promoção da saúde na autogestão

106
Meta e Compromisso da Autogestão

Upload: lecong

Post on 08-Jan-2017

240 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Promoção da saúde na autogestão

Meta eCompromisso da

Autogestão

Page 2: Promoção da saúde na autogestão

Promoçãoda Saúde

São Paulo - Brasil - 2007

Meta e Compromisso da Autogestão

Page 3: Promoção da saúde na autogestão

PROMOÇÃO DA SAÚDE - Meta e Compromisso da AutogestãoPublicação da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – UnidasAv. Brigadeiro Luís Antônio, 2.608 – bloco B – 2º andar01402-000 – Jardim Paulista – São Paulo / SPTelefone: (11) 3289-0855 / e-mail: [email protected] / site: www.unidas.org.br

DIRETORIA UNIDAS – GESTÃO 2005/2007Presidente: Marilia Ehl BarbosaVice-presidente: Regina Ribeiro Parizi CarvalhoDiretor Administrativo-financeiro: Sebastião Rabelo GenerosoDiretora de Comunicação: Iolanda RamosDiretor de Integração: Aníbal de Oliveira ValençaDiretor Técnico: Walter Lyrio do ValleDiretor de Treinamento e Desenvolvimento: Christian Vieira Castro

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: José Antonio Diniz de OliveiraCarlos Magno Ramos, Danielita Pinto de Morais, Eduardo Paula Rodrigues, José Pereira da Costa Filho,José Prado de Souza, Maria Beatriz Coacci Silva, Marialva Guimarães Motta, Maurício Mauro Martins eRoberto Kupski

CONSELHO FISCALPresidente: Hugo Avelino dos Anjos LimaOctacílio de Albuquerque Neto e José Lanhas Schmid

AGRADECIMENTOÀs filiadas da Unidas que contribuíram com informações e material fotográfico:ABET, AFRERJ, AGROS, AMMP, ASSEFAZ, CABERGS, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, CAMED,CAMEP (filiada GREMES/UNIDAS), CAPESESP, CASF, CASSI, CESAN, ECT, FASSINCRA,FORLUZ, FUNASA-SAÚDE, FUNDAÇÃO CESP, FUNDAÇÃO PAMPULHA, GEAP, INB, IPREF/IPFPMG, METRUS, PASA, PERDIGÃO, SABESPREV, SAM-BEMAT, SERPRO, SPA e SPTRANS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Promoção da saúde : meta e compromisso da autogestão / [coordenador Mário Scheffer ; editorFernando Fulanetti] . – São Paulo : UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestãoem Saúde, 2007.

Bibliografia.

1. Controle de qualidade 2. Saúde – Promoção 3. Serviços de saúde – Administração – BrasilI. Scheffer, Mário. II. Fulanetti, Fernando.

07-2377 CDD-362.10680981

Índices para catálogo sistemático:1. Brasil : Autogestão de saúde : Programas : Administração 362.10680981

2. Brasil : Saúde : Programação de autogestão : Administração 362.10680981

Page 4: Promoção da saúde na autogestão

UMA FORMA DIFERENTE DE CUIDAR

“Objetivo supremo da medicina, desgraçadamente nemsequer projetado: tornar contagiosa a saúde.”

Walter Benevides (1908-1980), in “Visitas de Médico”

A publicação deste livro representa mais uma contribuição da Unidas no esforço

de mostrar experiências que possam aprimorar o sistema de saúde do país. Antes de

mais nada, é uma homenagem a todas as suas instituições filiadas que, por meio de

ações de promoção da saúde e prevenção da doença, demonstram que vale a pena

despender energia para cuidar da saúde e não apenas pagar para tratar a doença,

prática mais comum dos chamados planos de saúde no Brasil.

Somos convictos em afirmar que, na saúde suplementar, o modelo de autogestão

é o que apresenta a melhor relação custo/cobertura. Mas também não nos

acomodamos diante dessa constatação. Preocupa-nos o desafio econômico-

financeiro do sistema, aliás um dilema mundial. Mas conseguir direcionar recursos

para programas de promoção e prevenção tornou-se um compromisso prioritário

das entidades de autogestão.

As experiências aqui relatadas vão mostrar a determinação de, primeiro, bus-

car cuidar das pessoas antes que elas fiquem doentes. Depois, por meio de ações

primárias, secundárias e terciárias de prevenção das doenças, tomar iniciativas que

evitem agravar a condição das pessoas já acometidas por alguma patologia.

apresentação

Page 5: Promoção da saúde na autogestão

O mundo moderno se caracteriza, inegavelmente, por grandes avanços

tecnológicos voltados para o diagnóstico e para o tratamento das doenças. Mas

todo esse progresso não substitui algumas ações e práticas, muitas vezes simples e

pouco onerosas, que produzem resultados impressionantes, em especial na satisfa-

ção dos pacientes e na melhoria da sua condição de vida.

Vincular as pessoas acometidas por um agravo à saúde a protocolos que acom-

panhem a sua condição de viver, por exemplo, pode fazer muita diferença. E esta

publicação é rica em experiências que buscam demonstrar esse fenômeno.

Podemos citar algumas ações realizadas pelas filiadas da Unidas, como o

gerenciamento de doentes com problemas crônicos de saúde. Temos vários

exemplos de programas com o objetivo de oferecer educação em saúde, crian-

do e mantendo um vínculo com os beneficiários, para que possam ser orienta-

dos em questões como alimentação adequada, atividades físicas e prevenção de

riscos.

Estima-se que aproximadamente 70% das doenças que geram despesas são

passíveis de prevenção. Uma das medidas que tem se mostrado promissora na

contenção das despesas assistenciais, decorrentes da maior demanda de serviços de

saúde pelos pacientes crônicos, é o gerenciamento de benefícios farmacêuticos e,

por isso, também apresentamos ações das nossas filiadas nesse sentido. Em uma

delas, o resultado de uma pesquisa de satisfação com os beneficiários demonstrou

que 91% afirmaram que houve melhora da saúde e da qualidade de vida, quando

ministrado o tratamento adequado.

Page 6: Promoção da saúde na autogestão

Poderemos ainda ter uma idéia, com a leitura deste livro, das ações planejadas

pelas filiadas para os próximos anos, em que a maior preocupação continua sendo

a de conscientizar o beneficiário para cuidar melhor da sua saúde. Atenta a isso, a

Unidas reforçará o seu propósito de recolher as experiências bem-sucedidas e

disseminar o saber acumulado.

Talvez coubesse comentar que as autogestões não querem fazer um auto-

elogio, mas é difícil não dizer, como demonstra essa publicação, que somos dife-

rentes. Temos a preocupação com a economia do setor, não há dúvida, mas bus-

camos proporcionar uma assistência centrada na condição de saúde das pessoas

assistidas que, menos doentes, vão onerar menos o sistema. E que, mais saudáveis,

serão mais felizes e viverão a vida mais intensamente.

Queremos que este livro alcance o objetivo de conciliar o melhor dos dois

mundos: aprimorar a qualidade da assistência a um custo compatível com a

capacidade de pagamento dos financiadores do sistema – os trabalhadores e suas

empresas e instituições. Acreditamos, enfim, que é possível lutar por condições

melhores, para cada um de nossos beneficiários e para a coletividade que assistimos.

Marilia Ehl Barbosa

Presidente da Unidas

Page 7: Promoção da saúde na autogestão

sumário

A promoção da saúde e a prevenção de doençasMudanças na expectativa e no estilo de vida da população, associadas

aos principais fatores de risco e causas de morbi-mortalidade, trazem

novos desafios para a assistência à saúde, com a valorização das ações

de promoção da saúde e prevenção de doenças.

Modalidades de gestão da promoção da saúdeCom diferentes estruturas organizacionais e de gerenciamento, e

muitas vezes apoiadas em parcerias, as autogestões filiadas à Unidas

são pioneiras e referência em termos de iniciativas e programas de

promoção da saúde e prevenção de doenças para seus beneficiários.

Autogestão em saúde: estrutura e diferenciaisBuscar a excelência na gestão da saúde, oferecendo melhores serviços

e qualidade de vida aos beneficiários, é um dos pilares das instituições

de autogestão no Brasil que, em conjunto, são responsáveis pela

assistência à saúde de mais de 5,4 milhões de vidas em todo o país.

8

15

26

Page 8: Promoção da saúde na autogestão

Perfil dos programas e intervençõesRealização de campanhas, distribuição de material educativo,

gerenciamento de risco, programas para doentes crônicos, assistência

farmacêutica e internação domiciliar são estratégias utilizadas nos

programas e intervenções da maioria das autogestões.

Áreas temáticas e programas específicosSaúde da mulher e materno-infantil, saúde do idoso, saúde mental,

dependência química, saúde bucal e qualidade de vida são as áreas

temáticas que reúnem os principais exemplos de iniciativas bem-

sucedidas implantadas pelas autogestões filiadas à Unidas.

Expectativas e planos futuros das autogestõesContinuar oferecendo as melhores respostas às demandas de

assistência à saúde dos seus beneficiários move as autogestões de todo

o país em busca do constante aprimoramento e inovação na oferta de

benefícios e atividades que promovam a saúde e previnam as doenças.

34

62

94

Page 9: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

8

A promoção da saúde, que atualmente integra a agenda da autogestão e dos demais

segmentos que compõem a saúde suplementar no Brasil, é um conceito bastante

difundido, desde a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde,

realizada em Ottawa, no Canadá, em 1986.

Antes disso, a Declaração de Alma-Ata para os Cuidados Primários em Saúde,

assim como o documento “Saúde Para Todos”, da Organização Mundial da Saúde

(OMS), já apontavam para a importância da promoção da saúde, que pode ser

definida como o processo de capacitação de determinada população para atuar na

melhoria de sua qualidade de vida e de saúde.

Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indi-

víduos e grupos devem saber identificar suas necessidades e modificar favoravel-

mente o ambiente em que vivem. Assim, a saúde é um conceito positivo que vai

além de um estilo de vida saudável, pois enfatiza não só as capacidades físicas, mas

também os recursos sociais e pessoais.

A saúde é construída e sentida pelas pessoas naquilo que fazem no seu dia-a-

dia: onde elas vivem, aprendem, trabalham, divertem-se, mantêm relações sexuais

e afetivas. É determinada pelo cuidado de cada um consigo mesmo e com os

outros, pela capacidade de tomar decisões, de ter controle sobre as circunstâncias

da sua própria vida, pela vontade dos governantes e pelos esforços da sociedade no

sentido de oferecer condições que permitam a obtenção da saúde para todos os

seus membros.

Durante muito tempo, em diversos países, inclusive no Brasil, as políticas e

CAPÍTULO 1

A promoção da saúde ea prevenção de doenças

Page 10: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

9

atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças foram consideradas tarefas

governamentais, responsabilidade única e exclusiva do setor público. O setor pri-

vado abdicou dessa função, apesar de sempre ter atuado na prestação da assistência,

em maior ou menor grau, dependendo do sistema de saúde adotado pelos países.

A partir da 4ª. Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada

em Jacarta, Indonésia, em 1997, a OMS passou a difundir a necessidade de

mobilização de novos recursos para maximizar as ações e estratégias de promoção

da saúde, o que previa a participação mais ativa do setor privado.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1988 com a obriga-

ção constitucional de atuar na formulação, implementação e concretização de po-

líticas de promoção, proteção e recuperação da saúde. A mesma Constituição

Federal definiu que é livre a atuação da iniciativa privada na saúde.

A promoção da saúde passou a ser mais incorporada pela saúde suplementar

principalmente após o marco regulatório do setor, a Lei dos Planos de Saúde (Lei

9.656, de 1998) e a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS

(Lei 9.961, de 2000).

Dentre as finalidades institucionais da ANS estão promover a defesa do inte-

resse público na assistência suplementar à saúde, regular a atuação das operadoras,

suas relações com os prestadores e usuários, e contribuir para o desenvolvimento

das ações de saúde no país. Também é de sua competência a fixação de normas

para a constituição, a organização, o funcionamento e a fiscalização das operadoras,

incluindo os conteúdos e os modelos assistenciais.

Embora ainda prevaleçam iniciativas isoladas de algumas operadoras, sem vín-

culo ou articulação com uma política nacional de promoção da saúde, percebe-se

um crescente esforço da ANS e dos planos de saúde em construir um modelo de

atenção à saúde que consiga ir além do simples tratamento de doenças.

Muitas empresas, especialmente de autogestão, passaram a priorizar ações de

melhoria da qualidade de vida e de promoção da saúde. Dentre os motivadores

destacam-se a busca do bem-estar da população assistida, a resposta às novas reco-

mendações e exigências do órgão regulador e a possível economia de recursos

assistenciais propiciada pela prevenção de doenças, agravos e incapacidades.

O SUS já obteve inúmeros êxitos no controle de doenças e problemas de

saúde que, se não fossem alvo de ações preventivas, iriam impor muito mais

adoecimento, sofrimento e mortes à população, além de consumir muito mais

recursos públicos com assistência ambulatorial e hospitalar. Com isso, o Brasil tem

Page 11: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

10

conhecimento acumulado a partir de experiências que demonstram a efetividade

de estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças em muitas áreas

como o combate a doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, o controle de

doenças previníveis com imunizações e de doenças crônicas não-transmissíveis,

programas de saúde da mulher, saúde bucal, dentre outras.

As intervenções mais bem-sucedidas de promoção da saúde no âmbito do SUS

combinam destinação suficiente de recursos, vigilância epidemiológica, compreensão

e abordagem dos fatores de risco e de vulnerabilidade da população afetada, diagnóstico

precoce, difusão de informações, campanhas de massa e dirigidas que incentivam

medidas e hábitos de vida conducentes à prevenção. Também é fundamental o

compromisso compartilhado dos três níveis de governo (União, estados e municípios)

e a participação da sociedade civil na implementação das ações.

No sentido de iniciar a transformação do modelo assistencial vigente na saúde

suplementar no país, nos últimos anos a ANS passou a incentivar as operadoras de

planos de saúde a implementarem ações de promoção da saúde e prevenção de

riscos e doenças.

O SIP – Sistema de Informações de Produtos, da ANS – coleta dados dos

programas de promoção da saúde, que passaram a integrar os indicadores que

compõem os índices de desempenho e de qualificação das operadoras. Além disso,

em 2005, a ANS estabeleceu critérios a serem observados pelos planos de saúde

que mantêm linhas de cuidado e prevenção para os seus beneficiários.

Desde 2004 são realizados anualmente seminários nacionais de promoção da

saúde e prevenção de doenças, com destaque para a apresentação de casos selecio-

nados entre as operadoras de planos de saúde.

Segundo avaliação da Agência, o modelo de atenção dos planos de saúde ainda

está centrado na visão de saúde como simples ausência de doenças e no conceito de

doença apenas como lesão ou alteração biológica do corpo. Ao desconsiderar outros

determinantes do processo saúde-doença as operadoras permaneceram focadas na

produção de procedimentos curativos, na fragmentação do cuidado, no atendimen-

to da demanda espontânea com ênfase no atendimento médico especializado e na

atenção hospitalar. Além disso, na área da saúde suplementar, são incorporadas novas

tecnologias de forma descontrolada e há consumo excessivo de procedimentos de

alto custo, sem nenhuma avaliação sistemática de resultados.

São muito pouco difundidas as análises sobre racionalidade, custo-benefício e

custo-efetividade da incorporação de tecnologias e suas conseqüências econômicas

Page 12: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

11

sobre o sistema de saúde. Nem mesmo são levados em conta, com freqüência, os

consensos terapêuticos, diretrizes clínicas ou guidelines. Contribuem para agravar a

situação, as dificuldades na relação entre operadoras e prestadores de serviços e o

comportamento dos beneficiários na condição de “consumidores” de saúde e não

de usuários com consciência sanitária.

É neste contexto que a ANS passou a divulgar a importância da promoção de

saúde, a compartilhar experiências de programas bem-sucedidos executados pelas

operadoras, e a promover pesquisas sobre o impacto econômico-financeiro das

ações de promoção e prevenção.

As operadoras têm sido orientadas a organizar programas segundo linhas de

cuidado: saúde da criança e do adolescente, saúde da mulher, saúde do adulto e do

idoso, saúde bucal, prevenção da obesidade, tabagismo, sedentarismo e fatores de

risco de inúmeras doenças.

Os programas de promoção devem buscar a melhoria do acesso e a humanização

do acolhimento; o resgate da boa relação médico-paciente; a atuação de equipe

multidisciplinar; as intervenções sobre fatores de risco seguidas de ações educativas,

que estimulem mudanças no estilo de vida; a prevenção secundária para evitar

complicações de doenças já instaladas, como diabetes e hipertensão; a correta ade-

são ao tratamento medicamentoso, dentre outras metas viáveis.

Voltados a diversos públicos e situações de saúde, os programas podem incluir

a prevenção primária (hábitos saudáveis de vida, nutrição, lazer, condições ade-

quadas de trabalho, imunizações etc.); a prevenção secundária (diagnóstico e trata-

mento precoce que visam prevenir ou diminuir as conseqüências das doenças,

incentivo à adesão aos tratamentos, melhoria da qualidade de vida das pessoas

acometidas por alguma patologia ou agravo) e a prevenção terciária (práticas

assistenciais alternativas, reabilitação, terapia ocupacional, atenção domiciliar etc.)

No caso dos planos de autogestão, alguns programas de promoção, dirigidos

aos trabalhadores dos setores público e privado, podem ser desenvolvidos no próprio

ambiente de trabalho, com ênfase na saúde ocupacional.

Quanto aos temas mais abordados pela saúde suplementar, em um universo de

419 programas de promoção analisados pela ANS, implementados por 158 opera-

doras de todos os segmentos da saúde suplementar, as linhas de cuidado mais

comuns eram dirigidas a problemas cardiovasculares (37%), materno-neonatal (22%),

neoplasias (16%), saúde bucal (3%) e outros (22%).

A expectativa é de que as operadoras de planos de saúde se aproximem cada

Page 13: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

12

vez mais das metas da política nacional de promoção da saúde conduzida pelo

Ministério da Saúde, que tem dado destaque às imunizações, à promoção da atividade

física, aos hábitos saudáveis de alimentação e vida, ao controle do tabagismo, ao

controle do uso abusivo de bebida alcoólica, aos cuidados especiais voltados ao

aumento da expectativa de vida, e à prevenção das DSTs e Aids, dentre outros

programas prioritários.

As políticas de promoção da saúde, tanto dos planos privados quanto do poder

público, devem considerar que as duas últimas décadas foram marcadas por mu-

danças que passaram a moldar os valores, os estilos e as condições de vida da

população.

As novas tendências demográficas, a urbanização acelerada, o aumento da ex-

pectativa de vida, as mudanças nos hábitos alimentares, a prevalência de doenças

crônicas, o comportamento sedentário, a resistência a antibióticos e a outros medica-

mentos, o uso abusivo de drogas (incluindo álcool e cigarro), a violência civil e

doméstica, a degradação ambiental, as doenças infecciosas novas e reemergentes e os

problemas de saúde mental, ameaçam cada vez mais a saúde e o bem-estar de mi-

lhões de pessoas. Essas e outras situações que passaram a liderar as causas de

adoecimento e morte exigem providências urgentes na área de promoção da saúde.

Assim, para definir o perfil e as características dos programas de promoção e

prevenção, devem ser considerados os estudos e dados de indicadores de saúde,

morbidade e mortalidade. É o caso do Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios (PNAD 2003), do IBGE, que visitou mais de 133 mil

residências, entrevistou 384,8 mil pessoas e constatou que as doenças crônicas atingem

hoje quase um terço da população brasileira.

Diabetes, hipertensão, câncer, problemas de coluna e reumatismo estão entre as

enfermidades crônicas, diagnosticadas por profissionais de saúde, que acometiam

52,6 milhões de brasileiros – ou 29,9% da população –, em 2003, dos quais 22,1

milhões eram homens e 30,5 milhões, mulheres. No total, 9,7 milhões de pessoas

tinham três ou mais doenças crônicas.

A pesquisa também investigou como os brasileiros avaliam seu estado de saúde

– sendo que 78,6% o consideravam muito bom e bom – e constatou, ainda, que

62,8% da população havia consultado um médico nos 12 meses anteriores à

realização do estudo.

Mas em relação à prevenção o estudo do IBGE trouxe alguma preocupações,

ao investigar a realização de três exames preventivos: clínico de mamas, de câncer

Page 14: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

13

de colo de útero e mamografia. Constatou-se que 34,4% das mulheres com mais

de 40 anos nunca haviam se submetido a um exame clínico de mamas e praticamente

a metade das brasileiras de 50 anos ou mais nunca havia se submetido a uma

mamografia. São números que dão a dimensão da pouca atenção dada à prevenção

e ao diagnóstico precoce no país.

Outro dado, este da ANS, revelou que as taxas de cesariana praticadas pelos

planos de saúde brasileiros são as mais elevadas do mundo – 79,7%, índice quatro

vezes acima do recomendado pela OMS. Apesar do risco acrescido, a cesárea é

preferida por médicos e gestantes, por ser um procedimento mais rápido e menos

doloroso do que o parto normal, em que pese ter custo semelhante. Portanto,

deviam existir programas patrocinados pelas operadoras voltados a incentivar o

parto normal e a reduzir a taxa de cesáreas, que passa pela conscientização das

parturientes e pela adesão dos médicos.

Um estudo também revelador foi apresentado na publicação “Saúde Brasil

2006 – uma análise da desigualdade em saúde”, da Secretaria de Vigilância em

Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, pois mostrou que há diferenças no perfil da

mortalidade entre beneficiários de planos de saúde e a população brasileira em

geral. De caráter exploratório, o levantamento utilizou dados do Sistema de

Informações de Beneficiários – SIB, da ANS, e do Sistema de Informações sobre

Mortalidade – SIM, do Ministério da Saúde.

Chegou-se à conclusão de que as doenças do aparelho circulatório e as neoplasias

são as causas de morte que têm mais impacto entre os beneficiários de planos de

saúde, o que difere um pouco da imensa maioria da população brasileira, que

depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde – SUS.

Além disso, beneficiários de planos morrem proporcionalmente mais tarde.

Ou seja, é um perfil de mortalidade próximo do verificado nos países desenvolvi-

dos, onde predominam as doenças crônico-degenerativas, sobretudo em popula-

ção com idade mais avançada.

Mas não é apenas o fato de ter acesso a plano de saúde que diferencia o perfil

de adoecimento e morte na população brasileira, mas principalmente as condições

de renda, condições de vida, escolaridade, inserção no mercado de trabalho, acesso

à moradia e à atenção sanitária, dentre outros fatores.

Por isso, a proporção de óbitos por grupos de causas varia entre as regiões e os

estados, entre as faixas etárias e de acordo com os indicadores socioeconômicos

individuais e municipais.

Page 15: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

14

Atualmente, as doenças não-transmissíveis representam mais de 60% dos óbi-

tos na população brasileira como um todo, e são mais prevalentes entre as faixas

etárias mais elevadas, nas pessoas com maior escolaridade, nos indivíduos brancos

e nos municípios maiores e mais desenvolvidos economicamente.

Em 2004, as principais causas de morte no país, em todas as regiões e para

ambos os sexos, foram as doenças do aparelho circulatório. Em seguida, vieram as

causas externas (acidentes e violências), na região Centro-Oeste e as neoplasias no

Sul e no Sudeste. As causas mal-definidas (que têm vinculação com a qualidade da

notificação) ficaram em primeiro lugar nas regiões Norte e Nordeste.

O risco de morte por causas externas é a segunda causa para os homens na

maioria das regiões; enquanto o câncer é a segunda causa de morte entre as mulhe-

res em todo o país. Além disso, os homens morrem mais precocemente que as

mulheres.

Já em relação à idade, a partir dos 50 anos, as doenças do aparelho circulatório

são as principais causas de morte dos brasileiros, seguidas das neoplasias e depois

das causas externas.

O fato é que os principais problemas de saúde que afetam a população podem

ser dimensionados e, na maioria das vezes, podem ser prevenidos. Por isso devem

ser cada vez mais incentivados e implementados programas, projetos, campanhas e

iniciativas de promoção da saúde, por parte do setor da saúde suplementar. Trata-

se de relevante contribuição capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas e de

evitar ou diminuir procedimentos, internações, mortes e incapacidades por

problemas de saúde que hoje representam alto custo social e geram grande impacto

econômico nos planos de saúde.

Page 16: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

15

CAPÍTULO 2

Autogestão em saúde:estrutura e diferenciais

A Autogestão é o modelo em que a própria organização administra o programa de

assistência à saúde dos seus empregados ou associados – nas categorias de ativos,

aposentados e pensionistas – e de seus dependentes. O objetivo é proteger e pro-

mover a saúde dos beneficiários, com recursos e serviços credenciados, mediante

contratos ou por meio do sistema de livre escolha, com o reembolso de algumas

despesas efetuadas pelos usuários. Vários estudos identificam a autogestão como a

modalidade de assistência à saúde que oferece melhor qualidade e maior abrangência,

com menores custos.

Englobam o universo da autogestão desde empresas privadas e organizações

públicas, até fundações, cooperativas de usuários e entidades associativas, benefi-

centes, assistenciais, previdenciárias ou sindicais, entre outras. Com um total de

257 operadoras de planos de saúde ativas, o segmento responde pelo atendimento

a 5.405.152 beneficiários em todo o país, segundo dados da ANS de setembro de

2006. A região Sudeste concentra cerca de 53% dos planos de autogestão, com 164

organizações instaladas na região, seguida da região Sul, onde estão 18% das

autogestoras, num total de 56 instituições.

De acordo com os dados da ANS, 57,7% dos planos de assistência à saúde de

autogestão – totalizando 179 organizações – atendem a um universo de até 10 mil

beneficiários. São 59 as autogestões que têm população assistida na faixa entre 10

mil e 50 mil beneficiários. Já as operadoras que atendem acima de 100 mil

beneficiários em suas carteiras totalizam 12 instituições em todo o país, sendo que

duas organizações ultrapassam os 500 mil usuários.

Page 17: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

16

(*) Inclui 53 autogestões sem beneficiários.

Fonte: Caderno de Informação da Saúde Suplementar (ANS, 2006)

Distribuição das autogestões por região do país*

Número de beneficiários por autogestões

Faixa de beneficiários Nº de Autogestoras %

Sem beneficiários (inativas) 53 17,09%

De 1 a 1.000 48 15,48%

De 1.001 a 10.000 131 42,25%

De 10.001 a 50.000 59 19,03%

De 50.001 a 100.000 07 2,25%

Acima de 100.000 12 3,87%

Fonte: Caderno de Informação da Saúde Suplementar (ANS, 2006)

A Unidas e a organização do segmentoA criação da Unidas, em novembro de 2002, a partir da fusão entre a Abraspe

(Associação Brasileira das Autogestões em Saúde Patrocinadas pelas Empresas) e o

Ciefas (Comitê de Integração de Entidades Fechadas de Assistência à Saúde), for-

taleceu e aumentou a representatividade do segmento da autogestão no país. A

nova instituição nasceu com a missão de “promover o fortalecimento do segmen-

to de autogestão em todo o território nacional, fomentando a excelência em ges-

tão de saúde e a democratização do acesso a uma melhor qualidade de vida, con-

tribuindo para o aperfeiçoamento do sistema de saúde do país”. Os valores que

Page 18: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

17

pautam a atuação da Unidas são a Ética, a Unidade, o Profissionalismo, a Respon-

sabilidade Social e a Efetividade.

Entre os objetivos primordiais da instituição estão o aprimoramento da políti-

ca de autogestão, com ênfase em ações de caráter preventivo; a expansão, fortale-

cimento e aperfeiçoamento dos programas de saúde de suas entidades filiadas, bem

como a defesa dos interesses dessas organizações nas diferentes instâncias de

relacionamento. São prioridades da Unidas, ainda, a construção de relações justas

com os prestadores de serviço de saúde e a colaboração com o governo e entidades

ligadas à saúde, principalmente em relação à regulamentação do setor.

A atuação da Unidas procura despertar na Agência Nacional de Saúde Suple-

mentar, na sociedade, entre os beneficiários de suas filiadas, nas instituições

mantenedoras e patrocinadoras, e entre os prestadores de serviços, a consciência

quanto às vantagens do modelo de autogestão: a administração de planos corporativos

de saúde, sem fins lucrativos, com características próprias e benefícios reais em

comparação às demais modalidades de planos existentes na saúde suplementar.

Em termos de estrutura organizacional, a Unidas conta com o suporte dos

Conselhos Deliberativo e Fiscal, que orientam, apóiam e fiscalizam a atuação da

Diretoria Nacional, composta pela Presidência e Vice-presidência, além de cinco

diretorias: Administrativo-financeira, de Integração, Técnica, de Treinamento e

Desenvolvimento e de Comunicação. Com abrangência nacional, tem representação

nos 26 estados e no Distrito Federal, por meio das Superintendências Estaduais.

O suporte para a plena atuação das organizações filiadas está entre os objetivos

fundamentais que orientam as atividades da instituição. A relação com as autogestoras

ocorre, entre outras maneiras, por meio das seguintes ações:

▲ Coletar, organizar e divulgar informações que interessem às entidades filiadas;

▲ Realizar estudos, análises, pesquisas, cursos, congressos, simpósios e outros

eventos que possam esclarecer ainda mais o sistema de autogestão em saúde;

▲ Contribuir para o bom gerenciamento dos custos dos programas próprios

de assistência à saúde das filiadas;

▲ Promover o contato entre as filiadas, mediante assessoria técnica e operacional.

Entre os serviços oferecidos, merecem destaque: informativos eletrônicos;

assessoria parlamentar; assessoria jurídica; assessoria técnica (área médico-hospitalar);

calendário de datas e prazos junto à ANS; clipping diário de notícias sobre o merca-

do de saúde; jornal institucional; pesquisas de mercado; programas de treinamento

e desenvolvimento; realização de eventos de atualização.

Page 19: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

18

Perfil das autogestões filiadasEm todo o Brasil, cerca de 150 autogestões de planos de saúde filiadas à Unidas

oferecem cobertura para aproximadamente 5 milhões de beneficiários, entre titulares

ativos e aposentados, e seus dependentes, além dos que compõem a categoria de

agregados. Com o intuito de conhecer melhor o perfil dessa população e o uso dos

principais benefícios concedidos pelos planos de autogestão, a Unidas realiza

periodicamente uma pesquisa junto às operadoras de todas as regiões do país.

O estudo mais recente promovido pela instituição – denominado Pesquisa

Nacional 2005 – foi realizado pelo Datafolha Instituto de Pesquisas, no período de

agosto a outubro de 2006 e os resultados foram divulgados em novembro. Os

dados e informações coletados nessa pesquisa referem-se ao exercício de 2005.

Participaram do levantamento autogestões que respondem juntas por mais de 2,4

milhões de beneficiários, universo que representa quase a metade do número de

vidas assistidas pelas filiadas da Unidas no país.

Ainda com relação à população de beneficiários das filiadas que compuseram a

amostra da pesquisa, houve uma predominância dos beneficiários ativos, que

correspoderam a 55% da população assistida, conforme revela o gráfico abaixo.

Em termos da distribuição geográfica da população assistida, a representação

da amostra teve predominância das autogestões com cobertura nacional, conforme

demonstra o gráfico na página a seguir.

População abrangida pela Pesquisa Nacional 2005

Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005

Page 20: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

19

A pesquisa revelou ainda os tipos de planos de saúde predominantes,

demonstrando ser maior a população atendida por planos médico-hospitalares, em

todas as categorias de beneficiários. Também é maior a população atendida por

planos de saúde coletivos por adesão.

Distribuição da população por amplitude geográfica da cobertura

Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005

Forma de adesão por categoria de beneficiário

(*) Não oferecem plano para aposentados: 15% (**) Não oferecem plano para agregados: 15%

Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005

CATEGORA DE BENEFICIÁRIO

TIPO DE ADESÃO Ativos Aposentados* Agregados**

Coletivo empresarial 40% 20% 5%

Coletivo por adesão 55% 60% 75%

Ambos 5% 5% 5%

Tipo de plano por categoria de beneficiário

CATEGORA DE BENEFICIÁRIO

TIPO DE PLANO Ativos Aposentados* Agregados**

Médico-hospitalar 65% 60% 60%

Médico-hospitalar e odontológico 35% 25% 25%

Page 21: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

20

Nos planos de autogestão, a assistência à saúde pode ser prestada por meio de

rede credenciada de profissionais e instituições de saúde, que atendem mediante

tabela de preços definida previamente; ou por meio de serviços próprios de aten-

dimento mantidos pela organização. Uma terceira forma é o mecanismo de livre

escolha, quando o beneficiário utiliza serviços de profissionais ou instituições de

saúde disponíveis no mercado, com o posterior reembolso de parte dos gastos pelo

plano. Algumas autogestões operam com estas três formas combinadas.

Quanto às formas de custeio dos planos de saúde, algumas das autogestões

chegam a financiar totalmente a assistência médica oferecida aos seus beneficiários.

É bastante comum, no entanto, que o custeio dos planos seja dividido entre a

organização patrocinadora e a população de usuários. Esse rateio pode ocorrer de

diferentes formas: com base em valor pré-fixado, em percentual do salário, em função

da faixa etária do participante ou mesmo do número de dependentes.

A autogestão também disciplina o uso do plano pelos beneficiários com a cobrança

de um percentual sobre a utilização dos procedimentos. É um processo denominado

de co-participação. A pesquisa revela que, em geral, as organizações apresentam uma

maior participação no custeio dos planos de ativos.

Principais indicadores de utilizaçãoQuanto à utilização dos planos de saúde, a freqüência foi alta entre todas as

categorias de beneficiários, com uma média geral de 87% da população assistida

fazendo uso no período analisado. Entre os beneficiários ativos, a média foi de 84%,

inferior ao uso dos aposentados (94%) e agregados (98%). A média de consultas

médicas realizadas ficou em 5,87 por beneficiário/ano. Já a média de exames por

consulta foi de 2,07 e a de exames por beneficiário, ao longo de 12 meses, atingiu

12,15. O tempo médio de permanência em internação hospitalar foi de 3,81 dias.

Forma de custeio por categoria dos planos

Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005

CATEGORA DE BENEFICIÁRIO

FORMA DE CUSTEIO Ativos Aposentados Agregados

Empresa 58% 65% 65%

Beneficiário 42% 35% 35%

Page 22: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

21

A tabela a seguir demonstra o percentual de ocorrências ambulatoriais por

evento e categoria de beneficiários.

Apesar do alto número de exames realizados pelos beneficiários dos planos

analisados pela pesquisa, os exames voltados para a prevenção de determinadas

patologias, tidas como de maior risco, mostraram uma prevalência inferior:

▲ 60% das mulheres entre 19 e 59 anos fizeram o exame Papanicolau, que

auxilia no diagnóstico precoce do câncer de cólo do útero;

▲ 35% das mulheres entre 30 e 59 anos realizaram mamografia, que auxilia no

diagnóstico precoce do câncer de mama;

▲ 43% dos homens com 40 anos ou mais fizeram o exame PSA, que auxilia

no diagnóstico precoce do câncer de próstata;

▲ 26% dos homens com 40 anos ou mais realizaram ultra-som de próstata,

que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de próstata;

▲ 17% dos homens e mulheres com 18 anos ou mais fizeram o exame de

sangue oculto nas fezes, que auxilia no diagnóstico precoce do câncer de intestino

grosso (cólon).

A Pesquisa Nacional 2005 apresentou também uma comparação entre os tipos

de parto mais freqüentemente realizados pelos planos de saúde, com 85% ocorrendo

sob a forma de cesárea, percentual que é cinco vezes superior à realização do parto

normal e muito acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS.

O estudo verificou ainda como ocorreu a distribuição dos recursos

despendidos em serviços médico-hospitalares. Os resultados demonstraram um

perfil adequado dos gastos realizados conforme a categoria dos beneficiários as-

sistidos. A média dos dispêndios ambulatoriais foi maior nos planos dos

beneficiários ativos e agregados, enquanto que as despesas com serviços hospita-

lares foram maiores nos planos que atendem os aposentados. Os percentuais

Ocorrências por categoria de beneficiário

Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005

CATEGORA DE BENEFICIÁRIO

OCORRÊNCIA Ativos Aposentados Agregados

Consulta 30% 09% 36%

Exames e terapias 70% 91% 64%

Page 23: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

22

referentes aos dispêndios por modalidade de atendimento, para cada categoria de

beneficiário, estão demonstrados na tabela a seguir.

Já o gasto per capita médio apurado para a população de beneficiários em geral

ficou em R$ 1.302,56 por usuário/ano, correspondendo a um valor mensal da

ordem de R$ 108,55.

2.1 – DIFERENCIAIS DA AUTOGESTÃOA autogestão em saúde constitui-se em um sistema que favorece, de maneira

equânime, os beneficiários, os profissionais e instituições de saúde e as próprias

organizações patrocinadoras. Além de não ter fins lucrativos, este segmento prima

pela transparência de suas ações e pela gestão responsável dos recursos disponíveis.

Na autogestão, a abrangência da assistência à saúde tem sido maior, a qualidade dos

serviços prestados, melhor, e geralmente com custos menores que os praticados

pelos demais segmentos da saúde supletiva.

Entre as vantagens observadas nos planos de saúde das autogestoras estão a

eliminação de intermediários entre o beneficiário e o prestador de serviços de

saúde; maior ou plena cobertura das patologias e respectivos tratamentos; ações

voltadas à implementação de programas de promoção da saúde e prevenção de

doenças; a gestão conjunta da assistência à saúde e da medicina ocupacional.

O sistema de autogestão demonstra ser um dos modelos mais adequados e

eficazes para as organizações preocupadas com a qualidade de vida dos seus cola-

boradores. A gestão da assistência à saúde dos colaboradores de uma empresa e seus

dependentes se traduz em uma importante ferramenta de Recursos Humanos:

permite a definição de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças

Custos por tipo de atendimento e categoria de beneficiário

Fonte: Pesquisa Nacional Unidas 2005

CATEGORA DE BENEFICIÁRIO

ATENDIMENTO Ativos Aposentados Agregados

Ambulatorial 53% 48% 52%

Internação hospitalar 46% 51% 47%

Internação domiciliar 1% 1% 1%

Page 24: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

23

voltados às características e necessidades da população assistida, servindo também

de instrumento de motivação e de melhoria do clima organizacional.

A flexibilidade no gerenciamento dos recursos é uma das principais vanta-

gens da autogestão, possibilitando uma melhor relação custo/qualidade dos ser-

viços contratados e o adequado controle dos gastos. Trata-se de um sistema que

prioriza os beneficiários em todas as suas decisões, até porque participam da

gestão da instituição, com atenção integral e preventiva à saúde, o que contribui

de forma decisiva para o bom atendimento ao usuário e para a significativa redu-

ção de custos.

A implementação de um sistema de autogestão em saúde numa organização

deve ser precedida de estudos que permitam melhor definir as suas características,

o modelo de participação e os sistemas de controle das ações implementadas, entre

outros aspectos.

Os sistemas de autogestão compreendem, geralmente, um maior número de

serviços, principalmente pela sua abrangência e atuação geográfica, e atendem

doenças e procedimentos que muitas vezes não têm cobertura pelos demais planos

de saúde que atuam no mercado. As organizações podem, ainda, desenvolver

parcerias com os prestadores de serviços, possibilitando que os beneficiários sejam

vistos pelos médicos e instituições de saúde como um usuário preferencial.

Observa-se entre as autogestões a cobertura de transplantes que não são

obrigatórios pela legislação, que só prevê os transplantes de rins e córnea . É

significativo o número de instituições que assumem a cobertura desses

procedimentos, que possuem peso significativo no contexto geral das despesas. Há

ainda uma importante parcela que disponibiliza serviços como atendimentos do-

miciliares de urgência e pós-internação. Boa parte dos planos também oferece

coberturas específicas – mesmo não regulamentadas –, como o atendimento de

acupuntura, homeopatia, psicoterapia e assistência farmacêutica.

O mapeamento de riscos e a definição de programas de promoção da saúde e

prevenção de doenças são ações que permitem, de maneira efetiva, envolver os

colaboradores e dependentes na defesa da instituição. Além disso, são as ferramentas

mais adequadas de suporte ao gerenciamento da saúde, visando à redução da

incidência de doenças e, conseqüentemente, dos gastos com assistência.

A atenção à saúde relacionada a grupos de beneficiários em condições de risco

ou a portadores de patologias específicas é uma das preocupações presentes na

assistência prestada pelas autogestões. As ações mais freqüentes são voltadas a

Page 25: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

24

portadores de doenças crônicas não-degenerativas. Por vezes, são complementadas

pela distribuição de medicamentos.

Outra vantagem significativa é a integração da medicina assistencial com a

ocupacional, pois muitas vezes os beneficiários apresentam quadros clínicos

vinculados a sua atuação profissional. Com o adequado gerenciamento de infor-

mações, na autogestão torna-se possível trabalhar ações dirigidas às necessidades do

público assistido, definindo políticas de saúde integradas que incentivem a preven-

ção, ao mesmo tempo em que se asseguram benefícios amplos.

Promoção da saúde na autogestãoA prática da promoção da saúde integrada à prevenção de doenças busca a

diminuição dos fatores de risco que contribuem para a manifestação das patologias

ou a ocorrência de acidentes. Por meio de diagnósticos precoces, é possível

conhecer o estado de saúde da população assistida e estabelecer as prioridades e

ações mais adequadas para o público avaliado, uma das vantagens da abordagem

preventiva.

Entre medidas efetivas para aprimorar a administração dos planos de assis-

tência estão o gerenciamento da demanda, a hierarquização do acesso, o controle

de autorizações prévias, a adequada orientação ao beneficiário e a eficaz gestão

da informação. Modelos alternativos de atenção à saúde como os médicos de

família, o atendimento pré-hospitalar e as internações domiciliares (home care)

são também opções para a melhoria dos serviços prestados, com resultados

positivos tanto para a saúde dos beneficiários quanto para o desempenho das

autogestões.

O acompanhamento das patologias de maior risco de agravo à saúde tem sido

uma estratégia cada vez mais considerada pelos planos de autogestão. Um dos

fatores que influenciam nessa direção é o aumento da expectativa de vida da popu-

lação brasileira, que colabora para a maior incidência das doenças crônicas. Diante

desse cenário, as autogestões compreenderam a importância de investimentos em

ações preventivas dirigidas a usuários com mais de 60 anos ou à terceira idade, que

se tornaram mais evidentes nos últimos anos.

Com a autogestão, as organizações têm condições efetivas de desenvolver

ações próprias voltadas à melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários. Esse

sistema permite à área de Recursos Humanos das organizações a gestão conjunta

da assistência à saúde e da medicina ocupacional.

Page 26: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

25

Essa integração permite que os beneficiários que apresentam quadros clínicos

relacionados à sua atuação profissional possam receber o atendimento correto.

Muitas vezes, o tratamento de um efeito clínico, sem eliminar ou minimizar a

causa, pode não obter o sucesso desejado e ainda agravar a situação de saúde do

funcionário.

Muitas autogestões têm investido em estudos sobre o perfil de cada grupo

assistido (doenças prevalentes, serviços especializados, exames e procedimentos

mais freqüentes etc.) que permitem, por exemplo, mapear a situação de saúde e as

causas ou fatores responsáveis pelas doenças. Esses estudos tornaram-se um

importante instrumento de gestão da assistência à saúde, que possibilita priorizar os

investimentos.

Nos capítulos seguintes, estão relacionadas as principais iniciativas e programas

desenvolvidos pelas instituições filiadas à Unidas, ilustrando com ações reais os

diferenciais e benefícios que o sistema de autogestão traz para a população de

beneficiários em termos de promoção da saúde e de prevenção de doenças.

Page 27: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

26

O levantamento realizado para a elaboração da presente publicação ocorreu en-

tre os meses de dezembro de 2006 e janeiro de 2007, mediante a distribuição de

um questionário para as cerca de 150 instituições vinculadas à Unidas. Obteve-

se um retorno das principais autogestões que mantêm ações e programas de

promoção da saúde e prevenção de doenças, que, em conjunto, respondem por

aproximadamente 60% da população assistida pelos planos de saúde das filiadas

da Unidas, em todas as regiões do país.

O instrumento de coleta de informações buscou levantar dados sobre o perfil

das operadoras, tais como área de abrangência, número de beneficiários, setor da

economia, forma de custeio e tipo de organização. A consulta mais específica,

relacionada ao tema deste livro, procurou mapear as ações de promoção da saúde

e prevenção de doenças realizadas pelas autogestões.

Para a caracterização das iniciativas nessa área, foi solicitada uma descrição dos prin-

cipais programas, com dados como data de início, estruturação, abrangência, população

assistida, principais resultados e opinião dos beneficiários. Outro campo de interesse foi o

impacto dos programas de promoção na gestão da assistência à saúde. Foram mapeados,

sempre que disponíveis, os indicadores tais como a redução do número de consultas, do

uso de serviços de urgência e emergência, das internações hospitalares, dos custos de

tratamento e dispensação de medicamentos e do absenteísmo ao trabalho.

Também foi solicitada a descrição da estrutura que as autogestões dispõem

para a gestão dos programas, se essas atividades estão integradas às ações de RH/

Gestão de Pessoas ou à área de medicina ocupacional, o número de colaboradores

CAPÍTULO 3

Modalidades de gestãoda promoção da saúde

Page 28: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

27

envolvidos, a contratação de serviços de terceiros e as parcerias realizadas. Por fim,

buscou-se conhecer as expectativas dos dirigentes das instituições para os próximos

anos quanto à ampliação ou criação de novos programas.

O levantamento teve como amostra 30 autogestões filiadas à Unidas, que

conjuntamente, atendem 2.977.935 beneficiários, entre ativos, aposentados,

pensionistas, dependentes e agregados, universo próximo a 2/3 da população assistida

pelas filiadas da Unidas. Esse conjunto de instituições responde por 55% do total

de beneficiários dos planos de saúde da modalidade de autogestão do país, segundo

dados da ANS de setembro de 2006.

Entre as filiadas que responderam ao levantamento, nove dispõem de planos de

saúde que atendem até 10 mil beneficiários, nove estão na faixa de 10 mil a 50 mil

assistidos e seis compreendem de 50 mil a 100 mil vidas. São quatro as operadoras de

planos de saúde que atendem de 100 mil a 500 mil beneficiários. Na amostra, duas

filiadas da Unidas têm população assistida com mais de 500 mil pessoas.

Com relação à abrangência, 18 das filiadas têm uma atuação mais regionalizada

e dispõem de planos para atender beneficiários que se encontram em até 10 estados

do país. Duas filiadas estão presentes entre 11 e 15 estados e dez das autogestoras

têm população assistida em todo o território nacional.

Em relação ao tempo de existência, entre as filiadas que responderam à pesquisa,

14 foram constituídas há mais de 20 anos, 13 estão em operação entre dez e 20 anos

e apenas três têm menos de dez anos de atuação. Na amostra, há uma significativa

predominância das autogestões que atuam no setor privado, com 19 filiadas; seis

estão inseridas no setor público e cinco atuam em regime de economia mista.

Com relação à forma de custeio, entre os planos de saúde voltados para os

beneficiários ativos há predominância do pré-pagamento (14), seguida do pós-

pagamento (7), sendo que em outras três o custeio é assumido integralmente pelo

beneficiário e em uma filiada, o custeio integral é de responsabilidade da

patrocinadora. Cinco autogestoras dispõem de outras formas de custeio para os

planos que atendem os beneficiários ativos, sendo que uma delas utiliza um sistema

misto de co-participação com pré e pós-pagamento.

Nos planos que atendem aposentados e pensionistas, a forma de custeio

predominante também é o pré-pagamento (12), seguida do custeio integral pelo

beneficiário (7) e pelo pós-pagamento (5). Entre os agregados, o pagamento integral

pelos usuários é a principal forma de custeio, com 12 planos que atuam dessa forma,

seguida da participação no custeio por pré-pagamento (7) e pós-pagamento (2).

Page 29: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

28

Com relação ao tipo de organização das autogestões, sete atuam como Caixa

de Assistência e igual número tem a configuração de Departamento de Benefício/

RH. Seis estão organizadas como Associação, quatro atuam como Entidades Fe-

chadas de Previdência Complementar, três adotam o modelo de Fundação e uma

delas é uma Autarquia Municipal. Duas filiadas declararam dispor de uma estrutura

híbrida, que funde o modelo de Fundação ao de Entidade Fechada de Previdência

Complementar.

Inserção institucionalA maior parte das operadoras de autogestão que responderam ao levantamento

conta com uma área específica que cuida da gestão dos programas de promoção da

saúde e prevenção de doenças, com diferentes conformações em termos de estrutura

organizacional e inserção no organograma da instituição.

A Fundação de Seguridade Social (GEAP), que atende aproximadamente 650

mil beneficiários em todo o país, dispõe de área específica denominada

Coordenadoria de Promoção da Saúde, que está vinculada à Diretoria de Serviços

a Clientes, da Diretoria Executiva da instituição. Dos cerca de 1,3 mil funcionários

da GEAP, 80 estão diretamente alocados na gestão das atividades de promoção da

saúde e prevenção de doenças oferecidas às patrocinadoras dos planos de saúde

gerenciados pela instituição.

Para o seu próprio quadro de pessoal, a GEAP dispõe de um consultório

médico em sua sede para a realização de exames admissionais e periódicos, onde

também são disponibilizados serviços de clínica médica, buscando atender a eventuais

intercorrências. São realizadas, ainda, duas sessões diárias de ginástica laboral, no

início de cada expediente. Essas iniciativas objetivam a promoção da medicina

preventiva e a valorização da auto-estima, com vistas à melhoria contínua da

qualidade de vida dos colaboradores da instituição.

Outro exemplo é a autogestão da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

(ECT) que tem abrangência nacional e atende a uma população de 358 mil

beneficiários, entre ativos, aposentados, pensionistas e seus dependentes. A empre-

sa possui em sua Administração Central dois departamentos responsáveis pelas

ações de saúde e qualidade de vida para os empregados e seus dependentes. Eles

fazem parte da estrutura da Diretoria de Recursos Humanos da ECT e possuem

representação nas 27 Diretorias Regionais da empresa, em todos os estados do país

e no Distrito Federal.

Page 30: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

29

O Departamento de Saúde é responsável pela gestão dos benefícios relaciona-

dos à assistência à saúde (CorreiosSaúde) e pela gestão das ações e programas de

promoção da saúde, que envolvem todas as atividades legais de segurança, ergonomia

e saúde ocupacional além de outras atividades relacionadas à saúde integral do

quadro de pessoal próprio. Já o Departamento de Integração, Serviço Social e

Benefícios é responsável pela gestão dos programas de prevenção e tratamento de

DST/Aids, dependência química e educação alimentar.

A empresa possui, no seu Plano Estratégico, políticas, objetivos, indicadores e

metas relativas à saúde e qualidade de vida dos empregados e dependentes. Existe

total integração com as ações de medicina ocupacional, uma vez que essa área

também é coordenada pelo Departamento de Saúde da ECT. A administração da

área de saúde da empresa está informatizada, com prontuário eletrônico, o que

facilita a gestão das informações.

No Departamento de Saúde – responsável pela gestão nacional do

CorreiosSaúde – 15 colaboradores estão envolvidos com a administração do bene-

fício. Além desses, mais cinco funcionários e dois estagiários estão alocados nas

atividades de promoção da saúde desenvolvidas pela área. Em todo o país, são mais

de 500 profissionais trabalhando nas áreas de saúde e de serviço social, entre médi-

cos, dentistas, psicólogos, assistentes sociais, administradores, auxiliares de enfer-

magem, engenheiros de segurança do trabalho e médicos do trabalho.

Já a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) atende

686 mil beneficiários em todo o país, entre ativos, aposentados, pensionistas e

dependentes. A instituição, criada em 1944, também dispõe de uma área específica

para a gestão dos vários programas de promoção da saúde e prevenção de doenças

criados ao longo dos últimos anos. No entanto, essas atividades não estão integradas

às ações de gestão de pessoas nem às de medicina ocupacional da instituição

patrocinadora, o Banco do Brasil. A estimativa é que cerca de 40% do quadro de

funcionários da Cassi atue, de alguma forma, nas atividades de promoção da saúde

e prevenção de doenças.

Na Caixa Econômica Federal, a gestão de programas de prevenção de doenças

e promoção da saúde está vinculada à Vice-presidência de Logística e Gestão de

Pessoas, que atua com foco na melhoria da saúde, qualidade de vida, condições

adequadas de trabalho e bem-estar dos colaboradores da instituição. A Caixa pos-

sui a Gerência Nacional de Saúde e Ambiência Corporativa (Gesad) que adminis-

tra o plano de assistência Saúde Caixa e as ações de promoção e prevenção, que

Page 31: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

30

estão integradas às ações de gestão de pessoas e de medicina ocupacional da insti-

tuição. São 257 colaboradores envolvidos na gestão e operacionalização do Saúde

Caixa e 164 alocados nas ações de promoção da saúde e segurança no trabalho. A

população assistida, em todo o território nacional, atinge 231,5 mil beneficiários,

entre ativos, aposentados, pensionistas e dependentes.

DescentralizaçãoVárias autogestões optaram por descentralizar para unidades estaduais e regionais

a gestão dos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças. É o caso do

“Programa Serpro da Qualidade de Vida” – PSQV, cuja coordenação está vinculada

à Unidade de Alinhamento Estratégico, órgão de assessoria da Presidência da empresa.

A autogestão do Serpro atende cerca de 24,6 mil beneficiários em todo o país e está

organizada como Departamento de Benefício/RH. Na gestão do Plano de Assistência

à Saúde da instituição estão envolvidas 15 pessoas; já no Módulo de Promoção da

Saúde, que integra o PSQV, são 12 os colaboradores alocados.

Na implantação do PSQV, a Superintendência de Gestão de Pessoas criou

uma gerência para a coordenação executiva do programa, que atua como interface

com as comissões regionais nas unidades dos estados. Essa dinâmica visa respeitar

a cultura e os valores locais, dando autonomia para a análise das situações espe-

cíficas e a busca de soluções que possam ser viabilizadas regionalmente. As ativi-

dades propostas pelo PSQV contam também com a colaboração da Divisão de

Benefícios da instituição.

A descentralização na execução dos programas também é a marca da autogestão da

Perdigão Agroindustrial S/A, que atende uma população de aproximadamente 91 mil

beneficiários. As iniciativas estão integradas às ações do RH e contam com o

envolvimento da área de medicina ocupacional da empresa. A extensa programação de

campanhas ocorre sob a coordenação do RH Corporativo, mas a execução nas unida-

des, distribuídas em 11 estados brasileiros, está a cargo do RH local, responsável tam-

bém pelos ambulatórios de assistência à saúde, social e pelas atividades de medicina

ocupacional e ações voltadas à melhoria do clima organizacional da empresa.

Há estruturas mais flexíveis e matriciais, como é o caso da Fundação Pampulha,

que atende aproximadamente 94 mil beneficiários em cerca de 25 estados do

país. Nesta operadora, a gestão de programas de promoção da saúde e prevenção

de doenças acontece a partir de uma interação entre diversas áreas, tais como

serviço social, auditoria médica, apoio administrativo, credenciamento e até

Page 32: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

31

mesmo entre as diretorias da instituição, para o planejamento e execução dos

programas. As atividades estão integradas às ações de gestão de pessoas e de

medicina ocupacional. A gestão do plano de assistência à saúde envolve 75 cola-

boradores, sendo que 15 profissionais estão alocados diretamente nas ações de

promoção da saúde e prevenção de doenças.

Com o objetivo de instituir ações de promoção da saúde dentro dos princípios

de qualidade, integralidade e resolubilidade, o Instituto UFV de Seguridade Social

(Agros) propôs em janeiro de 2004 a implementação do Plano de Ações Integradas

em Saúde (Pró-Saúde). Ele destina-se à população assistida pelo Plano de Assistência

à Saúde dos Participantes do Agros (PAS-UFV) e prestadores de serviço da rede

credenciada. Entre participantes ativos, aposentados, pensionistas e dependentes

são atendidos cerca de 14 mil beneficiários.

As estratégias do Pró-Saúde buscam colocar em prática o discurso de respon-

sabilidade social em relação aos seus colaboradores, parceiros, clientes e usuários.

Seu objetivo é aumentar o “lucro social” e reduzir desperdícios de recursos,

compatibilizando o tratamento humanitário com o uso racional do plano de saúde.

A gestão do programa está alocada na Gerência de Assistência à Saúde, com

coordenação específica, e atua em conjunto com o Serviço Social da instituição.

Tem apoio da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa (DSA/UFV) e

da rede credenciada do PAS-UFV.

O Pró-Saúde possui caráter dinâmico e se desenvolve sob duas vertentes: a

primeira de natureza continuada, proporciona cuidado permanente por meio dos

programas e projetos de acompanhamento de grupos específicos e a segunda, de

natureza pontual, configura-se sob a forma de campanhas preventivas e educativas.

As ações de cada programa, projeto ou campanha são dimensionadas e organizadas

de forma a atender as demandas dos beneficiários e priorizar a parceria com os seus

colaboradores (DSA/UFV e rede credenciada), associando a otimização de recursos

a uma boa qualidade de atendimento.

Terceirização e parceriasHá instituições que contratam serviços de terceiros para a execução dos

programas e das ações. A GEAP, por exemplo, terceiriza as áreas de assistência

médica, enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional e

odontologia. São profissionais contratados como pessoas físicas, que atuam nos

programas oferecendo mão-de-obra especializada. Com relação a empresas, são

Page 33: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

32

contratados prestadores de serviços que fornecem insumos para oxigenoterapia,

por exemplo.

Os programas de promoção da saúde desenvolvidos pela GEAP têm incenti-

vado parcerias. Para as ações desenvolvidas com aos beneficiários idosos, a autogestão

dispõe de parcerias com o Ministério da Saúde, o Instituto de Traumato-Ortopedia

(INTO) e a Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI). Também com o

Ministério, há uma parceria que contempla o projeto destinado à redução de parto

cesáreo, dentro da “Política de Incentivo ao Parto Normal” da Fundação.

A possibilidade de implantação de novos projetos, maior eficiência nas estratégias

adotadas, avaliação mais acurada das necessidades, desenvolvimento técnico-

profissional dos envolvidos, racionalização de esforços e otimização dos programas

disponíveis são alguns dos benefícios gerados pelas parcerias realizadas, segundo

avaliação da GEAP.

Já na Cassi, a contratação de serviços de terceiros visa à execução dos programas

e das ações realizadas nas áreas de atenção domiciliar (empresas/serviços de home

care) e saúde mental (serviços que atuam como porta de entrada). A autogestora

também desenvolve parcerias com prestadores de serviços e aponta, como os

principais benefícios dessas iniciativas, o tratamento diferenciado oferecido à

população assistida, a qualidade da assistência, a organização da demanda de serviços

em função das necessidades de saúde e a integração dos prestadores de serviços

com as ações e programas realizados.

Na ECT, são terceirizadas ações como palestras, oficinas, exames preven-

tivos, massagens, as atividades para o programa de ginástica laboral e para as

Feiras de Qualidade de Vida. Entre as parcerias, a empresa conta com o apoio

da Universidade Federal de São Carlos, na execução dos projetos de ergonomia,

além de apoio dos prestadores de serviços para a realização de exames preven-

tivos de glicemia, colesterol, hipertensão arterial e osteoporose, que ajudam na

identificação de riscos potenciais da população assistida, para posterior trata-

mento e acompanhamento.

Palestras educativas e de orientação em diferentes níveis de prevenção de doenças

e a realização de exames preventivos no âmbito dos programas “Em Dia com a

Saúde” e “Viver com Saúde” são exemplos de ações para as quais a Fundação

Pampulha estabelece parcerias com prestadores de serviços. A autogestora também

conta com apoio para a realização de oficinas de yoga, coral, dança de salão,

informática, cinema comentado, ginástica laboral e cerebral e fisiodança.

Page 34: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

33

A contratação de serviços de terceiros na Fundação Assistencial dos Servidores

do Ministério da Fazenda (Assefaz) destina-se à execução de iniciativas como o

“Programa de Educação e Acompanhamento do Doente Crônico” e a “Campanha

de Vacinação contra Gripe”, além de atividades como terapia ocupacional, ginástica

laboral, sessões de massoterapia e coral, dentre outras ações.

São desenvolvidas parcerias com médicos de diversas especialidades para a

realização de palestras; com clínicas e laboratórios para realização de procedimen-

tos e exames; com representantes de produtos ligados à promoção da saúde (saúde

bucal, podologia, limpeza de pele e produtos alimentares) e com instituições para

obtenção de patrocínios. A autogestão da Assefaz tem abrangência nacional e

cobertura para cerca de 93,5 mil beneficiários, entre participantes ativos, aposenta-

dos, pensionistas e dependentes.

Page 35: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

34

4.1 – PREVENÇÃO DE DOENÇASA prática da prevenção integrada à promoção da saúde busca a diminuição dos fatores

de risco que contribuem para a manifestação das doenças. A prevenção primária é uma

das estratégias mais presentes nas operadoras de autogestão, com destaque para ações

como palestras, campanhas, produção e distribuição de material educativo.

Muitas vezes, algumas dessas ações estão integradas à realização de exames

diagnósticos preliminares com o público-alvo de uma determinada iniciativa, o

que possibilita conhecer a situação de saúde da população assistida e estabelecer

prioridades e ações subseqüentes mais adequadas ao público avaliado.

Uma das autogestões com inúmeras iniciativas no campo da prevenção primá-

ria, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) dispõe de ações que

datam mais de dez anos, tendo conquistado excelentes resultados. A empresa rea-

liza sistematicamente, desde 2000, campanhas de prevenção de doenças e promoção

da saúde, com a definição de um calendário anual para a realização de campanhas

educativas, tratando temas relacionados à saúde física e mental. Com abrangência

nacional, essas campanhas são extensivas à totalidade da população assistida forma-

da por funcionários e dependentes.

Dentre as temáticas abordadas, destaque para os seguintes assuntos: saúde da

mulher, saúde ocular, saúde bucal, saúde do coração (hipertensão e diabetes), ali-

mentação saudável/obesidade, prevenção das doenças de inverno (com vacinação

antigripe), combate ao câncer e ao tabagismo, prevenção da dengue, combate à

hanseníase e à tuberculose.

CAPÍTULO 4

Perfil dos programase intervenções

Page 36: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

35

Mudança de hábitos para uma vida saudávelA ECT dispõe também de um programa de abrangência nacional voltado aos

beneficiários, seus dependentes e demais colaboradores externos, batizado de

“Educação para uma Vida Saudável”. Trata-se de uma ação que tem como objetivo

a mudança de atitudes e hábitos que contribuam para a melhoria da qualidade de

vida pessoal e do ambiente de trabalho. Entre 2004 e 2005, o público desse programa

cresceu 29,3%, passando de 118,9 mil para 153,6 mil pessoas.

O programa compreende ainda ações educativas com foco na educação ali-

mentar, ações de prevenção à infecção pelo HIV/Aids, doenças sexualmente

transmissíveis (DSTs) e à dependência de substâncias psico-ativas. Também faz

parte dessa ação a realização da “Feira de Qualidade de Vida” e a “Jornada de

Saúde”, cujo intuito é promover a reflexão sobre estilo de vida saudável. Nessas

ocasiões são desenvolvidas atividades que promovam a saúde integral, alimentação

saudável, gestão da renda familiar, cidadania e apresentações culturais e artísticas

valorizando os talentos internos da instituição.

Em paralelo, a ECT desenvolve outros programas em áreas específicas que

também têm caráter de prevenção primária: o “Programa Médico de Troca –

Troque o Fumo por Mais Saúde”, focado na prevenção ao tabagismo; o programa

“Preveniu, Sorriu”, destinado à área de saúde bucal e o programa “Ergonomia na

ECT”, com projetos voltados à busca de soluções ergonômicas para demandas

específicas em diversas áreas da empresa. Só em 2006 a instituição realizou 23

Feiras/Jornadas, em todo o país, beneficiando aproximadamente 47 mil pessoas.

Para a execução dos programas de promoção da saúde e prevenção de doenças

a Fundação de Seguridade Social (GEAP) utiliza-se de estratégias de comunicação

a partir da produção e distribuição sistemática de material educativo, direcionado

ao grupo de beneficiários. São cartilhas e folhetos com caráter informativo e

preventivo, abordando diversas morbidades. Anualmente essa fundação realiza duas

campanhas educativas: a primeira destinada ao grupo total de beneficiários que ela

possui; a segunda, dirigida apenas aos beneficiários pertencentes à terceira idade.

Neste caso, a campanha trabalha com temas específicos para essa faixa etária.

“Viver com Saúde” foi o nome dado pela Fundação Pampulha para um de seus

programas, criado em 2000, e que tem como público-alvo os assistidos pelos Planos

de Saúde oriundos das Fundações de Saúde do Banco Itaú S.A. e seus respectivos

dependentes. Dentre as prioridades propostas pelo “Viver com Saúde”, destaque

para a disseminação de informações de caráter educativo, o oferecimento de prevenção

Page 37: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

36

e tratamento dos beneficiários, o incentivo à adoção de hábitos saudáveis, o

estreitamento do relacionamento com a rede credenciada e as medidas que enfatizam

a preocupação da instituição com a saúde dos assistidos. A partir da adoção de hábitos

saudáveis e da prática de exames regulares para detecção precoce de doenças, a

Fundação Pampulha espera promover uma melhoria da qualidade de vida dos parti-

cipantes, assim como otimizar a utilização dos recursos.

Gripe, diabetes e hipertensãoDuas campanhas com abrangência nacional, voltadas à prevenção de doenças

e conseqüente promoção da saúde, têm beneficiado os usuários dos Planos de

Saúde atendidos pela Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fa-

zenda (Assefaz). A “Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe” é a pri-

meira delas e também a mais antiga: foi iniciada em 2001. Em sua quinta edição,

permitiu vacinar 23.474 pessoas, sem nenhum custo para os beneficiários. Há uma

parceria com as Secretarias de Saúde para vacinação dos idosos, no mesmo período

que ocorre a campanha nacional promovida pelo Ministério da Saúde. Aqueles

que não são imunizados nessa ocasião, têm a vacina disponibilizada pela Assefaz.

A vacina é aplicada nos postos de vacinação que são instalados em locais de

maior concentração de beneficiários, com melhor localização e acessibilidade, de

forma a atender satisfatoriamente o público-alvo. Algumas gerências da instituição

aproveitam a ocasião para promover outras ações de prevenção primária e de caráter

social, como controle da pressão arterial, teste de glicemia, arrecadação de alimentos

e agasalhos para doação às instituições que trabalham com populações carentes.

A “Campanha Nacional de Prevenção, Detecção e Orientação sobre Diabetes

e Hipertensão” é o outro programa de prevenção primária desenvolvido pela Assefaz.

Foi iniciado em 2006 e conta com parcerias firmadas com laboratórios, clínicas,

hospitais, universidades, que disponibilizam palestras, folhetos informativos, material

e aparelhos para a realização dos exames, além de pessoal especializado. Nas gerências

regionais que não firmaram parcerias, as despesas com divulgação e a realização da

campanha são custeadas pela Fundação.

Em 2006, foram examinadas 6.731 pessoas, sendo 3.549 beneficiários (52,7%)

ligados diretamente à Assefaz. Entre eles, 17,5% receberam diagnóstico com suspeita

de diabetes mellitus e 25,8%, com suspeita de hipertensão arterial. Nesses casos, os

assistidos foram encaminhados a profissionais especializados para que pudessem receber

melhor avaliação e orientação dos passos a serem seguidos em cada um dos casos.

Page 38: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

37

VIVER COM SAÚDE Com foco na prevenção primária, campanha daFundação Pampulha oferece exames regulares para diagnóstico precoce de doenças

Div

ulga

ção

Fund

ação

Pam

pulh

aD

ivul

gaçã

o C

aber

gs

DIA DO CORAÇÃO Após realização de exames, beneficiários da Cabergsque requerem maiores cuidados têm acompanhamento especializado

Page 39: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

38

A divulgação das duas campanhas da instituição envolve a distribuição de car-

tazes, panfletos e folhetos informativos, nos locais de trabalho dos beneficiários

(Ministério da Fazenda e órgãos conveniados) e nas agências de atendimento, por

meio de correspondência enviada pelos correios e ligações telefônicas. Também

foram disponibilizados vídeos, mensagens transmitidas por e-mail e publicação de

notícias no site da Fundação.

Cuidando do ser integralJá as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças desenvolvidas pela

Perdigão Agroindustrial S/A fazem parte de um calendário anual de eventos

organizados pela instituição. Nestas circunstâncias são realizadas campanhas de

sensibilização e valorização do funcionário. Há ainda uma série de programas,

como por exemplo, a “Prevenção à DST/Aids”, “A Hora da Mulher”, “Progra-

ma de Vacinação e Prevenção a Gripe”, “Antitabagismo” e “Novo Ser”.

Para cada uma dessas campanhas, o departamento de RH Corporativo da

empresa produz material específico sobre o tema e os distribui em todas a unida-

des da Perdigão. São confeccionados cartazes, folhetos e informativos que visam

despertar a atenção dos funcionários. Nas unidades também são realizadas pales-

tras, com profissionais que pertencem à comunidade local aonde esses eventos

não ocorrem.

Em geral, as diversas campanhas coincidem com uma data comemorativa. Em

2006, a programação abrangeu:

▲ Carnaval – ações múltiplas destinadas à conscientização sobre a prevenção

de doenças sexualmente transmissíveis DST/Aids, antes e durante o período de

carnaval. A ocasião também serviu para que a empresa realizasse um trabalho de

conscientização e prevenção ao uso de drogas e ao abuso de bebidas alcoólicas;

▲ Dia Internacional da Mulher (8 de março) – atividades educativas e de

apoio à saúde da mulher com o intuito de valorizar a força feminina existente na

empresa;

▲ Dia Mundial da Saúde (7 de abril) – promoção de campanhas educativas e

de prevenção de doenças, especialmente aquelas relacionadas ao trato respiratório;

▲ Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) – ações de reforço ao “Programa de

Combate ao Tabagismo”, incentivando o abandono do vício de fumar;

▲ Dia Nacional da Saúde (5 de junho) – ações direcionadas ao combate e

prevenção do diabetes mellitus e da hipertensão arterial, com realização de palestras,

Page 40: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

39

teste de glicemia e verificação da pressão arterial. Trata-se de uma atividade

direcionada a todos os funcionários da empresa, nas diversas unidades;

▲ Dia Nacional de Prevenção ao HIV e Aids no Local de Trabalho (8 de

outubro) – ações de conscientização e prevenção do HIV/Aids no local de tra-

balho, com distribuição gratuita e incentivo à utilização de preservativos nas

relações sexuais;

▲ Campanha de Combate e Prevenção à Dengue (20 a 25 de novembro) –

trabalhando com o slogan “Sua atitude é o mellhor remédio para evitar a Dengue”,

a campanha foi direcionada, principalmente, à região Centro-Oeste e teve o obje-

tivo de promover a compreensão e sensibilização dos funcionários para a adoção

de hábitos e atitudes voltados ao combate à dengue.

Há anos a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio

Grande do Sul (Cabergs) tem investido na realização de ações em prol da saúde de

seus beneficiários. Caso, por exemplo, da implantação do “Dia do Coração”, em

2003. A campanha foi idealizada com o objetivo de informar e conscientizar os

beneficiários sobre os principais fatores de risco para as doenças cardíacas, bem

como proporcionar avaliações destes fatores cardíacos por meio do desenvolvi-

mento dos módulos de hipertensão, dislipidemia, diabetes, hipertensão arterial

sistêmica, obesidade e sobrepeso.

Com duração de um dia, o evento compreende a verificação de pressão

arterial, peso, altura, circunferência da cintura e coleta de material para os testes

de glicose e colesterol. Os participantes recebem orientações clínicas e nutricionais,

o resultado da avaliação e, conforme o caso, recomendações médicas. Partici-

pam das atividades médicos, nutricionistas, estudantes da Escola Técnica de

Nutrição e Enfermagem do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul.

Entre 2003 e 2005, a instituição realizou seis eventos do gênero que atenderam

960 pessoas.

A instituição também investe na produção de material educativo – cartilha,

folhetos, cartazes – desde 2003. Essa iniciativa tem o intuito de informar os

beneficiários sobre ações de promoção da saúde. Já foram abordados os seguintes

temas: prevenção da dengue; colesterol, triglicerídeos e glicose; dermatoses de

verão; hipertensão arterial sistêmica; depressão e ciclo de vida; doenças venosas

– varizes nos membros inferiores; câncer de mama; uso de drogas na adolescên-

cia; saúde bucal; gripe; climatério; coluna saudável; próstata; hepatites e vacinas;

intoxicações alimentares; catarata; tabagismo e tratamento ortodôntico.

Page 41: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

40

GINÁSTICA LABORAL Prática tem se tornado realidade freqüente emmuitas das autogestões, como na campanha “Agita SPTrans” em São Paulo

EDUCAÇÃO ALIMENTAR Orientação quanto à alimentação saudável,realizada por nutricionistas, estão entre ações de prevenção da Cabergs

Div

ulga

ção

SPTr

ans

Div

ulga

ção

Cab

ergs

Page 42: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

41

Prevenir é o melhor remédioA Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) é

outro exemplo de autogestora preocupada com a prevenção primária de doenças e a

promoção da saúde de seus beneficiários. Já investiu na produção de material educativo

com orientações sobre prevenção ao câncer e, em novembro de 2006, realizou o

Dia Nacional de Combate ao Câncer, trabalhando o slogan “A Prevenção ainda é o

Melhor Remédio!”. Outro tema enfocado foi a doação voluntária de sangue, sendo

que no mesmo mês de novembro, promoveu o Dia Internacional do Doador Vo-

luntário de Sangue, com ênfase no slogan “Quem tem sangue nas veias, doa!”.

No Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) foram distribuídos folders

para todos os beneficiários da CASF, com o intuito de divulgar a idéia principal

da campanha “Ser diabético não significa perder a doçura da vida!”. Também

fez parte desta ação a realização de uma palestra destinada aos beneficiários/

empregados do Banco da Amazônia. A atividade foi transmitida através da TV

Digital, que é veiculada em todas as unidades da instituição localizadas no país.

Durante esta ação, os eventos presenciais contaram com cerca de 130 pessoas

que puderam medir a pressão arterial e a taxa de glicose. Os participantes ganha-

ram um lanche “demonstrativo” com produtos adequados à alimentação de pes-

soas portadoras de diabetes.

Já os ex-empregados de outra instituição bancária, também são beneficiados

com programas de prevenção de doenças. Trata-se da Caixa de Assistência Médica

dos ex-Empregados do Banco do Estado de Mato Grosso (Sam-Bemat), que além

de programas de prevenção de doenças e promoção da saúde também investe no

monitoramento dos seus associados que são portadores de doenças crônicas.

Tanto o programa de “Promoção à Saúde” quanto o de “Prevenção de Do-

enças” foram implantados em janeiro de 2004. Nos dois casos, há participação de

profissionais ligados às áreas médica, de serviço social, além de psicólogos, fisiote-

rapeutas e equipe de apoio composta por estagiários de serviço social. Uma das

atividades desse programa compreende a realização de palestras que abordam te-

mas variados, entre eles, vida saudável, prevenção de diabetes e hipertensão,

dependências químicas, atividades físicas, prevenção de câncer e obesidade.

A exemplo das demais instituições de autogestão, a Sam-Bemat também faz

uso de materiais educativos – folhetos e cartilhas – para atingir seu público-alvo.

Conta ainda com um espaço no site destinado à divulgação de suas práticas de

prevenção primária. E, apesar de as ações abrangerem todos os associados da

Page 43: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

42

Div

ulga

ção

Cab

ergs

DIABETES Exame de glicemia para detecção precoce do diabetes representaimportante ação de prevenção, pois evita agravos decorrentes da doença

PALESTRAS São uma das principais estratégias de prevenção primáriautilizadas pelas autogestões, atingindo grande número de beneficiários

Div

ulga

ção

SPTr

ans

Page 44: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

43

instituição, há algumas que são direcionadas especialmente ao público formado

por pessoas idosas, com idade superior a 60 anos. Os resultados obtidos com essas

atividades são significativos: em 2006 houve uma redução de 15% nas internações

e 20% de aumento nas consultas preventivas.

As campanhas educativas também fazem parte da estratégia da São Paulo Trans-

porte S/A (SPTrans) nas ações que dizem respeito à prevenção primária. Entre os

temas já debatidos destaque para saúde da mulher, saúde do homem, qualidade de

vida, drogas, álcool, Aids, saúde bucal e nutrição. Em 2006 a instituição realizou o

evento “Agita SPTrans”, com enfoque em atividades físicas (caminhada,

alongamento, relaxamento, orientação sobre os benefícios da atividade física), cuja

programação contou com a participação de 769 pessoas.

Estruturado em módulos de atuação conforme o número de beneficiários

vinculados aos planos de saúde do Sistema Paulista de Assistência (SPA), essa

instituição iniciou seu programa de promoção da saúde e prevenção de doenças

em julho de 2005. O objetivo é atingir 100% dos associados, com incentivo à

adesão espontânea. Entre as linhas de cuidado escolhidas estão contempladas a

“Saúde Materno-Infantil” e “Pacientes com risco ou portadores de Hipertensão

Arterial Sistêmica e Diabete Mellitus”.

4.2 – GERENCIAMENTO DE RISCOSE PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS

O Gerenciamento de Riscos é uma das mais importantes estratégias de apoio às

iniciativas direcionadas à promoção da saúde e prevenção de doenças que as ope-

radoras de planos de saúde podem utilizar. Trata-se de um instrumento que, a

partir do conhecimento do perfil epidemiológico dos beneficiários, permite traçar

ações voltadas à assistência preventiva, monitoramento e atenção continuada à

saúde e qualidade de vida da população assistida.

Ao conhecer melhor as condições de saúde dos beneficiários, torna-se possível

priorizar e planejar as ações a serem empreendidas, racionalizando o uso dos recursos

investidos. O inquérito epidemiológico é uma das maneiras empregadas para o

levantamento da situação de saúde, dos fatores de risco e da morbidade dos

beneficiários. Ele poderá se utilizar de diferentes metodologias e, se for bem-

executado, irá fornecer um perfil da população assistida facilitando a definição

de estratégias.

Page 45: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

44

O gerenciamento de risco possibilita também a definição de ações de preven-

ção primária, como a realização de campanhas e a elaboração de material educativo,

com o objetivo de orientar os beneficiários quanto à importância do autocuidado

na preservação da saúde. Por meio de iniciativas dessa natureza, pode-se monitorar

a situação de saúde dos assistidos e se antecipar à ocorrência de agravos que com-

prometam a saúde e qualidade de vida desses beneficiários.

No que tange a prevenção secundária, o gerenciamento de risco permite acom-

panhar, de forma pró-ativa, os possíveis riscos de agravamento de patologias como

diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias, cardiopatias, insuficiência re-

nal, doenças ocupacionais, entre outras. Nesse sentido, possibilita definir ações

voltadas ao acompanhamento dos portadores de doenças crônicas, dando suporte

às demandas geradas por essa população.

Raio-X detalhado da população assistidaRecentemente, a Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidores

da Fundação Serviços de Saúde Pública (Capesesp) realizou um inquérito

epidemiológico sobre os fatores de risco e morbidade da população assistida pelo

Capesaúde, seu plano de assistência médico-hospitalar. A pesquisa foi feita mediante

a aplicação de um questionário individual distribuído por meio postal para todos

os associados com idade igual ou superior a 18 anos.

O questionário, encaminhado para cerca de 122,5 mil participantes, entre

beneficiários titulares e dependentes, representava 75% do total da população

assistida pelo plano, de 160,5 mil beneficiários. A abrangência da amostra con-

templa todo o território nacional e o retorno obtido pelo levantamento equivale

a 46,4 mil respostas (37,8%).

A população foi analisada segundo variáveis como sexo, idade, peso, altura,

uso de bebida alcoólica e tabaco, prática de atividade física, exposição ao sol,

acréscimo de sal na alimentação, cuidados com a saúde, sinais e sintomas de

doenças, morbidade referida e história patológica familiar pregressa, além das

despesas e utilização dos serviços e procedimentos médico-hospitalares no perí-

odo dos últimos 12 meses.

Os dados primários obtidos foram inseridos em um sistema informatizado

próprio e processados utilizando uma ferramenta de análise de banco de dados,

sendo avaliados primeiramente fatores relativos às distribuições e proporções, bem

como o cálculo das prevalências das doenças referidas; segundo, as variáveis

Page 46: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

45

especificadas. O estudo de fatores de risco, isolados ou combinados, permitiu esta-

belecer relações de causa-efeito entre eles e determinados tipos de doenças, mere-

cendo destaque as chamadas doenças crônicas não-transmissíveis.

Entre os principais resultados relacionados aos fatores de risco, sinais e sinto-

mas declarados, o levantamento detectou que 47,8% da amostra tem uma vida

sedentária e 29% dos entrevistados são tabagistas. Foram 21,8% os respondentes

que mencionaram sofrer de hipercolesterolemia, enquanto 14% foram identifica-

dos como obesos. Cerca de 49% da amostra queixou-se de ter dor de cabeça; igual

número mencionou ter dificuldade para enxergar.

Com relação aos hábitos de vida e cuidados com a saúde, merecem destaque o

consumo de bebida alcoólica, item mencionado por 29,8% da amostra; o acrésci-

mo de sal na alimentação, informado por 10% dos respondentes, e a exposição ao

sol de forma prolongada, apontada por 23% das pessoas.

A realização de exames preventivos de ginecologia e o auto-exame de mama,

no último ano, foi mencionada por 70,3% e 63,4% das mulheres, respectivamente.

Já entre os homens, 48,7% informaram ter realizado exame clínico (toque retal) de

próstata, no último ano.

O trabalho procurou avaliar também referências quanto à presença de doen-

ças em familiares diretos, pais ou irmãos, que têm sido apontadas como fator

predisponente em diversos levantamentos epidemiológicos e na opinião de es-

pecialistas, como uma hipótese de exposição dos componentes da família a uma

causa comum.

Entre a população entrevistada, 58,3% disseram ter casos de hipertensão arte-

rial entre os familiares diretos; 27,1% mencionaram a ocorrência de diabetes mellitus;

20% fizeram referência a problemas como asma, bronquite e enfisema; 19,8%

apontaram casos de derrame e acidente vascular cerebral (AVC), enquanto 18,9%

indicaram agravos como angina e infarto agudo do miocárdio.

Os entrevistados relataram, por meio de pergunta direta, serem portadores das

doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), entre as quais: hipertensão arterial

sistêmica (27,1%); diabetes mellitus (7,9%); asma, bronquite e enfisema (5,9%) e

insuficiência cardíaca (5,1%).

A maior parte dos pesquisados (24,1%) informou ser portadora de forma iso-

lada de uma dessas doenças; enquanto 7,8% referiram a combinação de duas pato-

logias, 2,4% mencionaram a ocorrência de três delas e cerca de 1% relatou ser

portador de quatro ou mais condições mórbidas.

Page 47: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

46

Uso do plano e despesas assistenciaisO estudo realizado pela Capesesp permitiu levantar ainda dados gerais relati-

vos a despesas médico-hospitalares e à utilização do plano de saúde nos últimos 12

meses pelos 46,4 mil associados que responderam à pesquisa. Eles foram analisados

procurando estabelecer uma correlação com a prevalência dos fatores de risco e

doenças crônicas não-transmissíveis referidas pelos assistidos.

A utilização do plano de saúde e o custo per capita variaram de acordo com a

idade, a presença ou ausência de doenças crônicas e os fatores de risco envolvidos.

A busca por serviços médico-hospitalares cresceu com a evolução da idade dos

beneficiários. Além disso, verificou-se que os maiores custos ocorreram entre os

que informaram possuir uma ou mais patologias de caráter crônico.

A despesa média per capita mensal do grupo pesquisado foi de R$ 75,14

(masculino = R$ 70,70; feminino = R$ 78,88), aumentando de forma progressiva

em função da idade. Em comparação com a despesa média geral mensal per capita

da operadora no mesmo período – que foi de R$ 69,96 – o grupo entrevistado

registrou uma despesa aproximadamente 7,4% superior ao gasto médio de toda a

população assistida pelo plano.

Os dados referentes ao custo per capita de quem informou ser portador de

alguma DCNT ou de fatores de risco foram avaliados isoladamente. Quando com-

parado o custo médio per capita de DCNT referida versus custo médio geral,

observou-se uma diferença global de 61,65%. Quando estes associados foram ava-

liados por tipo de doença, o custo da utilização dos serviços superou de forma

considerável aquele verificado em associados que não têm esses problemas de saú-

de. Isso realça a importância da identificação dessas patologias e o seu tratamento

imediato, para uma melhor gestão financeira da instituição.

O estudo procura destacar que essa avaliação refere-se apenas aos chamados

custos diretos, ou seja, aqueles decorrentes da produção de serviços médico-hospi-

talares, não sendo avaliados os intangíveis ou indiretos. Conclui-se que os indiví-

duos portadores de DCNT, devido à sua condição de saúde, utilizam mais os

serviços médico-hospitalares do que o grupo como um todo, resultando em des-

pesas também mais elevadas.

Os agravos à saúde proporcionados pelas doenças crônicas não-transmissíveis,

além de estarem entre as principais causas de morte no Brasil, representam, atual-

mente, para o plano de saúde da Capesesp, as maiores despesas em tratamento

ambulatorial, internações hospitalares e reabilitação.

Page 48: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

47

Carteira de assistidos estratificadaA Associação dos Fiscais de Rendas do Estado do Rio de Janeiro (AFRERJ)

desenvolveu o “Projeto de Prevenção em Saúde”, implantado em março de 2005

para os beneficiários do plano de saúde AMAFRERJ. Mesmo em se tratando de

uma instituição com uma carteira de apenas 1.250 associados, as vantagens obtidas

com ações de prevenção primária e secundária motivaram a adoção do projeto,

que procurou estratificar a população assistida mediante os níveis de risco.

Os principais objetivos definidos na concepção do programa foram: identifi-

car populações de alto risco de morbi-mortalidade para patologias definidas pelo

programa; otimizar a qualidade de vida, com acompanhamento especializado feito

por profissionais médicos sob supervisão do projeto; criar a cultura de prevenção

nos usuários do programa; minimizar custos com internações evitáveis; e otimizar

o monitoramento de pacientes com patologias definidas.

Os pacientes elegíveis para o programa da AMAFRERJ são os que se enquadram

em três “grupos” de patologias: diabetes mellitus e dislipidemias; hipertensão arterial

sistêmica; e os pacientes com câncer, com atenção especial para os casos de pulmão,

próstata, mama, colo de útero e cólon-renal. São analisados e acompanhados pacientes

com idade superior a 30 anos, domiciliados na cidade do Rio de Janeiro e que concor-

dem com o acompanhamento pela equipe multidisciplinar do projeto.

A equipe reúne dois médicos responsáveis pela supervisão e reavaliação do

programa; um médico oncologista responsável pela visita domiciliar programada

e pelo monitoramento dos pacientes; uma nutricionista; uma assistente social

responsável pelo monitoramento dos casos acompanhados no programa, avalia-

ção dos casos de insatisfação e agendamentos, funcionando como um elemento

pró-ativo na adesão dos associados ao programa; uma psicóloga e um fisiotera-

peuta responsável pelo controle domiciliar de pacientes elegíveis para esse tipo

de acompanhamento.

Os 1.079 pacientes em acompanhamento são estratificados em grupos por gravi-

dade da(s) patologia(s) de que são portadores. No grupo de nível vermelho, que apre-

sentam alto risco em virtude de doença avançada ou descompensada, encontram-se

7,3% dos assistidos. Desses, 95% têm idade superior a 60 anos.

No nível amarelo, com médio risco, estão 13,4% dos pacientes. Dentre eles,

3,4% têm idade inferior a 40 anos, 27,5% estão na faixa entre 40 e 60 anos, e 68,9%

têm mais de 60 anos. No nível verde, que reúne os pacientes com baixo risco,

estão 79,2% dos assistidos.

Page 49: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

48

Projeto pilotoEm 2006, a Fundação CESP passou a desenvolver o “Programa de

Gerenciamento de Riscos” que envolve ações voltadas ao gerenciamento de do-

enças e de casos. Trata-se de um projeto piloto realizado em parceria com as

empresas patrocinadoras da instituição, a partir do estudo da base de dados dos

beneficiários para caracterização da situação de saúde da população assistida pelo

programa.

O projeto se fundamenta na realização de uma visita domiciliar por profissio-

nal de saúde e, quando necessário, por uma equipe multiprofissional para o

aprofundamento do diagnóstico e orientação pertinente para a redução dos fatores

de risco, especialmente nos casos das doenças mais prevalentes ou incapacitantes,

como os agravos cérebro-vasculares, cardiopatias, neoplasias, entre outras. As ações

são oferecidas de acordo com a complexidade dos casos, focadas na prevenção

primária e secundária. Os assistidos são contemplados também com atendimento

contínuo por uma central de orientação médica e pela assistência pré-hospitalar.

A avaliação das ações que integram o projeto piloto já está desenhada e irá

contemplar aspectos econômico-financeiros, impacto no nível de exposição aos

fatores de risco e, nos casos mais complexos, a otimização do aproveitamento dos

recursos disponibilizados e a melhoria na percepção da qualidade de vida. Após

essa avaliação, serão definidas as estratégias de continuidade das ações e a implan-

tação em caráter definitivo.

Redução de custosA Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) dispõe de um programa de

gerenciamento de doentes crônicos desde 2001, beneficiando mais de 500 assistidos

portadores de doenças crônicas, de diversos tipos. Nos anos de 2004 e 2005, a ope-

radora realizou um mapeamento de risco e uma análise da carteira de assistidos que

serviram de base para identificar oportunidades de melhoria em termos de preven-

ção, além de apontar pacientes para os programas de gerenciamento de crônicos.

O acompanhamento das informações do programa tem demonstrado resulta-

dos muito satisfatórios: houve redução de 47% dos custos assistenciais na popula-

ção assistida pelo programa, além da diminuição em 20,4% das consultas realizadas

por esses pacientes, queda de 60,5% nas internações hospitalares e de 69,2% nos

atendimentos de urgência e emergência realizados em pronto-socorros.

A Fundação de Seguridade Social (GEAP) implantou, no segundo semestre

Page 50: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

49

de 2006, o “Programa de Promoção da Saúde e Gerenciamento de Riscos” –

PPGR, que se destina aos beneficiários dos Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio

de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Rondônia e do Distrito

Federal. O programa objetiva oferecer assistência preventiva, monitoramento e

manutenção da atenção à saúde destinada aos portadores de doenças crônicas não-

transmissíveis (diabetes mellitus tipo I e II, hipertensão arterial, obesidade e

sobrepeso) e, ainda, aos tabagistas e portadores de doenças renais de caráter crônico

mas não-agudas (não exigem diálise) e de doenças infecto-parasitárias, e idosos

com idade igual ou superior a 60 anos.

Os beneficiários inseridos no PPGR são acompanhados por um médico, de-

nominado Médico Vinculador Assistencial (MVA), que é o médico responsável

pelo monitoramento contínuo e integral da saúde do beneficiário. Conforme a

necessidade, o assistido é encaminhado ao atendimento especializado. Todos os

procedimentos realizados pelo MVA são registrados em um sistema informatizado,

que corresponde ao prontuário do paciente. Os médicos especialistas e os labora-

tórios credenciados, que fazem parte da equipe do MVA, sinalizam, por meio do

mesmo sistema, qual o procedimento realizado nos pacientes encaminhados. Nesse

sentido, o sistema de referência e contra-referência é garantido, o que possibilita

um maior controle das ações.

Embora se trate de um programa recém-implantado, a meta estabelecida pela

autogestão prevê uma redução de 3% dos casos de obesidade/sobrepeso, diabetes

mellitus e hipertensão arterial. Em termos dos serviços e assistência prestados, a

redução prevista é de 3% nas internações hospitalares, na realização de exames, nos

atendimentos ambulatoriais e de urgência dos assistidos idosos, diabéticos,

hipertensos e portadores de obesidade/sobrepeso. A economia estimada para os

casos de doente crônico e assistido idoso também está na faixa de 3% ao ano.

Outro programa da GEAP, denominado “Programa de Gerenciamento de

Casos” – PGC, teve início em 2002 com o objetivo de monitorar, no próprio

domicílio, os beneficiários que não estão deambulando e portam doenças específicas.

Ele é executado por equipes multidisciplinares que atuam como reabilitadoras,

educadoras e orientadoras de cuidados. O programa tem a finalidade de proporcionar

melhor adaptação às condições geradas pela doença e contribuir para a reinserção

do beneficiário no meio familiar e social. Só nos períodos entre agosto e novembro

de 2006 o programa foi responsável pela redução de 1,4% das internações dos

beneficiários integrantes.

Page 51: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

50

Cuidados específicosA Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) con-

ta com o “Programa de Gerenciamento de Cuidados de Pacientes com Patologias

Crônicas” que são identificados por: a) intercorrências seguidas de internações

hospitalares no mês ou a cada mês, b) permanência hospitalar prolongada, c) sina-

lização da família e d) pacientes de alto custo.

O gerenciamento de cuidados realizado pela instituição é composto por

visitas periódicas (semanal, quinzenal, mensal e intercorrente), dependendo do

caso; tratamentos terapêuticos domiciliares (fisioterapia, fonoaudiologia e

psicoterapia), aplicação de medicamentos, realização de curativos complexos e

orientação familiar. Esse gerenciamento permite traçar o perfil dos beneficiários

e mapear todas as atividades realizadas. Numa segunda etapa, é possível propor

melhorias dos serviços prestados e, conseqüentemente, mudanças do nível de

satisfação das pessoas atendidas. Para tanto, a CASF conta equipe multiprofissional:

clínica médica, geriatria, assistência social, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia

e enfermagem.

O “Programa Vida com Qualidade” foi idealizado em 2002 pela Fundação

Pampulha de Assistência à Saúde com o propósito de sensibilizar os beneficiários

sobre a importância do autocuidado; buscar maior qualidade de vida dos assisti-

dos, estimular a maior participação do paciente no tratamento; treinar e integrar

a família/cuidador em todo o processo. Serve ainda para prevenir as complica-

ções das patologias crônicas, evitar internações freqüentes; valorizar a parceria

médico-paciente; estabelecer o plano terapêutico; prevenir as complicações das

patologias crônicas e buscar possível redução de custos para o beneficiário e para

o Saúde Bemge.

O programa, destinado aos usuários do Plano de Saúde Itaú, portadores de

patologias crônicas (inicialmente residentes na Região Metropolitana de Belo

Horizonte) tem promovido, entre outras ações: a organização dos cuidados de

atenção integral à saúde com enfoque preventivo e curativo; maior integração

entre o paciente/família/cuidador e com os profissionais de saúde; melhor enten-

dimento do paciente/família/cuidador sobre a doença e suas limitações. Essas ini-

ciativas têm resultado em maior adesão aos cuidados e tratamentos definidos; me-

lhor qualidade de vida para o paciente e sua família; maior tranqüilidade e seguran-

ça para o paciente/família/cuidador, levando-os a se sentirem acolhidos e assisti-

dos; além de resultar na utilização mais adequada dos recursos disponíveis.

Page 52: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

51

Monitoramento de doenças crônicasO Plano de Assistência à Saúde do Aposentado (PASA) da Companhia Vale

do Rio Doce (CVRD) investe, desde 2002, no gerenciamento de doentes com

problemas crônicos de saúde. O plano foi criado com o objetivo de oferecer

educação em saúde; melhorar a qualidade de vida dos beneficiários; prevenir doenças

e agravos à saúde. Pretende ainda criar e manter vínculo com os beneficiários do

PASA e sua família; gerenciar os custos do plano de saúde e preservar o conceito

de saúde de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde.

São 2.113 pessoas atendidas pelo “Programa PASA Saúde” que trabalha em

prol da prevenção de doenças e da promoção da saúde de forma personalizada

oferecendo um acompanhamento sistemático. As ações e atividades são

desenvolvidas por cinco equipes interdisciplinares distribuídas nas cidades de Belo

Horizonte, Itabira, Governador Valadares, Rio de Janeiro e Vitória. Os profissionais

estão alocados em uma equipe básica, composta por médico, enfermeiro e assis-

tente social, e outra equipe de apoio, que reúne nutricionista, fisioterapeuta,

terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.

As atividades envolvidas no PASA são diversas: contato telefônico, evolução

em prontuário, plano de acompanhamento, plano de tratamento, reunião de equi-

pe, visita domiciliar, grupos operativos, palestras, reuniões, passeios, caminhadas,

festas e culinária.

Os beneficiários da Caixa de Assistência Médica dos ex-Empregados do Ban-

co do Estado do Mato Grosso (Sam-Bemat) também contam com um “Programa

de Monitorização” destinado aos associados portadores de doenças crônicas. Iniciado

em 2005 e contando com 20 assistidos, residentes em Cuiabá, o monitoramento é

realizado mensalmente por meio de visitas domiciliares e contatos telefônicos fei-

tos por uma assistente social e uma estagiária de serviço social.

Durante as visitas, os beneficiários atendidos por esse programa respondem a

um questionário, denominado Boletim de Visita Domiciliar, sobre seu histórico

clínico. As respostas fornecidas servirão para que os profissionais da Sam-Bemat

possam orientá-los, por exemplo, nas questões relacionadas à alimentação adequa-

da, exercícios físicos, prevenção de doenças e de riscos.

A Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) é

outro exemplo de instituição que investe em programas de acompanhamento dos

beneficiários portadores de doenças crônicas. Denominado “Programa de Educa-

ção e Acompanhamento do Doente Crônico” – PEADC, ele teve início em 2006

Page 53: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

52

e está estruturado com forte conteúdo educativo, que consiste na avaliação domi-

ciliar por múltiplos profissionais, os quais devem equacionar os problemas e indi-

car as condutas viáveis.

Com este programa, a Assefaz objetiva manter um relacionamento diferenci-

ado com portadores de doenças crônicas e degenerativas, proporcionando atenção

integrada ao paciente em seu próprio domicílio. A autogestora também utiliza as

atividades desse programa como instrumento de trabalho à orientação e

monitoramento, e promove o envolvimento da família e/ou cuidador.

Atualmente o programa beneficia 97 usuários nos estados de São Paulo,

Minas Gerais e Pernambuco, além do Distrito Federal. A instituição espera po-

der ampliar geograficamente esse tipo de atendimento, estendendo para todo o

país. Melhoria na qualidade de vida dos beneficiários/usuários; redução de 28,57%

dos gastos com atendimento médico, internações, pronto-socorros e reembol-

sos; e redução de 37,14% das internações, são os resultados que já foram

contabilizados pelo projeto.

Desde 2004, os beneficiários da Associação Beneficente dos Empregados em

Telecomunicações (ABET) contam com o “Programa de Gerenciamento de

Crônicos”, que atualmente atende cerca de 200 inscritos, sendo que um novo

grupo com aproximadamente 300 pessoas está em fase de avaliação para ingresso

no programa.

Após a aplicação de ferramentas de mapeamento do risco populacional e, de

acordo com os resultados, são indicados os novos casos de portadores de doenças

crônicas – entre elas hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias, obesidade,

doenças respiratórias – com identificação dos diferentes níveis de evolução dos agravos.

Os pacientes que ingressam no programa são acompanhados por enfermeiras que

monitoram suas condições de saúde. Nos casos dos doentes crônicos acamados, além

do monitoramento feito por enfermeiras, há também o acompanhamento médico.

Os principais objetivos do programa são a melhoria da condição de saúde e da

qualidade de vida dos beneficiários assistidos, por meio da regressão de quadros

clínicos incipientes, ou estabilização de quadros mais avançados, visando a redução

dos agravos e intercorrências. Como resultados, a ABET contabiliza uma redução

do uso dos serviços de urgência e emergência, estimada em 18% no primeiro ano

de programa. Já nas internações hospitalares, a redução foi de cerca de 70% no

mesmo período. A autogestora estima em 32% a redução de custos na gestão da

assistência à saúde decorrente do programa, também em seu primeiro ano.

Page 54: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

53

4.3 – ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICAOs custos da assistência médica supletiva têm aumentado de forma progressiva nos

últimos anos. As causas apontadas são multifatoriais e, em geral, bastante conhecidas

pelos gestores de saúde. Dentre esses fatores, destaca-se a dificuldade na adoção de

ações de promoção, prevenção e educação em saúde. Estima-se que aproximadamente

70% das doenças que acometem as pessoas e geram despesas são passíveis de prevenção.

A necessidade de aumentar os investimentos em medidas preventivas tornou-

se mais premente a partir do aumento da expectativa de vida do brasileiro, e con-

seqüente crescimento do número de idosos, população com maior possibilidade

de acometimento de patologias crônicas, que tipicamente requerem dietas, exercícios

e utilização de medicamentos.

Uma das medidas que tem se mostrado promissora na contenção do aumento

das despesas assistenciais, decorrentes da maior demanda de serviços de saúde pelos

pacientes crônicos, é o gerenciamento de benefícios farmacêuticos, principalmen-

te quando associado a programas de gerenciamento de doenças.

Visando melhor atender seus beneficiados, a Caixa de Pecúlios, Assistência e

Previdência dos Servidores da Fundação Serviços de Saúde Pública (Capesesp)

criou o “Programa de Assistência Farmacêutica” para portadores de doenças crônicas

não-transmissíveis (DCNT) associado ao monitoramento médico à distância para

beneficiários do plano de assistência.

Numa primeira etapa, que antecedeu a implantação do projeto, foram realiza-

dos estudos sobre o perfil da morbidade e mortalidade da população assistida, a fim

de definir o foco do programa. A partir dessas informações, efetuou-se uma pesquisa

direta com os beneficiários da Capesesp sobre despesas com medicamentos para o

tratamento das DCNT. Uma empresa especializada em gerenciamento de benefícios

farmacêuticos foi contratada para negociar melhores condições de preço diretamente

com fabricantes, distribuidores e farmácias.

O uso de medicamentos genéricos, quando existentes, não só é incentivado,

como é compulsória. A substituição dos produtos de marca fica sob a supervisão

de um farmacêutico. Porém, não há troca por medicamentos similares, sendo

respeitada a prescrição médica.

Toda a população assistida pela instituição pode usufruir do benefício, inde-

pendentemente do tipo de vínculo e modalidade de plano que possui, desde que

portadores de determinadas doenças crônicas não-transmissíveis identificadas como

de maior prevalência por meio de estudo de morbi-mortalidade. Caso das doenças

Page 55: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

54

coronarianas; asma brônquica; insuficiência cardíaca congestiva; acidente vascular

cerebral; diabetes mellitus; enfisema pulmonar (DPOC); hipertensão arterial

sistêmica.

Os critérios e parâmetros utilizados na avaliação do benefício referem-se aos

dados sobre produtos farmacêuticos prescritos, acompanhamento da utilização do

plano de saúde antes e após a implantação do programa, que é realizada

periodicamente por intermédio de ferramentas de gerenciamento de informações

(datawarehouse) assim como pesquisa de satisfação e de qualidade de vida.

Os resultados de uma análise retrospectiva da utilização do plano de saúde

por 5.025 beneficiários do Capesaúde, antes e depois do ingresso dos mesmos no

programa, ilustram o sucesso alcançado pela instituição. O estudo analisou o

período de 24 meses antes (1997 e 1998) e até 72 meses após a admissão no

programa (1999 a 2005). A média de idade do grupo é de 62 anos, sendo 54% do

sexo feminino.

Mais da metade dos participantes deste levantamento era portadora de uma ou

mais patologias que acometem um mesmo aparelho, segundo a classificação do

CID (10ª. revisão), destacando-se as doenças cardiovasculares. Em cerca de um

terço dos assistidos, houve duplo comprometimento, principalmente do aparelho

cardiovascular (hipertensão) e do metabolismo endócrino (diabetes).

Pesquisa de satisfaçãoA mensuração da qualidade de vida proporcionada por programas dessa na-

tureza constitui tarefa das mais complexas. Nesse sentido, foi realizada pela

Capesesp um outro levantamento com os participantes do programa de assistência

farmacêutica, onde procurou-se avaliar, mediante a aplicação de questionários,

os seguintes critérios: capacidade laborativa, estabilidade clínica, freqüência de

episódios dos sintomas, satisfação terapêutica, percepção pessoal sobre a doença.

Os resultados observados na amostra de 1.345 beneficiários encontram-se

sintetizados a seguir:

▲ Com o tratamento adequado, mais de 90% dos pesquisados informaram que

a doença pouco ou nada interferiu nas atividades que exigem menores esforços;

▲ 80% responderam que têm se sentido felizes e satisfeitos com relação à sua

vida pessoal;

▲ Os sintomas relacionados à doença não ocorreram ou foram pouco fre-

qüentes em grande parte dos associados (78%);

Page 56: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

55

▲ Os participantes do programa sentem-se bem esclarecidos sobre o seu

problema de saúde e satisfeitos com o tratamento que vêm recebendo dos seus

médicos (98%);

▲ Em 82% dos casos, as medicações não causaram efeitos colaterais

significantes;

▲ Antes do programa, 65% das pessoas não conseguiam comprar a medicação

da forma adequada, devido à dificuldade em arcar com as despesas;

▲ 79% responderam que utilizaram menos o plano após receberem a medicação;

▲ 99% afirmaram que o programa de medicamento de uso contínuo é muito

importante;

▲ 91% afirmaram que houve melhora da saúde e da qualidade de vida com o

tratamento adequado.

Desde 2002, foi incorporado ao programa, o monitoramento médico por

telefone, voltado para um grupo selecionado que registra um maior consumo de

recursos assistenciais, o que aprimora ainda mais o benefício e os resultados. Para

estes beneficiários são fornecidas orientações sobre o curso natural da doença e

informações quanto à necessidade de intervenções oportunas, como medida eficaz

de redução da morbidade e da mortalidade. Em determinados casos, é oferecido

atendimento de forma personalizada e presencial.

O número de adesões ao benefício é progressivo, sendo que atualmente exis-

tem cerca de 8 mil pessoas vinculadas, recebendo tratamento medicamentoso ade-

quado por intermédio do programa. O reconhecimento dos associados à iniciativa

do plano de saúde ficou demonstrado na última pesquisa de satisfação feita pela

Capesesp: a nota obtida para o benefício farmacêutico foi nove (numa escala de 0

a 10), sendo 78% de conceito ótimo e 13% bom.

À medida em que consiga maior disponibilidade de recursos financeiros, a

Capesesp pretende ampliar o leque de coberturas para outras patologias. Além

do benefício farmacêutico para doenças crônicas, a instituição também oferece

aos seus beneficiários o sistema de reembolso de medicamento, desconto em

farmácias credenciadas e um programa de acesso a medicamentos para tratamento

do câncer.

Os estudos preliminares sinalizam que o programa, além de importante do

ponto de vista da melhoria da qualidade de vida e da saúde dos associados, também

proporciona vantagens para o adequado gerenciamento dos custos, principalmen-

te em médio e longo prazos.

Page 57: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

56

Facilitadores na aquisição de medicamentosDesde 1992, a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do

Rio Grande do Sul (Cabergs) conta com o “Programa de Assistência

Farmacêutica” – Profarm. Dirigido aos titulares dos planos de saúde e seus

respectivos cônjuges, o programa foi idealizado para permitir a aquisição de

produtos comercializados pelas farmácias e drogarias, a preços mais acessíveis e

com melhor prazo para pagamento.

A instituição possui uma rede de farmácias conveniadas que disponibiliza me-

dicamentos e outros produtos aos beneficiários de seus planos de saúde. Além de

desconto, os usuários contam também com um prazo médio de pagamento de 40

dias e desconto em folha de pagamento. Até o momento, cerca de 20,5 mil pessoas

já se beneficiaram do programa.

Há ainda na Cabergs o “Programa de Auxílio-Medicamento”, também co-

nhecido como Promed, disponibilizado em data anterior ao Plano de Saúde, mas

que foi reformulado em 1998. Nesse caso, o programa subsidia 50% dos medica-

mentos prescritos. Em determinadas situações, o beneficiário poderá solicitar re-

embolso da quantia equivalente a este percentual. Trata-se de um programa desti-

nado aos titulares dos planos de saúde gerenciados pela Cabergs. Até o momento,

cerca de 12,5 mil pessoas já usufruíram deste benefício.

A Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) e

a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) são dois outros exemplos

de autogestoras que dispõem de programas voltados à assistência farmacêutica.

Atualmente, nos ambulatórios da CASF são oferecidos, de forma gratuita, me-

dicamentos padronizados de acordo com a prescrição médica. E está em fase

de implantação o “Programa Farmácia CASF”, que irá disponibilizar outros

remédios a preços diferenciados e parcelados. A Cesan, por sua vez, oferece

desconto entre 20% e 25% em uma lista de medicamentos, além de possibilitar

que o valor gasto seja descontado diretamente na folha de pagamento do

beneficiário.

Há duas outras autogestoras que, apesar de não possuírem programas específi-

cos para a promoção de assistência farmacêutica, firmaram parcerias que permitem

o oferecimento de descontos aos beneficiários de seus planos de saúde para a aqui-

sição de remédios com prescrição médica. Uma delas é a Fundação CESP, que

subsidia em 40% as despesas com a aquisição de medicamentos. Sempre que ne-

cessário, ela também cuida da entrega do que for adquirido por seus beneficiários.

Page 58: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

57

A outra instituição é a Fundação Forluminas de Seguridade Social (Forluz). Nesse

caso as despesas com medicamentos são reembolsadas em até 80% do valor gasto pelo

beneficiário, limitado a um teto anual. Os usuários portadores de determinadas patolo-

gias têm direito a um teto anual adicional, para reembolso (equivalente a 80%) das

despesas com medicamentos destinados ao tratamento de suas doenças. Entre as pato-

logias previstas para esse benefício estão a doença mental incapacitante, a cardiopatia, a

doença de Parkinson em estágios avançados, a nefropatia grave, entre outras.

A Perdigão Agroindustrial também mantém convênio farmácia, que permite à

empresa oferecer esta facilidade a todos os seus funcionários e dependentes. Os

valores dos remédios adquiridos são descontados integralmente na folha de paga-

mento do beneficiário. A empresa ainda disponibiliza, de forma gratuita,

medicamentos para as patologias mais freqüentes, por meio dos ambulatórios exis-

tentes em suas unidades, localizadas em vários estados.

4.4 – INTERNAÇÃO DOMICILIARO trabalho de atendimento domiciliar requer, na maioria das vezes, uma equipe

multidisciplinar que possa oferecer apoio ao tratamento de pacientes que recebe-

ram alta de internação ou que são portadores de doenças crônicas, agudas ou

degenerativas. A prática possibilita prevenir o agravamento do quadro clínico des-

ses pacientes ou mesmo contribuir para a promoção da saúde por meio de cuida-

dos realizados no domicílio.

Como benefícios da adoção dessa prática, destacam-se a redução dos prazos de

internação hospitalar, a queda do índice de novas internações, a redução da exposição

a complicações e a diminuição dos custos dos tratamentos, além de uma melhor

qualidade de vida para os beneficiários no tocante à convivência familiar humanizada,

à integração e à responsabilidade compartilhada.

É o que acontece, por exemplo com o “Programa Saúde em Casa” da Caixa

de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (Camed), iniciado

no final da década de 90 (abril de 1999). Podem ser beneficiar do programa todas

as pessoas inscritas nos planos de saúde da instituição, desde que sejam identificados

pela Camed com base nos seus critérios de elegibilidade para o serviço domiciliar,

cuja meta é atingir 3% dos 103,4 mil beneficiários.

Os objetivos do Saúde em Casa são os de melhorar a qualidade de vida dos

seus beneficiários; facilitar o acesso dos familiares aos seus pacientes, permitindo

Page 59: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

58

assim um maior entendimento do seu quadro clínico versus meio em que vivem;

humanizar o tratamento; permitir assistência integral ao paciente, por intermédio

de uma equipe multiprofissional; minimizar os riscos de infecção; reduzir o estresse

do paciente e seus familiares.

O programa visa ainda oferecer um tratamento preventivo evitando assim pos-

síveis agravamentos e internações hospitalares desnecessárias; otimizar os recursos

disponíveis; acelerar o processo de recuperação dos pacientes; orientar e preparar o

paciente – ensino do autocuidado; treinar o cuidador e a família para a atenção

necessária ao paciente; permitir segurança na assistência domiciliar e personalizar o

tratamento.

A inclusão no programa é feita a partir da solicitação de um médico assistente,

por parte do próprio paciente, dos familiares ou responsáveis ou por busca ativa

do plano de saúde, subordinado à avaliação da instituição. Quanto ao local de

desenvolvimento do Saúde em Casa, ele pode se estender a todas as cidades do

Brasil, sendo intensificado nas cidades onde a Cameb têm um maior número de

fornecedores de serviços domiciliares, como: Fortaleza, Recife, Salvador, Feira de

Santana, Natal, Maceió, João Pessoa e Aracaju. Esse programa é realizado por rede

credenciada terceirizada.

As atividades desenvolvidas/previstas pelo programa consistem em assistir o

beneficiário em seu domicílio em vários tipos de serviços dependendo das suas

necessidades clínicas do momento. Dentre elas, destacam-se internação; curativos;

visita médica; fisioterapia respiratória e/ou motora; fonoterapia; terapia ocupacional;

psicologia; visita de enfermeira; visita de assistente social; nutrição (enteral e

parenteral); aparelhos e objetos com finalidade médica; medicação venosa móvel

fora da internação.

A periodicidade de cada atividade é executada seguindo o plano terapêutico

traçado pelo médico responsável de cada paciente. A alta domiciliar e a suspensão

dos serviços ocorrem somente quando as condições do paciente permitem. A

permanência é vinculada à necessidade clínica do beneficiário e, mesmo após a alta

ou descontinuidade do serviço, o paciente continuará a ser monitorado pela equipe

da Camed envolvida no programa.

Equipes multidisciplinares e tratamento humanizadoA Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) tam-

bém oferece internação domiciliar aos beneficiários do seu plano de saúde. A

Page 60: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

59

concessão do benefício é avaliada de acordo com cada caso, e é oferecido princi-

palmente aos pacientes com patologias crônicas e doenças terminais. A operadora

distribui os casos de acordo com sua complexidade. O serviço envolve a perma-

nência de um auxiliar técnico de enfermagem; visita médica semanal, quinzenal e

mensal. Quando houver a finalização da internação domiciliar, o paciente será

visitado antes da alta hospitalar para não interromper o tratamento no domicílio,

podendo haver, se necessário, uma continuidade do tratamento e redefinição do

período de internação domiciliar.

Para garantir o êxito desse tipo de serviço, a família dos pacientes recebe

orientação sobre os cuidados envolvidos em cada tratamento. Ela deve assumir

responsabilidades e interagir com a equipe multidisciplinar, composta de médicos,

fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicoterapeutas, assistente social, entre outros. A

permanência dos profissionais durante a internação domiciliar ocorre de acordo

com a complexidade do caso do beneficiário, estando prevista a assistência de um

auxiliar técnico de enfermagem por seis horas para os casos de baixa complexidade,

de 12 horas para os de média complexidade e de até 24 horas nas situações de alta

complexidade.

Para cuidar do gerenciamento de cuidados e também da modalidade do pro-

grama home care, a CASF conta com o trabalho de um clínico médico, um geriatra,

dois assistentes sociais, um psicólogo, um fisioterapeuta, 11 técnicos de enferma-

gem e uma equipe de fonoaudiólogos.

O “Programa de Assistência Domiciliar” da Fundação Forluminas de Seguridade

Social (Forluz) foi regulamentado em abril de 2006 e nesse período já atendeu 119

beneficiários. O programa compreende duas modalidades: atendimento e internação

domiciliar. Há uma ampla cobertura de assistência médica, enfermagem, fisioterapia,

fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicólogos, nutricionista.

O plano engloba ainda o fornecimento dos medicamentos utilizados no trata-

mento da patologia que originou a assistência domiciliar, dos equipamentos neces-

sários, suporte nutricional industrial e auxílio de um cuidador, de acordo com os

critérios estabelecidos pela autogestora. Quanto ao prazo de cobertura do

atendimento, ele gira em torno de 30 a 90 dias.

Já o benefício de internação domiciliar oferecido pela Fundação Sabesp de

Seguridade Social (Sabesprev) envolve as modalidades de home care, aids care, baby

care, patologias crônicas e/ou degenerativas. O tratamento home care, por exemplo,

é oferecido desde 1997 e tem beneficiado mais de 140 pacientes/ano.

Page 61: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

60

Div

ulga

ção

Sabe

spre

v

EM CASA Cuidados na residência dos beneficiários estão entre os serviçosoferecidos em prol da melhoria da qualidade de vida dos pacientes assistidos

A instituição tem ainda o “Programa de Curativos Domiciliar”, iniciado em

2004, e que conta com uma equipe de enfermagem especializada em estomaterapia,

profissionais que atendem especificamente aos portadores de feridas complexas

com dificuldade de locomoção. O “Programa de Oxigenoterapia Domiciliar”,

outra modalidade oferecida pela Sabesprev, fornece gratuitamente, desde 2000,

oxigênio e aparelhos de assistência ventilatória aos pacientes portadores de doenças

pulmonares e neurológicas.

A Fundação de Seguridade Social (GEAP) também disponibiliza para os seus

associados um serviço de atendimento home care, cujo objetivo consiste na garantia

de mais qualidade de vida aos beneficiários, além de proporcionar vantagens como

o atendimento personalizado e humanizado, com a participação dos familiares, o

que diminui o tempo do tratamento, evita complicações do quadro clínico do

paciente e ainda acelera a recuperação.

O “Programa de Assistência Domiciliar” – PAD, oferecido desde 1989 aos

beneficiários da Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações

(ABET), atende cerca de 70 usuários/mês. Ele prevê atenção aos pacientes acamados,

convalescentes, traumatizados ou com qualquer outra condição que caracterize a

Page 62: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

61

necessidade de assistência especializada e que possa ser prestada no próprio domi-

cílio, por tempo determinado. Estão indicados os casos de pós-operatórios recen-

tes, acidente vascular cerebral, politraumatizados, pacientes portadores de doenças

respiratórias ou aqueles que tenham indicação para realização de curativos, uso de

sondas, medicações endovenosas ou atividades de reabilitação.

Segundo avaliação da ABET, as principais vantagens são as desospitalizações

mais precoces, com conseqüente redução dos riscos de infecção hospitalar e dimi-

nuição nos custos assistenciais, associadas ao conforto do paciente que recebe os

cuidados necessários em sua própria residência.

Page 63: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

62

5.1 – SAÚDE DA MULHER E MATERNO-INFANTILA preocupação com a saúde da mulher, principalmente nos períodos de gestação e

no climatério – fases da vida que requerem maior atenção e cuidados específicos –

tem sido o foco de muitos dos programas oferecidos atualmente pelas instituições

de autogestão em saúde. Os investimentos destinados a esse tipo de programa não

visam apenas minimizar as incertezas e os riscos aos quais as mulheres estão expostas.

Também contribuem para a prevenção de muitas doenças e conseqüente melhoria

na qualidade de vida das assistidas e de suas famílias.

O plano Funasa-Saúde, que pertence à Caixa de Assistência dos Empregados

da Saelpa, por exemplo, desde setembro de 2006 disponibiliza o “Programa Mu-

lher de Corpo e Alma”. Trata-se de um projeto criado como parte de um modelo

de atenção à saúde, integrando ações de promoção, prevenção e assistência inte-

gral à saúde de seu público-alvo: mulheres desde a adolescência até a maturidade,

incluindo assistência à maternidade saudável.

Os trabalhos desse programa são realizados sob os cuidados de uma equipe

multiprofissional das áreas de educação física, nutrição, medicina, serviço social,

fisioterapia e psicologia, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB),

por intermédio de programas de extensão, coordenados por professores com

titulação de mestre e de doutor.

Um dos destaques do Programa é o módulo denominado “Dinâmicas do

Climatério”. De caráter educativo-terapêutico, visa abordar as modificações

desencadeadas no processo da menopausa, de forma a estimular a adoção de hábitos

CAPÍTULO 5

Áreas temáticas eprogramas específicos

Page 64: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

63

saudáveis, prevenir, retardar e também minimizar os efeitos decorrentes dessa fase

da vida. Oferece ainda dinâmicas de grupo para maior integração interpessoal de-

senvolvimento de autopercepção positiva, sociabilidade e ações que estimulam a

independência físico-emocional das participantes.

O módulo prevê a participação das mulheres em palestras interativas que dis-

cutem questões específicas do climatério, como síndrome do ninho vazio, sexua-

lidade, depressão, timidez, perdas e relacionamentos familiares, afetivos e sociais.

Há, ainda, a prática de exercícios físicos e respiratórios para uma melhor consciên-

cia corporal, fortalecimento do assoalho pélvico; melhoria da postura e da resistên-

cia física. Técnicas de relaxamento, visando favorecer o equilíbrio emocional, e

terapia de grupo para trabalhar emoções, conflitos, motivações, resgate da auto-

estima, auto-imagem e autoconceito, também são empregadas.

Faz parte desse módulo atividades de atenção permanente destinadas a grupos

de até 15 mulheres, durante três meses consecutivos, com duas reuniões semanais.

Nos três meses seguintes, as reuniões de acompanhamento ocorrem a cada 15 dias

e, depois desse período, passam a ser mensais, quando vários grupos se reúnem

num mesmo encontro. As mulheres que se enquadram nos grupos de risco –

diabetes, doenças cardíacas, problemas psicológicos e obesidade – são acompanha-

das de forma particular.

Durante todo o ano a Perdigão também promove outras ações educativas e de

apoio à saúde da mulher, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o

bem-estar de suas funcionárias. Essas atividades fazem parte do programa “A Hora

da Mulher”, cujas ações estão relacionadas diretamente à saúde das participantes.

Em março de 2006, a instituição aproveitou a comemoração do Dia Internacional

da Mulher para destacar a importância da presença feminina, cada vez mais evi-

denciada, nos seus negócios. A atividade envolveu todas as unidades da instituição,

sendo que cada uma delas teve autonomia para realizar a sua própria programação.

Foram promovidas diversas ações valorizando a mulher, entre elas, palestras de

motivação ou relacionadas à saúde feminina (câncer de colo e de mama); mensagens

alusivas à data (divulgadas por e-mail, nos painéis eletrônicos da empresa, na intranet

ou entregues pessoalmente), além da distribuição de banners, faixas e folhetos

educativos nas várias unidades.

Também foram servidos cafés da manhã, almoços e jantares comemorativos

alguns deles com apresentações musicais. As comemorações incluíram ainda a entre-

ga de brindes, exibição de filmes e realização de atividades sobre cuidados pessoais e

Page 65: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

64

Div

ulga

ção

Perd

igão

DE CORPO E ALMA Programa da Funasa-Saúde, na Paraíba, integraações de promoção, prevenção e assistência integral à saúde da mulher

Div

ulga

ção

Funa

sa-S

aúde

VALORIZAÇÃO Em 2006, unidades da Perdigão em todo o paíshomenagearam as suas colaboradoras no Dia Internacional da Mulher

Page 66: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

65

de beleza, além de homenagens especiais às funcionárias mais antigas. Estima-se que

as ações da campanha tenham atingido diretamente 17 mil funcionárias da empresa.

Enquanto a cegonha não vemTambém pensando numa das mais importantes etapas da vida de uma mulher,

a Fundação Pampulha de Assistência à Saúde promove o “Programa Materno

Infantil”, criado em 1990 para proporcionar às participantes informações, orientações

e assistência social durante a gestação, o parto e o puerpério.

O programa atua de forma preventiva para promover a saúde e prevenir pro-

blemas e doenças que possam surgir na gravidez, no parto, no pós-parto ou duran-

te o aleitamento materno. Permite também o esclarecimento de dúvidas e oferece

orientação para a organização das etapas envolvidas na vida da gestante, do casal e

da família. Serve ainda para diminuir a ansiedade causada pelas mudanças ocasio-

nadas pela gestação, de forma a permitir que a futura mamãe vivencie esse mo-

mento da forma mais saudável possível, utilizando os recursos disponíveis do plano

de saúde de acordo com as necessidades que surjam.

Participa do programa uma equipe multiprofissional especializada e capacitada

a orientar sobre os temas relacionados à gestação, parto, pós-parto, aleitamento

materno. Também é oferecida assistência psicossocial em grupo e/ou individual,

quando necessário. O programa ajuda a evitar licenças médicas durante a fase

gestacional; procura diminuir o absenteísmo e oferece orientação sobre os benefícios

previdenciários e aqueles prestados pela entidade de autogestão.

Em quase 20 anos de existência do programa, a Fundação Pampulha tem

contabilizado resultados muito positivos: amadurecimento emocional; melhoria da

auto-estima; melhoria do relacionamento familiar e social; maior segurança quanto

ao parto, aleitamento e cuidados com o recém-nascido; diminuição da ansiedade

quanto à nova etapa de vida; ampliação dos conhecimentos de autocuidados e aten-

ção à saúde física e mental das participantes.

Em 1990, a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio

Grande do Sul (Cabergs) também criou o “Programa de Orientação à Gestante” –

POG, voltado para a orientação das mulheres grávidas sobre o desenvolvimento

da gestação, o parto e os cuidados com o recém-nascido. O programa é extensivo

também aos cônjuges e companheiros.

O POG reúne grupos de gestantes em oito encontros semanais. Nessas reu-

niões são abordados os seguintes temas: a nova constituição familiar; aspectos

Page 67: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

66

psicológicos do parto e puerpério; nutrição da gestante; aleitamento materno e

técnicas de amamentação; cuidados com o recém-nascido; parto normal e cesari-

ana; orientação postural; vacinas; teste do pezinho; visita à maternidade; odonto-

logia; além de orientações sobre o plano de assistência à saúde da Cabergs.

A equipe envolvida nesses encontros é composta por assistente social, educa-

dora física, enfermeira, médico, nutricionista, odontopediatra e psicóloga. Desde a

implantação até dezembro de 2006 passaram pelo programa 563 gestantes

beneficiárias da Fundação Pampulha.

Outra experiência bastante promissora que tem como foco a saúde da mulher

ocorre na Perdigão Agroindustrial. Pensando nas mudanças ocorridas na vida da

mulher durante a fase em que ela está gerando um filho a empresa criou o “Programa

Novo Ser - Super Mãe em Ação”. Ele está estruturado em oito encontros mensais

com discussões de temas específicos em cada encontro. A começar pelo convite,

tudo é pensado para que as participantes se motivem a acompanhar as reuniões

mensais, enquanto aguardam a chegada de seus bebês.

Em 2006 participaram do programa 805 gestantes funcionárias da instituição.

Esta iniciativa compreende as seguintes ações e atividades:

Div

ulga

ção

Cab

ergs

MATERNIDADE Beneficiários da Cabergs têm programa de orientação sobredesenvolvimento da gravidez, parto e cuidados com o recém-nascido

Page 68: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

67

▲ Convite: impresso em uma fralda com um texto que chama a gestante para

participar do programa;

▲ Certificado, bolsa e cartão Super Mãe em Ação: no término do 8º encontro

é realizado um evento de confraternização com entrega do certificado, do cartão e

da bolsa mais um kit composto de termômetro, sabão de glicerina, pomada para

assaduras e folder explicativo;

▲ Cartão acompanhamento: o cartão é entregue à gestante no início do pro-

grama para que ela possa anotar a data e horário dos encontros;

▲ Folha de freqüência: usado para controle interno;

▲ Faixas de porta: o kit contém oito folhas, sendo uma para cada reunião;

▲ Móbile: colocado nas salas reservadas para os encontros;

▲ Porta-retrato: a empresa faz visita à família e entrega o porta-retrato;

▲ Folder: material explicativo com informações sobre os cuidados com o

recém-nascido.

Já o Sistema Paulista de Assistência (SPA) tem em seu programa de promoção

da saúde e prevenção de doenças um módulo específico para tratar a saúde da

mulher, dentro do SPA-Saúde que teve seu início em julho de 2005 e foi estruturado

em módulos de atuação, conforme o número de beneficiários que aderem aos

planos de assistência. O objetivo é alcançar 100% dos associados, porém, com

adesão espontânea.

As linhas de cuidado escolhidas são “Saúde Materno-Infantil”, “Pacientes com

Risco ou Portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabete Mellitus”. Por se

tratar de um programa abrangente e com grande número de adesões, a instituição

ainda não dispõe dos resultados alcançados pela iniciativa.

5.2 – SAÚDE DO IDOSOExistente desde 2003, o “Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso – Plena

Idade” tem beneficiado um universo que corresponde a 12,45% da população de

686 mil assistidos pelos planos de saúde da Caixa de Assistência dos Funcionários

do Banco do Brasil (Cassi), autogestão com atuação nacional.

A implantação do Plena Idade se deu a partir de estudos que apontaram a

população idosa como responsável por 43% do gasto com internação e 36% da

despesa básica total da instituição. Com relação ao perfil epidemiológico, o estudo

realizado em 2002 a partir das senhas concedidas para internação, revelou que os

Page 69: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

68

cinco principais agravos que causavam hospitalização, em ordem decrescente, eram:

doenças do aparelho circulatório – com destaque para a insuficiência coronariana

(infarto e angina) e acidente vascular cerebral (AVC) – neoplasias, doenças do

olho/anexos, doenças do aparelho digestivo e genito-urinário.

Quando considerados os dados consolidados de senhas de internações soma-

dos às prorrogações de internações, verificou-se que as patologias que apresenta-

vam maior prevalência e tempo de permanência nos hospitais eram praticamente

as mesmas, acrescendo-se ainda as doenças do aparelho respiratório. Na avaliação

da Cassi, esses dados sinalizavam a necessidade de uma atenção integral à saúde do

idoso com base em ações de promoção, prevenção e reabilitação, ampliando assim

o foco da atenção à demanda espontânea para a oferta organizada de tecnologias e

recursos com base nas necessidades de saúde dessa população.

Com base nesses dados, a Cassi estruturou o programa para atender pessoas

com mais de 60 anos de idade. A abordagem dessa população leva em conta o

perfil resultante das dimensões demográfica, social e de saúde, buscando conhecer

a distribuição dos beneficiários por sexo, faixa etária, localização geográfica, inser-

ção social, condição econômica, problemas de saúde e consumo de serviços.

A Cassi fechou o ano de 2006 acompanhando 13.053 participantes do Plena

Idade, o que corresponde a mais de 18% da população de idosos da instituição. O

propósito central do programa é elevar a qualidade de vida da população idosa, a

partir da manutenção da máxima capacidade funcional, pelo maior tempo possí-

vel. A operacionalização do Programa é efetuada nos serviços próprios da Cassi

pelas equipes de saúde da família, composta por médicos, enfermeiros, auxiliares

de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas.

Estratégia Saúde da FamíliaA Estratégia Saúde da Família (ESF) foi a alternativa encontrada pela Cassi

para a gestão da saúde dos participantes do programa Plena Idade. Oferece atenção

centrada no indivíduo e na família, com foco na atenção primária. Diferencia-se

pelo estabelecimento de vínculos, a criação de laços de compromisso e de

responsabilidade entre os profissionais e os beneficiários. A família é considerada

o objeto de atenção, entendida a partir do ambiente onde vive. Esse enfoque

permite uma compreensão ampliada do processo saúde/doença, com necessidade

de intervenções de caráter interdisciplinar.

Objetivos específicos do programa Plena Idade estão focados nas seguintes

Page 70: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

69

premissas: atender a população de forma integral, com coordenação de cuidados;

identificar os principais problemas de saúde da população com mais de 60 anos;

desenvolver atividades de prevenção, promoção e educação em saúde; buscar

integração em consonância com as políticas públicas de saúde; evitar a

institucionalização e promover a desinstitucionalização; articular recursos da rede

social de apoio; e desenvolver habilidades da família para o cuidado do idoso.

A estratégia de intervenção dirigida à população idosa atendida pela Cassi

prevê a realização de ações de prevenção de agravos, promoção e assistência à

saúde, tendo como pressuposto a abordagem dos principais problemas de saúde da

população atendida e a coordenação dos cuidados. Dessa forma, foi desenvolvido

um protocolo mínimo de atenção a essa população, devendo ser ampliado sempre

que necessário. O protocolo contempla as seguintes atividades:

▲ Um atendimento para Avaliação de Saúde e Qualidade de Vida (ASQV).

Trata-se de instrumento aplicado em toda a população com idade igual ou superi-

or a 60 anos e cujo objetivo é colher informações sobre as necessidades individuais

para hierarquização, priorização do atendimento e coordenação de cuidados;

▲ Uma consulta médica por ano;

▲ Uma participação no Dia da Saúde, após o cadastramento. Trata-se de uma

atividade coletiva que incentiva o vínculo do participante ao serviço de saúde da

entidade;

▲ Uma participação, por ano, em atividade de prevenção de doenças e pro-

moção da saúde, denominada Grupo de Vida Saudável (GVS). É também uma

atividade coletiva que busca reflexão sobre o processo saúde/doença com alternativas

para adoção de um projeto de vida saudável.

E para a população acima de 70 anos, acrescenta-se:

▲ Uma consulta/ano com a enfermeira do Saúde da Família;

▲ Uma visita ao local de moradia do participante para avaliação de risco de

quedas.

As ações de promoção da saúde desenvolvidas pela Cassi estão voltadas para a

conscientização do indivíduo e seus familiares sobre seu processo de envelheci-

mento e das repercussões em sua saúde, além de promover a co-responsabilidade

do paciente em seu bem-estar físico, social e mental.

O Grupo de Vida Saudável (GVS) é uma dessas ações, em que é explorada

uma diversidade de temas: mitos e realidades na alimentação, autocuidado, mu-

dança e construção de um projeto de vida com caráter participativo, que permite

Page 71: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

70

a reflexão do indivíduo sobre a sua condição de saúde. O “Dia da Saúde” é a

atividade realizada imediatamente após o cadastramento do idoso, visando a

apresentação da Estratégia Saúde da Família e do programa Plena Idade.

Entre as ações de prevenção de agravos e promoção da saúde que norteiam o

programa incluem-se: ações de comunicação em saúde, com a produção e distri-

buição de material informativo como folhetos, cartazes, cartilhas etc.; o

envolvimento da família nas ações de cuidado ao idoso, incluindo o desenvolvi-

mento de habilidades para o cuidado domiciliar e orientação às famílias; identifica-

ção de rede social de apoio ao idoso (família e amigos); ações de imunização em

parceria com o Ministério da Saúde; avaliação de moradia para prevenção de risco

de queda; realização de atividades coletivas organizadas a partir das necessidades de

saúde da população idosa, visando a educação em saúde e a socialização do indivíduo.

Em 2006, foram realizadas 304 atividades coletivas com foco na prevenção de

doenças e promoção da saúde, para 6.043 participantes do programa Plena Idade,

nos diferentes estados do país atendidos pela Cassi. No Paraná, a realização da

“Tarde do Talento” teve como objetivo divulgar a Estratégia Saúde da Família e o

programa Plena Idade; comemorar o “Dia do Idoso”; divulgar ações de lazer e

cultura para o público da “Melhor Idade”; fortalecer o vínculo da Cassi com a

população cadastrada.

Div

ulga

ção

Cas

si

PLENA IDADE A ação Grupo de Vida Saudável permite a assistidos da Cassia reflexão sobre o processo de saúde/doença e a melhoria da qualidade de vida

Page 72: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

71

Já no Estado de Pernambuco, o “Encontro do Plena Idade” discutiu o tema

“Sexualidade na Terceira Idade”, visando contribuir para a melhoria da qualidade

de vida dos participantes cadastrados no programa. Em Rondônia, o “Grupo Alegria

de Viver” teve por objetivo promover a confraternização e a elaboração da agenda

de atividades para 2007 com os participantes do programa. No Rio Grande do

Norte, o “Encontro Plena Idade” buscou orientar os participantes em relação aos

cuidados com a saúde e prevenção de enfermidades.

Ainda como ação de prevenção de agravos, destaca-se o conhecimento da

condição de moradia que visa avaliar os riscos físicos e psicossociais aos quais o

idoso, com idade igual ou acima de 70 anos, está exposto. A realização crescente

dessa avaliação permite a efetivação da gestão do cuidado dessa população. Em

2006, foram realizadas 701 visitas domiciliares a esses participantes.

Retorno e ganhos auferidosA redução de custos na gestão da assistência à saúde decorrente dos resultados

do programa Plena Idade, nos itens promoção da saúde e prevenção de doenças

ainda não foi estimada pela Cassi. A operadora espera que em 2007 seja possível

realizar uma análise quantitativa desse quesito. Outra intenção é realizar uma pes-

quisa de satisfação dirigida aos participantes do programa.

Embora não disponha de dados concretos, a Cassi estima ter ocorrido uma

diminuição de consultas na rede credenciada após o início do programa. Tal fato

pode estar relacionado à utilização racional da rede, uma vez estabelecida a coor-

denação de cuidados para esses participantes. As cinco especialidades mais consul-

tadas em ordem decrescente foram: clínica geral, cardiologia, oftalmologia, orto-

pedia e dermatologia.

Em relação à dependência dos serviços de urgência e emergência, a Cassi

ainda não realizou pesquisa para mensurar os resultados do programa. Quanto às

internações hospitalares, a operadora realiza estudos para mensurar se houve

diminuição, por meio de indicadores de desempenho.

O acompanhamento dado aos idosos hospitalizados tem o objetivo de ga-

rantir a qualidade da assistência nas internações, bem como verificar a possibili-

dade de assistência domiciliar, conforme definição do “Programa de Atenção

Domiciliar” – PAD. O acompanhamento sistemático das hospitalizações prevê,

inclusive, visitas, sendo a redução de internações esperada como conseqüência

das ações desse programa.

Page 73: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

72

Centro de vivênciaA Caixa de Assistência dos Empregados da Saelpa, por meio do Plano Funasa-

Saúde, é responsável pelo Centro de Vivência da Melhor Idade (CVMI) que há

sete anos tem privilegiado a atenção integral à saúde, visando o cuidado humanizado

de um grupo formado por beneficiários acima de 60 anos de idade.

O espaço físico especialmente preparado para as dinâmicas do grupo proporciona

condições para conversas, exposição de idéias, liberação de emoções e sentimen-

tos. O programa é composto por atividades multidisciplinares, diversificadas e

organizadas por profissionais das áreas de medicina, educação física, música, nutri-

ção, serviço social, fisioterapia, psicologia e outras. Entre os propósitos estabeleci-

dos pelo programa estão:

▲ Oferecer condições para um convívio sadio; aperfeiçoar e atualizar o nível

cultural; social, espiritual e intelectual; melhorar as condições físicas e emocionais

dos participantes;

▲ Desenvolver a compreensão do processo de envelhecimento, sem medo e

com boas perspectivas de qualidade de vida;

▲ Trabalhar as questões do envelhecimento de forma global, favorecendo a

percepção e o equilíbrio entre corpo e mente;

Div

ulga

ção

Funa

sa-S

aúde

MELHOR IDADE Além de integração, centro de vivência promove atividadescomo palestras, trabalhos manuais, educação postural, ginástica, entre outras

Page 74: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

73

▲ Promover saúde e melhor qualidade de vida, inicialmente, por meio de um

programa de conscientização para desenvolvimento de atividades físicas e intelec-

tuais, manutenção de inter-relacionamentos, prática de cuidados básicos com saú-

de e higiene.

O CVMI inclui os assistidos com até 85 anos de idade; fazem parte das ativi-

dades realizadas pelos grupos participantes trabalhos manuais, palestras médicas,

estudo bíblico, educação postural, ginástica, danças, teatro, jogos, robótica, coral,

dinâmicas, terapias em grupo, comemoração de datas festivas e passeios. Esse pro-

grama apresenta comprovada redução das despesas médicas, com minimização do

número de atendimentos na rede credenciada, principalmente devido à atenção

por meio dos seus serviços próprios, após identificação dos participantes que com-

põem os grupos de risco das doenças crônicas.

Valorização da vidaCom o “Programa Maturidade Saudável”, a Fundação Pampulha tem promovido

a valorização da experiência e do conhecimento adquirido pelas pessoas que se

encontram na terceira idade e que fazem parte do grupo que participa desse programa.

O projeto, criado em 1998, espera diminuir preconceitos com relação a essa etapa da

vida; atender às necessidades físicas, psíquicas, emocionais e sociais dos aposentados e

pensionistas; propiciar ao grupo atendido independência, incentivando os partici-

pantes a se posicionarem como sujeitos de suas próprias histórias de vida.

Graças ao convívio proporcionado pela iniciativa, há no grupo reintegração e

troca de experiências de vida; resgate da auto-estima; valorização do ser humano

como parte integrante e imprescindível da sociedade. Os participantes desenvolvem

potencialidades e talentos, bem como o interesse pela continuidade da produtivida-

de, como forma de possibilitar a estabilidade socioeconômica e emocional.

Os resultados alcançados pelo grupo se estendem desde a descoberta de talen-

tos da maturidade; maior integração entre os aposentados participantes; melhor

enfrentamento dos problemas sócio-familiares e das perdas decorrentes do

envelhecimento, até a melhoria dos cuidados com a saúde, da qualidade de vida e

dos conhecimentos sobre a prevenção de doenças.

A Fundação de Seguridade Social (GEAP) também tem seu programa

direcionado à população idosa. Igualmente denominado “Programa de Maturidade

Saudável”, compreende ações destinadas aos beneficiários com idade igual ou

superior a 60 anos. O programa tem como objetivo a promoção da saúde e a

Page 75: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

74

socialização do referido grupo, por meio do desenvolvimento de atividades cul-

turais, esportivas, recreativas/lazer, além de projetos que possibilitam a partici-

pação da pessoa idosa nas atividades voltadas à qualidade de vida, doação, solida-

riedade, visita a asilos e creches, arte, meio ambiente, cultura, cidadania e

capacitação. Esta última, tem como propósito a reinserção no mercado de trabalho

da população que atingiu a terceira idade.

Com o mesmo nome dos anteriores, o “Programa Maturidade Saudável”

oferecido pela Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) foi desenvol-

vido em 2002 e destina-se às pessoas maiores de 50 anos de idade. É composto

por um sistema de ambulatórios médico referenciados e o beneficiário, além de

possuir isenção de co-participação, também recebe um atendimento diferencia-

do focado na prevenção.

5.3 – SAÚDE MENTALPropiciar atendimento especializado aos usuários dos planos de saúde que sofrem

com problemas mentais – quer sejam eles leves, moderados ou graves – faz parte

das prioridades de algumas instituições de autogestão. Caso por exemplo da Caixa

de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e do Instituto UFV de

Seguridade Social (Agros).

A política de saúde mental da Cassi foi definida em 1995. A idéia partiu da

necessidade de se reestruturar o sistema de atenção vigente nessa área, mediante a

construção de um modelo assistencial diferenciado não só na lógica, em conceitos,

valores e estrutura da rede de atenção, como também na forma concreta de lidar com

as pessoas que apresentam transtornos mentais, a partir de seus direitos de cidadania.

Para a operacionalização dessa política foi desenvolvido o “Programa de Saúde

Mental”, atualmente em fase de reestruturação, cuja nova orientação preconiza o

desenvolvimento de ações em nível primário, tendo os serviços próprios da Cassi

como porta de entrada para o sistema e a rede referenciada como suporte para

assistência nos demais níveis de atenção. A reestruturação do programa visa me-

lhorar as condições de saúde mental dos participantes mediante a construção de

um modelo assistencial de atenção em conformidade com os princípios e diretrizes

da Organização Mundial de Saúde – OMS.

Em decorrência dessa reestruturação, os serviços próprios da Cassi passarão a

se constituir como primeiro canal para onde os beneficiários deverão dirigir suas

Page 76: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

75

demandas de saúde. Eles têm a função de interpretar e direcionar os atendimentos

das necessidades, segundo critérios técnicos pré-estabelecidos, considerando a dis-

ponibilidade e a complexidade dos serviços e recursos oferecidos pelo sistema de

saúde da autogestora.

O programa visa prestar atenção integral aos beneficiários que necessitam de

assistência na área de saúde mental, por meio de ações de promoção, prevenção,

proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação, no âmbito da atenção

primária, tendo a Estratégia da Saúde da Família como o meio estruturante da

assistência.

Fazem parte dos objetivos secundários desse programa: identificar perfil

demográfico e de morbidade da população atendida; desospitalizar e ressocializar

pacientes crônicos visando a reinserção social; reduzir o número de internações

psiquiátricas; garantir aos participantes a cobertura de medicamentos necessários

no tratamento; oferecer recursos assistenciais hospitalares e extra-hospitalares,

em consonância com as necessidades de saúde da população assistida; e identifi-

car prestadores com vistas a constituir uma rede referenciada para atendimento

da população.

No rol dos objetivos secundários ainda se incluem: desenvolver ações de edu-

cação em saúde articuladas e integradas com as ações dos vários segmentos do

serviço, de acordo com o modelo de atenção integral; articular recursos da rede

social de apoio; e estabelecer parceria com centros de excelência na área de saúde

mental para o desenvolvimento profissional permanente da equipe técnica.

Reintegração socialAs ações de promoção e prevenção na área da saúde mental promovidas pela

Cassi visam reduzir a incidência de transtornos mentais, por intermédio do incen-

tivo ao desenvolvimento de estilos de vida saudáveis e da redução de fatores de

risco de transtornos mentais e comportamentais. Para atender a esses objetivos, os

serviços próprios da autogestora, por meio das equipes de Saúde da Família, ofere-

cem atividades individuais e coletivas, como grupos operativos, visitas domicilia-

res, grupos de orientação, abordagem familiar e individual.

As atividades coletivas desenvolvidas pelas equipes de técnicos da Estratégia de

Saúde da Família nos serviços próprios são organizadas com base nos princípios da

educação em saúde e na socialização do indivíduo, orientadas por protocolos de atenção.

Em 2006, a Cassi acompanhou 6.984 beneficiários pelo “Programa de Saúde Mental”.

Page 77: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

76

Tratamento humanizadoEm janeiro de 2004, o Instituto UFV de Seguridade Social (Agros), visando

implementar uma nova política de saúde mental, implantou em caráter experimental

o “Projeto Piloto de Acompanhamento de Pacientes Psiquiátricos” pelo PAS-UFV

- Plano de Assistência à Saúde dos Participantes do Agros, vinculados à Universidade

Federal de Viçosa/MG. A Gerência de Assistência à Saúde da autogestão Agros

vinha observando, desde 2001, um grupo de pacientes cujo atendimento

convencional em clínicas psiquiátricas, com reincidência de internações e elevado

custo financeiro, não representava alternativa eficiente para o tratamento dos mesmos

e nem contribuía de maneira efetiva para a sua reintegração social.

Esse diagnóstico apontou para a necessidade de se programar um atendi-

mento ambulatorial e interdisciplinar que pudesse resultar na estabilidade do

quadro clínico/psiquiátrico, no suporte familiar e na melhoria da qualidade de

vida dos pacientes. Os resultados do primeiro ano de funcionamento foram sur-

preendentes, tanto em termos de eficiência e humanização, como de otimização

de recursos aplicados, o que levou a ampliação e implantação definitiva do pro-

jeto a partir de janeiro de 2005.

No primeiro ano, o “Projeto Saúde Mental” foi dirigido a um grupo de 12

pacientes, com seus respectivos familiares, beneficiários do PAS-UFV. Posterior-

mente, o programa passou a atender a demanda de pessoas que se enquadravam nos

critérios de elegibilidade do projeto. São assistidos, atualmente, 21 pacientes e seus

familiares, num total de 34 pessoas, com possibilidade de adesão de novos casos.

O projeto funciona na cidade de Viçosa, local onde se concentram mais de

90% dos beneficiários do plano. Ele está composto por uma equipe que reúne uma

coordenadora, um médico psiquiatra, uma psicóloga e uma assistente social. Con-

ta ainda com uma equipe de apoio formada por um agente de saúde e por estagi-

ários de educação física e de economia doméstica/pedagogia.

O Projeto foi implementado com a colaboração da Divisão de Saúde da Uni-

versidade Federal de Viçosa (UFV) que disponibiliza uma ala própria para os aten-

dimentos ambulatoriais, realizadas durante três dias da semana, no período da ma-

nhã. Os pacientes são encaminhados a consultas, grupos psicoterapêuticos e

terapêuticos, atividades de apoio – cognitivas lúdicas, motoras e psicossociais. Os

atendimentos psiquiátricos têm freqüência variável, os grupos têm encontros

semanais e as atividades de apoio são permanentes.

Uma particularidade do serviço é o seu diagnóstico processual que fundamenta

Page 78: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

77

as diretrizes medicamentosas e psicoterapêuticas para cada indivíduo. A medicação

é custeada pelo plano de saúde e seu uso monitorado pela agente de saúde, resul-

tando numa boa e correta utilização desse recurso para o paciente.

Além de não ocorrer nenhuma internação psiquiátrica dos pacientes acompa-

nhados, constatou-se uma redução de 70% na relação custo/paciente/mês nesse

novo modelo, reforçando a idéia de que o tratamento ambulatorial é tão mais

eficaz em qualidade quanto mais viável economicamente em relação ao tratamento

com internação hospitalar.

Foi realizada uma avaliação, em março de 2006, para verificar se os assuntos

abordados na terapêutica familiar atendiam às expectativas dos pacientes e familia-

res. Os resultados revelaram uma melhoria inter-relacional no âmbito familiar e

social confirmados a partir da mudança de conduta dos participantes. Segundo o

levantamento, 37,5% consideraram que houve um aumento da autoconfiança,

enquanto 25% revelaram ter ampliado suas iniciativas para a vida concreta. O

desenvolvimento de uma maior tolerância para com o outro foi manifestado por

25% dos assistidos do programa, enquanto que 12,5% afirmaram ter ampliado a

compreensão dos transtornos psiquiátricos.

A experiência do projeto da autogestora Agros demonstra que a mudança de

paradigma no tratamento psiquiátrico, coloca o trabalho em equipe e a abordagem

de grupo e familiar como fundamentais para a construção de novas práticas e novas

representações sobre transtornos mentais.

5.4 – DEPENDÊNCIA QUÍMICAO uso, o abuso e a dependência causada pela ingestão de substâncias químicas –

caso do álcool, do tabaco e das drogas psicoativas – não podem ser explicados

somente como causa ou conseqüência de um fator específico. Isto ultrapassa os

limites simplistas do senso comum e, na maioria das vezes, demandam ajuda exter-

na e tratamento especializado.

As conseqüências advindas desse comportamento, além de gerarem transtor-

nos à vida do dependente e de sua família, também têm implicações sociais e

econômicas que exigem reflexão e respostas concretas. Para auxiliar os beneficiários

dos planos de saúde que enfrentam problemas dessa natureza, algumas autogestões

investem em programas de prevenção, no tratamento e no acompanhamento dos

casos de dependência química.

Page 79: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

78

A experiência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) com essa

temática começou em 1994, a partir da criação do “Programa Médico de Troca –

Troque o Fumo por Mais Saúde”, idealizado para sensibilizar os empregados da

instituição e seus dependentes sobre a gravidade do problema. O foco da campa-

nha foi divulgar os ganhos à saúde que os participantes teriam se parassem de

fumar. Dentre as ações realizadas pela instituição, destaque para atividades sobre os

riscos do hábito de fumar; medição do nível de monóxido de carbono no organismo;

realização de exames para os beneficiários inscritos no programa; distribuição/

divulgação de material informativo e educativo sobre o tema.

A campanha tem caráter educativo e é desenvolvida em âmbito nacional,

abrangendo todas as unidades da empresa instaladas em diferentes cidades brasilei-

ras, nas Diretorias Regionais e na Administração Central da ECT, no Distrito

Federal. A campanha de combate ao tabagismo é dirigida a toda população assistida

pela ECT, de 358 mil beneficiários entre empregados e seus dependentes.

Para que a empresa pudesse mensurar os ganhos alcançados com a iniciativa,

foi realizada uma pesquisa sobre o percentual de fumantes existente na Adminis-

tração Central da ECT, no período entre 1994 e 2004. O resultado foi surpreen-

dente: redução de 23% para 5% no número de fumantes, durante o período anali-

sado. O sucesso desse esforço rendeu à empresa o prêmio INCA de Combate ao

Tabagismo, do Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde.

Além do fumo, a empresa também conta com ações destinadas ao combate

do álcool e de outras drogas. Em todos os casos, a orientação dada aos gestores

e demais profissionais da empresa, quanto à identificação precoce dos

empregados com problemas decorrentes da dependência química, visa combater

o preconceito e a discriminação. A identificação objetiva somente a atuação

preventiva e o adequado acompanhamento ético dos casos possíveis de

intervenção.

Os casos identificados são acompanhados por equipe técnica, formada por

profissionais do Serviço Social e da Saúde. A ECT possui convênios e

credenciamento com clínicas especializadas para oferecer tratamento aos beneficiários

que enfrentam o problema em todo o país. Dados referentes ao período entre

janeiro de 2005 e junho de 2006 mostram o número de atendimentos destinados

aos dependentes químicos: 1.193 beneficiários estavam em acompanhamento, sendo

1.063 empregados e 133 dependentes. Nesse período, foram 316 internações e

296 empregados em situação de abstinência.

Page 80: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

79

Reintegração dos dependentesA Perdigão também conta com um programa específico de combate ao taba-

gismo voltado à reintegração dos dependentes. Trata-se de uma campanha de

conscientização e prevenção dos funcionários sobre os malefícios do cigarro, cujo

intuito é o de incentivá-los a parar de fumar. A última campanha ocorreu no

período entre 29 de maio a 3 de junho de 2006 e trabalhou o slogan “Fumar é um

risco”. A campanha integra ações de prevenção e combate ao tabagismo que com-

põem o “Programa Apagando o Cigarro Juntos”, iniciado na empresa em 1999.

A empresa estima terem sido abordadas na campanha de 2006, de forma direta,

25 mil funcionários, equivalente ao número de folhetos distribuídos, e outras milha-

res de pessoas que foram atingidas indiretamente por alguma das ações desenvolvidas.

Participaram desse evento 717 funcionários voluntários. A empresa contou ainda

com o apoio de instituições como a Polícia Militar e as Secretarias de Saúde e de

Educação nos diferentes municípios onde as atividades aconteceram. Todas as regionais

tiveram autonomia para elaborar um programa local específico.

A Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) e a Fundação Sabesp

de Seguridade Social (Sabesprev), por sua vez, optaram por trabalhar com as de-

pendências do álcool e das drogas psicoativas. A primeira oferece o “Programa de

Div

ulga

ção

Perd

igão

FUMAR É UM RISCO Na Perdigão, ações de prevenção e combate aotabagismo integram programa voltado à reintegração dos dependentes

Page 81: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

80

Dependência Química” – Prodeq, pelo qual disponibiliza, já há alguns anos, trata-

mento ambulatorial, hospital dia e internação em instituição especializada além de

oferecer acompanhamento pós-tratamento para aqueles beneficiários que tenham

problemas com alcoolismo e drogas. A operadora relata que, entre os resultados

obtidos, está a redução do absenteísmo no trabalho.

Já a Sabesprev tem um programa, em atividade desde 1993, voltado à recupe-

ração e reintegração dos dependentes de drogas, tanto no trabalho como no meio

social em que o beneficiário está inserido. O programa é desenvolvido em parceria

com o serviço social da patrocinadora e prevê atendimento ambulatorial especi-

alizado, bem como internação para os assistidos. Para os casos de reincidência, a

instituição desenvolveu um serviço de atendimento diferenciado.

5.5 – SAÚDE BUCALAs ações de promoção da saúde e prevenção de doenças também envolvem

programas destinados os cuidados com a saúde bucal. Bastante sugestiva, a cam-

panha “Preveniu, Sorriu” foi criada pela Empresa Brasileira de Correios e Telé-

grafos (ECT) para promover seu programa corporativo voltado à saúde bucal.

Div

ulga

ção

ECT

PREVINIU, SORRIU ECT usa teatro para sensibilizar seus beneficiários aaderir ao programa que visa promover a saúde bucal dos participantes

Page 82: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

81

A iniciativa não pretende apenas prevenir doenças, mas promover a saúde bucal

dos beneficiários assistidos. Isso é feito por meio da realização de procedimentos

curativos e preventivos, campanhas educativas sobre hábitos saudáveis de ali-

mentação e de higiene.

As ações são desenvolvidas nos 67 ambulatórios próprios da ECT e também

pela rede credenciada, com periodicidade de atendimento que vigora pelo perí-

odo de um ano. Durante a consulta, o público atendido pelo programa recebe

orientações sobre os procedimentos adequados para a garantia de uma escovação

correta. Recebe ainda um kit, acondicionado em um nécessaire, com escova,

creme e fio dental.

Com abrangência nacional, o projeto atinge todas as 27 Diretorias Regionais

e a Administração Central da ECT, e destina-se a toda a população assistida, que

corresponde a 358 mil beneficiários, entre empregados, aposentados e seus

dependentes, compreendendo todas as faixas etárias, inclusive crianças e idosos e

também gestantes. Só em 2005, ano em que foi implementado, o programa

atendeu mais de 19 mil pessoas, sendo que 22% desse grupo apresentaram um

perfil saudável, ou seja, ausência de cárie e doença periodontal.

Outro projeto de destaque na área de saúde bucal foi idealizado pela Caixa de

Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (Camed): o “Programa

de Prevenção Odontológica”. Desde 1984, quando foi criado, têm contribuído

para a promoção da saúde, a prevenção de doenças bucais e a qualidade de vida dos

beneficiários. Com esta ação a Camed, além de trabalhar na prevenção e redução

da incidência de doenças bucais, procura manter o índice de cárie zero e os custos

com assistência odontológica reduzidos. As atividades desenvolvidas, com perio-

dicidade semestral, incluem a orientação individual, a fisioterapia oral; o exame

oral com preenchimento do odontograma, a profilaxia e/ou remoção de tártaro e

a aplicação tópica de flúor.

O programa da Camed atingiu, em 2005, 17.831 pessoas, o que corresponde

a 38% da população assistida pela autogestão. O local de desenvolvimento do

programa inclui as seguintes cidades: Aracaju, no Estado de Sergipe; Campina

Grande e João Pessoa, na Paraíba; Crato, Campina Grande, Fortaleza e Juazeiro

do Norte, no Ceará; Feira de Santana, Jequié e Salvador, na Bahia; Maceió, em

Alagoas; Montes Claros, em Minas Gerais; Natal, no Rio Grande do Norte; Olinda,

Petrolina, Recife, em Pernambuco; São Luis, no Maranhão e Teresina, no Piauí.

O projeto é desenvolvido em parceria com a rede credenciada.

Page 83: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

82

5.6 – QUALIDADE DE VIDAO estresse é um dos maiores vilões da baixa qualidade de vida de muitas pessoas.

Além de causar sofrimento físico e mental, ele ainda é responsável por crescentes

prejuízos financeiros às empresas e ao sistema de previdência e seguridade social.

Esta situação tem preocupado muitas empresas que atuam com planos de saúde e

essa preocupação está sendo convertida em programas e ações voltadas à qualidade

de vida do capital humano das organizações.

O “Programa Serpro da Qualidade de Vida” – PSQV, oferecido pelo Serviço

Federal de Processamento de Dados (Serpro), foi criado em 2004 para oferecer aos

empregados da instituição oportunidades de melhoria da qualidade de vida, com o

conseqüente aprimoramento do bem-estar organizacional e o aumento do desem-

penho profissional. Nesse sentido, o programa tem por objetivos:

▲ Desenvolver ações contínuas que propiciem a melhoria das condições de

vida das pessoas nas dimensões biológica, psicológica, social e organizacional;

▲ Estimular os empregados, por meio de orientações e práticas, à mudança de

atitudes, passando a atuar como co-responsáveis pela busca contínua de hábitos

saudáveis em suas vidas, dentro e fora da empresa;

▲ Desenvolver ações que favoreçam o alinhamento dos processos de Gestão

de Pessoas de forma que suas ações estejam em sintonia com a melhoria da quali-

dade de vida na organização;

▲ Identificar e sistematizar as ações de qualidade de vida já existentes no

Serpro, visando sua agregação ao Programa;

▲ Estabelecer ciclos de melhoria contínua do Programa por meio do diagnós-

tico das percepções e das expectativas dos empregados em relação aos fatores que

limitam e aos que podem melhorar sua qualidade de vida no trabalho.

O PSQV adotou como estratégia a implantação gradual de módulos, implanta-

dos de forma regionalizada: Módulo Sócio Cultural e Ambiental (MSCA); Módulo

de Preparação para Aposentadoria (MPPA); Módulo de Promoção da Saúde (MPS,

ainda em fase de projeto); e Módulo de Gerenciamento do Estresse (MGE). Alguns

deles já foram implantados como programas pilotos. Este é o caso do MGE criado

para identificar os possíveis fatores que causam o estresse dos funcionários no ambiente

de trabalho, analisar as alterações somáticas, psicológicas e endócrinas, avaliar o impacto

da adoção de técnicas específicas para prevenir ou minimizar o estresse.

Um projeto piloto foi realizado na regional de Porto Alegre, em 2005, sob a

coordenação de um médico do trabalho, uma assistente social e um educador

Page 84: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

83

físico. Teve ainda a participação da comissão regional do programa e uma parceria

externa que cuidou da execução dos exames laboratoriais.

Trata-se de um trabalho pioneiro nessa área empresarial e que foi idealizado a

partir da utilização de três protocolos, aprovados e reconhecidos cientificamente,

para verificar, de forma fidedigna, se existia ou não estresse no grupo avaliado:

▲ Inventário de Sintomas do Stress para Adultos – ISSL, de Marilda Lipp,

avalia a condição do indivíduo, se está estressado ou não, se o estresse é físico ou

psicológico, e em que fase este se encontra;

▲ Dosagem Salivar do Cortisol – A dosagem do principal hormônio liberado

no organismo por ocasião do estresse é conseguida através da coleta salivar em três

horários (manhã, tarde e noite). Por meio dessa análise consegue-se identificar

qual a reação fisiológica do organismo em relação ao estresse submetido;

▲ Verificação da Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR) que visa identificar

a relação dos batimentos cardíacos com o estresse.

Participaram deste projeto piloto 32 funcionários, com idade média de 45

anos, todos eles apresentando sintomas importantes de estresse. Destes, 16 funcio-

nários foram selecionados aleatoriamente para formar o grupo que participaria da

aplicação das técnicas anti-estresse e os outros para compor o grupo controle.

Div

ulga

ção

Serp

ro

ESTRESSE Programa piloto do Serpro oferecia atividades como ginástica aoar livre aos participantes como estratégia para reduzir níveis de estresse.

Page 85: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

84

Todos foram recrutados pelo Serviço Médico do Serpro e apresentaram altos índi-

ces de estresse recebendo a classificação cientificamente entre a fase de resistência

e a de exaustão do estresse.

Entre os beneficiários analisados. 84,4% (27) apresentaram sintomas físicos, 9,4%

(3) sintomas psicológicos e 6,3% (2), os dois tipos de sintomas. Paralelamente, os fun-

cionários apresentaram níveis aumentados de cortisol salivar à noite (p<0,05). Entre os

principais fatores estressores relatados pelo grupo estão os problemas relacionados à

família, a saúde e problemas financeiros. Dos estressores relacionados ao trabalho, des-

taque para o excesso de trabalho e o relacionamento com os colegas de trabalho.

O grupo que foi submetido por 30 dias a atividades específicas para prevenir ou

minimizar o estresse apresentou uma redução dos escores e sintomas de estresse, da

freqüência cardíaca de repouso e dos níveis de cortisol à noite, associados à melhora

da disposição, do humor e da recuperação do sono. No grupo controle, pelo contrá-

rio, foi observada uma tendência para o aumento dos indicadores e dos sintomas do

estresse, bem como da manutenção dos níveis aumentados de cortisol à noite.

Além da diminuição dos sintomas, foram coletados relatos e avaliações feitas pelos

funcionários participantes das atividades de gerenciamento do estresse sobre a melhora

na qualidade de vida, maior controle de suas emoções, sono mais confortável, menor

irritabilidade, maior tranqüilidade e disposição para as atividades profissionais.

Esse levantamento indica que as ações específicas dirigidas a trabalhadores

estressados, baseadas em atividades físicas orientadas de forma regular e em asso-

ciação com técnicas de relaxamento, podem diminuir de forma significativa os

níveis de estresse psicológico. Também ajuda a atenuar e reverter o estresse

fisiológico, contribuindo para a promoção da qualidade de vida do ser humano.

Em função dos bons resultados do projeto piloto, e conforme planejado no

“Programa Serpro de Qualidade de Vida”, a empresa deliberou pela sua implan-

tação corporativa, devendo o MGE ser implantado em todas as unidades regio-

nais até o final de 2007.

A execução do projeto piloto do MGE foi desenvolvido com a participação

dos próprios colaboradores da área de saúde do Serpro, tais como médicos, educa-

dor físico e serviço social. A empresa também buscou parcerias para a realização do

projeto piloto com o Laboratório de Análises e Pesquisas Clinicas (LabVitrus), que

auxiliou na análise laboratorial do cortisol salivar, e com a Proximus Tecnologia -

Importadora e Distribuidora de Tecnologia para Auxílio na Qualidade de Vida,

que contribuiu com o empréstimo do monitor de freqüência cardíaca.

Page 86: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

85

ErgonomiaO “Programa Ergonomia na ECT”, como o próprio nome sugere, está dire-

tamente ligado às estratégias adotadas pela Empresa Brasileira de Correios e Telé-

grafos para a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários. Implantado em

2003, reúne projetos desenvolvidos por grupos de trabalho formado por profissio-

nais de diversas áreas (saúde, engenharia, operacional, comercial, entre outras),

além do suporte de consultorias externas.

As ações são desenvolvidas a partir das demandas internas dos empregados ou

das áreas gestoras, do índice de absenteísmo ou da implementação de novas

tecnologias e atividades necessárias. A coordenação do programa fica a cargo do

Departamento de Saúde da empresa que, ao final de cada projeto, indica quais as

soluções ergonômicas para a atividade/cargo/área em estudo.

O projeto tem abrangência nacional e, no momento, atende uma população for-

mada por 108 mil empregados. Entre as ações propostas pelo programa destacam-se a

criação, em caráter pioneiro, de um modelo de calçado ergonômico para os carteiros,

e o desenvolvimento de mobiliário e equipamentos adaptados ergonomicamente para

as atividades da área operacional e de atendimento, beneficiando carteiros, atendentes

comerciais, operadores de triagem e transbordo em todo o país.

Outras ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida no trabalho dos

empregados da ECT incluem o fornecimento de protetor solar e óculos de sol, em

todo o país, para 58 mil carteiros, e a adequação do uniforme destes profissionais,

dos atendentes comerciais e dos motociclistas, que correspondem a cerca de 80%

do efetivo da empresa.

Terapia ocupacionalPara garantir que a qualidade de vida dos trabalhadores do Ministério da Fa-

zenda seja preservada, a Assefaz dispõe de várias práticas. Duas dessas iniciativas são

desenvolvidas pela autogestão desde 2003: os projetos “Terapia Ocupacional” e

“Sexta Saúde”. No primeiro caso, os encontros ocorrem durante todos os dias da

semana (com exceção da quinta-feira), no prédio do Ministério da Fazenda. Atu-

almente 60 pessoas são beneficiadas com esta ação.

Os cinco terapeutas ocupacionais que coordenam as atividades trabalham para

elevar a auto-estima e favorecer o equilíbrio emocional dos beneficiários partici-

pantes. Os profissionais buscam ainda resgatar valores por meio da troca de expe-

riências e vivências nos grupos; favorecer o relacionamento interpessoal; descobrir

Page 87: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

86

e desenvolver alternativas de lazer, ampliando a independência e a satisfação de

suas necessidades e estimular a programação e organização do cotidiano. Essa ati-

vidade é oferecida, de forma exclusiva, no Estado do Maranhão e atende um

grupo de aposentados e pensionistas beneficiários e dependentes vinculados à Assefaz,

Unafisco Sindical, Unacom e SindReceita.

O projeto “Sexta Saúde”, por sua vez, tem as suas atividades realizadas às

sextas-feiras, no período da tarde. O programa contempla atividades como ginástica

laboral, hidroginástica, caminhadas, jogos de quadra e de campo (vôlei e futebol),

natação, dinâmicas de grupo, dança e ginástica rítmica. Esse projeto atende 50

beneficiários da Secretaria da Receita Federal no Estado de Rondônia.

Pensando nas questões da qualidade de vida, a Assefaz promoveu em 2006 a “I

Semana de Saúde e Qualidade de Vida”, com a participação de 8,5 mil pessoas.

Durante o evento foram desenvolvidas atividades de caráter preventivo, abordando

as complicações decorrentes do diabetes e outros riscos cardíacos, além de orientações

quanto à prática de hábitos saudáveis, tais como atividade física, alimentação, prevenção

do estresse, tabagismo, dependência química, prevenção das DSTs. A iniciativa teve

a colaboração de parceiros externos – laboratórios, clínicas, hospitais, universidades

– que disponibilizaram palestras, folhetos informativos, material e pessoal.

Div

ulga

ção

Ass

efaz

TERAPIA OCUPACIONAL Assefaz promove atividades com objetivo deelevar auto-estima e favorecer o equilíbrio emocional dos participantes

Page 88: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

87

Qualidade de Vida no TrabalhoA Caixa Econômica Federal investe em ações e programas destinados à área da

saúde e ambiência corporativa, que ocorre por meio do “Programa Qualidade de

Vida Caixa”. O programa está estruturado em subprogramas e projetos eleitos,

anualmente, como prioritários para os empregados. A atuação em cada subprograma

ou projeto é definida com base em vários indicadores, tais como os resultados do

“Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional” – PCMSO, o índice de

utilização do Saúde Caixa por especialidades, os relatórios de concessão de licenças,

a consolidação do Perfil de Saúde do Empregado da Caixa, entre outros.

Dentre os subprogramas e campanhas implantados até 2006, destaque para a

introdução do módulo de saúde nos cursos de formação Caixa, com informações

sobre qualidade de vida, posturas, uso correto do mobiliário, dicas para evitar o

estresse e doenças do trabalho; a realização de campanha de vacinação; orientações

educativas via correio eletrônico; divulgação de matérias sobre saúde no jornal

eletrônico da instituição; módulo de treinamento na Escola de Cidadania e

Integração Corporativa, da Universidade Corporativa Caixa, sobre DORT/LER

e Dicas para Viver Melhor; ginástica laboral; convênio com entidades promotoras

de atividades físicas; a campanha “Ambiente Livre de Fumaça” e o “Programa de

Educação e Orientação Nutricional”.

5.7 – OUTRAS INICIATIVAS RELEVANTES

Combate à obesidadeA Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem um programa destinado

especificamente à educação alimentar de seus beneficiários. As primeiras atividades

educativas com esse foco ocorreram em 1994, exatamente no Dia Mundial da Ali-

mentação. Com essa ação a instituição pretende sensibilizar o público interno quanto

à importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis como fator de prevenção de

doenças, em especial, da obesidade e comorbidades associadas. O programa compre-

ende a realização de cursos, palestras e oficinas, que contam a parceira do SESI.

Desde 2005, a Diretoria Regional do Rio Grande do Sul desenvolve o

“Projeto de Prevenção e Tratamento da Obesidade”. Suas ações visam

conscientizar os empregados e dependentes da importância da recuperação e

manutenção do peso saudável para a saúde e qualidade de vida, amenizando os

Page 89: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

88

fatores de risco decorrentes da obesidade e reduzindo o número de cirurgias

bariátricas. O projeto é executado por uma equipe multidisciplinar: médico

clínico, psicólogo, assistente social, nutricionista e funcionário da área de

benefícios, além do apoio de profissionais credenciados. São realizados, entre

outras atividades, atendimentos individuais, visitas a instituições especializadas,

avaliação e acompanhamento pré e pós-cirúrgico. Mensalmente essa equipe se

reúne para socializar informações e definir ações.

Em 2006, o projeto da regional gaúcha foi agraciado com o prêmio concedido

pelo ISMA – BR Internacional Stress Management Association em reconhecimento às

ações bem-sucedidas e voltadas à qualidade de vida e educação alimentar. Os

resultados alcançados entre janeiro e setembro de daquele ano justificam o

reconhecimento internacional recebido pelo projeto:

▲ Realização de cinco ações de prevenção com a participação de 7.000 em-

pregados;

▲ Acompanhamento de 63 empregados e dependentes pela equipe do projeto;

▲ 90% dos participantes do projeto já obtiveram alguma perda de peso, bem

como mudanças comportamentais e sociais proporcionando assim a melhoria da

sua qualidade de vida;

▲ Entre os empregados participantes do grupo de carteiros, registrou-se 6%

de redução de peso;

▲ 100% de melhora na produtividade e no relacionamento interpessoal dos

empregados participantes.

Desde o primeiro semestre de 2003, o Instituto de Seguridade Social Metrus,

que atende aos empregados ativos da Companhia do Metropolitano de São

Paulo, passou a oferecer aos beneficiários de seus planos de saúde o “Programa

Saúde & Equilíbrio”. Trata-se de um programa que promove a busca do peso

saudável e que está direcionado aos colaboradores nos quais se constatou um

índice de massa corpórea (IMC) maior que 25, segundo pesquisa interna feita

na instituição.

O Metrô, em parceira com o Metrus, disponibiliza os recursos necessários

para o tratamento, tais como: rede referenciada de nutricionistas; academias para

a prática de atividade física; rede conveniada de clínicas especializadas para o

tratamento da obesidade; rede referenciada de grupos de apoio e recursos internos,

já existentes, como os consultórios dietoterápicos e os metroclubes. Os empregados

que aderirem ao programa podem realizar gratuitamente os exames de colesterol,

Page 90: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

89

triglicérides, hemograma, TSH, glicemia e hemoglobina glicosilada.

Em junho de 2006, teve início o “Programa de Apoio ao Paciente Incentivado”

– PAPI, destinado a todos os beneficiários dos planos administrados pelo Metrus

(Metrus Saúde Integral - MSI, Metrus Saúde Especial - MSE e Metrus Saúde

Básico - MSB). O público-alvo são os pacientes com indicação de cirurgia bariátrica,

que apresentem IMC acima de 35, mas que não se enquadram integralmente na

Resolução do Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM Nº 1.766, de

julho/2005), que regulamenta a realização deste procedimento.

A autogestora constatou que alguns requisitos exigidos pela resolução do CFM

dificilmente são alcançados pelos beneficiários, tais como: obesidade estável há

pelo menos cinco anos; ou dois anos de tratamento clínico contínuo e prévio, não

eficaz (dietoterapêuticos, psicoterapêuticos, medicamentosos e por exercícios físicos).

O programa, que conta com uma assistente social e um médico, procura atender a

esses pacientes, a partir das seguintes estratégias:

▲ Acompanhamento nutricional: a primeira avaliação, no valor de R$ 25,00,

é paga pelo paciente, que tem os demais atendimentos custeados pelo Metrus,

durante 24 meses. O plano consiste em atendimentos quinzenais durante os seis

primeiros meses; sessões mensais nos seis meses seguintes; e atendimento mensal

ou bimestral pelos 12 meses restantes;

▲ Apoio psicoterápico: com a participação do paciente em 30% do valor;

▲ Atendimento médico de acordo com as normas do plano;

▲ Incentivo à prática de atividade física monitorada, com subsídio.

A Fundação Sabesp de Seguridade Social (Sabesprev) também conta com pro-

gramas de promoção da saúde em áreas específicas, entre elas, saúde cardíaca,

prevenção do câncer, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, dislipidemia,

ergonomia, vacinação etc. Em muitos casos, os beneficiados sujeitos à co-

participação são isentos da cobrança para a realização de exames preventivos, tais

como mamografia e papanicolau. No caso dos programas de vacinação, por exemplo,

o plano cobre diversas vacinas que não fazem parte do calendário oficial, sem

qualquer ônus para o beneficiário.

Desde 2004, os pacientes candidatos à cirurgia de obesidade passam

obrigatoriamente por uma entrevista médica para esclarecimento e para aferir se

todos os critérios foram cumpridos para a realização da cirurgia bariátrica. Caso o

paciente não cumpra os requisitos mínimos para o procedimento, ele é encami-

nhado a um programa especial para controle de peso.

Page 91: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

90

VacinaçãoA Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz)

promove campanha nacional de vacinação contra a gripe, desde 2001, imunizando

os beneficiários e seus dependentes, sem nenhum custo. Em paralelo a esta campa-

nha, são realizadas parcerias com as Secretarias de Saúde para vacinação dos idosos,

no mesmo período da campanha nacional desenvolvida pelo Ministério da Saúde.

A divulgação dessa atividade ocorre mediante a distribuição de cartazes, panfletos

e folders nos locais de trabalho dos beneficiários, nas agências de atendimento, pelo

envio de e-mails informativos, por telefone, por vídeos ou por meio do site.

A vacinação, que tem abrangência nacional, é disponibilizada em locais onde

há maior concentração de beneficiários, melhor localização e acessibilidade. Na

quinta edição do programa, foi possível vacinar 23.474 pessoas. Algumas gerências

regionais aproveitam a ocasião para promoverem outras ações como a medição da

pressão arterial, teste de glicemia e a arrecadação de alimentos e agasalhos para a

doação a instituições que atendem populações carentes.

Já a Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco da Amazônia (CASF) iniciou,

em dezembro de 2006, suas ações neste tipo de benefício, por intermédio do Núcleo

de Vacinoterapia, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará. Durante

uma semana o núcleo atendeu 382 beneficiários, disponibilizando as vacinas contra

febre amarela, gripe, hepatite B, tétano e a tríplice viral, que protege contra sarampo,

caxumba e rubéola. Essa ação terá continuidade, sendo realizada mensalmente. A

Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) tem realizado campanhas de

vacinação desde 1999 para os beneficiários ativos de seus planos de saúde, com taxas

médias de 60% da população assistida sendo imunizada a cada ano.

Habilitação e reabilitaçãoA Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações (ABET) criou,

em 1986, o “Programa Especial de Habilitação e Reabilitação”, que atualmente

conta com 56 inscritos, oferecendo atenção aos portadores de deficiências físicas,

mentais, intelectuais, sensoriais e mistas, na infância e adolescência. São elegíveis os

casos de paralisia cerebral, paraplegias, amputações, retardo no desenvolvimento neuro-

psicomotor, deficiências auditiva e visual, diversas síndromes e quadros mistos.

Além das coberturas já previstas pelo plano de assistência à saúde da autogestora,

o programa prevê coberturas diferenciadas para tratamentos de fonoaudiologia,

psicoterapia e terapia ocupacional; assistência odontológica especial; próteses e

Page 92: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

91

órteses, mesmo as desvinculadas do ato cirúrgico; subsídio para escolas especiais e

auxílio transporte para a realização das terapias. Todo o atendimento é feito na

rede de prestadores credenciados, sob indicação e acompanhamento de profissionais

especializados da ABET. Após acompanhamento e tratamento durante a infância e

adolescência, fases de maior plasticidade orgânica para habilitação e reabilitação,

uma vez atingida a evolução possível para o quadro que se apresenta, os pacientes

são desligados do programa e prosseguem sua assistência por meio do plano de

assistência à saúde disponível a todos os beneficiários.

Terapias alternativasAlgumas instituições disponibilizam terapias alternativas para seus colaboradores

e beneficiários dos planos de assistência à saúde. Entre elas está a Fundação Sabesp

de Seguridade Social (Sabesprev) que oferece tratamentos de psicoterapia,

acupuntura e homeopatia. Em 2006, a atividade de hidroterapia passou a ter

cobertura no plano dos empregados ativos. Outro exemplo é a Perdigão

Agroindustrial, que também oferece acupuntura para seus colaboradores em algumas

de suas unidades, mas que já estuda a possibilidade de implantar esse tipo de

tratamento alternativo em todos os ambulatórios da empresa.

Os planos médicos-hospitalares da Caixa de Assistência dos Empregados do

Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Cabergs) cobrem as especialidades de

homeopatia e acupuntura, além de sessões de psicoterapia realizadas por psiquiatras

ou por psicólogos. Para os beneficiários da Companhia Espírito Santense de

Saneamento (Cesan), o tratamento de homeopatia é oferecido desde 2002. Mais

recentemente, em 2005, foram introduzidas ainda a psicoterapia e a acupuntura.

Prevenção a DSTs e AidsA Perdigão Agroindustrial possui um calendário anual de eventos onde consta

todas as campanhas de sensibilização, prevenção e valorização do funcionário, que são

desenvolvidas durante o período. Além das campanhas, possui ações específicas para

tratar determinados temas, dentre eles, o “Programa de Prevenção à DST/Aids”.

Por meio da “Campanha de Conscientização e Prevenção sobre HIV/Aids

no Local de Trabalho”, a empresa incentiva os funcionários a refletirem sobre o

tema, procurando motivá-los para a adoção de práticas de sexo seguro que

protejam tanto a própria saúde como a da família. Um dos estímulos é o incentivo

ao uso do preservativo, distribuído aos funcionários junto com material

Page 93: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

92

COMBATE À AIDS Perdigão realiza três campanhas por ano para promoverconscientização em relação à prevenção da infecção pelo HIV/Aids

Div

ulga

ção

Perd

igão

informativo. A campanha ocorre simultaneamente em todas as unidades da em-

presa espalhadas pelo país. Em 2006, as atividades ocorreram entre os dias 28 de

setembro e 9 de outubro.

O slogan escolhido para a campanha foi “Não leve o vírus HIV/Aids para casa.

Previna-se” e teve a coordenação da área de Relações Humanas – Perdigão Saúde.

A empresa estima ter atingido 25 mil pessoas de forma direta, sem contar aquelas que

foram atingidas indiretamente por alguma ação desenvolvida no período. O tema da

prevenção ao HIV/Aids está presente ainda nas campanhas educativas que a empresa

realiza no período do carnaval, que incluem também a distribuição de preservativos.

As primeiras iniciativas de prevenção ao HIV/Aids na Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos (ECT) datam de 1993, quando foi implantado o “Programa

Nacional de Prevenção e Acompanhamento das Doenças Sexualmente

Transmissíveis (DSTs) e da Aids”. O objetivo desta ação é informar e contribuir

para a redução de possíveis focos de discriminação e preconceito relacionados ao

HIV/Aids nos locais de trabalho e às diversas formas de transmissão das DSTs. A

cada ano, em fevereiro e dezembro, também são realizadas campanhas educativas

em sintonia com os temas das campanhas do Ministério da Saúde para o Carnaval

e para o Dia Mundial de Combate a Aids. Em algumas regiões do país são realizadas

atividades extensivas ao público externo, visando conscientizar a comunidade.

Page 94: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

93

Incentivo ao voluntariadoA Caixa Econômica Federal estruturou, no início de 2005, um “Programa de

Voluntariado” com o objetivo de propiciar aos seus colaboradores iniciativas pelas

quais eles podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população

brasileira. São ações de voluntariado e cidadania, estruturadas com foco na

solidariedade e inclusão social, que integram a política de Responsabilidade Social

da instituição. O programa prevê o apoio da Caixa à atividade voluntária dos seus

colaboradores em projetos que a própria empresa desenvolve ou apóia. Atualmente,

quatro projetos são realizados:

▲ “Programa Adolescente Aprendiz”: nesta iniciativa os voluntários atuam

como instrutores dos adolescentes;

▲ “Alfabetização de Jovens e Adultos”: atualmente voltado para os empregados

de empresas que prestam serviços à Caixa;

▲ “Coleta Seletiva de Lixo”: os colaboradores da Caixa, por adesão, selecionam

o material descartado em suas unidades de trabalho, que é destinado a cooperativas

de recicladores apoiadas pela empresa;

▲ “Solidários Contra o Câncer Infanto-Juvenil”: os funcionários se engajam

em subprojetos específicos com o objetivo de beneficiar hospitais especializados,

casas de apoio e as crianças portadoras da doença e suas famílias.

O “Programa Adolescente Aprendiz” é desenvolvido em parceria com enti-

dades sem fins lucrativos; trata-se de um programa de aprendizado voltado para

população jovem com duração de até 21 meses. Os adolescentes têm acesso à

Universidade Corporativa Caixa e o conteúdo teórico do programa é

complementado pela execução de exercícios práticos sob a orientação de colabo-

radores da instituição, no próprio ambiente de trabalho.

Eles têm também um contrato de trabalho, com carteira assinada, sob respon-

sabilidade da entidade convenente, assegurados os direitos trabalhistas previstos na

legislação vigente. A referida entidade é responsável pela aplicação de conteúdos

pertinentes à informática, cidadania, matemática e língua portuguesa. Ao concluir

o programa com o aproveitamento requerido, o adolescente recebe um certifica-

do de conclusão assinado, em conjunto, pela Caixa e pela entidade parceira.

Page 95: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

94

Continuar oferecendo assistência suplementar à saúde coletiva com qualidade,

competência e profissionalismo, sem perder de vista a relação custo-benefício. Estas

são as premissas básicas do planejamento das instituições de autogestão para os próximos

anos. Ações destinadas à prevenção primária da população assistida continuam presentes

no escopo dos serviços previstos para 2007 e 2008. As autogestões que já dispõem de

iniciativas na área, deverão aprimorar os programas oferecidos; aquelas que ainda

não dispõem de benefícios nessa linha pretendem implementá-los.

Também fazem parte da lista de serviços a serem oferecidos o acompanhamento

de doenças crônicas, o gerenciamento de riscos, ações voltadas à prevenção secundária,

assistência farmacêutica, internação domiciliar, cuidados com a saúde materno-infantil,

da mulher e do idoso, dependência química, saúde bucal e mental. Há ainda programas

de vacinação e terapias alternativas. Em comum, todas as ações previstas para os

próximos anos buscam a preservação da qualidade de vida dos beneficiários.

Prevenção em focoCom o propósito de estimular a mudança do modelo de atenção à saúde de seus

associados por meio de programas de promoção da saúde, prevenção de riscos e doenças

e monitorização de pacientes portadores de doenças crônicas, a Sam-Bemat planeja

para 2007 um programa bastante abrangente que envolverá a realização de palestras de

esclarecimento, conscientização e informação. A iniciativa faz parte das estratégias

previstas na Política de Indução das Ações de Promoção da Saúde e Prevenção de

Riscos e Doenças no âmbito da Saúde Suplementar, desenvolvida pela ANS.

CAPÍTULO 6

Expectativas e planosfuturos das autogestões

Page 96: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

95

Com a iniciativa, a instituição pretende alcançar 47% do total de associados no

programa de “Prevenção de Doenças” e no de “Promoção da Saúde” e 5% dos

associados portadores de doenças crônicas. Os critérios de inclusão para participação

nos programas serão: faixa etária, sexo e o fato de portar doenças crônicas não-

transmissíveis, os quais serão agrupados com base nos temas a serem abordados nas

palestras, cujo público estimado é de 50 pessoas em cada encontro.

Os temas das palestras foram extraídos dos questionários respondidos por

beneficiários da Sam-Bemat, sobre o perfil de saúde, cuja coleta ocorreu no período

de dezembro de 2006 e janeiro de 2007. Entre as iniciativas programadas para 2007,

estão previstas as sessões de “Café da Manhã Saudável”, um ciclo de palestras com o

objetivo de promover mudanças na forma como os associados dão atenção a sua

saúde, nas quais serão abordados os seguintes temas: estilo de vida saudável, doenças

cardiovasculares, diabetes, câncer, saúde da mulher e saúde do homem.

Serão incentivadas também as atividades físicas, por meio de aulas de exercíci-

os que os participantes possam realizar, posteriormente, em suas próprias casas.

Diminuir o índice de internações dos associados portadores de doenças crônicas,

por meio de visitas regulares para orientar sobre os riscos de agravamento dos

problemas de saúde que o assistido possua, também está nos planos da Sam-Bemat.

Para os próximos anos, o planejamento estratégico da Sabesprev determina um

forte investimento na área de prevenção, com estratégias bastante abrangentes. Entre

elas, destaque para a criação de programas voltados à prevenção primária, tais como:

▲ Confecção de folhetos educativos sobre as principais doenças que atingem

a população assistida;

▲ Realizar eventos educacionais associados a estações de saúde para o diag-

nóstico precoce de diversas patologias e aferição do risco cardiovascular;

▲ Ciclos de palestras para funcionários, incluindo estrutura de apoio para os

temas abordados, em especial o tabagismo;

▲ Oficinas para gerenciamento do estresse e promoção da saúde;

▲ Criar calendário de prevenção para distribuição aos beneficiários;

▲ Reformular o portal na internet para permitir ao cliente o acesso a informa-

ções sobre prevenção em linguagem simples e acessível.

Após o levantamento do perfil epidemiológico de sua população assistida, a

Forluz deverá realizar várias ações de promoção da saúde. Entre os principais

problemas de seus beneficiários, foram identificados: sedentarismo, obesidade,

hipertensão arterial não tratada adequadamente, hábitos de alimentação inadequados,

Page 97: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

96

índices elevados de alcoolismo. Essas ações estão sendo previstas para se iniciarem

ainda no primeiro semestre de 2007, e serão realizadas na capital e região

metropolitana de Minas Gerais, onde o número de participantes é maior.

A Agros, por sua vez, dará continuidade às ações do “Programa Pró-Saúde”,

incluindo a realização de campanhas temático-educativas e estratégias de

sensibilização que priorizem a promoção da saúde e a prevenção de doenças.

Campanhas educativas, palestras, feiras de saúde, semanas de prevenção de

acidentes são algumas das ações pontuais com enfoque na promoção da saúde

que a SPTrans reservou para este ano. Em 2006, a empresa constituiu uma

Comissão de Saúde Corporativa para identificação das atividades prioritárias.

Aumentar o número de oficinas realizadas e de participantes nessas atividades

estão entre os planos da Fundação Pampulha. A instituição também deverá esten-

der os programas já existentes para outras regiões do país e atuar na porta de

entrada, interagindo com os beneficiários do plano de saúde, conhecendo o estilo

de vida dos mesmos, a fim de definir políticas e estratégias para a elaboração de

programas eficazes de promoção da saúde e prevenção de doenças.

O Serpro pretende ampliar suas ações de promoção da saúde e prevenção de

doenças com a expansão do Módulo de Gerenciamento de Estresse do “Programa

Serpro de Qualidade de Vida” – PSQV. No final de 2006, todos os coordenadores

dos módulos do PSQV participaram, junto com o corpo gerencial, do encontro para

a elaboração do planejamento estratégico 2007 da Superintendência de Gestão de

Pessoas. Até o final deste ano, o MGE deve ser implantado em todas as unidades

regionais da instituição. O Módulo de Promoção da Saúde (MPS) deve estar aprovado

ainda este ano, com previsão de implantação nacional até o final de 2008.

Já a Cassi deve investir na sistematização dos processos de avaliação dos pro-

gramas implantados para os seus beneficiários. O planejamento institucional deste

ano prevê a realização de avaliação dos resultados alcançados (metodologia, cober-

tura, satisfação dos participantes etc.) e sua conseqüente reformulação, se necessário.

Gerenciamento de doenças crônicasEm seu planejamento estratégico para os próximos anos, a Sabesprev tam-

bém definiu algumas ações voltadas para a prevenção secundária, entre as quais

destacam-se:

▲ Criar rede preferencial de atendimento para as principais doenças crônicas,

remunerando por performance, a começar pela obesidade;

Page 98: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

97

▲ Criação de programa de atendimento domiciliar para pacientes oncológicos

em fase terminal;

▲ Criação de programa de apoio à alta hospitalar, visando educar paciente e

familiares, aumentando a adesão ao tratamento e reduzindo as taxas de re-

hospitalização de doentes crônicos;

▲ Intensificar a atuação em prevenção terciária, estimulando a indicação de

pacientes para os programas de gerenciamento de doenças e home care.

Os programas e ações da área de saúde da ECT também foram revisados e

reestruturados para 2007, tornando-os corporativos, ou seja, desenvolvidos por

todas as diretorias regionais, de forma a abranger 100% do efetivo da empresa.

Serão definidos indicadores e metas para todo o país. A instituição começa o ano

com o “Programa de Acompanhamento de Pacientes Portadores de Doenças

Crônicas”, com foco inicialmente em duas patologias: hipertensão e diabetes.

Outra iniciativa prevista é o “Mapeamento do Perfil de Saúde dos Empregados

da ECT”, que visa subsidiar todas as ações e programas de prevenção de doenças e

promoção da saúde desenvolvidas pela instituição. A ECT também dará continui-

dade aos programas de exames médicos periódicos, ginástica laboral, combate e

prevenção ao tabagismo (“Programa Médico de Troca – Troque o Fumo por

Mais Saúde”) e projetos e ações de ergonomia.

Faz parte dos planos da GEAP atuar na implementação de estratégias que

atendam os portadores de cardiopatias crônicas não-agudizadas, portadores de

doenças mentais, dependentes químicos (drogas e álcool) e também portadores de

neoplasias malignas não-terminais.

A Caixa Econômica Federal também prospectou para o período a implanta-

ção dos programas de “Gerenciamento de Estresse”; “Prevenção e Assistência ao

Dependente Químico” e “Gerenciamento de Doenças Crônicas”. O plano Saúde

Caixa contemplará em suas ações o gerenciamento de doenças crônicas, mapeamento

e gerenciamento de riscos, entre outras atividades focadas no aperfeiçoamento da

gestão e no uso racional dos recursos.

A Cesan também elegeu os programas de gerenciamento de doentes crônicos

para compor sua estratégia de serviços oferecidos em 2007. Para tanto, pretende

trabalhar com relatórios de aquisição de medicamentos, relacionados a patologias

do programa de farmácia, e com um software de gerenciamento do sistema.

Otimizar o gerenciamento de doenças crônicas, assim como ampliar as ações

de promoção da saúde e prevenção de doenças são preceitos básicos que também

Page 99: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

98

fazem parte do planejamento de trabalho para 2007 das autogestões Funasa-Saúde,

Cabergs, IPREF e Metrus. Neste último caso, a instituição pretende atuar com

grupos de risco formados por hipertensos e diabéticos.

Saúde de populações específicasEm 2007, a GEAP implantará uma política de incentivo ao parto normal. A

iniciativa, cuja abrangência é nacional, objetiva reduzir o número de cesarianas,

buscando aumentar em pelo menos 3% o número de partos normais, no período

de um ano. O profissional de saúde que mais realizar partos normais receberá uma

menção honrosa de “Destaque Brasil”. Para a instituição de saúde que cumprir a

meta estabelecida e apresentar percentual superior às demais, no âmbito de seu

Estado, será oferecido pela GEAP um certificado de qualidade dos serviços prestados

e uma placa comemorativa, chancelados pela Coordenação da Área Técnica de

Saúde da Mulher/Ministério da Saúde.

A preocupação com a saúde da mulher também está presente nos planos da

Agros que realizará, dentro do “Programa Pró-Saúde”, um projeto de prevenção

de câncer de colo de útero, proporcionando acompanhamento mais sistemático da

população assistida com risco para o desenvolvimento dessas patologias.

A Assefaz tem a intenção de ampliar as ações de promoção da saúde e prevenção

de doenças implantando o “Programa de Experiência de Vida”, direcionado a idosos.

Pretende ainda aumentar o número de beneficiários atendidos com terapia

ocupacional, coral, ginástica laboral; ampliar os programas de esporte e lazer; incen-

tivar os beneficiários a serem doadores de sangue, além de estender os benefícios do

“Programa de Educação e Acompanhamento ao Doente Crônico” para todo país.

Saúde bucalCom a implementação do “Programa Odontológico”, a GEAP tenciona investir

na promoção da saúde bucal de todos os seus beneficiários. Para tanto, a instituição

contará com a atuação multilateral de odontólogos e médicos da Rede Assistencial

Credenciada. As estratégias serão definidas de acordo com as necessidades inerentes

a cada etapa da vida, por meio do monitoramento feito a partir da aplicação de um

protocolo denominado Perfil Clínico-Epidemiológico.

Com esse programa, a GEAP prevê a adoção de práticas preventivas em detri-

mento das curativas, e atuará com orientações que facilitem a maior compreensão,

por parte dos beneficiários, das necessidades em saúde bucal. A instituição espera,

Page 100: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

99

ainda, permitir uma interação positiva no fluxo de referência e contra-referência

que ocorrerá entre os odontólogos treinados para o programa, os outros profissionais

da rede credenciada e os médicos, de tal forma que seja criada uma cultura coletiva

em prol da melhoria da qualidade de vida por meio de uma boa saúde bucal.

Internação domiciliar – Saúde mentalAprimorar o atendimento domiciliar será a principal preocupação da CASF

durante 2007. Apesar de ações concretas da autogestora dependerem do resultado do

Censo de Saúde, realizado para definir de forma mais coerente e eficaz as ações de

promoção da saúde, o foco da instituição está direcionado para a medicina preventiva,

que deve nortear todas as ações e programas. A CASF pretende ainda ampliar,

sistematizar e regulamentar as ações voltadas para o atendimento domiciliar.

A Agros propõe um projeto de cuidado domiciliar cujo propósito é disciplinar

as demandas já existentes na instituição de pacientes em estado crônico. Também

para este ano está prevista a implantação de um segundo projeto de saúde mental

contemplando diferentes critérios de absorção e continuidade do atual “Programa

de Saúde Mental”.

Assistência farmacêuticaCom a criação do AssisFarma, a GEAP pretende implantar assistência farma-

cêutica para participantes do “Programa de Prevenção de Gerenciamento de Risco”

– PPGR. Para tanto, a instituição criou uma relação de medicamentos essenciais

que estarão à disposição do Médico Vinculador Assistencial para distribuição ao

grupo de beneficiários atendidos por esse profissional.

O “Programa de Farmácia” instituído pela Cesan contará com o apoio de um

software de gerenciamento do sistema. E apesar de não haver participação financeira

da instituição na dedução do valor dos medicamentos, será concedido desconto

entre 20 e 25% em lista de medicamentos com possibilidade de desconto em folha

após 60 dias da aquisição.

Todos os programas e ações relatados nesta publicação ganham uma dimensão e

uma importância ainda maiores se for levado em consideração o fato de que o siste-

ma de autogestão de planos de saúde continuará buscando, como o fez ao longo de

sua trajetória, as melhores respostas aos desafios da assistência à saúde no Brasil.

Page 101: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

100

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Dire-

toria de Desenvolvimento Setorial. Caderno de Informação da Saúde Suple-

mentar: beneficiários, operadoras e planos. Rio de Janeiro: ANS, dezembro de

2006. 100 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento

de Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2006 : uma análise da situação

de saúde no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 620 p. (Série G. Esta-

tística e Informação em Saúde).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de

Atenção à Saúde. Política nacional de promoção da saúde. Brasília: Ministério da

Saúde, 2006. 60 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde).

BRASIL. Ministério do Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: acesso e utilização de

serviços de saúde 2003. Rio de Janeiro: IBGE; 2005.

CAVALCANTE, Ana Paula. Programa de Estímulo à Promoção da Saúde e Prevenção

de Doenças da ANS – Experiências Bem Sucedidas. Apresentação no III Semi-

nário Nacional de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças no Setor de

Saúde Suplementar. Rio de Janeiro: ANS, 13 de dezembro de 2006.

CZERESNIA, Dina. Ações de Promoção à Saúde e Prevenção de Doenças: o papel da

ANS. Texto elaborado para o Fórum de Saúde Suplementar. Brasília: ANS,

julho de 2003.

Page 102: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

101

JORGE, Alzira de Oliveira. Mudanças nos modelos assistenciais na suplementar – uma

nova perspectiva regulatória. Apresentação no III Seminário Nacional de Pro-

moção da Saúde e Prevenção de Doenças no Setor de Saúde Suplementar.

Rio de Janeiro: ANS, 13 de dezembro de 2006.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Carta de Otawa – Primeira Con-

ferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Ottawa, Canadá, novem-

bro de 1986.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Declaração de Jacarta – Quarta

Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Jacarta, Indonésia, 21

a 25 de julho de 1997.

REIS, Afonso. Política de indução das ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos

e Doenças, no âmbito do Setor de Saúde Suplementar, visando à integralidade da

Atenção à Saúde. Apresentação no III Seminário Nacional de Promoção da

Saúde e Prevenção de Doenças no Setor de Saúde Suplementar. Rio de

Janeiro: ANS, 13 de dezembro de 2006.

UNIDAS. Autogestão em Saúde no Brasil 1980-2005: história da organização e conso-

lidação do setor. São Paulo, abril de 2005, 96 p.

UNIDAS. Relatório da Pesquisa Nacional Unidas 2005. São Paulo, novembro de

2006, 44 p.

Page 103: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

102

ABET Associação Beneficente dos Empregados em Telecomunicações

AFRERJ Associação dos Fiscais de Rendas do Estado do Rio de Janeiro

AGROS Instituto UFV de Seguridade Social

AMMP Associação Mineira do Ministério Público

ASSEFAZ Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda

CABERGS Caixa de Assistência dos Empregados do Bancodo Estado do Rio Grande do Sul

CAMED Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil

CAMEP Caixa de Assistência dos Magistrados de Pernambuco (filiada Gremes/Unidas)

CAPESESP Caixa de Pecúlios, Assistência e Previdência dos Servidoresda Fundação Serviços de Saúde Pública

CASF Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco da Amazônia S/A

CASSI Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil

CEF Caixa Econômica Federal

CESAN Companhia Espírito Santense de Saneamento

ECT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

FASSINCRA Fundação Assistencial dos Servidores do Incra

FORLUZ Fundação Forluminas de Seguridade Social

FUNASA-SAÚDE Caixa de Assistência dos Empregados da Saelpa

FUNDAÇÃO CESP Fundação Cesp

FUNDAÇÃO PAMPULHA Fundação Pampulha de Assistência à Saúde

GEAP Fundação de Seguridade Social

INB Indústrias Nucleares do Brasil S/A

IPREF/IPFPMG Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos

METRUS Instituto de Seguridade Social

PASA Plano de Assistência à Saúde do Aposentado da CVRD

PERDIGÃO Perdigão Agroindustrial S/A

SABESPREV Fundação Sabesp de Seguridade Social

SAM-BEMAT Caixa de Assistência Médica dos Ex-empregados do Bancodo Estado de Mato Grosso

SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados

SPA Sistema Paulista de Assistência

SPTRANS São Paulo Transporte S/A

Autogestões que colaboraramcom esta publicação

Page 104: Promoção da saúde na autogestão

PRO

MO

ÇÃO

DA

SA

ÚDE

- Met

a e

Com

prom

isso

da

Aut

oges

tão

UN

IDA

S

103

Relação das filiadas Unidas

ABAS 15

ABET

AFFEAM

AFFEGO

AFFEMAT

AFISVEC-SAÚDE

AFRAFEP

AFRERJ

AFRESP

AGROS

ALEMG

ALVORECER

AMAGIS

AMMP

APUB SAÚDE

ARACRUZ CELULOSE S.A.

ASEFE

ASFAL

ASFEB

ASFEPA

ASPBMES

ASSED

ASSEFAZ

ASSEPAS

ASTTTER

BACEN

BANESCAIXA

BARDELLA

BRB SAÚDE

C.S. ASSISTANCE

CAAB

CAARJ

CABERGS

CABERJ

CABESP

CAEME

CAFAZ

CAFBEP

CAGIPE

CAMED

CANOASPREV

CAPESESP

CASEC

CASF

CASSEB

CASSES

CASSI

CASSIND

CAURJ

CEF

CELGMED

CELPA

CEMAR

CEPEL

CERON

CESAN

CET

CETESB

CNEN

CODESA

COELBA

COMPREV

COMSEDER

CONAB

COOPTASIM-ES

COPASA

COPESUL

COSANPA/PAM

COSIPA

CST

CVRD

DESBAN

ECONOMUS

ECT

ELETRONORTE

ELETRONUCLEAR

ELETROS

ELETROSUL

ELOS

EMBRAER

EMBRAPA

EMBRATEL

ENERSUL

ESCELSOS

FACEB

FACHESF

FAPES

FAS

FASCAL

FASSINCRA

FIOPREV

FIRJAN SAÚDE

FORLUZ

FUNASA-SAÚDE

FUNDABEM

FUNDAÇÃO CESP

FUNDAÇÃO PAMPULHA

FUNDAFFEMG

FUNSEFAZ

FUNSERVIR

GEAP

GEIPOT

GEVISA

GREMES

INB

IPALERJ

IPREF/IPFPMG

IRB

METRUS

MPU/PLAN-ASSISTE

NOVELIS

NUCLEP

OAB-SAÚDE (CAA/AL)

PASA

PERDIGÃO

PETROBRAS

PETROBRAS DISTRIBUIDORA

PREV SAÚDE

PREVIMINAS

PRÓ-SAÚDE

PROASA

PRODESP

REAL GRANDEZA

SABESPREV

SAM-BEMAT

SAMEISA

SAÚDE CEMO

SENADO FEDERAL

SENERGISUL/SENERSAÚDE

SEPACO SAÚDE

SERPRO

SESEF

SESI DR/MT

SESI/AC

SISTEL

SOLVAY

SPA

SPTRANS

SUDECAP

SUZANO

TELESP

TRT 8ª REGIÃO

TRT-MG

UNAFISCO SAÚDE

UNIFENAS

USIMINAS

VOLKSWAGEN

WMS

Page 105: Promoção da saúde na autogestão

Coordenador: Mário Scheffer Editor: Fernando Fulanetti Redatora: Dulce RochaAssistente de produção: Ruth Nagao Projeto gráfico: José Humberto de S. Santos

Apoio (Unidas): Andréia Cristina Ferreira Bessa Moreno e Tais Itala Depiné Campos PortelaFotos: Digitalvision e material de divulgação das filiadas da Unidas

Tiragem: 6.000 exemplares. Copyright © 2007 UnidasFotolitos e impressão: Imprint Artes Gráficas (www.imprintgrafica.com.br)

Fotos da capa, de cima para baixo: aula de ginástica laboral (ECT); atividade do “Programa de Orientação à Gestante” (Cabergs);caminhada do “Programa Viva Coração” (Cassi); aula de pintura do projeto “Terapia Ocupacional” (Assefaz); campanha “Vivercom Saúde” (Fundação Pampulha); aula de ginástica do projeto “Terapia Ocupacional” (Assefaz). Contracapa: projeto “Abraçandoa Saúde - Caminhada do Idoso” (Funasa-Saúde); aula de ginástica laboral (GEAP); projeto “Primeira Caminhada Ecológica”(Assefaz); palestra do “Grupo de Vida Saudável - Empresarial” (Cassi); atendimento em consultório próprio (Sabesprev); dinâmicade grupo do “Programa Mulher de Corpo e Alma” (Funasa-Saúde). Créditos: material de divulgação das respectivas instituições.

Page 106: Promoção da saúde na autogestão

Apoio:

www.geap.com.br www.roche.com.br