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INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE HISTÓRIA PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA III ENSINO MÉDIO ACADÊMICO: ANTÔNIO AUGUSTO PEREIRA DA SILVA Elaboração de Projeto de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado em História III do Curso de História da Universidade de Passo Fundo, sob orientação do Prof. Dr. Marcos Gerhardt.

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Projeto de Estágio - Antônio Augusto Pereira

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Page 1: Projeto de Estágio

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE HISTÓRIA

PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA IIIENSINO MÉDIO

ACADÊMICO: ANTÔNIO AUGUSTO PEREIRA DA SILVA

Elaboração de Projeto de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado em História III do Curso de História da Universidade de Passo Fundo, sob orientação do Prof. Dr. Marcos Gerhardt.

PASSO FUNDO – RS, 2016.

Page 2: Projeto de Estágio

2 - Dados de identificação:

Nome oficial da escola: Escola Estadual de Ensino Médio Antonino Xavier e Oliveira

Endereço: R. Dr. Cândido Lopes, 37 – Vila Luíza Passo Fundo – RS

Número de telefone para contato: (54) 3312-4548

E-mail para contato: [email protected] Nome do diretor(a): Sofia de Fátima da Silva Oliveira

Nome do vice-diretor(a): Estela Maris Inocência

Nome da coordenadora pedagógica: Elza da Cunha Menezes

Nome da professora titular: Polyana Raimunda Ferreira

E-mail do professor titular; [email protected]

Ano (série) no qual desenvolverá o estágio: 2º ano

Turma na qual desenvolverá o estágio: 201

Número de períodos semanais de História: 02 períodos

Número de alunos na turma: 30 alunos (provisório)

Dia(s) da semana com aulas de História:

Horário(s) de início e término dos períodos de aulas:

Data de início e de término do estágio:

Page 3: Projeto de Estágio

3 - Caracterização do contexto escolar:

A Escola Estadual de Ensino Médio Antonino Xavier e Oliveira do

município de Passo Fundo, localizada na Vila Luiza, leva o nome do ex-

secretário da Intendência no Governo do Dr. Nicolau de Araújo Vergueiro da

cidade Passo Fundo na década de 20. Além de várias contribuições para a

cidade, Antonino Xavier e Oliveira ainda foi nomeado prefeito Municipal em

outubro de 1945, pelo Governador do Estado, cargo em que permaneceu até

1946. Igualmente, publicou inúmeras obras sobre o município, tendo deixado

um acervo histórico imenso para pesquisa histórica.

A escola, conhecida como AXO, conta com cerca de 500 alunos do

ensino fundamental e médio. Conta, também, com um quadro de 46

funcionários no total, sendo que 36 são professores com graduação, pós-

graduação e mestrado e 10 funcionários que trabalham em outras áreas

distintas da escola. Da mesma forma, integra o ensino politécnico que busca

propiciar o desenvolvimento dos alunos articulando as disciplinas a partir das

áreas do conhecimento, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens

e Matemática. O período letivo é dividido entre os turnos da manhã e tarde,

sendo que nas disciplinas que possuem horários na parte da tarde é

dispensada a presença dos estudantes que já estão inseridos no mercado de

trabalho.

A instituição é de pequena estrutura, com cerca de 10 salas de aula,

uma sala da direção, uma sala de professores, com uma quadra de esportes e

uma biblioteca – esta ultima possui em sua maioria livros didáticos e para a

área de História constam apenas livros concedidos pelo Ministério de

Educação e Cultura (MEC) os quais conforme responsável não costumam

serem retirados pelos alunos. Ainda, possui uma cozinha com refeitório, onde é

distribuída a merenda por parte da escola.

A Escola não conta com laboratório de ciências, matemática ou até

mesmo de informática, disponibilizando apenas um computador com acesso a

internet disponível para pesquisa dos alunos na biblioteca. Possui uma sala de

vídeo e 3 projetores multimídia (Datashow) para uso em sala de aula e uma

câmera fotográfica/filmadora.

Page 4: Projeto de Estágio

Para o ensino infantil, conta com um pequeno parque e uma

brinquedoteca. Possuí banheiro dentro do prédio adequado à educação infantil

e aos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. Tal preocupação com a

mobilidade e acessibilidade se fez presente em demais partes das

dependências da escola.

As aulas elaboradas para o Estágio Supervisionado em História, no que

compreende o Ensino Médio, serão aplicadas ao 2º ano e a turma é constituída

em média por 30 alunos. Em relação ao comportamento dos alunos em sala de

aula, a professora titular Polyana Ferreira ressaltou que de forma geral, a turma

se mostra colaborativa com o andamento das aulas e que recursos áudio

visuais com os alunos respondem bem as expectativas – estes sempre

articulados com abordagens de conteúdo que propiciam a contextualização

com o presente.

Ao que diz respeito ao Plano Político Pedagógico o mesmo não foi

apresentado ao estagiário no período da observação da escola. Contudo, por

meio das observações, foi possível verificar o ambiente escolar e através da

professora titular os alunos que compõem a turma. Possibilitando, condições

para o desenvolvimento do estágio, projetando assim, a partir deste contexto

escolar perspectivas reais e promissoras no que se refere aos estudos

pretendidos de forma geral.

Page 5: Projeto de Estágio

4 – Fundamentação teórica

Sabe-se que o ambiente escolar é onde ocorre boa parte do processo de

socialização de crianças e jovens. É nesse espaço que elas podem ter acesso

a conceitos que visam a auxiliar na luta pela igualdade e enriquecer o contato

com as diferenças. Na educação é que se combatem problemas maiores

dentro da sociedade, fomenta-se a discussão sobre a diversidade envolvendo

as áreas do conhecimento, seja na ciência, na história, sociologia, literatura,

entre outras, dessa maneira, possibilitando que sejam alcançados os objetivos

do Plano Nacional da Educação (PNE) da lei que define diretrizes e metas para

a educação até 2024, que visa a uma educação que combate às desigualdades

educacionais com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas

as formas de discriminação. Não é possível vedar a possibilidade de uma

aprendizagem sobre conhecimentos que relacionam as realidades sociais que

os alunos estão inseridos com os estudos das disciplinas das áreas das

Ciências Sociais tornando-as, dessa maneira, uma aprendizagem significativa

que busque a promoção humanística, científica e cultural.

O ensino da disciplina de História integra o conjunto das disciplinas

fundamentais no processo da escolarização brasileira, e passou por mudanças

significativas quanto a métodos, conteúdos e finalidades até obter essa

configuração das atuais propostas curriculares (BITTENCOURT, 2008, p.33).

Entretanto, no campo historiográfico permeia ainda uma discussão acerca das

questões do ensino de História no Brasil, seus obstáculos, limites e,

principalmente, como melhorar seu desenvolvimento prático em sala de aula,

para além do ensino tradicional, baseado na memorização de fatos, nomes e

datas em esquemas lógicos e abstratos. No entanto, mesmo com a crítica

recursiva do meio acadêmico, ainda na atualidade se aplica tal paradigma

metodológico de ensino por parte de alguns professores. Afinal, muitos destes

professores, aplicam o que aprenderam e foram formados a partir de seu

contexto. Ainda, “presos” a antigos modelos de ensino de História que em

pleno século XXI “doutrinam” da mesma maneira a qual se fazia no início do

século XX. Todavia, se o aluno não souber de onde vem o conhecimento, e

não perceber uma utilidade naquilo que o professor ensina o mesmo

dificilmente aprenderá. E para tal, o ensino da disciplina de História “passa a

Page 6: Projeto de Estágio

ser, então, dar condições para que o aluno possa participar do processo de

fazer, do construir História. O aluno deve entender que o conhecimento

histórico não é adquirido como um dom”, mas, como todos os outros, é

construído (SCHMIDT, 2008, p. 57).

Os vestígios e pistas recolhidos e analisados pelo historiador são as

fontes históricas e a explicação plausível é o que comumente chamamos de

História. Assim, em toda aula torna-se inseparável o significado da relação

teoria e prática, ensino e pesquisa, servindo antes de tudo para que o aluno

desenvolva as habilidades de compreender e explicitar os critérios de

periodização histórica, das múltiplas temporalidades das sociedades, tornando

efetiva a aprendizagem da cronologia, não apenas decorando e repetindo

informações desconexas e sem sentido (SCHMIDT, In: BITTENCOURT, 1999,

p. 56).

A transposição didática do fazer histórico pressupõe, entre outros

procedimentos, que se trabalhe a compreensão e a explicação histórica. E para

que isso aconteça, é necessário que o professor de História seja um

problematizador do conhecimento criando situações e desafios que instiguem o

aluno a querer saber mais, sendo que os acontecimentos históricos não podem

ser explicados de maneira simplista. Buscando um referencial teórico que os

alunos não só observem o ambiente ao qual estão inseridos, mas, que os

mesmos façam parte da História, e compreendam que qualquer indivíduo faz

parte do processo histórico de algum determinado período. Defendendo ainda,

a relevância do que se refere ao fazer histórico e o fazer pedagógico, dizendo

que ao realizar a transposição didática dos conteúdos e dos procedimentos

históricos deve-se igualmente referenciar a relação entre as inovações

tecnológicas e o ensino de História (SCHMIDT, 2001, p. 59).

Na busca de paradigmas de ensino de História que seja significativo por

parte dos alunos destacam-se no modelo de ensino atual, o método da

problematização, o ensino e a construção de conceitos, a análise causal, o

contexto temporal e o privilégio da exploração de documento histórico – este

ainda, pouco presente nas salas de aula.

Nesse sentido, o método do Arco desenvolvido por Maguerez é uma

proposta metodológica apropriada para experimentar na prática vários

princípios de uma pedagogia problematizadora, objetivando primeiramente a

Page 7: Projeto de Estágio

transformação social dos alunos. Resumidamente na teoria do método se tem

como base à realidade vivida, procurando assim trabalhar a partir da “vida

real”, ou seja, a realidade como ponto de partida. No mesmo momento em que

se trabalha com os alunos a perspectiva da realidade e faz com seu olhar por

esta mesma seja critico, tornamos a realidade uma problematização. A serem

definidos os problemas de estudo, deve-se fazer um trabalho de reflexão, ou

seja, abrir questionamentos sobre o tema, sendo que estes questionamentos

no final levam a reconhecer os próprios conhecimentos dos alunos e do

professor. Após isso ainda temos a segunda etapa que vêm a ser os pontos-

chaves, momento onde se é definido o que será estudado, e delimitado o que é

preciso ser conhecido do determinado problema, a fim de buscar uma resposta

para o mesmo. Revelando os pontos–chaves têm que decidir que formas do

estudo irão se utilizar e definir a metodologia para realizar este estudo. Na

etapa da teorização, é o momento da investigação, momento onde se

esclarece dúvidas em busca das soluções para as problematizações. Com os

estudos feitos e os dados colhidos, podemos partir para a segunda parte, que

se refere à questão do levantamento de hipóteses de solução para os

problemas a serem trabalhados. A etapa das hipóteses deve ser a parte mais

criativa, na qual esta deve estimular os porquês de determinado problema.

Lembrando de que as hipóteses devem ser no sentido de criar novas ações,

essas elaboradas para se exercer uma diferença sobre a realidade de onde se

extraiu o problema. A próxima etapa aplica-se na realidade, ou seja, a parte

prática de ação concreta. Da realidade extraiu-se o problema do qual foi

realizado o estudo e as discussões sobre os dados obtidos, e no fim se volta

para a mesma realidade com ações que possam transformá-la em algum grau.

O fim é a transformação, mesmo que pequena, sobre a realidade apresentada

(VASCONCELLOS, In: BERBEL, 1999, p.33).

Além do método de problematização, desenvolvido a partir do Arco de

Maguerez, devemos ressaltar que para que o ensino da História seja útil para o

aluno, devemos levar em conta o alcance de suas capacidades. O

desenvolvimento didático, o enfoque e a seleção do conteúdo – a qual no livro

didático às vezes torna-se vazia e volumosa, não tratando da formação de uma

“inteligência histórica” e sim da acumulação sem sentido de múltiplas histórias

– devem acompanhar as capacidades cognitivas dos estudantes, a fim de

Page 8: Projeto de Estágio

aproximar o aluno das ciências humanas e sociais. Dessa forma, o autor

Joaquin Prats em seu artigo “Ensinar a História no contexto das Ciências

Sociais: princípios básicos” ressalta a falha do ensino das ciências sociais na

formação do aluno como cidadão crítico:

As explicações científicas do mundo social não são muito presentes na educação e, frequentemente, têm sido utilizadas para doutrinar ou criar sentimento de adesão à pátria ou a personagens históricos. Nesses casos não se poderia falar de que educamos cidadãos livres, com espírito crítico e independência de julgamento, muito pelo contrário. (PRATS, 2006, p. 193)

Portanto, o aluno deve entender a importância do ensino de História,

compreendendo que as mudanças ocorrem devido a diversos fatores que

transformam o mundo ao qual estão inseridos, conhecendo tanto os “êxitos”

quanto os “fracassos”, possibilitando assim, a percepção de quais são as bases

da sociedade atual. Entendendo a história em seus diversos processos –

políticos, econômicos, sociais e culturais – permitindo ao aluno a relação dos

fatos passados com a realidade inserida. Atribuindo como uma das questões

relevantes sobre a “razão real” de se estudar História, a relação do passado e

presente. Encarando-a como sendo uma disciplina com plausibilidade científica

a qual não possui uma única verdade absoluta e irrefutável, podendo utiliza-la

como um viés para possíveis ideias no tempo presente a partir da observação

e estudo do passado.

De maneira geral podemos concluir que as atividades pedagógicas no

ensino de História tornam-se bastante complexas, levando em consideração as

inúmeras metodologias que podem ser adotadas pelo professor. Contudo, hoje

temos um ensino mais aberto a mudanças, uma história disposta a ser vista de

diversas maneiras, um ensino que pelo menos em propostas é instigante e

enriquecedor, embora ainda não despreze totalmente a prática tradicional da

memorização.

Page 9: Projeto de Estágio

5 – Planejamento detalhado

5.1 – Definição dos temas de estudo e das unidades

5.1.1 Unidade I (Única) – SOCIEDADE E CULTURA EM TRANSFORMAÇÃO: PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL

Objetivo da unidade:

- Compreender o significado de cultura e patrimônio, bem como sua

importância para o entendimento da História do Brasil, bem como suas

transformações.

- Reconhecer as diversas representações culturais e artísticas em diferentes

sociedades, associando a isso, manifestações do presente aos processos

históricos.

- Promover capacidades e atitudes ligadas à constituição de uma cidadania que

dê conta dos múltiplos movimentos de afirmação das identidades atualmente.

Page 10: Projeto de Estágio

6 – Referências Bibliográficas

BERBEL, Neusi Aparecida Navas; GIANNASI, Maria Júlia (Coord.) A metodologia da

problematização aplicada em curso de educação continuada e a distância. Londrina:

UEL, 1999.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos.

São Paulo: Cortez, 2008.

KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 3.

Ed. São Paulo: Contexto, 2005, p. 36-48.BIANCHI, Anna Cecília de Moraes;

ALVARENGA, Marina; BIANCHI, Roberto. Orientação para estágio em licenciatura.

São Paulo: Thomson, 2005

KARNAL, Leandro. Da acrópole à ágora. In.: PADRÓS, Enrique Serra. Ensino de

história: formação de professores e cotidiano escolar. Porto Alegre: EST, 2002, p. 15-

26.

PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Novos temas nas aulas de História. São Paulo:

Contexto, 2009.

PRATZ, Joaquin. Ensinar História no contexto das Ciências Sociais: princípios

básicos. Educar, Curitiba, número especial, p. 191-218, 2006.

SCHIMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo:

Scipione, 2004.

SEFFNER, Fernando. Teoria, metodologia e ensino de História. In.: GUAZZELLI,

Cesar Augusto Barcellos (et. all.). Questões da teoria e metodologia da história. Porto

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SEFFNER, Fernando. Teoria, metodologia e ensino de História. In.: GUAZZELLI,

ZABALA, Antoni. A avaliação. In.: A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre:

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