projeto polÍtico pedagÓgico para uma escola cidadÃ

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA UMA ESCOLA CIDADÃ Projeto apresentado à disciplina Investigação e Prática Pedagógica II do curso de Licenciatura em Letras/Vernáculo do Programa Especial de formação para professores para Educação básica de Santa Rosa do Purus. Discentes: Giovanna Maria de Matos Souza, Iriscélia Lima de Oliveira, Maristela de Oliveira Pinheiro Moura, Suzana dos Santos Rodrigues, Odiléia André Farias. Orientador: Profº Jorge Fernandes da Silva.

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Page 1: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA UMA ESCOLA CIDADÃ

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA UMA ESCOLA CIDADÃ

Projeto apresentado à disciplina Investigação e Prática

Pedagógica II do curso de Licenciatura em Letras/Vernáculo do

Programa Especial de formação para professores para

Educação básica de Santa Rosa do Purus.

Discentes: Giovanna Maria de Matos Souza,

Iriscélia Lima de Oliveira,

Maristela de Oliveira Pinheiro Moura,

Suzana dos Santos Rodrigues,

Odiléia André Farias.

Orientador: Profº Jorge Fernandes da Silva.

Junho de 2009.

Page 2: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA UMA ESCOLA CIDADÃ

PROJETO DE INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA II

TEMA: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PARA UMA ESCOLA CIDADÃ

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A idéia de realizar o presente projeto surgiu em maio de 2009, quando

tivemos a necessidade de escolher um tema para realizar um trabalho de pesquisa

para a disciplina Investigação e Prática Pedagógica I. Na ocasião refletimos sobre

diversos temas, mas foi a partir de conversas sobre nosso convívio diário dentro das

instituições de ensino nas quais já atuamos como docentes, que decidimos sobre a

temática do Projeto Político Pedagógico.

É comum em nosso dia-a-dia falarmos e ouvirmos de nossos colegas

questões sobre dúvidas, angústias e reclamações sobre as atuais condições de

trabalho como docente, como: falta de recursos materiais, pressão sofrida pela

escola para tratar de questões que deveriam ser tratadas no âmbito familiar, falta de

envolvimento da família com as questões educacionais de seus filhos e

principalmente insatisfação com a falta de harmonia entre as diretrizes da educação

nacional e a realidade da escola.

A partir dessas inquietações começamos a refletir sobre a importância de ter

uma base sólida na Educação Infantil, pensando assim, buscamos saber se existe

um Projeto Político Pedagógico na Escola Andorinha e como está estruturada a

gestão na referida escola.

A Escola Andorinha é uma escola de Ensino Infantil e fica localizada em uma

das cidades do Alto Purus no estado do Acre, construída no ano de 2007,

inaugurada em Maio do referido ano. Têm em seu quadro 26 funcionários e 118

alunos cursando o 1º, 2º e 3º período, seu funcionamento é no período Matutino.

A realização deste trabalho busca enfatizar a importância da implantação do

Projeto Político Pedagógico e analisar se a gestão da Escola Andorinha é

verdadeiramente democrática;

Entendemos que o projeto político pedagógico de uma escola deve ser visto

como um processo de mudança e de antecipação do futuro, que estabelece

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caminhos e propostas de ação para melhor organizar e dar sentido as atividades

que serão desenvolvidas pela escola.

Vivemos em uma sociedade de projetos, existem projetos pessoais,

financeiros, profissionais, políticos, sociais, educacionais entre tantos outros, e todo

projeto serve para pensar no futuro, aproximar o máximo possível daquilo que a

realidade nos permite, em suma, as intenções que temos para algumas ações. Todo

projeto tem uma intencionalidade e é expressão de uma parte de nossa vontade,

seja social, seja individual.

Acreditamos que a escola vive – ou pelo menos deveria viver – em função de

um Projeto Político Pedagógico. Afinal, é preciso planejar as ações educativas da

mesma maneira como se planeja outras dimensões da vida e da sociedade em

geral. A partir dessas reflexões algumas questões surgiram e começaram a nos

inquietar, originando a problemática dessa pesquisa:

1) A Escola Andorinha tem Projeto Político Pedagógico e Conselho Escolar?

2) A comunidade escolar participou da elaboração do Projeto Político

Pedagógico?

3) Que alunos a escola quer formar e quais os valores a escola prioriza?

4) Quais as características que uma gestão na perspectiva democrática deve

ter?

Diante das questões citadas buscaremos encontrar respostas para as

questões levantadas, para isso trabalharemos com um olhar diferenciado no espaço

da escola (seremos pesquisadores e não docentes), onde procuraremos focar

nossas atenções no papel dos professores enquanto agentes da educação, uma vez

que, cabe aos docentes implantar no dia-a-dia o Projeto Político Pedagógico e

também caberá aos docentes a participação efetiva na elaboração das mudanças

necessárias.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O projeto político pedagógico é um conjunto articulado de propostas e ações,

delimitadas, planejadas, executadas e avaliadas em função de uma finalidade que

se pretende alcançar. Por isso, deve-se considerar o projeto político pedagógico

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como um processo permanente de reflexão e busca de alternativas viáveis a

efetivação de sua prática cotidiana.

De acordo com VEIGA (2001),

a elaboração do projeto pedagógico tem a ver com o trabalho da escola como um todo e com a participação da sala de aula, considerando o contexto social e a preservação de uma visão da totalidade”. Logo, o projeto pedagógico busca a organização global da escola.

Um projeto político pedagógico, quando bem construído e administrado, pode

ajudar de forma decisiva a escola a alcançar os seus objetivos. Já a sua ausência,

por outro lado, pode significar um descaso com a escola, com os alunos, com a

educação em geral, o que, certamente, refletirá no desenvolvimento da sociedade

em que a escola estiver inserida.

Segundo FREITAS (2004, p. 69) “o projeto político pedagógico não é uma

peça burocrática e sim um instrumento de gestão e de compromisso político e

pedagógico coletivo”. O Projeto Político Pedagógico é um resumo das condições e

funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de

compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma.

Considerando que o processo de gestão democrática não é função exclusiva

do gestor escolar, mas da realização de um trabalho participativo envolvendo todos

os segmentos sociais que compõem a escola; torna-se necessário a participação

efetiva do Conselho Escolar.

A gestão democrática é assegurada pela Lei 1513, de 11 de novembro de

2003, Art. 3º, parágrafo I e II, que diz: “a organização pedagógico-administrativa das

unidades de ensino será composta pela seguinte estrutura: Conselho Escolar e

Diretor”.

Assim, é importante que não só gestor e docentes estejam comprometidos

com o processo educacional, é essencial que o Conselho Escolar seja atuante, que

todos os participantes do Conselho tenham consciência da importância de suas

atribuições, uma vez que este é o órgão deliberativo máximo da escola, estando

assegurado pelo Art. 33 da Lei 1513.

Entre as atribuições do Conselho Escolar destacam-se os seguintes:

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II - enviar para análise do Conselho Estadual de Educação o Projeto Político Pedagógico da unidade de ensino; III - revisar no mês de agosto de cada ano o Projeto Político Pedagógico da unidade de ensino, de acordo com a legislação vigente;

Muitos são os problemas que as escolas públicas vêm enfrentando nos dias

atuais, por isso devemos ver a escola como um espaço democrático de troca de

produção e conhecimento, e isso é um grande desafio que os não só educadores

enfrentam, mas especificamente o Conselho Escolar, uma vez que este é o

elemento da escola que veio para romper as relações autoritárias que outrora

existiam nas escolas.

O projeto pedagógico é uma proposta diferente com intuito de suprir as

necessidades da escola e estabelecer parâmetros para o futuro, no sentido de

romper com o passado, pensando assim é que o projeto pedagógico deve ser feito

com competência e liderança dentro de uma gestão democrática que propõe a

descentralização dos processos de tomada de decisão e da ampliação da autonomia

da escola.

A escola precisa despertar para o que assegura a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional art. 14, inc. I e II, que regulamenta dois princípios a serem

observados para a gestão democrática, e que determinam: “a participação dos

profissionais da educação na elaboração do projeto da escola e assegurando a

participação de pais, alunos e representantes da sociedade civil nos Conselhos

Escolares”.

O processo de gestão democrática foi incluído no artigo 206, inciso VI, da

Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Além

disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº. 8069/90, incentiva a

“participação da criança e do adolescente, na tomada de decisões no que diz

respeito a sua vida e de seu direito a liberdade de opiniões e expressão”, e no artigo

53, também é dito: “É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo

pedagógico, bem como participar de definição das propostas educacionais”.

Após a realização das entrevistas preliminares na disciplina Investigação e

Pratica Pedagógica I, ficou claro que, tanto educadores, como pais de alunos e

funcionários da escola Andorinha, reconhecem a importância do Projeto Político

Pedagógico para o processo de ensino-aprendizagem e dizem que ajudaram a

elaborá-lo, e que tiveram como principal base à realidade dos alunos, considerando

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sempre o conhecimento que estes alunos possuem e os saberes que necessitam

desenvolver.

Além dos autores acima citados é possível recorrer a outras bibliografias, de

autores que se debruçaram, em busca de entendimentos sobre a importância de

uma gestão democrática e a construção de um Projeto Político Pedagógico, como

por exemplo: (BASTOS 2002); (FERREIRA 2000); (BONDIOLI 2004); (COCHRAN-

SMITH 2001) e (PADILHA 2002).

3. METODOLOGIA

Para elaboração do projeto de pesquisa, teremos como instrumento de

orientação o texto: “Abordagens qualitativas de pesquisa: a pesquisa etnográfica e o

estudo de caso”, que nos orientará quanto ao caminho a ser percorrido no decorrer

das atividades que serão realizadas.

Os procedimentos metodológicos necessários à realização da pesquisa

proposta partem da abordagem qualitativa: a pesquisa etnográfica, onde inicialmente

faremos visitas à escola; conversaremos com membros da comunidade escolar:

alunos, funcionários, docentes, gestor, coordenadores, pais de alunos e Conselho

Escolar; realizaremos estudos dos documentos da escola, entre eles: Regimento

Interno e Projeto Político Pedagógico; faremos também, observações nos diversos

espaços físicos da Escola Andorinha, para posteriormente realizar entrevistas com

membros da comunidade escolar, onde então partiremos para anotações e análises

dos dados obtidos.

Esperamos que ao final dessa pesquisa, possamos compreender qual o

modelo de proposta pedagógica e qual o caminho a Escola Andorinha segue em

busca de uma escola cidadã, prazerosa e aprendente.

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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES: DISCIPLINA INVESTIGAÇÃO E

PRÁTICA PEDAGÓGICA I

ATIVIDADES 15/05 16/05 17/05 18/05 19/05 20/05

1º Revisão Bibliográfica X

2º Levantamento documental X

3º Coleta de dados X

4º Realização da Entrevista X

5º Análise Documental X

6º Relatório X

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES: INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA

PEDAGÓGICA II

ATIVIDADES 19/06 20/06 21/06 21/06

1º Revisão Bibliográfica X

2º Levantamento documental X

5º Análise Documental X

6º Relatório X

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ACRE, Lei 1513. Gestão Escolar; Conselho Escolar.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil: Texto constitucional

promulgado em 5 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 2002.

CARNEIRO, Moacir Alves LDB fácil: leitura crítico-compreensivo: artigo a artigo.

Petrópolis, RJ: vozes, 1998.

Estatuto da Criança e do Adolescente: Brasília, 2004.

FREITAS, L. C. et al. Dialética da inclusão e da exclusão: por uma qualidade

negociada e emancipadora nas escolas. In: Escola Viva, 2004.

LUDKE & ANDRÉ, Pesquisa da educação abordagens qualitativas. Menga, Marli

E.D. A – São Paulo: 1986.

VEIGA, A Ilma Passos. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: Uma

construção possível. 12ª edição. Campinas, SP: Papirus, 2001.