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Trata-se do Projeto Pedagógico do Curso de Agroecologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB.

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  • Ministrio da Educao Universidade Federal do Recncavo da Bahia - UFRB

    Pr-Reitoria de Graduao PROGRAD Coordenadoria de Ensino e Integrao Acadmica

    Projeto Pedaggico do Curso de Licenciatura em Educao do Campo com Habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica

    Feira de Santana - BA 2013

  • UN I V E R S I D A D E F E D E R A L D O R E CN C A V O D A B A H I A PR-REITORIA DE GRADUAO

    COORDENADORIA DE ENSINO E INTEGRAO ACADMICA - PROJETO PEDAGGICO -

    Processo n Fls.

    Rubrica:

    APRESENTAO Formulrio

    N 01

    O ensino superior no Brasil encontra-se historicamente concentrado em centros universitrios instalados nas capitais brasileiras, principalmente em determinadas regies. Isso gerou um dficit e uma demanda pela criao de polticas pblicas dirigidas tal como o REUNI - Programa de Apoio a Planos de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais, com objetivo principal de ampliar o acesso e a permanncia na educao superior.

    A criao da UFRB decorre da proposta do Governo Federal de expanso e interiorizao do ensino superior (Programa Expandir), sendo a segunda Universidade Federal instalada na Bahia. Deste modo, a UFRB representa a possibilidade de incluso social e de promoo do desenvolvimento (territorial) do interior do estado, sobretudo nas regies do Recncavo da Bahia, Vale do Jequiri e Portal do Serto.

    Esto em funcionamento o Campus de Cruz das Almas, Santo Antnio de Jesus, Cachoeira e Amargosa, e em fase de implantao o Centro de Cincia e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade - CETENS, em Feira de Santana, a partir da necessidade de ampliao da atuao das universidades na regio semirida brasileira. A regio semirida abrange quase um quinto da populao brasileira, e acumula os piores indicadores sociais, com elevados ndices de pobreza e misria, constitudos, ainda nos dias atuais, em fornecedora de matrias primas e grande celeiro de obra para as regies consideradas mais desenvolvidas.

    Essa regio tem caracterstica expressiva do contexto rural e o tema de Educao do Campo voltada para a convivncia com o semirido vem sendo construda cotidianamente nas lutas, nas conquistas, nos sonhos e nos desencantos dos sujeitos que se colocam em ao para transformar as condies de vida e produo da existncia social no semirido brasileiro. Para a comunidade universitria da UFRB, o semirido extrapola os conceitos de bioma, um territrio que tem forte marca da pobreza extrema segundo dados Programa Brasil Sem Misria (PBSM/MDS/2012), mas que tem um significado especial pelo potencial energtico, rico e amplo acervo cultural.

    Os movimentos sociais organizados j conseguiram colocar a Educao do Campo na pauta de debate da educao brasileira, transform-la em poltica pblica e garantir formao especfica. Mas, essas conquistas ainda precisam tornar realidade em muitas universidades brasileiras no mbito

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    do ensino - podendo ser no formato de disciplina ou de cursos especficos - da pesquisa e da extenso. A Educao do Campo aqui entendida no enquanto modalidade de ensino, mas enquanto uma proposta poltico pedaggica, perpassando por todos os nveis de ensino.

    Os estudos sobre a Educao do Campo no Brasil, e especificamente no contexto do semirido, ainda evidenciam as desvantagens educacionais discrepantes em relao aos centros urbanos. Tal condio exemplificada no fechamento das escolas, na ausncia de infraestrutura das escolas do campo, nas dificuldades de acesso a escola, nos currculos descontextualizados que negam os sujeitos que vivem e trabalham no campo e no silenciamento de suas culturas nas propostas pedaggicas, mas principalmente porque ainda h ausncia de formao especfica de professores. Uma herana das polticas pblicas educacionais elitistas e de um modelo de desenvolvimento centrado na economia agroexportadora, monocultora e excludente.

    Para o debate no ambiente universitrio importante considerar que uma das finalidades da Universidade Federal do Recncavo da Bahia - UFRB, constituda em 2006, a partir de audincias pblicas, de contribuir para o processo de desenvolvimento dos Territrios, do Estado e do Pas por meio da formao de quadros profissionais cientficos e tcnicos que atendam as necessidades da sociedade. Acredita-se que uma das principais formas de cumprir com esta finalidade seja o oferecimento sociedade de uma formao profissional de qualidade a partir do contexto das realidades territoriais.

    Nesse sentido, entendendo a sua misso com o desenvolvimento dos territrios de abrangncia da UFRB, mas com o recorte de destaque para o mundo rural, com o fortalecimento da concepo de que a educao do campo deve estar em sintonia por um projeto de desenvolvimento rural que garanta a permanncia das pessoas no campo, mas com uma vida digna e de qualidade. Que os direitos humanos, o acesso a servios e bens de produo e utenslios, a incluso scio-produtiva, o zelo pelo meio ambiente possam garantir Um mundo rural com gente e com gente Feliz.

    O curso de Licenciatura em Educao do Campo com habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica voltada para o contexto de convivncia com o semirido uma demanda apresentada pelos movimentos sociais do campo como possibilidade de tratar o desenvolvimento territorial a partir de seus sujeitos da dinmica educativa com princpios de autonomia e da afirmao cultural no espao da escola do mundo do campo em sua plenitude, contrapondo a viso destas unidades

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    escolares como isoladas e descontextualizadas por conta da precariedade no s na infraestrutura, mas nos processos pedaggicos de formao dos professores que atuam nesta rea.

    A partir da defesa da implantao de uma Poltica Nacional de Educao do Campo, que integram aes do Ministrio da Educao, dos Movimentos Sociais do Campo, de Entidades e Universidades, apresenta-se a proposta do Projeto Pedaggico do Curso em Licenciatura em Educao do Campo habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica - Semirido, do Centro de Cincia e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade pela Universidade Federal do Recncavo da Bahia - UFRB, em Feira de Santana Bahia, em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS, como possibilidade concreta de ofertar um curso de licenciatura voltada para a dinmica da realidade do semirido brasileiro e principalmente na construo de uma proposta dialogada e integrada com os movimentos sociais do campo voltado para a convivncia e o desenvolvimento do semirido.

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    DADOS DE IDENTIFICAAO DO CURSO Formulrio

    N 02

    CURSO: Licenciatura em Educao do Campo com Habilitaes em Matemtica e Cincias Naturais

    MODALIDADE: Presencial - Pedagogia da Alternncia

    VAGAS OFERECIDAS: 120 vagas anuais

    TURNO DE FUNCIONAMENTO: Tempo Universidade-Integral e Tempo Comunidade

    DISTRIBUIO DE CARGA HORRIA POR COMPONENTES CURRICULARES:

    Componentes Curriculares Obrigatrios 2.346 h Prticas Pedaggicas 408 h Componentes Curriculares Optativos 34 h Estgio Curricular 408 h Atividades Complementares 200 h Carga Horria Total do Curso 3.396 h

    TEMPO DE INTEGRALIZAO:

    Tempo mnimo 08 semestres Tempo mdio 10 semestres Tempo mximo 12 semestres

    FORMA DE INGRESSO: Seleo Especial

    REGIME DE MATRCULA: Semestral

    PORTARIA DE RECONHECIMENTO: D.O.U. Portaria n 72, de 21 de dezembro de 2012

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    JUSTIFICATIVA Formulrio

    N 03

    Existem lutas para o reconhecimento de uma educao diferenciada para a populao do campo que respeite as especificidades culturais e histricas como direito social de formao integral que considere o seu modo de viver e produzir. Isso porque a educao no campo precisa ser tratada como prioridade a partir da necessidade de adequao a realidade da qual est inserida, proporcionando formao especfica para os professores que atuam no campo, com financiamento e estrutura adequada.

    A demanda pelo curso de Licenciatura em Educao do Campo se justifica pelos prprios indicadores do Governo Federal. Considerando os dados do IBGE (2010) onde se registra 27,3 milhes de brasileiros no campo, em que 48% desta populao esto no Nordeste brasileiro e sendo a taxa de analfabetismo no campo trs vezes maior que na cidade, fazem-se necessrias polticas de formao de professores do campo que venha atender esta demanda.

    Indicadores demonstram a desigualdade existente entre o campo, a cidade e entre as regies brasileiras quando tratada a temtica de educao: a populao no alfabetizada na cidade de 8,6%, enquanto no campo representa 23,7% de no alfabetizados. A regio nordeste do Brasil possui 64,7% da populao do campo no alfabetizada. Especificamente no estado da Bahia, dos seus 14 milhes de habitantes, cerca de 3,9 milhes esto ainda no campo (representa 38,7% da populao total).

    A demanda relacionada proporo de crianas de 7 a 14 anos, a partir das regies brasileiras, que no sabem ler ou escrever, o nordeste se apresenta com maior ndice com total de 15,3%, enquanto a mdia nacional de 8,4% (IBGE, 2007). O Brasil apresenta melhorias nos indicadores de acesso rede de ensino, com aumento do fluxo de crianas e jovens escola. No entanto,

    (...) ainda persistem problemas associados eficcia escolar, dentre eles, a evaso, a repetncia, assim como a qualidade mdia da educao ministrada nas escolas brasileiras... Apesar dos esforos que vm sendo feitos no Pas para a melhoria da situao educacional da populao, o Brasil ainda conta, em 2007, com um contingente de analfabetos da ordem de 14,1 milhes de pessoas de 15 anos ou mais de idade, o que corresponde a uma taxa de 10%. A distribuio espacial deste grupo mostra uma concentrao de analfabetos (52%) na

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    Regio Nordeste... A Regio Nordeste conseguiu importantes avanos, no entanto a taxa de analfabetismo (20,0%) ainda o dobro da mdia do Brasil, significando que mais de 7,4 milhes de nordestinos viviam sem saber ler e escrever (IBGE, 2010).

    Esses dados demonstram ainda os desafios das polticas pblicas dirigidas erradicao do analfabetismo particularmente na regio nordeste e no campo do Brasil. Na mesma dinmica quando se analisa o analfabetismo funcional das pessoas de 15 ou mais de idade a partir da situao de domicilio ao longo dos anos de 1997 a 2007, os maiores ndices esto concentrados no campo, com o analfabetismo funcional ainda em 42,3% no campo brasileiro, enquanto na cidade de 17,8%.

    Esses dados das pesquisas educacionais demonstram, portanto, uma discrepncia marcante entre as populaes que vivem no campo e as que vivem nas cidades brasileiras. O conjunto da populao que vive com at meio salrio mnimo de rendimento per capita, em 2007, cerca de 18% eram analfabetos, enquanto nas classes de rendimentos superiores a dois salrios mnimos, apenas 1,4% de analfabetos (IBGE, 2010). Essa situao causada pelo desamparo e vulnerabilidade das populaes do campo que reflete ainda os ndices de analfabetismo como tambm o baixo desempenho escolar e concentram-se no campo brasileiro. Frente aos desafios postos, surge em maro de 2012, o PRONACAMPO com o objetivo de oferecer cursos de licenciatura para formao de professores e cursos de aperfeioamento. Enfrentar os desafios passa por respostas s demandas de formao para a docncia, pois segundo o INEP (2010), existem 1.598.076 professores no Brasil, destes 305.826 esto situados nas escolas do campo (19,1%). Quando analisados a formao docente, observa-se que 70,1% dos professores possuem nvel superior, mas a concentrao est nos professores das escolas das cidades com 997.890 (62,4%), enquanto nas escolas do campo apenas 122.722 (7,7%) possuem formao superior, conforme Tabela 1.

    Tabela 1. Perfil da formao docente urbano/rural no Brasil, em 2010. CENSO ESCOLAR

    INEP (2010) TOTAL URBANA RURAL % RURAL Total de professores 1.598.076 1.292.250 305.826 19,1 Fundamental incompleto 3.453 2.256 1.197 34,7 Fundamental completo 6.067 2.543 3.524 58,1 Ensino mdio magistrio 350.769 210.793 139.976 39,9 Ensino mdio especfico indgena 4.010 2.012 1.998 49,8 Ensino mdio 113.165 76.756 36.409 32,2 Superior completo 1.120.612 997.890 122.722 11,0

    Fonte: INEP (2010).

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    Esse diagnstico apresenta a demanda da formao de profissionais para a docncia, que demonstra o descompasso quando comparado com os professores que atuam nas escolas das cidades. necessrio considerar outros desafios, conforme apresentados pelo INEP (2006), como ausncia de conhecimento especfico e especializado sobre a educao para o mundo do campo, com currculos adequados a realidade e assistncia pedaggica nas escolas do campo.

    Assim o Curso de Graduao de Licenciatura em Educao do Campo com habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica se justifica por considerar que a Educao do Campo, segundo as Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo, direito social e cabe ao Estado garantir as condies e os recursos para a sua efetivao. A educao do campo pode contribuir para a construo e a implantao de polticas pblicas educacionais adequadas as realidades das populaes do campo. necessrio considerar outros desafios, conforme apresentados pelo INEP (2006), como ausncia de conhecimento especfico e especializado sobre a educao para o mundo do campo, com currculos adequados a realidade e assistncia pedaggica nas escolas do campo.

    O curso de Educao do Campo volta-se para o contexto regional do interior da Bahia, mais especificamente para a regio do semirido. Portanto, o perfil e as caractersticas sociais, culturais e econmicas da populao so fatores que se somam aos dados oficiais quando se trata de justificar a necessidade de um curso desta natureza para os professores do campo da regio destacada. Demanda esta que reforada por quinze organizaes ligadas ao campo e que, a partir das necessidades formativas de diversas regies, manifestaram apoio ao referido curso.

    O curso se destina, prioritariamente, populao sertaneja da regio do semirido. Esta regio passou por uma nova delimitao geogrfica, e segundo a Secretaria de Poltica de Desenvolvimento Regional do Ministrio da Integrao1, demonstrada na Figura 1, e abrange 1.133

    1 Secretaria de Polticas de Desenvolvimento Regional. Ministrio da Integrao Nacional. Nova delimitao do

    semirido brasileiro. Braslia DF: Ministrio da Integrao. Disponvel em:. Acesso em: dezembro de 2012.

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    municpios em nove estados brasileiros2, com rea de 969.589,4 km, onde vivem 22 milhes de pessoas que representam 11,8% da populao brasileira (IBGE, 2010).

    Figura 1. Nova delimitao da regio do semirido brasileiro.

    Fonte: Ministrio da Integrao (2012). Apesar do potencial de seus recursos naturais e de seu povo, o semirido ainda marcado

    pelas desigualdades sociais. De acordo com o Ministrio da Integrao Nacional - MIN (2012) tem-se 58% da populao pobre do pas na regio do semirido. Outro dado dos Estudos do Fundo das Naes Unidas para a Infncia UNICEF (2011) que 67,4% das crianas e adolescentes no semirido so afetados pela pobreza, ou melhor, quase nove milhes de crianas e adolescentes que se encontram em situao de desprovimento de seus direitos humanos e sociais bsicos.

    Segundo a ASA3, no semirido brasileiro o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH)

    2 No estado de Alagoas so 38 municpios; Bahia so 265 municpios; Cear so 150 municpios; Minas Gerais so 85

    municpios; Paraba so 170 municpios; Pernambuco so 122 municpios; Piau so 127 municpios; Rio Grande do Norte so 147 municpios; e Sergipe so 29 municpios.

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    considerado baixo de at 0,65 em quase 82% dos municpios. Metade da populao do semirido no possui renda ou tem como nica fonte de recursos para sobrevivncia os programas governamentais de transferncia de renda. Apesar da reduo em 5,7% da populao rural em uma dcada (2000 2010), existem ainda mais de oito milhes e meio de pessoas que vivem no campo, representando 38% da populao da regio. Isso demonstra a importncia do contexto rural, e que ao mesmo tempo reflete na necessidade de garantia das condies para que haja permanncia no campo, principalmente na regio do semirido brasileiro.

    Na maioria dos municpios do estado da Bahia, o ndice de analfabetismo funcional (menos de 4 anos de estudo) ultrapassa a casa dos 60% da populao. Para fazer frente a esse quadro so necessrias aes que abranjam todo o territrio baiano, por isso, o Campus da UFRB de Feira de Santana apresentou uma proposio voltada para atender uma faixa do semirido descoberto por outros cursos de formao de professores.

    importante destacar que a Bahia tem uma rea de 564.692,669 km e organizado administrativamente em 417 municpios, totalizando uma populao de 14.021.432 habitantes (IBGE, 2010). O estado encontra-se dividido em 27 territrios de identidade (Figura 2), estes compreendidos, segundo a Secretaria de Planejamento (2007), como um espao fsico, geograficamente definido, geralmente contnuo, caracterizado por critrios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a poltica e as instituies.

    Figura 2. Territrios de Identidade do Estado da Bahia (2012).

    Fonte: Adaptado SEPLAN (2012).

    3 Articulao no Semirido.

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    A partir dessa diviso territorial no estado da Bahia, o semirido formado por 258 municpios (62% dos municpios baianos), compreendendo uma rea de 388.274 km, ou seja, 70% da rea do estado, com uma populao de 6.316.846 habitantes. Isso significa dizer que esta rea corresponde a 68% do territrio do Estado da Bahia e 48% de sua populao, conforme a Figura 3. Portanto, um curso de formao de professores que dialogue com a realidade do semirido passa a ser uma estratgia que pode vir a somar com outras aes de combate a pobreza e de convivncia com o semirido, conforme Figura 3.

    A partir dessa diviso importante destacar que o semirido, no estado da Bahia, formado por 258 municpios (62% dos municpios baianos), compreendendo uma rea de 388.274 km, ou seja, 70% da rea do estado, com uma populao de 6.316.846 habitantes. Isso significa dizer que esta rea corresponde a 68% do territrio do Estado e 48% de sua populao, conforme a Figura 3. Portanto, um curso de formao de professores que dialogue com a realidade do semirido passa a ser uma estratgia que pode vir a somar com outras aes de combate a pobreza e de convivncia com o semirido.

    Figura 3 - Regio do semirido do Estado da Bahia (2012).

    Fonte: Ministrio da Integrao Nacional (2005).

    Ao destacar apenas o municpio de Feira de Santana, pertencente ao Territrio do Portal do

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    Serto (Figura 4), municpio sede do Curso de Licenciatura em Educao do Campo em Cincias da Natureza e Matemtica, as caractersticas sociais, culturais e econmicas da populao j trazem indicadores capazes de justificar a proposio de qualquer curso de formao de professores. Porm, quando se acrescenta as cidades circunvizinhas s justificativas se fortalecem.

    No estado da Bahia, Feira de Santana a segunda cidade mais populosa, tambm a maior cidade do interior nordestino em populao, ou seja, excetuando algumas cidades que so capitais dos seus estados, Feira de Santana a maior cidade de toda a regio Norte e Nordeste do Brasil. Suas caractersticas a elevam a uma condio de Capital regional, constituindo-se em sede da regio metropolitana de mesmo nome, a Regio Metropolitana de Feira de Santana concentra mais de 672 mil habitantes (IBGE, 2010).

    Figura 4 - Territrio de Identidade do Portal do Serto Bahia.

    Fonte: SEPLAN (2012).

    Nessa regio, outros territrios apresentam caractersticas marcantes que os configuram

    como semirido baiano, no entanto, fez-se a opo por caracterizar detalhadamente o Territrio Portal do Serto, onde se localiza a cidade de Feira de Santana, sede do curso de Educao do

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    Campo Semirido. Nesse territrio as demandas dos camponeses do semirido por essa formao so histricas, haja vista os diversos apoios dados ao Projeto de Curso e tambm o contingente populacional dos territrios destacados que chega prximo aos 52% dos 6.316.846 habitantes que residem no semirido.

    Por fim, outra caracterstica das populaes campesinas favorece a realizao de um curso desta natureza numa cidade polo como Feira de Santana, ou seja, por ser o maior entroncamento rodovirio do Norte de Nordeste do Brasil a interligao dos municpios favorece o deslocamento dos professores do campo que buscam formao, busca que ocorre independente de distncias geografias e barreiras de outras naturezas.

    importante destacar, por um lado, que a regio do semirido distinta por uma paisagem especfica que delineou a fora de sua populao a partir das condies edafoclimticas, mas que por outro se traduz no mosaico de beleza singular e de resistncia de seu povo nesta vasta regio. Isso porque existem demandas sociais causadas por problemas histricos brasileiros, principalmente na ideia difundida de que uma regio invivel para produo e reproduo da vida por conta do clima

    seco.

    O fenmeno climtico da seca assumiu politicamente um carter de inevitabilidade e de infortnio, fortalecendo o discurso de que a seca a principal causa do empobrecimento da regio. Neste sentido, foram fomentados polticas e programas governamentais voltados para o combate seca, reconhecendo-se que no se pode realisticamente ficar alheio a este fenmeno natural.

    Em decorrncia as adversidades nas quais a populao do semirido foi imersa historicamente, importante considerar que os movimentos sociais do campo buscaram uma articulao para tratar tanto das questes relacionadas educao do campo, como tambm na construo de formas de reproduo da vida em que desenvolveram e legitimaram as prticas de convivncia com o semirido. So prticas cotidianas e que tem possibilitado, a partir do reconhecimento de programas governamentais, as condies desta reproduo da vida no semirido brasileiro. So potencialidades que buscam proporcionar vida digna a sua populao sertaneja, com superao das desigualdades sociais a partir do acesso educao do campo, ao conhecimento e as tecnologias adequadas, enfim, nas condies em que a convivncia com o semirido seja assumida pela educao do campo como uma possibilidade de desenvolvimento onde o ser humano e a

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    natureza sejam a centralidade. Neste sentido, a partir da contextualizao das caractersticas sociais, culturais e econmicas

    da populao do semirido brasileiro, o tratamento poltico do tema de convivncia com o semirido vem em uma perspectiva de confronto da concepo de combate seca, reconhecendo o papel e a importncia do desenvolvimento tecnolgico e de acesso ao conhecimento de maneira ampla e processual, de forma inclusiva, a partir da insero da universidade na compreenso no apenas da necessidade de garantia do acesso, mas da permanncia e ps-permanncia desta populao aos cursos que dialoguem diretamente com a construo de perspectivas de desenvolvimento desse territrio.

    H aqui o reconhecimento das limitaes edafoclimticas, mas de que tambm existem tcnicas e tecnologias de convivncia com o semirido, principalmente contextualizada para a populao do campo. Neste sentido, a educao do campo entendida como uma estratgia para a construo de tecnologias sociais para o enfrentamento desta questo tanto de ordem fsica, como de ordem poltica. Neste contexto, a proposta do curso articular o Centro nas temticas de Energia e Sustentabilidade com as especificidades de formao de professores voltados para a convivncia com o semirido a partir das habilitaes em cincias da natureza e matemtica.

    Assim o curso de graduao de licenciatura em educao do campo com habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica se justifica por considerar que a Educao do Campo, segundo as Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo, direito social e cabe ao Estado garantir as condies e os recursos para a sua efetivao. A educao do campo pode contribuir para a construo e a implantao de polticas pblicas educacionais adequadas as realidades das populaes do campo.

    E neste contexto, a poltica educacional de interiorizao das Instituies de Ensino Superior Pblica, Gratuita e de Qualidade deve assegurar a incluso das demandas das populaes do campo, com respeito e reconhecimento da histria e do modo de viver e de produzir a partir de sua identidade e de ensino adequado a sua diversidade sociocultural, no contexto de convivncia com o semirido, como possibilidade concreta de aproximao da UFRB com as redes de ensino existentes de forma articulada com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

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    PRINCPIOS NORTEADORES Formulrio

    N 04

    O Curso de Licenciatura em Educao do Campo requer, por suas especificidades, uma dimenso pedaggica e metodolgica diferenciada a qual foi historicamente construda e denominada como Pedagogia da Alternncia.

    A Pedagogia da Alternncia permite que a formao seja continua, independente do espao onde o educando se encontre. Caracteriza-se pela implementao de tempos/espaos diferenciados para o desenvolvimento do processo formativo. De acordo com Gimonet (2007), dentre seus pilares esto formao integral, desenvolvimento do meio e associao local.

    Desde as primeiras experincias formativas de alternncia, as Escolas Famlias Agrcolas (EFAS) denominaram de Tempo-escola, o momento de construo dos conhecimentos terico-metodolgicos. Denominamos esse momento de Tempo-universidade, por entendermos a necessidade de demarcao do carter acadmico das aes propostas.

    Assim compreende-se que o Tempo-universidade o tempo de formao no espao acadmico, onde acontecero as aproximaes com os diversos componentes curriculares na dimenso do ensino e com aes investigativas e extencionistas.

    O Tempo-comunidade compreendido como o tempo do exerccio da pratica pedaggica, ser desenvolvido nos locais de moradia/trabalho dos estudantes. O olhar diferenciado para estes espaos so mediatizados por estudos dirigidos, prticas docentes, oficinas, pesquisas, estgios curriculares, e intervenes devidamente acompanhados por professores orientadores das diferentes reas do conhecimento. Assim, ser incumbncia dos docentes do curso acompanhar os estudantes no local em que vivem e/ou atuam.

    Na busca de aporte legal para organizao das atividades do curso e dos docentes destacamos o que preconiza a Resoluo CNE/CEB, N 01, 01/02/2006

    Os perodos vivenciados no centro educativo (escola) e no meio scio-profissional (famlia/comunidade) so contabilizados como dias letivos e horas, o que implica em considerar como horas e aulas atividades desenvolvidas fora da sala de aula, mas executadas mediante trabalhos prticos e pesquisas com auxilio de questionrios que compem um Plano de Estudo.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    Cada docente responsvel pelo componente curricular cumprir uma carga horria presencial no Tempo-universidade e elaborar um Plano de Estudo a ser desenvolvido no Tempo-comunidade. O momento de operacionalizao, ou seja, de orientao e socializao das aes interdisciplinares est sendo denominado: Seminrio Integrador que promover a articulao nas diferentes reas de conhecimento, enriquecendo a construo das pesquisas e prticas pedaggicas.

    A cada encontro, aps debates no interior dos componentes curriculares, emergiro eixos/temticas que nortearo as atividades construdas para os dois tempos formativos consecutivos. A opo em no definir a priori esses eixos norteadores se deu em funo de acreditar na dinmica construtiva dos Seminrios Integradores e na fora das experincias locais que cada sujeito trar para os encontros do tempo-universidade.

    Compreende-se que os eixos norteadores tm o papel de fortalecer as aes nos dois tempos formativos, apontando possibilidades de constituio de um trabalho multi e/ou interdisciplinar em cada etapa.

    Pelo seu carter dinmico, interdisciplinar e articulador os Seminrios Integradores tambm sero o momento de socializao das construes realizadas no Tempo-comunidade aps cada retorno ao Tempo-universidade. Para tanto, as atividades destes Seminrios devem ter carga horria especfica e contar com a presena de todos os docentes que orientam trabalhos na etapa presencial que a atividade ocorre.

    Em consonncia com a proposta do curso as tecnologias tero a importante funo de garantir a unicidade das aes nos dois tempos formativos. As atividades sero registradas e acompanhadas atravs do Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA via recurso da Plataforma Moodle disponvel no site da UFRB.

    Permeado pela Pedagogia da Alternncia o docente do curso de Licenciatura em Educao do Campo dever ter, para alm da capacidade tcnica da docncia, ser um articulador das aes formativas no Tempo-universidade e no Tempo-comunidade. Assumindo a prxis da Pedagogia da Alternncia os docentes necessitam ter como orientao:

    Habilidade pedaggica para alternar perodos de aprendizagem no meio scio profissional, na comunidade e na universidade;

    Elaborao de Plano de Estudo, na perspectiva da Pedagogia da Alternncia, buscando

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    a integrao da vida, do trabalho e da formao;

    Desenvolvimento de atividades que relacionem a reflexo e a ao, partindo de uma viso emprica para uma sistematizao cientfica;

    Conceber os momentos presenciais, as orientaes e acompanhamentos no Tempo-comunidade com espao de reflexo e problematizao da realidade;

    Orientar a construo do Caderno da Realidade, na perspectiva da Pedagogia da Alternncia, concebendo-o como instrumento imprescindvel para o acompanhamento e anlise dos tempos formativos durante todo curso;

    Estabelecer a relao entre o Plano de Estudo e o Caderno da Realidade, promovendo o exerccio da pesquisa, da reflexo, do registro e da elaborao de sntese;

    Propor atividades que desenvolvam a fluncia na comunicao oral e escrita;

    Contribuir para a elaborao, execuo e avaliao dos Seres;

    Orientar formulao de projetos de educao que primem pela organizao e planejamento de uma interveno coletiva na realidade campesina e na superao das dificuldades das populaes do campo e da convivncia com o semirido brasileiro;

    Criar estratgias para autoavaliao e avaliao discente, docente e das atividades propostas;

    Proporcionar atividades que possibilitem a compreenso crtica do processo histrico de produo do conhecimento cientfico e suas relaes com o modo de produo da vida social.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    BASE LEGAL Formulrio

    N 05

    A luta pelo direito educao a partir de interesses das populaes do campo deu origem formulao da Educao do Campo. Essa luta nasceu do confronto de modelos de desenvolvimento excludentes e dominantes que submeteram s populaes do campo a explorao e a precariedade das suas condies de vida, em que a educao antes de tudo pode representar um instrumento de ruptura da ordem estabelecida.

    A possibilidade de pensar a educao na concepo de que liberta por meio de um processo dialgico, tornou-se referncia para a Educao do Campo. Na concepo de Freire (1983; 2005), a pedagogia proposta encontra ressonncia nos movimentos sociais, com a perspectiva de que possvel transformar a realidade das relaes de dominao a partir de processos dialgicos.

    A luta pela educao do campo demarca na concepo dialgica a construo da autonomia dos sujeitos a partir de experincias pedaggicas vivenciadas que vai alm da escolarizao. o reconhecimento de que a populao do campo tem direito a uma educao adequada a sua histria e ao seu modo de produzir e de viver.

    Segundo Arroyo (2010), as polticas educacionais tm se concentrado no entendimento e na superao das desigualdades, sobretudo com as questes regionais, raciais e do campo que historicamente foram excludas de um sistema educacional pblico de qualidade.

    A escola do campo deve estar comprometida com as experincias conectadas entre os conhecimentos cientficos e as situaes vivenciadas pelas populaes do campo, interligando a teoria e a prtica. Assim, segundo Weisz e Sanches (2001), no se pode considerar que a aprendizagem se d apenas pela via do ensino em sala de aula, mas a compreenso da realidade para que o processo de ensino se adapte ao de aprendizagem. O processo formativo deve compreender que a construo do conhecimento se d nos espaos da universidade e da comunidade, com tempos e espaos diferenciados para o estabelecimento dialgico, a partir da pedagogia da alternncia.

    Esse processo dialgico propiciado pela pedagogia da alternncia possibilita contribuir efetivamente para o desenvolvimento do campo nas dimenses cultural, educacional, sade, esporte, lazer e gerao de renda. So ainda direitos negligenciados s populaes do campo.

    A populao do campo, especificamente no semirido nordestino, mergulhou historicamente

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    em um patamar de pobreza e misria, quando, em torno disso, se construiu um conjunto de esteretipos onde as populaes sertanejas so submetidas a muitos preconceitos.

    Ao contrrio do discurso dominante, o semirido4 rico em recursos naturais, com grande potencial para fontes energticas sustentveis, em confronto do que se propagam ao seu atraso pelas condies meteorolgicas. A pobreza no nordeste continua atingindo mais de 50% da sua populao o que representa mais de 40% de todos os pobres do pas e concentra ainda 26,9% de sua populao no campo (IBGE, 2010).

    Entre as explicaes sobre a situao de pobreza do nordeste, especificamente no semirido, apresentam-se: a) a estrutura econmica consolidou-se deixando para a regio semirida o papel coadjuvante e com a necessidade de desenvolvimento de tecnologias apropriadas de convivncia com o semirido; b) as foras polticas nordestinas souberam, ao longo da historia, manter seu domnio sobre a populao e construram no imaginrio coletivo o paradigma da inviabilidade econmica da regio com a noo de espao hostil, lugar de pobreza, fome e atraso, perpetuando a relao de dependncia da populao; e c) situam-se no semirido os maiores ndices de analfabetismo tcnico e funcional, com necessidade histrica de empenho por parte do Estado para com o setor educacional para esse enfrentamento.

    H avanos na ltima dcada, tendo a Educao como direito de todos e dever do Estado, a partir da temtica de Educao do Campo que delineou as Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica do Campo, da Poltica Nacional de Educao na Reforma Agrria - PRONERA, do Programa de Apoio Formao Superior em Licenciatura em Educao do Campo PROCAMPO e o Programa Nacional de Educao do Campo PRONACAMPO.

    O projeto pedaggico em licenciatura em Educao do Campo com habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica apresenta-se com carter dinmico e de construo permanente, comprometido com a autonomia e com a formao de sujeitos crticos do campo e elaborado e discutido com representaes dos movimentos sociais do campo e respaldado nos marcos legais:

    4 Essa regio formada por 1.135 municpios (20,4% do total) e 12% do territrio nacional, sendo que 86,48% esto no

    Nordeste4, corresponde a 56,6% do territrio nordestino e especificamente na Bahia est 46,1% do semirido nordestino (69,3% territrio baiano), num total de 266 municpios, cujo bioma predominante a caatinga e ainda vivem 6,6 milhes de pessoas.

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    Rubrica:

    a) Geral LEI N 9.394/96 - LDB.

    PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS DE 1997. RESOLUO N 3/2010 - Institui Diretrizes Operacionais da EJA. RESOLUO N 4/2010 - Define DCNs Gerais para a Educao Bsica.

    b) Das Licenciaturas

    RESOLUO CNE/CP 1/2002 - Institui DCNs para a Formao de Professores da Educao Bsica, em nvel superior, curso de licenciatura, de graduao plena.

    RESOLUO CNE/CP 2/2002 - Institui a durao e a carga horria dos cursos de licenciatura, de graduao plena, de formao de professores da Educao Bsica em nvel superior.

    LEI N 11.788 DE 25/09/2008 - Lei do Estgio.

    LEI N 11.645/2008 - Altera a Lei no 9.394/1996, modificada pela Lei no 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional e a obrigatoriedade da temtica Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena.

    DECRETO N 5.626/2005 - Regulamenta a Lei no 10.436/2002, que dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098/2000.

    LEI N 9.795 DE 27 DE ABRIL DE 1999- Dispe sobre Educao Ambiental.

    DECRETO N 4.281 DE 25 DE JUNHO DE 2002- Prope integrao da Educao Ambiental s disciplinas de modo transversal, contnuo e permanente.

    c) Da Educao do Campo RESOLUO CNE/CEB N 1/2002 - Institui Diretrizes Operacionais para a

    Educao Bsica nas Escolas do Campo.

    RESOLUO N 2/ 2008 - Estabelece diretrizes complementares, normas e princpios para o desenvolvimento de polticas pblicas de atendimento da Educao Bsica do Campo.

    DECRETO N 7.352/2010 - Dispe sobre a poltica de educao do campo e o

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria.

    OBJETIVOS Formulrio

    N 06

    Objetivo Geral Proporcionar a formao de profissionais da educao em licenciatura em Educao do Campo no contexto do semirido brasileiro delineado a partir das Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica do Campo (RESOLUO CNE/CEB 1, 03/04/2002) e da Poltica Nacional de Educao na Reforma Agrria (Decreto n 7.352, 04/11/2010), na perspectiva de contribuir com a estratgia de desenvolvimento rural de base popular vinculados realidade das escolas do campo5 capaz de possibilitar a construo de novas bases de organizao do trabalho pedaggico interdisciplinar a partir das reas do conhecimento das Cincias da Natureza e da Matemtica.

    Objetivos Especficos

    Contribuir para a habilitao no exerccio da docncia no contexto da educao do campo e da convivncia com o semirido nas habilitaes das Cincias da Natureza e da Matemtica;

    Garantir a constituio de um espao de formao profissional orientado pelas concepes e princpios da Educao do Campo e de reflexo sobre a diversidade presente na realidade rural, principalmente no contexto do semirido brasileiro;

    Qualificar os profissionais da educao para rever suas prticas pedaggicas e os modelos de gesto da educao do campo no contexto do semirido brasileiro;

    Propiciar conhecimentos terico-metodolgicos que possibilitem elaborao de anlises e diagnsticos da realidade socioeconmica, poltica, cultural, institucional e ambiental do campo do semirido;

    5 Considera-se aqui como escola do campo aquelas situadas na zona rural ou que atenda predominantemente a

    populaes do campo (Decreto N 7.352, de 04/11/2010; Art. 1 II).

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    Contribuir na preparao dos profissionais da educao para desenvolver prticas de escolarizao capazes de formar sujeitos aptos a dialogar e intervir nos processos de elaborao das polticas de desenvolvimento rural no contexto territorial e na convivncia com o semirido;

    Proporcionar aes de pesquisa e de extenso que integre o conhecimento das bases scio-histricas da educao do campo voltado para a formao sociopoltica dos profissionais da educao em dilogos e parcerias com os movimentos sociais e sindicais do campo;

    Contribuir na formao dos profissionais da educao a partir da compreenso dos sistemas de produo familiar e processos de trabalho no campo, e em especial no contexto de convivncia com o semirido, tendo como foco o combate pobreza e a incluso scio-produtiva da comunidade do campo;

    Proporcionar formao humanista de modo a contribuir com a promoo do desenvolvimento de sua capacidade de compreenso da realidade do campo agrrio do semirido brasileiro, a partir das caractersticas da natureza e das possibilidades de aes no mbito da cooperao e das tecnologias sociais.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    IMPLEMENTAO DAS POLTICAS INSTITUCIONAIS CONSTANTES NO PDI, NO MBITO DO CURSO

    Formulrio N 07

    As exigncias do mundo globalizado criam, a todo instante, tendncias cada vez mais competitivas e o consenso de que existe uma demanda crescente e saudvel por escolarizao verificado quando se percebe que um trabalhador, qualificado e escolarizado pea chave para o xito de processos produtivos alicerados no paradigma que compe a contemporaneidade, emergindo, assim, desafios educao dos cidados e o surgimento de novas demandas para a cincia e tecnologia.

    Neste contexto, a universidade brasileira tem como uma de suas responsabilidades a participao ativa nesse processo, enquanto instituio capaz de colaborar na resoluo de contradies sociais e educacionais, configuradoras do paradoxo entre a esperana e a expectativa cautelosa de melhoria das condies de vida da populao. Sendo assim, situam-se os cursos de graduao e de ps-graduao das instituies pblicas de ensino de nvel superior no Brasil, considerados como vias que possibilitam a mobilidade social ascendente pela insero no mercado de trabalho qualificado.

    A UFRB se prope a ofertar um ensino de excelente qualidade, em prol do desenvolvimento econmico social e cultural de forma equitativa. Para tanto, define como princpios para a sua poltica de ensino, a interdisciplinaridade, a flexibilidade curricular e a viabilidade de atividades de pesquisa e de extenso, como instrumentos de desenvolvimento de processos terico-epistemolgicos de investigao, interpretao e interveno na realidade.

    Assim, o curso de Licenciatura em Educao do Campo com habilitao em Cincias da Natureza e Matemtica tem o intuito de formar profissionais capazes de produzir uma articulao entre o desenvolvimento de conhecimentos gerais, os bsicos e especficos inerentes a esta profisso, que permitam ao graduado a elaborao de uma concepo de mundo, principalmente voltada a realidade camponesa e de atividades de trabalho perpassados pela diversidade, devido dinmica dos contextos que se organizam e reorganizam, a todo o momento, e exigem novas aes profissionais que incorporem o genrico e o peculiar.

    Compatvel com o acima exposto, a estrutura da organizao curricular se concretiza na oferta de trs modalidades de componentes curriculares:

    1. Formao geral;

    2. Formao bsica; 3. Formao especfica.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    Os componentes curriculares que fazem parte da formao geral visam capacitar o graduando a identificar e a analisar vrios aspectos constitutivos da realidade, como tambm identificar, compreender e analisar diferentes saberes, processos de comunicao e especificidades culturais. Aqueles que constituem a formao bsica tm em vista habilitar o estudante a se apropriar dos saberes da rea de conhecimento na qual o seu curso est inserido e utiliz-los em novas construes de atividades profissionais e que no currculo do curso em questo se denomina formao scio- poltica e pedaggica. Os que fazem parte da formao especfica buscam fazer com que o estudante se aproprie do conhecimento terico, prtico e tecnolgico relativo a um determinado campo de atuao profissional e empreg-lo de modo inovador.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    PERFIL DO EGRESSO Formulrio

    N 08

    Entende-se que uma prtica educativa fundamentada e engajada nas questes voltadas ao campo proporcionar ao futuro licenciando uma sistematizao e multiplicao de saberes capazes de oxigenar o desenvolvimento do seu territrio de origem. Portanto, as concepes epistemolgicas, juntamente com os saberes cotidianos e os saberes da docncia comporo uma unidade voltadas para formao de um profissional compromissado com a prtica educativa e social.

    O egresso do curso de Licenciatura em Educao do Campo, com habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica, dever apresentar habilidades scio-polticas e didtico-pedaggicas aliceradas nos seguintes princpios:

    I. Construo de estratgias terico-metodolgicas voltadas para a realidade da Educao do Campo e do semirido brasileiro;

    II. Realizao de planejamento educacional que permita a organizar do trabalho pedaggico na educao bsica de modo a contribuir para superao do quadro de evaso e repetncia no campo;

    III. Compreenso dos processos avaliativos para que utilizem recursos e tcnicas que considerem os aspectos qualitativos da aprendizagem;

    IV. Construo de aes direcionadas aos estudantes do ensino bsico que tenham como pressupostos os debates acerca das questes de gnero, etnias, preconceitos e diversidade;

    V. Construo de aes direcionadas aos estudantes que reconhea e respeite as manifestaes e as necessidades fsicas, cognitivas e educativas especiais;

    VI. Apropriao de tcnicas que possibilitem o uso de recursos udios-visuais voltados para a Educao do Campo no contexto de convivncia com o semirido brasileiro;

    VII. Capacidade acadmica para elaborar projetos de ensino, pesquisa e de extenso que tenham como eixo a Educao do Campo e convivncia com o semirido brasileiro;

    VIII. Compreenso do seu papel histrico e poltico diante da produo de conhecimentos voltados para os aspectos sociais, polticos e ambientais da comunidade em que se insere;

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    IX. Compreenso da organizao poltica territorial do semirido brasileiro de modo a possibilitar a orientao, elaborao e execuo de projetos que busquem solucionar problemas concretos;

    X. Capacidade dialgica para tomadas de decises coletivas; XI. Capacidade de inserir-se em debates acerca das questes educacionais do campo e da

    educao em geral; XII. Insero no debate sobre as questes ambientais, polticas, econmicas, sociais,

    culturais, tnicas, religiosas e de gneros, sejam nacionais, regionais e locais; XIII. Capacidade de desenvolver estratgias apropriadas de forma a contribuir para aes

    voltadas no contexto de convivncia com o semirido e de tecnologias sociais.

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    Rubrica:

    COMPETNCIAS E HABILIDADES Formulrio

    N 09

    Visando oferecer aos discentes do curso Licenciatura do Campo com Habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica um ensino mais atual e significativo, torna-se necessrio o desenvolvimento de competncias e habilidades prprias a docncia. De acordo com as orientaes presentes nos Parmetros Curriculares Nacionais e com a concepo da Licenciatura do Campo so competncias fundamentais para o discente do curso com Habilitao em Cincias da Natureza e Matemtica da UFRB:

    Compreender a natureza como um sistema dinmico e o ser humano, em sociedade, principalmente em sociedade camponesa como um de seus agentes de transformaes;

    Compreender a sade, principalmente da sociedade camponesa como bem pessoal e ambiental que deve ser promovido por meio de diferentes agentes, de forma individual e coletiva;

    Diagnosticar problemas, formular questes e propor solues a partir de conhecimentos das cincias naturais e conhecimentos matemticos em diferentes contextos do semirido nordestino.

    Diante disso, o curso de Licenciatura em Educao do Campo foi criado com o objetivo de qualificar e titular profissionais de Ensino de Cincias e Ensino da Matemtica, qualificados e comprometidos com o exerccio da docncia nas etapas finais do Ensino Fundamental e Mdio. Para tanto, o perfil do licenciado prev o desenvolvimento das seguintes competncias/habilidades:

    Mobilizar conhecimentos sobre os contextos econmicos, culturais, polticos e sociais para compreender a prtica educativa no sistema de relaes em que se insere e nele intervir coerentemente;

    Articular a sistematizao terica com o fazer pedaggico e transformar o fazer pedaggico em objeto de reflexo terica;

    Compreender os contextos e os mtodos de investigao usados pelas diferentes cincias no processo de produo do conhecimento, como meio de ressignificar continuamente os contedos de ensino e a prtica pedaggica, contextualizando-os

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    em situaes reais;

    Transformar o conhecimento social e historicamente produzido em saber escolar e cientfico, por meio da seleo de contedos e da organizao de situaes de aprendizagem, a partir de leituras da realidade e do conhecimento de saberes tcitos e de experincias dos alunos;

    Utilizar conhecimento da organizao dos sistemas de ensino, bem como da legislao e das polticas pblicas referentes educao, sade, ruralidades a fim de inserir-se criticamente no contexto profissional;

    Analisar situaes referentes docncia e s relaes interpessoais nelas implicadas, com distanciamento e atitude profissional necessrios sua compreenso e eficcia da interveno;

    Estabelecer, com os alunos, relaes interpessoais que se constituam elemento favorvel aprendizagem;

    Estabelecer relaes de parceria com os diversos subsistemas que compem a comunidade educativa (professores, pais, funcionrios, gestores, etc.), promovendo intercmbios produtivos e criativos;

    Planejar e implementar situaes didticas promotoras de aprendizagem e do desenvolvimento dos alunos, avaliando-as de forma eficaz e mobilizando conhecimentos das reas/disciplinas objeto de ensino, dos contextos sociais imbricados na aprendizagem, bem como, das especificidades didticas envolvidas;

    Reconhecer e respeitar a diversidade da comunidade educativa (nos aspectos scio-emocional, histrico-cultural, poltico-econmico, cognitivo e fsico) e atuar de forma compatvel com essa diversidade;

    Compreender e utilizar a pesquisa como instrumento de ensino, tanto no que se refere reflexo constante sobre a tarefa de ensinar;

    Gerir a organizao da dinmica educativa por meio de uma relao de autoridade, respeito, confiana e por meio de diferentes e flexveis formas de organizao do tempo e do espao;

    Analisar a prpria prtica e rever as aes nelas desenvolvidas, ressignificando

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    permanentemente luz do conhecimento produzido e configurando-a como processo de pesquisa;

    Comunicar-se de forma clara e precisa, interpretando e fazendo uso de diferentes formas de linguagem;

    Trabalhar em equipe e contribuir no processo de elaborao, desenvolvimento e avaliao do projeto pedaggico da(s) instituio(es) em que atua(m), intervindo em diferentes contextos da prtica profissional, promovendo e fortalecendo processos de mudanas;

    Interagir com docentes e profissionais das diferentes reas do conhecimento, articulando, na atividade educativa, a contribuio dessas reas;

    Planejar e implementar estratgias e instrumentos diversificados de avaliao da aprendizagem do aluno e formular/desenvolver propostas de interveno com base no diagnstico realizado;

    Elaborar e desenvolver projetos pessoais/ grupais de estudo e trabalho, numa perspectiva de educao continuada, compartilhando prticas e produes coletivas.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    ORGANIZAO CURRICULAR - Matriz Curricular do Curso Formulrio

    N 10

    Caracterizao do Curso

    No Centro de Cincia e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), da Universidade Federal do Recncavo da Bahia (UFRB), o curso de Licenciatura em Educao do Campo ter como habilitaes: Cincias da Natureza e Matemtica.

    Sero ofertadas anualmente 120 vagas na modalidade presencial, sendo 60 no primeiro semestre e 60 no segundo semestre. Considerando que o curso ter uma organizao por etapas, com aulas presenciais a cada semestre, as atividades didticas que fazem parte do Tempo-universidade sero ofertadas no turno diurno e noturno. Conta-se ainda com os seres que seguiro os princpios da Pedagogia da Alternncia e ocorrero em duas sesses noturnas de 02 horas a cada etapa formativa.

    O curso tem a durao de quatro anos conforme adequao solicitada no parecer tcnico n 150 referente ao edital n 2 SESU/SETEC/SECADI/MEC, de 31 de agosto de 2012, com carga horria prevista de 3396 horas/aula, distribudas em oito etapas. Ser desenvolvido em dois tempos: Tempo- universidade e Tempo-comunidade.

    O curso de Licenciatura em Educao do Campo apresenta como tempo mnimo de integralizao o perodo de quatro anos. A organizao curricular ser por etapas presenciais (equivalentes a semestres de cursos regulares) em regime de alternncia entre os Tempo-universidade e Tempo-comunidade. A carga horria ser de 3396 h/a distribudas em 08 etapas, sendo prevista uma etapa a cada semestre.

    Inicialmente durante as primeiras etapas do curso ser oferecida uma Formao Comum com carga horria de 1.496 h/a, que ser obrigatria para todos os estudantes aprovados no processo seletivo prprio e regularmente matriculados. A partir da quinta etapa que compreender aproximadamente a dois anos de curso, os estudantes faro a opo pelas habilitaes da licenciatura em questo. Sero oferecidas 30 vagas para cada habilitao por semestre.

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    Processo n Fls.

    Rubrica:

    As duas Habilitaes esto organizadas da seguinte forma:

    Habilitao em Cincias da Natureza (30 vagas) que compreender o estudo dos componentes voltados ao Ncleo de Formao Especifica em Cincias Naturais e a articulao destes conhecimentos com componentes dos Ncleos de Formao em Desenvolvimento Territorial e de Formao Pedaggica Integradora.

    Habilitao em Matemtica (30 vagas) que compreender o estudo dos componentes voltados ao Ncleo de Formao Especifico em Matemtica e a articulao destes conhecimentos com componentes dos Ncleos de Formao em Desenvolvimento Territorial e de Formao Pedaggica Integradora.

    Em consonncia com a Resoluo do CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, que institui a durao e a carga horria dos cursos de licenciatura, os componentes curriculares foram distribudos em ncleos, sendo que as dimenses dos componentes comuns preservam o que prev o artigo 1, incisos de I a IV, da Resoluo citada.

    Componentes Carga Horria Componentes Curriculares de Natureza Cientfico-Cultural, os quais faro parte

    dos Ncleos de: Formao Geral; Formao Scio-Poltica e Desenvolvimento Territorial; Formao em Cincias da Natureza; Formao em Matemtica; Formao Pedaggica Integradora

    2.380 horas

    Prticas Pedaggicas, a qual far parte do Ncleo de Formao Pedaggica Integradora.

    Atividades Complementares de Natureza Acadmico-Cientfico-Culturais, as quais fazem parte do Ncleo de Formao Pedaggica Integradora.

    Estgio Curricular Obrigatrio, o qual faz parte do Ncleo de Formao Pedaggica Integradora.

    408 horas

    200 horas

    408 horas

    Carga Horria Total 3.396 horas Tempo de Integralizao 4 anos

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    Rubrica:

    Matriz Curricular

    A perspectiva de formao apresentada precisa se estruturar para alm de grades curriculares que defendem a primazia da formao especfica em detrimento das bases sociais e polticas necessrias para compreenso da vida e educao no/do campo.

    A lgica curricular do curso encontra-se diretamente ligada os aspectos inerentes vida no campo, por isso, optamos por representar graficamente a matriz curricular com o mesmo formato

    proposto pela tecnologia social conhecida como Produo Agroecolgica Integrada Sustentvel (PAIS). Tambm nos valemos dos estudos que concebem e organizam os currculos mediados pela perspectiva curricular em que se usa a Mandala na construo das matrizes dos cursos.

    A perspectiva holonmica6 presente na Produo Agroecolgica Integrada Sustentvel (PAIS) se alinha com os pressupostos da proposta de Educao do Campo em diversos aspectos, que vo alm da representao grfica com a qual apresentamos a matriz do curso.

    As aes da PAIS esto centradas em ideias e princpios que respeitam a vida, hbitos e costumes da populao e, principalmente, garantem a sustentabilidade das comunidades de baixa renda (BRASIL, 2008).

    Na PAIS as unidades agroecolgicas so organizadas de forma circular, onde no centro se constri um galinheiro com forma circular. Em torno deste so construdos os canteiros, tambm com forma circular. A perspectiva sustentvel e integrada perceptvel desde a escolha e preparo do terreno, passando pela construo das unidades de criao e produo, chegando a questes relacionadas ao uso de energia, irrigao e compostagem.

    A ideia de circularidade na organizao do espao produtivo, somada a valorizao dos aspectos culturais e da singularidade dos sujeitos nos aproxima de construes no campo curricular permeadas pelas perspectivas de educao intertranscultural e interdisciplinares. Essas perspectivas contribuem para construo de uma matriz que no seja encarcerada em grades. Acreditamos num currculo que faa emergir os sujeitos por meio de uma ao dialgica, assim, trazemos as mandalas para representar graficamente a matriz curricular.

    As mandalas so aproximadas ao curso para expressar as possibilidades de trocas, dilogos e

    6 Termo evidenciado por David Bohn. Refere-se estruturao e funcionamento de totalidades, razo pela qual mais

    adequado que o termo holista. Este, segundo Morin, ao reduzir as propriedades das partes s propriedades do todo, simplifica o problema da unidade complexa e, assim, ao operar a reduo do todo, dissolve as partes da totalidade.

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    mediaes entre as construes no tempo-universidade e no tempo-comunidade. Tratando-as como estratgias possveis para o dilogo de saberes, na perspectiva da educao integral (BRASIL, 2009, p. 23), as mandalas pressupem uma relao de horizontalidade e complementaridade, pois so comparadas a um sistema dinmico, imprevisvel, um rduo trabalho de liberdade, de devir histrico, um esforo incessante de nos reconhecer em constante mutao (BRASIL, 2009, p. 23).

    Para ultrapassarmos as fronteiras interdisciplinares junto com as mandalas trouxemos a perspectiva intertranscultural. Padilha (2004, p. 247) nos diz que um currculo organizado nesta perspectiva no pode ser visto como um conjunto ou corpo de conhecimentos previamente definidos. Afirma ainda que

    (...) no tambm uma nova concepo de currculo, a disputar espao com concepes anteriores, para ser, em seguida, superadas por uma nova concepo. Diramos, parafraseando Paulo Freire, que o currculo intertranscultural no , o currculo intertranscultural est sendo (PADILHA, 2004, p. 247).

    Como pensar a educao do campo pensar os sujeitos e seus espaos de vivncia, a educao intertranscultural e interdisciplinar ganham aderncia a proposta quando entendida como: todo processo educacional intencional, que tem como ponto de partida as pessoas, os coletivos humanos e as relaes interculturais que eles estabelecem ente si e com o mundo em que vivem. Nasce do reconhecimento das histrias de vida, das culturas e das identidades das pessoas (PADILHA, 2011, p. 49).

    Buscando operacionalizar esses pressupostos, a organizao curricular do curso se sustenta no dialogo entre Ncleos Formativos e Eixos Norteadores. Os Ncleos so responsveis pela aglutinao de componentes de diversas reas do saber, dando um direcionamento para os aspectos scio-polticos, pedaggicos e da formao geral. Os Eixos contribuem para a integrao dos componentes, na medida em que tematiza uma etapa da formao, apontando rumos para as aes nos dois tempos formativos. Contudo, s sero definidos durante os Seminrios Integradores, a cada etapa do tempo-universidade. No definir a priori os eixos uma forma de lutar contra o silenciamento das vivencias dos estudantes.

    Considerando que nos momentos dos Seminrios Integradores, e em outros momentos do curso, se instaura um efetivo processo de comunicao verbal, a dualidade/alternncia entre sujeitos torna-se imbuda de uma dimenso dialgica que, por sua vez formativa, pois neste processo

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    O ouvinte que recebe e compreende a significao (lingustica) de um discurso adota simultaneamente, para com este discurso, uma atitude responsiva ativa: ele concorda ou discorda (total ou parcialmente), completa, adapta, apronta-se para executar, etc., e esta atitude do ouvinte est em elaborao constante durante todo o processo de audio e compreenso desde o incio do discurso. A compreenso de uma fala viva, de um enunciado vivo sempre acompanhada de uma atitude responsiva ativa; toda compreenso prenhe de resposta (BAKHTIN, 1997, p. 290).

    Por entendermos que a dimenso dialgica estruturante para as atividades do curso concordamos com Freire (1996, p. 64) quando afirma que: estar no mundo necessariamente significa estar com o mundo e com os outros. Estar no mundo sem fazer histria, sem por ela ser feito, sem cuidar da terra e das guas, sem politizar no possvel.

    Com esses aportes tericos e a necessidade de equilibrarmos as dimenses scio-poltica e pedaggicas com as especificidades das habilitaes, apresentamos a primeira mandala curricular representando a viso total do curso.

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    Organizao Curricular do Curso

    O curso ser organizado em ncleos formativos, que por sua vez agregam os componentes curriculares. A mandala ser utilizada para representar a ao horizontal e complementar do curso, que se sustenta em uma dinmica formativa baseada na escuta dos sujeitos. Na Tabela 1 os componentes curriculares esto divididos em seus respectivos ncleos.

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    Tabela 1. Componentes dos Ncleos Formativos do Curso de Licenciatura em Educao do Campo Semirido - Habilitaes em Cincias da Natureza e Matemtica.

    Ncleos Formativos Componentes Curriculares C. H. Crdito Natureza Formao geral

    O objetivo do ncleo de formao geral

    proporcionar ao estudante subsdios para a construo

    da formao intelectual articulando aspectos dos

    conhecimentos gerais que sero fundantes para

    dialogo com os contedos de outros ncleos.

    Capital, Trabalho e Educao 34 2 Obrigatria Combinatria, Estatstica e Probabilidade 68 4 Obrigatria

    Concepes e Princpios da Educao do Campo 34 2 Obrigatria

    Desenvolvimento Humano e Aprendizagem 34 2 Obrigatria

    Educao Especial nas Escolas do Campo 34 2 Obrigatria

    Fundamentos da Biologia 68 4 Obrigatria Fundamentos da Fsica 68 4 Obrigatria Fundamentos da Qumica 68 4 Obrigatria Histria das Cincias 34 2 Obrigatria Leitura e Produo Textual I 34 2 Obrigatria Leitura e Produo Textual II 34 2 Obrigatria Libras 68 4 Obrigatria Matemtica na Educao Bsica I 51 3 Obrigatria Matemtica na Educao Bsica II 51 3 Obrigatria Matemtica na Educao Bsica III 51 3 Obrigatria Pesquisa e Educao do Campo I 34 2 Obrigatria Pesquisa e Educao do Campo II 34 2 Obrigatria Tecnologias da Informao e Comunicao 34 2 Obrigatria

    TOTAL 833 49 *** Ncleos Formativos Componentes Curriculares C. H. Crdito Natureza

    Formao Scio-Poltica

    O objetivo do ncleo proporcionar ao graduando subsdios para construo da formao scio-poltica

    com base nos estudos acerca das polticas

    educacionais atravs da insero de temas para

    educao do campo relacionados a incluso

    social, diversidade e pertencimento ao territrio no contexto de convivncia

    com o semirido.

    Agroecologia 34 2 Obrigatria Cincia, Tecnologia e Sociedade 34 2 Obrigatria Economia Solidria e Cooperativismo 51 3 Obrigatria Corpo e Cultura 34 2 Obrigatria Educao e Relaes tnico-raciais 34 2 Obrigatria Educao, Gnero e Sexualidade 34 2 Obrigatria Elaborao de Projetos Sociais 34 2 Obrigatria Movimentos Sociais do Campo 34 2 Obrigatria Questo Agrria Brasileira 34 2 Obrigatria Tecnologia Social e Viabilidade de Empreendimentos Solidrios 34 2 Obrigatria

    TOTAL 357 21 ***

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    Rubrica:

    Formao Pedaggica Integradora

    O objetivo do ncleo proporcionar ao graduando

    o estudo sobre teorias educacionais e pressupostos polticos-pedaggicos que

    orientam a ao do professor e para gesto dos

    processos educativos, escolares e no-escolares.

    Tem ainda o papel de promover a integrao das

    atividades de Tempo-universidade e Tempo-comunidade a partir do contexto do semirido.

    Didtica das Cincias e Educao do Campo 34 2 Obrigatria

    Estgio Curricular I, II e III 408 24 Obrigatria

    Fundamentos da Educao de Jovens, Adultos e Idosos 34 2 Obrigatria

    Pedagogia da Alternncia 34 2 Obrigatria Polticas Pblicas e Educao do Campo 34 2 Obrigatria

    Prtica Pedaggica I a VI 408 24 Obrigatria

    Seminrio Integrador I a VIII 136 08 Obrigatria Trabalho de Concluso de Curso TCC I e II 68 4 Obrigatria

    TOTAL 1.156 68 *** Formao Especfica

    em Cincias da Natureza

    O objetivo do ncleo proporcionar ao graduando

    uma slida formao terico-prtica, visando o

    desenvolvimento de habilidades e competncia para a atuao nas reas de

    conhecimentos que integram as cincias da

    natureza de forma dialgica com a realidade do

    semirido.

    Ambiente e Sociedade 68 4 Obrigatria Biodiversidade e Evoluo Biolgica 68 4 Obrigatria Biotecnologia e o Ser Humano 68 4 Obrigatria Ciclos Biolgicos, Solo e Ambiente, Biomas e Origem da Vida na Terra 68 4

    Obrigatria

    Cincia e Tecnologia I 68 4 Obrigatria Cincia e Tecnologia II 68 4 Obrigatria Doenas Funcionais e Parasitrias do Organismo Humano 68 4

    Obrigatria

    Elementos da Geocincia 68 4 Obrigatria Recursos Naturais I 68 4 Obrigatria Recursos Naturais II 68 4 Obrigatria Recursos Naturais III 68 4 Obrigatria Terra e Universo 68 4 Obrigatria Optativa 34 2 Obrigatria

    TOTAL 850 50 ***

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    A Licenciatura em Educao do Campo ter com tempo mnimo de integralizao quatro anos. Os semestres dos cursos regulares tero como equivalentes na proposta oito (08) etapas, sendo prevista uma etapa a cada semestre. A carga horria total do curso ser distribuda em horas tericas/ presenciais e horas prticas, valendo-se do regime de alternncia para organizar tanto o Tempo-universidade quanto o Tempo-comunidade.

    Nas quatro primeiras etapas do curso todos os discentes tero uma Formao Comum, com carga horria de 1.496 h/a, os componentes desta formao esto organizados no Ncleo de Formao Geral, de Scio-Poltico e de Pedaggica Integradora.

    A partir da quinta etapa os discentes optaro por uma das habilitaes da licenciatura. Sero trinta (30) discentes para Cincias da Natureza e trinta (30) discentes para Matemtica. Nesta fase do

    Ncleos Formativos Componentes Curriculares C. H. Crdito

    Natureza

    Formao Especfica em Matemtica

    O objetivo do ncleo proporcionar ao graduando

    uma slida formao terico-prtica, visando o

    desenvolvimento de habilidades e competncia para a atuao no campo

    matemtico de forma dialgica com a realidade

    do semirido.

    lgebra 68 4 Obrigatria lgebra Linear 68 4 Obrigatria Aspectos histrico-culturais do Ensino da Matemtica 34 2 Obrigatria

    Clculo A 68 4 Obrigatria Clculo B 68 4 Obrigatria Clculo C 68 4 Obrigatria Educao Matemtica e Cidadania 51 3 Obrigatria Elementos de Geometria Plana e Espacial 68 4 Obrigatria

    Geometria Analtica 68 4 Obrigatria Laboratrio de Ensino da Matemtica 51 3 Obrigatria

    Matemtica Financeira 51 3 Obrigatria Metodologia do Ensino da Matemtica 68 4 Obrigatria

    Matemtica na Educao Bsica IV 51 3 Obrigatria Optativa 34 2 Obrigatria Pesquisa em Educao Matemtica 34 2 Obrigatria

    TOTAL 850 50 ***

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    curso, nas licenciaturas especficas, surgir um Ncleo de Formao em Cincias da Natureza e um Ncleo e Formao em Matemtica.

    As mandalas curriculares alm de representar as etapas, ncleos, componentes e carga horria, imprimem o movimento articulado, intertranscultural e interdisciplinar valendo-se para tanto dos Seminrios Integradores e dos eixos norteadores que emergiro a cada etapa de formao. Seguindo esta dinmica, em cada seminrio integrador, ser proposto a construo de uma Mandala, representando a totalidade dos conhecimentos produzidos.

    No curso de Educao do Campo Semirido, os Ncleos Formativos agregam os componentes curriculares e suas respectivas cargas-horrias, conforme apresentado na Tabela 2. A ideia de circularidade no uma mera representao grfica, pois se valendo das aes integradoras (Pedaggica da Alternncia, Seminrios Integradores, Eixos Norteadores), abre-se a possibilidade de intersees das produes dos componentes curriculares, pois, os pressupostos que sustentam a organizao curricular tm como fios condutores as perspectivas intertranscultural e interdisciplinar.

    Nas quatro primeiras etapas do curso todos os discentes se matricularo em componentes comuns s duas habilitaes. Estes componentes estaro distribudos nos seguintes Ncleos Formativos: Ncleo de Formao Geral; Ncleo de Formao Scio-Poltica, Ncleo Pedaggico Integrador. Os componentes tm origem em Ncleos especficos, mas, pela ao integradora, partem em direo a outros Ncleos e outros componentes possibilitando a ao interdisciplinar.

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    A partir da quinta etapa os discentes optaro por uma das habilitaes da licenciatura. Sero trinta (30) discentes para Cincias da Natureza e trinta (30) discentes para Matemtica. Nesta fase do curso, nas licenciaturas especficas, surgir um Ncleo de Formao em Cincias da Natureza e um Ncleo e Formao em Matemtica.

    As mandalas curriculares alm de representar as etapas, ncleos, componentes e carga horria, imprimem o movimento articulado, intertranscultural e interdisciplinar valendo-se para tanto dos Seminrios Integradores e dos eixos norteadores que emergiro a cada etapa de formao. Seguindo esta dinmica, em cada seminrio integrador, ser proposto a construo de uma Mandala, representando a totalidade dos conhecimentos produzidos.

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    Rubrica:

    No curso de Educao do Campo Semirido, os Ncleos Formativos agregam os componentes curriculares e suas respectivas cargas-horrias, conforme apresentado na Tabela 2. A ideia de circularidade no uma mera representao grfica, pois se valendo das aes integradoras (Pedaggica da Alternncia, Seminrios Integradores, Eixos Norteadores), abre-se a possibilidade de intersees das produes dos componentes curriculares, pois, os pressupostos que sustentam a organizao curricular tm como fios condutores as perspectivas intertranscultural e interdisciplinar.

    Nas quatro primeiras etapas do curso todos os discentes se matricularo em componentes comuns s duas habilitaes. Estes componentes estaro distribudos nos seguintes Ncleos Formativos: Ncleo de Formao Geral; Ncleo de Formao Scio-Poltica, Ncleo Pedaggico Integrador. Os componentes tm origem em Ncleos especficos, mas, pela ao integradora, partem em direo a outros Ncleos e outros componentes possibilitando a ao interdisciplinar.

    Da quinta a oitava etapa do curso, os discentes faro opo por uma das duas habilitaes Cincias da Natureza ou Matemtica as quais constituem os Ncleos de Formao Especfica.

    Os dois Fluxogramas a seguir (Formulrio N 10) apresentam, com detalhes, a organizao curricular descrita.

  • Etapa I Etapa II Etapa III Etapa IV Etapa V Etapa VI Etapa VII Etapa VIII

    ADes envo lv. humano e

    Aprendizagem (02)

    P r tic a P edag gica I (04)

    P r tica P edag gica II (04)

    P r tic a P edag gica III (04)

    P r tica P edag gica IV (04)

    P r tica P edag gica V (04)

    P r tica P edag gica VI (04)

    BMatemtica na

    Educao Bs ica I (03)

    Matemtica na Educao Bs ica II

    (03 / B1)

    Ma temtica na Educao Bs ica III

    (03 / B2)

    Co mbina t ria , Es ta t. e P ro babilidade

    (04)Terra e Unive rs o

    (04)Tecn. So cia l e viabil. de

    Emprend. So lid rio s (02)

    Elabo rao de P ro je to s So cia is

    (02)

    CCo ncep. e P rinc p. da Educao do Campo

    (02)

    Educao , Gne ro e Sexualidade

    (02)

    Ques to Agrria Bras ile ira

    (02)

    Eco no mia So lid ria e Co o pera tivis mo

    (03)Recurs o s Natura is I

    (04 / D3)Recurs o s Na tura is II

    (04 / C5)Recurs o s Natura is III

    (04 / C6)

    DMo vimento s So c ia is

    do Campo (02)

    Fundamento s da Bio lo gia

    (04)

    Fundamento s da Qumica

    (04)Fundamento s de Fs ica

    (04)Cincia e Tecno lo gia I

    (04 / D3)Cinc ia e Tecno lo gia II

    (04 / D5)Opta tiva

    (02)

    EP edago gia da

    Alte rnncia (02)

    Capita l, Traba lho e Educao

    (02)Co rpo e Cultura

    (02)Agro eco lo gia

    (02)Bio divers idade e

    Evo luo Bio l gica (04 / D2)

    Cic lo s Bio l., So lo e Amb, Bio m. e Orig. Vida

    (04 / E5)

    Bio tecno lo gia e o Se r Humano (04 / D2)

    FTIC (02)

    Cincia , Tecno lo gia e So ciedade

    (02)

    Educao Es pecia l na s Es co las do Campo

    (02)Fundamento s da EJ AI

    (02)Ambiente e So ciedade

    (04 / D3, D4)Do enas Funcio nais e

    P aras it rias (04 / D2)

    Elemento s de Geo cincia

    (04 / C6)

    GLeitura e P ro duo

    Textual I (02)

    P o lticas P blica s e Educao do Campo

    (02)

    Leitura e P ro duo Textual II

    (02)

    Educao das re la es tnico -rac ia is

    (02)

    Es tgio Curricular Obriga t rio I

    (08)

    Es tgio Curricular Obriga t rio II

    (08)

    Es tgio Curricula r Obriga t rio III

    (08)

    HP es quis a e Educao

    do Campo I (02)

    Didtica da s Cincias e Educao do Campo

    (02)Libra s

    (04)His t ria das Cincia s

    (02)P es quis a e Educao

    do Campo II (02 / H1)

    TCC I (02 / H5)

    TCC II (02 / H6)

    ISeminrio Integrado r I

    (01)Seminrio Integrado r II

    (01)Seminrio Integrado r III

    (01)Seminrio Integrado r IV

    (01)Semin rio Integrado r V

    (01)Seminrio Integrado r VI

    (01)Semin rio Integrado r VII

    (01)Seminrio Integrado r VIII

    (01)

    CH/CR 306 / 18 374 / 22 408 / 24 408 / 24 595 / 35 561 / 33 493 / 29 51 / 03

    LEGENDA: CR - Crdito

    PR - Pr-Requisito CH - Carga Horria

    Nome do Componente

    (CR / PR)

    Tempo Universidade

    2426

    Tempo Comunidade

    770

    CH/CR TO TAL 3196 / 188

    NCLEO BSICO Etapas de I a IV

    NCLEO ESPECFICO Etapas de V a VIII Formao Geral

    Formao Scio-Po ltica

    Formao Pedaggica Integradora Formao Especfica

    Integralizao Curricular Mnima: 8 Etapas / Mxima: 12 Etapas Componentes Obrigatrios: 2346 Prticas Pedaggicas: 408

    Estgio Curricular Obrigatrio: 408 Atividades Complementares: 200 Componentes Optativos:

    34 Carga Horria Total do Curso: 3396

    MATRIZ CURRICULARCurso de Licenciatura em Educao do Campo com Habilitao em Cincias da Natureza

    Formulrio N 10

    NCLEOS FORMATIVOS:

  • Etapa I Etapa II Etapa III Etapa IV Etapa V Etapa VI Etapa VII Etapa VIII

    ADes envo lv. humano e

    Aprendizagem (02)

    P r tica P edag gica I (04)

    P r tic a P edag gica II (04)

    P r tica P edag gica III (04)

    P r tic a P edag gica IV (04)

    P r tic a P edag gica V (04)

    P r tica P edag gica VI (04)

    BMatemtica na

    Educao Bs ica I (03)

    Matem tica na Educao Bs ica II

    (03 / B1)

    Matemtica na Educao Bs ica III

    (03 / B2)

    Co mbinat ria , Es ta t. e P ro babilidade

    (04)

    Ma temtica na Educao Bs ica IV

    (03 / B3)

    Tecn. So cia l e viabil. de Emprend. So lidrio s

    (02)

    Elabo rao de P ro je to s So c ia is

    (02)

    CCo ncep. e P rinc p. da Educao do Campo

    (02)

    Educao , Gnero e Sexualidade

    (02)

    Ques to Agrria Bras ile ira

    (02)

    Eco no mia So lidria e Co o pera tivis mo

    (03)C lculo A (04 / B3)

    Clculo B (04 / C5)

    Clculo C (04 / C6)

    DMo vimento s So cia is

    do Campo (02)

    Fundamento s da Bio lo gia

    (04)

    Fundamento s da Qumica

    (04)Fundamento s de Fs ica

    (04)Elem. de Geo me tria

    P lana e Es pacia l (04)

    Geo metria Analtic a (04)

    lgebra Linear (04)

    EP edago gia da

    Alternncia (02)

    Capita l, Trabalho e Educao

    (02)Co rpo e Cultura

    (02)Agro eco lo gia

    (02)Labo ra t rio de Ens ino

    da Ma temtica (03)

    Matemtica Financeira (03 / C5)

    lgebra (04)

    FTIC (02)

    Cincia , Tecno lo gia e So ciedade

    (02)

    Educao Es pecia l nas Es co la s do Campo

    (02)Fundamento s da EJ AI

    (02)Meto do lo gia do Ens ino

    da Ma temtica (04)

    As p. His t rico -cultura is do Ens . da Ma temtica

    (02)

    Educao Matemtica e Cidadania

    (03)

    GP es quis a e Educao

    do Campo I (02)

    P o ltica s P blicas e Educao do Campo

    (02)Libras

    (04)Educao das re la es

    tnico -rac ia is (02)

    P es quis a e Educao do Campo II

    (02 / G1)

    P es quis a em Educao Matemtica

    (02)Opta tiva

    (02)

    HLe itura e P ro duo

    Textual I (02)

    Didtica das Cincia s e Educao do Campo

    (02)

    Leitura e P ro duo Textual II

    (02)His t ria das Cincias

    (02)Es tgio Curricular

    Obriga t rio I (08)

    Es tgio Curricular Obriga t rio II