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Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Canteiros de Obras PROGRAMA DE GESTÃO DE MATERIAIS PGM Art. É instrumento para a implementação da VII - as ações de orientação, de fiscalização e de gestão dos resíduos da construção civil o Plano controle dos agentes envolvidos; Integrado de Gerenciamento de Resíduos da VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e resíduos e possibilitar a sua segregação. pelo Distrito Federal, o qual deverá incorporar: Art O Programa Municipal de Gerenciamento de I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil será elaborado, Resíduos da Construção Civil; e implementado e coordenado pelos municípios e pelo II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Distrito Federal, e deverá estabelecer diretrizes técnicas e Construção Civil. procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com os Art Deverão constar do Plano Integrado de critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local. Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil: Art. Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o Construção Civil serão elaborados e implementados pelos Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos geradores não enquadrados no artigo anterior e terão da Construção Civil e para os Projetos de como objetivo estabelecer os procedimentos necessários Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a para o manejo e destinação ambientalmente adequados serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de dos resíduos. todos os geradores. § O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, Construção Civil, de empreendimentos e atividades não aptas para recebimento, triagem e armazenamento enquadrados na legislação como objeto de licenciamento temporário de pequenos volumes, em conformidade ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o com o porte da área urbana municipal, projeto do empreendimento para análise pelo órgão possibilitando a destinação posterior dos resíduos competente do poder público municipal, em conformidade oriundos de pequenos geradores às áreas de com o Programa Municipal de Gerenciamento de beneficiamento; Resíduos da Construção Civil. III - o estabelecimento de processos de § O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da licenciamento para as áreas de beneficiamento e de Construção Civil de atividades e empreendimentos sujeitos disposição final de resíduos; ao licenciamento ambiental, deverá ser analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental IV - a proibição da disposição dos resíduos de competente. construção em áreas não licenciadas; Art. Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: ou reciclados no ciclo produtivo; I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores; e quantificar os resíduos; 38 Anexo 2: Resolução 307 do Conama de 05/07/2002

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Projeto de Gerenciamento de ResíduosSólidos em Canteiros de Obras

PROGRAMA DE GESTÃO DE MATERIAIS

PGM

Art. 5º É instrumento para a implementação da VII - as ações de orientação, de fiscalização e de

gestão dos resíduos da construção civil o Plano controle dos agentes envolvidos;

Integrado de Gerenciamento de Resíduos da VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e

resíduos e possibilitar a sua segregação.pelo Distrito Federal, o qual deverá incorporar:

Art 7º O Programa Municipal de Gerenciamento de I - Programa Municipal de Gerenciamento de

Resíduos da Construção Civil será elaborado, Resíduos da Construção Civil; e

implementado e coordenado pelos municípios e pelo

II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Distrito Federal, e deverá estabelecer diretrizes técnicas e

Construção Civil. procedimentos para o exercício das responsabilidades

dos pequenos geradores, em conformidade com os Art 6º Deverão constar do Plano Integrado de

critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local.Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:

Art. 8º Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o

Construção Civil serão elaborados e implementados pelos Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos

geradores não enquadrados no artigo anterior e terão da Construção Civil e para os Projetos de

como objetivo estabelecer os procedimentos necessários Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a

para o manejo e destinação ambientalmente adequados serem elaborados pelos grandes geradores,

possibilitando o exercício das responsabilidades de dos resíduos.

todos os geradores. § 1º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da

II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, Construção Civil, de empreendimentos e atividades não

aptas para recebimento, triagem e armazenamento enquadrados na legislação como objeto de licenciamento

temporário de pequenos volumes, em conformidade ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o

com o porte da área urbana municipal, projeto do empreendimento para análise pelo órgão

possibilitando a destinação posterior dos resíduos competente do poder público municipal, em conformidade

oriundos de pequenos geradores às áreas de com o Programa Municipal de Gerenciamento de

beneficiamento; Resíduos da Construção Civil.

III - o estabelecimento de processos de § 2º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da

licenciamento para as áreas de beneficiamento e de Construção Civil de atividades e empreendimentos sujeitos

disposição final de resíduos; ao licenciamento ambiental, deverá ser analisado dentro

do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental IV - a proibição da disposição dos resíduos de

competente.construção em áreas não licenciadas;

Art. 9º Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis

Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas:ou reciclados no ciclo produtivo;

I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar VI - a definição de critérios para o cadastramento

de transportadores; e quantificar os resíduos;

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Anexo 2: Resolução 307

do Conama de 05/07/2002

Page 2: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

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revestimento etc.), argamassa e concreto;VI - Reutilização: é o processo de reaplicação

de um resíduo, sem transformação do mesmo; c) de processo de fabricação e/ou demolição de

VII - Reciclagem: é o processo de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,

reaproveitamento de um resíduo, após ter sido meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

submetido à transformação;II - Classe B - são os resíduos recicláveis para

VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um

outras destinações, tais como: plásticos, resíduo à operações e/ou processos que

papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;tenham por objetivo dotá-los de condições que

permitam que sejam utilizados como matéria- III - Classe C - são os resíduos para os quais não prima ou produto;

foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a

economicamente viáveis que permitam a sua área onde serão empregadas técnicas de

reciclagem/recuperação, tais como os produtos disposição de resíduos da construção civil

oriundos do gesso;Classe "A" no solo, visando a reservação de

materiais segregados de forma a possibilitar seu IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos uso futuro e/ou futura utilização da área,

do processo de construção, tais como: tintas, utilizando princípios de engenharia para confiná-

solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados los ao menor volume possível, sem causar

danos à saúde pública e ao meio ambiente; oriundos de demolições, reformas e reparos de

clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas

destinadas ao beneficiamento ou à disposição Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo final de resíduos.

prioritário a não geração de resíduos e, Art. 3º Os resíduos da construção civil

secundariamente, a redução, a reutilização, a deverão ser classificados, para efeito desta

reciclagem e a destinação final.Resolução, da seguinte forma:

§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou

recicláveis como agregados, tais como: ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares,

a) de construção, demolição, reformas e em áreas de "bota fora", em encostas, corpos

reparos de pavimentação e de outras obras de d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei,

infra-estrutura, inclusive solos provenientes de obedecidos os prazos definidos no art. 13º desta

terraplanagem;Resolução.

b) de construção, demolição, reformas e

§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de acordo com o disposto no art. 10º desta Resolução.

Anexo 2: Resolução 307

do Conama de 05/07/2002

Esta cartilha é um dos instrumentos de Universidade de Brasília, e implantada em parceria com

implantação do Programa de gerenciamento de a Prefeitura de Goiânia, Comat/CBIC,

resíduos sólidos da construção, o qual é parte do Comat/Sinduscon-DF e Sinduscon-GO, com o apoio

Programa de Gestão de Materiais idealizado em do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do

parceria pela Universidade de Brasília, Comissão Distrito Federal (Sebrae/DF).

de Materiais e Tecnologia – Comat / Câmara A metodologia desenvolvida pela Universidade

Brasileira da Indústria da Construção - CBIC, de Brasília teve embrião no Programa Entulho Limpo, Comat / Sindicato da Indústria da Construção Civil concebido, elaborado e desenvolvido em parceria com do Distrito Federal - Sinduscon-DF. o Sinduscon-DF, Eco Atitude Ações Ambientais e UnB.

O Programa de Gestão de Materiais visa O projeto Piloto 1 foi implantado em Goiânia nas

agregar esforços na busca da melhor qualidade construtoras: Construtora Toctao Engenharia, Conenge

do setor da construção e para o fortalecimento do Construções e Engenharia, Construtora Moreira

Sistema nacional de aprendizagem da Indústria Ortence, Dinâmica Engenharia, TCI Construtora e

da construção – IC, potencializando, portanto, a Incorporadora e está sendo implantado em Brasília,

absorção ativa de tecnologia que minimize o nas construtoras: Construtora RV , Construtora Ipê,

impacto da IC no meio ambiente. Foi concebido Construtora Vilela e Carvalho, Silco Engenharia, Soltec

para ser desenvolvido e implantado por meio de Engenharia e Construtora Gutembergue Caetano.

projetos pilotos, e está composto, até o Esta publicação tem como objetivo apresentar

momento, de três subprogramas: Programa de as principais diretrizes para empresas construtoras na

gerenciamento de resíduos sólidos da implantação de projetos de gerenciamento de resíduos construção; Programa de redução de desperdício sólidos em seus canteiros de obras, e é um dos e Programa de análise do ciclo de vida dos instrumentos a serem utilizados nas ações educativas produtos da construção.da Prefeitura de Goiânia, como definido no O Programa de gerenciamento de

planejamento do seu Programa Municipal de resíduos sólidos da construção visa atender à 1 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.Resolução 307 do Conama no que diz respeito

Agradecemos a todas as instituições e às responsabilidades dos construtores, e está

organizações, públicas e privadas, e a todas as sendo implantado por meio do Piloto 1 para o

pessoas que contribuíram para a realização desta Distrito Federal - DF e para Goiânia - GO, de

acordo com a metodologia desenvolvida pela publicação.

1Resolução 307 do Conama de 05/07/2002 – “Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da Construção Civil”. (Ver anexo 1).

Apresentação

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I. Introdução

II. Legislação Pertinente: Resolução 307 do Conama de 05/07/2002

III. Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Indústria da Construção – Conceitos e princípios relevantes

IV. Projeto Piloto 1 Distrito Federal e Goiânia

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para empresas construtoras

VI. Resultados do Piloto 1 DF e GO

VII. Referências bibliográficas

Anexo 1: O Projeto na prática

Anexo 2: Resolução 307 do Conama de 05/07/2002

6

9

11

17

21

31

33

32

36

Índice

36

RESOLUÇÃO Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002 Art. 1º - Estabelecer diretrizes, critérios e

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a procedimentos para a gestão dos resíduos da gestão dos resíduos da construção civil. O CONSELHO construção civil, disciplinando as ações necessárias de NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das forma a minimizar os impactos ambientais.competências que lhe foram conferidas pela Lei nº

Art. 2º Para efeito desta Resolução, são adotadas as 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo

seguintes definições:Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em

I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de vista o disposto em seu Regimento Interno, Anexo à

construções, reformas, reparos e demolições de obras Portaria nº 326, de 15 de dezembro de 1994, e

de construção civil, e os resultantes da preparação e da Considerando a política urbana de pleno

escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos desenvolvimento da função social da cidade e da

cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº

resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, 10.257, de 10 de julho de 2001;

argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, Considerando a necessidade de

plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente implementação de diretrizes para a efetiva redução dos

chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos

da construção civil; II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas,

Considerando que a disposição de resíduos da públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou

construção civil em locais inadequados contribui para a empreendimentos que gerem os resíduos definidos

degradação da qualidade ambiental; nesta Resolução;

Considerando que os resíduos da construção III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou civil representam um significativo percentual dos

jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas;

resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de Considerando que os geradores de resíduos da

destinação;construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos

IV - Agregado reciclado: é o material granular das atividades de construção, reforma, reparos e

proveniente do beneficiamento de resíduos de demolições de estruturas e estradas, bem como por

construção que apresentem características técnicas aqueles resultantes da remoção de vegetação e

para a aplicação em obras de edificação, de infra-escavação de solos;estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de Considerando a viabilidade técnica e engenharia;econômica de produção e uso de materiais

V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão provenientes da reciclagem de resíduos da construção

que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo civil; e

Considerando que a gestão integrada de planejamento, responsabilidades, práticas,

resíduos da construção civil deverá proporcionar procedimentos e recursos para desenvolver e

benefícios de ordem social, econômica e ambiental, implementar as ações necessárias ao cumprimento das

resolve: etapas previstas em programas e planos;

Anexo 2: Resolução 307

do Conama de 05/07/2002

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c) treinar a mão-de-obra com relação a segregação dos resíduos,

ou seja, a coleta seletiva, identificando o que são resíduos classes A,

B, C e D;

d) definir campanha interna de disseminação do projeto no canteiro

de obras através de: palestras internas periódicas (no mínimo

semanais), cartazes, placas de sinalização das áreas de disposição

no canteiro, em outras palavras “o que se joga aonde”;

e) estimular a mão-de-obra permitindo que a arrecadação com a

comercialização dos resíduos retorne aos trabalhadores, da maneira

que eles definirem.

3. Procedimentos para reciclagem:

a) definir responsabilidades com relação a separação dos resíduos

geração;e limpeza nas áreas de

b) segregar os resíduos de acordo com Resolução 307 do

Conama (2002);

c) armazenar os resíduos até o encaminhamento para coleta;

d) encaminhar os resíduos para coleta, não esquecendo-se de

deixar registro da quantificação, caracterização e empresa

responsável pelo transporte.

Anexo 1:

O Projeto na prática

Viramos mais um século, e os desafios aumentam

dia-a-dia, ao tentarmos estabelecer uma relação equilibrada

com a natureza para suprir as necessidades dos vários

processos de produção. Dentre eles, a necessidade de

minimização dos impactos causados pelas diversas indústrias. A indústria da

construção, por exemplo, causa impacto no meio ambiente ao longo de sua

cadeia produtiva, desde a ocupação de terras, a extração de matéria-prima, o

transporte, o processo construtivo, os produtos em si, a geração e a

disposição de resíduos sólidos.

Estudos demonstram que 40% a 70% da massa dos

resíduos urbanos são gerados pelo processo construtivo, conforme 2observado por alguns pesquisadores como Hendriks (2000) e Pinto

3(1999) . Pode-se dizer que 50% dos entulhos são dispostos

irregularmente sem qualquer forma de segregação.

Osimpactosnegativoscausadosporessevolumeeessadisposição

resíduos sólidos urbanos um dos problemas mais graves irregularfazemdos

enfrentados atualmente pela gestão urbana, causando o esgotamento

prematuro de áreas de disposição final de resíduos, a obstrução de elementos

de drenagem urbana, a degradação de mananciais, a sujeira nas vias

públicas, a proliferação de insetos, roedores e outros organismos vetores

de doenças, e o conseqüente prejuízo à saúde do cidadão e aos cofres

públicos. Estima-se que os gastos variam entre R$ 1 milhão e R$ 1,5

milhão com recolhimento de entulho disposto irregularmente, em

municípios acima de 1 milhão de habitantes como confirma o município de

Goiânia.

Acelerar o passo para a minimização dos impactos dos resíduos sólidos

da indústria da construção (RSIC) é um desafio e meta dos agentes envolvidos

no processo de produção da indústria, comprometidos em compartilhar

responsabilidades, riscos e retornos. Faz-se necessário fortalecer o sistema de 4aprendizado das indústrias , o que significa, principalmente, elevar o padrão de

qualificação profissional, da capacidade de aquisição de tecnologia do setor, e

de comprometimento de recursos em absorção de tecnologia.

Recursos oriundos do setor público e do setor produtivo.

6

I. Introdução

1

3

4

6

Foto 1 – Disposição Irregular de Resíduos – Goiânia; Fonte: Prefeitura de Goiânia, Comurg e Semma, 2003.

Foto 2 - Disposição Irregular de Resíduos – Distrito Federal; Fonte: Fernando Campos, 2002.

Foto 3 - Disposição Irregular de Resíduos – Distrito Federal; Fonte: Fernando Campos, 2002.

Foto 4 – Disposição Irregular de Resíduos – Goiânia; Fonte: Prefeitura de Goiânia, Comurg e Semma, 2003.

Fotos 5 e 6 – Disposição Irregular de Resíduos – Parque Atheneu/Goiânia; Fonte: Prefeitura de Goiânia, Comurg e Semma, 2003.

2Ver Hendriks, 2000.3Ver Pinto, 1999.4Ver Viotti, 1997. Com base no trabalho de Viotti, o Brasil precisa fortalecer o sistema de aprendizado de suas indústrias,

fortalecendo a absorção ativa de tecnologia.

5

2

Page 5: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

7

A legislação é um forte elemento, capaz de centros de pesquisa e universidades como, por

exercer uma grande influência no fortalecimento do exemplo, a Universidade de Brasília, por meio do

sistema de aprendizagem da indústria da construção Centro de Desenvolvimento Sustentável, Faculdade

(IC), ao exigir um padrão de comportamento ao longo de Arquitetura e Urbanismo, Deptº de Engenharia Civil

de toda a cadeia produtiva desse segmento e outros, contribuem com a fundamentação

industrial. consistente do trabalho na busca de modelos que

Nessesúltimosanospôde-seobservar possam acelerar a introdução de tecnologia visa algunsavançoscomrelaçãoàlegislaçãoque sustentável na IC.

fortalecer a absorção de tecnologia que minimize o Contribuindo para o fortalecimento de todo o impacto causado pelo setor da construção. Salienta-

projeto e seu desenvolvimento, o setor público se a aprovação da Resolução 307 do Conama, que

através da parceria com a Prefeitura de Goiânia estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

permitiu a aplicação da metodologia proposta em gestão dos resíduos da construção civil (ver anexo 1).

toda sua extensão, possibilitando o exercício do Em outubro de 2002 foi aprovada a

processo de reciclagem dos resíduos classe A, Resolução Conama 313, que dispõe sobre o

incluindo a aplicação do agregado reciclado em obra Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais,

experimental de pavimentação.obrigando as indústrias a fornecerem ao estado

O modelo estabelecido para os pilotos que informações “sobre a geração, características,

subsidiaram as informações contidas nesta armazenamento, transporte, tratamento, reutilização,

publicação fundamenta-se na integração dos reciclagem, recuperação e disposição final dos

principais agentes envolvidos na produção do resíduos sólidos gerados no país”, impactando as ambiente construído. Esta integração permite o indústrias fornecedoras da IC.compartilhar das responsabilidades, assim como dos AIC,porintermédioderepresentantesrecursos (humanos e financeiros), conhecimento e institucionaisdosetor,comoaCBIC,ostecnologia, instrumentos e esforços. Potencializa a Sinduscon(s), e os sistemas Senai e Sebrae vêm

busca da minimização dos impactos ambientais demonstrando compromisso em contribuir e cumprir

causados pela cadeia produtiva da indústria da com suas responsabilidades, na busca de

construção, permitindo obter respostas às questões tecnologias mais eficientes, eficazes e sustentáveis.

Por outro lado, a pesquisa por parte de complexas.

I. Introdução

Integração de agentes

Universidade de Brasília

CBICCâmara Brasileira da Indústria da Construção

2.1.6.4 – Reboco paulista – Uso de 4. Aderir a programas como ISO - 9000 ou PBQP-H

argamassa pronta ou pré- visando a melhoria da qualidade do processo construtivo, dosada; aplicação manual

e a conseqüente melhoria do produto (edificações e obras ou com projeção

de infra-estrutura ou subsetores).2.1.7 - Lajes

2.1.7.1 – Tipologia: moldada in loco

ou pré-moldada: maciça, E. Plano de reutilização:nervurada, cogumelo, com

uso de material de

1. Identificar os materiais que são usados no processo enchimento como lajota

construtivo que poderiam ser substituídos por materiais cerâmica, bloco CCA.

2.1.8 – Telhado reutilizáveis, como por exemplo: escoramento metálico,

2.1.8.1 – Estrutura de armação: uso andaimes metálicos, e outros.

de madeira ou estrutura

metálica2. Identificar materiais que podem ser reutilizados

2.1.8.2 – Telhas: cerâmica, fibro-mantendo a qualidade de sua aplicação.

cimento e metálica, outras.

F. Plano de reciclagem:D. Plano de redução:

1. Preparando canteiro de obras:1. Elaborar planejamento detalhado do projeto e

construção.

a) elaborar projeto do canteiro identificando áreas de

2. Apontar coordenador responsável pela gestão do armazenamento, fluxo dos resíduos nos canteiros, áreas

projeto como um todo, visando compatibilizar de coleta; sistema de sinalização e identificação de decisões e fluxo de informações técnicas.

equipamentos necessários;

b) elaborar orçamento de implantação do projeto de

3. Conscientizar a equipe responsável pela gerenciamento nos canteiros.elaboração, desenvolvimento e detalhamento dos

projetos técnicos da importância:

2. Preparando a mão-de-obra:

a) da compatibilização de projetos;

a) apresentar o projeto de gerenciamento de resíduos b) da busca da racionalização do processo

sólidos aos trabalhadores nos canteiros de obras;construtivo;

c) da modulação e padronização de elementos e b) conscientizar os trabalhadores da importância do

componentes; projeto para o meio ambiente e para atender a resolução

307;d) da qualidade do detalhamento e especificação.

34

Anexo 1:

O Projeto na prática

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33

A. Caracterização da empresaNome e Razão social:Porte:Área de atuação (Tipo de edificações/obras):Certificação:

B. Descrevendo a obra e edificaçãoEndereço da obra:Responsável:Tipologia da Edificação:Descrição da Edificação:

C. Descrevendo a tecnologia1. Descrição da tecnologia e dos processos no canteiro2 - Caracterização do sistema construtivo 2.1 - Descrição do processo 2.1.1 - Infra-estrutura 2.1.2 - Superestrutura 2.1.2.1 - Tipo de formas utilizadas 2.1.2.2 - Tipo de concreto (rodado em obra ou usinado)

cortadoem 2.1.2.3 - Insumos para o concreto (cimento, areia e brita) ou concreto; e aço (dobrado e obraouemcentraldeprodução)

2.1.3 – Alvenaria 2.1.3.1 – Tipos de alvenaria (vedação ou estrutural) 2.1.3.2 – Tipos de componentes (bloco cerâmico, bloco de concreto ou bloco de concreto celular,

divisória de gesso acartonado) 2.1.3.3 – Argamassa de assentamento (rodada em obra ou pré-dosada) 2.1.3.4 – Execução de vergas (moldada in loco ou pré-moldada) 2.1.3.5 – Ligações alvenaria-estrutura (para o pilar: tipos utilizados – chapisco, ferro cabelo, tela e

para a laje: blocos cerâmicos, cunhas de concreto ou concreto celular e espuma de poliuretano expandido)

2.1.3.6 – Equipamentos utilizados - para elevação da alvenaria: nivel de mangueira, escantilhão, nível a laser e para argamassa de assentamento: colher de pedreiro, meia cana, desempenadeira e bisnaga)

2.1.3.7 – Recebimento e armazenamento de material (blocos: a granel ou paletizados; argamassa (cimento, cal e areia a granel ou argamassa pré-dosada em sacos)

2.1.4 – Instalações hidro-sanitárias 2.1.4.1 - Tipo de instalação: embutida ou aparente, corte na alvenaria ou planejamento para o

embutimento, como a instalação no interior de blocos especiais, com paredes duplas, uso de shafts, uso de pex etc.

2.1.5 – Instalações elétricas 2.1.5.1 – Tipo de instalação: embutida ou aparente, embutida ou aparente, corte na alvenaria ou

planejamento para o embutimento, como a instalação no interior de blocos especiais, com paredes duplas, uso de shafts, uso de pex etc.

2.1.6 – Revestimentos 2.1.6.1 – Chapisco – Uso de chapisco rodado em obra ou pronto (pré-dosado); manual ou com

projeção; uso de rolo texturizado ou convencional; eliminação do chapisco 2.1.6.2 – Emboço – Uso de argamassa pronta ou pré-dosada; aplicação manual ou com projeção 2.1.6.3 – Reboco - Uso de argamassa pronta ou pré-dosada; aplicação manual ou com projeção

Anexo 1:

O Projeto na práticaEsta publicação apresenta os

resultados obtidos com o exercício do

modelo proposto na busca de acelerar

respostas às questões referentes à

gestão dos resíduos sólidos da

indústria da construção por meio da

implantação do Piloto 1 DF e GO. A

metodologia usada na implantação do

Piloto 1 DF e GO foi desenvolvida e

implantada pela Universidade de 5Brasília . A coordenação do processo

de implantação contou com a

participação da Comat/Cbic,

Comat/Sinduscon-DF, Sinduscon-GO

e Prefeitura de Goiânia.

5A metodologia foi desenvolvida, e sua implantação coordenada por Raquel Naves Blumenschein no âmbito de seu doutorado junto ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB.

A primeira parte apresenta os principais aspectos da

legislação pertinente;

A segunda, enfoca resumidamente a fundamentação,

composta basicamente de princípios e conceitos relevantes

da teoria de gestão de resíduos sólidos aplicados à Indústria

da construção;

A terceira, descreve brevemente as metas e etapas de

implantação do projeto piloto 1 DF e Goiânia;

A quarta, o Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

(PGRS), de acordo com a metodologia proposta;

A quinta, resume os resultados fornecidos pelas empresas

construtoras participantes do Piloto 1 DF e GO;

O anexo 1, fornece uma lista das principais diretrizes a serem

consideradas pelas construtoras, na elaboração do Projeto

de gerenciamento de resíduos sólidos para canteiros de

obras;

O anexo 2, apresenta o texto da resolução 307 do Conama

aprovada em 05/07/2002.

8

I. Introdução

Esta publicação compõe-se

de cinco partes e dois anexos:

Page 7: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

32

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR

ISO 9000 - Sistema de gestão da qualidade. Fundamentos

e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000, 26p

BLUMENSCHEIN, Raquel N. – Gerenciamento de

Resíduos Sólidos da Construção, Anais da IV ECO ECO,

Pará, 2001

CONAMA – Resíduos da construção civil, Ministério do

Meio Ambiente, MA, Proposta de Resolução, Brasília, 2002

HENDRIKS, Ch. F. The building Cycle. Aeneas Technical

Publishers, the Netherlands, 2000. ISBN 9075365 31-4

HENDRIKS, Ch. F. Durable and sustainable Construction

Material. Aeneas Technical Publishers, the Netherlands,

2000. ISBN 9075365 31-4

PINTO, T. de P. Metodologia para a gestão diferenciada de

resíduos sólidos da construção urbana, Tese de doutorado

apresentada à escola Politécnica da Universidade de São

Paulo, São Paulo, 1999

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E

PRODUTIVIDADE NO BRASIL – PBQP-H. www.pbqp-

h.gov.br

VIOTTI, E. B. Passive and active national learning systems.

New York: New School for Social Research, 1997 (Tese de

Doutorado em Economia)

VII. Referências bibliográficas:

A.ConselhoNacionaldoMeio

Ambiente:

I-ClasseA

a)

b)

c)

II-ClasseB

III-ClasseC

B.ResíduosSólidossegundoa

Resolução307:

IV-ClasseD

Quanto aos resíduos oriundos da construção, reformas e demolição de edifícios ou obras de infra-

estrutura, ou seja, os entulhos, estes constituem-se

por: telhas, forros, tijolos e blocos cerâmicos, O Conselho Nacional do Meio Ambiente concreto em geral, madeira, argamassa, gesso,

(Conama) faz parte da estrutura criada pela Política tubulações, vidros etc.Nacional do Meio Ambiente que constitui o Sistema Segundo a Resolução 307 os resíduos oriundos da Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), como indústria da construção são classificados como:disposto na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. O

Sisnama está estruturado em vários órgãos: órgão - são os resíduos reutilizáveis ou superior, o Conselho do Governo; órgão consultivo e

recicláveis como agregados, tais como: deliberativo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente;

órgão central, a Secretaria do Meio Ambiente da

Presidência da República; órgão executor, o Instituto de construção, demolição, reformas e Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais reparos de pavimentação e de outras obras de infra-Renováveis e órgãos Seccionais. estrutura, inclusive solos provenientes de

Como disposto pela Lei nº 8.028, de 12 de terraplanagem;dezembro de 1990 o Conama é um órgão consultivo

de construção, demolição, reformas e e deliberativo e tem “a finalidade de assessorar,

reparos de edificações: componentes cerâmicos estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes

(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), de políticas governamentais para o meio ambiente e

argamassa e concreto;os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua

de processo de fabricação e/ou competência, sobre normas e padrões compatíveis demolição de peças pré-moldadas em concreto com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e (blocos, tubos, meios-fios etc.), produzidas nos essencial à sadia qualidade de vida.” canteiros de obras;Por meio de seus grupos de trabalho e

câmaras técnicas elabora e aprova resoluções

atendendo as necessidades de diferentes áreas, - são os resíduos recicláveis para entre elas a construção civil. Em 2002 foi aprovada a outras destinações, tais como: plásticos, Resolução 307 que dispõe sobre o gerenciamento papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;de resíduos sólidos oriundos da indústria da

construção. É importante ressaltar que uma - são os resíduos para os quais resolução, dentro da estrutura legal da constituição

não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações tem força de lei. economicamente viáveis que permitam a sua

reciclagem/recuperação, tais como os produtos

oriundos do gesso;

- são os resíduos perigosos

Resíduos sólidos são definidos como sendo oriundos do processo de construção, tais como:

aqueles nos estados sólido e semi-sólido, que tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles

resultam de atividades da comunidade de origem: contaminados oriundos de demolições, reformas e

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de reparos de clínicas radiológicas, instalações

serviços, de varrição e agrícola” (Schalch, 1992). industriais e outros.

II. Legislação Pertinente:

Resolução 307 do Conama de 05/07/2002

9

Page 8: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

II. Legislação Pertinente:

Resolução 307 do Conama de 05/07/2002

10

C.Instrumentosdeimplementação

daResolução307:

II

III

IV

V

VII

VIIII

VIII

I

serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de

todos os geradores;

A resolução 307 identifica como

- o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos os

aptas para recebimento, triagem e armazenamento participantes do processo construtivo (setor

temporário de pequenos volumes, em conformidade produtivo) e o setor público. Os primeiros incluem os

com o porte da área urbana municipal, possibilitando a geradores e transportadores dos resíduos sólidos,

destinação posterior dos resíduos oriundos de pequenos ou seja, os construtores e os responsáveis por obras

geradores às áreas de beneficiamento;(mestres, arquitetos, engenheiros etc.) e os que

transportam os entulhos, também conhecidos por - o estabelecimento de processos de licenciamento caçambeiros ou coletores de entulhos. No setor

para as áreas de beneficiamento e de disposição final de público estão incluídos principalmente o município e resíduos;o Distrito Federal, e seus vários órgãos

(responsáveis pela limpeza urbana, meio ambiente,

pavimentação, habitação e obras etc.). - a proibição da disposição dos resíduos de

construção em áreas não licenciadas;

A Resolução 307 define como instrumento

de sua implementação o Plano Integrado de - o incentivo a reinserção dos resíduos reutilizáveis ou

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil reciclados no ciclo produtivo;

(PIGRCC), o qual deve incorporar:

- a definição de critérios para o cadastramento de - Programa Municipal de Gerenciamento de

transportadores;Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), e;

- as ações de orientação, de fiscalização e de - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da

controle dos agentes envolvidos;Construção Civil (PGRCC).

- as ações educativas visando reduzir a geração de O primeiro de responsabilidade dos resíduos e possibilitar a sua segregação.municípios e Distrito Federal e o segundo de

responsabilidade dos grandes geradores Os Projetos de gerenciamento de resíduos da (construtores e responsáveis por obras). O Plano

construção civil, de responsabilidades dos grandes Integrado de Gerenciamento de Resíduos da geradores, (pois os pequenos geradores responderão às Construção Civil deve incorporar as diretrizes diretrizes do Programa Municipal) devem conter necessárias com relação a áreas de informações com relação à quantidade e tipos de recebimento,separação, armazenamento, resíduos gerados, triagem (de preferência no momento

processamento e reciclagem dos resíduos sólidos de sua geração) acondicionamento, destinação, e

oriundos de canteiros de obras. Incorporando, transporte. A responsabilidade do transporte é também

portanto:das empresas coletoras, que deverão responder às

diretrizes estabelecidas pelo PIGRCC.

- as diretrizes técnicas e procedimentos para o Apartirdejaneirode2003,osmunicípioseoPrograma Municipal de Gerenciamento de Resíduos DistritoFederaltêm24meseseosgeradoresdeda Construção Civil e para os Projetos de resíduos,18mesesparaatenderemaResolução307Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a (Veranexo2).

31

VI. Resultados do Piloto 1 DF e GO:

As empresas construtoras participantes do projeto piloto

implantado em Goiânia e Distrito Federal apontam os seguintes

benefícios:

Redução custo pela redução do número de caçambas alugadas

pelas empresas construtoras,considerando que os resíduos

classe B são retirados na porta da obra.

Melhoria da organização e limpeza da obra.

Elemento forte no marketing da empresa.

Fortalece a capacidade de cumprir com as responsabilidades

socioambientais da empresa.

Fortalecimento da auto-estima dos participantes do projeto pela

contribuição com a gestão ambiental.¸

Contribuição da empresa com a educação ambiental de sua

mão-de-obra.

01 17 09

02 04 02

03 13 07

04 10 11

05 04 02

Empresa Número de caçambasAntes do projeto

Número de caçambasDepois do projeto

Redução do número de caçambas de acordo com os dados

fornecidos pelas empresas construtoras. Média dos meses de junho e julho:

Page 9: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

10

11

Esta complexidade nos leva a

considerar a adoção de um Sistema

Integrado de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos, que visa obter resposta para duas 6

questões principais:

Obtenção da melhor relação possível entre

“quantidade de lixo gerado e os custos do

seu tratamento”;

Definição da melhor combinação possível

entre as várias alternativas de disposição

(Chermont, Motta,1996).

Nosso interesse neste trabalho

restringe-se apenas à segunda questão,

pois a definição do nível ótimo de geração

do resíduo envolve dificuldades como

considerar os custos sociais e ambientais

(principalmente pela deficiência das

metodologias disponíveis para obter-se os

cálculos destes custos). Também observa-

se as dificuldades do Estado e setor público

no que diz respeito à informação como

quantidade de resíduos gerados, qualidade

dos resíduos, estrutura do sistema de

gestão como um todo, e as deficiências da

legislação e mercado.

A.ComplexidadesdeumSistemadeGestão

deResíduosnaIndústriadaConstrução:

Ogerenciamentodosresíduossólidosoriundos

doprocessoconstrutivodaIndústriada

Construçãoenvolvecomplexidadesedesafios:

O volume do resíduo Os recursos escassos dos

produzido (que justifica municípios para atacarem

todo o esforço para a os problemas de gestão

redução de sua ambiental;

geração);

O potencial de reciclagem O número de participantes

dos resíduos sólidos no processo construtivo;

oriundos do processo

construtivo;O número de agentes

(setor produtivo, setor O necessidade e

público e terceiro setor) que responsabilidade do setor

compartilham a público de instituir

responsabilidade pelo instrumentos;

gerenciamento dos

resíduos sólidos;

E a responsabilidade e o

compromisso do setor Os recursos escassos para

produtivo em atender às financiamento de projetos

legislações de pesquisa de novos

materiais; referentes ao tema.

III.GerenciamentodeResíduosSólidos

daIndústriadaConstrução–

Conceitoseprincípiosrelevantes:

6Ver Blumenschein, 2001.

g)Acondicionamento

h)Transporte

i)Destinação

Os contêineres de armazenamento deverão ser providos

de fechamento para evitar entrada de insetos, ratos e outros

vetores de doença. Outro aspecto do armazenamento é a

necessidade de se ter dispositivos de fechamento (tampa) para

evitar a “contaminação dos resíduos”, principalmente dos

resíduos classe A, de maior potencial para reciclagem. Ressalta-

se que a contaminação é ocasionada pela indisciplina de se

misturar resíduos, principalmente, orgânicos, gesso ou

materiais perigosos, com resíduos classe A, o que

poderia comprometer a qualidade do material

processado e sua posterior aplicação. Os

resíduos deverão ser adequadamente

acondicionados para o transporte. É de

responsabilidade do gerador certificar que

ao longo do transporte não haverá perda do

resíduo no tecido urbano.

O transporte dos resíduos deverá ser feito

por empresas coletoras e ou cooperativas, lembrando

que os transportadores também são responsabilizados

pela destinação e gerenciamento dos resíduos. O transportador

deverá ter documento que especifique a origem e a destinação

do resíduo, em se tratando principalmente de resíduos classe A.

O gerador (construtor) deverá assegurar que os resíduos

sejam encaminhados a áreas destinadas pelo setor público,

áreas de processamento ou áreas de transbordo, ou aterros de

inertes. Com relação aos resíduos classe B, estes poderão ser

encaminhados a agentes recicladores, por meio de venda, ou

por meio de doações (principalmente cooperativas e/ou

catadores). A venda dos resíduos permitirá que a arrecadação

possa ser retornada aos trabalhadores, sendo um estímulo a

mais para a implantação do projeto, conforme já comentado

anteriormente.

30

Foto: Armazenamento temporário para coleta, resíduo classe B, Construtora Moreira Ortence, Goiânia.

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

Page 10: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

d)IdentificaçãoeQuantificação

e)Transporte

Interno

Todo o resíduo gerado na obra deverá ser identificado e

quantificado, de acordo com o tipo de depósito, baia ou

contêiner, que serão separados em classes A, B, C e D.

Aquantificaçãodeveráserregistradaemrelatórios

mensais,permitindoaempresaestabelecercontrolee

parâmetrosdaquantidadeetipoderesíduogerado.

Estesdadosmaistardepoderãosercruzados

como,porexemplo,comadescriçãoda

tecnologiautilizadaepermitircomparações

entrediferentesprocessosconstrutivos.Os

dadostambémpermitirãoqueaempresa

identifiqueonúmerodecaçambas

economizadas,apartirdomomentoqueháa

coletaseletivaeescoamentodosresíduos

recicláveisnaportadocanteiro.

O transporte interno

dos resíduos, ou seja, no

canteiro de obras, deverá

considerar o uso de

equipamentos que facilitem a

vida do trabalhador. Ao final de um

serviço os resíduos deverão ser

transportados até a área de armazenamento, por

carrinhos ou verticalmente por condutores. A responsabilidade

pelo transporte interno dependerá de cada empresa.

Os tubos para condução vertical dos resíduos, em

obras verticais, são instrumentos eficientes para disposição

rápida em contêineres estacionados estrategicamente para

recebê-los, e uma vez cheios deverão ser coletados por

transportadores de entulho.

29

f)Armazenamentoparacoleta

Os resíduos deverão ser armazenados de

maneira a permitir uma coleta rápida e sem

conflitos com as atividades do canteiro. A coleta

que pode vir a causar maiores conflitos é aquela

referente a dos resíduos classe B, madeira e

metal (este último em obras que não usam

estruturas pré-cortadas e montadas).

Fotos: Armazenamento dos resíduos para coleta e tubo vertical, obra Paulo Otávio, Plano Piloto, Brasília.

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

12

projeto em curso, a redução, a reutilização e a reciclagem Asegundaquestãorefere-seàdefiniçãoda7.

dos resíduos gerados nos canteiros de obras melhorcombinaçãopossívelentreasvárias

alternativasdedisposição,envolvendoportanto:

reduçãodageraçãodelixonafonte;

Para compreendermos o mecanismo da geração reutilizaçãodoresíduoproduzido;

de resíduos, é necessário analisarmos o processo reciclagem; construtivo de edificações, cadeia produtiva principal da

9IC, que é constituído por cinco fases básicas: inicial (que recuperaçãodeenergia(incineração);einclui o planejamento e a análise de viabilidade do

aterrosanitário. empreendimento), de projeto, de construção (execução),

de utilização (que implica na utilização da edificação e na

Considerando-se a legislação pertinente, que realização de reformas) e de demolição (em geral ocorre

proíbe a partir de julho de 2004 o encaminhamento quando é findada a vida útil da edificação). Ressalta-se

dos resíduos sólidos da construção a aterros que todos os participantes envolvidos nas diversas fases

sanitários e domiciliares, e o potencial de reciclagem têm responsabilidades em prevenir e reduzir a geração de

do resíduo da construção, faz parte do escopo do resíduos.

81.Reduçãodageraçãoderesíduos:

a)

b)

c)

d)

e)

7O exercício de aplicação dos conceitos e princípios de gerenciamento integrado de resíduos sólidos à indústria da construção foi realizado por Raquel Naves

Blumenschein no âmbito de doutorado junto ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB.

8O interesse deste trabalho é o resíduo, e não o lixo, (conforme denominado no item a).

9Essas fases não englobam a de materiais, pois a geração de resíduos na fabricação dos mesmos (na fábrica ou usina) não será considerada neste trabalho,

embora saiba-se que os materiais fazem parte do processo construtivo; aqui somente será considerada a geração de resíduos nos canteiros de obras a partir

do momento de entrega dos materiais nos canteiros.

III.GerenciamentodeResíduosSólidos daIndústriadaConstrução–

Conceitoseprincípiosrelevantes:

Responsabilidade Compartilhada

iniciativa projeto

construção

uso

demolição

SPMMA ONGs

CBICCâmara Brasileira da Indústria da Construção

Universidade de Brasília

"Gráfico de interdependência de decisões com base em Hendriks – 2000."

Page 11: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

O gráfico na página anterior ilustra a apontadas como melhores alternativas. Quanto à

interdependência das decisões tomadas em cada flexibilidade dos projetos, ressalta-se que esta influenciará

uma das fases do processo de projeto, produção, de fato o aproveitamento futuro da edificação e de suas utilização e demolição de um edifício ou obra de infra-

partes, já que, freqüentemente, o usuário quer ampliar, estrutura. Alguns aspectos devem ser ressaltados:

melhorar ou até mesmo personificar a sua edificação,

visando alcançar um nível maior de satisfação. Desta

i forma, é preferível a utilização de um sistema construtivo

que permita ampliações e outras modificações (planejadas

anteriormente, em fase do projeto), ao invés de soluções

Nessa fase serão tomadas importantes fechadas sem possibilidade de futuras intervenções, ou,

decisões. Tendo em vista que os processos quando a única alternativa para a intervenção é a

tecnológicos interferem no meio ambiente, as demolição.

decisões deverão ser tomadas com base em uma

análise dos impactos ambientais da tecnologia a ser

utilizada. A melhor decisão em geral é aquela que

proporcionará a menor agressividade possível ao

meio ambiente. O que conseqüentemente leva à

consideração da reforma de um edifício existente no

lugar de construir uma nova edificação. O cliente e/ou É no canteiro de obras que as perdas podem ser

empreendedor também devem estabelecer critérios visualizadas. Essas perdas serão incorporadas ao edifício

com relação à racionalização, padronização, utilização (por exemplo, espessuras muito grandes de argamassa de de agregados reciclados, assim como tecnologia que

revestimento), ou então serão visíveis, na forma de minimize a agressão ao meio ambiente.

resíduos ou entulhos. Os resíduos produzidos durante a

fase de construção resultam das perdas do processo

construtivo em suas etapas diversas, como planejamento,

projeto, materiais etc. A escolha adequada de tecnologias

é fundamental no processo, já que influenciará na geração

O arquiteto e os engenheiros projetistas têm maior ou menor de perdas. Desta forma, por exemplo,

uma grande responsabilidade ao conceber e pode-se citar que o uso de elementos pré-fabricados gera desenvolver projetos. As tipologias de edificações

menor porcentagem de perdas que o uso do bloco caracterizadas por formas mais compactas, a

cerâmico em alvenarias sem estudo de modulação.flexibilidade do projeto, a utilização de pré-fabricados

Umoutroexemploéapráticadeembutimentodede fácil montagem e desmontagem com dimensões instalaçõesnaalvenariaapósaexecuçãodoemboço,porpadronizadas (que permitam a sua reutilização no

futuro), e o uso de materiais e componentes meiodecorte,quesemumplanejamentoeprojeto

produzidos à partir de resíduos reciclados podem ser prévios,propiciaa maiorgeraçãodeperdas.

a)Fasenicial–Decisãode

construir:

c)Fasedeconstrução–Canteirode

obras:

b)Fasededesenvolvimentodo

projeto:

13

III.GerenciamentodeResíduosSólidos daIndústriadaConstrução–

Conceitoseprincípiosrelevantes:

b)Segregaçãodosresíduosoucoletaseletiva:

c)Limpezaearmazenamentotemporário

Os resíduos devem ser segregados na

sua fonte de geração, ao término de

um dia de trabalho ou ao término de

um serviço, visando assegurar a

qualidade do resíduo e

potencializar a sua

reciclagem. O objetivo é

segregar os resíduos de

acordo com a

classificação da

Resolução 307, separando-

os nas classe A, B, C e D em

depósitos distintos para futura utilização no

canteiro ou fora dele. A segregação assegura a qualidade do

resíduo, garantindo assim a qualidade de seu processamento e

futura aplicação como agregado reciclado.

É necessário enfatizar a importância de sinalizar sistematicamente

os locais, contêineres e baias de disposição e armazenamento de

cada resíduo no canteiro, para facilitar a memorização pela mão-

de-obra dos resíduos e suas respectivas classes, forma de

armazenamento e destinações.

Estatística internacional da viabilidade de reciclagem

de resíduos sólidos da construção assume 92% de resíduos

limpos.

O resíduo deve ser encaminhado para depósito temporário ou

armazenamento para coleta (dependendo do resíduo e do serviço em execução), no

momento de sua geração, ou ao finalizar a tarefa do dia, ou finalizar um serviço. O

armazenamento temporário refere-se aos resíduos gerados em menor volume, e que

podem ficar em um contêiner em posições estratégicas para posterior encaminhamento

aos contêineres de coleta, ou área de coleta, definitivos, ou seja, quando são retirados do

canteiro.

28

Rejeitos 8%

Entulho limpo92%

1

2

3

Fotos 1 e 3 – Segregação de resíduos, Construtora Moreira Ortence, Goiânia.Foto 2 – Filtro da água de lavagem das betoneiras – Dinâmica Engenharia, Goiânia.

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

Page 12: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

A empresa deverá definir uma campanha de conscientização

após apresentar o projeto de gerenciamento dos resíduos nos

canteiros de obras. Esta etapa consta de um treinamento para a

coleta seletiva dos resíduos, por meio de informações e pequenos

cursos com vídeos, palestras, fotos, cartazes e camisetas. Deverá

ser enfatizada a cultura do canteiro limpo, onde aspectos de

organização e limpeza influenciam na qualidade do ambiente, e a

importância e responsabilidade de cada um na minimização de perdas.

O treinamento com relação à coleta seletiva deverá deixar claro para a

mão-de-obra, as diferentes classes dos resíduos (de acordo com a

resolução 307 do Conama) e quais resíduos pertencem a qual

classe.

A campanha de conscientização e o treinamento da

mão-de-obra poderá envolver ONGs especializadas em

educação ambiental, cartazes de conscientização,

sinalização de disposição dos resíduos nos canteiros, e

principalmente conversas periódicas, que deverão ser

mais freqüentes no início da implantação, e,

posteriormente, semanais.

Énecessárioressaltaraimportânciadefortalecera auto-estimadosparticipantesdoprojetoeavalorizaçãodo

indivíduo,podendoparaisto,porexemplo,serconsideradoo retornodaarrecadaçãocomacomercializaçãodosresíduosesorteio

decamisetas.

Neste item a empresa deve preocupar-se em definir

claramente procedimentos com relação às responsabilidades,

coleta seletiva, quantificação do resíduo gerado,

armazenamento, transporte e destinação dos resíduos.

A tendência é assumir o princípio de quem gera o resíduo é

responsável pela sua separação, limpeza e armazenamento (temporário ou para

coleta). Pode-se também considerar que quem gera separa, mas quem limpa é

uma equipe de limpeza específica, ficando a critério da empresa a definição da

responsabilidade pela limpeza.

3.Procedimentosparareciclagem:

a)Responsabilidades:

27

Foto: Armazenamento de resíduos já segregados para coleta, construtoras, Goiânia.

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

14

Já a passagem de instalações no interior de partes deve ser

blocos projetados especialmente para este fim, ou levado em conta,

mesmo, o projeto detalhado de alvenaria, onde se

o que acarretará pode projetar o trecho que será cortado

diferentemente dos demais, proporcionará uma um gasto menor

minimização das perdas. Visando a racionalização e a

com manutenção. minimização de perdas e conseqüentemente a

geração de resíduos no canteiro de obras, há Além disto existem dois

necessidade de monitoramento e gerenciamento tipos de manutenção, a preventiva e a corretiva. A primeira logístico incluindo procedimentos formalizados para o

controle da qualidade na entrega, no armazenamento, a que deve-se dar maior ênfase, já que vai permitir um no transporte e na aplicação do material no canteiro. É

aumento da vida útil da edificação, não permitindo que ainda responsabilidade do construtor e dos agentes

participantes do processo produtivo definir uma hajam desgastes prematuros devido a falta de

gestão eficiente, o que inclui separação, ou seja, a manutenção. Um instrumento que facilita a correta atuação

coleta seletiva do resíduo produzido. A

conscientização por parte das empresas construtoras da manutenção é o manual do usuário, que deve ser

em todos os seus níveis hierárquicos é imprescindível entregue junto com a edificação.

para o sucesso da gestão adequada do resíduo

gerado durante o processo construtivo. Éimportanteressaltarquetodoprojetode

edificaçãodeveincluirumsistemademanutenção

eficienteeadequado,oqualdeveráprevenirgastoscom

obrasquevisamcorrigirproblemasquesurgemjustamenteA redução de resíduos nesta

fase está diretamente ligada à porfaltadeprevisãodamanutenção,acarretadaqualidade da construção,

pelodesgasteouprejuízodoestadofísicoque ao ser projetada e

construída com base daedificaçãoaolongodesuavidaútil.em princípios de

Nafasedeprojetojádeveráserqualidade e

desempenho concebidoosistemademanutenção

adequado para o daedificação,quepropiciaráaousuário

usuário

final proporciona a agiremcasodeproblemasoudefeitos

minimização de defeitos emqualquerpartedaedificação,atuando

e a redução de gastos com a manutenção. O uso de demaneiraomaisracionalpossível,ecoma

materiais e componentes que menorquebra(oudemolição)possíveldesuaspartes.aumentem a vida útil da edificação e de suas

d)Fasedemanutenção:

III.GerenciamentodeResíduosSólidos daIndústriadaConstrução–

Conceitoseprincípiosrelevantes:

Fotos: Montagem de instalação para embutimento na alvenaria, Centro de produção Paulo Otávio; Fernando Campos, 2002.

Page 13: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

15

III.GerenciamentodeResíduosSólidos daIndústriadaConstrução–

Conceitoseprincípiosrelevantes:

e)Fasededemolição:

f)Perdase desperdício:

2.Reutilizaçãodemateriais:

em todo o Brasil, pôde-se observar que a IC em seu

processo produtivo, de fato gera perdas, porém observa-

se também que essas perdas vêm hoje sendo A demolição está relacionada à vida útil total

minimizadas em todo o Brasil pela criação e implantação da edificação, e à conscientização por parte de

de programas da qualidade, como o PBQP-H e outros. A usuários (proprietários ou não) da necessidade de

maioria desses programas visa a melhoria da qualidade de melhoria dessa edificação visando o prolongamento

empresas construtoras de edificações, o que é alcançado de sua vida útil. A manutenção da edificação influencia

por meio de certificação (do tipo ISO – 9000 ou PBQP-H).na necessidade ou não de sua demolição. Se for

Objetivandoareduçãodeperdasnocanteiro,realizada manutenção preventiva, a edificação terá

todasasetapasdoprocessoconstrutivodevemsermaior vida útil. Quando é findada a vida útil total do

consideradas,referentesaoplanejamento,projeto,edifício, ocorrerá a demolição, e neste caso, o execuçãoetc.Dentreosfatoresqueinfluenciamageraçãoaproveitamento dos materiais e componentes, deperdas,ressaltam-seaescolhadatecnologia(quedependerá da tecnologia utilizada no projeto da influenciaránamaioroumenorgeraçãodeperdas),falhasedificação, que permitirá ou não que componentes e deprojeto,nãocompatibilizaçãodeprojetos,apráticademateriais sejam reutilizados. procedimentospadronizadosdeserviços,o

armazenamentoeotransporteadequadodemateriaisno

canteiro,dentreoutros.

A redução da geração do resíduo está

diretamente ligada ao processo construtivo como um

todo, incluindo as fases de projeto, de construção, de A reutilização dos materiais pode ser considerada

manutenção e de demolição, que devidamente tanto na fase de construção, quanto na fase de demolição.

integradas reduzem a geração de resíduos diminuindo A reutilização hoje torna-se de fundamental importância,

o nível de perdas. São muitas as pesquisas que vêm tendo em vista a escassez de matéria-prima cada vez

sendo desenvolvidas no Brasil na área de maior no mundo. Na busca de maior racionalização, em

desperdícios e/ou perdas, sendo que dentre estas fase de projeto procura-se especificar materiais e

equipamentos com maior durabilidade e maior número cita-se a pesquisa intitulada “Alternativas para a

possível de utilizações.Redução de Desperdício de Materiais nos Canteiros

de Obras”, que contou com o auxílio da Financiadora

de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Quanto ao processo de demolição, quando este

Tecnologia (Finep), e a participação de várias for imprescindível, seja pelo fim da vida útil total do edifício,

universidades brasileiras. Ainda, no Distrito Federal, ou por motivos de forças maiores como, por exemplo, na

em 1999, o Sebrae/DF, em parceria com a ocorrência de incêndio ou outro fenômeno, deve-se tentar

Universidade de Brasília e o Sinduscon-DF, realizou proceder ao desmonte mantendo as partes intactas e/ou

uma pesquisa sobre “ Perdas X Sistema de gestão da separadas para futuras reutilizações, seja em novos

qualidade e Sistema de gestão ambiental”, no âmbito edifícios, seja em reciclagem. Observa-se que este

de um programa piloto realizado em 10 empresas de objetivo será mais facilmente alcançado quanto maior for a

Brasília (DF). racionalização definida na fase de projeto (uso de

Por meio de índices levantados em pesquisas elementos padronizados e pré-fabricados).

26

Em cada pavimento, ou locais que se façam (principalmente em obras que não utilizam estrutura pré-

necessários devem ser estabelecidos depósitos cortada e montadas), são os resíduos que tendem a

temporários para os resíduos que tendem a ser de ocupar mais espaço na obra.

pequeno volume. A partir de um certo volume o

resíduo é encaminhado ao armazenamento para

finalmente ser coletado e receber sua destinação final.

Os resíduos que tendem a ser gerados em maior

A coleta deve ser feita a partir do momento que os volume, como por exemplo, os resíduos classe A,

contêineres de armazenamento estiverem preenchidos, e devem ser encaminhados ao armazenamento no final

poderá ser realizada por empresas coletoras e/ou agentes do período que foi gerado. Em função do volume de

recicladores.resíduo gerado, dependendo da fase da obra e

tecnologia empregada, serão dimensionadas áreas ou

baias apropriadas a cada situação.

Os resíduos são transportados até depósitos

temporários e até contêineres ou baias de

armazenamento para coleta e/ou reutilização. É

necessário certificar-se quanto à disponibilidade de

carrinhos e caminhos adequados para circulação

dentro dos canteiros de obras, já previstos na fase de Esta etapa inclui a sensibilização, conscientização

planejamento e gestão dos canteiros.e monitoramento e a avaliação permanente da mão-de-

obra.

Asensibilizaçãodamão-de-obraéoprimeiro passoparaaimplantaçãodoprocessodesegregação

dosresíduossólidosdeacordocomoprojetode gerenciamentoderesíduoselaboradopelaempresaOs resíduos devem ser armazenados até

construtora.Estaetapadeveenvolvertodososníveisserem coletados por empresas coletoras e/ou hierárquicosdaempresa,edeveserfeitaemcadaobraagentes recicladores. Para as

comaparticipaçãodetodos,desdeaaltaadministraçãoáreas de armazenamento atéosoperárioscomopedreiroseserventes.Nestedevem ser considerados

momentodeveserenfocadooimpactodosresíduosos acessos para coleta, geradosnoscanteirosdeobrasnomeioambiente,asprincipalmente dos

responsabilidadesindividuaiscomrelaçãoàgestãoresíduos gerados em dessesresíduoseacontribuiçãodoprojetoàmaior volume. Por

preservaçãodomeioambiente,eopotencialexistenteexemplo, os resíduos nautilizaçãodosresíduosclasse A, e resíduos como

madeiras e metais oriundosdaconstrução.

d)Áreasparacoleta:

2.Preparaçãodamão-de-obrapara

reciclagemnocanteiro:

b)Fluxonocanteiro:

c)Áreasdearmazenamentodos

resíduos:

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

Projeto camisetas, Dinâmica Engenharia, Goiânia.

Foto: Distribuição camisetas, Toctao Engenharia, Goiânia.

Page 14: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

25

a)Áreasparadepósito

temporário:

Os depósitos temporários são

espaços onde são dispostos instalações ou

equipamentos como contêineres ou outros,

destinados a receberem o resíduo

temporariamente, até que se

tenha um volume que

justifique seu transporte

internamente até o

contêiner de

armazenamento para

coleta, ou contêiner

para reutilização.

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

Planejamento do canteiro, Conenge Construções e Engenharia Ltda., Goiânia.

Foto: Armazenamento Temporário, construtoras em Goiânia.

16

3.Reciclagem:

argamassa,cimento,pedrasetc.)correspondemaO conceito de reciclagem relaciona-se

60%dosresíduossólidosgeradosemcanteirosdeao ciclo de utilização de um material ou

obras,esãoosresíduoscommaiorpotencialdecomponente, que uma vez tenha se tornado

reciclagem.Aoseremprocessadospormeiodevelho, pode-se tornar novo, prolongando a vida

britagem,podemseraplicadoscomosubstitutosdoútil do material. Completando, assim, um ciclo:

cascalhonaconstruçãodebasesesub-basesde‘novo-velho-novo’. A nova utilização de um

pavimentação.material ou componente implica em uma série

de operações, em geral de coleta, desmonte e

tratamento, podendo voltar ao processo de

produção.

Este conceito fundamenta-se na

gerência ambiental, social e econômica de

recursos naturais, visando à gerência do ciclo de

vida de materiais. Baseia-se, portanto em um

dos pilares da política ambiental, conhecida 10como gerência de cadeia integrada , incluindo a

gerência do ciclo de vida dos materiais de

construção, nas fases de produção, construção,

demolição, reuso ou reciclagem e disposição.

Areciclagemestánorteadapor

princípiosdesustentabilidade,implicandona

reduçãodousoderecursosnaturais(fontesde

energiaematéria-primaprimária)ena

manutençãodamatéria-primanoprocessodeOs resíduos classe B (papel, papelão, metais, produçãoomaiortempopossível. Evitandomadeira, vidros etc.) são reciclados por outras

destaformaquematérias-primasprimáriasindústrias. Diferentes centros de pesquisa vêm

sejamextraídasdesnecessariamente.explorando a aplicação destes resíduos na

AsclassesAeBincluemosresíduosprodução de tijolos ou placas. Imagem –

quepodemserrecicladose,portantoseremprocessamento e aplicação dos agregados

reabsorvidosporprocessosdeprodução.Osreciclados

resíduosclasseA(restosdecerâmica,concreto,

III.GerenciamentodeResíduosSólidos daIndústriadaConstrução–

Conceitoseprincípiosrelevantes:

1%

7%

63%

29% Tijolos eBlocos

Argamassa

Outros

Orgânicos

Gráficocaracterizaçãodosresíduos

sólidosdaIC–S04

10Ver Hendriks, 2000.

Page 15: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

17

B.EtapasdeImplantação:

1.

2.

As etapas de implantação abaixo

relacionadas referem-se ao Piloto 1

Goiânia, visto que é a experiência finalizada

até o momento de fechamento desta

publicação. As etapas e seus respectivos

objetivos são descritos a seguir:

Etapa 1 – Definição do grupo

estratégico local e apresentação do

projeto:

O objetivo desta etapa foi realizar

reunião com os agentes relevantes ao

projeto na cidade de Goiânia visando

identificar os representantes que

constituiriam o grupo estratégico local que

ficou encarregado da condução das

etapas e implantação do projeto piloto em

Goiânia.

Elaboração e implantação de projeto de

gerenciamento de resíduos sólidos da

construção (PGRSC): O principal objetivo

desta etapa foi a elaboração e implantação

do PGRSC, em seis canteiros de obras do

Distrito Federal e cinco canteiros de obras

em Goiânia. Esta etapa foi realizada em

seis módulos, como descrito a seguir:

A.MetasdoProjetoPiloto1:

O Projeto Piloto foi elaborado e implantado de acordo com o modelo proposto, que prevê a participação dos

principais agentes responsáveis pela gestão ambiental urbana, pelo processo construtivo, pela coleta e transporte

de resíduos, e pela pesquisa em gerenciamento de resíduos sólidos da IC, visando otimizar a aplicação de recursos

humanos, financeiros e de pesquisa.11No Piloto 1 em Goiânia integrou-se um grupo coordenado pela Universidade de Brasília , composto por:

Prefeitura de Goiânia (incluindo, Comurg, Comob, Seplam, Semma, e Comdata), Centro de pesquisa de Furnas

(departamento de pesquisa) e Universidades locais (Universidade Federal de Goiás). No Piloto 1 no Distrito Federal,

os agentes do setor público estão ainda em fase de integração. São metas do Projeto Piloto:

Contribuirparaagestãodosresíduossólidosdaindústriada construção(IC);

Contribuir para o fortalecimento do Sistema nacional de

aprendizagem da IC visando fortalecer a absorção ativa de

tecnologia que minimize o impacto causado pelo setor produtivo

no meio ambiente;

Exercitar a implantação do processo de reutilização dos resíduos

da construção com a participação dos agentes pertinentes ao

processo construtivo, como: Câmara Brasileira da Indústria da

Construção (CBIC), Sindicato da Indústria da Construção

(Sinduscon), Prefeituras, Universidades, Terceiro Setor, Serviço

Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae)(s),

Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai), empresas

construtoras, empresas coletoras etc;

Exercitar a implantação de Projetos de gerenciamento de resíduos

sólidos, de responsabilidade dos grandes geradores, como

disposto pela Resolução 307 do Conama;

Exercitar o escoamento dos resíduos segregados, por meio de

coleta por agentes recicladores na própria obra, a partir da

implantação do PGRSC;

Estimular o desenvolvimento de pesquisa para produção de novos

materiais e componentes a serem absorvidos pela indústria da

construção, com a aplicação de agregados reciclados; e

Contribuir com o Setor Público para responder às suas obrigações

com relação à elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos da IC, de acordo com as disposições da

Resolução 307 do Conama.

IV. Projeto Piloto 1 Distrito Federal e Goiânia

11A elaboração da metodologia, coordenação e aplicação na prática foram realizadas por Raquel Naves Blumenschein, no âmbito de seu doutorado junto ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB (CDS).

D.Planodereciclagem

1.Preparaçãodocanteirodeobrasparaa

gestãoderesíduos

A introdução de um processo de reciclagem faz parte de um

planejamento maior que envolve o setor produtivo e o setor público. Cabe ao

setor público estabelecer o modelo a ser implantado, e ao setor produtivo

cumprir com a sua responsabilidade para que o modelo torne-se realidade. Ao

setor público cabe, portanto, o papel de coordenação e definição das regras

que deverão nortear os locais de disposição e processamentos dos resíduos,

assim como responsabilidades quanto à gestão e operacionalização destas áreas.

Umprocessodereciclagemdependedediferentesfatores,incluindoa

qualidadedoresíduo,aqualdepende,porsuavez,deumaadequada

segregaçãonafontedesuageração.Envolve,portantoumcanteiro

preparado,engenheiros,encarregadosetrabalhadoresconscientesde

suasresponsabilidadeseprocedimentosquenorteiemoprocessode

segregaçãodosresíduos,incluindosuaquantificação,

armazenamentoecorretadestinação.

Ocanteirodeobrasdeveserplanejado

visandoatenderasnecessidadesdeseestabelecer

umsistemadegestãoderesíduos,incluindoáreas

paraarmazenamentodosdiferentesresíduos,áreas

paradisposiçãodosresíduosnocanteiroatécoleta

etransporte,econtêineresparaarmazenamentoe

acondicionamentodosresíduos,adequadamente

sinalizados.

O projeto inclui layout com detalhamento de depósitos

temporários para resíduos, fluxo para transporte interno do resíduo,

descrição do armazenamento e coleta adequados. É importante que

se tenha uma boa identificação visual das áreas destinadas ao

armazenamento dos diferentes resíduos no canteiro. Deverá ser feito

um planejamento da gestão do resíduo e um projeto de execução,

incluindo os fluxos de transporte de materiais no canteiro, e a

comunicação visual dos fluxos do resíduo, em todas as suas etapas,

bem como todos os equipamentos de transporte e armazenamento

necessários.

24

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

1

2

3

4

Fotos 1 e 2 – Preparação para armazenamento de resíduos no canteiro de obras da Construtora RV, Distrito Federal.

Fotos 3 e 4 – Sinalização de caçambas – Construção Moreira Ortence, Goiânia.

Page 16: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

Apesar do esforço empreendido por muitas empresa tenha implantado um sistema da qualidade, e

construtoras para a minimização de perdas, e uso que tenha uma otimização nos seus processos, ainda

de materiais passíveis de reutilização pode-se dizer haverá resíduo no canteiro, sendo necessário o

que sempre haverá geração de resíduo, já que estabelecimento de planos para sua reutilização e/ou

dificilmente a perda será igual a zero. Mesmo que a reciclagem.

citadosalgunsexemplosnasfasesdeconstrução,comoaApósaidentificaçãodosfocosedesuas utilizaçãodesobrasdemadeiraprovenientesdacausasaempresadeveráadotarosprocedimentos

recomendadospeloconsultor.Emseguidaao construçãodeformasemequipamentosde

diagnósticoeaidentificaçãodosfocosdeperdasno armazenamentoetransportedemateriaisnaobra,como canteiro,deve-seelaborarumplanoparaasmedidas

palets,ou,ainda,restosdeblocoscerâmicosoude corretivasaseremimplantadaspelaempresa,com

concretoparausoemencasqueouenchimentodebasenodiagnósticorealizado,visandoamelhoriado

contrapisos.processoeaminimizaçãodasperdas.

Aespecificaçãodemateriaisquepossamser

utilizadosmaisdeumavezaolongodoprocesso

construtivotambémdeveserincentivadacomo,por OPlanodeReutilizaçãodeveserimplantado exemplo,escoramentometálicoeoutros.

comresponsabilidadeecontroledaqualidadeda Umfluxodereutilizaçãodemateriaispodeser aplicaçãodosprodutosporpartedasempresas

desenvolvidopelaempresavisandofacilitaraidentificaçãoconstrutoras.Emprimeirolugardeve-seidentificaros

resíduospassíveisdereutilizaçãodesdequeo dosmateriaispassíveisdereutilização,tendosempre controledequalidadesejamantido.Podemser

comoreferênciaocritériodaaplicaçãocomqualidade.

C.PlanodeReutilização

Caco de Cerâmica

Obra

Armazenado noalmoxarifado central

até solicitação

Reutilizado para azulejaros boxes dos sanitários das

instalações provisórias

Será utilizado emalguma obra?

Sim

Não

Foi solicitadautilização do

material?Sim

Não

Fim

InícioPLANO DE REUTILIZAÇÃO DO RESÍDUO

23

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

18

Módulo1 – Workshop Vivencial –

Apresentação da metodologia para elaboração

do Projeto de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos da Construção (PGRSC) aos

responsáveis pelas empresas e pelos

canteiros de obras.

IV. Projeto Piloto 1 Distrito Federal e Goiânia

Fotos: Sensibilização em canteiros de obras - Goiânia e Brasília, 2003.

Fotos: Workshop Vivencial, Distrito Federal, maio 2003.

Módulo2 - Sensibilização da mão-de-

obra dos canteiros – Palestra e Vivência:

Minha responsabilidade e minha

contribuição. Atividade realizada em cada

canteiro de obras participante do projeto.

Page 17: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

Módulo3

Módulos4/5–

Módulo6

3

– Monitoramento da implantação dos Projetos

de Gerenciamento de Resíduos Sólidos elaborado pelas

construtoras. Análise e apreciação dos projetos apresentados

pelas construtoras in loco.

Monitoramento da Implantação.

Introdução de ajustes. Visita a

cada canteiro de obras

visando identificar falhas e

introduzir ajustes.

– Avaliação do

processo como um todo em reunião com a

participação de técnicos da UnB, gestores representantes

das construtoras e técnicos do Sinduscon-DF, do Sinduscon-

GO e da Comat/CBIC.

. Designação de área para recebimento dos resíduos

segregados nas obras:

Foi designada pela Prefeitura de Goiânia área para

recebimento do resíduo Classe A segregado nos canteiros

pilotos. Foram estabelecidos diretrizes e procedimentos para

recebimento do resíduo segregado nas áreas designadas a

este fim.

19

Fotos: Sensibilização em

canteiros de obras - Goiânia e Brasília, 2003.

IV. Projeto Piloto 1 Distrito Federal e Goiânia

22

b)Projeto:

c)Execução:

Nesta fase identificam-se dois tipos de projeto: o projeto do produto e o

projeto da produção. Quanto ao projeto do produto, ressalta-se a necessidade de

aplicar princípios de padronização e, racionalização, devendo-se dar preferência

pela utilização de componentes semi ou pré-fabricados. Os projetos deverão ser

detalhados em todas as suas fases visando à racionalização do processo,

tentando eliminar as casualidades nas decisões no canteiro de obras. Como

exemplo têm-se os projetos de alvenaria, projetos de revestimento, projetos de

contra pisos e lajes etc.

Quanto ao projeto da produção, são enfatizadas nesta fase as questões

como recebimento de material, incluindo forma de empacotamento e

armazenamento dos materiais no canteiro, transporte (vertical e horizontal) e fluxo

de materiais no canteiro.

Nesta fase é importante proceder ao controle da qualidade dos diversos

serviços. Aspectos como controle da padronização, do uso adequado de

equipamentos para execução dos serviços, da utilização de mão-de-obra

capacitada para cada serviço, e da gestão adequada dos materiais no canteiro

para que os cronogramas sejam cumpridos, dentre outros, são fundamentais para

que a execução seja realizada com qualidade, visando a otimização do produto

final, que é a edificação.

Todoequalquertrabalhoemumadeterminadaempresaobjetivandoa

melhoriadaqualidadeeasdiminuiçõesdeperdasdevemserlevadasemconjunto

comprogramasdequalidade.Estesprogramasnapráticasãoimplantadospor

meiodacontrataçãodeconsultores,especialistasnaárea,osquaisemgeral

traçamplanosemedidasaseremtomadasparaareduçãodeperdasnocanteiro,

oqueérealizadoapartirdeumdiagnósticodosfocosdegeraçãoderesíduosno

canteirodeobrasedaidentificaçãodesuascausas:estafaseécompreendida

comoumaespéciedediagnósticodaqualidadenocanteiro,visandomapearos

focosderesíduoseaidentificaçãodassuascausas. Sãoobservadosos

procedimentosutilizadospelaempresaparaorecebimentoeoarmazenamentode

materiais,otransportedosmateriaisnocanteiroeaexecuçãodoserviço

propriamentedito.

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

Foto: Pátio Dermu/Compav, Prefeitura de Goiânia, 2003.

Page 18: projetodegerenciamentoderesiduosemcanteirosdeobras0

A.Oprojetodegerenciamentode

resíduossólidos:

B.Planodereduçãoderesíduos:

Aempresadeverádefinirasresponsabilidades

comrelaçãoaelaboraçãoecoordenaçãodoprojetode gerenciamentoderesíduossólidos,quedeveráenvolver

gestoresdeobras,osresponsáveispelaobra,ouseja,O projeto de gerenciamento de resíduos

engenheiroseencarregados.Aparticipaçãonaelaboraçãosólidos (PGRS) é composto por plano de redução de

doprojetodaequipequedeveráaplicá-loéindispensávelresíduos, de reutilização e de reciclagem. paraosucessodesuaimplantação. Oprojetodeveráaindaincluiracaracterização

daempresaeadescriçãodaobraedosistema

construtivoadotado(veranexo1).Umdiagnóstico dasperdasnocanteirodeobraspermiteaempresa

estabelecerindicadores,queaolongodoseuO plano de redução de resíduos deve considerar processodeproduçãopoderásubsidiardecisões

todas as fases do processo de produção de um edifício comrelaçãoaousodetecnologia,buscandoou obra de infra-estrutura. Todos os participantes do minimizarageraçãoderesíduo. Aempresadeveráprocesso (planejamento, projeto, execução) devem estar elaborar umplanodereduçãodedesperdícios,bemconscientes de suas responsabilidades na redução da como,umplanoparareutilizaçãoereciclagemde

geração de resíduos.resíduos.

21

V. Elaborando Projeto de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos para empresas construtoras:

1. Redução de resíduos do projeto à execução:

Nesta fase deve ser considerada a qualidade do damatéria-primaatéoseupotencialdereciclagem,

processo como um todo que inclui projeto e findadaasuavidaútil. Algunsfatorescomoconstrução. A qualidade do projeto e da construção disponibilidadedemateriaisnaregião,capacidadedaestá diretamente ligada à qualidade da equipe de mão-de-obralocalnousodatecnologiaetc.,deverãoprojetistas e responsáveis pelo processo construtivo e à

serconsiderados.Noplanejamento,decisõesqualidade da coordenação das equipes, que deverá

importantespodemsertomadas,comoporexemplo,certificar que o fluxo de informação seja eficiente (tempo

quandooincorporadoroptapordeixaroacabamentoe qualidade de informação técnica). deseusprodutos(apartamentos,salascomerciaise Nomomentodoplanejamentoparaaescolha

outros)aescolhadeseucliente.Taldecisãoevita datecnologiaaserutilizada,deverásebuscaramenor “quebradeiras”desnecessáriasedesperdíciode geraçãoderesíduos,pormeiodaaplicaçãodecritérios

materiais,queacabaramdeseraplicadosesãoderacionalizaçãoeotimizaçãodoprocesso, retiradosparaatenderem“gostos”enecessidadesconsiderando-seociclodevidadosmateriaisaserem

empregadosnasdiversastecnologias,desdeaextração específicas.

a) Planejamento:

20

4.Análiseecaracterizaçãodo

resíduo:

Os resíduos segregados foram analisados

de acordo com as características locais e

realizadas pesquisas e experimentações para sua

aplicação. Em Goiânia, as pesquisas de

caracterização e os experimentos de aplicação do

resíduo foram realizados pelos laboratórios e técnicos

de Furnas.

5.Processamentode

resíduo:

Foram definidas diretrizes e

procedimentos para processamento

dos resíduos recebidos na área

designada pela Prefeitura de Goiânia.

6.AplicaçãodosAgregados

Reciclados–Sistematizaçãoe

consolidaçãodemetodologia

Os resíduos processados em trecho

experimental designado pela Prefeitura de

Goiânia foram aplicados de acordo com os

experimentos e pesquisas realizados por Furnas,

com colaboração da Universidade Federal de Goiás.

IV. Projeto Piloto 1 Distrito Federal e Goiânia