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Casa de Saúde Bezerra de Menezes CINAPSI – Centro Integrado de Atenção Psicossocial Prop. de Projeto: CSBM-003/2017 Projeto Inserção Resgatando a cidadania das pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro Uma parceria da CSBM com a Fundação Municipal de Saúde e com as Secretarias de Segurança e Assistência Social da Prefeitura Municipal de Rio Claro Rio Claro dezembro de 2017 Eu posso existir com menos sofrimento e ter para onde ir…

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Casa de Saúde Bezerra de Menezes

CINAPSI – Centro Integrado de Atenção Psicossocial

Prop. de Projeto: CSBM-003/2017

Projeto Inserção

Resgatando a cidadania das pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro

Uma parceria da CSBM com a Fundação Municipal de Saúde e com as Secretarias de Segurança e

Assistência Social da Prefeitura Municipal de Rio Claro

Rio Claro – dezembro de 2017

Eu posso existir com menos sofrimento e ter para onde ir…

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Sumáriomário

Sumário ......................................................................................................... II

1 Introdução ................................................................................................5

2 Antecedentes ............................................................................................7

3 Justificativa ..............................................................................................8

3.1 Quanto à saúde desta população .............................................................. 10

4 Clientela Alvo .......................................................................................... 11

5 Objetivos ............................................................................................... 12

5.1 Geral ............................................................................................... 12

5.2 Específicos ........................................................................................ 12

6 Instituições Parceiras ................................................................................ 13

7 A Unidade Êxodos, da CSBM ........................................................................ 13

7.1 Estrutura Física ................................................................................... 13

7.2 Natureza do Serviço Prestado .................................................................. 14

7.3 Recursos Humanos ............................................................................... 15

7.4 Horário de Funcionamento ..................................................................... 16

7.5 Da liberação de vaga ............................................................................ 16

8 Linha de Cuidado ..................................................................................... 16

8.1 Etapa Pré-hospitalar ............................................................................. 17

8.2 Etapa Hospitalar ................................................................................. 20

8.3 Etapa Pós-hospitalar ............................................................................. 24

9 Resultados esperados e indicadores............................................................... 27

10 Método .................................................................................................. 28

10.1 Cronograma de Implantação e Atividade ..................................................... 29

10.2 Responsabilidades das Instituições Parceiras ................................................ 29

11 Orçamento ............................................................................................. 31

12 Avaliação ............................................................................................... 32

13 Considerações Finais ................................................................................. 33

Referências Bibliográficas ................................................................................. 35

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III

AUTORIA

Dra. Kátia Maria Monteiro Rodrigues de Carvalho

COM COLABORAÇÃO DE

Marcia Cardoso Galvão de Oliveira

Ariane Cristina A. Zamariola

e Equipe Técnica

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IV

LISTA DE ABREVIATURAS

AIDS SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA

AS ASSISTENTE SOCIAL

CAPS AD CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁCOOL E DROGAS

CAPS III CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL III

CEO CENTRO DE ESPECIALIDADES DE ODONTOLOGIA

CMAPI COMISSÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO INSERÇÃO

CREAS CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

CREMESP CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE SÃO PAULO

CSBM CASA DE SAÚDE BEZERRA DE MENEZES

DRS X DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE X

FIPE FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS

FMS FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

PTS PROETO TERAPÊUTICO SINGULAR

SEAS SERVIÇO ESPECIALIZADO DE ABORDAGEM SOCIAL

SEPA SERVIÇO ESPECIALIZADO EM PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA

SMAS SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

SMS SECRETARIA MUNICIPAL DE SEGURANÇA

SUAS SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Tb TUBERCULOSE

TO TERAPEUTA OCUPACIONAL

UBS UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

UPA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

USF UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

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1 Introdução

Figura 1: Dor e sofrimento da condição de não ter para onde ir (Tomazela, 2016)

Este projeto tem como foco a População em Situação de Rua da cidade de Rio

Claro, SP, e busca, essencialmente, inseri-la numa linha de cuidado que contribua para o

resgate da cidadania dessas pessoas. O Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009,

que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê

Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, considera “população em situação de

rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os

vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional

regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de

moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de

acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”.

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PROJETO INSERÇÃO: RESGATANDO A CIDADANIA DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NA CIDADE DE RIO CLARO Uma parceria da CSBM com a Fundação Municipal de Saúde e com as Secretarias de Segurança e Assistência Social da Prefeitura Municipal de Rio Claro

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Trata-se de população extremamente vulnerável, tanto nos aspectos físicos, quanto

emocionais, que além de sofrer segregação e desrespeito, experimentam o desconforto da

constante exposição ao sol, chuva e frio.

O desalento do afrouxamento dos vínculos familiares e sociais e o progressivo

depauperamento físico, intensificado pela má nutrição, higiene precária e promiscuidade

sexual, resultam no aumento da incidência e prevalência de transtornos mentais,

especialmente as drogadições e esquizofrenia, doenças cardiovasculares e

infectocontagiosas, com destaque para a tuberculose, AIDS, hepatite C, sífilis e outras

doenças sexualmente transmissíveis, além das infecções de pele.

Uma população que cresce a cada dia, em especial na crise socioeconômica pela

qual passa o Brasil nos últimos três anos. Uma pesquisa publicada pelo Ipea com base em

dados de 2015 (BRASIL, 2015a, 2015b) estimou que o Brasil tinha mais de 100 mil

pessoas vivendo nas ruas no ano passado (NATALINO, 2016).

Das 101.854 pessoas em situação de rua, 40,1% estavam em grandes municípios,

com mais de 900 mil habitantes, e 77,02% viviam em municípios com mais de 100 mil

pessoas, como a cidade de Rio Claro. Já nos municípios menores, com até 10 mil

habitantes, a porcentagem decrescia para apenas 6,63%, tratando-se, portanto, de um

fenômeno da urbanidade.

Considerando a taxa de crescimento de 2,56% ao ano entre 2009 e 2015,

contabilizamos 104.461 brasileiros em situação de rua em 2017. O Censo de 2015 da

População em Situação de Rua da Cidade de São Paulo contou 15.915 pessoas, sendo

82% do sexo masculino, com idade média de 40 anos (FIPE, 2015). Igualmente, as

principais cidades do interior de São Paulo registraram aumento desta população nos

últimos anos. Em seis cidades - Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto,

Sorocaba, São José do Rio Preto e Santos - as prefeituras contabilizaram 3.000 pessoas

nas ruas, no total (TOMAZELA, 2016), mas a quantidade pode ser bem maior, visto que

Natalino (2016) apontou que somente 47,1% das pessoas são cadastradas.

Vítimas e agentes de violência urbana, as pessoas em situação de rua, por via de

regra, são estigmatizadas, produzindo medo, rechaço e reverberante discriminação, que não

acolhe com respeito as diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero,

orientação sexual e religiosa, nem as diferenças avassaladoras de poder aquisitivo.

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Desagregadas do coletivo social, vivenciam a dificuldade do acesso aos direitos civis e, cada

vez menos, praticam os deveres de um cidadão comum: um ciclo vicioso que escancara

desigualdades sociais e vai abrindo um fosso progressivamente mais profundo entre os que

têm endereço e os que não têm para onde ir.

E andam por aí, aos montes nos centros urbanos, maltrapilhos, malcheirosos, com os

olhos esbugalhados de fome e de solidão existencial, invisíveis aos que passam absortos

nos pensamentos do que precisam fazer, aonde vão, o que vão comprar, o que vão comer e

na volta para casa depois do trabalho ou do lazer: cidadãos comuns dotados de identidade

pessoal e social, de estima e de autoestima.

Existem os que têm olhos para ver e vontade política de transformação.

A presente proposta de Projeto é fruto deste olhar e desta vontade política. O

nome do Projeto, Inserção, faz menção ao desejo de que, na cidade de Rio Claro, essas

pessoas sejam reintegradas à sociedade, resgatando a cidadania e, com ela, a saúde, o

bem estar, o respeito, a autoestima e a autonomia para se manter e habitar com

dignidade.

2 Antecedentes

Sensível às questões sociais e particularmente tocado pelo

sofrimento das pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro,

o atual Prefeito João Teixeira Junior, conhecido como Juninho da

Padaria, propôs, em outubro de 2017, junto à Diretoria, parceria da

Prefeitura Municipal de Rio Claro com a Casa de Saúde Bezerra de

Menezes (CSBM) para acolher os moradores de rua em internação

integral, como parte de uma solução social para o problema local.

A instituição, de fato, era a mais indicada, visto vir de uma longa tradição de atenção

humanizada em saúde mental. Assim, a Diretoria da CSBM acolheu a ideia e, no intuito de

contribuir com a sociedade, passou a estudar o projeto.

A CSBM foi criada em 26 de junho de 1951 por um grupo espírita, sendo o

casarão da Avenida 25, entre as ruas 11 e 12 (antigo Hospital dos Lázaros), cedido sob

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PROJETO INSERÇÃO: RESGATANDO A CIDADANIA DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NA CIDADE DE RIO CLARO Uma parceria da CSBM com a Fundação Municipal de Saúde e com as Secretarias de Segurança e Assistência Social da Prefeitura Municipal de Rio Claro

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regime de comodato, pela governança local. O antigo hospital de hansenianos foi

adaptado para sua nova finalidade, direcionado à área de saúde mental e inaugurado em

24 de junho de 1.960.

A instituição objetiva oferecer atenção multiprofissional aos pacientes portadores

de transtornos mentais. Hoje, sob gestão da Maçonaria, tem 100 leitos para atenção aos

pacientes SUS de 26 municípios1 cobertos pelo DRS X – Departamento Regional de

Saúde de Piracicaba – e 14 leitos para conveniados e particulares, constituindo-se uma

entidade filantrópica.

Para dar continência à presente proposta, reformará uma área desativada,

circunscrita, criando mais 20 leitos específicos para as pessoas em situação de rua que

vivem em Rio Claro, maiores de 18 anos.

3 Justificativa

Com base no último censo populacional, o IBGE (2010) estima uma população de

202.952 habitantes em Rio Claro, SP, em 2017. Destas, 29,3% recebem renda até meio

salário mínimo, ou seja, a pobreza alcança quase um terço da população residente.

Estes dados fazem pensar no grau de pobreza das pessoas que vivem na cidade, mas

não têm domicílio e, portanto, não foram contabilizadas pelo IBGE. Esta tarefa tem sido

empreendida pelos censos do Sistema Único da Assistência Social – SUAS (BRASIL,

2013, 2014, 2015b, 2016).

As estatísticas das pessoas em situação de rua referentes a Rio Claro não

aparecem no último Censo do SUAS (BRASIL, 2016). No entanto, uma cidade próxima,

Limeira, com arranjo social semelhante, pode servir de base para se estimar esta

1 Águas de São Pedro, Analândia, Araras, Capivari, Charqueada, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto,

Engenheiro Coelho, Ipeúna, Iracemápolis, Itirapina, Leme, Limeira, Mombuca, Piracicaba, Pirassununga, Rafard, Rio Claro, Rio das

Pedras, Saltinho, Santa Cruz da Conceição, Santa Gertrudes, Santa Maria da Serra e São Pedro. Agrupados, os 26 municípios

assistidos pela CSBM totalizam uma população de 1.500.000 pessoas.

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população na cidade. Limeira contabilizou 167 casos para uma população de 276.022

habitantes, em 2016. Assim, levando-se em conta a proporcionalidade das populações, a

taxa de crescimento anual de 2,57% e o subdimensionamento do censo, visto que, em

média, somente 47,1% da população em situação de rua é cadastrada (NATALINO,

2016), poderíamos esperar 259 pessoas desabrigadas na cidade de Rio Claro, em 2017.

O Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), sob gestão do Centro de

Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) local, contabilizou, em

novembro de 2017, um total de 104 pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro,

sendo 84% homens e 16% mulheres. A distribuição de sexos é consonante aos dados

obtidos na cidade de São Paulo em 2015 (FIPE, 2015): 82% de homens, com idade

média de 40 anos (FIPE, 2015), enquanto a idade média em Rio Claro foi de 38,7 anos.

O número de casos por idade e por faixa etária aparecem nos gráficos das Fig. 2 e 3,

respectivamente.

Figura 2: Pessoas em situação de rua cadastradas em novembro de 2017, por idade - Fonte SEAS

0 1 2 3 4 5 6 7 8

19

24

29

33

37

41

45

50

56

65

Núnero de casos

Idad

e

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Figura 3: Pessoas em situação de rua cadastradas em novembro de 2017, por faixa etária - Fonte SEAS

Considerando-se o subdimensionamento, uma vez que, como vimos, somente

47,1% da população em situação de rua é cadastrada (NATALINO, 2016), poderíamos

esperar 221 pessoas em situação de rua na cidade de Rio Claro, em 2017, um número

menor que as 259 estimadas com base nos dados de Limeira do último Censo SUAS

(BRASIL, 2016).

3.1 Quanto à saúde desta população

Definida a dimensão da população desabrigada, examinemos as estatísticas

referentes à saúde, sendo que não dispomos de dados locais. Tomando-se como

referência a cidade de São Paulo, pesquisadores da USP apontam que a população

masculina em situação de rua, com mais de 50 anos, tem duas vezes mais chance de

sofrer doença coronariana que a população geral, considerando que muitos são

tabagistas, diabéticos e hipertensos mal controlados.

Dentre os desabrigados, as doenças infectocontagiosas mais comuns são a AIDS,

a tuberculose pulmonar, as infecções por vírus da hepatite B e C e as cutâneas. A

incidência de tuberculose é 60 vezes maior que no restante da população. Os

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traumatismos em decorrência de brigas, principalmente quando estão alcoolizados,

também é frequente (CREMESP, 2011).

Dentre todos os agravos, os mais prevalentes são os transtornos mentais: as

depressões, a esquizofrenia – principalmente entre mulheres – e quadros psicóticos

associados ou não ao uso de álcool e outras drogas.

Considerando a faixa etária entre 18 e 30 anos, 80% consomem álcool e/ou outras

drogas. Álcool, além de ser ingerido por 65% desta população, é utilizado principalmente

pelos mais velhos. Por outro lado, 37% usam outras drogas (metade crack),

principalmente os jovens até 30 anos (CREMESP, 2011).

Em comparação com a população geral, onde 12% necessitam de algum

atendimento em saúde mental e 3% sofrem de transtornos graves e persistentes (OMS,

2001; Lourenço, 2010), a prevalência dos transtornos mentais entre as pessoas em

situação de rua é expressivamente mais alta.

Com base nas estatísticas, o número significativo de pessoas em situação de rua

na cidade de Rio Claro, a maior prevalência dos agravos à saúde e a alta vulnerabilidade

desta população justificam a presente proposta. Igualmente, o sofrimento, que é inegável

e visível a todos que passam nas ruas de Rio Claro, também justifica esta proposta,

mesmo que nenhum dados estatístico seja apontado.

4 Clientela Alvo

Pessoas em situação de rua do município de Rio Claro, SP, com 18 anos ou mais,

de ambos os sexos, com transtornos mentais, que desejem ser inseridas na linha de

cuidado.

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5 Objetivos

5.1 Geral

Estabelecer uma linha de cuidado para a clientela alvo propiciando:

Redução de danos e minimização dos agravos à saúde;

Identificação de potencialidades profissionais;

Reintegração social.

5.2 Específicos

5.2.1 Identificar a clientela alvo dentre a população em situação de rua no município

de Rio Claro, cadastrando-a junto à SMAS;

Referentes à clientela alvo:

5.2.2 Tratar os agravos à saúde mais emergentes em nível hospitalar psiquiátrico,

dando continuidade ao tratamento em nível ambulatorial nos serviços da FMS;

5.2.3 Contribuir para a construção de novos projetos de vida, respeitando as

escolhas dos pacientes e as especificidades do atendimento;

5.2.4 Contribuir para restaurar e preservar a integridade e a autonomia;

5.2.5 Identificar potencialidades e aptidões para a reinserção no mercado de

trabalho;

5.2.6 Promover ações para a reinserção familiar e comunitária;

5.2.7 Resgatar cidadania.

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6 Instituições Parceiras

Casa de Saúde Bezerra de Menezes (CSBM)

Prefeitura Municipal de Rio Claro

o Secretaria Municipal de Segurança (SMS)

o Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS)

SEAS

Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro (FMS)

7 A Unidade Êxodos, da CSBM Migrando da situação de rua para a cidadania...

7.1 Estrutura Física

Um espaço de aproximadamente 390 m2 na CSBM, localizado na esquina da Av.

27 com a Rua 11, está sendo reformado para abrigar a UNIDADE ÊXODOS, com

previsão de conclusão das obras em fevereiro de 2018 (Fig. 4). A unidade será mista,

com três quartos masculinos (17 leitos), e um quarto feminino (3 leitos), totalizando 20

leitos, atendendo ao percentual apontado pelo SEAS de 84% de pessoas do sexo

masculino em situação de rua em Rio Claro. Além destes, um quarto de observação, com

2 leitos, localizado em frente ao Posto de Enfermagem, para monitoramento de

intercorrências clínicas e psiquiátricas que demandem maior cuidado.

A estrutura, disposta em L, se abre para uma área aberta de convivência, de

modo que todos os espaços estão visualmente conectados, com acesso às varandas. Na

varanda mais profunda, um refeitório abriga acomodação para as 20 pessoas

hospitalizadas, mantendo a continuidade com o pátio central aberto e arborizado.

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A arquitetura foi planejada para favorecer a interação das pessoas, ao mesmo

tempo que conecta espaços reservados e abertos, adequada para acolher pessoas que

passaram tanto tempo ao relento.

Figura 4: Um croqui da planta baixa da UNIDADE ÊXODOS, com 17 leitos masculinos, 3 leitos femininos e 2 leitos de

observação

O conjunto tem acesso à quadra esportiva da CSBM e à oficina de Terapia

Ocupacional (TO), possibilitando a ida dos pacientes às atividades terapêuticas.

7.2 Natureza do Serviço Prestado

Internação integral psiquiátrica.

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Sem serviço ambulatorial. Os atendimentos ambulatoriais prestados serão

eventuais, não eletivos, para os casos que receberam senha para internação, mas, na

avaliação do acolhimento, tiveram de ser encaminhados para outros serviços em função

da condição clínica de chegada, não se efetivando a internação integral psiquiátrica.

7.3 Recursos Humanos

Gestão Técnica – Diretoria Clínica/Técnica da CSBM

Gestão Administrativa – Diretoria Administrativa da CSBM

7.3.1 Equipe Técnica

Técnico de Enfermagem: dois presentes 24 h/ dia;

Um Médico Psiquiatra assistente em 10 h semanais (2 vezes/ semana);

Um Assistente Social em 8h semanais (2 vezes/ semana);

Um Psicólogo em 8h semanais (2 vezes/ semana);

Um Terapeuta Ocupacional em 8h semanais (2 vezes/ semana);

Um Monitor de TO em 20h semanais (5 vezes/ semana).

Na retaguarda – CSBM

o Médico Plantonista

o Médico Clínico

o Chefia de Enfermagem

o Terapeuta Ocupacional

o Monitor de TO

o Assistente Social

o Psicóloga

o Nutricionista

o Educador Físico

o Farmacêutica

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7.3.2 Serviços de Suporte – CSBM

Cozinha

Lavanderia

Limpeza

Manutenção

Administração

7.4 Horário de Funcionamento

Para a clientela hospitalizada: 24 h/d, todos os dias da semana.

Para clientela ainda não hospitalizada: acolhimento das 8:00 h às 17:00 h,

de segunda a sexta feira, exceto feriados, sábados e domingos.

7.5 Da liberação de vaga

A vaga deverá ser previamente reservada com liberação de senha fornecida

pela recepção da CSBM.

8 Linha de Cuidado

A Linha de Cuidado da clientela alvo está dividida em três momentos:

Pré-hospitalar – ;

Hospitalar – ;

Pós-hospitalar – .

As ações de cada etapa foram sumarizadas na Fig. 5.

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Os serviços envolvidos nas várias etapas estarão articulados num grupo de e-

mails, além das comunicações num grupo do WhatsApp e por contato telefônico.

Figura 5: Linha de Cuidado em três etapas: Pré-hospitalar – , Hospitalar – e Pós-hospitalar –

8.1 Etapa Pré-hospitalar

A entrada na Linha de Cuidado tem origem de fluxo no trabalho de quatro

serviços: Unidade de Pronto Atendimento (UPA), CAPS III, CAPS Ad (da FMS), e SEAS

(sob gestão da SMAS), sempre apoiados pela SMS quando necessário. Os três primeiros

implicam demanda do paciente ao serviço de saúde e o quarto, recrutamento da clientela

mediante abordagem social.

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Em todos os casos, apenas as pessoas em situação de rua, com 18 anos ou mais,

com transtornos mentais – incluindo as drogadições – que desejarem ingressar na Linha

de Cuidado serão nela incluídas. O SEAS será a principal origem do fluxo.

8.1.1 Da liberdade de internação

Considerando-se o Título II, Capítulo I, Art. 5º da Constituição Federal do Brasil

(BRASIL, 1988), que estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”,

pontuando, no Inciso II, que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão em virtude de lei” e, no Inciso XV, que “é livre a locomoção no território

nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,

permanecer ou dele sair com seus bens”, a abordagem social não poderia estar

relacionada com a retirada compulsória de pessoas das ruas, o que implicaria o

desrespeito ao direito de ir e vir do cidadão, bem como à sua escolha.

Assim sendo, o SEAS, implantado em Rio Claro desde 2016, trabalha respeitando

a diversidade cultural, social e biológica das pessoas em situação de rua, não violando

seus direitos de escolha e decisão.

Trata-se de uma equipe de educadores sociais que identifica famílias e indivíduos

em situação de risco pessoal e social, que utilizam os espaços públicos como forma de

moradia e/ ou sobrevivência dentro do município, com objetivo de promover a

potencialização de recursos para a superação e prevenção do agravamento dos riscos,

em função da situação de vivência de rua.

A abordagem é realizada nas ruas, praças, espaços públicos onde ocorrem

atividades laborais (como feiras e mercados), locais de intensa circulação de pessoas e

existência de comércio, terminais de ônibus, prédios abandonados, lixões, semáforos,

entre outros. Os principais pontos de concentração no município estão sinalizados no

mapa da Fig. 6.

Havendo vaga na UNIDADE ÊXODOS, da CSBM, e obtida a senha, a pessoa é

encaminhada para internação, com ficha cadastral previamente preenchida, transportada

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por condução do SEAS, ou por ambulância da FMS, caso a demanda tenha se originado

nos serviços de saúde2, iniciando-se a etapa Hospitalar da Linha de Cuidado.

Figura 6: Principais concentrações das pessoas em situação de rua no município de Rio Claro (RIO CLARO - SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, 2016)

Os pacientes não poderão procurar a CSBM sem o encaminhamento do SEAS ou

dos outros serviços de origem da Linha de Cuidado, de modo a não caracterizar a CSBM

como porta aberta.

O funcionário do SEAS ou dos CAPS, que acompanharem o encaminhamento,

deverão permanecer no hospital até que a avaliação para admissão seja concluída.

8.1.2 Estatísticas Pré-hospitalares

Sob responsabilidade do SEAS, com consolidados trimestrais e anuais:

Número de casos por faixa etária e sexo;

2 O presente Projeto não impede que casos originados nos serviços de saúde de Rio Claro sejam

hospitalizados na CSBM pelo SUS, com regulação pela CROSS. Nesta situação, os usuários não ficarão

hospitalizados na UAD, sendo acolhidos pelas outras Unidades da CSBM, não fazendo parte do Projeto

Inserção e não implicando cobrança de diárias à Prefeitura Municipal.

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Número de casos por estado civil e sexo;

Número de casos por nível de escolaridade;

Número de casos por tipos de documentos;

Número de casos por ocupação/condição previdenciária/benefício;

Número de casos por local urbano de concentração no município.

As estatísticas acima referidas implicam manutenção atualizada de cadastro

das pessoas em situação de rua em Rio Claro, com conjunto de variáveis

condizentes.

8.2 Etapa Hospitalar

A internação integral psiquiátrica se faz necessária para a suspensão do ciclo de

progressiva deterioração do estado nutricional, interrupção do consumo de substâncias

psicoativas, resgate das situações de crises de patologias psiquiátricas e clínicas,

propiciando ao menos uma melhora inicial que sustente a adesão à continuidade das

intervenções terapêuticas e sociais da Etapa Pós-hospitalar.

Sem a internação, a adesão às intervenções tanto dos serviços da FMS quanto da

SMAS têm se mostrado precária, não consolidando condições que propiciem a saída das

ruas e reinserção social dos pacientes.

A Etapa Hospitalar se inicia com o acolhimento da pessoa encaminhada, com

vaga previamente reservada através da liberação da senha pela recepção da CSBM. O

acolhimento será feito pela enfermagem, numa pré-consulta, seguida pelo médico

plantonista da CSBM, sendo que a ordem de atendimento seguirá Protocolo de Risco de

Manchester, adaptado para Psiquiatria (MENDES e col., 2011), dando-se prioridade aos

casos classificados com maior risco.

Na avaliação médica inicial será feita uma Anamnese Clínica, obtendo-se dados

para dar início ao tratamento, compondo a etapa inicial do Projeto Terapêutico Singular

(PTS) do paciente. Caso comorbidades clínicas sejam identificadas, que demandem

atenção clínica prioritária, a pessoa em cuidado será encaminhada para a UPA,

acompanhada por representante do serviço que encaminhou o caso, para que se

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providencie a atenção emergencial necessária ou a hospitalização geral na Santa Casa

local, podendo retornar à CSBM posteriormente, com nova solicitação de senha,

transcorridas 24 h da inicial. O atendimento ambulatorial destes casos cujas internações

não se efetivaram caracterizam as situações excepcionais referidas no item 7.2.

Grávidas poderão ser excepcionalmente hospitalizadas na UNIDADE ÊXODOS,

dando-se preferência a serem cuidadas em leitos psiquiátricos em hospital geral.

Os pacientes serão considerados autointernates, assinando eles mesmos o Termo

de Responsabilidade pela internação, visto tratarem-se de pessoas que concordaram em

ingressar na Linha de Cuidado. Durante a internação psiquiátrica, se demandarem

cuidados na UPA, PSMI ou Santa Casa local, não estarão acompanhados por funcionário

da CSBM, cabendo à equipe do serviço clínico receptor o cuidado e acompanhamento do

paciente durante sua permanência para tratamento clínico. O encaminhamento para

estes serviços, bem como o retorno do paciente à CSBM, implicará transporte por

ambulância da FMS.

Internações Involuntárias, com as devidas comunicações ao Ministério Público em

até 72 h., poderão ser excepcionalmente realizadas nas situações onde se detectem

risco iminente para a vida da pessoa em cuidado, ou para outrem, nada diferindo da

conduta ética adotada nas internações psiquiátricas do SUS, de conveniados ou

particulares.

Durante a internação, será desenhado o PTS do caso pela equipe assistente

multidisciplinar, dando continência as peculiaridades e necessidades de cada pessoa em

cuidado. O paciente será assistido por equipe interdisciplinar, incluindo médico psiquiatra,

médico clínico, enfermeiro, assistente social (AS), terapeuta ocupacional (TO), psicólogo,

educador físico e nutricionista. Cada profissional, dentro de sua especificidade, trabalhará

interdisciplinarmente nas seguintes abordagens terapêuticas:

Atendimentos individuais diários, por pelo menos um membro da equipe:

o Atendimento médico psiquiátrico pelo menos duas vezes por semana;

o Atendimento médico clínico quando necessário;

o Atendimento de intercorrências clínicas pelo médico de plantão,

presente 24h/dia, acompanhado ou não de outros membros da equipe;

o Atendimento psicológico, TO, AS, avaliação nutricional, enfermagem,

para as demandas básicas emergenciais.

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Atendimentos grupais:

o Psicologia, TO, AS, educador físico, enfermagem;

o Atendimentos à família;

o Médico psiquiatra, psicologia, TO, AS, enfermagem: abordagem

individual e coletiva, bem como em formas não agendadas, durante a

visita que ocorrerá diariamente em horários pré-estabelecidos.

Atividades terapêuticas, com participação de toda a equipe, em especial

TO, monitores de TO e educador físico, com atividades diárias dentre as

seguintes:

o Convivência - Atividades de lazer e convivência com TV, projeção de

filmes e dança;

o Roda de história - Espaço de convivência na região interna das Oficinas;

o Artes Plásticas - Atividades de pintura, de cerâmica e de mosaico;

o Pintura em Madeira e Tapeçaria - Pintura de artefatos de madeira e

tapeçaria;

o Pintura em Tecido;

o Saúde e Beleza - Atividades de maquiagem, manicure, pedicuro e de

cuidados do cabelo, corte e barba;

o Corpo - Atividades lúdicas corporais, de dança, relaxamento e ginástica;

o Jogos - Atividade lúdica com jogos de dama, dominó, xadrez, cartas,

bingo;

o Horticultura - Atividades de cultivo de verduras;

o Culinária - Preparo de petiscos e lanches para o chá da tarde;

o Sala de Informática – Manejo básico no ambiente Windows.

Em linhas gerais, são tarefas da internação integral psiquiátrica:

Higienizar: cuidar de cabelos, pele e unhas e orientar o autocuidado;

Realizar Teste Rápido para detecção precoce de Hepatites B e C, Sífilis e

AIDS;

Recuperar a condição eutrófica nutricional: desidratação, desnutrição,

desnutrição proteica, anemias, deficiências vitamínicas e de minerais;

orientar alimentação e higiene alimentar;

Tratar as patologias mais emergentes psiquiátricas ou não: síndrome de

abstinência de drogas, crises psicóticas, pediculose, escabiose, parasitoses

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intestinais, gastrite, crises hipertensivas, demandando a UPA sempre que

necessário;

o Cáries dentárias, gengivites, extrações de dentes não recuperáveis,

endodontia: em parceria com o CEO, que acolherá o caso logo no início

da internação;

o Doenças sexualmente transmissíveis: sífilis e outras, em parceria com o

SEPA, que acolherá o caso logo no início da internação e fornecerá os

medicamentos necessários;

Iniciar o acompanhamento pré-natal de gestantes, em parceria com o

Ambulatório de Gestação de Alto Risco, que acolherá o caso logo no início

da internação;

Iniciar o tratamento das doenças crônicas, psiquiátricas ou não:

esquizofrenias, transtornos do humor, transtornos ansiosos, dependência de

álcool e outras drogas, hipertensão arterial, cardiopatias, dislipidemias,

diabetes mellitus, obesidade;

o Doenças sexualmente transmissíveis: hepatites B e C, AIDS e outras,

em parceria com o SEPA, que acolherá o caso logo no início da

internação e fornecerá os medicamentos necessários;

o Tuberculose, hanseníase e úlceras varicosas, em parceria com os

ambulatórios específicos, que acolherão o caso logo no início da

internação e fornecerão os medicamentos necessários;

Dar continuidade as condutas para obtenção de documentos e benefícios,

já iniciadas pelo SEAS e pela SMAS;

Identificar as potencialidades e recursos para direcionamento ocupacional,

articulando o ingresso no Programa Nova Vida, que oferece capacitação

profissional e oportunidade de inserção ou reinserção no mercado de

trabalho para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em parceria

com a SMAS;

Empreender esforços para localização da família, propiciando a refeitura ou

o estreitamento de vínculos familiares.

O tratamento medicamentoso utilizará a mesma lista de princípios ativos vigente

para os internados na CSBM pelo SUS. Os fármacos utilizados para tratamento das

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doenças sexualmente transmissíveis, incluindo AIDS, e para tuberculose, hanseníase e

ulcerações de pele serão fornecidos pela FMS.

As internações se estenderão pelo tempo que se fizerem necessárias para

cumprimento das tarefas referidas acima, personalizadas no PTS do caso, com previsão

de duração entre 30 e 45 dias. A alta médica será qualificada, com boletim de alta

endereçado aos serviços que darão continuidade ao acompanhamento na Etapa Pós-

hospitalar da Linha de Cuidado.

8.2.1 Estatísticas da Etapa Hospitalar

Consolidados anuais sob responsabilidade da Direção Clínica/Técnica da

CSBM:

Número de casos por faixa etária e sexo;

Número de casos de Dependentes de Alcool;

Número de casos de Dependentes de Outras Substâncias Psicoativas;

Número de casos de Esquizofrênicos;

Número de casos de Transtornos Afetivos;

Número de casos de Outros Quadros Psicóticos;

Número de casos de Outros Transtornos Mentais;

Número de casos de Tuberculose;

Número de casos de AIDS;

Número de casos de Hepatites B e C;

Número de casos de Sífilis;

Número de casos de Outras Doenças Sexualmente Transmissíveis;

Número de casos de Hipertensos;

Número de casos de Diabéticos;

Número de casos para os quais foram localizados familiares.

8.3 Etapa Pós-hospitalar

Caracteriza-se pela continuidade das intervenções terapêuticas e de suporte social

iniciadas na Etapa Hospitalar, envolvendo Serviços da FMS, para as primeiras, e da

SMAS, para as segundas.

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À SMAS caberá:

Garantir o rápido ingresso do caso no Programa Nova Vida, para

capacitação profissional e incorporação ao mercado de trabalho;

Garantir o rápido ingresso dos idosos nos programas de amparo social ao

envelhecimento;

Dar continuidade aos processos de obtenção de documentos e benefícios

previdenciários;

Dar continuidade à busca da família, viabilizando o retorno à cidade de

origem para os casos com sucesso de refeitura de vínculo familiar;

Viabilizar abrigo, ainda que transitório, para os casos em acompanhamento

que aderirem às intervenções sociais e terapêuticas;

Monitorar a adesão aos acompanhamentos ambulatoriais sob

responsabilidade da FMS, viabilizando a ida das pessoas em cuidado aos

atendimentos agendados.

À FMS caberá:

Garantir o rápido ingresso dos casos hospitalizados, logo no início da

internação, aos serviços ambulatoriais que ser fizerem necessários na Linha

de Cuidado (SEPA, ambulatório de Tb, Hanseníase, Dermatologia, etc.)

Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos de

dependentes de substâncias psicoativas no CAPS AD, com pronto

acolhimento após alta hospitalar;

Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos com

transtornos psicóticos no CAPS III, com pronto acolhimento após alta

hospitalar;

Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos de

doenças sexualmente transmissíveis no SEPA, com pronto acolhimento

após alta hospitalar;

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Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos casos de

Tuberculose, Hanseníase e doenças dermatológicas nos serviços

ambulatoriais específicos, com pronto acolhimento após alta hospitalar;

Dar continuidade ao tratamento, em nível ambulatorial, dos agravos

pertencente à Atenção Básica, como Hipertensão e Diabetes Mellitus, nas

UBS e USF, com pronto acolhimento após alta hospitalar;

Dar continuidade ao pré-natal das gestantes, no Ambulatório de Gestação

de Alto Risco, com pronto acolhimento após alta hospitalar;

8.3.1 Estatísticas da Etapa Pós-hospitalar

Referentes aos Serviços da SMAS:

Consolidados anuais sob responsabilidade da SMAS:

Número de casos para os quais foram obtidos documentos;

Número de casos para os quais foram obtidos benefícios;

Número de casos reintegrados ao mercado de trabalho;

Número de casos que retornaram para o convívio familiar;

Número de casos que deixaram de viver em situação de rua.

Referentes aos Serviços da FMS:

Consolidados anuais sob responsabilidade do CAPS AD:

Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento

ambulatorial, discriminando:

o Número de casos de Dependentes de Alcool;

o Número de casos de Dependentes de Outras Substâncias Psicoativas;

Consolidados anuais sob responsabilidade do CAPS III:

Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento

ambulatorial, discriminando:

o Número de casos de Esquizofrênicos;

o Número de casos de Transtornos Afetivos;

o Número de casos de Outros Quadros Psicóticos;

o Número de casos de Outros Transtornos Mentais;

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Consolidados anuais sob responsabilidade do SEPA:

Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento

ambulatorial, discriminando:

o Número de casos de AIDS;

o Número de casos de Hepatites B e C;

o Número de casos de Sífilis;

o Número de casos de Outras Doenças Sexualmente Transmissíveis;

Consolidado anual sob responsabilidade do Ambulatório de Tb:

Número de casos por faixa etária e sexo que aderiram ao tratamento

ambulatorial, discriminando:

o Número de casos de Tuberculose;

Consolidado anual sob responsabilidade do Ambulatório de Gestação de Alto

Risco:

Número de casos por faixa etária que deram continuidade ao pré-natal até

resolução da gravidez;

Número de nascidos vivos;

Mortalidade materna.

9 Resultados esperados e indicadores

Resultados Esperados Indicadores

Diminuição da população em situação de

rua no município de Rio Claro

(Num. de pessoas que saíram da situação

de rua / Num. de pessoas que ingressaram

na Linha de Cuidado) x 100 >= 10%

Aumento do percentual de pessoas com

documentos dentre a população em

situação de rua no município de Rio Claro

(Num. de pessoas que obtiveram

documentos durante a Linha de Cuidado/

Num. de pessoas que ingressaram na

Linha de Cuidado e que não tinham

documentos) x 100 >= 50%

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Aumento do percentual de pessoas

ocupadas/empregadas dentre a população

em situação de rua no município de Rio

Claro

(Num. de pessoas ocupadas ou

empregadas durante a Linha de Cuidado/

Num. de pessoas sem ocupação ou

emprego que ingressaram na Linha de

Cuidado) x 100 >= 10%

Para as várias patologias listadas nas

estatísticas pré e pós-hospitalares e

hospitalares:

Diminuição da morbidade da população em

situação de rua no município de Rio Claro

(Num. de pessoas tratadas ou em

tratamento da doença durante a Linha de

Cuidado/ Num. de pessoas diagnosticadas

com a doença que ingressaram na Linha

de Cuidado) x 100 >= 50%

10 Método

A materialização do presente projeto só será possível através do trabalho em

colaboração das instituições parceiras – CSBM, SMAS e FMS – e do suporte financeiro,

em especial para a Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado, provido, mediante convênio,

pela Prefeitura Municipal de Rio Claro/ FMS.

As instituições parceiras estarão articuladas continuamente através de um grupo

de e-mails, com inclusão de todos os Coordenadores de Serviços, e do grupo do Whats

App, Projeto Inserção, com inclusão de todos os profissionais atuantes na Linha de

Cuidado, bem como dos Coordenadores de Serviços e da recepção da CSBM.

Em acréscimo, participarão de reuniões trimestrais na CSBM, sob coordenação da

Direção Clínica/Técnica da CSBM. Assim, a condução dos trabalhos será dinâmica e

trimestralmente realinhada, em função das experiências vividas no processo de

colaboração.

Um consolidado estatístico anual será apresentado em relatório colaborativo das

instituições parceiras. Os resultados deverão ser publicados em periódico científico de

Saúde Pública, com autoria também em colaboração.

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A resolubilidade da Linha de Cuidado será avaliada anualmente por Comissão de

Monitoramento.

O Cronograma de Implantação e Atividades e as Responsabilidades das

instituições parceiras seguem elencadas abaixo:

10.1 Cronograma de Implantação e Atividade

10.2 Responsabilidades das Instituições Parceiras

SEAS (SMAS):

o Etapa Pré-hospitalar da Linha de Cuidado;

o Participação na Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado;

o Estatísticas Pré-hospitalares;

o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e

Publicação Científica;

o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.

FMS

o Transporte de pacientes entre os serviços de saúde e a CSBM e entre

esta e os serviços de saúde;

o Garantia do pronto acesso do paciente aos serviços de saúde;

o Custeio dos exames subsidiários necessários durante toda a Linha de

Cuidado, incluindo a Etapa Hospitalar;

o Custeio a Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado, em parceria com a

Prefeitura Municipal de Rio Claro;

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UPA (FMS)

o Participação na Etapa Pré-hospitalar da Linha de Cuidado;

o Atendimento às emergências clínicas das pessoas internadas – Etapa

Hospitalar da Linha de Cuidado.

CAPS AD, CAPS III (FMS)

o Participação na Etapa Pré-hospitalar da Linha de Cuidado;

o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo pronto

acolhimento dos casos após alta hospitalar;

o Estatísticas Pós-hospitalares;

o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e

Publicação Científica;

o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.

SEPA (FMS)

o Atendimento aos casos de doenças sexualmente transmissíveis,

garantido o ingresso dos casos logo no início da Etapa Hospitalar e o

fornecimento das medicações necessárias;

o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo a continuidade do

acompanhamento dos casos após alta hospitalar;

o Estatísticas Pós-hospitalares;

o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e

Publicação Científica;

o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.

Ambulatório de Tb, hanseníase e outros (FMS)

o Atendimento aos casos de tuberculose, hanseníase, úlceras varicosas e

outras morbidades, garantindo o ingresso dos casos logo no início da

Etapa Hospitalar e o fornecimento das medicações necessárias;

o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo a continuidade do

acompanhamento dos casos após alta hospitalar;

o Estatísticas Pós-hospitalares;

o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e

Publicação Científica;

Ambulatório de Gestação de Alto Risco (FMS)

o Atendimento às gestantes, garantindo o ingresso dos casos logo no

início da Etapa Hospitalar;

o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado, garantindo a continuidade do

pré-natal após alta hospitalar;

o Estatísticas Pós-hospitalares;

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SMAS

o Etapa Pós-hospitalar da Linha de Cuidado;

o Estatísticas Pós-hospitalares;

o Participação na elaboração do Consolidado Estatístico Anual e

Publicação Científica;

o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.

CSBM

o Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado;

o Estatísticas hospitalares;

o Coordenação da elaboração do Consolidado Estatístico Anual e

Publicação Científica;

o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.

SMS

o Dar suporte ao trabalho do SEAS, SMAS e FMS sempre que

necessário.

Prefeitura Municipal de Rio Claro

o Custeio da Etapa Hospitalar da Linha de Cuidado, em parceria com a

FMS;

o Participação na Comissão de Monitoramento e Avaliação.

11 Orçamento

Considerando que o custeio dos serviços envolvidos nas Etapas Pré-hospitalar e

Pós-hospitalar da Linha de Cuidado já está previamente definido, com receitas públicas

já estabelecidas, restringimo-nos, aqui, a apresentar o custo financeiro da diária

hospitalar para internação na UNIDADE ÊXODOS da CSBM e dos eventuais

atendimentos ambulatoriais.

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Variáveis da Diária Hospitalar

Alimentação

Higiene pessoal

Medicamentos

Materiais hospitalares

Recursos Humanos

Serviços de apoio (lavanderia, cozinha, almoxarifado e administração)

Vestimenta

Outros (DAAE, energia, etc.)

Valor da Diária Hospitalar na UNIDADE ÊXODOS da CSBM R$ 300,00 Custo anual para 20 leitos ocupados diariamente R$ 2.190.000,00

A diária de internação integral psiquiátrica na UNIDADE ÊXODOS da CSBM, no

valor de R$300,00 (trezentos reais) em 2018, será custeada pela Prefeitura Municipal de

Rio Claro e/ou FMS.

Apontamos que o valor da diária apresentada é o mesmo pago pelo SUS para o

leito psiquiátrico em hospital geral. As frequentes comorbidades clínicas das pessoas em

situação de rua, além dos transtornos psiquiátricos, com consequente complexidade da

proposta terapêutica, respondem pela equivalência das diárias.

Não estão inclusos na diária os custos com a realização de exames subsidiários.

Dos eventuais atendimentos ambulatoriais, referentes à avaliações de casos cujas

internações não se materializaram, serão cobrados R$ 100,00/atendimento. As

avaliações de casos cujas internações se efetivaram na sequência do atendimento já

estarão inclusas na diária.

12 Avaliação

Na primeira reunião trimestral das instituições parceiras será indicado um membro

de cada serviço (SEAS, CAPS III, CAPS AD, SEPA, SMAS, CSBM, SMS e Prefeitura

Municipal) para composição da Comissão de Monitoramento e Avaliação do Projeto

Inserção (CMAPI), constituida por Portaria Municipal.

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Caberá à CMAPI o acompanhamento dos consolidados trimestrais e a avaliação

da resolubilidade da Linha de Cuidado, lembrando que, segundo o Ministério da Saúde

(BRASIL, 1990, p.10), a resolubilidade é definida como: "a exigência de que, quando um

indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre

a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o

nível da sua competência."

A CMAPI se valerá dos indicadores pactuados para avaliação da resolubilidade,

examinando o Relatório Estatístico Anual do Projeto Insersão, dentre outros dados. Seu

parecer será manifesto por escrito anualmente ao Prefeito Municipal de Rio Claro,

contribuindo para a manutenção ou não do Projeto Inserção.

13 Considerações Finais

Muitas variáveis sociais contribuem para o crescimento da população em situação

de rua não só no município de Rio Claro, mas no país e no mundo. As ações que

minimizam o sofrimento e a vulnerabilidade desta população são sempre bem vindas e a

reinserção social e resgate da cidadania de alguns, ainda que poucos, será sempre fruto

de um trabalho colaborativo hercúlio e louvável. Através do Projeto Inserção muitas

destas pessoas poderão dizer:

“Eu posso existir com menos sofrimento e ter para onde ir…”

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E por estarem concordantes com a presente proposta, assinam em 13/12/2017:

Dra. Kátia Maria Monteiro Rodrigues de Carvalho

Diretora Clínica e Técnica da CSBM

Aparecido Chagas do Nascimento

Diretor Administrativo da CSBM

João Carlos Sanchez

Presidente da CSBM

Erica Cristina Belomi

Secretária Municipal da Assistência Social

Djair Cláudio Francisco

Secretário Municipal de Saúde

Presidente da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro

Marco Antonio Bellagamba

Secretário Municipal de Segurança

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