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PRONUNCIAMENTO
JUDICIAL NO NOVO CPC
BECLAUTE OLIVEIRA SILVA
Professor FDA/UFAL(Mestrado e Graduação)
Membro da ANNEP e do IBDP
4. SISTEMATIZAÇÃO LEGAL: ARTS. 203 e 204 CPC-15
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é
o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe
fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. §
2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que
não se enquadre no § 1º .
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados
no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória,
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor
e revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
ATOS JUDICIAIS
1. Despacho: “impulsiona o procedimento, fazendo com que avance
entre as fase” (Didider Jr. et al) – art. 203, §3º CPC-15
2. Decisão lato sensu: soluciona uma questão.
2.1. Na primeira instância: “pronunciamento pelo qual o juiz resolve
questão sem por fim ao procedimento em primeira instância” (Didier Jr et
al.)
a- Processual;
b- Provisória: cautelar, antecipada e de evidência
c- Terminativa: “sentenças parciais processuais”
d- Definitiva: sentenças parciais de mérito
2.2. Na segunda instância:
a- Processual;
b- Provisória: cautelar, antecipada e de evidência
c- Terminativa: “acórdãos parciais processuais”
d- Definitiva: acórdãos parciais de mérito
e- Decisão unipessoal terminativa e definitiva
Obs.: Ordem cronológica do art. 12 CPC 15 só se aplica aos acórdãos
finais e não os interlocutórios – Didier Jr.
3. Sentença: pronunciamento juiz singular que põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum ou extingue a execução ou cumprimento de
sentença
3.1. Hipóteses:
a- Extinção sem resolução do mérito: art. 485 CPC-15
b- Extinção com resolução do mérito: art. 489 CPC-15
2. O que determina a sentença não é seu conteúdo, mas a função.
4. Algumas exceções ao conceito:
a. Exibição de contas: art. 550, §5º-15 (soluciona sobre a existência do
direito de exibir contas); art. 552, CPC-15 (delibera sobre contas prestadas)
b- Procedimento de demarcação de terras: art. 581 CPC-15 (sentença
determina o traçado da linha demarcanda); art. 587 CPC-15 (sentença
homologatória da demarcação).
5. Regra do art. 316 do CPC-15: “A extinção do processo dar-se-á por
sentença”. Será?
a- Sentença subordinada a recurso
b- Há processos que se extinguem por acórdão ou por decisão unipessoal
do relator (indeferimento da exordial em processo originário)
c- sentença ilíquida
EXTINÇÃO DO PROCESO
1. DECISÕES TOTAIS E PARCIAS
1.1. TOTAIS: REFERE-SE A TOTALIDADE DE PARTES E TOTALIDADE DO OBJETO
1.2. PARCIAIS: REFERE-SE A UMA DAS PARTES (UM DOS LITISCONSORTES) OU
UM DOS PEDIDOS
2. DECISÕES QUE NÃO RESOLVEM O MÉRITO OU TERMINATIVAS: ART. 485
CPC-15 – “O juiz não resolverá o mérito quando:”
2.1. Indeferir a petição inicial – ausência de pressuposto processual de
validade objetivo:
- Sempre será liminarmente (antes de ouvir o réu);
- Não há condenação de honorários;
- Inépcia após a citação gera extinção por ausência de pressuposto
processual – há condenação em honorários
- Pode ser parcial ou total
- Pode ser em primeira instância ou em segunda instância
- Em nome da primazia do julgamento do mérito, cabe a tentativa de
correção.
2.2. Hipóteses de inépcia da exordial (art. 330 CPC-15)
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
MUDANÇA IMPORTANTE
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigaçãodecorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação debens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petiçãoinicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretendecontroverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
Enunciado 290 FPPC: “A enumeração das espécies de contratoprevistas no §2º do art. 330 é exemplificativa”
-
“Sempre que o devedor vier a juízo controverter parcela de um
negócio jurídico, tem de, na inicial, discriminar o que é e o que não
é objeto da discussão judicial” (Didier Jr.) – Ver art. 50 da Lei nº
10.931/2004:
Art. 50. Nas ações judiciais que tenham por objeto obrigação decorrente de empréstimo,
financiamento ou alienação imobiliários, o autor deverá discriminar na petição inicial,
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, quantificando o
valor incontroverso, sob pena de inépcia.
§ 3o Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser
pago no tempo e modo contratados. - Regra de direito material.
- Inadimplida a parcela incontroversa há mora;
- Haverá mora quanto a parcela controversa não depositada, salvo se
houver concessão de tutela antecipada.
2.3. Indeferimento e recurso
- Indeferimento total cabe apelação
- Indeferimento parcial: agravo de instrumento – art. 354, P.U CPC-15
- Indeferimento total ou parcial feito pelo relator – agravo interno.
- Indeferimento total ou parcial feito por acórdão – recurso ordinário, especial ou extraordinário, se o caso (Didier Jr.)
- Juízo de retratação: surge com a interposição do recurso (apelação ou
agravo de instrumento ou agravo interno ou recurso ordinário ou recurso
especial ou recurso extraordinário) – art. 331,§1º do CPC-15
- Retratação não pode de ofício.
- Citação do réu para contrarrazoar o recurso
- Havendo reforma réu será intimado para responder
- Juízo de admissibilidade é do tribunal.
- Não cabe retratação se o recurso for intempestivo
(Enunciado 294 do FPPC – “se considerar intempestiva a apelação contra
sentença que indefere a petição inicial ou julga liminarmente
improcedente o pedido, não pode o juízo a quo retratar-se”.
2.3. Ilegitimidade de parte (art. 330, II CPC)
- Didier alega que só se for por legitimação extraordinária, no caso de
ilegitimidade ordinária seria decisão de mérito. Aqui há divergência
doutrinária
2.4. Ausência de interesse processual
2. 5 Hipótese do art. 106. Postulação em causa própria
“Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade
de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que
se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a
citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.”
IMPORTANTE: ART. 321 CPC-15
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dosarts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes dedificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deveser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petiçãoinicial.
ART. 319-320 (REGRAS SOBRE O A PETIÇÃO INICIAL)
ART. 485 CPC – CONTINUAÇÃO (EXTINÇÃO
SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO)
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar acausa por mais de 30 (trinta) dias;
VER PARÁGRAFOS 1º, 2º e 6º do art. 485 CPC.
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente parasuprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2o No caso do § 1o , quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente ascustas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas edos honorários de advogado.
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa peloautor depende de requerimento do réu.
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e dedesenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
OBSERVAÇÃO: ESTAS HIPÓTESES PODEM SER CONHECIDAS DE OFÍCIO EM QUALQUER GRAU DE JURISDIÇÃO (ART. 485, §3º CPC-15)
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
OBSERVAÇÃO QUANTO A DESISTÊNCIA: ART. 485, §6º CPC-15
ANTES DA CITAÇÃO: SEM ANUÊNCIA DO RÉU – art. 485,§4º CPC-15
APÓS A CITAÇÃO: ANUÊNCIA DO RÉU E ATÉ ANTES DA PROLAÇÃO DA
SENTENÇA – art. 485, §§ 5º e 6º CPC-15
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por
disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
PRIMASIA DO JULGAMENTO DO MÉRITO: ART. 317 DO CPC-15
“Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.”
IMPORTANTE MUDANÇA: JUÍZO DE RETRATAÇÃO
“§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os
incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.”
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM EXAME DO MÉRITO, EM REGRA, NÃO OBSTA
QUE O AUTOR VEICULE NOVA AÇÃO, SALVO A HIPÓTESE DE PEREMPÇÃO
(ART. 486, CAPUT e § 3º CPC-15)
CONDICIONANTES PARA REPROPOSITURA DA AÇÃO: §§ 1º e 2º DO ART. 486
CPC-15
NOS CASOS DE LITISPENDÊNCIA, INDEFERIMENTO DA EXORDIAL, AUSÊNCIA
DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL, AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE E DE INTERESSE
PROCESSUAL E EXISTÊNCIA DE CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM:
1. CORREÇÃO DO VÍCIO;
2. PROVA DO PAGAMENTO OU DO DEPÓSITO DAS CUSTAS E DOS
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL
DO MÉRITO
1. SISTEMATIZAÇÃO NO ART. 356 DO CPC-15
2. HIPÓTESES:
2.1. PEDIDO INCONTROVERSO
2.2. HIPÓTESE DE JULGAMENTO ANTECIPADO (ART. 355 CPC-15)
3. A DECISÃO PODE SER LIQUIDADA E EXECUTADA POR MEIO DE
CUMPRIMENTO DE “SENTENÇA”
4. CABE CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
5. IMPUGNÁVEL VIA AGRAVO DE INSTRUMENTO
6. DECISÃO RESCINDÍVEL (“A DECISÃO DE MÉRITO TRANSITADA EM
JULGADO PODE SER RESCINDIDA QUANDO:” ART. 966 CPC-15
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
ART. 332 DO CPC-15
I. CONDIÇÃO: “Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,independentemente da citação do réu, julgará liminarmenteimprocedente o pedido que contrariar”.
II. HIPÓTESES:
1. Contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou doSuperior Tribunal de Justiça;
2. Contrariar acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou peloSuperior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos
3. Contrariar entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência
4. Verificação de decadência e de prescrição.
II. INTERPOSTA A APELAÇÃO É POSSÍVEL A RETRATAÇÃO – CITAÇÃO DO RÉU
PARA CONTRARRAZOAR O RECUROS
III. TRANSITADA EM JULGADO SEM APELAÇÃO, DEVE-SE INTIMAR O RÉU.
(ART. 332,§2º do CPC-15)
SANEAMENTO
ART. 357 DO CPC-15
1. PRESSUPOSTO: NÃO É HIPÓTESE DE JULGAMENTO ANTECIPADO
2. DECISÃO DE SANEAMENTO:
1. “Resolver as questões processuais pendentes, se houver;”
2. “Delimiaar as questões de fato sobre as quais recairá aatividade probatória, especificando os meios de provaadmitidos;
“§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões defato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.”
- “Ineficaz a disposição das partes sobre os poderes instrutórios do juiz” (Marinoni)
3. “Definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;”
4. “Delimitar as questões de direito relevantes para a
decisão do mérito;”
“§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação,
delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem
os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.”
5. “Designar, se necessário, audiência de instrução e
julgamento.”
6. ESTABILIZAÇÃO DO SANEAMENTO
§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir
esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias,
findo o qual a decisão se torna estável.
CABE REVER EM AGRAVO DE INSTRUMENTO DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA
PROVA – ART. 1015, XI CPC-15)
CABE NA APELAÇÃO OU CONTRARRAZÕES AS DEMAIS MATÉRIAS
“Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu
respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2º Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o
recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a
respeito delas.”