projeto polÍtico pedagÓgico · campo do tenente 2010 1. sumÁrio 1. introduÇÃo..... 4 2....

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ESCOLA ALEXANDRA PEICHÓ PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO CAMPO DO TENENTE 2010 1

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ESCOLA ALEXANDRA PEICHÓ

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

CAMPO DO TENENTE

2010

1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 4

2. IDENTIFICAÇÃO........................................................................................... 4

2.1. ESTRUTURA FÍSICA.................................................................................... .5

2.2. ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR................................................. 6

2.3. RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE ............................................................. 7

2.4. RELAÇÃO DO PESSOAL TÉCNICO E FUNCIONÁRIOS........................... 8

2.5. TURNO DE FUNCIONAMENTO................................................................... 9

2.6. RECURSOS DIDÁTICOS ............................................................................. 9

2.7. PERFIL DA UNIDADE ESCOLAR ...............................................................10

3. OBJETIVOS GERAIS...................................................................................... 11

4. MARCO SITUACIONAL ................................................................................. 11

4.1. ESCOLARIDADE DOS PAIS ......................................................................13

4.2. RENDA FAMILIAR .......................................................................................14

4.3. MORADIA ....................................................................................................14

4.4. APROVEITAMENTO DOS ALUNOS ...........................................................14

4.5. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR .................................................................16

4.6. BASE NACIONAL COMUM ........................................................................16

4.7. MATRIZ CURRICULAR ...............................................................................16

4.8. PARTE DIVERSIFICADA ............................................................................17

5. COMPLEMENTO CURRICULAR ...................................................................17

5.1. ESTUDOS SOBRE O ESTADO DO PARANÁ ............................................17

5.2. EDUCAÇÃO DO CAMPO ............................................................................17

5.3. INCLUSÃO ...................................................................................................18

5.4. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO........................... 20

5.5. CULTURA AFRO BRASILEIRA................................................................... 21

6. MARCO CONCEITUAL................................................................................... 22

7. MARCO OPERACIONAL .........................................32

8. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL .......................................................................40

9. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................... 44

10. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ..................................................................46

10.1. ARTE ..........................................................................................................47

2

10.2. CIÊNCIAS................................................................................................... 83

10.3. EDUCAÇÃO FÍSICA...................................................................................93

10.4. ENSINO RELIGIOSO..................................................................................104

10.5. GEOGRAFIA ..............................................................................................108

10.6. HISTÓRIA...................................................................................................120

10.7. LINGUA PORTUGUESA.............................................................................135

10.8. MATEMÁTICA ...........................................................................................153

10.9. INGLÊS.......................................................................................................163

3

1. INTRODUÇÃO

Observando e seguindo as orientações da Constituição Federal, da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN 9394/96, Estatuto de Criança e do

Adolescente, do Conselho Estadual de Educação, e Secretaria de Educação do Estado

do Paraná, cultura e aspirações identificadas na Comunidade Escolar, a Escola Estadual

Alexandra Peichó, elabora suas metas e ações pedagógicas.

Este Projeto Político Pedagógico alicerça o trabalho pedagógico da nossa escola

com sua elaboração de forma contínua, pois ele fundamenta as transformações internas

da organização escolar e implica também nas transformações mais amplas tais como,

econômicas, sociais, políticas, educacionais, e culturais do educando e do meio social no

qual ele está inserido.

Tendo como objetivo norteador, os princípios da democratização no acesso e

permanência do aluno na escola, a participação da comunidade, a autonomia e

organização curricular, bem como a valorização dos profissionais e gestão democrática e,

principalmente, a promoção de estudos visando a adequação de novos métodos e

processos a fim de garantir a qualidade no processo ensino-aprendizagem de forma

satisfatória e o progresso contínuo da Escola Estadual Alexandra Peichó, que apresenta

seu PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.

2. IDENTIFICAÇÃO

A Escola Estadual “Alexandra Peichó” – Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries,

localizada no distrito de Lageado, rua Augustinho Tiburski s/n, município de Campo do

Tenente, Estado do Paraná, cep: 83870000, tel: (041) 36281617, e e.mail:

[email protected] . Autorizada pela Resolução nº 095/05 de 13 de janeiro

de 2005 como: “Escola Estadual Terezinha do Espírito Santo Lesniovies”.

Recebeu a atual denominação em agosto do mesmo ano, tendo em vista que, de

acordo com a legislação vigente, no Estado do Paraná não é permitido homenagens

oficiais às pessoas vivas.

Portanto, o nome Alexandra Peichó, foi adotado posteriormente e eleito pela

comunidade escolar, por meio de votação, em homenagem à ex-aluna Alexandra Peichó,

que sonhava em ser professora e o qual foi interrompido por uma doença que levou-a ao

óbito em seus 18 anos.

4

A professora Silvana Maria Arruda, fundou a escola em janeiro de 2005, foi eleita

pela comunidade escolar, com 100% de aprovação, assumiu o cargo e permanece até os

dias atuais.

2.1. Estrutura física

A escola desenvolve suas atividades em um prédio de alvenaria com 494,08m², e

cuja área aberta do espaço é de 1.103m². O espaço é de propriedade do Estado do

Paraná e tem dualidade administrativa com a Escola Rural Municipal de Lageado, que

desenvolve suas atividades no período matutino. Atende alunos da Educação Infantil e de

1ª a 4ª série, sobre responsabilidade do Município de Campo do Tenente.

O espaço físico construído é composto por:

• 05 salas de aula

• 01 biblioteca ( sala de professores e laboratório de informática )

• 01 banheiro feminino

• 01 banheiro masculino

• 01 secretaria

• 01 cozinha

• 01 área de serviço

A biblioteca funciona em condições precárias, sem espaço específico, não

possui um profissional capacitado para a função e seu acervo carece de exemplares

em áreas importantes de pesquisas para a produção de trabalhos pelos alunos,

professores e comunidade escolar, uma vez que é a única escola existente na

comunidade e que possui biblioteca.

Porém, constata-se a urgente necessidade da construção de:

• Uma biblioteca que atenda as necessidades da escola;

Um laboratório de Informática;

Um laboratório de Ciências;

Uma quadra para esportes;

Banheiros masculinos e femininos, para alunos, professores e funcionários;

Três salas, sendo: uma para prestar atendimento pedagógico, uma para os

professores que atualmente é inexistente e uma sala para secretaria;

Um refeitório para alunos e professores

5

Adequar a escola toda com a construção de rampas e banheiros para atendimento

aos alunos portadores de necessidades especiais (física).

2.2. Organização da Entidade Escolar

De acordo com a Resolução nº: 095/2005 de 13 de janeiro de 2005, que concedeu

a autorização de funcionamento do Ensino Regular, na modalidade de Ensino

Fundamental - 5ª a 8ª série a esta instituição e este espaço educacional atende essa

comunidade escolar desde então. Foi reconhecida com a resolução 12/89/2008, de 05 de

março de 2008 e atualmente atende cinco turmas no período vespertino, das 13:00 às

17:25.

Forma de organização de ensino está assim detalhada:

01 5ª “A” 33 alunos

01 6ª”A” 31 alunos

01 7ª “A” 21 alunos

01 7ª” B” 19 alunos

01 8ª” A” 18 alunos

TOTAL ALUNOS: 122

De acordo com a matrícula efetiva do ano de 2010 a Escola Estadual Alexandra

Peichó, está com 122 alunos regularmente matriculados e frequentes.

A forma de organização é a seriada, com a matriz curricular comum estruturada de

acordo com LDB 9394/96, sendo a disciplina de Língua Estrangeira Moderna, a Língua

Inglesa. O Ensino Religioso é facultativo no ato da matrícula e ofertado aos alunos de 5ª e

6ª séries. A proposta Curricular desta Escola segue a LDB 9394/96 e suas deliberações, a

Lei 10.639/2003 que subsidia a inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-

brasileira, cujo objetivo é “o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura

dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização

das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias e

asiáticas.”(Art. 1ª, § 2º, Deliberação nº 04/06 do Sistema Estadual de Ensino do Paraná),

lei nº13.381/01e a Deliberação nº07/06-CEE que institui a inclusão dos conteúdos

“História do Paraná” em todas as disciplinas, de acordo com a Constituição do Estado do

Paraná em seu Capítulo V, Artigo 207, §1º, Inciso X que torna obrigatória a Educação

6

Ambiental em todos os níveis de ensino.

A Educação do Campo vem contribuir na preservação e na transformação de

processos culturais, de relações de trabalho, de relações de gênero, de relações entre

gerações no campo; também os saberes ajudam a construir novas relações entre campo

e cidade.

2.3. Corpo docente da Escola Estadual Alexandra Peichó - 2010.

• 09 professores

• 01 diretora

• 01 pedagoga

• 01 secretária

• 01 técnico administrativo

03 agentes de apoio.DOCENTES FORMAÇÃO ATUAÇÃO AULA/ATIV.

Celina Mazur Karpinski Geografia Geografia

Ensino

Religioso

15H/04

02H

Giovana Luiza Napolis de Lima Letras Português 16H/04

Josicarlos Peron História História 17H/04

Juliana Serpe Ribas Matemática Matemá. 05H/01

Adilce da C. Faria da Silva Ciências Ciências 16H/04

Franciele Alves dos Santos Arte Arte 10H/02

Danieli Cristine Torres LP/Ed.Física Ed. Física 15H/03

Márcia Cristina Ruthes Letras Inglês

Português

10H/02

03H/01

Angelina Ferro Alves Matemática Matemá. 16H/04

2.4. Relação de pessoal Técnico e Funcionários

NOME FORMAÇÃO ATUAÇÃO AULA/ATIV

7

Amauri Cavalheiro Ensino Médio Agente de

apoio

20H

Eva Euko

Zaveirucha

Ensino Médio Agente de

apoio

20H

Jacqueline D. N.

dos Santos

Graduada em Pedagogia/LP Téc. Admin. 20H

Lina Leticia.

Werner Rosa

Graduada em História e Pós-Graduada

em Psicopedagogia

Téc. Admin. 20H

Natália de Jesus

Ponciano

Ensino Médio Completo Agente de

Apoio

20H

Silvana Maria

Arruda

Letras/LP Pós – Graduada em

Magistério de 1º e 2º graus

Diretora 20H

Tereza B. dos

Santos

Graduada em Pedagogia

Pedagoga

20 H

A escola conta em seu quadro funcional com nove professores habilitados. Todos

participam dos cursos e palestras de formação continuada oferecidos pela SEED. Porém,

mesmo diante da formação desses profissionais, existem fatores que contribuem de forma

negativa no processo ensino-aprendizagem:

− Falta de compromisso com as ações propostas pela escola;

− Falta de exclusividade devido ao complemento da carga horária em outras

− escolas;

− Distância da escola com o local de residência;

− Falta de didática e metodologias diversificadas na prática pedagógica.

2.5. Turno de Funcionamento

Turno matutino: das 8:00 às 12:00 – Escola Rural Municipal de Lageado, de 1ª a 4ª

série, com disposição do espaço à Escola Estadual Alexandra Peichó para montagem de

ambientes pedagógicos.

Turno vespertino das 13:00 às 17:25, a Escola Alexandra Peichó, de 5ª a 8ª série do

Ensino Fundamental, das séries finais

8

2.6. Recursos didáticos

Dispõe dos equipamentos básicos necessário para a prática pedagógica,

entretanto, faltam espaços adequados para a utilização destes, com exceção da biblioteca

que funciona no mesmo espaço do laboratório de informática, espaço este, planejado pelo

Projeto Paraná Digital.

ÓRGÃO QUANTIDADE MATERIAL

0472 01 Caixa de som Classic Line 160

0472 01 Impressora Espson Stillus 640

0472 01 Aparelho Fax /Telefone

0470 01 Carrinho p/ transportar TV/Vídeo e DVD (de ferro)

0470 04 Mesas para professores

0470 03 Armário de aço c/ 02 portas cada

0470 01 Arquivo de aço c/ 04 gavetas

PROEM 01 Armário aço c/ 16 portas

PROEM 05 Estantes de aço

0470 01 Vídeo Cassete

0472 01 Aparelho de DVD

0472 01 Câmera Fotográfica Sony DSC W 30

0470 01 Aparelho de TV

0472 01 Aparelho de Som Exces

0472 01 Aparelho de som Mega Star

0472 01 Câmera Fotográfica Sony

0472 05 Ventiladores de teto

0033 05 Televisores Pen Drive

0033 16 Computadores do programa Paraná Digital

0472 01 Computador

OBS: Os códigos referem-se ao órgão a que pertencem os bens

relacionados, sendo:

0033: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.

0470: FUNDEPAR

9

0472: FUNDEPAR E APMF

Recursos Financeiros:

A Escola Estadual Alexandra Peichó, recebe recursos financeiros provindos de:

• Fundo Rotativo: verba mensal, dos cofres do Estado do Paraná, para a

manutenção de necessidades imediatas de materiais de limpeza e administrativas.

• Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) verba anual, oriunda do Governo

Federal destinado à compra de Bens de Capital e Consumo.

Além da ajuda dos projetos citados a escola também recebe colaborações

espontâneas dos funcionários e através da A.P.M.F, que realizam promoções (Bingos,

festas e outras atividades).

2.7. Perfil da comunidade escolar

A Escola Estadual Alexandra Peichó, atende alunos moradores do Meio Rural que

se concentram a uma distância de 13 Km da escola. São moradores das localidades de:

Morrinho Alto, Lageado, Br 116, Serrinha, Moreira, além da clientela que reside próximo a

escola, dos quais 117 utilizam o transporte escolar fornecido pela Prefeitura Municipal.

São filhos de: tratoristas, cortadores de pinos, agricultores e autônomos, com nível

econômico baixíssimo, visto que o IDH do município se encontra abaixo de 0,7 (sete

décimos). Diante disso, a maioria da comunidade escolar é de nível cultural relativamente

baixo, pois o município oferece poucas atividades à ela. Não há teatro, cinema, entre

outros, limitando-se apenas a festas religiosas, escolares e campeonatos desportivos.

3. OBJETIVOS GERAIS

O Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Alexandra Peichó, tem como

objetivos:

- Analisar de forma crítica os problemas do contexto social onde a escola está

inserida, debatendo sobre as possibilidades de intervenção na realidade vigente,

buscando transformação da mesma, no âmbito educacional, social, econômico

político e cultural.

- Alicerçar o trabalho pedagógico escolar num processo de construção contínua,

assegurando a formação comum indispensável para o exercício da cidadania,

participação ativa na vida sócio-econômica, cultural e política.

- Oportunizar a participação e comprometimento dos profissionais da educação e

10

outros segmentos interessados na qualificação e formação continuada.

4. MARCO SITUACIONAL

Poucos alunos da escola Estadual Alexandra Peichó tem condições para se

deslocar e participar de eventos culturais e ou algum programa diferenciado em cidades

maiores.

O transporte coletivo é o principal meio de locomoção para grande parte dessa

comunidade. As residências de modo geral são construídas com madeira e, com algumas

exceções em alvenaria, e em alguns casos, não tem o número de cômodos suficientes

para abrigar todos os membros da família, no entanto, mesmo com o baixo nível

econômico, os moradores são proprietários dos imóveis.

O acesso aos meios de comunicação se limita ao rádio e televisão, com pouco

acesso a jornais, livros, revistas e Internet. No entanto, muitos dispõem de telefone

celular.

A presença da família se faz em momentos de visitas à escola, sempre que os pais

ou responsáveis sintam necessidade. São convidados constantemente para participar do

processo educativo, através das reuniões e eventos. É importante ressaltar que a

comunidade não está habituada a participar efetivamente das atividades escolares,

alegando a distância da mesma e as atividades profissionais.

Os moradores da região, são de descendência polonesa, italiana, cabocla,

portuguesa e negra, cultivam as tradições. Possuem capelas que são visitadas

mensalmente pelo padre e realizam cultos dominicais. Próximo da escola tem uma igreja

católica, onde predomina a religião, e também templos evangélicos, dos quais muitos dos

alunos fazem parte.

As diferenças sociais são marcantes, características que, muitas vezes interferem

na vida e no comportamento dos alunos, os quais não priorizam os estudos e ainda

desconhecem os conceitos básicos para o desenvolvimento da cidadania. Mesmo com as

leis que os amparam, precisam desenvolver o senso de responsabilidade, de

conhecimento e de criticidade diante de suas atitudes comportamentais, pois muitos, sem

saber, executam trabalho escravo, prestando serviços aos detentores do poder em troca

de alguns trocados e sem os direitos trabalhistas.

11

Alguns alunos possuem baixa estima, devido às famílias desinformadas e

desestruturadas, que na educação, de certa forma, ocasiona menor aproveitamento

escolar, sendo um dos desafios da escola. Entretanto, outros são participativos nas

atividades propostas, realizam pesquisas, participam dos eventos e projetos

desenvolvidos pela escola, gostam de praticar esportes, participam dos campeonatos de

xadrez nas localidades e escolas vizinhas ou em outras cidades, estimulados pela direção

e professora de Educação Física. As meninas gostam de participar com números de

danças nas apresentações em ocasiões especiais, (já que é um momento de realizar algo

diferenciado do cotidiano da sala de aula), mesmo a escola sendo o único referencial de

cultura na comunidade.

Raramente ocorre a chegada tardia dos alunos, pois a maioria utiliza o transporte

escolar, e quando isso acontece, os mesmos se dirigem à direção e fazem suas

justificativas e após a autorização são encaminhados à sala de aula.

Diante das faltas de professores e/ou funcionários e até mesmo de alunos, serão

justificadas se forem atendidas as legislações vigentes do país e/ou estado do Paraná. No

caso de faltas não justificadas, são respeitadas as legislações, procedendo-se com o

registro de faltas injustificadas.

Uma das medidas adotadas para reduzir o índice de evasão escolar é a ficha de

Comunicação do Aluno Ausente – FICA, na qual, quando o professor constata a ausência

do aluno por cinco (05) dias consecutivos ou, 07 (sete) alternados no período de um mês

e esgotadas todas as iniciativas do seu cargo, comunicará o fato à equipe pedagógica da

escola, a qual entrará em contato com a família, orientando e adotando procedimentos

que possibilitem o retorno do aluno à escola, com notificação ao Conselho Tutelar.

Nos últimos dois anos os dados obtidos em relação aos alunos foram: 95% de

aprovação, 2% reprovados, 2% aprovados por conselho de classe 1% evadidos .

A escola segue o calendário escolar estabelecido e aprovado pelo Núcleo Regional

de Educação do Estado do Paraná (NREAM-SUL), onde consta 200 dias letivos previstos

na legislação. Os dias estão subdivididos em 04 bimestres, com início do ano letivo no

mês de fevereiro e o término no mês de dezembro com recesso de 09 dias. Nos meses

de julho e agosto ocorre o recesso escolar com 23 dias para os alunos. A necessidade de

recesso escolar sanitário depende fundamentalmente, de avaliação da situação

epidemiológica da Influenza AH1N1 considerando a recomendação preventiva nº005/2009

da Secretaria de Estado da saúde do Paraná, da Influenza AH1N1 no Estado, monitorado

por região pela Secretaria Estadual da Saúde, podendo inclusive flexibilizar o período de

12

férias. O calendário contém 06 dias de formação continuada para os profissionais da

educação coordenados pela pedagoga, além dos conselhos de Classe que ocorrem todo

final de cada bimestre, replanejamento e reuniões pedagógicas. Bimestralmente a

pedagoga participará dos cursos de capacitação, desenvolvidos por profissionais de apoio

pedagógico da Área Metropolitana Sul, denominada Jornada Pedagógica.

4.1. ESCOLARIDADE DOS PAIS

De acordo com a pesquisa sócio-econômica, realizada em abril de 2010, obteve-se

os seguintes resultados, com 124 alunos entrevistados (população 100%):

Quantidade Analfabetos

%

1ª/4ª

%

5ª/8ª

%

Ens. Médio

Incompleto

Ens.Médio

Completo

3º Grau

124 4% 65% 11% 10% 8% 2%

4.2. RENDA FAMILIAR

Sem renda 01 - salário 01 a 03-

salários

03 a 05-salários Mais de 05-

salários

% % % % %

4,4 56,6 35 3 0

4.3. MORADIA

Própria Alugada Cedida

% % %

96 1 3

4.4. APROVEITAMENTO

TOTAL NÚMERO DE

ALUNOS MATRICULADOS

APROVA-

DOS

REPROVA

-

DOS

EVADIDOS APROVA-

DOS POR

CONSE-

LHO DE

13

CLASSE

ANO 2008 138 90% 5% 3% 2%

ANO 2009 131 95% 2% 1% 2%

A escola Alexandra Peichó alcançou a meta ficando acima da meta do IDEB para 2009:

Alguns fatores influenciam no desenvolvimento comportamental e intelectual dos

alunos, entre eles:

• Indisciplina;

• Falta de espaço próprio e adequado para as atividades diversificadas e esportivas;

• Idade de alguns dos alunos, elevada e inadequada à série que frequenta.

• Dificuldades de aprendizagem;

• Distancia da localidade onde mora e a escola;

• Situação sócio-econômica e cultural;

• Falta de expectativa de vida;

Desestruturação familiar (desde o cumprimento de suas funções, até a falta de

limites). A equipe administrativa e pedagógica é composta por profissionais QPM, e a

minoria PSS, habilitados com cursos superiores e pós-graduados.

14

Escola: Estadual Alexandra Peichó Município: Campo do Tenente – PR

Resultados da Rede Estadual – Anos Finais do Ensino Fundamental

Taxa de AprovaçãoProva Brasil/SAEB

IDEB Meta do IDEB Nível Matemática Língua Portuguesa

2005 2007 2009 2005 2007 2009 2005 2007 2009 2005 2007 2009 2007 2009 2011

Brasil 76,3 78,7 80,5 232,87 241,63 242,86 226,60 229,96 239,73 3,3 3,6 3,8 3,3 3,5 3,8

Paraná 75,7 82,3 82,6 238,13 252,13 250,74 223,11 235,72 246,23 3,3 4,0 4,1 3,3 3,5 3,8

Município 3,3 3,7 3,8 3,3 3,4 3,7

Escola 87.8 95.9 4,5 4,7

Dados disponíveis em: http://portalideb.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6&Itemid=6

2005 2007 2009 2011

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

0,0 0,0

4,5

0,0 0,0

4,7

IDEB e Projeções da escolaAnos Finais

IDEB Meta

2005 2007 2009

0

1

2

3

4

5

IDEB Anos Finais - Rede Estadual - 2005/2009

Brasil Paraná Município Escola

4.5. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

A Organização Curricular se faz de acordo com o previsto na LDB 9.394/96,

Estatuto da Criança e Adolescente e nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

A atual Diretriz Curricular apresenta em sua composição as disciplinas de: Arte

Paranaense, Ciência e Pesquisa, Língua Estrangeira Moderna- Inglês, Cultura brasileira e

Afro descendente e Inclusão.

4.6. BASE NACIONAL COMUM

A Base Nacional Comum comporta 75% das Disciplinas presentes na Diretriz

Curricular, sendo elas:

• Língua Portuguesa

• Matemática

• Ciências

• História

• Geografia

• Inglês

• Educação Física

• Arte

• Religião (facultativa de 5ª a 8ª)

4.7. QUADRO CURRICULAR – ENSINO FUNDAMENTAL – 5ª A 8ª SÉRIES - 2010

ESCOLA ESTADUAL ALEXANDRA PEICHÓ – MUNICÍPIO DE CAMPO DO TENENTE –

TURNO: MATUTINO

Dias letivos anuais: 200 - Semanas letivas: 40 - Módulos – aulas: 50'

Dias letivos semanais: 05 - Carga horária anual: 3.338:24

PARTES SÉRIE 5ª 6ª 7ª 8ª

BNC CONTEÚDO AS CHA AS CHA AS CHA AS CHA

15

ARTE 2 67:07 2 67:07 2 67:07 2 67:04

CIENCIAS 3 100:00 3 100:00 3 133:34 4 133:34

EDUCACAO

FISICA

3 100:00 3 100:00 3 100:00 3 100:00

GEOGRAFIA 3 100:00 3 100:00 3 100:00 3 100:00

HISTORIA 3 100:00 3 100:00 4 100:00 3 100:00

LINGUA

PORTUGUESA

4 133:34 4 133:34 4 133:34 4 133:34

MATEMATICA 4 133:34 4 133:34 4 133:34 4 133:34

PARTE

DIVERS.

L.E.M.-INGLES 2 67:07 2 67:07 2 67:07 2 67:07

ENSINO

RELIGIOSO

1 33:34 1 33:34 - - - -

TOTAL 9 25 834:56 25 834:56 25 834:56 25 834:56

Além das disciplinas afins, serão desenvolvidos em forma de projetos e

atividades complementares, assuntos para o enriquecimento dos conteúdos.

4.8. PARTE DIVERSIFICADA

A Língua Estrangeira Moderna

Nesta instituição, optou-se pela língua Inglesa.

5. COMPLEMENTO CURRICULAR

5.1. Estudos sobre o Estado do Paraná

Os estudos sobre o Estado do Paraná serão abordados de forma mais direta nas

disciplinas de história, geografia e português, e de forma indireta em todas as demais

ministradas.

5.2. Educação do Campo

A escola atende alunos que residem na área rural e, diante deste pressuposto, será

enfocado em todas as disciplinas, temáticas direcionadas a comunidade que atende, pois

embora não sendo agricultores, moram na zona rural onde muitos trabalham como

16

diaristas para aqueles que possuem terras, através de empreitadas, e/outra forma de

trabalho que vêm desde a colheita da maçã, da batatinha e outras culturas produzidas no

município.

A Educação do Campo busca atender a formação do ser humano capaz de ser

sujeito construtor de um determinado projeto de sociedade. A perspectiva da Educação do

Campo é a de educar os que trabalham no campo, para que se encontrem, se organizem

e assumam a condição de sujeitos da direção de seu destino, aprendendo a pensar seu

trabalho, seu lugar, seu país, e sua educação.

5.3. Inclusão

As Diretrizes Curriculares preconizam a atenção à diversidade da comunidade

escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações curriculares

pode atender as necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. Consideram que

a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam em conta não só as

capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, também, seus interesses e

motivações.

A diversidade está focalizada no direito de acesso a escola, visando a melhoria da

qualidade do ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como perspectivas

de desenvolvimento e socialização. A Escola, nessa perspectiva, busca consolidar o

respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não

como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, como fatores de

enriquecimento.

A Escola Alexandra Peichó em atendimento a LDB e as Diretrizes Curriculares,

destaca entre seus objetivos, mesmo não possuindo alunos com necessidades físicas

especiais, o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, cuja

meta é assegurar condições para o ingresso e a permanência dos mesmos através das

seguintes ações em curto prazo através de parcerias:

Flexibilização do processo ensino-aprendizagem de modo a atender às

diferenças individuais;

Complementação do currículo, com propostas curriculares diversificadas

para atender a todos, propiciando seu progresso em função de suas potencialidades e

diferenças individuais;

Oferta de subsídios aos professores para a realização de suas funções

através de estudos de documentos, sugestões de leituras, dinâmicas organizadas pelos

17

serviços de orientação educacional e psicologia através do NRE, serviços da Ação Social

do município, troca de experiências entre docentes e reuniões com a equipe educacional

escolar;

Envolvimento de toda comunidade escolar no processo de inclusão

através de reuniões com a equipe de apoio técnico pedagógico da SEED/ Núcleo

Regional de Educação;

Cumprimento do Programa Mobilização para a Inclusão Escolar e a

Valorização da Vida, para combater a exclusão escolar como um compromisso não só

dos educadores ou do Estado, mas de toda a sociedade.

Para desenvolver esse programa e obter êxito, quando constatado que o

aluno evadiu-se da escola, buscam-se soluções para eliminar tais dificuldades e/ou

recorre-se ao Conselho Tutelar (através do programa FICA) para assim combater a

Exclusão Escolar (crianças e adolescentes que tenham sido excluídos por evasão ou por

não acesso à escola). Sabe-se que todas as crianças e adolescentes de ambos os sexos,

que se encontram fora do sistema educacional (independentemente dos motivos que o

levara à exclusão) muitos deles estão apenas matriculados na escola e sem frequência

regular.

Compreende-se que é difícil, mas é preciso reconhecer, questionar e quebrar

preconceitos, estimulando generosidade, acolhimento e respeito.

A Escola deve também aperfeiçoar suas ações pedagógica, sem considerar a

Educação Especial uma parte separada da Educação, pois “Quem educa, educa a todos.”

“... a escola precisa ressignificar suas funções políticas, sociais e pedagógicas,

adequando seus espaços físicos, melhorando as condições materiais de trabalho de

todos os que nela atuam, estimulando neles a motivação, a atualização dos

conhecimentos, a capacidade crítica e reflexiva, enfim, aprimorando suas ações para

garantir a aprendizagem e a participação de todos, em busca de atender as necessidades

de qualquer aprendiz, sem discriminações. (CARVALHO, p.64, 2004)

A presença crescente, na rede regular de ensino, de crianças e jovens com

necessidades educacionais especiais, exige antes de tudo uma mudança de atitude, não

só dos professores, mas também de toda a comunidade escolar. Queremos não só o

acesso, mas também a permanência do educando na Escola, desenvolvendo a sua

criticidade, sua criatividade, tornando-se um cidadão consciente do seu papel na

sociedade e de seus ideais.

18

A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) nº 9394/96, estabeleceu que a Educação é “direito” de todos, garantindo

atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência; no entanto, se faz

necessário que os profissionais da Escola sejam capazes e estejam preparados para tal

atendimento, prevendo as necessidades, as limitações, as potencialidades e os interesses

de cada aluno, ou seja, individualizando o ensino de acordo com cada necessidade

específica.

A primeira medida da escola é construir uma comunidade escolar inclusiva,

baseada em seus propósitos. Preparando a equipe para trabalhar de maneira

cooperativa, compartilhando seus conhecimentos específicos, os quais são os propósitos

fundamentais do processo de desenvolvimento de uma equipe em progresso contínuo.

5.4. Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)

Diante da modernização da sociedade, caracterizada pela revolução eletrônica,

vinculada ao processo produtivo, ficará comprometida a escola que em sua prática

pedagógica não assuma uma incorporação tecnológica como princípio educacional.

Embora a tecnologia seja um recurso, sua utilização correta pode transformar-se num

princípio pedagógico que irá dinamizar a “ação” do aluno e do professor, em

“interatividade”, “produtividade” e “prazer” em usá-la e, se possível, dominá-la.

O conhecimento e o domínio das tecnologias, trazem enormes vantagens para

professores e alunos em sua vida social. É a tecnologia a serviço do homem e da

educação, e não o oposto.

A mídia eletrônica está alterando, profundamente, não só as formas de armazenar,

acessar, produzir e difundir conhecimento, como também de redimensionar os próprios

mecanismos psicológicos e intelectuais do processo ensino-aprendizagem. As novas

tecnologias estão pressionando à criação de novos cenários pedagógicos, gerando uma

nova cultura, determinando novas escalas de valores e seus efeitos comportamentais. Por

isso, sonegar a tecnologia de ponta às gerações que estão sendo educadas, é uma

irresponsabilidade histórica, comprometendo profundamente o desenvolvimento humano

e social.

A Escola Estadual “Alexandra Peichó”, considera o uso das tecnologias de

informação e comunicação de suma importância tanto na proposta de formação

continuada quanto no plano de ação da escola, e reconhece que para exercer a cidadania

plena, é necessário ter acesso as novas TICs e às informações, bem como saber utilizá-

19

las, no entanto, a maioria dos profissionais estão em fase de adaptação e ainda preferem

não usufruir efetivamente desses recursos, ficando o uso restrito ao rádio e televisão, já

que o Programa Paraná Alfabetizado, recentemente instalado na escola e não atende as

expectativas diante ao mal funcionamento dos aparelhos devido a problemas com

energia; número insuficiente de aparelhos para o atendimento aos alunos; falta de um

Técnico na área de informática que contribua para com o atendimento aos alunos e

demais profissionais.

5.5. Cultura Afro-Brasileira e Africana

Em conformidade com a Lei nº 10.639/03, de 09 de janeiro de 2003, que altera a lei

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da Educação

Nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino, a obrigatoriedade da

temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, a escola está buscando cumprir o

estabelecido na Constituição Federal, que assegura o direito à igualdade de condições de

vida e de cidadania, assim como garantir igual direito às histórias e culturas que compõem

a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes de cultura nacional a

todos os brasileiros.

Um dos aspectos valorosos da lei é a exposição do assunto, impõe a diversidade

cultural e racial para quem negou-se até agora em ver que os afro-brasileiros existem,

foram e são sujeitos na construção da sociedade brasileira. Existe a história, a cultura, a

memória e valores dessa raça que precisam ganhar amplitude e status de conhecimento

também dentro da sala de aula.

Assim, ao determinar a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos

currículos da Educação Básica, a lei busca valorizar devidamente a história e cultura do

povo negro, na perspectiva de não apenas elevar a autoestima e compreensão de sua

etnia, mas de todas as raças, na perspectiva da afirmação de uma sociedade multicultural

e pluriétnica.

Com respeito à Lei nº 10639/03, esta escola desenvolve atividades diversificadas

em sala de aula, onde as turmas fazem pesquisas e apresentações artísticas sobre a

cultura Afro-Brasileira e Africana, desenvolvendo e enriquecendo seus conhecimentos a

respeito do assunto.

6. MARCO CONCEITUAL20

A Escola Estadual Alexandra Peichó procura seguir a filosofia proposta,

denominada Sóciointeracionista, fundamentada nas teorias de Lev S. Vygotsky.

Teoria Sócio-Construtivista ou Sócio-Histórica de Lev Seminovitch Vygotsky

(1896/1934)

Base Interacionista

Vygotsky nasceu na Bielo-Rússia em 05 de novembro de 1896. Formou-se em

literatura e direito na Universidade de Moscou e mais tarde estudou medicina. Pesquisou

sobre literatura, psicologia, deficiência física e mental e educação, dedicando-se aos

campos da pedagogia e psicologia.

Sua teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um

processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse

desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social.

Pressupostos essenciais do modelo Sócio-Histórico de Vygotsky

Desenvolvimento do cérebro

A redução das reações biológicas é uma condição prévia para o aparecimento de

fenômenos psicológicos. Vygotsky e Luria (1930/1993) explicam isto na área da

percepção: a criança no início de sua vida tem apenas sensações orgânicas – tensão -

dor - calor, principalmente nas áreas mais sensíveis. Quando a criança deixa de sofrer

influência desses processos biológicos, passa a perceber a realidade. A percepção da

realidade requer processos biológicos como determinantes de experiência, permitindo que

seu organismo passe a ser afetado por fatores externos.

Evidentemente só a realidade dos fatores externos não determinam completamente

essa percepção. A informação de que esses processos biológicos tornam-se disponíveis

no organismo é organizada pela própria criança através de experiência social e cultural.

Ela passa a ver o mundo com sua própria visão, administrando- o sob seu ponto de vista.

As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano sinalizam

que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades

para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam a ideia de que a

criança nasce dotada apenas de FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES, como os

reflexos e a atenção involuntária, presentes em todos os animais mais desenvolvidos.

21

Com o aprendizado cultural, no entanto, parte dessas funções básicas transforma-se em

FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES, como a consciência, o planejamento e a

deliberação, características exclusivas do homem. As funções psicológicas superiores são

construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse

modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações

conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.

Essa evolução acontece pela elaboração das informações recebidas do meio. Com

um detalhe importantíssimo, ressaltado pela psicóloga Cláudia Davis, da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): "As informações nunca são absorvidas

diretamente do meio, são sempre intermediadas, explícita ou implicitamente, pelas

pessoas que rodeiam a criança, carregando significados sociais e históricos". Isso não

significa que o indivíduo seja como um espelho, apenas refletindo o que aprende. "As

informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna",

explica o pedagogo João Carlos Martins, diretor pedagógico do Colégio São Domingos,

de São Paulo. "É isso que caracterizará a individualidade".

Natureza social

Vygotsky interessou-se por enfatizar o papel da interação social ao longo do

desenvolvimento do homem. Isto quer dizer que o homem é herdeiro de toda a evolução

filogenética (espécie) e cultural, e seu desenvolvimento dar-se-á em função das

características do meio social em que vive. Donde surge o termo sócio-cultural ou

histórico atribuído nesta teoria. E assim, assinalam-se constantemente a busca de

explicar os processos mentais superiores baseados na imersão social do homem que por

sua vez é histórico, ontológico e filogenético.

Atento à "natureza social" do ser humano, que desde o berço vive rodeado por

seus pares em um ambiente impregnado pela cultura, Vygotsky defendeu que o próprio

desenvolvimento da inteligência é produto dessa convivência. Para ele, "na ausência do

outro, o homem não se constrói homem".

Enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos,

mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de

que dispõe, portanto, enfatiza a construção do conhecimento como uma interação

mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma

ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação

feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da

22

organização do ambiente e do mundo cultural que o rodeia.

A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da

realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do

mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante

processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.

Conceitos básicos da teoria de Vygotsky

Mediação

A questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o

meio e, portanto, o conhecimento é sempre mediado.

Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de

ser biológico em ser humano. É pela APRENDIZAGEM nas relações com os outros que

construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental.

A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto

qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de

organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio

dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente

transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas

diferenciadas. Por isso, a linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser

o principal instrumento de intermediação do conhecimento entre os seres humanos, ela

tem relação direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Maria Teresa Freitas

resume: "Nenhum conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria

com as outras, que são os mediadores".

Processo de internalização

O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do

funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que

deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna; é interpessoal e se torna

intrapessoal.

O sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se

constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com os outros sujeitos e

consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que

permite a formação de conhecimentos e da própria consciência.

Para Vygotsky, o desenvolvimento cultural da criança aparece segundo a lei da

23

dupla formação, em que todas as funções aparecem duas vezes: primeiro no nível social

e depois no nível individual; ou seja, primeiro entre as pessoas (interpsicológica) e depois

no interior da criança (intrapsicológica). Poder-se-ía assim dizer, que o desenvolvimento

cultural do aluno, assim como sua aprendizagem, se dará mediante o processo de relação

com o professor ou com outros alunos mais desenvolvidos. Em outras palavras, os

vygotskianos entendem que os processos psíquicos, as aprendizagens entre eles,

ocorrem por assimilações de ações exteriores, interiorizações desenvolvidas através da

linguagem interna que permite formar abstrações.

Para Vygotsky, a finalidade da aprendizagem é a assimilação consciente do mundo

físico mediante a interiorização gradual de atos externos e suas transformações em ações

mentais.

Nesse processo, a aprendizagem se produz, pelo constante diálogo entre o exterior

e interior do indivíduo, uma vez que para formar ações mentais tem que partir das trocas

com o mundo externo, cuja da interiorização surge a capacidade de atividades abstratas

que a sua vez permite elevar a cabo ações externas.

O que nos faz pensar que esse processo de aprendizagem se desenvolve do

concreto (segundo as variáveis externas) ao abstrato (as ações mentais), com diferentes

formas de manifestações, tanto intelectual, verbal e de diversos graus de generalizações

e assimilações.

Dois níveis de desenvolvimento

Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky:

Desenvolvimento real: É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer por si

própria porque já tem um conhecimento consolidado. Se domina a adição, por exemplo,

esse é um nível de desenvolvimento real.

Desenvolvimento potencial: se manifesta quando a criança realiza tarefas mais

complexas, orientadas por instruções e com a ajuda de um adulto ou por resultado da

interação com iguais. Por exemplo, uma multiplicação simples, quando ela já sabe somar.

Zona de desenvolvimento proximal

Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de

um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o

conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância

24

entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução

independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através

da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com

companheiros mais capazes". Cláudia Davis cita: "A zona proximal é a que separa a

pessoa de um desenvolvimento que está próximo, mas ainda não foi alcançado”.

A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas

de desenvolvimento proximal nas quais as interações sociais são centrais, estando então,

ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, interrelacionados; assim, um

conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre

um grau de experiência anterior para a criança.

Tomada de consciência

Vigotsky abstrai que o ser humano é criado histórico e socialmente, e que suas

relações com a natureza e com os outros homens no nível da consciência são lidados de

forma espontânea apenas quando ele não tem percepção da consciência sobre aquilo

que está fazendo. Por outro lado, à medida que o homem toma consciência da

consciência que possui, mais e mais ele abstrai sobre seus atos e sobre o meio. Com isto,

seus atos deixam de ser espontâneos (no sentido biológico do termo) para se tornarem

atos sociais e históricos, envolvendo a psique do indivíduo. Observe que, nesse diverso

campo da consciência, existe como base metodológica e objeto de estudo a

intencionalidade da consciência.

Diríamos de certa forma, que para este autor a consciência é o estado supremo do

homem, o que na teoria vygotskiniana é chamado de Tomada de Consciência. E esses

elementos da consciência vão dar origem aos denominados processos mentais

superiores, os quais são diferentes dos processos mecânicos, por estes serem ações

conscientes, controladas ou voluntárias, envolvendo memorização ativa seguida de

pensamento abstrato.

Relação desenvolvimento/aprendizagem

Vygotski e a escola de psicologia dialética soviética e seus seguidores Luria

(1902/1977) e Leontiev (1903/1979) estabelecem uma relação inseparável entre

aprendizagem / desenvolvimento, chegando a afirmar que o desenvolvimento vem depois

da aprendizagem.

Aprendizagem é a assimilação consciente do mundo físico mediante a

interiorização gradual de atos externos e sua transformação em ações mentais.

25

Privilegiam o ambiente social. Entendem que os processos psíquicos e a aprendizagem

entre eles, são assimilações de ações exteriores e interiorizações desenvolvidas através

de linguagem que permite formar abstrações.

A aprendizagem é produzida através de um diálogo constante entre o exterior e o

interior do indivíduo, e as ações mentais são formadas a partir das variáveis externas

(concretas), que são interiorizadas surgindo a capacidade de atividade abstrata (ações

mentais) com várias formas de manifestação (material – ações externas - verbal –

linguagem - ou intelectual – pensamento) e diversos graus de generalização e

assimilação.

Costuma-se destacar que a abordagem de Vygotsky tem explicação das mudanças

de ordem qualitativa. Isto porque o autor preocupou em descrever e entender o que

ocorre ao longo da gênese de certas funções, assim como, no estudo da linguagem da

formação de conceitos, etc. Nessa teoria não se tem estágios de desenvolvimento

explicado detalhadamente sobre o surgimento e desenvolvimento das funções psíquicas

através de acumulação de processos elementares. Já que nessa abordagem não se

questiona o fato de que todos os indivíduos tenham uma capacidade de aprendizagem

que, inicialmente, está condicionada pelo nível de desenvolvimento alcançado. Mas existe

na teoria de Vygotsky, assim como na de Piaget - os diferentes níveis de funcionamento

psicológico, cada qual com características específicas:

• Pseudo-conceitos : aqui ainda a criança não consegue formular conceitos, mas o

pensamento ocorre por cadeia e de natureza factual e concreta. Nesta fase a criança se

orienta pela semelhança concreta visual, formando apenas um complexo associativo

restrito a um determinado tipo de conexão perceptual.

• Conceitos : formação de conceito atividade complexa e abstrata, que usa o signo, ou

palavra, como meio de condução das operações mentais.

•Conceitos cotidianos : aprendidos assistematicamente, estes conceitos dispensam a

necessidade da escola para a sua formulação.

• Conceitos científicos : constituído por um sistema hierárquico de inter-relação, são os

conceitos aprendidos na escola sistematicamente.

Nessa teoria há uma complexa relação entre o aprendizado e o desenvolvimento,

ao contrário do que se tem em Piaget, onde a curva do desenvolvimento antecede em

grande escala para que ocorra o aprendizado. Em Vygotsky, as curvas do aprendizado

não coincidem com as do desenvolvimento, sendo que quando a criança aprende algum

conceito, por exemplo: aritmética, o desenvolvimento dessa operação ou conceito apenas

começou. Não há paralelismo entre aprendizagem e o desenvolvimento das funções

26

psicológicas correspondentes. Tal relação é um processo extremamente complexo,

dialético, não linear e se dá aos saltos, mediante o surgimento de casos.

Pode-se deduzir desta proposta uma concepção de ajuda pedagógica que não

aparece na teoria Piaget, que tem em conta o desenvolvimento como limite para adequar

o tipo de conteúdo de ensino ao nível evolutivo do aluno. Em Vygotsky o que tem que

estabelecer é a sequência que permite o progresso de forma adequada, incentivando a

conquista de novas aquisições, sem esperar a maturação “mecânica” e evitando que pode

admitir as dificuldades para prosperar por não estabelecer um desequilíbrio adequado.

Vygotsky considera que a aprendizagem acontece antes do que o desenvolvimento.

Nesta concepção, aprender é passar do sistema de conceitos naturais

(pensamento vulgar ou senso comum), para o sistema de conceitos científicos que são os

que configuram sistemas de relações complexas e organizadas. Estas relações

complexas não se aprendem com procedimentos espontâneos, mas sim com uma

instrução planejada que agiliza e melhora as conquistas na zona de desenvolvimento

potencial.

A aprendizagem é considerada como parte de atividades coletivas que precedem a

aquisição individual (linguagem infantil: primeiro aparece como forma de comunicação,

depois se interioriza convertendo em linguagem interna). São as relações sociais que dão

ao indivíduo instrumentos para ativar os processos internos que favorecem o

desenvolvimento.

Nesta concepção a educação é considerada um sistema que facilita a apropriação

de conteúdos próprios de cada cultura.

Ambiente de Aprendizagem Sócio-Histórico

A educação não fica a espera do desenvolvimento intelectual da criança. Ao

contrário, sua função é levar o aluno adiante, pois quanto mais ele aprende, mais se

desenvolve mentalmente. Segundo Vygotsky, essa demanda por desenvolvimento é

característica das crianças. Se elas próprias fazem da brincadeira um exercício de ser o

que ainda não são, a escola que se limita ao que elas já sabem, é inútil.

Para Vygotsky, as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta

durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com

pessoas mais experientes e com o quadro histórico-cultural, as potencialidades do

aprendiz são transformadas em situações em que ativam nele esquemas processuais

cognitivos ou comportamentais. Pode acontecer também de que este convívio produza no

indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. Assim, como a

27

aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na

construção do ser psicológico e racional. A escola deve dirigir o ensino não para etapas

intelectuais já alcançadas, mas sim para estágios de desenvolvimento ainda não

incorporados pelos alunos, funcionando como um incentivador de novas conquistas

psicológicas. A escola tem ou deveria ter como ponto de partida o nível de

desenvolvimento real da criança (em relação ao conteúdo) e como ponto de chegada os

objetivos da aula que deve ser alcançado, ou seja, chegar ao potencial da criança. Aqui o

professor tem o papel explícito de interferir na zona de desenvolvimento proximal dos

alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente.

Esse nível de desenvolvimento real que é abordado na teoria refere-se ao que a

criança no seu nível atual, real e efetivo, ou seja, aquilo que a criança consegue fazer

sem ajuda de outro. Enquanto que no nível de desenvolvimento proximal são as funções

que não amadureceram, mas estão em estado embrionário - diz respeito às

potencialidades e aos processos a longo prazo. Por conseguinte, o que ocorre para

Vygotsky é que o aprendizado progride mais rapidamente do que o desenvolvimento. Por

isto, a proposta do termo ZDP em sua teoria, e que é onde a escola deve atuar. É aí que o

professor, agente mediador (por meio da linguagem, material cultural entre outros),

intervém e auxilia para a construção e reelaboração do conhecimento do aluno, para que

ocorra seu desenvolvimento.

O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de

situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural.

Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com

sua interferência na zona proximal.

As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem

às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção

de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na

transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como

internalização mediada pela cultura.

O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da

interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói

de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos

instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.

Um conceito só é caracterizado quando as características resumidas são

sintetizadas de forma que a resultante se torne um instrumento de pensamento. A criança

28

progride na formação de conceitos após dominar o abstrato e combinar com pensamentos

mais complexos e avançados. Na continuação da educação os conceitos tornam-se

concretos, aplicam-se às habilidades aprendidas, por instruções, e as adquiridas em

experiências da convivência social. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção

pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.

Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança

aprende conceitos socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão a

trabalhar com essas situações de forma consciente. Se uma transformação social pode

alterar o funcionamento cognitivo e pode reduzir o preconceito e conflitos sociais, então

esses processos psicológicos são de natureza social. Devem ser analisados e

trabalhados através de fatores sociais.

Verifica-se ainda como fator relevante para a educação, decorrente das

interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do

grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada

desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de

desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais,

deliberados, sendo o objeto dessa intervenção: a construção de conceitos.

Sob a ótica da teoria sócio-histórica, é preciso detectar aquilo que os alunos

conseguem fazer sozinhos. Em outras palavras, é preciso examinar a ZDP (Zona de

Desenvolvimento Proximal) destes alunos e partir para uma complexidade maior

intervindo por meio da linguagem numa interação rica de construção do saber. Por sua

vez, tem-se que lembrar que o aluno advém de meios sócio-culturais diferentes e que são

herdeiros de toda evolução filogenética e cultural a que estão submetidos. Além disto,

eles possuem capacidades cognitivas diferentes de apreensão da realidade. Por

conseguinte, a sala possui uma heterogeneidade ampla em que cada um de seus

membros tem sua história diversificada.

É tarefa específica da escola ajudar a construir um ideário que orienta a vida das

pessoas, e inclui também as ferramentas culturais de uma leitura mais precisa da

realidade em que vivem. E ajudar a construir uma visão de mundo fazendo em primeiro

lugar o inventário das concepções que educandos e educadores carregam em si; e

também enraizar as pessoas na história, para que se compreendam como parte de um

processo histórico. E isso tudo para tornar consciente, explicitar, interpretar, questionar,

organizar, firmar ou revisar ideias e convicções sobre o mundo, sobre a história, sobre a

realidade mais próxima, sobre si mesmos.

Para que a escola cumpra esta tarefa é necessário que a escolha dos conteúdos

29

de estudo e a seleção de aprendizados a serem trabalhados em cada momento não seja

aleatória, mas feita dentro de uma estratégia mais ampla de formação humana. E que se

busque coerência entre teoria e prática; entre o que se estuda e o ambiente cultural da

escola. A escolha dos conteúdos é analisada na medida em que se relacionam ou se

constituem como ferramentas para a construção de uma visão de mundo, um ideário de

vida permitindo aos educandos aprender como pensar sobre o que faz, sobre o que

estuda, sobre o que pensa.

Na Educação do Campo é preciso refletir sobre como se ajuda a construir desde a

infância uma visão de mundo crítica e histórica; como se aprende e como se ensina nas

diferentes fases da vida a olhar para a realidade enxergando seu movimento, sua

historicidade, e as relações que existem entre uma coisa e outra; como se aprende e

como se ensina a tomar posição diante das questões do seu tempo; a respeitar e ao

mesmo tempo reconstruir modos de vida; como se aprendem e como se ensinam utopias

sociais e como se educam valores humanistas; também como se educa o pensar por

conta própria e o dizer a sua palavra, e como se respeita uma organização coletiva.

Observa-se que a questão sobre se o desenvolvimento ocorre antes do ensino, ou

se a criança aprende primeiro para que se desenvolva, é polêmica no processo ensino-

aprendizagem. Porém quando junto dos alunos é possível observar que estes aprendem

determinados conteúdos quando tem condições intelectuais, ou seja, quando eles

possuem maturação cognitiva necessária a certo ensino. Por outro lado, é possível

também observar que o desenvolvimento de um indivíduo somente se dá depois de

determinado nível de aprendizado. E assim, aprendizado e desenvolvimento compõem

uma rica teia dialética nos processos cognitivos e psicológicos do indivíduo.

Porém questiona-se: será que a escola está sendo capaz de desenvolver as

habilidades cognitivas de seus alunos? Daí, o importante papel da escola, que em suas

atividades deveriam estar presentes: a instrução fundamental, bem como as motivações

que produzem a aprendizagem, ou a escola permanece no nível de desenvolvimento

atual, reproduzindo o conhecimento que o aluno já é capaz de adquirir sozinho, ou torna-

se um espaço de interação, aberta ao diálogo. É necessário que haja na escola espaço

para a transformação e desenvolver o potencial dos alunos. Assim, ela deve estar aberta

às diferenças e ao erro, às contradições e à colaboração mútua.

A escola almejada possui objetivo educacional voltado em desenvolver as funções

psicológicas e cognitivas de seus alunos. É necessário que esta, a partir das

potencialidades do aprendiz, permita o amadurecimento intelectual, com currículo que

forneça as condições necessárias para desenvolver os conceitos científicos.

30

A escola em seu cotidiano é um lugar de inúmeras e diversificadas práticas, as

quais, por sua vez, não se sustentam sem uma concepção de sociedade ou de mundo.

Portanto, esta diversidade de práticas está em permanente movimento no cotidiano da

escola onde queremos estar voltados para o êxito e não para o fracasso. Com isso os

Conselhos de escola e comunidade trouxeram para o cotidiano escolar vozes diferentes

para auxiliar no processo da escola, a direção, corpo docente, os técnicos, enfim, a escola

como um todo.

A educação precisa ser um instrumento que a sociedade deve utilizar para a

promoção do exercício da cidadania fundamentada nos ideais de igualdade, solidariedade

e justiça social, para tanto, se faz necessário provocarmos nossos alunos no sentido de

levá-los compreensão de que o grupo que caminha junto faz com mais segurança, por se

tornar mais forte e é esse movimento que se dá o nome de cooperação.

No que se refere a avaliação da aprendizagem escolar entende-se que ela adquire

seu sentido na medida em que se articula com o projeto pedagógico e com seu

consequente projeto de ensino, pois a avaliação subsidiará as decisões da aprendizagem

do educando, tendo em vista garantir a qualidade dos resultados que se está construindo.

7. MARCO OPERACIONAL

Ações desenvolvidas

Esta instituição procura estabelecer vínculos educacionais para poder garantir uma

educação de qualidade, onde o interesse do professor deve ser por aquilo que os alunos

já conhecem, é uma ocupação prévia sobre o tema que será desenvolvido e um cuidado

preliminar visando saber quais as “pré-ocupações” que estão nas mentes e nos

sentimentos dos educandos, possibilitando ao professor desenvolver um trabalho

pedagógico mais adequado, a fim de que os educandos, nas fases posteriores do

processo, apropriem-se de um conhecimento significativo para suas vidas.

Acreditando que educar é reconhecer limites e traçar novos caminhos, exige-se

que o cidadão saiba ser e viver junto, ou seja, que seja capaz de perceber que não está

sozinho no mundo, onde deve ser capaz de controlar suas emoções de forma

harmoniosa, participativa e responsável .

Importante se faz diante de uma concepção de inteligência, privilegiar além das

habilidades linguística e lógica matemática, como também a capacidade de

relacionamento consigo e com as demais habilidades artísticas e corporais, levando-se

31

em consideração o conhecimento do mundo e consciência ecológica onde surgem muitas

outras complicações no contexto sócio-educacional, visto que tais habilidades estão

relacionadas com a formação de um novo ser, com maior capacidade para realizar

trabalhos em grupos, maior competência e equilíbrio emocional em meio a tantas

exigências sociais.

Garantir a avaliação processual no decorrer das atividades desenvolvidas na

escola, a recuperação paralela, realizar encontros entre professores, pedagoga e alunos

com problemas, para juntos buscarem solução e após essa tentativa se necessário,

buscar a presença dos pais e ou responsáveis.

Estimular mais a pesquisa com cobranças sobre a mesma com a finalidade de

desenvolver nos alunos hábitos, responsabilidade e independência para que construam

seu próprio conhecimento.

A valorização do trabalho docente, através da formação inicial e continuada com

grupos de estudos, palestras, reuniões pedagógicas, com objetivo de dar suporte sobre

metodologias e didáticas que atendam as reais necessidades/ dificuldades dos alunos,

melhores condições de trabalho, oportunizando recursos físicos e materiais como suporte

para sua prática pedagógica.

Desta forma, o contexto educacional atual passa ser uma busca constante de

meios que eduquem, informem, humanizem, capacitem, tornando o educando capaz de

inserir-se na sociedade mais humanizado, com princípios éticos e morais e sempre com

suas atitudes voltadas para as necessidades coletivas.

Esta instituição conta com as seguintes Instâncias Colegiadas: Conselho de

Classe, Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil.

O Conselho de Classe é um colegiado, no qual o diretor, pedagogo, professores,

pais e alunos representantes de turma se encontram para discutir o desempenho escolar

dos alunos, refletindo sobre as práticas pedagógicas. É um momento de análise das

dificuldades de ensino e aprendizagem, da adequação dos conteúdos curriculares, das

metodologias empregadas, e da proposta pedagógica da escola, não se restringindo

apenas ao registro de notas e a indicação de aprovação ou reprovação. Fundamentado

na gestão democrática, serão realizados pré – conselhos com a participação dos alunos e

dos professores. No conselho de classe, a direção, pedagogo e professores analisarão os

resultados obtidos, apontando os pontos positivos e negativos sugerindo melhorias. Após

o Conselho de Classe, serão apresentados os resultados e propostas da instituição aos

alunos.

O Conselho Escolar é um órgão consultivo, deliberativo, de mobilização e o mais

32

importante no processo de gestão democrática da escola. Sua tarefa primordial é

acompanhar o desenvolvimento da prática educativa e do processo de ensino –

aprendizagem. Sua função é fundamentalmente político pedagógico. É político na medida

em que estabelece as transformações desejadas na prática educativa e pedagógica,

quando indica os mecanismos necessários para que as transformações ocorram.

PLANO DE AÇÃO PROPOSTO PELO CONSELHO ESCOLAR - 2º semestre 2010.

ESCOLA ESTADUAL ALEXANDRA PEICHÓ - CAMPO DO TENENTE- A.M.SUL

Necessidades dificuldades Gerais da

escola

AÇÕES PROPOSTAS PELA ESCOLA

Todos os segmentos concordaram que

precisamos de uma sede própria, onde

tenhamos condições dignas de trabalho.

Estamos num prédio Municipal, com

dualidade administrativa. Não temos

quadra, nem pátio coberto, nos dias de

chuva temos que ficar dentro da sala,

inclusive no recreio, e para pegar os ônibus

aguardamos com os alunos em sala até a

chegada dos mesmos, e mesmo assim os

alunos se molham devido ao pátio não ser

coberto.

A direção já fez a sua parte foi atrás e

ganhou terreno da prefeitura que já foi

doado para o estado para construção de

uma escola nova.

Ainda, antes disso foi pedido a SEED, pátio

coberto. Infelizmente é ano político e as

coisas estacionaram, só o ano que vem

teremos respostas.

Necessidades e dificuldades do ensino

aprendizagem

AÇÕES PROPOSTAS PELA ESCOLA

Alguns alunos vem para escola obrigados,

desinteressados, sem expectativas de vida

melhor, sem pré - requisitos,

A escola realiza vários projetos: Pintura de

paredes; festa de aniversário para os

alunos, gincanas, lanche diferenciado,

quando possível realizamos reforço para os

alunos com dificuldade.

Indisciplina, a comunidade apresenta

alguns problemas de indisciplina. Ainda

como temos apenas duas escolas

estaduais em nosso município, e como a

escola é pequena, sempre tem vagas, o

Projeto turma legal, onde os alunos são

avaliados por aulas na questão da

disciplina, a turma que tem disciplina, por

um período é premiada com alguma ação

da escola, passeio, filme, cessão cinema

33

Colégio Victor Busssmann manda vários

alunos transferidos que são indisciplinados

e saíram do controle da escola. Este ano

tivemos quatro casos assim trazidos pelo

conselho tutelar.

,etc. Às vezes temos bom resultados os

alunos mudam, tanto no comportamento

,quanto em notas, nossa escola é pequena

facilita o acesso e interveniência direta da

parte pedagógica e direção, quanto a este

problema. Dos quatro casos trazidos pelo

conselho, conseguimos uma melhora

significativa em três casos, só um que se

evadiu da escola. Também damos todo o

apoio humano e material aos alunos.

Somos uma grande família

A prática social da educação envolve aspectos que se articulam e se

complementam, e o projeto pedagógico como instrumento de planejamento coletivo,

procura resgatar a unidade do trabalho escolar, garantindo a unidade desse trabalho.

Portanto, o Conselho Escolar zela pela dimensão do trabalho desenvolvido na

escola, busca a colaboração e harmonia no ambiente, objetivando um tratamento

adequado a todos os segmentos envolvidos no processo de ensino - aprendizagem.

Esse processo é analisado e revelado nas condições estruturais e educacionais da

escola. Na ação do professor durante o processo de avaliação, o Conselho Escolar deve

considerar os resultados almejados; as avaliações propostas pelo sistema educacional e

no desenvolvimento de um plano educacional coerente com a realidade e eficaz no

atendimento às necessidades dos educandos.

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF, é um órgão de

representação dos pais e profissionais do estabelecimento, não tendo caráter político

partidário, religioso e racial, sem fins lucrativos, não sendo remunerado os seus Dirigentes

e Conselheiros, constituída por prazo indeterminado, e os membros Dirigentes renovados

a cada dois anos. Sendo todas ações regidas de acordo com o estatuto vigente.

O Grêmio Estudantil Helena Kolody, tem como objetivo integrar e representar os

alunos da escola, defender os seus direitos e interesses, cooperar para a melhoria e

qualidade do ensino, de forma harmoniosa, incentivando e promovendo atividades

educacionais, culturais, cívicas e desportivas, sociais e de solidariedade. Com sua ações

pautadas conforme estatuto vigente.

Constitui como finalidade específica a conjunção de esforços, a articulação de

objetivos e harmonia de procedimentos, o que a caracteriza principalmente por interagir

34

junto a escola como instrumento de transformação social.

PROJETOS DESENVOLVIDOS QUE CONTRIBUEM POSITIVAMENTE NO

DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

Pasta de ocorrências: É uma pasta destinada a cada turma, a qual é composta por uma

relação com os números e os nomes dos alunos e com uma ficha individual para cada

componente, onde é registrado a ocorrência discriminadamente, a data, a assinatura do

responsável pelo registro (professor, diretor ...) e a assinatura do aluno. Esta pasta

contribui no acesso as informações cotidianas da sala de aula, numa visita de pais,

conselho de classe, quando necessário à consulta sobre o comportamento individual de

algum dos alunos, principalmente quando o responsável pelo registro não se encontra na

escola para relatar o acontecido e serve também como critério de premiação por bom

comportamento.

Turma legal: Este projeto tem como objetivo diminuir a indisciplina durante as aulas.

Constitui-se de uma folha com os dia letivos do mês e o número de aulas diárias. Cada

professor atribui seu conceito para com a turma durante sua aula. No final de cada

semana é feita a contagem do número dos conceitos. Se todos os dias da semana e

todas as aulas diárias forem positivos, a turma ganha:

− 1ª semana: 1 bônus= R$ 0,60 em lanches da cantina.

− 2ª semana: 2 bônus= um filme com pipoca num dia que não tenha Ed. Física.

− 3ª semana: 3 bônus= um filme com pipoca, Ed. Física e jogos.

− 4ª semana: 4 bônus= piquenique ou passeio.

Aniversários: No final de cada semestre é comemorado com presentes, bolos,

refrigerante, pizza ou cachorro quente, (lanche diferenciado) os aniversários dos alunos,

professores e funcionários correspondente àquele semestre. Todos se reúnem no pátio da

escola, onde é chamado individualmente cada aniversariante para receber seu presente e

após todos receberem, canta-se parabéns e após os cumprimentos, professores,

funcionários e alunos lancham juntos, numa grande confraternização.

Dia das crianças: O dia das crianças é comemorado por todos em parceria com a equipe

de saúde da localidade, juntamente com a comunidade local com brincadeiras em

35

brinquedos como: cama elástica, tobogã, piscina de bolinhas, jogos e brincadeiras e

lanche especial para a ocasião.

Dia do estudante: É comemorado com atividades lúdicas, gincanas com premiação,

jogos educativos e lanche diversificado.

Passeios: É realizado passeios e visitas em locais escolhidos com o objetivo de divertir e

instruir culturalmente os participantes. E todo final de ano os alunos mais disciplinados

ganham um passeio ao parque aquático com direito a almoço e transporte gratuito.

Festa junina: É realizada com toda a comunidade escolar juntamente com a APMF da

escola, onde se reúnem em festa com danças, bingos, leilões, comidas e bebidas típicas,

apresentações artísticas e com a apresentação da Sar e do Xixo (candidatos com maior

nº de votos vendidos). Toda a renda arrecadada no evento é revertido em benefícios a

escola e alunos.

Uniforme: Todo aluno ao matricular-se na escola ganha uma camiseta de uniforme como

incentivo e o uso do uniforme é obrigatório para todos os alunos, exceto quando por

eventualidade acontecer algo que o impeça de usá-lo. Diante dessa situação, o aluno

deve trazer um bilhete com a justificativa e assinado pelo pai, mãe ou responsável. Para

aqueles que os pais não têm condições de comprá-lo, a escola juntamente com a APMF,

proporciona ao aluno esse uniforme.

Lanche diferenciado: Uma vez por bimestre a escola proporciona um lanche

diferenciado a todos os alunos, já que a maioria não tem condições de comer algo

diferente do lanche escolar.

Projeto ambiental

Tem por objetivo incentivar o educando para o desenvolvimento de

comportamentos ambientalmente corretos.

Sensibilizar o educando ao desenvolvimento de suas potencialidades, posturas

pessoais e comportamentos sociais construtivos, sendo agente na construção de uma

sociedade justa, em um ambiente saudável.

PROPOSTA DE TRABALHO

36

A fundamentação teórica/prática do projeto articula-se com o estudo de temas

geradores que englobam palestras, oficinas, pesquisas, vídeos e saídas a campo.

Estudo e planejamento para implantação da horta escolar.

Sendo a saída a campo com o objetivo de aliar conhecimento á prática,

visualizando as etapas da semente, desenvolvimento da muda, plantio, cuidados com a

água (nascente, rio), prevenção de “formigas” e outros animais invasores.

A formação de uma trilha ecológica – o plantio de árvores nativas, a recuperação

de nascentes, etc.

Sendo a escola Estadual Alexandra Peichó escola do campo, todas as atividades

realizadas incentivam o educando a preservação ambiental, conscientização de suas

capacidades e valorização da natureza, “berço da humanidade”, dando oportunidade ao

educando de elevar a sua auto-estima.

Propomos parcerias com a comunidade, fomento agrícola e empresa Arauco.

Atividades

ConteúdosLíngua Matemática Ciências Geografia História Artes/

Portuguesa

Educação

Física

Discussão Leitura Sistemas de

Vitamina

s Clima

Pesquisa

com- Alimentação esobre

hábitos medidas:

parativa

dos atletismoalimentares massa hábitosda região alimentares

Pesquisa Leitura Tabelas e Vegetais

Vegetaçã

o Montagem Confecção de

sobre os gráficos

de uma

linha cartazesvegetais

cul-

do tempo

do

tivados na

cultivo

vegetalregião regionalAquisição

de Redação:

_ _

Estudo do

Estudo

sobre

_

sementes e carta/ relevo espéciesmudas

(esta- Linguagem nativasbelecimento oral

37

de contato com órgaos locais)

Preparação

_

Figuras Solo

Tipos de

solo

_

Confecções de do terreno geométricas Água adubação placas de iden-para plantio Área declive do tificação dos

terreno vegetais

erosão

Plantio Leitura de

Resolução

de _

Fenômen

os

Pesquisa

das_Instruções problemas Climáticos épocas de

Referente plantioao plantio

Acompanha

- Redação de _

Germina

ção _ Cronologia Desenhosmento da relatóriogerminação

FOMENTO, ARAUCO,COMUNIDADE MATERIAIS A PROVIDENCIAR - Palestra com nutricionista para alunos de

5ª a 8ª série sobre: “Hábitos alimentares

saudáveis”

- Providenciar: vídeos; folders; cartilha ou

material para distribuição; dinâmica de

atração. - Oficina para as mães e comunidade - Demonstrar:

Sucos (couve, limão, cenoura, alface)

Uso de talos em farofa e refogado

Bolos e pães

Biscoitos - Palestras: semeadura, montagem de

canteiros, uso de ferramentas (apropriadas

ou provisórias), épocas de semear e o que

semear; Adubação orgânica: o que é, como

se produz.

- Fornecimento de sementes e mudas

para a horta; doação de ferramentas para

a escola (enxada, pá, regador); adubo

orgânico.

- Orientações de um técnico na preparação

do terreno, adubação orgânica, divisão de

canteiros, semeadura ou plantio de mudas.

- Técnicas para acompanhamento;

adubos orgânicos.

- Acompanhamento – plantio

- pragas

38

8. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A Escola Estadual Alexandra Peichó, adota o regime anual para efeito de registro

da avaliação do aluno no processo ensino/aprendizagem. Considera os valores

numéricos, inteiros, de um a dez. Estes registros são organizados em quatro bimestres,

onde é feito a média pelo número de avaliações e se adota o critério de “médias” finais,

dividindo a soma dos bimestres por quatro. Porém, para os alunos que não lograrem

aprovação, a escola trabalha com a avaliação paralela aos conteúdos dados. A nota

obtida pelo aluno no bimestre/semestre poderá ser substituída de forma a prevalecer a

maior nota, tantas vezes quantas forem as oportunidades de recuperação do

conhecimento, oferecidas a ele.

Para obter aprovação nos estudos, o aluno deverá, até no último bimestre, ter

nota igual ou superior a seis, ou seja, dominar 60% dos conceitos propostos para a série

que está cursando. Como o registro da nota é síntese do processo de ensino-

aprendizagem, entendemos que aluno e professor precisam estar envolvidos neste

processo. No entanto, a aprovação está condicionada ao alcance de pelo menos 60% dos

conhecimentos registrados em quatro bimestres.

Se o aluno alcançar, no primeiro bimestre a nota mínima de aprovação, isto

não significa que o aluno esteja aprovado ou que tenha concluído o ano letivo. Todo o

esforço, tanto do aluno como do professor, deve ser no sentido de alcançar a nota

máxima, em todos os bimestres.

Observa-se a necessidade e a importância da avaliação, não somente do aluno

e do professor, mas também da instituição escolar no seu conjunto, pois o processo de

avaliação é desenvolvido pela escola, bem como o seu resultado, são reflexos da

elaboração e da implementação de um Projeto Político Pedagógico, concebido de forma

coletiva.

A avaliação não será apenas uma quantificação apresentada em notas, mas

também, a expressão do movimento de quem ensina de quem aprende e como aprende;

constituindo assim o processo de ensino-aprendizagem.

Avaliar faz parte do projeto de construção da sociedade que desejamos, da

formação de um cidadão capaz de refletir, resolver problemas, decidir e atuar na sua

comunidade.

1º B + 2º B + 3º B + 4º B = 6,0

39

4

A avaliação durante os bimestres ocorrerá da seguinte forma:

Serão no mínimo três avaliações, sendo duas de trabalhos, provas, pesquisas,

palestras, debates, entre outras, e uma de conceito, onde será analisado critérios como:

realização de atividades, assiduidade, cumprimento das regras da escola comum a todas

as disciplinas e as demais, conforme especificidade de cada professor e sua disciplina.

O rendimento mínimo exigido pela escola para aprovação, é média 6.0 (seis) por

disciplina, e frequência igual ou superior a 75% (Setenta e cinco por cento) sobre o total

da carga horária do período letivo, ou seja, no final do ano letivo será a soma da média

bimestral divido por quatro e o resultado para aprovação deverá ser igual ou superior a

média 6.0 (seis).

O aluno com média inferior a 6.0 (seis) e frequência inferior a 75% (setenta e cinco

por cento) é submetido ao Conselho de Classe previsto no Regimento Interno. Todo aluno

tem o direito ao Conselho de Classe independentemente da média alcançada durante o

ano, os resultados finais são comunicados aos alunos e a seus pais e /ou responsáveis.

Mesmo que o aluno não se faça presente ao Conselho de Classe ele será sempre

a figura central das discussões e avaliações, estando presente por meio de seus

resultados, de seus sucessos, de seu desenvolvimento, de sua resistência, de seus

fracassos, de suas necessidades e dificuldades. (DALBEN, 2004)

Os alunos que não atingirem o mínimo de objetivos propostos terão recuperação

de estudos paralelos, se não atingirem a média mínima exigida (seis) e/ou todos que

desejam podem realizar a recuperação de instrumentos proporcionados obrigatoriamente

pelo Estabelecimento de Ensino e realizados juntamente com o professor de cada

disciplina ao final de cada bimestre, sendo o resultado da recuperação incorporado aos

das avaliações efetuadas durante o ano letivo, prevalecendo a nota maior.

Os instrumentos para recuperação ficam a critério de cada professor, podendo ser

provas escritas, orais, apresentação de trabalhos, pesquisas, produção de textos,

observação do professor, etc. A avaliação deve dar condições para que seja possível ao

professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem.

A recuperação de estudos constitui um conjunto integrado ao processo de ensino,

além de se adequar às dificuldades dos alunos.

A recuperação de conteúdos e instrumentos realizados durante o ano letivo será

considerada para efeitos de documentação escolar, constando no registro de classe do

professor, incluindo data e conteúdo.

A avaliação deve proporcionar dados que permitam ao Estabelecimento de Ensino

40

promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de

ensino.

FREQÜÊNCIA

Observa - se que a Lei nº 9394/96 em seu art. 24, VI e a Lei Complementar nº

170/98 em seu art. 26, VIII, exigem a frequência mínima de 75% do total de 800 horas

letivas para aprovação.

+ 75% - aprovado

- 75% - reprovado

Sabemos que novas visões sobre avaliação precisam ser levadas em consideração,

onde os professores possam inovar suas práticas e estarem conscientes das concepções

que regem suas ações, onde sua credibilidade profissional estará em jogo, porque inicia a

contestar os parâmetros da avaliação educacional pela arbitrariedade e fragilidade, que

na teoria várias vezes percebidas, pela ação pedagógica.

Avaliar para promover significa, compreender a finalidade da prática pedagógica

que tem a serviço da aprendizagem, da melhoria na ação pedagógica, visando a

promoção moral e intelectual dos alunos onde requer dos professores uma mudança de

postura profissional na qual, devem assumir o papel de pesquisadores, de investigadores,

de esclarecedores e de organizadores de experiências significativas de aprendizagem,

cujo compromisso é o de agir refletidamente, criando e recriando alternativas pedagógicas

adequadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem

perder a observação do conjunto e promovendo sempre em ações interativas, uma vez

que o professor é o mediador do processo ensino aprendizagem, ou seja, é a linha mestra

no processo.

O compromisso do professor e da escola diante diversidade, requer e exige que

cada um dos profissionais da educação para sanar tantos desafios na escola, devem

conhecer e respeitar as diferenças existentes no estabelecimento de ensino, para que

assim comecem a intervir oferecendo oportunidades de promoção aos alunos e assim

quebrar os paradigmas que vemos constantemente no final de um ano letivo, onde os

professores se reúnem em conselho de classe para explicar e justificar apenas o fracasso

deste ou daquele aluno, para daí proferir sua “sentença” , seu julgamento sob forma de

conceitos, graus numéricos ou pareceres descritivos.

41

Com isso a escola visa oportunizar aos alunos uma avaliação significativa e que

serão exercidas como pontes em seu trajeto e não como barreira que de repente possam

impedir aos alunos em avançar e consequentemente ocorrer à interrupção de um

processo natural da vida.

As novas concepções de aprendizagem propõem fundamentalmente situações de

busca contínua de novos conhecimentos, questionamentos e críticas sobre as ideias em

discussão, complementação através de leitura de diferentes portadores de texto,

mobilização dos conhecimentos em variadas situações-problema, expressão diversificada

do pensamento do aprendiz. Nesse sentido, a visão do educador/avaliador ultrapassa a

concepção de alguém que simplesmente “observa” se o aluno acompanhou o processo e

alcançou resultados esperados, na direção de um educador que propõe ações

diversificadas e investigação. Alguém que provoca, questiona, confronta, exige novas e

melhores soluções a cada momento.

9. REFERÊNCIAS

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Mediação, 2004.

KLEIN, Lígia Regina. Alfabetização: quem tem medo de ensinar? São Paulo: Cortez,

1996.

LEIONEL, Zélia. Em Discussão os Conteúdos. Texto mimeografado, escrito para o

Encontro Estadual de alunos de Pedagogia, Universidade Estadual de Maringá, 1984.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 15ª edição. São Paulo:

Cortez, 2003.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora. 19ª edição. Porto Alegre: Mediação, 2001.

GANDI, Danilo. A Prática do Planejamento Participativo. 12ª edição. Petrópolis, RJ;

Vozes 2004.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica.2ª edição

.Campinas,SP. Autores Associados,2003.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover:as setas do caminho. 4ª edição. Porto 42

Alegre: Mediação, 2001

MEC/SEF. PCNs- Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução. 5ª à 8ª séries.

Brasília, 1998.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. LDB: Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Constituição.

Brasília, 1998.

SAVIANI, Demerval. Sentido da pedagogia e papel do pedagogo. Revista Ande. São

Paulo, 1991.

SKLIAR, Carlos. A surdez – um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação,

1998.

UNESCO/ MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA DA ESPANHA. Declaração de

Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e

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VYGOTSKY, Lev. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

BARROS, Carlos e PAVLINO, Wilson Roberto. Ciências. Editora Ática.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná.

Campo do Tenente, 15 de setembro de 2010

43

___________________________________

Silvana Maria Arruda

Diretora

Res. 058/2006-DOE 16-01-06

ESCOLA ALEXANDRA PEICHÓ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

44

CAMPO DO TENENTE

2010

10.1. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - ARTE

APRESENTAÇÃO

A Arte no espaço escolar vem desenvolver no aluno a capacidade do pensamento

artístico, o qual é caracterizado como um modo particular de dar sentido às experiências

humanas, fazendo com que ele possa ampliar sua percepção, reflexão, sensibilidade e

imaginação. Assim, tomar o conhecimento da arte consiste em desenvolver trabalhos

artísticos, com o objetivo de apreciar e refletir sobre seus feitos e criações, como também

refletir sobre as formas da natureza e as produções artísticas individuais e coletivas de

distintas culturas e épocas.

Então pode-se afirmar que a arte enquanto disciplina do âmbito escolar, vem refletir

a sua importância no processo criativo da vida humana, fazendo com que o aluno se torne

um agente transformador, sendo competente para criar, refletir e interpretar a arte e o

mundo. Através da educação em arte, o aluno pode ampliar sua sensibilidade,

imaginação e percepção, por meio de fazeres artísticos e de reflexões sobre a obra de 45

arte.

A arte, como ação criativa, não nasceu pronta, foi preciso que alguém a inventasse,

utilizando-se assim da necessidade humana de criação. Desde os primórdios o homem,

sendo um ser racional, que vive em uma constante busca de transformação, seja do

ambiente em que vive ou de seu meio social, encontrou na arte, mesmo antes de inventar

a escrita, uma forma de expressar suas ideias e sentimentos, por meio da imagem

representada em desenhos e pinturas, danças, músicas e dramatizações.

Assim, no decorrer do tempo o ser humano tem utilizado a arte como uma forma de

desenvolver seu intelecto. Partindo desse pressuposto, pode-se dizer que ele tem feito

uso da arte para analisar, entender e recriar o mundo em que vivem, como se fosse um

meio de comunicação não verbal.

Ernst Fischer, abordando a origem da Arte escreveu:

“A Arte é quase tão antiga quanto o homem. É uma forma de trabalho, e o trabalho

é uma atividade característica de homem”. (FISCHER, 1987, p.21)

Nas diversas culturas que foram surgindo na história da humanidade, o contato do

homem com a arte tem contribuído como forma de caracterizá-las, possibilitando então,

que possamos compreender seu modo de vida.

O conhecimento artístico tem como características centrais a criação e o trabalho

criador. A arte é criação, qualidade distintiva fundamental da dimensão artística, pois criar

“é fazer algo inédito, novo e singular, que expressa o sujeito criador e simultaneamente,

transcende-o, pois o objeto criado é portador de conteúdo social e histórico e como objeto

concreto é uma nova realidade social” (PEIXOTO, 2003, p. 39).

O homem que desenhou o primeiro bisão na parede da caverna inventou um ofício

que posteriormente ensinou para outra pessoa, e assim tudo que é criado pela arte tem

passado de geração em geração, o que formou as diversas culturas, também promovidas

pelas suas manifestações artísticas. Sendo assim, o ensino da Arte-educação vem

contribuir para que o educando possa identificar seu valor cultural, assim como

reconhecer e respeitar as outras culturas sejam elas nacionais ou não.

Segundo os Parâmetros Curriculares de Arte, a disciplina de Arte propicia o

desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um

modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua

sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação

de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas pela natureza e nas

diferentes culturas.

46

Ainda nos parâmetros Curriculares defende-se a ideia de que a disciplina também

favorece ao aluno relacionar-se criadoramente com as outras disciplinas do currículo. Por

exemplo, o aluno que conhece arte pode estabelecer relações mais amplas quando

estuda um determinado período histórico. Um aluno que exercita continuamente sua

imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver estratégias

pessoais para resolver um problema matemático.

No Brasil, muito se tem feito para que a importância do Ensino da Arte seja

reconhecido como disciplina essencial no currículo.

Durante o período colonial, nas vilas e reduções jesuíticas, ocorreu a primeira

forma registrada de Arte na educação.

A congregação católica denominada Companhia de Jesus veio ao Brasil e

desenvolveu uma educação de tradição religiosa, para grupos de origem portuguesa,

indígena e africana. Nas reduções jesuíticas, realizaram um trabalho de catequização dos

indígenas com os ensinamentos de artes e ofícios, por meio da retórica, literatura, música,

teatro, danças, pintura, escultura e artes manuais. Em todos os lugares onde a

Companhia de Jesus se radicou, promoveu essas formas artísticas, não somente

cultivando as formas ibéricas, da alta idade média e renascentista, como assimilando

também as locais. Esse trabalho educacional jesuítico perdurou aproximadamente por

250 anos.

Por volta do séc. XVIII, buscou-se a efetiva superação do modelo teocêntrico

medieval, de modo que se voltou ao projeto conhecido como iluminista, cuja característica

principal era a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela

ciência. O Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas do território do Brasil Colônia e

estabeleceu uma reforma na educação colonial e em outras instituições, conhecida como

Reforma Pombalina, fundamentadas nos padrões da Universidade de Coimbra, com

ênfase ao ensino das ciências naturais e dos estudos literários. Apesar da formalização

dessa Reforma, na prática não se registraram efetivas mudanças.

Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, uma série de obras

e ações foram iniciadas para acomodar, em termos materiais e culturais, a corte

portuguesa.

Entre essas ações destacou-se a chegada ao Brasil de um grupo de artistas

franceses encarregados da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos

poderiam aprender as artes e ofícios.

Esse grupo ficou conhecido como Missão Francesa e obedecia ao estilo

neoclássico, fundamentado no culto á beleza clássica.

47

Esse período foi o de laicização do ensino no Brasil, com o fim dos colégios-

seminários e sua transformação em estabelecimentos públicos, nesses estabelecimentos

houve um processo de divisão do ensino de Arte: o de Belas Artes e música para a

formação estética e o de artes manuais.

No Paraná, foi fundado o Liceu de Curitiba, hoje Colégio Estadual do Paraná.

Entre conflitos, ideias positivistas e liberais, os positivistas, inspirados em Augusto

Conte, valorizavam em Arte o ensino do desenho geométrico como forma de desenvolver

a mente.

Um marco importante para a arte brasileira e os movimentos nacionalistas foi a

Semana de Arte Moderna de 1922, que influenciou artistas brasileiros, que valorizavam a

expressão singular e rompiam com os modos de representações realistas. Esses artistas

direcionaram seus trabalhos para a pesquisa e produção de obras a partir de raízes

nacionais.

Em contraposição às formas anteriores de ensino que impunham modelos que não

correspondiam à cultura dos alunos, procurou-se valorizar a cultura nacional, expressa na

educação pela escola nova, que postulava métodos de ensino em que a liberdade de

expressão do aluno era priorizada.

O ensino de Arte teve o enfoque na expressividade, espontaneidade e criatividade.

Pensada inicialmente para as crianças e incorporada para o ensino de outras faixas

etárias. Essa valorização da Arte encontrou espaço na pedagogia da Escola Nova,

fundamentada nas teorias de John Dewey e Jean Piaget, foi efetivamente estruturada

com o artista e educador Augusto Rodrigues em 1948.

A partir da década de 1960, as produções e movimentos artísticos se intensificaram

nas artes plásticas com as Bienais e os movimentos contrários a ela; na música com a

bossa nova e os festivais; no teatro, com o teatro de rua, teatro oficina e o teatro de arena

de Augusto Boal, e no cinema com o cinema novo de Glauber Rocha.

No começo da década de 1990, foram elaborados o Currículo Básico para a Escola

Pública do Paraná no Ensino de 1° grau e o Documento de reestruturação do Ensino de

2° grau, tais propostas curriculares tiveram na pedagogia histórico-crítica o seu princípio

norteador e intencionavam fazer da escola um instrumento que contribuísse para a

transformação social. O ensino da Arte retomava seu caráter artístico e estético pela

formação do aluno, pela humanização dos sentidos, pelo saber estético e pelo trabalho

artístico.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados no período de 1997 a 1999, em

Arte tiveram como principal fundamentação metodológica a proposta de Ana Mae

48

Barbosa, denominada Metodologia Triangular, a proposta relaciona o fazer artístico, a

apreciação e os conhecimentos históricos, estéticos e contextuais em Arte.

No período de 2003 a 2006, foram realizadas diversas ações pelo governo do

Estado do Paraná que valorizam o ensino de Arte.

O ensino de Arte deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa a se

preocupar também com o desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída

historicamente e em constante transformação.

Em 2008, com a aprovação da Lei Federal n. 11.769, o ensino de música passou a

ser obrigatório.

Reconhece-se que os avanços recentes podem levar a uma transformação no

Ensino de arte. Entretanto, ainda são necessárias reflexões e ações que permitam a

compreensão da arte como campo do conhecimento, de modo que não seja reduzida a

um meio de comunicação para destacar dons inatos ou a prática de entretenimento e

terapia. Assim, o ensino de arte deixará de ser coadjuvante no sistema educacional para

se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída

historicamente e em constante transformação. (DCEs de Arte, 2008)

No mundo contemporâneo a Arte, enquanto disciplina, assume uma grande

importância na orientação do aprendiz, para que seja possível a sua inserção social,

cultural e profissional. Assim, o conhecimento da arte e as suas relações entre os códigos

de representações nas diversas expressões existentes na linguagem artística, além do

contexto histórico e cultural arraigados nos diferentes estilos, tanto nas artes plásticas,

como no teatro, na dança e na música, pode formar um ser capaz de analisar, criar, refletir

e inovar através da arte. Isso não quer dizer que as normas e técnicas utilizadas nas

expressões artísticas, estarão sempre presente em seu dia-a-dia, mas que através de sua

aprendizagem é possível formar cidadãos capazes de resolver facilmente as questões

incertas que poderão surgir, utilizando seu poder de criação para elaborá-las de forma

simples e inovadora.

Neste sentido, o individuo acrescenta em sua bagagem cultural uma nova

percepção sobre a arte, conhecendo e apreciando as produções artísticas, que são ações

que interagem o perceber, o pensar, o aprender, o recordar, o imaginar, o expressar e o

comunicar. Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas outras

culturas, o aluno então poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto

seus modos de pensar e agir quanto os da sociedade. Trata-se de criar um campo de

sentimento para a valorização do que lhe é próprio e oferecer o entendimento da riqueza

e diversidade da imaginação humana.

49

A Arte é fonte de humanização por meio dela o ser humano se torna consciente da

sua existência individual e social; percebe-se e se interroga, é levado a interpretar o

mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender os princípios das obviedades

atribuídas aos objetos e às coisas, é desafiadora, expõe contradições, emoções e os

sentidos de suas construções. Por isso, o ensino da Arte deve interferir e expandir os

sentidos, a visão de mundo, aguçar o espírito crítico, para que o aluno possa situar-se

como sujeito de sua realidade histórica.(DCEs, 2008)

Além disso, a arte torna possível o desenvolvimento da autonomia, onde o aprendiz

passa a sentir-se seguro de si mesmo, podendo expor seus pontos de vista, já que

reconhece o significado artístico e as visões de mundo, que diferem de cultura para

cultura.

O aluno aprende por analogia, por habilidade, levando em consideração à auto

crítica a valorização da cultura nacional e da cultura popular. Busca a criatividade e

incentiva a expressão individual, desenvolvendo a expressividade, espontaneidade

rompendo padrões estéticos.

O Ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos conhecimentos

estéticos, isto é, o pensamento, a sensibilidade e a percepção articulando à organização

que expressa pensamentos, sentimentos, sob a forma de representações artísticas. O

conhecimento artístico está relacionado ao fazer criativo, considera o imaginário, a

elaboração e a formalização do objeto artístico até o contato com o público. O

conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico, político, econômico e sócio

cultural, que contribui para a compreensão dos conteúdos explícitos e implícitos.

No Ensino Fundamental a Arte se efetiva na inter-relação de saberes que se

concretiza na experiência estética por meio da percepção, da análise, da

criação\produção e da contextualização histórico. Contemplará as artes visuais, a dança,

a música e o teatro sob a referência das relações estabelecidas entre a arte com a

linguagem.

As formas de relação da arte com a sociedade serão tratadas numa dimensão

ampliada, com ênfase na associação da arte com a cultura e da arte com a linguagem. As

associações da arte com a cultura e com a linguagem serão feitas a partir da realidade

cultural, na interação com as produções\manifestações artísticas trabalhadas. Fornecendo

ao aluno base para ampliar sua visão de mundo e compreender as construções

simbólicas de outros sujeitos pertencentes às mais diversas realidades culturais.

Os movimentos de artes valoriza a cultura do povo, que em toda História habitaram

o território é que sempre ocorreram manifestações artísticas na diversidade cultural.

50

Considerando que desde o processo de colonização, a arte indígena, a arte medieval o

renascentista europeu, a arte africana cada uma com suas especificidades constituíram e

constituem a matriz da cultura popular brasileira.

Em diversas situações do dia-a-dia as pessoas estão cercadas por Arte, muitas

vezes sem se darem conta disso. Uma volta pela cidade com olhos atentos é suficiente

para descobrir onde a Arte pode estar “escondida” a disposição em uma vitrine, os

arranjos em um jardim, a música de um violeiro, as apresentações de danças de rua, as

fachadas dos edifícios, além é claro de museus e galerias. O fenômeno artístico

apresenta-se na cultura popular, na erudita e nos meios de comunicação.

Assegurar ao aluno a necessidade de observar, deduzir, exprimir, representar e

comunicar-se desenvolvendo a iniciativa e a atenção para que o mesmo se sinta ajustado

socialmente.

Contribuindo para a formação da sensibilidade, imaginação e apresentação, como

preparo para a sua formação.

ARTES VISUAIS

Por muito tempo, as aulas de Arte estiverem basicamente voltadas para essa área

e até hoje em algumas redes de ensino, continua sendo a mais utilizada. As Artes Visuais

são voltadas para as Artes Plásticas, voltadas então para o visual.

Nas Artes Visuais, o artista mostra aquilo que pensa ou que quer expressar,

através das imagens. Entre os elementos que fazem parte das Artes Plásticas estão:

Recorte e colagem, cerâmica, escultura, fotografia, gravura, quadrinhos, pintura,

tapeçaria, web art, etc.

As Artes Visuais, assim como as outras linguagens, surgiram basicamente, junto

com o surgimento do homem, o homem pré-histórico já desenhava, com elementos da

natureza, nas paredes, a chamada arte rupestre.

Ao passar dos anos, a arte foi evoluindo, na Idade Antiga, podemos destacar a

construção das pirâmides no Egito, grandes obras arquitetônicas. Nesse período, surge a

escrita.

Os gregos e os romanos também deixaram suas marcas, os gregos tinham o ideal

de perfeição em suas obras e os romanos procuravam retratar as coisas como realmente

eram.

Na Idade Média podemos destacar três estilos: o bizantino, o romano e o gótico.

No estilo bizantino podemos destacar os mosaicos, os dormos centrais nas igrejas e os

ícones. No estilo romano, os afrescos, os arcos cilíndricos nas igrejas e as esculturas

51

estilizadas. No estilo gótico destacamos os vitrais e as catedrais com arcos em ponta.

Ainda na Idade Média surge o Renascimento, e, com ele, o homem passa a voltar

mais para si e a fazer uma arte para ele mesmo, diferentemente do que era feito antes,

pois a arte era voltada para a igreja. Nesse período a beleza ideal tinha grande

importância. Após o Renascimento surgem vários movimentos que duraram até o século

XIX, entre esses movimentos destacam-se o Barroco, o Neoclassicismo. O Romantismo e

o Realismo.

No século XX, surge a arte moderna, com destaque para os seguintes movimentos:

Fovismo — conhecido como movimento de explosão de cores, pelo uso de cores vivas,

Futurismo- procurava mostrar movimentos, o Construtivismo mostrava a tecnologia

moderna através do uso de formas geométricas; Preciosismo -procurava retratar formas

urbanas, Cubismo movimento que fazia uma desconstrução da imagem, e, Surrealismo

-movimento que mistura elementos reais com elementos irreais.

Ainda no século XX, surge a arte contemporânea, que segundo STRICKLAND

(1999), abriga todos os tipos de artistas e tendências e não se restringe a uma

determinada área geográfica, entre os movimentos temos: Op Art - movimento em que a

arte era construída criando uma ilusão óptica, Arte Pop - movimento em que era utilizado

o uso repetitivo das mesmas figuras, imagens de artistas famosos e cores vivas,

Happenings, Minimalismo movimento em que não se usava muitos detalhes, Movimento

Cobra e Arte Conceituai- onde o conceito valia mais do que a obra em si.

Na vida contemporânea as pessoas foram são bombardeadas por imagens, como

nunca nestas últimas décadas. Estamos diante de uma explosão de cores, formas e luzes

inéditas na história. Saber ver e perceber as manifestações visuais, distinguindo

sentimentos, ideias e qualidades, faz parte das aulas de artes visuais.

A obra de arte demonstra como o artista percebe o mundo, reflete sua realidade,

sua cultura e sua época a releitura da obra demonstra a diversidade de significados

contidos nas experiências de vida, em uma determinada realidade materializados em

cores, formas e texturas havendo uma inter-relação do artista com o aluno.

É importante que o educando fique sabendo de onde surgiu aquilo que ele está

fazendo, quais eram as técnicas utilizadas, sendo assim, a História da Arte, de

fundamental importância para o aprendizado do aluno, pois se tendo conhecimento dela,

se saberá de onde surgiu determinado estilo e o que levou cada artista a fazer

determinada obra, dando sentido à obra.

Porém, antes de se saber a História da Arte, é importante que o aluno, ao longo do

seu processo de escolarização, aprenda as técnicas, como o uso dos materiais (lápis de

52

cor, tinta, carvão, lápis de desenho, réguas, compasso, pincéis, etc.), bem como algumas

teorias e técnicas.

É importante que o aluno aprenda sobre as cores primárias, secundárias e

terciárias, monocromia, policromia, diferenciação e construção de objetos bidimensionais

e tridimensionais, a fazer recortes, colagens e dobraduras, técnicas de esboço -- para

facilitar o desenho de alguns objetos etc.

Além disso, é fundamental que no ensino de Artes Plásticas, o aluno aprenda a ler

as obras de arte, sejam elas quadros, fotografias, esculturas ou outras, analisando o que

o artista usou para realizar a obra e os motivos que o levaram a fazê-la, além de fazer

intervenção nas mesmas, através de releituras.

As técnicas e recursos assimilados devem ser usados e aprimorados conforme se

estuda para que o aluno abra um leque de formas de se realizar as suas atividades, não

substituindo uma coisa pela outra, mas sim, agregando-se conhecimentos.

O uso de imagens contribui em muito para o aprendizado das Artes Plásticas, pois

dará uma base para que o aluno desenvolva a sua criatividade e o seu potencial.

Segundo HERNÁNDEZ (2000), o estudo da Arte contribui para diversas coisas,

entre elas: a cultura visual como universo de significados, a Arte como construção e

representação social, a perspectiva de pesquisa sobre a compreensão, a compreensão

no ensino da Arte e uma interpretação crítica da realidade e destaca o uso de um portfólio

para se registrar o que foi aprendido ou até mesmo ensinado.

Com esses elementos, o aluno poderá refletir sobre o seu processo de

aprendizagem, transmitir pensamentos através da arte e entender o que o artista quis

transmitir através da imagem ou objeto que produziu.

Portanto, não só as Artes Visuais, mas as linguagens artísticas em geral,

contribuem para a formação de cidadãos críticos e conscientes daquilo que fazem.

DANÇA

A dança é o movimento que se apresenta das mais variadas formas, leva o aluno

a tornar o conhecimento significativo . Confere-lhe sentido na aprendizagem, isto é, a Arte

da dança como sujeito criador transformador nas diversas culturas.

A linguagem artística da dança tem conteúdos próprios, capazes de desenvolver

aspectos cognitivos que, uma vez integrados aos processos mentais, possibilitam uma

melhor compreensão estética do mundo.

O que é dança? Dançar é se expressar através de movimentos coordenados e

segundo PORTINARI (1989), a dança é a representação de aspectos culturais humanos,

53

tendo sua essência no estudo e na prática da qualidade do movimento. Além do

movimento, há mais duas características, consideradas principais na dança: o corpo e o

espaço.

Como surgiu a dança? A dança, assim como as outras manifestações artísticas,

inicia-se com manifestações primitivas, segundo FARO (1998), a dança surgiu na religião

e por algum tempo, foi privilégio dos sacerdotes, que a realizavam em cerimônias e, após

esse período, passou muito tendo sendo praticada somente por homens.

Somente muito tempo depois, a dança passou a ser considerada como uma

expressão artística, linguística e cultural, ganhando novo status, deixando o espaço

público e ganhando novos espaços e prestígio, enquanto forma de arte, penetrando nos

mais variados ambientes sociais. Surgem então, os balés, as companhias de dança e os

profissionais da dança, inclusive aquele profissional que se torna o responsável pela

montagem do espetáculo, o coreógrafo.

O Bale Clássico tinha como ideal a superação da gravidade, com isso, os

dançarinos procuravam se manter nas pontas dos pés, tendo como grandes expoentes

Marius Petipa e Diaghilev.

O Bale Moderno procurava ser uma dança mais livre e teve como principal nome

Isadora Duncan, que foi a primeira bailarina a dançar com os pés no chão e a aparecer no

palco sem malha.

No Brasil, o Rio de Janeiro foi o berço do primeiro corpo de baile em 1936, sendo

considerado o segundo mais antigo das Américas. Após esse período, a dança se

espalhou muito por aqui.

Para FARO (1998), a dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro da

dança, não importando estilo, procedência, objetivos ou formas e que os coreógrafos da

atualidade são altamente intelectualizados.

Qual a importância de se aprender dança? A dança além de relaxar, faz com que

as pessoas possam se expressar através dos movimentos, utilizando o corpo e o espaço.

A dança só passou a ter presença na educação brasileira a partir de 1997,

ganhando reconhecimento nacional como forma de conhecimento a ser trabalhado na

escola.

Assim como nas outras linguagens artísticas, para se aprender a dançar, é

necessário muito treino e dedicação, além de se colocar sentido naquilo que está

fazendo. Não podemos esquecer que ela é uma manifestação artística e que é importante

se conhecer os seus fundamentos e a sua evolução histórica, para que os estudantes

possam com o tempo, entender a mensagem que ela transmite nas suas mais variadas

54

formas de apresentação.

MARQUES (2003) diz que uma postura crítica em relação ao ensino de dança,

engloba conteúdos bem mais amplos e complexos do que uma coreografia de carnaval ou

a reprodução de uma dança popular.

Infelizmente, ainda há muito preconceito em se aprender dança, uma vez que os

homens a acham como algo estritamente feminino, coisa que não é verdade, tanto que

ela por um bom tempo, como citado acima, foi privilégio somente do sexo masculino.

A dança é uma arte que faz com que o educando desenvolve a sua coordenação

motora, além de proporcionar ao aluno novas formas de se pensar sobre algo,

transmitindo mensagens através dela.

A dança por muito tempo esteve ligada a outras linguagens artísticas, como a

música, mas hoje ela pode ser considerada independente, pois é possível realizá-la

separadamente da música ou de outra linguagem. Porém, é válido ressaltar que é muito

importante que as linguagens artísticas estejam interligadas.

Para MARQUES (2003), a barreira estabelecida pela ideia que conversar não é

dança, deve ser quebrada, conversar em si, realmente não é dança, mas é possível

estabelecer em sala de aula, através dela, um espaço para discussões que levem a um

processo de reflexão, pesquisa, comparação e desconstrução da dança, sendo possível

desenvolver o espírito crítico e criar as condições necessárias para a prática da dança na

escola.

É importante que as aulas de dança sejam um espaço para que os educandos

criem movimentos para representar situações do dia-a-dia ou até mesmo fazer uma

releitura de algum outro elemento presente em outra linguagem artística, além disso, é

importante estar atento à inclusão, mostrando ao portador de necessidade especial que

ele também é capaz de representar algo através da dança, junto a isso, é importante

saber o processo de criação em dança e como estar intervindo na sociedade através dela,

mostrando outras formas de se entender e viver a dança, diferentes das formas como são

difundidas pela mídia, podendo assim, mostrar o quão importante é esta arte chamada

dança.

A dança vem como expressão e entendimento das realidades próximas e

distantes, como as pessoas percebem seus corpos em movimento, nas diversas culturas,

havendo uma articulação sociocultural dos alunos com os saberes específicos da

linguagem.

A dança abre caminhos para o fazer, o pensar, o agir, o resgate da cultura popular

através da dança.

55

MÚSICA

Ouvir música faz parte da cultura da adolescente. A linguagem artística da música

permite ao aluno identificar as propriedades do som: timbre, intensidade, altura e duração.

A escuta atenta desses elementos permitirá reconhecer a estrutura musical presente em

qualquer produção artística, propiciando ao aluno o desenvolvimento da sensibilidade

estética e artística, o desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo, de sua

capacidade cognitiva, afetiva e psicomotora, da comunicação não verbal.

A linguagem artística da música, deve-se considerar saberes específicos dessa

linguagem; uma escrita consciente, que permita perceber a distribuição dos sons de

maneira sucessiva e simultânea, permitir que o aluno identifique as propriedades do som:

timbre, intensidade, altura e duração, bem como suas variações.

A História da música pode contribuir para a produção artística no tempo

cronológica, relacionando, percepção, organização, registro e produção. A música vem

atribuir com diversidade de gêneros, formações e estilos diferentes, que permite ao aluno

o fazer crítico do que lhe e imposto pelos meios de comunicação. A educação de artes em

relação a música estimula a percepção em sua diversidade, independentemente de

gostos pessoais.

A música surgiu quando o homem descobriu que, batendo um objeto no outro, ele

produzia sons e que isso não era simplesmente, um tanto de barulhos. A música teve

várias funções no decorrer da história, como para louvar os deuses, exaltar autoridades,

lutar, etc. e foi sistematizada como conhecemos hoje, na Grécia, porém, foi Guido

D'Arezzo, monge italiano, quem colocou os nomes das notas musicais como conhecemos

hoje - já que os gregos utilizavam as letras do alfabeto, de A (lá) à G (sol), utilizando o

Hino a São João, em latim.

Posteriormente, o Ut foi substituído pelo Dó, pelo fato do Ut ser considerado muito

difícil para cantar.

Atualmente, a música está presente no dia-a-dia de todas as pessoas que ouvem,

mas nem todos que a ouvem, sabem o que é música. Para saber o que é música, é

preciso primeiro ter conhecimento do que é som, e, som, nada mais é do que a vibração

produzida nos corpos elásticos e essas vibrações podem ser:

• regulares: aquelas que possuem altura definida, ou seja, quando conseguimos

ouvir que ali foi produzida uma nota musical, como dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, bem

como suas variações com sustenidos e bemóis;56

• irregulares: as vibrações irregulares são todos aqueles barulhos que ouvimos no

dia-a-dia, que podem ditar o ritmo para uma música, como a batida de um

instrumento de percussão (menos marimba e xilofone, que produzem sons

regulares) ou barulhos do dia-a-dia, que compõem a paisagem sonora, como a

sirene de uma ambulância, o som das britadeiras de operários, o som de marretas,

o som da buzina dos carros, o som dos aviões e outros inúmeros sons, na qual não

podemos distinguir a altura.

Bom, agora que sabemos o que é som? O que vem a ser Música? Segundo MED

(1996, p. 11), "Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com

ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo." Com isso, podemos ter uma boa idéia do

que vem a ser música, falando sobre suas principais partes, sem, porém, citar os seus

nomes: harmonia (sons simultâneos, ou seja, aqueles que são tocados ao mesmo tempo),

melodia (sons sucessivos, ou seja, aqueles que são tocados um após o outro) e ritmo (o

andamento, velocidade da música)

O objetivo do ensino de música na educação .básica, não é de se formar músicos,

mas sim de formar bons ouvintes, que tenham noções daquilo que forma a música

(harmonia, melodia e ritmo), bem como as suas propriedades que são:

-Altura - através dela podemos identificar se um som é grave (grosso) ou agudo (fino);

-Intensidade através dela podemos perceber a força com que o som foi produzido, ou

seja, o volume do som, que muitos chamam erroneamente de altura;

• Timbre - através dele podemos identificar os instrumentos que compõem a música;

• Duração - através dela podemos ter uma noção do tempo utilizado na música,

podendo identificar compassos ou andamentos.

A música sempre esteve muito ligada à poesia, antes enquanto era executada,

eram recitadas poesias, com o tempo elas passaram a se unir, sendo a música a parte

instrumental/vocal e a poesia, a letra da música em si.

Agora, por que estudar música? Segundo SCHAFFER (1991), o ensino da música

ajuda a criança na coordenação do ritmo do corpo, como o andar, caminhar, correr,

saltitar, balançar, podendo sincronizar-se bolas que pulam com as ondas do mar; galopes

de cavalos e outros ritmos da natureza.

O trabalho com o canto envolve a voz, que por sua vez cuida da respiração. Ao se 57

produzir sons com objetos, inventando uma linguagem própria, dirigindo a educação no

rumo da experiência e da descoberta.

Para se ter uma boa noção de tudo isso é importante que o estudante seja treinado

auditivamente, pois, treinando o seu ouvido, conseguirá identificar as propriedades do

som, que segundo JEANDOT (1990) é chamada de escuta crítica, ou seja, a pessoa não

apenas ouvirá a música, mas sim, identificará os elementos que a compõem.

Como aprender tudo isso? Assim, como em tudo na vida, para se aprender música

e necessário muito treino, seja para entendê-la ou para se tocar ou cantar bem. Para que

a pessoa aprenda música, existem várias formas e métodos, um deles, que é muito

utilizado na educação básica, é o método da utilização de jogos e brincadeiras, que

funciona muito bem, principalmente com as crianças, e que pode ser adaptado para

jovens e adultos, através das associações, por exemplo, para se identificar um intervalo

musical, podemos utilizar trechos de alguma música conhecida, preferencialmente o início

de alguma música. Com as crianças podemos utilizar cantigas de roda, criar com elas

escritas musicais alternativas, etc., fazendo com que elas tenham uma noção rítmica,

harmônica e melódica do que estão realizando.

Outra coisa importante para aprender música, é ouvir bastante e imitar os sons que

são ouvidos, adquirindo influências de alguns artistas, para com o tempo, poderem criar a

sua própria identidade musical. No canto, por exemplo, para se adquirir afinação, é

preciso treinar bastante a respiração (ela deve ser igual a de um bebê, diafragmática),

além de se imitar as notas musicais, para afinar a voz e ter hábitos saudáveis de

alimentação.

Além disso, é importante se aprender música, para avaliar aquilo que se ouve,

independentemente do gosto, saber analisá-las sobre um ponto de vista técnico, mesmo

que mínimo, podendo analisar criticamente uma obra musical, analisando todos os

elementos nela presentes.

Uma atividade que pode integrar música e artes plásticas é a criação de

instrumentos musicais com objetos considerados como lixo, que vão trabalhar com a

criatividade dos alunos, obtendo sonoridades diferenciadas e estilos diversificados, além

de desenvolver o consciente dos alunos quanto à preservação do meio ambiente.

TEATRO

Faz parte do ser humano a necessidade de contar histórias, narrar fatos e recriar

acontecimentos. O teatro dessa forma sempre se constitui como meio de compreender a

realidade em que vivemos e transcender seus limites. É um jogo de construção que

58

promove o desenvolvimento da criatividade, abre possibilidades de compartilhar

descobertas, ideias, sentimentos e atitudes, não se pode perder de vista que a pratica

teatral está ligada a tradição da época e da cultura na qual foi criada.

Quem nunca imitou alguém nesta vida? Ou procurou viver situações irreais numa

inocente brincadeira? Quem nunca virou cambalhota ou estrelinha, ou ainda, tentou fazer

malabarismo ou mágica? Pois bem, acredito que todos, pelo menos um dia na vida já

foram atores, ou seja, já representaram algo.

Segundo BERTHOLD (2000) há várias fontes que podemos considerar para o

surgimento do teatro, como por exemplo, as danças e os costumes populares, ela diz que

o teatro primitivo tem como base os impulsos vitais, os costumes dos povos, a

religiosidade, etc.

Na Grécia, o teatro foi um importante instrumento educacional na medida em que

disseminava o conhecimento e representava para o povo, o único prazer literário

disponível.

Em Roma, tragédia e comédia tinham tratamento diferenciado e as personagens

eram criadas de acordo com o tipo da obra.

No período medieval, foi o teatro que proporcionou educação às massas.

Na renascença, as atividades dramáticas surgiram em quase todas as escolas, e,

enfim, a história do teatro acompanhou a história da humanidade, tendo cada povo a sua

forma de representar, ganhando no decorrer nos séculos, principalmente com o

pensamento humanista, mais espaço na área da educação.

O teatro pode estar ligado ou não com outras linguagens artísticas, como, por

exemplo, com a música, num musical ou numa ópera e com as artes plásticas na

confecção dos cenários.

A arte de se representar consiste em viver a vida de outra pessoa (personagem),

coisa que fazemos desde criança, sem percebermos.

O ensino de teatro, assim como o de qualquer outra linguagem, não deve ser

voltado para a formação de grandes atores, mas, para desenvolver a concentração dos

estudantes, ajudá-los a trabalhar em equipe e também a se desinibirem com a presença

do público. Além disso, é importante saber a estrutura de uma peça teatral, para saber

analisar o que se passa em uma que venha assistir.

Segundo DESGRANGES (2003), o teatro deve funcionar como instrumento de

denúncia, revelando bastidores da cena da vida, dando condições para que o

telespectador perceba, negue ou modifique a sua conduta. Isso nos leva ao papel de

fazer com que algo seja modificado através da arte.

59

Como citado acima, o objetivo do teatro na escola, não é de se formar atores, o

teatro na educação básica, é trabalhado principalmente com jogos envolvendo a

dramatização de situações cotidianas, que acaba ajudando o estudante nas outras

disciplinas e também, no seu dia-a-dia fora do ambiente escolar,

O grande nome do teatro na área educativa foi Viola Spolim, que foi a

sistematizadora de uma proposta para o ensino de teatro através dos jogos teatrais.

COURTNEY (2001) destaca que na escola deve haver distinção entre duas formas

de Educação Dramática, a primeira que é o método dramático, que envolve os jogos

dramáticos, que segundo o autor, são reflexos do inconsciente da criança; e, segundo,

que é o jogo dramático, como tal, que seria o teatro em si, a representação, visando o

desenvolvimento da criança.

O jogo reforça a passagem da representação em ato para a representação em

pensamento.

Além dos jogos dramáticos, existem outros tipos de jogos que são os jogos teatrais,

na qual KOUDELA (2001) cita que Viola Spolim estabelece uma diferença entre eles,

segundo ela, assim como um adulto, a criança gasta muitas horas do dia fazendo um jogo

dramático subjetivo. Ao passo que a versão adulta consiste usualmente em contar

estórias, devaneios, tecer considerações, identificar-se com as personagens de TV etc., a

criança tem, além destes, o faz-de-conta, onde dramatiza personagens e fatos de sua

experiência. Ao separar o jogo dramático da realidade teatral e, em segundo momento,

fundindo o jogo com a realidade do teatro, o jovem ator aprende a diferenciar sobre o que

é ilusão e o que é realidade, no meio de seu próprio mundo. Para uma melhor

compreensão podemos dizer que jogos dramáticos são aqueles em que são feitas

representações sem uma determinada regra, enquanto nos jogos teatrais, as

representações são feitas seguindo alguma regra.

Segundo JAPIASSU (2001), a avaliação em teatro deve ir além das avaliações

coletivas e autoavaliações, verificando também questões que tenham surgido no processo

de trabalho, bem como os conceitos adquiridos pelos alunos. Além disso, o professor não

deve se preocupar em manter um plano de aulas rígido, pois poderão ocorrer imprevistos.

Além do Teatro, devem ser trabalhadas atividades voltadas para o circo e o cinema,

falando sobre a forma em que as atrações são produzidas, bem como o seu processo

histórico, além do rádio e da TV.

Por meio do estudo das diversas manifestações artísticas, em diferentes épocas e

por criadores diferentes, a Arte é, entre outras coisas, a tradução de uma maneira de

pensar e de ver o mundo de acordo com as vivências de cada momento Histórico em que

60

elas acontecem e, mais ainda, segundo a visão subjetiva do artista que a cria.

A Arte preocupa-se em mostrar o mundo e a vida da maneira mais ampla possível,

possibilitando ao observador ver muito além daquilo que é concreto, palpável. É um ato

revelador do mundo subjetivo que existe em nossa volta e em nosso mundo psíquico.

Apresenta-se como filtro da grande verdade que é a vida, vivemos em um mundo

que privilegia a imagem e em que o visual é preponderante, levantar questionamentos e

procurar respondê-los por meio do convívio intenso e cotidiano com situações e objetos

que incitam a reflexão, é fundamental.

Para viver em uma sociedade plural é preciso respeitar e valorizar a diversidade

étnica e cultural que a constitui. Por sua formação histórica a sociedade brasileira é

marcada pela presença de diferentes etnias, grupos culturais, descendentes de imigrantes

de diversas nacionalidades, religiões e línguas. Para tanto a temática História e Cultura

Afro-brasileira, foi incluída no currículo oficial da rede de ensino pela Lei Nº 10.639/03. Foi

o trabalho manual o espaço mais provável de expressão artística e técnica da mão afro-

brasileira.

Podemos citar alguns nomes, como Antônio Francisco Lisboa, conhecido como

Aleijadinho (1738-1814), autor de esculturas e fachadas de igrejas barrocas mineiras, e

de Valentim da Fonseca e Silva ou Mestre Valentim, escultor, cujas obras se encontram

em igrejas ou parques cariocas, em São Paulo, podemos citar o nome de Joaquim Pinto

de Oliveira Thebas, construtor da torre da antiga Sé da cidade. As identidades negras

contempladas na música brasileira são, hoje, o resultado de muitas implicações

Históricas, entre elas a tradição da oralidade de inúmeras culturas africanas, que se

destaca pela força do improviso, presente em muitas expressões musicais, como nos

cantos do congado, capoeira e no próprio samba. A música dá um sentido à existência por

ser linguagem de maior abrangência, envolvendo geralmente a dança e a corporeidade e

sendo exercitada em momentos de festas ou rituais.

Atendendo aos objetivos da disciplina e respeitando o contexto histórico vigente,

em que questões relacionadas com o meio ambiente e sua preservação são focos dos

noticiários e de debates entre os vários segmentos da sociedade, faz-se necessário

abordar questões relacionadas com o meio ambiente e sua preservação, buscando

selecionar artistas que tiveram suas obras interligadas com as relações entre o homem e

o meio ambiente, ressaltando a importância da preservação ambiental para a melhoria na

qualidade de vida.

Um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer e

refletir global e localmente, sobre a forma pelas quais governos, empresas, organizações

61

não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de

soluções para os problemas socioambientais, foi a Agenda 21. Com isso abriu-se o

caminho capaz de ajudar a construir um planejamento participativo em nível global,

nacional e local, de forma gradual e negociada tendo como meta um novo paradigma

econômico e civilizatório.

O importante ponto dessas ações é o planejamento de sistemas de produção e

consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício, a agenda 21 é um plano de ação

para ser adotado global, nacional e localmente, pó organizações do sistema das Nações

Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana

impacta o meio ambiente.

Um artista que tem suas obras relacionadas com essas questões, e um total

engajamento estético com a natureza, aliando arte e preservação, retirando daí os

suportes da linguagem de suas obras, num grande empenho pessoal, é Frans Krajcberg,

cujas obras encontram-se em exposição permanente na capital paranaense.

Relacionando obras e história, o movimento denominado Paranismo, ocorrido

entre as décadas de 1920 e 1930, procurava cultuar e divulgar a história e as tradições do

Paraná, incentivando a construção de uma identidade regional, impregnada pela crença

no progresso e no desenvolvimento social.

Um dos artistas integrantes desse movimento foi João Turim, outros artistas que

contribuíram na representação da história do Paraná foram entre tantos, Zaco Paraná,

Alfredo Andersen, Guido Viaro, Poty Lazzarotto. O estudo de obras que contam com

riqueza de detalhes e linguagem artística variada a história do Paraná e seu povo,

tornam-na instigante.

OBJETIVO GERAL

A arte-educação tem por objetivo a formação dos sentidos humanos, a apreciação

metódica e sistematizada da riqueza humana explícita na arte. Sabe-se que a percepção

humana é constituída historicamente e o que vemos, é o resultado de toda a prática social

da humanidade. A formação dos sentidos estéticos é necessária para superar tanto as

visões de mundo modeladas no comum, quanto os estereótipos que a sociedade impõe.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Compreender a produção cultural da humanidade e que somos coagentes da

mesma;62

• Desenvolver a sensibilidade, da percepção e da imaginação;

• Perceber homens e mulheres enquanto seres simbólicos e sociais que pensam e

se expressam através de signos também visuais, audiovisuais que se desenvolvem

pelo contato sensível, consciente, com os signos de sua própria produção, da

produção dos colegas, da sua cultura e do conforto com as demais culturas;

• Realizar leituras e apreciação de imagens nos mais diversos meios: obras de arte,

desenho animado, história em quadrinhos, filmes, outdoor, explorando as mais

variadas formas de interpretação.

• Expressar-se e saber comunicar-se respeitando o interesse individual ou de grupo.

• Aplicar os conceitos adquiridos, traduzindo-os em uma representação plástica.

• Conhecer e identificar as linguagens plásticas e seus componentes; ponto, linha,

forma, cor, valores cromáticos, luz, textura, volume espaço, superfície, proporção,

movimento, tempo, etc;

• Realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas deferentes linguagens

estéticas: desenhos, pinturas, gravuras, obras de arte, modelagens, dobraduras,

esculturas, fotografias, ambientes de vitrines, cenários, designer, artes gráficas

(folhetos, cartazes, encartes, logotipos, dentre outros);

• Contextualizar e situar o conhecimento cognitivo e sensível das produções

artísticas pessoais e da humanidade como produto sócio-histórico e cultural no

contexto das múltiplas culturas e subjetividade;

• Fluir, estudar e analisar as produções em artes visuais, tanto na produção artística

em geral como as ligadas ao campo de comunicação visual como; designer, etc,

conscientizando-se dos meios de comunicação e informação; as novas mídias

audiovisuais, TV, vídeo, multimídia, CD-ROM, cinemas , telas informáticas, dentre

outros;

• Trabalhar com as transições possíveis da improvisação, criando possibilidades

expressivas corporais, faciais, do movimento, da voz, do gesto: improvisar, atuar e

interpretar personagens, tipos, coisas, situações; atuar na convenção palco/ plateia

e compreender essa relação a partir das experiências vivenciadas;

• Conhecer, identificar e estabelecer relações entre funções dos (criadores musicais),

compositores de música popular, de concerto, intérpretes (cantores, instrumentais)

regentes técnicos diferenciados e outros profissionais envolvidos na produção

musical; adquirir conhecimentos considerando as deferentes características das

áreas de atuação e de mercado de trabalho;

63

• Desenvolver a expressão corporal - Dança (instruções diretas, descobertas

guiadas, respostas selecionadas, jogos dramáticos e composições coreográficas);

• Ajudar o aluno na sua formação cultural, artística e social, bem como auxilia-lo a

desenvolver a sua sensibilidade, imaginação e criatividade, pois como já se sabe

arte esta ligada a formação social do ser humano.

• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal

e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a

reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;

• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes

Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a

utilizá-los nos trabalhos pessoais;

• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e

conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no

percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções;

• Analisar, interpretar e aplicar os recursos específicos das linguagens da música, do

teatro, da dança e das artes visuais relacionando textos com seus contextos,

mediante a natureza, função, organização e estrutura das manifestações, de

acordo com as condições de produção/recepção.

• Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas

diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as produções

presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo

natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos;

• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade,

exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo

sensível;

• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho

do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do

processo percorrido pelo artista;

• Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas,

documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais,

ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus,

galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas),

reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções

estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias.

64

• Experimentar cada linguagem artística;

• Compreender, utilizar e pesquisar de forma individual e coletiva, produções

artísticas, identificando diferenças de padrões artísticos em diferentes grupos

sociais;

• Observar a arte e a realidade exercitando a discussão de maneira critica;

• Identificar as diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas;

• Organizar informações sobre a arte, as diferentes concepções artísticas em

determinados grupos sociais;

• Coletar informações sobre a arte e artistas através de livros, filmes, pesquisas

virtuais, exposições e visitas a museus.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A sociedade sempre produziu arte, mesmo antes de sentirmos a necessidade de

interpretar e expressar os pensamentos, pois as formas de apreensão do mundo estão

em todas as culturas. A necessidade de conviver com as formas de expressão está em

nossa vida, faz parte de nosso dia-a-dia usufruirmos desse convívio como forma especial

de compreensão, de conhecimento do mundo que nos cerca e das diferentes culturas. As

manifestações artísticas brasileiras nos revelam o processo de emancipação e de

constituição de nossa identidade a partir dos conhecimentos sócio-histórico cultural.

LEITURA (Apreciar): A leitura de imagens propicia o desenvolvimento do

pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de

ordenar e dar sentido à experiência humana. Desenvolvendo a sensibilidade, percepção e

imaginação, na apreciação do conhecimento das produções da humanidade, da natureza,

das diferentes manifestações culturais.

CONTEXTUALIZAR (Refletir): É situar o conhecimento cognitivo e sensível das

produções artísticas pessoais como produto social e histórico, o que desvela a existência

de múltiplas culturas subjetivas. Assim entende-se por contextualização o situar-se no

espaço/tempo histórico, bem como relacionar as questões sociais, ecológicas,

antropológicas na arte, na educação e na cultura.

Os conhecimentos, as poéticas e o pensar a arte devem estar em consonância

com os aspectos relacionados ao passado/presente; e perceber a arte no seu contexto

estético.

PRODUZIR (Fazer artístico): É através do fazer que o aluno pode descobrir as

65

possibilidades e limitações das linguagens expressivas, dos diferentes materiais e

instrumentos. É na construção de seu objeto artístico que o aluno exercita sua imaginação

criadora e articula os conhecimentos adquiridos. Assim, a construção associada às

imagens pode colaborar para a construção de formas com maior força expressiva, ao

mesmo tempo em que estimula o pensar sobre a criação artística

A ênfase na inter-relação entre a leitura (sentidos, humanização dos objetos e dos

sentidos, apreciar, fruição, apropriação, percepção, interpretar as obras de arte e a

realidade), o fazer (prática artística, trabalho criador, expressão, imaginação, criação) e o

refletir (cognição, familiarização, conhecimento, contextualização histórica, social, saber

estético) correspondem à epistemologia da Arte, aos modos de como se aprende.

O encaminhamento metodológico em Arte, relaciona-se aos conteúdos propostos,

com os demais componentes curriculares, articulando a observação contínua das

experiências artísticas e estéticas dos educandos, com elementos culturais em diferentes

espaços temporais, e a partir dessas observações estabelece a ação pedagógica .

− as produções\ manifestações artísticas presentes na comunidade;

− as peculiaridades culturais de cada aluno, a escola como ponto de partida

para a ampliação dos saberes em arte;

− as situações de aprendizagem que permitam ao aluno compreender os

processos de criação e execução nas linguagens artísticas;

− a experiência estética como meio fundamental para resignar esse

componente curricular;

A aproximação do aluno com o universo artístico se dá sob a forma de

aprendizagem sistematizada, instigando a memória, a percepção e as possíveis

associações com a realidade cotidiana do aluno.

• articulação do lúdico às atividades artísticas em sua prática

pedagógica.

• associação do ato de brincar e de aprender.

*experimentação e exploração de materiais e técnicas vinculadas à produção

artística que possibilitará ao aluno a familiarização com as variadas linguagens

artísticas.

Trabalhar o reagrupamento orgânico das obras de arte de várias épocas e de

vários povos segundo a colocação espaço temporal. Trabalhar também elementos

estruturais e técnicas de linguagem visual.

66

Percorrer caminhos diversos abordando desde a tradição popular até os temas

atuais.

Procurar integrar Artes com a Cultura Afro-brasileira e com a Cidadania, já que o

conhecimento humano deve procurar o seu sentido global através da articulação e

integração das partes que não devem ficar fragmentadas e estanques, mais sim

integradas como partes que completam um painel.

_ Planejamento de aulas flexíveis de modo a contextualizar os componentes da

cultura local, regional e nacional, comparando-as entre si, e com as origens étnicas da

população local.

_ Observação de aspectos dos saberes em arte, induzir o educando de modo

progressivo e instigante a expressar, representar e comunicar suas emoções, ideias a

respeito da natureza e da cultura.

_ Estabelecimento de planos para a formação artística e estética dos alunos

através de manifestações folclóricas, jogos, cantigas, brincadeiras e danças populares,

histórias e dramatizações, paisagem urbana e rural, moradias antigas, objetos, roupas,

com objetivo da inter-relação dos elementos culturais que norteiam a estética do mundo.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 5ª série

ELEMENTOS FORMAIS:

-Altura:

-Duração

-Timbre

-Intensidade

-Densidade

COMPOSIÇÃO:

-Ritmo

-Melodia

-Escalas: diatônica, penta tônica e cromática

-Improvisação

67

MOVIMENTOS E PERÍODOS:

-Greco-Romana

-Oriental

-Ocidental

-Africana

ARTES VISUAIS:

ELEMENTOS FORMAIS:

-Ponto

-Linha

-Textura

-Forma

-Superfície

-Volume

-Cor

-Luz

COMPOSIÇÃO:

-Bidimensional

-Figurativa

-Geométrica, simetria

-Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura...

Gêneros: cenas da mitologia...

MOVIMENTOS E PERIODOS:

-Arte Greco-Romana

-Arte Africana

-Arte Oriental

-Arte Pré-Histórica

TEATRO

ELEMENTOS FORMAIS:

68

-Personagem:

-expressões corporais,vocais,gestuais e faciais

-Ação

-Espaço

COMPOSIÇÃO:

-Enredo, roteiro.

-Espaço Cênico,adereços.

-Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara...

Gênero: Tragédia,Comédia e Circo.

MOVIMENTOS E PERÍODOS:

-Greco-Romana

-Teatro Oriental

-Teatro Medieval

-Renascimento

DANÇA

ELEMENTOS FORMAIS:

-Movimento Corporal

-Tempo

-Espaço

COMPOSIÇÃO:

-Kinesfera

-Eixo

-Ponto de Apoio

-Movimentos articulares

-Fluxo (livre e interrompido)

-Rápido e lento

-Formação

-Níveis (alto, médio e baixo)

-Deslocamento (direto e indireto)

-Dimensões (pequeno e grande)

69

-Técnica: Improvisação

-Gênero: Circular

MOVIMENTOS E PERIODOS

Greco-Romana

Oriental

Ocidental Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

Ponto

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

Idade Média

Música Popular (folclore)

Arte Greco-Romana

Arte Africana

Arte Oriental

Idade Média

Arte Popular (folclore)

Arte Pré-Histórica

Renascimento

70

Barroco

Greco-Romana

Teatro

OrientalAfricano

Teatro

Medieval

Renascimento

Teatro Popular

Pré-história

Greco-Romana

Medieval

Idade Média

Arte Popular (folclore)

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 6ª série

• TEATRO

• Altura

• Duração

• Timbre

• Intensidade

• Densidade

• ARTES VISUAIS

• Ponto

• Linha

• Forma

• Textura

• Superfície

• Volume

• Cor

• Luz

• TEATRO

• Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

• Ação

71

• DANÇA

• Movimento Corporal

• Tempo

• Espaço

• COMPOSIÇÃO

• Ritmo

• Melodia

• Escalas

• Estrutura

• Gêneros: folclórico, popular, étnico

• Técnicas: vocal, instrumental, mista

• Improvisação

• Ritmo

• Melodia

• Escalas

• Estrutura

• Gêneros: folclórico, popular, étnico

• Técnicas: vocal, instrumental, mista

• Improvisação

• Bidimensional

• Tridimensional

• Figurativa

• Abstrata

• Geométrica

• Técnicas: Pintura, desenho, escultura, modelagem, gravura, mista, pontilhismo...

• Gêneros: Paisagem, retrato,natureza morta.

• MOVIMENTOS E PERIODOS

• Música popular e étnica (ocidental e oriental)

• Brasileira

• Paranaense

• Africana

72

• Renascimento

• Neoclássica

• Caipira/Sertanejo Raiz

• Arte indígena

• Arte Popular Brasileira e Paranaense

• Abstracionismo

• Expressionismo

• Impressionismo

• Comédia dell' arte

• Teatro Popular

• Teatro Popular Brasileiro e Paranaense

• Comédia dell' arte

• Teatro Popular

Teatro Popular Brasileiro e Paranaense

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 7ª série

ELEMENTOS FORMAIS

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

ARTES VISUAIS

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

TEATRO

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

73

DANÇA

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

COMPOSIÇÃO

MÚSICA

Ritmo

Melodia

Harmonia

Tonal, modal e a fusão de ambos.

Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista

Sonoplastia

ARTES VISUAIS

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Abstrato

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnicas: pintura, desenho,

TEATRO

Representação no Cinema e Mídias (Vídeo, TV e Computador)

Texto dramático

Cenografia

Maquiagem

Sonoplastia

Roteiro, enredo

Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica

DANÇA

Direções

Dinâmicas

74

Aceleração

Improvisação

Coreografia

Sonoplastia

Gênero: Indústria Cultural, espetáculo

MOVIMENTOS E PERIODOS

Percepção dos modos de fazer música e sua função social.

Teorias da Música.

Produção de trabalhos com os modos de organização e composição musical, com

enfoque na Arte Engajada.

Realismo

Dadaísmo

Arte Engajada

Muralismo

Indústria Cultural

Realismo

Expressionismo

Cinema Novo

Vanguardas

Classicismo

Romantismo

Hip Hop

Musicais

Expressionismo

Indústria Cultural

Dança Clássica

Dança Moderna

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 8ª série

ELEMENTOS FORMAIS

75

MÚSICA

Altura

Duração

Timbre

Intensidade

Densidade

ARTES VISUAIS

Linha

Forma

Textura

Superfície

Volume

Cor

Luz

TEATRO

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

DANÇA

Movimento Corporal

Tempo

Espaço

COMPOSIÇÃO

Bidimensional

Tridimensional

Figurativo

Geométrica

Figura-fundo

Perspectiva

Semelhanças

Contrastes

Ritmo Visual

Cenografia

Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum, Teatro Imagem

76

Representação

Roteiro, enredo

Dramaturgia

Ponto de Apoio

Níveis (alto, médio e baixo)

Rotação

Deslocamento

Gênero: Salão, espetáculo, moderna

Coreografia

Deslocamento

Gênero: Salão, espetáculo, moderna

Coreografia

MOVIMENTOS E PERIODOS

Música Engajada

Música Popular Brasileira.

Música contemporânea

Hip Hop, Rock, Punk

Romantismo

Realismo

Dadaísmo

Arte Engajada

Muralismo

Pré-colombiana

Grafite (Hip Hop)

Romantismo Teatro Engajado

Teatro do Oprimido

Teatro Pobre

Teatro do Absurdo

Romantismo Arte Engajada

Vanguardas

Dança Contemporânea

Romantismo

Greco-Romana

77

Oriental

Ocidental

Idade Média

Música Popular (folclore)

Arte Greco-Romana

Arte Africana

Arte Oriental

Idade Média

Arte Popular (folclore)

Arte Pré-Histórica

Renascimento

Barroco

Greco-Romana

Teatro Oriental

Africano

Teatro Medieval

Renascimento

Teatro Popular

Pré-história

Greco-Romana

Medieval

Idade Média

Arte Popular (folclore)

AVALIAÇÃO

A avaliação é a forma de o professor se orientar, de diagnosticar o aprendizado dos

alunos e o seu, de rever projetos, de alterar métodos, se necessário, buscando

novas alternativas, reforçando conteúdos, buscando novas metodologias, adaptando-se

assim, às necessidades básicas dos alunos.

Ao avaliar, o professor deve considerar a história do processo pessoal de cada

aluno e sua relação com as atividades desenvolvidas na escola, observando os trabalhos

e seus aspectos.

A avaliação deve envolver os seguintes aspectos:

- Cognitivo: relacionados ao conhecimento.

Ao avaliar, o professor deve refletir sobre o que e como o aluno apropriou-se dos

78

conhecimentos e conceitos da área de conhecimento da arte.

Assim, vale ressaltar que a cognição deve estar atrelada às informações,

apropriações e reflexões sobre a produção artística, a história da arte, a estética e todo o

conhecimento relacionado à arte e sua essência.

- Sensível: Percepção.

Ao avaliar o desenvolvimento sensível do aluno, é importante que o professor

atente que essa é uma avaliação subjetiva. Está numa fase dita pelo aluno, no processo

de leitura do objeto artístico e/ou de imagem, na essência de um texto teórico e, na

poética, quando são percebidos elementos implícitos significativos. Assim, a avaliação do

desenvolvimento sensível acompanha a leitura e a contextualização.

- Cidadania: Ética e valores subjetivos.

Ao avaliar os aspectos da cidadania, o professor deve levar em conta o

comprometimento, a assiduidade, a responsabilidade e a participação do aluno nas

atividades e em grupo.

O professor deverá considerar o contexto social e cultural de cada aluno, sua

relação com as atividades desenvolvidas na escola observando a visão de mundo do

aluno, promovendo a integração e desenvolvimento do saber estético a partir dos

diferentes meios socioculturais.

• Produção pessoal, utilização de técnicas e procedimentos da linguagem visual.

• Crítica - argumentação sobre o próprio trabalho e o trabalho coletivo, aceitando as

diferenças artísticas, étnicas e de gênero.

• Conhecer - apreciando várias formas de objeto, de arte, reconhecendo seu

preconceito a existência de manifestações de arte em culturas distintas.

• Valorização - da pesquisa, observação, da preservação do acervo cultural própria e

de outras culturas, do patrimônio e de bens artísticos.

Dança:

• Movimento-conhecimento das possibilidades do movimento humano respeitando e

compreendendo seus limites físicos, emocionais e intelectuais.

• Desenvolver aspectos cognitivos integrados aos processos mentais, que

possibilitem uma melhor compreensão estética do mundo.

79

Música:

• Conhecer a música em seu meio sociocultural, as implicações no contexto

históricas tempo/espaço, as diferentes sociedades e culturas sem preconceito

étnico ou de gênero.

Reconhecer-estilos, forma, letras, timbre em diferentes composições.

• Refletir discutir e analisar aspectos sociais, em que os jovens estabelecem com a

música, a crítica social, promover uma escuta consciente.

• Ampliar a percepção sonora e musical, memorização, organização sonora, registro,

execução e interpretação dos sons.

Teatro:

• Improvisar e atuar - verificar-se como o aluno expressa, por meio das linguagens

corporais, gestos, movimento e voz, no jogo teatral.

• Identificar, verificar e criar a partir dos elementos teatrais como (atuação, cenário,

figurino, iluminação e sonoplastia) como o aluno identifica cenas, organizando e/ ou

adaptando roteiros simples.

INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

Os instrumentos avaliativos estão relacionados ao que será trabalhado com os

alunos:

- Poética ( atividades práticas/ produção);

- Apresentações artísticas ( dança, teatro, música e outros);

- Avaliação descritiva ( texto crítico);

- Avaliação crítica (alunos fazem a avaliação de suas produções e/ou de obras e imagens

artísticas);

- Relatórios (exposições escrita de pesquisa, passeio de estudo,etc);

- Exposição;

- Pesquisa, auto- avaliação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

80

HADDAD, Denise A. MORBIN, Dulce G. A Arte de Fazer Arte, 5ª a 8ª séries, São Paulo.

Saraiva – 2004.

CANTON, Kátia. Retrato da Arte Moderna. São Paulo; Ática 2006

PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo; Ática 2006.

FERREIRA, Martins. Como usar a Música na sala de aula. São Paulo; Contexto 2005.

GARCEZ, Lucília; OLIVEIRA, Jô. Explicando a Arte Brasileira. Rio de Janeiro; Ediouro

2003.

CANTELE, Bruna Renata; LEONARDI, Ângela Canteli. Arte Linguagem Visual. 5ª a 8ª

séries. IBEP. São Paulo 2002.

CANTELE, Bruna. R, Arte etc e tal. Ensino básico de educação artística, IBEP, 1992.

MORRASSO, Emilio . Manuale di disegno. Itália, Bruno mondadori, 1991.

Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, SEED – PR – Junho 2005.

READ, Herbert. Educação pela Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1977.

10.2. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – CIÊNCIAS

APRESENTAÇÃO

O ensino da disciplina de Ciências na Educação Básica justifica enquanto

necessidade da apropriação do conhecimento científico através de experiências vividas

na sala de aula, objetivando a organização progressiva do conhecimento, com vistas ao

desenvolvimento da autonomia dos indivíduos e ao exercício da vida cidadã.

Na escola, a preparação da cidadania é essencial, uma vez que é concebida “como

uma prática social cotidiana, que repassava os diferentes ambientes da vida, articulando o

cotidiano, o conjuntural e o estrutural, assim como o local global, numa progressiva

amplificação do seu horizonte, sempre na perspectiva de um projeto diferente de

sociedade”. (CANDU, 2000 p.15).

A descoberta do fogo foi um marco da história da humanidade, assim o ser humano

percebeu a importância de cozinhar os alimentos, criou objetos próprios e descobriu

formas de conservação, de fermentação e tingimento, também criou a forma primitiva de

experiências químicas para ajudar na transformação de uma substância em outra.

A partir de então, o homem passou a cultivar a terra e criar animais, estabelecer

relações entre o movimento do céu e os ciclos vitais de animais e plantas, aperfeiçoou

81

técnicas, fabricou novos instrumentos, aprendeu a armazenar o excesso em suas

produções, desenvolveu noções de cálculo para construir novos espaços e criar

calendários a partir dos movimentos celestes, a fim de tirar melhor proveito da natureza

para sua subsistência.

A Educação do Campo não cabe em uma escola, mas a luta pela Escola tem sido

um de seus traços principais: porque a negação do direito à escola é um exemplo

emblemático . A escola tem uma tarefa educativa fundamental, especialmente na

formação das novas gerações e porque a escola pode ser um espaço efetivo de fazer

acontecer a Educação do Campo, e pode ter um papel importante na disputa de

hegemonia de projeto de campo, de sociedade e de formação humana.

A partir dos séculos XV e XVI, alguns nomes se evidenciaram. Dentre eles:

• Leonardo Da Vinci: artista e cientista, brilhante estudioso de anatomia, hidráulica,

ótica, botânica, geologia, arquitetura, matemática, engenharia e filosofia.

• Nicolau Copérnico: provocou grande mudança na forma de ver o mundo.

• Galileu Galilei: teorias contrárias a visão tradicional do Cristianismo sobre o universo,

pois defendia que a terra se movia.

• Francis Bacon: criou a ciência experimental, pelo método científico.

• Gregor Jhon Mendel: princípios da hereditariedade, a base da genética.

• René Descartes: autor da importante obra: “Discurso do Método”.

• Isaac Newton: leis do movimento, ao ter mostrado a natureza como algo regular e

previsível.

• Antoine Laurent Lavoisier: tratado elementar de química.

• Dimitri Mendeliev: criou a classificação periódica dos elementos.

• Charles Darwin: mudou a visão do homem em: “A origem das espécies”.

• Albert Einstein: autor da teoria da relatividade.

A partir da Revolução Industrial os avanços científicos determinaram o

desenvolvimento e o crescimento da indústria, por sua vez exigiu que a ciência

ascendesse para aperfeiçoar técnicas e com isso criar novas tecnologias para as

indústrias.

Em decorrência deste processo, aumentou a exploração do ambiente para a

produção de energia, uma vez que foram criadas máquinas a vapor e a siderurgia, com

destaque a um importante conceito na relação entre ciência e indústria: a energia.

A busca pela energia necessária à produção fez aumentar a procura por

combustíveis como a madeira e o carvão mineral. Diante disso, é fundamental considerar

82

a descoberta da energia elétrica como propulsora do desenvolvimento de novas

tecnologias.

No século XX, as contribuições da ciência para a humanidade foram incontáveis.

Considerados os últimos cinquenta anos, evoluiu mais que dez mil anos.

O primeiro voo de um avião, os avanços da química, da física e da biologia, o

lançamento do primeiro satélite artificial e o caminhar do homem na lua foram feitos

essenciais para o avanço da ciência e do pensamento humano.

A partir da década de 1920, a concepção da ciência como algo pronto e acabado é

legitimado por meio de conteúdos universais e permanentes listados nos manuais da

ciência, que seriam transmitidos aos alunos por meio de um processo rígido de

escolarização.

Quanto aos conteúdos básicos, dava-se prioridade a biografia de cientistas

importantes e a demonstração de seus experimentos. O método de ensino estava

centrado na exposição, memorização e repetição.

Os conteúdos programáticos propostos para a disciplina englobavam o estudo do

ar, da água e da terra e consideravam as perspectivas físicas, químicas, cósmicas,

biológicas e sociais ao abordar os conteúdos específicos de cada área científica.

(Ferreira, ET AL. 1999).

A década de 1950, a importância da disciplina de ciências cresceu em todos os

níveis passou a ser objeto de movimentos em busca de reformas educacionais, á medida

que a tecnologia e a ciência foram reconhecidas essenciais para o desenvolvimento

econômico, cultural e social. (Krasilchik).

Na década de 1960, o progresso da ciência e da tecnologia foi fundamental, para

que o Brasil participasse do processo de industrialização, em melhores condições.

Para isso, a formação de novos pesquisadores foi definida sob uma acentuada

visão desenvolvimentalista frente às demandas originadas deste processo.

Na década de 1960 á 1970, fatos históricos, com a crescente degradação

ambiental e o atrelamento ao desenvolvimento científico-tecnológico às guerras, fizeram

ampliar as discussões sobre a interação entre ciência e tecnologia, incluindo a sociedade

e os efeitos nela provocados.

Na década de 1980, foi marcada pela massificação da educação, a expansão da

oferta significou qualidade do ensino.

Alguns temas estiveram presentes nos programas concebidos para aprimorar o

ensino de Ciências, entre os quais destacam-se: educação ambiental, a saúde, as

relações entre a indústria e a agricultura e entre a ciência e a tecnologia.

83

No início da década 1990, o Currículo básico para a Escola Pública do Estado do

Paraná, por meio do qual a escola deveria ser valorizada como espaço responsável pela

apropriação do saber sistematizado, e na qual os conteúdos passariam a ser

indispensáveis á compreensão da prática social, para desenvolverem a realidade de

forma científica e transformadora.

A partir de 1996, seus conteúdos clássicos se esvaziaram em decorrência da

publicação e ampla distribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino

Fundamental – Ciências Naturais (PCN) e Temas Transversais.

Assim, os amplos campos de estudos da disciplina de ciências, como: saúde,

sexualidade, meio ambiente, entre outros, passaram a ser tratados por outras disciplinas.

A proposta inicial das PCN estabelecida que todas as disciplinas tratassem destes

temas em sala de aula. Entretanto, na prática, os professores de Ciências assumiram

muitos destes temas, em detrimento dos conteúdos específicos historicamente

constituídos.

A partir de 2003, iniciou-se um novo período na história da educação Paranaense.

Isso se deve a reformulação da política educacional do Estado. Como aspecto relevante

dessa mudança, o resgate da função social da escola e do trabalho pedagógico com os

conteúdos específicos das disciplinas escolares.

Assim, os grupos de estudos, Seminários Educacionais, Simpósios, os Cadernos

Pedagógicos, o portal dia-a-dia-educação, e o projeto com ciência são de extrema

importância para a formação continuada do professor e para a interação entre a escola e

a comunidade.

Entende-se ciência como processo de construção humana, provisória, falível e

intencional, cujos conteúdos estruturantes se desdobrem em conteúdos específicos da

disciplina de Ciências, e que sejam abordados de forma consistente, crítica, histórica, e

relacionados á ciência, á tecnologia e a sociedade, questões de saúde, sexualidade e

meio ambiente, entre outras, são tradicionalmente incorporados ao conteúdo específico e,

portanto, imprescindíveis a disciplina de Ciências.

A disciplina de ciências constitui um conjunto de conhecimentos necessários para

compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. Por

isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e

biológicos, cujos cenários estão os problemas reais, a prática social. Pode-se dizer que

esse olhar para o objeto de estudo torna-se mais amplo e privilegia as relações e as

realidades em estudo. (Santos, 2005 p. 58).

Portanto nessa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de Ciências

84

valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o questionamento das

certezas e incertezas, e faz superar o tratamento curricular dos conteúdos por eles

mesmos, de modo a dar prioridade á essa função social.

A sociedade capitalista e suas regras de mercado influenciam as escolhas das

pessoas e as subordinam aos apelos publicitários e idolatria do consumo. As regras

também impedem, muitas vezes, que se tenham argumentos para se posicionar e tomar

decisões próprias, de forma consciente. Assim, a escola, por efeito, o processo de ensino

e de aprendizado cujas intenções devem ser claras.

O currículo de ciências deve propiciar aos alunos: que estabeleçam as relações

entre o mundo natural (conteúdos de ciências), o mundo construído pelo homem

(tecnologia) e seu cotidiano (sociedade), e que tenham potencializado a função social da

disciplina para se orientarem e, consequentemente, tomarem decisões como sujeitos

transformadores, cujo objetivo é a transformação da sociedade e não uma abordagem de

conteúdos desvinculados de questionamentos sociais, econômicos, políticos e éticos.

OBJETIVO GERAL

− Compreender o mundo e suas transformações, para que todos contribuam de

forma responsável com o meio ambiente e aos semelhantes, refletindo sobre as

questões éticas implícitas na relação entre ciência e sociedade.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

• Desenvolver hábitos de saúde e cuidado corporal, concebendo saúde pessoal, social e

ambiental como bens importantes do indivíduo e da coletividade que se devem

preservar e potenciar;

• Identificar os elementos do ambiente, percebendo-os como parte de processos de

relações, interações e transformações;

• Coletar dados e buscar informações;

• Usar o conhecimento científico na discussão e interpretação de fatos do cotidiano;

• Perceber a construção histórica do conhecimento científico;

• Discernir conhecimento científico de crendices e superstições;

• Desenvolver a reflexão sobre as relações entre a ciência, sociedade e tecnologia,

considerando as questões éticas envolvidas;

• Desenvolver um olhar atento para a natureza e ousadia de novas respostas para

85

desafios;

• Desenvolver postura para a aprendizagem: curiosidade, interesse, mobilização para a

busca e organização de informações; autonomia e responsabilidade na realização de

suas tarefas como estudante;

• Relacionar a capacidade de interação com o ambiente e a sobrevivência das espécies;

• Relacionar descobertas e invenções humanas com mudanças sociais, políticas,

ambientais e vice – versa;

• Formular perguntas e suposições sobre fenômenos naturais, desenvolvendo

estratégias progressivamente mais sistemáticas de busca e tratamento das

informações;

• Reconsiderar ideias reconhecendo e selecionando fatos e dados na reelaboração de

seus conhecimentos;

• Compreender a tecnologia como recurso para resolver as necessidades do homem,

diferenciando os usos corretos e úteis daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e

ao homem;

• Perceber a profunda interdependência entre os seres vivos e os demais elementos do

ambiente, relacionando as características do ambiente natural e cultural com a

qualidade de vida;

• Ler, refletir e formular ideias de maneira coerente e precisa.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

• Astronomia;

Matéria;

Sistemas Biológicos;

Energia;

Biodiversidade.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 5ª SÉRIE

• Universo;

•Sistema solar;

•Movimentos terrestres;

•Movimentos celestes;

•Constituição da matéria;

•Níveis de organização;

86

•Formas de energia;

•Conversão de energia;

•Transmissão de energia;

•Organização dos seres vivos;

•Ecossistema;

•Evolução dos seres vivos.

6ª SÉRIE

− Astros;

− Movimentos terrestres;

−Movimentos celestes;

−Constituição da célula;

−Morfologia e fisiologia dos seres vivos;

−Formas de energia;

−Transmissão de energia;

−Origem da vida;

−Organização dos seres vivos;

−Sistemática

7ª SÉRIE

• Origem e evolução do Universo;

− Constituição da matéria

− Célula

− Morfologia e fisiologia dos seres vivos;

− Formas de energia;

− Evolução dos seres vivos.

8ª SÉRIE

• Astros;

• Gravitação universal;

• Propriedades da matéria;

• Morfologia e fisiologia dos seres vivos;

• Mecanismos da herança genética;87

• Formas de energia;

• Interações ecológicas.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na proposta de ensino de Ciências, procurar-se-à aproximar os alunos de fatos,

conceitos e explicações formuladas pela Biologia, Física, Química, Astronomia e

Geologia, proporcionando seu contato com uma diversidade de disciplinas que interagem

com a área das Ciências Naturais.

É importante potencializar a capacidade dos alunos para observar, explicar, testar,

comparar, registrar, pesquisar, formular hipóteses, experimentar e raciocinar sobre fatos,

procedimentos e atitudes características desse campo do saber.

A metodologia se diversifica em:

• Exposição participativa e atualizada do conteúdo, com leitura de textos, de jornais,

revistas e livros;

• Pesquisa e criação de painéis sobre assuntos relacionados com os conteúdos;

• Atividades práticas dos temas propostos (questões);

• Visita a uma estação de Ciências ou a Museus;

• Dramatizações;

• Interpretações escritas e resumos de textos científicos, individual ou em grupos;

• Produções criativas;

• Jogos e brincadeiras envolvendo os temas sugeridos;

• Vídeos educativos com discussão em pequenos grupos e exposição das conclusões ao

grande grupo;

• Trabalhos com experiências, conhecendo alguns cuidados especiais para trabalhar em

laboratório;

• Pesquisas de Campo;

• Elaboração de Gráficos;

• Visitas a bibliotecas, postos de saúde, etc.;

• Criação de charges, desenhos, panfletos explicativos, etc.;

• Entrevistas com médicos, farmacêuticos, técnicos ou pessoas da comunidade sobre:

AIDS, reciclagem de lixo, poluição do ar, fenômenos atmosféricos e etc.;

• Criação de maquetes ou esquemas com legendas, (tratamento da água, higiene, água,

rede elétrica, etc.);

88

• Leitura de rótulos de produtos industrializados (investigação e sistematização);

• Confecção de objetos reaproveitando as embalagens;

• Construção de uma horta com os alunos.

HISTÓRIA E CULTURA AFRO – BRASILEIRA E AFRICANA

Conjuntamente com o trabalho no ensino de Ciências, serão observadas através

de textos, as contribuições dos povos Africanos e de seus descendentes para os avanços

da Ciência e Tecnologia, bem como a análise e reflexão sobre o panorama da saúde dos

Africanos. Essa análise considerará os aspectos políticos, econômicos, ambientais,

culturais e sociais intrínsecos à referida situação.

HISTÓRIA DO PARANÁ

A história do Paraná contribui na formação de cidadãos conscientes da identidade,

potencial e valorização do nosso Estado.

Serão desenvolvidas análises e reflexão de textos, promovendo a incorporação dos

elementos formadores da cidadania paranaense: “bandeira, o escudo e o hino do Paraná”

partindo do estudo das comunidades, municípios e microrregiões do Estado.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e

a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do

povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Durante o processo de

ensino-aprendizagem na disciplina de Ciências, o tema Educação Ambiental será

desenvolvido e observado de forma constante, já que o assunto relaciona-se diretamente

com o tema Ciências e seu enfoque em sala de aula.

AVALIAÇÃO

A avaliação para garantir o sucesso do ensino e da aprendizagem, e nesse sentido

ela é essencial para professores e alunos se auto-avaliarem em busca de uma prática que

efetive o aprendizado e a troca de experiências.

Inclui a observação dos avanços e da qualidade de aprendizagem alcançada pelos

alunos ao final de um período de trabalho.

89

Deve ser diversificada e desenvolvida de várias maneiras, usando diferentes

instrumentos, sendo contínua e diagnosticar o rendimento dos alunos.

As situações de aprendizagem podem ser avaliadas da seguinte forma:

• Avaliação escrita ou oral;

• Leitura e interpretação de textos;

• Interpretação de figuras e legendas;

• Respostas a exercícios e problemas;

• Pesquisas em livros, revistas e jornais;

• Elaboração de textos a partir da observação de ilustrações, após observação,

discussões em grupos, entrevistas e pesquisas;

• Elaboração de listas, tabelas e gráficos;

• Elaboração de relatos de visitas, entrevistas e excursões;

• Elaboração de relatórios de experimentos e investigações realizadas;

• Produção de cartazes, panfletos, anúncios, jornais, murais;

• Construção de glossário (mini-dicionário);

• Apresentações de trabalhos e palestras;

• Participação nas atividades extraclasse;

• Construção de uma horta.

Ressalta-se que a maioria dos trabalhos serão desenvolvidos em grupos,

proporcionando condições de melhorias nos relacionamentos interpessoais e valorizando

as diferenças no contexto social.

REFÊRNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARENGA, Jener Procópio de, PEDERSOLI, José Luiz, Filho, Moacir Assis Assunção,

Gomes, Wellington Caldeira. Ciências naturais no dia-a-dia. Positivo, Curitiba, 2.004.

BARROS, Carlos e PAULINO, Wilson Roberto. Ciências. Editora Ática, São Paulo, 2.004.

Cecília Valle. Ciências. Positivo, Curitiba, 2.004.

Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná.

Ciências, Curitiba, 2.008.

GOMES, Wellington Caldeira. Ciências naturais do dia-a-dia. Positivo, Curitiba, 2004.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA

PÚBLICA DO ESTADO PARANÁ.

90

10.3. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - EDUCAÇÃO FÍSICA

"Percebemos que os momentos mais profundamente emocionantes de nossas

vidas em geral nos deixam sem palavras, e que tais momentos, nossa postura

corporal pode bem ter a capacidade de expressar algo que seria inexprimível de

outro modo".

Rudolf Laban

APRESENTAÇÃO

Dentro de uma proposta atual de ensino da Educação Física, seguindo os princípios

instituídos pelo currículo básico para a Escola Pública do Paraná, não direcionada à ação

pedagógica voltada apenas para culturação da forma física ou habilidades motoras dentro

dos jogos e disputas esportivas, se pretende desenvolver a relação entre o educando

como participante nos movimentos que o envolvem nas relações sociais, históricas, de

coletividade e se possível, desenvolver atividades extra classe de integração.

A Educação Física pode ser considerada Educação na medida em que

91

reconhecemos o ser humano como arquiteto de uma sociedade melhor e mais humana,

onde não é necessário levar vantagem em tudo.

A Educação Física Escolar deve propiciar ao aluno a descoberta consciente de seu

corpo, a participação crítica e reflexiva na construção e na transformação da realidade

social e consequentemente atingir o movimento em sua totalidade: EU, O OUTRO, O

MEIO.

Justifica-se o presente plano considerando-se a Legislação vigente, o regimento

escolar, documentações e orientações da Secretaria de Estado da Educação, bem como

o Manifesto Mundial de Educação Física.

A Educação Física, dentro de uma pedagogia "HISTÓRICO - CRÍTICA", tem uma

função social a cumprir no espaço escolar, que segundo Saviani, “é a transmissão do

saber sistematizado, legado cultural da humanidade”.

A Educação Física escolar dispõe de uma diversidade de formas de abordagem para

aprendizagem, entre elas as situações do jogo coletivo, exercícios de preparação

corporal, de aperfeiçoamento de improvisação, a ilimitação de modelos, a apreciação e

discussão, os circuitos, as atividades recreativas, enfim, todas deverão ser utilizadas

como recurso para a aprendizagem.

Da mesma forma, pode-se ir ao encontro de experiências e informações ao meio

ambiente próximo. Ensinar e aprender a cultura corporal de movimento envolve a

discussão permanente dos direitos e deveres do jovem e adolescente envolvendo a

integração social e a formação da saúde.

Neste processo, o universo de valores, atitudes e conceitos, e procedimentos

culturais corporais de movimento, atua como maneira, externa e significativa como

referência, criando uma multiplicidade de interesses e identificações, com inúmeras

formas de buscar prazer e satisfação.

A visão de corpo humano unicamente como, instrumento de produtividade ainda é

muito forte. Ela se manifesta na Educação Física por meio de atividades de

condicionamento, mecânicas e repetitivas. Fica implícita a concepção do movimento

como um ato motor calcado exclusivamente na ótica biológica. Os conteúdos e

metodologias foram e ainda são determinados por outras instituições que não a escola,

como a desportiva, a médica e a militar.

É necessário superar essa visão tecnicista, ainda presente na ação pedagógica dos

profissionais da área, e direcioná-la para uma prática centrada na reflexão, compreensão

e superação da realidade. Esta prática transformadora visa a melhoria da qualidade de

vida e tem como tema central o movimento humano, pois propicia o perceber-se e o

92

conhecer-se como ser corpóreo. Porém, é importante que o educador possibilite ao aluno

vivenciar o processo de elaboração e re-elaboração do conhecimento via movimento no

exercício de sua corporeidade.

A Educação Física Escolar deve interagir com as demais disciplinas em todas as

iniciativas que deem oportunidade para a produção e socialização do conhecimento.

A ludicidade , uma das mais importantes características da Educação Física Escolar,

deve estar presente em todos os seus temas (Dança, Ginástica, Jogo e Esporte).

OBJETIVO GERAL

Educar socialmente, colaborando com a interdisciplinaridade, proporcionando ao

educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como

elemento da auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício

consciente da cidadania, além de aguçar o espírito crítico e o interesse pelas atividades

físicas, que nos trazem benefícios para a saúde, proporcionando uma melhor qualidade

de vida.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Desenvolver no aluno capacidades de

observação, reflexão, criação, discriminação de valores, julgamento, comunicação,

convívio, cooperação, decisão, ação, concentração, desconcentração,

relaxamento.

• Desenvolver a vontade de participar e

sentir-se peça atuante e fundamental da atividade, ou seja, colaborador de algo

que ele faz parte dando-lhe assim a sensação de realizador do processo, sensação

esta, importante no seu desenvolvimento.

• Respeitar as especificidades que

caracterizam cada aluno no conhecimento veiculado a disciplina, tanto no que se

refere às suas relações com o seu próprio corpo, como para a formação de uma

consciência corporal, em seu sentido mais amplo.

• Visar o desenvolvimento do aluno através

da sua evolução e desafios a serem vencidos dentro dos esportes, jogos

93

recreativos, ginástica e dança.

• Dimensionar que o homem é concreto e

precisa ser visto à luz da visão histórica e cultural, entendo que lê não se situa a

nível de objeto, mas existe como sujeito participante, ativo e compromissado na

dialética social.

• Garantir a efetivação de uma prática

sintonizada com os objetivos através da seleção dos conteúdos compatíveis à

realidade.

• Valorizar a integração aluno/aluno e

professor/aluno como fonte de desenvolvimento social, pessoal e intelectual.

• Participar de atividades em grandes e

pequenos grupos potencializando e canalizando as diferenças individuais para o

beneficio e conquista dos objetivos por todos.

• Demonstrar autonomia na elaboração de

atividades corporais, assim como capacidade para discutir e modificar suas regras,

reunindo elementos competentes às várias manifestações de movimento podendo

estabelecer uma melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura

corporal para um reaproveitamento do seu tempo disponível.

• Reconhecer a prática da Educação Física

como contributo para a melhoria da qualidade de vida do educando.

• Situar historicamente o educando,

mostrando que a vida em sociedade se desenvolve pelas relações

homem/natureza e homem/homem e esta manifestação corporal se refere às

habilidades essenciais que desde o homem primitivo eram necessárias para a

sobrevivência das espécies.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

− Esporte;

− Jogos e brincadeiras;

− Dança;

− Ginástica;

− Lutas.

CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS - 5ª SÉRIE

O corpo como construção histórico social:

94

• Dimensões biológica, histórica, cultural e

social do corpo: possibilidade de manifestação corporal;

• Possibilidades expressivas/comunicativas

do corpo;

• Limpo/sujo, feio/bonito, forte/fraco,

magro/gordo, saudável/doente, livre/aprisionado: o corpo excluído.

Conhecimento do corpo:

Auto-conhecimento corporal; somatização das emoções: dor, ódio, prazer, medo

etc;

Relaxamento e descontração;

Educação dos sentidos: cheiros, gostos, sons, imagens, senso tátil.

Manifestações esportivas:

• Origem dos diferentes esportes e sua mudança na história;

• O sentido da competição esportiva;

• Possibilidades dos esportes como atividade corporal;

• Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos,

deslocamentos, passes, fintas;

• Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.

• Handebol;

• Voleibol;

• Futsal;

− Basquetebol;

− Atlestismo;

− Xadrez.

Jogos, brincadeiras e brinquedos:

• Por que brincamos?

− Diferentes manifestações e tipos de jogos;

− Jogos e brincadeiras com e sem materiais;

− Jogos de salão: dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da memória, etc;

− Brinquedos e brincadeiras da cultura africana e sua ressignificação

95

nas práticas corporais afro-brasileiras.

CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS - 6ª SÉRIE

O corpo como construção histórico social:

• Dimensões biológica, histórica, cultural e social do corpo: possibilidade de

manifestação corporal;

• Saúde/doença: elementos básicos;

• O corpo diferente: gênero, etnia, classe social, pobreza, religião etc;

• Limpo/sujo, feio/bonito, forte/fraco, magro/gordo, saudável/doente,

livre/aprisionado: o corpo excluído.

Conhecimento do corpo:

• Interação corporal: reconhecimento dos limites e possibilidades da corporalidade

do outro;

• Relaxamento e descontração;

• Educação dos sentidos: cheiros, gostos, sons, imagens, senso tátil.

Manifestações esportivas:

• Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;

• O sentido da competição esportiva;

• Possibilidades dos esportes como atividade corporal;

• Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,

passes, fintas;

• Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.

• Handebol;

• Voleibol;

• Futsal;

• Basquetebol;

• Atlestismo;

• Xadrez.

Jogos, brincadeiras e brinquedos:

96

• A construção coletiva de jogos e brincadeiras;

• Por que brincamos?

• Diferentes manifestações e tipos de jogos;

• Jogos e brincadeiras com e sem materiais;

• Jogos de salão: trilha, dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da memória, etc;

• Jogos praticados no Brasil pelos afro-descendentes e africanos numa perspectiva

histórica.

CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS - 7ª SÉRIE

O corpo como construção histórico social:

• Saúde/doença: elementos básicos;

• Corpo e sua manifestação sexual: a sexualidade como possibilidade de prazer e

sofrimento;

• Corpos femininos, infantis, masculinos, de velhos: suas manifestações;

• O corpo e seus adereços: moda, roupa e outros signos corporais.

Conhecimento do corpo:

3. Relaxamento e descontração;

4. Movimentar-se: o corpo que se desloca;

5. O corpo que não se vê: o que o nosso corpo produz.

Manifestações esportivas:

• Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;

O sentido da competição esportiva;

Possibilidades dos esportes como atividade corporal;

Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,

passes, fintas;

Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.

Handebol;

Voleibol;

Futsal;

Basquetebol;

Atlestismo;

97

Xadrez.

Jogos, brincadeiras e brinquedos:

• A construção coletiva de jogos e brincadeiras;

Por que brincamos?

Diferenças entre jogo e esporte;

Jogos de salão: dama, trilha, dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da memória, etc.

Danças e suas manifestações corporais na cultura afro-brasileira.

CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS 8ª SÉRIE

O corpo como construção histórico social:

Corpo e sua manifestação sexual: a sexualidade como possibilidade de prazer e

sofrimento;

O corpo como sujeito e vitima da violência: consumo de drogas, preconceitos e

tabus corporais;

O corpo dos trabalhadores: sacrifício e violência;

Corpos femininos, infantis, masculinos, de velhos: suas manifestações;

O corpo e seus adereços: moda, roupa e outros signos corporais.

Conhecimento do corpo:

Relaxamento e descontração;

Movimentar-se: o corpo que se desloca;

O corpo que não se vê: o que o nosso corpo produz.

Manifestações esportivas:

• Princípios básicos dos esportes, táticas e regras;

O sentido da competição esportiva;

Possibilidades dos esportes como atividade corporal;

Elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos, deslocamentos,

passes, fintas;

Práticas esportivas: esportes com e sem materiais e equipamentos.

Handebol;

98

Voleibol;

Futsal;

Basquetebol;

Atlestismo;

Xadrez

Jogos, brincadeiras e brinquedos:

• A construção coletiva de jogos e brincadeiras;

Por que brincamos?

Diferenças entre jogo e esporte;

Jogos de salão: Xadrez, dama, trilha, dominó, tênis de mesa, peteca, jogo da

memória, etc.

Manifestações estéticas-corporais na dança:

1. A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como

elemento da cultura corporal. Por meio da capoeira, torna-se possível resgatar a

historiocidade do negro, desde o memento em que foi retirado do continente

africano.

OBS: OS CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS EM CADA SÉRIE, TERÃO MAIOR

AMPLITUDE, COMPLIXIDADE E APROFUNDAMENTO DE ACORDO COM O NÍVEL E

NECESSIDADE DA TURMA.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Durante o processo ensino-aprendizagem, serão trabalhados os elementos que

compõe o meio social e cultural, oportunizando aos educandos, condições para que

identifiquem o que existe, aproveitando o que já detêm, numa construção mais elaborada

do conhecimento, contribuindo para que todos se tornem sujeitos capazes de reconhecer

o próprio corpo, com autonomia sobre ele, e adquirindo uma expressividade corporal

consciente.

No esporte, jogos, ginástica, brinquedos, brincadeiras e dança serão executados na

quadra aberta ou área coberta, onde será explorado o trabalho motor, as descobertas na

sua realização, vivendo através das atividades propostas, momentos que lhes dêem

condições de criar novos caminhos a partir das experiências vivenciadas, criando novas

formas de movimento, mobilizando práticas para afirmar valores e sentidos que melhorem

99

a formação do aluno e evitem discriminação, segregação e competição exagerada.

Para a apreensão crítica dos conteúdos da disciplina de Educação Física, como:

esporte, ginástica, jogos, brinquedos e brincadeiras e dança, as aulas terão três

momentos:

1. Primeiro momento: o conteúdo da aula é apresentado aos alunos e

problematizado, buscando as melhores formas de organização para execução

das atividades. Conversa-se com os alunos sobre as práticas corporais a fim de

identificar as possibilidades e os limites de cada um;

2. Segundo momento: desenvolve-se as atividades relativas à apreensão do

conhecimento. O professor obersa as atividades realizadas pelos alunos e suas

diferentes manifestações. É notável o número de situações que podem emergir

durante o movimento corporal, sejam elas estimuladas ou então geradas pelos

próprios alunos. Dentre elas, destacam-se a importância do contato corporal e o

respeito mutuo. O professor poderá fazer registros para uma posterior orientação

e/ou interromper para uma intervenção pedagógica, se houver reações

desfavoráveis dos alunos ou ainda se ocorrer uma recusa em participar da aula;

3. Terceiro momento: reflete-se sobre a prática, num diálogo que propicie a cada

aluno a avaliar a qualidade de sua participação nas aulas. O tratamento singular

permite que o professor conheça melhor cada aluno e que eles interajam e

troquem experiências culturais.

Os jogos de mesa (salão) serão trabalhados na sala de aula, a qual também será

utilizada para explanação de regras, trabalhos teóricos, debates, etc.

Os alunos são heterogêneos em seus conhecimentos. Portanto, a administração das

aulas é lenta, e os mais desenvolvidos auxiliam o professor possibilitando a construção do

conhecimento a alunos totalmente inexperientes, assim como novas formas de

movimentação corporal dentro dos conteúdos propostos.

Serão utilizados textos, livros, revistas, relatos e jornais para a leitura, interpretação

e debates em sala, aumentando a quantidade e a qualidade dos conhecimentos

adquiridos, como garantir através da organização e seleção das atividades a oportunidade

de participação de todos, independentemente das habilidades existentes e já adquiridas.

Além de adequar as atividades as disponibilidades e possibilidades de todos, favorecendo

a oportunidade de sucesso.

AVALIAÇÃO

A avaliação como prática escolar, deve ser continua, identificando os progressos do

100

aluno durante o processo ensino-aprendizagem e visando diminuir as desigualdade

sociais para a construção de uma sociedade justa e humanizada.

A partir de referências sobre avaliação, nas primeiras aulas que servirá de

diagnóstico para o processo subsequente, os alunos serão avaliados com o grau de

apreensão, envolvimento e participação na ação educativa, não sendo por padrões

técnicos considerado como formação de atletas, prevalecendo o comportamento e a

disciplina; serão avaliados de maneira especial àqueles alunos que mostrarem

dificuldades no decorrer das atividades, como respeitadas as limitações individuais nos

trabalhos de aptidão física e organizados exercícios específicos de menor densidade,

respeitando as individualidades.

As aulas teóricas serão através de avaliação escrita, textos, livros, revistas onde se

dará através da compreensão do aluno sobre o que foi proposto e seu conceito produzido

a partir das discussões desde as primeiras aulas.

Na avaliação, os critérios serão discutidos em conjunto, visando maior entendimento

do programa durante o ano letivo, ampliando e compartilhando a compreensão e a

responsabilidade de todos sobre os objetivos propostos. Também será utilizada a auto

avaliação, bem como a postura diante dos colegas, diferentes espaços da escola e da

comunidade.

Durante o processo de avaliação será levando em consideração:

• Frequência às aulas;

• A participação individual e coletiva nas atividades;

• A leitura de textos indicados;

• Os questionamentos produzidos pelos alunos;

• A resolução das atividades;

• A criatividade na execução do movimento;

• A percepção do seu próprio movimento em relação aos outros e em relação à

natureza;

• Desenvolvimento da prática educativa;

• Através de instrumentos e técnicas que motivem a superação das dificuldades na

prática e da realimentação dos conteúdos.

Será um processo continuo permanente e cumulativo, onde o professor organiza e

reorganiza o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, cujo horizonte é a

conquista de maior consciência corporal e senso crítico em suas relações inter-corporais

e sociais.

101

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para educação fundamental, Educação Física.

Educação Física – Ensino Médio. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para Educação Básica do

Estado do Paraná. SEED, Curitiba, 2008.

. . LDB, Editora Saraiva, 1996.

Metodologia do Ensino da Educação Física. Coletivo de autores. São Paulo: Cortez,

1993.

. . PCN, Ensino Médio, Linguagem, códigos e suas tecnologias.

Brasília, 2002.

. . TELECURSO., Educação para o Esporte. Editora Globo, São

Paulo, 2000.

10.4. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – ENSINO RELIGIOSO

APRESENTAÇÃO

O estudo do Ensino religioso é necessário à educação escolar, pois proporciona a

oportunidade para o educando descobrir o sentido mais profundo da existência, encontrar

102

caminhos, objetivos adequados para a realização de valores que orientem o sentido pleno

da própria vida, assim, conferindo-lhe especial dignidade como ser humano e respeito por

si mesmo.

Possibilita oferecer ao educando a transcendência de sua existência e como isso

confere uma nova dimensão de seu ser, imprimindo uma nova visão do mundo. Para a

construção de uma sociedade mais justa, mais centrada na solidariedade, na defesa e na

promoção da vida.

O Ensino Religioso leva o ser humano ao anseio pela justiça e fraternidade, estas

que devem ser expressas em gestos e palavras no cotidiano de cada cidadão e que

dentro de uma ótica planetária, esta é a única e urgente medida a ser dotada para a

sobrevivência ainda que pacífica de nossa sociedade.

OBJETIVOS

• Proporcionar o conhecimento e a compreensão dos fenômenos religiosos a partir

das experiências percebidas e ou vivenciadas no contexto sociocultural do aluno;

• Compreender as religiões, Paisagens Religiosas, os Símbolos e Textos Sagrados;

• Analisar o papel das Tradições Religiosas na estruturação e na manutenção

das diferentes culturas;

• Contribuir para a formação da cidadania e convívio social baseado nos

princípios étnicos, do respeito e tolerância às diferenças;

• Subsidiar e educando na formulação e questionamento existencial;

• Promover a educação para a paz, desenvolvendo atitudes éticas que

qualifiquem as relações do ser humano consigo mesmo, com o outro e com a

natureza.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

• Paisagem religiosa

• Universo simbólico Religioso

• Textos Sagrados

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

5ª SÉRIE

1º Bimestre

• O que é o Ensino Religioso

• A importância da diversidade religiosa

103

• O respeito pela diversidade religiosa

• A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o direito de professar a fé

2º Bimestre

• Definições do Cristianismo

• Definições do islamismo

• Definições do Budismo

• Definições do Hinduísmo

• Definições de Religiões Afro-descendentes

• Definição de religiões Indignas

3º Bimestre

• Lugares e símbolos sagrados do Cristianismo

• Lugares e símbolos sagrados do Islamismo

• Lugares e símbolos sagrados do Budismo

• Lugares e símbolos sagrados do Hinduísmo

• Lugares e símbolos sagrados das religiões Afro-descendentes

• Lugares e símbolos sagrados das religiões indígenas

4º Bimestre

• Textos sagrados do Cristianismo

• Textos sagrados do Islamismo

• Textos sagrados do Budismo

• Textos sagrados do Hinduísmo

• Textos sagrados das religiões Afro-

descendentes

• Textos sagrados das religiões Indígenas

6ª SÉRIE

1º Bimestre

• Os sacerdotes e seguidores do Cristianismo

• Os sacerdotes e seguidores do Islamismo

• Os sacerdotes e seguidores do Budismo

104

• Os sacerdotes e seguidores do Hinduísmo

• Os sacerdotes e seguidores das Religiões Afro-descendentes

• Os sacerdotes e seguidores das Religiões Indígenas

2º Bimestre

• Os templos Religiosos do Cristianismo.

• Os templos Religioso do Islamismo

• Os templos Religiosos do Budismo

• Os templos Religiosos do Hinduísmo

• Os templos Religiosos das Religiões Afro-descendentes

• Os templos Religiosos das Religiões Indígenas

3º Bimestre

• As principais festas religiosas do Cristianismo

• As principais festas religiosas do Islamismo

• As principais festas religiosas do Budismo

• As principais festas religiosas do Hinduísmo

• As principais festas religiosas das Religiões Afro-descendentes

• As principais festas religiosas das Religiões Indígenas

4º Bimestre

• O sentido da vida nas tradições religiosas

• A reencarnação

• A ressurreição, a ação de voltar a vida

• O além morte

• A ancestralidade, a vida dos antepassados

ENCAMINHAMENTOS METODOLOGICOS

A metodologia do Ensino religioso deve ser dinâmica, flexível e adequada a cada

conteúdo a ser desenvolvido. De modo a oferecer o diálogo entre as diferentes crenças e

compromissos com a vida cidadã.

Os conteúdos serão desenvolvidos através de alas expositivas, e/ou utilizando-se

de livros, jornais revistas, vídeos, entrevistas, imagens. Também estarão presentes nas

aulas a utilização de trabalhos individuais e/ou coletivos, confecção de murais, debates,

105

seminário.

È importante ressaltar que, mais do que “dar aula sobre” determinado conteúdo, o

professor de Ensino religioso deve trabalhar com ideias chaves essenciais dos conteúdos,

proporcionando aos alunos os recursos mais amplos e aprofundados que lhes

possibilitem construir seu entendimento, dando significado ou ressignificando o que já

sabem.

AVALIAÇÃO

No Ensino Religioso a avaliação parte do princípio da inclusão e não da exclusão.

O aluno se auto avalia e é avaliado para tomar consciência sobre o que aprendeu. Ou

seja, sobre onde deve investir mais esforços para melhorar e superar as dificuldades. O

professor deve criar sugestões para que o aluno demonstre e expresse sua

aprendizagem.

A avaliação é válida quando o professor acompanha o crescimento do aluno,

verificando o processo e não o produto, aperfeiçoando a construção e reconstrução do

conhecimento, permitindo ao aluno passar do senso comum para o conhecimento mais

elaborado.

A avaliação do Ensino Religioso é processual e permeia toda a prática no

cotidiano da sala de aula.

REFERÊNCIAS BOBLIOGRÁFICAS

ASSINTEC. Ensino religioso – O encontro consogo mesmo – edição experimental,

número 01, SEED/PR

CRUZ. Therezinha M. L. da. descobrindo Caminhos- Ensino religioso- nº5 e 6, 1ª ed.,

FTD, 1998, São Paulo, SP>

DIRETRIZES CURRICULARES DE ENSINO RELIGIOSO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA,

SEED/PR, 2006

CARTILHA, SEED/PR. Diversidade Religiosa e Direitos Humanos, 2005.

Várias outras obras serão usadas no decorrer do ano letivo, de acordo com a

necessidade e disponibilidade da escola, será feito o uso de pesquisa na internet e no site

dia a dia da educação como também, serão usados filmes, documentários e músicas,

ambos relacionados aos temas trabalhados.

106

10.5. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – GEOGRAFIA

APRESENTAÇÃO

O ensino de uma geografia surge na antiguidade, onde o homem sonhava em

conhecer e registrar o espaço onde desenvolvia suas atividades básicas. A disciplina

passou por muitas etapas, ate chegar a fase Crítica surgida na década de 1970 essa nova

Geografia desvele a realidade, que conceba o espaço geográfico como sendo um espaço

social, produzido e reproduzido pela sociedade humana, com vista a nele se realizar e

reproduzir. Neste sentido, os geógrafos passam a fazer uma releitura do espaço não

abandonando os aspectos físicos e naturais iniciados pela Geografia Tradicional, nem as

teorias trazidas pela Geografia Quantitativa .Em 1978, a Geografia Crítica foi implantada a

nível nacional, mas não se trata apenas de passarmos conteúdos e sim de levantarmos

questões e instrumentalizá-los, de modo a lhe propiciar as condições de se

compreenderem como sujeitos da História e agentes de transformação social.

No mundo em processo de globalização, a discussão sobre o estudo do lugar nos

parece indispensável. O lugar no mundo globalizado é atingido por redes articuladas que

intervém na sua História. Cada lugar se organiza em função de uma cultura, uma tradição,

suas línguas e seus hábitos. Essas características são constituídas por influencias

internas e externas, que vão ser produzidas em consonância com o processo global.

A dinamicidade do espaço é proporcionada pela estreita ligação com a sociedade,

tornando-se um perfeito retrato das ações que se realizam no presente, aliadas as marcas

das ações passadas.

Um outro aspecto importante a levar em conta reside no fato de que a produção

espacial e desigual, na medida em que o espaço é fruto da produção social capitalista que

se realiza e se reproduz desigualmente privilegiando determinadas classes e

marginalizando outras.

Devemos selecionar conteúdos necessários a apreensão do espaço geográfico

como uma totalidade que envolva espaço e sociedade, natureza e homem.

O espaço geográfico é histórico e socialmente produzido. Seu entendimento exige

por sua vez, a compreensão das relações que os homens estabelecem entre si e com a

natureza. Isso nos remete ao tratamento com dois conceitos muito importantes: o de

processo de trabalho e o de ralações sociais de produção. Cada lugar estudado deve ser

considerado não como um único, mas no conjunto, que dizer, como lugar de

concretização das relações universais/globais.

Uma vez que a apropriação da natureza é um ato social, o seu estudo deve se dar

107

de maneira inter-relacional com a sociedade.

Como não será possível entender a organização espacial sem compreendermos as

relações sociais que se desenvolvem nesse espaço através do processo do trabalho,

torna-se necessário à compreensão da lógica da sociedade em que vivemos. Desta

compreensão é que passamos a perceber a existência de uma totalidade, que é a

sociedade produzindo e reproduzindo o espaço, para nele se estabelecer e se perpetuar.

Atualmente na disciplina de geografia se faz necessário compreender e interpretar a

realidade social, econômica, política cultural e ambiental do espaço geográfico de forma a

considerar as dimensões geográficas da realidade e como elas participam da constituição

espacial em estudo. Essas dimensões está o presentes nos conteúdos estruturantes da

geografia:

*Dimensão econômica do espaço geográfico; Dimensão política do espaço geográfico;

Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico; Dimensão socioambiental do

espaço geográfico .

Torna- se necessário através de orientações vindas da SEED acrescentar as

diretrizes curriculares do ensino de geografia o cumprimento da lei n.11.645/08,o ensino

da História e Cultura Afro- Brasileira e indígena ;Também de acordo com a lei n. 13.381/01

trabalhar no Ensino Fundamental a História do Paraná , bem como de acordo com a lei n.

9.795/99 incluir no currículo a Educação Ambiental.

Sendo assim a implantação destas leis propõe a educação trabalhar as relações

étnico- raciais e ambientais para promover um resgate histórico, étnico, cultural e

ambiental, sob uma perspectiva de inclusão social .

OBJETIVO GERAL

Compreender o espaço geográfico como foco da análise interdependente do sujeito

que o constrói, estabelecendo uma relação sujeito objeto.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Reconhecer conceitos e categorias, tais como espaço geográfico, território, paisagem e

lugar;

- Aplicar os conceitos de escala;

- Reconhecer a importância dos mapas para paisagens e suas diferentes escalas;

- Identificar as transformações ocorridas no processo de urbanização;

- Construir por meio de diferentes linguagens um discurso articulado sobre as diferenças

108

entre o seu lugar e a pluralidade de lugares que constituem o mundo;

- Compreender o processo de desenvolvimento econômico brasileiro e das sociedades

mundiais em geral, dando ênfase ao setor industrial, como sendo o principal agente

transformador do espaço geográfico mundial;

- Analisar porque os países subdesenvolvidos não conseguem se desenvolver

industrialmente no mundo, bem como suas contradições e contrastes geográficos;

- Criar consciência do espaço geográfico mundial como sendo um meio de formação

crítica e consciente do educando no meio social em que vive;

- Estimular a reflexão sobre a importância da superfície terrestre para o ser humano e

sobre as inter-relações das camadas que a constituem;

- Desenvolver as potencialidades do educando – o senso de cidadania, o espírito crítico, o

raciocínio, a sociabilidade de compreender o mundo em que vive, considerando que o

conteúdo deve ser visto não como um fim em si, mas como um meio para atingir os

objetivos;

- Desenvolver no aluno a crescente consciência de cidadania, entendida como

participação ativa social e na gestão da sociedade, e maior espírito crítico em relação à

realidade mundial e à realidade brasileira;

• Procurar desenvolver no aluno as potencialidades, o senso crítico, o raciocínio, a

sociabilidade. Fazê-lo compreender o mundo em que vive e as diferenças políticas

sociais, culturais e econômicas de forma global.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

5ª SÉRIE 6°ANO

1° BIMESTRE

Orientando-se na Terra

• Noções do conceito de geografia.

• O espaço geográfico da localidade (Campo do Tenente).

• Principais dificuldades e facilidades do meio rural e urbano.

• Coordenadas Geográficas

• As zonas, térmicas, Estações do Ano

• Fusos horários.

109

As várias maneiras de representar o Espaço

• O que é um mapa.

•As convenções cartográficas e a legenda.

•Escalas.

•Os diferentes tipos de mapas.

•Plantas e globos.

•Como interpretar um mapa.

2° BIMESTRE

A Superfície Terrestre

• Uma área de contato das diferentes camadas da terra.

• Planeta terra ou planeta água.

• A biosfera e a superfície terrestre.

• O ser humano na superfície terrestre.

• A sociedade moderna e a natureza.

• Tomando o Brasil como exemplo

Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)

Localização do continente africano no planisfério e identificação das regiões, as quais

saíram a maior parte dos negros vindos para o Brasil.

Litosfera (I): as Rochas e as Placas Tectônicas

• De que é formada a litosfera.

•O que existe embaixo da litosfera.

•O tempo geológico.

•As placas tectônicas

3° BIMESTRE

Litosfera (II): o Relevo Terrestre

• Relevo, as formas da superfície terrestre.

• Como se forma o relevo e porque ele muda com o tempo.

• Os agentes internos do relevo

• Os agentes externos do relevo

110

Atmosfera (i): a Camada Gasosa e a Superfície Terrestre

• As camadas da Atmosfera.

• Tempo e Clima.

• Os climas do Brasil.

Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)

Tipos de clima do Continente Africano

4° BIMESTRE

Hidrosfera: a Camada Líquida da Terra

• A importância dos oceanos e mares

• A poluição das águas oceânicas

• Os rios e os lagos

• As águas subterrâneas

• A hidrografia do Brasil

Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)

Biosfera

• Porque esfera da vida

• Floresta Amazônica um exemplo de biomas ou floresta tropical

• A biosfera é um gigante organismo

• As relações ser humano-natureza

6ª SÉRIE 7° ANO

1° BIMESTRE

O Espaço Geográfico

• As diferentes características dos espaços rural e urbano

• Rural e urbano, espaços que se completam.

• A modernização agropecuária e o aumento de sua produtividade

• Brasil, seus lugares a suas paisagens

• As diferentes paisagens brasileiras

• A transformação das paisagens

• As paisagens naturais brasileiras

111

Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)

2° BIMESTRE

A POPULAÇÃO BRASILEIRA

• O crescimento da população brasileira

• A pluralidade cultural do povo brasileiro

• A pirâmide etária brasileiraAtividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)

O TERRITÓRIO BRASILEIRO

• A extensão e localização do território

• A formação territorial do Brasil

• Os meios de transporte e a integração do território

3° BIMESTRE

AS REGIÕES BRASILEIRAS

• As cinco grandes regiões do IBGE

• As regiões geoeconômicas

• As regiões e suas identidades culturais

O CENTRO-SUL

• O desenvolvimento econômico e industrial

• A diversidade da produção agropecuária

• A transformação das paisagens da região e a degradação ambiental

4° BIMESTRE

O NORDESTE

• O Nordeste e sua diversidade

• A seca e seus efeitos

• A região nordestina em transformação

A AMAZÔNIA

• A ocupação recente da Amazônia

• A exploração sustentável das florestas

• O domínio da floresta, um ecossistema complexo e delicado

112

7ª SÉRIE 8° ANO

1° BIMESTRE

• Os lugares e as paisagens do mundo em que vivemos

Os lugares e as paisagens na superfície terrestre

Origem e distribuição dos continentes

Os movimentos da crosta terrestre e as áreas de instabilidade tectônicas

• A natureza e as paisagens terrestres

A dinâmica da formação das paisagens

As grandes paisagens naturais da terra

A transformação das paisagens naturais

2° BIMESTRE

• O desenvolvimento de técnicas agrícolas

A formação dos recursos naturais

O fenômeno da desertificação, erosão e arenização do solo

A preservação ambiental e o desenvolvimento econômico

• A ação humana e as questões ambientais

Os impactos ambientais e a alteração da dinâmica natural do planeta

O efeito estufa, o aquecimento global e suas consequências

O mapa da devastação do planeta

A crise ambiental contemporânea

• Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)

3° BIMESTRE

• A regionalização do espaço mundial

As desigualdades sociais

As origens internas do subdesenvolvimento

Colonização e descolonização da África

• Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)

• O Índice de Desenvolvimento Humano

Como conhecer o nível de desenvolvimento de cada país

O IDH e a realidade de cada país

113

O IDH do Brasil

4° BIMESTRE

• O mundo subdesenvolvido

A dependência econômica

A dependência tecnológica

As condições de vida da população

As desigualdades sociais

• O Mundo desenvolvido

A supremacia econômica e tecnológica

As multinacionais

A qualidade de vida no mundo desenvolvido

8ª SÉRIE 9° ANO

1° BIMESTRE

• Espaço geográfico, globalização e revolução tecnológica

O espaço globalizado

A grande revolução tecnológica e os avanços das telecomunicações

O desenvolvimento dos meios de transporte

• Globalização econômica

A expansão das multinacionais

A globalização da produção

A globalização e os avanços tecnológicos na cotidiano das pessoas

2° BIMESTRE

• Os fluxos e as redes no espaço geográfico

Os fluxos de mercadorias

Os fluxos de informações

Os fluxos de capitais

• Globalização e seus rumos

Globalização natureza e questões ambientais

Problemas ambientais e seus responsáveis

114

Meio ambiente, sociedades e culturas.

• Atividade de Educação Ambiental (lei 9.795/99)

3º BIMESTRE

• A formação dos blocos econômicos

O Mercosul

A união Europeia

O Nafta

A Apec

• A Organização das Nações Unidas

A estrutura da ONU

A ONU e a paz no mundo

As grandes conferências da ONU

4º BIMESTRE

• Territórios e fronteiras

Territórios e fronteiras no mundo atual

Territórios, povos e culturas

Povos sem territórios

Divisão da Europa

Quadro natural e econômico da África.

Contrastes da Ásia.

• Atividade Afro Brasileira (Lei 10639-03)

• A Onu

A estrutura da Onu

As grandes conferências temáticas da Onu

A Onu e a paz do mundo

ENCAMINHAMENTOS METODOLOGICOS

A proposta metodológica para o ensino da Geografia reside na grande

possibilidade de encaminhar um estudo coerente com a realidade do mundo atual e

centrada no aluno.

É preciso compreender o espaço, conhecer as formas de como se associam nos

115

diversos lugares os fenômenos físicos e humanos entre si, e conseguir explicar as

paisagens resultantes.

O educador deve propor ou estimular a participação ativa do aluno, mediante a

aplicação de variadas técnicas ou estratégias disponíveis, sejam de ensino

aprendizagem, seja de ensino socializado.

O essencial que o aluno desenvolva as habilidades de observar, de perguntar, ler

(gráficos, mapas, etc..), ouvir, propor, refazer, indispensáveis para que esteja em contínua

reconstrução do seu conhecimento. Frequentemente torna-se aconselhável a produção

individual, ou em pequenos grupos.

O livro didático é apenas uma referencia para o aluno e um recurso a ser usado

no processo de ensino-aprendizagem, do livro partimos para tecnologia que permite ao

aluno visualizar, para pesquisar e até compreender melhor assuntos trabalhados na

disciplina. A qualidade do ensino desenvolvido é muito mais importante que a quantidade

de conteúdos trabalhados, já que a função superior do professor é “ensinar a aprender”

Num mundo de tecnologias, onde dia a dia novas máquinas aparecem é necessário que o

aluno trabalhe com elas, e tenha acesso às tecnologias como o computador e a Internet,

já que há muitos materiais didáticos disponíveis no site do Dia a Dia Educação, assim

como a TV pendrive que auxilia na visualização e compreensão do educando bem como,

essas tecnologias motivam o aluno. Nota-se que muitos alunos passam a maior parte do

tempo de suas aulas copiando a matéria do quadro de giz, tarefa esta que se torna

bastante cansativa, o professor deve estar aberto as novas tecnologias, para assim,

preparar boas, variadas e estimulantes aulas e motivar os seus alunos.

Segue-se a metodologia para o ensino de geografia:

• Aula expositiva

• Utilização do livro didático;

• Trabalho em equipe;

• Pesquisa na Biblioteca, jornais, revistas e outros materias;

• Pesquisa na Internet;

• Pesquisa em atlas geográfico

• Exposição de mapas;

• Aulas ao ar livre.

• Análise de documentários;

116

AVALIAÇÃO

A prática da avaliação numa pedagogia preocupada com a transformação social, por

sua vez, deve estar vinculada a superação do autoritarismo que reforça a heteronomia da

criança, e comprometida com os princípios que desenvolvem sua autonomia. A avaliação

educacional, assim posto, terá quem ser democrática e manifestar-se como um

mecanismo de diagnóstico da situação e não como um mecanismo mera mente

satisfatório.

Esta não é uma forma de apenas avaliar o aluno, mas principalmente é um

diagnóstico para o professor. Deve haver um processo de ação-reflexão-ação, ou seja,

nas aulas ocorre a ação; a avaliação é um momento de reflexão para ambas as partes,

professor e aluno, constatam como acorreu a ação, seus aspectos positivos e negativos.

Com posse desses dados o professor tem condições de partir novamente para a ação,

suprindo as falhas levantadas. A ação na avaliação deve ser encaminhada e não

estacionada.

Na avaliação existem três características básicas: Uma delas é a verificação, onde é

feita uma coleta de dados sobre o aproveitamento dos alunos, através de provas,

exercícios, tarefas, observação do desempenho entre outros tipo de avaliação é a

qualificação, onde ocorre a comprovação dos resultados alcançados em relação aos

objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas e conceitos. Há também a avaliação

qualitativa, que é a avaliação propriamente dita dos resultados.

O processo de avaliação deverá verificar a aprendizagem a partir daquilo que é

básico, fundamental para que ela se processe. Ao longo das séries o professor avaliara

de forma a diagnosticar se o aluno elaborou seu saber, e se desenvolveu ou adquiriu suas

habilidades dentro dos conteúdos propostos e estudados.

Serão necessários critérios para a organização da avaliação:

• Avaliação escrita e oral;

• Participação;

• Trabalho em equipe;

• Apresentação de trabalhos;

• Representações geográficas (desenhos, mapas, gráficos), e outros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALCANTI, L.S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas, SP:

Papirus, 1.998. – (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

117

CASTROGIOVANNI, A.C. (org). Geografia em Sala de Aula – práticas e reflexões.

Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2.003.

Projeto Araribá: geografia 5ª, 6ª, 7ª, 8ª séries. 1ª ed. São Paulo. Modena, 2006.

PIRES, VALQUIRIA. Construindo consciência:Geografia, 5ª, 6ª, 7ª, 8ªséries/1ª ed. São

Paulo: Spicione, 2006.

RUA, J. & outros. Para ensinar geografia. Rio de Janeiro: Access, 2.005.

118

10.6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – HISTÓRIA

APRESENTAÇÃO

O ensino de História deu seu primeiro passo na Grécia, quando fatos heróicos e

grandes guerras começaram a ser repassados oralmente. A esse conhecimento empírico

somava-se o conhecimento filosófico, para tentar explicar os fatos humanos. Um dos

primeiros pesquisadores a empregar a palavra HISTÓRIA foi Heródoto, mas sua história

consistia em uma narrativa, estando mais associada às Fábulas e Lendas. O vocábulo

grego História significa conhecimento por meio de uma indagação e deriva da palavra

HISTÓR, que tem como significado sábio ou conhecedor. Para os gregos, a história não

se referia apenas ao passado, mas era uma descrição sistemática de fatos. Para

Aristóteles, a história era o estudo de fenômenos particulares, enquanto a poesia

relacionava-se ao geral, cujo conteúdo era mais filosófico e exemplar do que daquela.

Quem, no atual conceito, inaugurou o estudo da História foi o grego Tucídides,

autor da Guerra do Peloponeso. A História perde o aspecto narrativo e dá lugar ao

explicativo, o mito cede lugar à razão e a cronologia adquire maior decisão. Ele foi um

pesquisador escrupuloso, utilizou estudos metódicos de documentos disponíveis,

comparando informações também no campo inimigo, examinando as fontes.

O grego Hecateu de Mileto se deu conta pela primeira vez da qual se tem

conhecimento, da confusão entre lendas e fatos.

Prolíbio introduziu a Historiografia Pragmática, ou seja, a História dos fatos

políticos e estratégicos. Acreditava que a História era a verdadeira educação, a melhor

propedêutica para as atividades políticas.

A partir do século V ao XV a Historiografia vem impregnada com forte influência

religiosa. Assim, o grau de modernidade da cultura clássica desaparece com o advento da

igreja, para se tornar objeto de uma Teologia aplicada. A História da Humanidade

explicava-se como um diálogo entre liberdade dos homens e a Providência Divina.

Desde a Alta Idade Média, criaram-se novas práticas de novos gêneros históricos,

como anais e biografias. Durante a Idade Média, a História permaneceu ligada às

crônicas e a uma concepção teológica muitas vezes deformada em seus relatos pela

distorção e pela lenda. A partir do século XV, em razão de um gradual processo de

independência da Teologia surge o renascimento, o reviver da cultura pagã, onde os

homens não concebiam mais um universo como um sistema finito e o processo

119

historiográfico demonstra sua aversão aos textos grotescos do período medieval.

O conceito científico começou a avançar durante o Renascimento, quando os

humanistas adotaram uma visão mais ampla e desvinculada da teologia ao interpretar os

textos clássicos. No século XVII empregaram-se algumas ciências auxiliares que

possibilitaram os primeiros esboços de uma ciência histórica em sentido moderno. Porém,

alguns pensadores neste século XVII, não consideravam a história como ciência. Essa

era a opinião de dois dos mais relevantes pensadores deste período, Francis Bacon e

René Descartes, que embora em outro sentido tenham dado uma excelente contribuição,

pois assentaram as bases filosóficas da idéia do progresso contínuo da humanidade, que

teve tanta influência no pensamento do século XIX. Bacon dava pouca importância à

precisão histórica, mas realizou uma divisão útil da história em civil e natural, e a

relacionou com a memória. Descartes chegou a duvidar de que a história fosse um ramo

do conhecimento. Até o século XVIII não se pode falar de uma concepção científica da

história.

Durante o século XVIII, a história não esteve muito vinculada à área universitária,

exceto em alguns locais, como a cidade alemã de Gotinger. Só no século seguinte a

história transformou-se em disciplina acadêmica, a princípio na Prússia e posteriormente

em outras partes da Alemanha. Ao longo do século passou a ser universalmente aceita

como ciência e começou a ser escrita por historiadores profissionais. Além disso, a

revolução industrial oferecera aos historiadores a possibilidade de observar um fenômeno

de mudança social e econômica sem precedentes que possibilitou a conformação de

muitos postulados da teoria do progresso humano.

A partir do século XIX, surgiram diversas tendências, entre elas o Positivismo,

Marxismo, Historicismo, Annales, Nova História; que influenciaram muito o modo de

pensar, escrever e ensinar a História em diversos períodos, inclusive nos dias atuais.

No Brasil, a História foi trazida pelos jesuítas, e estes ficaram aqui até o

momento em que foram expulsos por parecerem perigosos à Coroa, pelo Marquês de

Pombal. Após isso, o ensino secundário ganha espaço na formação das elites. A História

continuava a ser ensinada, mas a ênfase era dada à História Universal, dos Grandes

Impérios e Civilizações.

Após a Independência, não ocorreram grandes mudanças no ensino de

História. Na escola secundária, em virtude da influência das ideias positivistas liberais, e

da própria formação humanística e enciclopedista dos cursos secundários, dava-se neste

grau de ensino, uma grande ênfase ao ensino de História.

A História estudada era a Universal. Para a História brasileira não era dada grande

120

ênfase por dois motivos: 1º) não havia historiadores OFICIAIS que pesquisassem a

história local; 2º) à elite não interessava a História do Brasil, visto que esta mesma elite

estava voltada à cultura europeia.

Nelma Baldin se refere a este período:

“Em vista do caráter elitista de tais filosofias, o conhecimento das mesmas era visto como um fator de destaque social. Endossando essa concepção, os currículos escolares concentravam-se no ensino da ‘História Universal’, com destaque para a ‘História Clássica’. Iniciava-se o curso pela ‘História Antiga’ e, através da valorização dos ‘heróis’ e dos ‘fatos históricos’, dispostos cronologicamente, chegava-se à ‘História Moderna’. Procedimentos estes, que via de regra, permeiam até hoje as noções do conhecimento histórico transmitido em nossas escolas” (BALDIN, 1989, p. 39).

A História como disciplina obrigatória surgiu com a criação, em 1837, do Colégio

Pedro II, inspirado no modelo francês de ensino. Este ensino clássico e humanista era

destinado à formação de cidadãos proprietários e escravistas, ou seja, à grande elite da

época.

Com o advento da República ocorreu uma preocupação maior sobre o ensino. O

ensino de História, em sua essência, continuou a ser ministrado como antes, porém,

precisava-se florescer o sentimento nacionalista. Assim, começam os estudos referentes

a grandes personagens da História Brasileira, imbuídos com as influências liberais e

positivistas, onde a figura dos grandes heróis é predominante.

O Ensino de História, no Brasil, passou por diversas fases e, em grande parte,

influenciado pelo ensino da História dos Vencedores, arraigada nos ideais positivistas.

Durante muito tempo o ensino foi baseado nos manuais franceses. Assim, fica

nítida a influência europeia no ensino do Brasil. O Brasil dificilmente possui um ensino

exclusivo, voltado para sua realidade. Ainda hoje é dada mais ênfase à história europeia

em detrimento à brasileira e à americana. Isso deve-se, em grande parte, à não existência

de um ESPÍRITO NACIONAL, ou também, da falta de interesse de se ensinar a história

brasileira da NOVA versão, ou seja, a não oficial.

A História ensinada aqui era a das Grandes Civilizações, entendida como

povos clássicos: egípcios, gregos, romanos, entre outros povos. A História de

Imperadores, suas lutas – fica claro que quem era o agente de transformações, o povo,

era irrelevante neste ensino – era o que mais interessava no Ensino da História.

A História é dividida em História Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea,

divisão esta utilizada em nível mundial, mas incoerente. O Brasil, por exemplo, não se

enquadra nesta divisão, mas a utiliza dando mais ênfase à História Européia do que a sua

própria. No ensino fundamental, passa-se mais tempo ensinando a história européia do

121

que a história brasileira.

Na República é que começa a haver uma preocupação maior com a História

do Brasil, não a de índios, negros e revoltas, mas a de grandes vultos e de guerras.

Passou-se uma ideia de que o Brasil recebeu uma colaboração cultural europeia, em

detrimento à ideia de colonização. Nesta História não havia desigualdade entre o povo

brasileiro, pois o país queria repassar uma imagem totalmente diferente, que se chocava

abruptamente com a realidade vivida pela maioria da população.

A partir da Revolução de 1930, o ESTADO NOVO fez da educação o seu apoio

fundamental. No Brasil começaram a fervilhar as ideias da Escola Nova. Esse período

inspirou mudanças em vários setores da sociedade, inclusive no educacional, mas que

não saíram do papel.

Devido à centralização da Educação, com a criação do Ministério da Educação e

de diversos outros órgãos, o ensino perdeu sua autonomia. A História do Brasil, que aos

poucos vinha sendo trabalhada nas escolas, mas de forma precária, acabou fundindo-se

com a História da América. Nelma Baldin explica bem esse período:

“Em vista do descaso em que novamente caiu a História do Brasil, organizaram-se movimentos em vários setores da sociedade, em favor da luta pelo restabelecimento da autonomia da disciplina. As idéias liberais então em voga, influenciavam sensivelmente os professores, os intelectuais e a opinião pública em geral, que pressionavam o Ministério da Educação no sentido de uma atitude deliberativa. O desfecho destes movimentos deu-se em 1940, com o retorno da autonomia do ensino da História do Brasil, desvinculado do ensino da História da América. Guardadas as devidas proporções, no entanto, é significativo expressar que o ensino da história ganhou em autonomia e perdeu em espaço, pois passou a ser ministrado, paralelamente ao Ensino de História Geral e da América” (BALDIN, 1989, p. 42).

Foi desde 1925 que, neste nível de ensino, a História vinha sendo ministrada em

forma de NOÇÕES ELEMENTARES, as quais tinham a finalidade de contribuir para o

reforço da unidade nacional.

Os programas de ensino até então vigentes, privilegiavam excessivamente os fatos

políticos e os heróis desses fatos, em detrimento dos aspectos econômicos, sociais e

culturais, e não possibilitavam ligação entre as unidades que os formavam. As unidades

eram independentes, e não havia ligação com o conteúdo precedente e nem com o

seguinte. Com ensinos desse tipo, os alunos não eram levados à reflexão, mas,

simplesmente à memorização de fatos, nomes e datas.

A educação, durante grande parte da História Brasileira, esteve a favor da elite

detentora do poder político. Durante a Ditadura Militar a censura e a repressão foram

122

muito grandes. O Brasil decaiu muito em relação à educação, que girava em torno da

ideologia e do ufanismo nacionalista militarista. Ocorreu uma desqualificação docente;

foram criados cursos de licenciatura curta.

A História sofreu muito com a Ditadura, porém não foi totalmente anulada neste

período. A Historiografia assimilou alguns conceitos marxistas, dando uma outra visão

para a História.

Com o advento da Lei nº 5.692 de 1971, ocorreu a fusão da História e da Geografia

em Estudos Sociais.

Durante os anos 70, as associações de historiadores cresciam. Todos lutavam para

que a História voltasse aos currículos.

A partir dos anos 80 até os dias atuais notam-se reformas na História Tradicional. A

História brasileira está sendo recontada, ou seja, sobre a História Oficial são colocadas

novas dúvidas e novas interpretações dos fatos históricos vêm sendo feitas.

CONCEPÇÃO HISTÓRICA

A concepção de história a ser trabalhada será fundamentada principalmente na

Nova História Cultural. Porém, como a História é bastante complexa, outras concepções

irão nortear o ensino de História, como a Nova Esquerda Inglesa, História Social, a

História Política e a Marxista.

A Nova História Cultural ficou por muito tempo sendo alvo de críticas, por deixar

de lado em seus estudos as superestruturas econômicas e políticas, e analisar os

aspectos culturais de determinados locais. Muitas pessoas achavam um desperdício um

amplo estudo de um simples costume. Mas a Nova História Cultural ela valoriza e faz

ressuscitar o comportamento e os costumes do povo no geral, auxiliando também em

como as classes se relacionavam. Faz com que uma parte da História desconhecida,

ressurgisse. E percebe-se que os alunos em geral, se identificam muito com a Nova

História Cultural. Como afirma Peter Burke, a História Cultural:

“é simplesmente uma parte necessária do empreendimento histórico coletivo. Como suas vizinhas – história econômica, política, intelectual, social e assim por diante -, essa abordagem ao passado dá uma contribuição indispensável à nossa visão da história como um todo, ‘história total’, como dizem os franceses” (BURKE, 2005, p. 163)Para alguns estudiosos, as concepções são tratadas como modismos da

História, mas todas elas têm seus aspectos positivos na abordagem de releituras da

história. Quando apresentam falhas, surgem outras concepções, que acabam deixando as

123

demais em segundo plano, e fazendo com que muitos acabem esquecendo as

contribuições dessas concepções.

A maioria dos alunos da Escola Estadual Alexandra Peichó mora na zona rural

do município de Campo do Tenente, um município pequeno. Antes de enfatizar a História

Capitalista, Monopolista, que pouco tem haver com a realidade histórico-social-econômica

destes alunos, é importante procurar elementos da história com que os alunos se

identifiquem, e a nova História Cultural consegue corresponder às expectativas destes

alunos.

A SEED instituiu os chamados Desafios Educacionais Contemporâneos, que

podem ser perfeitamente abordados no decorrer dos conteúdos de História: Cidadania e

Direitos Humanos, com diversos exemplos na História da Humanidade até a conquista de

direitos na sociedade atual contemporânea, mas que muitas vezes, acabam sendo

desrespeitados; Educação Ambiental, onde o homem, a partir do momento que

transformou-se em agente transformador (destruidor) do meio em que vive, acabou

prejudicando a si próprio e comprometendo seriamente o ambiente em que vive no seu

presente e para o seu futuro; Educação Fiscal, pois vivendo-se no mundo capitalista, as

pessoas precisam saber sobre a questão dos impostos, a questão econômica em que

estão inseridos; Enfrentamento à violência na Escola, que é tema pertinente para todos os

ambientes escolares, podendo-se trabalhar historicamente sobre a questão da violência e

suas origens sociais; e finalmente Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, que é um mal

que afeta praticamente todas as realidades, e que necessita que a escola não fique alheia

a esta situação. A disciplina de História, na tentativa de colaborar com cidadãos críticos e

conscientes da realidade no qual estão inseridos, deve trabalhar com estes temas

concomitantemente com os ditos curriculares.

É incoerente afirmar o trabalho que a disciplina de História faz com as questões

da Cultura Afro, Cultura Indígena e a História do Paraná, todas instituídas em leis

estaduais e federais, devido ao fato destes assuntos serem inerentes à disciplina. Quando

se procura enfatizar o conhecimento histórico principalmente da História Local e Nacional,

estes temas são obrigatórios na disciplina. Tanto a questão afro quanto indígena precisa

de um trabalho especial e diferenciado no tocante à desmistificação ao aluno de que

estas sociedades são “primitivas”, “atrasadas”. Aí o trabalho sobre as diferenças culturais,

o tempo histórico, e as pesquisas desenvolvidas nas disciplinas de Antropologia e

Sociologia são fundamentais para uma releitura e uma mudança de postura e de visão

sobre estas sociedades. Cabe ao professor de História trabalhar com sucesso estas

questões e mostrar aos alunos os preconceitos arraigados na sociedade em diferentes

124

tempos e espaços.

Todo o trabalho a ser realizado na disciplina de História será baseado nas

Diretrizes Curriculares de Educação do Estado do Paraná, que tem sua importância

histórica devido a sua construção coletiva com os professores da rede pública estadual, e

que foi um trabalho envolvendo vários períodos de discussões e análises.

A visão histórico crítica também contribui muito na construção do conhecimento

histórico. Para tanto, três questões se fazem necessárias: introdução a um raciocínio

histórico; o conhecimento histórico como necessário à vida cotidiana tanto individual como

social; o presente como construção histórica e a percepção de si e do outro.

A abordagem de qualquer tema curricular com o presente não deve se passar

em uma relação mecânica, estática, mais sim evidenciar o caráter histórico do presente e

recuperar experiências do passado (dentro daquilo que elas são importantes para o

presente).

Estas discussões podem permitir ao educando a consciência de si enquanto

construção histórica e a percepção do outro não apenas no passado, mas também no seu

presente dentro de questões de ordem cultural, religiosa, nacional, racista e corporativa. A

percepção destas questões influem decisivamente no cotidiano individual e social do

nosso educando.

Assim, a interdisciplinaridade e a contextualização valorizarão o ensino

renovado da História, uma História integrada em busca de sujeitos historicamente

construídos, e não observadores de algo colocado, será explorado o seu lado

questionador, buscando seu senso crítico partindo do saber produzido até alcançar o

questionamento das possibilidades dentro a história, para que este educando seja um

cidadão capaz de uma compreensão do mundo em que vive e nele poder interferir com

consciência de sua historicidade.

OBJETIVOS

• Analisar e compreender as dimensões da vida humana, numa perspectiva de

dimensão política; dimensão econômico-social e dimensão cultural

• Conhecer, analisar e discutir os fatos históricos e a realidade social;

• Conscientizar o aluno da sua importância de transformação do meio no qual está

inserido;

• Proporcionar ao educando a possibilidade de mudança de comportamento,

respeitando os direitos fundamentais da sociedade e da natureza;

125

• Despertar a criticidade do educando frente aos fatos históricos;

• Oportunizar ao educando a possibilidade de conhecer o passado e estabelecer

relações com o presente;

• Possibilitar ao aluno através de estudos a provável mudança de postura frente aos

fatos históricos;

• Reconhecer as diferentes formas de relações de poder na sociedade humana;

• Refletir sobre as grandes transformações tecnológicas e os impactos que elas

produzem na vida das sociedades;

• Perceber/compreender a História da África e da Cultura Afro-Brasileira e das

Relações Étnico-raciais;

• Apreender sobre a História do Paraná; sua cidade natal e também perceber que a

sua História faz parte do mundo.

CONTEÚDOS - 5ª SÉRIE

Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura

• Em Busca do Passado

• A Origem da Humanidade

• As primeiras histórias

• Os primeiros habitantes da América

• Agricultura, vilas e cidades

• Mesopotâmia

• O Egito Antigo

• A vida no Egito antigo

• Persas, Fenícios e Hebreus

• Um olhar sobre o Oriente: Índia e China

• A África Antiga

• Os gregos

• Esparta e Atenas

• A Cultura Grega

• Os romanos

• O Império Romano

126

• Roma: cultura

• A formação do cristianismo

• Os reinos romano-germânicos

• O Império Bizantino

• O Império Islâmico

CONTEÚDOS - 6ª SÉRIE

Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura

• O feudalismo na Europa

• O Império Carolíngio

• O Poder da Igreja Católica no mundo medieval

• A cultura europeia medieval

• As cruzadas

• O fortalecimento do comércio e das cidades

• A centralização do poder nas monarquias europeias

• O renascimento

• Reforma e Contra-Reforma

• A era dos descobrimentos

• Europa e América: os primeiros contatos

• A chegada dos portugueses ao continente americano

• Os povos indígenas do Brasil

• A exploração do pau-brasil

• A administração colonial

• A escravidão

• A riqueza e a miséria do açúcar

• A sociedade açucareira

• Literatura e arte na colônia

CONTEÚDOS - 7ª SÉRIE

Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura

• O absolutismo e o mercantilismo

127

• A expansão colonial portuguesa na América

• Enfim, ouro

• A consolidação do território colonial

• Os jesuítas na América portuguesa

• O iluminismo

• A revolução Industrial

• América Inglesa: a conquista da liberdade

• A revolução Francesa

• O governo de Napoleão Bonaparte

• Revoltas e conflitos na colônia portuguesa

• A independência das colônias hispano-americanas

• O Brasil conquista sua soberania

• Primeiro reinado: o governo de D. Pedro I

• O império brasileiro em perigo: as regências

• D. Pedro II no poder: guerra e paz

• O movimento social dos trabalhadores

• A unificação da Itália e da Alemanha

• O neocolonialismo

• Mudanças no Segundo Reinado Brasileiro

• Brasil: a cultura do império

• A República brasileira

• Canudos e cangaço: guerra no sertão

CONTEÚDOS - 8ª SÉRIE

Estruturantes: Trabalho, Poder e Cultura

• A Primeira Guerra Mundial

• A Revolução Russa

• No Brasil, a Primeira República.

• A cultura na Primeira República

• Entre duas guerras: a crise do capitalismo

• Entre duas guerras: a ascensão dos regimes totalitários

• A Era Vargas.

128

• A Segunda Guerra Mundial

• Brasil: 1945-1964

• Brasil: a cultura entre os anos 1930 e 1960

• A guerra Fria

• A descolonização da Ásia e da África

• O socialismo se espalha pelo mundo.

• Brasil: a ditadura militar

• A União Soviética e o fim do socialismo no Leste Europeu.

• Estados Unidos: da guerra fria ao mundo atual.

• Japão, China, Vietnã e os Tigres Asiáticos

• Uma região explosiva: o Oriente Médio

• Brasil: a reconstrução democrática

• Brasil: a democracia consolidada

• Brasil: A cultura dos anos 1960 aos dias atuais

• Brasil: terra e trabalho

• Brasil e suas relações comerciais com o exterior

• Desafios do mundo atual

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Os conteúdos serão desenvolvidos com aulas expositivas, utilizando-se do livro

didático, mapas, jornais, revistas, vídeos, entrevistas, trabalhos individuais e em grupo,

confecção de murais e de relatórios, pesquisas, debates, seminários, dramatizações.

Todo o encaminhamento será trabalhado de acordo com a realidade da escola.

A sociedade atual exige cidadãos competentes, criativos, participativos,

conscientes de sua importância no contexto histórico-político-econômico-social, capazes

de compreender as transformações que ocorrem e como atuar diante desta realidade que

está em contínua transformação. Ou seja, temos que ter a capacidade de dar novas

respostas para novos desafios que surgem em nossa vida.

Isto posto, torna-se fundamental compreender que o ser humano desenvolve-se na

sociedade em que está inserido, agindo e interagindo na mesma e em outras sociedades,

característica própria de um mundo globalizado. Como a megaempresa IBM afirmava em

uma de suas matérias divulgando produtos de informática: “IBM, grandes soluções para

129

um mundo pequeno”. Cada momento histórico apresenta características que lhe são

próprias. Assim, já que toda história é filha de seu tempo, e como Napoleão Bonaparte

afirmava: “o Homem realiza isto ou aquilo dependendo das circunstâncias do momento

histórico em que vive”, temos que lembrar que cada sociedade produz a sua história, sua

visão de mundo e suas interpretações possíveis, de acordo com suas vivências e de

acordo com as possibilidades disponíveis no campo material e cultural. Desta forma,

respeitadas as diversidades culturais próprias de cada população, temos que aprofundar

os conhecimentos existentes, buscando aperfeiçoamentos constantes, necessários para

nossa vida em comunidade e a conquista dos espaços no mercado de trabalho.

Diante de uma realidade tão diversa, se faz necessário que a escola seja dinâmica,

ofertando diversas formas e possibilidades para que se produza o conhecimento e que

este seja vivenciado, praticado constantemente e que tenha sentido para a vida dos

alunos.

A área de Ciências Humanas irá desenvolver suas atividades utilizando-se dos

recursos tecnológicos existentes, como facilitadores dos trabalhos a serem desenvolvidos,

sempre lembrando que o ser humano é o objetivo fundamental do trabalho educativo.

Dentre as diversas formas de atividades que serão desenvolvidas, pode-se elencar:

• Visitas a órgãos públicos como a Câmara de Vereadores, para a compreensão das

formas de participação política, na elaboração das leis e na aplicabilidade das mes-

mas, possibilitando assim a formação da consciência política de nossos jovens e

posteriormente promover debates com a presença de nossos representantes do le-

gislativo e do executivo;

• Visitas a hospitais públicos, com posterior elaboração de relatórios, mesas redon-

das a apresentação de conclusões orais e escritas sobre a situação da saúde em

nosso município, elaborando propostas de melhorias e atuando na realidade local;

• Aprofundar pesquisas sobre a situação agropecuária de nossa região e regiões,

comparando com as realidades existentes em outros países, buscando soluções e

alternativas para os problemas detectados;

• Elaboração de projetos interdisciplinares visando a utilização racional e a preserva-

ção de nossos recursos hídricos, bem como identificar a realidade existente, agin-

do junto à comunidade para solucionar os problemas que forem identificados, mas,

fundamentalmente agir de forma preventiva, buscando a conscientização da popu-

lação frente aos desafios que a questão água nos coloca para o terceiro milênio;

130

• Aprofundar-se-ão pesquisas sobre espécies vegetais nativas e sua preservação,

desenvolvendo a consciência ecológica, promovendo junto a órgãos governamen-

tais movimentos para reflorestamento e preservação das matas ciliares, fundamen-

tais para a proteção de nossos mananciais;

• Realizar-se-ão entrevistas com agricultores, pecuaristas, patrões e empregados,

desempregados e subempregados, visando compreender e aprofundar as relações

de trabalho no campo e na cidade;

• Serão convidadas pessoas de renome nacional, regional e local dos diversos seto-

res da economia, para promoção de debates, mesas redondas, para atingirmos um

número elevado de pessoas, levando assim propostas claras sobre assuntos im-

portantes para a população local;

• Valorização da cultura local, com a preservação da identidade cultural dos grupos

étnicos representativos em nossa região;

• Palestras, simpósios, exposições de maquetes com apresentações à comunidade,

viagens a pontos turísticos e/ou históricos, com aulas de campo, pesquisas sobre

aspectos do solo, subsolo;

• Pesquisas bibliográficas, documentais, em acervos públicos e particulares, visando

o desenvolvimento do espírito de organização, de planejamento, de gestão e de

trabalho de equipe, associando com os problemas que nos propomos resolver;

• Desenvolver-se-ão pesquisas, atividades que envolvam a comunidade e a família,

pois a participação de toda a sociedade na vida escolar é condição fundamental

para a caminhada coerente e conjunta no binômio escola-comunidade;

• Trabalhos em grupo, visando o desenvolvimento das capacidades individuais e co-

letivas, respeitando as características individuais, permitindo que os alunos desen-

volvam o espírito de equipe e aprofundem seus conhecimentos, bem como possam

se expor diante das apresentações necessárias;

• Análise com as diferentes formas de expressão encontradas em nossa sociedade e

em outras sociedades como modo de compreendermos a pluralidade cultural e sua

importância na vida social;

• Contextualizar os conhecimentos apreendidos aplicando-os no cotidiano da vida in-

dividual e coletiva.

131

AVALIAÇÃO

O aluno será avaliado através de:

Prova com consulta: questões;

Prova sem consulta: teste, discursiva, questões;

Trabalhos em grupos ou individual;

Relatórios;

Trabalhos de pesquisa bibliográfica e de campo;

Apresentação de trabalhos de reflexão/interpretação, individuais ou em grupos

Participação/conceito em sala de aula.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Renascença. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

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- SILVA, Kalina V. & SILVA, Maciel H. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo:

Editora Contexto, 2005.

133

10.7. PROPOSTA PEDAGÓGICA LÍNGUA PORTUGUESA

APRESENTAÇÃO

O direito à Educação Básica de qualidade se justifica enquanto direito subjetivo de

todos os cidadãos, assim como apregoa a Constituição Brasileira, em seu artigo 205.1No

entanto, sabe-se, que, embora tal dispositivo legal garanta a todos igualdade de direitos,

muitos são os que se encontram à margem do sistema educacional, ou, muitas vezes,

têm, negados, direitos de acesso à escola pública de qualidade.

Nesse contexto, o ensino da disciplina de Língua Portuguesa ocupa uma função de

destaque. Pois é através do ensino de qualidade da língua materna que o sujeito, no

desenvolvimento das competências linguísticas, conquista, paulatinamente, sua inserção

crítica e ativa na sociedade.

Fazendo alusões à trajetória da inserção da referida disciplina no ensino brasileiro,

pode-se observar que a Língua Portuguesa se configura, no tempo histórico, como

instrumento imprescindível na formação escolar da elite brasileira, desde os tempos

remotos do início da educação jesuítica. As aulas ministradas nessa época limitavam-se

ao estudo da gramática latina e retórica, bem como à leitura de clássicos da literatura. Por

outro lado, o acesso ao domínio da língua portuguesa padrão ia de encontro restritamente

aos interesses colonialistas do referido período político-econômico, tendo sido

caracterizada como “a língua da burocracia”, a língua das transações comerciais, dos

documentos legais (Paraná,2008,p. 6).

Em 1758, Marquês de Pombal, inspirado por ideais iluministas, decreta a língua

portuguesa como língua oficial do Brasil. A partir daí, torna-se obrigatório o ensino da

língua materna no Brasil e Portugal. Todavia tal reforma continuava conferindo à língua

portuguesa caráter elitista, pois continuava atendendo apenas à restrita parcela da

sociedade, a qual se preparava para continuidade de estudos na Europa. Por outro lado,

1 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

134

o ensino da língua portuguesa, no contexto da educação vigente, sofria forte influência da

educação clássica europeizante, acrescida da escassez de profissionais especializados

para atender às demandas educacionais.

Em 1808, com a vinda da família real para o Rio de Janeiro, foram instaladas as

primeiras instituições de ensino superior, inspiradas em ideais europeizantes, as quais

atendiam apenas a demandas pertencentes às camadas privilegiadas da sociedade. Às

camadas populares, no entanto, era-lhes negado o direito do atendimento da educação

primária para aprendizagem da leitura e da escrita da língua portuguesa.

Nas últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa passa a ser

parte integrante do currículo escolar, sem, no entanto, ser conferido a ela um lugar de

destaque, pois colocava -se em evidência, por excelência, a formação da cultura clássica

erudita, e o estudo da língua latina como prioritário. Nesse sentido, percebe-se a

metodologia do ensino da língua portuguesa voltada para o modelo de ensino da língua

latina, ou seja, fragmentava-se o ensino em Gramática, Retórica e Poética. E o

conhecimento da língua era ministrado por estudiosos com ampla formação humanística,

sem, no entanto, formação específica para esse fim.

Pode-se afirmar, então, que o ensino elitista da língua portuguesa perdura por uma

longa trajetória no tempo. Ou, mais precisamente, até meados do século XX. Somente a

partir da década de 60, com o aumento do número de matrículas no ensino primário

público, é que se dão novos rumos ao ensino da disciplina Língua Portuguesa. Ou seja, a

heterogeneidade que caracteriza o aluno ingresso na educação brasileira vigente faz com

novas exigências surjam no contexto educacional. Todavia a concepção tradicional do

ensino que permeava o sistema educacional, no contexto da ditadura militar, não permitia

uma prática pedagógica que despertasse o espírito crítico do aluno.

Mais tarde, com a abertura política, as discussões sobre a função política da

educação na transformação da sociedade brasileira ganham forças, constituindo-se em

vertentes progressistas.

Em se tratando das concepções do ensino da Língua Materna, chegam ao Brasil os

primeiros registros das teorias bakhtinianas. A partir das efervescências de idéias

suscitadas pela leitura das obras de Bakhtin, o ensino da língua portuguesa passa por

uma reorientação, podendo considerar tal momento como um divisor de águas na

concepção do ensino da língua materna. Coloca-se em evidência, o texto, focalizando-o

como ponto de partida para reflexões em torno da língua.

Tais reflexões teóricas trazem interferências positivas no ensino da língua materna

no contexto escolar, como se observa sensivelmente nos programas de reformulação de

135

ensino, os quais trazem, em seu bojo teórico, orientações que buscam romper com o

ensino tradicionalista, propondo um ensino voltado para a leitura e produção (Paraná,

1988, p.13).

Entretanto, apesar dos esforços somados nas últimas décadas, rumo ao ensino de

qualidade no panorama educacional brasileiro e, especificamente, das mudanças de

orientações na aquisição da língua materna, confronta-se, no presente, com uma situação

lastimável: números estatísticos representativos do analfabetismo funcional no Brasil.

A fim de reverter tal perfil, as DCE's do Estado do Paraná enfatizam o ensino da

língua materna voltado para uma prática dialógica, pois reconhece a língua como viva,

dinâmica, permanentemente reflexiva e produtiva. Coloca em destaque a necessidade da

valorização de conhecimentos prévios linguísticos trazidos pelos alunos, ressaltando,

entretanto, a necessidade da inclusão de conceitos e definições imprescindíveis para a

manutenção do uso social da língua padrão. Em outras palavras, o ensino da língua

materna deverá se constituir como ferramenta básica para a ampliação linguística do

aluno. A partir de tais premissas, espera-se que a inserção do aluno na escola pública

brasileira se dê de modo a contribuir para a conquista progressiva de espaços de

exercício de cidadania, direito à voz no contexto social em que estiver inserido.

OBJETIVO GERAL

Ampliar progressivamente horizontes de expectativas em relação ao domínio

dinâmico da língua materna, rumo à conquista gradativa do exercício da cidadania,

através de atividades discursivas significativas que permeiam as práticas da oralidade,

leitura, escrita e análise linguística.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Oralidade

• Expressar oralmente com segurança, clareza e fluência em situações formais

• Adequar a linguagem conforme as circunstâncias: interlocutores, assunto,

intenções

• Fazer uso adequado dos inúmeros recursos expressivos de que a língua oral

dispõe

• Praticar a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir

• Compreender as intenções do discurso do outro

• Aprimorar progressivamente o uso da língua oral, ampliando o léxico

136

• Argumentar ideias fundamentadas, defendendo pontos de vistas

• Reconhecer marcas linguísticas típicas da conversação: repetição, gírias,

Entonação

• Compreender a importância do uso da oralidade nos contextos sociais

Leitura

• Despertar continua e progressivamente o gosto pela prática leitora

• Ler de maneira progressiva a tipologia diversificada de textos que circulam no

social

• Reconhecer a leitura como ato vivo, dinâmico e dialógico

• Reconhecer no leitor o elemento primordial na “reconstrução” de sentido do texto

• Familiarizar-se com os diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais

• Propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica e responsiva suscitada a partir

da leitura de textos

• Compreender o que se lê

• Perceber as relações entre unidades do texto

• Observar os recursos linguísticos e estilísticos apresentados na construção do

texto

• Perceber as reais intenções que os textos desvelam

• Perceber elementos implícitos suscitados a partir da compreensão da leitura

• Reconhecer elementos extralinguísticos

• Perceber ideologias presentes nos discursos produzidos

• Construir sentidos a partir do que se lê

• Ampliar horizontes de expectativas

• Ampliar o léxico e estruturas linguísticas

• Estabelecer relações dialógicas entre textos lidos

• Identificar efeitos de ironia, humor e comicidade

• Identificar tese, argumentos principais e secundários e conclusões

• Reconhecer diferentes gêneros

• Perceber contradições e ambiguidades nas produções escritas

Escrita

• Perceber a produção escrita como elo de interação social

137

• Reconhecer os gêneros discursivos como construções coletivas

• Perceber o texto como forma de atuar e agir no mundo

• Apropriar-se de gêneros discursivos de naturezas diversas

• Produzir textos significativos nas diversas situações de interação

• Perceber as relações de poder expressas no texto produzido

• Compreender o funcionamento do texto escrito

• Apropriar-se adequadamente de elementos constitutivos do texto:

• Organização, unidade temática, coerência, coesão, intenções, fontes,

interlocutores...

• Reconhecer elementos significativos intrínsecos ao texto escrito e ausentes na fala:

• Tamanho e tipo de letra, cores, e formatos, elementos pictóricos...

• Primar pelo uso da linguagem escrita formal nas intenções de interação que o

exigir

Reconhecer diferenças estruturais e de finalidades entre linguagem formal e informal

Relacionar o dizer escrito às circunstâncias de produção

Reestruturar e reescrever textos

Enfatizar o caráter inter-locutivo da linguagem escrita

Aprimorar competências linguísticas concernentes à linguagem escrita

Apropriar-se da produção escrita, primando pela argumentatividade, informatividade,

inferências...

Análise Linguística

• Compreender da análise linguística como prática complementar à oralidade e à

escrita

• Perceber aspectos funcionais na constituição da unidade de sentido dos

enunciados nos diferentes gêneros orais e escritos

• Considerar a interlocução como ponto de partida para o trabalho com textos

• Considerar contribuições de diferentes concepções de gramática para o processo

de ensino da Língua Portuguesa

• Perceber as multiplicidades de usos e funções da língua

• Reconhecer as diferentes possibilidades de ligações e de construções textuais

• Desenvolver atividades referentes às práticas de epilinguísticas e metalinguísticas

• Ampliar capacidades linguístico-discursivas em atividades de uso da língua

138

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Partindo do princípio de o ensino da Língua Portuguesa, no tempo histórico,

voltava-se, exclusivamente, ao atendimento das exigências da elite brasileira, não

conquistando, portanto, a universalização do domínio da norma culta, as DCN’s de Língua

Portuguesa procuram criar instrumentos para atingir progressivamente tal meta,

apresentando propostas de ensino da língua materna, tendo como princípio norteador o

sujeito-aluno ativo nas atividades que envolvem processos discursivos numa dimensão

histórica e social. (Paraná, 2008, p.25).

Baseado em tais premissas, é que o referido documento apresenta possibilidades

de desenvolvimento de atividades voltadas às práticas discursivas, a partir de uma

organização fundamentada em conteúdos estruturantes. Define-os, assim, como

“conjunto de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e

organizam uma disciplina escolar” (Paraná,2008, p.26.). Em outras palavras, o Conteúdo

Estruturante procura delinear os campos de estudo de uma disciplina escolar,

enfatizando, especificamente no ensino da Língua Portuguesa, o campo de ação voltado

para práticas de uso real da língua.

Em síntese, pode-se afirmar que a prática educativa efetiva voltada para aquisição

do domínio com a língua materna deverá ter como princípio norteador o “discurso como

prática social”, desmembrado nos seguintes domínios discursivos: oralidade, leitura,

escrita/ análise linguística.

CONTEÚDOS BÁSICOS

5ª série

Oralidade

• Contação de histórias (textos narrativos)

• Leitura de textos espontâneos: exposição oral das histórias em quadrinhos

• Leitura oral de recursos expressivos: assonância e aliteração em textos poéticos

• Apresentação de cartas eletrônicas produzidas e blogs

• Adequação ao gênero, tema, marcas linguísticas

• Papel do locutor e interlocutor

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos.

139

Leitura

• O texto narrativo (Contos maravilhosos):personagens, narrador, espaço e tempo

• Textos mistos: Cartum, histórias em quadrinhos

• Estudo da legenda, do tempo e espaço nas histórias em quadrinhos;

• Leitura de poemas

• Leitura de textos informais: Revista Chico Bento

• Leitura de legendas, de cartas manuscritas e-mail produzidos

• O texto descritivo

• Leitura de blogs

• Identificação de temas, ideias principais e secundárias, conteúdo temático,

interlocutores, fonte, marcas linguísticas e inferências nas modalidades textuais

identificadas.

Escrita

• Produção de textos narrativos e descritivos

• Produção de textos mistos (histórias em quadrinhos e cartuns)

• Produção de poemas

• Refacção de textos : revisão ortográfica, pontuação, estruturação de parágrafos e

estrofes

• Produção de cartas, mensagens eletrônicas: o blog

• Adequação ao gênero, conteúdo temático, argumentação.

Análise Linguística

• Pontuação: Emprego do travessão no discurso direto

• Estudo de vocabulário: Uso do dicionário (revisão da ordem alfabética).

• Onomatopeias, recursos gráficos, interjeição, divisão silábica e significação da

estrutura gráfica dos balões nas histórias em quadrinhos.

• Conceito de código, língua, linguagem formal e informal.

• Variações linguísticas: emprego de formas verbais formais e informais

• Conceituação de fonema e letra

• Estudo do substantivo como elemento de estruturação de textos

• Classificação e flexão do substantivo

• Estudo do adjetivo: classificação e flexão

140

• A função do emprego dos adjetivos nos textos descritivos

• O emprego do adjetivo e a riqueza da expressividade nas diversas expressões

textuais

• Construção de palavras e reconhecimento de encontros vocálicos

• Abreviações e vocabulários inusitados na linguagem eletrônica

• O emprego do artigo na construção de enunciados

• Reconhecimento de numerais

• Emprego de sílaba átona e tônica como efeito estilístico nos textos poéticos

• Classificação de palavras em relação à sílaba tônica

• Emprego e classificação de pronomes como elementos de coesão de textos

• Acento átono e tônico

6ª série

Oralidade

• Particularidade de pronúncia de palavras adequadas ao uso formal da língua

• Expressão de textos narrativos e contação de histórias míticas

• Expressão de leitura de poemas

• Argumentação oral (debate deliberativo)

• A entrevista

• Adequação ao gênero, conteúdo temático.

• Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação (entonação,

repetições, pausas, gestos...)

• Variedades linguística

• Papel do locutor e interlocutor

Leitura

• Leitura de textos mitológicos – narrativos

• Leitura de textos informativos

• Leitura de poema, haicais.

• Leitura de sinopses

• O poema-imagem

• Leitura de charges

• Mensagens eletrônicas e blogs

141

• Leitura de textos jornalísticos: a notícia, entrevista, títulos e legendas

• Interpretação de textos, observando conteúdos temáticos, inter-locultores, fonte,

ideologias, papéis sociais, intertextualidade, informatividade

• Identificação de argumentos principais e secundários

• Texto verbal e não-verbal

Escrita

• Refacção de textos narrativos

• Reestruturação de textos dissertativos

• Produção de haicais

• Produção de poema-imagem

• Produção de charges

Produção de textos jornalísticos: a notícia

2. Produção de títulos e legendas nos textos jornalísticos

3. Adequação ao gênero, conteúdo temático, elementos composicionais, marcas

linguísticas, argumentação, coerência e coesão textual, organização de ideias,

paragrafação e estruturação de estrofes.

4. Finalidades do texto

Análise linguística

• Emprego de verbos regulares e irregulares

• Treino ortográfico na construção de textos

4. O emprego do advérbio e as circunstâncias expressas na construção de

significados dos enunciados

• Reescrita e textos visando ao emprego adequado do modo e tempo verbais

• Reconhecimento e emprego dos tipos de sujeitos

Regras de acentuação: ditongos e hiatos

Seleção e combinação de palavras

Concordância do sujeito com o predicado, primando pela expressão adequada da

língua culta.

Verbo de ligação e predicativo do sujeito

Estudo da preposição: combinação e contração

Os valores semânticos das preposições

Análise das possibilidades das linguagens dos textos eletrônicos

142

As funções dos pronomes como elemento de referenciação dos enunciados

Tipos de predicados

O adjunto adnominal e adverbial

7ª série

Oralidade

• Expressão oral de textos teatrais

• Entoação adequada às falas, de acordo com papéis assumidos pelas personagens

• Expressão oral de diálogos e Hai- kais

• Debate

• Adequação ao gênero, conteúdo temático

• Procedimentos e marcas linguísticas típicas da conversação ( entonação,

repetições, pausas, gestos...)

• Variedades linguística

• Papel do locutor e interlocutor

• Participação e cooperação (turnos da fala)

Leitura

• Leitura de textos teatrais, anúncios de publicidade.

• e Hai-kais

• A intertextualidade

• Leitura de charges

• A criticidade presente na leitura de textos jornalísticos

• O gênero narrativo “crônica”

• O texto instrucional: receitas de culinária

• A crônica argumentativa

• O texto poético

• A carta ao leitor

• O texto poético

• Interpretação de textos, observando conteúdos temáticos, inter-locultores, fonte,

ideologias, papéis sociais, intertextualidade, informatividade e relações dialógicas

entre textos.

143

Escrita

• Produção escrita de textos teatrais

• Produção de textos publicitários

• Produção escrita de Hai-Kais

• A intertextualidade

• Produção de textos em gênero dramático “cômico”

• Produção escrita de textos narrativos

• Produção de texto dissertativo e argumentativo

• Refacção dos diversos textos produzidos

• Adequação ao gênero, conteúdo temático, elementos composicionais, marcas

linguísticas, argumentação, coerência e coesão textual, organização de ideias,

paragrafação e estruturação de estrofes.

• Finalidades do texto e paragrafação

Análise linguística

• Marcas linguísticas próprias dos textos teatrais

• Processos linguísticos de indeterminação do sujeito

• Casos particulares de orações sem sujeito

• Processos de construções de verbos impessoais

• Emprego ortográfico na construção de textos

• Ambiguidade de palavras e expressões em textos humorísticos

• As vozes verbais presentes nos discursos

• Conceitos de denotatividade e conotatividade

• A formação do imperativo e sua função discursiva

• Marcas linguísticas da argumentatividade

• Figuras de linguagem no texto literário e nos textos publicitários

• Noções de aposto e vocativo nos contextos discursivos

• Emprego de sinais de pontuação e seus efeitos de sentido nos textos

• Articuladores oracionais: a conjunção

• Noções de período simples e composto

144

8ª série

Oralidade

• Expressão oral de poemas musicados

• Expressão oral de textos jornalísticos produzidos

• Expressão de textos poéticos

• Defesa de pontos de vista: argumentação (persuasão)

• Adequação ao gênero, conteúdo temático.

• Procedimentos e marcas linguísticas e extralinguísticas típicas da conversação

(entonação, repetições, pausas, gestos...)

• Variedades linguística

• Papel do locutor e interlocutor

• Participação e cooperação

• Turnos da fala

Leitura

• Leitura de textos jornalísticos: reportagem

• A intertextualidade nos textos jornalísticos

• Leitura crítica de legendas e cartuns

• O editorial e a entrevista

• Leitura de crônicas e poemas

• Leitura de textos dissertativos – argumentativos

• Interpretação de textos, observando conteúdos temáticos, inter-locultores, fonte,

ideologias, papéis sociais, intertextualidade, informatividade e relações dialógicas

entre textos.

• Informações implícitas no texto

• Argumentos principais e secundários

• Estética do texto literário

• As vozes sociais presentes no texto

• Escrita

• Produção escrita de jornais: reportagem, editorial, cartuns, entrevista, notícia e

crônica

• Produção escrita de contos, poemas.

145

• A informatividade: o texto dissertativo- argumentativo

• A contiguidade e progressão textual

• Refacção dos diversos textos produzidos

• Adequação ao gênero, conteúdo temático, elementos composicionais, marcas

linguísticas, argumentação, coerência e coesão textual, organização de ideias,

paragrafação e estruturação de estrofes.

• Finalidades do texto e paragrafação

• Paráfrase e intertextualidade

Análise linguística

• As relações de sentido entre as orações adverbiais

• Elementos de coesão textual entre orações adverbiais-O plural do substantivo

composto em palavras presentes nos diversos gêneros textuais

• O pronome relativos nas orações adjetivas que estruturam enunciados

• O plural dos adjetivos compostos presentes nos enunciados discursivos

• Orações adjetivas nas construções de enunciados dos textos

• Estrutura do conto

• Emprego de substantivos pátrios compostos

• Figuras de sintaxes presentes nos textos jornalísticos e literários

• Versificação e recursos poéticos

• Estrutura de palavras e processos de neologismos: efeitos na expressão literária

• Processos de concordância verbal e nominal de acordo com princípios que regem

a norma culta

• Processos de regência verbal e nominal

• Emprego da crase

• A contiguidade e progressão textual

• Estrangeirismo

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:

Nos diversos espaços escolares onde o sujeito-aluno possa encontrar terrenos

fecundos, propícios para a aprendizagem, é imprescindível que o professor promova

potencialidades voltadas para o gradativo domínio da oralidade, leitura e escrita. Nessa

146

dinâmica das possibilidades discursivas, faz-se necessário que o aluno aprenda a intervir

no mundo em que vive, fazendo uso das diversas linguagens do convívio social,

defendendo pontos de vista, percebendo as relações de poder explícitas e implícitas,

construindo, enfim, autonomia e emancipação em relação ao pensar e expressar com

fluência na sociedade em que vive.

A fim de atingir tais metas, é necessário que o professor recorra a recursos

metodológicos disponíveis, desde aos que condizem com a contemporaneidade - como

as múltiplas possibilidades de ferramentas que a internet disponibiliza – a outros, como as

obras de literatura infanto-juvenil, revistas, jornais, o vídeo, o CD, dentre outros.

Vale ressaltar também sobre a necessidade de se trabalhar, de forma

contextualizada e articulada aos conteúdos selecionados, textos relacionados às

temáticas referentes à “História e Cultura Afro-brasileira e indígena” (Lei 11.645), “História

do Paraná” (Lei 13.381/01 e Lei 9.795/99 “Meio Ambiente”. A inserção de tais temáticas

permearão os domínios discursivos abaixo relacionados, por meio das mesmas

possibilidades de encaminhamentos metodológicos sugeridos a seguir.

Oralidade

Tendo em vista que a prática discursiva da oralidade é a mais utilizada no convívio

diário, faz-se necessário que as atividades orais sejam encaminhadas de modo a

contribuir para que o aluno desenvolva potencialidades linguísticas, atentando para

adequações em relação às situações de interação: contexto, interlocutores...

É interessante que as atividades encaminhadas propiciem ao aluno o domínio

progressivo da língua padrão, pois este deverá reconhecê-la não só como linguagem de

grande prestígio social entre as classes dominantes, mas também como meio de

agregação de social e cultural de um povo; configurando-se, pois, como domínio de direto

de todos os cidadãos.

As possibilidades de trabalhos com gêneros orais são múltiplas, por meio de

diversos caminhos: apresentação de temas variados a partir da leitura de tipologia

diversificada de textos verbais e não-verbais, de filmes, contação de histórias,

depoimentos, dramatização, debates seminários, júris-simulados e demais atividades que

promovam o desenvolvimento da argumentação, como troca de opiniões, recados, elogio,

explicação, declamação de poemas...

No encaminhamento das referidas atividades, faz-se necessário que os temas

explorados sejam amplamente fundamentados e que os alunos sejam orientados sobre o

contexto social do uso dos gêneros trabalhados.

147

Leitura

Partindo do pressuposto de que o aluno/leitor passa a ter um papel ativo no

processo de leitura, os encaminhamentos das atividades deverão considerar o aluno

como agente responsável da reconstrução do texto.

O professor, a fim de atingir objetivos propostos, procurando ativamente formar

alunos/leitores, deverá fundamentar o seu trabalho a partir da seleção gradativa de uma

tipologia diversificada de textos significativos que perpassam os diversos gêneros. A partir

daí, é importante que o professor realize atividades que propiciem a reflexão crítica e

discussão do tema, do conteúdo, da finalidade, do papel dos interlocutores, das vozes

presentes no discurso, das ideologias apresentadas, da fonte, dos argumentos

elaborados, da intertextualidade e das marcas linguísticas presentes no texto.

É importante ressaltar sobre a relevância que se deve à seleção de atividades que

propiciem o despertar do gosto pela prática contínua do ler, visando à plena formação do

leitor. Em outras palavras, faz-se necessário que o aluno encontre sentido no que lê e

perceba a relevância da função social da leitura.

Escrita

Partindo do princípio de que a expressão escrita e o meio através do qual o sujeito

atua no mundo, sendo compreendida, pois, como elo de interação social, faz-se

necessário que o aluno domine progressivamente tal linguagem, percebendo com clareza

os elementos que a constituem, como, organização, unidade temática, coerência, coesão,

intenções, interlocutores, marcas linguísticas, dentre outros aspectos. É necessário,

portanto, que as atividades voltadas para o domínio da escrita se realizem de modo inter-

locutivo; em outras palavras, que estejam claros para o aluno posicionamentos, tais como

o que se vai produzir, o porquê de se expressar o que se intenciona, para quem se quer

produzir, dentre outras razões que justificam o uso social da escrita.

Visando atingir tais metas, o professor deverá estar atento para a seleção dos

textos a serem trabalhados, os quais deverão apresentar natureza bastante diversificada

e denotar significação de relevo, como os seguintes textos que circulam no social:

convites, cartas, bilhetes, avisos, notícias, editoriais, artigos de opinião, carta ao leitor,

relatórios, resumos, resenhas, contos, poemas , receitas, e-mail, blog, orkut, dentre outras

modalidades. É importante também que o aluno perceba a importância da prática revisão,

da re-escrita, a fim de refletir melhor seu ponto de vista, a adequação do discurso ao

148

contexto, ao interlocutor, o expressar com mais criatividade, procurando, enfim, rever o

emprego de vocabulário e sinais de pontuação mais adequados às situações de

produção, acréscimo e exclusão de ideias.

Análise Linguística

Compreendendo a análise linguística como prática complementar às práticas da

oralidade, leitura e escrita, é necessário enfatizar que postura didática assumida pelo

professor deverá destacar o trabalho com o texto como ponto de partida para as

investigações a que se pretende alcançar.

Ressalta-se também a importância de se trabalhar com a diversidade de textos de

significância social, que perpassam os diversos gêneros, considerando a importância da

interlocução para a prática da análise linguística. Por outro lado, deve-se considerar a

contribuição das diversas concepções de gramática que até então se apresentam, a fim

de se tecerem considerações sobre aspectos linguísticos apresentados nos textos.

O professor deverá, enfim, promover atividades de revisão, de re-estruturação e

refacção textuais, coletiva ou individualmente, tendo sempre como referencial, para o

encaminhamento de suas atividades, a interlocução entre seus alunos.

AVALIAÇÃO

Partindo do princípio de que a avaliação é parte integrante do processo de ensino-

aprendizagem, é importante salientar que processos de encaminhamentos avaliativos

devem acontecer durante todo o ano letivo, como garantia da manutenção da qualidade

do ensino. Deve-se avaliar o aluno de maneira gradual e, portanto, contínua, partindo de

instrumentos diversificados, considerando ritmos de aprendizagens, avanços e

dificuldades apresentadas, devendo prevalecer sempre a maior nota.

Por outro lado, deve-se também perceber, através de processos avaliativos,

acertos e erros voltados para a prática pedagógica do professor, em relação à

metodologia assumida, os objetivos traçados e conteúdos abordados, presentes nos

domínios das práticas discursivas. Não se deve perder de vista, no entanto, que avaliar

faz parte do projeto de construção da sociedade que desejamos formar, de um cidadão

capaz de atuar dinamicamente na sociedade em que vive.

A recuperação de estudos deverá continuamente acontecer durante todo o

processo de ensino-aprendizagem, adequando-se às dificuldades do aluno, possibilitando

a promoção da reformulação do currículo

149

Oralidade

Avaliar-se-á tal domínio, observando a participação do aluno em situações

discursivas que envolvem a oralidade. Observar-se-á a adequação do discurso frente a

diferentes interlocutores e situações, posicionamentos e argumentos na defesa de pontos

de vista.

Por outro lado, deve-se despertar no aluno a criticidade na avaliação de textos

orais produzidos nos mais diversos contextos sociais, sem, no entanto, suscitar no aluno

preconceitos em relação ao uso da linguagem popular.

Leitura

A leitura deverá ser avaliada, levando em consideração as experiências prévias

trazidas pelos alunos, reflexões a partir do texto lido, relações dialógicas,

posicionamentos ideológicos, localização de informações implícitas e explícitas,

argumentos principais e secundários, dentre outros aspectos.

Escrita

Na avaliação da modalidade da escrita, deve-se perceber o texto como processo

de produção e não como produto final. Deve-se considerar se a linguagem está de acordo

com o contexto situacional, ao tema, ao gênero estabelecido e se a elaboração de

argumentos apresenta fundamentação e consistência. Observá-se-á princípios

pertinentes da prática textual, referentes a processos de coesão e clareza das ideias.

O aluno também deverá se apresentar como avaliador de textos produzidos nas

diversas circunstâncias sociais.

Análise Linguística

Partindo do princípio de que é no texto oral ou escrito que língua se materializa em

todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais, os elementos linguísticos

presentes nos diversos gêneros deverão ser avaliados a partir de uma postura reflexiva e

contextualizada.

O professor deverá avaliar aspectos linguísticos próprios da linguagem formal e

informal, como recursos estilísticos, emprego do léxico, relações de sentido estabelecidas

entre operadores argumentativos, modalizadores e relações semânticas entre partes do

texto, possibilitando diferentes possibilidades de uso da língua e aperfeiçoamento

linguístico constante.

150

REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática,

2001.

MARCUSCHI, Luís Antônio.Da fala para a escrita: atividades de retextualização.6ª ed.

São Paulo: Cortez,2005.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa: Parra os Anos Finais do

Ensino Fundamenta e Ensino Médio. Curitiba, 2008.

PÉCORA, Alcir.Problemas de redação.São Paulo: Martins Fontes, 1983.

POSSENTI, Sírio. Por que não ensinar gramática. 4ª ed. Campinas, SP: Mercado das

Letras, 1996.

Referência on line

SOARES,Magda. Que professor de Português queremos formar? (UFMG). Disponível

em :< http://.unb.br/abralin/index.php?id=8&boletim=25&tema=13>. Associação Brasileira

de Linguística. Boletim 25 (08/2001). Acesso em 03/09/2008.

151

10.8. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - MATEMÁTICA

APRESENTAÇÃO

A história da matemática nos revela que os povos das antigas civilizações

conseguiram desenvolver os rudimentares conhecimentos matemáticos que compõem a

matemática de hoje. Há menções na literatura da história da Matemática de que os

Babilônios, por volta de 2.000 a. C., acumulavam registros que hoje podem ser

classificados como álgebra linear.

Para Ribnikov (1987), esse período demarca o nascimento da Matemática.

Contudo, como ciência, a matemática somente surgiu mais tarde, em solo grego, nos

séculos VI e V a. C. Foi com a civilização grega que regras, princípios lógicos e exatidão

de resultados foram registrados. Já na Grécia, através dos pitagóricos, que ocorrem as

preocupações iniciais sobre a importância e o papel da Matemática no ensino e na

formação das pessoas.

Com os platônicos, se buscava, pela Matemática, principalmente a aritmética, um

instrumento que, para eles, instigaria o pensamento do homem. Esta concepção

arquitetou as interpretações, o pensamento matemático e o ensino da matemática que,

até hoje, exercem influências na prática docente.

As primeiras propostas do ensino da matemática baseadas em práticas

pedagógicas ocorreram no século V a. C., com os sofistas, considerados profissionais do

ensino. Por volta dos séculos IV a II a. C. a educação foi ministrada de forma clássica e

enciclopédica.

No século V d. C. o ensino teve um caráter estritamente religioso e entre os

séculos VII e IX o ensino passa por mudanças significativas com o surgimento das 152

escolas e a organização dos sistemas de ensino.

As discussões filosóficas nas universidades medievais entre os séculos X e XV,

baseadas na concepção do pensamento aristotélico, contribuíram para futuros

desenvolvimentos da Matemática especulativa, entendida como a Matemática das

constatações empíricas.

Após o século XV, o avanço das navegações e as atividades comerciais e

industriais possibilitaram novas descobertas na Matemática.

As produções matemáticas do século XVI, a geometria analítica e a geometria

projetiva, o cálculo diferencial, a teoria das séries e a teoria das equações diferenciais,

fizeram com que o conhecimento matemático alcançasse um novo período de

sistematização, Ribnikov (1987), denominou esse período de Matemática de grandezas

variáveis.

No Brasil, na metade do século XVI; os jesuítas instalam colégios católicos com

uma educação de caráter clássico-humanista.

No século XVII, a Matemática desempenhou o papel fundamental para a

comprovação e generalização de resultados. Surgiu a concepção de lei quantitativa que

levou ao conceito de função e do cálculo infinitesimal.

Já o século XVII, é demarcado pelas revoluções francesa e industrial. Este

momento marcou o início da intervenção estatal da educação.

No Brasil, ministrava-se um ensino de Matemática de caráter técnico com o

objetivo de preparar os estudantes para as academias militares influenciado pelos

acontecimentos políticos que aconteciam na Europa. Do final do século XVI ao início do

século XIX, o ensino da matemática, desdobrado em aritmética, geometria, álgebra e

trigonometria, destinava-se ao domínio de técnicas com o objetivo de formar engenheiros,

geógrafos e topógrafos para trabalhar em minas, abertura de estradas, construção de

portos, canais, pontes, calçadas e preparar jovens para a prática da guerra.

Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, implementou-se um

ensino de Matemática através de cursos técnico-militares, nos quais ocorreu o processo

de separação dos conteúdos matemáticos em Matemática Elementar e Matemática

Superior.

O desenvolvimento matemático no século XIX foi denominado por Ribnikov (1987)

como o período das matemáticas contemporâneas.

O período que abrange o final do século XIX e início do século XX levantou-se

preocupações voltadas para o ensino da Matemática, sendo as mesmas sendo traduzidas

em ações concretas, decorrentes das discussões em encontros internacionais promovidos

153

por matemáticos que já tinham uma preocupação com a proposta do ensino da

matemática. Por conta dessas discussões, iniciou-se a tarefa de transferir para a prática

docente os ideais e as exigências advindas das revoluções do século anterior.

Esse movimento de renovação do ensino da matemática se manifestou em vários

países da Europa, sendo que, em alguns desses países, essa renovação aconteceu com

propostas mais amplas de reformulação dos sistemas nacionais, abrangendo vários níveis

de ensino.

Na Alemanha, Félix Klein (1849 – 1925) encabeçou propostas de renovação do

ensino da Matemática e defendeu a atualização desse ensino de maneira que o

aproximasse do desenvolvimento científico e tecnológico. Para isso, propôs o rompimento

entre a formação geral e a prática, a tradição culta e a artesanal, o desenvolvimento do

raciocínio e o desenvolvimento de atividades práticas e a formação clássica e a técnica.

Pode-se dizer que neste contexto surgiram as primeiras discussões sobre a Educação

Matemática, a qual deveria se orientar pela eliminação da organização excessivamente

sistemática e lógica dos conteúdos específicos. A intuição era considerada o elemento

inicial para se chegar à sistematização. Uma das ideias básicas dessas discussões foi

unificar as disciplinas que abordavam conteúdos didático e pedagógico do ensino da

Matemática.

Essas ideias foram implementadas nos congressos internacionais ocorridos entre

1900 a 1914, chegando ao Brasil através do Imperial Colégio D. Pedro II do Rio de

Janeiro, criado no ano de 1837, com o objetivo de ter um modelo para a escola

secundária.

Fundamentada nas discussões internacionais e nas discussões realizadas no

Colégio Pedro II, Euclides Roxo, ao representar o corpo docente de Matemática, solicitou

ao Governo Federal, a junção das disciplinas aritmética, álgebra, geometria e

trigonometria num único, denominado Matemática, Foi aprovada pelo Departamento

Nacional de Ensino e Associação Brasileira de Educação em 1928.

O início da modernização do ensino da matemática deu-se num contexto de

mudanças que promoviam a expansão da indústria nacional, o desenvolvimento da

agricultura, aumento da população nos centros urbanos e ideias que agitava o cenário

político internacional após a 1ª Guerra Mundial. Assim, as novas propostas educacionais

caracterizam reações contra uma estrutura educacional artificial e verbalizada, fazendo

com que o ensino da matemática se tornasse um campo fértil e promissor.

As ideias reformadoras se inseriram no contexto das discussões introduzidas pelo

movimento da Escola Nova. Esse movimento propunha um ensino orientado por uma

154

concepção Empírico-ativista que pressupunha a valorização dos processos de

aprendizagem e o envolvimento dos estudantes em atividades de pesquisa, resolução de

problemas, jogos e experimentos. Esta tendência contribuiu para a unificação da

matemática em uma disciplina, orientou a formulação das diretrizes metodológicas do

ensino da matemática na Reforma Francisco Campos, em 1931. Nas décadas seguintes,

anos 1940 até meados de 1980, essa tendência norteou a produção de diversos materiais

didáticos de Matemática e da prática pedagógica de muitos professores.

Outras tendências, como a Empírico-ativista, influenciaram o ensino da

Matemática. Muitas delas continuam fundamentando o ensino até hoje.

Até o final dos anos de 1950, observou-se a tendência Formalista Moderna.

Também nesse período, no Brasil, ocorreram mudanças significativas com a chegada do

movimento de Matemática Moderna.

No regime militar brasileiro, instaurado em 1964, oficializou-se a tendência

tecnicista.

A tendência construtivista surgiu a partir das décadas de 1060 e 11070, e se

estabeleceu como objeto da discussão na Educação Matemática, na década de 1980.

Nessa tendência, o conhecimento matemático resultava de ações interativas e reflexivas

dos estudantes no ambiente ou nas atividades pedagógicas.

Outra tendência que surgiu a partir da discussão sobre a ineficiência do movimento

modernista foi o sócio etnocultural, valorizava aspectos sócio-culturais da Educação

Matemática e tinha sua base teórica e prática na Etnomatemática. O conhecimento

matemático começou a ser visto como um saber prático, relativo, não universal e

dinâmico, produzido histórico-culturalmente nas diferentes práticas sociais, podendo

aparecer sistematizado ou não.

A tendência Histórico-crítica concede a matemática como saber vivo, dinâmico,

construído historicamente para atender as necessidades sociais e teóricas.

Sendo assim, pode-se afirmar que os objetivos básicos da Educação Matemática

visam desenvolve-la enquanto campo de investigação e de produção de conhecimento –

natureza científica – e a melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem da

matemática – natureza pragmática.

Esta é a Educação Matemática proposta nas Diretrizes Curriculares de Matemática

para a Educação Básica.

Enfim, a opção pela Educação Matemática para o exercício da prática docente, é

um fato relevante nas Diretrizes Curriculares.

Um dos objetivos da disciplina Matemática é transpor, para a prática docente, o

155

objetivo matemático construídos historicamente e possibilitar ao estudante ser um

conhecedor desse objetivo.

OBJETIVO GERAL

Proporcionar o conhecimento da aplicabilidade da matemática, possibilitando ao

aluno, ferramentas para o desenvolvimento, a utilização e apreciação do mundo ao seu

redor.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ao longo do Ensino Fundamental espera-se que o aluno consiga :

• Desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar, abstrair e

generalizar;

• Desenvolver a capacidade de julgamento e o hábito de concisão e rigor;

• Habituar-se ao estudo, atenção, responsabilidade e cooperação;

• Conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática associando-se

com a linguagem usual;

• Adquirir conhecimento básico, a fim de possibilitar sua integração na sociedade em

que vive;

• Desenvolver a partir de suas experiências, um conhecimento organizado que

proporcione a construção de seu aprendizado;

• Desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de conjecturas, a

descoberta de soluções e a capacidade de concluir.

• Associar a Matemática como algo agradável e prazeroso, desmistificado o mito da

genialidade``;

• Desenvolver a capacidade de comunicação, resolução de problemas, o raciocínio

lógico do aluno, bem como a capacidade de utilizar a matemática na interpretação e

intervenção no real, desenvolvendo a percepção do valor da matemática como

construção humana e estimulando a curiosidade e o gosto em aprende-la;

• Proporcionar o entendimento da cultura da população negra, no Brasil, condição

156

social, importância na economia;

5ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

− Números e Álgebras − Sistemas de Numeração

− Números Naturais

− Múltiplos e Divisores

− Potenciação e Radiciação

− Números Fracionários

− Números Decimais

− Grandezas e Medidas − Medidas de Comprimento

− Medidas de Massa

− Medidas de Área

− Medidas de Tempo

− Medidas de Ângulos

− Sistema Monetário

− Medidas de Volume

− Geometrias − Geometria plana

− Geometria espacial

− Tratamento de informação − Dados, tabelas e gráficos

− Porcentagens

6ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

NÚMEROS E ÁLGEBRA Números inteiros;

Números racionais;

Equações e Inequação do 1º grau;

Razão e proporção;

Regra de três.

Grandezas e Medidas Medidas de temperatura;

157

Ângulos.

Geometrias Geometria plana

Geometria espacial

Geometria não-euclidianas

Tratamento de informação Pesquisa estatística;

Média Aritmética;

Moda e mediana;

Juros simples.

7ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

− Números e Álgebra − Números racionais e irracionais

− sistemas e equações do 1º grau

− potências

− monômios e polinômios

− produtos notáveis

− Grandezas e Medidas − Medidas de comprimento

− medidas de área

− medidas de volume

− medidas de ângulos

− Geometrias − Geometria plana

− Geometria espacial

− geometria analítica

− Geometria não-euclidianas

− Tratamento de informação − Gráfico e informação

− população e amostra

8ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

158

− Números e Álgebra − Números reais

− Equações do 2º grau

− propriedade dos radicais

− teorema de Pitágoras

− equações irracionais

− equações biquadradas

− regra de trés composto

− Grandezas e Medidas − Relações métricas no triangulo

retângulo

− trigonometria no triangulo retângulo

− Funções − Noção intuitiva de função afim

− noção intuitiva de função quadrática

− Geometrias − Geometria plana

− Geometria espacial

− geometria analítica

− Geometria não-euclidianas

− Tratamento de informação − Noções de análise combinatória

− noções de probabilidade

− estatística

− juros compostos

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

As rápidas mudanças em nossa sociedade produziram ambientes em que alguns

métodos e currículos do passado, se tornaram um obstáculo ao desenvolvimento de

mentes capazes de lidar com a era da informação e com a resolução de problemas do

dia-a-dia. A instrução hoje precisa ir muita além da mera memorização de regras e dos

cálculos mecânicos.

Os alunos trazem para a escola conhecimentos, ideias e intuições construídas das

experiências que vivenciam em seu grupo sócio cultural. A pluralidade de etnias possibilita

esses diferentes modos de vida. Os alunos chegam à sala de aula com diferentes

ferramentas básicas para classificar, ordenar, quantificar e medir.

159

O conhecimento matemático é historicamente construído e, portanto, está em

permanente evolução. Assim o ensino da Matemática precisa incorporar esta perspectiva,

possibilitando ao aluno reconhecer as contribuições que ela oferece para compreender as

informações e posicionar-se criticamente diante dela.

No ensino da Matemática, destacam-se dois aspectos básicos: um consiste em

relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras,

escritas numéricas); outro consiste em relacionar essas representações com princípios e

conceitos matemáticos. Nesse processo, a comunicação tem grande importância e deve

ser estimulada, levando o aluno a falar e escrever sobre Matemática, a trabalhar com

representações gráficas, desenhos, construções, e aprender como organizar e tratar

dados.

A aprendizagem está ligada a compreensão, isto é, à atribuição de significado.

Aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe identificar suas relações

com outros objetos e acontecimentos.

Recursos didáticos como livros, jogos com material concreto feito pelos próprios

alunos, dicionário de matemática, vídeos, televisão, calculadoras, trabalhar o abstrato

junto com o concreto, trabalhos em grupo ou individual, resolução de exercícios em sala

de aula com o auxílio do professor, proporciona elaborar um ou vários procedimentos de

resolução.

O ensino deve garantir o desenvolvimento de capacidades como: observação,

estabelecimento de relações, comunicação, argumentação e validação de processos e o

estímulo às formas de raciocínio como intuição, indução, dedução, analogia, estímulo.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser parte integrante do processo ensino-aprendizagem. Ao avaliar

os alunos com o que eles apenas memorizam, constata-se que é muito limitada, uma vez

que não se leva em conta a compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de atitudes e

procedimentos, nem tampouco a criatividade nas soluções. Sendo assim, ela não pode ter

apenas o caráter de finalização de etapas.

A utilização de formas inovadoras de avaliação trás benefícios ao processo

educativo, pois assim ela assume uma nova função: a de auxiliar e orientar os estudantes

sobre o desenvolvimento de suas capacidades e competências, bem como auxiliar o

professor a identificar se os objetivos a que se propôs foram atingidos.

A avaliação oferece ao professor, informações sobre como está ocorrendo a

160

aprendizagem de seus alunos, quanto aos conceitos adquiridos, raciocínios

desenvolvidos e domínio de certas regras, possibilitando-lhe uma reflexão contínua sobre

a sua prática em sala de aula, sobre certas estratégias e sobre a retomada de conteúdos,

adequando-se ao processo de aprendizagem, individual ou de todo o grupo.

As diferentes formas de avaliar sejam elas provas, trabalhos, atitudes, participação

em atividades desenvolvidas em sala de aula ou fora dela, devem contemplar

explicações; justificativas e argumentações orais, uma vez que estas não ficam evidentes

em avaliações escritas. Além disso, é a utilização de diferentes códigos (oral, escrito,

gráfico, numérico) que permite a observação das diversas aptidões dos alunos.

A avaliação do processo de aprendizagem dos alunos será feita por meio:

• Da observação (por parte do professor) participação, interesse, da criatividade, da

autonomia e do raciocínio;

• De resolução de problemas, com justificativa do procedimento utilizado;

• De atividades que tenham objetivos variados e possam ser trabalhados em diversos

momentos;

• Jogos;

• Construção de cartazes, maquetes;

• Apresentação de trabalhos, pesquisas;

• Seminários

RECUPERAÇÃO ; A recuperação será realizada no momento em que foi detectada a

deficiência do aluno e deve ser entendida como uma consequência do processo de

avaliação continuada. Ela será proporcionada mediante a atribuição de tarefas

avaliações e trabalhos específicos planejados pelo respectivo professor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRINI, Álvaro, Novo Praticando Matemática. Ensino Fundamental, 1ª ed. Editora do

Brasil: São Paulo, 2.oo2.

DIRETRIZES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - Orientações para

Matemática – SEED –PR, Curitiba, julho de 2.008.

GUELLI, Oscar. Uma aventura do pensamento. Editora Ática. São Paulo, 2.001.

161

IRACEMA, Dulce, Matemática e desafios. Editora Saraiva: São Paulo, 2.001.

10.9. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR - INGLÊS

APRESENTAÇÃO

O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do currículo

escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização social, política e

econômica ao longo da história. As propostas curriculares e os métodos de ensino são

instigados a atender as expectativas e demandas sociais contemporâneas e a propiciar a

aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos às novas gerações.

Além do aspecto dinâmico do currículo e dos conteúdos, o Estado pode orientar

mudanças curriculares que se justificam pela atualização dos debates e produções

teórico-metodológicas e político-pedagógicas para a disciplina de Língua Estrangeira

Moderna.

Em 1837, ocorreu a fundação do Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no

Brasil e referência curricular para outras instituições escolares por quase um século. O

currículo do Colégio se inspirava nos moldes franceses e, em seu programa, contavam

sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de Alemão, cadeira esta criada no ano de

1840.

A abordagem pedagógica tradicional de raízes europeias, também chamada de

gramática-tradução, adotada desde a educação jesuíta com o ensino dos idiomas

clássicos – Grego e Latim -, prevaleceu no ensino das línguas modernas.

Desde o final do século XIX e, principalmente, a partir do início do século XX,

devido a um conjunto de fatores que marcaram a história da Europa como o aumento

populacional, a falta de emprego e de terras agricultáveis, períodos de guerras e pós-

guerra e perseguições étnicas, muitos europeus passaram a creditar esperanças de

melhoria de qualidade de vida ao Brasil. Eles foram motivados também pela propaganda

de governo brasileiro na Europa, que buscava ampliar as possibilidades de mão-de-obra

do país devido ao fim da escravidão.

Em 1920, a reforma educacional de São Paulo foi exemplo dessa preocupação

nacionalista. A legislação daquele Estado admitia a oferta do ensino primário por escolas

particulares, desde que fossem respeitadas as orientações de caráter nacionalista, dentre

as quais se destacaram: o respeito aos feriados nacionais; o ensino em Língua

Portuguesa, ministrado por professores brasileiros natos; a proibição do ensino em Língua

162

Estrangeira para crianças menores de dez anos, que ainda não dominassem

corretamente o português. Essa onda nacionalista estendeu-se durante o primeiro

governo de Getúlio Vargas e foi intensificada a partir do golpe de Estado, em 1937.

Nos anos de 1950, porém, com o desenvolvimento da ciência linguística e o

crescente interesse pela aprendizagem de línguas, surgiram mudanças significativas

quanto ás abordagens e aos métodos de ensino. Os linguistas estruturalistas da época,

Leonardo Bloomfield (1887-1949), Charles Fries (1854-1940) e Robert Lado (1915-1995),

dentre outros, apoiavam-se na psicologia da Escola Behaviorista de Pavlov e Skinner.

Apesar de revolucionário, este modelo descrição linguística demorou a encontrar

um caminho que respondesse ao descontentamento em relação ao audiolingualismo, pois

nele permanecia a abordagem formal dos fatos linguísticos. Somente mais tarde, com a

Widdowson, Halliday e Hymes, que se contrapunham as ideias de Chomsky, ocorreu uma

contribuição real para as mudanças que aconteceram nas décadas de 70 e 80.

Em 1980, Canale e Swain ampliaram o conceito de competência comunicativa ao

incorporarem, além da competência gramatical, outras três em seu modelo final: a

competência sociolinguística, a estratégia e a discursiva. Além disso, esses lingüistas

propuseram quatro habilidades respectivas: leitura, escrita, fala e audição. Após dez anos

do primeiro modelo proposto por Canale, Bachman apresentou o modelo de competência

comunicativa e desempenho, no qual o uso de uma determinada língua envo9lve tento o

seu conhecimento quanto a capacidade de implementação ou de seu uso.

Em 1999, O MEC publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua

Estrangeira para Ensino Médio, cuja ênfase esta no ensino da comunicação oral e escrita,

para atender as demandas relativas à formação pessoal, acadêmica e profissional. Esta

diferença entre as concepções de língua observadas nos dois níveis de ensino influencia

os resultados da aprendizagem desta disciplina na Educação Básica.

Ao contextualizar o ensino da Língua Estrangeira, pretende-se problematizar as

questões que envolvem o ensino da disciplina, nos aspectos que tem marcado, sejam

eles políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais. A partir dessa análise, serão

apresentados os fundamentos teórico-metodológicos que orientarão o ensino de Língua

Estrangeira na Rede Pública Estadual.

A fim de justificar a concepção teórico-metodológica destas Diretrizes, pretende-se

problematizar o ensino da Língua Estrangeira a partir da anális4e do diagnóstico realizado

junto aos professores da Rede Pública do Estado do Paraná.

Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante transformação.

Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma visão sistêmica e estrutural

163

do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e opaca.

No ensino de Língua Estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa disciplina,

contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se fundamental que

os professores compreendam o que se pretende com o ensino da Língua Estrangeira na

Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender

percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir

que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos, independente

do grau de proficiência atingido.

O aprendizado de uma língua estrangeira pode proporcionar uma consciência

sobre o que seja a potencialidade desse conhecimento na interação humana. Ao ser

exposto às diversas manifestações de uma língua estrangeira e às suas implicações

político-ideológicas, o aluno constrói recursos para compara-la à língua materna, de

maneira a alegar horizontes e expandir sua capacidade interpretativa e cognitiva.

Ressalta-se, como requisito, a atenção para o modo como as possibilidades linguísticas

definem os significados construídos nas interações sociais. Ainda, deve-se considerar que

o aluno traz para a escola determinadas leituras de mundo que constituem sua cultura e,

como tal, devem ser respeitadas.

Além disso, ao conceber a língua como discurso, conhecer e ser capaz de usar

uma língua estrangeira permite-se aos sujeitos perceberem-se como integrantes da

sociedade e praticantes ativos do mundo. Ao estudar uma língua estrangeira, o

aluno/sujeito aprende também como atribuir significados para entender melhor a

realidade. A partir do confronto com a cultura do outro, torna-se capaz de delinear um

contorno para a própria identidade. Assim, atuará sobre os sentidos possíveis e

reconstruirá sua identidade como agente social.

ENSINO FUNDAMENTAL: 5ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social

CONTEÚDOS BÁSICOS

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;164

• Intencionalidade;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

• Ortografia;

• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;165

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

• Pronúncia.

ENSINO FUNDAMENTAL: 6ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social

CONTEÚDOS BÁSICOS

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;

• Intencionalidade;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

166

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

• Ortografia;

• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

• Pronúncia.

ENSINO FUNDAMENTAL: 7ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social

CONTEÚDOS BÁSICOS

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;

• Intencionalidade;

167

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

• Ortografia;

• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;

• Adequação do discurso ao gênero;168

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

• Pronúncia.

ENSINO FUNDAMENTAL: 8ª SÉRIE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social

CONTEÚDOS BÁSICOS

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;

• Intencionalidade;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

169

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

• Ortografia;

• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc...;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

• Pronúncia.

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O trabalho com a língua estrangeira parte do entendimento do papel das línguas

nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso a informação: as

línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de

entender o mundo e de construir significados.

O texto se apresenta como um princípio gerador de unidades temáticas e de

desenvolvimento das práticas linguístico-discursivas, porém nada impede que o professor

trabalhe diferenciado alguns conteúdos específicos, já que nossa escola não adota livro

didático devido a carência dos alunos. O texto será o ponto de partida para o

envolvimento como um todo, porém este será inserido aos poucos até que o aluno possa

estar apto a trabalhar com este método moderno e os mesmos encontram sérias

dificuldades no vocabulário e sem conhecimento prévio da língua.

Propõe-se que o professor aborde nas aulas de LEM os vários tipos de textos em 170

atividades diversificadas, tais como:

• Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;

• Considere os conhecimentos prévios dos alunos;

• Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;

• Encaminhe discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade;

• Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, época;

• Relacione o tema com o contexto atual;

• Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto.

ESCRITA

• Planeje a produção textual a partir da delimitação do tema, do interlocutor, do

gênero, da finalidade;

• Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;

• Acompanhe a produção do texto;

• Encaminhe e acompanhe a reescrita textual: revisão dos argumentos das ideias,

dos elementos que compõe o gênero;

• Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática,

se atende à finalidade, se a linguagem esta adequada ao contexto;

• Conduza a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e

normativos.

ORALIDADE

• Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos;

• Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;

• Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade

em seu uso formal e informal;

• Selecione discursos de outros para a análise dos recursos da oralidade, como

cenas de desenhos, etc.

AVALIAÇÃO

A avaliação ultrapassa o procedimento adotado por tanto tempo pelas escolas,

apenas constatar o nível de conhecimento do aluno por meio de testes e provas. Ela é

171

considerada uma atividade iluminadora do processo ensino aprendizagem, que oferece

retorno ao professor sobre as necessidades de correção durante o percurso dos alunos

sobre seus avanços.

Os testes ou provas constituem meios de se avaliar os aspectos do processo da

aprendizagem. Não podem jamais se constituir em instrumentos de ameaça ou

intimidação. É fundamental também, ter clareza de propósitos no uso deste instrumento,

ter clareza do que se está avaliando e qual o objetivo a ser alcançado pelo educando. O

erro deve ser visto com um passo para que a aprendizagem se efetive.

O professor deve aconselhar coordenar, dirigir, liderar, animar, estimular, partilhar,

aceitar, respeitar o limite do aluno e compreendê-lo.

Nunca é demais mostrar aos alunos a importância de se aprender uma segunda

língua “Inglês”, lembrando a eles de quem conhece o idioma tem acesso a mais

informações. Além disso, suas chances de entrar numa boa universidade ou conseguir um

bom emprego são bem maiores.

LEITURA

• Identifique o tema;

• Realize leitura compreensiva do texto;

• Localize informações explícitas no texto;

• Amplie seu horizonte de expectativas;

• Amplie seu léxico;

• Identifique a ideia principal do texto.

ESCRITA

• Expresse as ideias com clareza;

• Elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor,

atendendo:

• Às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);

• À continuidade temática;

• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;

• Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc;

• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função

do artigo, pronome, numeral, substantivo, etc.

172

ORALIDADE

6. Utilize o discurso de acordo com a situação acordo com a situação de produção

(formal/informal);

7. Apresente suas ideias com clareza, coerência, mesmo que na língua materna;

8. Utilize adequadamente entonação, pausas, gestos, etc.;

9. Respeite os turnos de fala.

ANDREOTTI, V.; JORDÃO, C.M GIMENEZ,T (org) Perspectivas Educacionaise ensino

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ANTUNES, I Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no

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BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.

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