma

que uma aula prática presencial também necessita de uma metodologia específica

baseada em teorias de ensino-aprendizagem.

Concordamos com os apontamentos evidenciados por Cardoso e Takahashi

(2011), frente às questões metodológicas e de organização do ambiente de

aprendizagem, de modo que em reforço a esta evidência, nossa hipótese é a de que

a eficácia na aprendizagem nos laboratórios remotos será melhorada conforme se

adeque a metodologia de ensino, em conjunto com a aula prática, evidenciando um

significado tanto a aluno quanto ao professor. Além disso, a prática através do

laboratório remoto, se executada de forma significativa para aluno e professor,

facilita processos cognitivos, relacionados a conhecimentos de Física Moderna, a

partir do fato de se poder visualizar o experimento, bem como se interagir com ele.

Assim, para que essa prática seja realmente significativa, com vistas a

eficácia do experimento, é necessária uma melhor adequação do ambiente virtual de

aprendizagem no qual o laboratório remoto esteja inserido, de modo a tornar a

interface mais intuitiva e rica em análises, tanto teóricas, conceituais, quanto dos

resultados colhidos, na prática experimental a distância.

7 Fundamentação Teórica

Neste tópico serão levantados e analisados o referencial que se tem a

respeito da teoria e métodos utilizados na construção, adequação e elaboração de

um Laboratório Remoto aplicado ao Ensino, e em particular como se dá a

construção, a estruturação e a adequação do WebLab da PUC-SP

22

Page 23: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

7.1 Introdução

O Webduino é o nome dado ao projeto de desenvolvimento de um laboratório

de sensoriamento remoto, o qual se desenvolve atualmente na PUC-SP, e que

utiliza a plataforma de prototipagem de dados Arduino. Ele vem sendo desenvolvido

pelo GoPEF (Grupo de Pesquisa em Ensino de Física da PUC/SP), e se iniciou com

o fomento do CNPq, na área de tecnologia educacional, e em poucas palavras, é um

laboratório de controle e sensoriamento remoto baseado no uso da plataforma

Arduino.

Por sua vez, o Arduino é uma plataforma de prototipagem aberta baseada em

hardware e software flexíveis e de fácil utilização (BANZI, 2011). O ambiente

Arduíno foi desenvolvido para ser utilizado por pessoas iniciantes que não possuem

experiência com desenvolvimento de software e eletrônica (MARGOLIS, 2011).

Quando tratamos de software na plataforma Arduíno (UFES, 2012), estamos

fazendo referência tanto ao ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) quanto ao

software desenvolvido pelo usuário para tratamento dos dados na placa utilizada. O

ambiente de desenvolvimento do Arduino utiliza um compilador GCC (para

linguagens de programação C# e C++), o qual possui interface gráfica construída em

Java. Basicamente, é um programa IDE muito simples de se usar que utiliza

bibliotecas passíveis de serem facilmente encontradas. As funções da IDE do

Arduino são basicamente duas: permitir o desenvolvimento de um software e enviá-

lo para a placa para ser executado.

Neste projeto, a placa de controle Arduino será utilizada juntamente ao

experimento de Física, o Espectrofotômetro, para envio e recebimentod e dados de

usuários, de modo a permitir o acionamento e controle das diversas variáveis a

serem implementadas no experimento. Em conjunto ao Arduino, é necessário se

compreender mais especificamente como será utilizado o laboratório remoto, no qual

o experimento está inserido.

7.2 WebLab

Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico tem facilitado, de várias

maneiras, o nosso cotidiano (CAVALCANTE et. al, 2012). Sistemas computacionais

23

Page 24: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

estão presentes nas residências e em todos os lugares que circulamos, no controle

do trânsito, nos supermercados, nas agências bancárias, nos aparelhos de telefonia

celular, etc. Por outro lado, ensinar a disciplina de Física no século XXI pode ser

uma tarefa extraordinária, já que toda a tecnologia que nos rodeia está intimamente

ligada aos conceitos físicos essenciais para a compreensão dos mecanismos

básicos de funcionamento de cada um destes sistemas. No entanto, muitos alunos

apresentam grande dificuldade na compreensão dos fenômenos físicos. Entre as

razões do insucesso na aprendizagem de Física são apontados os métodos de

ensino desajustados das teorias de aprendizagem mais recentes e a falta de meios

pedagógicos modernos.

O uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no ensino tem

sido objeto de estudo em todas as áreas. Nos últimos anos os avanços no uso de

TICs foram extraordinários tendo em vista que os computadores se tornaram mais

velozes em processamento de informações e com maior capacidade de

armazenamento e de representação somando-se às novas interfaces, tais como

luvas e capacetes de visualização que trouxeram a realidade virtual para a sala de

aula.

Alguns pesquisadores na área de ensino de Física no Brasil têm se dedicado

à produção de diferentes recursos de fácil aquisição que possibilitam a inserção de

novas tecnologias no ensino de Física e, particularmente, na aquisição automática

de dados (AGUIAR; LAUDARES 2001), (MAGNO; MONTARROYOS, 2002),

(SOUZA et al, 1998), (MONTARROYOS; MAGNO, 2001), (DIONISIO; MAGNO,

2007), (HAAG, 2001), (CAVALCANTE; TAVOLARO, 2003), (CAVALCANTE et al,

2002), (CAVALCANTE et al, 2008), (CAVALCANTE et al, 2009), (SOUZA et al,

2011).

Apesar destas publicações e de todo o avanço tecnológico das últimas

décadas, as salas de aula da grande maioria das escolas brasileiras ainda estão

bem distantes deste universo e o ensino de Física ainda continua desconectado

deste mundo tão fascinante que nos cercam. Os recursos computacionais em geral

se restringem ao uso de simulações, editoração de textos, planilhas de cálculo e

internet para pesquisa de trabalhos escolares. A possibilidade de utilizar o

24

Page 25: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

computador como um instrumento de medida ainda é desconhecida pela grande

maioria dos professores brasileiros (CETIC, 2013).

De outro lado, há um grande incentivo dos órgãos públicos brasileiros a

projetos que tenham como meta gerar conteúdos e recursos para potencializar o uso

das TICs (UNESCO, 2008) nas salas de aula na educação do ensino fundamental e

médio, particularmente, aqueles destinados ao uso dos laptops educacionais.

Inclusive, o uso do computador e das TICs em geral, é defendido pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação que preconiza a necessidade “da compreensão [...]

da tecnologia”, no art. 32-II, no ensino fundamental, como formação básica do

cidadão (MEC – BRASIL, 1996). Mas, da mesma forma que vem sendo incentivada,

sabe-se que a prática de uso do computador por alunos e professores não se tornou

concreta (REIS et al, 2012).

Algumas iniciativas bastante conhecidas como, o projeto Scracth do MIT e,

mais recentemente, a interface de programação Scratch for Arduíno (S4A) que é um

ambiente de programação visual integrado a interface Arduíno e baseado no

Scratch, muito utilizado com fins educacionais, mostram-se cada vez mais

promissoras para o desenvolvimento da capacidade criativa das crianças e

adolescentes no aprendizado de Ciências (CAVALCANTE et al, 2011).

Além dos aspectos já mencionados não podemos deixar de mencionar que a

partir de 2004 iniciou-se um grande movimento na internet conhecido como Web 2.0

(W3C, 2009). Na Web 2.0, o usuário deixa de ser um sujeito passivo e passa a fazer

parte de uma imensa rede de compartilhamento de informações e construção de

conhecimento. A consequência imediata deste processo é que o conhecimento já

não está centralizado em uma única pessoa ou em um único lugar, ele distribui-se

entre os usuários da rede. A aprendizagem deixou de ser uma construção individual

do conhecimento, para ser um processo social onde o educador já não é a fonte

única de conteúdos e o “aprendiz não aprende” de forma isolada. A interação social,

o desenvolvimento de novas formas de linguagem e a comunicação são condições

importantes e necessárias para a aprendizagem.

A habilidade mais importante que determina a vida das pessoas é a de

aprender mais habilidades, de desenvolver novos conceitos, de avaliar novas

25

Page 26: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

situações, de lidar com o inesperado. Isto se tornará cada vez mais evidente no

futuro: a habilidade mais competitiva é a habilidade de “aprender a aprender”. O que

é certo para os indivíduos, é, todavia mais certo para as nações (PAPERT, 2008).

Portanto, é necessário criar espaços na rede internet que viabilize, não

apenas divulgar recursos existentes, mas também, a criação de laboratórios de

sensoriamento remoto que possibilite aos estudantes e professores, em diferentes

níveis de aprofundamento, estudar conceitos importantes em Ciências e, mais

especificamente, aqueles relacionados à Ciência Moderna e Contemporânea.

7.2.1 Arduino No WebLab

Uma das justificativas para utilização da plataforma Arduíno está na

existência de um grande número de projetos disponíveis na Web em vários idiomas

e em diferentes áreas do conhecimento caracterizando esta plataforma, como uma

tecnologia essencialmente interdisciplinar (STABILE; CAVALCANTE, 2012). O

Webduino pretende desenvolver diferentes recursos didáticos que possibilitem

ensinar conceitos Físicos, permitindo a quem for acessá-lo um maior domínio da

tecnologia.

Uma forma de abordar a tecnologia como ferramenta para o desenvolvimento

de conceitos científicos é através de plataformas digitais e outras APIs que

evidenciem o aspecto científico abordado. Por isso, pretendemos utilizar

plataformas, como Xively, Partcl®, dentre outras API’s, que possibilitam a coleta

remota de dados, via porta serial, Shields Ethernet e/ou Wireless, etc, como forma

de permitir a interação do usuário com a experiência. Opções desta natureza,

possibilitam incorporar o Ensino de Ciências na já conhecida rede de sensores,

agregando valores à experimentação didática.

Por outro lado, a implantação de laboratórios de sensoriamento e controle

baseado em plataformas livres, assim como a Arduíno, torna o Weblab um projeto

muito próximo a realidade do usuário, potencializando recursos disponíveis e

compartilhados na Web.

26

Page 27: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

7.2.2 O Que o Webduino traz de novo

Um dos aspectos inovadores deste projeto está associado ao

desenvolvimento de um laboratório de controle e sensoriamento remoto, voltado ao

ensino de Ciências, totalmente apoiado em uma plataforma open-source em

hardware e software amplamente difundido na internet.

Tratando-se de uma plataforma Open Source o usuário terá acesso à

documentação pertinente, a cada experimento proposto, qual seja: códigos fontes,

esquemas elétricos e vídeos ilustrativos mostrando cada etapa de construção e

montagem, etc, podendo, se assim desejar, montar o seu próprio sistema, manipulá-

lo e disponibilizá-lo em redes remotas, através de servidores remotos como, por

exemplo, o Xively®.

Igualmente inovador é o desenvolvimento de recursos destinados ao ensino

de ciências em nível fundamental em que se pretende criar aplicativos que

possibilite manipular e interagir com experimentos remotos utilizando o software de

programação iconográfica Scratch for Arduíno, que é um ambiente de programação

visual integrado a interface Arduíno e baseado no Scratch, muito utilizado com fins

educacionais. Estes aplicativos deverão possibilitar que usuários do Scratch for

Arduíno (S4A), de diferentes faixas etárias, possam manipular os equipamentos

adequados através de mídias interativas inteiramente adaptadas a sua realidade o

que, certamente, contribuirá na ampliação dos recursos educacionais destinado a

um público de menor faixa etária.

Outro aspecto de grande relevância no Weblab da PUC/SP é o

desenvolvimento de uma Interface padrão de comando com reconhecimento de voz

para diferentes dispositivos e experimentos monitorados e controlados remotamente.

Por outro lado, apesar do uso crescente dos recursos tecnológicos por todos

ainda é importante questionar os aspectos correlacionados a acessibilidade destes

recursos. Considera-se acessibilidade como um processo que permite a inclusão de

todas as pessoas com deficiências ou não a participarem de atividades que incluem

o uso de produtos, serviços e informação. Assim, neste projeto, pretendemos

responder a seguinte questão: até que ponto as tecnologias desenvolvidas e

disponíveis possibilitam uma ampla e total inclusão aos serviços, produtos e

27

Page 28: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

informação? Quantos laboratórios de sensoriamento remoto disponíveis na web

possibilitam acesso e interatividade aos experimentos de modo mais amplo?

É preciso abraçar estas questões e enfrentá-las de tal modo que a tecnologia

e seus avanços possibilitem uma maior integração dos usuários, oferecendo amplo

acesso aos serviços, produtos e informações incluindo neste rol os portadores de

necessidades especiais de ordem física, que são; hemiplégicos, paraplégicos,

tetraplégicos (incluindo sujeitos com membros amputados). Os resultados deste

trabalho foram apresentados (CAVALCANTE, 2013) no III WebCurriculo.

Um WebLab (CAVALCANTE, 2013), com todas estas características, bem

como com seus aprofundamentos e futuras aplicações em salas de aula, além de

inovador poderá contribuir para maior difusão e divulgação da ciência, despertando

o interesse dos jovens para uma área de conhecimento que tem sofrido uma forte

queda em todo mundo e, mais acentuadamente, no Brasil.

Devido a questão de inovação do Weblab, é necessário que a forma como é

disposto seja bem estruturado, além da forma como dispomos os dados e

informações coletadas e apresentadas, para que o usuário não tenha problemas de

acesso ou queda na comunicação com o experimento. Por isso, também, é

necessário que seja apresentada a arquitetura dentro do nosso Weblab, o

Webduino.

7.3 Procedimentos

Neste item serão descritas as etapas de construção do Laboratório Remoto,

desde a concepção teórica e prática, passando pela etapa de elaboração dos itens a

serem trabalhados, controlados e visualizados (no que se refere ao experimento na

prática) dentro do laboratório remoto, até a estruturação e adequação do mesmo

dentro de um Ambiente Virtual, dada a natureza educacional a que se destina este

laboratório remoto.

Para se realizar todo o sistema de sensoriamento remoto, dentro do

laboratório é necessário reconhecer-se a necessidade de entendimento da

arquitetura de software do Weblab, a fim de que não se esbarrar em problemas

28

Page 29: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

estruturais, ou mesmo, cuja implementação cause problemas de acesso, etc. Logo,

é relevante analisar, primeiramente, a arquitetura do Weblab.

7.3.1 Introdução

Um sistema ou dispositivo seja ele computacional ou não, deve sempre

considerar dois aspectos: sua funcionalidade e o que irá impulsioná-lo com

sapiência e destreza. Assim, quando já possuímos uma breve ideia dos sistemas

envolvidos, avaliamos em primeira instância a sua interface de comunicação, que

deve fornecer informações condizentes e com inteligibilidade. Considerando aqui,

que se trata de uma abordagem de desenvolvimento intelectual, as referências

requerem concisão, mas nem sempre explícitas, pois queremos apenas orientar o

usuário às descobertas, que conduzem (MORIN, 2003) a um aprendizado eficaz e

significativo. Com isso, conduzimos nossa busca por um sistema que possibilita unir

conceitos de usabilidade e acessibilidade, além da disponibilização de experimentos

de diferentes graus de complexidade.

Diferentemente de alguns laboratórios de experimentação remota disponíveis

ao público, além do acesso ao experimento em si, o usuário encontra no Webduino,

diferentes recursos didáticos que possibilitam a compreensão do fenômeno físico

abordado, tais como; fundamentação teórica, simuladores, vídeos, etc. Ainda,

pretendemos criar interfaces lúdicas para tratar o experimento remoto dentro de um

ambiente de game. E, junto com essas interfaces também pretendemos criar uma

interface de controle, na qual o professor tenha acesso.

A plataforma que melhor se ajusta às nossas condições de contorno é a

WebLab-Deusto desenvolvido pela Universidade de Deusto, (Deusto, Bilbao –

Espanha) (UNIVERSIDADE DE DEUSTO, 2015).

7.3.2 Descrição do WebLab-Deusto

O WebLab-Deusto é um programa de arquitetura distribuída para laboratórios

remotos, o qual proporciona uma série de funcionalidades que facilitam o

desenvolvimento de uma aplicação remota. Pode-se manipular através de

comandos um experimento através de uma rede que pode ser tanto interna quanto

29

Page 30: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

externa. É um projeto open-source desenvolvido pela Universidade de Deusto que

fornece um framework flexível reunindo toda a integridade, garantindo segurança,

agilidade, escalabilidade - recursos essenciais para este serviço.

O projeto desenvolvido pela Universidade de Deusto possui estruturação de

seu código fonte baseado, prioritariamente, em linguagem de programação Python,

ocupando 67,1% de suas linhas de códigos, que, por sua vez, compartilha o sistema

com as linguagens Java, C# e PHP (UNIVERSIDADE DE DEUSTO, 2015). O

laboratório remoto da PUC-SP utiliza as plataformas Git Hub e/ou Google Code, que

possibilitam a inserção de usuários interessados no sistema, que agregarão

conhecimento e conteúdo, ou também traduções para outros vocabulários (esta

perspectiva de desenvolvimento em comunidade online e uso dos serviços de Cloud

Computing oferecem uma grande alavanca para desenvolvimento dos projetos).

A integração multiplataforma de programação que o WebDeusto oferece é a

sua principal vantagem. Ele pode se comunicar com qualquer servidor de um

experimento que ofereça uma comunicação XML-RPC como o Java,

tecnologias .NET, Python e LabVIEW.

Fig. 03 - Esquema do funcionamento do WebLab com o WebDeusto (UNIVERSIDADE DE DEUSTO, 2015).

O projeto está dividido em servidores específicos:

Servidor principal: escrito na linguagem de programação Python, está dividido

em:

o Servidores de acesso: processa as credenciais dos usuários.

30

Page 31: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

o Servidores centrais: gerencia o uso, os acessos, etc.

o Servidores de laboratório: colocado sobre os laboratórios de Física,

eles funcionam como porta de entrada para os servidores da

experiência.

o Servidores do experimento: possuem a programação específica para a

experiência.

Cliente: Conjunto de páginas estáticas que será acessível a partir de um

servidor web (Apache), e acessados de um browser, que fará chamadas para

os servidores do experimento.

Fig. 04 - Esquema do Funcionamento do WebLab (UNIVERSIDADE DE DEUSTO, 2015).

Do lado do servidor-cliente, utiliza-se o GWT (Google Web Toolkit), kit de

ferramentas de desenvolvimento para a construção de aplicações AJAX, para a

construção da interface Web.

Algumas das vantagens analisadas na utilização desse framework são:

31

Page 32: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Agilidade no desenvolvimento de páginas em Javascript com uma

linguagem de programação robusta, o Java, gerando um código compilado para

cada navegador;

Acesso em qualquer aparelho com um browser que dê suporte para

HTML, CSS e Javascript;

Reaproveitamento de código – classes Java podem ser facilmente

modificadas (excelente para a etapa de desenvolvimento).

Podem ser acopladas outras tecnologias ao GWT (Google Web Toolkit), a

partir de modificações e adição de algumas classes e bibliotecas:

HTML5: Entre suas principais vantagens apresenta portabilidade para

as principais tecnologias mobile atuais; consegue executar vídeos sem ajuda de

outros aplicativos, editar imagens 2D e visualizar imagens 3D além de apresentar

recursos mais interativos que o HTML.

FLASH: Muito utilizada na Internet para executar vídeos e como

plataforma para jogos online e construção de sites, o flash apresenta uma grande

possibilidade de interação e manipulação através de ActionScript. Não é uma

plataforma a ser utilizada na construção de sistemas complexos, mas como

complemento para alguma atividade interativa.

PHP: uma linguagem de script open-source de uso geral, muito

utilizada e especialmente utilizada para o desenvolvimento de aplicações Web

inseridas no HTML; amplamente utilizada por sua facilidade de aprendizado, mas

com recursos avançados.

Algumas características importantes que nos fizeram escolher esta

plataforma:

Autenticação: WebLab-Deusto oferece um sistema de autenticação

extensível que suporta nome de usuário e senha armazenados em um banco de

dados MySQL, LDAP servidores remotos, e também OpenID para verificar as

credenciais em outra Universidade, Facebook, e autenticação confiável com base no

endereço IP do cliente que requisita acesso;

32

Page 33: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Gerenciamento de fila: WebLab-Deusto gera filas diferentes de

reserva para as diferentes plataformas experimentais disponíveis, impedindo

sobrecarga aos experimentos disponíveis;

Escalabilidade: A arquitetura WebLab-Deusto é apresentada em

escala horizontal e ferramentas de teste estão disponíveis para testar diferentes

implementações;

Segurança: A arquitetura distribuída WebLab-Deusto mantém em

isolamento o hardware e software que está acoplado à experiência, de modo que

qualquer problema relacionado com um uso errado do experimento nunca não

coloca todo o laboratório remoto em risco.

Implementação: O sistema de implantação WebLab-Deusto torna fácil

e flexível a configuração do mapa da rede em que todos os servidores e

experimentos estão envolvidos.

Acompanhamento do usuário: Os usos do laboratório remoto são

armazenados automaticamente. No caso dos experimentos gerenciados, mesmo os

comandos trocados entre o servidor e o cliente são armazenados, para eventuais

correções necessárias e acompanhamentos. A quantidade de eventos a serem

registrados cabe ao administrador-WebLab-Deusto.

Administração: O WebLab-Deusto oferece ferramentas de

administração tais como; monitorar usuários em tempo real, verificar acessos,

adicionar/remover permissões, grupos e usuários, etc.

Facebook: WebLab-Deusto está integrado com o Facebook, assim os

usuários podem vincular suas contas e usá-lo com ferramentas fornecidas pelo

Facebook, como o bate-papo (lista de aplicativos).

Dispositivos móveis: A interface de usuário-WebLab Deusto também

é adaptada para dispositivos móveis, e os experimentos gerenciados também

podem ser adaptados para fornecer uma versão mais amigável com o usuário,

possibilitando a aprendizagem móvel.

Extensibilidade: experiências existentes também podem ser

adaptadas para Weblab-Deusto.

A partir destas considerações concluímos que o WebDeusto se mostra como

uma ferramenta interessante para criação de laboratórios remotos e flexível para

33

Page 34: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

integrar diferentes experimentos, escritos em diferentes linguagens de programação,

à administração do todo. A parte de desenvolvimento das interfaces com a web

utiliza GWT, uma ferramenta muito poderosa, e que permite a criação de interfaces

que possam apresentar as mais variadas abordagens, como por exemplo, a de

game, da mesma forma que permite a criação de interfaces diferentes para

especificações diferentes, como o caso das interfaces para professor e

usuário/aluno, as quais desejamos implementar futuramente. Outras ferramentas

que possibilitam maior aproximação com o usuário podem ser utilizadas, tal como o

flash, garantindo-lhe uma experiência mais amigável com o programa, e o HTML5,

pela portabilidade oferecida.

A seguir apresentaremos algumas telas de acesso ao Weblab, da PUC/SP, o

Webduino, baseado na plataforma WebLab-Deusto.

Fig.05 - Tela de acesso aos experimentos do Weblab da PUC-SP, baseado na plataforma WebLab-Deusto (acesso via http://weblabduino.pucsp.br/weblab/client/index.html?locale=pt)

34

Page 35: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Fig.06 - Tela que mostra a reserva para o experimento (ERA – Espectrofotômetro Remoto Automatizado).

Fig.07 - Tela de acesso ao experimento.

E as figuras do nosso site e do blog do experimento (ERA – Espectrofotômetro

Remoto Automatizado).

35

Page 36: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Fig. 08 – Tela mostrando o acesso ao site do projeto – o qual se pretende criar uma área de acesso ao Ambiente de Aprendizagem (http://www.pucsp.br/webduino/experimentos/espectrofotometro-remoto-automatizado/index.html)

Fig. 09 – Tela mostrando o blog do Projeto, com maiores informações de todas as partes do experimento, inclusive explicando questões teóricas e pedagógicas do projeto. (Acesso via: http://era-weblab.blogspot.com.br/)

7.3.3 Coleta de Dados

Para que um experimento seja completo necessitamos que ele, ao receber

estímulos dos alunos, responda de maneira adequada. Na maior parte das análises

experimentais e, da mesma forma que nos experimentos presenciais, extraímos

dados que serão dispostos em gráficos para que se realize as análises necessárias,

posteriormente. Para realizar tal coleta, dispomos de redes de sensores internas e

interfaces de reprodução dos gráficos e de visualização dos dados.

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Page 37: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Com isso, para a interface dos usuários explicitaremos os dados através de

gráficos utilizando uma biblioteca Java denominada Jchart2D, que prioriza a

performance na visualização dos dados, sem deixar de lado implementações

complexas e em tempo real. Os processos nesta aproximação ocorrem somente por

tráfego interno, dos experimentos para o cliente (ou seja, o cliente não gera gráficos,

e sim o experimento para o cliente).

Como um dos objetivos iniciais do projeto é permitir a utilização da Rede de

Sensores, disponíveis na Web, utilizamos em um dos experimentos, a plataforma

Xively® para coleta e disponibilização dos dados experimentais. Esta plataforma

possibilita integração paralela dos experimentos, utilizando conexão através da

internet com seu próprio servidor, que nos transmitem os dados em forma de

gráficos e arquivos de manipulação para web ou ainda programação como os

padrões: XML e o CSV (Comma-Separeted Values, ou valores separados por

vírgula).

Para este tipo de experimento monitorado via Xively®, elaboramos uma

sequência de tutoriais (WEBDUINO, 2014), de modo a permitir que os usuários

possam reproduzir outros experimentos de seu interesse para acesso remoto de

dados gratuitamente, contribuindo para uma maior divulgação e popularização desta

tecnologia.

7.3.4 Segurança

Duas das ferramentas utilizadas para buscar a estabilidade e integridade do

nosso sistema, são o controle de acesso de usuários e o gerenciamento de uso dos

experimentos, ou ainda, controle por filas FIFO (First In First Out; o primeiro da fila

que entrar saíra primeiro). Tal recurso é muito importante, tendo em vista que os

recursos físicos são limitados. Este controle é propiciado em grande parte pela

plataforma Weblab-Deusto.

Utilizamos ainda outras técnicas de segurança em redes tais como Firewalls e

controle de acesso às ferramentas que completam o sistema. Além disso, são

necessários alguns protocolos específicos para cada tipo de comunicação com o

37

Page 38: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

servidor principal, o que de certa forma, evitam explorações indevidas em nossos

sistemas.

8 Metodologia

Este estudo será realizado com uma abordagem de construção de protótipo,

visando uma implementação inicial e verificação, com testes de funcionalidade e

adequação a possíveis necessidades de usuários, para posterior utilização do

Laboratório Remoto e verificação de possíveis melhorias na aprendizagem de

alunos, e complementando o ensino ministrado por professores, em escolas (por

ora, em contato com Goiânia e Campinas). Sendo assim, inicialmente foram

realizadas pesquisas de levantamento do estado da arte e foi realizado o

levantamento da fundamentação teórica (relatados nos itens anteriores) do tema

proposto, e frente as necessidades atuais, proceder-se-á à montagem do protótipo

do experimento, bem como a estruturação da arquitetura de rede necessária para a

adequação do laboratório com acesso remoto, dentro de um ambiente de

aprendizagem que seja condizente com as necessidades educacionais do usuário,

com relação a tópicos de Física Moderna, bem como à possíveis necessidade

pedagógicas dos profissionais da área.

Esta etapa do projeto, a ser realizada futuramente, será possível após as

adequações e construção do ambiente, com a realização de testes de

funcionamento e de interação do usuário com o ambiente.

Temos as seguintes etapas de trabalho:

Etapa 0 Realização de disciplinas do curso, Qualificação (Jan/16), Elaboração do Texto de defesa, Defesa do Projeto.

Etapa 1 Estado da Arte dos Trabalhos relacionados ao desenvolvimento e uso de Laboratórios Remotos junto ao ensino, em particular, em disciplinas de Física, evidenciando necessidade, adequações possíveis, melhorias, críticas ao uso e, se possíveis, intercomparações de laboratórios remotos.

Etapa 2 Levantamento do Referencial Teórico referente às Atividades Relacionadas a Construção, Estruturação e Adequação, Viabilidade e Testes de Laboratórios Remotos em Ensino.

38

Page 39: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Etapa 3 Construção do Laboratório Remoto, desde sua concepção teórica, considerando os referenciais metodológicos, e prática até a elaboração e estruturação.

Etapa 4 Implementação e Testes de Funcionamento, evidenciando necessidades e possíveis melhoras, com relação aos aspectos necessários para o bom funcionamento e interação do Laboratório Remoto.

Etapa 5 Pré-Teste (considerando a continuação do projeto em questão) com usuário para verificação da eficácia do ambiente de aprendizagem e que possíveis melhorias devam ser realizadas e futuras adequações visando um melhor aproveitamento dos recursos existentes no ambiente.

A primeira etapa da investigação em curso se deu logo pela escolha do tema,

dado que, conforme analisado através da revisão do Estado da Arte dos

Laboratórios on-line, baseados na Internet, estes podem se classificar em dois tipos:

virtual e remoto, de modo que a escolha ser pelo laboratório remoto se dá devido às

seguintes características, conforme Nedic et al. (2003):

Há interação direta com equipamentos reais;

As informações são reais;

Não há restrições nem de tempo e nem de espaço;

Possui um custo médio de montagem, utilização e manutenção;

Há feedback do resultado das experiências on-line.

Após a escolha do tema a ser estudado, dentro da etapa da Revisão do

Estado da Arte, por se tratar de um assunto relativamente novo, a quase totalidade

das referências ligadas aos laboratórios sejam virtuais ou remotos advêm de artigos

científicos, nos quais as mais recentes informações e estudos da área foram

divulgados.

A partir das informações recolhidas, a Revisão do Estado da Arte continuou

com a investigação do desenvolvimento dos laboratórios remotos em curso em

algumas universidades e centros de pesquisas, analisando-se algumas publicações

Qualis A. Para tanto, utilizou-se o trabalho de Cardoso e Takahashi (2011),

publicado na Revista Brasileira de Pesquisa e Educação em Ciência (RBPEC).

Segundo a investigação destes pesquisadores da Universidade Federal de

Uberlândia:

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Page 40: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

O intuito é investigar se (e como) os laboratórios remotos estão sendo utilizados no ensino, particularmente, no ensino de Física. Foram selecionados e analisados artigos de periódicos Qualis A nacionais e internacionais, entre os anos 2000 e 2009. No desenvolvimento de nosso trabalho não encontramos relatos de pesquisa sobre acesso remoto a experimentos para a área de Física ou de como isso pode incrementar o processo de ensino e aprendizagem dessa disciplina. Desta forma, as eventuais limitações na utilização desta ferramenta no ensino devem ser estudadas de forma aprofundada e suas potencialidades exploradas no sentido de suprir as necessidades de uma aula prática. (CARDOSO; TAKAHASHI, 2011)

Após esta análise verificou-se que a utilização dos laboratórios remotos no

contexto de ensino de Física, embora pouco abordado, apresenta-se como uma

prática crescente e sua utilização abre um campo de possibilidades e de

experimentações, as quais devem ser melhor trabalhadas, visando as

potencialidades que advém de uma maior sistematização. Em outras situações

(BOTENTOUIT, 2007), foi observado, ainda, que o maior investimento está nos

laboratórios direcionados ao ensino a nível universitário, dados os maiores recursos

disponíveis, o que não significa que não possam ser utilizados em parcerias entre

universidades e escolas.

Diante destes levantamentos e das questões surgidas, a procura de

respostas levou-nos a considerar que, em termos metodológicos, o desenho do

estudo seria necessariamente multifacetado, no sentido de envolver a utilização de

instrumentos e amostras diversificados.

As investigações de um modo geral visam à criação do conhecimento

científico, e para chegar aos resultados existem um conjunto de métodos que podem

ser empregados, dentre estes os métodos experimentais, métodos descritivos, e

também métodos qualitativos (através de formulários, questionários, entre outros) ou

mesmo métodos mistos/específicos. Com base nestas considerações, pode-se

ressaltar que o estudo em questão apresenta ao mesmo tempo características de

um estudo de avaliação (LUKAS; SANTIAGO, 2004), de um estudo de caso

(COUTINHO; CHAVES, 2002), e ainda características de um modelo metodológico

misto muito divulgado em pesquisas internacionais no domínio da Tecnologia

Educativa que, na literatura, se designa por metodologia de desenvolvimento (VAN

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Page 41: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

DEN AKKEN, 1999), nomenclatura advinda da área de Desenvolvimento de

Softwares.

Para Van Den Akken (1999) as diferenças entre as metodologias de

desenvolvimento e as abordagens empíricas tradicionais estão relacionadas mais às

finalidades da investigação (nível filosófico e epistemológico) do que ao nível dos

métodos propriamente ditos: “os métodos da investigação de desenvolvimento não

são necessariamente diferentes de outras abordagens de investigação educativa”

(VAN DEN AKKEN, 1999). Ou seja, as metodologias de desenvolvimento utilizam,

para a coleta e análise de dados, instrumentos e técnicas tanto das abordagens

quantitativas quanto qualitativas.

As diferenças situam-se na forma como abordam os problemas e como se

concebe o projeto da investigação em si. Coutinho e Chaves (2001) sintetizam da

seguinte forma as características básicas deste modelo metodológico:

O fim último da pesquisa não é testar a teoria mas resolver problemas

práticos dos professores;

A busca da solução para o problema passa pela concepção de uma solução

“protótipo” que deve ser fundamentada desde um ponto de vista teórico e

prático (ouvidos os profissionais no terreno) e articulada com objetivos de

aprendizagem;

Condução de uma investigação rigorosa e reflexiva no sentido de testar,

avaliar e refinar no terreno, num processo interativo, a solução protótipo

concebida;

Implica colaboração permanente entre investigadores, profissionais do terreno

(professores) e tecnólogos (informáticos).

Definido o tema de estudo, frente às necessidades no campo do ensino de

Física em território nacional, e selecionada a metodologia a ser empregada, com

relação a elaboração, desenvolvimento e avaliação de um protótipo, o passo

seguinte deve ser a escolha do laboratório remoto a utilizar como referência, base,

para o desenvolvimento do próprio laboratório remoto, inserido em um ambiente

virtual de aprendizagem.

41

Page 42: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

A utilização das novas tecnologias, no que se refere ao uso dos laboratórios

remotos, pode trazer imensas vantagens para o ensino escolar. Tendo isso em

mente, estamos desenvolvendo nosso próprio laboratório remoto de Física, com

foco no ensino de Física, ambientado na Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo (PUC-SP), com base na investigação dos recursos e vantagens do laboratório

remoto da Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Araranguape, o

RexLab (SILVA, 2006), além da interface de uso do WebLabDeusto

(UNIVERSIDADE DE DEUSTO, 2015), para a criação do ambiente virtual. Tendo

como base estes laboratórios, procuramos mesclar algumas características e

introduzir outras inexistentes, principalmente no que se refere ao aspecto

pedagógico e conceitual de tópicos de Física Moderna, desde a concepção teórica

dos experimentos até questões de aplicações tecnológicas advindas do estudo

fenômeno trabalhado no experimento remoto, que podem favorecer uma maior

aprendizagem.

Com as informações obtidas através da literatura, do Estado da Arte e da

criação do ambiente virtual, no qual deverá ser inserido o laboratório remoto,

devemos partir para a última fase deste projeto de pesquisa, para fins de

monografia: o desenvolvimento de um protótipo, propriamente dito, o qual deverá ser

aplicado em testes de verificação de usabilidade e de aplicação, visando a

adequação ao aspecto educacional, porém, para projeto posterior, na continuação

desta pesquisa. Um esquema com o plano de investigação das etapas pode ser

observado abaixo na figura 1.

Fig. 10 - Esquema do plano de investigação (adaptado de Bottentouit, Universidade do Porto, 2007).

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Page 43: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Considerando ainda, que este protótipo deve incluir não somente a montagem

física a ser alocada dentro de uma estrutura que possibilite a coleta de dados e de

imagens do experimento real, com acesso remoto, mas também de toda a estrutura

de rede, dentro da qual deve ser alocado o ambiente virtual de aprendizagem, para

que o aspecto educacional não fique relegado a segundo plano, de forma que seja

evidenciado, então, a preocupação com o ensino de tópicos de Física Moderna,

além da troca de informações relacionadas, seja através de fóruns, entre outras

interfaces a serem disponibilizadas dentro do ambiente.

8.1 Resultados Esperados

Com base na metodologia de desenvolvimento, proposta por Van den Akeen

(1999), pretendemos montar o protótipo, após um estudo de avaliação dos

laboratórios existentes, e das potencialidades que necessitam ser explorados; bem

como após a montagem do próprio, pretendemos realizar um estudo de caso, frente

ao ambiente virtual de aprendizagem com o laboratório remoto a ser montado,

contudo, esta etapa temos em mente que não seja possível ser realizada para fins

desta pesquisa, e sim, para um trabalho futuro, como continuação dos

desenvolvimentos das etapas correntes.

Sendo assim, nos dois próximo itens mostraremos os resultados que

esperamos encontrar, a fim de se desenvolver o protótipo, concluindo com o

ambiente virtual de aprendizagem no qual estará inserido o laboratório remoto, além

dos testes de aplicabilidade e de eficácia do próprio frente ao contexto atual. Testes

de validação do Laboratório Remoto com o Ambiente Virtual de Aprendizagem

pretendemos desenvolver em trabalhos futuros, como foi dito, em um possível

estudo de caso.

8.1.1 Implementação e Testes de Funcionamento

Pretendemos demonstrar, ao longo dos Resultados, etapas e imagens do 1)

Experimento de Espectrofotômetro Remoto Automatizado, propriamente dito,

demonstrando, antes, o 2) Contexto da Espectrofotometria em relação ao Ensino de

Física Moderna, partindo para a 3) Programação no Arduino para o

43

Page 44: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

Espectrofotômetro Remoto Automatizado, até as 4) 4.1) Interfaces: de Visualização

do Experimento; 4.2) de Controle Remoto para acionamento da lâmpada de LED,

além das etapas de construção do 5) Ambiente Virtual de Aprendizagem, no qual

estará contido o experimento, ou seja, o laboratório remoto.

8.1.2 Teste de Funcionamento do Experimento

Além das etapas iniciais de demonstração da construção do protótipo,

pretendemos demonstrar, também, 6) Teste de Funcionamento da Programação do

Arduino; 7) Teste de Funcionamento da Programação de Acionamento da Lâmpada

de LED; 8) Teste de Acionamento do Experimento e Coleta de Dados; etapas estas

que evidenciam os códigos e resultados obtidos, necessários para uma análise mais

aprofundada a posteriori.

8.2 Resultados Obtidos até o momento

Até o momento, montamos a estrutura do experimento físico, bem como a

programação no Arduino para controle de giro do motor, que aciona o giro da rede

de difração a fim de fazer passar as raias do espectro pelo sensor de cor. Este por

sua vez, coleta os dados de irradiância e de comprimento de onda, os quais são

repassados via saída serial a interface de controle, a qual é acionada pelo usuário

remoto, o qual poderá observar os dados em um gráfico de Irradiância (W/m²) por

Comprimento de onda (nm), ou em uma tabela com as respectivas colunas.

Também está em fase de adequação às características de Ambiente Virtual

de Aprendizagem, a interface de controle do experimento (como pode ser observada

pela figura 07), a fim de possibilitar um maior suporte a uma aprendizagem mais

interativa e significativa.

Também está pronta a interface de controle de acionamento das cores da

lâmpada de LED RGB, em php, a qual será inserida dentro da interface de controle

do experimento. A programação e a imagem da interface (ANEXO 1), bem como a

programação no arduino (em C++) – ANEXO 2 - que controla o envio de dados a

interface de controle pela saída serial, além da imagem do experimento físico,

propriamente dito (ANEXO 3), com a disposição dos componentes para geração do

espectro, estão na sessão de anexo

44

Page 45: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

8.3 Próximas Etapas

Nas próximas etapas pretendemos:

1. findar a montagem do experimento físico,

a. fixando cada um dos componentes,

b. melhorando a resolução do espectro,

c. melhorando o envio dos dados através da inserção de um novo sensor

de cores (sensor de cores RGB TCS 3200), no lugar do conversor de

frequência

2. Adequação da Programação no Arduino para enviar a coleta de dados e

receber os comandos da interface de controle

3. Inserção com possíveis adequações da Interface de Controle Remoto (que

aciona a mudança de cores da lâmpada de LED, conforme o usuário queira),

na Interface de Controle do Experimento.

4. Adequação da Interface de Controle para torna-la mais apropriada para fins

de um Ambiente Virtual de Aprendizagem:

a. Incrementando a Interface de modo a permitir a colocação de chats,

fóruns entre outros componentes dentro da interface que permita a

troca de informações, dentro de uma perspectiva semelhante ao

ambiente disponível no Moodle.

b. Colocando itens dentro da interface que permita uma interação maior

com o usuário remoto, como por exemplo, hiperlyns que possam leva-

lo a vídeos de demonstração de outros experimentos relacionados,

simuladores dos conceitos advindo com o experimento demonstrado

entre outras possibilidades.

c. Melhorar o design da Interface de controle.

Com essas atualizações a serem realizadas ou aperfeiçoadas pretendemos que este

experimento fique já disponível para controle e verificação dos espectros pelo

usuário remoto, além de poder ser usado efetivamente como um recurso para a

aprendizagem do mesmo, e que seja significativa e interessante.

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Page 46: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

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Page 48: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

UNESCO. Padrões De Competência Em TIC para Professores – Diretrizes de Implementação v1.0, PARIS, UNESCO, 2008.

UNIVERSIDADE DE DEUSTO. WebLab-Deusto Research Group. Informações retiradas do site, utilizando Git Hub. Acesso em 20 de Maio de 2015, disponível em https://www.weblab.deusto.es/web/

VAN DEN AKKEN, J.; NIEVEEN, N.; BRANCH, R. M.; GUSTAFSON, K.; PLOMP, T. (Eds). “Design Methodology and Developmental Research in Education and Training”. Netherlands: Kluwer Academic, 1999.

WEBDUINO. Google Code. Acesso em 22 de Outubro de 2014, disponível em Project Hosting: http://code.google.com/p/weblabduino

WORLD WIDE WEB CONSORCIUM (W3C – Escritório Brasil), Uso de Padrões Web (Palestra), Maio/2009.

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Page 49: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

ANEXO

ANEXO 1

Interface de Controle Remoto

Esta é a imagem da interface de controle remoto, em primeira versão, de como deve

aparecer na tela ao usuário remoto. Pretendemos inseri-la com possíveis

adequações a interface de controle do experimento.

Fig. A1 – Interface de Controle Remoto (Aciona as cores da Lâmpada de LED)

Programação para a Interface de Controle Remoto

Esta é a programação utilizada pela interface de controle remoto, a qual faz o acionamento

das Cores na lâmpada de LED.

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<?php$tecla = $_REQUEST['tecla'];

if ($tecla != ""){

switch ($tecla){

case "aumentarbrilho" : $acao = "1"; break;case "diminuirbrilho" : $acao = "0"; break;case "desligar" : $acao = "D"; break;

case "ligar" : $acao = "L"; break; case "vermelho" : $acao = "R"; break; case "verde" : $acao = "G"; break; case "azul" : $acao = "B"; break; case "branco" : $acao = "W"; break; case "laranja" : $acao = "o"; break; case "verdeclaro" : $acao = "g"; break; case "azulmedio" : $acao = "b"; break; case "flash" : $acao = "F"; break; case "laranjaescuro" : $acao = "O"; break; case "azulclaro" : $acao = "z"; break; case "roxo" : $acao = "x"; break; case "estrobo" : $acao = "S"; break; case "amareloescuro" : $acao = "y"; break; case "azulesverdeado" : $acao = "c"; break; case "violeta" : $acao = "V"; break; case "fadein" : $acao = "<"; break; case "amarelo" : $acao = "Y"; break; case "azulesverdeadoescuro" : $acao = "C"; break; case "violetaclaro" : $acao = "P"; break; case "smooth" : $acao = "-"; break;

} $portAdress = fopen("COM6","w+"); sleep(1); fwrite($portAdress, $acao); sleep(1); //echo fgets($portAdress); fclose($portAdress);

}

?><style type="text/css">.utf8sans {

font-family:"Lucida Grande","Arial Unicode MS", sans-serif;}

h1{alignment-adjust:after-edge;animation:ease-in-out;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:30px;display: run-in;

padding: 10px 20px;text-decoration: blink;

border-color:transparent;border: 10px;background-image: linear-gradient(to top, #FFC, rgba(0,0,0,.07));background: ;color: #111;

}

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Page 51: Proposta de Desenvolvimento de um Protótipo de Laboratório Remoto Aplicado ao Ensino de Física

h2{alignment-adjust:after-edge;animation:ease-in-out;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:22px;display: run-in;

padding: 10px 20px;text-decoration: blink;

border-color:transparent;border: 8px;background: #FF9;color: #900;

}body{

alignment-adjust:after-edge;animation:ease-in-out;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:18px;display: run-in;

padding: 10px 10px;text-decoration: blink;

border: double;border-color:transparent;background:#FFF;background-attachment:scroll;background-image: linear-gradient(transparent, #FFC, rgba(0,1,0,.20));color: #000;

}.botao1{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background: #FFC;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(2,0,0,.15));cursor: pointer;

}.botao2{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#EEE;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;

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box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao3{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", cursive;font-size:14px;background:#E00;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao4{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#0E0;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.35));cursor: pointer;

}.botao5{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#F00;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao6{

display: run-in;width: 200px;

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height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#0D0;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao7{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#03F;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(2,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao8{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background: #FFF;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(2,0,0,.15));cursor: pointer;

}.botao9{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#F90;

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color: #FFE;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao10{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#6F3;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao11{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#06C;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao12{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background: #AAA;color: #111;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,2,.35));cursor: pointer;

}

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.botao13{display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#F80;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao14{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#3CC;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(2,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao15{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#639;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,2,.45));cursor: pointer;

}.botao16{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;

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box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background: #AAA;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(2,0,0,.35));cursor: pointer;

}.botao17{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#FC0;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao18{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#09F;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao19{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#63C;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;

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box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,2,.45));cursor: pointer;

}.botao20{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#AAA;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,2,.45));cursor: pointer;

}.botao21{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;color: #000;background:#FF0;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao22{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#09C;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao23{

display: run-in;width: 200px;

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height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#C6F;color: #FFF;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}.botao24{

display: run-in;width: 200px;height: 80px;padding: 10px 20px;text-decoration: blink;box-sizing: border-box;font-family: "Lucida Sans Unicode", "Lucida Grande", sans-serif;font-size:14px;background:#AAA;color: #000;border: 8px;border-radius: 10px;box-shadow: 2px 4px 6px #999;background-image: linear-gradient(to bottom, transparent, rgba(0,0,0,.45));cursor: pointer;

}</style><html>

<head> <title> Controle Remoto de LED </title> </head> <body> <h1><center> Controle seu LED RGB </center></h1> <div><p><center>Aperte um dos botões abaixo e veja o LED acender!</center></p></div> <center><form action="ControleLED1.php" method="get"> <input type="submit" name="tecla" class="botao1" id="aumentarbrilho" value="aumentar brilho"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao2" id="diminuirbrilho" value="diminuir brilho"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao3" id="desligar" value="desligar"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao4" id="ligar" value="ligar"/> <br/><br/> <input type="submit" name="tecla" class="botao5" id="vermelho" value="vermelho"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao6" id="verde" value="verde"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao7" id="azul" value="azul"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao8" id="branco" value="branco"/> <br/><br/> <input type="submit" name="tecla" class="botao9" id="laranja" value="laranja"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao10" id="verdeclaro" value="verde claro"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao11" id="azulmedio" value="azul medio"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao12" id="flash" value="flash"/> <br/><br/> <input type="submit" name="tecla" class="botao13" id="laranjaescuro" value="laranja escuro"/>

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<input type="submit" name="tecla" class="botao14" id="azulclaro" value="azul claro"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao15" id="roxo" value="roxo"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao16" id="estrobo" value="estrobo"/> <br/><br/> <input type="submit" name="tecla" class="botao17" id="amareloescuro" value="amarelo escuro"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao18" id="azulesverdeado" value="azul esverdeado"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao19" id="violeta" value="violeta"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao20" id="fadein" value="fade in"/> <br/><br/> <input type="submit" name="tecla" class="botao21" id="amarelo" value="amarelo"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao22" id="azulesverdeadoescuro" value="azul esverdeado escuro"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao23" id="violetaclaro" value="violeta claro"/> <input type="submit" name="tecla" class="botao24" id="smooth" value="smooth"/> </form></center> </body></html>

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ANEXO 2

Programação no Arduino

Esta programação é responsável pelo envio dos dados de irradiância e de comprimento de onda a interface de controle do experimento (alocada na Internet, em ), bem como é responsável pelo acionamento do motor e controle de giro do mesmo e da rede de difração.

#include <Stepper.h>#include <IRremote.h>#define C 2#define ESCALA 2

//motores acionamentoIRsend irsend;int stepsPerRevolution = 48; // change this to fit the number of steps per revolutions for your motorStepper myStepper(stepsPerRevolution, 6,7,8,9); // initialize the stepper library on pins 8 through 11.

int LED=13; // acende o led quando a varredura direita ocorre//int movimentacaoCabeca = 0;char tecla;int geralPassos;int passos; // numero de passos necessarios para mover o motor para a proxima posicaoint posicaoAtual;int posicaoFutura;

//////Definioções booleanas////////////////////boolean motorStatus;///////////////////////////////SETUP///////////////////////////////void setup() {// pinMode(AjustePosicao, INPUT); // pino 5 = Ajuste de Posição// pinMode(ColetaDadosExp,INPUT); // pino 4 = Coleta de Dados da Experiência Serial.begin(9600); // initialize the serial port delay(10); Serial.println("Mestrado TIDD"); pinMode(LED,OUTPUT); // pino3 = pino de verificação do LED myStepper.setSpeed(40); //motorStatus = true; inicializa(); //inicializa sistema!!!!}/////////////////////////LOOP///////////////////////////////////// void loop(void) { //motorStatus = false; ligar_motor();}

void stepFoward(void){ digitalWrite(LED,HIGH); for (int i = 0; i<=1; i++){ myStepper.step((stepsPerRevolution)/12); delay(2000); }}

void stepBackward(void){

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digitalWrite(LED,LOW); for (int i = 0; i<=1; i++){ myStepper.step(-(stepsPerRevolution)/12); delay(2000); }}

void inicializa(void){ delay(10); myStepper.step(stepsPerRevolution); posicaoAtual = C; delay(100); myStepper.step(0); geralPassos = 0; delay(1000); Serial.println("Pronto Para comecar!"); }

void ligar_motor() { if (Serial.available() > 0) { tecla = Serial.read(); if (tecla == '1'){ for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFA05F, 32); // Sony TV power code delay(200);} stepFoward(); stepBackward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Aumenta Brilho"); } if (tecla == '0') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF20DF, 32); // Sony TV power code delay(200); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Diminui Brilho"); } if (tecla == 'D') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF609F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); //motor.step(0); delay(200); Serial.println ("DESLIGA"); } if (tecla == 'L') {

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for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFE01F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("LIGA"); } if (tecla == 'R') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF906F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Vermelho"); } if (tecla == 'G') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF10EF, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Verde"); } if (tecla == 'B') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF50AF, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Azul"); } if (tecla == 'W') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFD02F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward();

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stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Branco"); } if (tecla == 'o') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFB04F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Laranja"); } if (tecla == 'g') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF30CF, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Verde Claro"); } if (tecla == 'b') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF708F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Azul Medio"); } if (tecla == 'F') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFF00F, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Flash"); }

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if (tecla == 'O') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFA857, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Laranja Escuro"); } if (tecla == 'z') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF28D7, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Azul Claro"); } if (tecla == 'x') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF6897, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Roxo"); } if (tecla == 'S') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFE817, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Estrobo"); } if (tecla == 'y') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF9867, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward();

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stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Laranja Claro"); } if (tecla == 'c') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF18E7, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Cobalto"); } if (tecla == 'V') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF58A7, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Pink"); } if (tecla == '<') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFD827, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Fade"); } if (tecla == 'Y') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF8877, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Amarelo");

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} if (tecla == 'C') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF08F7, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Verde-Azul"); } if (tecla == 'P') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFF48B7, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Violeta"); } if (tecla == '-') { for (int i = 0; i < 1; i++) { irsend.sendNEC(0xFFC837, 32); // Sony TV power code delay(400); } stepFoward(); stepBackward(); stepBackward(); stepFoward(); posiciona_motor(); delay(200); Serial.println ("Smooth"); } Serial.println("\n"); }}void posiciona_motor (void){ if (passos > 0) { // gira para a direita // Serial.println("girou para direita"); for (int i=0; i<abs(passos); i++){ stepFoward(); // verificar Enable } posicaoAtual = 0; } else if (passos < 0) { // gira para a esquerda // Serial.println("girou para esquerda"); for (int i=0; i<abs(passos); i++){ stepBackward(); // verificar Enable } posicaoAtual = posicaoFutura; }

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ANEXO 3

Experimento Físico

As imagens a seguir mostram o experimento físico montado, incluindo a

disposição dos componentes para geração do espectro, além do detalhe do espectro

obtido com a rede de difração de 1000 linhas/mm e fenda colimadora (em frente à

lâmpada) de 0,2mm, para uma lente convergente de distância focal de 50mm.

Figura A2 – Na imagem da esquerda, vista Geral da Disposição Experimento. Nesta imagem, à esquerda, o computador aberto com a saída do monitor serial do Arduino, no qual está inserida a programação de acionamento do giro do motor e envio dos dados para a saída serial. À direita, o experimento físico montado. O espectro é mostrado no anteparo com papel sulfite, no qual está

colocado o sensor que enviará os dados de irradiância a saída serial do Arduino. No detalhe da figura da direita, temos o espectro difratado, projetado no anteparo em que esta colocado o sensor.

Nas figuras a seguir estão disposta uma sequência de imagens do

experimento físico montado, em que se pode notar a disposição dos componentes

que farão a coletados dados do espectro de difração da luz de LED.

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Figura A3 – Vista Geral da Disposição Experimento. A. Emissor Infra-Vermelho para transmissão do sinal vindo da saída serial. B. Lâmpada de LED, com prolongador (para evitar dispersão da luz para

outros lugares) C. Suporte com Mecanismo de fenda simples (de 0,2mm da 3B Scientific), usado para colimar o feixe. D. Módulo Ponte H, com CI L298, para controle do giro do motor. E. Arduino. F. Trilho

em que estão colocados: G. Espelho refletor do feixe, H. Lente Convergente de distância focal (f) = 50mm e I. Motor de Passo (Mitsumi, modelo M42SP, 3,5º), e no motor está colocada a rede de

difração (de 1000 linhas/mm). O motor está colocado acima de dissipadores para evitar superaquecimento. K. Conversor de Frequencia em Irradiância, para enviar os dados de irradiância

ao Arduino. L. Anteparo onde são projetados os feixes difratados. M. Fonte de alimentação (regulável) do motor (12V, 600mA).

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A

B

C

DE

FG

H

I

J

KM L

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Figura A3 – Nas figuras acima, podemos observar o mesmo experimento em vistas diferentes: DE cima, vista superior. E abaixo, vista lateral.

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