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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CASTURINA CAMPANHARO BONFIM Ensino Fundamental e Médio Pitanga 2014

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

CASTURINA CAMPANHARO BONFIM

Ensino Fundamental e Médio

Pitanga

2014

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................................. 3

QUADRO DEMONSTRATIVO DA INSTITUIÇÃO ..................................................................................................... 4

CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS ............................................................................................................ 5

HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ............................................................................................................................... 6

ATOS ............................................................................................................................................................... 7 AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO: ............................................................................................................. 7

OBJETIVOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO .............................................................................................. 7

ATO SITUACIONAL ............................................................................................................................................... 8

SINOPSE DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES REALIZADAS OU EM ANDAMENTO NO CEEBJA:....................... 13

PERFIL DO ALUNO ............................................................................................................................................. 14

ANÁLISE CRÍTICA DOS PROBLEMAS EXISTENTES NA ESCOLA ......................................................................... 16

PRESENÇA DOS ADOLESCENTES ..................................................................................................................... 17

MATERIAL DIDÁTICO ................................................................................................................................... 18

MARCO CONCEITUAL ........................................................................................................................................ 19

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ÓTICA DO PROJETO SOCIAL NEOLIBERAL. ..................... 20

O TRABALHO PEDAGÓGICO NA ÓTICA DAS TEORIAS CRÍTICAS ....................................................................... 22

A FUNÇÃO SOCIAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ............................................................................... 22

O RECONHECIMENTO DOS SUJEITOS DA EJA E DE SUA CENTRALIDADE NO PROCESSO EDUCACIONAL EMANCIPATÓRIO. .............................................................................................................................................. 23

EIXOS ARTICULADORES DO CURRÍCULO NA EJA: CULTURA, TRABALHO E TEMPO ........................................... 25

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ...................................................................................................................... 29

AS CINCO ETAPAS DO MÉTODO DIALÉTICO ....................................................................................................... 29

1 - PRÁTICA SOCIAL INICIAL ........................................................................................................................... 29 2 – PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................................................................ 30 3 - INSTRUMENTALIZAÇÃO ............................................................................................................................ 30 4 - CATARSE ................................................................................................................................................ 31 5 - PRÁTICA SOCIAL FINAL ............................................................................................................................. 31

MÉTODO MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO ............................................................................................. 32

AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................... 33

MARCO OPERACIONAL ..................................................................................................................................... 35

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO – PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR, PLANO DE TRABALHO DOCENTE E PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA. ........................................................................................................ 36

PLANO DE TRABALHO DOS PEDAGOGOS ......................................................................................................... 38

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ....................................................................................................................... 42

PLANO DE AÇÃO DO DIRETOR........................................................................................................................... 45

AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS – APEDS ........................................................................................ 46

PLANO DE AÇÃO DAS APEDS ............................................................................................................................ 47

DIVERSIDADE/DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS ......................................................................... 48

PLANO DE AÇÃO ............................................................................................................................................... 51

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ............................................................................................................................... 51

PLANO DE AÇÃO ............................................................................................................................................... 54

PROGRAMA BRIGADAS ESCOLARES – DEFESA CIVIL NA ESCOLA ....................................................................... 54

MATRIZ CURRICULAR ........................................................................................................................................ 57

DISCIPLINAS .............................................................................................................................................. 58

APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e

Adultos – Casturina Campanharo Bonfim, construído coletivamente, está dividido em três

atos, e procura, ao longo do seu texto , revelar ao leitor o perfil de seus alunos e de seus

educadores, a organização do seu espaço físico, as ações que desenvolve, enfim seu contexto,

sua história, suas articulações, dificuldades e acertos. Estes elementos estão explicitados no

marco situacional, o qual através desses elementos busca fazer um diagnóstico da situação

que a escola se encontra na organização e desenvolvimento do seu trabalho pedagógico.

O marco conceitual esforça-se em definir e explicitar o conjunto de ideias, de opções

e teorias que orientarão a prática da escola. Analisa o contexto que o CEEBJA está inserido,

define e explicita com que tipo de sociedade a escola se compromete, que sujeito ela buscará

formar, qual é a sua intencionalidade política, social, cultural e educativa.

Por último o marco operacional do documento, procura pensar estratégias, linhas de

ação, normas, ações concretas permanentes e temporárias para responder às necessidades

apontadas a partir do diagnóstico, tendo por referência a intencionalidade assumida.

CEEBJA – CASTURINA C. BONFIM

Ensino Fundamental e Médio

QUADRO DEMONSTRATIVO DA INSTITUIÇÃO

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

1 - Denominação da instituição

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Casturina Campanharo Bonfim –

Ensino Fundamental e Médio

2 – Endereço completo

Rua Ébano Pereira - 145

3 – Bairro/Distrito

Centro

4 – Município

Pitanga

5 – NRE

Pitanga

6 – CEP

85.200.000

7 – Caixa Postal 8 – DDD

42

9 – Telefone

3646 3513

10 – Fax

3646 3513

11 – e-mail

[email protected]

12 – Site

[email protected]

r.gov.br

13 – Entidade mantenedora

Governo do Estado do Paraná (SEED)

14 – CNPJ/MF

76.416.965/0001-21

15 – Local e data

Pitanga, de novembro de 201

16 – Assinatura

______________________________

CEEBJA CASTURINA C. BONFIM

Ensino Fundamental e Médio

CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS

1 – Cursos autorizados

Cursos autorizados Número das autorizações

Ensino Fundamental Resolução nº 2003/91

Ensino Médio Resolução nº 3633/96

2 – Cursos reconhecidos

Cursos reconhecidos Número dos reconhecimentos

Ensino Fundamental Resolução nº 2120/10

Ensino Médio Resolução nº 2120/10

3 – Observações

HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Casturina Campanharo

Bonfim, jurisdicionado ao Núcleo Regional de Educação de Pitanga, situado à Rua Ébano

Pereira, número 145, Centro, teve sua autorização de funcionamento para o Ensino

Fundamental – Fases I através da Resolução 4163/91 de 26/12/91, Fase II em 11/06/1991,

através da Resolução n º 2003/91, ainda com a denominação Centro de Estudos Supletivos –

CES. O reconhecimento deste grau de ensino se deu através da Resolução n. 5319/93, de

29/09/1993, do Conselho Estadual de Educação.

O Ensino Médio foi autorizado pelo Conselho Estadual de Educação através da

Resolução n. 3633/96, de 016/06/1996 e reconhecido pela Resolução n. 3893/98 de

10/11/1998.

Em 1999, através da Resolução Secretarial nº 3.120/98, passou a denominar-se Centro

de Educação Aberta, Continuada e à Distância – CEAD. A partir do início do ano de 2000,

atendendo ao artigo 28 da Deliberação n. 012/99 do Conselho Estadual de Educação, através

da Resolução n. 4561/99 de 15/12/1999, passou a denominar-se Centro Estadual de Educação

Básica para Jovens e Adultos – CEEBJA.

Em 2001, foi autorizado o funcionamento do Ensino Fundamental – Fase I e II e

Médio – na modalidade de Educação de Jovens e Adultos semipresencial, através da

Resolução 2968/01 de 04/12/01, que também reconhece os cursos.

No ano de 2006 altera-se para presencial – Fase II e Ensino Médio através da

Resolução nº 3957/06, DOE 22/08/2006, sendo renovado em 2010 através da Resolução Nº

2010/10 de 20 de maio de 2010.

O CEEBJA nunca teve sede própria. No início, funcionou em um casarão ao lado da

Prefeitura Municipal de Pitanga, depois passou a atender em outro prédio, na avenida Getúlio

Vargas, em 1998 mudou para outro prédio situado à Rua Visconde de Guarapuava, no qual

manteve o funcionamento por 15 anos e está no prédio atual a partir do segundo semestre de

2013.

ATOS

AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO:

Resolução nº 2003/91, DOE 25/06/1991.

RECONHECIMENTO DO CURSO:

Resolução nº 5515/13, DOE 27/11/2013.

OBJETIVOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Contemplar metodologias que levem o respeito à diversidade do perfil e necessidades

dos sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem;

Oportunizar aos adolescentes, jovens, adultos e idosos o acesso aos saberes, em suas

diferentes linguagens, intimamente articulados com as suas expectativas e trajetórias

de vida;

Fornecer Atendimento Educacional Especializado aos alunos com necessidades

especiais;

Proporcionar a reflexão coletiva sobre os sujeitos da EJA, bem como sobre questões

teórico-metodológicos pertinentes ao processo educativo nessa modalidade;

Coordenar o trabalho pedagógico fundamentado nos três eixos: cultura, trabalho e

tempo, por meio de ações que contribuam para a efetivação do conhecimento:

Considerar a diversidade cultural como elemento fundamental para se pensar e fazer

educação;

Permitir aos educandos da EJA, percorrerem trajetórias de aprendizagem não

padronizadas, respeitando o ritmo próprio de cada um no processo de aprendizagem

dos saberes;

Acolher de forma diferenciada o estudante que vem para o CEEBJA, elevando a auto

estima e a motivação para que continue o estudo, resgatando sua crença em sua

capacidade de aprendizagem.

ATO SITUACIONAL

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – Casturina C. Bonfim

– E.F II e Médio, está situado na Rua Ébano Pereira, número 145, município de Pitanga.

Este estabelecimento tem como mantenedor o governo do Estado do Paraná através da

SEED (Secretaria de Estado da Educação) e funciona em prédio locado.

Infraestrutura e a acessibilidade sempre foi uma dificuldade para o CEEBJA e ainda

hoje, em prédio novo, embora tenha melhorado em relação à estética, escadas largas e menos

íngremes, acomodações mais amplas e arejadas, o problema continua, pois o prédio não é

próprio para funcionamento de uma escola e a EJA tem muitos alunos com deficiências

físicas, idosos, gestantes e muitos outros problemas de saúde que sentem dificuldades com o

grande número de escadas e a falta de acessibilidade.

O prédio está dividido em quatro pisos, compartilhados com estabelecimentos

comerciais, sendo de uso exclusivo do CEEBJA o segundo, terceiro andar e terraço.

No térreo encontram-se os acessos por escada na rua principal e pelo estacionamento

nos fundos do prédio escada e plataforma de elevação. No segundo piso funcionam salas de

aula, cozinha, refeitório, laboratório de informática, sala dos professores, secretaria, sala da

direção e equipe pedagógica e biblioteca. No terceiro piso possuem salas de aula e laboratório

de Ciências. Em praticamente todos os ambientes existem banheiros, sendo entre eles, um

adaptado para deficientes físicos.

Como citado anteriormente as salas de aula não são adequadas e sim adaptadas para o

funcionamento da escola, pois o prédio foi construído em formato de apartamentos. Portanto,

temos salas maiores que geralmente funcionam as turmas da organização coletiva com maior

número de alunos e outras, salas pequenas que nem sempre são suficientes para comportar de

maneira confortável todos os alunos e ainda, o acesso a elas se dá pelo interior da sala

principal, prejudicando muitas vezes, as explicações e concentração do professor e dos alunos,

devido ao trânsito constante entre elas. Ainda, enfrentamos o desafio de atendimento das aulas

de educação física, pois a escola não possui quadra esportiva para a prática de atividades

físicas, portanto os professores necessitam de utilizar outros espaços quando fazem aula

prática com os alunos tem condições para este deslocamento.

Um outro problema que enfrentamos é a falta de segurança, pois a porta principal do

prédio tem acesso livre para a rua, sem portão nem muro, o que dificulta o trabalho de um

funcionário que controle o fluxo de entrada e saída das pessoas, tudo isso torna este

estabelecimento de ensino bastante vulnerável a entrada de estranhos.

O CEEBJA, funciona no turno vespertino e noturno. A área de atuação desse centro

corresponde aos municípios de Pitanga, Boa Ventura de São Roque e Nova Tebas.

No turno vespertino estamos atendendo 109 alunos (as) do E.F Fase II e Médio, e no

turno noturno 298 alunos (as) tanto no atendimento individual, como no coletivo, totalizando

407 alunos.

Além dos alunos da sede do CEEBJA temos 11 turmas de APEDs (Ações Pedagógicas

Descentralizadas), assim distribuídas:

APEDs

Município Localidade Escola Nível Nº de

alunos

Boa Ventura de São Roque Boa Ventura Col. Est. Adonis Morski E.F II 18

Boa Ventura de São Roque Boa Ventura Col. Est. Adonis Morski E.M 13

Boa Ventura de São Roque Sítio Boa

Ventura

Col. Est. Sítio Boa Ventura E.F. II 09

Boa Ventura de São Roque Terra Santa Esc. Mun. Nossa Senhora de

Fátima

E.F. II 13

Nova Tebas Barreirinho Col. Est. Ari Kffuri E.F.II 09

Nova Tebas Nova Tebas Col. Est. Carlos D. de Andrade E.F II 28

Nova Tebas Nova Tebas Col. Est. Carlos D. de Andrade E.M. 18

Nova Tebas Volta Grande Esc. Est. Volta Grande E.F. II 15

Nova Tebas Volta Grande Esc. Est. Volta Grande E.M. 09

Pitanga Cantú Esc. Est. Ângelo Seguro E.F II. 05

Pitanga Alto do Ivaí Esc. Mun. Imperatriz

Leopoldina

E.F. II 12

Total de alunos 149

Nosso corpo docente é composto por professores(as) que atuam na sede do

estabelecimento de ensino e nas APEDs.

Professores da sede vínculo QPM/SCO2

Nome Disciplina Vínculo Formação Pós-graduação

Ana Pietroski Ciências Naturais QPM Ciências

Biológicas

PDE

Claudete Dziubate Ciências Naturais QPM Ciências

Biológicas

Especialização

Claudete Hrysyk Vujanski Biologia SC02 Ciências

Biológicas

Especialização

Desiree Pontarolo Educação Física SC02 Educação Física Especialização

Diely Cristiane de Lima Sociologia SC02 História Especialização

Eloy de Lurdes Ottoni Biologia SC02 Ciências

Biológicas

Especialização

Izabel Mendes Pereira Inglês SC02 Letras Especialização

Lucia Ester Mattielo Dziubat Geografia QPM Geografia Especialização

Margarete Ferreira da Silva Matemática QPM/

SC02

Matemática Especialização

Maria Joana Machado de

Andrade

História QPM/

SC02

História PDE

Marlene Knaut Inglês QPM Letras PDE

Marli do Nascimento Teixeira Língua Portuguesa QPM Letras Especialização

Nadir Aparecida de Lima História/Sociologia QPM/

SC02

História Especialização

Nelcinda Porfirio de Oliveira Arte SC02 Educação Artística Especialização

Sirlei da Aparecida Kurcrevski Matemática QPM Matemática PDE

Tânia Mara Gabriel de Oliveira

Costa

Inglês QPM Letras PDE

Terezinha Aparecida de Oliveira Matemática QPM Matemática PDE

Vanessa Aparecida dos Santos Língua Portuguesa QPM Letras Especialização

Zeli Maria Krause Química QPM/

SC02

Química Mestrado

Zilman do Rocio Martins Rechi Geografia QPM/

SC02

Geografia Especialização

Professores da sede vínculo PSS

Nome Disciplina Vínculo Formação Pós Graduação

Lucimara M. Rocha Pontes Arte REPR Artes Visuais Especialização

Marciano Kerniski Física REPR Física Especialização

Mavilo Juliano Gallo Filosofia REPR Filosofia

Noemi da Silva Educação Física REPR Educação Física Especialização

Professores APEDs (Ações Pedagógicas Descentralizadas)

Nome Disciplina Vínculo Formação Pós Graduação

Ana Paula Marinhak Língua Port. e

Literatura

REPR Letras

Andréia Hrysyki Matemática REPR Ciências

Antonio Carlos Vieira Kulek Língua Portuguesa REPR Letras Mestrado

Camila Dasko Manchur Ciências Naturais REPR Ed. Física Especialização

Carlos Alessandro Brugge História REPR História

Caroline Baladelli Stang Língua Port. e

Literatura

REPR Letras Especialização

Dolores Apª Dal Santos da Silva Matemática REPR Matemática Especialização

Jose Tadeu Pedroso Língua Portuguesa REPR Letras Especialização

Leandro Domingos Luz Geografia REPR Geografia Mestrado

Luciane Chodoba Língua Portugesa REPR Letras Especialização

Luiz Carlos Maciel Ciências Naturais REPR Matemática Especialização

Márcia Regina M. da Luz de Lima Língua Portuguesa REPR Pedagogia Especialização

Marlei Sacon Mendes Inglês SC02 Letras Especialização

Patrícia Grasiely Fulber Inglês REPR Letras Especialização

Roseli Martins Vieira Filosofia REPR Pedagogia

Rozane de Fátima Lins Chavarem Matemática SC02 Matemática Especialização

Sidiney Zin Matemática REPR Matemática

Tatiana Machulak Inglês REPR Letras

Valdirene da Silva Monteiro Geografia REPR Pedagogia Especialização

Professores Educação Especial

Nome Função Vínculo Formação Pós Graduação

Janete Dal Santos Professora de Apoio QPM Pedagogia Especialização

Lucia de Cássia de Andrade Professora Sala Rec. Mult. QPM Pedagogia Especialização

Maria de Fátima Mendes Professora Sala Rec. Mult QPM Psicologia Especialização

Rene Roque Pereira Lopes Professor Interprete QPM Geografia Especialização

A direção, equipe técnica-pedagógica e de apoio está assim constituída:

DIREÇÃO

Nome Função Vínculo Formação

Vacilina Kovalski da Silva Diretora QPM História

Ivonete Terezinha de Lima Bueno Diretora Auxiliar QPM História

EQUIPE PEDAGÓGICA

Nome Função Vínculo Formação

Anita Terezinha Aguiar Mazur Pedagoga QPM Pedagogia

Edina Maria Maciel Correia Bertol Pedagoga QPM Pedagogia

Jucelia Castelari Pedagoga QPM Pedagogia

José Adilson Teixeira Coord. APEDS QPM Letras

AGENTE EDUCACIONAL I

Nome Função Vínculo Formação

Eva Aparecida Ferreira da Silva Agente Ed. I QFEB Profuncionário

Evandro Vujanski Agente Ed. I QFEB Ensino Médio

Ivone Daudt Colaços Rebequi Agente Ed. I QFEB Pedagogia/Profuncionário

Rosa Leandro Agente Ed. I QFEB Profuncionário

Rosangela D. Vaz Crensiglova Agente Ed. I QFEB Pedagogia

Roseni Batista de Lima Agente Ed. I QFEB História

AGENTE EDUCACIONAL II

Nome Função Vínculo Formação

Anderson Adriano Trojan Secretário QFEB Profuncionário

Carlos Homero Paim Agente Ed. II QFEB Profuncionário

Everli Padilha Agente Ed. II QFEB Ciências Contábeis

Juliano Korchak Agente Ed. II QFEB Bacharel Administração

Vagner Reciote Ribeiro Agente Ed. II QFEB Profuncionário

A equipe técnica-pedagógica e de apoio, juntamente com os professores (as) conta

ainda com a participação da comunidade por meio do Conselho Escolar e da APAF.

MEMBROS CONSELHO ESCOLAR

Nome Função

Vacilina Kovalski da Silva Presidente

1. Edina Maria Correia Bertol

Anita Terezinha Aguiar Mazur

Representante Equipe Pedagógica

Suplente

2. Claudete Dziubate

Tânia Mara Gabriel de Oliveira Costa

Represente do corpo docente – E.F

Suplente

3. Sirlei da Aparecida Kurcrevski

Marli do Nascimento Teixeira

Represente do corpo docente – E.M

Suplente

4. Anderson Adriano Trojan

Vagner Reciote Ribeiro

Representante Funcionários Ag. II

Suplente

5. Ivone Daudt Colaço Rebequi

Eva Aparecida Ferreira da Silva

Representante Funcionários Ag. I

Suplente

6. Maria Dilcélia Tizott

Idineusa Correia Rosa

Representante do corpo discente – E.F. e E.M.

Suplente

7. Evandro Vujanski

Juliano Korchak

Representane da APAF

Suplente

8. Aparecida Assunta D. Santelli

Adair Hey

Representante do comércio

Suplente

9. Vilson Carlos Jaskiv Kaluz

Irene Loures de Souza

Representante da Construção Civil

Suplente

10.Mauro Hitoshi Hirose

Elaine Loch

Representante da saúde

Suplente

MEMBROS DA APAF

Nome Função

Evandro Vujanski Presidente

André Cristiano Ferreira Vice - Presidente

Anderson Adriano Trojan 1º Secretário

Antônio Cândido 2º Secretário

Juliano Korchak 1º Tesoureiro

Valdemir Batista Mendes Abreu 2º Tesoureiro

Vagner Reciote Ribeiro 1º Diretor Sociocultural e Esportivo

Sérgio Euzébio 2º Diretor Sociocultural e Esportivo

Professora Tânia Mara Gabriel de Oliveira

Costa, Professora Zeli Maria Krause

Padilha, Alunos Valdeci Fabrício, Leandro

Bartko, Reginaldo Wilson Pereira, Aluna

Irene Rodrigues Magalhães.

Membros Colaboradores

SINOPSE DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES REALIZADAS OU EM

ANDAMENTO NO CEEBJA:

Revelando Almas de Poetas, os/as alunos/as do centro orientados/as pelo/a professor

(a) de Língua Portuguesa produzem textos poéticos, que vão integrar o livro “Revelando

Alma de Poeta” protagonizado pelo NRE.

Olimpíadas de Matemática (OBMEP) Evento de nível nacional que oportuniza os

educandos da rede pública participar de provas para evidenciar o conhecimento de

matemática.

Torneio de Futsal entre os alunos e funcionários do CEEBJA, realizado anualmente

no ginásio de Esporte, objetivando o lazer e a integração entre os participantes da comunidade

escolar.

Festa Junina evento tradicional aguardado pelos alunos tanto do Centro como das

APEDs, proporciona momentos de lazer entre os educandos e seus familiares, professores e

funcionários, quando são realizadas as atividades típicas dessas festas.

Noite Cultural realizada no dia 20 de novembro, quando todos os integrantes da

comunidade escolar tem a oportunidade de apresentar seus talentos e atividades que foram

desenvolvidas durante o ano letivo. Neste dia também são apresentadas as ações sobre a

cultura Afro Brasileira, Africana e as relações étnico-raciais desenvolvidas durante o ano

letivo.

Ciclo de palestras sobre diversos temas que enriquecem o processo pedagógico,

ministradas por docentes internos, externos ou participantes da comunidade em geral.

Exames de Suplência: Este estabelecimento escolar oferta Exames de Suplência,

atendendo ao disposto na Lei 9694/96, autorizado e credenciado pela SEED, por meio de

edital próprio, emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho (DET).

Os exames on-line também são disponibilizados para os candidatos que por algum

motivo, não puderam participar das provas convencionais na data marcada.

Formação continuada: A formação continuada dos professores(as) e equipe técnico

pedagógica, vem acontecendo através dos Grupos de Estudo aos sábados, Semana

Pedagógica, Grupo de Trabalho em Rede (GTR), PDE Programa de Desenvolvimento

Educacional, DEB Itinerante, NRE Itinerante, e Itinerante 2010, simpósios, encontros, cursos

presenciais e on-line nas disciplinas e temáticas relacionadas com os desafios educacionais

contemporâneos, mídias, educação fiscal entre outros.

PERFIL DO ALUNO

“Compreender o perfil do educando da EJA requer conhecer a sua história, cultura e

costumes, entendendo-o como um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum

momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais.

Entre esses fatores, destacam-se o ingresso prematuro no mundo do trabalho, a evasão ou a

repetência escolar”.

Nossos educandos são a partir de 15 anos para o Ensino Fundamental e a partir de 18

anos para o Ensino Médio, jovens, adolescentes, ou adultos que geralmente não possuem

uma história de escolaridade tranquila e regular, embora se tenha histórico de muitos casos de

sucesso, não é o vestibulando ou o aluno em busca de enriquecimento pessoal.

Os adolescentes que procuram o atendimento escolar do CEEBJA, nem sempre inicia

seu percurso de maneira tranquila. É o egresso do ensino regular que geralmente tem um

histórico de fracasso na vida escolar na modalidade anterior e acaba tendo menos chances de

concluir o E.F, ou o Médio, não por falta de incentivo ou trabalho pedagógico, mas não tem

maturidade como o jovem ou adulto para esta modalidade de ensino e tem um longo percurso

para reconhecer os benefícios da escolaridade, mesmo que tardiamente.

Há de se elencar também uma grande presença da mulher que, durante anos, sofreu e

ainda sofre as consequências de uma sociedade machista que a tem historicamente excluído

das oportunidades educativas. Além disso, é também na questão feminina que se manifestam

as contradições entre os direitos civis, políticos e sociais, à medida que as conquistas

femininas, não foram suficientes para superar aspectos da exploração econômica e moral que

marcam as relações de gênero em nossa sociedade.

Não poderíamos também deixar de considerar a presença de vários representantes da

população idosa tanto no CEEBJA como nas APEDs. A sociedade capitalista ao transformar

todos os sujeitos em mercadorias, reserva para esses sujeitos o estigma da improdutividade,

precisamos estar atentos em reconhecer o/a idoso(a) como sujeitos de conhecimento e de

cultura, para os quais o acesso à educação formal, mesmo em idades avançadas é um direito

vinculado à formação humana e, por isto inegociável. Ademais é preciso considerar o

patrimônio cultural dos idosos (as) de modo que as trocas intergeracionais possam se

constituir como mais uma mediação educativa na EJA.

Nossa escola por ser uma modalidade diferenciada das demais, onde o aluno pode

matricular-se no decorrer do ano em datas específicas, ele passa a ser um aluno com

frequência instável, ou seja, ele evade-se da escola a qualquer momento e também retorna a

qualquer momento, pois os motivos dessa evasão estão relacionados em sua maioria com

problemas de ordem social. Numa pesquisa realizada pelos professores do CEEBJA,

participantes do curso de formação do Governo Federal Pacto Nacional pelo Fortalecimento

do Ensino Médio, verificou que aproximadamente 58% dos alunos do sexo masculino

evadem-se por motivo de trabalho, seguido de outras questões como antipatia com algum

professor 3%, dificuldade de aprendizagem 13%, não gosta de estudar 13%, Mudança para

outro município 10%, falta de transporte escolar 10%, morar longe da escola 16%, seguidos

de outros motivos tais como: cuidar dos filhos, gravidez, casamento, doença. Já com as alunas

do sexo feminino o número de abandono relacionado com o trabalho é de 12%, antipatia com

algum professor 19%, dificuldade de aprendizagem 12%, não gostava de estudar 23%,

mudança ou falta de transporte escolar 16%, mora longe da escola 16%. Assim, como a vida

do nosso educando é instável, a EJA também é, isto significa que a ausência do nosso

educando por um longo período nem sempre representa um abandono definitivo, muitas

vezes, essa ausência é o tempo que ele está envolvido com um trabalho sazonal, e tão logo

termine, ele voltará, para cursar mais uma disciplina ou terminar aquela já iniciada. No ano

seguinte a história se repete e é assim que ele vai buscando estratégias de sobrevivência e de

escolarização. Logo presume-se que a EJA está para esses alunos assim como esses alunos

estão para a EJA. Portanto, se a EJA deixar de existir, serão essas pessoas que estarão sujeitas

a engrossar os números de semianalfabetos, marginalizados, tirando-lhes a oportunidade de

estudar pela falta de políticas públicas voltadas para essa parcela da população, as quais em

sua maioria, se não contar com o apoio socioeducativo dos nossos governantes, estarão de

maneira maquiada fora da escola. Outra questão que muitas vezes não é polemizada por

motivo relacionados à estrutura e burocracia, por parte dos órgãos competentes, é a

rotatividade dos nossos docentes, por motivo de não termos um quadro de funcionário estável,

todo ano, a escola fica na expectativa quanto ao preenchimento dessa demanda, onde muitas

vezes, são preenchidas por professores que estão iniciando seus trabalhos na área educacional

e esses ainda não têm experiência e muito menos perfil para trabalharem com toda essa

diversidade que compõe nossa classe discente, e isso não significa dizer que a escola é

preconceituosa, mas como observamos na pesquisa acima citada, uma parcela dos alunos

acabam tendo alguma forma de antipatia pelos professores ou alegam que não gostam da

disciplina, principalmente pelos docentes mais jovens e acabam desistindo.

Constata-se, também neste centro, o atendimento aos educandos com necessidades

educacionais especiais nas áreas de: Deficiência Intelectual, Auditiva, Visual, Neuromotora e

Transtornos Globais Específicos. Para esses educandos contamos com a Sala de Recursos

Multifuncional I, para o educando com deficiência neuromotora que é cadeirante e para um

aluno com Transtorno Funcional Específico, contamos com professoras de apoio permanente

e para o aluno com Deficiência Auditiva, professor de Libras.

Destaca-se a presença em nossa escola de educandos afrodescendentes, estes

representam no Brasil a maioria entre aqueles que não tiveram acesso, ou foram excluídos da

escola. Para estes que tiveram esse direito negado, a EJA, representa talvez a última tentativa

de escolarização, sendo assim é essencial observar o que preconiza a Lei 10.639/03, como

possibilidade de ampliar o acesso e a permanência desta população no sistema educacional,

visando a equidade social.

Enfim, conhecer mesmo que minimamente cada um desses sujeitos, bem como suas

necessidades, é um subsídio para a formulação de uma PPC, contendo estratégias para

superação dos problemas dentro da escola bem como enriquecê-la com outros conhecimentos

e valores que ampliem sua dimensão cultural, num movimento de valorização dessas

diversidades que compõe a EJA.

ANÁLISE CRÍTICA DOS PROBLEMAS EXISTENTES NA ESCOLA

Um dos mais sérios, senão o maior problema enfrentado pela EJA, é sem dúvida

alguma a evasão escolar. Muitos são os motivos que levam os educandos da EJA a

abandonarem a escola, entre eles destacam-se: a necessidade de trabalhar para o sustento da

família ou do seu próprio, a pobreza absoluta, os conflitos familiares (ciumes), a imaturidade

dos adolescentes, a distância da moradia da escola, a falta de transporte, etc. Os altos índices

de evasão devem-se também aos muitos fracassos vivenciados pelos alunos ao longo de sua

vida, e quando retornam aos bancos escolares sentem-se constrangidos, assumem que são

culpados pela situação indesejável em que se encontram, e neste momento é preciso muito

acolhimento, muita valorização. Assim como a vida do nosso educando é instável, a EJA

também é, isto significa que a ausência do nosso educando por um longo período nem sempre

representa um abandono definitivo, muitas vezes essa ausência é o tempo que ele está

envolvido com um trabalho sazonal, e tão logo termine, ele voltará, para cursar mais uma

disciplina ou terminar aquela já iniciada. No ano seguinte a história se repete e é assim que ele

vai buscando estratégias de sobrevivência e de escolarização.

Corpo docente: O maior problema em relação ao corpo docente é no momento do

ingresso do professor na Educação de Jovens e Adultos (EJA), ele geralmente não possui

formação específica, ou ainda, quando é necessária a substituição por um professor

temporário em período de licença, tratamento de saúde ou PDE, pois as especificidades da

EJA são muitas e leva um certo tempo para assimilar sobre as formas de atendimento,

metodologia, perfil dos alunos, enfim toda complexidade diferencial dessa modalidade de

ensino, decrescer a qualidade do ensino. Jamais um professor aligeirado ou motivado apenas

pela boa vontade conseguirá assimilar todos os conceitos e mediações que esta modalidade

requer.

PRESENÇA DOS ADOLESCENTES

Com o parecer nº 626/08 do CEE abriu algumas brechas para o ingresso de

adolescentes no segundo segmento do E.F na EJA, por conta disso o número de adolescentes

transferidos do regular para a EJA, mediante encaminhamento do Conselho Tutelar, teve um

grande acréscimo a partir do ano de 2010 e esta tendência permaneceu ainda mais forte a

partir de 2011, pois a instrução normativa nº 05/2010 do DAE (Diretoria de Administração

Escolar) libera a matrícula tanto para a sede como para as APEDs, para menores com no

mínimo 15 anos completos para o E.F, sem nenhuma restrição ou encaminhamento de

autoridade competente. E ainda, recebemos adolescentes encaminhados pelo Juiz da Vara da

Família, para cumprir medida socioeducativa com liberdade assistida.

A EJA como o próprio nome diz, trata-se de educação de jovens e adultos, portanto a

presença de adolescentes na EJA é algo que está em processo de assimilação pela comunidade

escolar. Natural é a presença desses educandos no ensino regular (juntamente com a família e

a sociedade como um todo) que deveria ter dado conta de sua escolarização, porém ele

ingressam na EJA indisciplinados, imaturos, com um histórico de frustrações em todos os

sentidos, com a defasagem idade/série devido às múltiplas repetências, e muitos outros

motivos.

Como dá para perceber, o CEEBJA acaba se tornando o escoadouro, para onde tudo

conflui, e por conta disso os problemas se alargam. Um dos maiores desafios em relação aos

adolescentes é a frequência escolar, ou seja, sua presença efetiva em sala de aula, estudando e

cumprindo a carga horária diária. O que se constata, mesmo com minucioso acompanhamento

de frequência, incentivo, busca de inserí-los na organização coletiva, trabalho com a família,

busca intensa de trabalho com o Conselho Tutelar e Patrulha Escolar entre outras ações

realizadas pelo coletivo escolar e principalmente pela equipe pedagógica e direção, com raras

exceções, é via de regra frequências esporádicas, irregulares sem nenhuma periodicidade.

Os pais são avisados da situação e muitas vezes, esses dizem que os filhos saem

religiosamente todos os dias dizendo que vão para a escola. Esta situação é preocupante pois

estes adolescentes ficando na rua estão se colocando em situação de risco e vulnerabilidade.

E a EJA desta forma acaba assumindo um problema, que o regular aparentemente

resolveu, só que na realidade o problema está longe de atingir resultados positivos e ainda

muitos casos agrava-se, pois dá a falsa impressão que estes sujeitos estão socialmente

cobertos pela educação formal.

MATERIAL DIDÁTICO

Em 2008 recebemos uma quantidade razoável da coleção caderno de EJA do

MEC/SECAD, porém devido ao seu formato multidisciplinar, poucos professores(as) os

utilizam.

No ano de 2011 um grande sonho se realizou pois o PNLD (Programa Nacional do

Livro Didático) pela primeira vez incluiu a EJA, fornecendo material didático da EJA Fase II

produzido especificamente para essa modalidade.

Para 2012 o Ensino Médio foi contemplado com o PNLD, porém os livros escolhidos

são os mesmos do Ensino Regular, uma vez que ainda não existia nenhuma editora no Brasil,

que tenha produzido livros didáticos para o Ensino Médio específico de EJA e só a partir de

2015 o Ensino Médio da EJA contará com material específico, porém a escolha do livro

didático ficou restrita a uma coleção, pois apenas um editora disponibilizou o material para a

Educação de Jovens e Adultos.

Ainda, enfrentamos o problema da falta de materiais específicos para o trabalho com

os alunos com deficiência. Visto que há um grande número de alunos atendidos na escola, a

direção e os professores necessitam providenciar com recursos próprios alguns materias

adaptados às necessidades dos educandos.

MARCO CONCEITUAL

O marco conceitual implica em definir e explicitar o conjunto de ideias, de opções e

teorias que orientarão a prática da escola. Portanto este é o momento de analisar em que

contexto o CEEBJA está inserido, para assim podermos definir e explicitar com que tipo de

sociedade a escola se compromete, qual sujeito ela buscará formar qual a sua intencionalidade

política, social, cultural e educativa.

“...A educação só pode se realizar através de mediações práticas que se desenvolvem a partir

de um projeto educacional, vinculado, por sua vez, a um projeto histórico e social e que a

instituição escolar é lugar por excelência desse projeto...”

Antonio Joaquim Severino

Pensar o papel político e pedagógico que a escola cumpre no interior de uma

sociedade historicamente situada, dividida em classes sociais, dentro de um modo de

produção capitalista, implica em reconhecer a educação como um ato político, que possui uma

intencionalidade e, contraditoriamente, vem contribuindo, ou para reforçar o modelo de

sociedade, sua ideologia, a cultura e os saberes que são considerados relevantes para os

grupos que possuem maior poder, ou para desvelar a própria forma como a escola se articula

com a sociedade e seu projeto político, constituindo-se num espaço emancipatório, de

construção de uma contra-ideologia, onde a cultura e os saberes dos grupos sociais que

historicamente tem sua história negada, silenciada, distorcida, esteja em diálogo permanente

com os saberes historicamente acumulados e sistematizados na história da humanidade.

Neste sentido, podemos afirmar que a educação, como trabalho não material, é

necessariamente intencional. Vincula-se a uma concepção de sociedade, de mulher e homem,

de cultura, de conhecimento. Para Vieira Pinto (2000), a educação é necessariamente

intencional. Não se pode formar um homem sem um prévio conceito ideal de homem. Este

modelo, contudo, é um dado de consciência e, portanto, pertence à consciência de alguém.

Reforça nesse sentido, a importância de compreender que o PPP traz as marcas da

concepção de mundo, humanidade e educação dos gestores das políticas públicas, dos

gestores de escola, dos educadores, uma vez que não existe neutralidade no fazer pedagógico.

A este respeito FREIRE afirma:

“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não ser neutra, minha

prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de

mim que escolha entre isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a

favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da

Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com concretude da prática

educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o

autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita

ou de esquerda. Sou professor a favor da lista constante contra qualquer forma de

discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou

professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na

fartura.”

(FREIRE, 1996, p.115).

Nesta direção é necessário pensar qual é o nosso projeto educacional para o CEEBJA

Casturina C. Bonfim, pois é este que lhe confere identidade. Projeto este que deverá estar

presente em todos os espaços e tempos escolares, pois é no todo de sua organização que a

escola assume e revela a sua função social na sociedade. Ela assume sua função não só

através dos conhecimentos sistematizados que socializa, mas pela experiência social, cultural

e intelectual que oportuniza ao educando, ao educador, ao gestor, aos funcionários, enfim a

todos.

Compreender o papel político da escola, a forma como ela contraditoriamente se

vincula a um determinado projeto de sociedade, é fundamental para discutir a importância e o

significado que o PPP assume na organização do trabalho pedagógico escolar.

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ÓTICA DO PROJETO

SOCIAL NEOLIBERAL.

Para ilustrarmos o projeto neoliberal de sociedade o qual transposta para a escola

trouxe muitas consequências, transcreveremos um fragmento do texto 1, analisado na semana

pedagógica de agosto 2010.

As tendências neoliberais, presentes no mundo moderno a partir da década de 90,

trouxeram como conseqüência para a escola o caráter empresarial, meritocrático, competitivo,

personificado na figura do diretor formado aos moldes do programa gerencialista de qualidade

total 1. O currículo, sob influência dessas tendências, foi organizado na lógica das

competências e habilidades propostas pela política federal e pelos bancos internacionais de

financiamento. A lógica neoliberal responsabiliza o sujeito individualmente sobre sua

condição econômica e social. Observamos isso no discurso que ouvimos, com certa

frequência, diretamente das pessoas e, indiretamente, nos meios de comunicação: - É pobre

porque não trabalha. – Não trabalha porque não quer. – Não aprende porque não se dedica. –

Fica doente porque não se cuida. – Reprova porque não estuda. Etc.

E, mais que isso, nessa lógica, coloca para a escola a obrigação de resolver os problemas

sociais, econômicos, ambientais, da saúde, do trânsito, da violência, etc. Problemas estes que

não foram criados por ela, mas que nela desembocam. Assim, a escola passa a ter que lidar

com estes problemas reais de tal modo que corre o risco de não conseguir dar conta de seu

papel primeiro, que é ensinar.

O TRABALHO PEDAGÓGICO NA ÓTICA DAS TEORIAS CRÍTICAS

O desvelamento da lógica neoliberal e seus condicionantes, revelada pelas teorias

críticas, como a Pedagogia Histórico Crítica (Saviani) Libertadora (Paulo Freire), a

Pedagogia Crítico Social dos Conteúdos (Libâneo) todas com base no filósofo italiano

Antonio Gramsci, vão sustentar que a escola deveria transmitir a todos que a ela teem acesso,

sem discriminação, o saber sistematizado e historicamente acumulado, necessário ao processo

de tomada de consciência, à emancipação e a formação do cidadão.

Estes dois breves conceitos, colocados de forma genérica tem o objetivo de ao

relembrarmos mesmo que superficialmente suas propostas, reafirmarmos nossa opção pelo

materialismo histórico dialético tendo em vista que esse método será o nosso leme, que nos

guiará em direção ao nosso projeto de escola, homem, mulher, mundo, sociedade, educação,

ensino-aprendizagem, tecnologia, avaliação, currículo, princípios didáticos pedagógicos,

vinculada à concepção da educação pública, aquela que expressa as necessidades daqueles/as

que dependem da educação escolar como via de acesso aos conhecimentos culturais,

universais, científicos, artísticos e filosóficos.

A FUNÇÃO SOCIAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

As Diretrizes Curriculares da EJA afirmam que “historicamente, a educação dos

diferentes grupos sociais de trabalhadores objetivou habilitá-los técnica, social e

ideologicamente para o trabalho, tratando a função social da educação de forma controlada

para responder às necessidades de produção”. (SEED -PR, 2006, p.28) afirma, também, que

“a fim de superar esta relação direta da educação com a demanda de trabalho, torna-se

fundamental compreender o sentido desse processo na vida dos educandos que não tiveram

acesso ou continuidade da escolarização na denominada idade própria”. (SEED p. 28). O

CEEBJA, concorda com essa perspectiva e assume que a finalidade da educação e a formação

de sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos, na perspectiva da formação humana, não

subordinada a fatores econômicos. Portanto o grande propósito da educação implica em

proporcionar aos trabalhadores e a seus filhos, a consciência e, em consequência, a motivação

que lhes permitiriam o engajamento em movimentos coletivos, visando tornar a sociedade

mais livre e igualitária.

Para que isso ocorra segundo Ramos 2008, torna-se fundamental possibilitar ao

educando trabalhador, apropriar-se do saber que fundamenta os processos de produção e se

inserir, de forma autônoma e emancipada nesses processos, como sujeito histórico-social

responsável pela construção do conhecimento e da riqueza social. Se, por um lado, a educação

restrita à dimensão econômica nega o princípio antológico de que o homem, em relação com a

natureza e com os outros homens, constrói sua própria existência, a educação como questão

de cidadania não pode ser concebida sem considerar essas relações sociais de produção e,

portanto, descoladas do plano da política e da economia ainda segundo Ramos 2008: É esta a

síntese, o horizonte perseguido no resgate da educação como direito nunca mais negado e

como processo permanente de aprimoramento do homem em todas as suas dimensões: Física,

intelectual, psíquica e social. Um processo de aprimoramento humano que seja, efetivamente

omnilateral, ou seja integral.

O RECONHECIMENTO DOS SUJEITOS DA EJA E DE SUA CENTRALIDADE NO

PROCESSO EDUCACIONAL EMANCIPATÓRIO.

De acordo com as Diretrizes curriculares para EJA 2006, o universo da EJA contempla

diferentes culturas que devem ser priorizadas no PPP e na prática docente. Nesse sentido,

segundo Soares (1986), o educando passa a ser visto como sujeito sócio-historicocultural,

com conhecimentos e experiências acumuladas. Cada sujeito possui um tempo próprio de

formação, com colaboração entre saberes locais e universais, a partir de uma perspectiva de

ressignificação da concepção de mundo e de si mesmo. Tendo em vista a diversidade destes

educandos, com situações socialmente diferenciadas, é necessário que a educação de Jovens e

Adultos proporcione seu atendimento aproveitando outras formas de socialização como

expressão de cultura própria.

Considerando-se o diálogo entre as diversas culturas e saberes é necessário retirar esta

modalidade de ensino de uma estrutura rígida pré-estabelecida, ou adequá-la a estruturas de

ensino já existentes, levando-se em conta suas especificidades.

A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, capaz de contemplar inovações

que tenham conteúdos significativos. Nesta perspectiva, há um tempo diferenciado de

aprendizagem e não um tempo único para todos bem como os limites de possibilidades de

cada educando devem ser respeitados. Portanto, é desafio deste Centro de educação dar ênfase

ao educando, atendendo suas necessidades individuais e construindo propostas viáveis para

que o acesso, a permanência e o sucesso nos estudos estejam assegurados.

Desta forma, a Lei nº 9394/96 incorpora uma concepção de forma mais ampla e abre

outras perspectivas para a educação de jovens e adultos, desenvolvida na pluralidade das

vivências humanas. Conforme aponta o artigo 1º da Lei vigente:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na

convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos

sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação escolar

deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social.

O educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a

compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura. Os jovens e

adultos passam a se reconhecer como sujeitos do processo, confirmando saberes adquiridos

para além da educação escolar, na própria vida, numa consistente comprovação de que esta

modalidade de ensino é uma forma de construir e se apropriar de conhecimentos para o

mundo do trabalho e para o exercício da cidadania, ressignificando as experiências sócio-

culturais trazidas pelos educandos.

A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do meio em que

vivem, sendo modificada conforme se alteram as relações sociais, diferenciando assim, uma

sociedade da outra pela produção do seu trabalho.

O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica, alterando o que é

necessário e desenvolvendo novas ideias. Dessa forma, por meio do pensamento crítico, o

educando pode desmistificar a divisão social do trabalho, como por exemplo, a divisão entre

trabalho manual e intelectual, conceitos opressores estabelecidos pelos modelos de

organização do sistema produtivo.

A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão social do trabalho

possibilitará ao educando da EJA melhor entendimento de sua relação com o mundo do

trabalho e com as demais relações sociais que permeiam o mundo atual.

Cabe ao processo educacional da EJA evidenciar possíveis mudanças que apontem

para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma base sólida de

formação científica e histórica, que ajudem os educandos a desenvolverem todas as suas

dimensões enquanto seres humanos. Assim , o conhecimento adquirido mantém-se inter-

relacionado com a sua vida, possibilitando-lhe interferir na sociedade, para transformá-la.

No transcorrer do processo educativo , a autonomia intelectual do educando deve ser

estimulada, para que o/a estudante possa dar continuidade aos seus estudos, independente da

educação formal. Cabe ao educador, incentivar esta busca constante pelo conhecimento

historicamente produzido pela humanidade, presente em outras fontes de estudo ou de

pesquisa. Esta forma de estudo individual é necessária, quando se trata da administração do

tempo de permanência deste educando no espaço escolar e é também importante na

construção da autonomia.

Com relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a EJA poderá

colaborar para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de forma crítica, viabilizando a

busca pelos direitos de melhoria de sua qualidade de vida. Além disso, contribuirá para que

eles compreendam as dicotomias e complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do

contexto global.

A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar,

ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola

será de mediação entre o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes

conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social.

A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante exercício com os

educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência da construção dessa autonomia

com a qual contribui a educação escolar. O exercício de uma cidadania democrática, pelos

educandos da EJA, será o reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com

base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça.

A educação de Jovens Adultos, enquanto processo educativo, tem um papel

fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à

emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

O tempo que este educando permanecerá no processo educativo da EJA terá valor

próprio e significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de caráter enciclopédico,

centrado mais na quantidade de informações do que na relação com o conhecimento. Quanto

aos conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade,

considerando sua dimensão sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, à ciência, às

novas tecnologias, dentre outros.

EIXOS ARTICULADORES DO CURRÍCULO NA EJA: CULTURA, TRABALHO

E TEMPO

A partir das reflexões durante o processo de elaboração das Diretrizes Curriculares

Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos, identificaram-se os eixos cultura, trabalho e

tempo como os que deverão articular toda ação pedagógico-curricular nas escolas. Tais eixos

foram definidos tendo em vista a concepção de currículo como um processo de seleção da

cultura, bem como pela necessidade de se atender ao perfil do educando da EJA.

A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e compõe

um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade social. (Willians,

1992). Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar sua dimensão histórica. No

terreno da formação humana, a cultura é o elemento de mediação entre o indivíduo e a

sociedade, e nesse sentido, possui um duplo caráter: remete o indivíduo à sociedade e é,

também, o intermediário entre a sociedade e formação do indivíduo. (Adorno, 1996).

A cultura compreende, portanto, “desde a mais sublime música ou obra literária, até as

formas de destruir-se a si mesmo, as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os

costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as formas

de trabalhar” (Sacristán, 2001, p.105). Como elemento de mediação da formação humana,

torna-se objeto da educação que se traduz, na escola, em atividade curricular. Desse modo,

podemos compreender o currículo como a porção da cultura – em termos de conteúdos e

práticas de (ensino, avaliação, etc.) - que, por ser considerada relevante num dado momento

histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada (Williams, 1984). De certa forma,

então, um currículo guarda estreita correspondência com a cultura na qual dele se originou, de

modo que ao analisarmos um determinado currículo, poderemos inferir não só nos conteúdos

que, explícita ou implicitamente, são vistos como importantes naquela cultura, como,

também, de que maneira aquela cultura, prioriza alguns conteúdos em detrimentos de outros,

isso é, podemos inferir quais foram os critérios de escolha que guiaram os professores,

administradores, curriculistas, etc, que montaram aquele currículo. (Veiga-Neto, 1995)

Se a cultura abarca toda produção humana, inclui também, o trabalho e todas as

relações que ele perpassa. O trabalho compreende, assim, uma forma de produção da vida

material a partir do qual se produzem distintos sistemas de significação. É a ação pela qual o

homem transforma a natureza e, nesse processo, transforma-se a si mesmo. É, portanto,

produção histórico-cultural que atribui à formação de cada novo indivíduo, também, essa

dimensão histórica. A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à

preocupação em preparar o trabalhador apenas para atender às demandas do industrialismo e

do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões relativas à produção e às suas

transformações técnicas (Arroyo, 2001). Os vínculos entre educação, escola e trabalho

situam-se numa perspectiva mais ampla, tendo em vista a constituição histórica do ser

humano, de sua formação intelectual e moral, sua autonomia de liberdade individual e

coletiva e sua emancipação.

Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a escola está

relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao contexto atual do mundo do

trabalho. No entanto, cada educando que procura a EJA apresenta, em sua particularidade, um

tempo social e um tempo escolar vivido no decorrer de sua vida, o que implica na

reorganização curricular, dos tempos e espaços escolares para atender o perfil daqueles que

buscam a sua emancipação.

Do ponto de vista da dimensão social, pode-se dizer que os educandos viveram e

vivem tempos individuais e coletivos, os quais compreendem os momentos da infância, da

juventude, da vida adulta, no contexto das múltiplas relações sociais.

Na dimensão escolar, o tempo de cada educando compreende um tempo definido pelo

período de escolarização e um tempo singular de aprendizagem, que no caso dos educandos

da EJA é bem diversificado, tendo em vista a especificidade dessa modalidade de ensino que

busca atender, ainda, o tempo de que o educando dispõe para se dedicar aos estudos.

O tempo e o espaço são aspectos da cultura escolar e, portanto, fazem parte da ação

pedagógica, uma vez que regulam e disciplinam educandos e educadores de formas

diferenciadas de escola para escola ou mesmo de sistema educacional para sistema

educacional.

A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo físico, o tempo

vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao calendário escolar organizado

em dias letivos, horas/aula e disciplinas que organizam e controlam o tempo da ação

pedagógica. O segundo, diz respeito ao tempo vivido pelo professor nas suas experiências

pedagógicas, nos cursos de formação, na ação docente propriamente dita, bem como o tempo

vivido pelos educandos nas experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo

que a organização escolar disponibiliza para a escolarização e socialização do conhecimento,

e ainda, o tempo de que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e

externos exigidos pelo processo educativo.

Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços escolares

preenchidos pelos educandos em toda ação educativa. A organização desses tempos e espaços

compreende características que devem ser entendidas como discursos que revelam, por

exemplo, um espaço autoritário ou um espaço democrático. Cabe destacar que a organização

dos tempos e dos espaços escolares interfere na formação dos educandos, seja para conformar

ou para produzir outras práticas de significação.

Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola, impõe estar atento à

dinâmica das relações sociais com o objetivo de “democratizar o saber, a cultura e o

conhecimento, bem como conduzir o educando a aprender o significado social e cultural dos

símbolos construídos, tais como as palavras, as ciências, as artes, os valores, dotados da

capacidade de propiciar-nos meios de orientação, de comunicação e de participação ”(Arroyo,

2001, p.144).

Cultura e conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais. Desse modo, o

currículo não pode ser pensado fora dessas relações. Nessa perspectiva, de acordo com Silva

(2000a, p. 13), o currículo, tal como a cultura, é compreendido como prática de significação, e

como tal, vinculado à prática produtiva, às relações sociais e de poder, enfim, uma prática que

produz identidades sociais.

Historicamente, a cultura curricularizada tem privilegiado uma forma mecânica e

instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que hierarquiza e fragmenta o

conhecimento, limita a possibilidade de uma aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto,

significativa.

Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na escola,

imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os educandos. É preciso rever a

cultura escolar em seus aspectos limitadores, como por exemplo, nas práticas formais de

planejamento que desconsideram a dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e

aprendizagem, nas aulas distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de

avaliação coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre a escola e a

comunidade, dentre outras.

O currículo, entendido como seleção da cultura, como processo ordenador da

socialização do conhecimento que engloba toda a ação pedagógica, é o principal elemento de

mediação da prática dos educadores e educandos. Por isso, a organização dos espaços, dos

tempos escolares e da ação pedagógica deve ser objeto de reflexão entre os educadores e

educandos para que o currículo seja significativo.

Nessa perspectiva, o currículo não é neutro e deve ser compreendido em suas três

dimensões: currículo formal ou prescrito, currículo vivo ou real e currículo oculto.

O currículo formal tem suas bases assentadas na regulação prévia estabelecida seja

pela escola, seja pelo sistema educacional. É o que se prescreve como intenção na formação

dos indivíduos.

O currículo real ou vivo, é aquele que acontece na sala de aula e produz e reproduz

usos e significados, por vezes, distintos das intenções pré-determinadas no currículo formal.

Nele se explicitam, com maior nitidez, as visões de mundo e as ações dos diferentes sujeitos

da prática educativa no espaço escolar.

O currículo oculto é inerente a toda e qualquer ação pedagógica que media a relação

entre educador e educando no cotidiano escolar, sem estar, contudo, explicitado no currículo

formal. Desde a organização do horário das aulas, a organização da entrada dos educandos na

escola, os métodos, as ideologias, a organização do espaço e do tempo, bem como todas as

atividades que, direta ou indiretamente disciplinam, regularizam por meio de normas as

atitudes, os valores e comportamentos do educandos.

Se o currículo orienta toda a ação pedagógica, ele deve expressar os interesses dos

educadores e educandos: o conhecimento necessário para a compreensão histórica da

sociedade; metodologias que deem voz a todos os envolvidos nesse processo; bem como uma

avaliação que encaminhe para a emancipação.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

A teoria que melhor atende aos três grandes passos do método dialético de construção

do conhecimento: prática – teoria – prática, entende Gasparin (2003 p.115), ser viável a

junção da concepção psicológica Histórico-cultural à teoria Histórico-crítica na realidade da

sala de aula.

Assim, com ênfase em Gasparin (2003-2005), descreveremos, resumidamente, os

cinco passos metodológicos dessa teoria evidenciando como entendemos que cada uma dessas

fases deve ser traduzida para a prática social.

AS CINCO ETAPAS DO MÉTODO DIALÉTICO

1 - PRÁTICA SOCIAL INICIAL

Saviani, apud Gasparin (2005) ao explicitar o primeiro passo de seu método

pedagógico afirma ser ele o ponto de partida de todo o trabalho docente. Evidencia que a

prática social é comum a professores e alunos. Consiste este passo, no primeiro contato que o

aluno mantém com o conteúdo trabalhado pelo professor. Sendo a visão do aluno, uma visão

de senso comum, empírica, geral, uma visão um tanto confusa, ou seja, sincrética, onde tudo

de certa forma, aparece como natural. Nesta fase, deve, então o professor, posicionar-se em

relação à mesma realidade de maneira mais clara e, ao mesmo tempo, com uma visão mais

sintética. A fim de conduzir o processo pedagógico com maior segurança e realizar o

planejamento de suas atividades antecipadamente. Ao dialogar com seus alunos sobre o tema

a ser estudado mostrará a eles o quanto já conhecem sobre o assunto, evidenciando, que a

temática desenvolvida em sala de aula, está presente na prática social, ou seja, em seu dia a

dia.

Sendo assim, a assimilação das características fundamentais de um conceito será muito

mais fácil para o aluno quando os traços definidores desse conceito se apresentarem com as

imagens visuais correspondentes.

2 – PROBLEMATIZAÇÃO

O segundo passo, constitui o elo entre a prática e a instrumentalização. “Trata-se de

detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social, e em consequência,

que conhecimento é necessário dominar” (Saviani, 1999, p.80).

A problematização é o elemento-chave na transição entre prática e teoria, torna-se

fundamental para o encaminhamento de todo o processo docente-discente.

Os principais problemas são as questões fundamentais que foram apreendidas

anteriormente pelo professor e alunos e que precisam ser resolvidos, não pela escola, ou na

escola, mas no âmbito da sociedade como um todo. A problematização é, então, o fio condutor

de todas as atividades que os alunos desenvolverão no processo de construção do

conhecimento.

3 - INSTRUMENTALIZAÇÃO

Esta fase, segundo Saviani (1991, p.103) consiste na apreensão, “dos instrumentos

teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social

(…) Apud Gasparin (2003, p.54), trata-se da apropriação pelas camadas populares das

ferramentas culturais necessárias à luta que travam diuturnamente para se libertar das

condições de exploração em que vivem”. É o momento do método que passa da síncrese a

síntese a visão do aluno sobre o conteúdo escolar presente em sua vida social.

A tarefa do professor e dos alunos, nesta fase, desenvolve-se através de ações didático-

pedagógicas necessárias à efetiva construção conjunta do conhecimento das dimensões

científica, social e histórica. Consiste em realizar as operações mentais de analisar, comparar,

criticar, levantar hipóteses, julgar, classificar, conceituar, deduzir, generalizar, discutir,

explicar, etc. Na instrumentalização o educando e o educador efetivam o processo dialético de

construção do conhecimento que vai do empírico ao abstrato chegando, assim, ao concreto, ao

realizável.

4 - CATARSE

Esta é uma fase em que o educando mostra que de uma síncrise inicial sobre a

realidade social do conteúdo que foi trabalhado, chega agora à síntese, que é o momento em

que ele estrutura, em nova forma, seu pensamento sobre as questões que o conduziram a

construção do conhecimento. Segundo Saviani (1999 p.80-81), “o momento catártico pode ser

considerado como ponto culminante do processo educativo, já que é aí que se realiza pela

mediação da análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da síncrise à síntese”. É

o momento que se assemelha a um grito de gol. É a conclusão de todo um trabalho, mas que

deverá continuar sempre em construção, através dos tempos e de novos conhecimentos.

5 - PRÁTICA SOCIAL FINAL

Conforme Saviani (1999, p.82), a prática social inicial e final é a mesma, embora não

o seja. É a mesma enquanto se constitui “o suporte e o contexto, pressuposto e o alvo, o

fundamento e a finalidade da prática pedagógica. E não é a mesma, se considerarmos que o

modo de nos situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediação da ação

pedagógica...”. Professor e alunos se modificam intelectualmente e qualitativamente em

relação as suas concepções sobre o conteúdo que reconstruíram, passando de um estágio de

menor compreensão científica, social e história a uma fase de maior clareza e compreensão.

Essa proposta de trabalho pode referir-se tanto as ações intelectuais, quanto aos

trabalhos manuais físicos. A prática social final é assim, o momento da ação consciente do

educando dentro da realidade em que vive. É uma proposta metodológica de apropriação e de

reconstrução do conhecimento sistematizado buscando evidenciar que todo o conteúdo que é

trabalhado na escola e pelo aluno, através do processo pedagógico, retorna agora, de maneira

nova e compromissada, para o cotidiano social a fim de ser nele um instrumento a mais na

transformação da realidade. Seus passos, aqui apresentados, embora de formal, aparecem

como se fossem independentes e estanques , mas na realidade prática eles constituem um todo

indissociável e dinâmico, onde cada fase interpreta as demais. Assim, a prática social inicial e

final é conteúdo reelaborado pelo processo escolar. A problematização, a instrumentalização

e a cartase são os três passos de efetiva construção do conhecimento na e para a prática social.

Segundo Gasparin (2003), o primeiro passo da pedagogia histórico-crítica diz respeito

ao nível de desenvolvimento real do educando; prática social inicial; o segundo, constitui o

elo entre a prática social e a instrumentalização; é a problematização; o terceiro, relaciona-se

às ações didático-pedagógicas para a aprendizagem; instrumentalização; o quarto, a expressão

elaborada da nova forma de entender a prática social; cartase; é o quinto e último, ao nível de

desenvolvimento atual do educando; prática social final. Sendo que os três passos

intermediários compõem a zona de desenvolvimento atual do educando, (Vygotsky, 1991).

MÉTODO MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO

AVALIAÇÃO

No contexto de uma cultura avaliativa classificatória e excludente, faz-se necessário

repensar se, no discurso de uma “escola libertadora”, esta concepção está contemplada em sua

prática, ou seja, se a escola ainda utiliza os conselhos de classe com o único objetivo de

aprovação e reprovação, se as provas são feitas para mediação e atribuição de notas,

privilegiando apenas a memorização. Todo o processo avaliativo que a escola pratica está

fundamentado em uma concepção teórica que a comunidade escolar necessita ter clareza da

mesma, para não dicotomizar discurso e prática.

Mudar a forma de avaliação, pressupõe mudar também a relação ensino-aprendizagem

e a relação educador-educando, tendo em vista que esta mudança, para muitos, pressupõe a

perda de poder. Os educadores que ainda estão presos a essas concepções e se utilizam da

coerção por meio da avaliação confundem o silêncio e a submissão do educando com

aprendizagem e reforçam a permanência de uma sociedade excludente e seletiva.

Diante disso, Vasconcelos (1993, p.45) nos instiga a repensar o fazer pedagógico,

quando afirma que as “novas ideias abrem possibilidades de mudanças, mas não mudam. O

que muda a realidade é a prática”.

É preciso construir uma nova cultura avaliativa, que propicie à escola questionar o seu

papel e comprometer-se com a construção e socialização de um conhecimento emancipatório.

A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo,

diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de ensino-

aprendizagem.

Segundo Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso pedagógico útil e

necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca e na construção de si mesmo

e do seu melhor modo de ser na vida.

Na relação dialética, presente na avaliação, o educando confronta-se com o objeto do

conhecimento, que o levará a participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Assim, o erro

no processo ensino-aprendizagem assume caráter mediador, permitindo tanto ao educando

como ao educador rever os caminhos para compreender e agir sobre o conhecimento, sendo

um ponto de partida para o avanço na investigação e suporte para a internalização.

O erro serve para direcionar a prática pedagógica, assumindo papel diagnóstico e

permitindo aos envolvidos no processo, a percepção do conhecimento construído. Com isso,

descaracteriza-se o processo de controle enquanto instrumento de aprovação ou reprovação.

Por outro lado, o acerto desencadeia no educando ações que sinalizam possibilidades de

superação dos saberes apropriados para novos conhecimento.

Nessa perspectiva, é necessário repensar os instrumentos de avaliação, reavaliá-los

ressignificá-los para que, de fato, possam atingir seus objetivos, ou seja, que tenham

significado para o educando, que não exijam somente memorização ou conteúdo específico

para uma prova, que sejam reflexivos, relacionais e compreensíveis.

Os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida real,

realizando a avaliação a partir das experiências acumuladas e das transformações que

marcaram o seu trajeto educativo. A avaliação será significativa se estiver voltada para a

autonomia dos educandos.

A avaliação perpassa e é perpassada pelo coletivo da escola e possibilita a indicação de

caminhos mais adequados e satisfatórios para a ação pedagógica. Em outras palavras, a

avaliação não pode ser um mecanismo para classificar, excluir ou promover o aluno, mas um

parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores

para o seu replanejamento.

Assim, a prática avaliativa deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de

avaliar como objeto de punição, estabelecendo-se uma nova perspectiva, marcada pela

autonomia do educando. Como afirma Vasconcelos:

O professor que quer superar o problema da avaliação precisa, a partir de uma autocrítica:

abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; rever a

metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de

vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar

uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.

(VASCONCELOS, 1994, p.54)

A avaliação não pode ser um processo meramente técnico, porém avaliar exige o

domínio de conhecimentos e técnicas com a utilização, dentre outros, de critérios claros e

objetivos.

O sistema educacional deve ser orientado para se constituir, cada vez mais, como

agente concretizador de mudanças, e essas devem estar comprometidas com os interesses das

classes populares, as quais buscam uma progressiva autonomia com participação,

preocupando-se especialmente em não corroborar com o processo excludente.

Com o objetivo de refletir sobre a prática de avaliação atual é necessário um olhar

crítico e uma projeção de metas definidas pela comunidade escolar, dentro de um processo

gradual de mudanças, que tenham como fim o aperfeiçoamento da avaliação escolar, devendo

se respeitar os tempos individuais e a cultura de cada educando para que, com isso, ele seja

sujeito nas relações sociais, essa expectativa de reformular a prática de fato e de direito,

necessita algumas reflexões no tocante ao que se tem e ao que se almeja conseguir.

Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e reconhece as

diferenças, propõe-se refletir sobre a flexibilização da proposta de avaliação para que a

mesma possa contemplar as necessidades de todos os educandos.

Assim o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e deve estar

voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social

da EJA, isto é, seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia.

MARCO OPERACIONAL

O marco operacional consiste no momento em que se procura pensar estratégias,

linhas de ação, normas, ações concretas permanentes e temporárias para responder às

necessidades apontadas a partir do diagnóstico tendo por referência a intencionalidade

assumida.

A intencionalidade assumida pelo CEEBJA – Casturina C. Bonfim, expressa-se

resumidamente nos conceitos elencados nos itens abaixo e indica concomitantemente algumas

linha de ação para sua implementação, na prática pedagógica ou na práxis geral da escola.

Trabalho, educação e função social da escola.

A categoria trabalho, deve ser compreendida como princípio de trabalho educativo por

excelência, haja vista ser por meio do trabalho que: compreendemos a função social da escola,

nos mantemos vivos, produzimos a riqueza e nossa própria existência. Ter o trabalho como

princípio educativo implica referir-se a uma formação baseada no processo histórico e

antológico de produção da existência humana. Por isto, os processos de produção como

dissemos anteriormente, seja de bens e serviços, seja cultura, ou de satisfação de necessidades

cotidianas, podem ser o objeto em torno do qual se faça a seleção dos conteúdos de ensino,

promovendo-se entre os professores e, posteriormente, com os alunos, sua análise em

múltiplas dimensões. O método Histórico-dialético já explicitado no marco conceitual é o

que melhor responde na aplicação dessa teoria.

Dentro dessa concepção trabalho como princípio educativo se define o papel da escola

em relação à transmissão do conhecimento.

Segundo Michael Young (2007, p.04) para sabermos qual é a função da escola, basta

sabermos responder essa pergunta: “Para que servem as escolas?” Se conseguirmos responder

mesmo que de forma simplista que: as escolas capacitam ou podem capacitar jovens a

adquirirem o conhecimento que para a maioria deles, não pode ser adquirido em casa ou em

sua comunidade, e para adultos, em seus locais de trabalho. Isso não quer dizer que o

conhecimento empírico e espontâneo dos educandos deve ser desconsiderado, este deve ser o

ponto de partida do trabalho pedagógico.

É compromisso das escolas e particularmente deste CEEBJA, não permitir que o aluno

permaneça no mesmo nível (compreensão e visão de mundo) de quando iniciou o processo de

aprendizagem, pois sua prática social precisa ser compreendida reelaborada pela via do

conhecimento real. Cabe portanto à escola, através da ação docente fazer a passagem, como

nos diz Saviani, do senso comum ao conhecimento mais elaborado sobre a realidade. Isso é

garantir o acesso ao conhecimento.

O professor, enquanto detentor dos fundamentos do conhecimento científico, cabe o

papel de mediador, ou seja, de desenvolver procedimentos adequados para viabilizar a

apropriação desse conhecimento pelo aluno.

Para que isso se efetive, (e se isso realmente for efetivado, estamos garantindo a

função social da escola), é preciso que o professor domine consistentemente os fundamentos

da própria prática pedagógica, e assim viabilizar o método e as estratégias mais pertinentes

para o processo de ensino-aprendizagem e que melhor promovam a participação ativa dos

alunos (Klem, s.d., p.15)

Portanto, tomar o trabalho como princípio educativo implica – através do

conhecimento – possibilitar a compreensão das contradições da sociedade capitalista, seus

processos de exclusão e exploração das relações de trabalho e instrumentalizar o sujeito para

agir de forma consciente sobre sua prática social no sentido de cumprir e fazer cumprir seus

direitos. (SEED, 2010)

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO – PROPOSTA PEDAGÓGICA

CURRICULAR, PLANO DE TRABALHO DOCENTE E PLANO DE AÇÃO DA

ESCOLA.

Planejar o ensino é algo muito amplo e abrange a elaboração, execução e avaliação de

planos de ensino.

A proposta pedagógica curricular é parte integrante do PPP, se constitui de um

documento que fundamenta e sistematiza a organização do conhecimento no currículo, os

fundamentos conceituais, metodológicos e avaliativos de cada disciplina da Matriz

Curricular, bem como os conteúdos de ensino nela dispostos de acordo com as DCEs por

nível e modalidade.

A PPC e as DCEs são subsídios para a elaboração do PTD, que representa a

operacionalização do que foi planejado no PPP.

O Plano de Trabalho Docente é expressão da PPC, a qual por sua vez expressa o PPP.

O PTD é a representação escrita do professor, ele contempla o recorte do conteúdo

selecionado para um dado período (bimestral, trimestral ou semestral), de acordo com o

sistema de avaliação do estabelecimento de Ensino.

O PTD se constitui nos conteúdos de ensino, na justificativa ou objetivos dos

conteúdos previstos (intencionalidade), nos encaminhamentos metodológico e nos critérios e

instrumentos de avaliação. E através do PTD materializado no trabalho pedagógico que a

escola cumpre a sua função.

Hora atividade é o período reservado para a formação dos docentes, por meio da

realização de estudo, planejamento, elaboração de atividades e instrumentos avaliativos que

promovam a melhoria da prática pedagógica. Neste Centro de Educação pretende-se

implantar a partir do próximo ano (2011) a hora atividade coletiva, e concentrada (4 horas

semanais em contra turno) as demais horas podem ser realizadas durante a semana em horário

normal. A adoção dessa organização significará o retorno de uma prática histórica do

CEEBJA que foi interrompida em 2009, por conta de alguns motivos que inviabilizaram a

continuidade dessa prática naquele momento, mas que agora acreditamos ser possível a sua

retomada. A hora atividade coletiva e concentrada fez muita falta, pois a escola perdeu a

oportunidade de discutir e planejar suas ações coletivamente.

Além da hora atividade concentrada, o trabalho coletivo também se dará nas demais

reuniões pedagógicas, previstas em calendário, de modo a possibilitar a construção de uma

prática pedagógica que envolvendo professores, direção, equipe pedagógica e agentes

educacionais, aponte para uma mesma direção, ou seja um ensino de qualidade.

O professor pedagogo responde pela mediação, organização, integração e articulação

do trabalho pedagógico. A equipe pedagógica deve garantir a efetivação de um projeto de

escola que cumpra com sua função social, pedagógica e política. Portanto ao pedagogo dar

suporte teórico-metodológico ao trabalho docente com relação aos aspectos da prática

pedagógica que ocorre neste estabelecimento de ensino.

PLANO DE TRABALHO DOS PEDAGOGOS

Equipe Pedagógica responsável pela coordenação, implantação e implementação no

estabelecimento de ensino, das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político

Pedagógico e no Regimento Escolar, em consonância com a política de Estado da Educação.

É o pedagogo que responde pela mediação, organização, integração e articulação do trabalho

pedagógico, cabe a ele traçar estratégias de ação que favoreçam a atuação em grupo, de forma

a diagnosticar a situação da escola, propondo encaminhamentos para melhoria no processo de

ensino aprendizagem, assessorando o trabalho pedagógico de forma dialética possibilitando

tanto o avanço docente quanto discente. Garantindo a efetivação de um projeto de escola que

cumpra com sua função social, pedagógica e política.

OBJETIVO GERAL:

Organizar, articular e coordenar o trabalho pedagógico, bem como viabilizar a

implementação das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político Pedagógico e no

Regimento Escolar em consonância com a política de Estado da Educação.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Construir e acompanhar um processo pedagógico baseado nos princípios e

ações da Gestão Democrática;

Possibilitar o desenvolvimento de uma convivência harmoniosa entre os

segmentos da comunidade escolar, pautada na justiça, diálogo, respeito e valorização

das individualidades;

Orientar e acompanhar a construção coletiva e a efetivação da Proposta

Curricular e do Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino visando o

desenvolvimento da função social da escola e a especificidade da educação escolar;

Elaborar, coordenar e apoiar projetos que promovam a interação escola e

comunidade.

AÇÕES E COMPETÊNCIAS:

Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político

Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;

Orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma

perspectiva democrática;

Participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico escolar,

no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar;

Coordenar a construção coletiva e a efetivação da proposta pedagógica curricular do

estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da SEED e das

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

Orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo

de professores do estabelecimento de ensino;

Acompanhar o trabalho docente, quanto às reposições de horas aula aos discentes;

Promover e coordenar juntamente com a direção, reuniões pedagógicas e grupos de

estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico

visando à elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para

todos;

Participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do

estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a realização e o

aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do

estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência,

debates e oficinas pedagógicas;

Organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de maneira a

garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;

Proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear um

processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas a

promover a aprendizagem de todos os alunos;

Coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar,

garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;

Participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento, subsidiando

teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e

efetivação do trabalho pedagógico escolar;

Coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais,

equipamentos de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto Político Pedagógico do

estabelecimento de ensino;

Participar do processo de aquisição de livros, revistas, fomentando ações e projetos de

incentivo à leitura;

Propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua participação

nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;

Coordenar o processo democrático de representação docente e discente de cada turma;

Acompanhar os estagiários das instituições de ensino superior quanto às atividades a

serem desenvolvidas no estabelecimento de ensino;

Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de

discriminação, preconceito e exclusão social;

Coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do

estabelecimento de ensino;

Acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

Participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;

Orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-

pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de classificação,

reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão parcial, conforme

legislação em vigor;

Organizar as reposições de aulas, acompanhando junto à direção as reposições de dias,

horas e conteúdos aos discentes;

Orientar, acompanhar e vistar periodicamente os Livros de Registro de Classe;

Organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;

Organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos profissionais

do estabelecimento de ensino;

Acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos, realizando

contato com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento

integral;

Acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e encaminhando-

os aos órgãos competentes, quando necessário;

Acionar serviços de proteção ao adolescente, sempre que houver necessidade de

encaminhamentos;

Orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades

educativos especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares e no

processo de inclusão na escola;

Manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos com

necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e trocas de

experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação Especial e

ensino regular;

Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos, pais

e demais segmentos da comunidade escolar;

Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

Elaborar seu Plano de Ação;

Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

MÊS PROPOSTA DE TRABALHO

JANEIRO Planejamento da capacitação de fevereiro;

Distribuição das atribuições legais aos pedagogos

Organização do espaço pedagógico.

FEVEREIRO Organização das turmas e do espaço pedagógico;

Estudo do PPP e Regimento da Escola;

Capacitação e planejamento com os professores seguindo

o cronograma da SEED;

Estudo com os alunos dos Direitos e Deveres contidos no

Regimento Escolar;

Organização de materiais didáticos, armários, gavetas,

entre outros;

Recepção dos alunos e pais;

Início da organização de funcionamento da Sala de

Recursos;

Organização e acompanhamento da Hora Atividade do

professor (em todos os meses seguintes);

Organização Aula Inaugural;

MARÇO Recebimento e análise dos Planos de Trabalho e das

Propostas Pedagógicas Curriculares;

Análise e correções pertinentes dos PTD;

Reunião com os pais para orientações gerais sobre o

andamento do ano letivo;

Conversa e orientações com a professora da Sala de

Recursos e acompanhamento de frequência;

Preenchimento da FICA e relatório mensal (em todos os

meses seguintes);

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

ABRIL Organização da Equipe Multidisciplinar;

Replanejamento;

Formação em ação;

Acompanhamento pedagógico nos projetos da Escola ;

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

MAIO Elaboração e aplicação do Plano de Abandono da Brigada

Escolar;

Organização do evento do Grêmio Estudantil;

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

JUNHO Organização e realização de Reunião pedagógica;

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

JULHO Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

Término do 1º semestre;

Início das aulas do 2º semestre;

Organização do encontro de Replanejamento e Formação

Continuada ;

Organização e realização da Semana Pedagógica;

AGOSTO Recebimento e análise dos Planos de Trabalho Docente do

segundo semestre;

Primeira fase da OBMEP;

Visto nos Livro Registro de classe;

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

SETEMBRO Reunião Pedagógica;

Aplicação Plano de Abandono;

Participação do Desfile Cívico;

Formação em Ação;

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

OUTUBRO Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

Segunda fase da OBMEP;

NOVEMBRO Inicio da organização do evento de socialização das

atividades da Equipe Multidisciplinar;

2ª Mostra Cultural, Cientifica, Artística e Literária do NRE

Atendimento e orientações a pais e alunos;

Atendimento e orientações a professores;

DEZEMBRO Organização de formatura dos alunos;

Visto dos Livros Registro de Classe;

Envio de Relatórios ao NRE;

Término do ano letivo.

GESTÃO ESCOLAR

Segundo Paro (2008), a especificidade da gestão escolar só pode dar-se pela oposição

a administração capitalista, pois em termos políticos, o que possa haver de próprio de

específico numa Gestão Escolar voltada a transformação social, tem de ser necessariamente

antagônico ao modo de administrar a empresa, visto que tal modo de administrar serve a

propósitos conservadores e elitista.

PLANO DE AÇÃO DO DIRETOR

Objetivos:

Acreditar e lutar pela educação como direito de todos;

Aprofundar as bases e fundamentos teóricos que sustentam a prática;

Reconhecer e valorizar os profissionais da educação;

Manter e gerenciar o espaço escolar e seu patrimônio;

Implantar e implementar a gestão democrática na escola;

Articular o micro e o macro sistema educacional;

Fazer a leitura dos dados dos dados e números educacionais;

Administrar o uso das tecnologias da informação e comunicação;

Administrar conflitos;

Planejar e avaliar o processo educacional;

Cumprir e fazer cumprir a legislação vigente;

Acompanhar a implementação do PPP da escola.

A partir desses objetivos, a direção juntamente com o Conselho Escolar desenvolverá

um plano de trabalho visando sua implementação, através dessas ações.

O Conselho Escolar - É a instância máxima de decisão da escola e na escola, é

formado pelos diferentes segmentos, respeitando o princípio da representatividade e da

proporcionalidade. Com isso, o Conselho Escolar passa a ter legitimidade para deliberar,

fiscalizar, avaliar, e ser consultado pela comunidade escolar (o Conselho Escolar é regido por

estatuto próprio aprovado por 2/3 de seus integrantes).

A APAF – Associação de Professores Alunos e Funcionários do CEEBJA, é um órgão

de representação dos alunos, professores e funcionários do estabelecimento de ensino, sem

caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os

seus dirigentes e conselheiros, sendo constituída por prazo determinado ( a APAF é regida por

estatuto próprio).

A Avaliação da aprendizagem – está expressa detalhadamente no regimento escolar

aprovado pelo NRE. Ela é processual e não pontual, ou seja a avaliação processual tem antes

de tudo, o objetivo de diagnosticar o que se aprendeu ou não para enfim proceder a retomada

dos conteúdos, a recuperação de estudos e, consequentemente, a reavaliação. As não são o fim

último, o fim é a aprendizagem. Compor nota, portanto, é uma responsabilidade do professor,

sobre a qual está toda uma compreensão da concepção de avaliação, de ensino-aprendizagem,

bem como da própria educação. A luz desse conceitos da PPC, do PTD e Regimento Escolar,

certamente nos fornecerão fundamentos e critérios necessários para bem avaliar ou

redimensionar nossas práticas avaliativas.

Educação Especial – A Educação Especial na EJA, contempla também, o

atendimento a educandos com necessidades educativas especiais, inserindo estes no conjunto

de educandos da organização coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o

acesso, a permanência e êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em se

encontram individualmente estes educandos. É importante destacar que “especiais” devem ser

consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para

remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos. Desse modo,

desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do especial atribuído à

educação. Mesmo que os educandos apresentem características diferenciadas decorrente não

apenas de deficiências mas, também de condições socioculturais diversas e econômica

desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente

oferecidos pela educação escolar. Para garantir esse direito contamos com duas professoras

especializadas em Educação Especial, sendo uma por turno, as quais também elaboraram um

plano de ação, que está sendo desenvolvido na perspectiva da inclusão, assegurando o direito

a igualdade com equidade de oportunidades, garantindo os apoios e serviços especializados

para que cada um aprenda resguardando suas singularidades.

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as

estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem

e participação de todos os alunos.

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do

especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem características

diferenciadas decorrente não apenas de deficiências mas, também de condições sócio-

culturais diversas e econômica desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados

daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.

Para garantir esse direito contamos com duas professoras especializadas em Educação

Especial, sendo uma por turno, as quais também elaboraram um plano de ação, que está sendo

desenvolvido na perspectiva da inclusão, assegurando o direito a igualdade com equidade de

oportunidades, garantindo os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda,

resguardando-se suas singularidades.

AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS – APEDS

O CEEBJA Casturina C. Bonfim, desenvolve ações pedagógicas descentralizadas,

efetivadas em locais de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e

necessidades próprias, as APEDs orientam-se pelo mesmo PPP e Regimento Escolar. Para a

efetivação e acompanhamento pedagógico das APEDs, contamos com uma coordenadora

itinerante, que atua mediante operacionalização deste plano de ação:

PLANO DE AÇÃO DAS APEDS

COORDENAÇÃO ITINERANTE

AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

À Coordenação Itinerante cabe a função de zelar pedagógica e burocraticamente pelo

cumprimento do direito à educação a todas as pessoas que não tiveram acesso ao Ensino

Fundamental e/ou Médio e que procuram a modalidade de Educação de Jovens e Adultos

para concluir sua escolarização básica.

É função da coordenação itinerante:

Organizar o cronograma de oferta de disciplinas nas turmas de Ações Pedagógicas

Descentralizadas (APEDs);

Solicitar à direção do estabelecimento de ensino a abertura de demanda de professor e

de alunos para as APEDs;

Orientar lideranças comunitárias quanto aos procedimentos quando há existência de

demanda;

Acompanhar o funcionamento “in loco” de Ações Pedagógicas Descentralizadas;

Fazer reuniões com assuntos pedagógicos e burocráticos com as/os docentes,

periodicamente;

Interagir com as/os estudantes para conhecer as suas realidades e assegurar-lhes a

garantia do cumprimento do direito à educação e do dever do Estado em oportunizar a

quem tiver interesse;

Dar suporte pedagógico a professoras/es em suas disciplinas;

Acompanhar pelo Plano de Trabalho Docente a observância das Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná;

Zelar pelo cumprimento do calendário escolar, dos dias letivos e horas-aula exigidos

para cada disciplina;

Pesquisar e fornecer materiais didáticos a professoras/es para enriquecimento

curricular;

Impulsionar a reflexão constante entre docente e discente sobre os Desafios

Educacionais Contemporâneos: Educação Ambiental, Enfrentamento à Violência na

Escola; Prevenção ao uso indevido de drogas; Educação Fiscal;

Orientar ações e acompanhar o cumprimento das leis 10.639/03 e 11.645/08;

Orientar e vistar os Livros Registros específicos para a Educação de Jovens e Adultos;

Organizar grupos de estudos para reflexão de temas pertinentes à Educação de Jovens

e Adultos;

Promover a superação de formas de discriminação, preconceito e exclusão social;

Reiterar a observância das estratégias para erradicação de todas as formas de

discriminação, incluindo a de gênero e orientação sexual;

Organizar o trabalho pedagógico durante a hora-atividade;

Acompanhar o rodízio de professoras/es nas APEDs.

DIVERSIDADE/DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Segundo dados do IDEB /2009, observa-se a elevação no índice de matrículas nas

escolas públicas do Paraná, no entanto, ao se analisarem os dados de evasão escolar, percebe-

se o grande desafio de incluir a todos. Nessa perspectiva, assumimos o compromisso político

e social de garantir a todas e todos o direito ao acesso à escolarização e ao saber sistematizado

historicamente. Na análise dos dados das pesquisas educacionais constata-se que são as

populações do campo, faxinalenses, agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários,

quilombolas, acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, negras e negros, povos indígenas,

ciganos, jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e

transexuais, historicamente excluídos do processo educacional, restando para estes sujeitos a

EJA, como última esperança de inclusão. Sendo assim a nossa responsabilidade com estes

sujeitos torna-se maior, porque se a EJA, também o excluir, não restará nenhuma alternativa

possível para esses sujeitos que independentemente do nosso preconceito ou pré-julgamento,

são pessoas portadoras de direitos, e no caso da educação: direito subjetivo.

Entendemos que é no PPP da escola que essas questões devem estar presentes,

devendo ser pautadas e debatidas constantemente, pois cada vez mais torna-se imprescindível

o respeito e o reconhecimento recíprocos dos indivíduos e grupos que convivem nos mesmos

espaços. Entretanto, percebe-se que é muito mais fácil chegarmos a um consenso sobre a

necessidade do respeito às diferenças entre os humanos, do que termos, de fato, uma prática

cotidiana de respeito aos seres humanos que consideramos diferentes. “Os indivíduos e

grupos sociais que estão no poder, com acesso privilegiado aos bens materiais, às

manifestações culturais e à educação escolar de qualidade, e que assim garantem o seu

conforto narcisista, não concedem gentilmente uma redistribuição dos recursos que

concentram para si” (Alencar, 2010, p.3)

Para que exista o respeito à diversidade e a diferença na escola é necessário aceitarmos

que as pessoas que nela interagem tem interesses, visões de mundo e culturas diferentes e

nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência, e da beleza. Assim para que

todos façam concessões e tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados

no espaço público da escola, são necessárias negociações permanentes. Para que esses

conceitos saiam do plano teórico e comecem a se configurar no campo da prática, a equipe

multidisciplinar do CEEBJA elaborou este plano de ação, que tem por objetivo a

implementação da Lei 10.639/03 e 11.645/08, e outras questões relacionadas às demais

diversidades.

Pensando no currículo e no trabalho relacionado ao respeito aos desafios

socioeducacionais contemporâneos, no aspecto legal, a Lei nº 10.639/03, e a lei e 11.645/08

inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura

Afro Brasileira e Indígena”. A legislação prevê que o conteúdo programático inclua a “história

da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na

formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,

econômica e política pertinente à História do Brasil” e a inclusão, no calendário escolar, do

dia 20 de Novembro, aniversário de morte de Zumbi dos Palmares.

A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos

currículos da Educação Básica trata-se de decisão política, com fortes repercussões

pedagógicas, inclusive na formação de professores. Com esta medida, reconhece-se que, além

de garantir vagas para negros nos bancos escolares, é preciso valorizar devidamente a história

e cultura de seu povo, buscando reparar danos, que se repetem há cinco séculos, à sua

identidade e a seus direitos. A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura

afro-brasileira e africana não se restringe à população negra, ao contrário, dizem respeito a

todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma

sociedade multicultural e pluriétnica, capazes de construir uma nação democrática.

É importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de

raiz europeu por um africano, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a

diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira. Nesta perspectiva, cabe às escolas

incluir no contexto dos estudos e atividades, que proporciona diariamente, também as

contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além da

de raiz africana e europeia. É preciso ter clareza que o Art. 26A acrescido à Lei 9394/1996

provoca bem mais do que inclusão de novos conteúdos, exige que se repensem relações

étnico-raciais, sociais, pedagógicas, procedimentos de ensino, condições oferecidos para

aprendizagem, objetivos tácitos e explícitos da educação oferecida pelas escolas.

Há de se relacionar também a Lei Estadual nº 11.863, de 03 de outubro de 1997, na

qual delega atribuição para a educação, o que foi mantido também no Estatuto do Idoso de

2003, na qual em seu Artigo 22, que determina: "Nos currículos mínimos dos diversos níveis

de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao

respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar preconceito e a produzir conhecimentos

sobre a matéria."

Preconceito e discriminação são as formas mais antigas de violências contra a pessoa

idosa, jovens e adultos em suas instâncias de atuação/relação, quer familiares, sociais ou

institucionais, via de regra são os provocadores desta violência, expressa na desvalorização a

que as pessoas idosas são submetidas. Dentre as formas de violências praticadas contra esta

parcela da população se classificam em dois grandes grupos: a violência visível, caracterizada

por mortes e lesões e a invisível, que é a violência que não machuca o corpo, mas provoca

sofrimento, desesperança, depressão, medo e antecipa o processo da morte.

Referente ao respeito à diversidade, há a necessidade de discussão na escola sobre a

discriminação de grupos minoritários, em relação à gênero e diversidade. Temas que vêm

ganhando espaço em pesquisas e projetos de políticas públicas na área da educação. A

iniciativa visa evitar atitudes preconceituosas e discriminatórias em relação aos diversos

grupos presentes na sociedade. Considera-se que o preconceito gera o ódio, a violência, a

difamação, a injúria, a perseguição e a exclusão. Em virtude disto, nossa escola vem

discutindo sobre a diversidade atendida e as dificuldades para adequar o ensino à realidade.

Anualmente as escolas enfrentam, alguns problemas com relação à falta de respeito,

bullying, atitudes preconceituosas destinadas a esta diversidade que somadas a dificuldades de

aprendizagem, problemas externos a escola, culminam na elevação dos índices de reprovação

e evasão, questão esta que ainda é um grave problema deste estabelecimento de ensino e das

escolas brasileira.

Diante desta realidade as estatísticas são sinais de alerta para o trabalho pedagógico

desenvolvido em nossas escolas. O grande desafio da ação educativa é a melhoria da

qualidade de ensino, garantindo o acesso e permanência e o sucesso do aluno na escola.

Em atendimento ao disposto na Lei n. 17.505/2013, o Conselho aprovou a

Deliberação n. 04/2013, que estabelece as Normas Estaduais para a Educação Ambiental no

Sistema Estadual de Ensino do Paraná. A referida Deliberação, no capítulo I, apresenta como

objetivo da Educação Ambiental o desenvolvimento de uma educação cidadã, responsável,

crítica, participativa, em que cada sujeito aprende com conhecimentos científicos e com o

reconhecimento dos saberes tradicionais, possibilitando a tomada de decisões transformadoras

a partir do meio ambiente natural ou construída.

Para o trabalho com os desafios sócio educacionais, propomos as perspectivas multi,

trans e pluridisciplinar em relação ao Estatuto do Idoso, a educação ambiental, a cultura afro-

brasileira e indígena, aos povos itinerantes, aos povos do campo, a diversidade de gênero e

sexualidade, ao bullyng que seja abordado pelas disciplinas gerais e afins, de forma

contextualizada, articulados com os respectivos objetos de estudos dessas disciplinas, partindo

dos conteúdos estruturantes onde destes organizam-se os conteúdos básicos e a partir destes

ocorra os desdobramentos das temáticas citadas.

A Escola tem conhecimento sobre a garantia de atendimento dos Povos Itinerantes no

processo educacional com amparo legal na Resolução nº 3, de 16 de maio de 2012, do

Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação

Básica, as crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância que decide, que deverão

ter garantido o direito à matrícula em escola pública, gratuita, com qualidade social e que

garanta a liberdade de consciência e de crença (artigo 1º). Conforme a lei específica são

considerados crianças, adolescentes e jovens em situação de itinerância aquelas pertencentes a

grupos sociais que vivem em tal condição por motivos culturais, políticos, econômicos, de

saúde, tais como ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itinerantes, acampados,

circenses, artistas e/ou trabalhadores de parques de diversão, de teatro mambembe, dentre

outros, observando-se que os povos ciganos encaixam-se nessa categoria.

Sabe-se da necessidade de propostas de ações para a inclusão de conteúdos referentes

aos povos ciganos nas escolas e para garantir o pleno acesso dos povos ciganos ao sistema de

educação, com conteúdos de História e diversidade cultural, reivindicando-se que a cultura

Romani faça parte dos currículos da Educação Básica da rede municipal e estadual e

contemplando ações com especificidade para atender a diversidade cultural dos povos

Romani. Dessa forma, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Social (SEPPIR),

por meio da Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (SECOMT), tem

intensificado o dialogo com parceiros do governo federal para atendimento de politicas

públicas específicas que garantam os direitos humanos, sociais e culturais dos povos ciganos.

PLANO DE AÇÃO

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

IMPLEMENTAÇÃO DAS LEIS 10.639/03 e 11.645/08

IDENTIFICAÇÃO

Estabelecimento de Ensino: CEEBJA Casturina C. Bonfim

Município: Pitanga

NRE: Pitanga

Equipe Multidisciplinar: Edina Maria Maciel Correia Bertol, Eloy de Lurdes Ottoni, Eva

Aparecida Ferreira da Silva, Evandro Vujanski, Ivone Daudt Colaços Rebequi, Ivonete

Terezinha de Lima Bueno, Marciano Kernisnki, Maria Joana Machado de Andrade,

Marlene Knaut, Rosa Leandro, Rosangela Domingues Vaz, Roseni Batista de Lima,

Vacilina Kovalski da Silva, Vagner Reciote Ribeiro e Zilman do Rocio Martins.

INTRODUÇÃO

As Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, visam garantir a incorporação nos currículos

escolares da História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena, voltada para a

valorização e reconhecimento da participação desses sujeitos no processo de construção e

formação da nação brasileira. Nessa perspectiva, propõe-se a divulgação e produção de

conhecimentos, a formação de atitudes, postura e valores que eduquem cidadãos

orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial, sejam eles: descendentes de africanos,

povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos, para interagirem na construção

de uma nação democrática, que repudie o racismo, o preconceito e a discriminação em

todas as suas formas.

O CEEBJA Casturina C. Bonfim, sob a coordenação da equipe multidisciplinar pretende

implementar esse plano de ação através de boas práticas vivenciadas e compartilhadas no

ambiente escolar.

JUSTIFICATIVA

O CEEBJA Casturina C. Bonfim, elegeu como prioridade o tema: “Boas Práticas:

experiências vivenciadas no ambiente escolar”, considerando que apesar dessa

instituição já ter incorporado na sua rotina de trabalho práticas pedagógicas na perspectiva

da Lei 10.639/03 e 11.645/08, julgamos que as práticas devem ser constantes,

considerando a rotatividade docente e discente na EJA. Assim, desde 2006 esta escola

procura desenvolver atividades interdisciplinares contemplando esta temática, pois a

presença de educandos afrodescendentes, e mestiços é bastante significativo, bem maior

que no ensino regular. Esse indicativo traz em si evidências da desigualdade de

oportunidades educacionais que historicamente atinge esses sujeitos. O CEEBJA é a

escola da diversidade por excelência, quase todos seus educandos pertencem a grupos que

historicamente tiveram seus direitos negados, sua cultura e história silenciadas por

inúmeros mecanismos de opressão imposta pela classe hegemônica. Sendo assim, o trato

pedagógico dessas questões são prioritárias no CEEBJA, pois só com boas práticas as

quais incluem mudanças nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, poderemos

efetivamente consolidar uma prática pedagógica consequente emancipatória.

OBJETIVO

Desenvolver ações que efetivem a implementação das Leis Nº 10.639/03 e Nº11.645/08 e

das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação da Relações Étnico-Raciais e o

Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena.

CRONOGRAMA/AÇÕES

AÇÃO ENVOLVIDOS CRONOGRAMA

Atualizar a documentação escolar: PPP,

PPC, PTD em consonância com as Leis nº

10.639/03 e 11..645/08.

Equipe Pedagógica,

Multidisciplinar e

Docentes.

Semana Pedagógica,

Planejamento e

Replanejamento.

Subsídio teórico metodológico através de

sugestões de conteúdos para todas as áreas

de conhecimento, que poderão ser

trabalhados de forma interdisciplinar ou

não, na perspectiva das leis nº 10.639/03 e

11.645/08.

Equipe Multidisciplinar,

Equipe Pedagógica,

Docentes e Discentes.

Durante todo o ano

letivo, momentos de

planejamento e

reuniões pedagógicas.

Utilização de um mural exclusivo para a

exposição mensal de conteúdos alusivos à

História e Cultura Afro-Brasileira,

Africana e Indígena.

Equipe Multidisciplinar. Todo o ano letivo.

Estudo das Diretrizes Curriculares

Nacionais paras a Educação das Relações

Étnico Raciais e para o Ensino de História

Equipe Multidisciplinar

e Pedagógica.

Durante todo o ano

letivo, na hora

atividade docente.

e Cultura Afro-brasileira, Africana e

Indígena.

Noite Cultural como Momento de

Culminância de todas as atividades

desenvolvidas durante o ano letivo.

Equipe Multidisciplinar

e toda comunidade

escolar.

Último semestre

letivo.

AVALIAÇÃO

O acompanhamento das práticas acontecerá continuamente. Nos momentos de planejamento

pedagógico, haverá conversas coletivas e orientação individual se necessário. Os docentes

terão oportunidade de compartilhar suas experiências e atividades realizadas em sala de aula,

a cerca do tema em questão. Haverá ainda a observância de exposição de trabalhos ao

público escolar sobre as pesquisas realizadas em sala de aula.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-

Raciais e para O Ensino da História Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SECAD/ME,

2004.

Práticas pedagógicas de trabalho com relações Étnico-Raciais na escola na perspectiva

da Lei nº 10.639/03 / Nilma Lino Gomes (org.). 1. ed. - Brasília: MEC; Unesco, 2012..

As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil: 120 anos após a abolição / Mario

Theodoro (org.), Luciana Jaccoud, Rafael Osório, Sergei Soares. - Brasília:Ipea, 2008.

PLANO DE AÇÃO

PROGRAMA BRIGADAS ESCOLARES – DEFESA CIVIL NA ESCOLA

JUSTIFICATIVA DO PROGRAMA

Considerando que a população adulta só adquire hábitos preventivos após terem

vivenciado uma situação de crise ou por força de uma legislação pertinente, o Programa opta

em trabalhar no ambiente escolar, onde se espera mitigar os impactos, promovendo mudanças

de comportamento, visto que os educandos são mais receptíveis, menos resistentes a uma

transformação cultural e potencialmente capazes de influenciar pessoas, atuando como

multiplicadores das medidas preventivas. Ainda mais, a opção de se trabalhar com as escolas

da rede estadual de educação tem a ver com a necessidade de adequá-las internamente para

atender as disposições legais de prevenção de toda a espécie de riscos, sejam eles de cunho

natural ou de outra espécie como acidentes pessoais e incêndios, entre outros.

OBJETIVO GERAL

Promover a conscientização e capacitação da Comunidade Escolar do Estado do Paraná

para ações mitigadoras e de enfrentamento de eventos danosos, naturais ou humanos, bem

como o enfrentamento de situações emergenciais no interior das escolas para garantir a

segurança dessa população e possibilitar, em um segundo momento, que tais temas cheguem a

um grande contingente da população civil do Estado do Paraná.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Levar os Estabelecimentos de Ensino Estadual do Paraná a construírem uma cultura de

prevenção a partir do ambiente escolar;

Proporcionar aos alunos da Rede Estadual de Ensino condições mínimas para enfrentamento

de situações emergenciais no interior das escolas, assim como conhecimentos para se

conduzirem frente a desastres;

Promover o levantamento das necessidades de adequação do ambiente escolar, com vistas a

atender às recomendações legais consubstanciadas nas vistorias do Corpo de Bombeiros;

Preparar os profissionais da rede estadual de ensino para a execução de ações de Defesa Civil,

a fim de promover ações concretas no ambiente escolar com vistas a prevenção de riscos

de desastres e preparação para o socorro, destacando-se ações voltadas ao suporte básico

de vida e combate a princípios de incêndio;

Articular os trabalhos entre os integrantes da Defesa Civil Estadual, do Corpo de Bombeiros,

da Polícia Militar (Patrulha Escolar Comunitária) e dos Núcleos de Educação;

Adequar as edificações escolares estaduais às normas mais recentes de prevenção contra

incêndio e pânico do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, acompanhando

os avanços legais e tecnológicos para preservação da vida dos ocupantes desses locais.

ESTRATÉGIAS

Para a implantação do Programa ocorreram capacitações contemplando públicos

diferentes, com objetivos específicos, englobando uma capacitação para os gestores regionais

e locais, outra para a Brigada Escolar.

O Coordenador Local do Programa é o Diretor do estabelecimento de ensino.

Ao diretor do estabelecimento de ensino coube a responsabilidade de criar

formalmente a Brigada Escolar. Trata-se de um grupo de cinco servidores do estabelecimento

que atuarão em situações emergenciais, além de desenvolverem ações no sentido de:

identificar riscos na edificação e nas condutas rotineiras da comunidade escolar;

garantir a implementação do Plano de Abandono, que consiste na retirada, de forma

segura, de alunos, professores e funcionários das edificações escolares, por meio da

execução de exercícios simulados, no mínimo um por semestre, a ser registrado em

calendário escolar;

promover revisões periódicas do Plano de Abandono;

apontar mudanças necessárias, tanto na edificação escolar, bem como na conduta da

comunidade escolar, visando o aprimoramento do Plano de Abandono;

promover reuniões semestrais entre os integrantes da Brigada Escolar para discussão

de assuntos referentes a segurança do estabelecimento de ensino, com registro em

livro ata específico ao Programa;

verificar constantemente o ambiente escolar e a rotina da escola, em busca de

situações inseguras, comunicando imediatamente o Diretor para as providências

necessárias.

A Brigada Escolar do CEEBJA Casturina C. Bonfim será formada preferencialmente

por educadores que passaram pelo processo de capacitação presencial e à distância promovido

pelo Corpo de Bombeiros Militar.

MATRIZ CURRICULAR

Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA – Casturina C. Bonfim

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Pitanga NRE: Pitanga

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º semestre/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula

DISCIPLINAS Total de

Horas

Total de

horas/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTES 94 112

LEM - INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

Total de Carga Horária do Curso 1600/1610 horas ou 1920/1932 h/a

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE

MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIO

ESTABELECIMENTO: CEEBJA – Casturina C. Bonfim

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: Pitanga NRE: Pitanga

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS

DISCIPLINAS Total de

Horas

Total de

horas/aula

LÍNGUA PORT. E

LITERATURA 174 208

LEM – INGLÊS 106 128

ARTE 54 64

FILOSOFIA 54 64

SOCIOLOGIA 54 64

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128

FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128

HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128

LÍNGUA ESPANHOLA* 106 128

TOTAL

1200/1306 1440/1568

*LÍNGUA ESPANHOLA, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA

PARA O EDUCANDO.