projeto “liberdade, liberdade: de tiradentes a obama” · dá que ouçamos tua voz se é mister...

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Projeto “Liberdade, liberdade: de Tiradentes a Obama” Prezado(a) professor(a), Este projeto, voltado para últimos anos do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, tem como objetivo aprofundar uma análise sobre o conceito que a contemporaneidade tem de liberdade. Considera-se importante, a título de apresentação do tema, seguir as diversas propostas de trabalho, ampliando o entendimento e o reconhecimento deste conteúdo para todas as disciplinas. Para isso, o projeto foi dividido em três partes principais. São elas: 1 Provocação inicial (sensibilização), 2 Registro e discussão de textos ligados ao conceito de liberdade (com os devidos registros), 3 Fechamento do projeto (atividades e trabalhos). Acredita-se que, assim, ficará mais fácil aplicar essas propostas de trabalho em suas turmas. Essas propostas de trabalho, porém, podem ser adaptadas, selecionadas, expandidas, de acordo com os interesses e necessidades do professor e de sua turma/série. Todas as imagens deste material estão disponíveis em: http://pixabay.com Sensibilização inicial Para iniciar este trabalho, propõe-se a apresentação para a turma das músicas seguintes. Todas elas têm como tema a liberdade. Proponha aos alunos que ouçam as músicas e redijam o efeito de sentido para Liberdade, que é proposto em cada música. À medida que forem ouvindo, os alunos vão redigindo o conceito de liberdade enunciado pela canção.

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Projeto “Liberdade, liberdade: de Tiradentes a Obama”

Prezado(a) professor(a),

Este projeto, voltado para últimos anos do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, tem como

objetivo aprofundar uma análise sobre o conceito que a contemporaneidade tem de liberdade.

Considera-se importante, a título de apresentação do tema, seguir as diversas propostas de

trabalho, ampliando o entendimento e o reconhecimento deste conteúdo para todas as

disciplinas. Para isso, o projeto foi dividido em três partes principais. São elas: 1 – Provocação

inicial (sensibilização), 2 – Registro e discussão de textos ligados ao conceito de liberdade (com

os devidos registros), 3 – Fechamento do projeto (atividades e trabalhos).

Acredita-se que, assim, ficará mais fácil aplicar essas propostas de trabalho em suas turmas.

Essas propostas de trabalho, porém, podem ser adaptadas, selecionadas, expandidas, de acordo

com os interesses e necessidades do professor e de sua turma/série.

Todas as imagens deste material estão disponíveis em: http://pixabay.com

Sensibilização inicial

Para iniciar este trabalho, propõe-se a apresentação para a turma das músicas seguintes. Todas

elas têm como tema a liberdade.

Proponha aos alunos que ouçam as músicas e redijam o efeito de sentido para Liberdade, que é

proposto em cada música. À medida que forem ouvindo, os alunos vão redigindo o conceito de

liberdade enunciado pela canção.

Aproveite a oportunidade, professor, e faça uma aula diferente, convidando os alunos a cantarem

e até dançarem na sala. Celebre o início do projeto que vai colocar em pauta ou em cheque o

quanto somos livres! Se se dão conta da liberdade... se fomos feitos para a liberdade!

Atividade:

Ouça cada uma das músicas e interprete o conceito de liberdade trazida por elas.

Hino da Proclamação da República Medeiros e Albuquerque/ Leopoldo Augusto Miguez

Seja um pálio de luz desdobrado, Sob a larga amplidão destes céus. Este canto rebel, que o passado Vem remir dos mais torpes labéus! Seja um hino de glória que fale De esperanças de um novo porvir! Com visões de triunfos embale Quem por ele lutando surgir! Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós, Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz Nós nem cremos que escravos outrora Tenha havido em tão nobre País... Hoje o rubro lampejo da aurora Acha irmãos, não tiranos hostis. Somos todos iguais! Ao futuro Saberemos, unidos, levar Nosso augusto estandarte que, puro, Brilha, ovante, da Pátria no altar ! Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós, Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz Se é mister que de peitos valentes Haja sangue em nosso pendão, Sangue vivo do herói Tiradentes Batizou neste audaz pavilhão! Mensageiro de paz, paz queremos, É de amor nossa força e poder, Mas da guerra, nos transes supremos Heis de ver-nos lutar e vencer! Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós, Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz Do Ipiranga é preciso que o brado Seja um grito soberbo de fé! O Brasil já surgiu libertado, Sobre as púrpuras régias de pé. Eia, pois, brasileiros avante! Verdes louros colhamos louçãos! Seja o nosso País triunfante, Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz!

http://www.vagalume.com.br/hinos/hino-da-proclamacao-da-republica.html#ixzz2x6PrZRK7

Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense (RJ)

Vem, vem, vem reviver comigo amor

O centenário em poesia

Nesta pátria, mãe querida

O império decadente, muito rico, incoerente

Era fidalguia

Surgem os tamborins, vem emoção

A bateria vem no pique da canção

E a nobreza enfeita o luxo do salão

Vem viver o sonho que sonhei

Ao longe faz-se ouvir

Tem verde e branco por aí

Brilhando na Sapucaí

Da guerra nunca mais

Esqueceremos do patrono, o duque imortal

A imigração floriu de cultura o Brasil

A música encanta e o povo canta assim

Pra Isabel, a heroína

Que assinou a lei divina

Negro, dançou, comemorou o fim da sina

Na noite quinze reluzente

Com a bravura, finalmente

O marechal que proclamou

Foi presidente

Liberdade, liberdade!

Abra as asas sobre nós

E que a voz da igualdade

Seja sempre a nossa voz

http://letras.mus.br/imperatriz-leopoldinense-rj/46373/

Liberdade Raul Seixas

Nascer horrendo, triste, cego e louco Sem mãe, sem pai, sem fé, sem nada Um pouco de lama, abandonado no caminho Sem ter de meu, um gesto de carinho Nascer assim, até aguento Desde que eu possa Nascer livre Nascer livre Viver desconhecido, iludido, desprezado Beber do ódio, amargo vinho Viver sem um amor, viver sozinho Viver assim, até aguento Desde que eu possa

Viver livre Viver livre Morrer ser o momento da partida Brotar uma lágrima mesmo que fedida Morrer abandonado no caminho Sem ter de meu um gesto de carinho Morrer assim, até aguento Nada me importa Mas tem que ser livre Tenho que ser / Tem que ser livre Tenho que ser / Tem que ser livre

http://letras.mus.br/raul-seixas/945828/

Liberdade Acima de Tudo Charlie Brown Jr.

Deixa eu ser como eu sou! Deixa eu ser quem eu sou! Se quiserem me internar não deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Se quiserem me internar não deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a tradução Do que é ser um bom maluco Do que é ser um maluco sangue bom Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a tradução Do que é ser um bom maluco Do que é ser um maluco sangue bom / Yeah! Deixa eu ser como eu sou! Se quiseram me internar não deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Se quiserem me internar não deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a tradução Do que é ser um bom maluco Do que é ser um maluco sangue bom Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a tradução Do que é ser um bom maluco Do que é ser um maluco sangue bom/ Yeah! Liberdade acima de tudo De bem com a vida e de bem com o mundo Liberdade acima de tudo / Yeah! Se quiseram me internar não deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Se quiserem me internar não deixem Deixem me exercer minha loucura em paz Porque eu nasci pra ser maluco E te fazer a tradução Do que é ser um bom maluco O que é ser um maluco sangue bom / Yeah!

http://letras.mus.br/charlie-brown-jr/278369/

Ao terminar a audição, discuta com os alunos o conceito que deram para a liberdade em cada música. Mostre para eles o quanto esse conceito pode ser alargado ou não. Mostre que, apesar de haver uma mensuração do que minimamente seja liberdade, ela está muito próxima de uma subjetividade cultural e até pessoal.

Procedimentos para o trabalho

1- Qual o conceito de liberdade?

Professor, para ajudar nessa parte do trabalho, propõe-se a leitura de livros de alguns filósofos, que podem ajudar na discussão com a classe e enriquecer o seu trabalho pedagógico.

Indicação de leitura para o professor:

- A liberdade cética de Michel Foucault - http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/art6_rev9.pdf

- Foucault: o cuidado de si e a liberdade, ou a liberdade é uma agonística - http://www.cchla.ufrn.br/alipiosousa/index_arquivos/ARTIGOS%20ACADEMICOS/ARTIGOS_PDF/FOUCAULT,%20O%20CUIDADO%20DE%20SI%20E%20A%20LIBERDADE.pdf

- A liberdade como condição das relações de poder em Michel Foucault - http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-49802011000200009&script=sci_arttext

As indicações de leitura contribuirão para refletir sobre a noção de liberdade para Foucault. Segundo o blog Psicanalisarte, “Na percepção do filósofo francês, liberdade está para autonomia, assim como escravidão está para dependência. Foucault, o mais contemporâneo dos filósofos, defende a ideia de que para sermos livres é preciso que saibamos cuidar de nós mesmos. O que vem a ser cuidar de si? A exemplo dos estóicos, cuidar de si é cultivar-se, é atender às necessidades do corpo, da mente e do espírito, sem incumbir o outro desse trabalho. Desde o nosso nascimento sabemos que é precisamente o outro quem nos possibilita a sobrevivência e o desenvolvimento. Até aqui tudo bem. Depois, esses cuidados são transpostos para as instituições, escolas, exércitos, igrejas, presídios, hospitais, que passam a ser responsáveis pela nossa manutenção no mundo. Vivemos sob a égide do paternalismo, exigimos cada vez mais que alguém cuide de nós.”.

http://psicanalisarte.blogspot.com.br/2010/09/foucault-e-liberdade.html

Leve essa reflexão para seus alunos, para que eles, agora, pensem na noção de liberdade pela ótica de Foucault. Esta ótica pode sustentar fatos, como os mostrados a seguir. Discuta, portanto, essa noção de liberdade de Foucault e, posteriormente, ofereça aos alunos o seguinte texto; peça que leiam, tendo em mira as reflexões foucaultianas e suas contribuições filosóficas para o tema.

2- Damos conta da liberdade?

Sugere-se que você peça que os alunos sustentem os posicionamentos sobre o texto, a seguir, na mesma égide com a qual Foucault sustenta sua opinião.

Não se esqueça do cinto de segurança

O cinto de segurança dos automóveis é um dos principais dispositivos de segurança capazes de salvar vidas e diminuir a severidade das lesões no trânsito. O Art. 65 do Código de Trânsito Brasileiro prevê a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança para condutor e passageiros, em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.

No dever de cumprir a legislação estabelecida pelo CONTRAN, a Coordenação Geral de Recursos Logísticos do Ministério das Cidades solicita atenção especial dos servidores e funcionários quanto ao uso do cinto de segurança nos carros do órgão. Ao entrar no veículo, não se esqueça de colocar o cinto de segurança, tanto no banco da frente quanto no banco de trás. O acessório deve ser usado por todos os ocupantes do veículo e a não utilização passa a ser de responsabilidade do motorista. Lembre-se: o uso do cinto de segurança é obrigatório do ponto de partida até o seu destino!

http://www.denatran.gov.br/ultimas/20120123_cinto.htm

Tio sobre Isis Valverde: "A sorte é que ela estava de cinto"; veja fotos do carro Em conversa com QUEM, Márcio Damasceno, que é empresário da atriz, contou o que ela lhe disse, assim que o viu: 'sobrevivi' Fabio Nable, tio deIsis Valverde, conversou com a reportagem de QUEM, na tarde de sexta-feira (31) e contou detalhes do

acidente ocorrido na madrugada, no Rio de Janeiro. “Isis capotou o carro, antes de parar no acostamento. Foi um acidente gravíssimo", contou ele, que continua em Minas Gerais, ao lado de familiares da atriz. Como a família de Isis mora em outro estado, ela está no hospital na companhia de seu assessor e empresário, Márcio Damasceno, e da governanta, Lindalva. "Assim

que me viu, ela disse: 'sobrevivi'. Ela está bem, mas muito fragilizada e assustada", contou. Fábio também disse à QUEM que Rosalba, mãe de Isis, está muito assustada e preocupada com o estado da filha. "A sorte é que ela estava de cinto de segurança.

Parece que ela estava bem acima da velocidade, mas não sei precisar. São informações passadas pela polícia. Estamos todos chorando, aflitos, aqui em Aiuruoca (cidade do interior de Minas Gerais). A mãe dela está indo ao Rio neste momento, de carro, só vai conseguir chegar à noite. Está desesperada, não para de chorar. Estamos rezando para que não seja nada grave”, conta o tio da atriz. "O outro tio dela, Gilberto, é médico, sempre deu orientações de saúde a ela. Ele está em contato direto com a equipe médica do Rio, com o doutor José Landeiro, que cuida dela no Barra D’or. Isis está dormindo, neste momento, está de repouso e assim deve ficar até ter alta, no domingo.Ainda, segundo Fabio, a mãe de Isis estava em Aiuroca desde quarta-feira (29), após passar duas semanas no Rio, na casa da filha. “Ela ainda não chegou ao Rio, mas está na estrada. Chora sem parar, não vê a hora de ver logo a filha o quanto antes. Chega no fim do dia aí no Rio”, disse a QUEM. Segundo informação passada a QUEM pelo 31º Batalhão de Polícia Militar, localizado no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, o acidente aconteceu na madrugada de sexta.Paparazzi registraram fotos do carro de Isis, que foi levado para o pátio do apartamento de um amigo da atriz. O veículo teve perda total. Em conversa com QUEM, o empresário da atriz, Márcio Damasceno, disse que ela voltava de uma festa com amigos no Joá, Zona Oeste do Rio. "Ela estava voltando de uma festa com a prima Mayara, dirigindo, e o amigo Gabriel, no banco de trás. Isis estaria no banco de carona, dormindo e com cinto de segurança. O acidente foi no Joá, um pouco antes das 4h da manhã."

http://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2014/01/veja-fotos-do-carro-de-isis-valverde.html

Pontos de reflexão:

Por que precisamos de uma lei para aquilo que nos é tão caro: proteger a nossa vida?

Temos a liberdade de escolha?

Quando tínhamos a liberdade de escolha (antes da lei), usávamos o cinto de segurança?

Se a lei terminasse com a obrigatoriedade, deixaríamos de usar o cinto?

O que fazemos, hoje, que é muito importante para a nossa vida e que não precisa de lei?

O que deixamos de fazer, hoje, que é muito importante para a nossa vida e que ainda não

virou uma lei de obrigatoriedade?

Leis de obrigatoriedade tiram a nossa liberdade?

Você se sente livre?

3- Quem já falou sobre liberdade no País?

Professor, sugere-se, agora, a leitura do seguinte texto. De acordo com o blog de Laerte Fernando, Liberdade já foi entoada há muito mais tempo do que se imagina.

O cenário remonta a Minas Gerais do século XVIII, quando um grupo de idealistas aderiu aos planos libertários do

alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, formando uma conjuração pela independência da colônia, então

sob o domínio da Coroa lusitana. Importa dizer que Tiradentes, homem de poucas letras, porém de grande

conhecimento prático, falava a linguagem do povo. Depois de um providencial encontro que teve no Rio de Janeiro

com o jovem jurista José Álvares Maciel, que retornava da Europa com as notícias da independência das colônias

norte-americanas e do Iluminismo que impulsionava a Revolução Francesa, Tiradentes se empolgou em seu sonho

de libertação, antecipando o movimento republicano que aconteceria, no Brasil, apenas um século depois.

Ocorre que a conspiração, pela legislação da época (Código Filipino, livro V), submetia o réu ao crime de lesa-

majestade, cujas penas eram o degredo perpétuo ou a morte. Tiradentes e os conjurados mineiros, denominados

pela história como "inconfidentes", resolveram correr o risco e levar adiante seu ideal. A delação, entretanto, impediu

que a ação revolucionária tivesse início, restando apenas seus atos preparatórios. Mesmo assim, por determinação

da Coroa, o Tribunal processou e condenou a maioria dos conjurados, no julgamento político mais célebre de nossa

história. Tiradentes, ao contrário dos outros inconfidentes prisioneiros, permaneceu convicto em seus princípios, até o

fim, apesar da tortura psicológica que se lhe impuseram. Foi ele o único a receber a pena capital. Seu exemplo

mostra que as revoluções surgem em meio a determinadas circunstâncias históricas, quando o inconformismo

individual se torna coletivo, quando o povo toma consciência da necessidade e, mais que isso, da possibilidade de

mudanças, quando, enfim, o ideal passa a conduzir as pessoas em busca daquilo em que acreditam.

Disponível em http://www.pensataanimal.net/arquivos-da-pensata/46-laertelevai/306-tiradentes-como-nascem-as-revolucoes com acesso em 26 de

março de 2014.

Discuta com os alunos o último trecho do texto do blog:

Seu [Tiradentes] exemplo mostra que as revoluções surgem em meio a determinadas circunstâncias

históricas, quando o inconformismo individual se torna coletivo, quando o povo toma consciência da

necessidade e, mais que isso, da possibilidade de mudanças, quando, enfim, o ideal passa a conduzir as

pessoas em busca daquilo que acreditam.

Exponha uma discussão sobre o que é dito no trecho, considerando a ideia de liberdade como a

possibilidade de mudança.

Em seguida, ofereça para os alunos uma discussão sobre o que as imagens, a seguir, enunciam. Peça que eles comparem a ideia trazida no texto de Laerte Fernando e as ideias do texto em sequência.

Links de apoio e referência:

- http://colunas.gospelmais.com.br/dia-povo-ruas-cobrou-novo-pais-mudabrasil_5325.html

- http://www.ebc.com.br/cidadania/2014/01/manifestacoes-de-junho-pesquisador-mapeia-

mobilizacao-popular-no-twitter

-http://www.revistaon.com.br/materias/14616/analise_retrospectiva_das_manifestacoes_de_junho

Após a discussão, peça que os alunos registrem as conclusões no caderno e depois leiam e voz

alta para toda a turma.

4- Por que 2014 é um ano emblemático para as “liberdades”?

Em 2014, são marcados os 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Pergunte aos alunos: houve privação de liberdade com o golpe de Estado, em 1964?

Sugestão de texto:

- http://arte.folha.uol.com.br/treinamento/2014/01/05/50-anos-golpe-64/

Sugere-se que o professor exiba em sala de aula o filme: “Batismo de Sangue”. Um filme muito importante e que deve ser visto pelos estudantes. Trata-se de uma adaptação do brilhante livro sobre a luta clandestina contra a ditadura militar, no final dos anos 60. O roteiro é uma adaptação do livro de Frei Betto, vencedor do prêmio Jabuti.

https://www.youtube.com/watch?v=uhBemy_vXCk

Após a exibição e discussão do filme, sempre focando nas noções de liberdade discutidas até aqui, propõem-se as seguintes atividades:

Atividade sobre o filme:

LEIA os TEXTOS, abaixo , e faça o que se pede a seguir.

TEXTO 01

Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor,

Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. (Sua

alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará os

fracos com equidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro

dos seus lábios fará morrer o ímpio. A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos.

Filme Batismo de Sangue

TEXTO 02

Fotos de presos políticos desaparecidos no Brasil

TEXTO 03

Protesto contra a ditadura no Brasil

QUESTÃO 01 RELACIONE a ideia de justiça do primeiro texto com os fatos históricos do segundo e terceiro textos. ________________________________________________________________________________________________________

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TEXTO 04

Há muito tempo não víamos no cinema brasileiro um assunto tão delicado tratado com tamanha sensibilidade. “Batismo de Sangue” é daqueles filmes que, ao sairmos do cinema nos perguntamos: Onde está nossa juventude, onde estão nossos ideais já que vivemos uma democracia? Será que somente sob repressão acordamos e nos tornamos sujeitos da história? O filme do mineiro Helvécio Ratton vem sacudir quem conheceu a ditadura apenas pelos livros e reavivar a indignação contra o arbítrio por parte daqueles que viveram a época, apesar de que, às vezes, temos a impressão que este último grupo ao mesmo tempo agradece a Deus por pertencer a uma geração que injetava utopia nas veias. A palavra alienação não fazia parte de suas vidas. “Batismo de sangue” evoca a liberdade, ao mesmo tempo em que revela uma história recente, ignorada por muitos e velada por uma elite governista. A ditadura traz consigo tristes recordações, mas ao mesmo tempo marca um período em que o conformismo cede lugar à luta, à convicção de que cada indivíduo é agente transformador da história. Aliás, os anos 60 são marcados pelas lutas em meio a repressão, dentro e fora do Brasil. Ao escrever o livro que se transformou em filme, Frei Betto revive a saga do grupo de frades dominicanos na luta contra a ditadura militar. Ele teve a coragem e a ousadia de tocar em sua própria ferida e relatar um período de grande sofrimento, embora seja uma lição de fidelidade aos ideais de uma geração que apostava em um país melhor. As imagens carregam tamanha força estética que, não por acaso, um dos prêmios recebidos no Festival de Brasília foi o de melhor fotografia. A equipe conseguiu uma transformação tão grandiosa e coerente dos cenários e personagens com a época e a temática que os diálogos acabaram ficando em segundo plano, em diversos momentos. Dois pontos altos do filme são as cenas de tortura dos frades e o sofrimento de Frei Tito, personagem vivido por Caio Blat. Queriam forçá-lo a delatar pessoas e assinar confissões. Impossível para uma pessoa que “preferia morrer a perder a vida” conforme escreveu em sua Bíblia. “Batismo de Sangue” ainda consegue uma unidade de interpretação rara e eleva a auto-estima dos atores mineiros. Sabemos que fazer filme no Brasil não é tarefa fácil. Em Minas, parece ainda mais complicado, apesar de termos em Belo Horizonte uma excelente equipe de atores e técnicos. Este foi sem dúvida, um dos melhores filmes produzidos nos últimos anos e um divisor de águas para Minas e para os atores mineiros. Daniel de Oliveira, Odilon Esteves, Léo Quintão e Marku Ribas são parte do elenco. E vale ressaltar que Marku Ribas foi uma das grandes revelações do filme no papel do líder revolucionário Carlos Marighella.

Site: http://www.overmundo.com.br/overblog/critica-batismo-de-sangue acesso em 10 de setembro de 2008

QUESTÃO 02 O TEXTO 4 se inicia com as seguintes perguntas: ONDE está nossa juventude, ONDE estão nossos ideais, já que vivemos uma democracia? SERÁ que somente sob repressão acordamos e nos tornamos sujeitos da história? PRODUZA um pequeno texto, respondendo às perguntas acima.

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TEXTO 05

(...) Quando Batismo de Sangue deu a Ratton o troféu Candango de melhor diretor, no Festival de Brasília, no ano passado, Frei Betto referendou o filme e a iniciativa de abordar os anos de chumbo no cinema. "Não queremos vingança, mas esquecer seria injusto", afirmou o religioso. Ratton, que viveu exilado no Chile durante a ditadura militar, diz que "o revanchismo" tampouco é sua meta com o filme, mas acredita que "se estabeleceu no Brasil um pacto de silêncio em relação à tortura".O diretor pretendeu romper esse pacto, filmando com intenso realismo as cenas de tortura que terminaram por arrancar dos frades a informação que levou ao assassinato, em 1969, do líder guerrilheiro Carlos Marighella (Marku Ribas) pelo delegado Fleury (Cassio Gabus Mendes) e sua equipe. "Tito foi quebrado pela tortura. Mostrar isso com meias-verdades seria de um cinismo enorme, em nome não sei de quê, a não ser esse pacto do silêncio. Chega de meias-verdades. Vamos às verdades inteiras", afirma o diretor. A representação da tortura por Ratton em Batismo de Sangue tem sido um aspecto questionado pela crítica, que enxerga nela certa intenção sádica do cineasta. Ratton diz se espantar com o fato de que a mesma atenção da crítica brasileira não se volte para o blockbuster norte-americano 300, em que a violência é muito mais explícita e brutal". Para o diretor, no entanto, há uma explicação para o incômodo que a abordagem da tortura em seu filme provoca. "Acho que o que dói em Batismo de Sangue é que aquilo aconteceu realmente e há muito pouco tempo. Foi ontem, em relação ao tempo histórico. Os personagens dessa história ainda estão vivos", afirma. Mas não é só a barbárie que Batismo de Sangue encena. Numa reconstituída carceragem do DOPs que existiu em São Paulo, os frades presos rezam uma missa em que o vinho é substituído por Q-Suco de uva e a hóstia, por bolachas Maria. "Acho que essa cena passa a ideia da resistência, não a física, mas aquela que possibilita emergir de um momento de desespero", avalia o diretor, que prepara novo longa com "um pouco de leveza, para compensar a densidade".

Site: http://criticosdecinema.blogspot.com/2007/05/batismo-de-sangue.htmlacesso em 10 de setembro de 2008

QUESTÃO 03 INDIQUE a crítica negativa evidenciada no TEXTO 5 sobre o filme e que não foi abordada no TEXTO 4.

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QUESTÃO 04 PRODUZA um pequeno texto, posicionando-se sobre as cenas de tortura do filme.

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QUESTÃO 05 EXPLICITE os argumentos que podem ser encontrados no TEXTO 5 e que justifiquem as crudelíssimas cenas de tortura.

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QUESTÃO 06 Alguns dos personagens históricos envolvidos na trama ainda estão vivos. INDIQUE um deles.

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QUESTÃO 07 PESQUISE no site http://www.batismodesangue.com.br ou em outros sites de cinema e relacione os atores mineiros que participaram do filme.

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5- Tiradentes X Golpe Militar X manifestações de junho

Professor, é importante que tudo o que foi construído, até esse momento, no projeto, se relacione. A ideia é não perder as considerações e construções conceituais de liberdade, ao longo do que já foi discutido. Todo o material que sucedeu a discussão inicial serve para se repensar o conceito de Liberdade, associando os acontecimentos de antes e agora, passado e presente. Reflita sobre todo percurso feito até aqui com os alunos, revendo também os registros feitos e as

atividades do caderno.

6- A imprensa contribui para a nossa liberdade?

Para esta parte, são sugeridas as seguintes pesquisas:

Pesquisa 1

Procure informações em sites, jornais ou revista sobre o seguinte tema, para o qual, você produzirá um texto, que deverá ser apresentado em sala de aula para os colegas e promover uma discussão sobre o assunto:

Leia o texto, a seguir, considerando a seguinte questão: A noção de liberdade para os EUA é a mesma para os brasileiros?

Petrobras foi alvo da espionagem dos Estados Unidos, diz TV

Do UOL, em Brasília

A NSA, agência de segurança dos Estados Unidos, espionou, além da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras, o setor de infraestrutura do Google e a diplomacia francesa, segundo reportagem exibida neste domingo (8) no "Fantástico", da Rede Globo.Conversa pré-G20 - Em 5 de setembro, a presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se encontraram antes da cúpula do G20, na Rússia, para discutir as denúncias de espionagem. Dilma afirmou que Obama se comprometeu a dar explicações ao governo brasileiro sobre as denúncias de espionagem contra o governo. A reportagem foi produzida em parceria com o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que obteve documentos ultrassecretos repassados por Edward Snowden, ex-agente da NSA, atualmente asilado na Rússia.

Esta é a segunda reportagem exibida pelo jornal que foi feita em parceria com o Greenwald. A primeira, exibida há uma semana, mostra que os EUA espionaram a presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao UOL, Greenwald afirmou que "o Brasil é o grande alvo" da espionagem norte-americana.Na semana passada, durante o encontro do G20, Dilma se reuniu com o

presidente dos EUA, Barack Obama, e, segundo ela, cobrou explicações detalhadas da suposta espionagem.Os documentos revelados na reportagem deste domingo são de uma apresentação da NSA para novos agentes, realizada em junho de 2012. Nela, a agência explica como é feita a espionagem a determinadas empresas e órgãos.A Petrobras aparece logo no início da apresentação, junto com a infraestrutura do Google, a diplomacia francesa e a rede da Swift, cooperativa que reúne alguns dos principais bancos de dezenas de países. Os nomes de outras instituições espionadas foram apagados na mesma apresentação da NSA.

A apresentação mostra ainda que foi criada uma pasta com o nome da Petrobras, em função da grande quantidade de informações que a NSA dispõe, o que indica que a estatal está sendo espionada há algum tempo. Os documentos não mostram o

conteúdo que teria sido espionado.A espionagem foi feita na rede privada de computadores da Petrobras, que contém informações sigilosas sobre a estatal, a maior empresa do país, com faturamento anual superior a R$ 281 bilhões.Líder mundial na exploração de petróleo em águas profundas, a Petrobras possui dois supercomputadores utilizado para pesquisas sísmicas. Os equipamentos foram usados no mapeamento do pré-sal, por exemplo.

A invasão da rede da estatal pode beneficiar, por exemplo, empresas americanas interessadas no leilão do pré-sal, maior leilão de petróleo da história do país, que deve ocorrer nos próximos meses. As interceptações ilegais podem colocar os detentores das informações em situação de vantagem nos leilões.Em outro documento a NSA indica que a espionagem tem motivação econômica, política e diplomática, contrariando o que a agência dizia até então, que a motivação era combater o terrorismo.O conteúdo das interceptações seria repassado à Casa Branca, à diplomacia dos EUA e ao serviço secreto norte-americano.De acordo com a reportagem, os documentos da NSA que indicam ter havido espionagem da Petrobras são ultrassecretos, e as informações só podem ser compartilhadas com os líderes de quatr países aliados dos Estados Unidos: Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Os documentos obtidos pela reportagem mostram ainda que a agência inglesa de segurança, a GCHQ, também teria praticado espionagem ilegal.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/09/08/espionagem-dos-eua-tem-objetivo-economico-e-atingiu-petrobras-google-e-diplomacia-francesa-diz-tv.htm

Pesquisa 2

Procure informações em sites, jornais ou revista sobre o seguinte tema, para o qual deverá ser produzido um texto, que será apresentado em sala de aula para os colegas e promover uma discussão sobre o assunto.

Leia o texto, a seguir, considerando a seguinte questão: A noção de liberdade para o Brasil é a mesma para os diplomatas espionados?

Governo admite espionagem e diz que responsáveis

por vazamento de documentos serão processados

Agência O Globo

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informou nesta segunda-feira (4), por meio de nota, que operações de espionagem de várias nações em 2003 e 2004 "obedeceram a legislação brasileira". Entre os alvos estavam países como Rússia, Irã e Iraque, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. E destacou que os responsáveis pelo vazamento de documentos secretos ao

jornal serão processados. "Respeitando os preceitos constitucionais de liberdade de imprensa, o GSI ressalta que o vazamento de relatórios classificados como secretos constitui crime e que os responsáveis serão processados na forma da lei", diz a nota. O órgão também informa que não pode validar a autenticidade do documento porque não recebeu cópia. De acordo com a reportagem, o governo monitorou diplomatas dos três países em embaixadas e suas residências. Diplomatas russos "envolvidos com negociações de equipamentos militares", segundo um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foram vigiados. A rotina e os contatos de diplomatas iranianos também estavam na mira da Abin durante entre os dias 9 e 14 de abril de 2004. O relatório mostra ainda que o governo brasileiro espionou a embaixada do Iraque após a invasão do país pelos EUA, em 2003. As operações ocorreram no início do primeiro mandato governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, empossado 2003. "A determinação do governo sobre as atividades de inteligência é de absoluto cumprimento à legislação. Eventuais infrações são passíveis de sanções administrativas, abertura de processo de investigação e punições na forma da lei. O Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) atua, exclusivamente, dentro de suas competências das Leis 9.883, de 07 de dezembro de 1999, e 10.683, de 28 de maio de 2003. A ABIN desenvolve atividades de inteligência voltadas para a defesa do Estado Democrático de Direito, da sociedade e da soberania nacional, em restrita observância aos preceitos constitucionais e aos direitos e as garantias individuais", diz a nota do GSI.

Fonte:

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2013/11/04/interna_politica,471848/governo-admite-espionagem-e-diz-que-responsaveis-por-vazamento-de-documentos-serao-processados.shtml

Pesquisa 3

Procure informações em sites, jornais ou revista sobre o seguinte tema, para o qual deverá ser produzido um texto, que será apresentado em sala de aula para os colegas e promover uma discussão sobre o assunto:

Leia o texto a seguir, considerando a seguinte questão: Somos realmente livres?

Espionagem traça destinos políticos desde a Antiguidade

Por BBC| 03/11/2013 17:34

Roubar cartas, interceptar comunicações e fazer escutas são alguns exemplos de espionagem ao longo da história

As revelações de que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) estaria bisbilhotando políticos e pessoas mundo afora atraiu a ira de muitos governos. Espionar e ser espionado, no entanto, não se configura uma novidade.O general chinês Sun Tzu, famoso por seu livro "A Arte da Guerra", escreveu: "Os líderes brilhantes e os bons generais que consigam ter bons espiões vão ter muitos êxitos". Roubar cartas, interceptar comunicações, fazer escutas: estes são alguns exemplos de espionagem ao longo da história. Na Roma antiga, os líderes políticos tinham a sua própria rede de vigilância, que lhes fornecia informações sobre as intrigas nas diferentes escalas de poder do império. O famoso orador Cícero frequentemente se queixava de que suas cartas eram interceptadas. “Não consigo encontrar um mensageiro fiel", escreveu a seu amigo Atticus . "São muito poucos os que conseguem levar uma carta e não ficam tentados a lê-la". Júlio César também construiu uma rede de espionagem para saber das conspirações contra ele. É possível, inclusive, que ele sabia de antemão da conspiração no Senado que pôs fim à sua vida. Inquisição

Na Idade Média, a Igreja Católica tinha mais poder do que muitos governos. E, obviamente, tinha uma rede de vigilância poderosa. Um dos comandantes do sistema foi o bispo francês Bernard Gui, considerado um excelente escritor e um dos arquitetos da Inquisição. Por quinze anos, atuou como inquisidor-chefe em Toulouse, onde julgou pelo menos 900 pessoas por heresia. No livro "A conduta da Inquisição na Depravação da Heresia", de 1324, Gui explicou como identificava, interrogava e punia os hereges. Elizabeth 1ª

A corte de Elizabeth 1ª, na Inglaterra, foi um campo fértil de intrigas. A função do fidalgo Francis Walsingham era fazer com que a monarca estivesse sempre um passo à frente de seus adversários. Em maio de 1582, Walsingham conseguiu interceptar a correspondência do embaixador espanhol Bernardino de Mendoza. A carta falava sobre uma conspiração para invadir as ilhas britânicas e instalar no trono a soberana dos escoceses, a rainha Mary. Enquanto Mary estava confinada em uma prisão, Walsingham conseguiu uma maneira de provar o que já se falava na corte. Ele se fez passar por um aliado de Mary e começou a trocar correspondências com ela por meio de cartas que chegavam escondidas em um barril de cerveja. Nas cartas, Mary falou sobre o plano e Walsingham conseguiu as provas de que ela planejava assassinar Elizabeth 1ª e causar uma rebelião. A rainha dos escoceses foi julgada e condenada à morte. Robespierre

Durante a Revolução Francesa, Robespierre e seus colegas vigiavam atentamente os revolucionários e reprimiam violentamente qualquer dissidência. Em 1793, o governo revolucionário estabeleceu doze "comitês de vigilância" em todo o país . Os comitês eram autorizados a identificar, monitorar e prender qualquer suspeito. Historiadores estimam que pelo menos meio milhão de pessoas foram alvos dos comitês de vigilância, famosos pela crueldade em muitas cidades francesas. Nos séculos 18 e 19, governos europeus começaram a criar as "câmaras escuras", onde se interceptava e lia as cartas de indivíduos suspeitos. Os escritórios, localizados nos prédios do serviço postal, empregavam diversas técnicas para abrir, copiar e novamente fechar as cartas, sem deixar rastros. A prática foi o pivô de um escândalo no governo britânico em 1844, quando foi revelado que a “câmara negra” havia interceptado a correspondência do escritor italiano Giuseppe Mazzini, que vivia exilado em Londres. O governo fo i acusado de passar informações às autoridades de Nápoles, que usaram os dados para caçar e executar revolucionários companheiros de Mazzini. Negociação e espionagem

Em 1922, os Estados Unidos organizaram uma conferência de desarmamento naval em Washington, com a presença de representantes do Reino Unido, França, Itália e Japão. Em meio às negociações, os americanos espionaram as comunicações entre Tóquio e os diplomatas japoneses, além de delegados de outros países. Com as informações levantadas pelo Instituto de Criptografia do governo, fundado em 1919, os Estados Unidos conseguiram fechar acordos que lhes proporcionaram a liderança na corrida armamentista naval. Em 1929, o escritório foi fechado pelo Secretário de Estado, Henry Stimson, que disse: "Cavalheiros não leem a correspondência de outras pessoas". Após a Segunda Guerra Mundial, os americanos decidiram que os cavalheiros precisavam, no entanto, de uma rede de monitoramento permanente.

Vizinho espião

Durante a Guerra Fria, a espioanagem fez parte do cotidiano de quem vivia nos países atrás da chamada “cortina de ferro”. Em nenhum lugar foi mais sentida do que na Alemanha Oriental. Durante 40 anos, o serviço de inteligência do Ministério da Previdência (conhecida como a Stasi) monitorou e registrou as atividades dos cidadãos, usando as informações para acabar com tumultos e possíveis dissidências. Até a queda do Muro de Berlim em 1989, a Stasi tinha 91 mil colaboradores, com uma rede de 200 mil informantes. A Alemanha Oriental usou a tecnologia, com uma quantidade imensa de funcionários, expandindo a espionagem em uma escala nunca antes vista. Os Estados Unidos também adotaram práticas parecidas após a Segunda Guerra Mundial, como parte do projeto Shamrock. Foi criada uma rede de vigilância de cidadãos americanos suspeitos de atividades subversivas. O sistema de vigilância foi extinto pelo Congresso em 1975. Quase quatro décadas depois, a NSA acabou reconstruindo o projeto Shamrock, desta vez bisbilhotando os cidadãos em uma nova esfera - a rede mundial de computadores.

Fonte:

http://ultimosegundo.ig.com.br/noticias/espionagem