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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL PROJETO DE EDIFÍCIO EM ESTRUTURA METÁLICA: CONSUMO DE AÇO NA METODOLOGIA DA NBR 8800:2008 E NO SOFTWARE CYPE3D® Yago Martins Queiroz GOIÂNIA 2018

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

    ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

    PROJETO DE EDIFÍCIO EM ESTRUTURA

    METÁLICA: CONSUMO DE AÇO NA

    METODOLOGIA DA NBR 8800:2008 E NO

    SOFTWARE CYPE3D®

    Yago Martins Queiroz

    GOIÂNIA

    2018

  • Yago Martins Queiroz

    PROJETO DE EDIFÍCIO EM ESTRUTURA

    METÁLICA: CONSUMO DE AÇO NA

    METODOLOGIA DA NBR 8800:2008 E NO

    SOFTWARE CYPE 3D

    Monografia apresentada na Disciplina Trabalho de Conclusão de

    Curso II, do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Escola

    de Engenharia Civil e Ambiental (EECA) da Universidade

    Federal de Goiás.

    Orientador: Prof. Dr. Ariovaldo Fernandes de Almeida

    GOIÂNIA

    2018

  • 1 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Perda de espessura em ambiente industrial agressivo ........................................... 11

    Figura 2.2 - Comportamento dos aços A36 e A242 quando submetidos a tensões .................. 13

    Figura 2.3 - Detalhes para prevenir a corrosão de estruturas expostas às intempéries ............. 14

    Figura 2.4 - Detalhes de um laminador de tiras a quente ......................................................... 15

    Figura 2.5 - Fases sucessivas e progressivas de laminação dos perfis, a partir do bloco ou tarugo

    .................................................................................................................................................. 16

    Figura 2.6 - Perfis de chapa dobrada: (a) perfil U; (b) perfil complexo; (c) perfil S; (d) perfil Z

    .................................................................................................................................................. 17

    Figura 2.7 - Perfis de compostos de chapas (perfis soldados) ou perfis laminados ................. 18

    Figura 2.8 - Diagrama Tensão Deformação de um aço ............................................................ 19

    Figura 2.9 - Diagrama de tensão deformação para os aços ASTM A36, A242, A325 e A490

    .................................................................................................................................................. 19

    Figura 2.10 - Componentes estruturais típicos de um edifício ................................................. 21

    Figura 2.11 - Exemplo de uma sistemas estruturais planos ...................................................... 21

    Figura 2.12 - Exemplo de uma treliça plana ............................................................................. 22

    Figura 2.13 - Tipos de estruturas de edifícios: (a) pórtico com ligações rígidas entre vigas e

    pilares; (b) estrutura com ligações viga-pilar flexíveis ............................................................. 22

    Figura 2.14 - Tipos de treliçado vertical para contraventamento: (a) em X; (b) em K ............ 23

    Figura 2.15 - Exemplo do carregamento sobre uma placa ........................................................ 24

    Figura 3.1 - Mapa de Isopletas para o território brasileiro ....................................................... 26

    Figura 3.2 - Elementos tracionados na estrutura ....................................................................... 28

    Figura 3.3 - Colunas e seu exemplo de flambagem .................................................................. 29

    Figura 3.4 - Diagrama esquemático da soldagem ..................................................................... 31

    Figura 3.5 - Ligações em edificações ....................................................................................... 32

    Figura 3.6 - Bases rotuladas ..................................................................................................... 33

    Figura 3.7 - Bases engastadas ................................................................................................... 33

    Figura 4.1 - Fluxograma da metodologia do projeto ................................................................ 34

    Figura 5.1 - Características do Edifício analisado .................................................................... 39

    Figura 5.2 - Estrutura do edifício .............................................................................................. 40

    Figura 5.3 - Diagrama de momento fletor para o eixo B .......................................................... 41

  • 2 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 5.4 - Diferentes tipos de perfis em uma viga ................................................................. 42

    Figura 5.5 - Perfis que não atendem aos ELU e ELS ............................................................... 42

    Figura 5.5 - Ligações que não atendem aos ELU e ELS .......................................................... 43

  • 3 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    LISTA DE QUADROS

  • 4 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Propriedades Mecânicas de Aços-carbonos ............................................................ 10

    Tabela 2 - Propriedades Mecânicas de Aços de Baixa Liga ..................................................... 12

    Tabela 3 - Propriedades Mecânicas de Aços-carbonos ............................................................. 32

    Tabela 4 - Valores de coeficientes de ponderação das ações permanentes .............................. 33

    Tabela 5 - Valores do valor ψo ................................................................................................. 33

    Tabela 6 - Detalhes Geométricos da Estrutura ......................................................................... 35

    Tabela 7 - Especificações dos Materiais ................................................................................... 35

    Tabela 8 - Cargas Permanentes nos Pavimentos ....................................................................... 36

    Tabela 9 - Cargas Acidentais nos Pavimentos .......................................................................... 36

    Tabela 10 - Cargas Acidentais nos Poços de Elevador e Escada .............................................. 37

    Tabela 11 - Cargas de Vento na Estrutura ................................................................................ 37

    Tabela 12 - Tabela resumo dos materiais obtido pelo Cype3D® ............................................. 44

    Tabela 13 - Tabela resumo dos materiais obtido pelo Anexo D da Metodologia .................... 44

    Tabela 14 - Resultados: peso e taxa de consumo de aço .......................................................... 45

  • 5 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    LISTA DE ABREVIATURAS

    ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas;

    AISC - American Institute of Steel Construction.

    AWS - American Welding Society

    CBCA - Centro Brasileiro de Construção em Aço;

    CSA - Canadian Standards Association;

    EM - European Standards;

    ELS - Estado Limite de Serviço;

    ELU - Estado Limite de Último;

    IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia;

  • 6 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    LISTA DE SIMBOLOS

    σ - Tensão;

    ε - Deformação;

    Kg - Kilograma;

    T - Tonelada;

    D - Diâmetro;

    % - Porcentagem;

    Fu - Resistência à Ruptura;

    Fy - Limite de Escoamento;

    Fck - Resistência Característica do Concreto;

    “ - Polegada;

    M - Metro;

    CM - Centímetro;

    MM - Milímetro;

    M² - Metro Quadrado;

    M³ - Metro Cúbico;

    N - Newton;

    kN - Kilo Newton;

    Pa - Pascal;

    MPa - Mega Pascal;

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    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 8

    1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O PROJETO DE EDIFICIOS EM AÇO ........ 8

    1.2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 9

    1.2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 9

    1.3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 9

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 10

    2.1. AÇOS ESTRUTURAIS ...................................................................................................... 10

    2.1.1. Aço carbono ................................................................................................................. 10

    2.1.2. Aços de baixa liga ........................................................................................................ 11

    2.1.3. Aços com Tratamento Térmico .................................................................................. 12

    2.2. PROPRIEDADES DOS AÇOS .......................................................................................... 12

    2.2.1. Ductilidade ................................................................................................................... 12

    2.2.2. Dureza .......................................................................................................................... 13

    2.2.3. Corrosão ....................................................................................................................... 13

    2.3. PRODUTOS SIDERÚRGICOS ESTRUTURAIS ........................................................... 15

    2.3.1. Perfis Laminados ......................................................................................................... 15

    2.3.2. Perfis de chapa dobrada ............................................................................................. 16

    2.3.3. Perfis soldados e compostos ........................................................................................ 17

    2.4. Diagramas Tensão deformação .......................................................................................... 18

    2.5. SISTEMAS ESTRUTURAIS EM AÇO ............................................................................ 20

    2.5.1. Elementos estruturais ................................................................................................. 20

    2.5.2. Sistemas planos de elementos lineares ....................................................................... 21

    2.5.3. Sistemas de pórticos para edificações ........................................................................ 22

    2.5.4. Sistemas de pisos para edificações ............................................................................. 23

    3. AÇÕES NAS ESTRUTURAS .................................................................................................... 24

    3.1. Cargas Permanentes ........................................................................................................... 24

    3.2. Cargas Acidentais ................................................................................................................ 25

    3.3. Cargas de Vento .................................................................................................................. 25

    3.4. Combinações de Ações ........................................................................................................ 26

    3.5. PEÇAS TRACIONADAS ................................................................................................... 28

    3.6. PEÇAS COMPRIMIDAS ................................................................................................... 29

  • 7 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    3.7. LIGAÇÕES .......................................................................................................................... 30

    3.7.1. Ligações parafusadas .................................................................................................. 30

    3.7.2. Ligações soldadas ........................................................................................................ 31

    3.7.3. APOIOS........................................................................................................................ 32

    4. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 34

    4.1. Caracterização do edifício e dados inseridos .................................................................... 35

    4.2. Abordagem via Cype3D® ................................................................................................... 37

    5. ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 39

    5.1. Resultados via Cype3D® .................................................................................................... 40

    5.2. Resumo dos Materiais ......................................................................................................... 43

    5.3. Comparativo do Consumo de Aço ..................................................................................... 45

    6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 46

    ANEXO A ............................................................................................................................................ 47

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 76

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    1. INTRODUÇÃO

    1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O PROJETO DE

    EDIFICIOS EM AÇO

    De acordo com Bellei, Pinho e Pinho (2008), as estruturas de aço têm como vantagens:

    1. Alta resistência em comparação com outros materiais;

    2. O aço é um material homogêneo com a produção controlada;

    3. O efeito de escala da produção industrializada das estruturas favorece os menos prazos

    e custos;

    4. As estruturas permitem serem reforçadas para aumentar o seu desempenho;

    5. Os materiais que não são mais necessários na construção podem ser facilmente

    reaproveitados;

    6. Menores prazos de execução quando comparado com outros materiais.

    Atualmente no Brasil a maior parte das construções de aço são de estruturas simples, tipo

    galpão, com coberturas e estruturas de um único pavimento. Essas são soluções práticas que

    devido ao seu baixo custo e rápida execução são bastante recomendadas em oficias, fábricas,

    depósitos, ginásios, supermercados atacadistas, entre outros. Mas com as peças de perfis

    laminados, esse uso pode ser expandido para edifícios de múltiplos pavimentos em estrutura

    metálica.

    Um edifício com estrutura metálica é recomendando quando se tem um objetivo de vencer

    grandes vãos consumindo pouco material estrutural, e pela sua rapidez na execução, pela

    praticidade, uma vez que as peças são entregues no canteiro de obras já prontas para serem

    instaladas, reduzindo assim os custos com o desperdício de materiais.

    Quando se escolhe realizar um edifício em estrutura metálica, a quantidade total de aço utilizado

    obra é um fator determinante para o seu custo benefício, tendo em vista que o preço dos perfis

    em aço e das chapas utilizado em estruturas é em torno de R$ 6,05/kg (Cotação feita na Filial

    Gerdau Aparecida de Goiânia no dia 16/11/2018). Este trabalho tem o intuito de comparar a

    quantidade de aço calculada pelo dimensionamento de um edifício de 8 pavimentos em

    estrutura de aço presente no Anexo D do livro dos Professores ldony, Fernando e Mauro,

    Edifícios de Múltiplos Andares em Aço, com o dimensionamento feito no software de

    dimensionamento da empresa CYPE®, o Cype3D®.

  • 9 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    1.2. OBJETIVOS

    Comparar o consumo de aço em um edifício de 8 pavimentos feito no Anexo D do livro dos

    Professores ldony, Fernando e Mauro, com o dimensionamento realizado no software Cype3D®,

    e verificar qual das metodologias obteve um resultado mais econômico na quantidade de aço.

    1.2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    • Aprender a metodologia de dimensionamento estrutural do Software Cype3D®;

    • Projetar um edifício de 8 pavimentos, com 6 pórticos espaçados de 6,00 metros, com o

    pé direito de 3,00 metros. Cada pórtico possui 4 pilares espaçados de 6,00 metros cada,

    constituindo 3 vãos livres.

    • Verificar o consumo de aço para o dimensionamento realizado no software Cype3D®,

    levantando um quantitativo de material utilizado, e comprar com o resultado obtido no

    livro Edifícios de múltiplos andares em aço. 2.ed.

    • Apresentar uma nova perspectiva para o dimensionamento de estruturas feito com a

    assistência de um software.

    1.3. JUSTIFICATIVA

    A tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia, novos computadores, softwares e

    aparelhos são desenvolvidos e lançados em uma velocidade incrível, devemos utilizar de todos

    esses benefícios, principalmente na engenharia, ao máximo para extrair a maior vantagem

    disponível.

    De acordo com Kimura (2018), a informática veio para aperfeiçoar a engenharia de estruturas,

    e jamais substitui-la, o software é uma ferramenta auxiliar e todo o sistema computacional deve

    estar baseado em formulações teóricas e consistentes. Mas devido ao alto grau de complexidade

    e sofisticação das análises disponíveis nos programas atuais o verdadeiro papel do computador

    acaba sendo confundido, e deve caber ao engenheiro utilizar as ferramentas computacionais

    sabendo distinguir os benefícios e suas limitações.

    A escolha do software para este projeto, o Cype3D ®, se deu em decorrência da sua facilidade

    em utilização, com as suas interfaces bastante intuitivas e interativas, por ser desenvolvido por

    uma empresa de grande renome internacional, a CYPE®, que atualiza a sua plataforma

    constantemente para se adequar às regulamentações brasileiras, e principalmente pela sua

    difusão dentro do mercado brasileiro devido ao seu custo-benefício.

  • 10 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1. AÇOS ESTRUTURAIS

    A aço é uma liga que consiste quase totalmente de ferro (98%), com adições de outros

    compostos, como o carbono, enxofre, zinco, silício, etc. A adição do carbono na liga é o que

    garante o maior efeito das propriedades do aço. As propriedades do aço são bem definidas,

    sendo elas a alta resistência mecânica quando comparado com outros materiais, a ductilidade,

    que é a capacidade do aço tem de sofrer deformações antes de se romper.

    Os aços que são utilizados em estruturas são divididos em dois grupos: aços carbonos e aços de

    baixa liga.

    2.1.1. Aço carbono

    Este tipo de aço é o mais utilizado, pois a adição do aço na liga promove um aumento de

    resistência em relação ao ferro puro. Nas estruturas usuais de aço, utilizam-se um teor de

    carbono de no máximo 0,45%, para que a liga possua uma boa soldabilidade.

    Se for adicionado um teor de carbono maior que 0,45%, a resistência e a dureza serão elevadas,

    porém, o aço se tornará mais quebradiço, com pouca ductibilidade e a sua soldabilidade

    diminuirá consideravelmente.

    Os principais tipos de aço carbono são os definidos pela ABNT, ASTM e pelas normas

    europeias EN, e estão apresentados na tabela 1.

    Tabela 1 Propriedades Mecânicas de Aços-carbonos

    (Fonte: PFEIL; PFEIL, 2010)

    Especificação Teor de carbono %

    Limite de escoamento

    fy (Mpa)

    Resistência à ruptura

    fu (Mpa)

    ABNT MR250 baixo 250 400

    ASTM A7 242 370-500

    ASTM A36 0,25-0,29 250 (36 ksi) 400-500

    ASTM A307 (parafuso) baixo - 415

    ASTM A325 (parafuso) médio 635 (min) 825 (min)

    EM S235 baixo 235 360

  • 11 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    2.1.2. Aços de baixa liga

    Os aços de baixa liga são os aços carbono com adição de componentes como o cobre, silício,

    manganês, etc., que em pequenas quantidades trazem um aumento de resistência do aço, através

    da modificação da sua estrutura. Graças a esses elementos, podemos obter uma resistência

    elevada utilizando-se um teor de carbono na ordem de 0,20%, o que permite uma boa

    soldabilidade (BELLEI, 2010).

    Com a adição de outros componentes, como o cromo, níquel, cobre, alumínio, esses aços podem

    ter a sua resistência a corrosão atmosférica, sendo também chamados de aços patináveis,

    conforme podemos identificar na Figura 2.1 a seguir, que mostra que os aços carbonos com

    adição de outros componentes tendem a ter menor redução de espessura em ambientes mais

    corrosivos.

    Figura 2.1 - Perda de espessura em ambiente industrial agressivo

    (Fonte: BELLEI, 2010)

    Os aços patináveis também possuem uma característica de terem propriedades mecânicas em

    comparação com outros tipos de aços. A tabela 2 mostra algumas propriedades mecânicas

    desses tipos de aços.

  • 12 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Tabela 2 Propriedades Mecânicas de Aços de Baixa Liga

    (Fonte: PFEIL; PFEIL, 2010)

    2.1.3. Aços com Tratamento Térmico

    As ligas de aço podem ter as suas resistências aumentadas com alguns tipos de tratamento

    térmico. Porém a sua soldagem é mais difícil, o que leva a fazer o seu uso pouco usual em

    estruturas correntes.

    Já na utilização de alguns parafusos de alta resistência são empregados modelos fabricados de

    aço carbono sujeitos a tratamentos térmicos, como por exemplo os parafusos de especificação

    ASTM A325.

    2.2. PROPRIEDADES DOS AÇOS

    As propriedades mecânicas são as características mais importantes para os aços, dentro da sua

    aplicação no campo da engenharia. Suas propriedades mecânicas irão definir o comportamento

    dos aços quando submetidos a esforços mecânicos e correspondem a sua capacidade em resistir

    e transmitir as tensões aplicadas, evitando a sua ruptura ou excesso de deformação.

    2.2.1. Ductilidade

    De acordo com Dias (2015), ductilidade é a capacidade de se deformar plasticamente sem se

    romper. O aço quando é sujeito a tensões elevadas sofre deformações para resistir às tensões

    aplicadas, e quando maior for a ductibilidade do material, mas ele irá se alongar ou reduzir a

    sua área antes da ruptura.

    Em prática isso é um aviso se segurança para a existência de elevadas tensões na estrutura.

    Na Figura 2.2 podemos ver o comportamento de dois tipos de Aço, o A242 e o A36 quando se

    é aplicado tensões (σ), medindo o seu escoamento em porcentagem do comprimento total (ε).

    Especificação Principaos elementos de liga

    Limite de escoamento

    fy (Mpa)

    Resistência à ruptura

    fu (Mpa)

    ASTM 572 Gr.50 C < 0,23% Mn < 1,35% 345 450

    ASTM A588 C < 0,17% Mn < 1,2% Cu < 0,50% 345 485

    ASTM A992 C < 0,23% Mn < 1,5% 345 450

  • 13 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 2.2 Comportamento dos aços A36 e A242 quando submetidos a tensões

    (Fonte: PFEIL; PFEIL, 2010)

    2.2.2. Dureza

    A dureza é a denominação que se dá para a resistência ao risco ou a abrasão. Essa propriedade

    se é medida por ensaios que caracterizam a resistência que o material tem pela penetração de

    outro material de maior dureza. De acordo com Dias (2015 p.27) esse ensaio é um dos meios

    existentes para se verificar explicitamente a resistência do aço.

    2.2.3. Corrosão

    A corrosão é o processo em que alguns elementos presentes no ambiente reagem com o aço,

    promovendo a perda da seção da área de aço, o que pode vir a levar a estrutura a ruína. Dias

    (2015, p. 139) destaca que “corrosão é definida como o conjunto de alterações físico-químicas

    que uma substância sofre pelas ações de determinados reagentes na natureza.”

    Para se evitar que o aço corroa mais do que o esperado, algumas medidas podem ser adotadas,

    conforme ilustrado na Figura 2.3 a seguir, é recomendado evitar o contato entre metais

    diferentes, como por exemplo o aço e o alumínio, pois a estrutura molecular dos materiais

    podem favorecer a transferência de elétrons, contribuindo assim para o aumento da oxidação

    dos materiais.

  • 14 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 2.3 Detalhes para prevenir a corrosão de estruturas expostas às intempéries

    (Fonte: PFEIL; PFEIL, 2010)

    Alguns aços já possuem em sua estrutura componentes que auxiliam na proteção contra a

    corrosão em ambientes agressivos, entre eles, pode se destacar o aço patinável, a sua grande

    vantagem em relação aos outros tipos de aços carbono está na maior resistência mecânica à

    corrosão, devido a adição de outros elementos de liga, como obre, níquel, cromo, silício e,

    eventualmente, fósforo, correspondendo, aproximadamente, a 3-5% da composição.

    O aço patinável, como possui outros elementos em sua composição, que reagem ao oxigênio

    no ambiente com maior facilidade do que o ferro na composição, é formada uma camada de

    material oxidado em sua superfície, a Pátina, que se transforma em uma proteção natural

    evitando a evolução da corrosão, ainda podendo ser usada como uma textura externa, por ter

    uma aparência alaranjada não necessita de pinturas (PFEIL; PFEIL, 2010)

  • 15 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    2.3. PRODUTOS SIDERÚRGICOS ESTRUTURAIS

    De acordo com Maciel e Rocha (2003), o setor da economia que mais consome aço é a

    construção civil. No ano de 2000, o esse consumo correspondeu por mais de 31% do total. É

    uma fatia grande e crescente, cuja tendência tende a expandir com as vantagens e as aplicações

    de alto desempenho que o aço pode oferecer à construção civil. As inovações tecnológicas que

    foram introduzidas no processo siderúrgico trouxeram para o processo de fabricação, uma

    economia dos custos totais, melhor qualidade e redução de prazos, fazendo o aço ter suas

    vantagens cada vez mais reconhecidas, e atendendo aos desejos da construção civil.

    2.3.1. Perfis Laminados

    A laminação é o processo que dá forma ao aço, ela consiste pela redução da área da seção

    transversal alongando o produto, que veio do processo de lingotamento, para conformá-lo na

    forma desejada (barras, perfis, chapas, etc.).

    O processo de laminação ocorre quando o produto que veio do lingotamento passa pelos rolos

    de laminação, que aplicam pressão de compressão para reduzir a sua seção, na figura 2.4 a

    seguir temos um exemplo de um processo de laminação de tiras a quente. Na laminação a frio,

    o processo é o mesmo, a diferença é que o produto que entra no laminador está com

    temperaturas reduzias.

    Figura 2.4 Detalhes de um laminador de tiras a quente.

    (Fonte: DIAS, 2015)

  • 16 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Os perfis laminados são produzidos através da laminação à quente, com as seções transversais

    dos laminadores em formato de “I” e “H”. A limitação para a altura da seção depende do tipo

    de laminador que está sendo utilizado, sendo esse tamanho variando de 200mm até

    aproximadamente 600mm (BELLEI, 2010). Todo o processo de laminação ocorre em várias

    etapas, com o bloco de aço entrando pelo laminador e sendo progressivamente prensado até se

    obter o perfil desejado.

    Figura 2.5 Fases sucessivas e progressivas de laminação dos perfis, a partir do bloco ou tarugo.

    (Fonte: DIAS, 2015)

    2.3.2. Perfis de chapa dobrada

    As chapas metálicas podem ser dobradas depois de frias, se tornando os perfis de chapas

    dobradas. O procedimento de dobra é feito em prensas especiais, que contém as formas com os

    raios para dobras delimitados para o tipo de perfil desejado.

  • 17 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    As normas de projetos para a fabricação e execução destes tipos de perfis são regulamentadas

    pelo American Iron and Steel Institute (AISI) e NBR 14762:2010 - Dimensionamento de

    estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. Essas normas também recomendam

    que a espessura das chapas a se utilizar sejam de pelo menos 3 mm, pois valores de espessuras

    menores que estes podem levar a instabilidades estruturais que não se encontram nos perfis

    laminados.

    Na figura 2.6 a seguir, podemos ver os principais tipos de perfis adotados no mercado.

    Figura 2.6 Perfis de chapa dobrada: (a) perfil U; ( b ) perfil complexo; (c) perfil S ; (d) perfil Z.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

    2.3.3. Perfis soldados e compostos

    As limitações impostas pelas máquinas de laminação deixam de existir se adotarmos os

    processos de solda para a confecção dos perfis. Geralmente este tipo de perfil se é utilizado em

    casos extremos quando não se encontram os perfis laminados disponíveis no mercado.

    Com a evolução dos processos as soldas automatizadas, os processos de associação de chapas

    e de perfis conseguem ser competitivos em escala industrial e se obtém uma boa qualidade de

    execução.

    A NBR 5884:2013 definiu três tipos de perfis soldados, sendo eles os Perfis CS (coluna

    soldada), VS (viga soldada) e CVS (colunas e vigas soldadas). Na figura 2.7 podemos ver perfis

    compostos pela associação de chapas (a) e pela associação de perfis laminados simples (b, c e

    d).

  • 18 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 2.7 Perfis de compostos de chapas (perfis soldados) ou perfis laminados.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

    2.4. Diagramas Tensão deformação

    A partir de um simples ensaio de tração em uma peça de aço, é possível se obter os valores

    característicos para as tensões (σ) e deformações (ε) do aço. Este tipo de ensaio se aplica uma

    força de ração crescente em uma barra de aço, que irá sofrer uma deformação em forma de

    alongamento do seu comprimento, deformação essa que é correspondente ao esforço

    submetido.

    De acordo com Dias (2015), dentro do limite de deformação se pode observar algumas fases

    deste processo, sendo elas:

    • A fase elástica é a primeira parte do ensaio (trecho retilíneo), em que a deformação da

    peça segue os princípios da lei de Hooke, ou seja, ela é proporcional ao esforço aplicado. O

    valor da constante nessa fase é chamado de módulo de elasticidade;

    • A fase plástica é aonde se ocorrem as deformações crescentes sem variar a tensão

    (patamar de escoamento), e o valor da constante nessa fase é chamado de limite de escoamento;

    • Após o escoamento, mas ainda na fase plástica, a estrutura interna do aço se rearranja e

    passa pelo encruamento, aonde se verifica novamente a variação da deformação com a tensão.

    Porém dessa vez essa relação não é linear;

    Na figura 2.8 mostra o aspecto geral do diagrama tensão deformação para o aço.

  • 19 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    Figura 2.8 Diagrama Tensão Deformação de um aço.

    (Fonte: DIAS, 2015)

    Realizando-se esse tipo de ensaio para vários tipos de aço, se obtém o diagrama tensão

    deformação correspondente, conforme indicado na Figura 2.9.

    Figura 2.9 Diagrama de tensão deformação para os aços ASTM A36, A242, A325 e A490.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

  • 20 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    2.5. SISTEMAS ESTRUTURAIS EM AÇO

    O cálculo das estruturas reais é muito complexo e trabalhoso, por isso se utilizam os modelos

    simplificados dos sistemas estruturais. Com o avanço da capacidade de processamento dos

    computadores e a maior precisão dos softwares, os modelos teóricos têm se comportado cada

    vez mais como as “situações reais”, e os sistemas estruturais podem ser analisados com uma

    maior complexidade, aumentando a segurança de projeto e trazendo benefícios para o canteiro

    de obras.

    A escolha do sistema estrutural que irá sustentar o edifício é importante para os aspectos

    quantitativos de consumo de aço no final da obra, e irá facilitar a fabricação e a montagem dos

    elementos, reduzindo o custo total do empreendimento.

    De acordo com Bellei, Pinho e Pinho (2008), quando se pode utilizar contraventamentos

    verticais para dar estabilidade às cargas horizontais, podemos fazer o resto da estrutura trabalhar

    de forma mais simples com maior números de ligações flexíveis e explorando ao máximo as

    vigas mistas, tornando a estrutura mais leve e fácil de se montar. Ao contrário, quando se é

    impedido a utilização de contraventamentos, é necessário a aporticação da estrutura, resultando

    em uma estrutura com ligações rígidas, o que aumenta o tempo de montagem da estrutura e a

    torna menos econômica.

    2.5.1. Elementos estruturais

    A forma dos sistemas estruturais dos edifícios se dá principalmente pelos componentes

    estruturais horizontais, sendo eles as vigas principais, secundárias, lajes e painéis. Pelos

    sistemas estruturais verticais, os pilares externos, internos e contraventamentos. Temos sempre

    que considerar as cargas horizontais de ventos, que sempre impactam no dimensionamento dos

    sistemas estruturais.

  • 21 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    Figura 2.10 Componentes estruturais típicos de um edifício.

    (Fonte: BELLEI, PINHO, PINHO, 2008)

    2.5.2. Sistemas planos de elementos lineares

    Os sistemas planos são formados por elementos lineares, sendo eles as barras, vigas, colunas,

    tirantes, que serão submetidas a carregamentos pertencentes ao mesmo plano de análise. A ideia

    é analisar apenas os esforços e as deformações que acontecem nesse plano, reduzindo o volume

    total de cálculo no dimensionamento.

    Dentro desses modelos de análise, os mais utilizado é o pórtico plano, que são associações

    retilíneas ou curvilíneas com ligações rígidas ou rotuladas entre si, sendo este mais utilizado

    em estruturas de edificações. E a grelha plana, que é formada por dois ou mais feixes de vigas

    ortogonais ou obliquas entre si, que suportam carregamentos na direção perpendicular ao plano

    da grelha. As grelhas são mais usadas em pisos de edifícios e superestruturas de pontes (PFEIL,

    PFEIL, 2010).

    Figura 2.11 Exemplo de uma sistemas estruturais planos.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

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    Y. M. QUEIROZ

    Alguns desses modelos de sistemas, no entanto, exigem as suas próprias peculiaridades, como

    por exemplo a Treliça Plana, que é um tipo de pórtico plano em que a estrutura é formada por

    barras coplanares articuladas entre si, e submetidas a carregamentos sobre os nós (Dias, 2015).

    Figura 2.12 Exemplo de uma treliça plana.

    (Fonte: DIAS, 2015)

    2.5.3. Sistemas de pórticos para edificações

    Os sistemas de pórticos dependem das associações entre as vigas e os pilares, no geral temos

    dois tipos de ligações, as ligações rígidas e as flexíveis, são caracterizadas as ligações rígidas

    as que transmitem os momentos fletores entre as peças da ligação, e as flexíveis absorvem total

    ou parcialmente os momentos fletores.

    A estrutura com ligações entre as vigas e pilar flexíveis é estável apenas para as cargas verticais,

    sendo sujeita a deslocamentos quando se aplica cargas horizontais, por isso é comumente usual

    associar uma subestrutura com uma grande rigidez à flexão, chamado de contraventamento,

    para que essa estrutura consiga resistir aos esforços horizontais.

    Figura 2.13 Tipos de estruturas de edifícios: (a) pórtico com ligações rígidas entre vigas e

    pilares; (b) estrutura com ligações viga-pilar flexíveis.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

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    As ligações flexíveis são mais simples de serem instaladas e tem menor custo em relação às

    rígidas. Mas pelo fato de que é necessário a utilização de subestruturas de contraventamentos,

    podendo esses contraventamentos serem paredes rígidas diagramas ou então uma subestrutura

    treliçada, acaba gerando uma concentração de forças horizontais nas fundações. Para contornar

    esse inconveniente, as diagonais de contraventamento em X podem ser dispostas em K,

    conforme a figura 2.14 (PFEIL, PFEIL, 2010),

    Figura 2.14 Tipos de treliçado vertical para contraventamento: (a) em X; (b) em K.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

    2.5.4. Sistemas de pisos para edificações

    As estruturas de piso são compostas de vigas principais e secundárias, com a associação de uma

    laje de concreto armado. Seu funcionamento é como placa que sofre carregamentos

    perpendiculares ao plano que é formado pelas suas duas maiores dimensões.

    De acordo com Pfeil, Pfeil (2010) além de transmitir as cargas verticais para as vigas principais,

    e por sua vez transmitem essas cargas par aos pilares, o piso também é responsável por distribuir

    entre os pilares e as subestruturas de contraventamento as cargas de vento atuantes.

  • 24 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    Figura 2.15 Exemplo do carregamento sobre uma placa.

    (Fonte: DIAS, 2015)

    As lajes de concreto podem ter a sua execução como sendo moldadas no local e pré-fabricadas.

    Os sistemas mais utilizados, o Steel Deck, que é um sistema moldado no loca sobre uma forma

    de chapa corrugada de aço, destaca-se por ser uma opção em que a chapa já atua como a

    armadura inferior da laje, e serva de plataforma de trabalho, evitando a desmobilização do piso

    inferior.

    3. AÇÕES NAS ESTRUTURAS

    As ações nas estruturas são entendidas como tudo aquilo que provoca tensões e deformações

    nos elementos estruturais (CHAMBERLAIN, FICANHA, FABEANE, 2013).

    De acordo com as recomendações da NBR 8800:2008 as ações e cargas podem ser classificadas

    como permanentes e variaríeis, e no projeto devem ser consideradas na análise da estrutura

    todas as cargas significativas, e realizada as devidas verificações nos estados limites últimos e

    de serviço.

    3.1. Cargas Permanentes

    As cargas permanentes são cargas verticais compostas pelo peso próprio da estrutura e pelo

    peso dos materiais de acabamento. São as ações que não irão variar durante toda a vida útil da

    edificação.

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    3.2. Cargas Acidentais

    As cargas acidentais são aquelas que podem ou não atuar na estrutura, normalmente os valores

    dependem da utilização da edificação.

    Segundo BELLEI (2010) em edifícios de porte pequeno, fora de zonas de acúmulo de poeira,

    pode-se adotar para sobrecargas de cobertura o valor de 0,15kN/m² (15 Kgf/m²) para cobrir

    chuvas, etc.

    3.3. Cargas de Vento

    A carga devido ao vento é de extrema importância no dimensionamento das estruturas. A NBR

    6123:1988 regulamenta os procedimentos para determinar as ações de ventos a serem

    consideradas no projeto. Segundo BELLEI (2010), em geral no projeto se determina uma

    velocidade máxima do vento, que depende dos fatores:

    • Velocidade característica do vento V0;

    • Fator Topográfico S1;

    • Fator de rugosidade S2;

    • Dimensões da edificação;

    • Fator estatístico S3;

    A velocidade característica do vento, depende da localização considerada do projeto, a norma

    de vento, a partir de medições realizadas em todo o território brasileiro, gerou um mapa de

    isopletas, conforme visto na Figura 3.1. Por definição da norma, a velocidade característica de

    vento é uma rajada de 3 segundos, com ocorrência uma vez a cada 50 anos a 10 metros do

    terreno, em campo aberto.

  • 26 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    Figura 3.1 Mapa de Isopletas para o território brasileiro.

    (Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1988)

    De acordo com os fatores topográficos, de rugosidade, dimensões da edificação e risco

    probabilístico às vidas humanas, são determinados os coeficientes S1, S2 e S3. Através dele se

    obtém a pressão característica, e finalmente se encontra a força exercida em cada parte da

    edificação.

    3.4. Combinações de Ações

    As cargas descritas acima podem atuar isoladamente ou combinadas na estrutura, o que

    significa que o carregamento na estrutura (Fd) deve ser calculado pela combinação mais crítica

    de cargas que podem ocorrer simultaneamente.

    Segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008) para cada combinação deve-se aplicar a equação 3.1

    abaixo, que contempla as cargas permanentes, cargas variáveis principais e as secundárias:

    𝐹𝑑 = ∑ (𝛾𝐺𝑖 ∗ 𝐹𝐺𝑖, 𝑘)𝑚𝑖=1 + 𝛾𝑞1 ∗ 𝐹𝑞1, 𝑘 + ∑ (𝛾𝑞𝑗 ∗ 𝜓𝑜𝑗 ∗ 𝐹𝑞𝑗, 𝑘)𝑛𝑗=2 (3.1)

  • 27 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    Onde:

    Fd = força; valor de ação;

    FGi,k = valores característicos das ações permanentes;

    Fq1,k = valor característico da ação variável considerada principal para a

    combinação;

    Fqj,k = valores característicos das ações variáveis que podem atuar

    concomitantemente com a ação variável principal;

    γg = coeficiente de ponderação das ações permanentes;

    γq = coeficiente de ponderação das ações variáveis;

    ψo = fator de combinação.

    As tabelas 3, 4 e 5 trazem os valores desses coeficientes dados pela norma, para as diferentes

    combinações.

    Tabela 3 Propriedades Mecânicas de Aços-carbonos.

    (Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008)

    Tabela 4 Valores de coeficientes de ponderação das ações permanentes.

    (Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008)

    Peso próprio de

    estruturas

    metálicas

    Peso próprio de

    estruturas pré-

    moldadas

    Peso próprio de estruturas

    moldadas no local e de

    elementos construtivos

    industrializados e empuxos

    permanentes

    Peso próprio de

    elementos construtivos

    industrializados com

    adições in loco

    Peso próprio de

    elementos

    construtivos em geral

    e equipamentos

    1,25 1,3 1,35 1,4 1,5

    1,00* 1,00* 1,00* 1,00* 1,00*

    * Valores correspondentes aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis para à segurança.

    Combinações

    Normais

    Ações Permanentes (γg)

    Efeitos da

    temperaturaAção do Vento

    Ações

    Truncadas

    Demais ações variáveis,

    incluindo as decorrentes

    do uso e ocupação

    Normais 1,2 1,4 1,2 1,5

    Ações Variáveis (γq)

    Combinações

  • 28 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Tabela 5 Valores do valor ψo.

    (Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008)

    3.5. PEÇAS TRACIONADAS

    As peças tracionadas são aquelas que estão sujeiras aos esforços axiais, ou tração simples. Na

    estrutura elas aplicadas sob diversas formas, podendo estar nos tirantes, nos contraventamentos,

    no travamento de vigas e colunas, conforme imagem 3.2.

    Figura 3.2 Elementos tracionados na estrutura.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

    ψo

    Locais que não há predominancia de pesos e de

    equipamentos que permanecem fixos por longos periodos

    de tempo, nem de elevadas concetrações de pessoas

    0,5

    Locais que há predominancia de pesos e de

    equipamentos que permanecem fixos por longos periodos

    de tempo, nem de elevadas concetrações de pessoas

    0,7

    Bibliotecas, arquivos, depóstivos, oficinas, garagens e

    sobrecargas em estruturas0,8

    Vento Pressão dinâminca nas estruturas em geral 0,6

    Ações

    Ações variáveis causadas

    pelo uso e ocupação

  • 29 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Os tipos de perfis utilizados são geralmente os perfis laminados simples e compostos, com as

    ligações nas extremidades ou em outras partes da estrutura podendo ser soldados, com

    conectores aplicados em parafusos e com rosca e porca para barras rosqueadas.

    Nas peças tracionadas com a variação da aplicação da carga, aparecem deformações em forma

    de alongamento da peça e diminuição da área da seção transversal, e dependendo da intensidade

    dessa carga, a peça pode vir a ruir por ter atingido o seu limite de escoamento

    3.6. PEÇAS COMPRIMIDAS

    Por definição uma coluna é uma peça vertical sujeita à compressão centrada. E diferente os

    esforços de tração, que tendem a alongar as barras, a compressão retifica as peças, aumentando

    o seu raio de curvatura inicial, gerando deslocamentos laterais conhecidos como flambagem. A

    flambagem depende da esbeltes da chapa, que por definição é uma função da razão do

    comprimento pela espessura da peça.

    As peças sujeitas a compressão em uma estrutura são os pilares, os sistemas de

    contraventamento e alguns componentes das treliças.

    Figura 3.3 Colunas e seu exemplo de flambagem.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

  • 30 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    3.7. LIGAÇÕES

    A ligação é a união entre duas ou mais peças ou membros da estrutura. Tem que se tomar um

    cuidado com o processo executivo pois a ligação representa a segurança da construção. Este é

    um ponto que deve ser analisado cautelosamente, pois o custo da obra pode ser elevado caso

    escolha a execução de ligações mais complexas.

    A escolha do tipo de ligação deve ser estudada levando em conta, o tipo de montagem da

    estrutura, pois dependendo da dificuldade de execução pode provocar atrasos, defeitos e

    acidentes durante a união das peças.

    3.7.1. Ligações parafusadas

    As ligações que são feitas na montagem final de campo das estruturas, e nas fábricas podem ser

    com a utilização de parafusos, trazendo maior rapidez na execução das ligações no campo,

    reduzindo o consumo de energia, a utilização de mão de obra não muito qualificada e uma

    melhor resposta às tensões de fadiga.

    Os parafusos possuem uma extremidade com a cabeça quadrada ou sextavada, e a outra com

    uma rosca e porca, sendo instalados por torção entre a porca e a rosca, gerando atrito entre as

    peças que se deseja conectar e trabalham comumente sobre tensões de cisalhamento e/ou tração

    (PFEIL, PFEIL 2010).

    Já os parafusos de alta resistência, são empregados quando se necessita de transmitir altas

    cargas entre as peças, e são fabricados de aço carbono com um tratamento térmico, o tipo mais

    comum é o de aço ASTM A325, os esforços entre as barras são transmitidos pelo atrito causado

    pela pressão exercida entre as partes ligadas. Estes parafusos são apertados de tal maneira que

    a tensão de tração produz um extremo atrito entre as peças ligadas, estão sempre trabalhando

    na sua resistência última, para um melhor aproveitamento do sistema (DIAS, 2015).

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    3.7.2. Ligações soldadas

    A soldagem é a técnica de unir duas ou mais peças, assegurando a continuidade do material, e

    por consequência as suas características mecânicas e os esforços que ela está sujeita, essa

    ligação se dá pela fusão das duas partes pelo eletrodo, que é o material responsável por unir e

    transmitir as tensões entre as duas peças.

    De acordo com Bellei (2010), na execução da solda é extremamente importante a escolha de

    um material adequado ao tipo dos metais base que serão unidos. No processo, um gerador

    produz a corrente necessária para a obtenção de um arco elétrico entre o eletrodo e as partes,

    esse arco faz a fusão das três partes. O seu processo executivo está indicado na Figura 3.4.

    Figura 3.4 Diagrama esquemático da soldagem.

    (Fonte: BELLEI, 2010)

    De acordo com Bellei (2010), “a primeira grande vantagem do uso da solda está na economia

    do material, porque o uso de soldagem permite o aproveitamento total do material (área liquida

    = área bruta). As estruturas soldadas permitem eliminar uma grande percentagem de chapas de

    ligação em relação às estruturas parafusadas”.

    Para a execução de uma boa solda, é necessário estabelecer bons procedimentos de soldagens,

    utilizar uma mão de obra qualificada, a definição exata do projeto da solda, e uma inspeção

    bem realizada para diminuir os possíveis erros. Deve ser realizado também, antes do início da

    solda, a limpeza da junta, e o seu posicionamento, o pré-aquecimento do metal base, a definição

    da sequência de soldagem e o tratamento da raiz. Todas as recomendações técnicas estão

    constando na NBR 8800:2008 e na AWS D1.1/D1.1M:2010

  • 32 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    3.7.3. APOIOS

    No contexto das edificações, são encontrados diversos tipos de ligações, conforme mostrado na

    imagem 3.5, sendo elas ligações entre as vigas, entre as vigas e as colunas, nas emendas das

    colunas e das vigas, nas ligações do contraventamentos e das ligações dos pilares com a

    fundação.

    Figura 3.5 Ligações em edificações.

    (Fonte: PFEIL, PFEIL, 2010)

    No projeto das estruturas metálicas deve-se atentar à ligação do pilar com a fundação, pois o

    comportamento da estrutura está diretamente ligado nesse sistema de fixação.

    Em geral os pilares são fixados às fundações através das placas de base e dos chumbadores. As

    placas de base distribuem a carga do pilar em uma determinada área do bloco da fundação, e os

    chumbadores servem para ficar essa base ao bloco da fundação, de modo que o sistema

    estrutural adorado seja respeitado.

    As ligações entre o pilar e da fundação podem ser rotuladas, em que seu dimensionamento é

    feito de modo a resistir às cargas horizontais e verticais, mas sem levar esforços de momentos

    para as fundações, e engastadas, que dão à estrutura uma maior rigidez às deformações laterais.

    A figura 3.6 e 3.7 mostra alguns exemplos de bases rotuladas e engastadas.

  • 33 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    Figura 3.6 Bases rotuladas.

    (Fonte: BELLEI, PINHO, PINHO, 2008)

    Figura 3.7 Bases engastadas.

    (Fonte: BELLEI, PINHO, PINHO, 2008)

  • 34 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

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    4. METODOLOGIA

    Para a realização deste projeto, foi utilizada a metodologia indicada no fluxograma da imagem

    4.1:

    Figura 4.1 Fluxograma da metodologia do projeto

    Tendo sido definidos os aspectos espaciais do Edifício de acordo com o Apêndice D do Livro

    Edifícios de Múltiplos Andares em Aço 2 Edição, como o seu comprimento total, sua largura,

    a altura total, o espaçamento entre as colunas, pé direito e o total de pavimentos, de acordo com

    a NBR 8800:2008 – Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de

    edifícios. As cargas a serem consideradas na estrutura, como o peso próprio e carga acidental

    foram dimensionadas de acordo com a NBR 6120:1980 - Cargas para o cálculo de estruturas

  • 35 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    de edificações. Já as cargas de vento tiveram o seu cálculo feito em conformidade com a NBR

    6123:1988 - Forças devidas ao vento em edificações.

    4.1. Caracterização do edifício e dados inseridos

    Edifício em estrutura metálica formado por perfis em chapa I, as características estão descritas

    na tabela 6 a seguir:

    Tabela 6 Detalhes Geométricos da Estrutura

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

    Os materiais utilizados, assim como as suas resistências características estão descritos na

    tabela 7 a seguir:

    Tabela 7 Especificações dos Materiais

    Especificações dos materiais

    Aço das Estruturas ASTM A572 G50 Fy = 34,5 kN/cm²

    Aço dos Chumbadores SAE-1020 Fy = 21 kN/cm²

    Concreto da Laje C25 Fck = 2,0 kN/cm²

    Solda Eletrodo E-70XX Fu = 49,2 kN/cm/²

    Parafusos ASTM A325 Dmin = 19mm (3/4")

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

    Sistema Estrutural

    Transversal Quadro Rígido nos eixos 1 e 6 (engastado), os demais rotulados

    Longitudinal Contraventamentos verticais entre os eixos 3 e 4, filas B e C

    Dados Gerais do Edifício

    Comprimento 30 metros

    Largura 18 metros

    Altura 25 metros

    Espaçamento entre Colunas 6 metros

    Pé direito 3 metros

    Número de Pavimentos 8

  • 36 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    As cargas permanentes, acidentais nos pavimentos, e nos poços de elevador e de escada,

    juntamente com as cargas de vento utilizadas estão descritas nas tabelas 8, 9, 10 e 11 a seguir:

    Tabela 8 Cargas Permanentes nos Pavimentos

    Cargas Permanentes nos Pavimentos

    Pavimento Carga (kN/m²) Carga (T/m²)

    Caixa d'Água 21,38 2,138

    Cobertura 4,92 0,492

    7 pavimento 4,42 0,442

    6 pavimento 4,42 0,442

    5 pavimento 4,42 0,442

    4 pavimento 4,42 0,442

    3 pavimento 4,42 0,442

    2 pavimento 4,42 0,442

    1 pavimento 4,42 0,442

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

    Tabela 9 Cargas Acidentais nos Pavimentos

    Cargas Acidentais nos Pavimentos

    Pavimento Carga (kN/m²) Redução da Carga (%) Carga Final (kN/m²) Carga (T/m²)

    Caixa d'Água 0,5 0% 0,5 0,05

    Cobertura 0,5 0% 0,5 0,05

    7 pavimento 2 0% 2 0,2

    6 pavimento 2 10% 1,8 0,18

    5 pavimento 2 20% 1,6 0,16

    4 pavimento 2 30% 1,4 0,14

    3 pavimento 2 40% 1,2 0,12

    2 pavimento 2 50% 1 0,1

    1 pavimento 2 50% 1 0,1

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

  • 37 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Tabela 10 Cargas Acidentais nos Poços de Elevador e Escada

    Cargas Acidentais no Poço de Elevador e Escada

    Pavimento Carga (kN/m²) Redução da Carga (%) Carga Final (kN/m²) Carga (T/m²)

    Caixa d'Água 0 0% 0 0

    Cobertura 10,5 0% 10,5 1,05

    7 pavimento 3 0% 3 0,3

    6 pavimento 3 10% 2,7 0,27

    5 pavimento 3 20% 2,4 0,24

    4 pavimento 3 30% 2,1 0,21

    3 pavimento 3 40% 1,8 0,18

    2 pavimento 3 50% 1,5 0,15

    1 pavimento 3 50% 1,5 0,15

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

    Tabela 11 Cargas de Vento na estrutura

    Cargas de Vento na Estrutura

    Coeficiente de Arrasto Frontal 1

    Coeficiente de Arrasto Lateral 1,3

    Pressão Dinâmica

    Altura (m) Carga (kN/m²) Carga (T/m²) Carga Frontal (kN/m²) Carga Lateral (kN/m²)

    5 0,43 0,043 0,043 0,056

    10 0,52 0,052 0,052 0,068

    15 0,58 0,058 0,058 0,075

    20 0,62 0,062 0,062 0,081

    30 0,69 0,069 0,069 0,090

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

    Após serem definidos os modelos estruturais e as cargas atuantes, foi feita a inserção dos

    pórticos da edificação, utilizando as combinações de cargas no software de cálculo estrutural

    Cype3D® 2016, obtendo todo o dimensionamento dos elementos estruturais do edifício.

    4.2. Abordagem via Cype3D®

    De acordo com o manual do usuário, o Cype3D® calcula estruturas tridimensionais definidas

    com elementos tipo barras e placas no espaço e nós na intersecção das barras utilizando os

  • 38 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    métodos previstos pela NBR 8800:2008 utilizando os conceitos de estados limites últimos

    (ELU) e estados limites de serviço (ELS).

    Os ELU estão relacionados com a segurança da estrutura, frente aos carregamentos máximos a

    que está sujeita durante toda a sua vida útil, já os ELS estão relacionados com os requisitos de

    desempenho da estrutura, não ultrapassando os deslocamentos máximos permitidos, por

    exemplo.

    As cargas podem ser aplicadas nas barras e nos nós em qualquer direção, já nas placas e nos

    panos as cargas incidem perpendicularmente à superfície. O software considera um

    comportamento elástico e linear dos materiais e as barras definidas são elementos lineares.

    A partir da geometria da estrutura e cargas introduzidas, o programa gera a matriz de rigidez da

    estrutura, assim como as matrizes de cargas por ações simples. Invertendo a matriz de rigidez

    por métodos frontais, se obtém a matriz de deslocamentos dos nós da estrutura.

    Depois de achar os deslocamentos por ação, calcula-se todas as combinações para todos os

    estados e os esforços em qualquer secção a partir dos esforços nos extremos das barras e as

    cargas aplicadas nas mesmas.

    O programa verifica e dimensiona as barras da estrutura segundo critérios estabelecidos em

    cada norma e para cada material (aço, madeira e alumínio) (CYPE INGENIEROS, 2015).

    Na análise e dimensionamento estrutural, o programa Cype3D® considera automaticamente os

    efeitos de segunda ordem. Esses efeitos ocorrem quando as ações horizontais que atuam na

    estrutura causam um pequeno deslocamento da verticalidade dos pilares, gerando um momento

    em relação à base do pilar (efeito P-delta) devido às cargas verticais atuantes (peso próprio e

    sobrecarga), que tem como consequência um acréscimo nas ações horizontais da estrutura.

    Foi feito o dimensionamento o dimensionamento ótimo dos perfis, neste caso o programa

    selecionou automaticamente o perfil ótimo que cumpra todas as verificações dos estados limites

    últimos, em que é verificado se a solicitação de cálculo é menor do que a resistência de projeto,

    e as verificações dos estados limites de serviço, em que é verificado se as flechas de calculo são

    menores dos que os valores estabelecidos por norma (conforme tabela C-1 – Deslocamentos

    máximos presente na NBR 8800:2008).

    Após a obtenção de todos os perfis, realizou-se o levantamento da quantidade de material para

    as duas alternativas de dimensionamento, verificando qual das alternativas é a mais econômica

    em termos do consumo total de aço.

  • 39 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    5. ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

    O estudo realizado se baseia no dimensionamento que os autores Bellei, Pinho e Pinho

    propuseram com base na NBR 8800:2008, no Apêndice D do Livro Edifícios de Múltiplos

    Andares em Aço 2 Edição. Após o dimensionamento, se obteve um peso total de aço calculado

    de aproximadamente 166.144,0 Kg, A caracterização do edifício está representada na imagem

    5.1.

    Figura 5.1 Características do Edifício analisado

    (BELLEI; PINHO; PINHO, 2008)

    A razão entre peso total da estrutura (166.144 kg) e a sua área estruturada (4.392 m²), resulta

    em uma taxa de 37,8 kg/m² de acordo com o cálculo realizado no Apendice D.

  • 40 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    5.1. Resultados via Cype3D®

    Com os dados da geometria do edifício definidos na seção 4.1 realizou-se o dimensionamento

    e análise dos elementos da estrutura do edifício utilizando o Cype3D®. Inicialmente foi inserido

    apenas perfis genéricos tipo I da menor seção existente no software, obtendo um pórtico

    conforme figura 5.2 a seguir:

    Figura 5.2 Estrutura do edifício

    Após informar todos os dados de entrada, como as cargas permanentes, acidentais e de vento,

    fez-se o processamento dos componentes. Com isso o software realizou o dimensionamento

    ótimo de cada perfil inserido, seguindo o princípio de escolher os perfis mais leves que atendam

    os E.L.U. e E.L.S.

    Uma das análises realizadas foi verificar se as condições de vinculações internas e externas

    seguiam o que foi proposto na metodologia, verificando os diagramas de momento fletor da

    estrutura. No sistema estrutural adotado apenas nos eixos 1 e 6 a estrutura está engastada, todas

    as outras vinculações internas estão rotuladas, a figura 5.3 a seguir mostra o diagrama de

    momento fletor para o eixo B da estrutura, mas essa hipótese se repetiu para todos os outros

    eixos.

  • 41 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 5.3 Diagrama de momento fletor para o eixo B

    Em alguns casos o software adota perfis diferentes para elementos que estão em sequência, o

    que gera erro nas ligações, portanto é necessário alterar os perfis para resolver os erros

    encontrados nas ligações, um exemplo desse problema está demonstrado na imagem 5.4 a

    seguir:

  • 42 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 5.4 Diferentes tipos de perfis em uma viga

    Após a resolução dos conflitos, os elementos da estrutura são representados pelas cores verdes

    e vermelhas, as cores verdes representam que os elementos estão dimensionados e atendem

    todas as especificações de segurança e desempenho estrutural, conforme podemos identificar

    nas figuras 5.5 e 5.6 a seguir:

    Figura 5.5 Perfis que não atendem aos ELU e ELS

  • 43 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Figura 5.5 Ligações que não atendem aos ELU e ELS

    As verificações do Estado Limite Último foram feitas pelo software, e em nenhuma das barras

    a tensão atuante de cálculo foi maior que a resistente.

    As plantas de locação, plantas baixas dos pavimentos, vista 3D da estrutura, detalhes das

    principais ligações e das placas de base estão apresentadas no Anexo A deste trabalho.

    5.2. Resumo dos Materiais

    Após o dimensionamento feito pelo software, foi possível quantificar o consumo de aço obtendo

    o peso global da estrutura, que inclui os perfis, as ligações e os sistemas de contraventamento.

    A tabela 12 a seguir faz um resumo de materiais e o peso global da estrutura.

  • 44 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    Tabela 12 Tabela resumo dos materiais obtido pelo Cype3D®

    O resumo dos materiais obtidos pelo dimensionamento feito no Anexo D do livro dos

    Professores ldony, Fernando e Mauro, está detalhado na tabela 13 a seguir:

    Tabela 13 Tabela resumo dos materiais obtido pelo Anexo D da metodologia

    (Fonte: Adaptado de Bellei, Pinho, Pinho, 2008)

    Tipo Designação

    Aço Laminado A-572 345MPa I 3307,909 488 17,613 138262,82

    Chapas A-572 345MPa - - 285 - 984,95

    Enrijecedores A-572 345MPa - - 110 - 3679,84

    Parafusos ASTM 325MPa - - 1257 - -

    Porcas Classe 8S - - 1257 - -

    Anilhas Tipo 1 - - 2514 - -

    Placas de Base A36 - 250 MPA - - 24 - 1435,45

    Enrijecedores Passante A36 - 250 MPA - - 48 - 201,65

    Enrijecedores não passante A36 - 250 MPA - - 48 - 25,45

    Parafusos de AncoragemISO 898.C4.6 (liso) - - 96 - 334,73

    Solda E60XX - 15,748 - - -

    Solda E70XX - 589,128 - - -

    144924,89

    Peso (kg)

    Resumo de Ferro

    Peso Total Calculado

    MaterialVolume (m³)Comprimento Total (m)Perfil Quantidade

    Tipo Designação

    Aço Laminado A-572 345MPa I 3337,064 532 147721,8

    Aço Laminado A-572 345MPa I 558 72 3282,9

    Vigas Inclinadas A-572 345MPa I 323,2 192 5734,7

    Chapa SAE-1020 - - 472 3525,7

    Porca Classe 8S - - 96 38,4

    Parafusos ASTM 325M - - 64 320,6

    Arruela ASTM 325M - - 64 6,4

    Chapas de Reforço A36 - 250 MPA - - 384 1288,7

    Chapas de Ligação A36 - 250 MPA - - 974 2034,0

    Conectores de Cisalhamento A36 - 250 MPA - - 1064 1394,0

    Parafusos - Vigas e Contraventamentos ASTM 325M - - 2656 796,8

    166144,0Peso Total Calculado

    MaterialPerfil Comprimento Total (m) Quantidade Peso (kg)

    Resumo de Ferro

  • 45 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    5.3. Comparativo do Consumo de Aço

    Com o resumo do quantitativo de materiais utilizados nos dois dimensionamentos apresentados,

    é possível fazer uma análise comparativa. A tabela 14 traz o peso total de aço dos pórticos para

    as duas metodologias, o peso global, a taxa de consumo dos pórticos e a taxa de consumo global.

    Tabela 14 Resultados: peso e taxa de consumo de aço

    Analisando as metodologias é possível observar que o dimensionamento feito pelo software

    Cype3D® teve uma taxa de consumo global de 33,27 kg/m², enquanto que o dimensionamento

    realizado pelos Professores ldony, Fernando e Mauro teve uma taxa de consumo global de 37,83

    kg/m². A diferença de consumo foi de 12,1%, o que representa uma economia considerável

    quando se adota um dimensionamento automático feito por um software.

    MetodologiaPeso do pórtico

    (kg)

    Peso global da

    estrutura (kg)

    Taxa de consumo dos

    pórticos (kg/m²)

    Taxa de consumo

    global (kg/m²)

    CYPE3D 138.262,82 144.924,89 31,74 33,27

    Apendice D 156.739,40 166.144,00 35,69 37,83

    Diferença (%) 11,8% 12,8% 11,1% 12,1%

    Resultados Obtidos

  • 46 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    6. CONCLUSÃO

    As estruturas metálicas possuem um grande destaque no mercado da construção civil, seja ele

    em edificações comerciais e industriais. Ela se destaca pela rapidez na execução, eficiência

    estrutural, minimização de resíduos e capacidade de reaproveitamento dos materiais após o fim

    de sua vida útil. Levando em consideração esses fatores e o crescente avanço da tecnologia na

    área de estruturas, este trabalho se baseou em comparar o consumo de aço de uma determinada

    geometria feito com cálculos manuais com um cálculo automático feito por intermédio de um

    software, o Cype3D®.

    Todo o processo de lançamento da estrutura, juntamente com a análise global do edifício requer

    um certo tempo para serem feitos, porém este tempo ainda é menor quando comparado com

    uma análise feita manualmente com uma folha de papel, provavelmente seriam gastos dias para

    desenhar todos os diagramas das barras na estrutura. O próprio software já apresenta todos os

    diagramas de momentos fletores, cortante e normais com um simples clique do mouse.

    Ao analisar as duas metodologias, observou-se que o cálculo efetuado por intermédio do

    software Cype3D® obteve um melhor desempenho do que o cálculo manual. Desempenho esse

    que pode ser quantificado com um menor consumo de aço para a estrutura, gerando uma

    economia de 12,1%, o que ocasiona em uma estrutura mais leve, com menores esforços devido

    ao peso próprio da estrutura. Porém este estudo está baseado apenas no quantitativo total de

    aço, e sugere-se a realização de mais estudos para atestar a real economia desta solução frente

    ao preço global da obra.

    Para finalizar este trabalho mostra uma nova perspectiva dos softwares de análise e

    dimensionamento estruturais automáticos, que trazem reais benefícios para o engenheiro

    calculista, como o rápido tempo de cálculo, a possibilidade de fazer várias análises dos sistemas

    estruturais e alterá-los para se obter um melhor resultado. Podendo destacar também uma maior

    precisão nos cálculos, uma maior segurança no processo de dimensionamento devido a

    possibilidade de fazer várias análises para várias combinações pré-estabelecidas nas normas

    regulamentadoras.

    Apesar de parecerem simples de operar, o uso do software requer um estudo de sua

    funcionalidade e sua utilização consiste apenas em auxiliar as atividades do engenheiro com os

    cálculos, devendo este ter consciência das limitações dos softwares e sabedoria para aproveitar

    ao máximo as suas aplicações.

  • 47 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    ANEXO A

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA 3D - GERAL

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    1 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXO A

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    2 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXO B

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    3 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXO C

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    4 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXO D

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    5 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXOS 1 e 2

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    6 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXOS 3 e 4

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    7 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    VISTA - EIXOS 5 e 6

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    8 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    9 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    10 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    11 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    12 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    13 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    14 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    15 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    16 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    PLANTA BAIXA - COBERTURA

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    17 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    18 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    19 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    20 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    21 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    22 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    23 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    24 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    25 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    26 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

    PLACAS DE BASE - Escala: Indicada

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    DETALHES - PLACAS DE BASE

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    27 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

    PLACAS DE BASE - Escala: Indicada

  • PROF. DR. ARIOVALDO FERNANDES 01

    DATA:

    NOV/2018

    INF.::

    DETALHES - PLACAS DE BASE

    ESCALA:

    INDICADA

    FOLHA:

    28 / 28

    EDIFICIO DE 8 PAVIMENTOS

    ALUNO:

    YAGO MARTINS QUEIROZ

    ORIENTADOR:

    PLACAS DE BASE - Escala: Indicada

  • 76 Projeto de edifício em estrutura metálica: consumo de aço na metodologia da NBR 8800:2008 e no Software(...)

    Y. M. QUEIROZ

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    ABNT ___________. NBR 5884: Perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico —

    Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.

    ABNT ___________. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de

    Janeiro, 1980.

    ABNT ___________. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações: procedimento. Rio

    de Janeiro, 1988.

    ABNT ___________. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas: procedimento. Rio de

    Janeiro, 2003.

    ABNT ___________. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e

    concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

    ABNT ___________. NBR 14762: Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por

    perfis formados a frio. Rio de Janeiro, 2010.

    AWS ____________. D1.1/D1.1M: Código de soldagem estrutural – Aço. Miami, 2010.

    BELLEI, I.H. Edifícios industriais em aço. 6.ed. São Paulo: PINI, 2010.

    BELLEI, I.H.; PINHO, F.O.; PINHO, M.O. Edifícios de múltiplos andares em aço. 2.ed. São

    Paulo: PINI, 2008.

    CHAMBERLAIN, Z.M.; FICANHA R.; FABEANE, R. Projeto e cálculo de estruturas de

    aço: Edifício industrial detalhado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

    CYPE INGENIEROS, S.A. Memória de Cálculo - Cype 3D. Braga, 2015.

    DIAS, L.A.M. Estruturas de aço: Estruturas de aço: Conceitos, técnicas e linguagem. 11.

    Reimpressão. São Paulo: Zigurate Editora, 2015.

    KIMURA, A. Informática aplicada a estruturas de concreto armado / Alio Kimura. – 2. Ed.

    Ampl. E atual -- São Paulo: Oficina de Textos, 2018.

    MACIEL, Elton F., ROCHA, Ricardo A. A utilização dos perfis metálicos na construção

    civil. MBA Empresarial – Consórcio 2 / 2002. Fundação Dom Cabral, Belo Horizonte, 2003.

    PFEIL, W; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático segundo a NBR

    8800:2008. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010.