projeto implantação florestal

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1 FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS ACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS ACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS ACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS FACULDADE DE AGRONOMIA FACULDADE DE AGRONOMIA FACULDADE DE AGRONOMIA FACULDADE DE AGRONOMIA IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE EUCALIPTO PARA ENERGIA EUCALIPTO PARA ENERGIA EUCALIPTO PARA ENERGIA EUCALIPTO PARA ENERGIA MARÇO / 2009 MARÇO / 2009 MARÇO / 2009 MARÇO / 2009 MINEIROS MINEIROS MINEIROS MINEIROS - GO GO GO GO

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Page 1: Projeto Implantação Florestal

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FFFFACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROSACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROSACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROSACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASINSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASINSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASINSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

FACULDADE DE AGRONOMIAFACULDADE DE AGRONOMIAFACULDADE DE AGRONOMIAFACULDADE DE AGRONOMIA

IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE

EUCALIPTO PARA ENERGIAEUCALIPTO PARA ENERGIAEUCALIPTO PARA ENERGIAEUCALIPTO PARA ENERGIA

MARÇO / 2009MARÇO / 2009MARÇO / 2009MARÇO / 2009

MINEIROS MINEIROS MINEIROS MINEIROS ---- GOGOGOGO

Page 2: Projeto Implantação Florestal

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FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROSFACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROSFACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROSFACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIASAGRÁRIASAGRÁRIASAGRÁRIAS

FACULDADEFACULDADEFACULDADEFACULDADE DE AGRONOMIADE AGRONOMIADE AGRONOMIADE AGRONOMIA

Laíze Aparecida Ferreira Vilela

Diego Oliveira Ribeiro

IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA FLORESTA DE

EUCALIPTO PARA ENERGIAEUCALIPTO PARA ENERGIAEUCALIPTO PARA ENERGIAEUCALIPTO PARA ENERGIA

MARÇO / 2009MARÇO / 2009MARÇO / 2009MARÇO / 2009

MINEIROS MINEIROS MINEIROS MINEIROS ---- GOGOGOGO

Page 3: Projeto Implantação Florestal

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................................ 04

2. Justificativa................................................................................................................. 06

3. Objetivo Geral........................................................................................................... 08

3.1 Objetivos Específicos............................................................................................... 08

4. Revisão de Literatura................................................................................................. 09

4.1 Implantação Florestal.............................................................................................. 09

4.2 Espaçamento........................................................................................................... 10

4.2.1 Sistema Estritamente Florestal para fins energéticos ou produção de celulose... 10

4.3 Adubação Orgânica................................................................................................. 11

4.3.1 Matéria Orgânica do Solo (MOS) ....................................................................... 13

4.3.2 Nutrientes............................................................................................................. 13

4.4 Espécie Florestal...................................................................................................... 15

4.5 Local de Implantação.............................................................................................. 16

5. Material e Métodos.................................................................................................... 17

5.1 Descrição da área de implantação........................................................................... 17

5.2 Preparo da área implantação................................................................................... 17

5.2.1 Construção de estradas e aceiros.......................................................................... 17

5.2.2 Limpeza da área e retirada da vegetação nativa.................................................... 18

5.2.3 Combate à formiga............................................................................................... 18

5.3 Plantio...................................................................................................................... 18

5.3.1 Escolha do espaçamento...................................................................................... 18

5.3.2 Fertilização............................................................................................................ 19

5.3.3 Sulcamento........................................................................................................... 20

5.3.4 Controle de Cupins.............................................................................................. 20

5.3.5 Plantio propriamente dito.................................................................................... 21

5.4 Tratos culturais........................................................................................................ 21

6. Orçamento................................................................................................................. 22

7. Resultados esperados................................................................................................. 23

8. Referências bibliográficas.......................................................................................... 24

Page 4: Projeto Implantação Florestal

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1. 1. 1. 1. INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

O setor florestal brasileiro contribui com uma parcela importante para a economia

nacional, pois gera produtos para consumo interno ou para exportação, impostos e empregos

para a população e ainda, muitas vezes, atua na conservação e na preservação dos recursos

naturais. Os produtos de base florestal representam 2,6% do produto interno bruto (PIB)

brasileiro.

O território Brasileiro conta com cerca de 530 milhões de hectares de Florestas Nativas,

43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federal e 4,8 milhões de hectares de

Florestas Plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra.

Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a exploração das Florestas

Plantadas gera mais de 2 milhões de empregos, contribui com mais de US $ 20 bilhões para o

PIB, exporta mais de US$ 4 bilhões (8% do agronegócio) e contribui com 3 bilhões de dólares

em impostos, ao ano, arrecadados de 60.000 empresas (SILVA et al., 2009).

Os sete maiores estados em área com Eucalipto e Pinus de acordo com a ordem de

tamanho de suas florestas são os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,

Bahia, Rio Grande do Sul e Espírito Santo respectivamente.

Essas florestas plantadas visam a garantia do suprimento de matéria-prima para as

indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha, serrados, compensados e

lâminas e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e etc).

Apesar da participação das plantações florestais estar aumentando em todos os

segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas de

crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao

ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui

essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil ha / ano para

madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia (SILVA et

al., 2009).

Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por ser uma espécie de

uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os segmentos acima descritos,

principalmente para papel e celulose e energia onde historicamente deu contribuição especial.

Apresentando origem Australiana, o Eucalipto é uma das espécies que mais atende as

necessidades de reposição de matéria-prima para o processo industrial, seja ele para a

fabricação de celulose, para a produção energética, abastecimento de madeira, produção de

Page 5: Projeto Implantação Florestal

5

móveis, acabamentos refinados da construção civil, pisos, postes e mastros para barcos. De

acordo com a Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), no Brasil são aproximadamente três

milhões de hectares de floresta de eucalipto que contribuem para a preservação da mata nativa,

ocupando áreas antes devastadas pelo desmatamento, pela monocultura e a pecuária, além da

comercialização ilegal de madeiras.

O maior atrativo para a implantação da Floresta de Eucalipto é que essa planta exótica

se desenvolve em qualquer tipo de terreno, principalmente em ambientes secos e solos pouco

férteis. Em todo o mundo existem cerca de 700 diferentes espécies de Eucalipto sendo que o

Viveiro Camará produz mudas de apenas três espécies: o Eucalyptus grandis, e o Eucalyptus

urophylla destinados ao mercado de celulose; e o Eucalyptus citriodora para pequenos

produtores rurais e para a produção de madeira (VITAL, 2007).

Nos últimos anos com a chegada de empresas como a Perdigão e frigoríficos avícolas no

Estado de Goiás e mais especificamente na região do Sudoeste Goiano houve também a

preocupação com os dejetos que seriam gerados pela produção das aves. A cama de Frango ou

de Peru pode ser reutilizada como adubo orgânico na adubação de lavouras, pastagens e

também florestas. Como o custo para adubação com a cama é menor do que com adubos

químicos, a mesma pode ser utilizada para o plantio de Eucalipto, além de acarretar benefícios

ao solo, à médio e longo prazo.

Page 6: Projeto Implantação Florestal

6

2. 2. 2. 2. JUSTIFICATIVAJUSTIFICATIVAJUSTIFICATIVAJUSTIFICATIVA

Promover a recuperação da referida área citada, tendo em vista, que a mesma apresenta

deficiência de todos os nutrientes de acordo com a caracterização química e física, informada

pela análise de solo.

A área utilizada para a implantação da floresta de Eucalipto é uma gleba anteriormente

usada sob pastagem, que ao longo dos anos tem mostrado sintomas de degradação. Como o

eucalipto se desenvolve bem em áreas pouco férteis, e locais arenosos, o mesmo pode-se

mostrar um ótimo potencial para a recuperação desta área em termos ambientais promovendo

a adição de matéria orgânica, e deixando de ser um local subutilizado economicamente ao

produtor rural. Além de minimizar os custos de produção, visto que, a adubação orgânica

reduz drasticamente os custos da adubação, quando comparado com o adubo químico.

Espera-se ainda alcançar alta produção de madeira com a finalidade de uso para energia

(carvão e lenha).

Page 7: Projeto Implantação Florestal

7

3. 3. 3. 3. OBJETIVO GERALOBJETIVO GERALOBJETIVO GERALOBJETIVO GERAL

Implantar uma floresta de Eucalipto para recuperação de uma área de pastagem

degradada e produção de madeira para energia.

3.1 3.1 3.1 3.1 OBJETIVOS ESPECÌFICOSOBJETIVOS ESPECÌFICOSOBJETIVOS ESPECÌFICOSOBJETIVOS ESPECÌFICOS

Avaliar o efeito compensatório com o cultivo de uma floresta de Eucalyptos urophila.

Avaliar a máxima produção possível da cultura em um solo arenoso.

Avaliar o efeito da floresta sob as condições físicas e químicas no solo após a extração

da madeira.

Avaliar o comportamento da adição de matéria orgânica ao solo deixada pela cultura,

após o cultivo do Eucalipto através do uso de cama-de-aviário.

Promover menor custo para o cultivo da floresta, com o uso da adubação orgânica.

Page 8: Projeto Implantação Florestal

8

4. 4. 4. 4. REVISÃO DE LITERATURAREVISÃO DE LITERATURAREVISÃO DE LITERATURAREVISÃO DE LITERATURA

4.1 4.1 4.1 4.1 IMPLANTAÇÃO FLORESTALIMPLANTAÇÃO FLORESTALIMPLANTAÇÃO FLORESTALIMPLANTAÇÃO FLORESTAL

A implantação florestal são as operações que vão desde o preparo do solo, plantio e

tratos culturais, até o estabelecimento da floresta, que normalmente acontece entre o terceiro e

quarto ano.

As operações de preparo do solo envolvem: construção de estradas e aceiros,

desmatamento, retirada da lenha, catação, combate à formiga, controle de ervas daninhas,

revolvimento do solo, sulcamento e/ou coveamento, drenagem e/ou camalhões (em terrenos

úmidos).

Muitas empresas e produtores utilizam a técnica de cultivo mínimo. A queima dos

restos culturais nos últimos anos está abolida, devido a emissão de CO2 para a atmosfera, que é

um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O material permanece na área para enriquecer e

promover a conservação do solo. O controle de ervas daninhas normalmente é realizado

através do uso de herbicidas (OMAR, 2009).

A segunda etapa compreende as operações de plantio. Nesta fase é importante que se

tenham definidos o espaçamento se a fertilização é mineral, ou orgânica (OMAR,2009).

O espaçamento é definido em função do uso final da madeira e de critérios de ordem

econômica e ambiental. A área disponível por árvore vai determinar a sua taxa de crescimento,

a rotação, qualidade da madeira, os tratos silviculturais, o planejamento da exploração e da

colheita florestal. Os espaçamentos mais utilizados variam de 4,5 a 12 m2 por planta. A

fertilização mineral depende das características químicas e físicas do solo. No entanto,

geralmente recomenda-se de 120 a 150 g de NPK por planta.

As outras operações da fase de plantio compreendem: sulcamento e/ou coveamento,

plantio das mudas, irrigação na cova (1 a 3 litros), replantio (somente quando a sobrevivência

no campo for menor do que 90%).

Os tratos silviculturais têm a finalidade de eliminar a competição entre indivíduos, e

entre árvores e espécies daninhas invasoras, até que a floresta esteja apta a dominar essa

competição.

Page 9: Projeto Implantação Florestal

9

4.2 4.2 4.2 4.2 ESPAÇAMENTOESPAÇAMENTOESPAÇAMENTOESPAÇAMENTO

4.2.1 4.2.1 4.2.1 4.2.1 SISTEMSISTEMSISTEMSISTEMA ESTRITAMENTE FLORESTAL PARA FINS ENERA ESTRITAMENTE FLORESTAL PARA FINS ENERA ESTRITAMENTE FLORESTAL PARA FINS ENERA ESTRITAMENTE FLORESTAL PARA FINS ENERGÉTICOS OU GÉTICOS OU GÉTICOS OU GÉTICOS OU

PRODUÇÃO DE CELULOSEPRODUÇÃO DE CELULOSEPRODUÇÃO DE CELULOSEPRODUÇÃO DE CELULOSE

Normalmente é o método mais tradicional, utilizado quando a produção se resume ao

abate de árvores com sete anos de idade. O plantio é realizado todo de uma só vez e o primeiro

corte se dá no sétimo ano. Outros dois cortes ainda podem ser feitos com a condução da

rebrota, um no décimo quarto ano e outro no vigésimo primeiro ano, quando só aí a área

recebe um novo plantio. O espaçamento mais utilizado é o 3x2m, entretanto podem ser usados

outros espaçamentos como 3 x 1,5m e também 3 x 3m. Com material genético de qualidade e

todos os tratos culturais necessários sendo efetuados, as produtividades podem chegar aos

300m3/ha no primeiro corte, 270m3/ha no segundo corte e 250m3/ha no terceiro corte

(OMAR, 2009).

4.2.2 4.2.2 4.2.2 4.2.2 SISTEMA ESTRITAMENTE FLORESTAL COM DESBASTESSISTEMA ESTRITAMENTE FLORESTAL COM DESBASTESSISTEMA ESTRITAMENTE FLORESTAL COM DESBASTESSISTEMA ESTRITAMENTE FLORESTAL COM DESBASTES

Segundo Vital (2009) este método de plantio é utilizado quando se pretende adiantar o

retorno de parte do capital investido, já que no sistema anterior o retorno se dá somente aos

sete anos após o investimento inicial.

As plantas inicialmente são mais adensadas e antes que cheguem ao desenvolvimento

econômico máximo, são realizados alguns desbastes. Este sistema pode ser trabalhado de duas

formas (SILVA et al., 2009):

à Fins EnergéticFins EnergéticFins EnergéticFins Energéticos: os: os: os: Faz-se o planejamento de colher um bosque estritamente florestal

aos sete, quatorze e vinte e um anos, mas o plantio é realizado mais adensado que o normal,

para que o abate de plantas muito próximas forneça madeira para a construção civil ou para

fins energéticos. Normalmente estes desbastes se iniciam no terceiro ano de cultivo, onde se

intercalam as plantas abatidas com as plantas remanescentes. Desta forma, a área vai limpa até

que atinja o espaçamento desejado.

à Mais de uma finalidade: Mais de uma finalidade: Mais de uma finalidade: Mais de uma finalidade: Neste método, a finalidade da produção varia de acordo

com o ano de cultivo. Isto é, um plantio inicialmente adensado começa a ser desbastado no

terceiro ano para construção civil e energia, mantendo-se esta finalidade no quarto ano. Do

quinto ano em diante, além das finalidades já conhecidas, adiciona-se a de produção de postes.

Page 10: Projeto Implantação Florestal

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Não necessariamente o desbaste precisa ser anual. O bosque então vai sendo raleado, de modo

que no décimo segundo ano encerram-se os desbastes, sobrando poucas plantas por hectare.

Essas árvores remanescentes podem ser colhidas entre o 14º e 15º ano e são utilizadas para

serraria. Nesse método, o ciclo da cultura é de apenas 15 anos.

Leles (2001) estudando diferentes tipos de espaçamentos em 2 espécies de Eucaliptos,

nos quais constavam os seguintes espaçamentos: 9 x 9m, 6 x 4m, 3 x 6m, 3 x 5m, 3 x 4m, 3 x

3m, 3 x 2m, 3 x 1,5m e 3 x 1m, pode concluir que os espaçamentos de 3 x 3m a 9 x 9m, as

plantas não apresentavam diferença estatística significativa na sua altura. Com espaçamentos

mais adensados (3 x 1,5m e 3 x 1m) as plantas reduziram a sua altura. Porém à medida que se

aumentou o espaçamento entre plantas, aumentou-se também a produção de madeira e parte

aérea, por planta. No entanto a maior produção de madeira por hectare, foi obtido com o

espaçamento 3 x 2m, tendo sido observado contínuo decréscimo de produção/ha, com o

aumento do espaçamento entre plantas.

4.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA4.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA4.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA4.3 ADUBAÇÃO ORGÂNICA

A adubação orgânica compreende o uso de resíduos orgânicos de origem animal, vegetal,

agroindustrial e outros, com a finalidade manter melhorar e até mesmo aumentar a fertilidade

do solo e a produtividade das culturas (COELHO & VERGELENCIA, 1973).

Os adubos orgânicos (estercos, compostos, etc) são considerados os fertilizantes mais

completos e equilibrados. A matéria orgânica supre as plantas com elementos nutritivos, reduz

as perdas de nutrientes por lavagem dos fertilizantes químicos de elevada solubilidade, favorece

o desenvolvimento de microorganismos do solo e propicia melhor agregação das partículas do

mesmo melhorando, assim, seu arejamento (KONZEN, 2003).

Entretanto, para suprir as necessidades de nutrientes das plantas, são necessárias

quantidades elevadas de adubos orgânicos, o que em muitas vezes pode inviabilizar seu uso

exclusivo.

A composição dos estercos de animais é variável, sendo influenciado por vários fatores.

Dentre esses fatores, o que mais pode sofrer interferência do criador são a qualidade e

quantidade de alimentos. Quanto mais rica for à alimentação do animal, mais rico serão as

dejeções. Por esse motivo a cama de frango é tão rica em nutrientes. Pois a alimentação de aves

é à base de concentrados muito ricos e em muita quantidade, sendo assimilado uma baixa taxa

de nutrientes, e assim, o restante é eliminado nas camas (KONZEN, 2003)

Page 11: Projeto Implantação Florestal

11

O esterco é formado por excrementos sólidos e líquidos dos animais, misturados com

materiais usados para cama, como palhas e capins. Sua composição é muito variável.

Segundo Myiazaka (1984), os estercos são bons fornecedores de nutrientes para as

plantas, tendo todo o potássio e fósforo praticamente disponíveis ou tão disponíveis quanto

outras fontes de adubo mineral. O teor e a disponibilidade de nitrogênio estão na dependência

da facilidade de degradação dos compostos orgânicos.

Embora os adubos orgânicos sejam relativamente pobres em nutrientes, apresentando

pequena proporção do total, estes se constituem um dos fertilizantes mais completos em

nutrientes, pois os mesmos são compostos de muitos outros nutrientes não presentes nos

fertilizantes químicos. A principal característica dos adubos orgânicos são que os mesmos

apresentam teores elevados de Matéria orgânica. Contribuindo dessa forma para a melhoria do

solo física e quimicamente. A cama de peru é o material utilizado para forrar o piso de uma

instalação

avícola e que recebe excrementos, restos de ração e penas durante o crescimento das aves,

podendo apresentar concentrações variáveis desses resíduos, conforme o número de lotes de

frangos que passam pelo galpão de criação, sem que seja realizada a troca da cama. Os

materiais mais utilizados são sabugos de milho triturado, maravalha e casca de arroz

(MENEZES et al., 2003).

O aproveitamento das rações efetivamente convertidas em crescimento e aumento de

peso atinge a uma média de 40 a 60%, sendo o restante eliminado pelas dejeções. As rações das

aves são concentradas e, em função do baixo aproveitamento, mantêm alta concentração de

elementos nas dejeções.

Segundo Alves, (2007), a cama de peru um composto orgânico libera gradativamente

macro e micronutrientes para a solução do solo. Tal liberação se dá à medida que o material

orgânico vai sendo mineralizando, e a quantidade liberada depende do grau de mineralização

do composto, da matéria-prima que deu origem ao mesmo e da quantidade aplicada de

composto.

Segundo Menezes et al. (2003), a utilização da cama de aves como insumo agrícola é

recente. Sabe-se que os dejetos das aves, é uma excelente fonte de nutrientes, especialmente N,

e quando manejados adequadamente, podem suprir, parcial ou totalmente, os fertilizantes

químicos.

Tecnicamente, a maneira adequada de se utilizar cama de peru como insumo agrícola é

conhecer a composição química antes da aplicação. Com isso, muitas vezes, se torna difícil a

execução, pode-se lançar mão de tabelas contendo os teores médios de nutrientes da amostra

Page 12: Projeto Implantação Florestal

12

representativa do material disponível. A composição varia de acordo com o tipo de resíduo

utilizado como cama, com o número de lotes que foram passados sobre o material, bem como

com o tipo da criação, como por exemplo, frangos de corte ou galinhas de postura e com as

condições de armazenamento após a sua retirada dos galpões de criação. Desta forma, o

aproveitamento da cama de peru como fertilizante não deve ser generalizados, requerendo a

adoção de análises químicas da cama de peru disponível para determinação de sua composição

e possibilidade de um melhor aproveitamento dos nutrientes nela contidos (MENEZES et al.,

2003).

4.4.4.4.3.13.13.13.1 MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (MOS)MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (MOS)MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (MOS)MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (MOS)

A matéria orgânica do solo (MOS) inclui todos os derivados de compostos vegetais e

animais que foram incorporados ao solo ou dispostos sobre sua superfície em diferentes

estágios de decomposição e os organismos vivos presentes no solo (LOPES, 1989).

A matéria orgânica do solo possui diversas funções, onde a importância de cada uma

varia com o tipo de solo, clima e uso da terra.

As práticas agrícolas que contribuem para um equilíbrio positivo da matéria orgânica

são essenciais para uma boa fertilidade do solo. O equilíbrio da matéria orgânica de um solo

deve ser neutro ou positivo, ou seja, a quantidade de matéria orgânica adicionada no solo deve

ser igual ou maior que a quantidade decomposta (KONZEN, 2003).

No entanto, esse equilíbrio positivo é bastante complexo e raro de obter. Mesmo em

condições favoráveis e um bom manejo de culturas, esse processo pode levar anos.

Em solos tropicais a matéria orgânica apresenta uma estreita relação com as demais

propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Portanto, o manejo sustentável da matéria

orgânica do solo é fundamental à manutenção da capacidade produtiva do solo em longo

prazo. O efeito do manejo sobre os estoques de matéria orgânica é dependente do tipo de solo.

Apesar da matéria orgânica do solo ser um excelente indicador de qualidade, a simples

medição dos estoques de carbono total ou de suas frações e a comparação com as condições do

solo no seu estado original, não nos dão valores capazes de serem extrapolados para situações

de manejo diferentes das avaliadas, em diferentes locais, climas e solos.

Os teores de MOS podem ser drasticamente modificados pela intervenção humana. De

acordo com Salter & Green citados por Kliemman (dados não publicados), as perdas de N são

mínimas quando há rotação de culturas contendo leguminosas.

Page 13: Projeto Implantação Florestal

13

A MOS pode, também, combinar-se com minerais de argila, cimentando as

partículas do solo para a formação de agregados. Como conseqüência, tem-se solos com

estrutura mais estabilizada e aumento na estabilidade dos agregados (MYIAZAKA, 1984).

Os agregados do solo não influenciam diretamente no crescimento de plantas, mas

alteram o ambiente física e quimicamente pelos seus efeitos na porosidade, aeração, retenção

de água, etc. Solos pobremente agregados possuem poros pequenos que dificultam a passagem

de ar e água e, mais gravemente, se tratando de solos ricos em óxidos de Fe e Al tem-se um

sério problema com alta adsorção de P, visto que este pode ser mais facilmente retido no solo

compactado tornando-se não-lábil para a planta.

Mesmo ocorrendo em pequenas quantidades, a MOS é imprescindível para CTC,

principalmente para os solos tropicais. Esses solos são constituídos de argilas silicatadas do

grupo 1:1 (caulinitas) e óxidos de Fe e Al, com baixa superfície de contato e,

conseqüentemente, baixa CTC. Como já não possuem argilas do grupo 2:1 (alta CTC), devido

ao estágio avançado de intemperismo, a melhor maneira de aumentar a CTC desses solos é

através da MOS, pois esta consegue gerar cargas negativas a valores mais baixos de pH. Em

alguns casos a MOS é responsável por 20 a 70% da CTC dos solos (MACHADO, 2001).

Ainda em solos tropicais, a MOS pode auxiliar na disponibilidade de alguns nutrientes

para as plantas, pois a MO húmica pode competir por sítios de adsorção de ânions em solos

ácidos, ou seja, aumenta a disponibilidade de PO3-4 para as plantas.

A mineralização da MOS contribui enormemente para as plantas, pois fornece a elas

uma grande variedade de nutrientes tais como N, P, S, etc.

A adição freqüente de resíduos orgânicos de fácil decomposição leva a síntese de

compostos orgânicos complexos como polissacarídeos. Esses complexos orgânicos ligam-se as

partículas do solo dando estabilidade aos agregados e, assim, facilitando a aeração e

permeabilidade desses solos (MACHADO, 2001).

4.3.2 4.3.2 4.3.2 4.3.2 NUTRIENTESNUTRIENTESNUTRIENTESNUTRIENTES

Entre os elementos essenciais para a vida da planta há mais átomos de nitrogênio na

matéria seca do que de qualquer outro elemento, geralmente, cerca de três vezes mais

(MALAVOLTA, 1981).

O nitrogênio é essencial para o crescimento das plantas, pois é parte de cada célula viva

(LOPES, 1989)

Page 14: Projeto Implantação Florestal

14

O nitrogênio é o nutriente mais utilizado, mais absorvido, mais exportado pelas culturas

e de obtenção mais cara (dificuldade na quebra de suas moléculas-N2). Esse elemento, por ser

altamente requerido pela maioria das culturas, constitui-se no fator mais limitante de produção.

O fósforo é essencial para o crescimento das plantas e enraizamento e nenhum outro

nutriente pode substituí-lo, a planta precisa do fósforo para completar seu ciclo normal. Ele

atua na fotossíntese, na respiração, no armazenamento e na transferência de energia, na divisão

celular, no crescimento das células e em vários outros processos da plantas (LOPES, 1989).

O fósforo ajuda as raízes e as plântulas a se devolverem mais rapidamente, aumenta a

resistência aos rigores do inverno, melhora a eficiência no uso da água, favorece a resistência às

doenças em algumas plantas e acelera a maturidade (LOPES, 1989).

O potássio (K) é o segundo macronutriente presente em maior quantidade nas plantas.

Esse elemento, depois do P, é o mais consumido como fertilizante pela agricultura brasileira.

Segundo Van Raij (1991), o comportamento do nutriente em solos tropicais aparenta

ser muito mais simples do que em solos de clima temperado. Além disso, só há praticamente

um adubo potássico de grande importância.

O potássio é vital para a fotossíntese. Quando o teor de potássio é deficiente, a

fotossíntese diminui. À medida que o potássio torna-se deficiente, a velocidade de respiração

das plantas aumenta (LOPES, 1989). Ele também é essencial na síntese protéica, além de

ajudar a planta a utilizar mais eficientemente a água, promovendo a turgidez para manter a

pressão interna nos tecidos.

4.4 ESPÉCIE FLORESTAL4.4 ESPÉCIE FLORESTAL4.4 ESPÉCIE FLORESTAL4.4 ESPÉCIE FLORESTAL

Finger et al. (1993), afirmam que os Eucalytptus cobrem a maior área dos

reflorestamentos no mundo. O grande número de espécies deste gênero, a grande plasticidade

ecológica e sua excelente produção tornaram-o matéria-prima de inúmeras indústrias florestais,

o que permitiu um rápido avanço no conhecimento silvicultural e tecnológico de muitas

espécies. De maneira geral, grande parte dos eucaliptos têm capacidade de regenerar-se após o

corte e por isso, as floretas têm sido manejadas com uma rotação de alto fuste seguidas de uma

mais rotações de brotações sendo, posteriormente, substituídas por novas árvores originadas de

sementes.

A escolha do eucalipto para suprir o consumo de madeira, tanto em escala industrial

como para pequenos consumidores, está relacionada a algumas vantagens da espécie, tais como

Page 15: Projeto Implantação Florestal

15

rápido crescimento, características silviculturais desejáveis (incremento, forma, desrama),

grande diversidade de espécies, possibilitando a adaptação da cultura às diversas condições de

clima e solo, facilidades de propagação, tanto por sementes como por via vegetativa e

possibilidades de utilização para os mais diversos fins, o que justifica sua aceitação no mercado.

Às características desejáveis citadas, somam-se o conhecimento acumulado sobre silvicultura e

manejo do eucalipto e ao melhoramento genético, que favorecem ainda mais a utilização do

gênero para os mais diversos fins (ANGELI, 2009).

Segundo Angeli (2009), a definição da espécie a ser plantada é a primeira etapa de um

projeto de reflorestamento, levando-se em consideração o objetivo da produção (uso da

madeira) e as condições edafoclimáticas (solo e clima) da região. Cada espécie se desenvolve

em um ambiente adequado e por isso é indicado, sempre que possível, realizar testes para

averiguar a adaptação do material ao ambiente, tanto para sementes quanto para clones.

Entretanto, se não for possível a realização de testes, e tampouco houver dados experimentais

da região, sugere-se que a escolha do material genético seja feita a partir de procedências cujas

condições de origem sejam semelhantes ao local do plantio, sobretudo latitude, altitude,

temperatura média anual, precipitação média anual, déficit hídrico e tipos de solos.

Baseando-se nas informações cedidas por Angeli (2009), a espécie florestal que melhor

se adapta para finalidade de energia (lenha e carvão), em um solo arenoso com clima úmido e

quente é a espécie Eucalyptus urophila.

Scanavaca (2001) caracterizou E. urophila como uma espécie de floresta aberta alta com

casca lisa e/ou fibrosa. Suas árvores têm de 30 a 60 m de altura de fuste com boa forma,

densidade básica ao redor de 0,5 g cm-3 e boa brotação devido ao lignotubérculo. Responde

bem ao espaçamento e à adubação, apresentando bom desenvolvimento na segunda rotação,

possui resistência ao déficit hídrico, no entanto é suscetível à geadas. Essa espécie é de grande

interesse para zonas tropicais úmidas, clima no qual tem apresentado maior produtividade.

4.4.4.4.5555 LOCAL DE IMPLANTAÇÃOLOCAL DE IMPLANTAÇÃOLOCAL DE IMPLANTAÇÃOLOCAL DE IMPLANTAÇÃO

Para escolha do local de implantação de florestas deve-se atentar ao tamanho da área

que será plantada. Em propriedades onde ser pretende plantar na área total Schorn (2009)

afirma que deve-se observar os Aspectos Legais de uso do solo, respeitando as áreas de

preservação permanente (Código Florestal_Lei 471/65).

Page 16: Projeto Implantação Florestal

16

O primeiro passo para a implantação florestal é o mapeamento e levantamento

topográfico da área. Esses dados são necessários para elaboração da malha viária,

talhonamento, locação de áreas de preservação permanente e reserva legal, etc.

Após o mapeamento da área, Schorn (2009) indica que se faça o reconhecimento da

área, ou seja, verificação das características do solo, áreas sujeitas à erosão, características da

vegetação e as condições das estradas já existentes.

Page 17: Projeto Implantação Florestal

17

5. 5. 5. 5. MATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOS

5.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO5.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO5.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO5.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

A floresta de Eucalipto será implantada na Fazenda Alvorada localizada no município

de Portelândia, sudoestes de Goiás estando à 900 m de altitude. Segundo dados cedidos pelo

CPTEC, a região de Portelândia apresenta temperatura média anual de 25,1°C e precipitação

volumétrica anual de 1570-1734 mm. De acordo com a Classificação Climática de Köppen

(WIKIPÉDIA, 2009), o clima predominante da região é tropical, semi-úmido e notadamente

sazonal, com verão chuvoso e inverno seco.

A floresta será implantada em uma área de 48 ha, sendo a vegetação predominante uma

pastagem degradada que se encontra instalada há 11 anos.

O solo da área de implantação é um Neossolo Quartzarênico Típico (EMBRAPA,

1999), com as características físicas e químicas da camada de 0-20 cm apresentadas na Tabela

01.

Tabela 01.Tabela 01.Tabela 01.Tabela 01. Resultados da análise de solos da área de implantação florestal.

ProfundidadeProfundidadeProfundidadeProfundidade MOMOMOMO pHpHpHpH KKKK PPPP KKKK CaCaCaCa MgMgMgMg AlAlAlAl H+AlH+AlH+AlH+Al SBSBSBSB CTCCTCCTCCTC VVVV ArgilaArgilaArgilaArgila SilteSilteSilteSilte AreiaAreiaAreiaAreia

(cm)(cm)(cm)(cm) % mg dm-3 ------------------------mmolc dm-3------------------------ % -------------g dm-3-------------

0000----20202020 1,1 4,9 35 6 0,9 5 3 9 42 8,9 51 17,5 80 50 870

Fonte: Laboratório de Análises de Solos – FIMES, 2008.

5.2 PREPARO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO5.2 PREPARO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO5.2 PREPARO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO5.2 PREPARO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

5.2.15.2.15.2.15.2.1 CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROSCONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROSCONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROSCONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROS

Os talhões serão separados por aceiros de 4 a 5 m de largura com leito carroçável,

sendo o maior comprimento dos talhões no sentido norte-sul, sempre ligado a uma estrada de

escoamento no sentido leste-oeste de 15 m com leito carroçável e cascalhada, conforme mostra

Figura 01.

Page 18: Projeto Implantação Florestal

18

Figura 01.Figura 01.Figura 01.Figura 01. Esquema da construção das estradas e aceiros na área de implantação da floresta.

5.2.5.2.5.2.5.2.2 LIMPEZA DA ÁREA E RETIRADA DA VEGETAÇÃO NATIVA2 LIMPEZA DA ÁREA E RETIRADA DA VEGETAÇÃO NATIVA2 LIMPEZA DA ÁREA E RETIRADA DA VEGETAÇÃO NATIVA2 LIMPEZA DA ÁREA E RETIRADA DA VEGETAÇÃO NATIVA

Como a área designada ao plantio encontra-se cultivada com pastagem, para limpeza

dessa área será realizada somente a aplicação de um herbicida dessecante para maior facilidade

da abertura de covas e plantio.

5.2.5.2.5.2.5.2.3 COMBATE À FORMIGA3 COMBATE À FORMIGA3 COMBATE À FORMIGA3 COMBATE À FORMIGA

O primeiro combate à formigas será realizado antes do revolvimento do solo com a

finalidade de facilitar a localização dos olheiros. O segundo repasse será feito aos 60 dias após o

primeiro combate antecedendo o plantio. Os produtos utilizados em toda a área serão as iscas

granuladas (fipronil) durante todo o período seco.

5.3 PLANTIO5.3 PLANTIO5.3 PLANTIO5.3 PLANTIO

5.3.1 ESCOLHA DO ESPAÇAMENTO5.3.1 ESCOLHA DO ESPAÇAMENTO5.3.1 ESCOLHA DO ESPAÇAMENTO5.3.1 ESCOLHA DO ESPAÇAMENTO

O espaçamento utilizado será de 3 m entre as linhas e 2m entre plantas dentro da linha,

totalizando uma população de 1666 plantas ha-1.

Page 19: Projeto Implantação Florestal

19

5.3.2 5.3.2 5.3.2 5.3.2 FERTILIZAÇÃOFERTILIZAÇÃOFERTILIZAÇÃOFERTILIZAÇÃO

A fertilização da floresta será feita via adubação orgânica com uso de cama-de-aviário

devido aos inúmeros benefícios proporcionados ao solo, além do incremento na produção e

diminuição do custo de produção. A quantidade de nutrientes a serem incorporados no solo

irão se basear nas recomendações de Ribeiro et al. (1999), conforme mostra Tabela 02.

Tabela 02.Tabela 02.Tabela 02.Tabela 02. Níveis críticos de elementos no solo para o crescimento de plantas de Eucalyptos

urophila em solos arenosos.

ElementoElementoElementoElemento

Nível Crítico de ManutençãoNível Crítico de ManutençãoNível Crítico de ManutençãoNível Crítico de Manutenção

Incremento Médio anual

20 30 40 50

--------------------------------m3/ha/ano--------------------------------

P (mg dmP (mg dmP (mg dmP (mg dm----3333)))) 6,2 6,3 6,4 6,5

K (mg dmK (mg dmK (mg dmK (mg dm----3333)))) 45 60 75 90

Ca (cmCa (cmCa (cmCa (cmololololcccc dmdmdmdm----3333)))) 0,45 0,60 0,70 0,80

Ca (cmolCa (cmolCa (cmolCa (cmolcccc dmdmdmdm----3333)))) 0,10 0,13 0,16 0,19

Fonte: RIBEIRO et al. (1999)

Comparando-se os dados da Tabela 01 com a Tabela 02 observa-se que os teores de P

e K estão abaixo dos teores necessários para um incremento médio anual de 50 m³/ha/ano.

Para esses níveis de nutrientes no solo (teores entre a metade e o nível crítico de manutenção),

Ribeiro et al. (1999) recomenda que se aplique 300 kg ha-1 de fosfato natural e 99 kg ha-1 de

K2O ([(90 – 35) x 1,8]) ou 171 kg ha-1 de KCl.

No cultivo do eucalipto dispensa-se a calagem para a correção de acidez do solo, pois a

cultura é bastante tolerante a esse elemento, sendo justificável a realização da calagem somente

quando se visar atender o suprimento de Ca e Mg. No entanto, como será utilizada cama-de-

aviário para a fertilização não se torna necessário essa prática, visto que a cama já possui esses

elementos em sua composição, como pode ser visto na Tabela 03.

Tabela 03. Tabela 03. Tabela 03. Tabela 03. Resultado da análise química da cama-de-aviário.

AmostraAmostraAmostraAmostra NNNN PPPP2222OOOO5555 KKKK2222OOOO CaCaCaCa MgMgMgMg SSSS MMMMMMMM MOMOMOMO

-------------------------------------%-----------------------------------

01010101 2,3 3,09 1,93 2,32 0,47 0,8 18,1 81,9

Fonte: Laboratório Exata – Jataí, 2008.

Page 20: Projeto Implantação Florestal

20

Para realização do cálculo da quantidade necessária de nutrientes, utilizou-se

primeiramente o nutriente mais exigido que neste caso é o Potássio sendo exigido na

quantidade de 175,45 Kg/ ha.

Para suprir essa necessidade serão necessários 9,093 ton ha-1 de MS (Matéria Seca) de

cama-de-aviário. Como a porcentagem de nutrientes das análises são realizadas sobre a matéria

seca neste caso serão necessários 11,102 ton ha-1 de Material Natural da cama-de-aviário. No

total de matéria natural da cama-de-aviário serão aportados ao solo 175,45 kg ha-1 de K; 280,97

kg ha-1 de P; 209,13 kg ha-1 de N; 210,95 kg ha-1 de Ca e 42,73 kg ha-1 de Mg.

A adição desse composto orgânico no solo será realizado através da incorporação ao

lado da linha de plantio, com cerca de 15 a 25 cm de distância da cova.

5.3.3 SULCAMENTO5.3.3 SULCAMENTO5.3.3 SULCAMENTO5.3.3 SULCAMENTO

Após o preparo do solo será feito o sulcamento em toda a área de implantação, com

sulcos de 20 a 25 cm de profundidade e sempre acompanhando o nível do terreno.

5.3.4 CONTROLE DE CUPINS5.3.4 CONTROLE DE CUPINS5.3.4 CONTROLE DE CUPINS5.3.4 CONTROLE DE CUPINS

Para o controle preventivo será utilizado o inseticida Cabossulfan 10G com doses

variáveis de 5 a 10 g aplicadas no fundo dos sulcos. Em caso de presença de cupinzeiros na

área, o controle consistirá na retirada da parte superior com enxada ou enxadão até que se

atinja a câmara de celulose onde serão aplicados fipronil ou clorpirifós.

5.3.5 PLA5.3.5 PLA5.3.5 PLA5.3.5 PLANTIO PROPRIAMENTE DITONTIO PROPRIAMENTE DITONTIO PROPRIAMENTE DITONTIO PROPRIAMENTE DITO

O plantio da área será feito manualmente, sendo antecedido pela marcação do

espaçamento entre as mudas. A muda deverá ser colocada no sulco livre da embalagem e

recoberta com solo. Como o plantio será feito na estação chuvosa (out/nov) não será necessário

o uso da irrigação.

Após 15 a 30 dias realizado o plantio será feito o Inventário de Sobrevivência da área

com a finalidade de verificar qual a porcentagem de mudas que não conseguiram sobreviver,

não devendo este valor passar de 7%. Caso a mortalidade seja muito alta recomenda-se fazer o

replantio em área total.

Page 21: Projeto Implantação Florestal

21

5.4 TRATOS CULTURAIS5.4 TRATOS CULTURAIS5.4 TRATOS CULTURAIS5.4 TRATOS CULTURAIS

Devido à sensibilidade das mudas de eucalipto durante à fase inicial deve ser realizado o

controle das plantas daninhas até o pleno estabelecimentos das plantas, que no caso do E.

urophila varia entre 2 a 3 anos.

Para diminuição da competição inicial devem ser realizadas capinas ao redor das mudas

e roçagem nos corredores ou controle químico com uso de herbicidas (glifosate) quantas vezes

forem necessárias. Geralmente, são necessárias de duas a três capinas anuais.

Page 22: Projeto Implantação Florestal

22

6. 6. 6. 6. ORÇAMENTOORÇAMENTOORÇAMENTOORÇAMENTO

Tabela 04. Custos da implantação florestal com Eucalyptus urophila por ha.

Descrição Especificação Quantidade Valor Unitário

R$

Total

R$

Operações Mecanizadas 440,50

Preparação das estradas e aceiros Hora/Máquina 1,25 70,00 80,50

Dessecação Hora/Máquina 0,80 40,00 32,00

Incorporação da cama de aviário Hora/Máquina 1,00 60,00 60,00

Sulcamento Hora/Máquina 0,80 60,00 48,00

Transporte de mudas R$/km 90 2,00 180,00

Roçagem Hora/Máquina 0,50 30,00 15,00

Marcação das mudas Homens/ha 0,50 50,00 25,00

Operações manuais 378,00

Controle de formigas Dias/Homem 1,00 21,00 21,00

Capina Dias/Homem 9,00 21,00 189,00

Controle de cupins Dias/Homem 1,00 21,00 21,00

Plantio Dias/Homem 7,00 21,00 147,00

Material Consumido 1.442,73

Glifosate Litros 6,00 10,00 60,00

Provence kg 0,05 388,52 19,43

Regente (fipronil) kg 0,05 610,00 30,50

Cama-de-aviário ton 11,2 65,00 728,00

Mudas Unidade 1666 0,30 499,80

Replantio Unidade 250 0,30 75,00

Formicida Granulado kg 6 5,00 30,00

Custos Operacionais TotalTotalTotalTotal

Custo Operacional Efetivo 2.261,23

ArrendamentoArrendamentoArrendamentoArrendamento 396,00

Juros de CusteioJuros de CusteioJuros de CusteioJuros de Custeio 183,68

Outras despesasOutras despesasOutras despesasOutras despesas 104,96

Custo de Produção TotalCusto de Produção TotalCusto de Produção TotalCusto de Produção Total 2.945,87

Page 23: Projeto Implantação Florestal

23

7. 7. 7. 7. RESURESURESURESULTADOS ESPERADOSLTADOS ESPERADOSLTADOS ESPERADOSLTADOS ESPERADOS

Espera-se com a implantação florestal que ocorra a manutenção de qualidade do sítio

de produção, garantindo um IMA de 50m³/ha/ano, com madeira de qualidade fornecendo

maior acúmulo de biomassa e, conseqüentemente, maior conteúdo energético, além de

possibilitar flexibilidade de produção.

Page 24: Projeto Implantação Florestal

24

8. 8. 8. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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