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Casa de Saúde Bezerra de Menezes
CINAPSI – Centro Integrado de Atenção Psicossocial
Prop. de Projeto: CSBM-003/2017
Projeto Inserção
Resgatando a cidadania das pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro
Uma parceria da CSBM com a Fundação Municipal de Saúde e com as Secretarias de Segurança e
Assistência Social da Prefeitura Municipal de Rio Claro
Rio Claro – dezembro de 2017
Eu posso existir com menos sofrimento e ter para onde ir…
Sumáriomário
Sumário ......................................................................................................... II
1 Introdução ................................................................................................5
2 Antecedentes ............................................................................................7
3 Justificativa ..............................................................................................8
3.1 Quanto à saúde desta população .............................................................. 10
4 Clientela Alvo .......................................................................................... 11
5 Objetivos ............................................................................................... 12
5.1 Geral ............................................................................................... 12
5.2 Específicos ........................................................................................ 12
6 Instituições Parceiras ................................................................................ 13
7 A Unidade Êxodos, da CSBM ........................................................................ 13
7.1 Estrutura Física ................................................................................... 13
7.2 Natureza do Serviço Prestado .................................................................. 14
7.3 Recursos Humanos ............................................................................... 15
7.4 Horário de Funcionamento ..................................................................... 16
7.5 Da liberação de vaga ............................................................................ 16
8 Linha de Cuidado ..................................................................................... 16
8.1 Etapa Pré-hospitalar ............................................................................. 17
8.2 Etapa Hospitalar ................................................................................. 20
8.3 Etapa Pós-hospitalar ............................................................................. 24
9 Resultados esperados e indicadores............................................................... 27
10 Método .................................................................................................. 28
10.1 Cronograma de Implantação e Atividade ..................................................... 29
10.2 Responsabilidades das Instituições Parceiras ................................................ 29
11 Orçamento ............................................................................................. 31
12 Avaliação ............................................................................................... 32
13 Considerações Finais ................................................................................. 33
Referências Bibliográficas ................................................................................. 35
III
AUTORIA
Dra. Kátia Maria Monteiro Rodrigues de Carvalho
COM COLABORAÇÃO DE
Marcia Cardoso Galvão de Oliveira
Ariane Cristina A. Zamariola
e Equipe Técnica
IV
LISTA DE ABREVIATURAS
AIDS SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA
AS ASSISTENTE SOCIAL
CAPS AD CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁCOOL E DROGAS
CAPS III CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL III
CEO CENTRO DE ESPECIALIDADES DE ODONTOLOGIA
CMAPI COMISSÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO INSERÇÃO
CREAS CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
CREMESP CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE SÃO PAULO
CSBM CASA DE SAÚDE BEZERRA DE MENEZES
DRS X DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE X
FIPE FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS
FMS FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
PTS PROETO TERAPÊUTICO SINGULAR
SEAS SERVIÇO ESPECIALIZADO DE ABORDAGEM SOCIAL
SEPA SERVIÇO ESPECIALIZADO EM PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA
SMAS SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
SMS SECRETARIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA
SUAS SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Tb TUBERCULOSE
TO TERAPEUTA OCUPACIONAL
UBS UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
UPA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO
USF UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
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1 Introdução
Figura 1: Dor e sofrimento da condição de não ter para onde ir (Tomazela, 2016)
Este projeto tem como foco a População em Situação de Rua da cidade de Rio
Claro, SP, e busca, essencialmente, inseri-la numa linha de cuidado que contribua para o
resgate da cidadania dessas pessoas. O Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009,
que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê
Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, considera “população em situação de
rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os
vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional
regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de
moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de
acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”.
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Trata-se de população extremamente vulnerável, tanto nos aspectos físicos, quanto
emocionais, que além de sofrer segregação e desrespeito, experimentam o desconforto da
constante exposição ao sol, chuva e frio.
O desalento do afrouxamento dos vínculos familiares e sociais e o progressivo
depauperamento físico, intensificado pela má nutrição, higiene precária e promiscuidade
sexual, resultam no aumento da incidência e prevalência de transtornos mentais,
especialmente as drogadições e esquizofrenia, doenças cardiovasculares e
infectocontagiosas, com destaque para a tuberculose, AIDS, hepatite C, sífilis e outras
doenças sexualmente transmissíveis, além das infecções de pele.
Uma população que cresce a cada dia, em especial na crise socioeconômica pela
qual passa o Brasil nos últimos três anos. Uma pesquisa publicada pelo Ipea com base em
dados de 2015 (BRASIL, 2015a, 2015b) estimou que o Brasil tinha mais de 100 mil
pessoas vivendo nas ruas no ano passado (NATALINO, 2016).
Das 101.854 pessoas em situação de rua, 40,1% estavam em grandes municípios,
com mais de 900 mil habitantes, e 77,02% viviam em municípios com mais de 100 mil
pessoas, como a cidade de Rio Claro. Já nos municípios menores, com até 10 mil
habitantes, a porcentagem decrescia para apenas 6,63%, tratando-se, portanto, de um
fenômeno da urbanidade.
Considerando a taxa de crescimento de 2,56% ao ano entre 2009 e 2015,
contabilizamos 104.461 brasileiros em situação de rua em 2017. O Censo de 2015 da
População em Situação de Rua da Cidade de São Paulo contou 15.915 pessoas, sendo
82% do sexo masculino, com idade média de 40 anos (FIPE, 2015). Igualmente, as
principais cidades do interior de São Paulo registraram aumento desta população nos
últimos anos. Em seis cidades - Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto,
Sorocaba, São José do Rio Preto e Santos - as prefeituras contabilizaram 3.000 pessoas
nas ruas, no total (TOMAZELA, 2016), mas a quantidade pode ser bem maior, visto que
Natalino (2016) apontou que somente 47,1% das pessoas são cadastradas.
Vítimas e agentes de violência urbana, as pessoas em situação de rua, por via de
regra, são estigmatizadas, produzindo medo, rechaço e reverberante discriminação, que não
acolhe com respeito as diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero,
orientação sexual e religiosa, nem as diferenças avassaladoras de poder aquisitivo.
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Desagregadas do coletivo social, vivenciam a dificuldade do acesso aos direitos civis e, cada
vez menos, praticam os deveres de um cidadão comum: um ciclo vicioso que escancara
desigualdades sociais e vai abrindo um fosso progressivamente mais profundo entre os que
têm endereço e os que não têm para onde ir.
E andam por aí, aos montes nos centros urbanos, maltrapilhos, malcheirosos, com os
olhos esbugalhados de fome e de solidão existencial, invisíveis aos que passam absortos
nos pensamentos do que precisam fazer, aonde vão, o que vão comprar, o que vão comer e
na volta para casa depois do trabalho ou do lazer: cidadãos comuns dotados de identidade
pessoal e social, de estima e de autoestima.
Existem os que têm olhos para ver e vontade política de transformação.
A presente proposta de Projeto é fruto deste olhar e desta vontade política. O
nome do Projeto, Inserção, faz menção ao desejo de que, na cidade de Rio Claro, essas
pessoas sejam reintegradas à sociedade, resgatando a cidadania e, com ela, a saúde, o
bem estar, o respeito, a autoestima e a autonomia para se manter e habitar com
dignidade.
2 Antecedentes
Sensível às questões sociais e particularmente tocado pelo
sofrimento das pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro,
o atual Prefeito João Teixeira Junior, conhecido como Juninho da
Padaria, propôs, em outubro de 2017, junto à Diretoria, parceria da
Prefeitura Municipal de Rio Claro com a Casa de Saúde Bezerra de
Menezes (CSBM) para acolher os moradores de rua em internação
integral, como parte de uma solução social para o problema local.
A instituição, de fato, era a mais indicada, visto vir de uma longa tradição de atenção
humanizada em saúde mental. Assim, a Diretoria da CSBM acolheu a ideia e, no intuito de
contribuir com a sociedade, passou a estudar o projeto.
A CSBM foi criada em 26 de junho de 1951 por um grupo espírita, sendo o
casarão da Avenida 25, entre as ruas 11 e 12 (antigo Hospital dos Lázaros), cedido sob
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regime de comodato, pela governança local. O antigo hospital de hansenianos foi
adaptado para sua nova finalidade, direcionado à área de saúde mental e inaugurado em
24 de junho de 1.960.
A instituição objetiva oferecer atenção multiprofissional aos pacientes portadores
de transtornos mentais. Hoje, sob gestão da Maçonaria, tem 100 leitos para atenção aos
pacientes SUS de 26 municípios1 cobertos pelo DRS X – Departamento Regional de
Saúde de Piracicaba – e 14 leitos para conveniados e particulares, constituindo-se uma
entidade filantrópica.
Para dar continência à presente proposta, reformará uma área desativada,
circunscrita, criando mais 20 leitos específicos para as pessoas em situação de rua que
vivem em Rio Claro, maiores de 18 anos.
3 Justificativa
Com base no último censo populacional, o IBGE (2010) estima uma população de
202.952 habitantes em Rio Claro, SP, em 2017. Destas, 29,3% recebem renda até meio
salário mínimo, ou seja, a pobreza alcança quase um terço da população residente.
Estes dados fazem pensar no grau de pobreza das pessoas que vivem na cidade, mas
não têm domicílio e, portanto, não foram contabilizadas pelo IBGE. Esta tarefa tem sido
empreendida pelos censos do Sistema Único da Assistência Social – SUAS (BRASIL,
2013, 2014, 2015b, 2016).
As estatísticas das pessoas em situação de rua referentes a Rio Claro não
aparecem no último Censo do SUAS (BRASIL, 2016). No entanto, uma cidade próxima,
Limeira, com arranjo social semelhante, pode servir de base para se estimar esta
1 Águas de São Pedro, Analândia, Araras, Capivari, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto,
Engenheiro Coelho, Ipeúna, Iracemápolis, Itirapina, Leme, Limeira, Mombuca, Piracicaba, Pirassununga, Rafard, Rio Claro, Rio das
Pedras, Saltinho, Santa Cruz da Conceição, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São Pedro. Agrupados, os 26 municípios
assistidos pela CSBM totalizam uma população de 1.500.000 pessoas.
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população na cidade. Limeira contabilizou 167 casos para uma população de 276.022
habitantes, em 2016. Assim, levando-se em conta a proporcionalidade das populações, a
taxa de crescimento anual de 2,57% e o subdimensionamento do censo, visto que, em
média, somente 47,1% da população em situação de rua é cadastrada (NATALINO,
2016), poderíamos esperar 259 pessoas desabrigadas na cidade de Rio Claro, em 2017.
O Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), sob gestão do Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) local, contabilizou, em
novembro de 2017, um total de 104 pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro,
sendo 84% homens e 16% mulheres. A distribuição de sexos é consonante aos dados
obtidos na cidade de São Paulo em 2015 (FIPE, 2015): 82% de homens, com idade
média de 40 anos (FIPE, 2015), enquanto a idade média em Rio Claro foi de 38,7 anos.
O número de casos por idade e por faixa etária aparecem nos gráficos das Fig. 2 e 3,
respectivamente.
Figura 2: Pessoas em situação de rua cadastradas em novembro de 2017, por idade - Fonte SEAS
0 1 2 3 4 5 6 7 8
19
24
29
33
37
41
45
50
56
65
Núnero de casos
Idad
e
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Figura 3: Pessoas em situação de rua cadastradas em novembro de 2017, por faixa etária - Fonte SEAS
Considerando-se o subdimensionamento, uma vez que, como vimos, somente
47,1% da população em situação de rua é cadastrada (NATALINO, 2016), poderíamos
esperar 221 pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro, em 2017, um número
menor que as 259 estimadas com base nos dados de Limeira do último Censo SUAS
(BRASIL, 2016).
3.1 Quanto à saúde desta população
Definida a dimensão da população desabrigada, examinemos as estatísticas
referentes à saúde, sendo que não dispomos de dados locais. Tomando-se como
referência a cidade de São Paulo, pesquisadores da USP apontam que a população
masculina em situação de rua, com mais de 50 anos, tem duas vezes mais chance de
sofrer doença coronariana que a população geral, considerando que muitos são
tabagistas, diabéticos e hipertensos mal controlados.
Dentre os desabrigados, as doenças infectocontagiosas mais comuns são a AIDS,
a tuberculose pulmonar, as infecções por vírus da hepatite B e C e as cutâneas. A
incidência de tuberculose é 60 vezes maior que no restante da população. Os
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traumatismos em decorrência de brigas, principalmente quando estão alcoolizados,
também é frequente (CREMESP, 2011).
Dentre todos os agravos, os mais prevalentes são os transtornos mentais: as
depressões, a esquizofrenia – principalmente entre mulheres – e quadros psicóticos
associados ou não ao uso de álcool e outras drogas.
Considerando a faixa etária entre 18 e 30 anos, 80% consomem álcool e/ou outras
drogas. Álcool, além de ser ingerido por 65% desta população, é utilizado principalmente
pelos mais velhos. Por outro lado, 37% usam outras drogas (metade crack),
principalmente os jovens até 30 anos (CREMESP, 2011).
Em comparação com a população geral, onde 12% necessitam de algum
atendimento em saúde mental e 3% sofrem de transtornos graves e persistentes (OMS,
2001; Lourenço, 2010), a prevalência dos transtornos mentais entre as pessoas em
situação de rua é expressivamente mais alta.
Com base nas estatísticas, o número significativo de pessoas em situação de rua
na cidade de Rio Claro, a maior prevalência dos agravos à saúde e a alta vulnerabilidade
desta população justificam a presente proposta. Igualmente, o sofrimento, que é inegável
e visível a todos que passam nas ruas de Rio Claro, também justifica esta proposta,
mesmo que nenhum dados estatístico seja apontado.
4 Clientela Alvo
Pessoas em situação de rua do município de Rio Claro, SP, com 18 anos ou mais,
de ambos os sexos, com transtornos mentais, que desejem ser inseridas na linha de
cuidado.
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5 Objetivos
5.1 Geral
Estabelecer uma linha de cuidado para a clientela alvo propiciando:
Redução de danos e minimização dos agravos à saúde;
Identificação de potencialidades profissionais;
Reintegração social.
5.2 Específicos
5.2.1 Identificar a clientela alvo dentre a população em situação de rua no município
de Rio Claro, cadastrando-a junto à SMAS;
Referentes à clientela alvo:
5.2.2 Tratar os agravos à saúde mais emergentes em nível hospitalar psiquiátrico,
dando continuidade ao tratamento em nível ambulatorial nos serviços da FMS;
5.2.3 Contribuir para a construção de novos projetos de vida, respeitando as
escolhas dos pacientes e as especificidades do atendimento;
5.2.4 Contribuir para restaurar e preservar a integridade e a autonomia;
5.2.5 Identificar potencialidades e aptidões para a reinserção no mercado de
trabalho;
5.2.6 Promover ações para a reinserção familiar e comunitária;
5.2.7 Resgatar cidadania.
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6 Instituições Parceiras
Casa de Saúde Bezerra de Menezes (CSBM)
Prefeitura Municipal de Rio Claro
o Secretaria Municipal de Segurança (SMS)
o Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS)
SEAS
Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro (FMS)
7 A Unidade Êxodos, da CSBM Migrando da situação de rua para a cidadania...
7.1 Estrutura Física
Um espaço de aproximadamente 390 m2 na CSBM, localizado na esquina da Av.
27 com a Rua 11, está sendo reformado para abrigar a UNIDADE ÊXODOS, com
previsão de conclusão das obras em fevereiro de 2018 (Fig. 4). A unidade será mista,
com três quartos masculinos (17 leitos), e um quarto feminino (3 leitos), totalizando 20
leitos, atendendo ao percentual apontado pelo SEAS de 84% de pessoas do sexo
masculino em situação de rua em Rio Claro. Além destes, um quarto de observação, com
2 leitos, localizado em frente ao Posto de Enfermagem, para monitoramento de
intercorrências clínicas e psiquiátricas que demandem maior cuidado.
A estrutura, disposta em L, se abre para uma área aberta de convivência, de
modo que todos os espaços estão visualmente conectados, com acesso às varandas. Na
varanda mais profunda, um refeitório abriga acomodação para as 20 pessoas
hospitalizadas, mantendo a continuidade com o pátio central aberto e arborizado.
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A arquitetura foi planejada para favorecer a interação das pessoas, ao mesmo
tempo que conecta espaços reservados e abertos, adequada para acolher pessoas que
passaram tanto tempo ao relento.
Figura 4: Um croqui da planta baixa da UNIDADE ÊXODOS, com 17 leitos masculinos, 3 leitos femininos e 2 leitos de
observação
O conjunto tem acesso à quadra esportiva da CSBM e à oficina de Terapia
Ocupacional (TO), possibilitando a ida dos pacientes às atividades terapêuticas.
7.2 Natureza do Serviço Prestado
Internação integral psiquiátrica.
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Sem serviço ambulatorial. Os atendimentos ambulatoriais prestados serão
eventuais, não eletivos, para os casos que receberam senha para internação, mas, na
avaliação do acolhimento, tiveram de ser encaminhados para outros serviços em função
da condição clínica de chegada, não se efetivando a internação integral psiquiátrica.
7.3 Recursos Humanos
Gestão Técnica – Diretoria Clínica/Técnica da CSBM
Gestão Administrativa – Diretoria Administrativa da CSBM
7.3.1 Equipe Técnica
Técnico de Enfermagem: dois presentes 24 h/ dia;
Um Médico Psiquiatra assistente em 10 h semanais (2 vezes/ semana);
Um Assistente Social em 8h semanais (2 vezes/ semana);
Um Psicólogo em 8h semanais (2 vezes/ semana);
Um Terapeuta Ocupacional em 8h semanais (2 vezes/ semana);
Um Monitor de TO em 20h semanais (5 vezes/ semana).
Na retaguarda – CSBM
o Médico Plantonista
o Médico Clínico
o Chefia de Enfermagem
o Terapeuta Ocupacional
o Monitor de TO
o Assistente Social
o Psicóloga
o Nutricionista
o Educador Físico
o Farmacêutica
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7.3.2 Serviços de Suporte – CSBM
Cozinha
Lavanderia
Limpeza
Manutenção
Administração
7.4 Horário de Funcionamento
Para a clientela hospitalizada: 24 h/d, todos os dias da semana.
Para clientela ainda não hospitalizada: acolhimento das 8:00 h às 17:00 h,
de segunda a sexta feira, exceto feriados, sábados e domingos.
7.5 Da liberação de vaga
A vaga deverá ser previamente reservada com liberação de senha fornecida
pela recepção da CSBM.
8 Linha de Cuidado
A Linha de Cuidado da clientela alvo está dividida em três momentos:
Pré-hospitalar – ;
Hospitalar – ;
Pós-hospitalar – .
As ações de cada etapa foram sumarizadas na Fig. 5.
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Os serviços envolvidos nas várias etapas estarão articulados num grupo de e-
mails, além das comunicações num grupo do WhatsApp e por contato telefônico.
Figura 5: Linha de Cuidado em três etapas: Pré-hospitalar – , Hospitalar – e Pós-hospitalar –
8.1 Etapa Pré-hospitalar
A entrada na Linha de Cuidado tem origem de fluxo no trabalho de quatro
serviços: Unidade de Pronto Atendimento (UPA), CAPS III, CAPS Ad (da FMS), e SEAS
(sob gestão da SMAS), sempre apoiados pela SMS quando necessário. Os três primeiros
implicam demanda do paciente ao serviço de saúde e o quarto, recrutamento da clientela
mediante abordagem social.
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Em todos os casos, apenas as pessoas em situação de rua, com 18 anos ou mais,
com transtornos mentais – incluindo as drogadições – que desejarem ingressar na Linha
de Cuidado serão nela incluídas. O SEAS será a principal origem do fluxo.
8.1.1 Da liberdade de internação
Considerando-se o Título II, Capítulo I, Art. 5º da Constituição Federal do Brasil
(BRASIL, 1988), que estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”,
pontuando, no Inciso II, que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei” e, no Inciso XV, que “é livre a locomoção no território
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens”, a abordagem social não poderia estar
relacionada com a retirada compulsória de pessoas das ruas, o que implicaria o
desrespeito ao direito de ir e vir do cidadão, bem como à sua escolha.
Assim sendo, o SEAS, implantado em Rio Claro desde 2016, trabalha respeitando
a diversidade cultural, social e biológica das pessoas em situação de rua, não violando
seus direitos de escolha e decisão.
Trata-se de uma equipe de educadores sociais que identifica famílias e indivíduos
em situação de risco pessoal e social, que utilizam os espaços públicos como forma de
moradia e/ ou sobrevivência dentro do município, com objetivo de promover a
potencialização de recursos para a superação e prevenção do agravamento dos riscos,
em função da situação de vivência de rua.
A abordagem é realizada nas ruas, praças, espaços públicos onde ocorrem
atividades laborais (como feiras e mercados), locais de intensa circulação de pessoas e
existência de comércio, terminais de ônibus, prédios abandonados, lixões, semáforos,
entre outros. Os principais pontos de concentração no município estão sinalizados no
mapa da Fig. 6.
Havendo vaga na UNIDADE ÊXODOS, da CSBM, e obtida a senha, a pessoa é
encaminhada para internação, com ficha cadastral previamente preenchida, transportada
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por condução do SEAS, ou por ambulância da FMS, caso a demanda tenha se originado
nos serviços de saúde2, iniciando-se a etapa Hospitalar da Linha de Cuidado.
Figura 6: Principais concentrações das pessoas em situação de rua no município de Rio Claro (RIO CLARO - SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2016)
Os pacientes não poderão procurar a CSBM sem o encaminhamento do SEAS ou
dos outros serviços de origem da Linha de Cuidado, de modo a não caracterizar a CSBM
como porta aberta.
O funcionário do SEAS ou dos CAPS, que acompanharem o encaminhamento,
deverão permanecer no hospital até que a avaliação para admissão seja concluída.
8.1.2 Estatísticas Pré-hospitalares
Sob responsabilidade do SEAS, com consolidados trimestrais e anuais:
Número de casos por faixa etária e sexo;
2 O presente Projeto não impede que casos originados nos serviços de saúde de Rio Claro sejam
hospitalizados na CSBM pelo SUS, com regulação pela CROSS. Nesta situação, os usuários não ficarão
hospitalizados na UAD, sendo acolhidos pelas outras Unidades da CSBM, não fazendo parte do Projeto
Inserção e não implicando cobrança de diárias à Prefeitura Municipal.
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Número de casos por estado civil e sexo;
Número de casos por nível de escolaridade;
Número de casos por tipos de documentos;
Número de casos por ocupação/condição previdenciária/benefício;
Número de casos por local urbano de concentração no município.
As estatísticas acima referidas implicam manutenção atualizada de cadastro
das pessoas em situação de rua em Rio Claro, com conjunto de variáveis
condizentes.
8.2 Etapa Hospitalar
A internação integral psiquiátrica se faz necessária para a suspensão do ciclo de
progressiva deterioração do estado nutricional, interrupção do consumo de substâncias
psicoativas, resgate das situações de crises de patologias psiquiátricas e clínicas,
propiciando ao menos uma melhora inicial que sustente a adesão à continuidade das
intervenções terapêuticas e sociais da Etapa Pós-hospitalar.
Sem a internação, a adesão às intervenções tanto dos serviços da FMS quanto da
SMAS têm se mostrado precária, não consolidando condições que propiciem a saída das
ruas e reinserção social dos pacientes.
A Etapa Hospitalar se inicia com o acolhimento da pessoa encaminhada, com
vaga previamente reservada através da liberação da senha pela recepção da CSBM. O
acolhimento será feito pela enfermagem, numa pré-consulta, seguida pelo médico
plantonista da CSBM, sendo que a ordem de atendimento seguirá Protocolo de Risco de
Manchester, adaptado para Psiquiatria (MENDES e col., 2011), dando-se prioridade aos
casos classificados com maior risco.
Na avaliação médica inicial será feita uma Anamnese Clínica, obtendo-se dados
para dar início ao tratamento, compondo a etapa inicial do Projeto Terapêutico Singular
(PTS) do paciente. Caso comorbidades clínicas sejam identificadas, que demandem
atenção clínica prioritária, a pessoa em cuidado será encaminhada para a UPA,
acompanhada por representante do serviço que encaminhou o caso, para que se
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providencie a atenção emergencial necessária ou a hospitalização geral na Santa Casa
local, podendo retornar à CSBM posteriormente, com nova solicitação de senha,
transcorridas 24 h da inicial. O atendimento ambulatorial destes casos cujas internações
não se efetivaram caracterizam as situações excepcionais referidas no item 7.2.
Grávidas poderão ser excepcionalmente hospitalizadas na UNIDADE ÊXODOS,
dando-se preferência a serem cuidadas em leitos psiquiátricos em hospital geral.
Os pacientes serão considerados autointernates, assinando eles mesmos o Termo
de Responsabilidade pela internação, visto tratarem-se de pessoas que concordaram em
ingressar na Linha de Cuidado. Durante a internação psiquiátrica, se demandarem
cuidados na UPA, PSMI ou Santa Casa local, não estarão acompanhados por funcionário
da CSBM, cabendo à equipe do serviço clínico receptor o cuidado e acompanhamento do
paciente durante sua permanência para tratamento clínico. O encaminhamento para
estes serviços, bem como o retorno do paciente à CSBM, implicará transporte por
ambulância da FMS.
Internações Involuntárias, com as devidas comunicações ao Ministério Público em
até 72 h., poderão ser excepcionalmente realizadas nas situações onde se detectem
risco iminente para a vida da pessoa em cuidado, ou para outrem, nada diferindo da
conduta ética adotada nas internações psiquiátricas do SUS, de conveniados ou
particulares.
Durante a internação, será desenhado o PTS do caso pela equipe assistente
multidisciplinar, dando continência as peculiaridades e necessidades de cada pessoa em
cuidado. O paciente será assistido por equipe interdisciplinar, incluindo médico psiquiatra,
médico clínico, enfermeiro, assistente social (AS), terapeuta ocupacional (TO), psicólogo,
educador físico e nutricionista. Cada profissional, dentro de sua especificidade, trabalhará
interdisciplinarmente nas seguintes abordagens terapêuticas:
Atendimentos individuais diários, por pelo menos um membro da equipe:
o Atendimento médico psiquiátrico pelo menos duas vezes por semana;
o Atendimento médico clínico quando necessário;
o Atendimento de intercorrências clínicas pelo médico de plantão,
presente 24h/dia, acompanhado ou não de outros membros da equipe;
o Atendimento psicológico, TO, AS, avaliação nutricional, enfermagem,
para as demandas básicas emergenciais.
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Atendimentos grupais:
o Psicologia, TO, AS, educador físico, enfermagem;
o Atendimentos à família;
o Médico psiquiatra, psicologia, TO, AS, enfermagem: abordagem
individual e coletiva, bem como em formas não agendadas, durante a
visita que ocorrerá diariamente em horários pré-estabelecidos.
Atividades terapêuticas, com participação de toda a equipe, em especial
TO, monitores de TO e educador físico, com atividades diárias dentre as
seguintes:
o Convivência - Atividades de lazer e convivência com TV, projeção de
filmes e dança;
o Roda de história - Espaço de convivência na região interna das Oficinas;
o Artes Plásticas - Atividades de pintura, de cerâmica e de mosaico;
o Pintura em Madeira e Tapeçaria - Pintura de artefatos de madeira e
tapeçaria;
o Pintura em Tecido;
o Saúde e Beleza - Atividades de maquiagem, manicure, pedicuro e de
cuidados do cabelo, corte e barba;
o Corpo - Atividades lúdicas corporais, de dança, relaxamento e ginástica;
o Jogos - Atividade lúdica com jogos de dama, dominó, xadrez, cartas,
bingo;
o Horticultura - Atividades de cultivo de verduras;
o Culinária - Preparo de petiscos e lanches para o chá da tarde;
o Sala de Informática – Manejo básico no ambiente Windows.
Em linhas gerais, são tarefas da internação integral psiquiátrica:
Higienizar: cuidar de cabelos, pele e unhas e orientar o autocuidado;
Realizar Teste Rápido para detecção precoce de Hepatites B e C, Sífilis e
AIDS;
Recuperar a condição eutrófica nutricional: desidratação, desnutrição,
desnutrição proteica, anemias, deficiências vitamínicas e de minerais;
orientar alimentação e higiene alimentar;
Tratar as patologias mais emergentes psiquiátricas ou não: síndrome de
abstinência de drogas, crises psicóticas, pediculose, escabiose, parasitoses
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intestinais, gastrite, crises hipertensivas, demandando a UPA sempre que
necessário;
o Cáries dentárias, gengivites, extrações de dentes não recuperáveis,
endodontia: em parceria com o CEO, que acolherá o caso logo no início
da internação;
o Doenças sexualmente transmissíveis: sífilis e outras, em parceria com o
SEPA, que acolherá o caso logo no início da internação e fornecerá os
medicamentos necessários;
Iniciar o acompanhamento pré-natal de gestantes, em parceria com o
Ambulatório de Gestação de Alto Risco, que acolherá o caso logo no início
da internação;
Iniciar o tratamento das doenças crônicas, psiquiátricas ou não:
esquizofrenias, transtornos do humor, transtornos ansiosos, dependência de
álcool e outras drogas, hipertensão arterial, cardiopatias, dislipidemias,
diabetes mellitus, obesidade;
o Doenças sexualmente transmissíveis: hepatites B e C, AIDS e outras,
em parceria com o SEPA, que acolherá o caso logo no início da
internação e fornecerá os medicamentos necessários;
o Tuberculose, hanseníase e úlceras varicosas, em parceria com os
ambulatórios específicos, que acolherão o caso logo no início da
internação e fornecerão os medicamentos necessários;
Dar continuidade as condutas para obtenção de documentos e benefícios,
já iniciadas pelo SEAS e pela SMAS;
Identificar as potencialidades e recursos para direcionamento ocupacional,
articulando o ingresso no Programa Nova Vida, que oferece capacitação
profissional e oportunidade de inserção ou reinserção no mercado de
trabalho para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em parceria
com a SMAS;
Empreender esforços para localização da família, propiciando a refeitura ou
o estreitamento de vínculos familiares.
O tratamento medicamentoso utilizará a mesma lista de princípios ativos vigente
para os internados na CSBM pelo SUS. Os fármacos utilizados para tratamento das
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doenças sexualmente transmissíveis, incluindo AIDS, e para tuberculose, hanseníase e
ulcerações de pele serão fornecidos pela FMS.
As internações se estenderão pelo tempo que se fizerem necessárias para
cumprimento das tarefas referidas acima, personalizadas no PTS do caso, com previsão
de duração entre 30 e 45 dias. A alta médica será qualificada, com boletim de alta
endereçado aos serviços que darão continuidade ao acompanhamento na Etapa Pós-
hospitalar da Linha de Cuidado.
8.2.1 Estatísticas da Etapa Hospitalar
Consolidados anuais sob responsabilidade da Direção Clínica/Técnica da
CSBM:
Número de casos por faixa etária e sexo;
Número de casos de Dependentes de Alcool;
Número de casos de Dependentes de Outras Substâncias Psicoativas;
Número de casos de Esquizofrênicos;
Número de casos de Transtornos Afetivos;
Número de casos de Outros Quadros Psicóticos;
Número de casos de Outros Transtornos Mentais;
Número de casos de Tuberculose;
Número de casos de AIDS;
Número de casos de Hepatites B e C;
Número de casos de Sífilis;
Número de casos de Outras Doenças Sexualmente Transmissíveis;
Número de casos de Hipertensos;
Número de casos de Diabéticos;
Número de casos para os quais foram localizados familiares.
8.3 Etapa Pós-hospitalar
Caracteriza-se pela continuidade das intervenções terapêuticas e de suporte social
iniciadas na Etapa Hospitalar, envolvendo Serviços da FMS, para as primeiras, e da
SMAS, para as segundas.
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À SMAS caberá:
Garantir o rápido ingresso do caso no Programa Nova Vida, para
capacitação profissional e incorporação ao mercado de trabalho;
Garantir o rápido ingresso dos idosos nos programas de amparo social ao
envelhecimento;
Dar continuidade aos processos de obtenção de documentos e benefícios
previdenciários;
Dar continuidade à busca da família, viabilizando o retorno à cidade de
origem para os casos com sucesso de refeitura de vínculo familiar;
Viabilizar abrigo, ainda que transitório, para os casos em acompanhamento
que aderirem às intervenções sociais e terapêuticas;
Monitorar a adesão aos acompanhamentos ambulatoriais sob
responsabilidade da FMS, viabilizando a ida das pessoas em cuidado aos
atendimentos agendados.
À FMS caberá:
Garantir o rápido ingresso dos casos hospitalizados, logo no início da
internação, aos serviços ambulatoriais que ser fizerem necessários na Linha
de Cuidado (SEPA, ambulatório de Tb, Hanseníase, Dermatologia, etc.)
Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos de
dependentes de substâncias psicoativas no CAPS AD, com pronto
acolhimento após alta hospitalar;
Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos com
transtornos psicóticos no CAPS III, com pronto acolhimento após alta
hospitalar;
Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos de
doenças sexualmente transmissíveis no SEPA, com pronto acolhimento
após alta hospitalar;
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Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos de
Tuberculose, Hanseníase e doenças dermatológicas nos serviços
ambulatoriais específicos, com pronto acolhimento após alta hospitalar;
Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos agravos
pertencente à Atenção Básica, como Hipertensão e Diabetes Mellitus, nas
UBS e USF, com pronto acolhimento após alta hospitalar;
Dar continuidade ao pré-natal das gestantes, no Ambulatório de Gestação
de Alto Risco, com pronto acolhimento após alta hospitalar;
8.3.1 Estatísticas da Etapa Pós-hospitalar
Referentes aos Serviços da SMAS:
Consolidados anuais sob responsabilidade da SMAS:
Número de casos para os quais foram obtidos documentos;
Número de casos para os quais foram obtidos benefícios;
Número de casos reintegrados ao mercado de trabalho;
Número de casos que retornaram para o convívio familiar;
Número de casos que deixaram de viver em situação de rua.
Referentes aos Serviços da FMS:
Consolidados anuais sob responsabilidade do CAPS AD:
Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento
ambulatorial, discriminando:
o Número de casos de Dependentes de Alcool;
o Número de casos de Dependentes de Outras Substâncias Psicoativas;
Consolidados anuais sob responsabilidade do CAPS III:
Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento
ambulatorial, discriminando:
o Número de casos de Esquizofrênicos;
o Número de casos de Transtornos Afetivos;
o Número de casos de Outros Quadros Psicóticos;
o Número de casos de Outros Transtornos Mentais;
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Consolidados anuais sob responsabilidade do SEPA:
Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento
ambulatorial, discriminando:
o Número de casos de AIDS;
o Número de casos de Hepatites B e C;
o Número de casos de Sífilis;
o Número de casos de Outras Doenças Sexualmente Transmissíveis;
Consolidado anual sob responsabilidade do Ambulatório de Tb:
Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento
ambulatorial, discriminando:
o Número de casos de Tuberculose;
Consolidado anual sob responsabilidade do Ambulatório de Gestação de Alto
Risco:
Número de casos por faixa etária que deram continuidade ao pré-natal até
resolução da gravidez;
Número de nascidos vivos;
Mortalidade materna.
9 Resultados esperados e indicadores
Resultados Esperados Indicadores
Diminuição da população em situação de
rua no município de Rio Claro
(Num. de pessoas que saíram da situação
de rua / Num. de pessoas que ingressaram
na Linha de Cuidado) x 100 >= 10%
Aumento do percentual de pessoas com
documentos dentre a população em
situação de rua no município de Rio Claro
(Num. de pessoas que obtiveram
documentos durante a Linha de Cuidado/
Num. de pessoas que ingressaram na
Linha de Cuidado e que não tinham
documentos) x 100 >= 50%
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Aumento do percentual de pessoas
ocupadas/empregadas dentre a população
em situação de rua no município de Rio
Claro
(Num. de pessoas ocupadas ou
empregadas durante a Linha de Cuidado/
Num. de pessoas sem ocupação ou
emprego que ingressaram na Linha de
Cuidado) x 100 >= 10%
Para as várias patologias listadas nas
estatísticas pré e pós-hospitalares e
hospitalares:
Diminuição da morbidade da população em
situação de rua no município de Rio Claro
(Num. de pessoas tratadas ou em
tratamento da doença durante a Linha de
Cuidado/ Num. de pessoas diagnosticadas
com a doença que ingressaram na Linha
de Cuidado) x 100 >= 50%
10 Método
A materialização do presente projeto só será possível através do trabalho em
colaboração das instituições parceiras – CSBM, SMAS e FMS – e do suporte financeiro,
em especial para a Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado, provido, mediante convênio,
pela Prefeitura Municipal de Rio Claro/ FMS.
As instituições parceiras estarão articuladas continuamente através de um grupo
de e-mails, com inclusão de todos os Coordenadores de Serviços, e do grupo do Whats
App, Projeto Inserção, com inclusão de todos os profissionais atuantes na Linha de
Cuidado, bem como dos Coordenadores de Serviços e da recepção da CSBM.
Em acréscimo, participarão de reuniões trimestrais na CSBM, sob coordenação da
Direção Clínica/Técnica da CSBM. Assim, a condução dos trabalhos será dinâmica e
trimestralmente realinhada, em função das experiências vividas no processo de
colaboração.
Um consolidado estatístico anual será apresentado em relatório colaborativo das
instituições parceiras. Os resultados deverão ser publicados em periódico científico de
Saúde Pública, com autoria também em colaboração.
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A resolubilidade da Linha de Cuidado será avaliada anualmente por Comissão de
Monitoramento.
O Cronograma de Implantação e Atividades e as Responsabilidades das
instituições parceiras seguem elencadas abaixo:
10.1 Cronograma de Implantação e Atividade
10.2 Responsabilidades das Instituições Parceiras
SEAS (SMAS):
o Etapa Pré-hospitalar da Linha de Cuidado;
o Participação na Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado;
o Estatísticas Pré-hospitalares;
o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e
Publicação Científica;
o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.
FMS
o Transporte de pacientes entre os serviços de saúde e a CSBM e entre
esta e os serviços de saúde;
o Garantia do pronto acesso do paciente aos serviços de saúde;
o Custeio dos exames subsidiários necessários durante toda a Linha de
Cuidado, incluindo a Etapa Hospitalar;
o Custeio a Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado, em parceria com a
Prefeitura Municipal de Rio Claro;
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UPA (FMS)
o Participação na Etapa Pré-hospitalar da Linha de Cuidado;
o Atendimento às emergências clínicas das pessoas internadas – Etapa
Hospitalar da Linha de Cuidado.
CAPS AD, CAPS III (FMS)
o Participação na Etapa Pré-hospitalar da Linha de Cuidado;
o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo pronto
acolhimento dos casos após alta hospitalar;
o Estatísticas Pós-hospitalares;
o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e
Publicação Científica;
o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.
SEPA (FMS)
o Atendimento aos casos de doenças sexualmente transmissíveis,
garantido o ingresso dos casos logo no início da Etapa Hospitalar e o
fornecimento das medicações necessárias;
o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo a continuidade do
acompanhamento dos casos após alta hospitalar;
o Estatísticas Pós-hospitalares;
o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e
Publicação Científica;
o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.
Ambulatório de Tb, hanseníase e outros (FMS)
o Atendimento aos casos de tuberculose, hanseníase, úlceras varicosas e
outras morbidades, garantindo o ingresso dos casos logo no início da
Etapa Hospitalar e o fornecimento das medicações necessárias;
o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo a continuidade do
acompanhamento dos casos após alta hospitalar;
o Estatísticas Pós-hospitalares;
o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e
Publicação Científica;
Ambulatório de Gestação de Alto Risco (FMS)
o Atendimento às gestantes, garantindo o ingresso dos casos logo no
início da Etapa Hospitalar;
o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo a continuidade do
pré-natal após alta hospitalar;
o Estatísticas Pós-hospitalares;
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SMAS
o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado;
o Estatísticas Pós-hospitalares;
o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e
Publicação Científica;
o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.
CSBM
o Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado;
o Estatísticas hospitalares;
o Coordenação da elaboração do Consolidado Estatístico Anual e
Publicação Científica;
o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.
SMS
o Dar suporte ao trabalho do SEAS, SMAS e FMS sempre que
necessário.
Prefeitura Municipal de Rio Claro
o Custeio da Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado, em parceria com a
FMS;
o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.
11 Orçamento
Considerando que o custeio dos serviços envolvidos nas Etapas Pré-hospitalar e
Pós-hospitalar da Linha de Cuidado já está previamente definido, com receitas públicas
já estabelecidas, restringimo-nos, aqui, a apresentar o custo financeiro da diária
hospitalar para internação na UNIDADE ÊXODOS da CSBM e dos eventuais
atendimentos ambulatoriais.
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Variáveis da Diária Hospitalar
Alimentação
Higiene pessoal
Medicamentos
Materiais hospitalares
Recursos Humanos
Serviços de apoio (lavanderia, cozinha, almoxarifado e administração)
Vestimenta
Outros (DAAE, energia, etc.)
Valor da Diária Hospitalar na UNIDADE ÊXODOS da CSBM R$ 300,00 Custo anual para 20 leitos ocupados diariamente R$ 2.190.000,00
A diária de internação integral psiquiátrica na UNIDADE ÊXODOS da CSBM, no
valor de R$300,00 (trezentos reais) em 2018, será custeada pela Prefeitura Municipal de
Rio Claro e/ou FMS.
Apontamos que o valor da diária apresentada é o mesmo pago pelo SUS para o
leito psiquiátrico em hospital geral. As frequentes comorbidades clínicas das pessoas em
situação de rua, além dos transtornos psiquiátricos, com consequente complexidade da
proposta terapêutica, respondem pela equivalência das diárias.
Não estão inclusos na diária os custos com a realização de exames subsidiários.
Dos eventuais atendimentos ambulatoriais, referentes à avaliações de casos cujas
internações não se materializaram, serão cobrados R$ 100,00/atendimento. As
avaliações de casos cujas internações se efetivaram na sequência do atendimento já
estarão inclusas na diária.
12 Avaliação
Na primeira reunião trimestral das instituições parceiras será indicado um membro
de cada serviço (SEAS, CAPS III, CAPS AD, SEPA, SMAS, CSBM, SMS e Prefeitura
Municipal) para composição da Comissão de Monitoramento e Avaliação do Projeto
Inserção (CMAPI), constituida por Portaria Municipal.
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Caberá à CMAPI o acompanhamento dos consolidados trimestrais e a avaliação
da resolubilidade da Linha de Cuidado, lembrando que, segundo o Ministério da Saúde
(BRASIL, 1990, p.10), a resolubilidade é definida como: "a exigência de que, quando um
indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre
a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o
nível da sua competência."
A CMAPI se valerá dos indicadores pactuados para avaliação da resolubilidade,
examinando o Relatório Estatístico Anual do Projeto Insersão, dentre outros dados. Seu
parecer será manifesto por escrito anualmente ao Prefeito Municipal de Rio Claro,
contribuindo para a manutenção ou não do Projeto Inserção.
13 Considerações Finais
Muitas variáveis sociais contribuem para o crescimento da população em situação
de rua não só no município de Rio Claro, mas no país e no mundo. As ações que
minimizam o sofrimento e a vulnerabilidade desta população são sempre bem vindas e a
reinserção social e resgate da cidadania de alguns, ainda que poucos, será sempre fruto
de um trabalho colaborativo hercúlio e louvável. Através do Projeto Inserção muitas
destas pessoas poderão dizer:
“Eu posso existir com menos sofrimento e ter para onde ir…”
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E por estarem concordantes com a presente proposta, assinam em 13/12/2017:
Dra. Kátia Maria Monteiro Rodrigues de Carvalho
Diretora Clínica e Técnica da CSBM
Aparecido Chagas do Nascimento
Diretor Administrativo da CSBM
João Carlos Sanchez
Presidente da CSBM
Erica Cristina Belomi
Secretária Municipal da Assistência Social
Djair Cláudio Francisco
Secretário Municipal de Saúde
Presidente da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro
Marco Antonio Bellagamba
Secretário Municipal de Segurança
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