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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA - DFQ PROJETO DE EXTENSÃO ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO: integrando uma disciplina na prestação de serviço especializado. RELATÓRIO FINAL ILHA SOLTEIRA - SP FEVEREIRO - 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA – CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA - DFQ

PROJETO DE EXTENSÃO

ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO: integrando uma

disciplina na prestação de serviço especializado.

RELATÓRIO FINAL

ILHA SOLTEIRA - SP

FEVEREIRO - 2016

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA – CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA - DFQ

PROJETO DE EXTENSÃO

ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO: integrando uma

disciplina na prestação de serviço especializado.

RELATÓRIO FINAL

Coordenadora: Prof.ª Drª Maria

Angela de Moraes Cordeiro.

Bolsista PROEX: Everton Santos

Soares.

ILHA SOLTEIRA - SP

FEVEREIRO - 2016

3

INTRODUÇÃO

A preocupação com a qualidade da água surgiu nos primórdios da civilização,

nesse período a qualidade da água, era definida por aspectos estéticos (cor, sabor, cheiro),

água “pura” era aquela limpa, de bom sabor e sem odor. Essa avaliação sensorial durou

por séculos, até o reconhecimento que apenas esse aspecto não era necessário para julgar

a qualidade da água (Pádua et; al, 2009). Somente no século XIX, com epidemias de febre

tifoide e mortes por cólera, é que estabeleceu correlação entre a água consumida e a

transmissão de doenças (TAVARES E GRANDINI, 1999).

Hoje, sabe-se que a qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da

ação antrópica. A percolação, o escoamento superficial e infiltração no solo, modifica

suas características, incorporando impurezas do solo em sua composição. As atividades

antropogênicas, originária principalmente de cargas pontuais doméstica e industriais e de

cargas difusas de origem urbana e rural, também determina as substancias presente na

água (SPERLING, 2005; MODESTO et al, 2013).

A água é fundamental para a qualidade de vida dos seres humanos, no qual faz

uso principalmente para ingestão direta, preparo de alimentos, higiene pessoal e de

utensílios, desse modo a água usada para abastecimento doméstico deveria apresentar

características toxicológicas adequadas, livres de microrganismos patogênicos e

substâncias nocivas à saúde (Zancul, 2006).

A falta de conhecimento de uma população, associada as condições inadequadas

de saneamento, principalmente nas áreas rurais e nos subúrbios das grandes cidades,

aumenta os casos de doenças hídricas, atingindo principalmente crianças e jovens,

interferindo em seu desenvolvimento. É sabido que doenças parasitárias diminuem o

rendimento escolar, a produtividade no trabalho e ocasiona gastos com assistência médica

(Joventino, 2010).

A fragilidade do sistema público de saneamento, como a ausência de redes

coletoras de esgoto e pela qualidade da água fornecida à população, principalmente nas

áreas rurais, faz do Brasil um dos países com maiores índices de mortalidade infantil do

continente (DANIEL, 2001). Segundo Briscoe (1987), intervenções em abastecimento de

água e coleta de esgoto têm efeitos de longo prazo, podendo aumentar sete vezes a

expectativa de vida e prevenir mortes de forma quatro vezes mais eficientes.

4

Nas áreas rurais enfrentam problemas de ordem sanitária, como por exemplo, a

falta de coleta, tratamento e destinação inadequada dos resíduos sólidos e líquidos,

precariedade no armazenamento e fornecimento de água para o consumo

(VALENCIANO, 2001).

Diante dessas informações, e tendo conhecimento dos casos de contaminação da

água em assentamentos no noroeste do Estado de São Paulo, o “Projeto Água Para

Consumo Humano: integrando uma disciplina na prestação de serviço especializado”,

visa analisar a qualidade da água consumida pelos moradores do Assentamento Estrela

da Ilha, no município de Ilha Solteira – SP.

OBJETIVO

O objetivo central deste projeto foi conscientizar os moradores da área rural a

importância da qualidade da água consumida, e por meio das análises físico-químico e

microbiológicas desmitificar que a água obtida através de poços são mais puras que a

água que passa por tratamento químico, como de áreas urbanas.

MATERIAIS E MÉTODOS

As análises de água foram realizadas no Laboratório de Química da Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira, seguindo a metodológica proposta por Standard Methods for

the Examination of Water and Wastewater.

Os parâmetros analisados foram: cor, turbidez, ferro, nitrato, nitrito, pH,

temperatura, dureza, cloretos, alcalinidade, coliformes termotolerantes e totais. Esses

parâmetros são descritos a seguir por Sperling:

Cor: responsável pela coloração da água, de origem natural não representa risco

direto a saúde, porem de origem industrial pode apresentar toxidade.

Turbidez: representa o grau de interferência com a presença da luz através da

água, é devida à presença de sólidos suspensos, de origem orgânica ou inorgânica.

Esteticamente indesejável.

Ferro: confere sabor e odor, coloração e turbidez na água.

Nitrato e nitrito: ciclo do nitrogênio, tem origem de despejos domésticos,

fertilizantes, excremento de animais. O nitrogênio na forma de nitrato está

correlacionado com doenças como a metahemoglobinemia.

5

pH: representa a concentração de íons hidrogênio, de origem natural e

antropogênica. Não tem importância em termos de saúde pública.

Temperatura: origem natural e antropogênica, quando elevada aumenta a taxa de

reações físicas e químicas e biológicas, maior taxa de transferência de gases, o

que pode ocasionar mau cheiro.

Dureza: concentração de cátions multimetálicos, causando sabor desagradável,

podendo ter efeito laxativo, além de causar incrustações em tubulações.

Cloretos: é advindo da dissolução de sais, em altas concentrações causa sabor

salgado à água, indicador de águas residuárias.

Alcalinidade: quantidade de íons na água que reagirão para neutralizar os íons de

hidrogênio. Não tem significado sanitário para a água, em alta concentração altera

o sabor da água.

Coliformes termotolerantes ou Escherichia coli: são um grupo de bactérias

indicadoras de organismos originários predominantemente do trato intestinal

humano e outros animais. Resistentes à elevada temperatura.

Coliformes Totais: coliformes “ambientais”, constitui-se em um grupo de

bactérias que tem sido isoladas de amostras de água e solos poluídos e não

poluídos, bem como fezes de seres humanos e outros animais de sangue quente.

Para as análises de Coliformes foram coletados em frascos esterilizados 100 ml

de água. No laboratório utilizou-se o kit de substrato enzimático da Colilert® (Idexx) a

presença do patógeno é confirmada pela alteração da cor da amostra.

Os parâmetros: cor, turbidez, ferro, nitrato e nitrito foram mensurados com o uso

do fotômetro da marca MERCK modelo SQ 118; o pH das amostras foi medido por meio

de tiras reativas; fazendo uso de técnicas volumétricas analisamos a dureza, cloretos e

alcalinidade, para tais análises são coletados 1000 ml de água em frascos de polietileno.

Em todas as visitas ao assentamento foi aplicado um questionário solicitando

informações sobre profundidade do poço, a distância do poço em relação à fossa, número

de pessoas que ingerem a água; idade dos moradores, e a opinião delas a respeito da

análise e da qualidade da água.

RECONHECIMENTO DO LOCAL

6

Com a desapropriação promovida pelo INCRA da Fazenda São José da Barra,

localizada em Ilha Solteira – SP, foi criado o Assentamento Estrela (Figura 1), ocupando

uma área de 2.964,33ha, distribuído em 14 ha para famílias e lotes de 3,5 ha, destinado a

pessoas solteiras ou viúvas (DORNFELD, et al., 2013).

De acordo com Fialho (2014), os assentados usam a terra para atividades

agrícolas, de pecuária e autoconsumo ou não desempenham atividades agrícolas, mas no

setor urbano.

O abastecimento de água ocorre por meio de poços, inclusive poço comunitário,

70% das propriedades possui sistema de fossas sépticas para o tratamento de esgoto

doméstico, enquanto que os outros 30% constituem-se apenas de fossas negras

(DORNFELD et al, 2013).

Figura 1: A esquerda: localização do assentamento. A direita: divisão dos 206 lotes.

Fonte: FIALHO (2014).

PRIMEIRA VISITA

Na primeira visita no assentamento foram visitados oito lotes (Figura 2), os

discentes da disciplina de Química Analítica, presente no curso de Agronomia. Os alunos

foram instruídos de como proceder em uma coleta, e os mesmos ficaram responsáveis em

coletar, entrevistar o morador, analisar a amostra e dar a devolutiva ao responsável pelo

lote.

7

A coleta foi realizada no dia 03/03/2015, com os discentes do segundo semestre

de 2014, a devolutiva foi no dia 30/03/2015.

Figura 2: imagem de satélite dos lotes visitados no dia 03/03/2015

SEGUNDA VISITA

A segunda visita no assentamento com a primeira turma do semestre de 2015

ocorreu no dia 03/08/2015, composto por dez grupos de discentes na disciplina de

Química Analítica. A devolutiva foi realizada no dia 24/09/2015.

*imagem satélite

Figura 3: *legenda

TERCEIRA VISITA

A terceira visita aconteceu no dia 17/01/2016, com os discentes do segundo

semestre de 2015, a devolutiva aos moradores está prevista para acontecer no dia

22/02/2016.

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Figura 4: imagem de satélite dos lotes visitados no dia 17/01/2013

RESULTADOS E DISCUSSÕES

PRIMEIRA VISITA

Análises microbiológicas:

Figura 5: resultado das análises microbiológicas

Como é possível observar na (Figura 5), em todos os lotes visitados a água não

estava própria para o consumo. O Ministério da Saúde, por meio da Portaria n°2.914, de

12 de dezembro de 2011, determina que a água para o consumo humano deva estar livre

de bactérias do grupo coliformes, sendo que essas bactérias são indicadoras de

contaminação da água.

Resultados semelhantes foram evidenciados por Amaral et al (2003), em

provenientes de reservatórios, fontes e bebedouros na área rural, 90% da água analisada

deram positivos para contaminação após dias de chuva e na estiagem o percentual caiu

para 83,3%. Para o autor a depreciação da água está ligada a falta de tratamento da água

e pela ausência de limpeza nos reservatórios.

Análises físico-químicas:

Tabela 1: resultado da análise d’água nos lotes visitados.

Amostra Cor

(uH)

Turbidez

(UT)

Sólidos

insolúveis

Nitrato

(mg/L)

Nitrito

(mg/L)

Fe

(mg/L)

Alcalinidade

(mg/L)

Dureza

(mg/L)

1 2,31 - 13,0 12,9 0,344 0,13 10 58,0

Legenda:

Azul: sem bactérias;

Laranja: Coliforme totais;

Vermelho: Coliforme totais e Escherichia coli.

9

2 2,31 - 0,0 9,30 0,590 0,05 4,2 12,0

3 1,51 - 0,0 18,8 0,082 0,22 8,51 8,0

4 2,10 - 0,0 14,6 0,076 0,04 6,72 15,0

5 5,8 - 17,0 15,4 0,074 0,08 - 2,2

6 0,71 - 0,0 18,6 0,122 0,01 4,62 11,3

7 2,2 - 13,0 9,20 0,46 0,035 21,84 13,0

8 4,46 35,5 0,0 20,15 0,03 0,02 27,38 98,8

Legenda: uH (Unidade de Hazen mg Pt-Co/L); UT (unidade de turbidez).

A Tabela 1, nos mostra que em todas as amostragens o nitrato foi elevado, a

Portaria n° 2.914/11, recomenda um valor máximo permitido – VMP de 10 mg/L, como

relatado anteriormente a presença de nitrato é decorrente à compostos nitrogenados como

fertilizantes, despejos domésticos e fezes de animais.

De acordo com Baird (2002), uma fonte comum de contaminação do aquífero por

nitrato é o uso de sistemas de saneamento in situ, do tipo fossas e valas negras. Para o

autor águas subterrâneas apresentam geralmente teores de nitrato em um intervalo 0,1 a

10 mg/L, no entanto em águas poluídas esse teores podem chegar a 1000 mg/L.

O parâmetro turbidez embora que elevado, uma vez que o valor máximo permitido

pela Portaria n° 2.914/1 seja de 5 UT, este valor não apresenta risco para a saúde para

quem a consome, porém valores altos confere um aspecto opaco na água, tornando

esteticamente indesejada.

SEGUNDA VISITA

Análises microbiológicas:

*mapa

Figura 6: *legenda

Análises físico-químicas:

Tabela 2: resultado da segunda visita no assentamento.

Amostra Cor

(uH)

Turbidez

(UT)

Nitrato

(mg/L)

Nitrito

(mg/L)

Fe

(mg/L)

Alcalinidade

(mg/L)

Dureza

(mg/L)

1 0,0 - 21,6 0,027 0,05 132 74

10

2 1,2 - 11,9 0,075 0,01 100,6 70,3

3 0,0 - 21,6 0,028 0,0 144 65

5 0,0 - 9,1 0,032 0,0 51 31

6 0,0 - 10,9 0,0 0,0 45 26

7 1,4 7 19,5 0,0 0,03 33 13

8 10,9 50 17,7 0,081 0,14 57,6 10

9 1,0 1 27,5 0,0 0,0 78 65

Legenda: uH (Unidade de Hazen mg Pt-Co/L); UT (unidade de turbidez).

Assim como a primeira coleta, esses lotes também apresentam as mesmas características,

como presença de microrganismos patogênicos e nitrato alto. A alcalinidade e dureza das

águas analisadas variam de mole à média dureza. De acordo com Sperling (2005), a

alcalinidade é resultado da dissolução das rochas em contato com a água, assim como a

dureza que tem sua origem pela dissolução das rochas calcarias.

Na devolutiva contou com a participação de uma agente de saúde do município,

que atendendo um pedido, gentilmente se dispôs a comparecer no assentamento para

explicar aos moradores as possíveis doenças que à falta da qualidade da água poderia

ocasionar.

Uma das amostras era proveniente do poço furado pelo INCRA – Instituto

Nacional de Colonização e Reforma Agrária. A água desse poço abastece uma caixa

d’água tipo taça que é utilizada por vários moradores dentro do assentamento. Diante dos

resultados positivo para bactérias patogênicas, nitrato alto, voltamos ao local para repetir

a análise, confirmado o resultado da primeira, realizamos uma denúncia ao INCRA para

que o mesmo tome possíveis providencias.

TERCEIRA VISITA

Análises microbiológicas:

11

Figura 7: resultado das análises microbiológicas da terceira visita.

Como foi observado em outras visitas no assentamento, o índice de contaminação

é expressivo, de nove lotes, apenas três amostras no momento da coleta estaria poderia

ser utilizada para o consumo.

Análises físico-químicas:

Tabela 3: resultado da terceira visita no assentamento.

Amostra Cor Turbidez Ferro Nitrato Nitrito

1 0,9 7,0 0,01 10,5 0,024

2 0,5 5,0 0,01 *** 0,042

3 0,7 6,0 0,01 13,3 0,022

4 1,2 7,0 0,01 20,3 0,041

5 0,0 10,0 0,04 19,3 0,014

7 6,5 44,0 0,00 22,0 0,055

8 0,6 3,0 0,04 21,2 0,157

9 2,8 13,0 0,02 15,8 0,070

10 0,3 4,0 0,02 26,0 0,066

Legenda:

Azul: sem bactérias;

Laranja: Coliforme totais;

Vermelho: Coliforme totais e Escherichia coli.

12

Figura 8: Amostras para análise físico-química. Presença nos frascos de material argiloso

em suspensão.

A terceira visita no assentamento foi realizada logo após um período chuvoso, tal

material presente nos frascos pode ser em decorrência da percolação da água, arrastando

esses materiais para o poço, o que justifica a turbidez e cor elevada. A profundidade do

poço e a ausência de uma vedação ao redor, torna propicio para o arraste de partículas

para dentro do mesmo.

ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O PROJETO

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

No decorrer desses dez meses do projeto, realizamos uma parceria com o

Assentamento Cachoeira localizado no município de Itapura – SP, no município

contamos com a colaboração de duas moradoras que intermediava nosso contato com os

outros moradores, uma das moradoras a Jaqueline Barcelos discente no curso técnico em

Meio Ambiente oferecido pelo Centro Paula Souza de Ilha Solteira, pela demanda das

análises ela se dispôs a aplicar os questionários aos moradores nos lotes que visitamos.

A outra moradora a Sandra Regina pertencia a Associação presente dentro do

assentamento, a influência dela no local foi de grande valia em explicar aos outros

moradores o nosso trabalho.

Nesse período realizamos 34 análises de água provenientes de poços cacimbas,

semi-artesiano e de torneira. Esse projeto dentro desse assentamento foi uma prestação

13

de serviço, cobramos um valor simbólico de cada análise de forma a pagar os reagentes

utilizados, valores repassados para a Fundação de Ensino, Pesquisa e Extensão de Ilha

Solteira – FEPISA.

No entanto mediante ao questionário era explicado que os dados das análises

seriam utilizado para a pesquisa, sendo utilizado em congresso realizado na faculdade.

Figura 9: reunião com os moradores do Assentamento Cachoeira – Itapura – SP.

Com a divulgação dessa prestação de serviço, surgiram outras análises fora do

assentamento, de produtores particulares, empresas da região, pessoas físicas, jurídicas e

centro de ensino. No início do projeto estávamos com um saldo negativo na FEPISA em

um valor de 1.144,01 reais, total utilizado para comprar o reagente Colilert® (Idexx), com

as análises comerciais terminamos com um saldo positivo de 585,19 reais.

14

Atualmente trabalhamos com duas tabelas de preço, sendo que para pessoa

jurídica o valor da análise cobrado é de R$ 350,00 e R$170,00 para pessoa física. Em

anexo consta o modelo do laudo criado para as análises.

APOIO PEDAGOGICO

Administrada pela Profª Dr Maria Angela Moraes Cordeiro, com o apoio de dois

professores Adauto Ferreira Siqueira e Daniela Cintra de Araújo Queiroz, foi realizada

no dia 11/06/2015 uma aula no laboratório do Núcleo de Apoio ao Ensino de Ciências e

Matemática - NAECIM, com duração de três horas e meia, aos discentes do curso de

Meio Ambiente do Centro Paula Souza de Ilha Solteira.

De acordo com o professor Adauto os alunos do curso não tinham contato com

laboratório de química, desse modo, realizamos atividades que despertasse o interesse

dos mesmos, com reações de mudança de cor mediante a um indicador de ácido e base,

até que os alunos pudesse distinguir a mudança de cor para realizar as análises da água,

tema proposto para o dia.

Professora Maria Angela Bolsista Proex: Everton Soares

Figura 10:

15

Fonte: Adauto Ferreira Siqueira

16

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados das análises, evidenciamos que existe um descaso com essa

parcela da população em todo território nacional, já que casos parecidos foram relatados

por Colvara, J.G; Lima, A.S; Silva, W.P (2009) e Amaral et al (2003).

A falta de um serviço especializado em tratamento de água, de tratamento do

esgoto, e coleta de resíduos na área rural, contribui para essa população estar mais exposta

a organismos patogênicos, desse modo, gerando gastos com internações hospitalares.

Na devolutiva dos laudos os moradores são informados sobre a qualidade da água

e sanado as dúvidas deles sobre os parâmetros analisados. Junto com o laudo, é entregue

uma proposta simples de um clorador, desenvolvido pela EMBRAPA, com ele o próprio

morador pode tratar sua água, antes do consumo.

Em função dos resultados apresentados nas três visitas, tona-se válido a

manutenção deste projeto na área rural, pois contribui para o conhecimento de ambas as

partes, de um lado são apresentado aos alunos matriculados na disciplina de Química

Analítica, a realidade do meio rural do nosso país, e do outro os moradores tem

conhecimento da qualidade da água consumida e o papel da universidade na sociedade.

17

REFERÊNCIAS

AMARAL, L. A. et.; al. Água de consumo humano como fator de risco à saúde em

propriedades rurais. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n.4, 2003. Disponível

em: <http://www.sober.org.br/palestra/6/885.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2016.

BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª edição. Porto Alegre: Bockman, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2914 de 12 dezembro de 2011.

Disponível em:<

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>.

Acesso em: 15 fev 2016.

BRISCOE, J. Abastecimento de água y servivios de saneamento: su funcion em la

revoluticion de la supervivência infantil. Boletin de la Oficina sanitária pan-

americana, 103:325-330. Disponivel em:

http://iris.paho.org/xmlui/handle/123456789/17947> Acesso em: 16 fev 2016.

COLVARA, J.G.; LIMA, A.S.; SILVA, W.P. Avaliação da contaminação de água

subterrânea em poços artesianos no sul do Rio Grande do Sul. Brazilian Journal of

food technology, ed. especial, n.2, p.11-14, jan.2009.

DANIEL, L.A. Processos de desinfecção e desinfetantes alternativos na produção

de água potável. RIMA, ABES, Projeto PROSAB, 2001.

DORNFELD, C. B. et al. Saneamento básico em dois projetos de assentamento rural

no oeste paulista - Brasil. Vii Congresso da APDEA, V Congresso da SPER, I Encontro

Lusófono em Economia, Sociologia, Ambiente e Desenvolvimento Rural. Évora, p. 1751-

1769. out. 2013. Disponível em:

<http://www.researchgate.net/publication/269409506_SANEAMENTO_BSICO_EM_

DOIS_PROJETOS_DE_ASSENTAMENTO_RURAL_NO_OESTE_PAULISTA_-

BRASIL>. Acesso em: 12 fev. 2016.

FIALHO, G. O. A conquista e as estratégias de resistência dos assentados da reforma

agrária no projeto Estrela da Ilha em Ilha Solteira/SP. Campo - Território: Revista de

Geografia Agrária, Uberlândia, v. 9, n. 17, p.256-281, abr. 2014. Disponível em:

<http://www.seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/22810/14386>. Acesso

em: 12 fev. 2016.

18

JOVENTINO, E.S; et al. Comportamento da diarreia infantil antes e após consumo

de água pluvial em município do semi-árido brasileiro. Texto Contexto Enferm. 2010;

19 (4):691-9.

MODESTO, R.P. Qualidade das águas subterrâneas do estado de São Paulo 2010 – 2012

(recurso eletrônico). CETESB, 2013. Disponível em:< http://cetesb.sp.gov.br/wp-

content/uploads/sites/42/2013/11/aguas_sub_2012.pdf>. Acesso: 14 fev. 2016.

PÁDUA, V.L. et,; al. Remoção de microrganismos emergentes e microcontaminantes

orgânicos no tratamento de água para consumo humano. Editora Abes, Belo

Horizonte, MG, 3ºed, 2009.

SPERLING, M.V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3ºEd.

Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Minas

Gerais; 2005.

TAVARES, D.M; GRANDINI, A.A. Prevalência e aspectos epidemiológicos de

enteroparasitoses na população de São José da Bela Vista, São Paulo. Revista Soc

Bras Med Trop 32:63-65, 1999.

ZANCUL, M.S. Água e Saude. Revista Eletronica de Ciências. N32, 2006. Disponível

em:< http://cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_32/atualidades.html> Acesso em: 14

fev 2016.

VALENCIANO, R.C. Processo de luta pela terra e seus desdobramentos no

município de Teodoro Sampaio. Revista pegada, v.2, n.1, 2001. Disponível em: <

http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/view/778>. Acesso em: 16 fev

2016.

19

ANEXO

RELATÓRIO DE ANÁLISES N° 2016/00 DADOS REFERENTES AO CLIENTE

Cliente Solicitante Cliente Tel:

Email Endereço

DADOS REFERENTES À AMOSTRA

Código da Amostra: 0 Tipo de Amostra: Água

Identificação do Ponto: Torneira

Coletor: Everton Soares

Data da Coleta: 01/01/2016 Hora: 00:00 Data da Análise: 01/01/2016 Hora: 00:00

RESULTADOS ANALÍTICOS

Portaria 2.914 – Tabela 1 – Microbiologia

Parâmetro VMP Resultado

Escherichia Coli ou Coliformes termotolerentes: Ausente Ausente

Coliformes Totais: Ausente Ausente

Portaria 2.914 – Tabela 2 – Físico-Química

Parâmetro Unidade VMP Resultado

Temperatura da água (°C) NC 0,0

pH --- 6 – 9,5 0,0

Cor Aparente mg Pt-Co/L 15 0,0

Turbidez UT 5 0,0

Dureza mg/L CaCO3 500 0,0

Alcalinidade mg/L CaCO3 NC 0,0 Fluoreto mg/L 1,5 0,0

Amônia (como NH3) mg/L 1,5 0,0

Ferro mg/L 0,3 0,0

Cloreto Mg/L 250 0,0

Nitrato mg/L 10 0,0

Nitrito mg/L 1 0,0

Sólidos totais mg/L NC 0,0 Legenda: VMP - Valor Máximo Permitido; NC - Não Consta; UT - Unidade de Turbidez; Uh - Unidade de Hazen mg Pt-

Co/L.

CONCLUSÃO DO RELATÓRIO

Os resultados dos parâmetros estão/não de acordo com os limites da Portaria n°2.914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde.

INFORMAÇÕES GERAIS

Os resultados deste Relatório de Análise se restringem à amostra analisada.

Todas as informações do cliente, referente a este trabalho estão protegidas.

As metodologias analíticas para a determinação dos parâmetros físicos, químicos e

microbiológicos estão de acordo com a Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater.

RESULTADO CONFERIDO E LIBERADO POR:

Prof. Dra. Maria Angela de Moraes Cordeiro CRQ04108994 Químico Responsável

20

ANEXO

Alunos recebendo os kits de análise no dia da coleta.

Amostras a ser analisadas.

21

Depois de 24 horas na estufa, coloração amarelo forte é indicativo de coliformes totais,

Esc, coli é confirmada pela presença de fluorescência sob lâmpada de ultra -violeta

λ=365nm.

22

Poços analisados, cacimba e tubolar respectivamente.