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1 CEAG COLÉGIO ESTADUAL ALTO DA GLÓRIA E.F.M. Rua: José Joaquim Bahls, 1235 Fone-Fax: (46) 3262-5905 Palmas Paraná. PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO Palmas, setembro de 2011

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CEAG COLÉGIO ESTADUAL ALTO DA GLÓRIA – E.F.M.

Rua: José Joaquim Bahls, 1235

Fone-Fax: (46) 3262-5905

Palmas – Paraná.

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

Palmas, setembro de 2011

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO..........................................................................05

1.1 Identificação do Estabelecimento.....................................................05

1.2 Localização...................................................................................05

1.3 Aspectos Históricos da Escola..........................................................05

1.4. Espaço Físico e Materiais..............................................................07 1.5 Oferta de Cursos, Programas e Turmas...........................................08

1.6 Caracterização da População: Alunos/Pais, Professores,

Equipe Pedagógica, Funcionários e Direção...........................................11

1.7 Objetivos: ….................................................................................13 - Geral e Específicos...................................................................13

2. MARCO SITUACIONAL …..............................................................14

2.1 Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, do Município e da Escola.14 2.2 Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática

Docente: Reflexão e Prática.................................................................14

2.3 Resultados Educacionais: Aprovação/Evasão/Repetência....................15

2.4 Análise das Avaliações Externas.....................................................15

3- MARCO CONCEITUAL.................................................................17

3.1 Concepção de Infância e Adolescência..............................................17

3.2 Concepção de Ensino-aprendizagem................................................17 3.3 Concepção de Alfabetização e Letramento.......................................17

3.4 Concepção de Sociedade...............................................................19

3.5 Concepção de Homem...................................................................19

3.6 Concepção de Educação.................................................................20 3.7 Concepção de Conhecimento..........................................................20

3.8 Concepção de Cultura....................................................................21

3.9 Concepção de Escola.....................................................................22

3.10 Concepção de Inclusão.................................................................22

3.11 Concepção de Avaliação...............................................................24 3.12 Concepção de Tecnologia.............................................................25

3.13 História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena......................26

4-MARCO OPERACIONAL................................................................28 4.1 Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico.............28

4.2 Tipo de Gestão..............................................................................29

4.3 Papel Específico de cada Segmento da Comunidade Escolar:...............30

- Equipe de Direção......................................................................30 - Equipe Pedagógica......................................................................31

- Equipe Docente.........................................................................31

- Equipe Administrativa.................................................................31

- Pais e/ou Responsáveis..............................................................32

3

- Alunos......................................................................................32

4.4 Relação entre Aspectos Pedagógicos e Administrativos.......................32

4.5 O Papel das Instâncias Colegiadas:..................................................33

- APM..........................................................................................33 - Conselho Escolar ….....................................................................35

- Conselho de Classe....................................................................35

- Grêmio Estudantil......................................................................37

4.6 Recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto.....................38 4.7 Critérios para elaboração do calendário escolar, horários letivos

e não letivos....................................................................................38

4.8 Critérios para organização e utilização dos espaços educativos:..........39

- Laboratório de Ciências, Física e Química.......................................39 - Laboratório de Informática.........................................................39

- Biblioteca Escolar......................................................................39

- Biblioteca do Professor................................................................40

- Quadra de Esportes...................................................................40

- Hora Atividade...........................................................................40 4.9 Critérios para organização de turmas e distribuição por professor

em razão de especificidades.................................................................40

4.10 Diretrizes para a avaliação: desempenho do pessoal docente e

discente, do currículo, das atividades extra-curriculares e do Projeto Político-Pedagógico............................................................................41

- Em relação ao desempenho do pessoal docente e discente..............41

- Em relação ao currículo …..........................................................41

- Em relação às atividades extra-curriculares …...............................42 - Em relação ao Projeto Político-Pedagógico....................................42

4.11 Critérios de organização interna da escola.....................................43

4.12 Princípios da gestão democrática:................................................43

- Igualdade de condições para acesso e permanência na escola.........43 - Qualidade do ensino-aprendizagem............................................43

4.13 O currículo da escola pública:........................................................44

- Dinâmica do currículo..................................................................44

- A Base Nacional Comum.............................................................45

- Parte Diversificada do Currículo....................................................46 - Reflexão sobre o Trabalho Pedagógico...........................................47

- Matriz Curricular.........................................................................48

4.14 Trabalho Coletivo:.......................................................................51

- Prática Transformadora...............................................................51 - O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico.........54

- Proposta de adaptação dos alunos, oriundos dos anos iniciais...........55

- Proposta de articulação entre Educação Infantil, anos iniciais e

anos finais, e etapa Ensino Médio........................................................55 - Como a escola vai desenvolver o processo de inclusão no

ambiente escolar...............................................................................56

4.15 Formação Continuada e Capacitação dos Profissionais......................57

4.16 Intenção de acompanhamento aos egressos (FICA)........................58

4

4.17 Práticas avaliativas:....................................................................58

- Recuperação Paralela de acordo com o Regimento Escolar..............61

- Processo de Classificação e Reclassificação, de acordo com o RE.......61

4.18 Desafios Educacionais Contemporâneos.........................................63

Referências Bibliográficas...............................................................64

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1- APRESENTAÇÃO

O Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental e Médio nasceu de um esforço conjunto da Direção,

Equipe Pedagógica, Professores, Equipe Administrativa, pais, alunos, bem

como das instâncias colegiadas do colégio: Associação de Pais, Mestres e

Funcionários (APMF), Conselho Escolar e Grêmio Estudantil. Ressalta-se que o presente documento foi reformulado durante o 2º

semestre do ano letivo de 2011, após um período de estudos, debates e

reflexões acerca do projeto de escola que a efetivamente quer-se construir.

Tais atividades pedagógicas deve ser o processo de construção e amadurecimento do projeto da escola em uma visão dialética, ou seja, cheio

de conflitos, tensões e contradições. Não obstante, a equipe responsável

para coordenar a elaboração do projeto teve o cuidado de conduzir todos os

encontros para estudos e debates respeitando o princípio da gestão

democrática, considerando e valorizando todas as contribuições. Neste documento constam os objetivos do Projeto Político-Pedagógico,

o marco situacional, conceitual e operacional, entre outros aspectos formais

e informais que fazem parte da organização da escola enquanto instituição

educacional responsável pela disseminação do conhecimento. O Projeto Político-Pedagógico tem como finalidade principal ser um

instrumento que apresenta, discute e reflete sobre a realidade do Colégio

Estadual Alto da Glória - Ensino Fundamental e Médio, no sentido de

explicitar nossa compreensão de ser humano, sociedade, escola, conhecimento, apontando para o compromisso de construir uma instituição

educacional cada vez mais ética, democrática, humana, cidadã e qualificada.

1.1 Identificação do Estabelecimento

Colégio Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental e Médio- CEAG

Fone/Fax: (46) 3262.5905 [email protected]

Palmas – Paraná NRE: Pato Branco – PR.

Ano: 2011

1.2 Localização

Rua José Joaquim Bahls, Nº 1.235 – Bairro Alto da Glória - CEP: 85555-000

1.3 Aspectos Históricos da Escola

O Colégio Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental e Médio,

sediado no CAIC Senhor Bom Jesus Palmas - Paraná, a então Escola Estadual

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Alto da Glória – Ensino Fundamental originou-se do ensino de 5ª a 8ª série

ofertada pela Escola Municipal Terezinha Marins Pettres – Educação Infantil e

Ensino Fundamental que, a partir de1996, com a extinção da SEPESP

(Secretaria de Projetos Especiais), pelo Governo Federal e com a não renovação do convênio existente a nível estadual, pela gradativa cessação

das atividades do PRONAICA (Programa Nacional de Atenção Integral à

Criança e ao Adolescente), ficou sendo uma sobrecarga de despesas ao

governo municipal, com a oferta de ensino de 5ª a 8ª séries. Com a extinção da SEPESP e o PRONAICA (este Programa não existe

mais desde 1994) em processo de desativação gradativa, a solução

encontrada foi a Estadualização do Ensino de 5ª a 8ª séries na Escola

Municipal. Com a resolução nº 1666/96 a Diretoria Geral da Secretaria de Estado da Educação, resolve cessar, a partir do ano letivo de 1996, as

atividades escolares relativas ao ensino de 5ª a 8ª séries da Escola Municipal

Terezinha Marins Pettres – Educação Infantil e Ensino Fundamental,

passando toda a documentação escolar da oferta cessada no

estabelecimento em tela para a guarda e responsabilidade da Escola Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental.

A Escola Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental obteve

aprovação do Projeto de Implantação da Oferta de ensino de 5ª a 8ª séries

pelo Parecer 311/96 e autorização de funcionamento pela Resolução nº 66/96 de 13/06/96, recebendo a aprovação do Regimento Escolar e

Homologação do Conselho Escolar pelo Parecer nº 196/96 e Ato

Administrativo 201/96, respectivamente. Com o parecer nº 084/97 de

07/05/97 e com a Resolução nº 206/97 de 07/06/97, finalmente teve reconhecido o Ensino de 1º Grau, pelo prazo de cinco anos, ficando

reconhecida a Escola Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental.

Posteriormente em 30/06/96, pelo Parecer nº 183/97, foi aprovado o

Estatuto do Conselho Escolar da Escola Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental.

Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – de

20 de dezembro de 1996, a Escola Estadual Alto da Glória – Ensino

Fundamental sofreu reformulação do Regimento Interno, conforme o Adendo

nº 01/98 e 02/99, recebendo aprovação pelo Parecer 163/98 e 100/99, respectivamente, sendo ainda, homologado o novo Conselho Escolar e

aprovado o Regimento Escolar, pelo Ato Administrativo 200/99 de 30 de

novembro de 1999. No período compreendido entre 1994 e 2001, a escola

mantinha-se sob direção indicada e não eleita, nos moldes do PRONAICA. A partir de 2002, a Escola Estadual Alto da Glória – Ensino

Fundamental, passou a ter Dualidade Administrativa, ou seja, foi cedido ao

município, que também passou a mantê-lo, porém, em convênio com a

Secretaria de Estado da Educação – SEED, que garante seu funcionamento até hoje.

Em 2005 – Educação Inclusiva – De acordo com a Lei 9394/96 no cap.

V, art. 58. Resolução CNE/CEB 2/2001 de 11/09/2001 institui as Diretrizes

Curriculares da Educação Especial na Educação Básica, então a Escola

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Estadual Alto da Glória implanta a Sala de Recursos, com pessoal capacitado

para o atendimento às necessidades específicas da clientela;

No ano de 2006, a escola também passou a oferecer o Ensino Médio, a

ser implantado de forma gradativa, e a antiga “Escola Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental”, passou a nominar-se “Colégio Estadual Alto da

Glória – Ensino Fundamental e Médio”, sob a direção de Rosinei Fátima

Montegutti.

Em 2007 – Reestruturação da Matriz Curricular do Ensino Médio com a implantação das disciplinas de Sociologia e Filosofia conforme Resolução

04/06/2007 do CNE/CEEB, deliberação 06/06 do CEE e Salas de Apoio a

Aprendizagem para clientela de 5ªs séries do Ensino Fundamental no

atendimento das dificuldades de aprendizagem nas áreas do conhecimento de Português e Matemática;

No ano de 2008, assumiu a direção a professora Andrea Portto e no

ano de 2009, foi implantado em sua totalidade o ensino médio no período

noturno. Também neste ano foi autorizado através da Resolução Nº 1158/09

o funcionamento da Sala de Recursos no turno matutino. Em 2008 o colégio obteve a Aprovação do Regimento Escolar de acordo

com a legislação vigente, resolução 2.122/00 SEED bem como a proposta de

adendo ao regimento Deliberação 16/99, 03/06;

No ano de 2008 foi autorizado a Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental, através da Resolução Nº 3398/08;

Em 2009 foi implantado o projeto Viva Escola, subdividido em:

preparação para o vestibular, jogos, artes.

Em 2009, pela Resolução Nº 3064/09 foi autorizada mais uma Sala de Recursos para atender os alunos no turno vespertino.

Em novembro de 2009, o colégio obteve a Autorização de

Funcionamento do Centro de Atendimento Educacional Especializado na Área

da Deficiência Visual – CAEDV, através da Resolução Nº 3424/09. A partir de 2010, o colégio oferta aos alunos e comunidade o CELEM –

Centro de Língua Estrangeira Moderna - Curso Básico de Língua Espanhola.

Em 2010, Renovação de Autorização de Funcionamento da Sala de

Recursos– Turno: matutino, em 01/09/10, através da Resolução Nº 3795/10.

Em 2011, foi aprovado o Regimento Escolar, através do Ato Administrativo Nº 138/2011, conforme legislação vigente.

A partir de 07 de Junho de 2011 foi autorizado através do Parecer

537/11-DEEIN o processo de abertura de demanda no turno matutino de um

Professor de Apoio em Sala de Aula na Área de Transtornos Globais do Desenvolvimento.

1.4. Espaço Físico e Materiais

O Colégio Estadual Alto da Glória– Ensino Fundamental e Médio divide o

espaço físico com a Escola Municipal Professora Terezinha Marins Pettres,

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encontrando assim inúmeras dificuldades com salas super lotadas, algumas

adaptadas e pequenas para acomodar todos os alunos.

Contamos com os seguintes espaços e salas específicas:

- 08 Salas de aula amplas, iluminadas e equipadas com TV Multimídia; - 02 Salas de aula pequenas com TV Multimídia;

- 01 Sala pequena para Sala de Recursos, com 01 CPU e 03 monitores

com acesso a internet;

- 01 Sala pequena para o CAEDV, com 01 TV, 01 CPU, 02 monitores com acesso a internet, 01 Aparelho de som,

- 01 Sala pequena de Apoio a Aprendizagem;

- 01 Sala de Laboratório - Química, Física e Ciências;

- 01 Sala de Laboratório de Informática contendo 11 CPUs e 31 monitores com acesso a Internet;

- 01 Biblioteca, utilizada pelos alunos da rede municipal e estadual de

ensino e comunidade em geral;

- 01 Sala da Secretaria, onde funciona também a Sala da Direção,

contendo 01 CPU, 04 monitores, 01 impressora, 01 notebook, 01 Data-show, 01 Fax, 01 TV, 01 Aparelho de som;

- 01 Sala dos professores, com 01 banheiro, também funciona a hora

atividade, contendo 01 CPU, 02 monitores com acesso a internet, 02

escaninhos, 01 armário para o material de educação física,01 aparelho de som, 01 microondas e 01 bebedouro elétrico;

- 01 sala pequena para Coordenação do Ensino Fundamental e Médio;

- 01 sala pequena para Biblioteca do Professor;

- 02 banheiros coletivos aos alunos; - 01 quadra coberta com 02 banheiros necessitando de reformas -

utilizada pelos alunos de rede municipal e estadual de ensino e

comunidade em geral;

- 01 quadra ao ar livre, necessitando de cobertura; - 01 cozinha com refeitório utilizado pelos alunos de rede municipal e

estadual de ensino, neste espaço também funciona a Cantina;

- 01 sala de almoxarifado para merenda;

- 01 sala de almoxarifado para material de limpeza;

- 01 cozinha com dois fogões, uma geladeira e dois freezer.

1.5 Oferta de Cursos, Programas e Turmas

Atualmente o Colégio Estadual Alto da Glória oferta Cursos, Programas,

Níveis e Modalidades de Ensino da Educação Básica a 624 alunos

matriculados nos turnos matutino, vespertino e noturno. São eles:

- Ensino Fundamental- Anos Finais

Com 468 alunos distribuídos em 07 turmas de 5ª série, 04 turmas de 6ª

série, 04 turmas de 7ª série e 03 turmas de 8ª série;

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- Ensino Médio

Com 156 alunos, distribuídos em 03 turmas de 1º ano, 02 turmas de 2º ano

e 02 turmas de 3º ano.

- Educação Especial- Atendimento Educacional Especializado:

Sala de Recursos Multifuncional Tipo I – é um atendimento

educacional especializado, de natureza pedagógica que complementa a

escolarização de alunos que apresentam deficiência Intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento.

O Colégio Estadual Alto da Glória oferta 02 turmas de Salas de Recursos

Multifuncional – Tipo I, à 13 alunos no turno matutino e 17 alunos no turno

vespertino. O atendimento acontece no contraturno através de cronograma, que se dá individualmente e em pequenos grupos.

Centro de Atendimento Especializado na Área da Deficiência

Visual – CAEDV.

Também oferece o Centro de Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual- CAEDV para pessoas cegas, de baixa visão ou

outros acometimentos visuais, da comunidade local e para alunos

regularmente matriculados na Educação Básica, com atendimento

pedagógico de forma individual e/ou coletiva, no contraturno de sua matricula no ensino regular. Atualmente atendendo 10 alunos no turno

vespertino.

Professor de Apoio em Sala de Aula. A partir de junho de 2011, O Colégio Estadual Alto da Glória passou a

oferecer atendimento na Área de Transtornos Globais do Desenvolvimento

com Professor de Apoio em sala de aula no turno matutino.

- Programa: Salas de Apoio à Aprendizagem.

O Colégio Estadual Alto da Glória oferta o Programa Sala de Apoio à

Aprendizagem nos turnos matutino e vespertino com o objetivo de atender

às defasagens de aprendizagem apresentadas pelas crianças do 6º ano e 9º

ano do Ensino Fundamental. O programa prevê o atendimento aos alunos, no contraturno, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, com o

objetivo de trabalhar as dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos de

oralidade, leitura, escrita, bem como às formas espaciais e quantidades nas

suas operações básicas e elementares.

- Curso Extracurricular: Centro de Línguas Estrangeiras Modernas –

CELEM- Modalidade Espanhol, Fase 1 e 2.

Este curso é ofertado aos alunos, professores, funcionários e à comunidade o curso extracurricular Centro de Línguas Estrangeiras Modernas

– CELEM, Modalidade Espanhol, P1 e P2, com duas turmas, totalizando 28

alunos, ministrado nas terças e quinta- feiras, no turno noturno.

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- Programa de Atividades Complementares Curriculares em

Contraturno:

O Colégio Estadual Alto da Glória desenvolverá a partir de 2012 o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno

conforme Resolução Nº 1.690/11, que visa à melhoria da qualidade do

ensino por meio da ampliação de tempos, espaços e oportunidades

educativas realizadas na escola, a fim de atender às necessidades socioeducacionais dos alunos, com os seguintes projetos:

“A Dança como forma de Inclusão Social”

Esta proposta tem como objetivo principal que o nosso aluno aprenda a ler e interpretar o mundo em que estamos vivendo, iniciando pelo nosso

colégio, nossa comunidade e o nosso município partindo assim da micro

realidade para macro, fazendo com que melhore o relacionamento em sala

de aula com seus colegas e professores.

Também intensificar o conhecimento do seu próprio corpo entendendo o seu funcionamento e a importância da dança para a saúde, a higiene

pessoal o equilíbrio psicológico e a qualidade de vida.

Nesse sentido espera-se que o aluno perceba a importância da dança

despertando o gosto por uma atividade física, onde ele terá qualidade de vida não só na idade escolar, mas durante toda a sua vida.

“Oficina de Desenho Artístico”

Esta Oficina tem como objetivo auxiliar na construção do conhecimento através da observação e criatividade, propiciando ao aluno

melhor percepção do mundo que o envolve; auxiliando na melhoria do

comportamento com atitudes de boa disciplina, respeito pelo trabalho do

outro, além de trabalhar a concentração e a percepção dos educandos.

“Inclusão Digital”

Este projeto visa Instruir os alunos preparando-os para atuarem no

mercado de trabalho, onde a exigência rotineira é a experiência básica em

Informática. Alcançar meta de aprendizagem e desenvolvimento dando prioridade

aos alunos do Ensino Fundamental para adquirirem habilidades e

conhecimento tecnológico e manter uma relação de parceria entre alunos e

professores que darão destaque aos trabalhos desenvolvidos em sala de aula durante todo o ano.

Também poderão utilizar a informática para melhorar o interesse e

aprendizado nas demais disciplinas do currículo do aluno, uma vez que, com

um laboratório de informática e com acesso a Internet, os alunos terão uma ferramenta a mais de aprendizado.

Oportunizar a todos os alunos do laboratório o manuseio de programas

bastante utilizados em escolas e outros locais de trabalho, como: Windows,

Word, Internet, PowerPoint, Excel, CorelDraw e Dreamweaver ou FrontPage.

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“Teatro Musical”

Esta proposta busca integrar alunos de diferentes anos a fim de criar

uma consciência de “escola para todos”, oportunizando sua criação baseado na sua compreensão dos conteúdos trabalhados.

Visa trabalhar a oralidade através da música e do teatro, bem como a

representação usando a técnica do “teatro musical”: música, interpretação

teatral e enredo. Também será possibilitado ao aluno um conhecimento ampliado sobre

música e teatro, podendo expressar-se usando a representação e a

interpretação de obras musicais e teatrais.

“Esporte e Lazer – Horas Treinamento”

O Objetivo desta proposta é o ensino da modalidade esportiva do

futsal fazendo com que os alunos compreendam as razões de realizar

determinados movimentos e não só repitam gestos esportivos pré-

determinados, possibilitando desta forma que cada aluno tenha a oportunidade de participar do jogo de sua maneira interferido de acordo com

seus próprios conhecimentos, com isso o aluno se tornara criativo, agindo

interferindo e modificando a atividade que esta sendo desenvolvida.

Desenvolver raciocínio lógico conciliando com a tática individual e com a tática coletiva .

Treinar alunos de 12 a 14 anos para participarem de jogos colegiais e

outras competições no município e região.

Descobrir dentro das habilidades individuais métodos que desenvolvam o gosto para se ter uma vida saudável com qualidade através do esporte

Desenvolver fundamentos técnicos e as capacidades físicas

coordenativas para um bom desempenho na modalidade.

Conhecer e saber aplicar as regras oficiais do futsal. Conhecer, treinar e saber aplicar em jogo os fundamentos básicos do

futsal.

1.6 Caracterização da População: Alunos/Pais, Professores, Equipe Pedagógica, Funcionários e Direção:

- Alunos/Pais

Os alunos do Colégio Estadual Alto da Glória – Ensino Fundamental e

Médio são proveniente das proximidades da escola, moradores de conjuntos

habitacionais, algumas moradias precárias e outras, medianas. Nossa escola

atende, em sua grande maioria, alunos dos bairros Alto da Glória, São José, Jardim Eldorado, Lagoão, São Francisco, Hípica, Tia Joana, Vila Operária,

Serrinha e outros.

Os alunos são heterogêneos tanto no que se referem à idade,

condições sócio-econômico-culturais e familiares. A maioria dos alunos,

12

contudo, provém das camadas populares e pobres, sendo que um grande

percentual dos alunos é beneficiado pelo programa do Governo Bolsa Família.

Nossos educandos são filhos de operários de indústrias madeireira, de

agricultores e de trabalhadores sazonais, cujas atividades são de extração de erva-mate e de madeira, ou envolvem-se com colheita da maçã e bata-

semente, entre outros, sendo que a média geral de renda de grande parte

das famílias é de um a três salários mínimos.

Por esses motivos, outra característica da clientela é a significativa rotatividade de alunos matriculados, alguns ficam por um tempo na escola,

pedem transferência e depois acabam retornando, acompanhando esse

movimento migratório da família. Também temos casos de alunos maiores

que faltam e/ou abandonam a escola, especialmente no período da colheita da maçã, pois necessitam auxiliarem os pais no orçamento familiar ou

executam tarefas remuneradas para ajudar no orçamento doméstico, ou

ainda necessitam atender seus irmãos menores para que a mãe possa

trabalhar como diarista para sustentá-los.

Os alunos que estudam no turno noturno, 75% trabalham como operários, pedreiros, balconistas, domésticas, e outros. Eles buscam sucesso

profissional e realização pessoal, embora manifestem muita insegurança e

incerteza com o futuro, em decorrência do alto índice de desemprego e de

uma sociedade competitiva e excludente. Em geral, os pais dos alunos têm pouca escolaridade, o que acaba

determinando um baixo capital cultural – para usar um conceito de Pierre

Bourdieu, sociólogo francês do século XX, das famílias das crianças e

adolescentes que frequentam essa instituição de ensino. Por esse motivo, a escola é tão importante para esses alunos, pois trata-se praticamente do

único espaço, da única oportunidade para que eles possam construir um

futuro melhor do que os progenitores e/ou responsáveis lhes podem

oferecer. Diante dessa realidade, a escola passa a ter uma responsabilidade

social ainda maior de democratizar o saber, oferecendo um ensino de

qualidade, que torne possível às crianças, adolescentes e jovens uma

construção sólida de autonomia, de domínio dos saberes para a futura

inserção no mundo do trabalho, de maneira que seja possível reverter o quadro de pobreza material e cultural na qual vivem.

Nesse sentido, a escola define a sua filosofia a partir da necessidade de

assumir-se como um espaço de vivência e de discussão dos referenciais

éticos, um local social privilegiado de construção dos conhecimentos significativos necessários à promoção da cidadania, incentivando discussões

sobre a dignidade do ser humano, valorizando a ética e formação de

atitudes, a solidariedade e também o sentido de liberdade com

responsabilidade. bem como, a cerca de seus direitos e deveres com observância das leis.

13

- Professores, Equipe Pedagógica, Funcionários e Direção

De acordo com a demanda do colégio, as vagas existentes estão

supridas com professores, funcionários, equipe pedagógica e direção, qualificados para a função que exercem.

O Colégio Estadual Alto da Glória conta na Equipe de Direção: 01

Diretora QPM, 01 Diretor Auxiliar QPM, 20 horas, atuando no turno noturno.

Na Equipe Pedagógica contamos com 03 Pedagogas: 01 QPM com 40 horas, que atua nos turnos matutinos e noturnos, 01 pedagoga PSS com 40 horas

atuando no turno matutino e vespertino e 01 pedagoga PSS, com 20 horas

atuando no turno noturno. Na Equipe Docente contamos com 23 Professores

QPM e 21 Professores PSS. Na Equipe Administrativa contamos com 07 Agentes Educacional I, sendo 01 QPM e 06 PSS e 02: Agente Educacional II,

sendo 01 QPM e 01 PSS.

1.7 Objetivos:

- Geral:

O Projeto Político-Pedagógico tem como finalidade principal ser um

instrumento que apresenta, discute e reflete sobre a realidade do

Colégio Estadual Alto da Glória - Ensino Fundamental e Médio, no

sentido de explicitar nossa compreensão de ser humano, sociedade, escola, conhecimento, apontando para o compromisso de construir

uma instituição educacional cada vez mais ética, democrática, humana,

cidadã e qualificada.

- Específicos:

Propiciar o desenvolvimento das capacidades de auto realização

pessoal e profissional, a partir da construção e ressignificação de

valores. Proporcionar condições para o desenvolvimento de suas capacidades e

potencialidades, bem como, assumindo sua condição de cidadão, na

construção de uma nova ordem social.

Disseminar conhecimentos contextualizados da ciência voltada para a formação humana, bem como, para a construção da cidadania dentro

do atual contexto social.

Conceituar a educação, sociedade, cultura, conhecimento, tecnologia,

formação para a cidadania e para o mundo do trabalho, de acordo com o nosso projeto de escola.

Estabelecer coletivamente os princípios educacionais traduzidos na

proposta de trabalho a fim de mobilizar todos os profissionais da escola

na busca conjunta de concretizar o compromisso assumido.

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2. MARCO SITUACIONAL

2.1 Descrição da Realidade Brasileira, do Estado, do Município e da Escola

A sociedade brasileira vive um momento de rápidas transformações

econômicas e tecnológicas e ao mesmo tempo em que avanços na educação transcorrem de forma lenta é que decidiu-se investir mais na comunidade

escolar, para que esta instrumentalize e prepare crianças e jovens para as

possibilidades da participação política e social, pois, a sociedade brasileira

demanda uma educação de qualidade, que garanta as aprendizagens essenciais que é a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos,

capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na

sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas necessidades

individuais, sociais, políticas e econômicas.

Palmas, cidade centenária em que vivemos e trabalhamos está situada na região Centro Sul do Estado do Paraná, também carrega em si toda essa

herança histórica cultural e padece dos mesmos problemas vivenciados pela

grande maioria da população brasileira. São problemas estruturais de

pobreza, desemprego, falta de acesso à saúde, à educação de qualidade, falta de transporte, de segurança, às condições dignas de moradia, sem falar

da falta de acesso aos bens artístico-culturais.

O Colégio Estadual Alto da Glória é de médio porte, a implantação de

tal projeto encontra dificuldades devido à carência de recursos financeiros, uma vez que sua clientela a grande maioria vem de famílias carentes,

oriunda de pais que nem sempre podem prover as necessidades básicas que

os filhos necessitam. Sendo que o colégio, muitas vezes, precisa fornecer o

material escolar aos seus alunos. O problema de maior evidência é a violência provocada pela rivalidade

que se mostra perante as “gangs”, existentes nos diversos bairros da cidade

e que esta “violência” vem repercutindo nos portões escolares com ameaças

à nossa clientela.

As alternativas de superação das dificuldades detectadas que surgiram nos encontros de sensibilização para a reconstrução do Projeto

Político- Pedagógico, estão listadas no decorrer do presente Projeto e passam

necessariamente pelo compromisso do corpo administrativo e pedagógico,

dos professores, dos pais e alunos com a realidade escolar e com as propostas de superação das dificuldades da escola real em busca de uma

escola ideal.

2.2 Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática Docente: Reflexão e Prática:

Tendo-se por base que o objetivo maior da escola é que os educandos

tenham acesso e a apropriação qualificada do conhecimento elaborado no

15

contexto da sociedade, com a finalidade de construir novos saberes que

contribuam com a transformação pessoal e social. Considerando esse

propósito e a análise referente aos índices de desistência, reprovação e

transferência dos alunos são reflexos da própria crise econômica, pela qual passa a maioria da população do país, como: perda e falta de emprego,

problemas de moradia e migração dos pais em busca de melhores condições

de vida, além da dissolução das famílias tradicionais que implica na mudança

de residência do aluno. Nesse sentido as reflexões realizadas nos últimos anos em estudos,

reuniões, conselhos de classe, semanas pedagógicas, capacitações, dentre

outras, as principais prioridades e problemas levantados pela comunidade

escolar foram:

Mais atenção/participação dos pais para com os filhos na escola;

Mais material didático para as aulas;

Resgatar o verdadeiro sentido da escola enquanto instância produtora,

transmissora e socializadora de conhecimentos; Conscientizar a importância da disciplina em sala de aula;

Construir, ressignificar e resgatar valores éticos e morais;

Fatores que dificultam processo ensino-aprendizagem: grande número

de alunos em sala de aula, indisciplina,... Reformas na quadra de esporte;

Maior segurança na escola;

Número insuficiente de salas de aula, havendo necessidade de

construir mais 05 salas.

2.3 Resultados Educacionais: Aprovação/Evasão/Repetência

O Colégio Estadual Alto da Glória matriculou 610 alunos no ano de

2010, desse total, 446 cursaram o Ensino Fundamental, onde 342 foram

aprovados o que representa 76,7% do alunado, 87 foram reprovados

(19,5%), 17 desistiram dos estudos (3,8%) e 43 foram transferidos ao longo

do ano letivo (9,6%). No Ensino Médio foram 164 alunos matriculados, desses 125 alunos

foram aprovados (76%), 18 foram reprovados (11%), 21 alunos desistiram

dos estudos (12,8%) e 18 alunos foram transferidos ao longo do ano letivo

(11%).

2.4 Análise das Avaliações Externas

Nossa escola contribui para o alcance desses propósitos avaliando os

resultados obtidos no IDEB/ENEM, a fim de assegurar o acesso, a

permanência, o sucesso escolar e a formação geral dos alunos.

16

Adota mecanismos de monitoramento e avaliação desses resultados

acompanhando e gerenciado os índices de acesso, permanência, aprovação e

aproveitamento escolar dos nossos alunos. Pesquisa a satisfação dos alunos

e dos pais, com relação aos processos de ensino-aprendizagem, por ela promovidos, e propõe medidas para a melhoria do desempenho da escola.

A escola, no último ano, elevou os índices de aproveitamento escolar e

permanência dos alunos na escola.

Também a escola presta contas aos pais e à comunidade, dos resultados das ações que promove, em relação à aprendizagem dos seus

alunos.

O comprometimento dos alunos, dos professores, dos funcionários e a

participação dos pais na escola são fundamentais para a melhoria da qualidade de ensino.

O coletivo da escola acredita que apoio da SEED, em relação aos

recursos pedagógicos e tecnológicos disponíveis para as escolas, com

laboratórios de informática, a TV multimídia nas salas de aula são

determinantes para a elevação do ensino, assim como a sala de apoio à aprendizagem.

17

3- MARCO CONCEITUAL

3.1 Concepção de Infância e Adolescência

Esta concepção orientará os conceitos sobre ensino, aprendizagem e

desenvolvimento, a seleção dos conteúdos, a metodologia, a avaliação, a

organização de espaços e tempos com atividades desafiadoras, enfim, o planejamento do trabalho organizado não apenas pelo professor, mas por

todos os profissionais da instituição.

Para KRAMER (1995) o conceito de infância se diferencia conforme a

posição da criança e de sua família na estrutura socioeconômica em que se inserem. Portanto, não há uma concepção infantil homogênea, uma vez que

as crianças e suas famílias estão submetidas a processos desiguais de

socialização e de condições objetivas de vida. Nesse sentido, cabe à escola,

reconhecer estes sujeitos como capazes de aprender os diferentes

conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados como conteúdos pela escola, respeitando a singularidade da infância.

A concepção de infância e de desenvolvimento infantil como construção

histórica foi uma das grandes contribuições dos estudos de Vygostsky (2007)

que, ao analisar o desenvolvimento humano privilegia a interação social na formação da inteligência e das características essencialmente humanas. Em

outras palavras, nos tornamos humanos a partir da interação com outros

seres humanos. É, portanto “a partir de sua inserção num dado contexto

cultural, de sua interação com membros de seu grupo e de sua participação em práticas sociais historicamente construídas, que a criança incorpora

ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência

humana” (REGO, 1995, p. 55). Os estudos de Vygostsky (2007) indicam que

é importante analisar criticamente o contexto social, a fim de compreender com que criança se está trabalhando, quais suas necessidades e como

possibilitar que todas as crianças se apropriem dos conteúdos organizados no

currículo escolar. Isso significa, por exemplo, que, se vivemos numa

sociedade letrada, espera-se que todas as pessoas, na idade socialmente

reconhecida como adequada, tenham asseguradas as condições para se apropriar deste conhecimento.

A compreensão da infância como historicamente situada implica que a

escola, em seu conjunto, efetive um trabalho articulado e com unidade de

propósitos educativos. Estes propósitos orientarão o trabalho desenvolvido pelos professores, portanto devem ser discutidos e compreendidos pelo

conjunto dos profissionais da unidade escolar.

3.2 Concepção de Ensino-aprendizagem

Como afirma Paulo Freire, o processo de ensino-aprendizagem é um

processo dialético, isto é, permeado de contradições e de mediações

18

caracterizando-se como um movimento próprio de idas e vindas, de

construções sobre construções. Toda essa complexidade deve ser

compreendida e trabalhada por aqueles que constroem o cotidiano escolar,

pois num processo educativo dialético, todos aprendem e todos ensinam, numa construção coletiva do conhecimento.

Nesse sentido busca-se a superação do distanciamento, muitas

vezes, evidenciado entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental,

através de um trabalho que possibilite complementaridade e continuidade de processos de aprendizagem, assegurando a característica de

aprofundamento da complexidade dos conhecimentos sistematizados. Isso

significa que os conteúdos próprios do Ensino Fundamental estão articulados

aos conteúdos de outros níveis de ensino e se ampliam gradualmente, conforme as possibilidades de compreensão dos alunos.

3.3 Concepção de Alfabetização e Letramento

No processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança

deve entrar no mundo da escrita fazendo uso dos dois “passaportes”: precisa

apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e

precisa identificar os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de escrita, pelo processo de letramento. Se

lhe é oferecido apenas um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem

conviver com práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito

distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se letra, sem se apropriar plena e

adequadamente da tecnologia da escrita – saberá para que serve a língua

escrita, mas não saberá se servir dela.

A alfabetização supõe, para ser eficiente, ensino de forma explícita, sistemática, progressiva, sequente, uma vez que as relações entre

fonemas e grafemas são convencionais e em grande parte arbitrárias, não

sendo, assim, necessário, nem talvez justo, atribuir à criança a difícil tarefa

de “redescoberta” desse sistema de representações convencional, tão

laboriosamente construído pela humanidade ao longo de séculos. Mas esse ensino não precisa ser, ou melhor, não deve ser feito com

base em frases e textos (pseudotextos) construídos artificialmente apenas

para servir ao objetivo de ensinar a ler e escrever; ao contrário, esse ensino

pode e deve ser feito a partir de textos reais, textos que circulam no contexto da criança, para que ela se aproprie do sistema de escrita

vivenciando-o tal como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem

a língua escrita.

Por outro lado, o desenvolvimento de competências para a leitura e a escrita o letramento deve ser orientado por objetivos específicos:

familiarização da criança, na leitura e na escrita, com diferentes gêneros de

texto e suas características específicas, manipulação adequada de diferentes

portadores de textos, particularmente livros, utilização de livros de referência

19

(dicionários, enciclopédias), conhecimento e uso de biblioteca, entre muitos

outros objetivos orientados pelo e para o letramento. Mas essas atividades

podem e deve aproveitar-se de todas as oportunidades que levem a criança

a identificar e a compreender a tecnologia que possibilita a produção do material escrito com que convive.

Assim, para que a criança se insira de forma plena no mundo da

escrita, é fundamental que alfabetização e letramento sejam processos

simultâneos e indissociáveis. A criança deve aprender, simultaneamente e indissociavelmente, o sistema alfabético e ortográfico da escrita e os usos e

funções desse sistema nas práticas sociais que envolvem a leitura e a

escrita.

3.4 Concepção de Sociedade

A sociedade é organizada a partir de leis e normas historicamente

constituídas por gerações que se caracterizam de uma ou outra forma, o que identifica essa sociedade.

Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de

forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e

sociais do processo histórico, não atingindo a totalidade da população. Queremos para viver uma sociedade onde todos possam participar de

forma democrática sobre as transformações e mudanças que devem e

precisam ocorrer. Uma sociedade mais justa, igualitária, política, social e

humana. Que respeite as diferentes culturas, etnias e classes sociais.

Sendo a sociedade o resultado histórico da construção humana na

luta por interesses e na busca de melhoria de qualidade de vida.

Essa visão dá condições e reforça a construção de uma sociedade de inclusão universal, regida por relações de colaboração econômica, co-

responsabilidade política e solidariedade ideológica.

3.5 Concepção de Homem

Considerando o homem um ser social, ele atua e interfere na

sociedade, se encontra com o outro nas relações familiares, comunitárias,

produtivas e também na organização política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da sociedade. O homem

como sujeito de sua história, segundo Santoro “...é aquele que na sua

convivência coletiva compreende suas condições existenciais transcende-as e

reorganiza-as superando a condição de objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva”.

Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico,

faz-se necessário compreendê-lo em suas relações, inerentes a natureza

20

humana. O homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se

pronuncia sobre a realidade.

Queremos formar indivíduos competentes, críticos, conscientes,

atuantes, desafiadores e transformadores, que saibam lidar com os percalços que a realidade nos submete.

Sendo o homem um ser social é importante que saiba relacionar-se

interagindo com a sociedade, sem preconceitos e que valorize as diferenças,

sendo capaz de perceber a sensibilidade humana, ou seja, aquele ser que busca a felicidade por meios diversos, tanto pelo conhecimento, como pela

dignidade e realização pessoal.

3.6 Concepção de Educação

O processo educativo precisa ter clara sua intencionalidade, pois a

capacidade de conhecer supõe a capacidade de agir conscientemente, de

acordo com as finalidades, que não surgem do nada, surgem a partir do contexto, do confronto com a realidade que imprime sentido a educação, e

impedindo a apatia e a indiferença do aluno.

O professor deve ser o elemento provocador, desequilibrador e

estimulador da aprendizagem, no sentido de romper o estágio cognitivo em vista de um nível mais complexo e abrangente, para que o mesmo domine o

porquê, o para que e o como no processo de desenvolvimento do aluno, para

que o mesmo alcance a autonomia e transforme sua realidade.

Assim fundamentada na Pedagogia Progressista o Colégio Estadual Alto da Glória, buscará desenvolver uma educação voltada para a construção do

sujeito historicamente situado, contextualizado, consciente e cidadão.

Queremos uma educação que forme agentes construtores do processo

humanístico, onde o indivíduo seja recíproco com a sociedade. Uma educação humanitária que valorize o ser. Compreendendo-se a educação

como todas as manifestações humanas que buscam a apropriação da cultura

produzida pelo homem.

Acreditamos que uma educação emancipadora, que contribui para a

formação de sujeitos da história, não pode ficar submissa as condições sócio-econômicas e culturais, privilegiando alguns e desconhecendo os saberes, a

cultura e a vida de muitos.

A educação emancipadora é um espaço social para a valorização

cultural, criando oportunidades educacionais para o encontro de saberes diferentes.

3.7 Concepção de Conhecimento

O ponto de partida deveria ser o equilíbrio dos saberes, conhecimentos

funcionais e significativos, valores e virtudes, priorizando eixos temáticos

21

como: cultura, trabalho e poder, dando ênfase as relações de dominação e

resistência na sociedade em que estamos inseridos.

Na atual realidade há um alvo por ser atingido pela escola que é a

produção e a socialização do conhecimento, das ciências, das letras e das artes, da política e da tecnologia, para que o aluno possa compreender a

realidade socioeconômica, política e cultural, tornando-se capaz de participar

do processo de construção da sociedade e para tal se faz necessário a

construção de um saber dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento científico.

Visamos então, um saber elaborado, social, transformador que gera

mudanças interna e externa no cidadão e nas relações sociais convertendo

assim conhecimento em ação. Sendo assim, a escola que respeita e integra os saberes impulsiona o

saber do povo e aprende com todos os saberes. É a escola prazerosa, onde

todos aprendem.

Nesse sentido é fundamental um trabalho de qualidade no interior da

escola, que propicie a aquisição do conhecimento, respeitando especificidade da infância nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo.

3.8 Concepção de Cultura

Se quisermos que nossos alunos aprendam a interagir e a conviver não

há como no mundo globalizado, excluir ou exaltar uma determinada cultura.

Hoje, toda e qualquer cultura precisa ser motivo de reflexão. Para ser sujeito da história, a pessoa precisa ser de um determinado

tempo e espaço estar escrita numa cultura determinada. Portanto ela está

envolvida num contexto sócio-histórico, trazendo em sua constituição

pessoal as marcas da vida social de seu tempo e lugar, da cultura de onde se produziu como gente. Nesse sentido está presente, é presença.

Como sujeito da história, a pessoa precisa conhecer novos contextos,

observando-os e relacionando-os com outros, para poder interferir com

autonomia na mudança.

Uma pessoa, como sujeito da história elabora projetos de melhoria do meio no qual vive. Pondo em prática, esse projeto transforma o mundo. E,

como diz Paulo Freire, “Transformando o mundo transforma a si mesma,

intervindo e dando sua contribuição na construção da história e de sua

cultura”. Quando o saber e a cultura dos estudantes são desrespeitados,

negam-se suas origens geopolíticas, étnicas e sociais com todas suas

contribuições e história. Com isso acontece a exclusão, pois se nega a sua

identidade e seu direito como sujeito constituído socialmente. Toda organização curricular precisa contemplar as várias dimensões da

ação humana, entre elas a concepção de cultura e suas diversidades como

forma de produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani.

22

3.9 Concepção de Escola

A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “...a

Ciência merece lugar destacado no ensino como meio de cognição, enquanto

objeto de conhecimento, ou seja, o mesmo tempo em que eleva o nível de

pensamento dos estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para que não apenas conheçam e saibam interpretarem

o mundo em que vivem, mas com isto saibam nele atuar e transformá-lo”.

Nessa concepção a equipe pedagógica, docente e agente educacionais

precisa identificar o saber que emancipa do saber que aliena e fazer a opção quanto à forma que conduz pedagogicamente a escola, que como um todo

tem consciência e desenvolve o trabalho direcionado à emancipação do

educando, embasado na prática interdisciplinar e na Pedagogia Histórico-

Crítica.

Queremos uma escola consciente do seu papel transformador da sociedade que instigue os alunos a pensar e discutir sobre os problemas,

sucessos e insucessos da realidade com o objetivo de aprimorar a sociedade

como um todo sendo assim um espaço de sociabilidade e socialização do

conhecimento produzido, indispensável na formação e inserção dos indivíduos nas relações sociais. O que possibilitará a formação de indivíduos

críticos, criativos e participativos.

A escola de qualidade para todos, cultiva as diferenças, sendo assim a

escola que respeita e integra o saber do povo, faz a diferença. É importante ressaltar que a escola que busca a qualidade precisa

desenvolver o ser social em todas as suas dimensões: no econômico

(inserção no mundo do trabalho e da produção de bens e serviços); no

cultural (apropriação, desenvolvimento e sistematização da cultura popular e cultura universal); no político (emancipação do cidadão, tornando-o dirigente

do seu destino e partícipe ativo na construção do destino do grupo social ao

qual pertence).

A escola como espaço privilegiado de produção e socialização do saber,

deve se encontrar organizada por meio de ações educativas que visam a formação de sujeitos sociais.

3.10 Concepção de Inclusão

Construir uma educação emancipatória e inclusiva é instituir

continuamente novas relações educativas numa sociedade contraditória e

excludente. É indispensável que todos permaneçam atentos e vigilantes para evitar que a escola contribua para reforçar as condições e práticas que

ajudam a manter a injustiça e as desigualdades sociais.

Embora o movimento da inclusão esteja predominantemente

relacionado ao alunado da Educação Especial, é um equívoco supor que a

23

proposta diz respeito a esses sujeitos, apenas. A inclusão educacional implica

no reconhecimento e atendimento às diferenças de qualquer aluno que, seja

por causa endógena ou exógena, temporária ou permanente, apresenta

dificuldades de aprendizagem. A escola foi criada e desenvolvida para homogeneizar os diferentes.

Seu objetivo inicial era que todos os alunos soubessem os mesmos

conteúdos ao final do ano e tivessem certo número de conhecimentos e

habilidades que lhe permitissem inserir-se no mercado de trabalho. Essa concepção tem um forte questionamento a partir das discussões sobre os

processos de inclusão e da ideia de uma escola para todos.

Consequentemente precisamos estar habilitados a trabalhar com

outros objetivos para atingir a todos existe um consenso de que a inclusão exige uma reorganização das escolas e salas de aula regulares.

Qualquer política de inclusão precisa estar firmemente embasada na

suposição inicial de que todas as crianças devem ser educadas em escolas

regulares, deve-se reconhecer que os obstáculos à inclusão estão na escola e

na sociedade, e não na criança. Nunca é demais lembrar que aprender é uma ação humana criativa,

individual, heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem,

independentemente de sua condição intelectual ser mais ou menos

privilegiada. São as diferentes ideias, opiniões, níveis de compreensão que nos enriquecem e que clareiam o nosso entendimento. Ensinar, por sua vez

é um ato coletivo e homogêneo, que o professor realiza disponibilizando a

todos um mesmo conhecimento.

Assegurar o direito à diferença é ensinar a incluir e, se a escola não tomar para si essa tarefa, a sociedade continuará perpetuando a exclusão

em suas formas mais sutis e mais selvagens.

O processo de inclusão educacional exige planejamento e mudanças

sistêmicas político-adminstrativas na gestão educacional, que envolvem desde a alocação de recursos governamentais até a flexibilização curricular

que ocorre em sala de aula, conforme é preceituado na Deliberação Nº

02/03-CEE, nos seguintes artigos:

Art. 11. Para assegurar o atendimento educacional especializado o

estabelecimento de ensino deverá prever e prover: VI. – Flexibilização e adaptação curricular, em consonância com a

proposta pedagógica da escola.

Art. 22. A organização da proposta pedagógica do estabelecimento

de ensino deverá tomar como base as normas e diretrizes curriculares nacionais e estaduais atendendo ao princípio da flexibilização.

§ 1º As escolas devem garantir na proposta pedagógica a

flexibilização curricular e o atendimento pedagógico especializado para

atender as necessidades educacionais especiais de seus alunos. Para incluir (Inserir, colocar em) um aluno com características

diferenciadas numa turma dita comum, há necessidade de se criar

mecanismos que permitam, com sucesso, que ele se integre educacional,

24

social e emocionalmente com seus colegas e professores e com os objetos do

conhecimento e da cultura. (Carvalho, 2004, pg. 158).

Nesse sentido a escola deve propiciar respostas educacionais a todos

os alunos inclusive àqueles que apresentam Deficiência Intelectual, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação,

atendidos pela Educação Especial.

Enfim, os alunos com necessidades educacionais especiais devem ser

inseridos, preferencialmente, na escola regular com currículo adaptado para atender suas necessidades individuais e as necessidades gerais da classe.

3.11 Concepção de Avaliação

Atualmente a avaliação tem sido vista de uma forma diferente,

passando a envolver o desempenho do aluno, do professor e de todo o

contexto escolar. Além disso, não pretende somente aferir o domínio do

conteúdo, mas verificar o desenvolvimento da capacidade dos educandos, ou seja, avaliamos para conhecer não apenas os progressos dos nossos alunos,

mas também para refletir sobre as estratégias de trabalho em nossa sala de

aula.

O processo avaliativo parte da relação professor-aluno que assume caráter dialógico, no processo ensino-aprendizagem. Assim sendo propicia o

respeito mútuo, a cooperação, o trabalho individual e em grupo e a

autoconfiança, levando em consideração valores éticos, morais, estéticos e

humanos associados aos conteúdos qualitativos e quantitativos.

Avaliar para promover significa, assim, compreender a finalidade dessa prática a serviço da aprendizagem, da melhoria da ação pedagógica, visando

a promoção moral e intelectual dos alunos. O professor assume o papel de

investigador, de esclarecedor, de organizador de experiências significativas

de aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refletidamente, criando e recriando alternativas pedagógicas adequadas a partir da melhor observação

e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do

conjunto e promovendo sempre ações interativas, tornando-se evidente o

compromisso do professor e da escola em conhecer e respeitar as diferenças. Ilma nos coloca que o processo de avaliação envolve três momentos: a

descrição e a problematização da realidade descrita, a compreensão crítica

da realidade descritiva e problematizada e a proposição de alternativas de

ação, momento de criação coletiva.

A ação avaliativa deve ser contínua e não circunstancial, reveladora de todo o processo e não apenas do seu produto.

Para Jussara Hoffmann, a avaliação numa prática inovadora é ”a

reflexão transformada em ação”. Ação essa que nos impulsiona a novas

reflexões. Reflexões permanentes do educando sobre sua realidade e acompanhamento, passo a passo, do educando na trajetória de construção

do conhecimento.

25

Destacamos que a avaliação formativa está no centro do processo de

ensino e aprendizagem, tendo uma função também formativa e corretiva:

informa ao professor e aos alunos tanto os avanços obtidos como as

possíveis dificuldades e objetivos não atingidos, dando a eles a chance de ”corrigir” sua ação.

A avaliação deve ser um processo que aponte caminhos, valorizando

os conhecimentos do aluno. O ensino e a avaliação dos outros são, ao

mesmo tempo ensino e avaliação de nós mesmos. Assim, o professor acompanha constantemente a caminhada de

construção e produção do conhecimento do aluno e a avaliação torna-se uma

ação inserida no cotidiano da escola. O “erro” passa a ser considerada uma

oportunidade para o professor intervir positivamente no processo, isto é uma etapa do aprendizado.

A auto-avaliação oportuniza ao aluno avaliar a si próprio, e é também

uma ótima estratégia de aprendizagem e construção da autonomia,

facilitando a tomada de consciência de seus avanços, suas dificuldades e

suas possibilidades. É importante também, que os alunos ajudem a escolher os modos pelos quais será avaliado, o que traz o comprometimento de todos

com a avaliação.

Assim, para Hoffmann, a concepção de avaliação “deixa de ser um

momento terminal do processo educativo para transformar-se na busca incessante da compreensão das dificuldades do educando e na dinamização

de novas oportunidades de conhecimento”.

A avaliação deve ser sem dúvida um processo dialógico, interativo, que

visa fazer do indivíduo um ser melhor, mais participativo. Devemos prezar por uma avaliação que leve a uma ação transformadora e também com

sentido de promoção social, de coletividade e de humanização.

A avaliação, assim como a educação, deve priorizar a formação do

homem nos aspectos do seu pensar, querer e sentir. “Sempre se avaliará para ensinar, jamais se deverá ensinar para avaliar”.

Assim concluímos que a avaliação visa a emancipação, voltada para a

construção do sucesso escolar e a inclusão, como princípio e compromisso

social. Vale acrescentar que cabe a nós, educadores, buscar uma avaliação

que contribua efetivamente para a formação integral do educando e possibilite sua participação na sociedade com direito a cidadania.

3.12 Concepção de Tecnologia

As tecnologias de informação e comunicação presentes nesta sociedade

vêm assumindo um duplo papel: funcional – a tecnologia como ferramenta,

instrumento, função e normativo – a tecnologia determinando modelos para as relações sociais.

O acesso à tecnologia amplia as transformações sociais e desencadeia

uma série de mudanças na forma como se constrói o conhecimento. Frente a

este cenário de desenvolvimento tecnológico que vem provocando mudanças

26

nas relações sociais, a educação tem procurado construir novas estratégias

pedagógicas elaboradas sob a influência do uso dos novos recursos

tecnológicos, resultando em práticas que promovam o currículo nos seus

diversos campos dentro do sistema educacional. A extensão do uso desses recursos tecnológicos na educação, além de se constituir como prática

libertadora, uma vez que contribui para inclusão digital, também busca levar

os agentes do currículo a se apropriarem criticamente dessas tecnologias, de

modo que descubram as possibilidades que elas oferecem no incremento das práticas educacionais.

O uso das tecnologias de informação e comunicação é relevante e

merece ser considerado por todos aqueles que movimentam o currículo

dentro da escola. Mais que ferramentas e aparatos que podem “animar” e /ou ilustrar a

apresentação de conteúdos o uso da mídia web, televisiva e impressa

mobiliza e oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo,

é importante que essas ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um

procedimento de reflexão crítica que potencialize o pensamento sobre as práticas pedagógicas.

3.13 História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena

Conforme a Constituição Federal nos seus artigos 5º, I, Art. 206, I § 1º

do Art. 242, Art. 210, Art. 215, e Art. 216, bem como nos arts. 26, 26A e

79B, na Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que asseguram o direito a igualdade de condições de vida e de cidadania, assim

como garantem igual direito às histórias e culturas que compõem a nação

brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura a todos

os brasileiros. A Lei no. 11.645, de março de 2008, altera a Lei no. 9.394, de 20 de dezembro de 1.996, modificada pela Lei no. 10.639, de 9 de janeiro de

2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir

no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História

e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, passando a vigorar com a seguinte

redação: “Art. 26 A; Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino

médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e

cultura afro-brasileira e indígena.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da

população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo

da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas

no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas

social, econômica e política, pertinentes à História do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e

dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o

27

currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literaturas

e história brasileira.

Cada tema reflete características importantes para que os educandos

construam sua identidade. A exemplo o trabalho sobre a história e cultura africana e afro-brasileira.

As relações étnico-raciais precisam providenciar discussões como parte

integrante da matriz curricular, como de processos de formação continuada

de professores. Dessa forma, inclui-se na rede de ensino o trabalho de combate ao racismo e a discriminação, que tem como objetivo fortalecer,

entre os negros a cultura afro e despertar entre toda a sociedade a

consciência sobre a importância dessa cultura.

Quanto à cultura indígena torna-se fundamental conhecer a cultura, valorizá-la e respeitá–la, pois faz parte da formação do povo brasileiro. Esse

trabalho pode estimular atitudes investigativas frente ao conhecimento e à

realidade, sendo concebidos como mediadores das diversas culturas.

28

4-MARCO OPERACIONAL

4.1 Redimensionamentos da Organização do Trabalho Pedagógico

Em conjunto com a comunidade escolar, nossa escola desenvolve

atividades diversificadas que já tem seus objetivos alcançados ao longo do

tempo, e que constantemente desenvolvemos as mesmas, mas, também com espírito inovador nos propomos a incluir outras ações que esperamos

fazer parte do sucesso escolar.

No decorrer desse ano buscaremos desenvolver diversas ações,

visando minimizar os problemas identificados relacionados a Indisciplina, Evasão, Repetência e Dificuldades de Aprendizagem, levantados durante as

semanas pedagógicas. São elas:

Realização de reuniões bimestrais com os pais, visando um melhor

acompanhamento no processo ensino-aprendizagem dos educandos,

buscar junto aos pais auxilio, a fim de estimularem e estipularem um tempo destinado ao estudo de seus filhos em casa;

Divulgação nos meios de comunicação da relação dos pais de alunos

evadidos, buscando justificarem a ausência de seus filhos na escola.

Buscar estratégias diferenciadas junto a Direção, Equipe Pedagógica, Corpo Docente, Agentes Educacionais e Instâncias Colegiadas fim de

despertar o interesse dos educandos pelo estudo.

Atendimento individual pela professora da Sala de Apoio, de acordo

com as dificuldades dos alunos. Desenvolvimento de hábitos de estudos, orientações e implantação da

“Semana de Provas”;

Garantir a realização de encontros de professores para discussão e

troca de experiências bem sucedidas, dentro do horário de trabalho. Dotar a escola de infra-estrutura que permita o estímulo à prática de

atividades esportivas, artísticas e culturais com a finalidade primordial

de minimizar a evasão escolar;

Construir com os alunos em sala de aulas normas para serem

respeitadas por todos, assim como as sanções previstas no Regimento Escolar;

“Momento de oração” sobre os temas: respeito, limites, valores,

dentre outros.

Atendimento e orientação individual aos alunos que mais necessitem. Construir com o aluno um termo de compromisso, registrado e

assinado por ele, em ficha própria.

O Colégio Estadual Alto da Glória. Ensino Fundamental e Médio desenvolve e participa durante o ano de várias, atividades e eventos

esportivos. São eles:

Gincana Cultural e Esportiva em comemoração ao dia do Estudante.

29

MOCUCA- Mostra Cultural do CAIC;

7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas;

Olimpíada Brasileira de língua Portuguesa;

Viagens de Estudo; XIV OBA- Olimpíada Brasileira de Astronomia;

REBU- “Corações Novos para um Mundo Novo”;

Jogos Colegiais Fase: Municipal, Regional, Macro Regional e Final;

Jogos Interséries: Futsal, Voleibol, Xadrez e Basquetebol; 12ª Olimpíadas CAIC;

Copa BJ de Futsal.

4.2 Tipo de Gestão

A Constituição Federal de 1988, artigo 206, inciso VI, ao indicar a

gestão democrática entre os princípios do ensino, não os fez de forma a

assegurar um entendimento mínimo em torno do tema, o qual vem constituindo um campo aberto a várias interpretações e aplicações. No artigo

249 diz: “A gestão do ensino público será exercida de forma democrática,

garantindo-se a representação de todos os segmentos envolvidos na ação

educativa, na concepção, controle e avaliação dos processos educativos e pedagógicos”.

Como propomos uma gestão democrática esta deverá ser

descentralizada, constituída de órgão de controle e deliberação onde todos

os segmentos têm voz e vez. Esses órgãos são o Conselho Escolar, a Associação de Pais e Mestres e Funcionários, o Grêmio Estudantil. A

democratização da educação implica a garantia de processos de progressiva

autonomia da escola e de efetiva participação dos diferentes segmentos que

compõe a comunidade local e escolar. A gestão democrática implica a efetivação de novos processos de

organização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os processos

coletivos e participativos de decisão.

Entendemos por gestão democrática, a garantia de mecanismos e

condições para que espaços de participação, partilhamento e descentralização do poder ocorram.

A LDB dispõe que:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão

democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do

Projeto Político-Pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes.

A efetivação da gestão democrática como aprendizado coletivo deve

considerar a necessidade de se repensar a organização escolar, tendo em

mente a importância desta na vida das pessoas, bem como, os processos

30

formativos presentes nas concepções e práticas que contribuam para

participação efetiva e para o alargamento da concepção do mundo, homem e

sociedade, dos que dela participam.

O processo de participação não se efetiva por decreto, portarias ou resoluções, mas é resultante da concepção de gestão e de participação, e de

condições objetivas para o trabalho coletivo.

A construção de gestão democrática envolve:

As formas de escolha de diretores; A criação e consolidação de órgãos colegiados na escola;

Fortalecimento da participação estudantil;

Construção coletiva do Projeto Político Pedagógico da escola;

Luta pela progressiva autonomia da escola; Discussão e implantação de novas formas de organização e gestão

escolar e a garantia de financiamento público da escola nos diferentes

níveis.

4.3 Papel Específico de cada Segmento da Comunidade Escolar:

- Equipe de Direção e Diretor Auxiliar

A direção escolar é composta pelo diretor (a) e diretor (a) auxiliar,

escolhidos democraticamente entre os componentes da comunidade escolar,

conforme legislação em vigor. A função de diretor (a), como responsável pela efetivação da gestão

democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais definidos

no presente Projeto Político Pedagógico desse estabelecimento de ensino.

Compete ao Diretor: - coordenar a elaboração e a execução da Proposta pedagógica, eixo de

toda e qualquer ação a ser desenvolvido pelo estabelecimento;

- submeter o plano anual de trabalho a aprovação do Conselho Escolar;

- convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar tendo direito a

voto somente nos casos de empates das decisões ocorridas em assembleias;

- elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de

contas e submeter a apreciação e aprovação do Conselho Escolar;

- elaborar e submeter a aprovação do Conselho Escolar, as diretrizes específicas da administração do estabelecimento, em consonância com

as normas e organizações gerais da SEED;

- elaborar e encaminhar a SEED, as propostas de modificação do

Conselho Escolar; - submeter o calendário escolar à aprovação do Conselho Escolar;

- instruir grupos de trabalho ou comissões encarregadas de estudar e

propor alternativas de solução, para atender os problemas de natureza

pedagógica, administrativa e situações emergências;

31

- propor à Secretaria de Estado da Educação após a aprovação do

Conselho Escolar, alterações na oferta de serviços de ensino prestado

pela Escola, extinguindo ou abrindo cursos, ampliando ou reduzindo o

número de turnos e turmas e a composição das classes; - propor à Secretaria de Estado da Educação após aprovação do

Conselho Escolar, a implantação de experiências pedagógicas ou

invocações de gestão administrativa;

- coordenar a implantação das diretrizes pedagógicas emanadas da Secretaria de Estado da Educação;

- aplicar normas, procedimento e medidas administrativas baixadas pela

Secretaria de Estado da Educação;

- manter o fluxo de informação entre os estabelecimentos e os órgãos da administração Estadual de ensino;

- supervisionar a exploração da cantina comercial, com autorização de

funcionamento, respeitando a lei vigente;

- cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao

Conselho. Escolar e os órgãos da administração; reuniões, encontros, grupos de estudo e outros eventos.

Compete ao Diretor Auxiliar:

- assessorar a Direção em todas as suas atribuições;

- substituir o Diretor na sua ausência ou impedimento.

- Equipe Pedagógica

A equipe pedagógica é responsável pela coordenação, implantação e

implementação no estabelecimento de ensino das Diretrizes Curriculares definidas no presente Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Escolar, em

consonância com a política educacional e orientações emanadas da

Secretaria de Estado da Educação.

Também são responsáveis em assessorar os professores, ouvindo,

orientando e procurando apoiar o grupo nas suas necessidades, principalmente atento aos problemas do educando, buscando através do

diálogo e técnicas, ajudar alunos e pais a encontrarem soluções para os

problemas detectados no contexto escolar. Demais atribuições previstas no

Regimento Escolar desse estabelecimento de ensino.

- Equipe Docente

Cabe aos professores estabelecerem e participarem do processo de ensino-aprendizagem visando sempre a aquisição do conhecimento dos

educandos, promovendo também um bom relacionamento cooperativo de

trabalho tanto em sala de aula como entre os educadores, resguardando e

32

assegurando os direitos e deveres de todos os envolvidos no processo

educacional. Demais atribuições previstas no Regimento Escolar desse

estabelecimento de ensino.

- Equipe Administrativa

Os Agentes Educacional II fazem parte da Equipe Administrativa, setor

que serve de suporte ao funcionamento de todos os setores do

Estabelecimento de Ensino, proporcionando condições para que os mesmos

cumpram suas reais funções, zelando pela identidade e da regularidade da vida escolar do educando, da autenticidade dos documentos escolares,

referentes a matrícula, transferência, adaptação e conclusão de curso, como

também pela conservação dos bens materiais.

Os Agentes Educacionais I são os funcionários que tem como função o serviço de manutenção, preservação, segurança e merenda escolar do

Estabelecimento de Ensino, sendo coordenados e supervisionados pela

Direção e Equipe Pedagógica.

Demais atribuições previstas no Regimento Escolar desse estabelecimento de ensino.

- Pais e/ou Responsáveis

É de responsabilidade dos pais e/ ou responsáveis acompanharem seus

filhos no processo de ensino/aprendizagem, comparecer no Estabelecimento

de Ensino todas as vezes que forem solicitados ou convocados.

Além da sua participação, também é importante e necessário que valorizarem o trabalho realizado pelos professores.

Demais atribuições, direitos, deveres e proibições previstas no

Regimento Escolar desse estabelecimento de ensino.

- Alunos

Compete aos alunos seguir as normas vigentes do Estabelecimento de Ensino, respeitar a todos da escola, como também participar de todas as

atividades escolares e de tomar conhecimento de todo o processo

ensino/aprendizagem e a do seu rendimento escolar.

Demais atribuições, direitos, deveres e proibições previstas no

Regimento Escolar desse estabelecimento de ensino.

4.4 Relação entre Aspectos Pedagógicos e Administrativos

Deve haver uma integração entre o pedagógico e administrativo, não

contradizendo em decisões pré-estabelecidas. Uma relação direta entre o

33

administrativo e o pedagógico onde deve prevalecer uma parceria no

desenvolvimento das atividades escolares. Enfim, uma relação de

profissionalismo, de clareza, humano e coerente entre toda a comunidade

escolar. Trabalharem de forma a atender as necessidades específicas dos nossos alunos, respeitando-os em suas diferenças.

4.5 O Papel das Instâncias Colegiadas:

- Associação de Pais, Mestres e Funcionário - APMF

A associação de pais, professores e funcionários é uma pessoa jurídica de direito privado, que representa os reais interesses dos pais, professores e

funcionários das unidades escolares, promovendo ações que oportunizem a

integração - família - comunidade. Ainda é o principal órgão colaborador para

a manutenção e conservação do prédio escolar e suas instalações

conscientizando a comunidade para a importância desta ação.

Atribuições:

Acompanhar o desenvolvimento da proposta pedagógica, sugerindo as

alterações que julgar necessárias ao Conselho Escolar do estabelecimento de ensino, para deferimento ou não;

Observar as disposições legais e regulamentares vigentes, inclusive

Resoluções emanadas da Secretaria de Estado da Educação, no que

concerne à utilização da dependências da Unidade Escolar para realização de eventos próprios do estabelecimento de ensino;

Estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para pais,

alunos, professores, funcionários, assim como para a comunidade,

após análise do Conselho Escolar; Promover palestras, conferências e grupos de estudos, envolvendo

pais, professores, alunos, funcionários e comunidade, a partir de

necessidades apontadas por esses segmentos, podendo ou não ser

emitido certificado, de acordo com os critérios da SEED;

Colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da entidade, com as necessidades dos alunos comprovadamente carentes;

Convocar, através de edital e envio de comunicado, a todos os

associados da comunidade escolar, com no mínimo 2 (dois) dias úteis

de antecedência, para a Assembleia Geral Ordinária, e com no mínimo 1 (um) dia útil para a Assembleia Geral Extraordinária, em horário

compatível com o da maioria da comunidade escolar, com pauta

claramente definida na convocatória;

Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos advindos de convênios públicos mediante a elaboração de planos de

aplicação, bem como, reunir-se para prestação de contas desses

recursos, com registro em ata;

34

Apresentar balancete semestral aos associados da comunidade escolar,

através de editais e em Assembleia Geral;

Registrar em livro ata da APMF, com as assinaturas dos presentes, as

reuniões de Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal, preferencialmente com a participação do Conselho Escolar;

Registrar as Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias, em livro

ata próprio e as assinaturas dos presentes, no livro de presença

(ambos livros da APMF); Registrar em livro próprio a prestação de contas de valores e

inventários de bens (patrimônio) da associação, sempre que uma nova

Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal tomarem posse, dando-se

conhecimento à direção do estabelecimento de ensino; Aplicar as receitas oriundas de qualquer contribuição voluntária ou

doação, comunicando irregularidades, quando constatadas, à Diretoria

da Associação e à Direção do Estabelecimento de Ensino;

Receber doações e contribuições voluntárias, fornecendo o respectivo

recibo, preenchido em 02 vias; Promover a locação de serviços de terceiros para prestação de serviços

temporários na forma prescrita no Código Civil ou Consolidação das

Leis do Trabalho mediante prévia informação à Secretaria de Estado da

Educação; Mobilizar a comunidade escolar, na perspectiva de sua organização

enquanto órgão representativo para que esta comunidade expresse

suas expectativas e necessidades;

Enviar cópia da prestação de contas da Associação à Direção do Estabelecimento de Ensino, depois de aprovada pelo Conselho

Deliberativo e Fiscal e, em seguida, torná-la pública;

Apresentar, para aprovação, em Assembléia Geral Extraordinária,

atividades com ônus para os pais, alunos, professores, funcionários e demais membros da APMF, ouvido o Conselho Escolar do

Estabelecimento de Ensino;

Indicar entre os seus membros, em reunião de Diretoria, Conselho

Deliberativo e Fiscal, o (os) representante (s) para compor o Conselho

Escolar; Celebrar convênios com o Poder Público para o desenvolvimento de

atividades curriculares, implantação e implementação de projetos e

programas nos Estabelecimentos de Ensino da rede Pública Estadual,

apresentando plano de aplicação dos recursos públicos. Manter atualizada, organizada e com arquivo correto toda

documentação referente a APMF, obedecendo a dispositivos legais e

normas do Tribunal de Contas;

Informar aos órgãos competentes, quando do afastamento do presidente por 30 dias consecutivos anualmente, dando-se ciência ao

Diretor do Estabelecimento de Ensino.

35

- Conselho Escolar

É um órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal, com

o objetivo de estabelecer o plano de ação do colégio, critérios relativos a sua ação, organização, funcionamento e relacionamento com a comunidade, nos

limites da legislação em vigor e compatíveis com as diretrizes e política

educacional traçadas pela Secretaria de Estado da Educação. O conselho

escolar tem por finalidade promover a articulação entre os vários seguimentos organizados da sociedade e os setores do colégio, a fim de

garantir, a eficiência e a qualidade do seu funcionamento, bem como dar

apoio pedagógico permanente com vistas a incrementar e subsidiar os

projetos previstos e anexos nesta proposta pedagógica.

Função do Conselho Escolar

Deliberativos – Quando decidem sobre o Projeto Político- Pedagógico e

outros assuntos da escola, decidem sobre a organização e o

funcionamento geral das escolas, propondo à direção as ações a serem desenvolvidas, elaboram normas internas da escola sobre questão

referente ao seu funcionamento nos aspectos pedagógicos,

administrativo ou financeiro.

Consultivos - quando tem um caráter de assessoramento, analisando as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e

apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatados

pelas direções da entidades escolares.

Fiscais – (acompanhamento e avaliação; quando acompanham a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras,

avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a

qualidade social do cotidiano escolar.

Mobilizadores: quando promovem a participação de forma integrada dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em

diversas atividades contribuindo para efetivação da democracia

participativa e para melhoria da qualidade social da educação.

- Conselho de Classe

Dentro dos princípios da Gestão Democrática este Colégio conta com

este órgão, para análise do educando como um todo, verificando seu rendimento nas diversas áreas do conhecimento.

O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e

deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado nesse Projeto

Político Pedagógico e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir

a efetivação do processo ensino e aprendizagem.

O Conselho de Classe deve ser concebido como um momento de

discussão coletiva e de articulação de ações e encaminhamentos visando

36

reavaliar não somente a aprendizagem do aluno, como também toda a

organização do trabalho pedagógico. Tem o sentido de acompanhamento de

todo processo da avaliação, analisando e debatendo todos os componentes

da aprendizagem dos alunos. Como instrumento democrático na instituição escolar, o Conselho de Classe garante o aperfeiçoamento do processo da

avaliação, tanto em seus resultados sociais como pedagógicos. (PROC. Nº

091/99)

Finalidades do Conselho de Classe: - Estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o

trabalho do professor, na direção do processo ensino-aprendizagem,

proposto pela Proposta Pedagógica Curricular;

- Acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos; - Analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho

da turma, com a organização dos conteúdos e encaminhamento

metodológico;

- Utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros

indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a comparação dos alunos entre si.

O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, pela Equipe

Pedagógica, e por todos os professores que atuam numa mesma classe.

A Presidência do Conselho de Classe está a cargo do Diretor, que em sua falta o impedimento será substituído pelo professor pedagogo.

O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente em cada data

prevista no calendário escolar e extraordinariamente, sempre que um fato

relevante assim o exigir. A convocação para as reuniões será feita através de edital, com

antecedência de 48 (quarenta e oito) horas, sendo obrigatório o

comparecimento de todos os membros.

Atribuições do Conselho de Classe: - Emitir parecer sobre assuntos referentes ao processo ensino-

aprendizagem, respondendo à consultas feitas pelo Diretor e pela

Equipe Pedagógica;

- Analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,

encaminhamento metodológico e processo de avaliação que afetam o rendimento Escolar;

- Propor medidas que viabilizem um melhor aproveitamento escolar,

tendo em vista o respeito à cultura, integração e relacionamento

com os alunos da classe; - Estabelecer planos viáveis de recuperação dos alunos, em

consonância com o Plano Curriculares do Estabelecimento de

Ensino;

- Colaborar com a Equipe Pedagógica na elaboração e execução dos planos de adaptação de alunos transferidos, quando se fizerem

necessários;

- Decidir sobre a aprovação ou recuperação do aluno, que, após a

apuração dos resultados finais, não atinja o mínimo solicitado pelo

37

Estabelecimento levando-se em consideração o desenvolvimento do

aluno, até então.

- As reuniões do Conselho de Classe será lavrado em ata pelo

secretário, em livro próprio para registro, divulgação ou comunicação aos interessados.

Considerando a permanência do aluno na escola, com sucesso, é

mister que o Conselho de Classe não seja uma mera discussão sobre os

alunos problemas, mas que constitua numa ação colegiada pela reflexão coletiva sobre o trabalho escolar como um todo.

O Conselho de Classe funciona da seguinte forma:

- Pré Conselho de Classe, onde duas semanas antes da realização do

Conselho de Classe, através de instrumentos próprios (fichas), o professor regente da turma conversa individualmente com cada

professor e elabora uma síntese com as características da turma,

bem como levanta os nomes e situações a serem discutidas.

- Conselho de Classe com auto-avaliação com desempenho de cada

membro do Conselho referente ao bimestre, sendo que o professor regente coloca a situação levantada no pré-conselho e baseando-se

nos dados obtidos põem em discussão os apontamentos e decisões

necessárias a cada caso com transcrição das mesmas em livro ata

próprio.

- Grêmio Estudantil

Tem como principal função representar os alunos perante a direção da

escola. É um órgão colegiado que auxilia o educando a desenvolver seu

espírito de liderança, responsabilidade no papel de fazer a ponte entre alunos

e direção, praticando desta forma o exercício da cidadania. Cumprem um papel importante na formação e no desenvolvimento

educacional, cultural e esportivo da nossa juventude, organizando debates,

apresentações teatrais, de música, torneios esportivos e outras festividades.

Objetivos: Representar condignamente o corpo discente;

Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do colégio;

Incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros;

Promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores e alunos no trabalho Escolar buscando seus

aprimoramentos.

Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional;

com outras instituições de caráter educacional, assim como a filiação as entidades gerais.

Lutar pela democracia permanente na Escola através do direito de

participação nos fóruns internos de deliberação da Escola.

38

Atribuições:

Elaborar o plano anual de trabalho, submetendo-o ao conselho de

representantes de turma e Conselho Escolar;

Colocar em prática o plano aprovado; Divulgar para Assembléia Geral:

as normas que regem o grêmio

as atividades desenvolvidas pela diretoria

a programação e a aplicação dos recursos financeiros do GRÊMIO. Tomar medidas de emergência, não previstas nos estatuto, e submete-

las ao Conselho de Representantes de turmas.

Reunir-se ordinariamente pelo menos uma vez por mês, e

extraordinariamente a critério do Presidente ou de 2/3 da Diretoria.

4.6 Recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto

Na reformulação do presente Projeto Político-Pedagógico o diretor como representante legal da instituição conta com os seguintes Recursos

Humanos: corpo docente, a equipe pedagógica, os funcionários, pais e

alunos, que num esforço coletivo trabalham buscando seu desenvolvimento.

A escola dispõe de Recursos Financeiros como: O Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE Escola, Fundo Rotativo e Mais Educação. Conta também com

Recursos Materiais como: computadores disponíveis para o trabalho de

digitação, papel, materiais bibliográficos para pesquisa e consultas, subsídios

teóricos enviados pelo Núcleo Regional de Educação contendo direcionamentos relacionados a reconstrução do presente projeto.

4.7 Critérios para elaboração do calendário escolar, horários letivos e

não letivos:

O Calendário Escolar da Rede Pública Estadual de Educação Básica para

o ano de 2011, aprovado pela Resolução N° 3979/2010-GS/SEED, está

embasado na LDBEN N° 9.394/96, que determina o mínimo de oitocentas

horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar.

O Calendário Escolar é elaborado anualmente, conforme Instrução N.°

009/2010 – SUED/SEED, que fixa o início e o término do ano letivo; período

de matrículas; época de planejamento, dias destinados a reuniões do Conselho de Classe e outros coligados; dias de comemorações estabelecidas

por lei ou próprias do estabelecimento; período de férias para professor

funcionários e alunos. Este possibilita aos alunos condições para seu futuro

desenvolvimento pessoal e social, e garante a realização das atividades integradas no processo ensino aprendizagem durante todo ano letivo.

39

- Horários Letivos

Turno/

Aulas

Matutino Vespertino Noturno

1ª aula 07h30 às 08h20 13h10 às 14h00 19h00 às 19h50

2ª aula 08h20 às 09h10 14h00 às 14h50 19h50 às 20h40

3ª aula 09h10 às 10h00 14h50 às 15h40 20h55 às 21h45

Intervalo 10h00 às 10h15 15h40 às 15h55 20h40 às 20h55

4ª aula 10h15 às 11h05 15h55 às 16h45 21h45 às 22h20

5ª aula 11h05 às 11h55 16h45 às 17h35 22h20 às 23h00

4.8 Critérios para organização e utilização dos espaços educativos:

- Laboratório de Ciências, Física e Química

Normalmente é utilizado sempre que os professores das disciplinas de

ciências, química, física e biologia, ministram suas aulas e observam que com a prática os educandos obtêm um desempenho satisfatório no processo

ensino-aprendizagem. As visitas no laboratório são agendadas previamente

pelos professores na secretaria do colégio.

- Laboratório de Informática

A partir de 2008, o Colégio Estadual Alto da Glória através do

Programa Paraná Digital oferecido pelo Governo do Estado do Paraná,

recebeu 04 CPUs, 16 monitores e 01 impressora. Também foi contemplado através do Programa Nacional de Tecnologia Educacional- PROINFO, com 07

CPUs, 15 monitores e 01 impressora. Este espaço conta com acesso a

internet.

Os professores utilizam como fonte de recursos para pesquisa dos conteúdos ministrados em sala de aula, vindo acrescentar nas suas ações de

trabalho, sendo previamente agendado na secretaria. O professor também

pode utilizar-se desse espaço acompanhando sua turma, assim os

educandos têm a oportunidade de estar buscando conhecimento, utilizando-se sempre destes instrumentos como alternativa para a melhoria do

aprendizado.

Os alunos também podem realizar pesquisa dos conteúdos no

contraturno no laboratório de informática, sendo previamente agendado com

o responsável na secretaria do colégio.

- Biblioteca Escolar

A Biblioteca é outro espaço educativo, destinado ao desenvolvimento

de aulas de leitura, pesquisa e empréstimos de livros, acompanhado ou não

40

pelo professor, cujo acervo está à disposição de toda a comunidade escolar,

o seu atendimento sob a responsabilidade de uma funcionária municipal e

seu regulamento sob aprovação da Direção e do Conselho Escolar da Escola

Municipal.

- Biblioteca do Professor

Espaço educativo pequeno, que contém diversas coleções, livros

paradidáticos, fitas de vídeo, materiais pedagógicos, periódicos e revistas a

disposição dos profissionais da educação do Colégio Estadual Alto da Glória.

Nesse espaço a equipe pedagógica, docentes e alunos contam com o Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, que de forma democrática

realizam a escolha dos livros adotados para todas as disciplinas do Ensino

Fundamental e Ensino Médio.

- Quadra de Esportes

O Estabelecimento de Ensino possui 02 (duas) quadras de esportes,

sendo apenas uma com cobertura utilizada pelos professores da rede municipal e estadual para a prática da disciplina de Educação Física,

necessitando assim um cronograma elaborado pelas próprias professoras

para uso desse espaço.

- Hora Atividade

Nossos profissionais regentes contam com a Hora Atividade, espaço e tempo destinado a estudos, organização de planejamento, desenvolvimento

de projetos, troca de ideias e auxílio à Equipe Pedagógica, atendimento aos

pais e alunos, correção de atividades relacionadas ao fazer pedagógico.

A Hora Atividade deve ser cumprida no estabelecimento de ensino,

geralmente realizada na sala dos professores, onde contém 01 (um) CPU e 02 (dois) monitores. Também pode ser cumprida em outros espaços do

estabelecimento como: o laboratório de informática, biblioteca escolar e

biblioteca do professor.

4.9 Critérios para organização de turmas e distribuição por professor

em razão de especificidades

As turmas são organizadas em número de alunos compatível com o

espaço físico de cada sala de aula, de acordo com a série em que o aluno se

encontra e o turno que os pais ou responsáveis desejam.

41

É considerado o espaço físico disponível, pois dispomos de número

reduzido de salas de aula, o que resulta turmas grandes em função desse

espaço, sendo respeitada a ordem de chegada na renovação da matrícula e a

legislação vigente. Também são levados em consideração os critérios de organização das

turmas, conforme orientação da equipe pedagógica e professores, previsto

no conselho de classe.

A distribuição por professor toma como referência o perfil do professor (sempre que possível) para trabalhar com adolescentes ou jovens. Outros

critérios são a disponibilização das turmas que prefere trabalhar.

Também para que nossos alunos com necessidades educativas

especiais sejam respeitados. Assim, os profissionais precisam entender a inclusão, começando pela exclusão da ideia de que todos aprendem de

maneira igual, que a metodologia é única e que avaliação conceitual é a mais

indicada. Eles precisam ter consciência que esses alunos precisam participar

integralmente de ambiente rico de oportunidades educacionais com

adaptações curriculares, cooperativo e participativo. Esses alunos participam das atividades desenvolvidas como os demais colegas, embora não o façam

com a mesma intensidade, de igual modo ou com a mesma ação ou grau de

abstração.

4.10 Diretrizes para a avaliação: desempenho do pessoal docente

e discente, do currículo, das atividades extra-curriculares e do

Projeto Político-Pedagógico:

- Em relação ao desempenho do pessoal docente e discente

A avaliação contínua tem como finalidade principal a busca dos resultados que planejamos e as finalidades que propomos alcançar. Faz parte

do processo educativo o planejamento constante do nosso trabalho

pedagógico, ajustando, buscando estratégias para superar obstáculos,

desenvolver a autonomia visando, sobretudo, alcançar a eficácia no que

fazemos. Para que possamos melhor desenvolver nossa proposta pedagógica é

fundamental que a mesma sofra revisões contínuas, para que possamos

reposicionar nossos sonhos, redirecionar objetivos, metas e ações. Para isso,

aproveitaremos todos os momentos disponíveis na escola para estudarmos, analisarmos e buscarmos soluções conjuntas, bem como, quinzenalmente

nas reuniões da equipe pedagógica, faremos considerações a respeito da

proposta para posterior discussão com os professores, os órgãos colegiados

e comunidade escolar em geral. A avaliação não é um instrumento disciplinador ou uma arma contra o

aluno.

42

Por isso é mister que se entenda a avaliação como um meio, não

como um fim no processo ensino-aprendizagem, para que esta não se torne

repressora e excludente.

Buscar-se-á formas que impeçam que o poder se concentre nas mãos do professor, mas sim, na relação ensino-aprendizagem através da práxis

pedagógica.

A avaliação deverá ser diagnóstica, levar em consideração a

experiência do aluno, suas finalidades, na qual o aluno é parâmetro dele mesmo.

- Em relação ao currículo

Considerando a flexibilidade que o currículo dispõe, sendo um processo

construído coletivamente, com características dinâmicas, sujeito a inúmeras

influências, porém obedecendo, os critérios estabelecidos pela LDB e SEED,

ainda a escola fará análises periódicas para atualização e inserção de novos conteúdos e projetos, sempre tendo em vista as necessidades que

completem o conhecimento do educando.

- Em relação às atividades extra-curriculares

Nas atividades extra-curriculares pretende-se observar os resultados a

partir da criatividade, do aprofundamento, do envolvimento e participação, da mudança de comportamento do aluno e ainda responsabilidade do aluno

em assumir tarefas.

- Em relação ao Projeto Político-Pedagógico

A função deste projeto é delinear o horizonte da caminhada,

estabelecendo a referencia geral, expressando o desejo e o compromisso do

grupo. Isto, porém não é suficiente, pois é necessário estar constantemente

analisando e avaliando nossas ações. Com o Projeto Político-Pedagógico não é diferente, ele deve estar em

constante avaliação. Deste modo, a cada ano estaremos fazendo uma re-

leitura e avaliação do Projeto Político-Pedagógico, juntamente com a

comunidade escolar, ou seja, direção, equipe pedagógica, professores, funcionários e Instâncias Colegiadas, analisando o que já foi alcançado e,

portanto, já não mais faz parte do Marco Operacional e sim do Marco

Situacional, do mesmo modo que definiremos novas linhas de ação para

resolver os problemas que permanecerem, além de debater outras questões relevantes à educação que se fizer importante para o momento, fazendo

com que esta avaliação seja o ponto de chegada para um período letivo e

marque os planos e objetivos de um novo Marco Operacional a ser

alcançado por todos os membros da escola.

43

4.11 Critérios de organização interna da escola

A estrutura organizacional do Colégio Estadual Alto da Glória assim se

constitui:

- Direção e Direção Auxiliar; - Equipe Administrativa: Agentes Educacional II;

- Equipe Pedagógica: Professores graduados em pedagogia;

- Equipe Docente: Professores regentes devidamente habilitados;

- Equipe de Funcionários: Agentes Educacional I.

4.12 Princípios da gestão democrática: acesso, permanência e

qualidade do ensino-aprendizagem:

A proposta do Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual Alto da

Glória estará fundada nos princípios que deverão nortear a escola

democrática, pública e gratuita:

- Igualdade de condições para acesso e permanência na escola

Deve propiciar ferramentas teóricas e práticas, através dos conteúdos das diversas áreas do conhecimento, que capacitem não apenas os

educandos como também os demais sujeitos escolares (docentes,

funcionários, comunidade) a ler a realidade, interpretarem, se posicionar e

influenciar sobre ela, permitindo a todos os sujeitos escolares o domínio do conhecimento, o acesso e a fruição das conquistas da humanidade, no

campo das artes, das ciências, das letras e da tecnologia.

O acesso ao conhecimento científico, cultural é socialmente construído

pela humanidade para todos, o que possibilita, ainda, aos diferentes,

diferentes formas, tempos e espaços de aprendizagem. A ótica do direito ao conhecimento garante ao estudante a permanência na escola e sua

promoção escolar, como condição necessária ao seu desenvolvimento.

- Qualidade do ensino-aprendizagem

O desafio que se coloca ao Projeto Político-Pedagógico da escola é de

propiciar uma educação de qualidade para todos. A qualidade que se busca implica duas dimensões indissociáveis: a

formal e a política. A primeira enfatiza os instrumentos, os métodos, e a

técnica. Demo afirma que a qualidade formal

44

“(...) significa a habilidade de manejar meios,

instrumentos, formas, técnicas, procedimentos, diante dos

desafios do desenvolvimento.

A qualidade política é a condição imprescindível da participação. Está voltada para os fins, valores e conteúdos.

Quer dizer “a competência humana do sujeito em termos de se

fazer e de fazer história, diante dos fins históricos da sociedade

humana” (Demo, 1994, p.14). Uma educação de qualidade visa a emancipação dos sujeitos sociais e

não guarda em si mesma um conjunto de critérios que a delimite. É a partir

da concepção do mundo, sociedade e de educação, que a escola procura

desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes que irão encaminhar a forma pela qual o indivíduo vai se relacionar com a sociedade, com a

natureza e consigo mesmo. Assim, a “escola de qualidade” é aquela que

contribui com a formação dos estudantes nos aspectos culturais,

antropológicos, econômicos e políticos para o desenvolvimento de seu papel

de cidadão no mundo, tornando-se, assim, uma qualidade referenciada no social. Nesse sentido o ensino de qualidade está intimamente ligado a

transformação da realidade.

Alguns atributos de uma escola de qualidade:

- Ser pluralista, porque admite correntes de pensamentos divergentes com respeito a diversidade, ao diferente.

- Ser humanista, por identificar o homem como foco do processo

educativo.

- Ter consciência de seu papel político como instrumento para a emancipação, combate às desigualdades sociais e desalienação dos

trabalhadores, o que só será possível ao evitarmos todas as maneiras

possíveis a repetência e a evasão escolar. Em síntese, qualidade

“implica consciência crítica e capacidade de ação, saber e mudar” (Demo, 1994, p. 19).

4.13 O currículo da escola pública:

- Dinâmica do currículo

Destacamos a opção pela organização disciplinar do currículo

tomando-o na perspectiva interdisciplinar para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

O currículo responde pela organização da entidade escolar, é a

explicação do projeto que preside e guia as atividades educacionais

escolares. Currículo é uma construção social dos conhecimentos historicamente

produzidos e as formas de assimilá-los. Na organização curricular é preciso

considerar alguns pontos básicos como a de que o currículo não é um

instrumento neutro e isto implica numa análise interpretativa e crítica das

45

culturas popular e dominante; portanto não pode ser separado do contexto

social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente

determinado.

Segundo Veiga, (1995, p. 27) “a escola deve buscar nova formas de organização curricular em que o conhecimento estabeleça uma relação

aberta e integradora entre as disciplinas curriculares, procurando agrupá-las

num todo mais amplo”.

Partindo do princípio que o currículo escolar é o resultado de escolhas intencionais que fazemos, dentro do conjunto de conhecimentos produzidos

pela humanidade, faz sentido, então, falar sobre a questão do controle

social, já que o currículo formal (conteúdos curriculares, metodologia e

recursos de ensino, avaliação e relação pedagógica) implica controle através de normas, visões do mundo, material didático, relações pedagógicas,

currículo oculto. Cabe-nos então procurar proporcionar um controle social

comprometido com fins de liberdade que dêem ao estudante uma voz ativa e

crítica, com práticas curriculares que favoreçam o bom rendimento e a

autonomia. O conceito de currículo tem se modificado ao longo do tempo, mas sua

centralidade é o conhecimento escolar e este é um pressuposto do qual

partilhamos na atualidade.

Podemos dizer que o currículo apresenta quatro características específicas: Ele é um instrumento organizador, é através dele que se

materializa a ação educativa. Ele envolve intenções e práticas colocadas em

ação para concretizar as decisões tomadas.

Como intenção, torna-se um conjunto de escolhas tendo justificativas de acordo com entendimentos e interesses políticos, científicos e

pedagógicos. Sendo assim o currículo gera efeitos, deixa marcas. O

planejamento, a implementação e a avaliação devem ser uma tarefa e uma

preocupação constante em superar o existente e buscar o novo. Por isso, coletivamente devemos ter condições de decidir o que se

considera significativo para que os alunos aprendam, compreendam o mundo

e tentem mudá-lo.

Ampliando seu saber, o estudante constrói capacidades e aptidões

sociais, afetivas e cognitivas e isso só acontece através de um currículo vivo e dinâmico.

- A Base Nacional Comum

Em resposta a LDB 9.394/96, o Colégio Estadual Alto da Glória

reformulou o quadro curricular do Ensino Fundamental, o qual é composto

por Base Nacional Comum compreendendo 75% da carga horária prevista e pela Parte Diversificada, compreendendo os 25% restantes da carga horária.

No Ensino Médio, conforme o artigo 35 da referida lei é a etapa final

da educação básica, com duração mínima de três anos e terá como

finalidades:

46

I. A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos

no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II. A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,

para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III. O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a

formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico; IV. A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos

processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada

disciplina.

Estas são as finalidades que orientam e que devem ser contempladas ao desenvolver atividades metodológicas dos respectivos componentes

curriculares, da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada, em todas as

séries do Ensino Médio.

A Base Nacional Comum do currículo do Ensino Médio será organizada

em três áreas de ensino: a) Área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.

b) Áreas de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.

c) Áreas de Ciências Humanas e suas Tecnologias.

- Parte Diversificada do Currículo

A parte diversificada do currículo deverá estar organicamente integrada à Base Nacional Comum, contemplando disciplinas,

conhecimentos, que enriqueçam e diversifique o currículo, frente às

necessidades e expectativas dos alunos e do Estabelecimento de Ensino bem

como, a formação de princípios, autonomia e identidade individual e social, a diversidade regional, econômica, local de formação e trabalho.

Significa atender as características regionais e locais da sociedade, da

cultura, da economia e da clientela, considerando:

- As possibilidades de preparação básica para o trabalho e o

aprofundamento em uma disciplina ou uma área de conhecimento com objetivo de desenvolver e consolidar áreas de conhecimento de

contextualização articulada às atividades da prática social e produtivas

da região.

- Deve refletir uma concepção curricular que, sem tirar a flexibilidade da elaboração dos projetos curriculares das escolas,

contemple as demandas regionais do ponto de vista sócio-econômico,

regional, local, da clientela e da economia local, nacional e

internacional. - Acompanhar o processo constante de modernização histórico-

político-social.

47

- Reflexão sobre o trabalho pedagógico

O Colégio Estadual Alto da Glória escolheu como pressupostos éticos-

políticos a solidariedade, o diálogo, o respeito mútuo, a justiça, a responsabilidade social. Elencou ainda a importância do reconhecimento da

identidade própria e do outro, convivência e mediação entre as linguagens,

autonomia, as três dimensões do saber o pensar, o sentir e o agir.

Acreditamos que o saber é mais amplo que o conhecimento. São três as dimensões do saber: o pensar, o sentir e o agir. A sensibilidade e o respeito,

a convivência e a solidariedade, compromisso e a responsabilidade, a

apropriação e a produção do conhecimento, são aspectos importantes a

serem desenvolvidos na educação básica. Nesse sentido, a formação humana na escola é um processo de aprendizagem integral. Nessa aprendizagem

desenvolvem-se as condições subjetivas para serem sujeito e autor de seu

futuro e contribuir para a construção da história.

Em termos de fundamentos éticos-políticos, cabe apontarmos ainda as

questões pertinentes a política de inclusão, que é uma realidade para qual devemos estar voltados.

Neste sentido o Colégio Estadual Alto da Glória considera o educando com

necessidades educacionais especiais, responsabilidade de toda a comunidade

escolar a qual deve priorizar para todos os educandos uma educação de igualdade, competência e qualidade.

Assim destaca-se a Deliberação Nº 02/03-CEE, nos seguintes artigos:

Art. 11. Para assegurar o atendimento educacional especializado

os estabelecimentos de ensino deverão prever e prover: VI. – Flexibilização e adaptação curricular, em consonância com a

proposta pedagógica da escola.

Art. 22. A organização da proposta pedagógica do estabelecimento

de ensino deverá tomar como base as normas e diretrizes curriculares nacionais e estaduais atendendo ao princípio da flexibilização.

§ 1º As escolas devem garantir na proposta pedagógica a

flexibilização curricular e o atendimento pedagógico especializado para

atender as necessidades educacionais especiais de seus alunos.

Enfim, os alunos com necessidades educativas especiais devem ser inseridos, preferencialmente, na escola regular com currículo adaptado para

atender suas necessidades individuais e as necessidades gerais da classe.

48

- Matriz Curricular

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

NRE: 23 - PATO BRANCO MUNICÍPIO: 1780 - PALMAS

ESTABELECIMENTO: 01493 – C.E. ALTO DA GLÓRIA – E.F.M.

ENDEREÇO: Rua José Joaquim Bahls, 1235

TELEFONE:(46) 3262-5905

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º ANO

TURNO: MANHÃ MÓDULO: 40 SEMANAS

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTANEA

BASE

NACIONAL

COMUM

DISCIPLINAS / ANOS

6º 7º 8º 9º

Arte 2 2 2 2 Ciências 3 3 4 4 Educação Física 3 3 3 3 Ensino Religioso* 1 1 Geografia 3 3 3 3 História 3 3 3 3 Língua Portuguesa 4 4 4 4 Matemática 4 4 4 4

Subtotal 23 23 23 23

PARTE

DIVERSIFI-CADA

L.E.M. – Inglês

2

2

2

2

Subtotal 2 2 2 2

Total

Geral 25 25 25 25 Matriz curricular de acordo com a LDB nº 9394/96.

*Ensino Religioso Disciplina de matricula facultativa.

Palmas, 23 de Agosto de 2011.

---------------------------------------------

Direção

49

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

NRE: 23 - PATO BRANCO MUNICÍPIO: 1780 - PALMAS

ESTABELECIMENTO: 01493 – C.E. ALTO DA GLÓRIA – E.F.M.

ENDEREÇO: Rua José Joaquim Bahls, 1235

TELEFONE:(46) 3262-5905

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º ANO

TURNO: TARDE MÓDULO: 40 SEMANAS

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTANEA

BASE

NACIONAL

COMUM

DISCIPLINAS / ANOS

6º 7º 8º 9º

Arte 2 2 2 2 Ciências 3 3 4 4 Educação Física 3 3 3 3 Ensino Religioso* 1 1 Geografia 3 3 3 3 História 3 3 3 3 Língua Portuguesa 4 4 4 4 Matemática 4 4 4 4

Subtotal 23 23 23 23

PARTE

DIVERSIFI

-CADA

L.E.M. – Inglês

2

2

2

2

Subtotal 2 2 2 2

Total

Geral 25 25 25 25 Matriz curricular de acordo com a LDB nº 9394/96. *Ensino Religioso Disciplina de matricula facultativa.

Palmas, 23 de Agosto de 2011.

---------------------------------------------

Direção

50

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

NRE: 23 - PATO BRANCO MUNICÍPIO: 1780 - PALMAS

ESTABELECIMENTO: 01493 – C.E. ALTO DA GLÓRIA – E.F.M.

ENDEREÇO: Rua José Joaquim Bahls, 1235

TELEFONE:(46) 3262-5905

ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º ANO

TURNO: NOITE MÓDULO: 40 SEMANAS

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTANEA

BASE

NACIONAL

COMUM

DISCIPLINAS / ANOS

6º 7º 8º 9º

Arte 2 2 2 2 Ciências 4 4 4 4 Educação Física 3 3 3 3 Ensino Religioso* 1 1 Geografia 3 3 3 3 História 3 3 3 3 Língua Portuguesa 4 4 4 4 Matemática 4 4 4 4

Subtotal 24 24 23 23

PARTE

DIVERSIFI

-CADA

L.E.M. – Inglês

2

2

2

2

Subtotal 2 2 2 2

Total Geral 26 26 25 25 Matriz curricular de acordo com a LDB nº 9394/96. *Ensino Religioso Disciplina de matricula facultativa.

Palmas, 23 de Agosto de 2011.

---------------------------------------------

Direção

51

4.14 Trabalho Coletivo:

- Prática Transformadora

A Fundamentação Epistemológica adotada pelo Colégio Estadual Alto

da Glória é a Pedagogia Histórico-Crítica, que explicita o papel do sujeito

construtor e transformador da realidade.

Educar é dar passagem ao indivíduo para que se torne cidadão, ou seja, a educação é a fonte primeira para a conquista da cidadania. A

educação possibilita ao homem que não se torne somente membro

integrante, mas principalmente atuante na sociedade.

Snyders propõe uma pedagogia que tem como ponto de partida a primazia dos conteúdos. O objetivo de tal pedagogia é o de levar o aluno a

um conhecimento verdadeiro, científico, que lhe possibilite uma formação e

posse do conhecimento acumulado pela humanidade e assim, possa

participar das lutas de seu tempo, possa contribuir para a transformação da

sociedade. E isto só pode ser feito se o conteúdo, o saber escolar, estiver em continuidade com a realidade dos alunos e ao mesmo tempo lhes forneça

elementos para uma ruptura com a ideologia dominante. Nesta perspectiva,

o papel do professor é o de direção, de quem vai guiar os alunos na sua

busca que vai ajudar-lhes neste movimento de continuidade e rupturas. Esta pedagogia pressupõe fundamentalmente, uma reavaliação crítica da cultura.

Não se trata apenas de “passar quaisquer conceitos e conhecimentos aos

alunos”, trata-se de reavaliar a cultura, a cultura que está sob o domínio das

classes dominantes e colocá-la a serviço das classes dominadas, retirando dela os seus elementos originais, o seu caráter de luta, de descobertas, de

avanços de síntese de uma dada realidade do progresso.

Assim, do ponto de vista cognitivo, a função do professor é provocar

desequilíbrios, através de situações desafiadoras, estimulando a pesquisa e o esforço e levando o aluno a ser cada vez mais independente. Essa

independência na apropriação do conhecimento se constrói na relação da

criança com o meio e com o outro.

Outra questão que se coloca é a importância dos conteúdos culturais

como instrumentos de lutas pela emancipação social. A apropriação dos conteúdos é fundamental como ponto de partida para sua própria superação.

A partir daí, podemos traçar o perfil deste educador. O educador

engajado na prática transformadora deve conhecer o conteúdo do que ensina

e saber que este conteúdo está em constante reelaboração. Deve saber ainda, como o aluno aprende. Mas vai além. Sabe que sua ação é política.

Deve ter consciência de que os conteúdos culturais são criações coletivas,

desmistificando com aqueles que orientam as imposições de modelos únicos

e acabados. Portanto, todo educador é aquele que:

É comprometido politicamente com a socialização do conhecimento

científico e cultural;

Busca sua competência técnico-pedagógica;

52

Tem consciência de sua historicidade;

Sabe ser mediador ou facilitador entre as experiências trazidas pelos

alunos e o conteúdo de ensino;

Busca a superação do imperialismo pedagógico (escola tradicional), de crença na impossibilidade de que o professor possa ensinar alguma

coisa (escola nova) e da negação da necessidade do professor (escola

tecnicista);

Acredita na recuperação do papel do professor como de fundamental importância para auxiliar o aluno a se apropriar dos conteúdos;

Sabe que sua autoridade é firmada na competência e no compromisso,

se constrói numa relação democrática;

Não se envergonha nem se omite de sua autoridade, muito menos a utiliza como instrumento arbitrário de dominação e poder;

Assume o papel de desestabilizador, ou seja, desencadeia situações de

desequilíbrio de forma a desafiar os alunos para que estes busquem

nova equilibração;

Contudo, o educador, para se considerar progressista, deve ter disposição interna para viver uma relação democrática com seus alunos e

seus pares, reconhecendo que a democracia é uma conquista e uma

construção coletiva. Portador desta disposição interna para a democracia,

pode então reconhecer seus próprios deslizes e incoerências porque não desiste de superá-los.

Paulo Freire aponta algumas qualidades indispensáveis à prática

educativa progressista; bom senso, postura não autoritária, coragem de lutar

pela defesa da justiça e enfrentar o conflito, tolerância, respeito, disciplina interior, integridade ética, luta contra preconceitos, capacidade de decisão,

segurança, competência profissional, clareza política e alegria de viver. É

interessante notar como essas qualidades coincidem em grande parte com as

atitudes mais valorizadas por alunos tendo em vista o mestre ideal. O aluno busca, para construir sua identidade, um professor que seja modelo de

decisão e segurança que consiga colocar-se pela própria competência.

Para os alunos, o bom professor é aquele que: ouve o aluno, respeita

sua individualidade, tem pulso para manter a disciplina, chama a atenção

quando necessário tem bom humor, sabe tolerar brincadeiras, tem senso de humor, tem conhecimento, criatividade, inteligência e alegria, não humilha

os alunos nem pratica atos de grosseria, sente prazer em dar aulas, tem boa

vontade em esclarecer dúvidas e paciência para ensinar, mostra os erros ao

aluno e o ensina a aprender. Esta opção deve-se ao fato de que a realidade tem se mostrado muito

complexa e contraditória principalmente a nós professores que trabalhamos

com escola pública e vivenciamos, junto com nossos alunos, que na maioria

das vezes sofrem as mazelas do capitalismo periférico. Assim, a escola precisa imprimir mais significado/sentido ao processo

ensino-aprendizagem, o qual está ligado a produção do conhecimento a

partir da prática social.

53

Para que isso seja viabilizado consideramos o método da

problematização de conteúdos, o mais viável, pois o mesmo possibilita uma

reflexão/ação sobre os diferentes aspectos a serem trabalhados além de

levar o professor a planejar os bimestres letivos a partir de uma nova visão, refletindo de forma diferente dos anos anteriores, repensando o que vai ser

trabalhado, o que possibilita a reconstrução do conhecimento.

Para Saviani na pedagogia histórico-crítica, educação é o ato de

produzir, direta e intelectualmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos

homens.

Os elementos básicos, inspirados na Pedagogia Histórico-Crítica, da

problematização de conteúdos são segundo GASPARIN (1999):

1. Prática Social Inicial de Conteúdo:

O que o aluno já sabe do conteúdo?

O que gostaria de saber?

Obs.: O desafio do aluno está no que ele quer saber, é preciso que a gente redescubra os métodos.

2. Problematização:

Qual a razão de eu ensinar isso ao meu aluno? Obs.: Listagem de conteúdos – unidades e tópicos – em consonância

com a pergunta acima que é o grande motivo da escola existir, e o que dá

sentido ao conteúdo, pois terá mais sentido na medida em que for enfocado

como um problema no cotidiano do aluno.

3. Instrumentalização:

É o momento da construção do conhecimento teórico, no qual o sujeito

que aprende é um sujeito não só biológico, mas um sujeito cultural, econômico, moral, social...

Ações docentes e discentes para a construção do conhecimento;

Recursos Humanos e Materiais;

Obs.: É nesta parte que o professor se debruça sobre o processo

pedagógico

4. Catarse:

É a capacidade de síntese.

Elaboração mental de síntese pelo aluno: pensamento e ideia. É o que vai levá-lo a um novo plano, a uma nova postura mental. É a

organização dos conteúdos que antes estava fragmentada e superficial.

É a totalidade que agora tem todas as partes visíveis, claras

conscientes, é a nova postura. Expressão da síntese: avaliação, que independentemente da forma tem

que expressar os aspectos diferentes, exprimir o todo, a visão de

síntese.

Obs.: Essa perspectiva conduz a uma nova visão da realidade.

54

5. Prática Social Final:

O aluno precisa enxergar a utilidade social dos conteúdos, do

contrário, os conteúdos não serão transformadores, se não serão

transformadores, não serão úteis... Compromisso do aluno: listagens de ações específicas que o aluno

executará a partir da apropriação dos conteúdos.

Porém o método por melhor que seja só levará a resultados reais em

termos de melhoria de qualidade de ensino, de vida do aluno e de transformação social, se implementando na prática pedagógica diária.

A compreensão da natureza da educação enquanto um trabalho não-

material, cujo produto não se separa do ato de produção, permite-nos situar

a especificidade de educação como referida aos conhecimentos, ideias, conceitos, valores, atitudes, hábitos, símbolos sob o aspecto de elementos

necessários a formação da humanidade em cada indivíduo singular, na forma

de uma segunda natureza, que se produz, deliberada e intencionalmente,

através de relações pedagógicas historicamente determinadas que se travam

entre os homens. Assim, a postura pedagógica tem a sala de aula como centro de

questionamentos e de dúvidas permanentes, levando ao aluno ao conflito e a

uma nova elaboração de saber, o que é possibilitado graças a visão dialética

de problematização dos conteúdos. Cabe salientar que o trabalho em sala de aula será norteado pelo

presente Projeto Político-Pedagógico e pelos Programas das diferentes

disciplinas, Proposta Pedagógica Curricular – PPC e o Plano de Trabalho

Docente – PTD, os quais estão de acordo com Diretrizes Curriculares Estaduais- DCE's e nas modernas e adequadas teorias de aprendizagem

considerando o ensinar nas mais diferentes dimensões: afetiva, intelectual,

ética, econômica e moral.

- O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico

O Colégio Estadual Alto da Glória realizará encontros de professores

por turma e área de conhecimento para (re) avaliar e (re) discutir planejamento e situações especificas dos anos iniciais e finais buscando

realizar um trabalho mais coerente e integrado.

Discutir o papel do professor nos remete em primeiro lugar a sua

principal atividade que é ensinar. O ensino, para KLEIN (2002, p. 121), designa as “mais diversas situações de exercício e transmissão das

produções humanas.” Faz parte de um processo mais amplo, a educação,

definida na LDB Nº 9394/96 como “os processos formativos que se

desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da

sociedade civil e nas manifestações culturais”.

55

- Proposta de adaptação dos alunos, oriundos dos anos iniciais:

O desafio é pensar não apenas a criança 12 de 6 anos que ingressa no

Ensino Fundamental, mas também no conjunto de alunos de sete, oito, nove

e dez anos que integram este nível de ensino. Assim, acredita-se que esta

inclusão obrigatória das crianças de 6 anos no Ensino Fundamental, é uma oportunidade para se refletir e efetivar uma práxis pedagógica que considere

a infância, garantindo a aquisição do conhecimento nas dimensões artística,

filosófica e científica, papel pedagógico essencial da instituição escolar,

aliada à exploração da ludicidade também na escola de Ensino Fundamental. A inclusão das crianças de seis anos no Ensino Fundamental suscita

inúmeros debates acerca do processo ensino-aprendizagem que,

inevitavelmente, vem à tona com diferentes visões sobre este processo por

parte de professores e famílias. Um dos aspectos que merece destaque é a

organização do trabalho pedagógico e a concepção que o conduzirá. Nesse sentido, é fundamental que os professores tenham clareza acerca da

perspectiva teórica adotada e expressa na proposta pedagógica da escola e

ainda sobre como conduzir este processo de trabalho, conferindo importância

a todas as disciplinas escolares. A organização didática impõe certos desafios aos professores como, por

exemplo, a adequação dos diferentes conteúdos no tempo escolar, de modo

que todas as disciplinas tenham a mesma importância e se estabeleçam

interações entre as mesmas. Acredita-se que a característica da unidocência dos professores que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,

fortalece a possibilidade de um trabalho interdisciplinar, uma vez que pode

impulsionar uma ação de maior “cooperação e coordenação crescente entre

as disciplinas” (FAZENDA, 1992, p. 38. Apud: SAVIANI, 2006, p. 117), aliando-se ainda a dimensão dos cuidados pertinentes às crianças pequenas.

- Proposta de articulação entre Educação infantil, anos iniciais e

anos finais, e etapa Ensino Médio:

Buscaremos a superação do distanciamento, muitas vezes, evidenciado

entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, considera-se que este é

um momento propício para aliar o acervo de conhecimentos sistematizados destes dois importantes níveis da Educação Básica. Esta aproximação é

possível a partir de um trabalho que possibilite complementaridade e

continuidade de processos de aprendizagem, assegurando a característica de

aprofundamento Introdução da complexidade dos conhecimentos sistematizados. Isso significa que os conteúdos próprios do Ensino

Fundamental estão articulados aos conteúdos de outros níveis de ensino e se

ampliam gradualmente, conforme as possibilidades de compreensão dos

alunos.

56

Visando respeitar as características desses alunos, faremos reunião

com professores especialistas de todas as disciplinas curriculares, com o

objetivo de possibilitar a reflexão sobre os conhecimentos obrigatórios para

esse nível de ensino, definidos nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental (DCN).

Defende-se ainda a necessidade de maior aproximação e integração

entre os Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, através de estratégias

como seminários, conferências ou outras formas de encontros nos quais professores destes segmentos possam dialogar e buscar alternativas de

trabalho sequencial e articulado.

Este trabalho exige também o compartilhamento de ações por parte

dos órgãos que subsidiam a escola na sua manutenção de estrutura física, pedagógica e financeira para ampliação do espaço escolar.

- Como a escola vai desenvolver o processo de inclusão no

ambiente escolar

O período inicial de ingresso da criança na escola exige que o grupo de

profissionais tenha um planejamento com atividades bem estruturadas e

atitudes coerentes e compartilhadas com as famílias, não só nos primeiros dias de aula, mas também no decorrer do ano letivo, contemplando: regras

comuns, possibilidades de participação, atenção, receptividade e aconchego,

que são fundamentais para garantir segurança tanto às crianças, quanto aos

familiares. Uma boa socialização das crianças depende da relação escola-família

e da recepção realizada por parte dos profissionais da instituição. Portanto,

para que se compreenda e efetive os cuidados necessários ao receber

crianças pequenas é fundamental que aconteçam momentos de formação para todos os profissionais que compõem o espaço escolar, durante os quais

serão delineadas estratégias para lidar com o período de ingresso destas

crianças na escola, na particularidade de cada grupo, em virtude de

situações, tais como a separação do seu grupo familiar e do acesso a um

espaço diferente daqueles que frequentavam habitualmente. Este período requer, portanto, uma adequada compreensão das

especificidades da criança, por parte de todos os profissionais da escola, o

que deve se estender durante todo o ano letivo. Estes aspectos precisam ser

contemplados na organização dos espaços físicos e tempos da escola e ainda no planejamento dos professores. A atenção a estes cuidados contribui,

entre outros aspectos, para a construção da autonomia das crianças, para o

bom relacionamento entre crianças e adultos e para aprendizagens

significativas. Para efetivar esta integração entre os diferentes conteúdos trabalhados

pela escola, é importante a realização de uma articulação qualitativa entre

Educação Infantil e Ensino Fundamental, seja em virtude da inclusão das

crianças de seis anos no Ensino Fundamental ou em função daquelas que já

57

frequentavam instituições de Educação Infantil. Nesse sentido, KUHLMANN

(1998) defende uma aproximação principalmente das últimas turmas da

Educação Infantil com os conceitos que deverão ser trabalhados no Ensino

Fundamental. Portanto, é preciso contemplar na organização do trabalho pedagógico, aspectos que garantem a especificidade de cada nível de ensino.

No caso da pequena infância, da qual fazem parte as crianças de 6 anos, o

autor destaca a importância de enfatizar aspectos como: “(...) o afeto, o

prazer e o desprazer, a fantasia, o brincar e o movimento, a poesia, as ciências, as artes plásticas e dramáticas, a linguagem, a música e a

matemática” (KUHLMANN, 1998, p.65), que certamente podem fazer-se

presentes na constituição das disciplinas que compõem o currículo do Ensino

Fundamental, respeitando-se a especificidade de cada disciplina e reforçando a ideia de que todos os conteúdos curriculares são igualmente importantes.

Um destes aspectos, a brincadeira infantil, merece destaque uma vez que

pode ser contemplada no trabalho com todas as crianças dos Anos Iniciais e

Finais do Ensino Fundamental.

Garantir a igualdade de acesso dos alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica

na diversidade nacional; a base nacional comum e sua parte diversificada

deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa estabelecer

a relação entre a educação fundamental com: a) a vida cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos como: a saúde, a sexualidade; a

vida familiar e social, o meio ambiente, o trabalho; a ciência e a tecnologia;

a cultura; as linguagens; com b) as áreas de conhecimento de: Língua

Portuguesa; Língua Materna (para populações indígenas e migrantes); Matemática, Ciências, Geografia; Língua Estrangeira, Educação Artística,

Educação Física; Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB) (LDB, art.

9o. In: PARECER CEB 04/98, p.7).

Também compreende-se que é possível aliar estes dois aspectos, o brincar espontaneamente e o brincar para aprender determinados conteúdos.

Isso significa que as diferentes formas de brincar na escola de ensino

fundamental “constituem apenas diferentes modos de ensinar e aprender

que, ao incorporarem a ludicidade, podem propiciar novas e interessantes

relações e interações entre as crianças e destas com os conhecimentos” (BORBA, 2006, p. 43).

Tão importante quanto a compreensão sobre o papel da brincadeira por

parte de todos os profissionais que compõem o espaço escolar, é também o

cuidado com a recepção destas crianças na escola.

4.15 Formação Continuada e Capacitação dos Profissionais

Na gestão democrática não pode faltar a formação continuada dos

docentes, ação que visa contribuir com o desenvolvimento da autonomia

intelectual dos profissionais da educação e melhoria da qualidade de Ensino.

58

Nesse sentido os profissionais da educação poderão participar de

cursos presenciais e a distância de Formação Continuada oferecidos pela

SEED como: Pró Funcionário, PDE, GTR, GIMP– Edição de imagens, Grupos

de Estudos, Oficinas Disciplinares realizadas no NRE de Pato Branco, Programa Semana Pedagógica que acontece duas vezes ao ano para tratar

de temas escolares.

A Formação Continuada deve estar centrada na escola e fazer parte

do presente Projeto Político-Pedagógico. Assim, compete a escola: - Proceder ao levantamento de necessidades de formação continuada de

seus profissionais;

- Elaborar seu programa de formação, contando com a participação e o

apoio dos órgãos centrais, no sentido de fortalecer seu papel na concepção, na execução e na avaliação do referido programa.

Com isso, além dos cursos ofertados pela SEED o Colégio Estadual

Alto da Glória oferece:

- Palestras, evidenciando reflexões da prática educativa, bem como

atividades que visam qualidade de vida; - Reuniões Pedagógicas bimestrais;

- Grupo de Estudo para tratar de temas específicos da educação.

4.16 Intenção de acompanhamento aos egressos (FICA)

É importante ressaltar que a escola faz o acompanhamento das

frequências e desenvolve todo processo de tentativa de resgate de aluno para o seu retorno à escola e as ações previstas no FICA (Ficha de

Comunicação de aluno Ausente), bem como um trabalho de motivação nas

famílias para que, os alunos permaneçam na escola, porém alguns não

retornaram devido a problemas sociais. Quando do retorno dos alunos do FICA ou de alunos egressos é

realizado orientação a pais, professores e alunos, quanto aos procedimentos

necessários para melhor adaptação, recuperação de conteúdos, recuperação

de notas para que os mesmos possam obter sucesso escolar.

4.17 Práticas avaliativas:

Há que se considerar que a avaliação não pretende somente aferir o domínio do conteúdo, mas verificar o desenvolvimento da capacidade dos

educandos, ou seja, avalia-se para conhecer não apenas os progressos dos

alunos, mas também para refletir sobre as estratégias de trabalho

desenvolvido no contexto da sala de aula. O processo avaliativo parte da relação professor-aluno que assume

caráter dialógico, no processo ensino aprendizagem. Assim sendo propicia o

respeito mútuo a autoconfiança, a cooperação, o trabalho individual e grupal,

59

levando em consideração valores humanos, ético, morais, e estéticos,

associados aos conteúdos qualitativos e quantitativos.

Avaliar para promover significa, assim, compreender a finalidade

dessa prática a serviço da aprendizagem, da melhoria da ação pedagógica, visando à promoção moral e intelectual do aluno. O professor assume o

papel de investigador, de esclarecedor, de organizador de experiências

significativas de aprendizagem. Seu compromisso é de agir refletidamente,

criando e recriando alternativas pedagógicas adequadas a partir da observação e conhecimentos de cada um dos alunos, sem perder a

observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas, tornando-

se evidente o compromisso do professor e da escola em conhecer e respeitar

as diferenças. Segundo VEIGA, (2001), o processo de avaliação envolve três

momentos: sendo a descrição e a problematização da realidade descrita, a

compreensão crítica da realidade descrita e problematizada e a proposição

de alternativas de ação, momento de criação coletiva. A ação avaliativa deve

ser continua e não circunstancial reveladora de todo o processo e não apenas do seu produto.

Já para Hoffmann, (2004) a avaliação é uma prática inovadora é a

reflexão transformada em ação. Ação essa, que nos impulsiona as novas

reflexões. Reflexões permanentes do educando sobre sua realidade e acompanhamento, passo a passo, na trajetória de construção de

conhecimento.

Com isso, destacamos a avaliação formativa, tendo como função

corretiva, informar ao professor e aos alunos tanto os avanços obtidos como as possíveis dificuldades e objetivos não atingidos, dando a eles a chance de

“corrigir” sua ação. O “erro” passa a ser considerada uma oportunidade para

o professor intervir positivamente no processo, isto é uma etapa do

aprendizado. A auto-avaliação oportuniza ao aluno avaliar a si próprio proporciona

o processo de construção de autonomia, facilitando a tomada de consciência

de seus avanços, suas dificuldades e suas possibilidades.

Assim, para Hoffmann, (2004) a concepção de avaliação “deixa de ser

um momento terminal do processo educativo para transformar-se na busca incessante da compreensão das dificuldades do educando e na dinamização

de novas oportunidades de conhecimento”.

A avaliação deve ser sem duvida um processo dialógico, interativo,

que visa fazer do indivíduo um ser melhor, mais participativo. Devemos prezar por uma avaliação que leve a uma ação transformadora e também

com sentido de promoção social, de coletividade e de humanização.

A avaliação, assim como a educação, deve priorizar a formação do

homem nos aspectos do seu pensar e agir. Por tanto, a avaliação visa à emancipação, voltada para a construção

do sucesso escolar e a inclusão, como principio e compromisso social.

60

Deve-se, buscar uma avaliação que contribua efetivamente para a

formação integral do educando e possibilite sua participação na sociedade

com direito de cidadania.

De acordo com o Regimento Escolar a sistemática de avaliação do aluno será contínua, permanente, cumulativa e processual, com prevalência

dos aspectos qualitativos, de acordo com o Currículo e com os objetivos

propostos pelo estabelecimento, e os resultados serão expressos de 0,0 a

10,0 (zero vírgula zero a dez vírgula zero). Quando o professor optar pelo valor de 10,0 para cada instrumento

avaliativo devera somar todos e dividir pelo número de instrumentos

utilizados, sendo no mínimo de 03 avaliações aferidas no bimestre, bem

como no Registro de Classe do professor. Podendo também ter valor diferenciado para cada instrumento

avaliativo, para se chegar ao resultado de 0 a 10, sendo sempre informado

ao aluno o valor de cada instrumento.

A nota do bimestre será a somatória dos valores atribuídos em cada

instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em varias aferições, na sequência e ordenação de conteúdos, devendo constar no mínimo 03 (três)

avaliações no registro de Classe do professor.

Instrumentos: 1. Avaliações escritas, no mínimo 02 (duas), por bimestre;

2. Pesquisas;

3. Tarefas;

4. Avaliação oral; 5. Trabalho individual e em grupo;

6. Atividades extra-classe;

7. Atividades de recuperação paralela;

8. Seminários; 9. Exercícios.

Critérios:

- Aproveitamento (aquisição de conhecimento);

- Capacidade de síntese, elaboração pessoal e atuação na realidade; - Atitudes demonstradas na compreensão de conceitos nas diferentes

áreas de conhecimento;

- Assiduidade, responsabilidade, pontualidade e comprometimento;

- Criatividade, participação e desempenho; - Socialização;

Amparada pela deliberação nº. 007/99, da avaliação do

aproveitamento, destacamos o artigo 3º.

Art. 3º - A avaliação do aproveitamento escolar devera incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes situações de aprendizagem.

§1º - A avaliação utilizara técnicas e instrumentos diversificados.

§2º - O disposto neste artigo aplica-se a todos os componentes

curriculares, independentes do respectivo tratamento metodológico.

61

§3º - É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a

uma só oportunidade de aferição.

Após a apuração dos resultados finais de aproveitamento e

frequência, serão definidas as situações de aprovação ou reprovação dos alunos.

O aluno será considerado aprovado, se apresentar frequência

igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total de carga horária

do período letivo, e média igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), resultante da media aritmética dos bimestres, nas respectivas disciplinas:

1ºB.2ºB.+3ºB.+4ºB.=6,0

4

Será considerado reprovado o aluno que apresentar frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o total da carga horária do

período letivo, com qualquer media anual, ou frequência igual ou superior a

75% (setenta e cinco por cento) do total de carga horária do período letivo e

media anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero). E ainda, o aluno que mesmo

após os estudos de Recuperação Paralela, ao longo da série é submetido à análise do Conselho de Classe que definirá pela sua aprovação ou não.

Para os alunos que apresentam defasagem na aprendizagem será

oportunizada a recuperação paralela, e também atendimento educacional na

sala de apoio e sala de recursos.

- Recuperação Paralela: de acordo com o Regimento Escolar.

A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do

nível de apropriação dos conhecimentos básicos.

Art. 105 A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e

concomitante ao processo ensino e aprendizagem. Art. 106 A recuperação será organizada com atividades significativas,

por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados.

Parágrafo Único - A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a

área de estudos e os conteúdos da disciplina.

Art. 107 A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero).

Art. 108 Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade de sua vida escolar. Parágrafo Único - Os resultados da recuperação serão incorporados às

avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um

componente do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no

Livro Registro de Classe.

- Processo de Classificação e Reclassificação: de acordo com o

Regimento Escolar.

62

Art. 76 A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o

procedimento que o estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno

na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e desenvolvimento, adquiridos por meios formais ou informais, podendo ser realizada:

I. por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série,

ano ou fase anterior, na própria escola;

II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior, considerando a classificação da escola de origem;

III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para

posicionar o aluno na série, ano, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu

grau de desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

Art. 77 A classificação tem caráter pedagógico centrado na

aprendizagem, e exige as seguintes ações para resguardar os direitos dos

alunos, das escolas e dos profissionais:

I. organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para efetivar o processo;

II. proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe

pedagógica;

III. comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para obter o respectivo consentimento;

IV. arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;

V. registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.

Art. 78 A reclassificação é um processo pedagógico que se concretiza através da avaliação do aluno matriculado e com frequência na série/ano

bloco/disciplina(s) sob a responsabilidade do estabelecimento de ensino que,

considerando as normas curriculares, encaminha o aluno à etapa de estudos

compatível com a experiência e desempenho escolar demonstrados, independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.

Art. 79 O processo de reclassificação poderá ser aplicado como

verificação da possibilidade de avanço em qualquer

série/ano/bloco/disciplina(s) do nível da Educação Básica, quando

devidamente demonstrado pelo aluno, sendo vedada a reclassificação para conclusão do Ensino Médio.

Art. 80 Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de

avanço na aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com

frequência na série/ano/bloco/disciplina, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de reclassificação.

Parágrafo Único – Os alunos, quando maior, ou seus responsáveis poderão

solicitar aceleração de estudos através do processo de reclassificação,

facultando à escola aprová-lo ou não. Art. 81 A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência,

ao aluno e/ou seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a

ser iniciado, a fim de obter o devido consentimento.

63

Art. 82 A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino,

assessorada pela equipe do Núcleo Regional de Educação, instituirá

Comissão, conforme orientações emanadas da SEED, a fim de discutir as

evidências e documentos Art. 83 Cabe à Comissão elaborar relatório referente ao Processo de

Reclassificação, anexando os documentos que registrem os procedimentos

avaliativos realizados, para que sejam arquivados na Pasta Individual do

aluno. Art. 84 O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe

pedagógica, durante dois anos, quanto aos seus resultados de

aprendizagem.

4.18 Desafios Educacionais Contemporâneos

Visando uma educação emancipadora o Colégio Estadual Alto da Glória,

possui uma organização disciplinar de acordo com a organização da mantenedora SEED, mas através de projetos buscará uma proposta

interdisciplinar, trazendo mais significação ao processo educacional que

consequentemente transformará a realidade que a escola está inserida.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos devem ser tratados na Escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se entre eles relações interdisciplinares

e com objetivos definidos de qual formação se quer proporcionar aos

educandos e o papel da escola na determinação do tipo de participação que

lhes caberá na sociedade. A escola pública brasileira nas últimas décadas passou a atender um

número cada vez maior de estudantes oriundos das diversas classes sociais,

esse modo precisou adequar-se a essa realidade percebendo a necessidade

de abordar temas contemporâneos tais como: Diversidade, Enfrentamento à violência, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Educação Ambiental,

Educação Fiscal e Sexualidade.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos estão sendo trabalhados,

sempre que o assunto se torna pertinente. Estas temáticas são trabalhadas

nas diferentes áreas do conhecimento, articuladas devidamente aos conteúdos de cada disciplina.

64

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Deliberação 16/99 Regimento Escolar;

Lei n.º 9394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

Parecer 05/97 da CEB/CNE que apresenta propostas de regulamentação da Lei 9394/96;

Parecer 04/98 Diretrizes Nacionais Curriculares para o Ensino Fundamental;

Parecer 15/98 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;

Resolução n.º 03/98 da CEB/CNE que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;

Deliberação 14/99 Indicadores para elaboração da Proposta Pedagógica dos

Estabelecimentos de Ensino em suas diferentes modalidades.

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Lei Federal n. 9394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional;

Resolução n. 7/2010-CNE/CEB, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais

para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos; Resolução Nº 1690/11, que institui a partir de 2011, em caráter permanente

o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno, na

Educação Básica, na Rede Estadual de Ensino.

Deliberação n. 03/2006-CEE/CEB; Parecer n. 407/2011-CEE/CEB, que responde a consulta da SEED quanto à

implantação do 6° ao 9° ano.