projeto de trabalho do peteca em beberibe 2013
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PROJETO DE TRABALHO DO
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTRA A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
BEBERIBE – CEARÁ
2013
2013
É DEVER DA FAMÍLIA, DA SOCIEDADE E DO ESTADO ASSEGURAR À
CRIANÇA E AO ADOLESCENTE, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
(Art. 227 da Constituição Federal do Brasil, 1988).
TRABALHO INFANTIL É A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES LABORAIS
POR CRIANÇAS e por adolescentes que ainda não completaram a
idade para trabalhar, segundo a legislação em vigor no país.
(Antonio de Oliveira Lima)
A EDUCAÇÃO, DIREITO DE TODOS e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo PARA O
EXERCÍCIO DA CIDADANIA E SUA QUALIFICAÇÃO PARA O
TRABALHO.
(Art. 205 da Constituição Federal do Brasil, 1988)
Organizador: professor Onésimo Remígio
Este trabalho tem por base o material do
Projeto MPT na Escola, selecionado a partir
de observações de componentes da SME, da
SASC, do CMDCA e da CMETI de Beberibe.
2013
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DO PETECA – ANO 2013
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS GERAIS
4. OJETIVOS ESPECÍFICOS
5. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO – DADOS DO MUNICÍPIO NO PETECA
6. HISTÓRICO – Breve história de Beberibe
7. AÇÕES MUNICIPAIS DO PETECA - ANO 2013 7.1. PLANO DE AÇÃO DO PETECA – ANO 2013 7.2. AGENDA MUNICIPAL – AGENDA ETI 13/16 7.3. PROTAGONISTAS
8. ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
8.1. O TRABALHO INFANTIL – TABALHO INFANTIL, EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO MINISTÉTIO PÚBLICO 8.2. PROTEÇÃO INTEGRAL E FORMAS DE TRABALHO INFANTIL 8.3. QUANDO O TRABALHO INFANTIL É CRIME 8.4. PREJUÍZOS DO TRABALHO INFANTIL PARA A CRIANÇA E PARA A SOCIEDADE 8.5. ALGUMAS ABORDAGENS DO TEMA EM SALA DE AULA 8.6. A APRENDIZAGEM PROFISSIONAL
9. REGISTRO DAS ESCOLAS
1 EMEF ADÉLIA BARROS COLAÇO 2 EMEF DES. PEDRO DE QUEIROZ 3 EMEF GERMANO JOSÉ DO NASCIMENTO 4 EMEF JOSÉ BESSA 5 EMEF JOSÉ ROLDÃO DE OLIVEIRA 6 EMEF LUIS GONÇALVES 7 EMEF MÁRIO ALENCAR 8 EMEF PEDRO DE QUEIROZ FERREIRA 9 EMEF CASTRO ALVES
10 EMEF JOSÉ FCO DAS CHAGAS 11 EMEF MANUEL DE LIMA 12 EMEF MANUEL FERREIRA DA FONSECA 13 EMEF PE. JOSÉ DE ANCHIETA 14 EMEF RAIMUNDA CARNEIRO 15 EMEF BOM JESUS DOS NAVEGANTES 16 EMEF DR. JOSÉ THEMIO BEZERRA 17 EMEF ERNESTO GURGEL VALENTE 18 EMEF ISABEL PINHEIRO DE LIMA 19 EMEF JOSÉ ANSELMO DE ALMEIDA 20 EMEF MONS. J. J. DOURADO 21 EMEF MARIA CLEMENTE DA SILVA 22 EMEF SÃO BERNARDO 23 EMEF JOSÉ DE ALENCAR 24 EMEF RAUL BARBOSA 25 EMEF BENEDITO EVARISTO PINHEIRO 26 CENTRO DE EDUC. MUN. BETESDA 27 EMEF GREGÓRIO BEZERRA DA SILVA
2013
1. APRESENTAÇÃO (*)
O Programa MPT na Escola/Peteca consiste na realização de um conjunto de ações voltadas para a promoção de debates nas escolas de ensino fundamental, dos temas relativos aos direitos da criança e do adolescente, especialmente a erradicação do trabalho infantil e a proteção ao trabalhador adolescente. Tais ações também podem estar presentes no Ensino Médio, onde o trabalhador adolescente se insere.
Busca-se, com o presente Programa, intensificar o processo de conscientização da sociedade com vistas à erradicação do trabalho infantil, rompendo as barreiras culturais que dificultam a efetivação dos direitos da criança e do adolescente. Em Beberibe, a continuidade do projeto e a sua extensão às escolas de Ensino Médio visa não só ampliar o espaço de discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente, mas também fortalecer o combate ao trabalho infantil e a proteção ao trabalhador adolescente.
(*) FONTE: Programa MPT na Escola.
2. JUSTIFICATIVA (*)
O trabalho infantil traz sérios prejuízos para a educação, como a evasão e o baixo rendimento escolar. Por isso a importância da formação de cidadãos conscientes e comprometidos com os direitos da criança e do adolescente.
Por outro lado, é preciso investir na proficiência dos profissionais da educação para identificar crianças e adolescentes em situação de trabalho. Isto qualifica a escola no seu papel de fortalecimento do Sistema de Garantia de Direito, com vistas à efetivação de políticas públicas de erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalhador adolescente.
As ações do Programa MPT na Escola/PETECA atendem à Lei 11.525/2007, que acrescentou o 5º parágrafo ao artigo 32 da Lei nº 9.394/94 (LDB), que diz: “O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado”.
(*) FONTE: texto baseado no Programa MPT na Escola
3. OBJETIVOS GERAIS (*)
1. Intensificar o processo de conscientização da sociedade com vistas à erradicação do trabalho infantil e à proteção ao trabalhador adolescente.
2. Romper as barreiras culturais que dificultam a efetivação dos direitos da criança e do adolescente.
3. Fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos, com vistas à ampliação, quantitativa e qualitativa, das políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente.
(*) FONTE: Programa MPT na Escola.
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS (*)
1. Estabelecer parcerias entre o MPT e as Secretarias Municipais de Educação com vistas à inclusão dos temas relativos aos direitos e deveres da criança e do adolescente na proposta pedagógica e no currículo das escolas de ensino fundamental.
2. Capacitar e sensibilizar os profissionais da educação para que atuem como multiplicadores no processo de conscientização sociedade, com vistas à erradicação do trabalho infantil e à proteção ao trabalhador adolescente.
3. Distribuir material de apoio pedagógico sobre a erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalhador adolescente para as escolas do ensino fundamental.
4. Realizar debates, em sala de aula, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, enfatizando a erradicação do trabalho infantil e a proteção ao trabalhador adolescente.
5. Realizar palestras nas escolas com vistas à conscientização dos pais para que não explorem nem tolerem a exploração do trabalho de crianças e adolescentes.
6. Incentivar os alunos a realizarem tarefas escolares sobre os direitos da criança e do adolescente, especialmente sobre trabalho infantil.
7. Promover eventos nas escolas, nas Secretarias Municipais de Educação e na Capital do Estado para divulgação dos trabalhos produzidos pelos alunos.
8. Envolver a comunidade escolar e a sociedade em geral nos programas, projetos e ações de erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalhador adolescente.
(*) FONTE: Programa MPT na Escola.
OBSERVAÇÃO: A apresentação e a justificativa, bem como os objetivos gerais e específicos aqui citados, dão o encopo do PETECA. Quanto mais contextualizados, melhor a compreensão da realidade local
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5. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
População 2010 49.311
Área da unidade territorial (Km²) 1.623,891
Densidade demográfica (hab./Km²) 30,37
Código do Município 2302206
Gentílico Beberibense
Bioma Caatinga
Site do Executivo municipal http://www.beberibe.ce.gov.br
FONTE: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=230220
FONTE: SME, Beberibe/CE; Educacenso 2012.
6. HISTÓRICO – Breve história de Beberibe
A cidade de Beberibe está localizada nas terras das datas de sesmarias concedidas ao capitão Domingos Ferreira Chaves, a Manuel Nogueira Cardoso, a Sebastião Dias Freire e a João Carvalho Nóbrega pelo capitão-mor Tomás Cabral de Olival, a 16 de agosto de 1691. Mas a tradição diz, pelo testemunho dos antigos habitantes, que, entre o final do século XVIII e meados do século XIX, houve o naufrágio de uma embarcação portuguesa ao longo do litoral brasileiro e foi ter às paragens beberibenses, nos destroços do navio que lhe serviam de socorro, a senhora Maria Calado, fervorosa devota da Sagrada Família. Após aportar nas praias do Morro Branco, ali adquiriu terras, fixou residência e fez construir uma capelinha sob a invocação de Jesus, Maria e José, cumprindo assim a promessa que fizera caso chegasse a terra com vida: construir onde ancorasse um local em reverência ao orago que a socorrera. Mais tarde, um dono do sítio Lucas mandou levantar outra capela, sob a mesma devoção, em frente à sua casa de residência. Foi esta que serviu de semente à sede do município de Beberibe e que, após uma grande reforma, tornou-se a igreja matriz. (1)
Deixando a tradição, os primeiros registros sobre Beberibe como um núcleo urbano português dão conta de que a povoação surgiu a partir das sesmarias concedidas a partir de 16 de agosto de 1691. A ocupação efetiva ocorreu somente nos fins do século XVII e início do século XIX, depois que Baltazar Ferreira do Vale compra o sítio Lucas e Pedro Queiroz Lima
5.1. DADOS DO MUNICÍPIO NO PETECA
a. DADOS DA PREFEITA E DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Município: BEBERIBE / CE Prefeito(a): MICHELE CARIELLO DE SÁ QUEIROZ ROCHA
Secretário(a) de Educação: BERENICE CARNEIRO DOS SANTOS Fone: (85) 3338 1885 Celular:
Endereço da Secretaria: AV. MARIA CALADO, S/Nº, CENTRO ADMINISTRATIVO DR. JOSÉ QUEIROZ FERREIRA, 2º ANDAR
Bairro: CENTRO CEP: 62840-000 E-mail: [email protected]
b. DADOS DO(A) COORDENADOR(A) MUNICIPAL DO PROGRAMA Nome: ONÉSIMO REMÍGIO DE FREITAS FILHO
Fone: (85) 3338 2530 – RAMAL 2222 Celular: (85) 9921 9912 / (85) 8697 6898 E-mails: [email protected] [email protected]
c. DADOS DAS ESCOLAS QUE PARTICIPARÃO DO PROGRAMA *
Nº NOME DA ESCOLA Nº DE PROFESSORES Nº DE ALUNOS
1 EMEF ADÉLIA BARROS COLAÇO 15 119
2 EMEF DES. PEDRO DE QUEIROZ 48 567
3 EMEF GERMANO JOSÉ DO NASCIMENTO 16 133
4 EMEF JOSÉ BESSA 21 222
5 EMEF JOSÉ ROLDÃO DE OLIVEIRA 20 202
6 EMEF LUIS GONÇALVES 19 76
7 EMEF MÁRIO ALENCAR 17 166
8 EMEF PEDRO DE QUEIROZ FERREIRA 19 145
9 EMEF CASTRO ALVES 25 147
10 EMEF JOSÉ FCO DAS CHAGAS 12 77
11 EMEF MANUEL DE LIMA 25 314
12 EMEF MANUEL FERREIRA DA FONSECA 08 40
13 EMEF PE. JOSÉ DE ANCHIETA 08 32
14 EMEF RAIMUNDA CARNEIRO 18 100
15 EMEF BOM JESUS DOS NAVEGANTES 18 96
16 EMEF DR. JOSÉ THEMIO BEZERRA 13 91
17 EMEF ERNESTO GURGEL VALENTE 20 150
18 EMEF ISABEL PINHEIRO DE LIMA 15 49
19 EMEF JOSÉ ANSELMO DE ALMEIDA 22 88
20 EMEF MONS. J. J. DOURADO 28 283
21 EMEF MARIA CLEMENTE DA SILVA 32 71
22 EMEF SÃO BERNARDO 21 151
23 EMEF JOSÉ DE ALENCAR 11 97
24 EMEF RAUL BARBOSA 22 181
25 EMEF BENEDITO EVARISTO PINHEIRO 13 129
26 CENTRO DE EDUC. MUN. BETESDA 19 117
27 EMEF GREGÓRIO BEZERRA DA SILVA 12 100
TOTAL 517 3.943
2013
obtém o sítio Bom Jardim, ambos no ano de 1783. A localidade de Beberibe já foi conhecida por Lucas, e antes disso o local recebia a denominação de Uruanda (?), nome atribuído pelos indígenas que ocupavam a região. Beberibe foi o nome com o qual Brasiliano Ferreira de Araújo registrou as suas terras, localizadas onde hoje é a sede do Município. A preocupação de Brasiliano foi doar a área para a construção da igreja. Inaugurada em 1875, a igreja impulsionou o crescimento do povoado, já conhecido como Beberibe. Em 5 de julho de 1892 foi criado o Município de Beberibe, pertencente à comarca de Cascavel. (2)
De município a distrito, e de distrito a município, Beberibe teve que conviver diversas vezes com essa mudança, até novembro de 1951. Naquela data, o então governador Raul Barbosa sancionou a Lei nº 1.153, que restaurou em definitivo a autonomia do Município, atendendo a imposição dos ilustres filhos da terra. À frente do movimento, que nasceu em 1946, estava o desembargador Boanerges Facó. No entanto, somente em 25 de março de 1955 o Município foi oficialmente instalado (2). Atualmente o município está constituído por sete distritos: Beberibe (sede administrativa), Sucatinga, Paripueira, Parajuru, Itapeim, Serra do Félix e Forquilha.
(1) Fonte: tradição oral; IBGE – histórico do município. (2) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Beberibe_(Cear%C3%A1)
OBSERVAÇÃO: É importante um breve histórico da escola e da comunidade onde a mesma se insere, pois assim se percebe a relação das mesmas no tempo e no espaço que ocupam.
7. AÇÕES MUNICIPAIS DO PETECA – ANO 2013
7.1. PLANO DE AÇÃO – PETECA 2013
AÇÃO OBJETIVO PERÍODO RESPONSÁVEL OBSERVAÇÃO
Participação no FEETI Tomar consciência da situação do trabalho infantil
Fevereiro de 2013 Setor de Projetos Coordenador do PETECA
Ações intersetoriais com as Secretarias Municipais da Educação, Assistência Social, Saúde e CMDCA e CMETI
Organizar Agenda Municipal Intersetorial para a Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Proteção ao Trabalhador Adolescente
Fevereiro e março de 2013
Coordenador municipal do PETECA
Agenda Municipal ETI 2013
Capacitação de coordenadores municipais do PETECA
Capacitar os coordenadores municipais para o desenvolvimento do PETECA em seus municípios de origem
5 e 6 de março de 2013
MPT Participação: Setor de Projetos da SME de Beberibe
Registro das escolas do PETECA Identificar cada escola e registrar as escolas que integrarão o PETECA 2013
11 a de 22 março de 2013
Coordenador municipal do PETECA
Reunião da CMETI - Comissão Municipal pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente de Beberibe
Reunir a comissão municipal para eleger nova diretoria, discutir este Plano de Ação e o primeiro FETIBE.
21 de março de 2013
Ação intersetorial de Secretarias, Comissões e Conselhos Municipais e outros protagonistas sociais.
SME, SMASC, CMDCA e CMETI
FETIBE (Fórum Municipal pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente de Beberibe)
Realizar o primeiro fórum municipal para a erradicação do trabalho infantil
27 de março de 2013
SME, SMASC, SMS, CMDCA, CMETI e CT
Capacitação de coordenadores escolares
Capacitar os coordenadores escolares para o desenvolvimento do PETECA
2 de abril de 2013 SME, SMASC, SMS, CMDCA, CMETI e CT
Coordenação: SME, SMASC, CMDCA e CMETI
Desenvolvimento do PETECA Desenvolver ações locais do PETECA
Final de março, abril, maio e primeira semana junho
Escolas municipais ligadas ao PETECA
Visitas in loco, palestras, apresentação de slides, reunião com pais e responsáveis...
Auxiliar no desenvolvimento do PETECA nas escolas municipais
Final de março, abril, maio e primeira semana de junho
Escolas com o PETECA, SME, SMASC, SMS, CMDCA, CMETI e CT
Ações ligadas à Agenda Municipal Acompanhar ações enumeradas na Agenda Municipal
Final de março, abril, maio e primeira semana de junho
Encerramento das atividades municipais
Acompanhar o término das ações nas escolas em conformidade com as definições do PETECA
Primeira quinzena de junho
Culminância municipal na praça da matriz. Definições dos trabalhos que representarão o município
Encerramento das atividades estaduais
Acompanhar o término das ações estaduais do PETECA 2013
Agosto – outubro de 2013
SME, SASC e escolas do PETECA
2013
7.2. AGENDA MUNICIPAL – AGENDA ETI 2013/2016
AGENDA DA COMISSÃO MUNICIPAL PARA A ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL E PROTEÇÃO DO TRABALHADOR ADOLESENTE – CMETI, PARA ACOMPANHAMENTO E ATIVIDADES NA ESCOLA.
AÇÃO OBJETIVO PERÍODO RESPONSÁVEL OBSERVAÇÃO
Acompanhamento dos Assentamentos na área rural.
Identificar os possíveis casos de trabalho infantil (cultivo e colheita da mandioca, feijão, castanha e caju)
Janeiro a junho 2013 (Plantio e colheita)
CMETI e Secretaria de Agricultura e Pesca
Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Não existe progresso do PETI nos assentamentos
Visitas in loco com os profissionais da área de Assistência Social e Conselho Tutelar (Nos pontos turísticos do município).
Alertar as famílias que estão cadastradas nos programas do governo quanto ao não cumprimento das normas e perda dos benefícios e outros.
Janeiro Julho Dezembro
Secretaria de Turismo Secretaria de Assistência Conselho Tutelar
Transporte e Alimentação
Palestras por segmentos (Igrejas, Escolas e Associações) – Distritos e Sede do Município.
Mobilizar conscientizar as famílias do trabalho infantil
1º Sem. (Sede) 2º Sem. (Distritos)
Conselho Tutelar CMDCA CMAS
Transporte e Alimentação
Campanha de Sensibilização nas áreas de risco social e maior vulnerabilidade
Possibilitar momentos de esclarecimentos e discussões acerca do trabalho infantil
Maio → Dia 18 e Junho → Dia 12
Secretaria de Assistência Secretaria de Educação Secretaria de Turismo Secretaria de Saúde
Não deixando os outros meses de lado, podendo-se trabalhar também as campanhas.
Realização de busca ativa em todo território municipal (situação do trabalho infantil, a do trabalhador adolescente e exploração sexual)
Identificar situações de risco e irregularidades referentes ao trabalho infantil e o trabalhador adolescente
Durante todo o ano
Secretaria de Assistência Secretaria de Educação Secretaria de Turismo Secretaria de Saúde
Os responsáveis irão fazer seus relatórios para posteriormente consolidá-los com todo o grupo
Formação Continuada dos membros da Comissão - CMETI
Capacitar e reciclar os conhecimentos acerca da temática
Semestral Prefeitura Municipal de Beberibe CMDCA
Em caráter de urgência devido à nova composição da comissão
Fonte: AGENDA PARA A ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL E PROTEÇÃO DO TRABALHADOR ADOLESENTE
7.3. PROTAGONISTAS
Protagonistas das ações para erradicação do trabalho infantil e proteção do trabalhador adolescente. PETECA Coordenação Municipal do PETECA Setor de Projetos SME
CMETI Comissão Municipal pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente de Beberibe
FETIBE Fórum Municipal pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente de Beberibe
SME/BE Secretaria Municipal da Educação
SASC/BE Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania
CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do adolescente
SETCULT/BE Secretaria Municipal de Turismo e Cultura
GABINETE/PMB Gabinete da Prefeitura Municipal de Beberibe (Chefia do Gabinete; Secretaria Especial do Gabinete)
OUTROS Escolas, sindicatos, associações, Câmara Municipal de Vereadores, demais secretarias municipais, ONGs, igrejas...
8. ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS(*) (*) FONTE: Programa MPT na Escola.
Os tópicos abaixo abordam alguns aspectos dos assuntos pertinentes à luta pela erradicação do trabalho infantil e constam aqui no intuito de auxiliar coordenação pedagógica e professores na formulação do projeto de trabalho escolar. O material do PETECA oferta muitos recursos para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental (I e II).
8.1. O TRABALHO INFANTIL – TABALHO INFANTIL, EDUCAÇÃO E ATUAÇÃO DO MINISTÉTIO PÚBLICO
Trabalho infantil é toda forma de atividade econômica e/ou atividade de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remunerada ou não, exercida por crianças e adolescentes que estão abaixo da idade mínima para a entrada no mercado de trabalho, segundo a legislação em vigor no País. No Brasil, a idade mínima para o trabalho é dezesseis (16) anos, exceto quando exercido na condição de aprendiz, que é permitido a partir do quatorze anos.
O trabalho infantil é proibido por lei. Especificamente, as formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil não apenas são proibidas, mas também constituem crime. Os educadores são os profissionais que possuem as melhores condições de identificar os casos de trabalho infantil, pois, na maioria das vezes, o trabalho precoce é a principal causa do baixo rendimento ou do abandono escolar.
2013
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o trabalho infantil está associado a indicadores de escolarização menos favoráveis e ao baixo rendimento econômico das famílias cujas crianças e adolescentes trabalham. Embora a grande maioria esteja matriculada na escola, o baixo rendimento e a evasão escolar é três vezes maior entre crianças e adolescentes que trabalham, comparados com os que não trabalham. A PNAD de 2008, por exemplo, apontou que 27,5% dos adolescentes que trabalham, entre 16 e 18 anos, deixaram de frequentar a escola. Entre os adolescentes com 14 e 15 anos, o índice de escolarização dos que não trabalham é de 93,8%, ao passo que, entre os que trabalham, esse percentual cai para 88,3%.
A erradicação do trabalho infantil exige ações imediatas que assegurem a efetiva retirada, do mercado de trabalho, das crianças que se encontram em situação de exploração, a regularização do trabalho dos adolescentes e a melhoria das condições de trabalho dos adultos, além de respostas de longo prazo que interfiram nas relações econômicas e sociais das populações de baixa renda. Também é preciso buscar, por meio de um permanente processo de conscientização da sociedade, romper as atuais barreiras culturais, com base nas quais ainda se aceita o trabalho precoce quando necessário ao complemento da renda das famílias pobres. Entretanto, não se pode negar que a melhoria da condição social e o rompimento das barreiras culturais passam necessariamente pela educação.
Ao tomar conhecimento da existência de crianças e adolescentes sendo exploradas no trabalho, o MPT instaura procedimentos administrativos e inquéritos civis, realiza audiências e inspeções, requisita documentos e diligências, solicita fiscalização à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), à Polícia Federal, dentre outros órgãos de fiscalização.
Paralelamente, o MPT adota as providências necessárias para retirar as meninas e os meninos do trabalho, atuando em parceria para buscar assistência à criança ou ao adolescente e à sua família. No caso dos adolescentes, o MPT atua para que sejam respeitados todos os seus direitos trabalhistas e previdenciários, e para que seja assegurado o direto à educação. Uma vez comprovada a denúncia, o MPT propõe ao infrator a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta. Se o infrator não assinar o Termo, o MPT ingressa com uma ação na Justiça para obrigar o explorador a deixar de praticar a irregularidade e responsabilizá-lo pelo dano já cometido, condenando-o a pagar uma multa.
Além dessa atuação repressiva, o Ministério Público do Trabalho desenvolve ações no sentido de prevenir a exploração de crianças e de adolescentes, promovendo e participando de fóruns, seminários, simpósios, palestras e outros eventos que visem conscientizar a sociedade sobre os males sociais do trabalho infantil, além de debater e propor medidas para solução do problema. No Brasil, o trabalho infantil em geral não é enquadrado como crime. Entretanto, algumas das formas mais nocivas de trabalho infantil são tipificadas como crime.
8.2. PROTEÇÃO INTEGRAL E FORMAS DE TRABALHO INFANTIL
De acordo com o artigo 227 da Constituição Federal, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade:
O direito à vida; O direito à cultura;
O direito à saúde; O direito à dignidade e ao respeito;
O direito à alimentação; O direito à liberdade;
O direito à educação; O direito à convivência familiar e comunitária;
O direito ao lazer; O direito à cultura;
O direito à profissionalização; Além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Já o trabalho infantil manifesta-se de muitas formas, dentre elas: a) Trabalho infantil na agricultura: atividades em culturas diversas, tais como tomate, fumo, laranja, cana-de-
açúcar, mandioca...
b) Trabalho infantil na indústria, no comércio e nos serviços: atividades relativas às diversas formas de indústria (artesanais ou sofisticadas), supermercados, bares, lojas em geral, oficinas mecânicas...
c) Trabalho infantil nas ruas: atividades como flanelinha, catador de lixo, vendedores de balas, engraxates, entregadores de panfletos, mendicância...
d) Trabalho infantil doméstico: atividades realizadas em residências, onde cumprem tarefas de adultos, tais como arrumar toda a casa, cuidar de outras crianças, cozinhar, lavar, passar...
8.3. QUANDO O TRABALHO INFANTIL É CRIME
No Brasil, o trabalho infantil em geral não é enquadrado como crime. Entretanto, algumas das formas mais nocivas de trabalho infantil são tipificadas como crime. Entre elas estão:
a) Trabalho infantil escravo: reduzir o trabalhador à condição análoga à de escravo, por meio de trabalhos forçados, jornada exaustiva ou condições degradantes de trabalho (artigo 149 do Código Penal), com a agravante de se tratar de criança ou adolescente (§ 2º, item I). A agravante foi introduzida pela Lei nº 10.803, de 11/12/2003, e aumenta a pena em metade.
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b) Maus-tratos (artigo 136 do Código Penal): expor a perigo a vida ou a saúde de criança ou adolescente, sob sua autoridade, guarda ou vigilância, sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado. Se a pessoa for menor de 14 anos, há ainda a agravante do § 3º, introduzida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei nº 8.069/90), que aumenta a pena em um terço.
c) Exploração sexual de crianças e adolescentes: é considerada pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) como uma das piores formas de trabalho infantil. É crime previsto no artigo 244-A do ECA.
d) Pornografia envolvendo crianças e adolescentes: crime previsto nos artigos 240 e 241 do ECA.
e) Venda ou tráfico envolvendo crianças e adolescentes:- crime previsto no artigo 239 do ECA.
8.4. PREJUÍZOS DO TRABALHO INFANTIL PARA A CRIANÇA E PARA A SOCIEDADE
O trabalho precoce infantil interfere diretamente em seu desenvolvimento físico, emocional e social:
a) Físico – foi comprovado que meninos e meninas trabalhadores estão mais sujeitos a sofrer acidentes, mais propensos a sentir dores musculares, a ter deformações ósseas e sofrem, com frequência, de dores de cabeça e de coluna, fadiga excessiva, insônia e mutilações.
b) Moral – os danos morais da exploração no trabalho infantil, causados pelos anos de expropriação das etapas essenciais para seu desenvolvimento pleno, traz como consequências o sofrimento, o sentimento de abandono e de indiferença, de baixa auto-estima e de perda de referência de identificação.
c) Social – os danos sociais causados pelo trabalho infanto-juvenil são atraso e evasão.
d) Escolar – contribuindo para uma futura inserção desqualificada no mundo do trabalho. Crianças e adolescentes que não estudam vão constituindo uma força de trabalho desqualificada para as atividades produtivas, seja no comércio, na indústria, na agricultura, no setor de serviços ou para as profissões liberais.
Ao mesmo tempo, ao serem inseridos no mundo do trabalho, os meninos e meninas são impedidos de viver a infância e a adolescência, sem ter assegurados seus direitos de lazer e de educação. Isso dificulta a vivência de experiências fundamentais para seu desenvolvimento, além de comprometer seu bom desempenho escolar – condição cada vez mais necessária para a transformação dos indivíduos em cidadãos capazes de intervir na sociedade de forma crítica, responsável e produtiva.
A erradicação do trabalho infantil e a proteção ao trabalhador adolescente é dever de todos: da família, da sociedade e do Estado. O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que a atuação dos órgãos e entidades que integram o Sistema de Garantia de Direitos (SGD) deve se dar de forma articulada, de modo a garantir a efetiva promoção, defesa e controle social desses direitos.
8.5. ALGUMAS ABORDAGENS DO TEMA EM SALA DE AULA
O tema trabalho infantil permite um conjunto riquíssimo de possibilidades de desenvolvimento. Aqui seguem alguns exemplos. Use-os, desenvolva os seus e compartilhe com outros professores e escolas.
8.5.1. Júri Simulado
Essa técnica consiste na realização de um julgamento em que o réu é o Trabalho Infantil, que poderá ser acusado, por exemplo, de estar causando evasão escolar. Inicialmente, devem ser escolhidos três alunos, o primeiro para o papel de juiz, que coordenará o julgamento, o segundo para a função do promotor de justiça, que fará a acusação, e o terceiro para a função de advogado de defesa.
8.5.2. Esquete Teatral
O(a) professor(a) formará grupos de cinco alunos e apresentará situações de trabalho infantil. Em seguida, pedirá que eles montem uma breve estória para ser apresentada em forma de esquete teatral. A estória deverá conter, como personagens, uma criança ou adolescente em situação de trabalho e as pessoas ligadas à situação: patrão, patroa, pais, professores, irmãos e amigos. Outros personagens podem ser acrescentados, de acordo com a criatividade de cada grupo. As soluções do problema apontadas na estória deverão ter como base o Estatuto da Criança e do Adolescente.
8.5.3. Mapa do Trabalho Infantil
Para essa atividade, você irá precisar de um mapa do Brasil, globo terrestre e de papeletas com as formas de trabalho infantil predominante em cada Estado. Explique aos alunos que as formas de trabalho infantil variam de acordo com a atividade predominante em cada região. Com base nos dados do IBGE, pegue o mapa do Brasil e peça aos alunos que fixem as papeletas com as formas de trabalho infantil de maior ocorrência na respectiva região. Discuta com eles, corrigindo o que for necessário. Essa técnica pode ser utilizada para ampliar o debate em relação ao trabalho infantil no mundo (usando-se o globo terrestre) ou focalizar o debate em nível regional (mapa do Estado).
8.5.4. Anúncio Publicitário
Divida a turma em grupos. Cada grupo deve escolher uma forma de trabalho infantil existente no seu Município ou Estado para criar um anúncio publicitário de conscientização pela erradicação do trabalho infantil destinado à veiculação em jornal, revista ou na rádio do Município.
O anúncio pode ser montado com desenhos, fotografias, recortes, colagem, texto ou música (spot). Depois, cada grupo deve fazer uma apresentação do anúncio que criou. Avalie a criatividade, o visual do anúncio e
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se a mensagem divulgada combate o trabalho infantil. O melhor anúncio poderá será veiculado na comunidade através de rádio, jornal popular ou jornal mural da escola.
Cada turma deverá pensar nas possibilidades de socialização, na escola e no entorno, sobre os produtos das atividades, lembrando das feiras escolares, jornal escolar, jornal municipal, programas de rádio, jornal mural na parede da escola, debates, gincanas, festas populares, etc. Reiteramos a importância do registro das atividades.
8.6. A APRENDIZAGEM PROFISSIONAL
A aprendizagem é o ensino técnico-profissional; um processo educativo que, além da formação geral, fornece estudos de caráter técnico e aquisição de conhecimento e aptidões práticas relativas ao exercício de certas profissões. Tal ensino é prestado por uma das entidades do Sistema ‘S’ ou por organizações não governamentais.
A aprendizagem deve conter os seguintes requisitos: a) alternância entre a teoria e a prática; b) metodologia (módulos ordenados com um programa em que se passa do menos complexo para o mais
complexo); c) orientação de um responsável (pessoa física/jurídica); d) ambiente adequado (pessoal docente e aparelhagem).
A aprendizagem é adquirida sob responsabilidade da empresa que celebra um contrato com cláusula de aprendizagem. O contrato de aprendizagem deve assegurar ao adolescente:
a) garantia de acesso/frequência obrigatória ao ensino regular; b) atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente, tendo em vista que a pessoa que o executa está
em fase de desenvolvimento físico/psíquico/moral e social; c) horário especial para exercício das atividades.
O adolescente, na condição de aprendiz, tem direito à assinatura da carteira de trabalho, ao salário mínimo/hora e demais direitos trabalhistas, inclusive FGTS (2%). O contrato de aprendizagem é um contrato de trabalho especial, por prazo determinado, que não pode ultrapassar dois anos, devendo prever expressamente o programa de aprendizagem e as condições de sua realização.
9. REGISTRO DAS ESCOLAS NO PETECA