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Projeto Nova Mentalidade

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Projeto Nova Mentalidade

APRESENTAÇÃO

Trabalhar com jovens e adolescentes exige uma boa dose de criatividade, suor e direcionamento do Espírito Santo. Especialmente quando nós, líderes da igreja, estamos diante da ordem desafiadora do Mestre: “(...) vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” (Mt 28:19).

Eles vivem talvez a fase mais complexa das suas vidas: aquela que fica entre a puberdade e a idade adulta. Não são mais crianças o suficiente para brincar de carrinho ou boneca, mas também não são adultos o suficiente para levar a vida boa que acreditam que os adultos levam (dirigir o carrão, ter o próprio dinheiro, não dar satisfações etc.).

“Você não me entende”, “quem manda na minha vida sou eu” e a clássica “eu não pedi pra nascer”, são apenas algumas das frases que ouvimos deles, que nos deixam descabelados e, não raras vezes, sem saber como fazer pra lhes apresentar Jesus. Os ensinamentos de Cristo vão disputar vaga numa cabeça que já está bastante ocupada com lances do tipo: o primeiro beijo, novas amizades, saídas para o cinema, roupas mais ‘descoladas’, ritmos diferentes, entrar pra faculdade, entre outras.

Nessa fase, uma série de mudanças marca a vida deste “ser” que se julga, entre outras coisas, um “incompreendido”. Alguns autores da área da psicologia sublinham as transformações corporais (crescimento, mudanças na voz e no corpo etc.) como características da adolescência e da juventude. Mas, sem dúvida alguma, as alterações mais marcantes são as que se referem ao comportamento, tais como: uma suposta rebeldia, um certo isolamento, a adoção de novas formas de se vestir, falar e se relacionar, os episódios de depressão, tristeza ou euforia, e o apego exagerado ao grupo (Lepre, 2008).

Tal metamorfose inclui idéias como a crença de que eles podem mudar o mundo e a perda de algumas referências, como a de seus lugares no mundo.

O escritor Daniel Becker chama a atenção para o fato de que a adolescência faz nascer um novo referencial, como um novo nascimento, uma espécie de discovery yourself (descubra-se a si mesmo). Veja o que ele diz:

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Então, um belo dia, a lagarta inicia a construção do seu casulo. Este ser que vivia em contato íntimo com a natureza e a vida exterior, se fecha dentro de uma “casca”, dentro de si mesmo. E dá início à transformação que dará início a outro ser, mais livre, mais bonito (segundo algumas estéticas) e dotado de asas que lhe permitirão voar. Se a lagarta pensa e sente, também o seu pensamento e o seu sentimento se transformarão. Serão agora o pensar e o sentir de uma borboleta. Ela vai ter um outro corpo, outro astral [estado de espírito, humor – grifo nosso], outro tipo de relação com o mundo. (Becker, 1997:14 apud Lepre, 2008)

Em outras palavras, o que ele está dizendo é que a adolescência e a juventude são fases críticas, que marcam, pra valer, a vida de qualquer pessoa. É nesse período que será forjada uma “mentalidade” no indivíduo, como fruto desse seu “olhar para si mesmo” e da interação com o seu grupo. Esclarecendo ainda mais, a construção da identidade acontece de maneira pessoal e social, de forma interativa, através de trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido, e por meio da resolução de suas crises existenciais.

O termo crise é adotado pelo psicanalista Erick Erikson não como sinônimo de catástrofe ou de desajustamento na vida do jovem, mas de mudança, de um momento crucial no desenvolvimento, “onde há a necessidade de se optar por uma ou outra direção, mobilizando recursos que levam ao crescimento” (Erikson, 1972).

Essa crise e a turbulência que ela desencadeia vão levar o jovem a questionar os períodos anteriores e as coisas da infância, ao mesmo tempo em que é confrontado com realidades próprias da idade adulta, que ele passa a enxergar com um pouco mais de clareza. A crise de identidade é marcada e desencadeará um processo de identificação com pessoas, grupos e ideologias, que se tornarão uma espécie de identidade provisória ou coletiva (no caso dos grupos), até que essas coisas sejam resolvidas em sua cabeça e uma identidade autônoma seja construída e a sua cosmovisão seja formada.

Veja o que diz Lepre:

É exatamente essa crise e a conseqüente confusão de identidade que fará com que o adolescente parta em busca de identificações, encontrando outros “iguais” e formando seus grupos. A necessidade de dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e idéias faz

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do grupo um lugar privilegiado, pois nele há uniformidade de comportamentos, pensamentos e hábitos. Com o tempo, algumas atitudes são internalizadas, outras não, algumas são construídas, e o adolescente, paulatinamente, percebe-se portador de uma identidade que, sem dúvida, foi social e pessoalmente construída. (Lepre, 2008).

Um dos desafios que essa fase apresenta para a liderança cristã está justamente no fato de que esse jovem, de uma maneira geral, está em busca dessa sua “identidade”. E dessa procura, resultarão experiências as mais diversas, nem todas saudáveis. Diante dos muitos destinos aos quais essa caminhada pode levar, quem lhe mostrará o melhor caminho? Ele pode até não pedir ajuda, mas precisa dela. No fundo, ele até quer ser ajudado. E se não lhe apresentarmos o “caminho sobremodo excelente”, uma visão de mundo cristã, cujos valores estão alicerçados no ensinamento de Jesus Cristo, as chances de ele se perder são muito grandes.

Uma coisa é certa, ele sobreviverá, de uma maneira ou de outra. Mas com que valores chegará às próximas fases? Que parâmetros nortearão as suas decisões?

O músico brasileiro Gabriel Pensador, faz crítica ao que ele chama de uma “juventude perdida” em uma das suas músicas. Veja um trecho da letra:

Pergunta prum playboy o quê ele pensa da vida Sabe o que ele te diz? (...) Mais ou menos assim: Sou playboy e vivo na farra Vou à praia todo dia e sou cheio de marra Só ando com a galera e nela me garanto Só que quando estou sozinho eu só ando pelos cantos Porque eu luto Jiu-Jitsu mas é só por diversão (É isso aí meu “cumpádi” my brother meu irmão) Se alguma coisa está na moda então eu faço também Igualzinho a mim eu conheço mais de cem Se eu faço tudo o que eles fazem então tudo bem Não quero estudo nem trabalho Não vem que não tem Porque eu sou um playboyzinho e disso não me envergonho Não sei o que é a vida Não penso Não sonho

Praia, surf e chopp essa é a minha realidade Não saio disso porque me falta personalidade Não tenho cérebro Apenas me enquadro no sistema Ser tapado é minha sina Ser playboy é o meu problema! Faço só o que os outros fazem e acho isso legal Arrumo brigas com a galera e acho sensacional Me olho no espelho e me acho o tal Mas não percebo que no fundo eu sou um débil mental! (...)

Voltando ao parágrafo inicial, sabemos que é tarefa nossa discipular esse jovem, com todas as suas “crises”. E temos consciência de que essa é uma missão desafiadora. Para ajudar a desatar esse nó, a FUMAP criou o projeto Nova Mentalidade. Consiste, basicamente, em uma ferramenta de promoção de aprendizado e vivência cristã, e será realizado por meio de pequenos grupos de jovens, que se reunirão semanalmente para bater um papo, cantar, estudar a Palavra de Deus e orar uns pelos outros. Esses encontros terão estudos dinâmicos, participativos e com muita alegria e comunhão, como detalharemos mais adiante.

Uma marca comum da maioria dos jovens é a necessidade de fazer parte de um grupo. As amizades para eles são muito importantes, assim como a oportunidade de compartilhar interesses comuns. A FUMAP entende que esses momentos em grupo são fundamentais para a formação da moçada da igreja. Sabemos também que existe uma carência de conhecimento bíblico, doutrinário e de prática cristã muito acentuada por parte dos jovens e novos convertidos que chegam à igreja. Essa carência, somada aos problemas inerentes a esse período turbulento das suas vidas, pode contribuir para distanciá-los de Jesus, e aproximá-los de outra turma, a que o Gabriel canta na sua música, que não pensa e não tem personalidade, apenas faz o que os outros fazem.

Por acreditar que nossa juventude faz parte da Geração Metanoia, que tem a sua mente mudada, transformada pelo poder de Deus, por meio do arrependimento, é que a FUMAP vai investir nessa moçada que pensa, que é capaz de influenciar os outros, porque sabe escolher, sabe decidir, sabe discernir bem de tudo, “porque tem a mente de Cristo” (I Co. 2:16).

A idéia da criação desses grupos vem ao encontro da necessidade de oferecer a esse público um ambiente que lhe seja agradável, no qual ele possa encontrar a sua turma (os outros jovens da igreja), pessoal da sua idade, com o

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qual tenha o mínimo de identificação, e tenha a oportunidade de compartilhar momentos alegres na presença de Deus. Esses grupos de discipulado visam proporcionar aos participantes (convertidos ou ainda em processo) uma visão de mundo bíblica, inteligente e santa, ajudando-os a seguir a Jesus com paixão e temor, e procurando ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Esperamos que esse projeto ajude a igreja a cumprir a sua missão, e que seja uma ferramenta útil à disposição de toda a liderança da Igreja Adventista da Promessa, no contexto do ministério juvenil, e que auxilie no processo de construção de uma igreja santa, para O Deus Santo!.

Este simples manual irá mostrar como devem funcionar esses pequenos grupos e principalmente como você pode nos ajudar a cumprir este mandamento do Senhor Jesus Cristo. Contamos com a sua participação!

Vale mencionar que o Departamento de Missões e Evangelismo (DEME) planeja trabalhar amplamente no sentido de tornar os Grupos de Estudos Bíblicos uma ferramenta padrão de evangelização em todo o movimento promessista, tanto no Brasil quando nos demais países onde a igreja está presente. Quando esse momento chegar, nossos jovens já estarão, de certa forma, familiarizados com a linguagem e o ambiente dos pequenos grupos, fato que pode contribuir com o trabalho do DEME.

Equipe da FUMAP

Projeto Nova Mentalidade

A FUMAP tem a satisfação de entregar a todos os líderes juvenis o presente projeto com orientações para constituição e funcionamento de pequenos grupos de estudos bíblicos, denominado Nova Mentalidade. Faça bom uso e tenha bons encontros!

O que é?

É um programa de comunhão e discipulado, que utiliza como ferramenta encontros de jovens e adolescentes em pequenos grupos, que se reúnem uma vez por semana com o objetivo de estimular uns aos outros à fé, orar uns pelos outros e proporcionar a oportunidade de um crescimento espiritual.

Reconhecemos a vital necessidade que a Igreja tem de estabelecer um programa onde a comunhão entre os membros se torne uma realidade mais profunda e dinâmica, a fim de que não venhamos experimentar um tipo de comunhão superficial e desinteressada. Pretendemos que os membros desses grupos se relacionem entre si exatamente como uma família, em um ambiente onde há menos formalidade e onde eles tenham mais intimidade uns com os outros, conhecendo as reais necessidades de cada um e servindo uns aos outros em amor.

ConceitoPodemos definir pequeno grupo como uma pequena quantidade de

pessoas que se reúne regularmente, em ambiente de comunhão, com propósitos diversos, como os de estudar a Palavra de Deus, compartilhar experiências de vida e orar, tendo em vista a formação de verdadeiros seguidores de Jesus Cristo (Cruz, 2007: p.18).

Vantagens de se trabalhar com pequenos grupos

O pequeno grupo possibilita que as pessoas se aproximem umas das outras. Essa proximidade gera intimidade e confiança, além de criar um ambiente favorável à troca de experiências.

Os efeitos benéficos desse ambiente não ficam restritos aos encontros, pois relacionamentos não são limitados por espaço de tempo.

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O “anonimato” característico de uma grande reunião não acontece num pequeno grupo, onde todos têm oportunidade de se manifestar e de serem conhecidos pelos demais. Por essa razão, não se recomenda que tenha mais de 15 participantes. Os grupos que ultrapassarem esse número devem ser encorajados a se dividirem, dando origem a outros grupos.

O grupo estará promovendo o discipulado, isto é, ensinando a “guardar todas as coisas que o Senhor Jesus ordenou”, por meio de estudos e reflexões na palavra de Deus.

Objetivo geral

Comunhão e discipulado.

Objetivos Específicos

• Levar o grupo a assumir um compromisso com Jesus Cristo;

• Conduzir os participantes a uma vida de oração e leitura diária da palavra de Deus;

• Levar o jovem a se comprometer com um novo estilo de vida;

• Conscientizar os jovens de que a vida cristã consiste em cultivar amizade e amor pelo próximo, mais do que participar de eventos;

• Utilizar os pequenos grupos como estratégia de crescimento e retenção.

Justificativa

– No pequeno grupo, o jovem é CONHECIDO.

– No pequeno grupo, o jovem pode FALAR.

– No pequeno grupo, o jovem está SEGURO.

– No pequeno grupo, o jovem CRESCE.

– No pequeno grupo, o jovem é RESPONSÁVEL.

– No pequeno grupo, o jovem se APROXIMA DE DEUS.

– No pequeno grupo, o jovem desenvolve NOVA MENTALIDADE.

– No pequeno grupo, a LIDERANçA pode se DESENVOLVER.

Meta

O alvo da FUMAP é que até o mês de dezembro de 2009 tenhamos em funcionamento pelo menos 1 grupo por UMAP, reunindo-se semanalmente. Os pequenos grupos devem ser estimulados a estabelecer as próprias metas.

Estratégias

A vida diária do jovem e do adolescente é o que pretendemos alcançar. Por essa razão, precisamos de mecanismos práticos que se tornem hábitos em sua vida espiritual diária.

Quais são os hábitos nos quais podemos manter um autêntico relacionamento com Jesus Cristo? Sugerimos seis iniciativas:

1) Oração individual: passar algum tempo na companhia de Deus por meio da oração e da leitura da Bíblia, todos os dias.

2) Amigo de oração: encontrar um amigo cristão na igreja com o qual possam orar e desenvolver relacionamento amistoso e responsável

3) Bíblia: memorizar versículos bíblicos. Em casa encontro, o jovem vai se comprometer a trazer um texto escrito em um cartão ou folha de papel, que esteja por ele devidamente memorizado.

4) Integração com a Igreja: os integrantes do grupo devem assumir um compromisso de freqüentar a igreja e de se envolver em suas atividades.

5) Testemunho: viver e falar da Palavra de Deus para amigos não crentes.

6) Dízimo e ofertas: praticar a disciplina da contribuição financeira.

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Material e Método

A FUMAP disponibiliza para download o presente guia com orientações para constituição e funcionamento dos pequenos grupos, além de 40 estudos bíblicos para serem utilizados nos encontros semanais. Disponível em: www.fumap.com.br.

CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO

A) COMECE, MESMO COM POUCOS

A princípio não deve haver a preocupação em envolver todos os jovens da igreja. Organize um ou dois grupos por UMAP, como o auxílio do pastor (não necessariamente como dirigente, mas como apoiador) e inicie as reuniões.

Embora no princípio seja possível enfrentar alguma resistência, não desista. A moçada assimila o método com facilidade depois de um tempo e costuma participar ativamente. Quando todos conhecerem o programa e estiverem desejosos de participar, devem ser organizados outros grupos.

A composição ideal desse modelo de grupo não deve exceder o número ideal de quinze pessoas, pois uma quantidade maior de componentes dificulta sua dinâmica interna. Quando esse número for ultrapassado, estimule o grupo a se dividir, dando origem a outro grupo.

B) COMO DEVE FUNCIONAR A REUNIÃO

Um dos segredos do êxito e bom funcionamento de uma reunião de comunhão é a naturalidade. Nada deve ser feito formal ou mecanicamente. Nada de preocupação com detalhes litúrgicos. Uma reunião desta natureza não é o mesmo que uma reunião na igreja. No entanto, deve-se tomar o cuidado para não se cair em outro extremo. Embora deva haver o mínimo de organização possível, a espontaneidade não deve ser comprometida. Deve ser, acima de tudo, uma reunião familiar. Manter este clima, deve ser a preocupação fundamental.

Reuniões

• As reuniões devem ser orientadas aos objetivos do projeto.

• Deve ter entre 10 a 15 participantes, num ambiente familiar ou social (casa, praça, sala de convivência, entre outros).

• Os encontros não devem ser muito longos, sob pena de se tornarem enfadonhos, mas necessitam de tempo suficiente para que se desenvolva as atividades de forma eficaz. Quanto à duração, sugere-se o tempo de 50 a 60 minutos, que não deve ser ultrapassado, por mais animada que esteja a reunião.

• Horário: o grupo pode se reunir no dia e horário mais conveniente para todos. Preferencialmente, as reuniões devem ser feitas à noite, exceto nos horários dos cultos regulares da igreja. Os sábados e domingos à tarde podem ser usados desde que não interfiram na programação da igreja.

• Disposição dos participantes: a melhor maneira de tornar a reunião mais dinâmica e participativa é dispor os componentes do grupo sentados em círculo.

C) O ENCONTRO SERá DIVIDIDO EM CINCO PARTES:

1. Boas vindas e dinâmica de apresentação (quebra-gelo) É o primeiro momento e tem o objetivo de quebrar o gelo, proporcionando maior descontração e envolvimento dos membros nas demais etapas do encontro. É importante que todos os participantes se sentem em círculo.

2. Louvor e adoração a Deus Lição Para que essa parte se torne mais participativa, recomendamos o uso de instrumentos musicais (preferencialmente violão) e apresentação das letras dos cânticos.

3. Estudo bíblico Momento central, deve ser de natureza indutiva e abordar os temas sugeridos nas lições disponibilizadas no site FUMAP (faça download em www.fumap.com.br). Veja mais sobre o método indutivo logo abaixo.

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4. Compartilhamento e Oração Este é o momento quando cada um pode falar acerca de suas inquietações e sentimentos, apresentar seus pedidos de oração e compartilhar experiências e testemunhos de bênçãos alcançadas como fruto das orações do grupo.

5. Lanche e conversa informal.

Esses cinco momentos devem nortear o encontro do grupo e são definidos como técnicas grupais, que produzem ações motivadoras favoráveis ao alcance dos objetivos do grupo.

Dinâmica do Estudo Bíblico

Método indutivo

O método indutivo leva o participante a descobrir por si mesmo, através de perguntas, o significado do texto bíblico em estudo e a relacionar suas descobertas com as situações particulares da vida cotidiana. Assim, o líder do pequeno grupo não deve revelar a interpretação do texto em estudo previamente, mas conduzir os participantes À descoberta do sentido do texto. Para tanto, há três passos básicos a serem seguidos:

Observação: descobrir os fatos do texto;

Interpretação: determinar o que os fatos significam;

Aplicação: agir a partir das conclusões alcançadas.

Através do estudo bíblico indutivo, os participantes podem descobrir a verdade pessoalmente, em vez de ouvi-la de alguém, o que dá maior significado e incentiva o estudo pessoal da Bíblia. Além disso, nesse tipo de estudo os participantes têm mais oportunidades para expressar dúvidas e receber esclarecimentos, uma vez que há mais liberdade para se fazer perguntas que em culto ou numa palestra.

O líder deve mediar o processo para que os participantes cheguem à interpretação coerente do texto. Para isso acontecer, ele precisa saber aonde quer chegar com cada pergunta, lembrando que elas são úteis para conduzir os participantes do estudo à interpretação textual, além de contribuir para a expressão de suas idéias e sentimentos.

Escolha dos Líderes

Deve-se escolher para liderar os PGs, pessoas dinâmicas e que estejam dispostas a ajudar. Pessoas que tenham tempo disponível, pois dificilmente alguém muito ocupado terá condições de dar a atenção necessária para o desenvolvimento do grupo.

A FUMAP recomenda que esses líderes sejam, preferencialmente, líderes integrantes da UMAP. Poderiam ser, por exemplo, um ou dois dos diretores ou até mesmo poder-se-ia criar um departamento extraordinário que ficasse responsável pelo pequeno grupo. A proposta é que esses grupos funcionem no âmbito da liderança juvenil da igreja.

O líder deve ter dois auxiliares, que funcionem como vice-líderes, com os quais ele irá manter uma relação mais intensa, e também prepará-los para serem futuros líderes de novos grupos. Um deles poderia atuar como secretário do grupo, produzindo relatórios de freqüência e das atividades do grupo, confeccionando convites e cadastrando participantes (telefones, e-mails, endereços, aniversários etc.).

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O secretário(a) se comunica semanalmente com o grupo por meio de telefone, e-mail ou mesmo pessoalmente (individual ou coletivamente), para deixar todos a par das atividades (agenda, local e horário das reuniões etc.).

Ele se encarregaria, ainda, pelo download e impressão das lições no site da FUMAP e pela sua distribuição aos integrantes do grupo.

Papel dos líderes

• Conduzir a reunião

• Transmitir as verdades bíblicas

• Compartilhar experiências

• Motivar os fracos na Fé

• Administrar eventuais excessos

• Reproduzir liderança

• Interceder pelo grupo

Fatores para o êxito dos grupos de comunhão e discipulado

a) Dedicação

Se cada dirigente, membro da igreja e os demais participantes colocarem todo o coração nesta missão, ela prosperará.

b) Apoio do pastor e envolvimento de toda a UMAP

O apoio do pastor da igreja é essencial para o sucesso na implantação dos pequenos grupos de jovens. Ele é o líder com mais visibilidade na igreja. Se não houver envolvimento direto dele, a moçada não será

motivada, pois julgará que o projeto não é tão importante, uma vez que não mereceu a atenção do pastor.

Acreditamos que se o pastor tomar parte ativa no projeto, as chances de sucesso são maiores. Ainda que ele não dirija as reuniões, deve supervisionar os jovens envolvidos na liderança dos grupos.

A UMAP deve encarar a questão dos pequenos grupos como uma prioridade e procurar envolver todos os jovens no projeto. Não por imposição ou obrigação, mas procurando mostrar-lhes as vantagens e os resultados benéficos para a vida cristã, motivando-os a participar.

c) Formação de líderes

Todo grupo deve ter um líder e pelo menos mais dois em treinamento, como já enfatizamos antes, que atuam como vice-líderes, e estarão sendo preparados para assumir seus próprios grupos quando necessário, por força do crescimento e divisão do grupo pioneiro.

d) Os grupos devem ser unidades discipuladoras

Para evitar que os PGs se tornem um fim em si mesmos, com reuniões de caráter apenas social, ou até mesmo que pendam para um caminho indesejado, o líder, bem como os participantes, devem procurar manter o foco nos objetivos do projeto. Para isso, sugere-se repetir de vez em quando a todos os integrantes, a razão da existência do grupo.

e) Alvos

A criação de metas para curto, médio e longo prazo não deve ser negligenciada. Mesmo que os alvos não sejam atingidos, os participantes devem ser incentivados a prosseguir o trabalho.

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Passos para a implantação

1. O primeiro passo a ser dado para a constituição do pequeno grupo de jovens e adolescentes é uma conversa com o pastor da igreja local, a fim de lhe apresentar o plano e a maneira como ele será implantado. Nessa oportunidade, é interessante que se enfatize a importância desse apoio e participação para a viabilidade do projeto, bem como lhe seja solicitada ajuda na escolha e capacitação dos jovens que serão líderes do grupo. Recomendamos que o líder seja um jovem, preferencialmente o diretor da UMAP ou alguém por ele indicado, em concordância com o pastor.

2. Segundo passo: Combine com o pastor e a liderança da UMAP um período de oração pelo projeto e pela união dos jovens em torno da sua execução.

3. Terceiro passo: A unidade é fundamental, a liderança precisa estar unida, em oração, comunhão, com Deus e uns com os outros, ser o exemplo em tudo, lembrando que fica mais fácil ensinar quando as pessoas nos vêem praticando o que ensinamos, por isto é preciso clareza por parte da liderança e do pastor ao expor o Projeto (implantação).

4. Quarto passo: Oração e conscientização. A oração é fundamental para a implantação dos pequenos grupos, a igreja deve permanentemente estar na presença de Deus, orando pela

liderança bem como pelos ministrantes dos estudos bíblicos e demais pessoas que estarão diretamente envolvidas no projeto. Escolha o dia para começar e faça uma semana de oração em prol do Projeto. Conscientização. Nos próximos cultos, durante todo o mês, a diretoria da igreja deve informar aos irmãos sobre o andamento do Projeto.

5. Quinto passo: Promover a orientação e o treinamento dos líderes

– Oferecer um panorama completo sobre a estrutura e funcionamento dos grupos. Para isso, utilize esse guia a FUMAP disponibiliza no seu site.

– Estimular a criatividade e o dinamismo.

– Incentivá-los a consultarem os livros sugeridos nas referências bibliográficas deste manual.

O treinamento pode acontecer de diversas maneiras: durante quatro semanas, uma aula por semana; num final de semana (intensivo) ou numa tarde de sábado. O que vai definir não é a quantidade do tempo e de reuniões e, sim, a compreensão e o comprometimento do líder com o projeto dos pequenos grupos. Ele precisa sair desse treinamento consciente que seu papel é desafiar os jovens a se comprometerem com um novo estilo de vida.

6. Criar uma retaguarda de oração, usando pessoas que poderão servir ao Senhor num grupo de intercessão.

7. Durante a fase de implantação, é importante que todos as pessoas que pregam, que ensinam, bem como todos os responsáveis pelos departamentos falem a mesma linguagem, dando sempre ênfase à atividade dos pequenos grupos de jovens, até que a linguagem passe a fazer parte do dia-a-dia deles.

8. Durante a semana que anteceder à primeira reunião, é recomendável que os líderes visitem os membros do seu pequeno grupo a fim de incentivá-los a comparecer.

9. Realização da primeira reunião do pequeno grupo.

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Cronograma

1. Lançamento do projeto: durante os fóruns “Pensando a Igreja Jovem”, cujo calendário está disponível no site da FUMAP.

2. Reunião com o pastor local para apresentação do projeto: até 10 dias depois do “Pensando a Igreja Jovem”.

3. Divulgação do projeto pelas UMAPs a todos os jovens: imediatamente após a reunião com o pastor local.

4. Escolha e treinamento de líderes: até 20 dias após o “Pensando a Igreja Jovem”.

5. Semana de oração pelo projeto e sua implantação na UMAP local: escolha a semana mais adequada entre a data da realização do “Pensando a Igreja Jovem” na sua região e a data escolhida para início do primeiro grupo.

6. Formação e início das atividades do primeiro grupo: até 30 dias após o “Pensando a Igreja Jovem”.

7. Duração do projeto: O projeto Nova Mentalidade tem uma duração total de 40 semanas. As lições para os estudos bíblicos dos pequenos grupos estarão disponíveis para download no site da FUMAP.

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Referências bibliográficas

BECKER, Daniel. O que é adolescência? São Paulo: Brasiliense, 1997.

CURY, Augusto. Análise da inteligência de Cristo: o Mestre dos mestres. v. 1. São Paulo: Sextante, 2007. p. 185-186.

CRUZ, Valberto da; RAMOS, Fabiana. Pequenos Grupos: para a igreja crescer integralmente. Viçosa: Ultimato, 2007.

DEME. Departamento de Missões e Evangelismo da Igreja Adventista da Promessa. Guia para implantação de grupos de estudos bíblicos. São Paulo: 2008.

ERIKISON, Erick H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

LEPRE, Rita Melissa. Adolescência e construção da identidade. Disponível em: <http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl36.htm>. Acesso em 4 de setembro de 2008.

KORNFIELD, David; ARAÚJO, Gedimar. Implantando grupos familiares: estratégia de crescimento segundo o modelo da igreja primitiva. São Paulo: Sepal, 2000.

KORNFIELD, David. Começando grupos familiares pastorais: vivenciando a igreja em pequenos grupos. São Paulo: Sepal, 1999.