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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

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8.4.6. Diagnóstico Arqueológico

8.4.6.1. Resultados da pesquisa de dados primários

O levantamento de fontes primárias realizado no Arquivo Público Mineiro, no Arquivo Público

Municipal de Ouro Preto, no Centro de Memória da Mina de Morro Velho em Nova Lima e no Cartório

de Imóveis de Sabará resultou na identificação de inúmeras caixas de documentos que deverão ser

analisadas em um aprofundamento do levantamento histórico nas fases subsequentes da pesquisa

arqueológica.

Através dessa pesquisa, verificou-se que existem vários documentos de interesse para um

aprofundamento futuro em fases subsequentes dos estudos arqueológicos, muitos dos quais se

referem ao rio do Peixe. A seguir é apresentada a relação de caixas e pastas levantadas.

3Arquivo Público Mineiro (APM - Belo Horizonte)

Inventário do Fundo da Presidência da Província

DESCRIÇÃO Nº DE CAIXAS

Série 1 – Correspondência - recebida Fazenda Geral 86 caixas

Sub-Série 6 - Comércio, agricultura, artes, indústria e pecuária

9 caixas

Sub-Série 10 – Municípios

Ouro Preto 3 caixas

Sabará 4 caixas

Sub-Série 19 – Mineração e terrenos diamantíferos 7 caixas

Sub-Série 28 – Terras Públicas (Sesmarias) 1 caixa

Sub-Série 31 – Assembléia Provincial 1 caixa

Sub-Série 33 – Câmaras municipais

Ouro Preto 12 caixas

Sabará 28 caixas

Sub-Série 34 – Colonização e imigração 1 caixa

Sub-Série 39 – Ferrovias 1 caixa

Sub-Série 40 – Fazenda Provincial 58 caixas

Sub-Série 43 – Índice de leis, regulamentos provinciais, ofícios e portarias

2 caixas

Sub-Série 46 – Obras Públicas 77 caixas

Sub-Série 49 – Registros, Barreiras e Recebedorias (Rio das Velhas)

1 caixa

Sub-Série 53 – Intendências do ouro (Guarda-mor) 4 caixas

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DESCRIÇÃO Nº DE CAIXAS

Série 2 – Correspondência expedida

Sub-Série 3 – Diretoria de Obras Públicas 1 caixa

Sub-Série 5 – Câmaras municipais 1 caixa

Sub-Série 6 – Fazenda 10 caixas

Inventário do Fundo - Secretaria da Agricultura, Viação e Obras Públicas

DESCRIÇÃO Nº DE CAIXAS

Série 3 – Agricultura, Comércio, Indústria e Mineração

Sub-Série 3 3 caixas

Sub-Série 4 1 caixa

Sub-Série 5 1 caixa

Série 4 – Obras públicas

Sub-Série 5 – Inspetoria de estradas de rodagem

Sub-Série (05, 08, 27, 37, 41, 46, 47, 48, 50, 55, 60) 11 caixas

TOTAL Arquivo Público Mineiro: 323 caixas

3Arquivo Público Municipal de Ouro Preto (APMOP)

DESCRIÇÃO Nº DE PASTAS

Documentos relativos à Câmara Municipal sobre o distrito de Itabirito

11 pastas

Extração Mineral cerca de 22 pastas

TOTAL Arquivo Público Municipal de Ouro Preto: cerca de 32 pastas

3Centro de Memória da Mina de Morro Velho (Nova Lima)

DESCRIÇÃO Nº DE RELATÓRIOS

Relatórios semestrais da Diretoria (cerca de 30 relatórios em inglês)

Relatórios Anuais da Diretoria (cerca de 30 relatórios em inglês)

TOTAL: cerca de 60 relatórios

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3Cartório de Imóveis de Sabará

DESCRIÇÃO Nº DE LIVROS

Livros de Transcrição e Registro de Imóveis (3, 3-A, 3-BC, 3D, 3F)

5 livros

DESCRIÇÃO Nº DE CAIXAS

Casa Borba Gato (Sabará) - Processos judiciais da comarca de Sabará (Rio das Velhas)

cerca de 20 caixas

8.4.6.2. Caracterização geral da Ocupação Pré-Histórica e Etnohistórica Regional

De acordo com os levantamentos realizados no Sistema de Gerenciamento de Patrimônio

Arqueológico - SGPA/IPHAN (www.iphan.gov.br) –, não consta nenhum registro de sítio arqueológico

nos municípios que terão terras afetadas pelo Projeto de Projeto de Desenvolvimento do Complexo

Vargem Grande.

1Elementos sobre a pré-história regional

A arqueologia pré-colonial na região do Quadrilátero Ferrífero (campos de canga ou campos

ferruginosos), em especial nos municípios de Nova Lima,Rio Acima, que integram a Área de Influência

Indireta (AII) dos estudos de Patrimônio Arqueológico ora desenvolvidos, ainda é pouco conhecida. As

informações e sítios arqueológicos conhecidos nestas localidades (Fotos 224 e 225) são normalmente

associados ao Holoceno tardio - datados a partir de dois milênios atrás (Baeta & Piló, 2005b; Baeta &

Piló, 2007; Piló & Baeta, 2007).

No que se refere aos campos ferruginosos em Minas Gerais, o primeiro trabalho sistemático

desenvolvido e publicado (Baeta & Piló, 2005a), refere-se aos resultados das pesquisas de resgate

arqueológico em uma mina da antiga empresa Minerações Brasileiras Reunidas - MBR, situada em

Nova Lima, onde foram registrados e analisados os vestígios de ocupações do Holoceno tardio em

duas cavernas de canga e minério de ferro ali existentes, denominadas: Capão Xavier 1 e 2 (Foto 225,

Figura 8.94).

Os vestígios mais antigos são de pelo menos 1.500 anos atrás. Posteriormente, foram publicados

novos trabalhos referentes a pesquisas em outros sítios com características similares (Baeta & Piló,

2005b; Baeta & Piló, 2007; Piló & Baeta, 2007), que vieram a colaborar para um melhor entendimento

desta região no que tange às suas ocupações pré-coloniais. Desta forma, os campos de canga também

devem ser considerados um tipo importante de compartimento ambiental e patrimonial no contexto

da pré-história mineira, apresentando uma tipologia de sítios e de vestígios peculiares. Ressalta-se,

ainda, que a possibilidade de se encontrar registros mais antigos que estes de ocupações humanas no

minério de ferro não deve ser descartada, pois há ainda poucos sítios nesse contexto ambiental que

tenham sido objeto de escavações detalhadas.

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A partir das análises dos vestígios e de seu contexto deposicional, as ocupações neste tipo de

compartimento (campos de canga ou campos ferruginosos) eram rápidas, possivelmente para a coleta

de matérias primas exóticas às regiões de suas ocupações mais perenes.

Diversas grutas e abrigos em minério de ferro e canga foram também aproveitados como ponto

de apoio ou moradias rápidas de grupos humanos, que utilizavam os campos ferruginosos,

conforme constatado, como local de referência para as suas atividades econômicas, sobretudo de

caça, coleta de frutos e de matéria prima, pelo menos nos últimos milênios e/ou séculos (Piló &

Baeta, 2007:109).

FIGURA 8.94 – VASILHA CERÂMICA DE FORMA PECULIAR EVIDENCIADA NO CONTEXTO DA ESCAVAÇÃO DO S. A. CAPÃO XAVIER 2 - NOVA LIMA (MG)

Fonte: Baeta & Piló (2005a).

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O fato de existirem vestígios arqueológicos de ocupação pré-colonial no minério de ferro ainda é um

elemento novo e de grande importância para a arqueologia regional, e que possibilita a ampliação do

quadro geral sobre o processo de ocupação pré-história na região central do estado.

A partir dos dados sobre a arte rupestre pesquisada na serra da Moeda, sugere-se que esta área

também foi habitada por grupos culturais, que durante alguns milênios ocuparam o que hoje é a

região central do estado de Minas Gerais, destacando-se a província cárstica de Lagoa Santa e a serra

do Espinhaço, onde os vestígios materiais são mais conhecidos pelos arqueólogos.

O conjunto estilístico rupestre predominante nesta região do estado, conhecido como Tradição

Planalto, é caracterizado pelo domínio visual de figuras zoomorfas, em especial quadrúpedes. Por

vezes, estes quadrúpedes estão associados a peixes ou cardumes, a antropomorfos muito

esquematizados, a nuvens de pontos, a traços e a bastonetes. Geralmente não há cenas explícitas, a

não ser possíveis evocações de caça.

No que se refere à cor e à técnica de execução, cada figura foi pintada de uma só cor, prevalecendo,

portanto, a monocromia. Na maioria das vezes, o vermelho é predominante, seguido do amarelo. As

figuras brancas e pretas são mais raras, mas aparecem com certa frequência, principalmente nos níveis

cronológicos mais recentes.

O estilo gráfico das pinturas rupestres dos abrigos da serra da Moeda é muito semelhante aos dos

conjuntos existentes no Grande Abrigo Santana do Riacho e região do Serro e Diamantina, em

contraposição às figurações da região cárstica de Lagoa Santa, onde as figuras apresentam uma

factura mais tosca e chapada, com menos detalhes anatômicos, em geral.

Na serra da Moeda, em especial na serra da Calçada, as figurações rupestres associadas à Tradição

Planalto apresentam traços mais delicados, com tratamento gráfico linear e pontilhado. Os tipos mais

comuns são alinhamentos de pontos e formas circulares (Piló e Baeta, 2007).

Na região da serra do Gandarela, na Vila Colonial de Cocais, município de Barão de Cocais, há, ainda,

em um abrigo quartzítico, um nível pictural mais recente atribuído à Unidade Estilística Ballet (Prous,

1992). Trata-se de figuras antropomorfas filiformes representando cenas cotidianas e ritualísticas.

Todo o conjunto foi elaborado em uma só cor – nesse caso, branco ou vermelho -, sobre as camadas

de figuras típicas da Tradição Planalto – pintadas, sobretudo, em vermelho, mas há também, algumas

figurações amarelas, pretas, brancas, ocre e laranja. A existência de vestígios picturais em alguns

abrigos desta região também são indicadores de que a mesma foi ocupada por grupos culturais

distintos ao longo dos últimos milênios (Siqueira; Motta e Prous, 1989).

Nos últimos anos, inúmeros sítios arqueológicos pré-coloniais lito-cerâmicos a céu aberto, vêm sendo

identificados por arqueólogos, sobretudo, no vale do rio Paraopeba. Estes podem ser atribuídos ao

horizonte cultural cerâmico Aratu-Sapucai, associado, por sua vez, a grupos humanos pré-coloniais do

tronco linguístico Macro-Jê, os denominados "tapuia".

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Estes sítios “Sapucaí” são testemunhos de antigas aldeias instaladas em encostas de morros suaves,

topos e terraços, nas proximidades de cursos d’água. Estes sítios apresentam terras mais escurecidas

devido à presença de material orgânico, que pode se tratar de fundos de cabana, áreas de plantio,

lixeiras e outros usos. Os sítios podem apresentar até 30cm de profundidade de sedimento antrópico.

Alguns possuem pelo menos 250m de comprimento (Prous, 1992).

A cultura material diagnóstica da Tradição Sapucaí é representada por grandes vasilhas ovóides ou

piriformes, não decoradas, utilizadas para armazenar água ou bebidas fermentadas, assim como

grãos. Muitas delas eram reutilizadas para colocar os mortos, onde eram sepultados em localidades

próximas às casas e à praça central da aldeia. Há também recipientes menores, além de fusos e

cachimbos cilíndricos, lâminas de machados, que apresentam, em alguns casos, formato semilunar,

além de batedores ou percutores, bigornas ou quebra-cocos, mãos de pilão, também associados a

lascas de quartzo e sílex.

Quanto à ocupação dos povos tupis, do tronco linguístico Tupi-Guarani, sabe-se que estes, no centro

mineiro, preferiram acampar em zonas a céu aberto, próximas a grandes cursos de água. Há, inclusive,

registros de sítios relacionados a este horizonte cultural em terraços dos rios das Velhas e Paraopeba.

No entanto, em função das atividades agrícolas e de mineração posteriores, estes se encontram já

bastante mutilados, apresentando poucos dados objetivos. A maior parte dos sítios pré-coloniais na

região focalizada nesta pesquisa está associada à Tradição Sapucaí (Baeta, Alonso e Piló, 2009; Baeta e

Piló, 2003; Baeta, Piló e Machado, 2008; Piló, 2008).

1Contextualização etnohistórica regional

Muitos dos remanescentes indígenas que habitavam esta região estiveram diretamente envolvidos na

abertura de caminhos e picadas para os bandeirantes e aventureiros a procura de metais e pedras

preciosas, realizando serviços de intérpretes ou línguas, identificando os locais mais propícios às

frentes de lavra, além do transporte de mercadorias (Vasconcelos, 1948).

Os cativos indígenas são indicados nos documentos da época, como carijós e negros da terra ou,

segundo expressão local, como cabras da terra. Por isto, muitas das vezes são imprecisas as

informações acerca da origem étnica ou etnônimos dos indígenas que habitaram ou que foram

trazidos para esta região (Figura 8.95).

Segundo Venâncio (1977),

Nos anos 1707-1709, por exemplo, os carijós mostraram-se fiéis aos próprios senhores, lutando

aos milhares na Guerra dos Emboabas. Na década seguinte, os dados dos inventários post-

mortem, estes últimos conservados somente em uma parcela mínima, arrolam várias lavras

mineradoras em que os grupos ameríndios respondiam por um porcentual importante da

escravaria.

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Muitos indígenas eram utilizados ainda na captura de povos inimigos, como foi o caso, já no século

XVIII, da perseguição aos índios Kayapós que habitavam as terras situadas a oeste do rio São Francisco

e que foram perseguidos por índios carijós e bastardos forros, vadios para a luta (Barbosa, 1971). Os índios

Bororos foram trazidos do Mato Grosso com o intuito de guerrear contra os mesmos Kayapó, quando

foi declarada guerra continuada até se domesticar, afugentar ou mesmo extinguir os gentios (Barbosa, 1971).

Há poucos registros etnográficos sobre a existência de grupos indígenas na região de Vila Rica e

arredores, haja vista a ausência de informações no mapa etnohistórico de Curt Nimuendaju (1987).

FIGURA 8.95 – GRAVURA QUINHENTISTA DOS CARIJÓS (GUARANI), COM IMAGENS DE ABUNDÂNCIIA E GUERRAS EVOCATIVAS DA TERRA SEM MALES, ULRICH SCHMIDL, VERA HISTÓRIA (1599)

Fonte: Monteiro (1992).

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Segundo Barbosa (1970), a região de Ouro Preto e suas imediações eram consideradas Minas dos

Cataguás. De forma isolada, há referências de viajantes ou naturalistas sobre a existência de indígenas

nesta região, como a menção aos Mapaxós, no sertão de Sabarabuçu pela bandeira de Fernão Dias.

José (1965) indica a existência de Guarachués em terras localizadas entre os municípios de Mariana,

Ouro Preto e Piranga que, segundo ele, foram expulsos ou vitimados pelos bandeirantes que devassavam a

região em busca de ouro (José, 1965:28). Ainda são mencionados os Goianás, viventes do vale do rio das

Velhas; pacíficos e acessíveis ao convívio do branco, deram cobertura aos paulistas, nas lutas que esses travaram em

Minas (José, 1965). José, ainda menciona os Airuãs, nas bacias formadoras do alto rio Doce (José, 1965)

[Figura 8.96]. Em um mapa do acervo da Biblioteca Nacional do séc. XVIII é mencionada a existência de

grupos Araraos e Taboyaros na região do vale do rio Paraopeba.

FIGURA 8.96 – MAPA DE DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS INDÍGENAS MINEIROS

Fonte: José (1965:14 A).

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Há documentos e relatos referentes à captura indígena por parte de colonos que, em função das

restrições legais à escravização indígena (Leis Régias e Papais que reafirmam a liberdade dos índios),

posicionavam-se como seus “curadores”, explorando a sua mão de obra, tendo em vista que os

mesmos eram considerados “incapazes”.

De acordo com indícios provenientes de inventários, verifica-se que, a partir do segundo decênio do

século XVIII, há uma forte diminuição de indígenas oficialmente voltados para os trabalhos

domésticos, agrícolas e de mineração. Possivelmente as fugas individuais ou coletivas da região

aurífera mineira ofereciam a possibilidade de escapar das péssimas condições de vida a que estavam

submetidos. O índice de mortalidade era alto e o de natalidade, baixo, segundo inventários paroquiais

levantados por Venâncio (1997) em Mariana.

Paralelamente às doenças causadas pelo convívio e pelo desequilíbrio ecológico nascido da

derrubada das matas, condições de trabalho deveriam ser outro fator que comprometia a saúde

dos carijós. A mineração exigia que os escravos permanecessem da cintura para baixo imersos

nos gélidos rios mineiros. Se lembramos que, além disso, na primeira fase do povoamento de

Mariana, a fome foi uma realidade constante, não fica difícil imaginar quanto a pneumonia e a

tuberculose causaram sangrias nos contingentes populacionais indígenas (Venâncio, 1997:177).

Ainda segundo Venâncio (1997), a migração forçada ou degredo de índios também deve ter ocorrido

com certa frequência. Muitos quilombos, além dos escravos de origem africana, foram também zonas

de refúgio para indígenas foragidos, bem como homens fora da lei.

No que se refere às comunidades quilombolas, nos municípios pesquisados para esta

contextualização regional (Nova Lima, Rio Acima e Itabirito), a partir do inventário levantado pelo

Centro de Documentação Elói Ferreira da Silva (CEDEFES, 2008), foram encontradas referências sobre

o “Quilombo dos Luízes”, que possuía seu território original no município de Nova Lima. Na década de

trinta do século XX, a área de 13 alqueires onde se situava o quilombo foi vendida para a Mineração

Morro Velho. Com o dinheiro da venda, os patriarcas da família compraram uma gleba de terra da

Fazenda Calafate, em Belo Horizonte, montando, assim, um mocambo urbano, atualmente situado no

atual bairro Grajaú.

8.4.6.3. Ocupação Histórica da Região Nova Lima e Rio Acima

No período colonial, Minas Gerais foi desbravada e ocupada por catadores de ouro e outros minerais

preciosos em expedições chamadas de bandeiras, devido ao caráter marcial subjacente, aos perigos

que enfrentavam e à nomenclatura que herdaram da cultura militar portuguesa. O próprio termo

arraial denota um lugar eriçado de lanças, pela via da designação usual de acampamentos militares

temporários, erguidos nos pousos para resguardar as tropas de ações inesperadas de seus inimigos

(Moraes, 2007).

No relevo entrecortado de montanhas que referenciavam o espaço ainda pouco distinto aos recém-

chegados, destacavam-se alguns morros e picos de perfis diferenciados, que serviam como pivôs em

torno dos quais as bandeiras marcavam seus trajetos, assim como os profundos vales dos rios que

contrastavam entre si, realçando os inóspitos caminhos abertos a facão intercalados com as áreas de

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vegetação um pouco menos viçosa, que indicavam afloramentos rochosos ou áreas de aldeamentos

indígenas. Das poucas bandeiras quinhentistas apenas duas percorreram o escarpado centro de

Minas: a de Francisco Bruza de Espinosa, em 1554, que chegou à região que veio a ser Diamantina; e a

de Sebastião Fernandes Tourinho, que esteve na região hoje nomeada serra do Cipó, em 1573. As

duas trilharam caminhos que se aproximavam pelo norte, vindos do sul da Bahia (Vasconcelos,

1999:46-51).

A região central de Minas já teria sido percorrida, em 1653, por bandeiras provenientes de São Paulo,

segundo a tradição oral. Documentos escritos a partir desta mesma tradição oral, do século XVIII,

dariam conta que Lourenço Taques teria chegado a Caeté onze anos após, em 1664. Entretanto, como

essas memórias não foram logo compiladas, sobreviveram sem confirmação histórica. Apresentavam

nomes e trajetos incompletos, além de topônimos incertos e rotas erráticas. Assim, Antonio Rodrigues

Arzão, por ser o primeiro a revelar à Coroa Portuguesa a descoberta de ouro, em 1693, acabou

recebendo a fama de pioneiro. Foi a partir dessas notícias sobre descobertos que acorreram muitos a

explorar o centro mineiro, lançando as bases para a ocupação definitiva dessa parcela do território de

Minas. Ainda assim, a discussão sobre os primeiros descobertos ainda continua (Paula, 2007:280-281).

A porta de entrada preferida e mais adequada aos paulistas para o centro de Minas Gerais, conhecido

como “Sertão dos Cataguazes” foi se afigurando ao sul, pelas terras altas que orientavam os viajantes e

por trajetos que eram considerados mais seguros, semeando povoamentos. A entrada pelo sul se fez

por Itaverava. Da região do rio das Mortes, passavam pelo Tripuí (Ouro Preto) e ribeirão do Carmo

(Mariana). As notícias de seus descobertos provocaram uma verdadeira “corrida do ouro”, atraindo

aventureiros de todos os pontos do Reino de Portugal, das ilhas atlânticas, habitantes de São Paulo,

Rio de Janeiro e até alguns estrangeiros, cujo acesso foi logo proibido (Souza, 2004:103).

O aspecto inicial desse tumultuado deslocamento de mineradores para as Minas tivera como uma de

suas causas a intenção geral de que, ao fazer fortuna, retornariam aos seus lugares de origem,

abandonando a difícil realidade de uma penosa atividade em locais inóspitos. Por isso, os primeiros

assentamentos eram precários, com construções simples e provisórias, e poucos se dedicaram a

realizar algo mais que o estritamente necessário. Somente aos poucos alguns mineradores

perceberam que as atividades não só poderiam durar muito, como também havia a possibilidade de

serem continuadas indefinidamente e que pelo alto número de pessoas havia a necessidade de obras

melhores, suprimentos adequados e serviços religiosos constantes. Assim surgiram os primeiros

comerciantes, agricultores, padres e outras pessoas que vinham com o intuito de muito tempo ficar,

ou até se estabelecer definitivamente nas Minas.

O próximo passo da ocupação foi o estabelecimento de edificações permanentes nos locais em cujas

proximidades havia atividades de sucesso. A partir daí, um forte processo de urbanização ocorreu em

Ouro Preto, Mariana, Santa Bárbara, Inficionado (Catas Altas), Bento Rodrigues, Itabira e outros locais

que conseguiram agrupar o sucesso na exploração aurífera com outras atividades necessárias e

supérfluas. Nas cabeceiras do rio das Velhas, e no seu curso mais à montante, sobreviveram Itabira do

Campo (Itabirito), Rio Acima e Morro Velho (Nova Lima) [Moraes, 2007:58-59].

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Contudo, após algumas décadas de explorações continuadas, muitas lavras se esgotaram ou se

tornaram de difícil exploração. A atividade mineradora já não rendia os mesmos frutos de outrora, e a

população dispersou-se em busca de novas atividades, em geral agro-pastoris, ou foram em frente,

buscando minerar em novos espaços, longe dos locais originais de ocupação.

Alguns núcleos foram completamente abandonados, outros resistiram alterando suas relações

econômicas, enquanto outros, por fim, se esvaziaram, mantendo-se a duras penas, com uma

população cada vez menor e mais empobrecida. Isto teria consequências mais tarde, na configuração

micro-regional e na manutenção de outras atividades econômicas.

Com as bandeiras vinham não só aqueles que buscavam identificar os minérios e jazidas,

conhecimento prático de grande valor no contexto, mas também mineradores experientes que

vinham em busca de tomar posse para si das grandes riquezas encontradas. Tudo indica, inclusive,

que muito se minerou antes de se dar conhecimento à Coroa dos descobertos, sendo que apenas

discordâncias e as dificuldades de manter tal volume de atividade mineradora sem que vazassem

notícias, é que acabou por torná-los públicos.

Em relação aos conhecimentos de mineralogia e técnicas de mineração havia muitas formas de

aprendizado para aqueles que se aventuravam nas novas paragens mineiras. Os indígenas tinham

pouco conhecimento dos minerais, enquanto os europeus e os escravos africanos o detinham

geralmente detalhado. Se os saberes chegavam ao interior pelas mãos de mineralogistas ou

trabalhadores cativos, tiveram, porém, que ser adaptados ao contexto, se disseminando a partir de

então entre aqueles que não os possuíam, mas que agora buscavam fortuna na mineração.

As técnicas mineratórias que se transmitiam com certa fluidez estavam restritas à exploração

aurífera de fácil extração do período inicial de colonização, quando as explorações se dirigiam aos

depósitos de aluvião, chamadas “serviços de rio”, ou quando se dirigiam aos filões pouco

profundos, com desmontes parciais, chamados “serviços de tabuleiro” e/ou ”sistema de catas’” Às

vezes as descrições davam conta em detalhe das formas de desenvolvimento da exploração

como “serviços a talho aberto” ou “serviços de morro a talho aberto”, ou ainda, “faisqueira”,

“grupiara” (filões rochosos) ou “serviço de mina”. (Souza & Reis, 2006:2).

As técnicas anteriormente enumeradas podem ser assim descritas:

Catas – buracos com formato afunilado a fim de que pudessem atingir maiores profundidades

evitando-se, assim, os constantes desabamentos das paredes (Guimarães, 2003:13).

Tabuleiro – denominação usada para as margens dos cursos d’água que também continham ouro

depositado entre as camadas de cascalho aluvional (Guimarães, 2003:13).

Cata de talho a céu aberto - método usado para explorar os morros auríferos, que pelas

características de exploração era conhecido como cata de talho a céu aberto. Esse método consistia na

abertura de um corte perpendicular (talho) desde o cume até a base da montanha, com o uso

imprescindível de água (Guimarães, 2003:13).

Grupiara – depósitos auríferos encontrados nas encostas dos morros (Guimarães, 2003:10).

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Faisqueira – Depósito do ouro aluvional em grãos e folhetas, assentado no leito dos rios e misturado

ao cascalho (Guimarães, 2003:13).

As formas de acesso ao ouro no subsolo eram, portanto, dependentes do desmonte, feito

principalmente pelo direcionamento das águas para pontos específicos, facilitando o uso das

ferramentas e criando erosões de forma mais ou menos controlada. Cavar galerias era muito mais

difícil e poucos se aventuravam fazê-lo (Guimarães, 2003).

Tudo indica que os “serviços de rio” deixaram menos evidências claras de suas atividades do que os

“serviços de tabuleiro” e o “sistema de catas”, uma vez que nos serviços de rio revirava-se o leito sem

usar de obras mais complexas, em geral, apenas retirando o cascalho do leito para as margens. Os

ribeirões mais encaixados, após serem parcialmente revirados por “serviços de rio” passavam a ter a

exploração estendida às suas margens (tabuleiro) em direção às vertentes, quando se identificava que

o ouro estava nas alturas próximas ou que se acumulara nos terrenos adjacentes.

Assim, o constante revirar do solo e a sobreposição de trabalhos intermitentes, fazia surgir, por toda a

área, amontoados e escoramentos mais ou menos organizados. Mais tarde ainda haveria os “serviços

de roda”, ou “rosários” - também chamados engenhos de roda ou noras, que eram equipamentos

usados para esgotar a água que constantemente alagava as áreas trabalhadas pela mineração

(Guimarães, 2003:13) - desenvolvidos no leito de rios maiores e nas minas. A aparência destes locais

(tabuleiros) pode ser percebida pela descrição de um viajante inglês:

Ao chegar à lavra, vi grande extensão de terreno já explorado e montões de pedras quartzosas. A

margem do rio os trabalhadores estavam ocupados em cavar no solo valas com profundidade

mínima de dez pés, para chegarem ao cascalho na rocha. A espécie e terra que eles escavavam

era argila, tão forte que, batida pelas quedas d’água e revolvida embora pelos negros com

enxadas de diferentes espécies, dificilmente se podia tirar. Não era esse o único obstáculo; a

acumulação contínua de terra fazia com que o cascalho estivesse a cinco pés abaixo do leito do

rio; assim, quando os poços atingiam essa profundidade, tornava-se necessário retirar a água.

Para isso lançavam mão de máquinas hidráulicas.... (Mawe, 1944:133-134).

Quando o rio em que atuavam era perene, e quando a bacia de contribuição era extensa, os que

exploravam os cascalhos nos tabuleiros poderiam prescindir de reservatórios grandes, como os

mundéus, fazendo apenas barramentos temporários e desviando os fluxos alternadamente por meio

de canais. Porém, à medida que o tabuleiro do rio ficava entulhado de cascalho estéril das primeiras

explorações, as obras ganhavam vulto ou eram abandonadas. Se decidissem continuar, os

mineradores tinham que realizar uma série de obras de escoramento do material estéril,

reorganizando o espaço continuamente para conseguirem atuar sem que pusessem a perder o

trabalho, que poderia ser soterrado pelo entulho de cascalho das explorações pretéritas.

Aliás, André João Antonil (Antonil, 1997) dá interessante detalhe da incerteza da atividade e sobre as

características dos córregos preferidos para os trabalhos, fruto de observações e experiências dos

próprios mineradores. Diz ele que

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Alguma terra há que toda pinta, outra só em partes e a cada passo se está vendo que as catas em

uma parte pintam bem e em outras pouco ou nada. Já se a terra tem veeiro, que é o mesmo que

um caminho estreito e seguido, por onde vai correndo o ouro, certamente não pinta pelas mais

partes da cata e se vai então seguindo o veeiro atrás do ouro, e estas de ordinário são as melhores

lavras, quando o ouro pela em veeiros onde se encontra com grandeza e é sinal que toda a data

da terra, para onde arremete o veeiro, tem ouro. As catas ordinárias, que se dão em terra, são de

quinze, vinte e mais palmos em quadra, e podem ser maiores ou menores, conforme dá lugar a

terra. E se junto dos ribeiros a terra faz algum tabuleiro pequeno (porque ordinariamente os

grandes não provam bem) esta é a melhor paragem para se lavrar (Antonil, 1997:188).

Na obra Pluto Brasiliensis do alemão Barão Wilhelm Ludwig Von Eschwege (1979) superintendente das

minas e fábricas de ferro no período de D. João VI no Brasil, encontra-se listada a maior parte das

minerações auríferas ativas no centro de Minas Gerais na segunda década do século XIX (1814). As

ocorrências nos distritos de Itabira do Campo, pertencente a Ouro Preto; Santo Antônio do Rio Acima,

pertencente a Sabará e Congonhas de Sabará, demonstram a decadência geral da exploração aurífera.

Apenas a mina de Morro Velho, em Congonhas do Sabará (Nova Lima), figura como uma grande

exploração, com 122 escravos. Outra mina, chamada Cata Branca, também estaria entre as de maior

produção, com 22 escravos, plantel muito menor que o da mina de Morro Velho. Das explorações

auríferas no cascalho encontradas ao longo dos córregos na região de Rio Acima, a maior era a do

Capitão Hilário Mendes da Cunha, com 34 cativos. Muitos destes dados foram repassados a Eschwege

por fiscais, oficiais de cavalaria que entrevistavam os donos e responsáveis pelas lavras durante os dois

anos em que o Barão esteve à frente da fiscalização.

O Barão Von Eschwege também foi responsável pela modernização da siderurgia em Minas, trazendo

métodos de maior aproveitamento da força hidráulica nos trabalhos de forja, tanto para aumentar a

produção de ferro como para o acionamento de trompas hidráulicas no lugar dos foles de couro que

sopravam as chamas e acionamento dos malhos, poupando mão-de-obra. Suas atividades auxiliaram

a multiplicação das fábricas de ferro por todo centro de Minas Gerais, tornando importante essa

atividade econômica durante o século XIX, ainda que dependente da mineração e da agricultura, que

lhes proporcionava a maior parte da clientela.

Crescendo a diversificação econômica na região do alto rio das Velhas, como em toda região central

de Minas, reverteu-se parte da decadência tão evidente no período de esvaziamento nos trabalhos de

mineração aurífera. O povoamento também cresceu e se distribuiu em termos espaciais, como era de

se esperar, pois cada atividade tinha suas necessidades específicas que determinavam locais

preferenciais diferentes.

Fato importante para a manutenção econômica da região do alto rio das Velhas durante o século XIX

foi a compra da mina de Morro Velho pela empresa inglesa Saint John Del Rey Mining Company, que

possuía este nome por ter originalmente se formado em Londres para explorar lavra de ouro em São

João D’el Rey, na região das vertentes, em Minas Gerais.

Congonhas do Sabará (Nova Lima) contrastava em termos populacionais pela pujança econômica

advinda da presença dessa rica jazida aurífera em seu território.

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Em 1830, tinha 1.390 almas; em 1840, cerca de 2.000, com três igrejas, uma das quais uma ruína

inacabada; em 1847, 913, naturalmente sem incluir Morro Velho; em 1864, 6 eleitores, 211

votantes e 4.000 habitantes, acrescentando-se 1.000 mineiros (Burton, 1977:173).

Assim como a “Morro Velho”, em torno da qual cresceu Nova Lima, próxima à Itabirito estava a não tão

bem sucedida mina de Cata Branca, que, no entanto, foi explorada com sucesso por tempo suficiente

para surtir efeitos duradouros na economia. Quando da baixa dos rendimentos de Cata Branca, seus

escravos foram alugados para trabalharem na “Morro Velho”, uma vez que não era positivo para a

imagem de uma companhia inglesa, na segunda metade do século XIX, possuir escravos. (Libby,

1988:122-123)

Dentre os garimpeiros, sempre havia esperança de que nos terrenos ao redor destas minas houvesse

ouro aluvional ou veio relacionado à geologia do local, mal conhecida em seus detalhes, mas não em

seus aspectos gerais. Nas décadas finais do Império, também foram importantes para reacender as

expectativas, o que manteve a atividade exploratória do ouro tão importante para a região do alto rio

das Velhas pelo resto do século XIX.

As minas contribuíram economicamente de forma esporádica, mas importante, em muitos lugares, e

até mesmo a “Morro Velho”, após alcançar grande avanço e tamanho sob a Saint John Del Rey Mining

Company, na década de 1830, teve que paralisar suas operações duas vezes, com os desabamentos de

1867 e 1886 (Libby, 1984:63-66).

Nova Lima permaneceu firme como local habitado e frequentado por causa da renovação constante

da esperança do ouro, surgido e ressurgido das entranhas da mina de Morro Velho. Rio Acima se

beneficiou indiretamente deste fato, sendo centro de importante região de fornecimento de víveres e

insumos para a “Morro Velho” e pelo fato de ser o ponto de travessia ideal do rio das Velhas em

direção a Ouro Preto. Itabirito, posicionada bem mais a montante do mesmo rio das Velhas, contou,

desde cedo, com o fato de já possuir uma economia diversificada, dinâmica não só pelas relações com

“Morro Velho” e Ouro Preto, mas pela presença da já citada mina de Cata Branca. Itabirito ainda

contou com a proximidade das jazidas portentosas de minério de ferro que trouxeram, no início do

século XIX, a Fábrica Patriótica de Eschwege, instalada não muito longe da cidade, no ribeirão da

Prata. Algumas outras fábricas de ferro menores existiram na região e, entre 1863 e 1865, funcionavam

cinco delas no município de Ouro Preto (Libby, 1988:158).

A mineração remanescente do século XIX pressionou os recursos florestais pela busca de carvão,

escoramento para suas escavações e incentivou a lavoura comercial. A análise do papel da mina de

“Morro Velho” por toda uma vasta região é esclarecedora de que a decadência aurífera entre os

exploradores em geral não significava falta de dinamismo econômico a ponto de paralisação.

A Mina necessitava de grandes quantidades de madeira, principalmente para a extensão do

sistema de escoramento, mas também para a fabricação do carvão utilizado em vários setores.

Embora a Companhia possuísse várias matas nas imediações de Morro Velho, das quais retirava

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parte da madeira necessária, a grande maioria do suprimento de madeira provinha de lenhadores

e carreiros da região, já em 1846, temos notícia de contratos para o suprimento fixo de madeira e

de carvão vegetal. Tais contratos multiplicaram-se no decorrer dos anos, e o resultado foi nada

menos do que o desflorestamento de grandes áreas da região (Libby, 1994:79).

De qualquer forma, a necessidade de madeira impunha alguma forma de tentar manejá-la e grandes

empresas, mesmo tendo matas em terrenos próprios, buscavam comprá-las de terceiros,

principalmente na forma do carvão, que exigia empregar mão de obra e trabalho para fazê-lo,

desviando trabalhadores de suas tarefas principais, o que não era desejável. É possível que a escassez

de matas, que se verificava em certos locais, vinha das práticas do início dos descobertos de ouro:

Há pouco mais de um século do início do devassamento do território de Minas Gerais, já se

patenteavam assustadores, os efeitos do processo brutal de derrubar e incendiar as florestas,

começado pelos mineradores, visando facilitar a pesquisa aurífera, e prosseguido pela agricultura

à base do ‘machado e do tição (Barros, 1989:74).

O aventureiro, diplomata e linguista inglês Sir Richard Burton, que passou por “Morro Velho” entre

1866 e 1867, dedicou treze capítulos (do XVII ao XXX) de seu trabalho intitulado Viagem do Rio de Janeiro

a Morro Velho à região dos atuais municípios de Itabirito, Nova Lima e Rio Acima, sendo que alguns

capítulos se passam no caminho entre estas cidades. Nesta mesma obra, Burton afirma que muitas das

fazendas ao redor de Itabirito, naquela época, se dedicavam a produzir víveres para Ouro Preto e que

quando a mina de Cata Branca decaiu, continuaram ...mal sustentados pelo mercado de Morro

Velho...(Burton, 1977:163). Continuando sua viagem, no trecho entre Cocho d’água e a mina de Morro

Velho, por um trajeto que o leva ao longo da margem direita do rio das Velhas, Richard Burton observa

que a Vargem do Cocho d’Água... compõem-se de uns dezesseis ranchos espalhados por uma depressão, que produz

má cana-de-açúcar, boas batatas e muita lenha para a grande mina inglesa (Burton, 1977:165-169).

O trecho final de Itabirito a Rio Acima é assim descrito por Burton:

Uma viagem de uma hora, terminando com uma íngreme descida, nos levou ao arraial da

freguesia de Santo Antônio do Rio das Velhas. Não se sabe a data de sua fundação, sendo,

provavelmente, quando as minas do Batatal, do Soco, do Engenho de Água e do Papa Milho

produziam ouro em abundância. Em 1801 tinha uma centena de casas; em 1820 sua população

era de 1.200 almas, em 1847, (...) 1086 e (ou) 1.300, baseando-se nos 115 votantes e três eleitores.

Presentemente, tem cerca de 45 casas na margem direita do Rio (Burton, 1977:170).

A Saint John Del Rey Mining Company também tivera importante papel na abertura, melhoria e

manutenção das estradas na região à sua volta para diminuir os custos de transporte, além de ter suas

próprias tropas de muares.

O péssimo estado das estradas, uma verdadeira praga na Província de Minas Gerais no século

passado, estimulou a Saint John a construir estradas particulares e a consertar várias pontes e

estradas públicas por sua própria conta, é de se imaginar que a notória estrada de Queluz, aludida

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no discurso do deputado provincial citado anteriormente, visava, pelo menos em parte, melhorar

as condições de transporte de madeira (Libby, 1984:79-80).

Sobre a citação anterior, vale ressaltar que a estrada entre Queluz (atual Conselheiro Lafaiete) e “Morro

Velho” (Nova Lima) possuía um traçado que passava por Itabirito e seguia pelas margens do rio das

Velhas e Rio Acima reforçando as impressões sobre as relações econômicas desta região e o destino

de seus produtos.

A Saint John Del Rey Mining Company era grande compradora de outros gêneros, já que possuía

grande número de trabalhadores, em geral escravos alugados e trabalhadores livres. Um

empreendimento de tal vulto concorria, em épocas de escassez, com o abastecimento das cidades,

aumentando o alcance das relações comerciais da empresa que se esforçava para não ter suas

atividades paralisadas por escassez de víveres.

Em relação aos gêneros alimentícios, as ligações comerciais da Mina estavam especialmente

concentradas na própria Comarca de Sabará, nos distritos de Paraopeba e Matozinhos, na

Comarca do Rio das Velhas e nos distritos de Itabirito e Congonhas, na Comarca de Ouro Preto.

Nas épocas de necessidade, no entanto, os tropeiros da Morro Velho frequentemente

penetravam até Juiz de Fora (antigamente Paraibuna), no extremo sul da Província, a procura de

artigos tão comuns como feijão e milho (Libby, 1984:80).

Nesta mesma época, a siderurgia na Província de Minas Gerais tinha se tornado importante

consumidora de carvão vegetal, oscilando entre 40 e 100 o número de fábricas de ferro entre as

décadas de 1820 e 1890. Mantivera-se, assim, muito ativa, ainda que às vezes algumas fábricas fossem

abandonadas ou mudassem de lugar quando sua produção tornava-se mais constante e quando

havia fábricas muito próximas umas das outras, tornavam escassos os recursos florestais dos

arredores. Causaram, também, efeitos deletérios sobre os cursos d’água e agravaram o problema dos

transportes, já que intensificavam a erosão ao longo das estradas onde se desmatava (Barros, 1989:71-

97 e Libby, 1984:151).

A siderurgia, no entanto, estancou como atividade econômica por depender demais de encomendas

pouco constantes, necessidade de bons transportes e busca por melhoras tecnológicas. Como

asseverou Douglas Cole Libby:

... na primeira metade da década de 1880 o total de fundições na Província deve ter oscilado em

torno de cem. Embora não se configurasse um declínio marcante em relação às décadas

anteriores, fica claro que a indústria não estava mais em condições de se expandir, pelo menos

com base na tecnologia primitiva ainda empregada (Libby, 1988:159).

Ainda assim, antes do final do Império, a necessidade de modernização siderúrgica fez com que

alguns empresários independentes inaugurassem em Itabira do Campo, hoje Itabirito, um alto-forno

que funcionaria por longo tempo, ao contrario do primeiro de Minas Gerais: a mal sucedida

experiência do Intendente Câmara no Morro do Pilar, no caminho para Conceição do Mato Dentro no

final da segunda década do século XIX.

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Em novembro de 1888 surgiu a Usina Esperança, fundada por uma sociedade entre Carlos Wigg,

Amaro da Silveira e Alberto Gerspacher, os dois primeiros eram brasileiros e o último, engenheiro

metalúrgico franco-suíço, com capital total de 90 contos de réis. A sociedade adquiriu, a cinco

quilômetros da usina, cerca de 200 alqueires de terras na fazenda Onça dos Pinheiros, pelo preço de

oito contos de réis, para a manutenção de suas fontes d’água e produção de carvão (Gomes, 1983:141-

142).

O alto-forno da usina Esperança foi projetado para produzir cinco toneladas diárias, cinco vezes mais

que um bom forno baixo. O consumo de carvão era considerável, apesar de um pouco menor em

relação aos fornos antigos. O preço da tonelada de carvão, durante os anos da Companhia Forjas e

Estaleiros, sob a direção técnica do engenheiro francês Ferdinand Gautier, era de trinta mil réis, o que

proporcionava bons rendimentos aos fabricantes (Barros, 1989:92 e 245).

Utilizando o minério de ferro do Pico do Itabira e de Cata Branca, além de produzir parte de seu

próprio carvão vegetal, a Usina Esperança foi um sucesso, mas logo seria vendida em prol da

construção de outra, mais adaptada a receber melhoramentos constantes, seguindo o progresso

técnico acelerado que ocorria no período (Barros, 1989:244).

No final do século XIX foi-se a escravidão e veio a República. Com a queda das instituições

monárquicas acelerou-se um processo de busca pela modernização da sociedade, que incluía a vinda

mais intensa de imigrantes e a modernização urbana, planejando-se uma nova capital para o estado

de Minas Gerais: Belo Horizonte.

A mineração de ouro ainda tinha o seu lugar, mas cada vez mais entrava em cena a de ferro, do

manganês e a agropecuária “científica”, mais técnica, fazendo coro com o café e as atividades mais

tradicionais. Vieram novas indústrias e intensificaram-se as reorganizações políticas e administrativas.

As antigas sedes de vilas, como Mariana, Ouro Preto e Sabará, começaram a ser desmembradas dando

lugar a novos municípios.

Rio Acima, cujo primeiro documento oficial dando ciência de sua existência é de 1736, foi distrito de

Nova Lima entre 1890 e 1948 e se tornou município neste mesmo ano. Seu nome foi abreviado por lei

de 07 de setembro de 1923 de Santo Antônio do Rio Acima para somente Rio Acima (Barbosa,

1995:281 e Costa, 1970:346).

Nova Lima, por sua vez, foi arraial de Sabará até 1748 quando foi elevada a freguesia e em 1836 foi a

distrito. Durante todo o período colonial e nos Reinados manteve o nome de Congonhas do Sabará.

Na República, em 1891, tornou-se município com o nome de Vila Nova de Lima em homenagem a

Antonio Augusto de Lima, importante político local e ex-governador de Minas Gerais. Muito culto,

poeta, historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico Nacional e da Academia Brasileira de

Letras. No mesmo dia em que foi abreviado o nome de Rio Acima, ou seja, 07 de setembro de 1923,

Vila Nova de Lima também teve seu nome abreviado para Nova Lima (Barbosa, 1995:224 e Costa,

1970:346).

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Algumas propriedades em que se situavam algumas cabeceiras de córregos na área mais a sudoeste

da região em estudo (próximo às lagoas dos Ingleses e Miguelão), segundo registros cartoriais

(Cartório do Registro de Imóveis de Sabará), tinham sede no Distrito de Piedade de Paraopeba, que

pertenceu à Nova Lima entre 1901 e 1938 (Costa, 1970:309).

Nesse período, a Companhia Forjas e Estaleiros, sediada no Rio de Janeiro, tentou monopolizar o

florescente ramo das novas siderúrgicas comprando todas as grandes fábricas de ferro e usinas de

Minas Gerais. Adquiriram, em 1892, a usina Esperança, em Itabirito, e a fábrica de Monlevade, em Rio

Piracicaba, que foram modernizadas (Barros, 1989:245).

Se a maior parte das ocupações iniciais feneceu com o fim do ouro fácil, as que perduraram nas

agruras e desventuras de um inconstante século XIX são exemplos bastante diversos dos motivos que

podiam fazer um povoado prosperar ou permanecer, a despeito das dificuldades, e entre estes estão

as sedes dos municípios de Nova Lima (antiga Congonhas do Sabará) e Rio Acima (antigo Santo

Antonio do Rio Acima).

Contudo, o período republicano trouxe muito além de esperanças de modernidade e autonomia

regional. A última década do século XIX também foi uma época de crises financeiras de caráter

mundial agravadas, tanto pela dependência da balança de pagamentos do Brasil quanto da política

industrialista radical e emissionista de Rui Barbosa, então Ministro da Fazenda. Política esta, que

permitia a qualquer empresa constituída, captar recursos e emitir ações sem possuir patrimônio. Da

mesma forma, os bancos privados poderiam emitir títulos sem lastro para financiar qualquer empresa

que se interessasse, por mais inconcebíveis fossem seus objetivos. Este período, dominado pelas

políticas de Rui Barbosa, foi chamado de Encilhamento. Muitas empresas quebraram, inclusive a então

proprietária da usina Esperança, a Companhia Forjas e Estaleiros (Baeta, 1973:261-278).

Com a falência da Companhia Forjas e Estaleiros, em 1896, os bancos que financiavam suas aquisições

adjudicaram, ficando a Usina Esperança nas mãos do Banco Hipotecário e Agrícola que, para não ter

prejuízos maiores, vendeu-a em muitas parcelas negociadas em longo prazo para o recém-formado

José Joaquim Queirós Júnior, cujo pai era um dos diretores do Banco (Mendonça, 1988:37-42)

O direcionamento econômico das fazendas da região entre Itabirito e Nova Lima parece ter se

voltado, então, para a produção de carvão vegetal para abastecer a usina siderúrgica Esperança. A

intensidade da exploração das matas foi crescendo com o primeiro alto-forno, com capacidade inicial

de produção de cinco toneladas de ferro-gusa sendo aumentada para oito. Alguns anos depois, em 11

de abril de 1910, a usina foi equipada com um novo alto-forno, de maior capacidade. Os dois fornos

operaram alguns anos em conjunto, o que deve ter feito a fortuna de muitos produtores de carvão e

levado à destruição de muitas matas ao redor de Itabirito (Mendonça, 1988:37-42)

1Elementos da história local

As regiões do rio do Peixe e do ribeirão dos Macacos possui grande importância histórica relativa à

colonização do centro de Minas Gerais. Esta vasta área encontra-se entre as mais antigas de busca e

exploração de ouro aluvional do início da colonização do território mineiro.

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Os arraiais se multiplicaram às margens do Rio das Velhas, o mítico Pactolo do povoamento de

Minas. Como um sistema venoso, os seus afluentes irrigavam a rica bacia, verdadeiro Eldorado

que atraia uma impressionante afluência de aventureiros (Villela, 1998:35).

Segundo Diogo de Vasconcelos (1948:25), Domingos Rodrigues Fonseca Leme, sertanista paulista,

teria descoberto os dois ribeirões auríferos em cujas margens surgiu o povoado de Congonhas do

Sabará (Nova Lima), por volta de 1700.

Desde a penetração de bandeirantes que percorreram a região ao final do século XVII, inclusive a

controversa figura de Borba Gato, a área foi ocupada pelos empreendimentos mineradores históricos,

com muitos de seus resquícios chegando até o presente.

Apenas o renovado interesse econômico pela área, não só com a constante presença do ouro, mas

também das atividades agropecuárias, da produção de carvão, da mineração do manganês, do ferro e

depois do uso hidroelétrico, é que manteve a região como local de ocupação e de trânsito intenso e

ininterrupto.

Diversas fazendas foram estabelecidas nessa região no decorrer do século XVIII e desmembradas ao

longo do tempo. A memória local a respeito delas é muito importante para a compreensão das

dinâmicas socioeconômicas e de suas mudanças históricas, por se tratarem, muitas vezes, dos únicos

dados disponíveis. Contudo, ao serem subdivididas, sua influência econômica local e regional decaía a

ponto de lhes restar pouco lugar na memória local, em um processo onde memórias posteriores -

construídas em torno de novas propriedades erigidas sobre suas parcelas - suplantaram a memória

daquele núcleo original.

Os registros documentais sobre propriedades tais como estas, podem ser mais exatos, no sentido de

se constituírem informações cartoriais. Entretanto, no caso deste estudo, são mais genéricos, não

fazendo alusão direta às áreas em estudo. As informações obtidas, a partir dos relatos locais

(levantamentos oportunísticos) indicam terem existido, nas áreas em estudo, duas fazendas

denominadas: Ceará e Fazenda Velha.

2O rio do Peixe

O registro mais antigo de mineração no rio do Peixe pode datar de 1727, conforme pesquisou Bráulio

Carsalade Vilella, que opina poder ser este o ribeirão tratado com o nome de ribeirão do Campo de

Paraopeba, com nascentes na serra do Rodeador (Vilella, 1996:5-6). Entretanto, pairam dúvidas sobre

tal registro, por conta da sucessão e confusão de nomes às referências topográficas da região nas

primeiras décadas da colonização.

Sendo o maior e mais caudaloso rio da margem esquerda do rio das Velhas na região entre Nova Lima,

Rio Acima e Itabirito, a busca do ouro não o excluiria, nem aos seus afluentes. Os poucos registros

históricos sobre o rio do Peixe, nos dois primeiros séculos de ocupação do centro de Minas Gerais,

podem ser consequência deste se apresentar como um local de difícil acesso e fora do caminho

normal dos viajantes. A descida das serranias de Moeda em direção a Rio Acima e Nova Lima se fazia

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comumente pelo ribeirão dos Macacos e a ligação entre a região de Cata Branca e Itabira do Campo

com Rio Acima, pelo lado direito do rio das Velhas.

Raimundo da Cunha Matos descreveu, em 1837, o rio do Peixe como um ribeirão que dava muitas

voltas e recebia muitas águas dos córregos Seco e das Areias (talvez o atual córrego do Amianto). Para

ele o nome mais antigo do rio do Peixe era ribeirão da Mata, nome que se conservou apenas para um

de seus tributários (Matos, 1981:248).

A Fazenda da Mata, localizada nas cabeceiras do rio do Peixe, em abril de 1901 se tornou propriedade

de José Maria Affonso Baeta, que comprou partes dos herdeiros do antigo proprietário, o

Comendador Manoel Pereira de Mello Vianna. É nas terras desta fazenda que se encontra o Morro do

Gama, local onde hoje está a cava da mina de Capitão da Mata (Cartório Regional de Imóveis de

Sabará).

Entretanto, sua importância cresceu enormemente no final do século XIX, quando a Saint John Del Rey

Mining Company começou a comprar muitas propriedades na área, movida pela necessidade de

geração de energia hidrelétrica a ser usada para o aprofundamento da mina de “Morro Velho”, em

Nova Lima. O engenheiro inglês George Chalmers, então superintendente da Saint John, concebeu um

projeto para criação de um sistema de usinas hidrelétricas que aproveitariam um mesmo “fio d’água”,

ou seja, o rio do Peixe, valendo-se de engenhoso sistema de dutos, canais e túneis, aproveitaria ao

máximo a energia potencial presente na combinação de volume de água e variação abrupta de

altitudes (Mineração Morro Velho S.A., 1996:59-80).

Depois de um difícil trabalho de convencimento dos acionistas, as primeiras usinas - cognominadas A,

B e C - foram inauguradas em 1904, 1905 e 1906, respectivamente. As duas primeiras se situavam no

lugar chamado Retiro do Hermenegildo e a terceira pouco abaixo do Retiro das Mostardas. Estas

usinas tornaram possível que a “Morro Velho” viesse a ser a mina mais profunda do mundo, ao

mecanizar o processo de extração com mais maquinário, pequenas locomotivas e melhoria no sistema

de ventilação (Mineração Morro Velho S.A., 1996:59-80).

Junto aos novos projetos de expansão do ‘Sistema Rio do Peixe’ foram planejadas novas compras de

propriedades na região como política de conservação, tanto das matas quanto dos direitos sobre as

águas - alvo de litígios constantes. Por isso, foram compradas ou adquiridas por permuta mais

propriedades, muitas no ano de 1911, quando se construía a usina D. Foram adquiridos o Retiro do

Gabriel, permutado com partes do Retiro do Hermenegildo e partes das fazendas Potreiro, Rodeador e

Capão Redondo (Cart. Reg. Imóveis de Sabará). Mais duas usinas, a D e a E, foram inauguradas nos

anos de 1912 e 1919, respectivamente (Foto 226). A Usina E era composta pela usina, casas de

empregados e aqueduto (Foto 227).

Mesmo Chalmers tendo abandonado a superintendência da Saint John em 1924, o aproveitamento

hidrelétrico do rio do Peixe continuou. Com o aumento da demanda por energia elétrica, foram

expandidas e/ou criadas novas represas, todas para administrar maiores reservas de água, a fim de dar

continuidade aos trabalhos na “Morro Velho”, principalmente durante os períodos secos.

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682

Assim, outros projetos tomaram forma, sendo inaugurada, em 1933, a Usina F, estando a empresa já

sob a superintendência de Arthur Millet (Mineração Morro Velho S.A., 1940:12-14). A represa da

Codorna, de pequenas dimensões, foi expandida em 1936; a do Miguelão, construída em 1937; e a

Lagoa Grande, em 1938. Um ano após a expansão da represa de Codorna, em 1937, suas águas foram

usadas para mover mais uma das hidrelétricas do ‘Sistema Rio do Peixe’, batizada com o mesmo nome

da represa. Vários anos depois, em 1971, outra usina de geração de energia (denominada G) foi

instalada no rio do Peixe (Foto 228). Hoje, as mais antigas usinas, denominadas de A, B e C, encontram-

se desativadas.

À medida que as usinas iam sendo criadas, eram também abertas várias estradas carroçáveis, linhas de

transmissão, além de vilas para atender aos funcionários da Saint John Del Rey Mining Company (Foto

229). A empresa comprou, nos últimos anos do século XIX até a década de 1930, diversas

propriedades e direitos de ação ou direitos sobre as “aguadas” (termo muito usado em documentos

cartoriais para designar rios, córregos, canais, lagoas) nas propriedades particulares da região para

assegurar o funcionamento de suas hidrelétricas.

A necessidade de conservar as águas das cabeceiras do rio do Peixe fez com que suas matas fossem

menos exploradas, quando da expansão da produção de carvão na região - atividade que se

estabelecera na área desde o final do XVIII ou inícios do XIX, intensificando-se a partir de finais do

século XIX com a adoção de máquinas a vapor por vários empreendimentos da área e do primeiro

alto-forno da região pertencente à Usina Esperança, inaugurada em 1888, em Itabirito.

2O ribeirão dos Macacos

O ribeirão dos Macacos foi, nos seus primeiros anos de descoberto e exploração aurífera, chamado de

ribeirão de Fernão Dias Paes. Neste ribeirão ainda havia algumas explorações auríferas funcionando

no início do século XIX (1814), conforme registrou Eschwege (1979:42).

No início do século XX a “Morro Velho” comprou várias propriedades nas cabeceiras do ribeirão dos

Macacos e a jusante, até as margens do ribeirão dos Cristais. As primeiras compras visavam manter o

abastecimento de água para a usina hidrelétrica dos Cristais. A “Morro Velho” comprou, por exemplo,

em 1901, o direito de ação na propriedade que possuía captação de água de 1.500m de extensão no

ribeirão dos Macacos, fato registrado no livro de imóveis do Cartório de Sabará, e em 1911, adquiriu

jazidas nas imediações da mesma propriedade. Neste período é possível que a Saint John Del Rey

Mining Company se interessasse, tanto pela água quanto pelo ouro ali existentes.

2A Fazenda Ceará

A Fazenda Ceará, ainda que seus limites fossem incertos e quase ninguém saiba, hoje, que um dia ela

existiu, certamente abrangia partes importantes de cabeceiras, matas e montanhas onde se

encontram as atuais explorações minerais da área. Nela se realizaram atividades econômicas

importantes, historicamente relevantes, que só podem ser compreendidas por uma abordagem que

leve em conta um vínculo de unidade entre as propriedades atuais, vínculo este que só pode ser

resgatado na organização espacial que existia anteriormente.

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683

Nos relatos orais há referências de que boa parte da área entre as drenagens do córrego Fazenda

Velha, do rio do Peixe e do córrego Volta Grande - inclusive suas duas margens e a mata dos trovões -

pertencia à Fazenda Ceará. O local exato da sede não foi encontrado, podendo ser, tanto em direção

às cabeceiras do córrego Fazenda Velha, onde ainda existe um pequeno rancho chamado “Reino do

Ceará”, quanto nas imediações do curso mais baixo do córrego Volta Grande, onde ele se encontra

com o rio do Peixe, conforme registro documental transcrito a seguir.

Em setembro de 1902 João Pereira da Costa Júnior comprou partes da fazenda “Siará”, no lugar

chamado ‘Córrego Seco’, de José Luiz da Silva, Edwige (sic). Thereza da Silva, Francisco Justino de

Jesus, Antonio Luiz França, Pacífico Maximiano de Oliveira, Gabriel Ribeiro da Silva e Fortunata

Batista da Silva. Estes adquiriram-na por herança de Hilário Candido da Silva (Cart. Reg. Imóveis de

Sabará).

Em maio de 1912, a Saint John Del Rey Mining Company comprou de Justino Francisco da Silva partes

da fazenda “Siará”, na região denominada “Córrego Seco”, passando por outro local denominado

“Mata dos Trovões”, estendendo-se até o ”Andaime” (Cart. Reg. Imóveis de Sabará).

Em janeiro de 1909, David Pereira Lima comprou nos locais denominados Saramenha e Capão dos

Trovões, terras com direitos minerais de James (sic) Gandari, do Comendador Francisco de Paula

Santos e de Antônio Marques da Rocha. Estes as compraram dos herdeiros de Antônio José Alves da

Cunha. Este proprietário é herdeiro de antigos donos de lavras na região, como o Padre José Alves da

Cunha Jardim e o Capitão Hilário Mendes da Cunha (Cart. Reg. Imóveis de Sabará).

2A Fazenda Velha

O pouco que se sabe sobre as origens coloniais da Fazenda Velha vem de testemunhos orais, nos

quais também se fundamenta a frágil e escassa bibliografia existente. Como o córrego Fazenda Velha

está entre o córrego dos Andaimes e o rio do Peixe, todos na margem esquerda do rio das Velhas, é

difícil estabelecer a qual propriedade pertencia à Fazenda Velha. Seus limites são incertos, mas sabe-

se, através de informação oral, que fazia limite com a Fazenda Siará.

Foi possível estabelecer razoavelmente os usos econômicos da área da fazenda, começando na

mineração do ouro e passando gradualmente à produção diversificada: cultura do café; produção de

carvão vegetal; atividades extrativistas e alguma atividade de criação e lavoura de pequena monta.

Essa diversificação econômica é condizente com a dificuldade das propriedades rurais locais de

sobreviverem às custas de uma única atividade.

(A Fazenda Velha) Além da atividade no ramo de carvoaria, tornou-se também um lugar de

produção agrícola e ainda hoje encontra-se intacta e bem conservada, com seus terreiros de café

e um extenso pomar, o que demonstra o seu poderio na região (Nazareth, 2009:133).

A atividade carvoeira realizada nas terras da Fazenda Velha teria se estendido até meados ou fins da

década de 1960, quando foi paralisada. Alguns relatos deram conta de que quase toda a área

encontrava-se desmatada no momento da paralisação (levantamento oportunístico – Quadro 8.173).

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684

O proprietário mais antigo conhecido regionalmente da Fazenda Velha foi um italiano chamado

Doardo Fillipo (Foto 230), que a comprou nos anos finais do século XIX, já quando a Usina Esperança

estava nas mãos de J. J. Queirós Júnior. Das atividades deste italiano há o seguinte registro:

(Doardo Felipo), por sua vez, chegado à Itabira do Campo tratou logo de estabelecer-se no ramo

de carvoaria sendo o principal fornecedor de carvão para a Usina Queiroz Júnior, que muito

necessitava desta matéria prima para a produção do ferro-gusa (Nazareth, 2009: 83).

8.4.6.4. Resultados do Levantamento Oportunístico

O levantamento foi realizado a partir de entrevistas com moradores das áreas onde deverá ser

implantado o empreendimento. Os moradores são em pequeno número, estando há pouco tempo na

região.

Foram contatadas, também, pessoas que já residiram na região e que poderiam oferecer informações

sobre locais onde pudesse haver vestígios de ocupação pretérita e/ou informações sobre os vestígios

históricos encontrados durante o levantamento sistemático. Grande parte dos entrevistados mora

atualmente em Itabirito.

Durante os trabalhos de campo foram entrevistadas 13 pessoas, sendo que a maioria nada soube

informar sobre a ocorrência de vestígios de ocupação antiga na região (Quadro 8.173). Em geral,

quem forneceu alguma informação reside em Itabirito e exerce ou exerceu alguma atividade

econômica na área do empreendimento.

QUADRO 8.173 - RESULTADOS DAS ENTREVISTAS COM MORADORES LOCAIS E DA REGIÃO (LEVANTAMENTO OPORTUNÍSTICO)

ENTREVISTADO DADOS SOBRE O ENTREVISTADO INFORMAÇÃO

Luiz Milton da Silva Proprietário do sítio São Luiz (antigo Cavalo de Pedra)

Não forneceu nenhuma informação – é morador recente na região.

OBS: Na carta do IBGE de Rio Acima (1977), esta casa aparece como a

sede da Fazenda Velha

João Pereira de Souza Morador da Chácara Segredo Não forneceu nenhuma informação

Fernando Pereira Sítio Reino do Ceará/Funcionário da Tracbel

Disse que seu sítio faz parte das terras que pertenciam à antiga

Fazenda Ceará.

Informou que as fazendas da região produziam, principalmente, carvão

para as siderúrgicas como a Queiroz Júnior.

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685

Continuação do Quadro 8.173

ENTREVISTADO DADOS SOBRE O ENTREVISTADO INFORMAÇÃO

Lauro Guimarães Funcionário da siderúrgica VDL (Itabirito)

Mostrou o forno antigo montado na entrada da siderúrgica.

Jovenita Silva Funcionária da VDL Não forneceu nenhuma informação

Gilmara Braga Bisneta do imigrante italiano Sr.

Doardo Felippo, dono da Fazenda Velha

Não forneceu nenhuma informação, mas indicou seu tio Sr. Manoel Catarino Eduardo para ser

entrevistado.

Manoel Catarino Eduardo Neto do imigrante italiano Sr. Doardo Felippo

Informou que a sede da Fazenda Velha foi habitada até o final da

década de 90 do século XX; e que este terreno hoje pertence à

NAMISA. (1) Ênio Dionísio dos Reis Trabalhou na região onde deverá

ser implantado empreendimentoNão forneceu nenhuma informação

Walter Jesus Soares de Morais Funcionário da VDL Não forneceu nenhuma informação

Antonio Pereira Lima Proprietário da Fazenda Campestre (Pesque e Pague Campestre)

Disse conhecer ruínas no córrego Fazenda Velha, onde escavou em

busca de ouro esquecido por algum garimpeiro. (2)

Relatou, também, que essas ruínas do córrego Fazenda Velha

comporiam a primeira sede da Fazenda Velha e que a haveria uma

outra casa na região (em propriedade da NAMISA) que seria

a segunda sede da fazenda

Pedro Ribeiro dos Santos Morador da região

Informou que é da cidade de Jequitinhonha e que teria chegado à região recentemente. Disse que

não saber de lugares antigos e que a sede da fazenda teria sido

construída nos últimos 20 anos. Citou somente uma carvoaria no

local Marcela Brummert Deaboim Fazenda Marzagão Não forneceu nenhuma informação

Maria José Melillo Auxiliar de enfermagem

aposentada e pesquisadora independente

As informações fornecidas sobre a Fazenda Velha coincidem com as

do Sr. Manoel

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686

1Descrição dos locais vistoriados a partir das indicações dos entrevistados

A seguir são apresentadas as informações obtidas a durante as entrevistas.

Informação (1) Casa sede da Fazenda Velha (UTM 23k 621.021E/7.769.933N) - localizada no terreno da

Nacional Minérios SA - NAMISA, na margem direita do córrego Fazenda Velha, situa-se na Área de

Influência Direta (AID) deste projeto.

A casa foi construída no topo de uma vertente que hoje se encontra cortada para a instalação de uma

estrada, o que produziu um alto talude. Conforme informações orais, a casa teria sido construída pelo

Sr. Doardo Fillipo (Fotos 241 e 242).

A partir das ruínas dessa edificação, hoje é possível observar que a mesma possui telhado em duas

águas com telhas coloniais e varanda frontal coberta com telhas francesas. Hoje não existe

acabamento do telhado, como o lambrequim (ornamento de madeira com perfil torneado), presente

na construção original, conforme foto de época (Foto 242), apesar de terem sido conservados outros

elementos decorativos em madeira próximo ao telhado (Fotos 243 e 244). Parece, também, ter havido

um forro interno do telhado feito com esteira de bambu, a julgar pelos vestígios espalhados pelo chão

no interior da edificação (Fotos 245 e 246).

As paredes são de alvenaria com tijolos queimados e reboco sobre alicerce de alvenaria de pedras

(Foto 247). As portas, hoje, são lisas sem almofadas e suas vergas, assim como as das janelas frontais,

são em arco, fechadas com vidro; as demais janelas são retas com vedação de madeira (Fotos 248 a

251). No forno existente na parte posterior da casa, dever-se-ia cozinhar o pão e preparar os assados -

seu formato consiste numa abóbada de tijolos, construída a uma altura apropriada para que uma

pessoa o operasse de pé (Foto 252).

Devido à possibilidade iminente de desabamento, que se encontra em processo de arruinamento, não

foi possível determinar o partido atual da casa [forma de distribuição e articulação dos espaços] (Fotos

253 a 258).

Verificam-se, ainda, os vestígios de um incêndio ocorrido em seu interior, pois algumas das madeiras

da estrutura interna viraram carvão. Na parte externa da edificação, as ruínas ainda existentes

sugerem ter existido uma construção de serviço anexa.

Informação (2) Vestígios do córrego Fazenda Velha (UTM 23k 623.572E/7.771.162N -

621.948E/7.770.403N) – localizadas no terreno da Nacional Minérios SA – NAMISA, na área indicada

pelo Sr. Antonio Pereira Lima, às margens do córrego, situadas na Área de Influência Direta (AID) deste

projeto.

Trata-se de vestígios do garimpo de ouro, possivelmente dos séculos XVIII e XIX e até das primeiras

décadas do século XX. Trata-se de restos de estruturas de pedras (muros e barramento) ou de canais

cortadas no solo, usados para conter ou conduzir a água ou mesmo para conter o acúmulo do

cascalho já revirado em busca de metais preciosos (Foto 259). Há também, dentre outros vestígios,

estruturas de pedras aparentemente de moradia e/ou serviço compostas por muros e paredes de

maiores dimensões (Fotos 260 a 262).

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687

8.4.6.5. Resultados do Levantamento Sistemático da ADA

O levantamento sistemático foi realizado na ADA do empreendimento Projeto de Projeto de

Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande e na área da alternativa de projeto – córrego dos

Andaimes.

Nestes locais foram realizadas tradagens onde a ausência de rocha e a declividade permitiram a

aplicação desta técnica (Fotos 263 a 265), tendo sido executadas um total de 289 tradagens na Área

Diretamente Afetada - ADA (Quadro 8.174; Mapa 18 – Anexo 21 - Planta Geral do Empreendimento e

localização dos pontos de tradagem e dos Sítios Arqueológicos). No restante da área, onde não foi

possível a amostragem de subsuperfície, foi feita observação sobre a ocorrência de vestígios em

superfície (Foto 266), totalizando 286 Pontos de Observação.

QUADRO 8.174 – RESULTADOS DO LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO REALIZADO NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) PELO PROJETO DE PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO COMPLEXO VARGEM GRANDE

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

1 609.182 7.778.388 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

2 609.221 7.778.350 25 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

3 609.616 7.777.914 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

4 609.631 7.777.864 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

5 609.646 7.777.817 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

6 609.382 7.777.879 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

7 609.055 7.778.169 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

8 608.848 7.778.338 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

9 609.563 7.777.813 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

10 608.699 7.778.264 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

11 609.130 7.778.819 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

12 609.143 7.778.766 25 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

13 609.345 7.778.969 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

14 609.470 7.778.998 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

15 609.542 7.778.991 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

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688

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69)

PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

OBSERVAÇÕES E N

Cava Tamanduá

16 609.168 7.779.001 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

17 609.402 7.779.195 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

18 609.421 7.779.257 25 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

19 609.422 7.779.041 10 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

20 609.113 7.779.155 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

21 609.118 7.779.216 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

22 609.141 7.779.508 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

Expansão PDE Extrativa

1 616.891 7.770.514 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

2 611.265 7.774.683 -- Canga Sem vestígios arqueológicos

3 611.296 7.774.670 -- Canga Sem vestígios arqueológicos

4 611.271 7.774.633 -- Canga Sem vestígios arqueológicos

5 611.251 7.774.571 -- Canga Sem vestígios arqueológicos

6 611.264 7.774.546 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

7 611.320 7.774.509 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

8 611.338 7.774.496 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

9 611.382 7.774.508 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

10 611.364 7.774.570 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

11 611.339 7.774.608 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

12 611.252 7.774.732 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

13 611.209 7.774.782 80 Marrom escura com

pedregulhos

Sem vestígios arqueológicos

14 611.153 7.774.826 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

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689

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Expansão PDE Extrativa

15 611.122 7.774.826 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

16 611.091 7.774.808 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

17 611.066 7.774.789 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

18 611.041 7.774.783 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

19 611.003 7.774.765 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

20 611.022 7.774.721 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

21 611.065 7.774.672 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

22 611.065 7.774.622 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

23 611.077 7.774.585 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

24 611.102 7.774.541 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

25 611.114 7.774.454 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

26 611.163 7.774.379 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

27 611.188 7.774.311 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

28 611.206 7.774.280 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

29 611.262 7.774.424 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

30 611.305 7.774.192 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

31 611.345 7.774.173 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

32 611.337 7.774.254 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

33 611.418 7.774.247 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

34 611.468 7.774.266 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

35 611.518 7.774.321 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

36 611.562 7.774.346 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

690

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69)

PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

OBSERVAÇÕES E N

Expansão PDE Extrativa

37 611.562 7.774.447 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

38 611.532 7.774.476 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

39 611.513 7.774.551 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

40 610.997 7.774.697 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

41 611.990 7.774.641 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

42 611.002 7.774.591 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

43 611.021 7.774.523 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

44 610.995 7.774.467 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

45 611.058 7.774.479 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

46 610.963 7.774.393 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

47 610.951 7.774.343 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

48 611.007 7.774.301 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

49 611.056 7.774.249 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

50 611.087 7.774.212 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

51 611.098 7.774.134 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

52 610.903 7.774.367 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

53 610.870 7.774.393 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

54 610.870 7.774.445 80 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

55 610.833 7.774.460 80 Marrom com tons de

cinza no fundo

Sem vestígios arqueológicos

56 610.822 7.774.415 80 Cinza e marrom claro

no fundo

Sem vestígios arqueológicos

57 610.803 7.774.375 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

58 610.791 7.774.330 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

59 610.735 7.774.321 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

60 610.712 7.774.297 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

691

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69)

PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

OBSERVAÇÕES E N

Expansão PDE Extrativa

61 610.738 7.774.264 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

62 610.727 7.774.219 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

63 610.696 7.774.193 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

64 610.637 7.774.179 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

65 610.614 7.774.227 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

66 610.585 7.774.246 90 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

67 610.532 7.774.232 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

68 610.707 7.774.563 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

69 610.585 7.774.291 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

70 610.675 7.774.776 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

71 610.679 7.774.812 80 Marrom arenosa Sem vestígios arqueológicos

72 610.818 7.774.933 80 Marrom avermelhado

com cascalho

Sem vestígios arqueológicos

73 610.933 7.774.804 90 Marrom avermelhado

com cascalho

Sem vestígios arqueológicos

74 610.877 7.774.789 80 Marrom avermelhado

com cascalho

Sem vestígios arqueológicos

75 610.851 7.774.685 80 Marrom avermelhado

com cascalho

Sem vestígios arqueológicos

76 618497 7767286 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

77 611773 7774342 60 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

78 611853 7774289 50 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

79 611812 7774309 40 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

80 611891 7774253 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

81 611954 7774230 70 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

82 611968 7774172 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

83 612023 7774112 60 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

692

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Expansão PDE Extrativa

84 611.482 7.774.265 60 Marrom avermelhado Sem vestígios arqueológicos

85 611.566 7.774.310 60 Marrom Sem vestígios arqueológicos

86 611.644 7.774.361 60 Cinza e marrom claro

no fundo

Sem vestígios arqueológicos

87 611.452 7.774.210 80 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

88 611.450 7.774.213 40 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

89 611.412 7.774.207 40 Marrom clara arenosa Sem vestígios arqueológicos

90 611.923 7.774.540 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

91 611.844 7.774.503 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

92 611.809 7.774.436 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

93 611.855 7.774.351 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

94 611.807 7.774.370 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

95 611.757 7.774.377 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

96 611.574 7.774.530 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

97 611.642 7.774.490 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

98 611.648 7.774.480 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

99 611.696 7.774.388 50 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

100 611.720 7.774.389 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

101 610.666 7.775.238 50 Marrom arenosa Sem vestígios arqueológicos

102 610.765 7.775.098 70 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

103 610..802 7.775.047 80 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

104 610.813 7.774.980 60 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

105 610.823 7.774964 70 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

693

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Expansão PDE Extrativa

106 610.822 7.774.929 60 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

107 610.678 7.774.813 50 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

108 610.683 7.774.778 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

109 610.709 7.774.721 70 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

110 610.676 7.774.666 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

111 610.676 7.774.611 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

112 610.648 7.774.480 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

113 610.635 7.774.447 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

114 610.625 7.774.354 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

115 610.585 7.774.254 70 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

116 610.603 7.774.226 30 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

117 610.633 7.774.185 20 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

Cava Capitão do Mato

1 614.239 7.773.772 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

2 614.315 7.773.736 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

3 614.349 7.773712 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

4 614.078 7.773.686 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

5 613.729 7.773.899 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

6 614.342 7.774.084 25 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

7 614.005 7.774.084 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

8 614.134 7.774.174 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

9 614.210 7.774.168 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

10 614.680 7.774.113 10 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

694

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69)

PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

OBSERVAÇÕES E N

Cava Capitão do Mato

11 615.069 7.773.897 15 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

12 615.224 7.773.886 25 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

13 614.938 7.773.823 40 Sedimento

avermelhado

Sem vestígios arqueológicos

14 615.113 7.773.800 50 Sedimento

avermelhado

Sem vestígios arqueológicos

15 615.270 7.773.820 90 Sedimento

avermelhado

Sem vestígios arqueológicos

16 615.528 7.773.873 20 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

17 615.567 7.773.792 15 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

18 615.531 7.773.730 40 Cascalho Sem vestígios arqueológicos

19 615.596 7.773.665 60 Sedimento marrom Sem vestígios arqueológicos

20 615.514 7.773.593 60 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

21 615.410 7.773.671 60 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

22 615.238 7.773.729 50 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

23 615.267 7.773.611 90 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

24 615.208 7.773.529 20 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

25 615.321 7.773.475 15 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

26 614.771 7.773.836 40 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

27 614.822 7.773.753 90 Marrom escuro c/ raízes e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

28 615.087 7.774.003 20 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

29 615.372 7.774.098 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

30 615.494 7.774127 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

31 615.490 7.774.067 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

32 615.584 7.774.219 90 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

33 615.599 7.774.147 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

695

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Capitão do Mato

34 615.673 7.774.105 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

35 615.121 7.774.395 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

36 615.064 7.774.370 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

37 614.961 7.774.375 90 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

38 614.916 7.774.432 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

39 614.960 7.774.480 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

40 615.134 7.774.602 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

41 615.051 7.774.707 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

42 614.992 7.774.748 90 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

43 614.905 7.774.814 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

44 614.854 7.774.811 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

45 614.689 7.774.648 70 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

46 614.504 7.774.736 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

47 614.586 7.774.685 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

48 614.391 7.774.628 90 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

49 614.264 7.774.617 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

50 614.544 7.774.600 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

51 615.072 7.774.518 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

52 615.093 7.774.324 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

53 615.220 7.774.300 90 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

54 615.259 7.774.238 50 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

55 615.147 7.774.228 60 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

56 614.631 7.774.176 70 Marrom Escuro Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

696

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69)

PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

OBSERVAÇÕES E N

PDE Boiadeiros

1 616.489 7.776.023 80 Marrom escuro arenoso

com raízes

Sem vestígios arqueológicos

2 616.548 7.776.097 80 Marrom escuro arenoso

com raízes

Sem vestígios arqueológicos

3 616.593 7.776.191 80 Marrom arenoso Sem vestígios arqueológicos

4 616.673 7.776.197 80

Marrom misturado com minério de ferro

cinzento

Sem vestígios arqueológicos

5 616.725 7.776.209 80 Marrom claro areno-

argiloso

Sem vestígios arqueológicos

6 616.487 7.777.285 80 Marrom claro areno

argiloso

Sem vestígios arqueológicos

7 616.303 7.777.196 80 20 cm escuro arenoso e o resto marrom arenoso

Sem vestígios arqueológicos

8 616.684 7.777.016 80 Escuro areno-argiloso Sem vestígios arqueológicos

9 616.639 7.776.537 80 Marrom escuro c/ raízes

e cascalho

Sem vestígios arqueológicos

10 616.548 7.776.477 80 Marrom claro areno-

argiloso

Sem vestígios arqueológicos

11 616.473 7.776.322 80 Marrom avermelhado c/

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

12 616.245 7.776.139 80 Escura arenosa Sem vestígios arqueológicos

13 616.203 7.775.989 80

Escuro nos primeiros 10 cm e o resto

avermelhado

Sem vestígios arqueológicos

14 616.304 7.775.824 80 Marrom claro arenosa Sem vestígios arqueológicos

15 617.062 7.776.628 80 Marrom claro arenosa

com cascalho

Sem vestígios arqueológicos

Barragem Fazenda Velha

1 624.930 7.771.801 20 Marrom com muita

rocha

Sem vestígios arqueológicos

2 624.727 7.771.401 20 Muito cascalho Sem vestígios arqueológicos

3 624.730 7.771.201 40 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

4 624.630 7.771.201 45 Marrom com cascalho Sem vestígios arqueológicos

5 623.430 7.771.701 80 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

697

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69)

PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

OBSERVAÇÕES E N

Barragem Fazenda Velha

6 623.230 7.771.901 80 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

7 623.030 7.770.901 80 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

8 622.930 7.772.101 45 Marrom com raízes e

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

9 622.830 7.771.001 30 Marrom com pedras Sem vestígios arqueológicos

10 622.230 7.770.701 20 Marrom com pedras Sem vestígios arqueológicos

11 622.130 7.770.901 20 Marrom com pedras Sem vestígios arqueológicos

12 622.330 7.770.101 20 Marrom com pedras Sem vestígios arqueológicos

13 622.230 7.770.201 40 Marrom com raízes e

pedras

Sem vestígios arqueológicos

14 622.030 7.769.901 40 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

15 621.830 7.770.001 40 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

16 621.630 7.770.201 40 Marrom com raízes Sem vestígios arqueológicos

Barragem de contenção de finos – Vargem Grande II

1 618.319 7.767.539 80 Marrom clara areno-

argil. Sem vestígios arqueológicos

2 618.322 7.767.498 80 Marrom clara areno-

argil. Sem vestígios arqueológicos

3 618.315 7.767.461 80 Marrom clara areno-

argil. Sem vestígios arqueológicos

4 618.337 7.767.427 80 Marrom arenosa Sem vestígios arqueológicos

5 618.363 7.767.394 80 Marrom arenosa Sem vestígios arqueológicos

6 618.366 7.767.356 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

7 618.393 7.767.371 80 Marrom clara areno-

argil. Sem vestígios arqueológicos

8 618.437 7.767.367 80 Marrom clara areno-

argil. Sem vestígios arqueológicos

9 618.433 7.767.289 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

10 618.467 7.767.255 80 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

698

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Barragem de contenção de finos – Vargem Grande II

11 618.485 7.767.211 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

12 618.477 7.767.177 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

13 618.432 7.767.148 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

14 618.443 7.767.070 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

15 618.514 7.767.114 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

16 618.526 7.767.169 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

17 618.552 7.767.199 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

18 618.538 7.767.244 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

19 618. 523 7.767.303 55 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

20 618.508 7.767.344 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

21 618.479 7.767.374 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

22 618.520 7.767.367 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

23 618.483 7.767.404 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

24 618.449 7.767.445 80 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

25 618.416 7.767.494 80 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

26 618.386 7.767.464 55 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

27 618.390 7.767.531 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

28 618.521 7.767.493 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

29 618.502 7.767.568 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

30 618.510 7.767.627 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

31 618.533 7.767.664 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

32 618.522 7.767.709 90 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

33 618.492 7.767.735 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

699

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Barragem de contenção de finos – Vargem Grande II

34 618.447 7.767.724 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

35 618.406 7.767.691 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

36 618.380 7.767.661 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

37 618.361 7.767. 643 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

38 610.881 7.774.567 80 Marrom averm. com

cascalho

Sem vestígios arqueológicos

39 618.307 7.767.105 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

40 618.186 7.767.255 50 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

41 618.199 7.767.418 60 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

42 618.349 7.767.279 60 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

43 618.516 7.767.491 60 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

44 618.337 7.767.458 80 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

45 618.251 7.767.340 20 Marrom avermelhada -

Cascalho

Sem vestígios arqueológicos

46 618.443 7.767.615 30 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

47 618.449 7.767.410 10 Marrom avermelhada -

Cascalho

Sem vestígios arqueológicos

48 618.428 7.767.341 60 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

49 618.441 7.767.249 40 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

50 618.440 7.767.456 40 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

51 618.316 7.767.536 40 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

52 618.359 7.767.385 20 Marrom clara -

Cascalho

Sem vestígios arqueológicos

53 618.442 7.767.163 60 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

54 618.429 7.767.077 80 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

55 618.503 7.767.123 50 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

56 618.519 7.767.259 50 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

700

Continuação do Quadro 8.174

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N

Barragem de contenção de finos – Vargem Grande II

57 618.498 7.767.559 40 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

58 618.515 7.767.588 60 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

59 618.523 7.767.660 80 Marrom escura

arenosa

Sem vestígios arqueológicos

60 618.384 7.767.675 80 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

61 618.502 7.767.378 60 Marrom escura Sem vestígios arqueológicos

62 618.501 7.767.356 60 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

63 618.495 7.767.335 60 Marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

Foram também realizados caminhamentos e pontos de observação em locais que não puderam ser

prospectados em subsuperfície (Fotos 267 e 268; Quadro 8.175), além de vistoria em afloramentos e

cavidades naturais (Fotos 269 e 270).

QUADRO 8.175 – PONTOS DE OBSERVAÇÃO DE SUPERFÍCIE - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) PELO PROJETO DE PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO COMPLEXO VARGEM GRANDE

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

1 608.983 7.778.771 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

2 609.038 7.778.747 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

3 608.940 7.778.701 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

4 609.055 7.778.670 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

5 608.948 7.778.620 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

6 608.872 7.778.663 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

7 608.855 7.778.587 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

8 608.756 7.778.569 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

701

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

9 608.907 7.778.513 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

10 609.250 7.778.615 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

11 609.173 7.778.641 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

12 609.218 7.778.725 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

13 609.296 7.778.761 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

14 609.337 7.778.774 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

15 609.429 7.778.795 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

16 609.424 7.778.851 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

17 609.499 7.778.815 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

18 609.532 7.778.825 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

19 609.577 7.778.836 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

20 609.625 7.778.847 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

21 609.735 7.778.860 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

22 609.729 7.778.939 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

23 609.138 7.778.497 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

24 609.155 7.778.453 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

25 609.273 7.778.325 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

26 609.307 7.778.272 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

27 609.375 7.778.199 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

28 609.459 7.778.149 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

29 609.510 7.778.047 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

30 609.582 7.777.977 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

31 609.431 7.777.770 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

32 609.382 7.777.671 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

33 609.353 7.777.724 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

702

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

34 609.410 7.777.790 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

35 609.341 7.777.963 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

36 609.124 7.777.877 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

37 609.171 7.778.004 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

38 609.128 7.778.073 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

39 609.024 7.778.204 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

40 608.936 7.778.182 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

41 608.904 7.778.231 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

42 608.903 7.778.294 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

43 608.756 7.778.304 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

44 608.699 7.778.424 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

45 608.645 7.778.366 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

46 609.560 7.777.878 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

47 609.580 7.777.739 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

48 609.478 7.777.956 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

49 608.635 7.778.420 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

50 608.537 7.778.428 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

51 608.799 7.778.192 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

52 608.925 7.778.061 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

53 609.052 7.777.997 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

54 608.922 7.778.388 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

55 609.054 7.778.301 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

56 609.039 7.778.356 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

57 608.886 7.778.403 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

58 608.835 7.778.438 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

703

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

59 609.119 7.778.848 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

60 609.092 7.778.906 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

61 609.023 7.778.868 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

62 609.035 7.778.826 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

63 609.202 7.778.910 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

64 609.289 7.779.006 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

65 609.574 7.778.924 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

66 609.634 7.778.892 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

67 609.816 7.778.909 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

68 609.089 7.778.940 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

69 609.193 7.779.110 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

70 609.093 7.779.089 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

71 609.312 7.779.152 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

72 609.269 7.779.176 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

73 609.535 7.779.307 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

74 609.420 7.779.328 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

75 609.657 7.779.250 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

76 609.516 7.779.225 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

77 609.586 7.779.186 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

78 609.477 7.779.130 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

79 609.127 7.779.288 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

80 609.134 7.779.329 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

81 609.135 7.779.447 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

82 609.074 7.779.337 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

83 609.129 7.779.568 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

704

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

84 609.092 7.779.652 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

85 608.987 7.779.661 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

86 608.853 7.779.640 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

87 608.916 7.779.565 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

88 608.814 7.779.513 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

89 608.841 7.779.465 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

90 608.716 7.779.342 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

91 608.670 7.779.305 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

92 608.566 7.779.272 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

93 609.364 7.779.507 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

94 609.325 7.779.606 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

95 609.185 7.779.764 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

96 609.258 7.779.645 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

97 609.301 7.779.792 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

98 609.143 7.779.905 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

99 609.070 7.779.840 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

100 609.116 7.779.725 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

101 609.274 7.779.913 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

102 608.700 7.779.229 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

103 608.790 7.779.343 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

104 608.841 7.779.248 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

105 608.939 7.779.234 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

106 609.032 7.779.242 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

107 608.598 7.779.169 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

108 608.586 7.779.024 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

705

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

109 608.488 7.778.780 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

110 608.706 7.778.768 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

111 608.863 7.778.839 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

112 608.921 7.778.986 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

113 609.551 7.779.043 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

114 609.668 7.779.055 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

115 609.698 7.778.977 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

116 609.251 7.777.842 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

117 609.270 7.777.922 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

118 609.846 7.777.296 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

119 609.957 7.777.172 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

120 609.900 7.777.145 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

121 609.943 7.777.089 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

122 609.860 7.777.132 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

123 609.838 7.777.201 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

124 610.072 7.777.082 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

125 610.043 7.777.149 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

126 610.129 7.777.147 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

127 610.176 7.777.253 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

128 610.009 7.776.742 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

129 609.890 7.776.644 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

130 610.009 7.776.670 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

131 609.005 7.779.184 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

132 608.918 7.779.155 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

133 608.796 7.779.075 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

706

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N Cava Tamanduá

134 608.768 7.778.963 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

135 608.819 7.778.873 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

136 609.096 7.778.705 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

137 610.216 7.777.144 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

138 610.213 7.777.077 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

139 610.232 7.777.022 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

140 610.315 7.777.056 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

141 610.392 7.777.092 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

142 609.200 7.778.178 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

143 609.295 7.778.124 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

144 609.355 7.778.083 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

145 609.414 7.778.011 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

146 609.134 7.778.231 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

147 609.462 7.778.748 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

148 609.565 7.778.777 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

149 609.407 7.778.680 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

150 609.374 7.778.725 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

151 609.338 7.778.656 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

CAva Capitão do Mato

1 616.020 7.773.469 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

2 615.588 7.773.523 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

3 614.917 7.774.501 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

4 614.681 7.774.592 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

5 615.539 7.775.144 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

6 615.529 7.775.143 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

707

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N

CAva Capitão do Mato

7 615.533 7.775.009 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

8 614.526 7.773.587 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

9 614.538 7.773.620 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

10 614.443 7.773.980 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

11 615.865 7.773.477 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

12 615.670 7.773.450 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

13 615.555 7.773.346 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

14 615.637 7.773.294 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

15 615.669 7.773.244 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

16 615.853 7.773.318 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

17 615.777 7.773.295 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

18 615.690 7.773.599 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

19 615.752 7.773.732 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

20 615.857 7.773.668 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

21 615.639 7.773.970 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

22 615.525 7.773.982 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

23 615.279 7.773.988 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

24 615.027 7.773.956 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

25 614.896 7.773.979 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

26 614.782 7.774.055 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

27 614.633 7.773.964 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

28 614.566 7.773.957 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

29 614.467 7.773.914 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

30 614.227 7.774.033 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

31 614.330 7.773.992 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

32 614.234 7.773.935 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

708

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N

CAva Capitão do Mato

33 614.377 7.773.829 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

34 614.330 7.773.893 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

35 614.189 7.773.846 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

36 614.162 7.773.912 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

37 614.408 7.773.636 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

38 614.464 7.773.729 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

39 614.591 7.773.581 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

40 614.054 7.773.769 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

41 613.985 7.773.726 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

42 613.972 7.773.857 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

43 613.997 7.773.939 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

44 613.857 7.773.886 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

45 614.434 7.774.061 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

46 614.736 7.774.276 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

47 614.806 7.774.174 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

48 614.968 7.774.083 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

49 614.003 7.774.143 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

50 614.202 7.774.096 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

51 614.308 7.774.120 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

52 614.541 7.774.029 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

53 614.613 7.774.034 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

54 614.733 7.774.208 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

55 614.884 7.773.927 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

56 614.947 7.773.908 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

57 614.808 7.773.951 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

58 615.200 7.773.944 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

709

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N

CAva Capitão do Mato

59 614.825 7.773.876 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

60 615.377 7.773.922 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

61 615.399 7.773.802 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

62 615.482 7.773.944 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

63 615.587 7.773.594 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

64 615.152 7.773.634 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

65 614.994 7.773.663 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

66 615.071 7.773.569 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

67 614.765 7.773.707 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

68 614.590 7.773.759 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

69 614.541 7.773.845 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

70 615.297 7.774.039 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

71 615.756 7.774.189 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

72 615.700 7.774.288 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

73 615.731 7.774.354 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

74 615.749 7.774.431 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

75 615.858 7.774.321 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

76 615.483 7.774.360 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

77 615.538 7.774.279 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

78 615.398 7.774.238 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

79 615.321 7.774.291 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

80 615.382 7.774.396 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

81 615.334 7.774.407 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

82 615.424 7.774.448 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

83 615.248 7.774.418 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

84 615.184 7.774.402 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

710

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N

CAva Capitão do Mato

85 615.009 7.774.442 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

86 615.118 7.774.444 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

87 615.141 7.774.522 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

88 614.788 7.774.830 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

89 614.702 7.774.793 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

90 614.762 7.774.708 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

91 614.725 7.774.563 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

92 614.769 7.774.543 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

93 614.628 7.774.841 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

94 614.489 7.774.842 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

95 614.326 7.774.842 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

96 614.289 7.774.770 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

97 614.370 7.774.740 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

98 614.865 7.774.764 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

99 614.920 7.774.704 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

100 614.961 7.774.609 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

101 615.130 7.774.164 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

102 614.649 7.774.259 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

103 614.537 7.774.221 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

104 615.489 7.774.921 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

105 615.421 7.774855 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

106 615.289 7.774.820 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

107 615.261 7.775.022 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

108 615.106 7.775.289 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

109 615.157 7.775.199 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

110 615.203 7.775.170 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

711

Continuação do Quadro 8.175

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K (SAD 69) CARACTERÍSTICAS DO

SOLO OBSERVAÇÕES

E N

CAva Capitão do Mato

111 614.905 7.775.296 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

112 614.943 7.775.396 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

113 614.942 7.775.467 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

114 614.773 7.775.447 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

115 614.801 7.775.388 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

116 614.819 7.775.317 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

117 615.167 7.774.847 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

118 615.109 7.774.932 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

119 615.003 7.774.991 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

120 615.351 7.774.917 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

121 613.873 7.774.190 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

122 613.741 7.774.268 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

123 613.551 7.774.429 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

124 613.211 7.774.502 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

125 613.640 7.774.435 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

126 613.614 7.774.052 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

127 614.445 7.774.177 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

128 614.331 7.774.293 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

129 614.235 7.774.337 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

130 614.217 7.774.267 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

131 614.548 7.774.136 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

132 614.360 7.774.224 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

133 615.637 7.774.385 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

134 615.544 7.775.150 Carapaça de Canga Sem vestígios arqueológicos

Barragem Fazenda Velha

1 621.830 7.770.601 Pedras Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

712

1Caracterização dos elementos de Patrimônio Arqueológico identificados nas Áreas Diretamente

Afetadas (ADA) pelo Projeto de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande

2Cava Tamanduá

Em toda área da expansão da cava Tamanduá foi realizado o caminhamento com observações sobre a

superfície do terreno e os furos-teste foram realizados nos trechos possíveis, em função da maior parte

do terreno ser de canga ou cascalho exposto, o que impossibilita a realização das tradagens de

subsuperfície. Foi também efetuado um caminhamento no ribeirão dos Macacos que, apresenta, hoje,

o leito totalmente seco, à montante da cava. Nesta porção do ribeirão dos Macacos foram

identificadas áreas de antigas explotações minerais, delimitadas por desvios do leito e áreas reviradas.

Nesta área foram vistoriadas as oito cavidades naturais previamente identificadas, em busca de

vestígios de ocupações pretéritas. Todas estas cavidades foram vistoriadas, tendo sido encontrados

vestígios arqueológicos em algumas delas (Anexo 2), descritos a seguir (Quadro 8.176).

Cavidades vistoriadas:

TAMD - 02

TAMD - 03

TAMD - 04

TAMD - 05

TAMD - 06

TAMD - 07

TAMD – 08

TAMD - 09

A caverna TAMD–02 apresenta duas entradas, uma menor e mais iluminada e outra bem maior. Na

menor foram identificados muitos fragmentos de quartzo de pequenas proporções, além de lascas e

fragmentos de lascas (Fotos 261 e 262). Na entrada maior foi possível identificar algumas pequenas

lascas de quartzo em menor quantidade.

Também foram realizadas vistorias em três cavidades localizadas próximo à estrada de acesso ao

Morro do Chapéu. Duas delas (VGD 16 e VGD 17) se localizam no limite da ADA. Nestas cavidades não

foram encontrados vestígios arqueológicos.

Nas proximidades da cavidade TAMD-09 existe uma série de locais abrigados de potencial para

arqueologia. No abrigo sob rocha situado nas coordenadas UTM 23K 609.891/7.777.261 foram

realizados quatro furos-teste. Em dois deles foi detectado carvão em profundidade - até 15cm -, que

pode ser originado de combustão natural da mata em frente. No abrigo sob rocha situado entre as

coordenadas UTM 23K 609.899/7.777.260, também foram realizados furos-teste que não

apresentaram material antrópico.

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

713

A cavidade TAMD-09 possui projeção horizontal estimada em 30m e apresenta potencial para

ocupação humana. Foram identificados vários focos de carvão, constituindo, aparentemente,

estruturas de braseiros. Foram identificados, ainda, fragmentos de lascas de quartzo, além de

fragmentos de louça. A vistoria no local foi interrompida devido a presença de abelhas (Fotos 263 a

265).

Na cavidade TAMD-03 foi identificado material lítico e cerâmico em superfície. O material cerâmico

aparenta se tratar de dois pequenos vasilhames distintos, tendo em vista sua factura e seu

acabamento. O material lítico identificado restringiu-se a pequenas lascas de quartzo hialino e leitoso.

Nas duas sondagens realizadas identificou-se grande concentração de carvão até aproximadamente

6cm (Fotos 266 e 267).

Ressalta-se a presença de pneus velhos possivelmente jogados da estrada vertente abaixo, sendo que

muitos deles se encontram nas proximidades das cavernas.

Na coordenada UTM 23K 609.389/7.779.393, foi identificado um abrigo sob rocha com uma

interessante ocupação de garimpeiros. Tendo em vista o material encontrado, estima-se que este

abrigo serviu de base para estas pessoas, pelo menos até o início dos anos noventa do século passado.

Foram encontrados jornais, instrumentos de garimpagem – tais como pás e latas, além de um livro

escondido em um compartimento entre duas pedras, que trata de história geral, objeto bastante

peculiar de se encontrar em um abrigo de minério de ferro (Fotos 268 a 275). Foram encontradas

também lascas de quartzo, que podem ou não serem oriundos do mesmo período histórico.

A cavidade TAMD-04 possui teto muito baixo com pouca possibilidade para a ocupação humana.

Foram encontrados apenas ossos de animais de pequeno porte em sua porção interna. Nas três

sondagens realizadas na parte externa não foi identificado nenhum material arqueológico.

Entre as cavidades TAMD-04 e TAMD-05 (nas coordenadas UTM 23K 608.952/7.778.324), foi

identificado um local abrigado com potencial para ocupações humanas, apesar da acentuada

declividade do piso em área abrigada. Foram realizadas seis sondagens, tendo sido identificado em

uma delas, duas pequenas lascas de quartzo hialino.

Ainda no mesmo trecho foi identificado outro abrigo (UTM 23K 608.915/7.778.272), também com

potencial arqueológico. Nos quatro furos realizados foram encontrados apenas carvões, podendo

tratar-se de queima natural da mata em frente.

A cavidade TAMD-05 se apresenta bastante confortável para ocupação humana, com piso

parcialmente plano e altura suficiente para manter um indivíduo abrigado. Na superfície do solo,

foram identificados fragmentos de quartzo e nas quatro sondagens realizadas dentro e fora da

caverna, não foi identificado material arqueológico (Fotos 276 e 277).

A cavidade TAMD-06 é bastante baixa e pouco abrigada em toda sua extensão. Possui pouca

possibilidade de ocupação humana.

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

714

A cavidade TAMD-07 possui teto baixo, mas com relativo conforto para uma ocupação humana. Da

parte próxima à entrada até o meio aproximado da caverna, foram encontrados vários carvões

esparsos, que podem ter origem natural proveniente de incêndios em áreas próximas. Foram

identificados fragmentos de louça branca de aparência recente, inclusive com desenhos de flores

vermelhas, cacos de vidro transparentes, verdes e marrons, um gargalo do que seria uma garrafa de

cerveja e algumas pedras de quartzo sem indícios claros de lascamento (Fotos 278 a 283). Estes

fragmentos de quartzo estão concentrados mais próximo à entrada, em um trecho em que a área

interna da caverna é mais alto e mais iluminado.

A cavidade TAMD-08 possui entrada bastante baixa. Em seu interior, o sedimento é completamente

estéril, indicando não ter ocorrido ocupação antrópica.

Além das cavidades vistoriadas, nos trechos a céu aberto percorridos foram identificados vestígios de

garimpo antigo (Anexos 1 e 2; Quadro 8.176).

QUADRO 8.176 – LISTAGEM DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS HISTÓRICOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DA CAVA TAMANDUÁ

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N

T1 609.442 7.778.836 - Vestígios de antiga exploração

mineral (desvios e áreas reviradas)

T2 609.725 7.778.879 - Vestígios de antiga exploração

mineral (desvios e áreas reviradas)

T3 609.500 7.778.843 - Vestígios de antiga exploração

mineral (desvios e áreas reviradas)

T4 609.222 7.778.669 - Vestígios de antiga exploração

mineral (desvios e áreas reviradas)

T5 609.345 7.777.691 TAMD-02 Cavidade com presença de material

lítico lascado e carvões

T6 609.902 7.777.204 TAMD-09 Cavidade com presença de quartzo lascado, carvões e material histórico

T7 608.943 7.778.347 TAMD-03 Cavidade com presença de material

lítico e cerâmico

T8 609.264 7.777.721 TAMD-07

Cavidade com presença de material lítico lascado, carvões e material

histórico

2Expansão PDE Extrativa

Na área em que será executada a ampliação da PDE Extrativa e de seu dique de contenção de

sedimentos foram realizados caminhamento e tradagens, tendo sido identificados alguns muros de

pedras, a maioria para contenção de barrancos laterais de uma pequena drenagem que deságua no

ribeirão Capitão da Mata (Foto 284), áreas de revirados e alguns desvios do curso natural da

drenagem, visando à cata de ouro, que revelam técnicas de mineração de aluvião (Anexos 1 e 2;

Quadro 8.177).

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

715

Foram identificadas três intervenções no solo, de formato retangular, uma com 3m de comprimento e

1m de largura e as outras duas com 2m de comprimento por 1m de largura, possivelmente para a

produção de carvão (Foto 285), além de vestígios da parede circular de um forno de carvão (Foto 286).

Há também alguns cortes no barranco, semelhantes a estruturas de estradas, além de pontos de

possíveis prospecções minerais sobre os quais não é possível estimar a época em que teriam sido

realizados.

QUADRO 8.177 – LISTAGEM DOS VESTÍGIOS ARQUOLÓGICOS HISTÓRICOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DA EXPANSÃO DA PDE EXTRATIVA

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N E1 610.678 7.774.813 Muro de pedras

E2 610.802 7.775.047 Intervenção no solo de formato retangular

E3 610.683 7.774.778 Barranco com escoramentos laterais de pedras

E4 610.648 7.774.480 Corte no barranco

E5 611.720 7.774.389 Fornos de carvão

E6 611.696 7.774.388

Intervenções no solo de formato retangular

E7 611.648 7.774.480

2Cava Capitão do Mato

A área da cava Capitão do Mato apresenta solo composto por carapaça de canga, o que impossibilitou

a realização de furos-teste em quase toda área. Os pontos de parada e observação foram

georreferenciados e as cavidades naturais identificadas pela equipe de espeleologia foram vistoriadas,

tendo sido realizados furos-teste em seu interior e em áreas próximas às entradas.

Nesta área foram vistoriadas as 14 cavidades naturais previamente identificadas pela equipe de

espeleologia. Todas estas cavidades foram vistoriadas, tendo sido encontrados vestígios

arqueológicos em algumas delas (Anexos 1 e 2), descritos a seguir (Quadro 8.178).

Cavidades vistoriadas:

CPMT-06

CPMT-07

CPMT-08

CPMT-09

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA

716

CPMT-10

CPMT-11

CPMT-12

CPMT-13

CPMT-14

CPMT-15

CPMT-16

CPMT-17

CPMT-18

CPMT-19

A cavidade CPMT-06 está situada na margem de uma drenagem seca. Em frente à sua boca há um

patamar abrigado relativamente confortável para uma estada rápida. O acesso a esta caverna é

bastante encaixado, talvez por isso a inexistência de material arqueológico, tanto em superfície

quanto nos cinco furos-teste realizados no local.

Nas proximidades há um abrigo (UTM 23K 614.102/7.774.098) que apresenta teto baixo com pouca

possibilidade de ocupação humana. Outro abrigo (UTM 23K 614.112/7.774.100) apresenta piso

bastante inclinado, apesar de ser amplo. Em função da inclinação de seu piso, é pouco provável que se

encontrem vestígios de uma possível ocupação humana pretérita. Há ainda três outros abrigos (UTM

23K 614.723/7.774.056) em uma ruptura da canga, nos quais foram realizados furos-teste, que não

apresentaram material arqueológico.

A cavidade CPMT-07 é uma fenda bastante estreita onde era o leito do rio, sendo assim impossível seu

uso para ocupação humana.

Próximo a essa cavidade existe um abrigo (UTM 23K 614.554/7.773.575) no leito do rio, no qual não foi

identificado material arqueológico.

A cavidade CPMT-08 apresenta interior com teto alto sendo que, em alguns pontos, é possível que

uma pessoa fique em pé em seu interior e clarabóia. Na área mais ao fundo, uma passagem mais

apertada leva até a um salão menor e mais baixo em área já afótica. Toda a área iluminada foi

vistoriada, tendo sido realizados oito furos-teste na área interna da caverna e três na área externa. Foi

identificado apenas um seixo de quartzo de procedência indeterminada, tendo em vista não haver

veios deste material na área interna da cavidade.

A cavidade CPMT-09 é uma fenda entre dois blocos de rocha. O local é muito pouco abrigado para

uma ocupação humana. Em suas proximidades existem mais três abrigos com maior potencial para

ocupação humana. Foram realizados três furos-teste na caverna e em dois dos abrigos, sem ocorrência

de material arqueológico.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA

717

A cavidade CPMT-10 possui projeção horizontal de 5,5m, apresentando potencial para ocupação

antrópica. Foram realizados seis furos-teste, sendo quatro internos e dois externos, não tendo sido

encontrado nenhum indício de ocupação pretérita.

Existe um abrigo bem próximo a esta cavidade (UTM 23K 615.498/7.774.283), no qual não foram

identificados vestígios arqueológicos.

A cavidade CPMT-11 apresenta uma discreta entrada e se desenvolve para uma área de teto bastante

baixo. Esta cavidade apresenta baixo potencial para arqueologia.

A cavidade CPMT-12 é pouco abrigada e possui piso bastante irregular, sendo pouco confortável para

ocupação humana.

A cavidade CPMT-13 possui salão com três entradas, uma muito pequena e duas de dimensões

maiores. Na parte mais próxima ao piso, há um pequeno compartimento. Em superfície, na área

interna da caverna, foram observados carvões desde a superfície até 5cm de profundidade. Tendo em

vista que uma das entradas da caverna é mais alta que o interior da cavidade, estes carvões podem ter

entrado de maneira natural, apesar de terem sido encontrados a até 2m da entrada. Foram realizados

sete furos-teste, sendo cinco na parte interna e dois na externa, tendo sido encontrado apenas focos

de carvão na superfície.

A cavidade CPMT-14 é ampla com duas entradas, sendo que uma delas dá acesso a um salão. No

interior de uma das entradas foram identificados cacos de louça branca. Esta caverna apresenta um

potencial para ocupação humana. Foram realizados oito furos-teste, sendo dois externos e seis no

interior dos dois salões, sem apresentar vestígios arqueológicos.

A cavidade CPMT-15 apresenta entrada pequena e se desenvolve para um salão. Há carvões esparsos,

possivelmente vindos de fora. Foi identificado apenas um caco de vidro com aparência bastante

recente. Nos furos-teste realizados não foi identificado material arqueológico.

A cavidade CPMT-16 possui teto bastante baixo com pouca possibilidade de ocupação humana.

A cavidade CPMT-17 apresenta área abrigada de proporções reduzidas, mas com potencial para

ocupação humana. Foram realizados três furos-teste sem, contudo, apresentar material arqueológico.

Outro abrigo próximo (UTM 23K 615.526/7.775.049) é amplo e confortável para ocupação humana,

apesar de estar inserido em uma vertente bastante inclinada. Foram realizados três furos-teste, que

não apresentaram material arqueológico, apesar de seu potencial.

A cavidade CPMT-18 é bastante estreita e pouco propícia à ocupação humana. Nos três furos-teste

realizados, não foi observado material arqueológico.

A cavidade CPMT-19 é ampla e espaçosa, com solo bastante escuro. Foram identificados em seu

interior alguns fragmentos de quartzo e fragmentos de louça branca. Nos três furos realizados foram

encontrados focos de carvão a até aproximadamente 8cm de profundidade.

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718

Foi também identificado um abrigo (UTM 23K 611.491/7.774.501) bastante confortável para ocupação

humana. Foram identificados, em seu interior, fragmentos de louça branca, de factura aparentemente

recente. Este abrigo apresenta potencial para ocupação humana. Foram realizados seis furos-teste na

parte abrigada e dois na parte externa, não tendo sido evidenciado nenhum material arqueológico

nos furos. Foram identificados alguns carvões esparsos em superfície, que podem ter entrado na parte

abrigada por meio de uma clarabóia.

Ressalta-se que algumas dessas cavidades, apesar de não terem apresentado indícios de ocupações

pretéritas, apresentam potencial para ocupação humana, tendo em vista suas características

morfológicas.

Na AID, na porção SE da área da Cava Capitão do Mato, há um importante conjunto histórico

composto por ruínas de casas (Foto 287) e uma ponte pênsil, hoje em desuso (Fotos 288 a 292).

Esse conjunto merece atenção por se tratar de registro histórico. Trata-se de duas casas

confeccionadas por tijolos de adobe, com portas e janelas de madeira, no estilo inglês, típicos do

início do século XX. A ponte que atravessa o rio do Peixe, ainda está em bom estado de conservação,

podendo ser utilizada.

O conjunto provavelmente faz parte da Vila Inglesa (Usina E) que se encontra, ainda em uso e

parcialmente conservada, situada do outro lado do cânion do rio do Peixe (AII), descrita anteriormente

no item 8.4.6.3.

QUADRO 8.178 – LISTAGEM DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DA CAVA CAPITÃO DO MATO

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N

CM1 615.510 7.774.991 CPMT-19

Cavidade com presença de material lítico lascado e focos de carvão (sítio

arqueológico Capitão do Mato 1)

CM2 615.137 7.775.232 CPMT-14

Cavidade com presença de carvões e material histórico (sítio

arqueológico Capitão do Mato 2)

CM3 614.870 7.774.498 CPMT-08

Cavidade com presença de material lítico de procedência indeterminada (sítio arqueológico Capitão do Mato

3)

CM4 616.078 7.773.394 - Vila Inglesa

CM5 616.508 7.773.440 - Ponte pênsil

CM6 616.522 7.773.405 - Habitação 1

CM7 616.510 7.773.386 - Habitação 2

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719

2PDE Boiadeiros

Na área em que será implantada a PDE Boiadeiros foram identificados diversos vestígios e estruturas

arqueológicas, representados por canais de adução, muros de pedras, áreas de cata, além fragmento

de louça e um quebra-coco, descritos a seguir.

Os principais vestígios evidenciados nessa área são associados a canais de adução, tendo sido

evidenciado um grande canal, com vários trechos escorados com pedras, cujo trecho inicial está

situado em meia vertente (Fotos 293 a 296).

Em uma parte do canal foi identificado um marco de divisa de propriedade com as inscrições MV.

Marcos semelhantes estão distribuídos por diversos pontos das serras da Moeda, Rola Moça e na

região do pico do Itabirito, tratando-se certamente, dos marcos da Companhia de Mineração Morro

Velho.

Também foram identificados: um pequeno fragmento de louça branca (Foto 297), com filete dourado,

possivelmente oriundo do início do século XX (UTM 23K 615.303/7.776.367); um bloco de quebra-

cocos provavelmente histórico (UTM 23K 615.362/7.776.213); cercas antigas de madeira de lei (UTM

23K 615.322/7.776.210); além de escoramentos de pedras no leito do ribeirão que deságua no córrego

dos Mendes (Foto 298) (UTM 23K 615.391/7.776.216; 615.436/7.776.221; 615.509/7.776.22;

615.702/7.776.495) e escoramentos de canais de adução (Fotos 299 e 300).

Nas margens do córrego dos Mendes foram identificadas estruturas de mineração (Fotos 301 e 302),

possivelmente dos séculos XVIII e XIX, tais como um pequeno muro de pedras para contenção da

lateral do barranco (UTM 23K 615.088/7.776.910), e um local onde o rio foi desviado por meio de

estruturas de pedras (UTM 23K 615.270/7.776.924).

Os pontos de parada e observação foram georreferenciados e as cavidades naturais identificadas pela

equipe de espeleologia foram vistoriadas, tendo sido realizados furos-teste em seu interior e em áreas

próximas às entradas.

Nesta área foram vistoriadas duas cavidades naturais previamente identificadas pela equipe de

espeleologia, não tendo sido identificados vestígios nas mesmas.

Cavidades vistoriadas:

CPMT-03

CPMT-05

A cavidade CPMT-03 está situada no curso de água, sem a mínima possibilidade de ocupação

pretérita.

A cavidade CPMT-05 se situa na meia vertente de uma colina suave. Dentro da cavidade não foi

identificado nenhum indício de material arqueológico, tanto na superfície quanto nas seis sondagens

realizadas (Fotos 303 e 304).

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720

Ao lado dessa caverna (CPMT-05), um desmoronamento, possivelmente ocasionado por garimpagem,

formou um abrigo que segue o veio de quartzo inserido na rocha. Toda a vertente abaixo dessa

cavidade apresenta revirados atribuídos, possivelmente, a antigas atividades de mineração -

denominadas “Garimpo Boiadeiro” (Fotos 305 a 307).

Os vestígios arqueológicos encontrados na área da PDE Boiadeiros são descritos a seguir (Anexo 8 e

Quadro 8.179).

QUADRO 8.179 – LISTAGEM DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DA PDE BOIADEIROS

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N

B1 615.711 7.776.092 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B2 615.709 7.776.090 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B3 615.705 7.776.091 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B4 615.702 7.776.091 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B5 615.695 7.776.085 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B6 615.684 7.776.075 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

BB 615.675 7.776.059 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B8 615.667 7.776.047 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B9 615.657 7.776.021 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B10 615.605 7.776.041 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B11 615.600 7.776.049 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B12 615.577 7.776.042 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B13 615.560 7.776.019 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B14 615.549 7.776.014 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B15 615.518 7.776.016 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B16 615.512 7.776.007 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B17 615.476 7.776.016 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

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721

Continuação do Quadro 8.179

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS E N

B18 615.464 7.776.025 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B19 615.460 7.776.030 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B20 615.447 7.776.067 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B21 615.420 7.776.099 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B22 615.403 7.776.126 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B23 615.371 7.776.156 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B24 615.364 7.776.155 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B25 615.350 7.776.152 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B26 615.342 7.776.145 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B27 615.341 7.776.129 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B28 615.344 7.776.125 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B29 615.335 7.776.137 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B30 615.330 7.776.144 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B31 615.320 7.776.148 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B32 615.298 7.776.223 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B33 615.302 7.776.243 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B34 615.305 7.776.252 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B35 615.308 7.776.290 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B36 615.308 7.776.298 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B37 615.306 7.776.312 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B38 615.337 7.776.333 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B39 615.349 7.776.321 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

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722

Continuação do Quadro 8.179

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS E N

B40 615.360 7.776.307 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B41 615.370 7.776.304 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B42 615.383 7.776.303 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B43 615.048 7.776.613 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B44 615.021 7.776.652 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B45 614.954 7.776.672 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B46 614.949 7.776.676 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B47 614.914 7.776.675 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B48 614.896 7.776.666 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B49 614.893 7.776.666 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B50 614.848 7.776.663 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B51 614.797 7.776.671 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B52 614.766 7.776.676 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B53 614.751 7.776.682 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B54 614.714 7.776.686 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B55 614.695 7.776.700 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B56 614..669 7.776.698 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B57 614.642 7.776.733 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B58 614.611 7.776.734 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B59 614.592 7.776.742 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B60 614.580 7.776.747 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B61 614.550 7.776.735 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA

723

Continuação do Quadro 8.179

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS E N

B62 614.534 7.776.704 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B63 614.547 7.776.717 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B64 614.532 7.776.694 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B65 615.788 7.775.960 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B66 615.806 7.775.938 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B67 615.820 7.775.929 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B68 615.828 7.775.928 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B69 615.832 7.775.927 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B70 615.835 7.775.922 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B71 615.840 7.775.917 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B72 615.853 7.775.898 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B73 615.846 7.775.901 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B74 615.848 7.775.901 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B75 615.851 7.775.896 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B76 615.852 7.775.894 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B77 615.862 7.775.873 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B78 615.866 7.775.863 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B79 615.868 7.775.858 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B80 615.864 7.775.847 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B81 615.855 7.775.839 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B82 615.853 7.775.836 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B83 615.849 7.775.800 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

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724

Continuação do Quadro 8.179

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DENOMINAÇÃO ESPELEOLÓGICA

DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS E N

B84 615.829 7.775.780 - Trecho de canal em alvenaria

de pedras

B85 615.303 7.776.367 - Louça histórica

B86 615.391 7.776.216 - Escoramento córrego dos

Mendes

B87 615.436 7.776.221 - Escoramento córrego dos

Mendes

B88 615.509 7.776.223 - Escoramento córrego dos

Mendes

B89 615.702 7.776.495 - Escoramento córrego dos

Mendes

B90 614.604 7.776.739 - Marco de Divisa Morro Velho

B91 615.088 7.776.910 - Escoramento córrego dos

Mendes

B92 615.270 7.776.924 - Escoramento córrego dos

Mendes

B93 614.905 7.776.252 - Garimpo boiadeiro

2Barragem Fazenda Velha

Na área onde deverá ser implantada a Barragem Fazenda Velha foram identificados vestígios do

garimpo de ouro que ocorreu entre os séculos XVIII e XIX e, provavelmente, nas primeiras décadas do

século XX, quase exclusivamente nas margens do córrego Fazenda Velha e de alguns de seus

tributários (Anexo 8 - Figuras 8.97 e 8.98). Trata-se de restos de estruturas de pedras (muros e

barramento) ou de canais cortadas no solo, usados para conter ou conduzir a água ou mesmo para

conter o acúmulo do cascalho já revirado em busca de metais preciosos.

Os vestígios encontram-se, algumas vezes, aparentemente desconectados. É possível que essa

desconexão tenha sido produzida pela ação de soterramento e desmantelamento, causado, em geral,

pela ação da água de chuva e/ou por raízes da vegetação ao longo do tempo.

Os blocos rochosos que compõem as estruturas são, em alguns casos, de tamanho, formato e

composição diferentes, seja por adequação aos objetivos aos quais se prestavam seja por

disponibilidade local ou regional de matéria-prima. Os blocos rochosos de canga são arredondados,

os blocos de quartzito são mais achatados e há, também, seixos arredondados de quartzo (estes

aparentemente maiores e mais pesados que os demais) [Fotos 307 e 308].

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

727

Ainda no córrego Fazenda Velha, a menos de 200m de seu leito, existe um conjunto de estruturas de

pedras (denominado neste relatório como Ruínas do Córrego Fazenda Velha), aparentemente restos de

estruturas de moradia e/ou serviço (Fotos 310 a 323), composto por muros e paredes, alguns com

quase 3m de altura e 30m de comprimento (Figura 8.99 e Fotos 309 e 310). Algumas destas estruturas

possuem quase 1m de largura. Características como robustez e dimensões avantajadas, denotam um

grande investimento que indica ocupação por um tempo mais longo – não se trata de uma

construção de caráter provisório.

FIGURA 8.99 – RUÍNAS DO CÓRREGO FAZENDA VELHA - CROQUI DA DISTRIBUIÇÃO DO CONJUNTO DE ESTRUTURAS

Desenho: Márcio Alonso Lima.

LEGENDA

Blocos de rocha

Estrutura de pedras desabada

Trecho sem blocos em superfície – possível traçado e continuidade

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

728

Além das paredes e muros, foi possível identificar apenas a possível composição do telhado, através

de fragmentos de telha colonial, encontrados junto às ruínas de pedra.

Não foram encontrados, até o momento, vestígios do(s) acesso(s) (estradas ou caminhos) que

levassem àquela construção no momento de seu funcionamento.

Na área da barragem Fazenda Velha há, também, a edificação sede da Fazenda Velha, em processo de

arruinamento, situada na margem direita do córrego Fazenda Velha, já descrita no item 8.4.6.4

(Descrição dos locais vistoriados a partir das indicações dos entrevistados).

A seguir é apresentada a relação dos vestígios identificados na área da Barragem Fazenda Velha com

suas respectivas coordenadas (Quadro 8.180).

QUADRO 8.180 – LISTAGEM DOS VESTÍGIOS ARQUOLÓGICOS HISTÓRICOS IDENTIFICADOS NA ÁREA DA BARRAGEM FAZENDA VELHA

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N FV1 623.612 7.771.258 Forno de carvão

FV2 623.497 7.771.259 Forno de carvão

FV3 623.561 7.771.171 Possível corte de garimpo

FV4 623.568 7.771.163 Canal com escoramento de pedras em ambas as paredes

FV5 623.572 7.771.162 Escoramento de amontoado de pedras

FV6 623.589 7.771.168 Escoramento de amontoado pedras

FV7 623.603 7.771.141 Escoramento de amontoado de pedras

FV8 623.616 7.771.157 Escoramento de amontoado de pedras

FV9 623.638 7.771.190 Corte na rocha

FV10 623.287 7.771.123 Escoramento de amontoado de pedras

FV11 623.225 7.771.087 Escoramento de parte da margem direita do córrego Fazenda

Velha

FV12 622.944 7.771.002 Canal estreito escorado por pedras em ambas as paredes

FV13 622.890 7.770.952 Canal escorado por pedras

FV14 622.930 7.770.985 Escoramento com muro de pedra

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

729

Continuação do Quadro 8.180

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N FV15 622.915 7.770.956 Escoramento com muro de pedra

FV16 622.678 7.770.781 Pequena ponte de madeira sobre um canal

FV17 622.704 7.770.787 Forno de carvão

FV18 622.573 7.770.659 Amontoado de cascalho escorado por grandes seixos

FV19 622.638 7.770.700 Resto de canais assoreados e amontoados de cascalho

FV20 622.707 7.770.724 Canal escorado com grandes seixos de quartzo

FV21 622.702 7.770.700 Resto de canais assoreados e amontoados de cascalho

FV22 622.851 7.770.893 Canais com escoramentos de pedras e amontoados

FV23 622.875 7.770.912 Canais com escoramentos de pedra e amontoados

FV24 623.166 7.771.053 Amontoado de cascalho

FV25 623.537 7.771.161 Canal estreito e profundo, cortado na rocha

FV26 623.274 7.771.034 Possível barragem de terra próxima a amontoados de pedra

escorados por grandes seixos

FV27 623.243 7.771.004 Muro e possível barragem com terra e seixos

FV28 623.690 7.771.143 Canal cortado na terra ao lado córrego - estende-se por

aproximadamente 50m (margem esquerda)

FV29 623.729 7.771.116 Canal com escoramento de pedras chegando ao córrego

FV30 623.717 7.771.099 Parte profunda e estreita do canal

FV31 623.817 7.771.063 Canal com escoramento de pedras

FV32 623.804 7.771.056 Canal escorado por grandes seixos

FV33 623.775 7.771.052 Canal escorado por pedras

FV34 623.748 7.771.041 Ponto máximo onde são evidenciados vestígios do canal

FV35 623.827 7.771.040 Área com remexido e resto de canal

FV36 623.809 7.771.026 Fim da área com remexidos e canais

FV37 624.406 7.771.143 Revirado de cascalho ME

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

730

Continuação do Quadro 8.180

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N

FV38 624.314 7.771.101 Parte larga de canal cortado na rocha ME

FV39 624.276 7.771.094 Vestígio de canal a poucos metros do rio ME

FV40 624.233 7.771.098 Vestígio de canal ME

FV41 624.269 7.771.070 Parte de canal cortado na terra

FV42 624.299 7.771.080 Parte de canal cortado na terra

FV43 624.341 7.771.085 Parte de canal cortado na terra

FV44 624.358 7.771.100 Parte de canal cortado na terra

FV45 624.373 7.771.125 Parte de canal cortado na terra

FV46 624.413 7.771.132 Parte de canal cortado na terra

FV47 624.414 7.771.131 Parte de canal cortado na terra

FV48 625.574 7.771.541 Canal muito assoreado cortado na terra (margem esquerda).

FV49 625.284 7.771.319 Canal muito assoreado em parte cortado na terra, outra cortado na

rocha

FV50 625.108 7.771.221 Corte no barranco para instalação de canal (margem esquerda).

FV51 624.968 7.771.258 Área com vestígio de canal cortado na rocha

FV52 623.492 7.771.215 Escoramento na parede esquerda de um canal

FV53 623.558 7.771.171 Corte/canais (margem esquerda).

FV54 623.569 7.771.165 Córrego escorado em ambas as margens

FV55 623.586 7.771.159 Canais escorados em ambas as paredes

FV56 623.281 7.771.132 Muro de escoramento de estéril perpendicular a canal de desvio

das águas da Fazenda Velha

FV57 622.935 7.770.982 Canal escorado nas duas paredes, a 20 metros do córrego Fazenda

Velha

FV58 622..903 7.770.967 Pequeno canal, penúltimo de uma série de cinco que se sucedem à jusante na do córrego Fazenda Velha, escorado nas duas paredes

FV59 622.902 7.770.953 Canal com escoramentos em processo de desabamento na parede

direita

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

731

Continuação do Quadro 8.180

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N

FV60 622.681 7.770.775 Escoramento (margem direita de afluente do córrego Fazenda

Velha, a 100 metros deste.

FV61 622.732 7.770.746 Escoramento de pedras para amontoado de cascalho

FV62 622.917 7.770..935 Canal escorado por pedras dos dois lados

FV63 622.927 7.770.935 Canal escorado por pedras dos dois lados

FV64 623.224 7.771.008 Escoramento na margem esquerda de drenagem

FV65 623.227 7.771.035 Canal escorado por pedras em ambas as paredes

FV66 623.813 7.771.133 Escoramento de barranco por muro de pedra

FV67 623.776 7.771.123 Canal cortado na terra

FV68 623.732 7.771.139 Canal cortado na terra, hoje usado como drenagem

FV69 621.964 7.770.364 Estrutura em alvenaria de pedra

FV70 621.943 7.770.400 Compartimento da ruína com setor rebaixado

FV71 621.964 7.770..365 Muro que se estende por aproximadamente 30m e possui cerca de

3m de altura

FV72 621.971 7.770.388 Extremidade norte do muro

FV73 621.948 7.770.403 Ruínas do Córrego Fazenda Velha

FV74 622.088 7.770.527 Escoramento de amontoado

FV75 622.203 7.770.519 Barragem de pedra e terra

FV76 622.203 7.770.531 Muro de escoramento de parede frontal de canal

FV77 622.199 7.770.507 Escoramento de amontoado

FV78 621.583 7.770.526 Furo em terra marrom escura com raízes e folhas

FV79 621.530 7.770.477 Escoramento de amontoado na margem direita do córrego

FV80 621.499 7.770.435 Sequência escalonada de três escoramentos

FV81 621.485 7.770.445 Escoramento de ambas as margens do córrego

FV82 621.469 7.770.427 Escoramento de ambas as margens do córrego

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

732

Continuação do Quadro 8.180

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N

FV83 621.458 7.770.405 Furo em terra marrom com raízes

FV84 621.443 7.770.397 Possível canal assoreado cortado na terra

FV85 621.434 7.770.405 Possível canal assoreado cortado na terra

FV86 621.430 7.770.441 Possível canal assoreado cortado na terra

FV87 622.552 7.770.649 Área muito assoreada com vestígio de canal

FV88 620.596 7.771.496 Área muito assoreada com vestígio de canal

FV89 620.567 7.771.520 Área muito assoreada com vestígio de canal

FV90 623.229 7.771.093 Escoramento de pedra para amontoado de cascalho

FV91 623.185 7.771.082 Resto de escoramento de pedra para amontoado de cascalho

FV92 623.155 7.771.055 Resto de escoramento de pedra para amontoado de cascalho

FV93 622.787 7.770.833 Escoramento próximo à margem direita do córrego Fazenda Velha

FV94 622.545 7.770..650 Canal escorado por pedras em ambos os lados

FV95 622.709 7.770.731 Canal escorado por pedras em ambos.

FV96 622.841 7.770.884 Ponto na entrada da bacia que finaliza um canal com partes

escoradas

FV97 622.842 7.770.901 Canal escorado dos dois lados logo após as abelhas (rio abaixo)

FV98 622.855 7.770.896 Bacia de acumulo de água ao lado do canal acima descrito

FV99 622.896 7.770.931 Canal escorado por pedras dos dois lados

FV100 622.926 7.770.924 Canal escorado por pedras dos dois lados

FV101 623.534 7.771.164 Corte tipo “trincheira”, em diagonal com o curso do córrego

Fazenda Velha na margem direita, divergente à jusante

FV102 624.407 7.771.128 Canal escorado em ambos os lados

FV103 624.414 7.771.071 Canal escorado por pedras em ambos os lados

FV104 623.725 7.771.111 Canal sem escoramento

FV105 623.736 7.771.069 Canal de adução

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA

733

Continuação do Quadro 8.180

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N FV106 623.798 7.771.058 Degraus de pedra

FV107 623.804 7.771.058 Canal escorado por pedras em ambos os lados

FV108 623.718 7.771.138 Canal cortado na terra

FV109 623.770 7.771.090 Canal cortado na terra

FV110 624.434 7.771.051 Barragem em nível superior ao do córrego Fazenda Velha, a cerca

de 30m do leito do córrego.

FV111 621.021 7.769.933 Casa sede da Fazenda Velha

2Dique de contenção de finos – Vargem Grande II

Na área em que será implantada a Barragem de contenção de finos – Vargem Grande II, foram

realizados caminhamentos e tradagens em toda vertente e nas proximidades do córrego Vargem

Grande (Fotos 324 a 325). Essa área já se encontra bastante revirada devido ao plantio de eucalipto e à

instalação de uma estrada. Não foram identificados quaisquer vestígios de interesse arqueológico.

8.4.6.6. Resultados do Diagnóstico Arqueológico do córrego dos Andaimes (alternativa de

projeto)

Na área de alternativa de projeto situada no córrego dos Andaimes, primeira drenagem a sul do

córrego Fazenda Velha, foram identificados diversos vestígios de estruturas e de conjuntos de

estruturas relacionadas a diversos momentos de ocupação histórica. O registro desses vestígios,

importantes para a contextualização da ocupação pretérita da região na qual se insere o

empreendimento e também na compreensão da ocupação do córrego Fazenda Velha, é apresentado

a seguir.

1Levantamento sistemático e caracterização dos elementos de Patrimônio Arqueológico

identificados no córrego dos Andaimes

Ao longo das vertentes e do leito do córrego dos Andaimes, foi identificado um número significativo

de vestígios do garimpo de ouro que ocorreu entre os séculos XVIII, XIX e, provavelmente, nas

primeiras décadas do século XX (Anexo 8; Figuras 8.100 a 8.103). Estes vestígios foram identificados

em superfície, a partir do caminhamento e pontos de observação na área, visto que a totalidade das

tradagens não resultou na identificação de vestígios.

2Levantamento sistemático

Durante o levantamento sistemático foram realizadas tradagens nos locais onde a ausência de rocha e

a declividade permitiram a aplicação desta técnica, tendo sido executadas 118 tradagens na área

bacia do córrego dos Andaimes (Quadro 8.181). A partir dessa malha de tradagens de subsuperfície

não foi identificado nenhum vestígio de ocupação pretérita.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA

734

QUADRO 8.181 – RESULTADOS DO LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO REALIZADO NO CÓRREGO DOS ANDAIMES

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO SOLO OBSERVAÇÕES

E N BArragem Andaimes

1 623.002 7.768.888 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

2 622.931 7.768.887 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

3 622.850 7.768.888 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

4 622.792 7.768.882 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

5 622.671 7.768.856 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

6 622.639 7.768.934 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

7 622.328 7.768.918 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

8 622.254 7.768.854 80 Argiloso Marrom Sem vestígios arqueológicos

9 622.092 7.768.735 60 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

10 622.066 7.768.684 60 Marrom claro com pedras Sem vestígios arqueológicos

11 622.048 7.768.687 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

12 621.802 7.768.545 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

13 621.806 7.768.536 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

14 622.607 7.768.982 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

15 622.610 7.768.985 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

16 623.094 7.769.157 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

17 623.089 7.769.161 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

18 621.896 7.768.796 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

19 621.851 7.768.842 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

20 621.809 7.768.771 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

21 621.795 7.768.751 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

22 621.902 7.768.981 50 Marrom com seixos Sem vestígios arqueológicos

23 621.827 7.768.961 60 Marrom com seixos Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

735

Continuação do Quadro 8.181

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO SOLO OBSERVAÇÕES

E N Barragem Andaimes

24 621.803 7.768.931 90 Marrom claro com raízes Sem vestígios arqueológicos

25 621.458 7.767.937 80 Marrom claro com raízes Sem vestígios arqueológicos

26 621.458 7.767.937 70 Marrom claro com raízes Sem vestígios arqueológicos

27 625.061 7.769.641 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

28 625.029 7.769.618 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

29 622.483 7.768.971 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

30 622.443 7.768.965 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

31 622.167 7.768.807 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

32 622.056 7.768.679 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

33 622.176 7.768.809 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

34 621.564 7.768.510 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígiosarqueológicos

35 621.658 7.768.539 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

36 622.588 7.768.974 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

37 622.628 7.769.001 60 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

38 622.624 7.769.024 60 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

39 622.670 7.769.016 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

40 622.776 7.769.022 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

41 623.427 7.768.858 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

42 621.650 7.768.658 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

43 622.654 7.768.858 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

44 622.113 7.768.775 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

45 622.950 7.768.883 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

46 623.023 7.769.095 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

47 622.392 7.768.951 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

736

Continuação do Quadro 8.181

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K PROFUNDIDADE

TRADAGEM (cm) CARACTERÍSTICAS DO SOLO OBSERVAÇÕES

E N Barragem Andaimes

48 622.532 7.768.983 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

49 623.150 7.768.924 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

50 621.850 7.768.814 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

51 621.745 7.768.737 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

52 622.288 7.768.896 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

53 621.518 7.768.472 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

54 622.477 7.768.959 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

55 622.116 7.768.754 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

56 621.798 7.768.552 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

57 622.307 7.768.907 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

58 622.090 7.768.722 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

59 622.739 7.769.006 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

60 623.344 7.768.843 60 Marrom claro pedregoso Sem vestígios arqueológicos

61 623.280 7.768.844 40 Marrom claro pedregoso Sem vestígios arqueológicos

62 621.528 7.768.471 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

63 623.364 7.768.866 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

64 623.343 7.768.862 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

65 623.273 7.768.830 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

66 622.909 7.769.089 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

67 621.728 7.768.529 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

68 621.738 7.768.558 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

69 622.518 7.768.976 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

70 621.762 7.768.547 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

71 621.920 7.768.678 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

737

Continuação do Quadro 8.181

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO OBSERVAÇÕES E N

Barragem Andaimes

72 623.321 7.768.877 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

73 621.976 7.768.654 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

74 621.907 7.768.942 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

75 621.996 7.768.929 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

76 622.031 7.768.986 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

77 622.108 7.769.064 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

78 622.184 7.768.955 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

79 622.218 7.769.068 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

80 622.287 7.769.011 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

81 622.299 7.768.949 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

82 622.361 7.769.024 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

83 622.322 7.769.076 60 Marrom claro pedregoso Sem vestígios arqueológicos

84 622.484 7.769.046 90 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

85 622.449 7.769.084 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

86 622.712 7.769.050 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

87 622.697 7.769.127 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

88 622.570 7.769.086 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

89 622.813 7.769.107 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

90 622.027 7.768.803 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

91 622.136 7.768.878 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

92 622.009 7.768.592 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

93 622.152 7.768.713 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

94 622.279 7.768.782 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

95 622.297 7.768.846 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

738

Continuação do Quadro 8.181

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K PROFUNDIDADE TRADAGEM (cm)

CARACTERÍSTICAS DO SOLO OBSERVAÇÕES E N

Barragem Andaimes

96 622.376 7.768.900 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

97 622.450 7.768.864 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

98 622.545 7.768.933 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

99 622.512 7.768.901 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

100 622.750 7.768.940 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

101 622.886 7.768.972 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

102 622.407 7.768.833 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

103 622.348 7.768.809 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

104 622.563 7.768.858 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

105 622.496 7.768.778 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

106 621.547 7.768.479 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

107 621.636 7.768.516 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

108 621.701 7.768.567 70 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

109 621.622 7.768.548 80 Marrom escuro com raízes Sem vestígios arqueológicos

110 624..022 7..769..708 80 Terra avermelhada com

folhas Sem vestígiosarqueológicos

111 623..961 7..769..747 0 Rocha Sem vestígios arqueológicos

112 623..540 7..769..428 70 Terra escura com raízes Sem vestígios arqueológicos

113 622..647 7..768..905 80 Terra marrom escuro Sem vestígios arqueológicos

114 622..950 7..768..880 70 Terra avermelhada Sem vestígios arqueológicos

115 623..147 7..768..928 80 Terra marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

116 623..363 7..769..290 70 Terra marrom avermelhada Sem vestígios arqueológicos

117 623..129 7..769..255 70 Terra marrom Sem vestígios arqueológicos

118 622..776 7..768..885 70 Terra escura com alguma

raiz Sem vestígios arqueológicos

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

739

2Caracterização dos elementos de Patrimônio Arqueológico do córrego dos Andaimes

A maioria dos vestígios identificados ao longo do córrego dos Andaimes está associada à atividade de

mineração. Trata-se, em geral, de estruturas utilizadas tanto para conter, quanto para conduzir a água

ou mesmo para conter o acúmulo do cascalho já revirado em busca do ouro. Contudo, nesta área

destaca-se outro conjunto de estruturas aparentemente associadas ao fabrico de farinha de mandioca

(Casa de Farinha), que divide com as estruturas de mineração o espaço e, possivelmente, até mesmo a

força motriz da água (Fotos 327 a 342 e 343 a 364). Foram também registrados outros vestígios, tais

como os da estrutura de uma roda d’água, os de uma ponte de madeira com alicerce de pedras, além

de muros de pedra em junta seca, dispostos em posições de topo de vertente (Fotos 365 a 378).

A seguir serão feitas a apresentação e descrição do conjunto da Casa de Farinha. E em seguida será

feita a descrição dos vestígios de mineração e dos vestígios da estrutura da roda d’água.

3Casa de Farinha

Os vestígios da Casa de Farinha (Figuras 8.100 e 8.101; e Foto 327), que puderam ser observados nesta

etapa de diagnóstico, integram um conjunto composto por: na parte interna, sobre o alicerce de

pedras, um cocho/tanque e uma fornalha, além de peças, tais como, fragmento de fuso e serrilhas; e

na parte externa, um canal de adução, um fosso para roda d’água e peças de madeira. Esse conjunto

se encontra em bom estado de conservação (Fotos 327 a 342).

A seguir é apresentada a descrição de cada uma das partes desse conjunto de estruturas (Figuras 8.

100 e 8. 101).

Alicerce da construção onde era produzida a farinha (Casa de Farinha) [Fotos 328, 329, 330 e 338]–

constituído por blocos heterométricos de quartzito, sem argamassa (junta seca), sendo os da porção

superior maiores e mais planos. Nessa porção os blocos de pedra apresentam perfurações para a

fixação de gradeado para pau-a-pique, empregado na vedação das paredes. O reboco foi feito

apenas nas estruturas internas da Casa de Farinha;

Duas serrilhas (Foto 331) - placas de lata perfuradas por prego formando “dentes” apropriados para

ralar a mandioca reduzindo-a a farinha que caía diretamente em uma estrutura retangular em

alvenaria, conhecida como cocho. As “serrilhas” deveriam revestir uma peça roliça de madeira

denominada “buchinha”;

Cocho/tanque (Fotos 332 e 333) - usado, tanto para lavar a mandioca quanto para quebrar a massa

logo após a raladura;

Fragmento de um fuso (Fotos 332 a 334) - peça em madeira, talhada manualmente em forma de

parafuso de rosca sem fim. O fuso é acoplado a uma curta peça de madeira quadrangular perfurada

nas laterais, sua função é apertar a massa de mandioca a fim de extrair-lhe a parte líquida (goma);

Fornalha para torrar a farinha (Fotos 335 e 336) - construída em alvenaria rústica – no entorno há

telhas rústicas de barro (“capa e bica”) empilhadas que deveriam constituir uma cobertura (Fotos 335

e 337);

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

740

Canal de adução – rego d’água escavado no solo, por vezes escorado com pedras, empregado no

transporte da água necessária ao funcionamento das estruturas e do sistema da Casa de Farinha

(Fotos 338 e 339);

Poço retangular (Foto 340) – fosso formado por estrutura de pedras que sustentava uma roda d’água

que movimentava o moinho e/ou engenho (“inferno”);

Grandes peças de madeira que faziam parte do moinho e/ou engenho (Fotos 340 a 342).

Há também ao redor do conjunto de estruturas da Casa de Farinha, próximos ao curso d’água, e

possivelmente fazendo parte dela, mas também podendo estar associados a atividades de mineração,

diversos vestígios em alvenaria de pedras, tais como: muros alicerces e vestígios de estruturas (Fotos

343 a 350; e Figura 8. 101).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA

743

Apesar da proximidade e das possíveis relações entre as estruturas da Casa de Farinha e as de

mineração (Figura 8. 101) – tanto as do córrego dos Andaimes quanto as do córrego Fazenda Velha -,

não é possível afirmar a contemporaneidade desde a concepção desses três conjuntos. A bibliografia

indica a importância da farinha de mandioca como, muitas vezes, o único alimento possível devido à

facilidade em se cultivar a mandioca, principalmente em áreas inóspitas como as da mineração do

ouro; e ao fato dessa cultura não exigir muito preparo do terreno, necessitando apenas dos cuidados e

saberes específicos, normalmente transmitidos através das gerações.

Produção abundante e barata constituiu a base do sustento da população colonial uma vez que,

pela facilidade de cultivo e múltiplas formas de aproveitamento, oferecia os meios necessários à

manutenção dos pioneiros. Além disso, os novos grupos populacionais que aqui se foram fixando

adaptaram-se muito facilmente a essa alimentação.

Os bandeirantes, em suas incursões pelas matas, abrindo caminhos e clareiras, deixavam

plantações de mandioca para que, ao retornar, encontrassem alimento para refazer as forças

desgastadas pelas longas caminhadas, pelo trabalho de garimpagem e pela luta contra os índios

(Pinto, 2002).

3Atividades de mineração

Quanto aos vestígios associados às atividades de mineração, na área do córrego dos Andaimes foram

identificados diversos muros de contenção de barrancos laterais ao córrego, além de canais e desvios

do curso natural do rio, uma barragem, dentre outros (Fotos 351 a 364; Figura 8.102), que revelam

técnicas de mineração de aluvião amplamente difundidas nos séculos XVIII e XIX por toda província

mineradora.

As jazidas minerais exploradas no período colonial eram encontradas em basicamente duas formas: os

depósitos de aluvião, existente em grande profusão no leito dos córregos, nos quais o ouro era

encontrado solto, misturado com cascalho de quartzo, areia e terra; e os filões, onde o ouro aparecia

em veios disseminados em quartzo ou em outras rochas. Os depósitos de aluvião, em virtude de se

estabelecerem em camadas mais ou menos superficiais, nas encostas de morros e leitos de córregos e

rios, possuíam maior facilidade na exploração. Pela ação milenar das águas que degradavam as

rochas, obtinha-se o ouro.

Desde a formação do continente, o ouro pouco a pouco foi transportado pelas águas das serras

ao leito dos rios e córregos. Assim, as terras mais leves foram se depositando no oceano,

enquanto o ouro, mais pesado, depositava-se não muito longe das serras donde proviera.

Devido à extraordinária riqueza das rochas – particularmente friáveis e fáceis de desagregar – e os

fortes aguaceiros do clima tropical, não é de admirar que o ouro se teria acumulado tanto nos

córregos e nos rios, que facilmente pudesse ser extraído por processos rudimentares (Eschwege;

1979: 167).

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

744

Na extração em leitos de rios, o método mais comum era o de desviar suas águas através de pequenas

barragens e canais alternativos, deixando exposto seu leito original. Retirava-se, então, o cascalho com

ferramentas manuais, que era transportando para a margem em pequenos caixotes de madeira,

conhecidos como carumbés, que os escravos carregavam na cabeça. Esse tipo de serviço só podia ser

executado na estação seca, uma vez que no tempo das chuvas, a barragem não conseguiria aguentar

a pressão das águas, sendo mais fácil seu rompimento. Utilizava-se este modo de exploração,

principalmente quando o volume de água dos rios não era muito grande, como no caso do córrego

dos Andaimes, tendo em vista que, em rios mais caudalosos, mesmo na época do estio, o volume de

água impossibilitava esta técnica.

Segundo Antonil (1982), desviava-se o curso do rio através de pequenas barragens ou cercos que

retiravam apenas parte do curso de água.

...porém as [lavras] dos ribeiros, se eles são capazes de se lhes poder desviar a água, se lavram

divertindo esta por uma banda do mesmo ribeiro, com cerco feito de paus mui direito, deitados

uns sobre outros com estacas bem amarrados, feito em forma de cano por uma e outra parte,

para que se possa entupir de terra por dentro...(Antonil; 1982: 189).

Da barragem identificada no córrego dos Andaimes (Foto 351) foram registrados dois troncos de

madeira de lei, possivelmente braúna, formando duas contenções. Esse vestígio pode estar

relacionado a um período recente de extração mineral na região.

Foram também identificados os vestígios de uma estrutura de formato circular, que, aparentemente

parece se tratar de um pequeno mundéu, contudo, essa estrutura encontra-se bastante danificada

(Foto 352), o que dificulta uma compreensão mais aprofundada nesta etapa de diagnóstico

arqueológico.

3Estrutura de roda d’água

A estrutura que abrigava uma roda d’água, situada ao lado de uma cachoeira natural, apresenta

alicerce de pedras, canais de adução e muros de pedras. Há, também, uma rocha com entalhe para

encaixe de bicame, provavelmente de madeira, por onde a água necessária para o funcionamento da

roda d’água era conduzida; e uma cunha de ferro foi colocada em um grande bloco rochoso acima da

cachoeira, a princípio, para fazer o escoramento deste bloco (Fotos 365 a 376; Figura 8. 103).

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Projeto de Desenvolvimento do Complexo de Vargem Grande

Estudo de Impacto Ambiental - EIA

747

3Outros vestígios

Próximo à roda d’água foi registrado um segmento de muro subindo uma vertente. Devido à falta de

algumas partes desse muro, não foi identificado de onde o mesmo partia e até onde se estendia (Foto

387).

Próximo a uma pera ferroviária (Terminal Ferroviário do Andaime - TFA), foi também registrada uma

ponte de madeira já em ruínas, alicerçada em uma estrutura de pedras (Foto 388).

Também foram registrados restos de fornos de carvão, provenientes de um período mais recente, por

volta de meados do século XX.

A seguir é apresentada a relação dos vestígios identificados no córrego dos Andaimes, com suas

respectivas coordenadas (Anexo 8; Quadro 8.182).

QUADRO 8.182 – LISTAGEM DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS HISTÓRICOS IDENTIFICADOS NO CÓRREGO DOS ANDAIMES

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N CA1 625.190 7.770197 Casa de farinha

CA2 622.483 7.768.971 Barragem de troncos de madeira

CA3 621.518 7.768.472 Vestígios de estrutura de formato arredondado (possivelmente

pequeno mundéu)

CA4 622.307 7.768.907 Muro de Pedras 1

CA5 622.288 7.768.896 Muro de Pedras 2

CA6 622.176 7.768.809

Canais de desvio do leito do córrego dos Andaimes CA7 622.167 7.768.807

CA8 622.113 7.768.775

CA9 622.116 7.768.754 Área de garimpo

CA10 622.090 7.768.722 Muro de Pedras 3

CA11 621.528 7.768.471 Muro de Pedras 4

CA12 622.532 7.768.983 Muro de Pedras 5

CA13 622.739 7.769.006 Muro de Pedras 6

CA14 622.909 7.769.089 Muro de Pedras 7

CA15 623.023 7.769.095 Canal escavado na terra sem escoramento

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Continuação do Quadro 8.182

Nº DO PONTO

COORDENADAS UTM 23K DESCRIÇÃO DOS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS

E N CA16 622.588 7.768.974 Canal de adução que culmina em uma pequena cata

CA17 622.628 7.769.001

Conjunto de canais de desvio do leito do córrego CA18 622.624 7.769.024

CA19 622.670 7.769.016

8.4.6.7. Considerações Finais

Os trabalhos de Diagnóstico Arqueológico realizados nas áreas do Complexo Vargem Grande

demonstraram o potencial arqueológico da região e apresentaram um panorama bastante amplo de

sítios arqueológicos, tanto pré-históricos, apresentado basicamente por ocupações em cavidades

naturais quanto históricos, com uma gama de cultura material dentro das cavidades, ponto

naturalmente propício para estadas rápidas, além de diversas estruturas relacionadas à explotação

mineral e também à subsistência destes mineradores nestas regiões, possivelmente dos séculos XVIII,

XIX e parte inicial do XX.

Através das vistorias nas cavidades presentes na ADA, foi possível identificar vestígios de ocupações

históricas, além de algumas cavernas que apresentam potencial para ocupação humana, apesar de

não terem sido identificados materiais arqueológicos nelas nesta etapa dos estudos.

Para o tema arqueologia foram estudadas seis estruturas, conforme apresentado anteriormente.

A seguir é apresentada uma síntese dos vestígios identificados em cada uma das estruturas

diagnosticadas:

Cava Tamanduá – vestígios arqueológicos em cavernas: pré-históricos (material lítico lascado,

carvões, cerâmica) e/ou históricos; e estruturas de garimpo antigo a céu aberto (desvios de leitos de

cursos d’água e áreas de revirados);

PDE Extrativa – muro de pedras histórico, intervenções no solo talvez provenientes de antigas

explorações minerais e fornos de carvão;

Cava Capitão do Mato – vestígios arqueológicos em cavernas: pré-históricos (material lítico lascado e

carvões) e histórico; edificações antigas, Vila Inglesa e ponte pênsil;

PDE Boiadeiros – estruturas de garimpo antigo, extenso canal de adução escorado por pedra e

fragmento de louça histórica indicando um sistema mais complexo de canalização de água na região

provavelmente para a antiga exploração de ouro no século XIX;

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Barragem Fazenda Velha – estruturas de garimpo antigo (canais com alvenaria de pedras,

escoramentos de barrancos de drenagem e áreas de revirado); e um conjunto de complexas ruínas

de alvenaria de pedras associadas à moradia e/ou serviço;

Dique de Contenção de Finos – Vargem Grande II – não apresentou vestígios arqueológicos;

Córrego dos Andaimes – estruturas de antigo garimpo e ruínas contendo um conjunto de estruturas

de pedra de uma casa de farinha.

Dentre esses vestígios, destacam-se dois conjuntos de estruturas arqueológicas históricas – as Ruínas

do Córrego Fazenda Velha (situadas na ADA) e os vestígios da Casa de Farinha (situados na alternativa

de projeto do córrego dos Andaimes).

Ressalta-se, ainda, que algumas das estruturas que integram o Projeto de Desenvolvimento do

Complexo Vargem Grande não foram alvo de diagnóstico arqueológico, visto que ainda não há

projeto básico para as mesmas e, por conseguinte, não há a definição do local onde serão

implantadas. Essas estruturas são denominadas: Relocação de Trecho de Estrada de Acesso ao

Condomínio Pasárgada, Relocação de Estrada Intermunicipal BR-040 (Nova Lima) a Rio Acima,

Rejeitoduto que Liga ITM de Vargem Grande à Barragem Fazenda Velha e Implantação de Novo

Acesso Viário à Barragem Vargem Grande. Considerando o potencial arqueológico da região, é

necessário que, assim que for definido o projeto básico de engenharia para estas estruturas, os locais a

serem diretamente afetados pelas mesmas sejam objeto de diagnóstico arqueológico e avaliação de

impactos com proposição das recomendações que se fizerem necessárias e adequadas.

9. ANÁLISE INTEGRADA

O Projeto de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande está inserido numa região pertencente à

bacia hidrográfica do Alto Rio das Velhas, entre as cidades de Itabirito (a sul), Nova Lima e Rio Acima (a

nordeste) e Belo Horizonte (ao norte), onde a serra da Moeda alinha-se segundo a direção norte-sul e

constitui o divisor hidrográfico entre as bacias do rio das Velhas e do rio Paraopeba. As áreas de

influência (ADA/AID) do projeto abrangem, parcial ou integralmente, as sub- bacias do rio do Peixe, do

córrego Fazenda Velha e uma pequena parcela da sub-bacia do rio Itabirito, drenagens que

apresentam vales encaixados em forma de “V”, refletindo os alinhamentos de serras e a estrutura

geológica definida por falhas e lineamentos.

A área de influência do empreendimento está situada no domínio da unidade geomorfológica do

Platô do Sinclinal Moeda, constituído principalmente por rochas quartzíticas e itabiríticas (ricas em

minério de ferro) nos flancos e por um relevo mais rebaixado e aplainado na porção central, formado

por rochas granito-gnáissicas, xistosas e filíticas. As bordas do Sinclinal são, em geral, montanhosas

com topos alongados convexos a planos e com vertentes suavizadas por rampas de colúvio formadas

por material laterítico (canga) oriundo do topo que protege o terreno da erosão pluvial.

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As altitudes mais elevadas influenciam o clima da região, que apresenta verões brandos com

temperaturas médias abaixo de 220C e invernos secos de junho a agosto. As chuvas são mais intensas

entre dezembro e fevereiro, em temperaturas mais elevadas, com registros mensais entre 200 e

350mm.

Nesse contexto geológico e estrutural da região, ocorrem diversas unidades hidrogeológicas (águas

subterrâneas), com significativas diferenças nas capacidades de armazenamento e nas características

físico-químicas de suas águas. A principal unidade na área de influência do projeto é o Aquífero

Itabirítico, além de parcelas restritas dos aquíferos carbonático e granular (cangas e lateritas) e do

aquitardo (aquífero que libera água tardiamente) filítico. Com relação às cavidades, os estudos

espeleológicos realizados identificaram a presença de dez cavidades em rochas ferríferas, quartzíticas

e xistosas na ADA, as quais, a princípio, não apresentaram características físicas de destaque.

A cobertura vegetal original da região, situada na transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica,

varia das florestas presentes nos vales com solos mais profundos e com maior umidade aos cerrados e

campos presentes na porção superior das encostas e nos topos com solos rochosos, onde ocorrem os

campos rupestres associados ao quartzito e ao minério de ferro. As variações locais de relevo, solo e

unidade condicionaram, portanto, a existência de uma diversidade de fisionomias vegetais que

propiciaram a existência da diversidade da fauna.

A ocupação humana desse cenário natural, a partir de vestígios e sítios arqueológicos conhecidos,

pode ser datada de cerca de dois milênios atrás (Baeta & Piló, 2005b; Baeta & Piló, 2007; Piló & Baeta,

2007). Os campos de canga podem ser considerados um tipo importante de compartimento

ambiental e patrimonial no contexto da pré-história mineira, apresentado um tipo peculiar de sítios e

vestígios. As ocupações nesse tipo de compartimento (campos de canga ou campos ferruginosos)

eram rápidas devido, possivelmente, à coleta de matérias primas exóticas às regiões de ocupações

mais perenes.

Muitos dos remanescentes indígenas que habitavam a região estiveram diretamente envolvidos na

abertura de caminhos e picadas para os bandeirantes e aventureiros a procura de metais e pedras

preciosas, realizando serviços de intérpretes, identificando os locais mais propícios às frentes de lavra

e realizando o transporte de mercadorias (Vasconcelos, 1948). De forma isolada, há referências de

viajantes ou naturalistas sobre a existência de indígenas na região. De acordo com indícios

provenientes de inventários, verifica-se que, a partir do segundo decênio do século XVIII, há uma forte

diminuição de indígenas oficialmente voltados para os trabalhos domésticos, agrícolas e de

mineração.

No período colonial, Minas Gerais foi desbravada e ocupada por catadores de ouro e outros minerais

preciosos nas expedições chamadas bandeiras. No relevo entrecortado de montanhas que

referenciavam o espaço ainda pouco distinto aos recém-chegados, destacavam-se alguns morros e

picos de perfis diferenciados que serviam como pivôs em torno dos quais as bandeiras marcavam seus

trajetos, assim como os profundos vales dos rios que contrastavam entre si. A região central de Minas

já teria sido percorrida, em 1653, por bandeiras provenientes de São Paulo, segundo a tradição oral.

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751

Os primeiros assentamentos humanos na região eram precários, com construções simples e

provisórias, pois poucos foram os aventureiros que se dedicaram a realizar algo mais que o

estritamente necessário. O próximo passo da ocupação foi o estabelecimento de edificações

permanentes nos locais em cujas proximidades havia atividades minerárias de sucesso. A partir daí,

um forte processo de urbanização ocorreu em Ouro Preto, Mariana, Santa Bárbara, Inficionado (Catas

Altas), Bento Rodrigues, Itabira e outros locais que conseguiram agrupar o sucesso na exploração

aurífera com outras atividades necessárias e supérfluas. Nas cabeceiras do rio das Velhas, bem como

no seu curso mais à montante, apareceram Itabira do Campo (Itabirito), Rio Acima e Morro Velho

(Nova Lima), áreas de influência do presente empreendimento.

A região do empreendimento, o chamado Quadrilátero Ferrífero, é identificada como uma grande

província mineral e representa uma região geológica e economicamente importante do território

brasileiro, devido à presença de riquezas minerais, como o ouro, o ferro e o manganês. Com efeito, o

processo histórico de ocupação dessa região assentou-se na explotação da riqueza mineral, primeiro

com a mineração do ouro. Assim, a chamada Região das Minas, que viria a se constituir o atual estado

de Minas Gerais, teve a sua ocupação e estruturação econômica com base na descoberta do ouro nos

fins do século XVII, provocando uma grande mudança na economia colonial. Os territórios dos atuais

municípios de Nova Lima, Itabirito e Rio Acima foram desbravados nessa época, no bojo da atividade

de extração do ouro de aluvião.

A partir da metade do século XIX, a instalação de empreendimentos de mineração de ouro de maior

porte, com tecnologias mais avançadas, intensificou a pressão sobre os recursos florestais em função

da busca de carvão e de material de escoramento para as escavações, bem como em função do

estímulo à lavoura comercial. No final do século XIX, com a República, intensificou-se a vinda de

imigrantes e a modernização urbana; a mineração de ouro ainda tinha o seu lugar, mas cada vez mais

entrava em cena a exploração do ferro, do manganês e o desenvolvimento da agropecuária

“científica”, mais técnica, fazendo coro com o café e as atividades mais tradicionais. Vieram também as

novas indústrias e, com isso tudo, intensificaram-se as reorganizações políticas e administrativas.

O avanço da explotação do minério de ferro, a partir das primeiras décadas do século XX, configurou

um ritmo considerável de crescimento da região das Minas, em especial no município de Nova Lima. A

base econômica desse município é caracterizada principalmente pela mineração (ouro e minério de

ferro), atividade que desempenhou importante papel no processo de ocupação de toda a região,

incluindo a área de inserção do projeto em pauta. A partir da década de 1970, Nova Lima passou a

apresentar uma intensa expansão imobiliária, especialmente no eixo sul de Belo Horizonte,

caracterizada pela presença de vários condomínios unifamiliares para pessoas que residem em Belo

Horizonte e utilizam essas áreas como residências lazer nos finais de semana. A demanda por esses

condomínios passou a crescer ainda mais a partir de 1990 e, no final desta década, o lançamento de

novos empreendimentos mais sofisticados na região reforçou a opção de Nova Lima para o mercado

imobiliário de Belo Horizonte.

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Nesse mesmo período, o que se observava no município próximo, Rio Acima, era o parcelamento de

parte da sua área rural, destinada a sítios de lazer para a população dos municípios de Belo Horizonte,

muito procurado em função dos atrativos do patrimônio natural: montanhas e cachoeiras.

Mais recentemente, a mineração tem mostrado expansão, em função de maior ascensão da demanda

nos mercados internacionais, com destaque para minério de ferro. Esse crescimento de demanda tem

repercutido na ampliação de investimentos na atividade minerária e gerado aumento da renda e de

empregos, sendo os municípios de Nova Lima, Rio Acima e Itabirito, receptores destacados desses

investimentos. Não só a atividade minerária avançou, como também a população regional aumentou.

Com isso, as áreas urbanas das cidades foram se multiplicando e os condomínios, sítios, indústrias etc.

Em função desse histórico de uso e ocupação do solo, a paisagem atual na área de influência do

Projeto de Desenvolvimento do Complexo Vargem Grande apresenta alterações relacionadas

principalmente às atividades minerarias e à expansão de empreendimentos imobiliários e suas

respectivas vias de acesso. No entorno da ADA, a atividade minerária encontra-se consolidada (cavas,

pilhas de estéril, acessos internos); a vegetação foi suprimida em alguns trechos e o relevo original

apresenta-se parcialmente alterado devido à presença de taludes de corte e aterro. As alterações

impostas pelo avanço da ocupação antrópica da região vêm provocando a supressão de nascentes e

processos de assoreamento de cursos d’água. Em relação aos processos morfodinâmicos atuais,

podem ser observadas feições erosivas como ravinas e voçorocas e movimentos de massa como

rupturas e deslizamentos, cuja origem é relacionada aos tipos de rochas dominantes (quartzitos e

xistos mais susceptíveis à erosão), às estruturas das rochas como falhas e fraturas e, principalmente, às

atividades antrópicas.

Atualmente, os remanescentes de vegetação nativa sejam campestres ou florestais, encontram-se em

diversos graus de regeneração e/ou de alteração. Os remanescentes florestais presentes ao longo da

ADA e das áreas de influência encontram-se em estágio médio a avançado de regeneração e ainda

abrigam uma elevada diversidade vegetal. Tais fragmentos são em sua maioria interconectados por

faixas de vegetação ciliar que acompanham as cabeceiras e o curso de diversas drenagens,

contribuindo para a manutenção da diversidade faunística. Os campos rupestres quartzíticos e

ferruginosos remanescentes na área do projeto ainda são detentores de elevada diversidade vegetal,

com presença de espécies raras, ameaçadas e endêmicas.

Tendo em vista o processo histórico em andamento e as tendências futuras, dos pontos de vista

econômico e socioambiental, a implantação do empreendimento em pauta deve se pautar na busca

de compatibilizar o avanço econômico e a preservação de recursos naturais, o que está vinculado à

implantação das medidas de controle e compensação ambiental apresentadas no item 12.