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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHO CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAO

PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAO

Coordenador:

M.Sc. Henrique Mariano Costa do Amaral

So Lus MA 2008Projeto Pedaggico do Curso de Engenharia de Computao

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHO CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAO

PROJETO PEDAGGICO DO CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAO

Projeto Pedaggico apresentado a PrReitoria de Graduao da Universidade Estadual do Maranho para criao do Curso de Engenharia de Computao.

Comisso Organizadora

Henrique Mariano Costa do Amaral(M.Sc. em Cincia da Computao)

Denivaldo Cicero Pavo Lopes(Dr. em Informtica)

Ccero Costa Quarto(M.Sc. em Cincia da Computao)

Zair Abdelouahab(Ph.D. em Cincia da Computao)

Sofiane Labidi(Dr. em Informtica)

Manira Abud Santos(Dr. em Pedagogia)

Sebastian Yuri Catunda(Dr. em Engenharia de Eletricidade)

Joo Viana da Fonseca Neto(Dr. em Engenharia de Eletricidade)

Manuel Leonel da Costa Neto(Dr. em Engenharia de Eletricidade)

So Lus - MA 2008Projeto Pedaggico do Curso de Engenharia de Computao

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHO CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAO

Universidade Estadual do MaranhoProf. M.Sc. Jos Augusto Silva OliveiraReitor

Prof. M.Sc. Gustavo Pereira da CostaVice-Reitor

Prof. Dr. Porfrio Candanedo GuerraPr-Reitor de Graduao

Prof. M.Sc. Jos Gomes PereiraPr-Reitor de Planejamento

Prof. M.Sc. Jos Bello Salgado NetoPr-Reitor de Administrao

Profa. M.Sc. Grete Soares PfluegerPr-Reitora de Extenso e Assuntos Estudantis

Prof. M.Sc. Walter Canales SantanaPr-Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao

Prof. Dr. Joel Manuel Alves FilhoDiretor do Centro de Cincias Tecnolgicas

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Projeto Pedaggico do Curso de Engenharia de Computao

ResumoO objetivo deste documento o Projeto Pedaggico para o Curso de Engenharia de Computao a ser oferecido pelo Centro de Cincias Tecnolgicas (CCT) da Universidade Estadual do Maranho (UEMA). A responsabilidade deste plano garantir qualidade aos formandos, estabelecendo as competncias e habilidades mnimas para o perfil profissiogrfico desejado, com a necessria base tecnolgica, atendendo ao disposto no inciso II do art. 43 da LDB que estabelece como uma das finalidades do ensino superior formar diplomados nas diversas reas de conhecimento, aptos para a insero em setores profissionais e para a participao no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formao contnua. Para a consecuo deste projeto, tomou-se por base: documentos e recomendaes emanadas: pela Sociedade Brasileira de Computao (SBC), em particular a sua proposta Currculo de Referncia da SBC para Cursos de Graduao em Bacharelado em Cincia da Computao e Engenharia da Computao verso 2005; pelo SESu/MEC e INEP/MEC; pelo Plano de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico do Estado do Maranho (PDCT); pelo documento intitulado Um Plano Pedaggico de Referncia para Curso de Engenharia de Computao e elaborado pelos professores Cesar Teixeira, Joberto Martins, Antonio Prado, Orides Junior, Cludio Geyer e Pauli Azeredo; pelas Diretrizes Curriculares para Cursos de Graduao em Engenharia e Cincias da Computao. guias e relatrios de fora tarefa: ACM Guidelines For Associate-Degree Programs In Computer Science 2002; The Joint Task Force for Computing Curricula 2005 - A cooperative project of The Association for Computing Machinery (ACM), The Association for Information Systems (AIS), The Computer Society (IEEE-CS) - 30 September 2005; IEEE Computer Society/ACM Task Force on the "Model Curricula for Computing" em Computer Engineering Volume Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Computer Engineering - December 2004; Software Engineering Volume August 23, 2004 Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Software Engineering.Pgina 4 de 89

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currculo do curso de: Cincias da Computao das seguintes instituies: Universidade Federal de So Carlos; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal de Pernambuco; Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Paran; Universidade de Boston; Universidade de Berkeley; Universidade de Harvard; Universidade de Caltech; Universidade de Winconsin; Universidade de Illinois. Engenharia de Computao das seguintes instituies: Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Instituto Tecnolgico de Aeronutica (ITA); Universidade Federal do Par; Universidade Federal do Esprito Santo; PUC-Campinas; PUC-Rio de Janeiro; USP-So Carlos; Universidade Estadual de Feira de Santana; Universidade Federal de Gois; Universidade Estadual de Campinas; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal de Pernambuco.

Outros documentos que ajudaram a nortear a concepo deste projeto esto listados na seo de referncias bibliogrficas. Por outro lado, tambm se estabeleceu que o projeto pedaggico devesse atender os preceitos de avaliao de curso estabelecidos pela Portaria INEP n179 de 24/08/2005, bem como pelo documento Avaliao de Cursos de Graduao, instrumento publicado em maio de 2006 pelo INEP/MEC. Esses documentos foram estudados e as suas caractersticas primordiais foram incorporadas a este projeto pedaggico. Uma das caractersticas deste projeto pedaggico que se procurou adotar o que h de mais moderno para educao em Engenharia de Computao, tomando o que h de melhor nas instituies pesquisadas e consultadas ao mesmo tempo em que se leva tambm em considerao as nuances do ambiente institucional da UEMA, de modo a se formar um profissional altamente qualificado para atuar, individualmente ou em equipe, em solues computacionais para problemas que impliquem o envolvimento do profissional com as caractersticas fsicas do ambiente ou do objeto de trabalho. O Engenheiro de Computao formado pela UEMA ser um profissional preparado para aplicar a matemtica, a cincia e as tecnologias modernas em solues computacionais importantes para o bem estar e a segurana da sociedade.

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Para isso, foi importante o que est definido no documento intitulado Grandes Desafios da Pesquisa em Computao no Brasil fruto do Seminrio realizado em 8 e 9 de maio de 2006 e promovido pela SBC, que permitiu o delineamento das habilitaes aqui estabelecidas, face o que se espera da Universidade diante do Plano de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (PDCT) do Estado do Maranho. Este projeto pedaggico atende a demanda existente por profissionais em Engenharia de Computao no Estado do Maranho e na regio Nordeste. Este documento favorece uma cooperao multidisciplinar entre os diversos cursos do CCT/UEMA, fortalecendo a formao de um engenheiro de computao e dando a seus egressos condies de generalidade e especificidades desejadas pelo mercado. Assim, neste projeto pedaggico, propomos um curso de Engenharia de Computao com trs habilitaes: Engenharia de Software e Tecnologia da Informao; Automao e Controle; Telemtica e Telecomunicaes.

A opo por um curso com trs diferentes habilitaes possibilita a oferta de certificaes capazes de dar uma formao diferenciada e contnua a profissionais j egressos do prprio curso ou de outros cursos tais como de Cincias da Computao, Tecnolgicos nas reas de Informtica, Engenharia, etc. Alm disto, estas trs habilitaes podem ser combinadas para proporcionar uma formao profissional mltipla atravs de oferta de cursos de educao continuada. Independentemente da opo que o aluno fizer, o elenco de componentes curriculares obrigatrios suficiente para promover a formao bsica e essencial do engenheiro, principalmente nos aspectos referentes aos conhecimentos fsicos e s tecnologias computacionais necessrias sua atuao profissional. Portanto, considerando-se essas trs habilitaes, este projeto pedaggico foi desenvolvido para que o Curso de Engenharia de Computao possibilite uma formao fortemente fundamentada e mais completa possvel que d aos egressos a aptido de resolver as classes de problemas de sua rea, a possibilidade de desempenhar bem as funes que podero vir a exercer e a capacidade de adaptao evoluo tecnolgica. Por fim, apresenta-se a infra-estrutura material, humana, computacional, laboratorial, espacial, didtico-pedaggica e procedural necessria, que possibilite a implantao do curso e suas habilitaes.

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Lista de FigurasFigura 1. Estrutura em Camadas do Projeto Pedaggico de Engenharia de Computao ........................................................................................................................................ 15 Figura 2. Planta baixa e fachada do prdio de Engenharia de Computao................... 41 Figura 3. Estrutura dos componentes curriculares do curso de Engenharia de Computao .................................................................................................................... 42 Figura 4. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo comum 61 Figura 5. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo especfico da habilitao Engenharia de Software e Tecnologia da Informao ............................ 62 Figura 6. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo livre da habilitao Engenharia de Software e Tecnologia da Informao ................................. 63 Figura 7. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo especfico da habilitao Telemtica e Telecomunicaes.............................................................. 64 Figura 8. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo livre da habilitao Telemtica e Telecomunicaes .................................................................. 65 Figura 9. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo especfico da habilitao Automao e Controle............................................................................. 66 Figura 10. Pr-requisitos e co-requisitos dos componentes curriculares: ncleo livre da habilitao Automao e Controle ................................................................................. 67

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Lista de TabelasTabela 1. Componentes curriculares do ncleo comum................................................. 43 Tabela 2. Componentes curriculares do ncleo especfico da habilitao em Engenharia de Software e Tecnologia da Informao ....................................................................... 45 Tabela 3. Componentes curriculares do ncleo livre da habilitao Engenharia de Software e Tecnologia da Informao............................................................................ 46 Tabela 4. Componentes curriculares do ncleo especfico da habilitao Telemtica e Telecomunicaes .......................................................................................................... 47 Tabela 5. Componentes curriculares do ncleo livre da habilitao Telemtica e Telecomunicaes .......................................................................................................... 48 Tabela 6. Componentes curriculares do ncleo especfico da habilitao Automao e Controle .......................................................................................................................... 49 Tabela 7. Componentes curriculares do ncleo livre da habilitao Automao e Controle .......................................................................................................................... 50 Tabela 8. Componentes do ncleo comum..................................................................... 51 Tabela 9. Componentes curriculares conforme o ncleo especfico da habilitao Engenharia de Software e Tecnologia da Informao.................................................... 53 Tabela 10. Componentes curriculares conforme o ncleo especfico da habilitao Telemtica e Telecomunicaes..................................................................................... 56 Tabela 11. Componentes curriculares conforme o ncleo especfico da habilitao Automao e Controle .................................................................................................... 58 Tabela 12. Resumo das caractersticas do curso de Engenharia de Computao........... 68 Tabela 13. Disciplinas com docentes disponveis .......................................................... 75 Tabela 14. Lista de disciplinas para as quais professores devem ser contratados.......... 76

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ndicepgina Resumo ............................................................................................................................. 4 1. Introduo............................................................................................................... 11 2. Caracterizao Institucional ................................................................................... 12 2.1. Histrico ......................................................................................................... 12 2.2. Finalidade ....................................................................................................... 12 2.3. Estrutura ......................................................................................................... 13 3. Concepo .............................................................................................................. 14 3.1. Denominao do Curso .................................................................................. 15 3.2. reas de Concentrao ................................................................................... 17 3.3. Competncias e Habilidades........................................................................... 18 3.3.1. Genricas de um Engenheiro.................................................................. 19 3.3.2. De um Engenheiro da Computao ........................................................ 20 3.3.3. Especficas da habilitao de Engenharia de Software e Tecnologia da Informao.............................................................................................................. 21 3.3.4. Especficas da Habilitao de Automao e Controle............................ 22 3.3.5. Especficas da Habilitao de Telemtica e Telecomunicaes............. 22 3.4. Perfil do Egresso............................................................................................. 22 3.4.1. Classes de Problemas que os Egressos Estaro Capacitados a Resolver 23 3.4.2. Funes que os Egressos Podero Exercer no Mercado de Trabalho .... 25 3.5. Capacidade de Adaptao do Egresso Evoluo da Computao e de suas Tecnologias................................................................................................................. 26 3.6. Descrio da Metodologia do Curso em Funo do Perfil dos Egressos e do seu Papel na Sociedade............................................................................................... 26 3.6.1. Como Formar Profissionais Capazes de Serem Agentes Transformadores da Realidade Regional ............................................................................................ 27 3.7. Bases Tecnolgicas......................................................................................... 28 3.8. Consideraes para a Elaborao da Estrutura Curricular ............................. 31 4. Projeto Curricular ................................................................................................... 32 4.1. Geral ............................................................................................................... 32 4.2. Desenvolvimento dos Contedos Programticos ........................................... 32 4.3. Caractersticas de Ensino a Serem Adotados ................................................. 33 4.3.1. Anlise Crtica ........................................................................................ 33 4.3.2. Abstrao ................................................................................................ 33 4.3.3. Criatividade ............................................................................................ 34 4.3.4. Empreendedorismo................................................................................. 34 4.3.5. Ferramentas Tecnolgicas ...................................................................... 34 4.3.6. Tecnologia na Aprendizagem................................................................. 35 4.3.7. Motivao para Aprender ....................................................................... 35 4.3.8. Comunicao Oral e Escrita ................................................................... 36 4.3.9. Multidisciplinaridade.............................................................................. 36 4.3.10. Mtodos Formais .................................................................................... 37 4.3.11. Referncias Bibliogrficas...................................................................... 38 4.3.12. Utilizao de Laboratrios ..................................................................... 38 4.4. Estrutura de Funcionamento........................................................................... 40 4.5. Estrutura Fsica em Construo...................................................................... 40 4.6. Organizao Curricular................................................................................... 42 4.6.1. Componentes Curriculares do Ncleo Comum ...................................... 43Pgina 9 de 89

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4.6.2. Componentes Curriculares do Ncleo Especfico e Ncleo Livre ......... 45 4.6.2.1. Habilitao em Engenharia de Software e Tecnologia da Informao45 4.6.2.2. Habilitao em Telemtica e Telecomunicaes................................ 47 4.6.2.3. Habilitao em Automao e Controle............................................... 49 4.6.3. Atividades Complementares................................................................... 51 4.7. Estrutura Curricular ........................................................................................ 51 4.7.1. Ncleo Comum a Todas as Habilitaes................................................ 51 4.7.2. Ncleo Especfico................................................................................... 53 4.7.2.1. Habilitao Engenharia de Software e Tecnologia da Informao .... 53 4.7.2.2. Habilitao: Telemtica e Telecomunicaes .................................... 56 4.7.2.3. Habilitao: Automao e Controle ................................................... 58 4.8. Pr-requisitos e Co-requisitos......................................................................... 60 4.9. Da Inscrio em Disciplinas ........................................................................... 68 4.10. Responsvel pela Implantao ................................................................... 68 4.11. Caractersticas de Funcionamento do Curso .............................................. 68 4.12. Progresso e Itinerrios Curriculares.......................................................... 69 5. Bases e Modelos de Avaliao ............................................................................... 69 5.1. Geral ............................................................................................................... 69 5.2. Critrios de Avaliao .................................................................................... 70 5.2.1. Certificao de Aquisio de Competncia e Habilidades..................... 72 5.2.2. Assiduidade ............................................................................................ 73 5.2.3. Recuperao ........................................................................................... 73 6. Docentes e outros Recursos Humanos ................................................................... 74 6.1. Qualificao dos Docentes Existentes............................................................ 75 6.2. Docentes a Contratar ...................................................................................... 76 6.3. Outros Recursos Humanos ............................................................................. 78 7. Outros Recursos...................................................................................................... 79 7.1. Geral ............................................................................................................... 79 7.2. Laboratrios.................................................................................................... 79 8. Metodologia............................................................................................................ 80 9. Acesso..................................................................................................................... 82 10. Bibliografia......................................................................................................... 82 Anexos ............................................................................................................................ 86 Anexo I Docentes da UEMA que iro ministrar disciplinas no curso de Engenharia de Computao da UEMA .................................................................................................. 87 Anexo II Ementrio do curso de Engenharia de Computao da UEMA ................... 89

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1. IntroduoPara a elaborao deste projeto pedaggico, teve-se que fazer um levantamento de necessidades e demandas de profissionais nas reas de Computao, incluindo todas as denominaes conhecidas, nos diversos setores da economia regional, com influncia substancial da economia nacional. Nesse levantamento, ficou evidenciada, com maior freqncia, a necessidade de um profissional que conseguisse gerir e produzir projetos de automao em geral, resolver problemas pertinentes s reas de telemtica e telecomunicaes que envolvam tecnologias de automao, ferramentas de projeto, software e integrao de todas elas, ter conhecimentos de computao e novas tecnologias que permitam aperfeioar os recursos corporativos e principalmente, tenham conhecimento de procedimentos de produo em todos os nveis para projetarem sistemas de automao. Essa base de conhecimento emprico nos levou a formar grupos de discusso dentro do CCT/UEMA de forma a identificar que substrato de inteligncia nos permitiria um projeto de um curso que viesse a atender a essa demanda. Por outro lado, a administrao superior da UEMA j nos havia determinado o estudo de abertura de um curso na rea de Computao movida pelos apelos, a ela feitos, pela rea industrial e de servios do Estado do Maranho. Assim, a reivindicao da sociedade foi completamente averiguada no levantamento de suas necessidades. Dessa forma, procurou-se estabelecer um conjunto de estudos e relaes com outras instituies e profissionais que pudessem nos dar o suporte necessrio feio de um projeto pedaggico capaz de: responder a uma solicitao formal (Resolues 261/2001 e 276/2001 CEPE/UEMA; Resoluo 298/2006 do CEE-MA e Instruo Normativa 01/2001-PROGAE/UEMA) com a autonomia que nos assegurado pela LDB em seu art.53; atender as diretrizes estabelecidas pelo Plano de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (PDCT) do Estado do Maranho; atender s diretrizes curriculares emanadas pelo CNE, as recomendaes da Sociedade Brasileira de Computao (SBC), Associao Brasileira de Ensino de Engenharia (ABENGE), e de outros foros nacionais e internacionais preocupados com o ensino da Computao como a Association of Computing Machinery (ACM), Institute of Electrical & Electronics Engineers-Computer Society (IEEE-CS), dentre outros; atender demanda com a formao de profissionais com conhecimentos, habilidades e competncias capazes de suprir o mercado; construir e organizar um currculo capaz de ser flexvel na forma, mas extremamente baseado no conhecimento, levando em considerao as novas tecnologias pedaggicas de ensino baseadas em competncias e habilidades, sem perder de vista a organizao modular do curso que permita a oferta futura de certificaes por meio do ensino continuado e de cursos seqenciais; otimizar os recursos disponveis na UEMA, de modo a minimizar os custos da implantao do curso e suas habilitaes.

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O prximo passo foi o de projetar uma estrutura acadmico-pedaggica capaz de acompanhar o progresso dos alunos, de avaliar continuamente o processo de ensino-aprendizagem, o processo de avaliao adotada, permitir uma formao continuada dos docentes e possibilitar o gerenciamento adequado dos resultados de forma a possibilitar a correo dos fatores que possam gerar desempenho abaixo do desejado nos docentes e discentes. Essa estrutura deve estar tecnologicamente atualizada, no s nos aspectos das tecnologias fim do curso, como tambm naquelas tecnologias meios, como instrumentos de avaliao docente, avaliao discente, tcnicas pedaggicas modernas, dentre outras. O mais interessante de tudo que se encontra terreno frtil para a aceitao da implantao desses novos conceitos, no s na administrao superior como na administrao intermediria e nos docentes. Para a apresentao deste projeto pedaggico, vamos seguir os itens solicitados na Resoluo N 298/2006-CEE, art. 23, na parte II - Do curso proposto, sem deixar de atender os tpicos exigidos pela IN 01/2001-PROGRAE/UEMA.

2. Caracterizao Institucional2.1. HistricoA Universidade Estadual do Maranho (UEMA) teve sua origem na Federao das Escolas Superiores do Maranho (FESM), que fora criada pela Lei Estadual n 3.260 de 22 de agosto de 1972, para coordenar e integrar os estabelecimentos isolados do Sistema Educacional Superior do Maranho. Constituda inicialmente de quatro unidades de ensino superior: Escola de Administrao, Escola de Agronomia, Escola de Engenharia e Faculdade de Educao de Caxias. Posteriormente, a Escola de Medicina Veterinria (1975) e a Faculdade de Educao de Imperatriz (1979) foram incorporadas. Esta Federao foi transformada em Universidade Estadual do Maranho pela Lei n 4.400 de 30 de dezembro de 1981. A UEMA uma autarquia de natureza especial, vinculada Secretria de Cincias e Tecnologia. Goza de autonomia didtica, cientfica, administrativa e de gesto financeira e patrimonial, de acordo com o que preceitua o art.272 da Constituio Estadual. A UEMA teve seu funcionamento autorizado pelo Decreto Federal n 94.143 de 25 de maro de 1987.

2.2. FinalidadeDe acordo com a Lei de sua criao, a UEMA tem as seguintes finalidades:

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oferecer educao de nvel superior, formando profissionais tcnicos e cientficos, tendo em vista os objetivos nacionais, estaduais e regionais; dinamizar a produo cientfica e a renovao do conhecimento humano, atravs da pesquisa voltada, sobretudo, para a realidade regional; promover a participao da comunidade nas atividades de cultura, ensino, pesquisa e extenso; organizar a interiorizao do ensino superior, atravs da criao de cursos notadamente de Agronomia e Medicina Veterinria para fazer face a peculiaridade do mercado de trabalho regional.

2.3. EstruturaNa forma do art. 207 do Decreto Estadual n 13.817 de 25 de abril de 1994, a Estrutura Organizacional da UEMA est dividida em quatro nveis: Nvel de Administrao Superior constitudo por: Conselho Universitrio; Conselho Administrativo; Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso; Reitoria. Nvel de Assessoramento constitudo por; Auditoria; Gabinete. Nvel de Execuo Instrumental constitudo por: Pr-Reitoria de Administrao; Pr-Reitoria de Planejamento; Diviso de Servio Social e Mdico; Biblioteca Universitria. Nvel de Execuo Programtica constitudo por: Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao; Pr-Reitoria de Extenso e Assuntos Estudantis; Pr-Reitoria de Graduao; Centros. Os Centros so rgos que tm a responsabilidade de administrar, coordenar e acompanhar os Departamentos e Cursos situados numa rea de estudo. A UEMA possui dezenove centros: Centro de Cincias Sociais Aplicadas; Centro de Cincias Agrrias; Centro de Cincias Tecnolgicas; Centro de Educao, Cincias Exatas e Naturais; Centro de Estudos Superiores de Bacabal; Centro de Estudos Superiores de Balsas; Centro de Estudos Superiores de Caxias; Centro de Estudos Superiores de Imperatriz;

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Centro de Estudos Superiores de Santa Ins; Centro de Estudos Superiores de Carolina; Centro de Estudos Superiores de Cod; Centro de Estudos Superiores de Z Doca; Centro de Estudos Superiores de Colinas; Centro de Estudos Superiores de Lago da Pedra; Centro de Estudos Superiores de Presidente Dutra; Centro de Estudos Superiores de Itapecuru-Mirim; Centro de Estudos Superiores de Coelho Neto; Centro de Estudos Superiores de Cururupu; Centro de Estudos Superiores de Chapadinha; Centro de Estudos Superiores de Aailndia; Centro de Estudos Superiores de Pinheiro.

Atualmente, o Centro de Cincias Tecnolgicas (CCT) administra os seguintes cursos: Engenharia Civil, Engenharia Mecnica, Engenharia de Computao, Arquitetura e Urbanismo e Oficial Bombeiro. Futuramente, o CCT ter tambm a administrao de Engenharia da Produo (em fase de implantao).

3. ConcepoNeste item, colocar-se-o os porqus da escolha da denominao do curso, do estabelecimento de suas habilitaes, do estabelecimento do currculo por competncia, dos critrios de avaliao, dentre outros aspectos desta proposta de poltica pedaggica. A apresentao da estrutura est esquematizada em camadas, conforme a Figura 1. Estas camadas permitem a conceituao e a definio dos diversos critrios que foram envolvidos na formulao deste projeto pedaggico do curso de Engenharia de Computao.

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EXTENSO, PESQUISA, PS-GRADUAO G E S T O BASES AVALIATIVAS A D M I N I S T R A T I V A DENOMINAO COMPETNCIAS E HABILIDADES PERFS DOS EGRESSOS BASES TECNOLGICAS MODULARIZAO PROJETO CURRICULAR DOCENTES RECURSOS

Figura 1. Estrutura em Camadas do Projeto Pedaggico de Engenharia de Computao

3.1. Denominao do CursoPrimeiramente, preciso esclarecer que a dualidade de denominaes hoje existente na rea de computao com relao a seus cursos Cincias da Computao e Engenharia de Computao no apenas semntica. O documento desenvolvido pela fora-tarefa para o Computing Curricula 2004 entre ACM-IEEE-CS conceitua a Engenharia de Computao como

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um ramo ou uma especializao da Cincia da Computao, embora em alguns momentos paream que coincidem. O documento Perfis de Profissionais e Denominao de Cursos publicado no site da Coordenao da Comisso de Especialistas do Ensino em Informtica (MEC-SESu) afirma tambm: No h consenso quanto diferena de perfil entre os cursos denominados de Cincia da Computao e Engenharia de Computao. Normalmente, a diferena est na aplicao da cincia da computao e no uso da tecnologia da computao: os cursos de Engenharia de Computao visam a aplicao e o uso de tecnologia da computao, especificamente, na soluo dos problemas ligados a automao industrial e a redes e telecomunicaes. Muitos cursos de Engenharia de Computao visam, tambm a aplicao da fsica e eletricidade na soluo de problemas de automao industrial. Esses cursos incluem, portanto, nos seus currculos, uma nova base cientfica, a fsica e a eletricidade, que se introduzida de forma abrangente e profunda estendem demasiadamente os currculos dos cursos, alm de invadir a rea de competncia da engenharia eltrica. Os cursos de Cincia da Computao se possurem uma formao complementar em automao industrial no diferem muito dos cursos de Engenharia de Computao. O artigo Software Engineering Programmers are not Computer Science Programmers de David Lorge Parnas (In Annals of Software Engineering 6(1;4):1937, 1998. Kluwer Academic Publisher) nos diz que ... a cincia da computao pode ser vista para o engenheiro de computao assim como a fsica vista para o engenheiro eletricista. Assim, o Engenheiro de Computao deve ser um profissional preparado para aplicar a matemtica, a cincia da computao e as tecnologias modernas em solues computacionais, eficientes, seguras e confiveis, que assegurem o bem estar da sociedade e em particular das corporaes. No Maranho, existe um curso de Cincias da Computao na Universidade Federal do Maranho (UFMA), e diversos cursos de tecnlogos na rea oferecidos pelo UniCEUMA e CEFET, que suprem, em parte, a necessidade do mercado do tecnlogo. Porm, no Estado do Maranho, existe uma demanda por profissionais qualificados com formao em Engenharia de Computao que o objeto deste projeto pedaggico proposto pela UEMA. Como na UEMA existe um curso de Engenharia Mecnica, que tambm tem interesse na rea de Automao na automao industrial que se refere aos tipos de processo contnuos (ex. produo em fluxo contnuo) quanto a processos discretos (ex. processos de manufatura em geral) e na Instrumentao, reas que um curso de Engenharia de Computao poder colaborar na formao de docentes e discentes como tambm no sentido da sinergia necessria para otimizar recursos. Nesse mesmo sentido,Projeto Pedaggico do Curso de Engenharia de Computao

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a UEMA conta com cursos de Engenharia Civil, Administrao e Arquitetura, cursos que hoje demandam um substrato de conhecimentos em computao capaz de produzirem construes mais inteligentes, seguras e econmicas. Por tudo isso, alm das caractersticas de demanda local e de preparao de profissionais para o processo de industrializao do Estado do Maranho processo em expanso que se optou por um curso de Engenharia de Computao. Segundo o documento Indicadores e Padres de Qualidade para Cursos de Graduao da rea de COMPUTAO, os Cursos de Cincia da Computao e de Engenharia de Computao possuem as seguintes caractersticas: cursos cujos currculos possuem uma base terica profunda em computao; cursos nos quais os alunos tm uma intensa atividade de estudos e exerccios extra-classe; cursos de formao tecnolgica que visam o desenvolvimento tecnolgico e, portanto, pretendem ou devem estar cercados por um ambiente industrial/empresarial de computao; cursos em que a formao complementar visa conhecer um domnio de aplicao, fora da rea de computao, com vistas ao desenvolvimento de tecnologias (ferramentas) para a soluo dos problemas do domnio; cursos voltados no apenas para o mercado de trabalho imediato, mas, principalmente, para alavancar/transformar o mercado de trabalho, atravs da produo/gerao de novas tecnologias; cursos em que os alunos so instados a participar dos projetos de pesquisas dos professores na qualidade de alunos de iniciao cientfica; cursos em que seus professores esto engajados efetivamente na pesquisa cientfico-tecnolgica sendo, portanto, recomendvel insero desses cursos em um ambiente de ps-graduao e/ou de pesquisa na rea; cursos recomendados para inclurem nos seus currculos um Trabalho de Diplomao (Trabalho de Concluso de Curso); cursos recomendados para serem oferecidos no turno diurno; cursos de mercado de trabalho restrito; cursos em que os melhores alunos devem ser estimulados a prosseguir estudos em nvel de mestrado e doutorado.

Tudo isso vem ao encontro desta proposta Pedaggica para o curso de Engenharia de Computao da UEMA.

3.2. reas de ConcentraoQuanto s reas de concentrao ou habilitaes, j se tinha um perfil preliminar, quando se optou por dar suporte Engenharia Mecnica: automao e controle industrial rea que requer conhecimentos tecnolgicos em Fsica e controle de sistemas, arquitetura de computadores, sistemas de tempo real, redes dePgina 17 de 89

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computadores e telecomunicaes, sistemas distribudos, engenharia de software, confiabilidade de sistemas e robtica. Essa multidisciplinaridade nos permite agrupar tais reas em um conjunto de habilitaes baseado numa estrutura de conhecimentos (habilidades e competncias) que j est, em parte, disponvel no CCT da UEMA, atravs de seus cursos de Engenharia Civil, Arquitetura e Engenharia Mecnica. As trs habilitaes que sero implantadas no curso de Engenharia de Computao da UEMA sero: Engenharia de Software e Tecnologia da Informao; Automao e Controle; Telemtica e Telecomunicaes.

Dessa forma, o Curso de Engenharia de Computao com as suas habilitaes propostas requer um esforo multidisciplinar de integrao departamental, que com certeza, exigir um trabalho de reestruturao dos diversos rgos envolvidos, de forma que eles possam absorver e aplicar novas tecnologias de transferncia de conhecimento e de avaliao de desempenho, ainda no implementadas nos cursos presenciais da UEMA tal como Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA).

3.3. Competncias e HabilidadesNeste projeto pedaggico, desenvolveu-se a estrutura curricular do curso de Engenharia de Computao baseada na formulao pedaggica voltada a competncias, a partir das diretrizes curriculares para os cursos de engenharia e para cursos de computao. Essa quebra de paradigma, esse rompimento com o modelo pedaggico reprodutivo, deve garantir que esta estrutura curricular atenda s habilidades e competncias estabelecidas para o egresso do curso. No se pode esquecer que, os cursos de Engenharia so submetidos ao Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (SINAES) (estabelecido pela Lei 10.861 de 14 de abril de 2004) e ao seu exame denominado Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) que, se por um lado restringe o instrumento estabelecido no artigo 53 da LDB, por outro lado fora a instituio mantenedora do curso em colocar no plano pedaggico do curso os instrumentos bsicos que garantam uma avaliao de desempenho satisfatrio dos alunos do curso, quando submetidos ao exame. Essa caracterstica no foi esquecida na elaborao deste projeto pedaggico. importante lembrar que a Portaria INEP n 179, de 24 de agosto de 2005, estabeleceu que a avaliao de desempenho de estudantes siga um perfil de habilidades e competncias, na rea de Engenharia de Computao (art 6, II) conforme descrito a seguir (grifo nosso): Os cursos de Engenharia de Computao tm a Computao como atividade fim e visam aplicao da Cincia da Computao e o uso da tecnologia da computao, especificamente, na soluo dos

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problemas ligados a processos de automao e comunicao de dados. Esses cursos se caracterizam pela utilizao intensiva de conceitos de Fsica, Eletricidade, Controle de Sistemas, Robtica, Arquitetura e Organizao de Computadores, Sistemas de Tempo-Real, Redes de Computadores e de Sistemas Distribudos. Os egressos desses cursos podem potencialmente ser empreendedores e estar situados no estado da arte da cincia e da tecnologia da Computao e Automao, sendo aptos ao projeto de software e hardware. Esses egressos devem ter capacidade de continuar suas atividades na pesquisa, promovendo o desenvolvimento cientfico, ou aplicando os conhecimentos cientficos, promovendo o desenvolvimento tecnolgico nas reas de Computao e Automao.

3.3.1. Genricas de um EngenheiroAs habilidades e competncias que um Engenheiro tem que possuir so (conforme as diretrizes curriculares aprovadas pela Resoluo CNE/CES 11-2002 de 11 de maro de 2002): aplicar conhecimentos matemticos, cientficos, tecnolgicos e instrumentais engenharia; projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e servios de engenharia; identificar, formular e resolver problemas de engenharia; desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e tcnicas; supervisionar a operao e a manuteno de sistemas; avaliar criticamente a operao e a manuteno de sistemas; comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e grfica; atuar em equipes multidisciplinares; compreender e aplicar a tica e responsabilidade profissional; avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; avaliar a viabilidade econmica de projetos de engenharia; assumir a postura de permanente busca de atualizao profissional.

Alm disso, as Diretrizes Curriculares para Cursos da rea de Computao e Informtica confirmam essas competncias e habilidades bsicas para o Engenheiro de Computao.

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3.3.2. De um Engenheiro da ComputaoAs competncias e habilidades (aptides) especficas da profisso de Engenheiro da Computao esto intimamente ligadas s habilitaes estabelecidas. Dessa forma, pode-se acrescentar quelas supra citadas, as seguintes: utilizar a matemtica, a cincia da computao, conhecimentos de fsica e tecnologias modernas no apoio construo de produtos ou servios seguros, confiveis e de relevncia sociedade; projetar, construir, testar e manter software no apoio construo ou incorporado a produtos ou servios, principalmente nos produtos e servios que requeiram a interao com o ambiente e ou dispositivos fsicos, alm do prprio sistema computacional utilizado para o processamento de dados; tirar proveito das tecnologias j estabelecidas e desenvolver novas tcnicas, no sentido de gerar produtos e servios como mencionados nos itens anteriores; entender e interagir com o ambiente em que os produtos e servios, por ele projetado ou construdo, iro operar; conhecer a cincia da computao e os mtodos necessrios para aplic-la; conhecer suficientemente outras reas (fsica, eletricidade, administrao, etc.), alm da computao, que lhe permita assumir a responsabilidade completa de produtos e servios at um determinado nvel de especificidade; interagir e se comunicar com profissionais da rea de computao e profissionais de outras reas no desenvolvimento de projetos em equipe; interagir e se comunicar com clientes, fornecedores e com o pblico em geral; supervisionar, coordenar, orientar, planejar, especificar, projetar e implementar aes pertinentes engenharia de computao e analisar os resultados; realizar estudos de viabilidade tcnico-econmica e oramentos de aes pertinentes engenharia de computao; ter atitude e postura de permanente busca da atualizao profissional; ter atitude de aceitar a responsabilidade pela correo, preciso, confiabilidade, qualidade e segurana de seus projetos e implementaes; demonstrar conhecimento e aplicar as teorias, modelos e tcnicas atuais que provm base para a identificao de problema, sua anlise, projeto de software, desenvolvimento, implementao, verificao e documentao; compreender e aplicar a tica e responsabilidade profissional e avaliar o impacto de suas atividades no contexto social e ambiental; ter capacidade de projetar, construir, testar e manter software e sistema computacional no apoio construo ou incorporado a produtos ou servios que requeiram uma interao com o ambiente;

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ter conhecimento da cincia da computao e de mtodos necessrios para aplic-la; ter capacidade de projetar e configurar sistemas computacionais em que sejam exigidas definies de funes a serem implementadas em software e/ou hardware, selecionando seus componentes bsicos; desenvolver softwares que resolvam problemas complexos, empregando conhecimentos instrumentais s reas da Engenharia de Computao; compreender as diferentes atividades envolvidas no desenvolvimento de um software; solucionar problemas que requeiram o uso de tcnicas formais no desenvolvimento de software e de sistemas de engenharia da computao; solucionar problemas que exijam a gerncia de desenvolvimento de software, de sistemas, com aplicao de modelos de qualidade; desenvolver novas aplicaes, produtos, servios e sistemas nas habilitaes estabelecidas; analisar desempenho de projetos e sistemas, propostos ou implementados, atravs de modelos analticos, simulaes ou de experimentos; analisar e determinar requisitos que um projeto ou sistema deve atender, documentando os requisitos de forma clara, concisa, precisa, organizada e de fcil uso; conceber sistemas e softwares para funcionar conforme projetado atravs da combinao de codificao, validao e teste de unidades ou de mdulos; conceber projeto, implementao e teste de comportamento dinmico de software e sistemas de automao e controle; aprender novos modelos, tcnicas e tecnologias to logo surjam, e manter sempre presente a necessidade de seu desenvolvimento profissional contnuo.

3.3.3. Especficas da habilitao de Engenharia de Software e Tecnologia da InformaoAs habilidades e competncias especficas da habilitao em Engenharia de Software e Tecnologia da Informao so as seguintes: consultoria e integrao de sistemas; desenvolvimento de software; desenvolvimento Web e comrcio eletrnico; desenvolvimento de produtos e servios sociedade; anlise e projeto de sistemas; gerenciamento de sistemas e tecnologias; integrao de tecnologias de TI e ES; familiaridade com as tecnologias e ferramentas de anlise e projeto de software, sendo capaz de discernir como, quando e quanto utilizar tais ferramentas.Pgina 21 de 89

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3.3.4. Especficas da Habilitao de Automao e ControleAs habilidades e competncias especficas da habilitao em Automao e Controle so as seguintes: consultoria e integrao de sistemas de automao industrial; desenvolvimento de produtos e servios para automao e controles industriais, comerciais e servios; anlise e projeto de sistemas de automao e controle; gerncia de sistemas de controle industrial e comportamento organizacional; integrao de tecnologias para controle e automao; desenvolvimento de projetos de inovao tecnolgica; familiaridade com as tecnologias de automao e controle e com ferramentas de projeto, sendo capaz de discernir como, quando e quanto utilizar tais ferramentas.

3.3.5. Especficas da Telecomunicaes

Habilitao

de

Telemtica

e

As habilidades e competncias especficas da habilitao em Telemtica e Telecomunicaes so as seguintes: consultoria e integrao de sistemas de telecomunicaes e rede de computadores; desenvolvimento de produtos e servios em telemtica; anlise e projeto de sistemas de redes e comunicao; gesto de tecnologias; projeto de modelos de gesto de redes de comunicao de dados; ter familiaridade com as tecnologias de redes e de sistemas de telecomunicaes, sendo capaz de discernir como, quando e quanto utilizar tais ferramentas.

3.4. Perfil do EgressoAs aptides, classes de problemas e funes que os egressos podero exercer no mercado de trabalho so pertinentes a uma formao que inclui o cumprimento integral das trs habilitaes sugeridas neste projeto pedaggico, o que certamente no seria a prtica para a maioria dos alunos. Assim, essas caractersticas e habilidades dos egressos devero variar significativamente em funo da habilitao cursada. Alm disso, deve-se considerar que o curso de Engenharia de Computao, como qualquer outro curso de graduao, propicia a formao bsica do aluno. Outras aptides e funes possveis que os egressos venham a exercer, aqui no listadas, podem se tornar pertinentes apenas ao longo de sua carreira profissional, em

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decorrncia de cursos de ps-graduao e/ou de aperfeioamento que venha a realizar, da experincia prpria adquirida no mercado de trabalho ou na maturidade inerente ao desenvolvimento do ser humano. O egresso formado no curso de Engenharia da Computao da UEMA ter um perfil profissional cujas capacidades e habilidades so: aplicar seus conhecimentos como uma base slida de princpios e fundamentos; entender a importncia da relao entre teoria e prtica; dar importncia ao projeto e ter a habilidade de selecionar as ferramentas e os mtodos apropriados ao contexto que trabalha; reconhecer a importncia de ferramentas no seu trabalho e ser hbil na resposta aos desafios de constru-las efetivamente; entender a importncia de se trabalhar em grupos multidisciplinares bem como identificar as perspectivas de negcios e oportunidades relevantes; entender os princpios de projeto, de produtos e de servios necessrios s empresas e instituies, projetando-os de forma eficaz e eficiente no contexto apropriado; entender o contexto social no qual opera bem como suas relaes interinstitucionais; analisar o impacto de tecnologias sobre indivduos, organizao e sociedade, envolvendo os aspetos ticos, ambientais e de segurana.

3.4.1. Classes de Problemas que os Egressos Estaro Capacitados a ResolverSegundo o documento Currculo de Referncia da SBC para Cursos de Graduao em Computao e Informtica, o perfil desejvel para os profissionais de Engenharia de Computao deve englobar os seguintes tpicos: processo de projeto para construo de solues de problemas com base cientfica; modelagem e especificao de solues computacionais para diversos tipos de problemas; validao da soluo de um problema de forma efetiva; projeto e implementao de sistemas de computao; critrios para seleo de software e hardware adequados s necessidades empresariais, industriais, administrativas de ensino e de pesquisa.

Os autores do referido Currculo de Referncia da SBC afirmam tambm que os cursos que tm a computao como atividade-fim devem preparar profissionais capacitados a contribuir para a evoluo do conhecimento do ponto de vista cientfico e tecnolgico, e utilizar esse conhecimento na avaliao, especificao e desenvolvimento de ferramentas, mtodos e sistemas computacionais. As atividades desses profissionais englobam: (a) a investigao e desenvolvimento de conhecimento terico na rea de

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computao; (b) a anlise e modelagem de problemas do ponto de vista computacional; e (c) o projeto e implementao de sistemas de computao. Assim, as classes de problemas que os egressos deste curso estaro capacitados a resolver incluem efetivamente, alm daqueles multidisciplinares tratados por um bacharel em computao, os problemas complexos que permeiam entre as reas de computao e engenharia: problemas de projeto e configurao de sistemas computacionais em que sejam exigidas as seguintes capacidades: determinar quais funes devem ser implementadas em hardware e quais devem ser implementadas em software; problemas de selecionar os componentes bsicos de hardware e de software; problemas que requeiram o desenvolvimento de software baseado em conhecimentos instrumentais das reas de automao e controle, engenharia de software, e redes e telecomunicaes; problemas que exijam conhecimentos de programao e de sistemas computacionais e, eventualmente, conhecimentos matemticos e fsicos em profundidade compatvel a um curso de engenharia; problemas que exijam clara compreenso das diferentes atividades envolvidas no desenvolvimento de um software; problemas que exijam a familiaridade com as tecnologias de automao e controle, de ferramentas de projeto e o discernimento de como, quando e quanto utilizar tais ferramentas; problemas que exijam a familiaridade com ferramentas de anlise e projeto de software e o discernimento de como, quando e quanto utilizar tais ferramentas; problemas que exijam a familiaridade com as tecnologias de redes e de sistemas de telecomunicaes, ferramentas de projeto e o discernimento de como, quando e quanto utilizar tais tecnologias; problemas que requeiram o uso de tcnicas formais no desenvolvimento de software, de sistemas de automao, e de redes e sistemas de telecomunicaes; problemas complexos que exijam a gerncia do desenvolvimento do software e de sistemas, com aplicao de modelos de qualidade; problemas complexos de integrao de sistemas de redes e telecomunicaes que exijam a utilizao de tcnicas e mtodos multidisciplinares em computao e engenharia; problemas que envolvam o desenvolvimento criativo e projeto de novas aplicaes, produtos, servios e sistemas nas vertentes propostas; problemas de anlise de desempenho de projetos e sistemas, propostos ou implementados, seja atravs de modelos analticos, de simulao ou de experimentao; problemas de anlise e determinao dos requisitos que um projeto ou sistema deve atender, documentando estes requisitos de forma clara, concisa, precisa, organizada e fcil de ser usada;

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problemas de projeto e estruturao do software para uma plataforma determinada, de forma a atender os requisitos do sistema, documentando as decises tomadas; problemas que impliquem a deciso sobre a estrutura e a arquitetura do software e o uso de padres de projeto, frameworks e componentes; problemas que impliquem o tratamento da concorrncia, paralelismo, controle e manuseio de eventos, distribuio, manuseio de excees e erros, sistemas interativos e persistncia; problemas de concepo do software para funcionar conforme projetado, atravs da combinao da codificao, validao e teste das unidades; problemas de teste do comportamento dinmico do software, contra o comportamento esperado especificado, para um conjunto finito de casos de testes (selecionados criteriosamente do domnio de execues, normalmente infinito); problemas que requeiram conhecimentos e habilidades para: gerenciar configuraes de software; desenvolver e praticar diferentes processos de engenharia de software; desenvolver e utilizar mtodos e ferramentas de engenharia de software; utilizao de tcnicas de controle de qualidade de software; desenvolver mtodos e tcnicas de automao e controle.

3.4.2. Funes que os Egressos Podero Exercer no Mercado de TrabalhoNo progresso de sua carreira profissional, agregando experincia prtica e aperfeioamentos realizados, os egressos devero estar capacitados a assumir funes em diferentes nveis dentro das organizaes, seja de execuo, gerenciamento ou de direo, para as quais seguem algumas atividades e responsabilidades tcnicas inerentes funo (diretor, administrador, gerente, projetista, coordenador, engenheiro, pesquisador, professor/educador, dentre outras) como: desenvolvimento de sistemas de software, sistemas de informaes, softwares bsicos e aplicativos; planejamento de capacidade e projeto de automao industrial, redes e/ou sistemas de telecomunicaes; pesquisa e desenvolvimento de novas aplicaes, produtos e servios em automao industrial, instrumentao, redes e telecomunicaes; projeto, desenvolvimento e implantao de sistemas integrados de automao industrial, redes e/ou telecomunicaes (sistemas convergentes) e engenharia de software; manuteno de software; desenvolvimento de interfaces homem-mquina para facilitar a operao de sistemas; gerenciamento de configurao e engenharia de software; gerncia, operao e manuteno de sistemas de automao industrial, instrumentao, de redes e/ou telecomunicaes;

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desenvolvimento de mtodos e ferramentas da engenharia de software, para automao industrial e para redes de computadores e telecomunicaes; desenvolvimento e gerenciamento de banco de dados; desenvolvimento e anlise de algoritmos para modelagem de problemas e suas solues; planejamento e controle de qualidade de software, de sistemas de automao e de redes e telecomunicaes; desenvolvimento e manuteno de mtodos e tcnicas de automao e controle; ensino e pesquisa; desenvolvimento de tecnologia aplicada s indstrias aeroespacial, siderrgica, metalrgica, financeira, hidrolgica, meio ambiente, automobilstica, naval, mdica e biolgica, agronmica, climatolgica, oceanogrfica, energia, educao, mecnica, e muitas outras.

3.5. Capacidade de Adaptao do Egresso Evoluo da Computao e de suas TecnologiasA estrutura curricular do curso inclui componentes curriculares bsicos e tecnolgicos clssicos abordados de maneira a desenvolver nos alunos os conceitos essenciais da Computao de maneira slida e propiciar-lhes facilidades para o acompanhamento futuro da evoluo da Computao, seja atravs de auto-estudo ou atravs de cursos de ps-graduao. Deve-se ressaltar o carter essencialmente formativo, em contraposio ao informativo, adotado no curso. As atividades prticas e as aulas demonstrativas devem reforar o aprendizado e solidificar o conhecimento necessrio para a evoluo do egresso. As aes especificadas no item metodologia, destinadas a promover a aptido disposio e postura de permanente busca da atualizao profissional, devem contribuir com a capacidade de adaptao do egresso, perseguindo sempre a educao continuada.

3.6. Descrio da Metodologia do Curso em Funo do Perfil dos Egressos e do seu Papel na SociedadeO curso de Engenharia de Computao fornecer ao aluno o conhecimento das mais diversas reas da computao, desde seus conceitos bsicos (incluindo uma larga base matemtica), at tpicos avanados em arquiteturas de computadores, linguagens de programao, estruturas de dados, sistemas operacionais, compiladores, banco de dados, redes de computadores, segurana e computao grfica, passando pelos conhecimentos de engenharia de software, automao industrial, instrumentao, teleprocessamento e redes de computadores. O currculo do curso de Engenharia de Computao permitir que o aluno adquira conhecimentos de reas tcnicas que possuem a computao como atividade meio, como administrao (inclusive administrao de recursos humanos e administrao de empresas de informtica) e empreendedorismo.Projeto Pedaggico do Curso de Engenharia de Computao

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O referido curso conciliar teoria e prtica, o que permitir ao aluno o contato com ferramentas para desenvolvimento de sistemas, assim como o convvio do mesmo com a realidade da informtica no Estado do Maranho, bem como procurar formar profissionais que possuam uma autonomia e criatividade, fornecendo o ferramental terico e prtico necessrios resoluo de problemas computacionais.

3.6.1. Como Formar Profissionais Capazes de Serem Agentes Transformadores da Realidade RegionalUma das finalidades do curso de Engenharia de Computao o de formar profissionais capacitados a serem agentes transformadores da realidade regional, atravs da gerao e explorao de novas tecnologias, e capazes de satisfazer as reais necessidades do mercado de trabalho atual. A natureza do currculo proposto far com que o aluno, em conjunto com o Colegiado de Curso sob superviso direta da diretoria do curso, decida o seu perfil de formao profissional. Isto ser feito mediante entrevistas realizadas pelo Colegiado de Curso com cada aluno, na hora da realizao da sua matrcula no ncleo especfico (atravs de uma equipe de orientadores acadmicos, membros do colegiado do curso ou por este indicado). Nestas entrevistas, o orientador acadmico e o aluno decidiro em qual habilitao o estudante dever ser matriculado. O aluno ter a oportunidade de se integrar em grupos de pesquisa, seja mediante a sua incluso nos programas auxiliares de pesquisa do CCT/UEMA, ou seja, mediante os programas de bolsas de iniciao cientfica do CNPq, FAPEMA e da UEMA/Tesouro Estadual, ou mesmo mediante o seu engajamento em projetos de pesquisa associados ps-graduao latu sensu (a ser implantado). Existir, tambm, um programa de monitoria, o qual permitir ao aluno participar nas atividades de docncia do departamento. Finalmente, a previso de que o trabalho de concluso de curso possa ser feito no decorrer de seu ltimo ano, permitir ao aluno integrar os conhecimentos adquiridos no curso, mediante a proposta e/ou implementao de projetos relacionados com a sua rea de interesse. A elaborao destes trabalhos feita sob a superviso de um orientador. A avaliao deste trabalho feita sempre mediante uma apresentao pblica, na qual uma banca formada por trs professores decide sobre a aprovao ou no do trabalho. Esta diversidade de oportunidades a serem oferecidas ao aluno no decorrer do curso dever ser acompanhada de um tratamento tico e formal da coordenao, no sentido de propiciar um relacionamento profissional com cada aluno, evitando atitudes paternalistas. O curso, atravs da sua coordenao de estgios, manter contato constante com empresas de tecnologia de informtica, automao industrial, telecomunicaes, redes e do setor produtivo em geral, de forma a trocar idias para o aprimoramento do relacionamento do curso com o mercado de trabalho e a melhor adaptao dos egressos ao mesmo. Os professores sero incentivados a se organizarem para o desenvolvimento de estudos e pesquisas e a participarem de eventos educacionais e tecnolgicos. Estas aes em conjunto com uma agressiva poltica de qualificao docente ajudaro a incentivar o esprito criativo e de questionamento constante por parte dos alunos.Pgina 27 de 89

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3.7. Bases TecnolgicasDeve-se lembrar que as diretrizes curriculares aprovadas para a rea de engenharia, requerem que haja na estrutura curricular (segundo o art.6 da Resoluo CNE-CES n11/2002): um ncleo de contedos bsicos, com 30% da carga horria total; um ncleo de contedos profissionalizante, com 15% da carga horria total; um ncleo de contedos especficos, com os 55% restante da carga horria, devendo se constituir em extenses e aprofundamentos dos contedos do ncleo de contedos profissionalizantes, bem como de outros contedos destinados a caracterizar modalidades. Estes contedos, consubstanciando o restante da carga horria total, sero propostos exclusivamente pela IES (4 do art. 6).

Esses trs ncleos caracterizam o curso e suas habilitaes. Por outro lado, as Diretrizes Curriculares para Cursos na rea de Computao e Informtica emanadas da Comisso de Especialistas de Ensino de Computao e Informtica (CEEInf) do MEC estabelece que os currculos dos cursos da rea de computao e informtica devem ser compostos por quatro grandes reas de formao: formao bsica que compreende os princpios bsicos da rea de computao, a cincia da computao, a matemtica necessria para defini-los formalmente, a fsica e eletricidade necessria para permitir o entendimento e o projeto de computadores viveis tecnicamente e a formao pedaggica que introduz os saberes bsicos da construo do conhecimento; formao tecnolgica (tambm chamada de aplicada ou profissional) que aplica os conhecimentos bsicos no desenvolvimento tecnolgico da computao; formao complementar que permite uma interao dos egressos dos cursos com outras profisses; formao humanstica que d ao egresso uma dimenso social e humana.

A Resoluo n423/2003 CONSUN/UEMA de 04/12/2003 em seu artigo 7 estabelece que o currculo do curso deve ser constitudo de disciplinas: obrigatrias que constituem o ncleo comum, no podendo ultrapassar a 70% da carga horria total; especficas que constituem o ncleo especfico, sendo obrigatrias e devem conter pelo menos 20% da carga horria total; optativas que constituem o ncleo livre, que o conjunto de contedos programticos que objetiva liberdade ao aluno para ampliar sua formao, e sua carga horria no pode ultrapassar a 10% do total da carga horria do curso;

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atividades complementares que o conjunto de atividades acadmicas, no s em disciplinas, escolhidas e desenvolvidas por professores e alunos durante o perodo disponvel para a integrao curricular.

No entanto, registra-se que essas exigncias ferem a liberdade da instituio (garantida pela LDB em seu artigo 53) em criar um currculo modular por competncias e habilidades, o que desejvel e propugnado, por exemplo, pela ABENGE, uma vez que esses critrios engessam o desenvolvimento de um plano pedaggico no deixando aberturas para quebrar o paradigma do modelo pedaggico baseado na teoria reprodutiva. Assim, para no fugir s recomendaes da referida resoluo tem-se que adequar, de modo parcial, a estrutura curricular pelo agrupamento de espcies de conhecimentos afins para a obteno de habilidades e competncias de forma gradativa, o que possibilitaria um projeto curricular capaz de dar sustentao a programas de formao continuada (preceituada no inciso II do art. 43 da LDB). Essas exigncias so atendias atravs de um processo de estruturao curricular do curso de forma mais consistente. Lembra-se que o Parecer CNE/CES 329/2004 e sua retificao efetuada pelo parecer CNE/CES 184/2006 aprovado em 7/7/2006 estabelece uma carga horria mnima para as engenharias, dentre outras, de 3.600 horas no incluindo as atividades complementares, que no devem exceder a 20% desta. Esta carga horria mnima foi indicada pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA) na Sesso Plenria Ordinria de 30/04/2004 e encaminhada ao Conselho Nacional de Educao (CNE) em 06/07/2004 protocolado sob o n 037204.2004-38. Por outro lado, a Resoluo CNE/CES N3 de 2 de julho de 2007, determina em seu art. 3 que as cargas horrias estabelecidas na Resoluo CNE/CES N2 de 18 de junho de 2007 (que homologou o parecer CNE/CES 184/2006) mensurada em horas (60 minutos) de atividades acadmicas e de trabalho discente efetivo. Dessa forma, pelo que est estabelecido na Resoluo CNE/CES N2 de 18 de junho de 2007, o perodo normal de integralizao de 5 (cinco) anos para os alunos do curso de Engenharia de Computao da UEMA. Uma vez que a questo da durao est estabelecida, deve-se voltar a discusso das bases tecnolgicas. Estas esto delineadas em documentos oficiais (Resoluo CNE-CES n11/2002, Diretrizes Curriculares para Cursos na rea de Computao e Informtica) e em outros documentos publicados por associaes de profissionais como a Sociedade Brasileira de Computao (SBC), Association for Computing Machinery (ACM), Association for Information Systems (AIS), e a Computer Society (IEEE-CS), dentre outras. Como as exigncias estabelecidas nos documentos legais no so antagnicas, vamos adotar a definio estabelecida pela CNE que atende tambm o propugnado na resoluo dos cursos de graduao da UEMA (Resoluo n423/2003 CONSUN/UEMA). Assim, as bases tecnolgicas necessrias para suprir os egressos com as habilidades e competncias estipuladas na seo anterior sero descritas aqui como as reas do conhecimento humano ou conjunto de tcnicas e procedimentos, separados por

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tipo de formao como preceitua o documento do CEEInf combinado com o que recomenda a Resoluo CNE/CES 11/2002. Baseado nestas consideraes, os tipos de formao so listados a seguir: formao bsica: Metodologia Cientfica e Tecnolgica; Comunicao e Expresso; Matemtica; Administrao; Economia; Cincia da Computao; Programao; Computao e Algoritmos; Arquitetura de Computadores; Fsica e Eletricidade. formao humanstica Humanidades, Cincias Sociais e Cidadania; tica Profissional; Filosofia; Empreendedorismo; Sociologia; Filosofia e a Histria das Cincias. formao tecnolgica: Algoritmos e Estruturas de Dados; Circuitos Eltricos; Circuitos Lgicos; Compiladores; Controle de Sistemas Dinmicos; Converso de Energia; Eletromagnetismo; Eletrnica Analgica e Digital; Engenharia do Produto; Ergonomia e Segurana do Trabalho; Estratgia e Organizao; Gerncia de Produo; Gesto Econmica; Gesto de Tecnologia; Instrumentao; Matemtica Discreta; Mtodos Numricos; Modelagem, Anlise e Simulao de Sistemas; Organizao de Computadores; Paradigmas de Programao; Pesquisa Operacional, Redes de Computadores e Sistemas Distribudos;Pgina 30 de 89

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Processos de Fabricao; Sistemas de Informao; Sistemas Operacionais; Telecomunicaes; Banco de Dados; Engenharia de Software; Sistemas Multimdia, Interface Homem-Mquina e Realidade Virtual; Inteligncia Artificial; Computao Grfica e Processamento de Imagens; Microprocessadores e Microcontroladores; Sistemas de Tempo Real e Tolerantes a Falhas; Tecnologia WEB; Robtica Industrial.

formao complementar: monitoria de disciplinas de computao; participao em eventos cientficos como seminrios conferncias; cursos profissionalizantes ligados rea de Computao; atividades de extenso.

e

3.8. Consideraes Curricular

para

a

Elaborao

da

Estrutura

Dentro dos limites estabelecidos pela legislao vigente, uma forma de estruturar o curso foi estudada, de maneira a criar itinerrios lgicos que levem o aluno a formao da habilitao desejada e possibilite a abertura de um programa de educao continuada consistente. Essa estrutura curricular se inicia com um ncleo dito bsico, onde colocado as competncias e habilidades necessrias para o ncleo de formao bsica e formao tecnolgica comum, compreendendo 6 (seis) perodos letivos. A esse ncleo segue os ncleos de formao especfica de cada habilitao, incluindo os trabalhos de concluso de curso e estgio supervisionado de 180 horas (conforme preceitua o art. 7 da Resoluo CNE/CES n11/2002, o estgio supervisionado deve ter um mnimo de 160 horas, e conforme as normas da UEMA Resoluo 423/2003-CONSUN deve ter 180 horas). Essa estruturao genrica e no pretende esgotar outras formas de estruturar o curso. O certo que o processo de estruturao atravs de perodos letivos dever ser implementada como forma de estabelecer uma relao de oferta de conhecimento particionado que possibilite a um conjunto de regras avaliativas estabelecer o grau de absoro, por parte dos discentes, das habilidades e competncias estabelecidas nos diversos componentes curriculares. importante afirmar que o processo de estruturao curricular adotado atende ao que estabelece a Resoluo 423/2003-CONSUN.

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Assim, definindo um processo de estruturao adequada, pode-se estabelecer a estrutura curricular mais condizente ou compatvel com aquelas adotadas atualmente pela UEMA. A seguir, mostra-se a forma de estruturao curricular que serviu de base para a discusso deste projeto pedaggico, de acordo com os objetivos desejados e que permitiu uma diviso do curso em uma estrutura curricular aderente ao modelo adotado na UEMA: bsico e profissional comum a todas as habilitaes: 6 (seis) perodos letivos; especfico a cada habilitao: 3 (trs) perodos letivos; concluso de curso: 1 (um) perodo letivo.

4. Projeto Curricular4.1. GeralO projeto curricular para o curso de Engenharia de Computao passa primeiro pelo perfil do profissional a ser formado e depois por uma organizao tal que possibilite um ordenamento da oferta do conhecimento de forma natural que facilite o aprendizado e a multidisciplinariedade. No processo de construo do projeto curricular, seguimos algumas orientaes pertinentes legislao e s recomendaes, procuramos nos assessorar com informaes de cursos nacionais nota 5 (cinco), na avaliao do ENADE, como o da UFRGS, UFES, UFSCar, ITA e UFPE e outros recm implantados no pas, como o da UFPA. Alm disso, procuramos nos informar dos currculos modelos recomendados pela ACM-IEEE-CS, pela SBC e de currculos implantados em universidades americanas com reconhecimento mundial, como a de Berkeley, Princenton, Boston, Havard, Illinois e Stanford dentre outras. Essa quantidade de informao foi toda comparada e ponderada em funo do perfil desejado, ajustando-a na medida necessria para dar uma universalidade ao conhecimento a ser difundido e possibilitar ao curso ter em seu ncleo, condies de estar no estado-da-arte da computao.

4.2. Desenvolvimento dos Contedos ProgramticosA aprendizagem significativa somente pode ocorrer quando os contedos ministrados em um componente curricular se aproximam de alguma forma da realidade vivida pelo aluno, realidade essa que pode ser expandida a partir de situaes-problema e atividades prticas desenvolvidas pelos alunos em laboratrio, projeto integrado, no mbito do prprio curso, e participao em atividades de Extenso e/ou de Iniciao Cientfica, com a realizao de projetos demandados pela sociedade e/ou pela comunidade cientfica. Os conceitos vistos em sala de aula devem ser entendidos pelo aluno como um conhecimento relevante para a sua atuao profissional. Muitas vezes ouve-se a queixa de que a Universidade no consegue formar profissionais aptos a ingressar no mercado de trabalho, por falta

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de conhecimento dos problemas e tcnicas utilizadas para solucion-los. Na verdade, o que acontece que o aluno no preparado para fazer analogias entre os contedos vistos na graduao e os problemas que existem na vida prtica. Seria como se os contedos vistos no curso no tivessem relao com a prtica profissional de maneira alguma. Esta viso estreita pode ter conseqncias nefastas por toda a vida profissional do egresso, chegando at a impedir que este se torne um profissional competente. Sendo assim, alguns princpios sero adotados ao longo do curso para permitir que o egresso venha a ser um profissional capaz de atender com competncia as demandas do mercado de trabalho no qual venha a atuar, seja como funcionrio, empreendedor ou membro acadmico de uma universidade [45].

4.3. Caractersticas de Ensino a Serem AdotadosObservamos que este tpico e seus sub-tpicos seguem a orientao dos trabalhos das referncias [33], [37], [2] e [39], donde foram retiradas algumas citaes.

4.3.1. Anlise CrticaO desenvolvimento da capacidade de anlise crtica tambm uma caracterstica capaz de definir o sucesso de um profissional no seu ambiente de trabalho e na vida de forma geral. O curso de Engenharia de Computao nos seus componentes curriculares procurar fortalecer o desenvolvimento desta caracterstica em seus alunos. Para tanto, a direo do curso deve estimular os professores dos componentes curriculares a adotarem sempre uma postura crtica nos contedos ministrados, estabelecendo vantagens e desvantagens, limites de aplicaes e comparaes com outros mtodos, tcnicas, conceitos ou algoritmos sempre que possvel. Como uma das funes do profissional de Engenharia de Computao a avaliao de solues propostas, o aluno deve ser habituado a exercer uma postura crtica desde cedo, para isso ser incentivado o trabalho de iniciao cientfica e tecnolgica, desde os primeiros semestres letivos.

4.3.2. AbstraoA capacidade de abstrao essencial para o perfil traado. As tcnicas que possibilitam o desenvolvimento dessa habilidade sero trabalhadas em componentes curriculares bsicos das reas de matemtica e de computao.

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Para a fixao da capacidade de abstrao, a direo de cursos dever: incentivar os professores de determinados componentes curriculares a apresentarem conceitos e a fornecerem exemplos com aplicaes prticas ou que pelo menos mostrem onde tais conceitos sero utilizados no decorrer da vida profissional do egresso; incentivar a realizao de seminrios e workshops, o desenvolvimento de trabalho de iniciao cientfica e tecnolgica, desde os primeiros semestres letivos, como forma de dar aos alunos capacidade de integrao de habilidades e competncias.

4.3.3. CriatividadeA criatividade dever ser trabalhada em todos os componentes curriculares do curso. Para que isso acontea, todos os professores sero orientados a darem liberdade de participao e interferncia aos alunos.

4.3.4. EmpreendedorismoSempre que possvel deve ser evitada a entrega de solues prontas aos alunos. Eles devem ser incentivados a procurar e empreender solues. A procura de solues criativas para problemas existentes leva descoberta de novos conhecimentos, tcnicas e aplicaes de conceitos, que so as caractersticas que um novo processo/produto deve ter para ser competitivo economicamente. A existncia de um componente curricular especfico sobre empreendedorismo se destina a complementar a formao do aluno nessa rea, abordando questes relacionadas criao e gesto de empresas. Note-se que o esprito empreendedor deve ser incentivado em todos os componentes curriculares desde o primeiro semestre do curso.

4.3.5. Ferramentas TecnolgicasUma outra razo das queixas referentes inabilidade dos cursos de graduao em formar profissionais aptos ao ingresso no mercado de trabalho deriva da inexistncia de componentes curriculares para o ensino de ferramentas. O ensino de ferramentas no mesmo o papel de um curso de graduao. No entanto, ferramentas tecnolgicas so partes da vida profissional de qualquer pessoa ligada s reas das Engenharias e da Computao. Mais do que isso, a velocidade com que tais ferramentas aparecem e so substitudas no mercado leva a que o profissional precise aprender tais ferramentas com rapidez, eficincia e eficcia. O desenvolvimento dessas habilidades ser trabalhado no curso atravs da requisio compulsria de utilizao de ferramentas tecnolgicas (linguagens, pacotes, sistemas, etc.) para realizao de trabalhos prticos, de maneira que os alunos tenham que aprend-las por conta prpria. Cada trabalho ou Projeto e Atividades de Pesquisa e Inovao Tecnolgica desenvolvidos devero especificar tambm quais ferramentas devem ser

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utilizadas. Desta forma, cria-se uma dupla vantagem: o aluno torna-se capaz de aprender sozinho qualquer novo recurso e o curso fica mais flexvel, no sentido de que desta maneira, a troca das ferramentas utilizadas no mercado no tem impacto nos contedos ministrados no curso, apenas na sua implementao. No Projeto de Concluso de Curso, por exemplo, deve-se deixar ao prprio aluno a tarefa de buscar e descobrir por conta prpria as ferramentas a serem utilizadas, fazendo-o exercitar ainda mais o seu esprito empreendedor e a sua capacidade de anlise crtica.

4.3.6. Tecnologia na AprendizagemA Informtica encontra um solo frtil na rea de educao. Novas tecnologias esto sendo correntemente aplicadas no ensino dos mais variados componentes curriculares. No ensino da Engenharia e da Cincia da Computao, o emprego dessas tecnologias particularmente importante, uma vez que suas caractersticas de uso encorajam o aprendizado ativo, onde a iniciativa da busca pelo conhecimento parte do aluno e ele o guia de seu aprendizado. A facilidade de disponibilizao de contedos por meio eletrnico (textos, programas, vdeos, simulaes, etc.) existente nos dias de hoje permite que o aluno possa dirigir melhor seu processo de aprendizado, tanto no que se refere ao contedo quanto ao tempo disponibilizado para aprender. A habilidade do trabalho colaborativo de produzir resultados em grupo, mesmo que os indivduos estejam separados por uma enorme distncia geogrfica essencial a um profissional que pretenda ser bem sucedido em um mundo sem fronteiras fsicas. A utilizao das novas tecnologias estimula a curiosidade, o interesse e a capacidade de organizao dos estudantes, fazendo com que os ideais de atitudes expressos no perfil do egresso sejam efetivamente atingidos [47].

4.3.7. Motivao para AprenderA motivao do aluno para aprender est freqentemente relacionada com a utilidade aparente das competncias e habilidades a serem adquiridas nos diversos componentes curriculares disponibilizados na estrutura curricular do curso. Entretanto, apesar de que muitas competncias e habilidades tenham aplicao bvia, muitas outras so obscuras para o aluno no que se refere sua utilidade prtica. A matemtica e os aspectos tericos da Cincia da Computao so os contedos mais bvios nesse critrio, mas surpreendentemente, assuntos como estruturas de dados, comunicao e sincronizao entre processos e outros igualmente importantes podem no ser vistos por muitos alunos como tendo aplicaes prticas alm dos trabalhados nos componentes curriculares. Por esta razo, ser imprescindvel que se estabeleam os relacionamentos existentes entre as competncias e habilidades transferidas com aplicaes da vida real, e da forma mais completa e abrangente

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possvel. Este ser uma marca a ser fixada pelo Curso de Engenharia de Computao, e sabe-se, ser preciso fazer com que os docentes aprenderem essa nova forma de transferncia de conhecimento, pois se distingue frontalmente daquelas formas utilizadas atualmente. Componentes curriculares mais avanados sero alocadas preferencialmente a professores que realizam pesquisa sobre os assuntos abordados, possibilitando que estes desenvolvam os contedos sobre a perspectiva holstica desejada para a estrutura curricular a ser implantada.

4.3.8. Comunicao Oral e EscritaO desenvolvimento das habilidades de comunicao oral e escrita dos alunos tambm deve ser um objetivo comum de todos os componentes curriculares. Essas habilidades sero desenvolvidas a partir de projetos sobre assuntos relacionados a cada componente curricular na forma de seminrios que envolvam a criao de documentos escritos e apresentaes orais. importante que todos os alunos sejam submetidos a avaliaes deste tipo, uma vez que tal habilidade, independente das condies tcnicas do aluno, pode determinar o seu futuro profissional. Escrever e apresentar trabalhos devem ser atividades to naturais quanto implementar um algoritmo, e assegurando que os alunos precisaro realiz-las, e ao longo de todo o curso, garante-se que estas habilidades sejam efetivamente desenvolvidas no egresso. Nos seus componentes curriculares, os professores sero orientados a trabalharem intensamente as habilidades de comunicao oral e escrita para documentao do projeto e do produto, para snteses das pesquisas bibliogrficas, para redao das monografias, para elaborao e realizao das apresentaes.

4.3.9. MultidisciplinaridadeA aplicao da Informtica nos dias de hoje estendeu-se muito alm das fronteiras da Cincia da Computao propriamente dita [24]. A ubiqidade de sistemas computacionais em praticamente todas as reas de conhecimento deve levar a que os egressos do curso de Engenharia de Computao do CCT/UEMA necessitem interagir com pessoas provindas dos mais diferentes campos do conhecimento. A diferena de mtodos e linguagens entre reas de conhecimento distintas causa problemas de comunicao entre grupos multidisciplinares. Sendo assim, importante que os estudantes tomem contato com os trabalhos realizados em outras reas no que diz respeito utilizao de recursos computacionais. Sempre existiro mais reas de conhecimento do que componentes curriculares que o aluno ter oportunidade de cursar. E novas reas de conhecimento multidisciplinares estaro tambm sempre em formao. Uma das maneiras de se conseguir essa interao durante o curso a criao de projetos multidisciplinares, de iniciao cientfica e tecnolgica, que envolvam estudantes de diversos cursos de graduao, de reas correlatas ou radicalmente diferentes.

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A experincia de trabalho com outros grupos (no caso da UEMA, podese envolver pessoal de engenharia mecnica, engenharia de produo, engenharia de segurana, engenharia de pesca, medicina, biologia, etc) no s desenvolve conhecimentos nos alunos, como tambm os faz entrar em contato com diferentes formas de pensar e agir, preparando-os de maneira adequada para os problemas de comunicao que certamente acabaro aparecendo na vida profissional. Os projetos de iniciao cientfica e tecnolgica sero grandes catalisadores de trabalhos multidisciplinares, que tambm sero desenvolvidos a partir de projetos de grupos de pesquisa e de aes de extenso. A transferncia de conhecimento e tecnologias desenvolvidas no mbito de pesquisa e promovidas pela extenso deve se dar no somente para o mercado de trabalho em Computao e Informtica, mas tambm para outros segmentos da sociedade, inclusive para outras reas da UEMA. Nesse contexto, o curso de Engenharia de Computao poder ser elemento catalisador de desenvolvimento dentro da UEMA, pois podero ser desenvolvidos projetos multidisciplinares com a Engenharia Civil (projetos de softwares para as reas especficas de estrutura, hidrulica, saneamento, mecnica dos solos, materiais de construo, mtodos construtivos, gesto de empreendimentos, etc.), com a Engenharia Mecnica (projetos nas reas de trmica, mquinas trmicas e operatrizes, mecatrnica, controles industriais, maquinas ferramentas, mecnica computacional, etc.) com a Arquitetura (projeto de automao para confortos ambientais iluminao, conforto trmico, ... segurana predial, etc.), com a Administrao (projetos de sistemas de informaes gerenciais em geral, etc.), com a Pedagogia (projetos de educao a distancia, mtodos avaliativos, etc.), dentre outros.

4.3.10. Mtodos FormaisA formalizao dos conceitos e tcnicas da rea condio necessria no s para a futura atuao profissional do aluno, mas tambm como parte de seu desenvolvimento cientfico. O estudo dos contedos sob o ponto de vista operacional, da aquisio de competncias e de habilidades prticas especficas, pode ser interessante at certo aspecto, mas no pode existir de forma exclusiva. A exatido de todos os conceitos vistos durante o curso precisa ser expressa de maneira formal, e o aluno deve habituar-se a entender e a se comunicar em linguagem matemtica. A formalizao de conceitos garante que se possa verificar propriedades de sistemas, estruturas, algoritmos, etc, alm de permitir o desenvolvimento e prova de teorias a respeitos dos mesmos. Uma gama enorme de mtodos formais existe para representar os mais diversos contedos: sistemas lgicos, programas imperativos, orientados a objeto, concorrentes, funcionais e lgicos, protocolos de redes de computadores, especificao de sistemas nos mais diferentes nveis de abstrao, comunicao em sistemas distribudos, sintaxe e semntica de linguagens, sistemas de tipos, e assim sucessivamente. Estes mtodos devem ser trabalhados junto aos componentes curriculares que deles necessitam. Desta forma, cria-se no aluno a expectativa de definies sem ambigidade, de uma maneira natural, contribuindo para o

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