projeto de compostagem - pgp-pr
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IBIPORÃ 2018
PROJETO DE COMPOSTAGEM
RESÍDUOS ORGÂNICOS
ESCOLAS DE IBIPORÃ
SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO
AV. SANTOS DUMONT, 565 Caixa Postal, 67-CGC-78.079.639/0001-00
Fone (043) 3258-8195 – IBIPORÃ – PARANÁ – CEP-86.200-000
2
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO.................................................................................................... 3
2 O QUE É RESÍDUO ORGÂNICO?...........................................................................4
3 A EDUCAÇÃO COMO FERRAMENTA NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
NAS ESCOLAS............................................................................................................5
3.1 COLETA SELETIVA E COMPOSTAGEM ............................................................. 5
3.2 INTERAÇÃO COM OUTRAS ATIVIDADES E CONTEÚDOS ............................... 6
3.2.1 Ambiental ............................................................................................................6
3.2.2 Ciências...............................................................................................................6
3.2.3 Matemática..........................................................................................................7
3.2.4 Literatura.............................................................................................................7
3.3 COMPARTILHAMENTO DO PROJETO COM A COMUNIDADE ESCOLAR E A
SOCIEDADE EM GERAL ............................................................................................ 7
4 RELAÇÃO ENTRE AS ESCOLAS MUNICIPAIS DE IBIPORÃ E A MITIGRAÇÃO
DOS SLCPS ATRAVÉS DO TRATAMENTO DA FRAÇÃO ORGÂNICA .................. 9
4.1 UNIDADES ESCOLARES ENVOLVIDAS NO PROJETO ................................... 10
4.2 CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO “ESCOLAS ORGÂNICAS” PARA MITIGAÇÃO
DO IMPACTO DAS EMISSÕES DE SLCPS ............................................................. 11
5 QUE TIPOS DE RESÍDUOS SÃO GERADOS NUMA ESCOLA? ......................... 13
5.1 O QUE PODE SER COMPOSTADO?................................................................. 13
5.2 SEPARANDO OS RESÍDUOS DE FORMA CORRETA ...................................... 14
6 COMO SE DÁ O PROCESSO ............................................................................... 16
7 MÃOS A OBRA.......................................................................................................18
7.1 SEPARANDO OS RESÍDUOS DE FORMA CORRETA ...................................... 18
7.2 REGRAS BÁSICAS ............................................................................................. 19
8 CONCLUSÃO.........................................................................................................20
3
ANEXOS....................................................................................................................21
ANEXO A – Registros fotográficos do início do projeto na ESCOLA MUNICIPAL
PREFEITO MARIO DE
MENEZES............................................................................221
ANEXO B – Formulário para coleta de dados relativos a quantidade de resíduos
orgânicos destina a composteira................................................................................21
ANEXO C – Formulário para coleta de dados relativos à temperatura interna e
externa da
composteira..............................................................................................217
3
1 APRESENTAÇÃO
Este manual foi concebido no contexto do Programa de Educação Ambiental
proposto pelo SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto para o ano
de 2.018, em cooperação com a Secretaria de Educação e Secretaria Agricultura,
Abastecimento e Meio Ambiente do município de Ibiporã-PR.
Todo seu conteúdo foi desenvolvido em alinhamento aos
compromissos assumidos no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos de São Paulo, o PMGIRS, cabendo a Diretoria de Limpeza Pública do
SAMAE, prestar assistência técnica e estratégica para a efetivação do Projeto
“ESCOLAS URBANAS” além de orientar a comunicação e operacionalização dos
módulos de tratamento da fração orgânica.
Tem como objetivos destacar o importante papel que a escolas
desempenham como agente educador que sensibilizam as futuras gerações em
temas fundamentais para a sociedade, como geradoras de resíduos sólidos e
demonstrar que é possível a redução do desperdício e da diminuição das emissões
de gases de efeito estufa pela simples mudança de atitude e comportamento,
incutindo em seu cotidiano a separação, reutilização e reciclagem dos resíduos
orgânicos; Preparar equipe de apoio, diretores e professores com conhecimentos
técnicos sobre que tenham interesse em trabalhar o tema da reciclagem de resíduos
orgânicos através de oficinas de compostagem nas escolas; e, também tem o
objetivo de impactar positivamente na correta separação dos resíduos recicláveis,
como papel/papelão, plásticos, metais e rejeitos, e principalmente o tratamento da
fração orgânica dos resíduos sólidos, e suas características técnicas; oportunizando
trabalhar o tema aliando o teórico com a prática, assim como trabalhar a separação
dos resíduos em três tipologias sendo: reciclados, rejeitos e orgânicos, com alunos
na faixa dos 3 aos 14 anos de idade.
Oferecer essa oportunidade a todas as escolas de ensino
fundamental do município; Proporcionar através do projeto “ESCOLAS
ORGANICAS” a educação em gestão de resíduos sólidos nas escolas
ibiporeaenses.
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2 O QUE É RESÍDUO ORGÂNICO?
São aqueles que aqueles que podem ser compostados nas escolas,
pela natureza de suas característica, como por exemplo:
a) Restos de alimentos na preparação de alimentos;
b) Restos de pratos e de refeições;
c) Resíduos verdes tais como podas de gramas, pequenos galhos,
jardins e hortas.
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3 A EDUCAÇÃO COMO FERRAMENTA NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
NAS ESCOLAS
Tudo na natureza é cíclico. A flora, a fauna e o clima cooperam entre
si, inclusive com micro-organismos encontrados no corpo humano.
Não existe lixo no meio natural, tudo se resume a proteínas,
aminoácidos e minerais. Levar o gestão de resíduos para a escola é promover
momentos favoráveis à educação cidadã, conscientizando cada aluno, direção,
equipe e pais de alunos, sobre a responsabilidade no processo. Cada um tem a
obrigação de reduzir a geração dos resíduos, prevenindo desperdícios e reciclar os
produtos pós consumo sejam polímeros, metais, resinas ou orgânicos. No caso dos
orgânicos entenderem o processo natural da reciclagem dos restos orgânicos
produzidos no seu dia a dia.
3.1 COLETA SELETIVA E COMPOSTAGEM
Desde o ano de 2009, os cidadãos ibiporeaenses já contam com um
programa de coleta seletiva integral de resíduos sólidos em três tipologias, sendo:
orgânicos, rejeitos e recicláveis. Dentre as ações de limpeza pública estabelecidas
pelo município, o programa está em conformidade com as diretrizes da legislação
municipal, estadual e federal.
Este manual favorece e reforça práticas de gestão de resíduos
sólidos com o objetivo de fortalecer e aprimorar na escola a separação na fonte ser
mais uma ferramenta de transformação social pela mudança de conceito e por
consequência impactando de forma positiva a vida das pessoas na sociedade
escolar e fora dela.
Ibiporã define em seu Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PMGIRS), a obrigatoriedade da coleta seletiva integral em três
tipologias como já citado, dessa forma já existe um comprometimento das escolas
em destinar seus resíduos conforme o programa em cronograma de coleta.
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3.2 INTERAÇÃO COM OUTRAS ATIVIDADES E CONTEÚDOS
O tema gestão de resíduos sólidos pode ser relacionado a vários
conteúdos e nas disciplinas, no ensino infantil, fundamental e médio, tais como:
3.2.1 Ambiental
Tabela 1: Temas que podem ser trabalhados em sala
Compostagem
Cultivar horta na escola
Nutrição e alimentação
Reciclagem
Consumo e sustentabilidade
Tratamento de resíduos de
jardim e horta
Ciclo natural da matéria
orgânica
Expressões criativas
Gestão da água
3.2.2 Ciências
a) Demonstrar a capacidade da natureza em reciclar totalmente os
resíduos orgânicos; b) Investigar o papel dos microrganismos; c) Testar a decomposição e a capacidade de compostagem de
diferentes materiais.
d) Meio Ambiente e Sustentabilidade e) Ensinar sobre resíduos sólidos e questões ambientais locais; f) Estimular a coleta seletiva de todos os resíduos recicláveis,
incluindo embalagens, eletroeletrônicos, entre outros gerados
nas escolas e residências; g) Debater os problemas ambientais locais com os estudantes e
propor soluções; h) Demonstrar o papel da compostagem como fertilizante no cultivo
de plantas e hortas na escola.
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3.2.3 Matemática
a) Exercitar cálculos de volume e peso dos resíduos sólidos e do composto;
b) Projetar dados em gráficos e tabelas; c) Registrar dados por meio de diagnóstico da geração de resíduos
sólidos da escola.
3.2.4 Literatura
a) Expressar opinião sobre a experiência com compostagem e
reciclagem;
b) Prestar atenção sobre as experiências e opiniões dos colegas
sobre resíduos sólidos. c) As vantagens pedagógicas oferecidas por iniciativas de
compostagem e reciclagem são as do aprendizado pela prática,
interação, expressão de opiniões e de criatividade oferecidas
aos estudantes; estes, por sua vez, se dão conta de que o tema
dos resíduos sólidos causa impactos em sua vida e no meio
ambiente também fora da escola.
O fato de os alunos serem apresentados ao tema através das
disciplinas fortalece o aprendizado transformando em pratica cotidiana que na
mediada em que é incorporada como prática é propagada a informação
imediatamente nas residências, partilhando o conhecimento e saberes com seus
familiares.
3.3 COMPARTILHAMENTO DO PROJETO COM A COMUNIDADE ESCOLAR E A
SOCIEDADE EM GERAL
O projeto “ESCOLA ORGANICAS” proposto pelo SAMAE, envolve
toda a comunidade escolar a começar pelos professores e alunos que estarão
diretamente ligados no projeto, mas estarão envolvidos indiretamente os demais
funcionários da equipe administrativa, da cozinha e manutenção. Os familiares dos
alunos, autoridades municipais também serão impactados e poderão por meio de
visitas e eventos abertos que serão realizados para compartilhar os resultados
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atingidos pelo projeto.
Tabela 2: Agentes envolvidos no projeto
DIRETAMENTE
ESTUDANTES
PROFESSORES
EQUIPE DE COZINHA
SAMAE E
PREFEITURA
EQUIPE DE
MANUTENÇÃO E
LIMPEZA
ATIVIDADE
ENTENDER A GESTÃO DE RESIDUOS
SÓLIDOS
AGREGAR
NOVOS TOPICOS DA
GRADE CURRICULAR
REALIZAR A SEPARAÇÃO
DOS
RESIDUOS
AUXILIAR NA INICIATIVA E PROMOVER
VISITAS AS INSTALAÇÕES
ATUAR NA
OPERACIONALIZAÇÃO
DA COMPOSTAGEM
ENVOLVIDOS INDIRETAMENTE
FAMILIARES
NUTRICIONISTAS DA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
AUTORIDADES
LOCAIS
ATIVIDADE
SEPARAR OS
RESIDUOS CORRETAMENTE EM
CASA
TRABALHAR PORÇÕES
ADEQUADAS E REDUZIR O
DESPERDIOCIO
APRIMORAR AS ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA RECICLAGEM
Fonte: o autor.
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4 RELAÇÃO ENTRE AS ESCOLAS MUNICIPAIS DE IBIPORÃ E A MITIGRAÇÃO
DOS SLCPS ATRAVÉS DO TRATAMENTO DA FRAÇÃO ORGÂNICA
Segundo dados gravimétricos, o município de Ibiporã produziu no
mês de junho 1.039.170 toneladas:
Tabela 3: Peso de resíduos por tipologia produzido no município de Ibiporã em junho/2018
Fonte: o autor
Nesse contexto, 10% dos resíduos produzido são da tipologia:
Rejeitos (fraldas, absorvente íntimo, papel higiênico usado, fio dental e etc.), 18%
são da tipologia: recicláveis (papel, plástico, metais e etc) e 72% refere-se à fração
orgânica (restos de alimentos, podas de jardim).
A mesma proporção pode ser aplicada para cada escola municipal,
observando-se a quantidade de pessoas, entre alunos e equipe.
É possível observar na tabela abaixo, o percentual de geração diária
nas três tipologias por aluno, tendo como base a produção per capta do município.
Tabela 4: Total de alunos e a produção diária de resíduos per capta em junho/2018
N.º de alunos
Rede municipal
Orgânicos
Rejeitos
Recicláveis
3.017
1.421
1.912
70
Fonte: o autor.
De acordo com a tabela acima, cada estudante gera diariamente
cerca de 189 gramas de resíduos recicláveis (papel/papelão, vidro, plásticos e
metais), 634 gramas de rejeitos (que não são considerados recicláveis), e os
resíduos orgânicos representam 471 gramas/por pessoa/dia.
É possível então deduzir que das 1.294 gramas produzidas por
10
aluno numa escola, 660 gramas podem ser reciclados, os outros 794 gramas podem
ter sua produção reduzida em mais de 80% através do processo de compostagem.
Nesse contexto a mitigação dos impactos poderá ser observada na:
a) Redução do volume encaminhado para disposição final (aterro
sanitário, por exemplo) e os custos relacionados;
b) Redução das emissões dos gases de efeito estufa, que são
gerados na decomposição dos resíduos orgânicos em condições
anaeróbias, ou seja, sem oxigenação;
c) Produção de materiais ricos em nutrientes, como o substrato,
produto final do processo de reciclagem da fração orgânica que
poderá ser usados em jardins e hortas na própria escola.
A dinâmica da compostagem é natural e simples de ser realizado.
Trata-se de um processo que pela decomposição da matéria orgânica (restos de
comida, pequenos galhos, poda de jardim), tendo níveis de temperatura e de
umidade controlados, se transformam em um substrato, natural e rico em nutrientes,
que pode ser utilizado nos jardins e hortas das escolas.
4.1 UNIDADES ESCOLARES ENVOLVIDAS NO PROJETO
O projeto foi pensado para ser desenvolvido em todas as 28
unidades educacionais da rede municipal de ensino, (13 Centros de Educação
Infantil/ 15 Escolas municipais), com previsão de impacto em um público de 3.017
alunos.
O Projeto tem como metas objetivas:
a) Consolidar o conceito da coleta seletiva integral nas três
tipologias (orgânicos, rejeitos e reciclados) junto à comunidade
escolar e em seu entorno;
b) Oferecer oficinas de compostagem aos moradores da região
onde se localiza a escola, disseminando técnicas de cultivo com
participação dos estudantes;
c) Efetivar um processo de promoção à educação ambiental
institucionalizada como ferramenta de formação de futuros
cidadãos.
d) Enviar todo produto que após o processo de reciclagem é
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denominado “composto” para produtores rurais do município.
Dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação,
considerando a idade limite de até 14 anos de idade, a população estudantil no
ensino infantil e fundamental é de 3.017 estudantes, além de cerca de 850
professores e servidores (administração e limpeza). Se todas as unidades
educacionais de ensino (CMEIs e Escolas) se envolverem no projeto, cerca de 9.051
pessoas ou 17% da população ibiporaense serão indiretamente conscientizados
sobre a importância da separação e correta destinação dos resíduos em suas
residências.
4.2 CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO “ESCOLAS ORGÂNICAS” PARA MITIGAÇÃO
DO IMPACTO DAS EMISSÕES DE SLCPS
Atualmente são mais de 663.740 (seiscentas e sessenta e três mil e
setecentas e quarenta) refeições servidas por ano nas unidades de ensino infantil e
fundamental no município de Ibiporã, das quais se estima um desperdício médio de
471 gramas por aluno.
Dessa forma ao menos 103.620 toneladas/ano de orgânicos
oriundos dos refeitórios ou de sobras do preparo de alimentos serão reciclados
através do Projeto “ESCOLAS ORGANICAS” nas escolas, somados a cerca de 3
toneladas/ano de resíduos de manutenção de jardins em todas as unidades, que
corresponde a 45% da composição do grupo de resíduos orgânicos. O Projeto
“ESCOLAS ORGANICAS” vai produzir até 41 toneladas de composto orgânico por
ano.
Para avaliação dos benefícios do Projeto “ESCOLAS ORGANICAS”
na mitigação das emissões de gases que causem o efeito estufa, será feito um
balanço entre as emissões no processo ou em seus produtos.
Alguns estudos sobre o cálculo das emissões de compostagem
doméstica demonstram uma média de emissões em 49% de dióxido de carbono
(CO2, 0,21% de metano - CH4, e 0,83 de óxido nitroso - N2O (g/kg C), o que resulta
em uma geração média de 80,64 kg de CO2 eq/tonelada.
Os benefícios do uso do composto no solo vão desde a recuperação
de minerais a vantagens como supressão de ervas daninhas, melhoria do
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desempenho do solo com a retenção de água e proteção de efeitos erosivos.
Não são fatores fáceis de quantificar, mas uma avaliação
conservadora estima que o benefício total é de -130,5 kg de CO2eq/por tonelada de
resíduos utilizado. Assim, considerando os valores estimados na relação entre
emissões e benefícios, o saldo final para a compostagem doméstica é de -49,86 kg
de CO2 eq/tonelada de emissões evitadas. Nesse sentido é preciso considerar
também as emissões evitadas pelo desvio desses resíduos orgânicos dos aterros
sanitários que possuem sistema de coleta de gás, onde se assume uma emissão
líquida de 819,12 kg de CO2eq/por tonelada.
Supondo que as 28 unidades educacionais do município de Ibiporã,
realizem compostagem local, reciclando as 44 toneladas anuais, a redução atingiria -
12.673,23 toneladas/ano de CO2eq ou -0,28803 kg de CO2eq por estudante/ano.
Os efeitos positivos dessas iniciativas são ainda maiores por evitar a disposição final
em aterros sanitários e pela aplicação do composto no solo das áreas verdes da
escola.
13
5 QUE TIPOS DE RESÍDUOS SÃO GERADOS NUMA ESCOLA?
Assim como em uma residência, as escolas geram três tipos
diferentes de resíduos, entre eles orgânicos, rejeitos e recicláveis.
Os orgânicos se caracterizam pela origem natural, ou seja, são
materiais perecíveis, portanto se decompõem facilmente e a fonte geradora é
específica como suas instalações. Os resíduos gerados são folhas secas e restos de
podas de árvores e gramas são gerados pela manutenção das escolas que possuem
áreas verdes, jardins e hortas; já restos de alimentos cozidos são produzidos nas
cozinhas, pátio e refeitórios.
Tabela 5: Fontes geradoras de resíduos dentro da escola
Res
ídu
os
Poda de jardim
Restos de alimentos (verduras, legumes e
frutas)
Sobras
Fonte
Pátio, jardim e
horta
Cozinha
Cozinha, refeitório e pátio
Pessoas envolvidas
Equipe de manutenção prefeitura.
Cozinheiras e pessoal da
limpeza
Alunos e professores
Fonte: o autor
5.1 O QUE PODE SER COMPOSTADO?
Para o Projeto “ESCOLAS ORGANICAS”, a técnica escolhida foi a
de decomposição aeróbia (com oxigenação natural), porque recicla facilmente
grandes quantidades de resíduos de jardins e áreas verdes, incluindo resíduos de
alimentação.
Para maior clareza na operacionalização este manual define quatro
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grupos de resíduos orgânicos para compostagem aeróbia. Nas escolas municipais
de Ibiporã são manuseados alimentos frescos e as porções das refeições são
adequadas, há o mínimo de desperdício e os resíduos orgânicos gerados são, em
sua maioria, restos de frutas e vegetais do preparo das refeições.
Tabela 6: Definição dos grupos de resíduos orgânicos e leitura dos sinais: Os sinais verdes indicam “ok” para a compostagem na escola; a exclamação laranja pede cautela em sua utilização; o xis vermelho não recomenda adicionar esses materiais à compostagem em grandes quantidades.
GRUPO DE RESIDUOS ORGANICOS
VERDES
ALIMENTOS
CRUS
ALIMENTOS
COZIDOS
ALIMENTOS
COZIDOS
FOLHAS, GRAMAS E
PEQUENOS GALHOS.
BORRA DE CAFÉ E SACHES DE CHÁ,
MIGALHAS DE PAES, BISCOITOS E
BOLOS, CASCAS E POLPAS, FOLHAS DE
SALADAS E LEGUMINOSAS,
BARRA DE CEREIAIS, SALGADOS E PESTISCOS.
VEGETAIS COZIDOS,
CASCAS DE OVOS PICADAS, QUEIJOS, MASSAS E ARROZ,
SOPAS.
CARNES E PEIXES,
LIQUIDOS GORDUROSOS, OLEO E SOPA
QUENTE.
Fonte: o autor.
5.2 SEPARANDO OS RESÍDUOS DE FORMA CORRETA
De forma geral os resíduos orgânicos são armazenados até a
disposição no modulo de compostagem em baldes de até 30 litros com tampa, não
sendo necessário o uso de saquinho plástico, para facilitar o manuseio e
higienização, e traz maior comodidade e conforto para o transporte do recipiente até
o modulo de compostagem.
Já os resíduos verdes, simultaneamente ao corte ou varrição, podem
ser transportados em cestos de bambu trançado ou carrinho de mão
ergonomicamente apropriado. Para estes materiais existirá um modulo maior para
15
seu armazenamento em separado, em local coberto, uma vez que eles serão
incorporados aos poucos no processo junto com os outros resíduos.
Após o termino das refeições os alunos e funcionários deverão ter a
sua disposição um recipiente com capacidade para 10 litros, para que disponham os
restos de comida ou lanches no refeitório. Após a refeição estes recipientes deverão
ser esgotados num recipiente maior que será usado para transportar até o módulo
de compostagem.
Todo o processo de armazenamento e transporte deverá ser
realizado sem o uso de sacos plásticos tradicionais, eles nunca deverão ir para a
composteira, pois atrapalham o processo e inviabilizam a degradação natural do
material orgânico, gerando odor forte e vetores (moscas) dentro da escola. Caso
necessário a escolas deverá dar prioridade para sacos compostaveis ou de papel.
Tabela 7: Modelos de recipientes sugeridos para cada tipo de resíduo.
Para Resíduos de poda de jardim, folhas e pequenos galhos. Capacidade 50 litros
Restos de prato Refeitório Capacidade 10 litros
Restos de alimentos na cozinha Capacidade 50 litros
Coleta de restos de alimento no pátio, parquinho, salas de aula e dos professores Capacidade 05 litros
Fonte: o autor.
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6 COMO SE DÁ O PROCESSO
O processo é antigo e remonta a milhares de anos, uma vez que
própria natureza o realiza. A decomposição é um processo natural pelo qual passa
os vegetais e animais após a morte. Este processo é realizado com a ajuda de
fungos e bactérias chamados decompositores. Através da decomposição, os
nutrientes que fazem parte de um ecossistema são continuamente reciclados, e se
dividem dois processos sendo:
a) Processo Físico: É realizado por invertebrados como ácaros,
centopéias, besouros, minhocas, lesmas e caracóis que
transformam os resíduos em pequenas partículas;
b) Processo Químico: Incluem a ação de bactérias, fungos e alguns
protozoários que degradam os resíduos orgânicos em partículas
menores, dióxido de carbono e água.
Apesar de a natureza realizar o processo naturalmente, o
desenvolvimento de técnicas (procedimentos padronizados) pelo ser humano vem
sendo utilizado há mais de cinco mil anos pelos chineses (FREIRE, 2003) e é uma
prática muito utilizada em propriedades rurais.
Atualmente existem várias técnicas, e pela simplicidade da técnica
no Projeto “ESCOLAS ORGANICAS” será baseada na técnica de Compostagem
aeróbia. Onde o oxigênio, é fundamental para os microorganismos degradantes, daí
a necessidade de se manter a aeração do composto, seja através de material
estruturante (gravetos, sabugos de milho, cavacos de madeira) ou fazendo o
revolvimento periódico do monte. O composto pronto possui coloração entre marrom
escuro e preto e textura de terra.
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Tabela 8: Pontos positivos da Técnica de compostagem aeróbia
COMPOSTAGEM AERÓBIA
PON
TOS
PO
SIT
IVO
S
POSSIBILITA O PROCESSAMENTO DE GRANDES QUANTIDADES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
PODE PROSSEGUIR DE FORMA RELATIVAMENTE RÁPIDA SOB CONDIÇÕES IDEAIS
PODE ELIMINAR SEMENTES DE ERVAS DANINHAS E PATÓGENOS.
Fonte: o autor.
O produto final resultante do processo se denomina “composto”.
Caracteriza-se pela cor escura e pode ser usado como adubo, por que é feito de
material orgânico, com substâncias naturais. Seu uso dependerá dos tipos de
plantas existentes nas escolas, e quantidades diferentes de composto podem ser
utilizadas diretamente na manutenção do solo em propriedades rurais cuja produção
é familiar.
18
7 MÃOS A OBRA
Apesar de a técnica ser bem fácil de ser executada, é preciso alguns
cuidados para que os microorganismos façam sua parte, para tanto, existem
algumas equipamentos e regras simples, mas necessários para operar o processo
corretamente.
7.1 SEPARANDO OS RESÍDUOS DE FORMA CORRETA
Tabela 9: Equipamentos necessários para manuseio
Luvas de jardinagem para manusear com segurança os resíduos orgânicos e os equipamentos.
Tesoura de
jardinagem para cortar a galhada
Tesoura de jardinagem
Sprinkler ou regador
para aguar o material,
ajustando a umidade
Peneira com
malha de 1 cm de tamanho
para separar o composto fino dos materiais a
maiores
Rastelo e pá de cabo comprido para revirar e
misturar o material em
compostagem Rastelo e pá de cabo comprido
Fonte: o autor.
19
7.2 REGRAS BÁSICAS
Tabela 10: Cuidados a serem tomados
UMIDADE
A umidade é importante, pois a água dissolve os nutrientes orgânicos e inorgânicos presentes, tornando-os disponíveis para utilização pelos organismos do solo. A medida ideal é de 50% de umidade, correspondendo a um punhado que, quando espremido na mão, algumas gotas escorrem por entre os dedos. Acima desse nível diminui a velocidade de decomposição, que passa a funcionar como uma degradação anaeróbica – gerando cheiro ruim e atraindo moscas; abaixo dele, há uma diminuição na atividade metabólica dos microorganismos que ficarão dormentes ou morrerão.
VENTILAÇÃO
O oxigênio é fundamental para os microorganismos degradantes, daí a necessidade de se manter a aeração do composto, seja através de material estruturante (gravetos, sabugos de milho, cavacos de madeira) ou fazendo o revolvimento periódico do monte.
SEM ESTRESSE
A compostagem é um processo natural. Se a composteira estiver cheia ou a leira tiver atingido sua dimensão máxima, é hora de parar de acrescentar resíduos frescos. São necessários de 6 a 9 meses para que o composto esteja pronto para uso – deixe a natureza fazer seu trabalho. Continue o seu, que é adicionar as proporções de verdes e marrons quando a pilha estiver reduzindo volume.
HORA DE RETIRAR
Após o processo (6 a 9 meses), já é possível retirar o composto que está no fundo do modulo. Ele terá a cor marrom escuro e cheiro de terra úmida. Dependendo do uso que for dado para o material ele deverá ser processado. Se for usado para plantas, hortas e jardinagem deverá ser peneirado (malha de 1cm) para separá-lo dos materiais maiores e pedaços de madeira. Agora o usos for para recomposição do solo não precisa ser peneirado, pode ser colocado como está no modulo.
Fonte: o autor
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8 CONCLUSÃO
Este manual foi concebido baseado nos dados da Diretoria de
Limpeza Pública do SAMAE, obtidos através dos relatórios gravimétricos e de peso,
e mostram que a produção de resíduos sólidos nas escolas, reflete a produção no
contexto geral do município. Os resíduos da coleta seletiva integral do município são
coletados em separado e classificados nas tipologias orgânicos, rejeitos e
recicláveis, e demonstram que a produção de resíduos orgânicos é em torno de 70%
nas escolas e centros municipais de educação.
O presente documento foi pensado com o objetivo de estimular
práticas sustentáveis nas escolas como forma de mudança na visão de mundo e
especialmente em compartilhar saberes e práticas onde a transformação do
cotidiano das comunidades escolares, passe emanar as práticas até as residências
dos alunos, impactando seus familiares através de orientação nos aspectos de
separação e destinação correta dos resíduos, estimulando atitudes responsáveis
quanto à redução, reciclagem e reutilização de resíduos, tendo como ferramenta
para se alcançar estes objetivos o projeto “ESCOLAS ORGANICAS”.
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ANEXO A - Registros fotográficos do início do projeto na
ESCOLA MUNICIPAL PREFEITO MARIO DE MENEZES
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ANEXO B - Formulário para coleta de dados relativos a quantidade de resíduos
orgânicos destina a composteira
DIA 1 2 3 4 5 6
7 7 8 9 10 11 12 13 14 15
PESO
DIA 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28 29 30
PESO
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ANEXO C - Formulário para coleta de dados relativos à temperatura interna e
externa da composteira
Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
T externa (ºC)
T composto (ºC)
Dia 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
T externa (ºC)
T composto (ºC)
Dia 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98
T externa (ºC)
T composto (ºC)