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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE
O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:
GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA
ABRIL DE 2012
Nivalde J. de Castro Daniel Ferolla U. do Nascimento
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ÍNDICE: SUMÁRIO EXECUTIVO......................................................................................................................................................3
1- GERAL .................................................................................................................................................................................4
2- METALURGIA .................................................................................................................................................................. 8
2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS........................................................................9
2.2 – MINÉRIO DE FERRO .............................................................................................................................. 12
2.3 – AÇO ................................................................................................................................................................ 13
3- SETOR AUTOMOTIVO............................................................................................................................................... 17
4- PAPEL E CELULOSE................................................................................................................................................... 19
5- QUÍMICA E PETROQUÍMICA ................................................................................................................................. 21
SUMÁRIO EXECUTIVO
Este relatório tem por objetivo informar e contextualizar o acompanhamento
conjuntural do segmento produtivo dos grandes consumidores de energia elétrica durante o
mês de abril de 2012. O relatório está dividido nas seguintes seções: questões gerais;
metalurgia; alumínio, cobre, níquel e outros metais; setor automotivo; papel e celulose e
química e petroquímica.
Na seção Questões Gerais pode-se constatar a demanda total por eletricidade registrada
pela EPE e, o consumo industrial. No mês de março a demanda total ficou em 6,1% acima do
registrado no mesmo mês do ano passado, anotando 38.575 GWh. Em março, o consumo
industrial, registrou alta de 2,1% sobre o mesmo mês de 2011 , anotando 15,5 mil GWh.
Em Metalurgia, encontram-se os dados relacionados com a capacidade instalada deste
setor produtivo. No mês de abril, destaque para o resultado de um balanço feito pelo Ibram, o
qual mostrou que produção mineral duplicou de tamanho entre 2009 e 2011, passando a
representar 3,8% do PIB do país. Além disso, o Ibram também projeta um crescimento do de
produção mineral de cerca de 10% este ano, com destaque para a produção de minério de
ferro.
A produção de alumínio primário no Brasil somou 125 mil toneladas em março, o que
representa avanço de 3,7% frente ao mesmo mês do ano anterior. Já a produção brasileira de
aço bruto em março de 2012 foi de 3,1 milhões de toneladas, representando aumento de 2,2%
quando comparada com o mesmo mês em 2011.
O setor de automotivo teve uma grande alta de 41,6% na produção física de veículos
frente no mês de março de 2012 frente a fevereiro do mesmo ano. Em comparação a março de
2011, o crescimento foi de 4,5%. A produção total somou 308,5 mil unidades.
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1- GERAL
Segundo dados publicados na resenha mensal da EPE, o consumo de energia elétrica no
país em março de 2012 ficou 6,1% acima do mesmo mês do ano anterior, alcançando 38.575
GWh.
O consumo de energia elétrica no conjunto agregado das residências e do setor de
comércio e serviços cresceu 9% em março deste ano, relativamente ao mesmo mês do ano
anterior. Esta alta na baixa tensão é a maior desde dezembro de 2009. A forte expansão da
demanda na classe comercial foi observada em todas as regiões do país, com destaque para o
Sudeste. Houve influência do “efeito calendário” e das condições climáticas, mas o impulso do
consumo reflete também ritmo intenso da atividade setorial. As condições climáticas também
contribuíram para o crescimento do consumo de energia elétrica nos lares brasileiros, cuja
demanda global expandiu 8% no mês de março.
Já o consumo de eletricidade das indústrias manteve a mesma dinâmica dos dois
primeiros meses do ano. O crescimento de 2,1% em março é comparável à expansão de 2,3%
no trimestre e à evolução de 1,8% nos últimos 12 meses. O consumo das indústrias no mês de
março registrou um total de 15.510 GWh.
Tabela 1: Comparação do Consumo de Energia Elétrica na Rede (GWh)
Após crescimentos de 3,6% e 10%, respectivamente, em janeiro e fevereiro, o consumo
das indústrias no Nordeste evoluiu apenas 0,1% em março. Muito contribuiu para esse
resultado a retração registrada no Maranhão e na Bahia, onde o consumo no mês caiu
respectivamente, 9,2% e 3%, comparativamente a março de 2011. No Maranhão, houve
redução na produção de alumínio em razão de problemas técnicos na linha de produção. Pode-
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se dizer que essa redução não está diretamente relacionada à conjuntura setorial. Já na Bahia,
indústrias do segmento de metalurgia básica (ferroligas e cobre) e do químico operaram, em
março deste ano, em nível inferior ao do mesmo período do ano anterior.
A taxa de crescimento do consumo de energia pelas indústrias do Sudeste, embora
continue relativamente baixa (+0,8%), é a maior deste ano. Em Minas Gerais e no Espírito
Santo a expansão no mês foi de 0,4% e 0,6%, o que significou reversão das taxas negativas
observadas em janeiro e fevereiro. Contribuiu para este resultado o retorno da produção de
unidades de grandes consumidores que haviam parado para manutenção no início do ano. No
Rio de Janeiro, o crescimento negativo (–2,3%) no mês também representa recuperação em
relação ao comportamento nos dois primeiros meses do ano. Já em São Paulo, observou-se a
mesma dinâmica do início do ano, tendo sido registrada alta de 1,5% no consumo das
indústrias no mês de março (em relação a março de 2011).
O crescimento da demanda de energia pelas indústrias do Sul do país manteve- se em
março acompanhando a média nacional, com evolução de 2,3%.
No Centro-Oeste registrou-se a maior expansão do consumo industrial: 15,8%, em
março. Em grande parte, o resultado reflete a incorporação de novas cargas, notadamente
ligada à expansão da produção de ferro-níquel.
Por fim, o consumo industrial de energia elétrica na região Norte continua expandindo-
se de forma significativa (+8,4%). Os destaques são os estados do Amazonas (+19,8%), Pará
(+5,6%) e Tocantins (+5,6%). Deve-se registrar, contudo, que a alta taxa observada no
Amazonas é reflexo de um maior número de dias de faturamento de clientes industriais,
devido a ajuste no cronograma de faturamento da companhia distribuidora.
Nos resultados trimestrias, O consumo total de energia na rede elétrica alcançou, no
primeiro trimestre do ano, 111,8 mil GWh, significando uma variação absoluta de 4,1 mil GWh.
O consumo nacional de eletricidade no primeiro trimestre deste ano cresceu 3,9% em
relação ao mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2011, o crescimento fora
de 5,3%. O menor ritmo de crescimento neste ano reflete o comportamento dos consumidores
industriais e residenciais, que apresentaram taxas inferiores às do ano anterior.
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Gráfico 1: Variação no consumo no 1º trimestre- por classe (%)
Fonte: EPE.
Mesmo período de 2011. Não obstante, em relação aos últimos trimestres houve
recuperação O consumo industrial nos primeiros três meses do ano 2012 cresceu 2,3%, abaixo
da evolução registrada no.
Gráfico 2: Consumo Industrial Trimestral (2011-2012)
Fonte: EPE.
As estatísticas do consumo de energia corroboram os resultados de alguns indicadores
de atividade da indústria no período. Conforme o IBGE, a produção industrial até fevereiro de
2012 esteve em nível abaixo dos primeiros meses de 2011, com retração de 3,4%. Indicadores
de utilização da capacidade instalada, apurados pela FGV para março, também apontam na
7
mesma direção. O IBC-BR divulgado pelo Banco Central foi de 1,15% (até fevereiro) e também
indica baixo crescimento da economia nos primeiros meses do ano.
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2- METALURGIA
Uma análise do setor de metalurgia aponta para um índice de utilização de capacidade
instalada de 84,4% em abril de 2012, representando uma alta de 0,5% em relação a março de
2012. Nos últimos 12 meses, a série marca uma redução expressiva de 2,7% na utilização da
capacidade instalada.
Gráfico 3: Utilização Média de Capacidade Instalada – Metalurgia
(%)
Fonte: FGV – 2012.
Balanço do Ibram mostrou que produção mineral duplicou de tamanho entre 2009 e
2011, passando a representar 3,8% do PIB do país. O saldo comercial, aos US$ 38,4 bi, ficou
quase 30% acima do saldo total brasileiro. Tudo isso embalado pelo minério de ferro, que
representou quase 85% das exportações do setor. O ganho foi em volume, mas também em
preço. Segundo o Credit Suisse, a commodity avançou 82% desde 2007. Com produção
nacional de 90 mil ton., o nióbio também pesou sobre os resultados, mantendo o Brasil na
liderança. O desempenho do metal avançou na esteira do aquecimento do mercado de
ferroligas. O avanço de quase 9% nos preços internacionais do ouro no ano passado estimulou
os investimentos e fez com que a produção do metal no país crescesse de 58 ton. para 66 ton..
A produção do níquel também teve destaque, com avanço de 18%, para 70 mil ton. em 2011.
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Para este ano, o Ibram prevê avanços menores, mas ainda representativos diante dos
altos patamares de comparação. Em suas primeiras projeções, a produção mineral brasileira
deve alcançar os US$ 55 bi, o que representaria crescimento de 10%. A produção do minério
de ferro, com perspectivas de alta contínua nos preços, deve apresentar avanço de 9,4%, para
510,8 mi de ton.. Para atender esse potencial, os investimentos previstos para a mineração
brasileira também avançaram: entre 2012 e 2016 deverão ser desembolsados US$ 75 bi para
projetos no país. Segundo o presidente do Ibram, José Fernando Coura, além do minério de
ferro, entre os maiores destinos desses recursos está a área de fertilizantes, da qual o Brasil é
dependente de importações.
A Vale poderá ter como garantia na exploração de terras-raras um contrato de
fornecimento de longo prazo para a Petrobras. O acordo viabilizaria a produção dos
compostos minerais no Brasil, segundo a agência de notícias Reuters. A Petrobras atualmente
importa da China a matéria-prima para o refino de petróleo. De acordo com a agência, Vale e
Petrobras estudam como tornar viável a exploração de grandes jazidas de terras-raras
herdadas pela mineradora depois da compra de ativos da Bunge.
2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS
A produção de alumínio primário no Brasil somou 125 mil toneladas em março, o que
representa avanço de 3,7% frente ao mesmo mês do ano anterior. As informações foram
divulgadas no dia 18 de abril pela Abal. No acumulado do início do ano, até março, o volume
produzido cresceu 2,7%, para 364,1 mil toneladas. O levantamento revela que, no primeiro
trimestre, a produção de alumínio primário da Alcoa no país recuou 2,8%, enquanto a da BHP
Billiton perdeu 4,9%. A produção da Novelis, por sua vez, apresentou declínio 5%. A produção
da Votorantim Metais (CBA), por outro lado, avançou 13,4% e a da Albrás, cresceu 1%.
As estatísticas da Abal sobre as exportações de alumínio preocupam o setor. Em 2011,
em volume, as exportações de alumínio e seus produtos somaram 654,7 mil toneladas, queda
de 13,2% em relação a 2010. Em valores, o saldo ainda foi positivo. As exportações da
indústria totalizaram US$ 4,48 bilhões em 2011 contra US$ 3,93 bilhões no ano anterior,
aumento de 14,2%. Se forem consideradas apenas as exportações de alumínio e seus produtos,
o quadro se manteve praticamente estável: US$ 1,94 bilhão em 2010, contra US$ 1,978 bilhão
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em 2011. E a participação das exportações do alumínio no total das exportações brasileiras,
caiu de 1,9% em 2010 para 1,8% em 2011. O país perde mais espaço no mercado
internacional por falta de competitividade dos produtos, segundo João Bosco Silva, diretor-
superintendente da Votorantim Metais. A situação abre espaço para o aumento das
importações. O custo da energia é um fator de desequilíbrio, mas não é o único, segundo os
empresários.
Gráfico 4: Variação dos preços do alumínio no mercado internacional (US$)
(Maio 2011/Abril 2012)
Fonte: ADVFN, 2012.
A Alcoa anunciou no dia 05 de abril que novamente vai reduzir sua capacidade de
produção mundial. Segundo comunicou a multinacional americana, os cortes desta vez serão
no segmento de alumina e somarão 390 mil toneladas. A iniciativa visa alinhar a produção com
as reduções já realizadas nos processos de fundição do alumínio. A reestruturação produtiva
já está ocorrendo, segundo informou a empresa, e vai reduzir a capacidade de refino em 4% na
região do Atlântico. As operações brasileiras da Alcoa também correm risco. A subsidiária
brasileira está sob análise da matriz e tem 60 dias para encontrar uma solução para melhorar
a competitividade no país. Está sendo analisada uma eventual redução na produção das
fábricas em Poços de Caldas (MG) e em São Luis (MA). Segundo informou a empresa em nota,
ainda não foi encontrada uma solução definitiva para reduzir custos e tornar suas operações
mais competitivas no país, mas a empresa "vislumbra potenciais avanços".
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No cenário de crescimento do consumo de produtos transformados de alumínio, que no
ano passado apresentou um avanço de 8,2%, com 1,451 milhão de toneladas, o segmento de
fios e cabos foi o grande destaque, com 167,4 mil toneladas. Isso correspondeu a 11,5% do
total do consumo de produtos de alumínio pelo mercado doméstico. Foi um desempenho
recorde, 58,7% maior do que o registrado em 2010, também recorde, de 105 mil toneladas.
Segundo Roberto Seta, coordenador do grupo setorial de fios e cabos de alumínio da Abal, pelo
menos dois fatores explicam a explosão de demanda, de acordo com o executivo. Um deles é o
programa Luz para Todos, do governo federal. O outro fator são as linhas de transmissão que
estão sendo construídas para levar energia das hidrelétricas de Jirau e de Santo Antonio.
Os fabricantes brasileiros de fios e cabos elétricos baseados em alumínio têm o que
comemorar, mas também se preocupam com o futuro e com as importações da China. A
capacidade instalada dos fabricantes brasileiros de fios e cabos de alumínio é hoje 190 mil
toneladas/ano. O setor tem feito investimentos em suas plantas fabris, o que possibilita um
condição de competitividade melhor hoje, avalia Roberto Seta, coordenador do grupo setorial
de fios e cabos de alumínio da Abal. Mas o setor está preocupado com o avanço das
importações de cabos. De acordo com Seta, em 2010, as importações de cabos de alumínio
foram de 7 mil toneladas. Já em m 2011, atingiram 27 mil toneladas, um crescimento
considerável. Outra situação que aflige os fabricantes brasileiros de fios e cabos é o avanço das
empresas chinesas no país.
Gráfico 5: Variação dos preços do cobre no mercado internacional (US$)
(Maio 2011/Abril 2012)
Fonte: ADVFN, 2012.
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Apesar de o déficit entre a demanda e a oferta mundiais de cobre permanecer neste
ano, o preço da commodity deve perder força em relação aos valores de 2011. Após acumular
alta de 17% em Londres no ano passado, em 2012 o valor médio deve ficar em US$ 8.475 por
tonelada, com queda de 4%. A estimativa é da consultoria especializada em mineração
Thomson Reuters GFMS, que aponta recuperação dos valores atuais. Uma análise isolada dos
números de oferta e de demanda sugere a continuidade do movimento de alta: o consumo
superará a produção em 246 mil toneladas neste ano -deficit pouco inferior ao de 324 mil
toneladas de 2011. Para as duas instituições, o mercado somente voltará ao equilíbrio no
próximo ano. O impacto negativo sobre os preços tem origem nas incertezas provocadas pela
crise na zona do euro. Ao mesmo tempo, porém, a crise deve manter o estímulo à liquidez na
Europa, nos EUA e na China, o que pode incentivar a volta de especuladores.
2.2 – MINÉRIO DE FERRO
A produção de minério de ferro da Vale recuou 2,2% no primeiro trimestre frente ao
mesmo período de 2011, totalizando 69,9 milhões de toneladas métricas, de acordo com
prévia operacional divulgada no dia 17 de abril pela companhia. Na comparação com o quarto
trimestre de 2011, o volume de minério de ferro produzido recuou 15,7%. O recuo da
produção se concentrou em Carajás e no Sistema Sudeste, locais mais afetados pelo clima. Já os
sistemas Sul e Centro-Oeste tiveram desempenho melhor em relação ao primeiro trimestre de
2011. Nos sistemas Sul e Centro-Oeste, a produção aumentou 5,3% e 42,4%, respectivamente,
frente ao primeiro trimestre de 2011, para 17,7 milhões de toneladas métricas e 1,3 milhão de
toneladas métricas, nesta ordem.
Também no dia 17 de abril, A Rio Tinto informou que sua produção global de minério
de ferro no primeiro trimestre alcançou 59 milhões de toneladas, uma alta de cerca de 10% na
comparação com igual intervalo de 2011. Os volumes produzidos de cobre, por outro lado,
declinaram 18%. Em comunicado, o executivo-chefe da mineradora, Tom Albanese, destaca
que o crescimento na produção foi “sólido”, ante o registrado no primeiro trimestre do ano
passado, não apenas em minério de ferro, mas em carvão, bauxita, alumina e dióxido de
titânio. A Rio Tinto embarcou 54 milhões de toneladas da commodity nos três primeiros
meses do ano, com expansão de 2%. A mineradora informa ainda que a produção de bauxita,
no mesmo período, avançou 10% e a de alumina, 13%.
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A Anglo American registrou crescimento de 17% na produção global de minério de
ferro no primeiro trimestre deste ano, no total de 11,7 bilhões de toneladas, em comparação
com o mesmo período de 2011. De acordo com a companhia, o resultado foi devido ao ramp up
(tendência de evolução ou de crescimento) de produção da mina de Kolomela, na África do Sul,
e à continuidade de crescimento da performance das operações da empresa no estado
brasileiro do Amapá.
A Usiminas registrou prejuízo líquido de R$ 37 milhões no primeiro trimestre de 2012.
A receita líquida da companhia foi de R$ 2,886 bilhões. A produção de minério de ferro da
companhia no período de janeiro e março, somou 1,854 milhão de toneladas Já as vendas de
minério de ferro atingiram 1,73 milhão de toneladas no período. Desse total de vendas, 72,4%
foram para a própria operação da Usiminas.
A CSN prevê neste ano volumes recordes de comercialização de minério de ferro, que
ganhará ainda mais espaço em seu balanço nos próximos três anos. Depois de ter atingido
vendas de 29,3 milhões de toneladas de minério em 2011, a empresa projeta comercializar
32,5 milhões de toneladas em 2012. Já em 2013, esse volume deve pular para 40,8 milhões de
toneladas e poderá atingir 47,8 milhões de toneladas em 2014, segundo previu Daniel Santos,
diretor de mineração da empresa. O acréscimo dos embarques representará maior caixa e o
segmento de mineração deverá continuar ganhando espaço no balanço da empresa. Para
acompanhar a venda maior de minério, a empresa está investindo na ampliação de seu
terminal portuário em Itaguaí (RJ), cuja capacidade deverá saltar de cerca de 30 milhões de
toneladas para 45 milhões de toneladas. As obras devem ficar prontas até o último trimestre.
Além desse projeto, a empresa estuda a construção de um novo porto, próximo ao terminal em
Itaguaí.
2.3 – AÇO
De acordo com a análise mensal do Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço
bruto em março de 2012 foi de 3,1 milhões de toneladas, representando aumento de 2,2%
quando comparada com o mesmo mês em 2011. Em relação aos laminados, a produção de
março, de 2,4 milhões de toneladas, apresentou crescimento de 3,4% quando comparada com
março do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada em 2012 totalizou 8,7
14
milhões de toneladas de aço bruto e 6,5 milhões de toneladas de laminados, o que significa
aumento de 2,4% e de 3,0%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2011.
Quanto às vendas internas, o resultado de março de 2012 foi de 1,9 milhão de toneladas
de produtos, aumento de 1,5% em relação a março de 2011. As vendas acumuladas em 2012,
de 5,3 milhões de toneladas, mostraram crescimento de 1,3% com relação ao mesmo período
do ano anterior.
As exportações de produtos siderúrgicos, em março de 2012, atingiram 749 mil
toneladas e o valor de 528 milhões de dólares. Com esse resultado, as exportações em 2012
totalizaram 2,6 milhões de toneladas e 1,8 bilhão de dólares, representando declínio de 8,4%
em volume e de 8,9% em valor, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. No
que se refere às importações, registrou-se em março volume de 338 mil toneladas (US$ 398
milhões) totalizando 996 mil toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, 15,0%
acima do mesmo período do ano anterior.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos, em março, foi de 2,4 milhões
de toneladas, totalizando 6,4 milhões de toneladas em 2012. Esses valores representaram
crescimento de 8,7% e de 4,8%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.
Gráfico 6: Evolução Comparativa da Produção de Aço Bruto no Brasil
(2011-2012)
Fonte: IABr – 2012
15
A fabricação de aço no mundo cresceu 1,8% em março, ante igual mês do ano passado,
para 132 milhões de toneladas, conforme a World Steel Association. O desempenho teve forte
participação da indústria siderúrgica da China, que se recuperou e voltou a operar acima do
patamar de 60 milhões de toneladas. Em março, o país produziu 61,6 milhões de toneladas,
com expansão de 3,6 No acumulado de janeiro a março, a produção mundial aumentou 1,1 %,
para 337 milhões de toneladas.
Os preços do aço no mercado doméstico em 2012 deverão acompanhar a tendência
internacional e mostrar estabilidade, de acordo com o vice-presidente comercial da Usiminas,
Sérgio Leite. Segundo o executivo, a entrada de material importado ainda deverá pesar sobre a
precificação do aço internamente, a despeito do avanço no debate sobre a chamada “guerra
dos portos”. Em relação ao volume de vendas, Leite destacou que o crescimento de 13% na
comparação com o quarto trimestre, para 1,512 milhão de toneladas, já reflete os esforços de
melhor posicionamento entre clientes industriais. Para os próximos trimestres, acrescentou, a
expectativa é positiva, diante da projeção de aumento de 4% a 5% no consumo aparente
interno, segundo o Instituto Aço Brasil, e de queda gradual nos volumes importados.
A Vale mantém o plano de siderurgia da Vale que prevê a construção de três usinas no
país até 2014. A mineradora projeta investir diretamente no negócio quase US$ 9 bilhões na
construção de unidades de aço nos estados do Ceará, Pará e Espírito Santo. Até agora, porém,
apenas a unidade do Nordeste está saindo do papel, a Companhia Siderúrgica de Pecém, que
será erguida no Complexo Portuário de Pecém, tendo a Vale como majoritária e as coreanas
Dongkuk e Posco como sócias. A produção será toda exportada. Dos três projetos, o da Aços
Laminados do Pará, usina de aço a ser erguida em Marabá (PA), é o mais polêmico, dado seu
viés político. O projeto engloba também uma unidade de laminados ao lado da usina de placas
e a ampliação do porto de Vila do Conde, pois será ali que irá escoar a produção da Alpa. O
projeto mais novo de usina de aço da lista da Vale, o da Companhia Siderúrgica de Ubu, no
Espírito Santo, só será desenvolvido com um sócio majoritário.
A ThyssenKrupp CSA deverá atingir plena capacidade de produção de 5 milhões de
toneladas de placas de aço no primeiro semestre de 2013, prevê Jorge Oliveira, novo
presidente executivo da companhia. Segundo Oliveira, o ritmo de produção será agilizado com
a entrada em operação da bateria C da coqueria, a última a ser ativada de um total de três.
16
Com as três baterias funcionando, a coqueria vai produzir 1,8 milhão de toneladas de coque. O
consumo anual de coque da usina é em torno de 2 milhões de toneladas.
A ArcelorMittal Tubarão, fabricante de semi-acabados de aço, no Espírito Santo,
desligou na quarta-feira o alto-forno 1, depois de quase 28 anos e meio de atividades. O
desligamento faz parte da reforma planejada do equipamento, que tem duração prevista de
aproximadamente 100 dias. O investimento previsto na reforma do alto-forno 1 é da ordem de
US$ 230 milhões. O equipamento produziu 93,91 milhões de toneladas desde o início de suas
operações.
A Usiminas divulgou que a produção de aço bruto da companhia no primeiro trimestre
do ano atingiu 1,672 milhão de toneladas. Já as vendas de aço no mesmo período somaram
1,512 milhão de toneladas. Do total das vendas no primeiro trimestre, 82,4% foram
destinados ao mercado interno. Do total exportado, os Estados Unidos foram o principal
destino do produto, com 35%.
3- SETOR AUTOMOTIVO A capacidade instalada da indústria ficou em 83,6% no mês de abril de 2012. O que,
com relação ao mês de março de 2012, apresenta uma redução expressiva de 2,3%. Em
comparação ao mesmo período do ano passado, a indústria apresentou uma redução de 3,0%.
Gráfico 7: Utilização Média da Capacidade Instalada – Mecânica
(%)
79,0
80,0
81,0
82,0
83,0
84,0
85,0
86,0
87,0
88,0
Abr/11 Mai/11 Jun/11 Jul/11 Ago/11 Set/11 Out/11 Nov/11 Dez/11 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12
Mecânica
Fonte: FGV – 2012
O setor automotivo obteve uma alta expressiva no mês de março em contrapartida com
as baixas verificado no mês de dezembro de 2011 e janeiro 2012 e também em relação ao
crescimento registrado em fevereiro de 2012.
A produção física de autoveículos no mês de março de 2012 foi de 308,5 mil unidades
frente a 217,8 mil unidades em fevereiro de 2012, representando uma alta de 41,6%. Em
comparação a março de 2011, quando a produção de autoveículos registrou 295,1 mil
unidades, o crescimento foi de 4,5%.
A frota circulante brasileira, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e
ônibus, cresceu 7% no de 2011, para 34,9 milhões de veículos, de acordo com levantamento
do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Conforme o estudo, o Sudeste concentra o maior número de veículos em circulação no país,
18
com 55% do total. A Região Sul ficou em segundo lugar, com 22%, seguida do Nordeste, com
12%; Centro-Oeste, com 8%, e Norte, 3%.
A empresa LS Mtron, do mesmo grupo da LG Eletronics, assinou no dia 23 de abril, com
o governo de Santa Catarina protocolo de intenções para a instalação de uma fábrica de
tratores em Guaruva, norte do Estado. O investimento inicial está estimado em R$ 30 milhões.
Esta deve ser a primeira unidade do grupo na América Latina. A fábrica terá capacidade para
produzir 5 mil unidades por ano. A LS Mtron planeja ter 9% de market share até 2016 e ser a
líder em 2020, com 15% do mercado brasileiro de tratores.
4- PAPEL E CELULOSE
O nível de utilização da capacidade instalada ficou em 92,6% em abril de 2012, o que
representa uma alta em de 1,5% em relação à março de 2012. O resultado de abril deste ano
representa um crescimento de 2,8% em relação a abril de 2011, quando o nível de utilização
da capacidade instalada estava em 89,8%.
Gráfico 8: Utilização Média da Capacidade Instalada – Papel e Celulose
(%)
88,5
89,0
89,5
90,0
90,5
91,0
91,5
92,0
92,5
93,0
Abr/11 Mai/11 Jun/11 Jul/11 Ago/11 Set/11 Out/11 Nov/11 Dez/11 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12
Papel e Celulose
Fonte: FGV – 2012
A produção de celulose caiu 1,7% em março deste ano ante março de 2011, para 1,198
bi de ton.. No trimestre, caiu 0,7%, para 3,524 bi de ton., conforme dados divulgados no dia 26
de abril pela Associação Brasileira de Celulose e Papel. As exportações brasileiras de celulose
recuaram 7,1% em março de 2012, na comparação com março de 2011, para 741 mil ton.. No
trimestre, houve recuo de 0,6%, para 2,166 bi de ton., ante igual período de 2011. As
importações de celulose recuaram 13,5% em março sobre o mesmo mês de 2011, para 32 mil
ton.. No trimestre, houve recuo de 3%, para 96 mil ton.. Já as vendas domésticas de celulose
cresceram 3,7% no mês passado sobre março de 2011, para 141 mil ton.; no trimestre,
subiram 4,4% ante igual período de 2011, para 403 mil ton.. O consumo aparente de celulose
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cresceu 6,8% em março de 2012, para 489 mil ton.; no período de janeiro a março deste ano,
caiu 1%, para 1,454 bi de ton..
A Pöyry anunciou que conquistou um contrato com a Klabin para desenvolvimento dos
estudos e projeto de engenharia básica da nova fábrica de celulose da companhia, que será
erguida no Paraná. Em comunicado à imprensa, a Pöyry informa ainda que as empresas não
revelarão o valor do contrato. A companhia finlandesa já havia conduzido os estudos de pré-
viabilidade do projeto. A nova fábrica da Klabin, será voltada à produção de celulose de fibra
curta, fibra longa e fluff. Os investimentos no projeto devem alcançar R$ 6,8 bilhões.
O diretor-geral da Klabin, Fabio Schvartsman, informou no dia 27 de abril que a nova
fábrica de celulose da companhia será instalada no município de Ortigueira (PR). A nova
fábrica, que terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose, deve entrar
em operação em 2015. Segundo o executivo, o projeto “avança sem qualquer interrupção e seu
cronograma está mantido”. Para a execução do projeto, a companhia constituirá uma nova
empresa, a Klabin Celulose, que abrigará também novos investidores estratégicos — o
controle, contudo, permanecerá nas mãos da Klabin.
A Fibria está se preparando instalar uma nova linha de produção em Três Lagoas (MS),
no segundo semestre de 2014. O projeto, que envolve aporte de R$ 5,8 bilhões, deve ser
encaminhado à aprovação do conselho de administração neste ano, porém sua execução levará
em conta das condições do mercado de celulose, conforme informação que vem sendo
repetida pela direção da companhia.
5- QUÍMICA E PETROQUÍMICA
Na indústria química, o nível de utilização da capacidade instalada registrou 83,7% no
mês de abril de 2012, representando um pequeno crescimento de 0,3% em relação ao mês de
março de 2012, quando foi registrado 83,4%. Em relação ao mesmo período do ano passado,
foi registrado um crescimento de 0,2%, quando havia 83,5% de capacidade média instalada
em uso.
Gráfico 9: Utilização Média da Capacidade Instalada – Química e Petroquímica
(%)
82,5
83,0
83,5
84,0
84,5
85,0
85,5
Abr/11 Mai/11 Jun/11 Jul/11 Ago/11 Set/11 Out/11 Nov/11 Dez/11 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12
Química e Petroquímica
Fonte: FGV – 2012
De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria Química
(Abiquim), o setor químico ganhou 37% em eficiência energética nos últimos dez anos. Em
2001, o consumo total de energia era de 2,56 Gcal/tonelada de produto. No ano passado, esse
número caiu para 1,61. A Abiquim levantou esses dados junto a 151 associadas, que
respondem por 95% da produção nacional. O consumo de gás natural como combustível
recuou de 57,5 kg por toneladas de produto para 42,7 no mesmo período.
A fabricação de produtos químicos cresceu 14,23% no primeiro bimestre deste ano, em
relação a igual período do ano anterior, e as vendas internas subiram 14,63% na mesma base
de comparação, conforme o Relatório de Acompanhamento Conjuntural da Abiquim. Segundo
o RAC, os dados dos primeiros meses de 2012 em termos de produção e vendas internas são
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os melhores da série histórica acompanhada pela entidade. Segundo a Abiquim, esse
comportamento se deve à base deprimida de comparação. No acumulado dos últimos 12
meses, no entanto, os índices de produção e vendas internas tiveram uma queda, sendo que a
produção recuou 0,33% e as vendas internas, 1,12%. Já as importações cresceram 18,53% no
período. No primeiro bimestre do ano, o índice de preços aumentou 6,0% em relação ao ano
anterior. Nos últimos 12 meses, o índice cresceu 13,02%.
A Braskem bateu em março seu recorde histórico de produção de polipropileno em
suas fábricas brasileiras. Juntas, as unidades da Braskem produziram 150.621 toneladas de
polipropileno no mês passado. O recorde anterior, registrado em outubro de 2010, era de
150.270 toneladas. A Braskem possui unidades industriais para a produção de PP em São
Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia.
A petroquímica Dow Chemical anunciou no dia 3 de abril, o fechamento de quatro
fábricas na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, para implementar um corte de custos de
US$ 250 milhões. No Brasil, a unidade a ser fechada fica em Camaçari (BA). A empresa afirmou
que a planta de Camaçari já não apresentava lucro e que demandava investimentos em
segurança.