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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE TCE - Escola de Engenharia TEM - Departamento de Engenharia Mecânica PROJETO DE GRADUAÇÃO II Título do Projeto: PROJETO E FABRICAÇÃO DE UM EFETUADOR COM TRÊS GRAUS DE LIBERDADE PARA UM MANIPULADOR ROBÓTICO DE USO ACADÊMICO Autor: LUIZ EDUARDO BAGILE AREAS Orientador: PROF. BRUNO CAMPOS PEDROZA, D. Sc. Data: 22 de DEZEMBRO de 2017

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Page 1: PROJETO DE GRADUAÇÃO II EDUARDO...substituam o homem na realização de suas tarefas do dia a dia, em especial, nas mais árduas.(ROMANO, 2002) Segundo o historiador Eric Hobsbawn,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

TCE - Escola de Engenharia

TEM - Departamento de Engenharia Mecânica

PROJETO DE GRADUAÇÃO II

Título do Projeto:

PROJETO E FABRICAÇÃO DE UM EFETUADOR

COM TRÊS GRAUS DE LIBERDADE PARA UM

MANIPULADOR ROBÓTICO DE USO ACADÊMICO

Autor:

LUIZ EDUARDO BAGILE AREAS

Orientador:

PROF. BRUNO CAMPOS PEDROZA, D. Sc.

Data: 22 de DEZEMBRO de 2017

Page 2: PROJETO DE GRADUAÇÃO II EDUARDO...substituam o homem na realização de suas tarefas do dia a dia, em especial, nas mais árduas.(ROMANO, 2002) Segundo o historiador Eric Hobsbawn,

LUIZ EDUARDO BAGILE AREAS

PROJETO E FABRICAÇÃO DE UM EFETUADOR COM TRÊS

GRAUS DE LIBERDADE PARA UM MANIPULADOR

ROBÓTICO DE USO ACADÊMICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Mecânica da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção

do grau de Engenheiro Mecânico.

Orientador:

Prof. BRUNO CAMPOS PEDROZA, D. Sc.

Niterói

2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores do departamento de Engenharia Mecânica da UFF, que

contribuíram para minha formação profissional e ética.

Ao professor e amigo, Bruno Campos Pedroza D.Sc. pela orientação, condução da visita

técnica e dedicação que demostrou em auxiliar no desenvolvimento do projeto.

Ao Professor Edson Simões Santos M.Sc. pela recepção na visita técnica e disposição

em ajudar.

Agradeço ao professor Eduardo Monteiro Aguiar M.Sc. pelo material necessário para

pesquisas teóricas e disposição em ajudar.

Aos meus pais, meu pai Luiz Carlos Areas e minha mãe Maria das Dores Bagile Areas.

.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta o projeto básico de um efetuador industrial com três graus

de liberdade, projetado para ser acoplado em um manipulador para fins acadêmicos.

Inicialmente, foram desenvolvidos modelos 3D das peças que compõem o efetuador e foram

definidas as condições de operação do equipamento. A partir de definidas as condições de

operação, foi utilizada uma abordagem analítica para o dimensionamento dos motores. Em

seguida, com auxílio do software RoboAnalyzer®, foram desenvolvidos os modelos geométrico

e dinâmico, que foram utilizados na validação do efetuador projetado. Finalmente, a partir dos

desenhos de fabricação e montagem, foram fabricadas as diversas peças e montado o efetuador.

Palavras-Chave: robótica, efetuador industrial, modelo matemático.

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ABSTRACT

The present work presents the basic design of an industrial effector with three degrees

of freedom, designed to be coupled in a manipulator for academic purposes. Initially, 3D

models of the parts that made up the effector were developed and the operating conditions of

the equipment were defined. Once the operating conditions were defined, an analytical

approach was used for motors sizing. Then, using the software RoboAnalyzer®, the geometric

and dynamic models were developed, which were used in the validation of the designed

effector. Finally, from the manufacturing and assembly drawings, the various parts were

manufactured and the effector was assembled.

Key-Words: Industrial effector, Robotics, RoboAnalyzer.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Regulador de fluxo a vapor. ................................................................................................................... 2 Figura 2 - Primeiro tear programável. ................................................................................................................... 2 Figura 3 - Cena do filme Star Wars onde mostra a proximidade do robô com o ser humano. ............................... 4 Figura 4 - Primeiro robô produzido pela Unimation Inc. ....................................................................................... 5 Figura 5 - Comparação entre o braço humano e o braço robótico. ....................................................................... 6 Figura 6 – Veículos guiados automatizados fazendo transporte de matérias na indústria. .................................... 7 Figura 7 - Robôs vendidos nos anos de 2014 a 2016 para setores da indústria. .................................................... 8 Figura 8 - Garra de dois dedos. ............................................................................................................................ 14 Figura 9 - Garra de três dedos. ............................................................................................................................. 14 Figura 10 - Garra utilizada para objetos cilíndricos. ........................................................................................... 15 Figura 11 - Garra articulada de múltiplos dedos. ................................................................................................ 16 Figura 12 - Garra a vácuo. ................................................................................................................................... 16 Figura 13- Levantador magnético. ........................................................................................................................ 17 Figura 14 - Efetuador com ferramenta em uma linha de montagem industrial. ................................................... 18 Figura 15 - Junta prismática. ................................................................................................................................ 19 Figura 16 - Junta rotativa. .................................................................................................................................... 19 Figura 17 - junta esférica. ..................................................................................................................................... 20 Figura 18 - Translação de um ponto. .................................................................................................................... 21 Figura 19 - Rotação genérica de um ponto no plano. ........................................................................................... 21 Figura 20 - Transformação de um manipulador com 3 elos. ................................................................................ 23 Figura 21 - Parâmetros Denavit – Hartenberg. .................................................................................................... 25 Figura 22 - Organização de um sistema articulado. ............................................................................................. 25 Figura 23 - Forças dinâmicas e torque em um robô articulado. .......................................................................... 29 Figura 24 - Manipulador segmentado. .................................................................................................................. 31 Figura 25 - Momento e forças que são aplicados no elo i. ................................................................................... 31 Figura 26 - Efetuador do robô RD5NT. ................................................................................................................ 35 Figura 27 - Efetuador proposto. ........................................................................................................................... 36 Figura 28 – Cruzeta. ............................................................................................................................................. 37 Figura 29 - Mancal de rolamento. ........................................................................................................................ 37 Figura 30 - Perfil U. .............................................................................................................................................. 38 Figura 31 – Flange. ............................................................................................................................................... 38 Figura 32 - garra de dois dedos utilizada no projeto. ........................................................................................... 39 Figura 33 - Motor DC 12v 13 rpm do punho. ....................................................................................................... 39 Figura 34 - Servo motor para acionamento da garra. .......................................................................................... 39 Figura 35 - Motor GW4058-31ZY. ........................................................................................................................ 41 Figura 36 - Coordenadas de referencia no efetuador proposto. ........................................................................... 42 Figura 37 - Configuração genérica do efetuador ................................................................................................. 42 Figura 38 - Distribuição dos eixos das juntas. ...................................................................................................... 46 Figura 39 - Centro de massa dos elos. .................................................................................................................. 46 Figura 40 – Elo 1 realizando uma trajetória de 120º. .......................................................................................... 48 Figura 41 – Elo 2 executando uma trajetória de 120º. ......................................................................................... 49 Figura 42 - Elo 1 e 2 movimentando 120º simultaneamente. ................................................................................ 49 Figura 43 - Torque no elo 1 com movimento do elo 1 de 120º.............................................................................. 51 Figura 44 - Torque no elo 2 com movimento do elo 1 de 120º.............................................................................. 51 Figura 45 - Torque no elo 3 com movimento do elo 1 de 120º.............................................................................. 52 Figura 46 - Torque no elo 1 com movimento do elo 2 de 120º.............................................................................. 53 Figura 47 - Torque no elo 2 com movimento do elo 2 de 120º............................................................................. 53 Figura 48 - Torque no elo 3 com movimento do elo 2 de 120º.............................................................................. 54 Figura 49 - Torque no elo 1 com movimento do elo 1 e 2 de 120º. ....................................................................... 55 Figura 50 - Torque no elo 2 com movimento do elo 1 e 2 de 120º. ....................................................................... 55 Figura 51 - Torque no elo 3 com movimento do elo 1 e 2 de 120º. ....................................................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros de D - H ............................................................................................................................ 43 Tabela 2 - Tabela de distância dos eixos do manipulador .................................................................................... 47 Tabela 3 - Distancia do Centro de Massa ............................................................................................................. 47 Tabela 4 - Massa dos Elos.................................................................................................................................... 47 Tabela 5 - Momento de Inercia em Kg . m² ........................................................................................................... 48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1 1.1 BREVE HISTÓRICO ..................................................................................................................... 1 1.2 ROBÓTICA NA INDÚSTRIA ...................................................................................................... 4 1.3 AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA ..................................................................................................... 9 1.4 OBJETIVO ...................................................................................................................................... 10 1.5 METODOLOGIA ........................................................................................................................ 11

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................................. 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................... 13 2.1 ESTRUTURA E TIPOLOGIA DOS EFETUADORES ............................................................... 13

2.1.1 GARRAS .................................................................................................................................... 13 2.1.1.1 GARRA DE DOIS DEDOS........................................................................................................... 14 2.1.1.2 GARRA DE TRÊS DEDOS .......................................................................................................... 14 2.1.1.3 GARRA PARA OBJETOS CILÍNDRICOS ...................................................................................... 15 2.1.1.4 GARRA ARTICULADA .............................................................................................................. 15 2.1.1.5 GARRA A VÁCUO E ELETROMAGNÉTICA................................................................................. 16 2.1.2 FERRAMENTAS ......................................................................................................................... 17 2.1.3 JUNTAS ...................................................................................................................................... 18 2.1.3.1 JUNTA PRISMÁTICA ................................................................................................................. 18 2.1.3.2 JUNTA DE REVOLUÇÃO ........................................................................................................... 19 2.1.3.3 JUNTA DE ENCAIXE ESFÉRICO ................................................................................................. 19 2.2 TRANSFORMAÇÕES HOMOGÊNEAS .................................................................................... 20

2.3 CINEMÁTICA DIRETA ............................................................................................................. 23

2.3.1 NOTAÇÃO DE DENAVIT-HATENBERG ..................................................................................... 24 2.4 MODELAGEM DINÂMICA ....................................................................................................... 28

2.4.1 FORMULAÇÃO DE NEWTON - EULER ...................................................................................... 30

3 CONCEPÇÃO DO PROJETO .................................................................................................... 35 3.1 MODELO DE REFERÊNCIA ..................................................................................................... 35

3.2 PARÂMETROS E DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA ................................................. 35

4 RESULTADOS OBTIDOS........................................................................................................... 42 4.1 MODELO CINEMÁTICO DO EFETUADOR ............................................................................ 42

4.2 MODELO DINÂMCO DO EFETUADOR .................................................................................. 45

4.2.1 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES NO ROBOANALYZER® ........................................................ 50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 57

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 58

ANEXO I - CÓDIGO COM OS PARÂMETROS DO EFETUADOR APLICADO NO

SOFTWARE ROBOANALYZER® .................................................................................................... 60

ANEXO II - DESENHO DE CONJUNTO DO ELO 1. ................................................................... 64

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ANEXO III - DESENHO DE CONJUNTO DO ELO 2. .................................................................. 67

ANEXO IV - DESENHO DE CONJUNTO DO ELO 3. .................................................................. 70

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1 INTRODUÇÃO

1.1 BREVE HISTÓRICO

Desde os primórdios, a humanidade desenvolve ferramentas para auxiliá-la em suas

tarefas cotidianas. Como exemplo, pode-se mencionar o uso de ferramentas no período pré-

histórico como as lanças, relacionadas às necessidades de sobrevivência daquela época e

utilizadas para auxiliar a caça em busca de alimentos. Durante seu o processo de evolução, a

humanidade sempre buscou, no avanço tecnológico, meios para facilitar suas ações e trabalhos

cotidianos em especial os mais árduos.

É de conhecimento geral que o conceito de evolução está diretamente ligado ao grau do

desenvolvimento tecnológico adquirido ao longo do tempo. Esse conceito fica explícito quando

se observa os países classificados como desenvolvidos, que possuem alto avanço tecnológico.

Desde as primeiras eras, e isto já havia sido explicitado por Aristóteles, no século IV a.C.,

quando afirmou que ''se os instrumentos pudessem realizar suas próprias tarefas, obedecendo

ou antecipando o desejo de pessoas ...'', a humanidade deseja construir máquinas que

substituam o homem na realização de suas tarefas do dia a dia, em especial, nas mais

árduas.(ROMANO, 2002)

Segundo o historiador Eric Hobsbawn, a Primeira Revolução Industrial, que ocorreu

fortemente na década de 1780, foi motivada pela transição do meio de produção artesanal para

a produção por máquinas a vapor, que utilizavam uma nova forma de energia nas operações

mecânicas. A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra e, em poucas décadas,

espalhou-se para a Europa Ocidental e os Estados Unidos. (DATHEIN, 2003)

A revolução industrial foi um marco na história, quase todos os aspectos na vida

cotidiana daquela época foram influenciados de alguma forma por esse processo. Segundo

Robert E. Lucas Jr (2002), as pessoas comuns puderam pela primeira vez na história obter um

padrão de vida melhor devido a revolução industrial.

Na década de 1788, a partir da máquina a vapor, James Watt desenvolveu um

mecanismo para regulagem do fluxo de vapor nas máquinas, conforme pode ser visto na Figura

1. Este dispositivo pode ser considerado um dos primeiros sistemas de controle com

realimentação. "O regulador consistia num eixo vertical com dois braços próximos ao topo,

tendo em cada extremidade uma bola pesada. Com isso, a máquina funcionava de modo a se

regular sozinha, automaticamente, por meio de um equilíbrio de forças" (COELHO, 2007).

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Figura 1 - Regulador de fluxo a vapor.

Fonte: Disponível em: ‹ http://capsuladopempo.blogspot.com.br/›.

Acesso em: 09/01/2017

Para aumentar a eficiência das máquinas a vapor utilizadas pela indústria têxtil,

incrementando a qualidade dos produtos fabricados, tornou-se necessário automatizar os teares,

tornando-os capazes de repetir inúmeras vezes o mesmo processo. Em 1801, Joseph Marie

Jacquard desenvolveu o primeiro tear programável, ilustrado na Figura 2, capaz de padronizar

os desenhos produzidos nos tecidos a partir de um sistema de cartões perfurados.

Figura 2 - Primeiro tear programável.

Fonte: Disponível em: ‹ http://www.geocities.ws/xerecoteco/hacker37.html/ ›.

Acesso em: 09/01/2017

Depois deste marco, outras máquinas e sistemas de automação foram desenvolvidos.

Entre eles, podem-se citar:

● Christopher Spencer (1830) – invenção do torno programável por cames;

● Seward Babbitt (1892) – invenção do guindaste motorizado;

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● Willard Pollard e Harold Roselund (1938) – projeto do primeiro mecanismo de

movimentação de pistola de pintura programável para companhia Devilbss;

● George C. Devol (1946) – patenteia dispositivo para manuseio de materiais, com

''memória'' programável;

● Raymond Goetz (1951) – projeta um manipulador remoto, um dispositivo mestre-

escravo utilizado para movimentar materiais perigosos, em geral, radioativos;

● Em 1952 é construída, no laboratório Servomecanismos do Instituto de Tecnologia

de Massachusetts (MIT), a primeira máquina ferramenta controlada por comando

numérico.

No ano de 1918, o escritor e filósofo Karel Capek de origem tcheca criou o termo robô.

Derivado da palavra tcheca é robota, que significa servidão ou trabalho forçado, e, quando

traduzido para o inglês, transformou-se em robot. Em sua obra de ficção "Krakonosova

Zahrada", uma coletânea de contos e narrativas de grande interesse humano, publicado em

1918, em parceria de seu irmão Josef, é apresentada uma história na qual a humanidade é

ameaçada por uma máquina, máquina essa que se denominou robot, palavra que posteriormente

popularizou-se pelo mundo.

Na década de 40, o escritor Isaac Asimov tornou popular o conceito de robô como uma

máquina de aparência humana não possuidora de sentimentos, onde seu comportamento seria

definido a partir de programação feita por seres humanos, de forma a cumprir determinadas

regras éticas de conduta. O termo robótica foi criado por Asimov para designar a ciência que

se dedica ao estudo dos robôs e que se fundamenta pela observação de três leis básicas

(SCIAVICCO, 1995):

1ª Lei: Um robô não pode maltratar um ser humano, ou pela sua passividade deixar que

um ser humano seja maltratado.

2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por um ser humano, exceto se entrarem

em conflito com a 1ª Lei.

3ª Lei: Um robô deve proteger a sua própria existência desde que essa proteção não

entre em conflito com as 1ª e 2ª Lei.

Inúmeras obras de ficção científica introduziram o conceito popular de robô que se

parece e age como um ser humano, esse conceito de humanoide pode ser visto em diversos

filmes. A Figura 3, a seguir, mostra uma cena da saga de Star Wars, onde os robôs C3PO e

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R2D2, robôs amigáveis, inofensivos e, que além de possuírem inteligência, se comunicavam

com os humanos, são apresentados.

Figura 3 - Cena do filme Star Wars onde mostra a proximidade do robô com o ser

humano.

Fonte: Disponível em: ‹ http://://www.motorshopdemammoet.com/ ›.

Acesso em: 09/01/2017

1.2 ROBÓTICA NA INDÚSTRIA

A robótica industrial obteve grandes investimentos a partir da associação entre o físico

americano, engenheiro e empresário Joseph Engelberger e o inventor de origem americana

George Devol, quando fundaram o Unimation Inc. Os estudos em robótica coordenados por

esta empresa permitiram o projeto do primeiro robô programável, que mais tarde veio a se tornar

o primeiro robô industrial da Unimation Inc., o Unimate, apresentado na Figura 4. Isso

impulsionou o interesse de diversas indústrias, em especial as empresas do ramo automotivo,

sendo introduzido na linha de montagem da General Motors em 1962, com o objetivo de realizar

tarefas perigosas e repetitivas. Podem-se elencar alguns fatos históricos importantes do

progresso tecnológico que ajudaram no processo de criação dos robôs como, por exemplo:

● 1957 - Foi posto em órbita o primeiro satélite artificial o Sputinik, foi lançado pela

antiga União Soviética;

● 1964 - Primeira produção em massa do computador IBM360;

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● 1969 - Os Estados Unidos da América usam com sucesso a mais recente tecnologia

de computação, robótica espacial para levar Neil Armstrong até a lua;

● 1986 - Lançamento de um projeto pela Honda para construir um robô humanoide

capaz de andar;

● 1997 - O computador DeepBlue, construído pela IBM vence o campeão mundial de

xadrez Garry Kasparov;

● 1999 - A empresa Sony lança primeira versão do Aibo, cão robótico com a

capacidade de aprender, se divertir e se comunicar com seu dono;

● 2000 - Foi apresentada a nova série de Humanoides produzidos pela Honda o

ASIMO;

● 2004 - A empresa Epson lança o menor robô conhecido, medindo cerca de 4

centímetros de altura e pesando apenas 10 gramas. O helicóptero robô se destina a ser

utilizado como uma câmera voadora em desastres naturais;

● 2005 - A Universidade de Cornell desenvolveu o primeiro robô que se alto

replicava.

Figura 4 - Primeiro robô produzido pela Unimation Inc.

Fonte: Disponível em: ‹ http://www.motorshopdemammoet.com/ ›.

Acesso em: 09/01/ 2017.

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Nos dias atuais, robôs antropomórficos são utilizados pela indústria. Em geral, possuem

seis graus de liberdade e reproduzem o movimento do braço humano. A seguir, são descritos

os seis graus de liberdade:

1º. Grau: Rotação da base do braço, o que moverá o braço inteiro realizado pelo ''tronco''

do robô;

2º. Grau: Inclinação do braço sobre a base, ou seja, movimento no “ombro” do robô

movimentando o braço inteiro para cima ou para baixo;

3º. Grau: Inclinação do “cotovelo” do braço;

4º. Grau: “Pulso” para cima e para baixo;

5º. Grau: “Pulso” para a direita e para a esquerda;

6º. Grau: Rotação do “pulso”

Na figura 5 são ilustrados estes seis graus de liberdade.

Figura 5 - Comparação entre o braço humano e o braço robótico.

Fonte: SENAI SP - Robótica industrial

Máquinas automatizadas e robôs na indústria não apenas desempenham tarefas na linha

de produção, mas acima de tudo eles manipulam produtos entre uma tarefa e outra. Numa linha

de produção, muitas vezes os robôs colocam os materiais nas posições para serem trabalhados

(aparafusados, soldados, pintados, etc.) e depois os retiram para poder entrar o próximo. Por

exemplo: na indústria de alimentos, os robôs e máquinas automatizadas (como esteiras rolantes,

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por exemplo) colocam alimentos no forno, tiram do forno, ou simplesmente fazem passar pelo

forno, entrando num lado e saindo no outro.

Nem todos os robôs industriais são fixos. Na indústria há também robôs que se movem.

Eles são usados no transporte e no armazenamento interno dos materiais dentro da fábrica. Um

tipo comum de robô móvel é, por exemplo, o AGV (“Automated Guided Vehicle”), ou seja,

veículo guiado automatizado, que podem ser observados na figura 6. (SOUZA J. F., 2005)

Figura 6 – Veículos guiados automatizados fazendo transporte de matérias na indústria.

Fonte: (Souza J. F., 2005)

Uma das aplicações mais comuns de robôs industriais é na soldagem. Aproximadamente

25% dos robôs são empregados em diferentes aplicações de soldagem. As vendas de robôs para

todas as indústrias, como pode ser visto na figura 7, exceto para automóveis e eletroeletrônicos,

aumentaram 5% em 2016. Entre 2011 e 2016, a taxa média de crescimento por ano foi de 13%.

O A taxa de crescimento respectiva para a indústria automotiva foi de 12% e indústria elétrica

/ eletrônica 19%. Esta é uma indicação de que não só as principais indústrias de clientes

(indústria automotiva e indústria elétrica / eletrônica) têm as instalações de robô

substancialmente aumentadas nos últimos anos, mas outras indústrias fizeram também.

(International Federation of Robotics, 2017)

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Figura 7 - Robôs vendidos nos anos de 2014 a 2016 para setores da indústria.

Fonte: (International Federation of Robotics, 2017)

A maioria das atividades relacionadas a robôs industriais em processos de produção

envolvem operações de movimentação, processamento e controle de qualidade. A seguir são

apresentadas algumas destas atividades.

• Movimentação:

- Movimentação de peças entre posições definidas;

- Transporte de peças entre esteira transportadora e máquinas operatrizes;

- Carregamento e descarregamento de peças em máquinas operatrizes;

- Carregamento e descarregamento de peças em magazines;

- Paletização.

• Processamento:

- Soldagem por resistência elétrica (pontos) ou a arco (contínua);

- Fixação de circuitos integrados em placas;

- Pintura e envernizamento de superfícies;

- Montagem de peças;

- Acabamento superficial;

- Limpeza através de jato d'água e abrasivos;

- Corte através de processos por plasma, laser, oxicorte ou jato d'água;

- Fixação de partes com parafusos, deposição de cola, rebites;

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- Empacotamento.

• Controle de qualidade:

- Inspeção visual.

1.3 AUTOMAÇÃO E ROBÓTICA

Automação e robótica são duas áreas do conhecimento estreitamente relacionadas. Num

contexto industrial pode-se definir a automação como uma tecnologia que se ocupa do uso de

sistemas e processos mecânicos, sistemas eletrônicos e computadores na operação e controle

de alguma atividade. Exemplos desta tecnologia incluem máquinas de montagem mecanizadas,

sistemas de controle de realimentação (aplicados a processos industriais), máquinas ferramentas

dotadas de comandos numéricos e robôs. A robótica é uma forma de automação industrial

(GROOVER, 1984).

A definição de robô industrial adotada pela Associação das Indústrias de Robótica (RIA)

é “um robô industrial é um manipulador reprogramável e multifuncional, projetado para mover

materiais, peças, ferramentas ou dispositivos especiais em movimentos variáveis programadas

para a realização de uma variedade de tarefas”.

Automação é a operação de controle automático de um equipamento, processo ou de um

sistema por meio mecânico ou eletrônico, substituindo a observação, os esforços e a decisão

humana (ROMANO, 2002).

Podem-se identificar três formas distintas de automação industrial:

Automação fixa;

Automação flexível;

Automação programável.

Na automação fixa, as máquinas são especificas para o produto a ser produzido. Elas

produzem grande quantidade um único produto, ou produtos com pequenas variações entre eles.

O custo da máquina é elevado, pois ela deve ser projetada para um uso especifico. Por outro

lado, como o volume de produção é alto, o custo do produto em geral fica baixo.

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10

Tais máquinas são encontradas em linhas fabricação de motores, na produção de

lâmpadas, na fabricação de papel e de garrafas. Neste tipo de automação, deve-se ter cuidado

com o preço final do produto, pois, como o investimento de aquisição da maquina á alto, a

amortização só acontece com vendas de grandes quantidades. Além disso, se o produto sair do

mercado por obsolescência perde-se o investimento.

Na automação flexível, o volume de produção é médio e geralmente a máquina pode ser

programada para produzir outros produtos, ainda que semelhantes. Esta automação possui

características da automação fixa e da programável. A máquina deve ser adaptável a um numero

grande de produtos similares, e, neste sentido, ela é mais flexível que a automação fixa. A

automação flexível é empregada, por exemplo, nas linhas de montagem automotiva.

Na automação programável, o volume de produção é baixo, mas a variedade de produtos

diferentes é alta. Ela pode ser adaptada às tarefas diferentes alterando sua programação. Os

principais exemplos de automação programável são as máquinas CNC e os robôs industriais.

De todos os processos de automação, a robótica mais se aproxima da automação

programável. Portanto, os volumes de produção de um robô industrial não são grandes, mas ele

é extremamente adaptável a produtos diferentes. Embora robôs industriais sejam produzidos

em diversas configurações, algumas delas se assemelham, até certo ponto, a características

humanas (antropomórficas), e, portanto, são propicias para substituir operações realizadas por

humanos. Os robôs são totalmente programáveis, possuem braços móveis, e são empregados

em diferentes atividades, entre as quais se destacam:

• Carregamento e descarregamento de máquinas;

• Soldagem a ponto, ou outras formas de soldagem;

• Pintura ou jateamento;

• Processo de conformação ou usinagem.

Embora haja uma tendência de dotar os robôs industriais de mais habilidade humana,

ainda assim eles não possuem forma humana.

1.4 OBJETIVO

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11

Este trabalho teve como objetivo desenvolver e validar computacionalmente o projeto

básico de um efetuador industrial para fins acadêmicos com 3 graus de liberdade e que será

acoplado a um manipulador desenvolvido na Universidade Federal Fluminense. A notação de

Denavit-Hartenberg e a formulação de Newton-Euler foram utilizadas no desenvolvimento dos

modelos geométrico e dinâmico, respectivamente. Os modelos foram utilizados para a

validação do projeto proposto. Finamente, após fabricar e comprar suas diferentes peças, o

efetuador será montado.

O objetivo secundário foi vivenciar na prática, durante o desenvolvimento do projeto, o

conteúdo abordado teoricamente em diversas disciplinas oferecidas no curso de engenharia

mecânica da Universidade Federal Fluminense, bem como o aprendizado de conceitos de

robótica e automação.

1.5 METODOLOGIA

O ponto de partida no desenvolvimento deste projeto foi à realização de um estudo sobre

o desenvolvimento da automação e robótica através da história, desde seu surgimento até os

dias de hoje, com o objetivo de conhecer os diferentes tipos de efetuadores desenvolvidos ao

longo do tempo, bem como suas respectivas aplicações.

Após a seleção do tipo de efetuador a ser adotado neste trabalho, realizou-se uma

pesquisa dos materiais que são geralmente empregados para a construção deste tipo de robô,

bem como os tipos de motores, freios, caixas de redução e outras peças que compõem o sistema

eletromotriz do efetuador.

A fim de complementar esta pesquisa e obter dados técnicos e parâmetros sobre

efetuadores de uso acadêmico, foi feita uma visita técnica ao Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), onde foi analisado o efetuador de um robô modelo

RD5NT.

Paralelamente a estas atividades, realizou-se um estudo sobre a notação de Denavit

Hartenberg com o objetivo de desenvolver o modelo geométrico do efetuador. Onde se

verificou o dimensionado da estrutura, projetada em alumínio, que, posteriormente, foi

modelada no Solidworks®.

O modelo dinâmico desenvolvido a partir da Formulação de Newton-Euler, e

posteriormente programou-se no Software RoboAnalyzer® adotando as condições de contorno,

de maneira arbitrária , cada elo partia do repouso de uma posição previamente determinada

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fazendo um percurso total, em cada junta, de 120º de rotação. Essas condições de contorno

serviram para determinar os torques solicitados por cada elo na estrutura. Em seguida os

motores foram dimensionados e selecionados, a partir do conhecimento das forças e torques

atuantes na estrutura proposta.

Para a validação do modelo proposto, o protótipo do efetuador foi construído e deverá

ser acoplado a um manipulador desenvolvido na Escola de Engenharia da Universidade Federal

Fluminense.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está organizado em 6 capítulos, com apêndices e anexos, o texto é

iniciado pela presente introdução, que apresenta uma breve história cronológica de

acontecimentos importantes que deram origem a robótica e a automação.

No capítulo 2, são descritos alguns dos componentes elementares e aspectos

construtivos de efetuador robótico. São abordados os diferentes tipos e funções que cada garra

executa e em quais setores industriais elas são mais aplicadas. Apresenta a descrição do modelo

matemático da cinemática, também é apresentada a notação da cinemática direta através de

Denavit–Hatenberg, com a descrição dos elos e juntas e seus parâmetros, numeração dos elos

e as transformações entre estes. Finalmente, é apresentada a descrição do modelo dinâmico

proposto na Formulação de Newton – Euler.

No capítulo 3, é apresentada a referência para o presente projeto, o robô RD5NT e

desenvolvida a concepção estrutural do projeto com o auxílio do software SolidWorks®,

detalhando cada componente que constitui o efetuador robótico. Também são apresentados os

desenhos de detalhamento das peças que foram fabricadas no desenvolvimento do trabalho.

No capítulo 4, são definidas as coordenadas e é aplicada a transformação homogênea

proposta por Denavit–Haterbeng. O software SolidWorks® foi utilizado para obtenção dos

parâmetros físicos, como matriz de inercia e centro de massa, dos elementos estruturais do

efetuador e o RoboAnalyzer® para obter os resultados dos torques nos elos.

No capítulo 5, são apresentas as conclusões a respeito do presente trabalho bem como

propostas para trabalhos futuros.

No capítulo 6, são apresentadas as referências bibliográficas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ESTRUTURA E TIPOLOGIA DOS EFETUADORES

Punho é o nome usualmente dado às três últimas juntas do braço do robô. Estas, em

geral, são juntas rotacionais, e seus eixos de rotação são mutuamente perpendiculares,

configurando o que se conhece por punhos esféricos, no qual, os eixos das suas juntas se

interceptam num único ponto. Uma das vantagens do punho esférico é que seu uso simplifica

consideravelmente a cinemática do manipulador, permitindo o desacoplamento entre a posição

e orientação do efetuador. O número de graus de liberdade para orientação depende então do

punho. São comuns os casos em que este tem um, dois ou três graus de liberdade. O braço e o

punho são utilizados basicamente para o posicionamento e orientação do efetuador e de

qualquer ferramenta que ele possa carregar. É o efetuador ou fermenta que em realidade executa

o trabalho. (Santos W. E., 2015)

Os efetuadores podem ser divididos em dois grandes tipos: as ferramentas especiais e

as garras mecânicas. As ferramentas têm como função realizar uma ação ou trabalho sobre uma

peça, sendo relacionadas principalmente a operações de processamento e controle de qualidade.

Enquanto as ferramentas especiais realizam trabalho, durante a sua movimentação ou quando

já posicionadas pelo manipulador, as garras mecânicas são associadas à preensão (agarramento)

de objetos, visando operações de movimentação ou manipulação. O principal escopo de uma

garra é pegar um determinado objeto, transportá-lo a uma posição preestabelecida e após

alcançar tal posição, soltá-lo (TAINE, 1985).

Os efetuadores usados na robótica são padronizados de tal forma a permitir uma

vinculação fácil à extremidade terminal do robô industrial e geralmente podem ser controlados

pela mesma unidade de controle do robô, através de interfaces apropriadas.

2.1.1 Garras

A garra é um componente do robô que pode ser comparado à mão humana. A garra não

é capaz de simular todos os movimentos de uma mão, o que implica em limitações no seu uso,

particularizando assim a aplicação para cada tipo de garra a uma função pré-estabelecida. A

grande variedade de aplicações tem levado ao desenvolvimento de garras para que possam

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manusear os objetos de diferentes tamanhos, formas e materiais. Estas garras são divididas em

diferentes classes como podem ser observados nos tópicos abaixo:

2.1.1.1 Garra de dois dedos

É o tipo mais comum e com grande variedade. São diferenciados uma da outra pelo

tamanho e movimento dos dedos, como o movimento paralelo ou o movimento de rotação. A

principal desvantagem desta garra é a limitação da abertura dos seus dedos, restringindo, assim

a sua operação em objetos cujo tamanho não exceda sua abertura máxima. Na figura 8 é

observado um modelo de garra de dois dedos desenvolvido pela Domedica.

Fonte: <https://svrobo.org/robot-launch-2014-first-round-favorites>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.1.2 Garra de três dedos

Semelhantes às garras de dois dedos, permitem segurar objetos de forma circular,

triangular e irregular com maior firmeza. Os dedos podem ser articulados e formados por

diversos elos. Na figura 9 a seguir, é mostrada uma garra de três dedos.

Figura 9 - Garra de três dedos.

Figura 8 - Garra de dois dedos.

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Fonte: <http://www.inovacaotecnologica.com.br>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.1.3 Garra para objetos cilíndricos

De maneira geral são garras de dois dedos com semicírculos ou chanfros, que permitem

segurar objetos cilíndricos de diâmetros diferentes. A seguir na figura 10, é apresentada uma

garra para objetos cilíndricos.

Figura 10 - Garra utilizada para objetos cilíndricos.

Fonte: <http://www.directindustry.fr>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.1.4 Garra articulada

São projetados para agarrar objetos de diferentes tamanhos e formas. Os vínculos são

movimentados por pares de cabos, onde um cabo flexiona a articulação e o outro a estende.

Esse tipo de garra, figura 11, assemelha-se a mão humana por possuir múltiplas articulações e

dedos.

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Figura 11 - Garra articulada de múltiplos dedos.

Fonte: <http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/08/empresa-cria-mao-

robotica-para-desarmar-bombas.html>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.1.5 Garra a vácuo e eletromagnética

Garras a vácuo, figura 12, são projetadas para prender uma superfície lisa durante a ação

do vácuo. Estas garras possuem ventosas de sucção conectadas a bomba de ar comprimido, que

prendem as superfícies como chapas metálicas e lâminas de vidro. Para reduzir o risco de mau

funcionamento devido à perda de vácuo, é comum usar mais do que uma ventosa de sucção.

Figura 12 - Garra a vácuo.

Fonte: <https://www.trumpf.com/>.

Acesso em: 07/11/2017

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Garras eletromagnéticas, figura 13, são utilizadas para segurar objetos que podem ser

magnetizados através de um campo magnético. Estes objetos devem possuir um lugar

específico na qual a garra passa atuar.

Figura 13- Levantador magnético.

Fonte: <http://www.solucoesindustriais.com.br>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.2 Ferramentas

Em muitas aplicações, o robô é utilizado para manipular uma ferramenta, ao invés de

uma peça. O robô deve movimentar a ferramenta sobre o objeto a ser trabalhado. O uso de uma

garra permite que as ferramentas sejam trocadas durante o ciclo de trabalho, facilitando o

manuseio de várias ferramentas. Na figura 14, é possível observar como é aplicado na indústria

automotiva, esse tipo de efetuador que facilita e otimiza o processo em uma linha de montagem

industrial.

Na maioria das aplicações de robôs nas quais uma ferramenta é manipulada, a

ferramenta é presa diretamente no punho do robô, sendo nesse caso, a ferramenta o órgão

terminal.

Alguns exemplos de ferramentas usadas como efetuadores em aplicações robóticas:

● Maçaricos para soldagem a arco;

● Bicos para pintura por pulverização;

● Mandris para operações como: furação, polimento, retifica;

● Aplicadores de cimento ou adesivo líquido para montagem;

● Ferramentas de corte por jato d'água e laser;

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Figura 14 - Efetuador com ferramenta em uma linha de montagem industrial.

Fonte: <http://www.dw.com/>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.3 Juntas

Junta é o nome dado ao elemento de ligação entre dois elos consecutivos de um robô. É

a junta que permite o movimento relativo entre os dois elos. A primeira junta de um braço

mecânico está ligada à sua base.

Cada junta corresponde a um único grau de liberdade. Desta forma, o número de juntas

determina o grau de liberdade de um robô. Geralmente, quanto maior o número de juntas no

braço, maior sua flexibilidade, ou seja, um robô tem mais liberdade de movimentos se tiver

mais juntas.

De modo geral há três tipos de juntas: prismática, revolução e esférica.

2.1.3.1 Junta prismática

Permite o movimento linear entre dois elementos adjacentes. É composta de dois

elementos encaixados interna ou lateralmente. Devido ao seu tipo de construção, este tipo de

junta, mostrada na figura 15, é bastante rígido.

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Figura 15 - Junta prismática.

Fonte: <http://www.profelectro.info>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.3.2 Junta de revolução

Permite o movimento de rotação entre dois elementos adjacentes. É composta de um

eixo ou dobradiça que conecta dois elementos como pode ser observado na figura 16 a seguir.

Figura 16 - Junta rotativa.

Fonte: <http://www.profelectro.info>.

Acesso em: 07/11/2017

2.1.3.3 Junta de encaixe esférico

Funciona como uma combinação de três juntas de revolução permitindo um movimento

combinado de três eixos de movimento, conforme é mostrado na figura 17. Este tipo de junta é

aplicado pouquíssimas vezes em projetos de robôs já que sua construção é difícil e seu controle

é complexo. Quando o seu uso é necessário, costuma-se projetar três juntas de revolução

separadas, mas seus movimentos se interceptar em um único ponto.

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Figura 17 - junta esférica.

Fonte: <http://www.profelectro.info>.

Acesso em: 07/11/2017

2.2 TRANSFORMAÇÕES HOMOGÊNEAS

Da álgebra linear, é utilizada a ideia de transformação homogênea a fim de correlacionar

os movimentos efetuados pelos efetuadores, como por exemplo, os movimentos de rotação

pura, translação e a combinação de ambos. A transformação homogênea trata-se de uma

representação matricial para movimentação de corpos rígidos.

Um ponto importante é a movimentação de pontos. O movimento de um ponto no

espaço significa que suas coordenadas estão passando da posição q1 para uma posição q2 sendo

observados pelo mesmo referencial, conforme é explicitado na figura 18. Este processo é

denominado translação no espaço e pode ser expresso matematicamente pela equação (2.1),

assim efetuou-se uma translação representada pelo vetor p.

12 qqp (2.1)

Notação matricial da equação (2.1):

z

y

x

z

y

x

z

y

x

q

q

q

q

q

q

p

p

p

1

1

1

2

2

2

(2.2)

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Figura 18 - Translação de um ponto.

Fonte: (Santos V. M., 2003-2004)

Outro ponto a ser considerado quando se estuda o movimento de um sistema é a rotação.

Seja um elo no plano com coordenadas cartesianas (x, y), fixo na origem, de comprimento l.

Sua posição inicial é dada por (x, y) a um ângulo . É aplicada a esse ponto uma rotação em

torno da origem, resultante no ponto de coordenadas (x1, y1), ilustrado na figura 19.

Figura 19 - Rotação genérica de um ponto no plano.

Fonte: (Santos V. M., 2003-2004)

A partir da figura 19, é possível determinar as seguintes relações:

))sin()sin()()(cos(

))sin()sin()()(cos(

)sin(

)cos(

1

1

consl

consl

l

l

y

x (2.3)

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Como: )sin(

)cos(

l

l

y

x (2.4)

A equação (2.3) pode ser simplificada para:

)cos()sin(

)sin()cos(

1

1

yx

yx

y

x (2.5)

Notação matricial da equação (2.5):

y

x

y

x

cossin

sincos

1

1 (2.6)

A matriz de transformação homogênea é composta pelas matrizes de translação e de

rotação apresentadas nas equações (2.2) e (2.6). Construída a partir das equações (2.2) e (2.6),

a equação (2.7) pode ser utilizada quando acontece uma rotação do plano cartesiano (x, y) em

torno do eixo z, juntamente com a translação sobre o plano cartesiano (x, y).

1

.

100

2221

1211

y

x

Prr

Prr

T y

x

(2.7)

onde: 𝑟11, 𝑟12, 𝑟21, 𝑟22 são os componentes da rotação;

𝑃𝑥, 𝑃𝑦 são os componentes da translação.

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2.3 CINEMÁTICA DIRETA

A cinemática aplicada na robótica é o estudo da posição do seu efetuador e dos seus

corpos, ligados por intermédio de juntas, com relação a um determinado sistema de coordenadas

de referência. Tem como objetivo obter as posições e velocidades dos elos, assim como do

efetuador (define-se como efetuador o componente ligado a extremidade do braço, é o

componente ligado à última junta do manipulador).

A relação entre o referencial de origem e o referencial da extremidade é dada por uma

transformação n

RT que não dá qualquer indicação sobre as relações entre os elos intermédios.

Desse modo, para fazer um estudo da cinemática é necessário definir os sistemas de

coordenadas associados a cada elo. A relação geométrica entre os elos é traduzida por uma

matriz de transformação para ir de um extremo de um elo (junta ou base do robô) até ao outro

extremo do elo (a junta seguinte ou a extremidade do robô como, por exemplo, o efetuador).

Em síntese, um dado elo i terá associado a si a matriz de transformação iA , onde a primeira

matriz, 1A , relaciona o primeiro elo com a base fixa, e a última matriz, niA , relaciona o

referencial da mão com o último elo. É então que n

nR

n

R AAAT 1

1

0

0

. A figura 20

esquematiza as transformações associados a um manipulador de 3 elos.

Figura 20 - Transformação de um manipulador com 3 elos.

Fonte: (Santos V. M., 2003-2004)

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2.3.1 Notação de Denavit-Hatenberg

A notação de Denavit – Hartenberg foi proposta em 1955, conduz uma representação

baseada em transformações homogêneas, que descreve cada referencial em relação ao

referencial anterior. Assim, através de uma sequência de transformações, a posição generalizada

do órgão terminal do robô manipulador pode ser expressa em relação ao sistema de eixos da

base, o qual pode ser construir o referencial inercial do sistema (Honório, 2010).

O ponto de partida para a utilização do método de Denavit – Hatenberg é posicionar em

cada junta um sistema de eixos coordenados. Três regras devem ser obedecidas quanto à

disposição dos eixos coordenados (Romano, 2002):

1. O eixo Zi, é colocado ao longo do eixo de movimentação da junta i.

2. O eixo X(i-1) é posicionado ortogonalmente ao eixo Z(i-1), preferencialmente

colocado sobre o elo que interliga as juntas direcionadas para o elo final do

manipulador.

3. O eixo Yi, completa o sistema utilizando a regra da mão direita.

A representação Denavit-Hatenberg para um elo rígido dependerá de quatro parâmetros

associados ao elo. Estes parâmetros descrevem completamente o comportamento cinemático

de uma junta prismática ou revoluta. Estes quatro parâmetros são observados na figura 21 e são

definidos a seguir:

θi é o angulo de junta obtido entre os eixos Xi-1 e Xi no eixo Zi-1 (usar a regra da

mão direita);

di é a distância entre a origem do (i-1)-ésimo sistema de coordenadas até a

interseção do eixo Zi-1 com o eixo Xi ao longo do eixo Zi-1;

ai é a distância entre a interseção do eixo Zi-1 com o eixo Xi até a origem o i-ésimo

sistema de referência ao longo do eixo Xi (ou a menor distância entre os eixos Zi-1

e Zi;

αi é o ângulo offset entre os eixos Zi-1 e Zi medidos no eixo Xi (usando a regra da

mão direita).

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Figura 21 - Parâmetros Denavit – Hartenberg.

Fonte: (Honório, 2010)

A escolha do sistema de coordenadas inicial (X0, Y0, Z0) é livre, podendo ser colocado

em qualquer parte do robô, enquanto que a posição direção do eixo Z0 deverá ser a mesma do

eixo de movimento da primeira junta. O último sistema de coordenadas (i = N) pode ser

colocado em qualquer parte do elemento terminal, enquanto o eixo Xi é normal ao eixo Zi-1. A

figura 22 a seguir, ilustra o procedimento descrito.

Figura 22 - Organização de um sistema articulado.

Fonte: (CRAIG, 2006)

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Para uma junta rotacional, di, ai, e αi são os parâmetros da junta, variando o seu valor na

rotação do elo i em relação ao elo i-1. Para uma junta prismática θi, ai e αi são os parâmetros da

junta, enquanto di é a variável de junta (deslocamento linear).

)1(ia Translação ao longo do eixo x(i-1), até o eixo zi;

id Translação ao longo do eixo zi, até a origem 0i;

)1(i Rotação sobre o eixo X(i-1) no sentido de zi para Z(i-1), usando a regra da

mão direita para determinar o sentido positivo;

i Rotação sobre o eixo Zi no sentido de Xi para X(i-1), usando a regra da mão

direita para determinar o sentido positivo.

Dado um manipulador com N graus de liberdade, o algoritmo descrito a seguir,

determina um sistema de coordenadas ortonormais para cada elo do robô, a partir do sistema de

coordenada fixo na base de suporte (sistema inercial) até o seu elemento terminal. As relações

entre os elos adjacentes podem ser representadas por uma matriz de transformação homogênea

4 x 4. O conjunto de matrizes de transformação homogêneo permite a obtenção do modelo

cinemático do robô.

Algoritmo proposto para solução de D-H, (Siciliano, 1999):

D1 - Obtenção do sistema de coordenadas da base: Estabelecer um sistema

ortonormal de coordenadas (X0, Y0, Z0) na base de suporte com o eixo Z0 colocado ao

longo do eixo de movimento da junta 1 apontando para o ombro do braço do robô. Os

eixos X0 e Y0 podem ser convenientemente estabelecidos e são normais ao eixo Z0.

D2 - Inicialização e iteração: Para cada i, i= 1. . , N-1, efetuar passos D3 até D6.

D3 - Estabelecer o eixo das juntas: Alinhar Zi com o eixo de movimento (rotação ou

translação) da junta i+1. Para robôs tendo configurações de braço esquerdo-direito, os

eixos Z1 e Z2 são apontados sempre para o ombro e o tronco do braço do robô.

D4 - Estabelecer a origem do i-ésimo sistema de coordenadas: Situar a origem do

i-ésimo sistema de coordenas na interseção dos eixos Zi e Zi-1 ou na interseção da

normal comum entre os eixos Zi e Zi-1 e o eixo Zi.

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D5 - Estabelecimento do eixo Xi: Estabelecer X i = ± (Zi-1 x Z i)/ || Zi-1 x Zi || ou ao

longo da normal comum entre os eixos Zi e Zi-1 quando eles forem paralelos.

D6 - Estabelecimento do eixo Yi: Determina-se Yi =±(Z i x Xi )/ ||Zi-1 x Xi || para

completar o sistema de coordenadas. (Estender os eixos Z i e X i se necessário para

passos D9 a D12).

D7 - Estabelecer a direção do sistema de coordenadas: Normalmente a n-ésima

junta é uma junta rotativa. Estabelecer Zn ao longo da direção do eixo Zn-1 apontando

para fora do robô. Estabelecer Xn assim que ele é normal tanto aos eixos Zn-1 e Zn.

Determine Yn para completar o sistema de coordenadas.

D8 - Encontrar os parâmetros das juntas e elos: Para cada i, i = 1, . . ., n, efetuar

passos D9 ao D12.

D9 - Encontrar di: di é a distância da origem do (i-1)-ésimo sistema de coordenadas

até a interseção do eixo Zi-1 e o eixo Xi ao longo do eixo Zi-1. Ela é a variável de junta

se a junta i é prismática.

D10 - Encontrar ai: ai é a distância da interseção do eixo Zi-1 e o eixo Xi para a origem

do i-ésimo sistema de coordenadas ao longo do eixo Xi.

D11 - Encontrar θi: θi é o ângulo de rotação entre os eixos Xi-1 e Xi sobre o eixo

Zi-1. Esta é a variável de junta se a junta é rotacional.

D12 - Encontrar αi: αi é o ângulo de rotação entre os eixos Zi-1 e Zi no eixo Xi.

Pela notação de D-H podemos obter a matriz que representa a transformação homogênea

entre duas juntas subsequentes.

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28

1000

)cos()()cos()()()(

)()()cos()cos()()cos(

0)()cos(

1111

1111

1

1

iiiiiii

iiiiiii

iii

i

i

dSensensensen

dsensensen

asen

T

(2.8)

Como foi visto anteriormente, na matriz transformação homogênea estão inclusos

matriz de rotação e o vetor translação.

(2.9)

1

0

0

0

0

)cos(

)(

0000

0)()cos()()()(

0)()cos()cos()()cos(

00)()cos(

1

1

1

111

111

ii

ii

i

iiiii

iiiii

ii

id

dsen

a

sensensensen

sensen

sen

T

(2.10)

A posição do elemento final em relação a referência adotada é calculada a partir da

multiplicação sucessiva das matrizes de transformação homogênea dos elos intermediários.

finalelemento

nadotadareferência

finalelemento

adotadareferência TTTT ...1

0

0 (2.11)

2.4 MODELAGEM DINÂMICA

A de dinâmica do robô está relacionada à análise dos torques e forças devidas às

variações da aceleração. Torques experimentados pelas juntas, devidos à aceleração dos elos,

bem como forças experimentadas pelos elos, devidos aos torques aplicados pelas juntas, estão

incluídos no âmbito da análise dinâmica. A solução para acelerações dos elos é difícil em

virtude de inúmeros fatores. Por um lado, a aceleração é dependente da inércia do braço.

Todavia, a inércia é dependente da configuração do braço, e isto está continuamente se

alterando quando as juntas são movidas. Um fator adicional que influencia a inércia é a massa

da carga e sua posição em relação às juntas. Isto também se altera quando as juntas são movidas

(Santos W. E.,2015).

MPRT translaçãodevetorrotaçãodematrizi

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29

Na figura 23, podem ser observados os torques requeridos para acionar o braço do robô.

Cada junta deve também reagir aos torques de outras juntas no manipulador, os efeitos dessas

reações devem ser incluídos na análise. Caso o braço mova a uma velocidade relativamente alta

os efeitos centrífugos podem ser significativos. Esta análise fica bastante complexa quando o

número de juntas é aumentado.

Figura 23 - Forças dinâmicas e torque em um robô articulado.

Fonte: (Santos W. E., 2015)

O modelo dinâmico dos manipuladores tem um importante papel na simulação de

movimentos, na análise estrutural dos manipuladores, e no projeto de algoritmos de controle.

A simulação dos movimentos do robô permite testar estratégias de controle e técnicas de

planejamento de trajetória sem necessidade de usar um sistema físico. A análise do modelo

dinâmico também é útil para se projetar protótipos da estrutura mecânica dos elos. Através do

cálculo das forças e torques requeridos para os movimentos típicos fornece informações

relevantes para o projeto das juntas, transmissões e atuadores.

O comportamento dinâmico do manipulador é descrito pela equação (2.12):

)(),()( gHM

(2.12)

onde:

Vetor de torque aplicado às juntas do manipulador;

)(M Matriz de inércia das juntas do manipulador;

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30

)(g Vetor dos torques gravitacionais;

),( H Matriz de coeficientes dos torques centrífugos e de Coriolis;

Vetor dos ângulos das juntas;

Vetor das velocidades das juntas;

Vetor das acelerações das juntas;

Os dois métodos utilizados para a determinação do modelo dinâmico são a formulação

de Lagrange e o método de Newton-Euller. Neste trabalho foi utilizada a formulação de

Newton-Euler para descrever o modelo.

A formulação de Newton–Euler necessita de um sistema de coordenadas ortogonais para

descrever a posição do objeto o que leva à necessidade de serem utilizadas as matrizes de

rotação do modelo geométrico direto. Esta desvantagem não é encontrada no método de

Lagrange, porém ela exige um tempo de computação maior. (Aguiar, 2011)

2.4.1 Formulação de Newton - Euler

O método divide o manipulador de tal forma que o número de segmentos é maior que o

número de elos, como se observa na figura 24. Como primeiro passo calcula, no sentido

referencial – elemento final, para cada elo, os seguintes vetores:

Velocidade angular do elo i;

Aceleração angular do elo i;

p Velocidade linear do elo i;

p Aceleração linear do elo i;

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31

Figura 24 - Manipulador segmentado.

Fonte: (Santos W. E., 2015).

Para a sequência dos cálculos é necessário achar o centro de massa do elo para aplicar

as equações de Newton e Euler, sendo assim será possível entrar a força e o momento aplicado

em cada elemento. Como notação, adotou-se:

f Força aplicada ao centro de massa do elo i;

n Momento aplicado ao centro de massa do elo i;

Partindo do efetuador em direção aos elos anteriores, adotando como condição de

contorno o valor da força e o momento aplicado ao extremo do efetuador é calculado a força e

o momento que deverão ser aplicados à junta i para realizar o movimento desejado, deve-se

levar em consideração o efeito dos momentos e forças dos outros elos subsequentes, conforme

é esquematizado na figura 25.

Figura 25 - Momento e forças que são aplicados no elo i.

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32

Fonte: (Santos W. E., 2015)

)1(if Força de reação do elo (i+1) no elo i;

)1(in Momento de reação do elo (i+1) no elo i;

if Força aplicada a junta i para realizar movimento;

in Momento aplicado a junta i para realizar o movimento;

Calculado os torques que devem ser aplicados em cada junta para efetuar o movimento,

a formulação de Newton – Euler produz um conjunto de equações que se aplicam as juntas

rotativas.

Zii

Ti

ii

i eR

11

1

1 (2.13)

1

1

1

11

1 )( iZiTi

iiZiTi

iii eReR (2.14)

)]([ 11

1

1

1

i

i

iii

iii

iTi

ii

i pppRp (2.15)

)( 1

1111

111

11

1

i

iiii

iii

ii

i ssps (2.16)

11

11

1

ii

ii

i smf (2.17)

)( 11

1

111

1

1

1

ii

i

iii

i

i

i IIn (2.18)

)( 1

1

111

1

1

i

i

i

i

i

i

i

ii

i

i

i

i

i

i

i

i

i fRpfsnnRn (2.19)

i

iZi ne

(2.20)

100

Ze (2.21)

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33

Onde, tem-se que:

Ti

i R1 Matriz de rotação transposta do elo i para o elo (i-1)

1i

i R Matriz de rotação do elo (i +1) para o elo i

i Velocidade angular do elo i;

1i Velocidade angular do elo (i+1);

i Aceleração angular do elo i;

1i Aceleração angular do elo (i+1);

Velocidade angular da junta;

Aceleração angular da junta;

i

i p Aceleração linear do elo i;

1i

i p Aceleração linear do elo (i+1);

1

1

i

i s Aceleração do centro de massa à junta do elo (i+1)

^

1

1

i

i s Distância do centro de massa do elo i;

i

i f Força aplicada ao centro de massa do elo i;

1

1

i

i f Força de reação do elo (i+1);

i

in Momento de reação do elo (i+1);

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34

1

1

i

i n Momento de reação do elo (i +1)

1i

i p Distância entre a junta i à junta (i+1)

i

iI Inércia do eixo da junta do elo i;

1im Massa do elo i;

i Torque aplicado pelo atuador no eixo do elo i.

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35

3 CONCEPÇÃO DO PROJETO

3.1 MODELO DE REFERÊNCIA

Este projeto foi inspirado no robô manipulador antropomórfico RD5NT, cujo seu

efetuador tem 1 grau de liberdade, como pode ser observado na figura 26. O efetuador analisado

é acionado por um motor DC fabricado pela Maxon, modelo 130.906-22112-050 C.C. A garra

é formada por dois dedos fixados em duas placas paralelas e acionada por um conjunto

engrenagem parafuso sem fim.

Figura 26 - Efetuador do robô RD5NT.

Fonte: Autor 2017

A concepção do efetuador adotada neste trabalho é fruto da análise do efetuador RD5NT

e de informações e sugestões dadas pelos professores Eduardo Monteiro Aguiar e Edson Simões

Santos durante visita ao Laboratório de Automação do Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia Fluminense.

3.2 PARÂMETROS E DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA

Para o projeto foi desenvolvido, com o auxílio do software SolidWorks®, o modelo 3D

mostrado na figura 27. Informações detalhadas dos diversos componentes do efetuador estão

nos anexos II, III e IV na forma de desenhos de detalhes.

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36

Figura 27 - Efetuador proposto.

Fonte: Autor (2017)

A primeira junta tem como função rotacionar os elos 2 e 3 em relação ao elo 1, com o

limite de rotação de 120°. A segunda junta tem por objetivo rotacionar o elo 3 em relação ao

elo 2, com o limite máximo de rotação de 120°. A terceira junta tem por objetivo girar a garra

em relação ao elo 3, e tem como limite máximo de rotação 360°.

O elo 1 possui uma estrutura formada por uma cruzeta de alumínio, que pode ser

observada na figura 28, que interliga a junta 1 à junta 2. Essa cruzeta foi usinada a partir de um

perfil de tarugo de alumínio de meia polegada de diâmetro. Nas extremidades furadas foram

montados motores DC com suas caixas de redução e nas outras extremidades foram montados

os mancais de rolamento mostrados na figura 29.

.

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37

Figura 28 – Cruzeta.

Fonte: Autor (2017)

Para promover maior estabilidade e garantir o funcionamento da cruzeta, foram

utilizados mancais de rolamento, apresentados na figura 31.

Figura 29 - Mancal de rolamento.

Fonte: Autor (2017)

O elo 2 foi construído a partir da estrutura de alumínio com perfil U mostrada na figura

30. A cruzeta, por onde é transmitida a rotação da junta 1 a junta 2, foi montada na extremidade

aberta da estrutura. Esta peça, encomendada a terceiros, foi fabricada pelos processos de corte

e dobramento.

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38

Figura 30 - Perfil U.

Fonte: Autor (2017)

O elo 3 é formado basicamente por um flange que une o elo 2 à garra do efetuador. Esse

flange, que está mostrado na figura 33, foi usinado a partir de uma barra de alumínio com uma

polegada de diâmetro. A ele está acoplado um motor, modelo TKF37JPG3429-670 12 v DC 13

rpm mostrado na figura 35. Este conjunto é responsável pela rotação da garra. A garra escolhida

para o projeto, fabricada em alumínio, está mostrada na figura 34. Essa garra, escolhida por

apresentar peso reduzido, é acionada pelo servo motor mg995, mostrado na figura 36.

Figura 31 – Flange.

Fonte: Autor (2017)

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39

Figura 32 - garra de dois dedos utilizada no projeto.

Fonte: Autor (2017)

Figura 33 - Motor DC 12 v 13 rpm do punho.

Fonte: Autor (2017)

Figura 34 - Servo motor para acionamento da garra.

Fonte: Autor (2017)

Para o dimensionamento dos motores, foi necessário estabelecer um período de tempo

para que o manipulador realize uma determinada tarefa. Partindo do princípio que este é um

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40

manipulador desenvolvido para fins acadêmicos, foi estabelecido, arbitrariamente, que cada

eixo levará 6 (seis) segundos para se movimentar em 120°, com o elo acelerando durante os 3

(três) segundos iniciais e desacelerando durante os 3 (três) segundos restantes. Desta forma, é

possível calcular a velocidade angular média ( méd ), a velocidade angular máxima ( máx ) e a

aceleração (α) de rotação de cada junta utilizando respectivamente as equações 4.1, 4.2 e 4.3.

)/()( 00 ttméd (4.1)

médmáx 2 (4.2)

2/)( 2

00 aceltt (4.3)

Onde:

0 → ângulo inicial (rad.)

→ ângulo final (rad.)

0 → velocidade angular inicial (rad./s)

0t → instante inicial (s)

t → instante final (s)

acelt → tempo de aceleração = 2/)( 0tt (s)

Na condição onde 0 = -π/3, 0 = π/3, 0t =0, t = 6, obtêm-se:

méd = 0,349065 rad./s (aproximadamente 4 rpm)

máx = 0,68130 rad./s (aproximadamente 8 rpm)

= 0,46542 rad./s2

Conhecidas a velocidade e a aceleração necessárias para acionar os elos, é preciso

definir os torques que os motores deverão fornecer para impor o movimento desejado a cada

junta. Neste estudo, a partir das massas e distâncias entre centros de massas e eixos rotação,

forma considerados os esforços necessários para vencer as forças devido aos pesos dos

elementos. Para isto, utilizou-se a equação (4.4).

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41

dxmgg (4.4)

g → corresponde ao torque necessário para vencer a força peso

g → corresponde à aceleração da gravidade, que possui o valor de 9,81 m/s².

m → corresponde à massa do conjunto que junta moverá

dx → distância entre o centro de massa do conjunto e o eixo de rotação

Sabendo que o motor do elo 1 estará sujeito aos maiores esforços na sustentação do

efetuador, estimou-se o torque necessário a este motor, chegando-se a conclusão:

- Quando utilizados os seguintes dados: m = 0,4 kg, dx =0,12m, g = 9,8 m/s2.

1g = 0,4704 (N.m)

A partir dos valores de solicitação de torque e velocidade angular, selecionaram-se os

motores que atuarão sobre os elos 1 e 2, capazes de atender as exigências do projeto. O modelo

escolhido foi o GW4058-31ZY de 12 v DC. Segundo o fabricante, este modelo possui

velocidade máxima de treze rotações por minuto com carga e um torque de 4,903 N.m. As

medidas básicas do motor podem ser observadas na figura 37.

Figura 35 - Motor GW4058-31ZY.

Fonte: ‹ http://www.aliexpress.com.com/ ›.

Acesso: 03/12/2017

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42

4 RESULTADOS OBTIDOS

4.1 MODELO CINEMÁTICO DO EFETUADOR

Para determinação do modelo cinemático, foi adotada a seguinte configuração para

coordenadas cartesianas, apresentada na figura36. Na figura 37, pode-se ver as sistemas de

coordenadas cartesianas, estabelecidas pela metodologia de Denavit-Hatenberg, e utilizados no

desenvolvimento do modelo cinemático do efetuador. O o sistema de coordenas cartesianas R

está associado ao último elo do manipulador o qual será acoplado o efetuador projetado.

Figura 36 - Coordenadas de referencia no efetuador proposto.

Fonte: Autor (2017)

Figura 37 - Configuração genérica do efetuador

Fonte: Autor 2017

(Xr,Yr,Zr)

(X(0,1,2),Y(0,1,2),Z(0,1,2))

(X0,1,2,Y0,1,2,Z0,1,2)

(X3,Y3,Z3)

(Xr,Yr,Zr)

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43

A parir da metodologia de Denavit-Hatenberg, obteve-se aos seguintes parâmetros para

o efetuador.

Tabela 1 - Parâmetros de D - H

(i-1)Ti a (i-1) m α (i-1) rad. di m θi rad.

RT0 L1 0 0 0

0T1 0 0 0 θ1

1T2 0 -π/2 0 θ2

2T3 L3 0 0 θ3

A partir dos parâmetros apresentados na tabela 1, foram definidas as matrizes de

transformação do efetuador proposto.

A matriz de transformação homogênea entre o sistema de coordenada colocado no ponto

0 e o sistema de coordenada posicionado sobe a referência R, que coincide com a origem do

ponto 0, é dada pela equação (4.5).

1000

0100

0010

0001

0TR (4.5)

A matriz de transformação homogênea entre o sistema de coordenada 1 colocado na

junta e o sistema de coordenada posicionado no ponto 0, está dada pela equação (4.6).

1000

0100

00)cos()(

00)()cos(

11

11

1

0

sen

sen

T (4.6)

A matriz de transformação homogênea entre o sistema de coordenada colocado na junta

2 e o sistema de coordenada na posição do eixo da junta 1, está descrita pela equação (4.7).

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44

1000

00)cos()(

0100

00)()cos(

22

22

2

1

sen

sen

T (4.7)

A matriz de transformação homogênea entre o sistema de coordenada 3 colocado na

extremidade do efetuador e o eixo da junta 2, é dada pela equação (4.8).

1000

0100

00)cos()(

0)()cos(

33

333

3

2

sen

Lsen

T (4.8)

A posição do elemento final em relação ao sistema de coordenadas de referência é dada

por uma matriz de transformação homogênea, produto da multiplicação sucessiva das matrizes,

e representada pela equação (4.8).

3

2

2

1

1

0

03 TTTTT RR (4.9)

O produto da equação (4.9) resulta na matriz de transformação homogênea do

elemento final em relação à referência adotada. Por uma questão de formatação de texto os

elementos da matriz são apresentados separados.

44434241

34333231

24232221

14131211

3

TTTT

TTTT

TTTT

TTTT

TR

(4.10)

onde: T11 = 2

)cos()cos( 321321

T12=4

)()()(2 321321321 sensensen

T13 = )( 1sen

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T14 =2

)cos()cos( 213213 LL

T21 = 4

)()()(2 321321321 sensensen

T22=4

)cos()cos(2)cos(2)cos( 321321321321

T23 = )cos( 1

T24 = 2

)()( 213213 senLsenL

T31 = )( 32 sen

T32 = )cos( 32

T33 = 0

T34 = )( 23 senL

T41 = 0

T42 = 0

T43 = 0

T44 = 1

Sendo L3 = 0,124m e L0 =0.

Para facilitar os cálculos da matriz de transformação do efetuador foi utilizado o

software livre RoboAnalyzer®, que proporcionou resultados satisfatórios. No Anexo I é descrito

o código escrito em XML utilizado para esta tarefa. É necessário informar o valor das variáveis

1 (ângulo de rotação do eixo 1), 2 (ângulo de rotação do eixo 2), 3 (ângulo de rotação da

garra), a rotina fornece as matrizes de transformação 0TR (matriz de transformação que

descreve o sistema 0 em relação ao sistema de referência), 1

0T (matriz de transformação que

descreve o sistema 1 em relação ao sistema 0), 2

1T (matriz de transformação que descreve o

sistema 2 em relação ao sistema 1), 3

2T (matriz de transformação que descreve o sistema 3 em

relação ao sistema 2), e a matriz 3TR , que finalmente é a matriz que descreve o sistema de

coordenadas da ponta.

4.2 MODELO DINÂMCO DO EFETUADOR

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Para realizar o cálculo do momento exercido na junta de cada elo é necessário

determinar alguns parâmetros, como a posição do centro de massa em referência ao sistema de

coordenadas do elo referente, a matriz inercial e peso do elo. A figura 38 apresenta a

configuração inicial das juntas, mostrando as distâncias entre o centro de massa à referência do

sistema de coordenadas de cada elo do efetuador. As medidas foram obtidas o auxílio software

SolidWorks®, assim como foi usado a ferramenta do software para fornecer o centro de massa

de cada elo projetado. Na figura 39 é apresentado o projeto proposto para o efetuador com a

indicação dos centros de massa de cada elo.

Figura 38 - Distribuição dos eixos das juntas.

Fonte: Autor (2017)

Figura 39 - Centro de massa dos elos.

Fonte: Autor (2017)

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Tabela 2 - Tabela de distância dos eixos do manipulador em (m).

DISTÂNCIA SÍMBOLO VALOR

Distância entre o último elo do manipulador

e o encaixe da cruzeta

D1 0

Distância do primeiro ela do para o segundo

elo

D2 0

Distância do segundo elo para o terceiro elo D3 0,124 m

Para determinar o centro de massa de cada elemento, sua massa e seu momento de

inércia, utilizou-se o SolidWorks®. Os resultados estão registrados nas tabelas 3, 4, 5.

Tabela 3 – Distância do Centro de Massa em (m).

ELO X (m) Y (m) Z (m)

1 -0.05 0.04 0

2 0.05 0 0.04

3 0 0 0

Tabela 4 – Massa dos Elos em (kg).

ELO SÍMBOLO MASSA (Kg)

1 m1 0.39

2 m2 0.47

3 m3 0.26

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Tabela 5 – Momento de Inércia em (Kg.m²).

Elo Ixx Iyy Izz Ixy Ixz Iyz

1 0,00438282 0,00366295 0,00643232 0 0 0

2 0,01287359 0,00902035 0,00525084 0 0 0

3 0,00281298 0,00398745 0,00123271 0 0 0

Para analisar os torques nos elos, foram consideradas as posições extremas de atuação

do efetuador. A finalidade da análise é determinar o torque máximo solicitado para validar a

utilização do motor escolhido cujo torque disponível é de 4,95 N.m, aproximadamente. As

simulações foram realizadas com auxílio do software RobotAnalyzer®. Para a simulação, é

necessário informar os parâmetros de massa, centro de massa, momento de inércia de cada elo,

indicar os sistemas de coordenadas determinados pela notação de Denavit-Hatenberg e o

estabelecer tempo de execução do movimento.

A seguir são descritos as três simulações realizadas para a validação do projeto.

Simulação 1: Na primeira simulação o elo 1 executa um movimento saindo da posição -60º até

a posição 60º. Este experimento está ilustrado pela figura 40.

Figura 40 – Elo 1 realizando uma trajetória de 120º.

Fonte: Autor (2017)

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Simulação 2: Nesta simulação o elo 2 executa um movimento saindo da posição -60º até a

posição 60º. Este experimento está ilustrado pela figura 41.

Figura 41 – Elo 2 executando uma trajetória de 120º.

Fonte: Autor (2017)

Simulação 3: Finalmente, na simulação 3 os elos 1 e 2 executam, simultaneamente, um

movimento saindo da posição -60º até a posição 60º. Este experimento está ilustrado pela figura

41.

Figura 42 - Elo 1 e 2 movimentando 120º simultaneamente.

Fonte: Autor ( 2017)

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50

As equações que descrevem os momentos nos elos são:

Elo 3:

)]([)()( 333330

3330

3

30

3

30

3

30

3

IIRsmRsRpRnR (4.11)

Elo 2

)]([

)()(])([

222220

2

220

120

2

20

2

30

3

20

3

30

3

3

2

20

2

IIR

smRsRpRfRpRnRRnR (4.12)

Elo 1:

)]([

)()(])([

111110

1

110

110

1

10

1

10

2

10

2

10

2

2

1

10

1

IIR

smRsRpRfRpRnRRnR (4.13)

Deste modo, é possível calcular o torque aplicado em cada elo:

Elo 3

)()( 2

3

30

3

3 z

T eRnR (4.14)

Elo 2

)()( 1

2

20

2

2 z

T eRnR (4.15)

Elo 1

)()( 0

1

10

1

1 z

T eRnR (4.16)

4.2.1 Resultados das simulações no RoboAnalyzer®

As três simulações propostas foram realizadas com auxílio do RobotAnalyzer® e seus

resultados estão mostrados e analisados a seguir.

Nas figuras 43, 44 e 45 observam-se os torques nos elos 1, 2 e 3, respectivamente,

exigidos para o movimento do elo 1 saindo da posição de -60º até a posição 60º em um período

de 3,3 segundos, o que dá aproximadamente uma velocidade angular de 10 rpm.

A figura 43 mostra do torque aplicado ao elo 1, cujo torque máximo foi de

aproximadamente 0,9 N.m.

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Figura 43 - Torque no elo 1 com movimento do elo 1 de 120º.

Fonte: Autor ( 2017)

A figura 44 mostra do torque aplicado ao elo 2. Observe que este torque é necessário

para manter o elo 2 parado em relação ao elo 1. Seu comportamento simétrico se dá pelo fato

do centro de massa do elo 2 cruzar o eixo de simetria de maneira espelhada, isto é, o torque

aplicado ao elo 2 na posição –60º do elo 1 é igual em modulo ao da posição 60º. O módulo do

torque máximo foi aproximadamente 0,19 N.m.

Figura 44 - Torque no elo 2 com movimento do elo 1 de 120º.

Fonte: Autor ( 2017)

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52

A figura 45 mostra o torque aplicado ao elo 3 Observe que este resultado pode ser

considerado nulo, uma vez que a ordem de grandeza é muito pequena em relação aos torques

aplicados nos elos 1 e 2.

Figura 45 - Torque no elo 3 com movimento do elo 1 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

Nas figuras 46, 47 e 48 observam-se os torques nos elos 1, 2 e 3, respectivamente,

exigidos para o movimento do elo 2 saindo da posição de -60º até a posição 60º em um período

de 3,3 segundos, o que dá aproximadamente uma velocidade angular de 10 rpm.

A figura 46 mostra o torque aplicado ao elo 1. A forma da curva é justificada pelo ao

deslocamento do centro de massa do elo 2 em relação ao elo 1, juntamente com a variação da

velocidade angular do elo 2. O torque máximo solicitado no elo 1 foi da ordem de 0,92 N.m

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Figura 46 - Torque no elo 1 com movimento do elo 2 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

Na figura 47 está representado o torque aplicado ao elo 2. Observe que seu

comportamento simétrico é devido ao fato do centro de massa cruzar o eixo de simetria

conforme já comentado anteriormente. Observe que o torque máximo é da ordem de 0,032

N.m2.

Figura 47 - Torque no elo 2 com movimento do elo 2 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

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O torque aplicado ao elo 3, indicado na figura 48, é de ordem de grandeza muito pequena

em relação aos torques aplicados nos elos 1 e 2 e, desta forma, será considerado nulo.

Figura 48 - Torque no elo 3 com movimento do elo 2 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

Finalmente, nas figuras 49, 50 e 51 observam-se os torques aplicados aos elos 1, 2 e 3,

respectivamente, exigidos para o movimento simultâneo dos elos 1 e 2 saindo ambos da posição

de -60º até a posição 60º em um período de 3,3 segundos, o que dá aproximadamente uma

velocidade angular de 10 rpm.

O torque aplicado ao elo 1 está representado na figura 49. Ele possui comportamento da

curva similar ao do experimento anterior, que se justifica pelo deslocamento do centro de massa

do elo 2 em relação ao elo 1, juntamente com a variação das velocidades angulares dos elos 1

e 2. O torque máximo solicitado no elo 1 foi de 0,92 N.m.

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Figura 49 - Torque no elo 1 com movimento do elo 1 e 2 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

O torque aplicado ao elo 2 está representado na figura 50. Como pode se observar, a

soma dos dois movimentos levou a uma curva bastante diferente das observadas nos

experimentos anteriores. A forma da curva de torque é devida a reação ao torque gerado pelo

elo 1, ao deslocamento do centro de massa e a variação das velocidades angulares dos elos 1 e

2. O módulo do torque máximo foi de 0,6 N.m.

Figura 50 - Torque no elo 2 com movimento do elo 1 e 2 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

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O torque aplicado ao elo 3 está apresentado na figura 3. Ele apresenta uma simetria e

sua ordem de grandeza, em relação aos torques aplicados aos elos 1 e 2, é muito pequena.

Figura 51 - Torque no elo 3 com movimento do elo 1 e 2 de 120º.

Fonte: Autor (2017)

Destes experimentos, foi possível concluir que o efetuador projetado é capaz de atender

as exigências de desempenho estabelecidas para o projeto. Também foi possível verificar que

os motores DC selecionados estão adequadamente dimensionados, sendo capazes de fornecer

os torques exigidos para o cumprimento das tarefes exigidas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho destacou a importância dos efetuadores robóticos e sistemas de automação

como ferramenta para substituir o esforço físico humano. Foram descritas as diferentes

aplicações das garras robóticas, sendo possível escolher uma mais adequada para a aplicação

deste projeto.

O estudo de campo realizado através da visita técnica ao Laboratório de Mecatrônica do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense revelou-se essencial para a

execução deste projeto, onde foi permitida a visualização do funcionamento na prática do objeto

de interesse.

Neste trabalho foram utilizados conhecimentos das disciplinas cursadas em engenharia

mecânica, como por exemplo, dinâmica das máquinas e desenho de projetos mecânicos. As

modelagens das peças que compõem o efetuador foram feitas através da ferramenta

SolidWorks®, este software também serviu para obter valores importantes como as massas dos

objetos, centro de massa e a matriz inercial. Foram desenvolvidos os modelos geométrico com

o auxílio do software RoboAnalyzer®.

Os resultados obtidos corresponderam às expectativas iniciais, pois os testes, além de

validarem o modelo proposto, demonstraram que o manipulador é capaz de realizar a tarefa

proposta em um período de tempo abaixo do esperado.

Como proposta para trabalhos futuros, recomenda-se dar continuidade com o projeto de

um manipulador que seja acoplado ao primeiro elo do efetuador desenvolvido,

complementando-se os modelos geométrico e dinâmico e validando-os nesta nova

configuração. Finalmente, recomenda-se construí-lo para que seja utilizado para fins

acadêmicos na Universidade Federal Fluminense.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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robô manipulador com juntas rotacionais”, VI CONNEPI.

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CABRAL, Eduardo (2003). Cinemática da posição de robôs Manipuladores. Monografia –

Universidade de São Paulo, São Paulo.

CABRAL, Eduardo (2010). Robôs Industriais. Livro em Elaboração – Universidade de São

Paulo, São Paulo.

CHAPMAN, Stephen J. Programação em Matlab para Engenheiros. 1. ed. São Paulo

CRAIG, John J. (2005), Introduction to Robotics Mechanics and Control, Third Edition,

Pearson Education, Inc.

DATHEIN, Ricardo. (2003). Inovação e Revoluções Industriais: uma apresentação das

mudanças tecnológicas determinantes nos séculos XVIII e XIX.

DENAVIT, Jacques; HARTENBERG, Richard Scheunemann (1955). "A kinematic notation

for lower-pair mechanisms based on matrices". Trans ASME J. Appl. Mech. 23: 215–221

GROOVER, Mikell P. CAD/CAM: computer aided design and manufacturing. New Jersey:

Prentice-Hall International, 1984.

HONÓRIO, Dalton de Araújo(2010), SUPERVISÃO DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO

DE 3 DOF

MORECKI, Adam; KANAPCZYK, Józef. Basics of robotics: Theory and components of

manipulators and robots. [S.L.: s.n.], 1999.

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ROMANO, Victor Ferreira. Robótica industrial: Aplicação na indústria de manufatura e de

Procesos. São Paulo: Edgard Blucher Ltda. 2002

Lucas, Robert E. Jr. (2002). Lectures on Economic Growth.

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The McGraw-Hill Companies, Inc – USA – 1995.

SOUZA, J. F. (2005). Robótica. Covilhã, Portugal: UBI.

SANTOS, W. E. (2015). Robótica Industrial - Fundamentos, Tecnologias, Programação e

Simulação. Saraiva.

TABOSA, M.E.A.(2008).Modelagem e Construção de um Braço Robótico Didático, Trabalho

de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Engenharia de Controle e Automação, UNIFOR

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ANEXO I - Código com os parâmetros do efetuador aplicado no software

RoboAnalyzer®

<?xml version="1.0" encoding="UTF-8"?>

<RARobotClass xmlns:xsd="http://www.w3.org/2001/XMLSchema"

xmlns:xsi="http://www.w3.org/2001/XMLSchema-instance">

<SelectedRobot>3R</SelectedRobot>

<DOF>3</DOF>

<JointList>

<RAJoint xsi:type="RARevoluteJoint">

<JointLength>0</JointLength>

<TwistAngle>90</TwistAngle>

<JVInitial>0</JVInitial>

<JVFinal>0</JVFinal>

<Index>0</Index>

<JointOffset>0</JointOffset>

</RAJoint>

<RAJoint xsi:type="RARevoluteJoint">

<JointLength>0</JointLength>

<TwistAngle>90</TwistAngle>

<JVInitial>-60</JVInitial>

<JVFinal>60</JVFinal>

<Index>1</Index>

<JointOffset>0</JointOffset>

</RAJoint>

<RAJoint xsi:type="RARevoluteJoint">

<JointLength>124</JointLength>

<TwistAngle>0</TwistAngle>

<JVInitial>00</JVInitial>

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61

<JVFinal>0</JVFinal>

<Index>2</Index>

<JointOffset>0</JointOffset>

</RAJoint>

</JointList>

<LinkList>

<RALinkxsi:type="RALinkRR">

<Name>Link1</Name>

<LinkGraphicProperty>

<Color>BlueViolet</Color>

</LinkGraphicProperty>

<Index>0</Index>

<LinkMassProperty>

<Mass>0.4</Mass>

<Ixx>0.00438</Ixx>

<Iyy>0.00438</Iyy>

<Izz>0.00438</Izz>

<Ixy>0</Ixy>

<Iyz>0</Iyz>

<Izx>0</Izx>

</LinkMassProperty>

<LinkCGProperty>

<Rx>0.088</Rx>

<Ry>0</Ry>

<Rz>0</Rz>

</LinkCGProperty>

<LinkLength>0</LinkLength>

<TwistAngle>90</TwistAngle>

<DHVisualize>JointOffset</DHVisualize>

<JointOffset>0</JointOffset>

</RALink>

<RALinkxsi:type="RALinkRR">

<Name>Link2</Name>

<LinkGraphicProperty>

<Color>DarkOrange</Color>

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</LinkGraphicProperty>

<Index>1</Index>

<LinkMassProperty>

<Mass>0.48</Mass>

<Ixx>0.00902035</Ixx>

<Iyy>0.00902035</Iyy>

<Izz>0.00902035</Izz>

<Ixy>0</Ixy>

<Iyz>0</Iyz>

<Izx>0</Izx>

</LinkMassProperty>

<LinkCGProperty>

<Rx>0</Rx>

<Ry>0</Ry>

<Rz>0.088</Rz>

</LinkCGProperty>

<LinkLength>0</LinkLength>

<TwistAngle>90</TwistAngle>

<DHVisualize>JointOffset</DHVisualize>

<JointOffset>0</JointOffset>

</RALink>

<RALinkxsi:type="RALinkRR">

<Name>Link3</Name>

<LinkGraphicProperty>

<Color>Cyan</Color>

</LinkGraphicProperty>

<Index>2</Index>

<LinkMassProperty>

<Mass>0.258</Mass>

<Ixx>0.00398745</Ixx>

<Iyy>0.00398745</Iyy>

<Izz>0.00398745</Izz>

<Ixy>0</Ixy>

<Iyz>0</Iyz>

<Izx>0</Izx>

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</LinkMassProperty>

<LinkCGProperty>

<Rx>0</Rx>

<Ry>0</Ry>

<Rz>0</Rz>

</LinkCGProperty>

<LinkLength>124</LinkLength>

<TwistAngle>0</TwistAngle>

<DHVisualize>JointOffset</DHVisualize>

<JointOffset>0</JointOffset>

</RALink>

</LinkList><BaseLinkxsi:type="RABaseLinkRevolute">

<LinkGraphicProperty>

<Color>Gray</Color>

</LinkGraphicProperty>

</BaseLink>

<ShowMarker>false</ShowMarker>

<ShowTrace>false</ShowTrace>

<MarkerMode>Playback</MarkerMode>

<GravityProperty>

<Gx>0</Gx>

<Gy>-9.81</Gy>

<Gz>0</Gz>

</GravityProperty>

</RARobotClass>

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ANEXO II - Desenho de conjunto do elo 1.

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ANEXO III - Desenho de conjunto do elo 2.

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ANEXO IV - Desenho de conjunto do elo 3.

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