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Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas 1 Relatório da III Oficina do Apoio da SESAI/MS Data: 05 a 08 de agosto de 2013 Local: Universidade de Brasília – Brasília/DF Responsáveis pelo Relatório: Américo Yuiti Mori Objetivo Geral da Oficina: analisar a produção do projeto de apoio junto ao território e planejar coletivamente as ações do Apoio da SESAI para o segundo semestre de 2013. Objetivos Específicos: 1. Acolher a nova turma de Apoiadores; 2. Proporcionar integração entre as turmas de Apoiadores (compor coletivo de Apoiadores da SESAI); 3. Avaliar e aperfeiçoar as ferramentas de Comunicação e Acompanhamento entre os Apoiadores e Coordenação do Projeto de Apoio (comunidade indígena, fluxo de solicitação de passagens e diárias, relatórios e devolutivas, referência de Apoio, etc); 4. Analisar informações dos produtos da Cartografia; 5. Preparar o coletivo para Apoiar discussão e participação do DSEI na Rede Cegonha; 6. Preparar o coletivo para Apoiar organização da Vigilância do óbito nos DSEIs; 7. Preparar o coletivo para Apoiar discussão e participação do DSEI no COAP; 8. Produzir Plano de Ações do Apoio para o segundo Semestre de 2013. Resultado Esperado: Composição do Coletivo de Apoiadores da SESAI com plano de trabalho do segundo semestre definido e seguindo diretrizes pactuadas na Oficina; Maior integração e aproximação das ações do apoiador junto à equipe da DIASI, apoiando os RT na organização das ações de Vigilância do óbito e composição do Grupo Técnico de Vigilância do óbito em articulação com vigilância do Estado e municípios; Construção do Mapa da demanda e da Rede de Atenção para pré-natal e urgência e emergência da população indígena; Apoiador preparado para estimular e apoiar a participação do DSEI na discussão de Redes, COAP e Programação da Assistência; Planejamento do segundo semestre, incluindo a definição do papel do Apoiador nas Conferências Distritais e Nacional.

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Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários

Especiais Indígenas

1

Relatório da III Oficina do Apoio da SESAI/MS

Data: 05 a 08 de agosto de 2013

Local: Universidade de Brasília – Brasília/DF

Responsáveis pelo Relatório: Américo Yuiti Mori

Objetivo Geral da Oficina: analisar a produção do projeto de apoio junto ao território e planejar

coletivamente as ações do Apoio da SESAI para o segundo semestre de 2013.

Objetivos Específicos:

1. Acolher a nova turma de Apoiadores;

2. Proporcionar integração entre as turmas de Apoiadores (compor coletivo de Apoiadores da

SESAI);

3. Avaliar e aperfeiçoar as ferramentas de Comunicação e Acompanhamento entre os Apoiadores

e Coordenação do Projeto de Apoio (comunidade indígena, fluxo de solicitação de passagens e

diárias, relatórios e devolutivas, referência de Apoio, etc);

4. Analisar informações dos produtos da Cartografia;

5. Preparar o coletivo para Apoiar discussão e participação do DSEI na Rede Cegonha;

6. Preparar o coletivo para Apoiar organização da Vigilância do óbito nos DSEIs;

7. Preparar o coletivo para Apoiar discussão e participação do DSEI no COAP;

8. Produzir Plano de Ações do Apoio para o segundo Semestre de 2013.

Resultado Esperado:

Composição do Coletivo de Apoiadores da SESAI com plano de trabalho do segundo semestre

definido e seguindo diretrizes pactuadas na Oficina;

Maior integração e aproximação das ações do apoiador junto à equipe da DIASI, apoiando os RT

na organização das ações de Vigilância do óbito e composição do Grupo Técnico de Vigilância do

óbito em articulação com vigilância do Estado e municípios;

Construção do Mapa da demanda e da Rede de Atenção para pré-natal e urgência e emergência

da população indígena;

Apoiador preparado para estimular e apoiar a participação do DSEI na discussão de Redes, COAP

e Programação da Assistência;

Planejamento do segundo semestre, incluindo a definição do papel do Apoiador nas

Conferências Distritais e Nacional.

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Atividades

Dia 05.08.13 – Turno da Manhã

Mesa de abertura e boas vindas dos participantes com Mariana Ferron (Diretora do DASI), Antônio Alves

(Secretário da SESAI) e Danielle Cavalcante (nova Coordenadora da CGASI). Realizada rodada de

apresentação dos participantes da Oficina com levantamento das expectativas.

Síntese da Rodada de levantamento das expectativas:

Expectativa de integração do grupo e aprimoramento dos conhecimentos (item citado por mais

de 50% das pessoas);

Afinamento do grupo para cumprir os objetivos do projeto;

Formação para desenvolver o Apoio Institucional;

Produzir articulação com outros atores;

Produzir as diversas interseções para melhorar a sustentabilidade do projeto nos distritos;

Necessidades da ponta (assistência) possam ser compreendidas e trabalhadas pelo Apoio;

Apoiador é um articulador entre os gestores, sente a necessidade de maior comunicação entre

os apoiadores;

Projeto ajude a fortalecer o SASI-SUS;

Gerar maior integração com o SUS;

Discutir as necessidades do território;

Trabalhar as angustias advindas da atuação junto ao DSEI;

Continuar avançando em nossas ações;

Trabalhar as dificuldades em lidar com o DSEI;

Avaliar o que foi produzido pelo projeto até o momento;

Receber devolutiva do trabalho desenvolvido;

Avaliar a trajetória do projeto;

Avaliar o apoio do apoio, afinar as orientações.

Dia 05.08.13 – Segunda parte da Manhã

A turma foi dividida em 3 Grupos para lidar com as diferentes necessidades e inserções no projeto.

Grupo 1 - Grupo de Trabalho para elaboração do instrumento de avaliação do Apoiador:

primeiro levantamento do perfil de Competências do Apoiador da SESAI

Condução: Washington e Sandro

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Foi realizado um levantamento e discussão sobre quais são as atribuições do apoiador a partir

do que têm vivenciado no território e em segundo momento quais são as habilidades,

conhecimentos e atitudes para o desempenho dessa função. Destaca-se que segue abaixo uma

síntese do levantamento, que não representa necessariamente a definição das atribuições do

Apoiador, alguns pontos fogem do papel do apoiador e outras podem não ter sido exploradas.

Atribuições do Apoiador

- Trabalhar a corresponsabilização entre os atores;

- Inserir a Saúde Indígena nas discussões de Redes de Atenção nos territórios;

- Inserir o DSEI nas discussões de Redes de Atenção e COAP;

- Participar das discussões para articulação interfederativa;

- Participar de reuniões dos colegiados de gestão;

- Coordenar e facilitar espaços de discussão;

- Apoiar a execução do Plano Distrital;

- Apoiar a organização do Processo de Trabalho do DSEI;

- Fortalecer a DIASI;

- Realizar reuniões sistemáticas com RT para apoiar organização do processo de trabalho da

DIASI;

- Provocador do diálogo internamente no DSEI (RT, chefe de Diasi, RT e EMSI) e do DSEI com

estados e municípios;

- Trabalhar junto com o Controle Social;

- Fortalecer o DSEI nas relações institucionais (SMS, Secretarias de Estado, CIR);

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- Apoiar a realização de reuniões facilitando e sistematizar as discussões;

- Apoiar a implementação de ações estratégicas;

- Apoiar o Coordenador do DSEI e aproximar a SESAI dos DSEIs;

- Analisar e discutir dados do SIASI e FORMSUS;

- Elaborar diagnóstico situacional;

- Apoiar a qualificação dos dados;

- Disparar processo de investigação do óbito.

Habilidades, Conhecimentos e Atitudes

- Conhecer a legislação do SUS (Portarias e documentos técnicos);

- Conhecer sobre organização do SUS e Saúde Indígena;

- Conhecer história da saúde indígena e sua interface com o SUS;

- Conhecer discussão sobre Redes de Atenção;

- Saber sobre Planejamento;

- Ter capacidade pedagógica;

- Capacidade de escuta qualificada;

- Ser resolutivo;

- Ser responsável;

- Ter compromisso;

- Ter jogo de cintura;

- Ser imparcial ou neutro;

- Saber negociar e pactuar com o outro;

- Ser mediador;

- Ser proativo.

Grupo 2 - Análise do Primeiro Movimento (turma 2)

Condução: Paulo

Eliana DSEI Al/SE: refere dificuldade em produzir o arranjo de encontro junto a DIASI, pois a mesma

estava sem chefe e os técnicos acumulam várias atribuições. Teve dificuldade de produzir a cartografia

pela dificuldade de logística (transporte) para a interlocução com os atores.

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Não teve retorno sobre o plano de atividades que planejou e não conseguiu postar o relatório na

comunidade.

Nas ações de vigilância esta em contato com Fórum Perinatal e discussões da Rede Cegonha na CIR.

Teve contato com Apoiador da PNH apenas por e-mail.

Leide DSEI Porto Velho: estabeleceu agenda com atores estratégicos e visita aos Polos Base. Tem boa

comunicação com os RT´s, com as EMSI teve contato através das reuniões administrativas.

Ainda não teve contato com o CONDISI, pela agenda das conferências não houve reunião. Através das

conferências locais teve contato com as lideranças e coordenadores de conselhos locais. A construção

do mapa foi realizada através das discussões nas conferências locais.

Sentiu resistência inicial ao projeto pela DIASI, lidou com a situação procurando aproximação e uma

atuação conjunta. Uma questão que deve ser cuidada é a manifestação por parte da DIASI que nesse

processo tem sido gerada novas demandas. Tem sido realizada a inserção das RT´s nas reuniões e leitura

de material. Chamada à atenção que as demandas devem fazer sentido para os coletivos e devemos

estar atentos a esta escuta do outro. Boa atuação junto com apoiador da PNH.

Discussão de SISPacto e Rede Cegonha esta gerando demanda de posicionamento.

Fala da Coordenadora Danielle: a chegada no DSEI deve ser realizada de forma a ouvir e acolher

também as demandas e entender o contexto, tomar cuidado para não gerar resistência da equipe ao

chegar no DSEI gerando demandas.

Hiojuma DSEI ES e MG: na chegada ao DSEI havia uma sala reservada para a apoiadora, mas sentiu-se

isolada e ficou parecendo que tinha uma relação hierárquica em relação ao grupo. Sentiu que havia um

imaginário que estaria ali para “vigiar” a equipe. Estabeleceu o arranjo com DIASI, mas não foi possível

os encontros por causa das agendas das conferências. Tem procurado estabelecer conversas na

oportunidade de diálogo.

Encontros mais favoráveis com o estado do Espírito Santo, a agenda é mais organizada e planejada com

antecedência. Dificuldade de articulação com os apoiadores que se concentram nas capitais. Sente

necessidade de esclarecer melhor o papel do apoiador.

Dificuldade de transporte no DSEI, dificuldade de participar de reuniões e agendas junto na área.

Mariana DSEI Vilhena: tinha facilidade por conhecer atores do DSEI, inclusive coordenadora. Na sua

chegada houve fantasia e receio do seu papel junto à equipe, foi produzindo conversas individuais até o

momento em que foi oportunizada uma reunião com grupo. O que oportunizou a construção do papel

do apoio junto ao grupo.

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Conseguiu inserção junto ao CONDISI através da aproximação com equipe do DSEI. Esta em contato com

apoiador DARAS para inserção na discussão de redes.

Ressaltada a importância de manter o arranjo de encontro para dentro do DSEI, é importante a

articulação com outros apoiadores e discussão de redes, mas é necessário se voltar para dentro das

necessidades do DSEI. É necessário colocar as pessoas do DSEI para conversar sobre os problemas e

produzir intervenção coletiva.

Adriana DSEI Alto Rio Juruá: a partir da primeira oficina ficou claro seu papel, mas não estava claro o que

as pessoas esperavam dela como apoiadora. Dialogou com a equipe a partir demanda da equipe,

mesmo sabendo que algumas coisas não era sua atribuição como apoiadora, se aproximou através da

produção dessa relação.

A articulação externa foi mais fácil, teve dificuldade na chegada ao DSEI. As dificuldades de logística

também dificulta seu trabalho. A CASAI tem dificuldade na gestão e gera efeito cascata junto ao DSEI.

Osvaldo DSEI litoral Sul: na chegada foi visto como “salvador” da pátria. Foi se aproximando e hoje tem

bastante apoio para desenvolver o seu trabalho. Teve uma reunião do CONDISI e teve oportunidade de

iniciar a conversa sobre seu papel. Pelo fato de falar Guarani tem ajudado na interlocução com os

indígenas.

Grupo 3 - Acolhimento dos novos Apoiadores

Condução: Selma

Apresentar o projeto de Apoio SESAI, os instrumentos de trabalho (plataforma e cartografia) e discutir a

função e papel do apoiador junto aos DSEI.

Participantes do Grupo

Nome DSEI

Luiz Roberto Pereira da Costa Filho DSEI PARINTINS

Henrique Rosa Rodrigues DSEI CEARÁ

Marcela Bertolucci Lima DSEI MÉDIO PURUS

Edmilson Canale DSEI MATO GROSSO DO SUL

Alexandra Galvão de Oliveira Japiassu DSEI PERNAMBUCO

Wellington Queiroz de Freitas DSEI MARANHÃO

Selma Aparecida Chaves Nunes CGASI/DASI/SESAI

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Maria Martha Lauande da Costa CGASI/DASI/SESAI

Hérica de Arruda Mauricio CGMASI/DGESI/SESAI

Atividades Desenvolvidas: Apresentação dos membros do grupo. Leitura do Projeto de Apoio, relato de

experiência dos apoiadores do DSEI Pernambuco e Maranhão sobre a função do apoiador, avanços e

desafios que o desenvolvimento deste papel trouxe a organização do serviço.

Apresentação dos instrumentos de trabalho do apoio, esclarecimentos sobre os arranjos de encontro

estabelecido entre o apoiador e coordenador do DSEI, chefe de DIASI, CONDISI e Responsáveis Técnicos

e Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, assim como, esclarecimentos sobre o desenvolvimento da

cartografia, seu objeto e significado.

Dia 05.08.13 – Turno da Tarde

No inicio da tarde foi mantido os grupos para finalização das discussões da manhã.

Em seguida passou-se para nova divisão, compondo os grupos por proximidade dos territórios e

misturando novos apoiadores e apoiadores com mais tempo de vivência na função. A atividade de

discussão de casos visou produzir espaço de escuta, acolhimento e troca das experiências vivenciadas

pelo Apoiador no território. Buscou também proporcionar desenvolvimento da grupalidade e relação de

"Apoio do Apoio" através de um espaço de análise das práticas e ações desenvolvidas.

Pontos levantados a partir do que foi destacado na discussão dos grupos

Papel do Apoiador:

Sua atuação junto ao DSEI perpassa pela questão de ser e ao mesmo tempo não ser do DSEI. Na

função de apoio, trabalha como elemento externo que facilita/potencializa a equipe do DSEI no

desenvolvimento das ações. Deve atuar apoiando o DSEI em articulação com diretrizes

estabelecidas pelo DASI/SESAI;

É necessário fortalecer o papel do Apoiador/projeto junto ao Fórum de presidentes do CONDISI,

Chefe da DIASI e Coordenadores de DSEI.

Fortalecer o Apoio do Apoio:

É necessário identificar onde o apoiador esta com mais dificuldades e desenvolver visita técnica

no território para apoiar o apoiador;

É necessário fortalecer o apoio do apoio, estreitando a relação entre apoiador e referência;

A falta de devolutiva sobre as ações que estão sendo desenvolvidas deixa o apoiador inseguro

sobre a assertividade do que esta sendo produzido e do que é esperado do seu trabalho.

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Sobre a produção do trabalho do Apoio:

A Cartografia deve ser entendida como uma metodologia de trabalho. Embora exista a tarefa e

prazos para a entrega dos produtos, os quais são pactos construídos no grupo, é fundamental

que seja encarada como instrumento para o trabalho. Logo a sua produção deve ser utilizada

como metodologia para levantamento de informações, produção de análise (coletivas –

construída através dos arranjos de encontro e por isso a sua importância), e subsídio para a

intervenção;

No desenho do apoio descentralizado não temos capacidade e interesse em realizar um grande

controle sobre as tarefas do apoiador. O próprio grupo deve produzir e se responsabilizar pelos

pactos, entendendo que não cumprir os pactos é falhar com o grupo e o desenvolvimento do

projeto;

Ações e instrumentos interessantes têm sido produzidos pelos apoiadores em cada realidade.

Sugestão de que haja mais troca entre os apoiadores, oportunizando tanto a troca de

experiência como a socialização de materiais e metodologias produzidas;

É necessário melhorar a relação com atores que a princípio deveriam ser parceiros;

Fortalecer a confiabilidade do Sistema de Informação.

Dia 06.08.13 – Turno da Manhã

Realizada a divisão em 5 Grupos para a discussão do mapa da rede e itinerário de produção do cuidado.

A partir desse atividade procurou-se compreender os processos e caminhos percorridos pelo usuário (da

aldeia a referência do SUS) na ocorrência de agravo ou situação que demande atenção à saúde. Foi

orientado levar em consideração: o que faz o indígena procurar o serviço de saúde na situação de parto;

que profissional/serviço ele procura inicialmente; como, quem, quais as dificuldades e potencialidades

para o encaminhamento para a referência do SUS e após referenciado, quais fatores interferem na

resolubilidade do caso.

Grupo Estado do Amazonas

Mesmo no estado há diferenças significativas entre os DSEIs. No caso das gestantes, são acompanhadas

na aldeia e quando há necessidade são atendidas nas UBS/Polo Base, que avaliam a necessidade de

encaminhamento para referência do SUS. Na maioria das vezes a UBS não tem recursos necessários

para o atendimento, o que impacta em baixa resolubilidade da Atenção Primária e necessidade de

deslocamento para a cidade. O deslocamento é realizado por via terrestre, fluvial e aérea, a maior parte

que é fluvial não apresenta tempo para deslocamento e condições do transporte adequado.

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Os serviços dos pequenos municípios também possuem baixa resolubilidade, levando a necessidade de

se serem encaminhados para Manaus. Em Manaus o agendamento para a especialidade é organizado

pela CASAI. Pela demora esse processo nem sempre é realizado através do SISREG.

Entre os principais nós críticos esta a baixa resolubilidade da rede de atenção, o que impacta na

necessidade de encaminhamento para Manaus. Esse deslocamento por sua vez é realizado de forma

precária e conta com o apoio dos municípios e Estado.

Grupo Norte

O percurso feito é da aldeia para posto de saúde, polo base. O acesso ao hospital se dá pela CASAI ou

UBS do município. O transporte e TFD é feito (custeado) pelo DSEI, são longos percursos.

Dificuldades da Rede: estrutura física dos serviços precária e que não acolhe as adaptações

etnoculturais, sazonalidade dos rios, disponibilidade de voo para remoção aérea, falta de suporte do

SAMU, falta de médico e laboratórios.

Potencialidades: empenho das EMSI, planejamento para entrada em área e definição de fluxos.

Na discussão da rede cegonha os indicadores e metas não estão adaptados à realidade da saúde

indígena. Quando são pactuados através do município os indicadores tornam-se ruins devido a situação

da saúde indígena. Há diferentes versões do SIS-Prénatal em funcionamento entre em alguns

municípios.

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Grupo Interior Sul, Litoral Sul e ES/MG

A rede de atenção à saúde possui maior disponibilidade de recursos nessas regiões. O deslocamento na

maioria dos lugares é feito por via terrestre (através de carro do DSEI ou TFD). Devido à proximidade das

aldeias à cidade, a porta de entrada acaba sendo a UBS e o acesso a média e alta complexidade se dá

através da regulação dos municípios.

Grupo Centro Oeste

Há um grande fluxo para a realização do parto em ambiente hospitalar. Quando a gestante é de risco

habitual é encaminhada para o município, quando se trata de alto risco o Polo Base se articula com a

CASAI para encaminhar para o hospital de referencia.

Entre os problemas levantados para acompanhamento de pré-natal e encaminhamento destacam-se

dificuldades no transporte para deslocamento, baixa qualidade e quantidade de serviços da rede,

relação de confiança com o profissional de saúde (muitas querem apenas ser atendidas pelo médico).

Grupo Nordeste

A maioria dos acompanhamentos da gestante é realizado na aldeia. No caso de gestante de alto risco é

encaminhada para o município de referência. O transporte é realizado por carro e em alguns pontos por

lancha.

No caso de AL/SE, ao invés das gestantes seguirem o fluxo pactuado, muitas procuram atendimento em

Paulo Afonso/BA.

Ressalta-se como problema da Rede de Cuidados a falta de qualificação dos profissionais para

abordagem intercultural no atendimento, falta de estrutura física e equipamentos das unidades em

aldeias, falta de estímulo para as ações de educação em saúde, profissionais e comunidade sentem-se

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inseguros com o parto na aldeia, gestantes que não são necessariamente de alto risco são

encaminhadas para referência do SUS e pelo transporte ou estrutura dos serviços deficitários a gestante

passa a ter um parto complicado. Também foi elencado como problema a falta de adaptação dos

serviços aos costumes e cultura indígena, dificuldade com a regulação e disponibilidade de vagas para

especialidades e leitos.

Como potencialidade identificam que o projeto de apoio tem dado visibilidade as pautas da saúde

indígena nos espaços de gestão.

Dia 06.08.13 – Turno da Tarde

Seguiu-se a discussão sobre mapeamento da rede e fluxo de vigilância do óbito

Foram relatadas algumas experiências de criação ou reativação de Grupo Técnico para vigilância do

óbito e articulação com Vigilância dos estados e municípios.

Também foi sistematizado um panorama da situação da vigilância do óbito e participação do DSEI na

Rede Cegonha (Anexo I).

Atividade da segunda parte da tarde: Pactuação dos fluxos de comunicação (Referência – Apoiador e

Comunidade Indígena) – Este momento permitiu uma reflexão de como se realiza a comunicação entre

a referência técnica e o apoiador:

• Avaliaram como positivo o retorno dos documentos enviados pela plataforma com a ferramenta

de revisão de textos do word;

• Preferem que este retorno continue sendo individual e por e-mail.

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• Compreendem algumas vezes a demora do retorno, devido ás atividades desenvolvidas da

referência no nível central;

• Solicitam uma aproximação e supervisão em loco;

• Receio em expor na plataforma do HumanizaSUS fragilidades apontadas na cartografia, para

membros e instituições que julgam externos a SESAI;

• Contato telefônico é um meio de comunicação muito utilizado entre apoiador e referência por

ter retorno mais rápido e por não deixar registrado assuntos que julgam melhor não expor na

comunidade ou registrado no email.

Dia 07.08.13 – Turno da Manhã

Realizado abertura do Encontro com as Referências Técnicas da Saúde da Mulher. A atividade iniciou

com uma rodada de apresentação e manifestação do que é ser mulher para cada participante. Seguiu-se

uma discussão sobre Gênero.

A atividade seguiu com a divisão dos apoiadores para a discussão sobre COAP e Programação da

Assistência (vide apresentações da III Oficina do Apoio enviadas por e-mail). O grupo das RT ficaram para

assistir a videoconferência do Ministério da Saúde com o estados para o monitoramento do andamento

da Rede Cegonha.

Dia 07.08.13 – Turno da Tarde

Apresentação sobre a Rede Cegonha na Saúde Indígena realizada por Ester, Coordenadora Nacional da

Rede Cegonha. Na discussão o grupo foi provocado a refletir sobre a forma de inclusão da Saúde

Indígena na Rede Cegonha, pois as ações devem ser adaptadas ao contexto etnocultural e não gerar

intervenções iatrogênicas. Sendo que a missão principal é conhecer o contexto de cada etnia e

respeitar/valorizar suas práticas tradicionais de cuidado.

Foram apresentadas as experiências do Alto Rio Juruá e Leste de Roraima na inserção do DSEI na Rede

Cegonha. Como destaque das experiências destaca-se a articulação realizada com apoiadores do DARAS

que facilitaram a inserção do DSEI, a inserção da RT nas discussões e necessidade de constante

acompanhamento do Plano de Ação para inserção da saúde indígena, também foi necessário a

articulação junto aos municípios, pois são eles que pactuam as ações.

Dentre as dificuldades destacam-se a necessidade de constante acompanhamento das discussões, as

mudanças pós-eleições municipais gerou descontinuidade no cumprimento das pactuações, a

dificuldade de alcance metas e sistematização dos dados por parte da saúde indígena dificulta o alcance

das metas pactuadas pelos municípios, quando as pactuações locais são sistematizadas no Plano de

Ação Estadual da Rede Cegonha, as demandas/necessidades da saúde indígena se perdem.

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Na sequência formou-se 5 grupos para discussão de como operacionalizar, além de acolher críticas e

sugestões para a Nota Técnica que orienta a participação dos DSEI na Rede Cegonha.

(a discussão e proposições dos grupos estão sendo sistematizadas pela área técnica).

Dia 08.08.13 – Turno da Manhã

Discussão sobre Vigilância do óbito com Coordenador da Secretaria de Vigilância à Saúde.

Dia 08.08.13 – Turno da Tarde

Estava prevista a atividade de elaboração do Plano de Trabalho dos Apoiadores, mas como as atividades

da oficina estavam muito intensas e com pouco tempo para discussão, foi proposto priorizar o espaço

de escuta a partir do momento da avaliação.

Avaliação da Oficina

Os temas discutidos foram mais próximos das necessidades que vivenciam no território;

Sentiu-se acolhida pelo grupo em sua chegada como apoiadora;

Foram muitos temas e pouco tempo para discussão;

O momento da oficina é importante para “recarregar” as energias e se localizar nas pautas que

estão em discussão;

As demandas de discussão dos apoiadores foram respondidas na oficina, mas ainda tem

questões do território que precisam ser trabalhadas;

O momento com as RT foi mal conduzido, havia a expectativa de se trabalhar mais o papel do RT

frente às ações da Rede Cegonha e Vigilância. Perdeu-se o momento de orientar os RT sobre os

fluxos e normatizações;

Alguns já atuavam no distrito, mas com a função apoio passou pensar e refletir mais sobre o

processo de trabalho;

Necessário se apropriar mais da Política de Saúde Indígena e discutir Modelo Assistencial;

Sente que há investimento no apoiador da SESAI para aproximação equilibrada junto ao apoio

integrado;

Momento de troca de experiências e aprendizado;

Programação da oficina foi extensa, mas as atividades foram leves;

Necessário discutir a relação e papel do apoiador junto ao Chefe da DIASI;

A atividade de elaboração do instrumento de avaliação do apoiador foi bem interessante;

É necessário apoiar o apoiador que esta com dificuldades;

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Gostou da discussão do COAP e Programação da Assistência, mas o tempo foi curto;

Foi um espaço sobre seu local de atuação;

A atuação no território gera muitas inquietações e o momento da oficina é um espaço que dá

suporte;

É necessário aproximar os pares, Coordenador do DSEI e Chefe da DIASI para o projeto;

O grupo tem criado sinergia e alinhamento;

No apoio ao apoio, deve ser feita intervenções junto ao DSEI para fortalecer o apoiador;

É preciso aproximar a visão sobre o território com base na antropologia para lidar com as

especificidades.

Plano de Trabalho

Cada participante elencou a prioridade de ação a partir do seu local/papel de inserção no projeto.

Apareceram as seguintes questões que compõe as diretrizes para o Plano de Trabalho do Apoiador até

final de 2013.

Reorganizar do processo de trabalho no DSEI

Constituir comissão de investigação do óbito

Inserir os CONDISI na discussão de Redes

Reorganizar do processo de trabalho no DSEI/DIASI

Qualificar o fluxo de informação para propriciar avaliação e tomada de decisão

Capaciar e inserir equipe do DSEI nas discussões do COAP e Redes

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Qualificar a APS com foco nas EMSI e uso de protocolos assistenciais

Reorganizar o processo de trabalho do DSEI com foco na Vigilância do Óbito e capacitação dos profissionais

Fortalecer articulação com Rede de Atenção

Reorganizar processo de trabalho no DSEI

Reorganizar o processo de trabalho com foco no fluxo de informação

Garantir as necessidades da Saúde Indígena nos Planos da Rede Cegonha

Reorganizar o processo de trabalho das áreas técnicas da DIASI

Utilização do SIASI para organização do processo de trabalho

Conhecer as especificidades da etnia local na gestão e puerpério

Reorganizar o processo de trabalho do DSEI

Garantir realização dos exames de pré-natal para as gestantes

Reorganizar o processo de trabalho do DSEI

Garantir sumplemento para crianças desnutridas

Inserir o DSEI nas discussões do COAP

Reorganizar o processo de trabalho do DSEI

Inserir o DSEI nas discussões do COAP

Reorganizar o processo de trabalho do DSEI

Discutir modelo de atenção do subsistema de saúde indígena

Reorganizar o processo de trabalho da DIASI com foco no diálogo com as EMSI Cadastrar unidades no CNES

Reorganizar o processo de trabalho da DIASI com foco na capacitação do enfermeiro de Polo

Disparar processo de cadastramento das unidades no CNES

Reorganizar o processo de trabalho da área técnica

Identificar apoiadores que necessitam de maior apoio na realização das tarefas.

Discutir dados sobre óbitos com as EMSI

Fortalecer RT da Saúde da Criança e da Mulher

Avaliação do projeto para ajustes e orientação de suas diretrizes.

Ampliar o Apoio aos DSEI

Foi ponderado que esse plano de trabalho deve ser negociado/pactuado com o Coordenador do DSEI. A

Coordenação ficou de encaminhar o instrumento para elaboração do Plano de Trabalho do Apoiador.

Foram pactuados os seguintes encaminhamentos:

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Devolutiva do Produto Cartografia 25/08 – produção de análise sobre as estratégias e ações que

devem ser objeto de intervenção em cada DSEI (Realizar entre Referencia e Apoiador, solicitar

ajuda caso necessário);

Cartografia Validada (apresentada e discutida) junto a Coordenador do DSEI e DIASI (15/09);

Plano de Trabalho do Apoiador (29/08 – vamos renegociar essa data);

Próxima Oficina do Apoio – indicativo de inicio de outubro.

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Anexo I

DSEI

Percentual de

investigação de óbito

Tem Grupo Técnico de

investigação do óbito

Tem articulação com Cômite

de Investigação

de Óbito Municipal ou

Estadual

Existe RT responsável

pela Vigilância do Óbito e envio dos

dados

Tempo médio para iniciar a

investigação (dias)

Existe Rede

Cegonha implantada na região?

A SI esta contemplada no Desenho da Rede da Cegonha e Matriz Diagnóstica

No Plano de Ação da Rede Cegonha esta contemplada a demanda da SI (equipamentos, exames laboratoriais, USG, referência)

DSEI faz parte do Grupo Condutor da Rede Cegonha

1 Alagoas e Sergipe

21,43 SIM SIM SIM 20 dias SIM NÃO NÃO SIM

2 Altamira 42,86 NÃO SIM SIM 30 dias SIM SIM SIM SIM

3 Alto Rio Juruá 27,78 NÃO SIM SIM

não esta acontecendo SIM SIM SIM SIM

4 Alto Rio Negro 100,00 NÃO NÃO SIM 60 A 90 DIAS SIM NÃO NÃO

5 Alto Rio Purus 40,00 NÃO SIM SIM 30 dias SIM SIM SIM SIM

6 Alto Rio Solimões

0,00 SIM NÃO SIM uma semana SIM SIM SIM SIM

7 Amapá e Norte do Pará

0,00 SIM SIM SIM SIM

8 Araguaia 0,00

NÃO NÃO SIM

Os casos mais simples rapidamente, os mais dificeis não realizam SIM NÃO NÃO NÃO

Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários

Especiais Indígenas

9 Bahia 0,00 SIM SIM SIM entre 60 e 120 dias SIM NÃO NÃO NÃO

10 Ceará 60,87 SIM SIM SIM 30-60 dias SIM SIM NÃO NÃO

11 Cuiabá 66,67 NÃO SIM SIM 30 dias SIM NÃO NÃO NÃO

12 Guamá-Tocantins

0,00 SIM NÃO SIM 90 dias SIM NÃO NÃO NÃO

13 Interior Sul 0,00 NÃO SIM SIM Não sabe SIM SIM SIM SIM

14 Kaiapó do MT 71,43 SIM NÃO SIM 30 NÃO NÃO NÃO NÃO

15 Kaiapó do Pará 0,00 NÃO NÃO SIM 30dias SIM NÃO NÃO NÃO

16 Leste de Roraima

4,55 NÃO SIM SIM 60 dias SIM SIM SIM SIM

17 Litoral Sul 33,33 SIM SIM SIM 15 dias SIM SIM SIM SIM

18 Manaus 37,50 SIM SIM SIM 30 dias SIM SIM SIM SIM

19 Maranhão NÃO SIM SIM

Esse esta no prazo de 60 dias SIM SIM NÃO SIM

20 Mato Grosso do Sul

81,05 NÃO SIM SIM dentro do prazo SIM NÃO NÃO SIM

21 Medio Rio Purus 5,00 NÃO NÃO SIM 60 dias SIM NÃO NÃO NÃO

22 Médio Rio Solimões e Afluentes 11,76 NÃO NÃO SIM 20 dias SIM NÃO NÃO NÃO

23 Minas Gerais e Espírito Santo NÃO NÃO NÃO 20 dias SIM NÃO NÃO NÃO

24 Parintins 15,00 SIM SIM SIM 30 a 60 dias SIM SIM n - sabe informar SIM

25 Pernambuco 16,67 NÃO SIM SIM 60 a 90 dias SIM NÃO NÃO SIM

26 Porto Velho 61,54 NÃO SIM SIM 30 dias SIM NÃO NÃO NÃO

27 Potiguara 0,00 SIM NÃO SIM

Quando recebe a informação SIM SIM NÃO NÃO

Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários

Especiais Indígenas

28 Rio Tapajós 0,00

NÃO NÃO SIM 15 dias SIM NÃO NÃO NÃO

29 Tocantins 9,09 NÃO SIM SIM 90 dias SIM NÃO NÃO SIM

30 Vale do Javari SIM NÃO NÃO NÃO

31 Vilhena 20,00

NÃO SIM SIM

Depende do local, as vezes o tempo de investigação demora 2 a 3 dias , entradas das EMSI em áreas. E os hospitais que apesar de alguns serem imediatos da referencia local os fora do muncipio é entre 120 dias para mais. SIM NÃO NÃO SIM

32 Xavante 8,96

NÃO SIM SIM 40 dias NÃO NÃO NÃO NÃO

33 Xingu 0,00 NÃO NÃO NÃO 0 SIM NÃO NÃO NÃO

34 Yanomami 6,40 SIM SIM SIM

depende da região e de quem realiza SIM SIM NÃO NÃO