pro.ntr.002 - nutricional da clÍnica obstÉtrica
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I. AUTORES
• Lusyanny Parente Albuquerque
• Ivana Fontenele Carlos
• Luana Cabral Holanda
• Roberta Ribeiro Coelho
• Joelma Maria Araújo de Oliveira
• Saulo de Leite de Paula
• Julyanne Torres Frota
II. INTRODUÇÃO
O diagnóstico nutricional e o acompanhamento do ganho de peso correspondem a uma parte
essencial dos procedimentos básicos da atenção à saúde da gestante e do bebê (BRASIL, 2006).
Para avaliar o estado nutricional da gestante, é necessário a aferição do peso e da estatura da
mulher, além do cálculo da semana gestacional. Com esses dados, será determinado o estado
nutricional da gestante, tendo como critério prioritário a classificação do IMC por semana gestacional
(BRASIL, 2012). E, posteriormente, será possível o cálculo das necessidades nutricionais desta.
Destaca-se que o ponto de corte para classificação de baixo peso materno difere daquele
adotado para adultos, sendo essa diferença atribuída aos cuidados necessários para minimizar os
riscos de retardo de crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, prematuridade e outras possíveis
complicações maternas e neonatais (WHO, 1995).
Na internação hospitalar a avaliação antropométrica da gestante, com base em seu peso e sua
estatura, permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidiar a previsão do ganho de peso até o
final do período de internação. Essa conduta permite também identificar fatores de risco nutricionais e
corrigi-los por meio da dietoterapia.
A clínica obstétrica da Maternidade Escola Assis Chateaubriand está localizada no primeiro
andar, sendo dividida em seis enfermarias que recebem puérperas e gestantes de alto risco. Destas,
duas recebem pacientes de acordo com os seguintes critérios: uma recebe puérperas e/ou gestantes
com alterações pressóricas de difícil controle (pré-eclâmpsia de todos os graus e tipos) e com
cardiopatia, já na outra são localizados os leitos de monitorização, onde recebem pacientes que
necessitam monitoramento diário rigoroso proveniente da emergência, sala de parto, sala de
recuperação ou da Unidade de Terapia Intensiva Materna.
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1. ADMISSÃO DA PACIENTE
Verificar as admissões através da lista de admissão de pacientes e prescrição médica. O livro
de ocorrência também pode ser usado como apoio para a obtenção das informações sobre pacientes
admitidas e pacientes que foram transferidas ou de alta. Em seguida, coletar nos prontuários os dados
gerais das pacientes: nome completo (sem abreviações), número prontuário, data de nascimento, data
de internação (DIH), idade, diagnóstico clínico, sinalizar se a paciente é puérpera (nesse caso registrar
a data e tipo de parto) ou gestante (tomar nota da semana gestacional e data da referida semana),
resultado dos exames de HIV e sífilis (VDRL), presença de comorbidades e prescrição dietética.
2. PRIMEIRA VISITA AO LEITO
No primeiro contato com a paciente o nutricionista deverá:
1. Apresentar-se e informar a função do nutricionista;
2. Investigar:
� Motivo da internação hospitalar (diagnóstico clínico);
� Se a paciente é gestante ou puérpera;
� Semana gestacional em caso de gestante e data do parto em caso de puérperas;
� Restrições alimentares (aversão x alergias alimentares);
� Funcionamento intestinal (constipação x diarreia);
� Aceitação da dieta;
� Peso pré-gestacional, alterações de peso (perda ou ganho) e tempo da alteração (dias,
semanas ou meses);
3. Questionar o estado geral da paciente (se deambula normalmente, presença de tontura,
dores e/ou sangramentos intensos que impossibilitem deambular) para analisar
possibilidade de retirá-la do leito para realização da avaliação antropométrica;
4. Informar à paciente a respeito do acompanhamento nutricional que será iniciado.
2.1 Conduta nutricional
A conduta nutricional será de acordo com a prescrição dietética, preferências e aversões
alimentares, hábito intestinal, diagnóstico clínico, comorbidades associadas (verificar glicemia, pressão
e exames disponíveis), diagnóstico nutricional atual e padrão das dietas disponíveis no hospital. Caso
necessário (em casos de perda de peso durante o período gestacional, ganho de peso abaixo do
recomendado, náuseas intensas e baixa ingestão alimentar) iniciar suplementação adequada.
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2.1.1 Padrões de dieta hospitalar em situações especiais
SITUAÇÃO CONDUTA
Diabetes*
Dieta específica para diabetes (arroz integral no almoço, sem macarrão e sem adição de açúcar nos sucos, vitaminas e mingau)
Usar preferencialmente leite desnatado
Monitorar diariamente a glicemia
Usar fibra em caso de glicemia descompensada e/ou suplementação específica
Hipertensão
Dieta hipossódica
Adicionar 1 sachê de 1g de sal no almoço e 1g no jantar
Monitorar diariamente a pressão
Adicionar limão para melhor aceitação
Diarreia
Dieta branda
Excluir lactose
Mingau apenas de arrozina, cremogema e maisena
Excluir frutas laxativas (mamão e ameixa.)
Caso necessário fazer uso de prebióticos, probióticos ou simbióticos
Constipação
Inserir frutas laxativas e evitar as frutas constipantes
Preferir mingau de aveia
Adicionar mix de fibras 1 a 2 x ao dia
Oferecer vitamina de mamão ou ameixa
Estimular consumo de água e deambulação, se possível Baixa aceitação da dieta / Perda de peso
Aumentar aporte calórico-proteico
*Observação 1: As refeições (almoço, lanche da tarde e jantar) das pacientes diabéticas são ofertadas
em horários diferenciados, sendo esta meia hora antes do convencional, conforme acordado com o
serviço de enfermagem, sendo a ceia, a última refeição, ofertada as 21 horas.
Observação 2: Em caso de hipoglicemia, segundo protocolo do setor de enfermagem, ficará
estabelecido que será solicitado Glicose de Milho (tipo mel Karo®) (1 colher de sopa) ou dois tabletes
de doce correspondentes a 15g de carboidrato ao setor de nutrição. Após ofertado à paciente, a
glicemia será verificada novamente depois de 15 minutos, se ainda for constatado hipoglicemia, o
processo será repetido.
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Tabela 1- Pontos de corte para referenciar hipoglicemia ou hiperglicemia no andar
3. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
3.1 Primeiro passo: conferir idade gestacional
Anotar a semana gestacional (gestantes) e data do parto (puérperas) registrada no prontuário
na admissão da paciente. No caso da idade gestacional colocar entre parênteses a data (dia/mês/ano)
do registro.
3.2 Segundo passo: determinação do estado nutricional
Aferição de peso atual e altura, para posterior cálculo do IMC e determinação do ganho de peso
gestacional. O peso pré-gestacional será questionado à paciente ou verificado no cartão da gestante:
Observação: Serão excluídas da avaliação nutricional as pacientes com diagnóstico de óbito fetal,
anencefalia e demais malformações fetais incompatíveis com a vida.
3.2.1 Adulto
Índice de Massa Corpórea (IMC): Peso (kg)/Altura(m)²
Tabela 2- Pontos de corte estabelecidos para adultos
4.1 ADULTO
Para o diagnóstico nutricional inicial:
O ideal é aferir o peso da paciente antes da gestação, entretanto pode-se utilizar:
1. IMC pré-gestacional: referido até 2 meses antes;
2. IMC com medição até 13a semana gestacional;
3. IMC com dados da primeira consulta de pré-natal.
PACIENTES HIPOGLICEMIA HIPERGLICEMIA
GESTANTES DIABÉTICAS 60mg/dl 101mg/dl
PUÉRPERAS DIABÉTICAS 70mg/dl 140mg/dl
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3.2.2 Adolescente (≥10 anos e < 20 anos de idade)
Para avaliação nutricional pré-gestacional de adolescente utiliza-se o índice antropométrico
(IMC/IDADE).
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC-para-idade estabelecidos para adolescentes
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Tabela 4 - IMC(kg/m2) por idade (em meses) para o sexo feminino-a partir dos 5 anos e 1mês
(61 meses) aos 19 anos (228meses)
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3.2.3 Técnicas de aferição de peso e estatura (adultos e adolescente)
3.2.3.1 Peso
Adultas e adolescentes devem ser pesadas descalças e com roupas leves, sendo orientadas a
estar com as mãos livres e a retirar dos bolsos qualquer objeto que possa interferir no peso. A paciente
deve ficar com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo, mantendo-se parada até a
estagnação do valor de aferição.
3.2.3.1.2 Passos para o uso da balança mecânica de plataforma
Inicialmente certifique-se de que a balança de plataforma está afastada da parede.
1º Passo: Destravar a balança;
2º Passo: Verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha
horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador;
3º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados;
4º Passo: Após a calibração da balança, ela deve ser travada e só então a gestante deve subir na
plataforma para ser pesada;
5º Passo: Posicionar a paciente de costas para a balança, descalço, com o mínimo de roupa possível,
no centro do equipamento, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-
lo parado nessa posição;
6º Passo: Destravar a balança;
7º Passo: Mover o cursor maior sobre a escala numérica, para marcar os quilos;
8º Passo: Depois mover o cursor menor para marcar os gramas;
9º Passo: Esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados;
10º Passo: Travar a balança, evitando, assim que sua mola desgaste, assegurando o bom
funcionamento do equipamento;
11º Passo: Realizar a leitura de frente para o equipamento, para visualizar melhor os valores apontados
pelos cursores;
12º Passo: Anotar o peso na ficha de avaliação da gestante;
13º Passo: Auxiliar a gestante a descer da balança;
14º Passo: Retornar os cursores ao zero na escala numérica.
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Imagem 1- Balança mecânica de plataforma
Imagem 2 -Técnica de aferição do peso em balança mecânica
3.2.3.2 Estatura
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A estatura é a medida do indivíduo na posição de pé, encostado numa parede ou antropômetro
vertical. Desta forma segue os passos para aferição da estatura das gestantes;
1º Passo: Posicionar a paciente descalça e com a cabeça livre de adereços, no centro do equipamento.
Mantê-la de pé, ereta, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando
para um ponto fixo na altura dos olhos;
2º Passo: A cabeça da paciente deve ser posicionada no plano de Frankfurt (margem inferior da
abertura do orbital e a margem superior do meatus auditivo externo deverão ficar em uma mesma linha
horizontal);
3º Passo: As pernas devem estar paralelas, mas não é necessário que as partes internas das mesmas
estejam encostadas. Os pés devem formar um ângulo reto com as pernas;
Idealmente, a paciente deve encostar os calcanhares, as panturilhas, os glúteos, as escápulas
e parte posterior da cabeça (região do occipital) no estadiômetro ou parede. Quando não for possível
encostar esses cinco pontos, devem-se posicionar no mínimo três deles.
Imagem 3- Técnica de aferição da altura segundo Plano de Frankfurt
3.3 Terceiro passo: estimar o ganho de peso ideal
Lembrando que:
1° Trimestre: Até a 13ª semanas gestacionais;
2° Trimestre: 14ª a 27ª semanas gestacionais;
3° Trimestre: ≥28ª a 40 ª semanas gestacionais.
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3.3.1 Recomendação do ganho de peso, segundo idade gestacional (IOM):
Estado Nutricional pré-gestacional
IMC(kg/m²) Ganho de peso total Ganho de peso semanal
no 2° e 3° trimestre
Baixo peso <18,5 12,5-18 0,5
Peso Adequado 18,5-24,9 11-16 0,4
Sobrepeso 25,0-29,9 7-11,5 0,3
Obesidade >30 5-9 0,2
Institute of Medicine (2009)
3.3.2 Recomendação do ganho de peso para gestantes gemelares (IOM,2009):
Estado Nutricional Inicial Ganho de peso total na gestação em Kg Adequando 17-25 Sobrepeso 14-23 Obesidade 11-19 Trigemelar 20,5-23 Quadrigemelar 20,8-31
3.3.3 Recomendação do ganho de peso para gestantes gemelares, por semama (Luke
et all. 2003):
Idade gestacional Baixo peso Eutrofia Sobrepeso Obesidade 0 a 20 semanas 600-800 450-700 450-560 340-450 20 a 28 semanas 700-800 600-800 450-700 340-570 >28semanas 600 450 450 340 Ganho Total 22,5-27,9 18-24,3 17,1-21,2 13-17,1
Observações:
1. Gestantes < 1,47m: devem ter o ganho de peso total mínimo;
2. Investigar ganho de peso > 0,5kg/semana ou > 3kg/mês, pois suspeita-se de edema;
3. Em caso de gestantes que já atingiram ganho total ainda no 2ºT, programar o ganho de peso
mínimo no período: 0,5kg/mês para sobrepesos e obesas e 1,0kg/mês para desnutridas e
eutróficas.
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3.4 Quarto passo: avaliação do estado nutricional atual x semana gestacional
Tabela 5 - Avaliação do estado nutricional da gestante, segundo Índice de Massa Corporal por
semana gestacional
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Quadro1- Avaliação do traçado da curva de acompanhamento do estado nutricional da
gestante, segundo gráfico de Índice de Massa Corporal, por semana gestacional
3.3.1 Planejamento de Condutas de acordo com o Estado Nutricional atual:
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Baixo peso (BP): Investigar a história alimentar, a hiperêmese gravídica, as infecções, as parasitoses,
as anemias e as doenças debilitantes. Dar orientação nutricional, visando à promoção do peso
adequado e de hábitos alimentares saudáveis;
Adequado (A): Explicar à gestante que seu peso está adequado para a idade gestacional. Dar-lhe
orientação nutricional, visando à manutenção do peso adequado e à promoção de hábitos alimentares
saudáveis;
Excesso de peso (S e O): Investigar a obesidade pré-gestacional, casos de edema, polidrâmnio,
macrossomia e gravidez múltipla. Dar orientação nutricional à gestante, visando à promoção do peso
adequado e de hábitos alimentares saudáveis, ressaltando que, no período gestacional, não se deve
perder peso, pois é desejável manter o ganho de peso próximo ao ganho mínimo, segundo trimestre
de gestação.
4. QUINTO PASSO: ANÁLISE DOS EXAMES BIOQUIMICOS
Valores Gestante Hemoglobina
> 11g/dl
Hematócrito
33 a 44 %
Glicemia
< 85 mg/dl
Aldosterona (plasma)
< 20 ng/dl
Cortisol (plasma)
15 a 35 µg/dl
T4
10 a 17 µg/dl
T3
100 a 220 µg/dl
Cálcio total
8,1 a 9,5 mg/dl
Insulina, jejum
8 a 30 µU/ml
Ferritina
15 a 150 ng/ml
Ferro
90 µg/dl
Creatinina
< 1,0 mg/dl
Capacidade de ligação férrica
300 a 600 µg/dL
Nitrogênio ureico sanguíneo
5 a 12 mg/dl
Sódio
130 a 140 mEq/L
Proteínas urinárias
< 250 a 300 mg/24h
Colesterol
180 a 280 mg/dl
Triglicerídio
< 260 mg/Dl
Fosfatase alcalina
60 a 200 U/L
Proteína plasmática (total)
4,5 a 7,0 g/Dl
Proteína plasmática (total)
4,5 a 7,0 g/Dl
(BURROW & FERRIS, 1996)
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5. SEXTO PASSO: DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES CALÓRICAS
Para a determinação das necessidades calóricas de gestantes há diversas fórmulas (FAO/OMS
(2004) - para adultas e adolescentes; RDA (1989); Fórmula de Bolso, RDA (1989); Fórmula de bolso
ADA (2000)). Entretanto a Unidade de Nutrição e Dietética da Maternidade Escola adota as fórmulas
de EER ((DRI´s (2002/2005)).
5.1 EER (DRI´ s (2002/2005))
Requerimento energético estimado (EER) e TEE (gasto energético total)
1. Usa peso, altura e atividade física pré- gestacionais;
2. 2º Trimestre (a partir da 13ª semana);
3. 3º Trimestre (a partir 28ª semana).
5.1.1 EER pré-gestacional: 9 – 18 anos
EER = 135,3 – (30,8 x Idade [anos]) + PA x (10,0 x Peso [kg] + 934 x estatura [m]) + 25 kcal
1. PA = 1,00 se PAL estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária);
2. PA = 1,16 se PAL estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativo);
3. PA = 1,31 se PAL estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa);
4. PA = 1,56 se PAL estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa).
1º trimestre: 0 adicional / 2º trimestre: 340 kcal adicional / 3º trimestre: 452 kcal
5.1.2 EER pré-gestacional: 19 – 50 anos
EER = 354 – (6,91 x Idade [anos]) + PA x (9,36 x Peso [kg] + 726 x estatura [m])
1. PA = 1,00 se PAL estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária);
2. PA = 1,12 se PAL estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativo);
3. PA = 1,27 se PAL estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa);
4. PA = 1,45 se PAL estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa).
1º trimestre: 0 adicional / 2º trimestre: 340 kcal adicional / 3º trimestre: 452 kcal
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5.1.3 EER gestacional para adolescentes e adultas
EER gestação = EER pré-gestacional + adicional de energia para o gasto durante a gestação +
energia necessária para depósitos
1° TRIMESTRE = EER pré-gestacional + 0 + 0
2° E 3° TRIMESTRE = EER pré-gestacional + (8 kcal x IG em semanas) + 180 kcal
5.1.4 TEE para adolescentes: 9 – 18 anos com excesso de peso (dados pré-
gestacionais)
TEE = 389 – (41,2 x Idade [anos]) + PA x (15 x Peso [kg] + 701,6 x estatura [m])
1. PA = 1,00 se PAL estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária),
2. PA = 1,18 se PAL estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativo),
3. PA = 1,35 se PAL estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa),
4. PA = 1,6 se PAL estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa).
1º trimestre: 0 adicional
2º trimestre: 340 kcal adicional
3º trimestre: 452 kcal
5.1.5 TEE para mulheres: 19 – 50 anos com excesso de peso (dados pré-
gestacionais)
TEE = 448 – (7,95 x Idade [anos]) + PA x (11,4 x Peso [kg] + 619x estatura [m])
1. PA = 1,00 se PAL estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentária);
2. PA = 1,16 se PAL estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (pouco ativo);
3. PA = 1,27 se PAL estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativa);
4. PA = 1,44 se PAL estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativa).
1º trimestre: 0 adicional
2º trimestre: 340 kcal adicional
3º trimestre: 452 kcal
Observações:
1. Não somar adicional para gestação em casos de gestante do terceiro trimestre que estão
impossibilitadas de deambular;
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2. Não somar também o adicional para gestação em casos de gestante com BP, visto que usa-
se o peso ideal para o cálculo das necessidades energéticas, assim o VET pode ficar muito
alto, sendo desta forma difícil atingi-lo através da ingestão alimentar;
3. Gestantes eutróficas: se a curva apresentar-se muito ascendente ou descendente, sugere-se
usar PESO IDEAL ou PESO DA ÚLTIMA CONSULTA, visando desta forma controlar o ganho
acima ou abaixo do recomendado;
4. Em casos de gestantes com excesso de peso (sobrepeso ou obesa) analisar individualmente
a possibilidade de não realizar o adicional calórico para gestação;
6. SÉTIMO PASSO: DETERMINAÇÃO DE MACRONUTRIENTES
6.1 Proteína
Recomendação Referência 1g/kg/dia+1g (1otrimestre) 9g (2otrimestre) 31g (3otrimestre)
FAO/OMS (2007)
71g/dia 10-35% 1,1g/kg (PPG/dia)
DRIs(2002)
1,5g/kg/PG (15-19anos) FAO/OMS (2007)
15-20% do VET SBD, 2015 (DMG)
Observação:
1. Em gestações de alto risco, aporte protéico maior nas Síndromes Hipertensiva (≥2g/kg/dia);
2. Se IMC normal, usar PPG real. Se desnutrida, usar PPG ideal;
3. Preferir as de alto valor biológico (carnes, ovos) e a combinação arroz com feijão + vitamina C.
6.2 Carboidratos
Recomendação Referência 175g/dia ou 45-65% (Açúcar até 25%) DRIs(2002)
55 a 75% (Açúcar até 10%) OMS (2003)
40-45% (Açúcar 10%) Priorizar fibras solúveis
SBD (2015)
Fibras: 28g/dia (DRI/2002) – Priorizar mix de fibras
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6.3 Lipídios
Recomendação Referência 20-35% Saturada <10% Colesterol <300mg
DRIs(2002)
15-30% OMS (2003)
30-45% <7% Gordura saturada <200mg Colesterol
SBD (2015)
6.4 Micronutrientes
Nutriente Recomendação
Vitamina A Adolescente Adulta 750µg 770 µg
Vitamina C 80mg 85mg
Vitamina D 15 µg 15 µg Ácido Fólico 600 µg 600 µg
Ferro 27mg 27mg
Cálcio 1300mg 1000mg
Zinco 12mg 11mg
7. ESTADO NUTRICIONAL
Após definição do diagnóstico nutricional será traçado o plano dietoterápico conforme
necessidades nutricionais da paciente. Quanto à reavaliação, será realizada de acordo com a data da
primeira avalição e com o estado nutricional atual. Para as gestantes com estado nutricional de baixo
peso a reavaliação será a cada três dias; as gestantes com estado nutricional adequado ou sobrepeso/
obesidade a reavaliação será após sete dias.
Observação: Todas as fichas de acompanhamento nutricional da gestante serão anexadas nos
prontuários.
7.1 Intervenção Nutricional
A maternidade possui um padrão de dieta hospitalar que se adequa às necessidades
nutricionais das pacientes. Quando necessário são realizadas modificações específicas (dieta laxativa,
dieta constipante, suplementação, aumento de quantidade e modificação de consistência).
No caso de pacientes diabéticas que utilizem a técnica de contagem de carboidratos, se
solicitado, será disponibilizada a essa paciente uma tabela da dieta padrão adaptada com a quantidade
existente de carboidratos para que ela possa dar continuidade ao tratamento.
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7.1.1 Tabela de dietas hospitalares de rotina
Tipo de dieta Kcal
CHO
Kcal
%
PTN
Kcal
%
LÍP
Kcal
%
Fibra
g
Ca
mg
Fe
mg
Vit A
mcg
Vit C
mg
Geral 2445,31
1411,4
57,72
466,6
19,08
567,27
23,20 26,06 697,53 11,01 270,07 84,54
Geral
Quantidade
aumentada
2895,65 1663,6
57,47
607,36
20,97
624,69
21,57 35,16 736,51 8,92 270,07 83,75
Geral
diabética 2061,74
1037,4
50,31
484,92
23,52
539,46
26,17 32,75 687,02 7,46 216,63 175,66
Geral
hipossódica
2g de sal/dia
2445,31
1411,4
57,72
466,6
19,08
567,27
23,20 26,06 697,53 11,01 270,07 84,54
Branda 2318,73 1454,1
62,71
335,72
14,48
528,93
22,81 18,28
666,64
5,80 270,07 82,05
Pastosa 2363,86
1408,9
59,6
383,8
16,24
571,14
24,16 15,61 644,9 9,47 216,63 76,10
Líquida
Completa 1798,42
1009,7
56,14
319,80
17,78
468,9
26,07 17,17 1175,03 5,17 433,27 17,12
Líquida
Restrita 181,79
178,0
97,89
3,2
1,76
0,63
0,35 0,39 71,19 0,03 0,00 80,57
8. REGISTRO NO PRONTUÁRIO
Modelo 1 – Resultado da ficha de acompanhamento nutricional da gestante
(Data e hora) # NUTRIÇÃO#
Nome completo da paciente, idade da paciente, idade gestacional
De acordo com avalição nutricional realizada, a paciente apresenta diagnóstico nutricional
(baixo peso, adequado, sobrepeso e obesidade), segundo semana gestacional.
Dados antropométricos:
Peso pré-gestacional: __kg
Altura: __m
IMC pré-gestacional: ___kg/m² e diagnóstico
Peso atual: __kg
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IMC atual: ___kg/m²
Sem/com (qual?) queixas gastrointestinais no momento da visita. Segue em dieta (prescrição),
com valor calórico total de X kcal, tendo boa/baixa aceitação.
Conduta nutricional: Acompanhamento diário da aceitação da dieta. Acompanhamento do
ganho ponderal, segundo semana gestacional. Especificar alterações das dietas padrão existentes na
maternidade. Em caso de suplementação e/ou uso de probiótico, prebiótico ou simbiótico, registrar no
prontuário.
Nome completo
CRN (Carimbar)
9. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL DE ALTA HOSPITALAR
Após a alta médica, a gestante ou puérpera deverá receber uma orientação nutricional de alta
hospitalar, em forma de material informativo, de acordo com a sua necessidade. Dessa forma, seguem
as principais orientações nutricionais realizadas.
1.Alimentação da nutriz;
2.Dez passos para uma alimentação saudável;
3.Orientação nutricional para hipertensão + receita de sal de ervas;
4.Orientação nutricional para diabetes (Dez passos para uma alimentação saudável adaptado);
5.Orientação nutricional para usuária de anticoagulante oral;
6.Modelo de cardápio (Diabetes, perda de peso, ganho de peso e alimentação saudável);
7.Orientação nutricional para dieta constipante e laxativa;
8.Orientação nutricional para ganho de peso;
9.Orientação nutricional para nefropata;
10.Orientação nutricional para hepatopata;
11. Orientação nutricional para anemia.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M.A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio
de Janeiro: Cultura Médica, 2009.
2. ATALAH SAMUR, E. et al. Propuesta de um nuevo estándar de Evaluación nutricional em
embarazadas. Rev. Med. Chile, [S. l.], v. 125, n. 12, p. 1429-1436, 1997. BORGHI, E. et al.
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the World Health Organization, [S. l.], v. 85, p. 660-667, 2007.
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3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
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Ministério da Saúde, 2012. 318 p. Cadernos de Atenção Básica, n°32.
4. _______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de
saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN.
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
5. _______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política
de Alimentação e Nutrição. Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em
nível hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos.)
6. _______. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde da Criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002. (Cadernos de Atenção Básica, v. 11.)
7. DE ONIS, M. et al. Development of a WHO growth reference for school-aged children and
adolescents. Bulletin of the World Health Organization, [S. l.], v. 85, p. 660-667, 2007.
8. DUARTE, A.C.G. Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo:
Atheneu, 2007.
9. HEALTH ORGANIZATION. Who child growth standards: length/height-for-age, weight-for-
age, weightfor-length, weight-for-height and body massindex-for-age. Methods and
development. WHO (nonserial publication). Geneva, Switzerland: WHO, 2006.
10. INSTITUTE OF MEDICINE. Nutrition during pregnancy. Washington D.C. US: National
Academy Press, 1990. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Revisão II-5: definições,
regulamentações, regras, normas para mortalidade e morbidade. In: ______. Classificação
Internacional das Doenças. São Paulo: Centro Brasileiro de Classificação de Doenças, 1993.
11. MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. [tradução]
Rio de Janeiro: Elservier, 2012.
12. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Curso de capacitación sobre la evaluación del
crecimiento del niño: versión 1. Ginebra: OMS, 2006.
13. THE NUTRITION SCREENING INITIATIVE. Incorporating nutrition screening and
interventions into medical practice: a monograph for physicians. Washington D.C. US:
American Academy of Family Physicians, The American Dietetic Association, National Council
on Aging Inc., 1994. WORLD.
14. VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2015.
15. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global
epidemic: Report of a WHO consultation on obesity. (WHO Technical Report Series n. 894).
Geneva, Switzerland: WHO, 2000.
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anthropometry. Geneva, Switzerland: WHO, 1995. (WHO Technical Report Series, n. 854).
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weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and body mass index-for-age.
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FICHA DE ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DE GESTANTE Nome: Idade:
Enfermaria/Leito: Idade Gestacional (data): Data de Admissão:
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS
Dados Pré-gestacional Acompanhamento Nutricional
Altura(m) DATA
Peso PG (kg) Peso Atual(kg)
IMC PG(kg) IMC Gest.(kg/m2)
Classificação PG Semana Gest.
Feto único? S( ) N( ) Classificação
Diagnóstico Clínico: ERR prescrito
Nutricionista
EER gestação = EER pré-gestacional + adicional de energia para o gasto durante a gestação + energia necessária para
depósitos - ADICIONAL: 1º trimestre: 0 adicional / 2º trimestre: 340 kcal adicional / 3º trimestre: 452 kcal
Ganho de Peso (Kg) na Gestação segundo EN inicial e idade gestacional EN inicial
(IMC-kg/m2)
Ganho de peso
total
(1º trim)
Ganho de peso
semanal médio
(2º e 3º trim)
Ganho de peso
total Gestação GEMELAR
(após 20ª sem)
(em g/sem)
BAIXO PESO
(< 19,8) 2,3 0,5
12,5-18 700-800
ADEQUADO
(19,8 – 26,0) 1,6 0,4
11-16 700-800
SOBREPESO
(> 26,0 – 29,0) 0,9 0,3
7-11,5 700-800
OBESIDADE
(> 29,0) - 0,2
5-9 700-800
Fonte:OMS,IOM,Gutierrz e King; Story e Stang;siega-Riz etl
IMC x Classificação de adolescentes
Idade BP EUTROFIA SOBREPESO OBESIDADE FA
10 <14,23 >14,23 e <20,19 >20,19 e <23,20 >23,20 1,65
11 <14,60 >14,60 e <21,18 >21,18 e <24,59 >24,59 1,62
12 <14,98 >14,98 e <22,17 >22,17 e <25,95 >25,95 1,6
13 <15,36 >15,36 e <23,08 >23,08 e <27,07 >27,07 1,58
14 <15,67 >15,67 e <23,88 >23,88 e <27,97 >27,97 1,57
15 <16,01 >16,01 e <24,29 >24,29 e <28,51 >28,51 1,54
16 <16,37 >16,37 e <24,74 >24,74 e <29,10 >29,10 1,52
17 <16,59 >16,59 e <25,23 >25,23 e <29,72 >29,72 1,52
18 <16,71 >16,71 e <25,56 >25,56 e <30,22 >30,22 1,67
19 <16,87 >16,87 e <25,85 >25,85 e <30,72 >30,72 -
Fonte: Brasil, 2012
Fórmula para determinação de necessidades energéticas
EN adequado
EER PG: 9 – 18 anos
EER = 135,3 – (30,8 x Idade [anos] + PA x (10,0 x Peso [kg] +
934 x estatura [m]) + 25 kcal
EN adequado
EER PG: 19 – 50 anos
EER = 354 – (6,91 x Idade [anos] + PA x (9,36 x Peso [kg] +
726 x estatura [m])
EN excesso de peso-
EER PG: 9 – 18 anos
EER = 389 – (41,2 x Idade [anos] + PA x (15 x Peso [kg] +
701,6 x estatura [m])
EN excesso de peso-
EER PG: 19 – 50 anos
EER = 448 – (7,95 x Idade [anos] + PA x (11,4 x Peso [kg] +
619x estatura [m])
FA: 1,00 – 1,40 (Sedentário) EER (DRI´ s (2002/2005))