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Colégio Estadual Cecília Meireles – EFM São Pedro do Paraná – PR PROPOSTA CURRICULAR LヘNGUA PORTUGUESA

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Colégio Estadual Cecília Meireles – EFM

São Pedro do Paraná – PR

PROPOSTA CURRICULAR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

São Pedro do Paraná

A) Apresentação geral da disciplina

Toda língua tem seu conjunto de regras, que merecem ser compreendido por quem a

estuda. Como todo organismo vivo, porém, as línguas e suas regras são passíveis de nascer,

evoluir e morrer. As constantes trocas sociais encarregam-se de propor novos vocábulos,

subverter estruturas linguísticas, desgastar expressões. Pretender engessar a língua num

conjunto de regras imutáveis é negar a dinâmica natural dessa instituição cultural que, como as

demais criadas pelo homem, pode ser revista e atualizada.

Nesse sentido, a tentativa de manter a língua na redoma de uma variedade padrão,

evitando que a oral contamine a escrita, parece ser o principal responsável pelo abismo que se

vai formando entre essas duas modalidades de língua. É, portanto, papel da escola dar atenção

também ao desenvolvimento da oralidade, uma vez que as regras da língua não são

exclusivamente voltadas para a escrita e podem fazer muita falta na produção do texto oral, nas

mais diversas situações de interação.

Por sua vez, a apropriação que um sujeito faz de sua língua materna costuma estar

associada ao seu nível de escolaridade. Sabe-se, porém, que estar alfabetizado ou, mesmo, ter

cursado vários anos, a escola infelizmente não é garantia certa de apropriação das diferentes

habilidades de fala, leitura e escrita. Nem sempre a pessoa que sabe ler e escrever apresenta as

competências básicas para participar com sucesso das diferentes situações de interação que

vivencia em seu círculo social ou no trabalho.

Conteúdo Estruturante: Discurso

A língua tem que ser considerada como interação verbal, enquanto espaço de produção

de sentidos marcado por relações contextuais de poder. O conteúdo estruturante terá que ser

desenvolvido de uma forma dinâmica, efetivada por meio das práticas discursivas, as quais

envolvem a leitura, a oralidade e a escrita.

Desta forma, para que os alunos sujeitos percebam a interdiscursividade nas diferentes

relações sociais, ou seja, as condições de produção dos diferentes discursos, as diferentes vozes

que permeiam as relações sociais e as relações de poder que as entremeiam para agir no mundo

social, é preciso que os níveis de organização linguística (fonético/fonológico, léxico/semântico e

de sintaxe) sirvam ao uso da linguagem na compreensão e na produção escrita, oral, verbal e

não-verbal.

Os conteúdos específicos a serem desdobrados a partir do Conteúdo Estruturante serão

estabelecidos como referência aos textos de diferentes tipos, contemplando seus elementos

linguístico/discursivos: unidades linguísticas que se configuram como as unidades de linguagem

que compõem o texto, derivados da posição que o locutor exerce no enunciado; temáticas, as

quais referem-se ao que pode tornar-se dizível por meio de um gênero e composicionais,

compreendidos como a estrutura específica dos textos pertencentes a um gênero.

Caberá ao professor selecionar um conjunto de textos para o trabalho em sala de aula,

tendo como referência os fundamentos teórico-metodológicos da disciplina, de modo que o aluno:

Seja capaz de usar a língua em situações de comunicação oral e escrita;

Compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto,

passíveis de transformações na prática social;

Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

Reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus benefícios

para o desenvolvimento cultural do país.

B) Objetivos gerais da disciplina

Criar condições para que o aluno desenvolva sua competência comunicativa, discursiva,

sua capacidade de utilizar a língua de modo variado e adequado ao contexto, às

diferentes situações e práticas sociais;

Ampliar e aperfeiçoar as possibilidades de comunicação do estudante, levando-o a ter

domínio dos procedimentos adequados de expressão oral e escrita. Para isto torna-se

capaz de:

Fazer relações (construir conhecimentos);

Interpretar dados e fatos mais complexos e abstratos em relação ao ciclo anterior:

saber manipular, consultar e ler criticamente livros, revistas, jornais, arquivos,

textos instrucionais, identificando os pontos mais relevantes e as intenções de seus

autores;

Elaborar, com coerência e clareza explicações sobre dados relativos às diversas

áreas do conhecimento;

Aprender os mecanismos internos da língua (elementos macro e micro-estruturais);

Discriminar, sem preconceito, as variantes lingüísticas, os diferentes níveis de

formalidade e informalidade de um texto escrito, de uma comunicação oral e,

conseqüentemente, transferir para a sua prática de produção os conhecimentos

adquiridos;

Distinguir e valorizar as variantes lingüísticas, concebendo-as como formadoras da

identidade nacional, combatendo toda forma de preconceito em relação ao que é

diferente, contribuindo, assim, para a constituição ou reformulação dos seus

próprios valores;

Compreender os diferentes valores sociais atribuídos às variantes lingüísticas,

compreendendo as razões disso;

Diferenciar a modalidade oral e escrita;

Acentuando a importância do domínio da norma dita ”padrão” por ela ser a mais

prestigiada socialmente, distinguir os diversos gêneros de texto e compreender as

diferentes intencionalidades, os diversos estilos, as características da linguagem

empregadas em cada um deles, analisando, portanto, o conteúdo dessas

produções e as múltiplas formas de organizações desses discursos;

Expressar seus sentimentos, expor suas idéias, argumentar e contra-argumentar,

contar suas experiências como também ouvir, interpretar e refletir sobre as idéias

de seus colegas, respeitando os variados pontos de vista;

Construir conceitos, distinguir diferentes recursos expressivos responsáveis pela

coerência e coesão textual, diferentes categorias e pôr em prática as normas da

língua dita “padrão” quando a situação discursiva assim as exigir.

C) Conteúdos do Ensino Fundamental:

5ª Série:

Estudo de textos – Pequenos textos verbais ou visuais ou jogos seguidos de uma proposta

de discussão oral;

O texto e suas relações – Questões de ordem relativas aos textos lidos na unidade;

questões referentes às relações extratextuais, envolvendo a opinião do aluno;

Produção de textos – Propostas de redação; narrativas;

Conhecendo a gramática – Aspecto teórico do funcionamento da língua no que se refere à

morfologia e a sintaxe;

Concordância verbal e nominal;

Pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação);

Uso de aspas;

Uso do “vós”;

Emprego de “a gente” e “nós”;

Emprego do “lhe” (regência verbal);

Coletivos;

Grau do adjetivo;

Advérbio de intensidade;

Uso da vírgula na enumeração;

Uso de “a” – preposição (tempo futuro) e “há” – verbo “haver” no sentido de tempo

decorrido;

Coesões (conjunções);

Uso de letra maiúscula;

Advérbio de lugar;

Vírgula;

Marcas de oralidades no texto escrito;

Emprego de parênteses e travessão no aposto;

Analisar implicações da carga pejorativa atribuída ao termo negro e outras expressões do

vocabulário;

Ler e interpretar letras de músicas relacionadas à questão racial;

Propiciar acesso aos gêneros musicais do samba e rap.

6ª Série:

Vocabulário;

Sigla;

Vírgula na enumeração;

Coesão (pronomes);

Advérbio de tempo;

Diferença de texto oral e texto escrito;

Pontuação (interrogação e final);

Concordância nominal;

Função do adjetivo;

Tempo verbal;

Concordância verbal (sujeito e predicado);

Pontuação;

Coerência;

Sinônimos e antônimos;

Organização dos parágrafos;

Coesão (pronomes pessoais e indefinidos);

Coesão (conjunções);

Coesão lexical;

Transformação do período simples em composto;

Parênteses;

Período composto

Verbos haver e existir;

Verbo ter e vir (tem, têm; vem, vêm);

Comparação e metáfora;

Abreviatura de hora;

Regionalismo;

Leitura – Textos relacionados a viagens pela imaginação, viagens pela palavra e pela

memória;

Leitura de textos do cotidiano (como por exemplo: leitura de jornais);

Produção de textos – A notícia, a entrevista, a entrevista citada;

Para escrever com técnica, para falar e escrever com adequação;

Preposição, objeto direto, objeto indireto, pronomes;

Estudo do texto – Redação de textos considerando suas condições de produção:

finalidade e especificidade do gênero, lugares preferenciais de circulação e interlocutor

eleito;

Ponto de vista;

Textos complementares – Cartas, curiosidades;

Gramática – Ortografia: crase

Revisão: advérbio, locução;

Textualidade – textos relacionados a leitura, a poesia e ao poeta;

A língua em foco;

Analisar implicações da carga pejorativa atribuída ao termo negro e outras expressões do

vocabulário;

Ler e interpretar letras de músicas relacionadas à questão racial;

Propiciar acesso aos gêneros musicais do samba e rap.

7ª Série:

Estrutura de diferentes gêneros textuais;

Mudança de foco narrativo;

Frase afirmativa e interrogativa;

Coletivos que indicam tempo;

Palavras que reforçam a argumentação (retórica);

Antítese;

Eu-poético;

Variações lingüísticas;

Uso dos pronomes “tu” e “vós” no texto poético;

Variações históricas;

Elementos para a análise do discurso;

Coesão (conjunções, pronomes);

Aposto;

Paragrafação;

Marcas de pessoalização do texto;

Uso e intenção, no texto escrito, de palavras e expressões próprias da oralidade;

Coesão lexical;

Verbo haver;

Tempos verbais;

Síntese;

Voz ativa e voz passiva;

Hipérbole;

Discurso direto e indireto;

Imperativo;

Ironia;

Pronomes pessoais oblíquos;

Os “porquês”;

Sinonímia;

Eufemismo;

Palavras de mesmo campo semântico;

Aspas e travessões no discurso direto;

Função da seleção lexical;

Metonímia;

Gíria;

Coesão (elipse);

Formas de impessoalizar o texto;

Pronomes relativos;

Ambigüidade;

Produzir poesias relacionadas ao povo afro-descendente e sua cultura;

Realizar estudos de obras brasileiras que discutam e/ou abordem questões relacionadas

à cultura afro-brasileira, como: Macunaíma, Mário de Andrade; Casa Grande e Senzala,

Gilberto Freire; O Escravo, Castro Alves; Sermões do Pe. Antonio Vieira; A Cidade de

Deus, Paulo Lins; O Mulato, Aluísio Azevedo; O Bom Crioulo, Adolfo Caminha;

Na pintura, interpretar obras de Di Cavalcanti, Lazar Segall e Cândido Portinari que

retratam a figura do negro.

8ª Série:

Adjetivos pátrios;

Regionalismo;

Citação;

Elementos para a análise do discurso;

Paragrafação;

Coesão (elipse);

Função da expressão “ou seja”;

Polissemia;

Coesão (pronomes);

Crase;

Marcas de opinião no texto informativo;

Voz ativa e voz passiva;

Pretérito imperfeito e presente;

Gíria;

Metáfora;

Coesão lexical;

Etimologia;

Diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto;

Pronome relativo (onde);

Concordância verbal;

Estrutura do texto narrativo;

Comparação entre texto narrativo e informativo sobre o mesmo assunto;

Dois pontos e vírgula na enumeração;

Paragrafação do texto jornalístico;

Níveis de linguagem;

Regência nominal e verbal;

Advérbios de modo;

Função do “talvez”;

Concordância do verbo “haver”;

Radicais gregos e latinos;

Ironia;

Mudança do foco narrativo;

Produzir poesias relacionadas ao povo afro-descendente e sua cultura;

Realizar estudos de obras brasileiras que discutam e/ou abordem questões relacionadas

à cultura afro-brasileira: Macunaíma, Mário de Andrade; Casa Grande e Senzala, Gilberto

Freire; O Escravo, Castro Alves; Sermões do Pe. Antonio Vieira; A Cidade de Deus, Paulo

Lins; O Mulato, Aluísio Azevedo; O Bom Crioulo, Adolfo Caminha;

Na pintura, interpretar obras de Di Cavalcanti, Lazar Segall e Cândido Portinari que

retratam a figura do negro.

Conteúdos do Ensino Médio:

1ª Série:

Histórias que a vida conta;

Crônicas e suas variações;

Histórias que a nossa imaginação cria;

Analisando a narrativa;

Falando figurativamente: metáforas e metonímias;

Desenvolvendo um conceito de gramática;

Pontuação;

Acentuação gráfica;

Procura-se um crime;

O labirinto da linguagem jurídica;

Discursos da negritude;

Pescando significados;

Estudos de obras literárias de escritores negros como Cruz e Souza, Lima Barreto,

Machado de Assis, Solano Trindade, destacando a contribuição do povo negro à cultura

nacional.

2ª Série:

O jornal e a liberdade de imprensa;

Lendo a imprensa criticamente;

Texto informativo: a notícia;

Qualidades do texto informativo;

A notícia

Da notícia à ficção;

Texto informativo: reportagem;

Reportagem com infográfico;

Narrativas longas;

Vocabulário ortográfico;

O vocabulário do falante;

As classes das palavras;

Construindo sentenças simples: um pouco de sintaxe;

Construindo sentenças complexas;

A subordinação e a coordenação;

Estruturas sinônimas;

Tópicos da língua padrão;

Concordância verbal;

Apontamento sobre o infinito flexionado;

Conjugação;

Verbos Irregulares;

Variação lingüística e escolhas expressivas;

Tópicos da língua padrão;

Regência verbal;

Uso dos pronomes pessoais e possessivos;

Pontuação;

Acentuação gráfica;

Estratégias de manifestos: Opinião;

Estudos e pesquisas de países que falam a língua portuguesa. O que os une? Quais

razões? Atualmente, como estão esses países? Qual a composição étnica? Apurar as

diferenças do português falado e escrito entre eles;

Produção textos sobre temas como:

- O racismo no Brasil;

- A presença do negro na mídia;

- Políticas afirmativas, cotas;

- Mercado de trabalho.

3ª Série:

Texto de opiniões editoriais e publicitários;

A história da literatura brasileira: período colonial;

O período colonial: o Brasil de 1500 a 1822;

Breve notícia do século XVI, século XVII, século XVIII;

História da literatura brasileira: século XIX;

O romantismo brasileiro;

O realismo;

O simbolismo;

História da Literatura Brasileira século XX;

A semana da arte moderna de 1922;

A vida literária do imediato pós-guerra;

A vida literária contemporânea: o fim dos -ismos;

A narrativa intimista e introspectiva;

A literatura em Portugal: do renascimento ao romantismo (do século XV ao século XVIII);

Literatura Africana e a Língua Portuguesa;

Temas gramaticais correlacionados com o controle de norma padrão, concordância verbal

e nominal;

Temas gramaticais correlacionados com a estrutura textual: regência verbal e nominal;

Temas gramaticais correlacionados com a estrutura textual: regência verbal e nominal,

período composto por coordenação e subordinação;

Linguagem Científica e Linguagem Cotidiana – Maneiras de dizer;

Variação lingüística;

Múltiplas significações;

Mercado de trabalho: Que bicho é esse?

Vírgulas e significados;

Analisar implicações de carga pejorativa atribuída ao termo negro e outras expressões do

vocabulário;

Na literatura o estudo do teatro experimental de negros, iniciado no Rio de Janeiro em

1944 e a pesquisa sobre a imprensa negra brasileira no início da década de 1920.

Conteúdo: História da Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei 10.639/03

Estudos e pesquisas de países que falam a língua portuguesa. O que os une? Quais as

razões? Atualmente como estão esses países? Qual a composição étnica? Apurar diferenças do

português falado e escrito entre eles. Exemplos:

na alimentação: vatapá, acarajé, caruru, canjica, etc;

na música: os instrumentos musicais: maracá, cuica, atabaque, reco-reco, agogô e na

religião: umbanda e candomblé.

Após debates sobre textos propostos as alunos, solicitar que produzam textos sobre

temas, como:

o racismo no Brasil;

a presença do negro da mídia;

políticas afirmativas, cotas;

mercado de trabalho, etc.

Conteúdo: Educação no Campo

É fundamental garantir que a realidade do campo, com sua diversidade, esteja presente

em toda a organização escolar.

Além dos projetos, que possibilitem uma articulação das diferentes disciplinas entre si e

com a realidade do campo, também deve-se observar as contribuições que o trabalho. a partir da

pesquisa, observação, experimentação e reflexão, oferecem às práticas pedagógicas.

Ainda há que se considerar toda a dinâmica da vida do campo, com os seus ciclos

produtivos, período de pesca e turismo, épocas de chuvas, entre outros, que devem ser

considerados.

D) Metodologia da Disciplina

Denunciar atitudes de discriminação contra os indivíduos negros bem como mostrar sua

participação nos diferentes setores da sociedade através de cartazes, livros, revistas e músicas

para serem utilizados nas atividades escolar buscando o resgate da cidadania dos afro

descendentes, valorizando sua participação social. Quebra da invisibilidade do negro(a) na

sociedade desmantelando o mito da democracia racial brasileira, tendo como motivador a música,

a dança, as artes de rua, o folclore e o artesanato.

Numa perspectiva de linguagem enquanto representação das formas de comunicação

criadas pelo homem, a metodologia deverá ter como objetivo de preocupação a interação verbal,

isto é, ação entre sujeitos situados que, visa a linguagem, se apropria, e transmitem um tipo de

experiência historicamente acumulado.

Nesse sentido o essencial do ensino deverá privilegiar a participação, a pesquisa, o

interesse e a dialogia e da interlocução entre os sujeitos da educação – professor e alunos

buscando sempre superar a aquisição mecânica do conhecimento. Portanto, não pode se perder

de vista a possibilidade de produção de textos, cuja circulação extrapole a sala de aula, bem

como o acesso a diversos tipos apresentados sob diferentes linguagens, colocando-as em

confronto e discutindo o próprio conteúdo vinculado nelas. Proporcionando assim, oportunidades

para o desenvolvimento da autonomia.

É preciso oportunizar espaços onde se exalte a riqueza da fala, leitura e escrita, para

fruir, informar, obter conhecimentos lingüísticos e emitir opiniões próprias, a partir de uma

metodologia ativa e diversificada, estabelecendo parceria em sala de aula, compreendendo o

trabalho individual, o trabalho em duplas ou em pequenos grupos e o trabalho com toda a turma,

dando-lhes voz, escutando o que têm a dizer, em experiências de uso concreto da língua.

Reconhecer o ambiente escolar como espaço fértil para construir racionalidades mais solidárias e

combater intolerâncias e qualquer tipo de preconceito. Esse processo de dá com quem se

conversa, com aquilo que se escuta e se vê e com aquilo que se lê. Essas situações de interação

apresentam e geram discursos, permeados pelas finalidades e intenções de seus produtores,

que, preferencialmente, não devem perder de vista as características dos interlocutores a que se

dirigem em situações determinadas.

Na fala ou na escrita, o discurso ganha a forma de texto, como uma seqüência verbal

constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência

entre seus elementos. Os gêneros textuais resultam da pluralidade proporcionada pelos fazeres

das diferentes culturas e frequentemente, uns emprestam características de outros, criando

assim, oportunidades para os alunos realizarem exposições orais a partir de sistematização,

tecnologia, mesa-redonda, debate, exposição, entrevista e outras.

E) Critérios de Avaliação específicos da disciplina

A avaliação é um processo que integra a aprendizagem e o ensino, devendo, portanto,

implicar um diálogo permanente entre o professor e o aluno. É preciso que consista numa

reflexão contínua e dê prioridade à qualidade tanto das nossas ações quanto do caminho trilhado

pelo aluno na construção do conhecimento, o que nos revela que, tão importante quanto avaliar, é

tomar decisões diante dos resultados obtidos.

A avaliação deve comparar muito mais um aluno com ele mesmo do que um aluno com

outro, de maneira a podermos verificar com mais eficiência o quanto ele avançou, pois os alunos

possuem rumos e processos de aprendizagem diferente e, por ser contínua e diagnóstica apartar

dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. É importante

que o professor tenha instrumentos de registro que permitam sistematizar melhor as situações de

aprendizagem e indicar a sua intervenção e reorientação dos processos de ensino e de

aprendizagem.

Da mesma forma, a avaliação deve observar muito mais o que o aluno sabe do que o

que ele não sabe. Como os alunos possuem ritmos e muitas outras características diferentes uns

dos outros, tais como é o caso da inclusão, cultura afro e etc. também devemos diversificar esses

instrumentos de avaliação. Cabe ressaltar no tocante dos procedimentos que sendo os alunos

diferentes uns dos outros, cada qual tem uma preferência, uma forma de se expressar

(oralmente, por meio de textos, dramatizações, etc.) e de realizar as atividades (individualmente,

em grupo ou coletivamente).

É importante que os alunos tenham oportunidades de participar de diferentes atividades

para que possam desenvolver tanto os procedimentos que não dominam quanto aqueles que

preferem.

A avaliação deve ser realizada considerando-se o processo de desenvolvimento das

linguagens, incentivando a apropriação de novas possibilidades de uso das diferentes linguagens

em função de reflexões constantes sobre as mesmas nos contextos de uso das diferentes

disciplinas. A avaliação deve verificar se os alunos investigam, elaboram e testam hipóteses, se

expõem e debatem diferentes opiniões e conclusões, se comunicam oralmente e por escrito os

produtos dos trabalhos realizados, se compreendem o texto lido, o sentido construído, sua

reflexão e sua resposta ao texto, se resolvem problemas e elaboram questões, se confiam na sua

própria capacidade de enfrentar desafios.

A avaliação deve considerar as diferenças de leitura e de mundo e o repertório de

experiências dos alunos. O professor pode propor questões abertas, discussões, debates e

outras atividades que lhe permitem avaliar a reflexão que o alunos faz a partir do texto.

É preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção, nunca como

produto final.

Os elementos lingüísticos usados nas produções dos alunos precisam ser avaliados sob

uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilite compreender esses elementos no

interior do todo, para incluí-los em outras operações lingüísticas de reestrutura do texto, inclusive.

A avaliação é uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu

modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível.

F) Bibliografia

CÂNDIDO, Antonio. Na Sala de Aula. Caderno de análise literária – Série Fundamentos –

Biblioteca do Professor – Governo do Paraná.

CARVALHO, Maria Angélica Freire; MENDONÇA, Rosa Helena (orgs.) Prática de leitura e

escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006.

DCE - Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa – SEED – 2006.

GADOTTI, Moacir; ROMÃO , José E. (orgs.) Autonomia da escola: princípios e propostas. 6 ed. -

São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2004.- (Guia da Escola Cidadã; v. 1)

GERALDI, João Wanderley.; CHIAPPINI, Lígia. Aprender e ensinar com textos. 6ª edição. – São

Paulo: Cortez, 2004.

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana: Educando para as relações étnico-raciais/ Paraná,

Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino

Fundamental – Curitiba: SEED – PR, 2006. - 110 p. – Cadernos Temáticos.

KATO, Mary A. No Mundo da Escrita: Uma Perspectiva Psicolingüística. Série Fundamentos.

KAUFMAN, Ana Maria; RODRIGUEZ, Maria Elena; RODRIGUES, Inajara. Escola, leitura e

produção de textos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

LEFFA, Vilson J. (org.) A interação na aprendizagem das línguas. - Pelotas: Educat, 2006. 254 p.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 17ª

edição. – São Paulo: Cortez, 2005.

MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, Desirée (orgs.) Gêneros textuais e práticas discursivas:

subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, SP. EDUSC, 2002.

SILVA, Ezequiel Theodoro. A produção da leitura na escola. Pesquisas e Propostas – Biblioteca

do Professor.

WIDDOWSON, H. G. O ensino de línguas para a comunicação/ Tradução: José Carlos P. de

Almeida Filho. - Campinas, SP: Pontes, 2ª edição, 2005.

ZILBERMAN, Regina.; SILVA, Ezequiel T. Leitura – Perspectivas interdisciplinares. Série

Fundamentos. Editora Ática.