projeto de antenas para sistemas wimaxeducatec.eng.br/engenharia/monografia de apoio/projeto de...

102
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA DE TRABALHO DE INTEGRAÇÃO PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAX AUTOR: LUIZ ARTHUR CARLIN ORIENTADOR: EDGAR BORTOLINI Porto Alegre, novembro de 2005.

Upload: lengoc

Post on 01-Feb-2018

227 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA DE TRABALHO DE INTEGRAÇÃO

PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAX

AUTOR: LUIZ ARTHUR CARLIN

ORIENTADOR: EDGAR BORTOLINI

Porto Alegre, novembro de 2005.

Page 2: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

2

Dedicatória

Dedico este trabalho às pessoas que de uma forma ou

outra contribuíram para minha formação pessoal e acadêmica

até o momento.

Page 3: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

3

Agradecimentos

Agradeço à Deus, por ter me iluminado nesta jornada, à minha família, por todo o suporte

e apoio, meus amigos e colegas, que muito me ajudaram para ter chegado até aqui.

Cito em especial, o professor engenheiro Edgar Bortolini, orientador deste trabalho, cito

também Michelle Pozzati, Ricardo Becker, Noara Foiatto, Fabiana Yanaka Schafer e João Miguel

La Roehe pelo apoio dado ao desenvolvimento deste trabalho.

Page 4: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

4

Resumo

Este trabalho tem por objetivo apresentar, detalhar e exemplificar uma nova tecnologia. O

WIMAX (Worldwide Interoperability of Microwave Access), padrão 802.16 do IEEE (Institute of

Electrical and Electronics Engineers).

A necessidade de redes sem fio já é sentida há muito tempo em vista das limitações

impostas pelas redes cabeadas, principalmente quanto à crescente necessidade de flexibilidade

que tem atingido os atuais projetos de rede. Aliada a essa necessidade de flexibilidade, observa-se

também uma crescente demanda por transmissões que atendam os requisitos das atuais aplicações

em multimídia, tais como maior largura de banda, restrições de atraso e atendimento de um

grande número de usuários a longas distâncias. Neste contexto, as redes sem fio metropolitanas,

são uma solução que aliam a flexibilidade, comum nas redes sem fio, com a possibilidade de

atendimento de um grande número de usuários.

Este trabalho apresenta um padrão emergente em redes sem fio, o Padrão IEEE 802.16

para redes sem fio metropolitanas. Segundo este padrão, as redes sem fio metropolitanas

atenderão a todas as expectativas dos atuais projetos de redes, aliado as garantias de qualidade de

serviço. Será apresentado neste trabalho as características deste padrão, um estudo sobre as

especificações da antena e algumas simulações desta e por algumas considerações para instalação

de acesso WIMAX, simulando redes metropolitanas hipotéticas, avaliando os custos para a

implantação da rede, permitindo a comparação de implementação desse tipo de rede com

alternativas em relação às especificações e também alternativas referentes aos usuários, inclusive

para o mercado brasileiro.

Page 5: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

5

Sumário

1. Introdução..............................................................................................................................12 2. Revisão bibliogáfica ..............................................................................................................15 2.1. Histórico do padrão IEEE 802.16.......................................................................................16

2.1.1. Norma IEEE 802.16-2004 .........................................................................................18 2.2. . Caracteríticas técnicas do padrão 802.16 .........................................................................18

2.2.1. Arquitetura do protocolo. ..........................................................................................19 2.2.2. A camada física. ........................................................................................................20 2.2.3. A camada MAC. ........................................................................................................22 2.2.4. Qualidade de serviço (QoS).......................................................................................22 2.2.5. Multiplexação ............................................................................................................24 2.2.6. Modulação .................................................................................................................31

2.3. Fatores de interferência .....................................................................................................34 2.3.1. Interferênca................................................................................................................34 2.3.2. Interferêncas causadas pelo meio de propagação......................................................34 2.3.3. Análise do efeito das microondas..............................................................................35 2.3.4. Efeitos da falta de linha de visada .............................................................................36 2.3.5. Zona Fresnel ..............................................................................................................38

3. Antena WIMAX .......................................................................................................................42 3.1. Antena de microfita ...........................................................................................................42

3.1.1. Tipos de excitação das antenas de microfita .............................................................43 3.1.2. Antena de microfita retangular ..................................................................................45 3.1.3. Arranjo planar de N Elementos .................................................................................53

3.2. Simulações, fabricantes e equipamentos existentes .........................................................58 3.2.1. Fabricantes e antenas disponíveis no mercado...........................................................58 3.2.2. Simulações...................................................................................................................63 4. Considerações para instalação de acesso fixo WIMAX...........................................................66 4.1. Considerações para as faixas de 2,5 e 3,5 GHZ ...............................................................66 5. Mercado para a tecnologia WIMAX .......................................................................................86 6. Conclusão ................................................................................................................................98 7. Referências Bibliográficas......................................................................................................100

Page 6: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

6

Lista de figuras

Figura 1: Figura 1: Padrões de acesso wireless, IEEE e ETSI (European

Telecommunications Standards Institute)..............................................................13

Figura 2: Pilha de protocolos do padrão 802.16.....................................................19

Figura 3: Modulação FDM e OFDM......................................................................25

Figura 4: Modulação OFDM implementada por meio de banco de filtros…….....26

Figura 5: Sinais recebidos em sistemas de banda larga com portadora única e

multiportadora....……………………................................………....………….....27

Figura 6: Esquema OFDM na tecnologia WIMAX……………………………....28

Figura 7: Esquema de subcanalização na tecnologia WIMAX…………………..29

Figura 8: Exemplo de Distribuição de 3 subportadoras utilizando OFDM……....29

Figura 9: Exemplo do espectro FDMA………......................................................30

Figura 10: Esquema da modulação adaptiva na tecnologia WIMAX....................31

Figura 11: Variação de fase em função da transição de bit do sinal......................32

Figura 12: Diagrama de fase e quadratura (IQ) os 4 possíveis símbolos

gerados pela modulação QPSK usando 2 bits por símbolo……...............…….....33

Figura 13: Constelações geradas pelos dois modos QAM……………………......33

Figura 14: Exemplo de trajeto direto e trajeto indireto ………………………......38

Figura 15: Zona Fresnel..........................................................................................39

Figura 16: Propagação LOS E NLOS.....................................................................41

Figura 17: Antena de microfita retangular…..…………………………………....43

Figura 18: Alimentação por linha de microfita…………………………………...44

Figura 19: Alimentação por cabo coaxial...............................................................44

Figura 20: Sistema de coordenadas para antena de microfita retangular………....46

Page 7: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

7

Figura 21: Geometria para um arranjo planar com M x N elementos ao longo

dos eixos x e y, respectivamente………………………............................................54

Figura 22: Exemplo de ligação da antena..................................................................59

Figura 23: Especificações do modelo HG2616P da Hyperlink Technologies...........60

Figura 24: Especificações do modelo de CPE da família Horizon da NEX-G..........61

Figura 25: Especificações do modelo de CPE da Pro-Cell........................................62

Figura 26: Exemplo de linha de visada, analisando o campus da PUCRS.................64

Figura 27: Simulação realizada para as características de uma antena para

CPE outdoor, numa freqüência de 3,5GHZ...............................................................65

Figura 28: Diagrama de irradiação da antena obtida para a simulação realizada para

as características de uma antena para CPE outdoor, numa freqüência de 3,5 GHZ....65

Figura 29: Densidade típica de assinante para um sistema 3,5 GHz com

instalação rural………………....................................................................................71

Figura 30: Capacidade de downlink de um canal único e para os 6 canais

da Estação Base na faixa de 3,5GHz.........................................................................71

Figura 31: Capacidade de downlink de um canal único e para os 6 canais

da Estação Base na faixa de 2,5GHz………………….............................................72

Figura 32: Faixa e variação de capacidade com ganho do sistema na faixa

de 3,5GHz……………………………………….......................................................72

Figura 33: Determinação dos requisitos de mercado..................................................73

Figura 34: Densidade de dados de downlink da Estação Base para 4 e 8

canais numa configuração de Estação Base para um ambiente urbano………..........75

Figura 35: Densidade de dados de downlink da Estação Base num

ambiente suburbano e rural. Supondo 4 e 3 canais na configuração da Estação

Base respectivamente.................................................................................................75

Figura 36: Exemplos de distribuição urbano…………………………………….....77

Figura 37: Exemplos de instalação numa área suburbana……………………….....78

Figura 38: Exemplo de distribuição na área rural……………………………..........78

Figura 39: Distribuição numa área rural com CPEs indoor para 3,5GHz. …….......79

Figura 40: Capacidade de canal de downlink da Estação Base com CPEs

indoor na Faixa de 3,5GHz........................................................................................80

Figura 41: Densidade de dados de downlink da Estação Base com CPEs

indoor na Faixa de 3,5GHz…………………………………………………….......81

Page 8: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

8

Figura 42: Cenários de instalação em 3,5GHz com CPEs indoor………………...83

Figura 43: Exemplo de uma instalação urbana…………………………………....84

Figura 44: Capacidade para adicionar canais numa expansão futura……………..85

Figura 45: Espectro de freqüências utilizadas para a tecnologia WIMAX……….91

Figura 46: Tipos de aplicações de interesse dos vários setores do mercado……...92

Figura 47: Topologia e arquitetura de rede na tecnologia WIMAX………………93

Figura 48: Empresas e aplicações de interesse do mercado………………………93

Figura 49: Taxa de penetração da tecnologia WIMAX pela previsão da

Maravedis Inc………………………………………………….…………………..94

Figura 50: Taxa de penetração da tecnologia WIMAX pela previsão da

Pyramid Research………………………………………………………………….94

Figura 51: Estimativa do mercado brasileiro de CPEs WIMAX, baseado na

Visant Strategies Inc................................................................................................96

Figura 52: Estimativa do mercado brasileiro de ERBs (Estações base)

WIMAX, baseado na Visant Strategies Inc..............................................................96

Figura 53: Estimativa do mercado brasileiro de CPEs e ERBs WIMAX,

baseado em informações nacionais………………………………………………...97

Figura 54: Estimativa para o mercado de acesso de rádio com banda larga……….97

Page 9: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

9

Lista de tabelas

Tabela 1: Propriedades dos materiais dos substratos...............................................45

Tabela 2: Parâmetros relevantes do rádio................................................................69

Tabela 3: Requisitos de dados típicos para uma área metropolitana média……....74

Tabela 4: Exemplos demográficos de distribuição………………………………..76

Tabela 5: Impacto das CPEs indoor na capacidade do canal...................................80

Tabela 6: Dados demográficos para distribuição com CPEs indoor........................81

Page 10: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

10

Lista de siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ATM – Asynchronous Transfer Mode

BWA – Broadband Wireless Access

BS – Base Station

CAPEX – Capital Expenditure

CPE – Customer Premises Equipament

DAMA-TDMA – Demand Assignment Multiple Access - Time Division

MultipleAccess

DES – Data Encrypion Standart

DSL – Digital Subscriber Line

EHF – Extra High Frequency

ETSI – European Telecommunications Standards Institute

FDMA – Frequency Division Multiple Access

FEC – Forward Error Corrector

FDD – Frequency Division Duplexing

IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers

IP – Internet Protocol

IPv4 – Internet Protocol version 4

ISM – Industrial, Scientific, and Medical

ISP – Internet Service Provider

ITU-T – International Telecommunications Union Telecommunication

Standardization

LOS – Line of Sight

MAC – Media Access control

MAN – Metropolitan Area Network

MIMO – Multiple-Input Multiple-Output

N-WEST – National Wireless Electronics Systems Testbed

NIST – United States National Institute of Standarts and Techonoly

Page 11: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

11

NLOS – Non Line of Sight

OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing

OPEX – Operative Expenditure

PMP – Point to Multipoint

QAM – Quadrature Amplitude Modulation

QoS – Qualidade de Serviço

QPSK – Quadrature Phase Shift Keying

SHF – Super High Frequency

SME – Small to Medium Enterprise

SS – Subscriber Station

TDD – Time Division Duplexing

WI-FI – Wireless Fidelity

WIMAX – Worldwide Interoperability of Microwave Access

WILAN – Wireless Local Area Network

UHF – Ultra High Frequency

VoIP – Voz sobre IP

VSWR – Voltage Standing Wave Ratio

X.509 – ITU-T Standart for Public Key Infraestruture

Page 12: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

12

1. Introdução

Recentemente novas tecnologias de redes sem fio têm sido desenvolvidas pelo IEEE, em

conjunto com a indústria, com foco em interoperabilidade, suporte ao protocolo IP (Internet

Protocol) e a altas taxas de transmissão.

Um exemplo é a tecnologia WI-FI (Wireless Fidelity), baseada no padrão IEEE 802.11

[1], que consiste em uma solução já amplamente difundida de redes locais sem fio, WLAN

(Wireless Local Area Network). WI-FI suporta operação em bandas não licenciadas (2,4 e 5,8

GHz, no Brasil) com taxas de transmissão de até 54Mbps em uma área de centenas de metros

quadrados [1].

Na mesma linha do WI-FI o IEEE está especificando as bases da tecnologia WIMAX,

através do padrão IEEE 802.16 [2]. Trata-se de uma tecnologia de rede metropolitana sem fio,

com suporte a cobertura na ordem de Kms e taxas de transmissão de até 75Mbps, que possui

qualidade de serviço (QoS) e interfaces para redes IP, ATM (Asynchronous Transfer Mode ),

E1/T1 e Ethernet [2].

O termo WIMAX (Word Interoperability for Microwave Access) refere-se ao WIMAX

Fórum, que tem como missão garantir a interoperabilidade entre os equipamentos baseados no

padrão IEEE 802.16.

O WIMAX Fórum é uma organização sem fins lucrativos formada por empresas

fabricantes de equipamentos e componentes de comunicação, criada para impedir que os

problemas de compatibilidade e interoperabilidade entre equipamentos encontrados no padrão

IEEE 802.11 não aconteçam novamente no IEEE 802.16.

Esta padronização visa aumentar a competitividade em acesso à banda larga através do

aumento da produção de componentes, diminuição do custo de produção de equipamentos e

acessos à banda larga mais velozes e baratos para os usuários finais.

O WIMAX Fórum é constituído pelas indústrias líderes do setor, que estão

comprometidas com as interfaces abertas e com a interoperabilidade entre os diversos produtos

utilizados no Acesso Broadband Wireless [3].

Page 13: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

13

Entre as mais de 220 empresas que fazem parte desta organização encontram-se a Intel,

Analog Devices, Ericsson, Motorola, Nokia, Samsung, Siemens, AT&T, British Telecom,

Deutsche Telekom, France Telecom, Fujitsu e Microsoft.

Por meio das funcionalidades suportadas pela tecnologia WIMAX, uma grande variedade

de serviços de banda larga sem fio será viabilizada, como exemplo, VoIP (Voz sobre IP) [3].

O WIMAX pretende motivar um mercado de Acesso Broadband mais competitivo,

através de um conjunto mínimo de especificações de desempenho da interface aérea entre os

produtos dos diversos fabricantes, certificando os produtos que atendem a estas especificações.

Para os operadores de rede, esta interoperabilidade entre equipamentos significa a não

dependência de um fornecedor para o desenvolvimento de sua rede [3].

Para os fabricantes de equipamentos significa menos tipos diferentes de produtos a

desenvolver e a produzir.

Para os Fabricantes de componentes, significa uma escala de produção muito maior.

Para o usuário final significa acessos Broadband mais velozes e mais baratos [3].

Figura 1: Padrões de acesso wireless, IEEE e ETSI (European Telecommunications

Standards Institute) [29].

Page 14: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

14

No segundo capítulo, é apresentada uma revisão teórica que engloba as características do

padrão. Fazem-se uma revisão dos conceitos técnicos presentes na tecnologia para transmissão e

recepção da informação e especialmente revisando o conceito da antena utilizada no padrão.

No terceiro capítulo, é demonstrado o projeto da antena além de mostrar o mercado de

antenas WIMAX, fabricantes, produtos disponíveis até o momento e simulações.

No quarto capítulo, é apresentado um estudo sobre de como deverá ser uma rede WIMAX,

seu custo, cobertura e eficiência, supondo um exemplo hipotético, comparando uma série de

variações em que a rede pode ser baseada.

No quinto capítulo, é feita uma análise de mercado, demonstrando as vantagens da

tecnologia e as previsões para um futuro muito próximo da mesma, inclusive no Brasil.

No sexto capítulo é feita uma conclusão do que se tem implementado até o momento e o

que se pode esperar para o futuro na visão do autor.

No sétimo capítulo estão listadas todas as bibliografias referenciadas ao longo do texto.

Page 15: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

15

2. Revisão bibliográfica

Muitos sistemas de comunicação fazem à transmissão dos dados utilizando fios de cobre,

como par trançado, cabo coaxial, ou fibra ótica. Outros, entretanto, transmitem os dados pelo ar,

como é o caso da transmissão por raios infravermelhos, laser, microondas e rádio. As redes que

usam estas técnicas se chamam redes Wireless [32].

A rede sem fio é um sistema de transmissão de dados flexível que pode ser utilizada como

alternativa para as redes cabeadas tradicionais, baseadas em par trançado, cabo coaxial e fibra

ótica. As redes sem fio têm o mesmo propósito da rede cabeada: dispor informações a todos os

dispositivos ligados à rede. Contudo, sem o cabeamento físico para amarrar a localização de um

nodo (equipamento ligado à rede), a rede torna-se muito mais flexível: é fácil mover um nodo sem

fio. As redes locais sem fio também são uma boa opção quando a arquitetura de um prédio torna

difícil (ou impossível) a passagem de cabos de rede [32].

Este tipo de redes de computadores permite a separação do usuário dos ambientes

computacionais, isso é, a possibilidade do usuário poder acessar os recursos do sistema (serviços,

servidores, impressoras, etc.) a qualquer tempo, bastando estar localizado dentro dos limites de

uma infra-estrutura de comunicações sem fio [32].

O princípio de funcionamento se baseia na transmissão de dados através da camada

atmosférica utilizando a propagação das ondas eletromagnéticas, entretanto o wireless engloba o

uso de raios de luz infravermelha, apesar das ondas de rádio ser o meio mais difundido. Nos

últimos anos, esse tipo de rede tem crescido e tem ganhado popularidade nos diversos setores,

principalmente no que diz respeito às redes locais sem fio WLANs [32].

As redes sem fio são soluções normalmente aplicadas onde uma infra-estrutura de

cabeamento convencional não pode ser utilizada. Elas viabilizam, dessa forma, o atendimento de

pontos de rede com a mesma eficiência e até mesmo uma melhor relação custo / benefício em

relação ao sistema de cabeamento convencional, nesses casos [36].

Page 16: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

16

2.1. Histórico do padrão IEEE 802.16

Historicamente as atividades do padrão foram iniciadas em agosto de 1988 em uma

reunião chamada N-WEST (National Wireless Electronics Systems Testbed) da equivalente

americana da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o NIST (United States

National Institute of Standarts and Techonoly). O encontro teve uma boa receptividade no Grupo

802 do IEEE que inaugurou um grupo de estudos para tratar do assunto. O Grupo de trabalho do

802.16 teve reuniões semanais com periodicidade bimestral a partir de julho de 1999 [32].

Cinco anos depois, envolvido nessa missão, o Grupo de Trabalho do Padrão IEEE 802.16

em Broadband Wireless tinha desenvolvido toda a base dos padrões subseqüentes, a saber:

IEEE 802.16 (“Air Interface for Fixed Broadband Wireless Access Systems”) foi a

primeira versão do 802.16, aprovada em dezembro de 2001. Esse padrão é para WMAN operando

na banda de freqüências de 10,0 – 66,0 GHz em linha de visada direta, o que significa que o

receptor precisa ser visível para o emissor do sinal [32];

IEEE 802.16.2, publicado em 2001, (“Recommended Practice for Coexistence of Fixed

Broadband Wireless Access Systems”) especifica uma prática recomendada para endereçar a

operação de múltiplos sistemas de BWA no range de freqüência de 10,0 – 66,0 GHz [32];

A necessidade de operar em linha de visada representaria em uma limitação para a adoção

da tecnologia, pois dificultaria sua implantação, principalmente em áreas urbanas. Com a

finalidade de superar esta limitação, em janeiro de 2003, o IEEE aprovou um aditivo ao padrão

802.16, chamado IEEE 802.16a, que adiciona a possibilidade de operação do padrão original nas

bandas de freqüência licenciada e não licenciada de 2,0 – 11,0 GHz, sem a necessidade de linha

de visada [32].

O padrão IEEE 802.16a publicado em março de 2003, estende o padrão LOS (Line of

Sight) IEEE 802.16 focado nas freqüências licenciadas da faixa de 10,0 - 66,0 GHz. Essa

extensão proporciona um acesso NLOS (Non Line of Sight) em bandas de freqüência mais baixas

de 2,0 - 11,0 GHz, algumas das quais não licenciadas e possibilitando a utilização de modulação

OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing). Um grande avanço em relação ao padrão

anterior, que, devido aos comprimentos de onda envolvidos, podia usar apenas portadora única

(single carrier). Nesta nova faixa de freqüência são utilizadas também freqüências ISM

(Industrial, Scientific, and Medical). O WIMAX baseia-se no IEEE 802.16 a partir deste padrão.

Page 17: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

17

O IEEE 802.16c, que foi aprovado em dezembro de 2002 e publicado em 2003, que

especifica um conjunto de perfis para a operação do sistema na faixa de 10,0 – 66,0 GHz veio

ajudar na interoperabilidade entre os fabricantes.

O padrão 802.16d opera em faixa de freqüências de 2 a 11GHz [opera em bandas de

freqüências não licenciadas (2,4 e 5,8GHZ) e em bandas licenciadas (3,5 e 10,5GHZ)].

O padrão 802.16d é uma evolução do padrão anterior 802.16a homologado em janeiro de

2003 e já permite um menor consumo de energia e menores CPEs (Customer Premises

Equipament) como também inova na incorporação do conceito de Antena MIMO (Multiple-Input

Multiple-Output), pode atingir um alcance de até 50Kms, com taxas de dados compartilhadas

aproximando-se de 75Mbps. A performance NLOS é assegurada mais fortemente quando se está

mais próximo da Estação Base. No alcance máximo de 50 Kms espera-se apenas uma

performance LOS. Um raio típico de BWA (Broadband Wireless Access) em NLOS varia de 5 a 8

Kms. O WIMAX é uma solução de BWA completa para voz, dados e vídeo com QoS (Quality of

Service) e segurança intrínsicas. A segurança do WIMAX suporta a autenticação com certificados

X.509 (ITU-T Standart for Public Key Infraestruture) e criptografia de dados utilizando DES

(Data Encrypion Standart) [36].

A versão 802.16e é a versão móvel do WIMAX, que passa a suportar mobilidade entre

células e deverá viabilizar o desenvolvimento dos primeiros processadores para PC’s com

WIMAX embutido, estabelecendo taxa de 15Mbps em canalização de 5MHz, com alcance de 1,5

a 4,5 Km com espectro de 2 a 6GHz. A previsão é que a padronização desta versão ocorra em

2006 e a previsão para chegar ao mercado no início de 2007.

O padrão atual é o IEEE 802.16-2004, que reúne os padrões 802.16, 802.16a e 802.16c,

revisando-os, especifica as regras de interoperabilidade nas freqüências até 66 GHz (com foco nas

freqüências até 11 GHz) e que está sendo adotada para o desenvolvimento dos equipamentos

WIMAX. O padrão IEEE 802.16e irá permitir deslocamento entre áreas de serviço WIMAX,

aumentando a mobilidade e permitindo novas aplicações [32].

Page 18: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

18

2.1.1. Norma IEEE 802.16-2004

Como foi citado anteriormente, a Norma IEEE 802.16-2004 (Air Interface for Fixed

Broadband Wirelles Access) é a norma padrão para o sistema WIMAX fixo.

Esta norma especifica os sistemas BWA fixos que suportam múltiplos serviços. A camada

MAC (Media Access control) suporta primeiramente uma arquitetura PMP (Point to Multipoint),

com uma topologia MESH opcional. O MAC é estruturado para suportar múltiplas especificações

da camada física (PHY), cada uma destinada a um ambiente operacional particular. Para

freqüências de 10-66 GHz, a camada física é baseada numa modulação de portadora única (single

carrier). Para freqüências abaixo de 11 GHz, onde a propagação NLOS pode ser usada, três

alternativas são consideradas: OFDM, OFDMA e Single Carrier.

Esta norma revisa e consolida as normas IEEE 802.16-2001, IEEE 802.16a-2003 e IEEE

802.16c-2002 [2].

2.2. Características técnicas do padrão 802.16

O padrão 802.16 da IEEE é caracterizado por suas altas taxas de transferência de dados,

transmitindo no máximo a 75Mbps com canalização de 20MHz em NLOS [3].

Suporta uma topologia ponto-multiponto em que cada estação base comunica-se com até

centenas de estações estacionárias de usuários [3].

A camada MAC do padrão 802.16 suporta uma variedade de exigências de tráfego,

incluindo a tecnologia ATM e os protocolos baseados em pacotes, transmitindo de forma eficiente

qualquer tipo do tráfego [3].

Um ponto diferencial do padrão IEEE 802.16 é que a interface aérea foi projetada para

transmitir dados ou tráfego multimídia que necessitam de alto suporte de qualidade de serviço

(QoS). O padrão 802.16 é completamente orientado a conexões a fim de garantir qualidade de

serviço para a comunicação de telefonia e de multimídia, as quais não admitem atrasos.

Ao contrário do 802.11b (padrão para redes sem fio locais) o padrão 802.16 utiliza um

espectro variável, utilizando as faixas de freqüências entre 10 e 60 GHz, com um padrão

alternativo que utiliza freqüências entre 2 e 11 GHz. Isto permite atingir altas taxas de

transferência a distâncias de vários kms [3].

Page 19: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

19

O mecanismo de requisição e de concessão de largura de banda do padrão é projetado para

ser escalonável, eficiente e autocorretivo. Mesmo quando submetido a uma situação de múltiplas

conexões por terminal, múltiplos níveis de QoS por terminal e um grande número de usuários, o

padrão 802.16 não perde a eficiência [3] [4].

Devido a todas essas características resumidas aqui, o padrão 802.16 tem grande

possibilidade de aceitação e de expansão, devido principalmente a necessidade cada vez maior de

transmissões em banda larga e a necessidade de suporte a transmissões multimídia [3] [4].

2.2.1. Arquitetura do protocolo

A pilha de protocolos do padrão IEEE 802.16 é semelhante à das outras redes 802, com a

característica de possuir um número maior de subcamadas. A Figura 2 mostra a pilha de

protocolos do padrão IEEE 802.16 formada pela camada física e pela camada de acesso ao meio

(MAC).

Figura 2: Pilha de protocolos do padrão 802.16 [3].

A camada física especifica o espectro de freqüência, o esquema de modulação, as técnicas

de correção de erros, a sincronização entre transmissor e receptor, a taxa de dados e a estrutura de

multiplexação. A camada física define vários esquemas de modulação, dependendo das distâncias

envolvidas e conseqüente relação sinal/ruído [3].

Page 20: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

20

Acima da camada física estão as funções associadas aos serviços oferecidos aos usuários.

Estas funções incluem a transmissão de dados em frames e o controle do acesso no meio sem fio

compartilhado, sendo estes agrupados dentro da camada de acesso ao meio (MAC). A camada

MAC define como e quando a estação base ou os assinantes podem iniciar a transmissão no canal.

Como algumas camadas acima da MAC, como a ATM, precisam de qualidade de serviço, o

protocolo MAC é capaz de alocar uma capacidade suficientemente grande do canal de radio para

satisfazer as necessidades do serviço [3].

Na transmissão da estação base para o usuário (downlink), só existe um transmissor, e o

protocolo MAC é relativamente simples. Já no caminho inverso, do usuário para a estação bases

(uplink), existem múltiplos assinantes competindo pelo aceso, resultando num protocolo mais

complexo. De acordo com este modelo, a estação base controla o sistema [3].

A camada MAC possui três subcamadas, a subcamada de segurança, a subcamada da parte

comum e a subcamada de convergência específica ao serviço. A subcamada de segurança lida

com privacidade e segurança. Na parte comum da subcamada MAC estão localizados os

principais protocolos como o de gerenciamento de canais. A subcamada de convergência de

serviços específicos provê funções especificas para o serviço a ser oferecido, sua função é definir

a interface para a camada de rede. Para o padrão IEEE 802.16, os serviços a serem oferecidos

incluem multicast de áudio/vídeo digitais, telefonia digital, suporte à ATM, ao TCP/IP e Frame

Relay [3].

2.2.2. A camada física

A primeira versão do padrão 802.16 foi destinada para ambientes com visada direta,

operando em bandas de freqüência elevadas abrangendo a faixa de 10-66Ghz. Já a variação

802.16-2004 NLOS foi projetada para sistemas operando em bandas entre 2Ghz e 11Ghz. A

principal diferença entre essas duas bandas de freqüência está na capacidade de suportar a falta de

visada direta nas freqüências mais baixas (2-10Ghz), algo que não é possível nas bandas de

freqüências mais elevadas (10-66Ghz) [6].

O projeto da especificação da camada física para a faixa de 10-66GHz utiliza modulação

de portadora única (Single Carrier) com uma taxa de transmissão de até 134,4Mbps. Para permitir

o uso flexível do espectro são suportadas tanto configurações TDD (duplexação por divisão de

tempo), onde o uplink e o downlink dividem o canal, mas não transmitem simultaneamente,

quanto configurações FDD (duplexação por divisão de freqüência), onde o uplink e o downlink

Page 21: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

21

estão em canais separados e podem operar concorrentemente. Ambas as configurações suportam

um perfil adaptável de tráfego, no qual parâmetros de transmissão, incluindo os esquemas de

modulação e codificação, podem ser ajustados individualmente para cada estação assinante. Essa

característica é adequada para os diversos tipos de tráfegos que o padrão suporta. No caso de voz,

o tráfego provavelmente é simétrico em sua maior parte, porém, para acesso à Internet, em geral

existe maior tráfego no downlink do que no uplink [3].

O FDD suporta estações assinantes full-duplex, que podem receber e transmitir

simultaneamente, assim como estações subscritoras half-duplex, as quais podem receber e

transmitir dados, mas não simultaneamente.

O tráfego de downlink é mapeado em slots de tempo pela estação base. A estação base tem

o controle completo para esse sentido. O tráfego uplink é mais complexo e depende da qualidade

de serviço exigida. Para transmissões da estação base para o assinante, o padrão especifica dois

modos de operação, um buscando suportar a transmissão de um fluxo contínuo de dados, como

áudio e vídeo, e outro buscando suportar a transmissão em rajadas, como tráfego baseado em IP.

Em ambos os esquemas os dados para os assinantes são multiplexados através de TDM [6].

Para a transmissão no sentido do assinante para a estação base, o padrão utiliza a técnica

DAMA-TDMA (Demand Assignment Multiple Access - Time Division MultipleAccess). DAMA é

uma técnica de atribuição da capacidade do link, que se adapta quando necessário para responder

a mudanças na demanda entre múltiplas estações. O TDMA opera com divisão da banda em

vários intervalos de tempo, denominados de slots, cada um dos quais corresponde a um canal de

comunicação [5]. O número de slots associados para vários usos é controlado pela camada MAC

na estação base e varia dinamicamente no tempo para uma melhor performance.

O padrão utiliza um recurso para correção de erros conhecido como FEC (Forward Error

Corrector), que é destinada à correção de erros sem retroação, ou seja, sem a necessidade de

retransmissão da mensagem. O FEC utiliza códigos que contêm redundância suficiente para

permitir a detecção e correção de erros no receptor, sem requerer a retransmissão da mensagem. A

técnica de correção de erros utilizada é o Reed-Solomon GF (256). O Reed-Solomon adiciona bits

extras a um bloco de dados antes da transmissão com o objetivo de recuperar o sinal de possíveis

erros introduzidos na transmissão. Após a transmissão o Reed-Solomon processa o bloco de dados

e restaura os dados originais [6].

Page 22: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

22

2.2.3. A camada MAC

A camada de controle de acesso ao meio ou media access control (MAC) corresponde à

camada imediatamente acima da camada física. A esta camada estão associadas às funções de

fornecimento de serviços para os usuários da rede.

A MAC é composta de três subcamadas: subcamada de convergência, subcamada da parte

comum e subcamada de privacidade. A subcamada de convergência realiza a interface com as

camadas superiores. Tal subcamada está localizada acima da camada da parte comum, que realiza

as funções-chave da MAC. Abaixo da subcamada da parte comum, está localiza a subcamada de

privacidade [7].

A camada de acesso, como o nome sugere, determina o caminho na qual as estações

assinantes acessam a rede e como os recursos da rede serão atribuídos a elas. A MAC é

responsável por exercer funções relacionadas ao controle de acesso e transmissão dos dados.

O protocolo MAC IEEE 802.16 foi projetado primeiramente para suportar arquiteturas de

rede ponto-multiponto, apesar dele também suportar arquiteturas ponto a ponto. As bandas de

freqüências mais baixas também suportam topologias em malha (Mesh). O protocolo MAC lida

com a necessidade de altas taxas de bits, tanto no uplink, como no downlink. Algoritmos de acesso

e de alocação de banda devem acomodar centenas de terminais por canal, sendo que cada terminal

pode ser compartilhado por múltiplos usuários finais. Os serviços que tais usuários finais exigem

são diferentes em sua natureza, e incluem dados e voz, conectividade IP e Voz sobre IP (VoIP).

Para dar suporte a esta ampla gama de serviços, o MAC 802.16 acomoda tanto o tráfego contínuo

quanto o tráfego em rajadas [3].

2.2.4. Qualidade de serviço (QoS)

Uma característica importante que difere o padrão 802.16 de outros padrões para redes

sem fio, é que ele inclui mecanismos para oferecer QoS diferenciado para suportar as

necessidades de diferentes aplicações. Por exemplo, aplicações de voz e vídeo requerem latência

baixa, mas toleram alguma taxa de erro [12]. Em contrapartida, as aplicações genéricas de dados

não podem tolerar erros, mas a latência não é algo crítico [12]. Dessa forma, o padrão acomoda a

voz, vídeo, e outras transmissões de dados usando características apropriadas no MAC.

Page 23: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

23

O padrão IEEE 802.16 possui quatro classes de serviços:

1. Serviço de taxa de bits constante.

2. Serviço de taxa de bits variável de tempo real.

3. Serviço de taxa de bits variável não de tempo real.

4. Serviço de melhor esforço.

Cada conexão no sentido do uplink é mapeada para um desses serviços. O serviço é

associado a cada conexão no tempo de setup da conexão.

Serviço de taxa de bits constante

O serviço de taxa de bits constante (Unsolicited Grant Service - UGS) foi definido para

suportar serviços que geram unidades fixas de dados periodicamente, tal como E1/T1 ou o serviço

de taxa de bits constante (CBR) do ATM. Conexões estabelecidas com o serviço de taxa de bits

constante não emitem pedidos de largura de banda para dados, em vez disso, a estação base

concederá certos slots de tempo para transmitir uma quantidade predeterminada de dados em

intervalos regulares. Uma vez que a largura de banda é alocada, os slots de tempo ficam

disponíveis automaticamente, sem que seja necessário solicitá-los. Isso elimina o overhead e a

latência de pedidos de largura de banda, de forma a atender o atraso e o jitter de atraso pedidos

pelos serviços essenciais. Se for necessário atender a restrições ainda mais severas de jitter, um

esquema de buferização na saída é utilizado [12].

Serviço de taxa de bits variável de tempo real

O serviço de taxa de bits variável de tempo real (Real-Time Polling Service - rtPS) se

destina a aplicações de multimídia compactada (MPEG vídeo) e a outras aplicações de software

de tempo real em que a quantidade de largura de banda necessária em cada instante pode variar,

tais como voz sobre IP. Neste tipo de serviço a estação base consulta os assinantes, a intervalos

fixos, sobre a quantidade de largura de banda necessária em cada momento. Tendo em vista que

os assinantes emitem pedidos explícitos, o overhead e a latência do protocolo são aumentados

[12].

Este serviço se destina a atender as necessidades dos serviços que são dinâmicos por

natureza, mas oferece oportunidades dedicadas de requisição para atender necessidades de tempo

real.

Page 24: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

24

Serviço de taxa de bits variável não de tempo real

O serviço de taxa de bits variável não de tempo real (Non-Real-Time Polling Service -

nrtPS) se destina a transmissões pesadas que não são de tempo real, como aquelas relacionadas a

transferência de grandes arquivos. Este serviço é praticamente idêntico ao serviço de tempo real,

exceto pelo fato de que as conexões devem utilizar oportunidades de acesso randômico para

enviar pedidos de largura de banda. Tipicamente, serviços carregados sobre essas conexões

conseguem tolerar atrasos mais longos e são mais sensíveis ao jitter de atraso. O serviço de taxa

de bits variável não de tempo real é aplicável para acesso a Internet com taxas de garantias

mínimas e para conexões ATM GFR [12].

Serviço de melhor esforço

O serviço de melhor esforço (Best Effort - BE) não fornece nenhuma garantia que uma

conexão consiga o acesso ao link. O assinante deve disputar a largura de banda com outros

assinantes do serviço de melhor esforço. As solicitações de largura de banda são feitas em slots de

tempo marcados no mapa do uplink como disponíveis para disputa. Se uma solicitação for bem

sucedida, seu sucesso será notado no próximo mapa do downlink. Se ela tiver sucesso, os

assinantes mal sucedidos terão de tentar de novo mais tarde. Nem garantias de vazão nem de

atraso são prometidas. Os assinantes enviam pedidos por largura de banda nos slots de acesso

randômico ou pelas oportunidades dedicadas de transmissão. A ocorrência de oportunidades

dedicadas está sujeita à carga da rede e os assinantes não podem se basear na presença da mesma

[12].

2.2.5. Multiplexação

O processo que possibilita que vários sinais possam ser enviados ao mesmo tempo em um

mesmo canal é chamado de multiplexação. Existem diferentes técnicas de multiplexação sendo as

mais importantes a multiplexação por divisão em freqüência, por divisão no tempo e por divisão

em códigos [15].

Na divisão por freqüência, se cada um dos sinais a serem transmitidos tem uma largura de

banda B, eles serão transmitidos em "envelopes" de freqüências que diferem entre si por uma

quantidade maior ou igual a 2B. Este tipo de multiplexação é chamado de FDM (Frequency

Division Multiplexing). Neste caso, o número de sinais que podem ser transmitidos

Page 25: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

25

simultaneamente usando FDM depende da freqüência, da portadora e da largura de banda do

canal [15].

Com a evolução das tecnologias, a demanda por bandas de transmissão cresceu bastante e

a largura dos canais disponíveis deve ser aproveitada ao máximo. Pode-se notar que com a técnica

FDM isto não ocorre, pois se tem que esperar que um sinal seja totalmente transmitido para que o

outro possa ser enviado em seguida. Foi este dilema que levou ao estudo aprofundado de meios de

modulação que permitissem superposições de sinais consecutivos sem que estes interferissem uns

com os outros [15].

OFDM

Em meados da década de 1960, foi introduzido o conceito inicial da multiplexação

ortogonal. A OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) é uma variação da

multiplexação por divisão de freqüência (FDM) usada nos sistemas de telefonia e nas tecnologias

de redes de acesso como o ADSL e VDSL, e mais recentemente nas redes wireless. A idéia básica

é dividir um fluxo digital de alta taxa de bits em um esquema de baixa taxa e a transmissão

paralela usando subportadoras [13].

Em um sistema FDM normal, por exemplo, as portadoras estão suficientemente espaçadas

de modo a poderem ser recebidas utilizando filtros convencionais. Entretanto, para tornar a

filtragem possível, bandas de guarda têm que ser introduzidas entre essas portadoras, o que resulta

em uma diminuição da eficiência espectral. No OFDM, ao invés de se utilizar uma banda de

guarda entre subportadoras para poder separá-las na recepção, emprega-se uma sobreposição das

mesmas, resultando em um ganho espectral de até de 50% em relação à técnica FDM [13].

Figura 3: Modulação FDM e OFDM [13].

Em um sinal OFDM é possível organizar as portadoras de forma que as suas bandas

laterais se sobreponham sem que haja interferência entre elas. Para que isso ocorra, as portadoras

devem ser matematicamente ortogonais (linearmente independentes), ou seja, no domínio do

Page 26: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

26

tempo, o sinal em cada portadora precisa ter um número inteiro de ciclos no período de símbolo,

resultando em zero o processo de integração do produto de todos os sinais no tempo [13].

A OFDM representa um elemento fundamental para suportar operação sem linha de

visada na tecnologia WIMAX, em razão do alto desempenho alcançado na transfer6encia de

dados [13].

Trata-se de uma técnica de multiplexação de informações em um conjunto de subcanais

modulados por subportadoras de banda estreita ortogonais entre si. Esse esquema de modulação

pode ser implementado como um banco de filtros. Nesse caso, uma seqüência de bits transmitida

a uma taxa de R bits/s é multiplexada em N subcanais, resultando na transmissão de R/N bits/s

sobre cada subportadora.

Figura 4: Modulação OFDM implementada por meio de banco de filtros [13].

Essa estratégia tem como benefício imediato a possibilidade de utilização de

equalizadores simplificados nos receptores. A Figura 5a ilustra a distorção imposta pelo canal de

rádio a um sinal transmitido por um sistema de banda larga de portadora única, que requer um

equalizador de alta complexidade para a recomposição do sinal original. Já no caso da Figura 5b,

Page 27: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

27

o canal de rádio distorce uniformemente cada subcanal, de modo que a operação de equalização

de cada subportadora se resume a uma simples amplificação [13].

Outro importante benefício é o aumento da eficácia na utilização de técnicas de

codificação e correção de erros, possibilitado pela transmissão a taxas reduzidas em cada

subportadora.

Alternativamente, é possível implementar a modulação OFDM por meio de transformadas

discretas de Fourier, viabilizando a utilização de processadores digitais de sinais (Digital Signal

Processor – DSP) de alto desempenho, resultando em um sistema mais estável, flexível e de custo

reduzido. Com a rápida evolução dos DSPs, a modulação OFDM tem sido crescentemente

adotada nas soluções modernas de redes locais sem fio de banda larga [6] [7].

Figura 5: Sinais recebidos em sistemas de banda larga com portadora única (a) e

multiportadora (b) [13].

Na tecnologia WIMAX, o esquema OFDM é o seguinte: A informação é mapeada em um

símbolo de duração Ts, que compreende um intervalo de guarda Tg e o símbolo efetivo, de

duração Tb. O tempo de guarda Tg tem a função de aumentar a robustez ao desvanecimento por

multipercurso. A porção final de cada símbolo é ciclicamente copiada sobre porção reservada ao

intervalo de guarda, originando um prefixo cíclico (Cyclic Prefix), que contribui para manter a

ortogonalidade entre as subportadoras. Os tipos de subportadoras são definidos na camada física

OFDM da tecnologia WIMAX. As subportadoras piloto são utilizadas nos mecanismos de

controle de potência, ao passo que as subportadoras DC podem ser utilizadas como banda de

guarda dentro de um canal de banda larga.

Page 28: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

28

Figura 6: Esquema OFDM na tecnologia WIMAX [13].

Um problema bastante comum em redes sem fio baseadas em topologia Ponto-Multiponto

é o desbalanceamento de cobertura entre os enlaces direto (downlink) e reverso (uplink). De fato,

em vários cenários práticos, as estações clientes sofrem restrições quanto ao consumo de potência

e à potência máxima de transmissão, resultando em uma tendência natural para que a cobertura

seja limitada pelo enlace reverso.

As propriedades de transmissão do uplink ou do downlink são associadas a cada frame,

permitindo que os esquemas de modulação e codificação sejam ajustados dinamicamente para se

adaptar às mudanças nas condições do link. O método de modulação pode ser ajustado quase

instantaneamente para a melhor transferência de dados. Essa modulação adaptável permite o uso

eficiente da largura de banda [13].

Para minimizar o problema do desbalanceamento de cobertura entre os enlaces, o padrão

802.16 adota a técnica de subcanalização, que consiste em um cenário hipotético onde a potência

máxima de transmissão da SS (Subscriber Station) corresponde a 25% da potência máxima da BS

(Base Station). Para compensar este desequilíbrio, a técnica de subcanalização é adotada, de modo

Page 29: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

29

que a informação é transmitida em apenas 25% das subportadoras disponíveis, o que permite

elevar a potência efetiva em um fator de quatro vezes nas subportadoras selecionadas. O preço a

ser pago pelo aumento de cobertura por meio da subcanalização é a redução na vazão máxima

suportada pelo enlace [13].

Figura 7: Esquema de subcanalização na tecnologia WIMAX [13].

OFDM e FDMA

A OFDM é uma técnica de transmissão multi-portadoras que divide o espectro em várias

sub-bandas. Neste tipo de modulação pode-se transmitir digitalmente, a altas taxas de bits, para

receptores móveis, portáteis e fixos, especialmente em ambientes multi-percurso [13].

Antes da transmissão a informação é dividida em um grande número de canais com baixa

taxa de bits cada um. Estes são usados para modular as portadoras ortogonais individuais de tal

maneira que a duração do símbolo correspondente se torne maior do que o atraso de propagação

dos canais de transmissão. As subportadoras são posicionadas de tal forma que os zeros de cada

uma coincida com os das outras [13].

Figura 8: Exemplo de Distribuição de 3 subportadoras utilizando OFDM [15].

Page 30: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

30

Inserindo um intervalo de tempo de guarda entre os símbolos sucessivos, a seletividade do

canal e a propagação multi-percurso não causam interferências intersimbólicas Essa técnica se

assemelha ao FDMA (Frequency Division Multiple Access), no que diz respeito à divisão do

espectro em várias portadoras.

Figura 9: Exemplo do espectro FDMA [15].

A principal diferença entre OFDM e FDMA é que o espaçamento entre as portadoras na

OFDM é menor, devido ao fato das portadoras serem ortogonais entre si. Geralmente os sinais

OFDM têm largura de banda de cada portadora na faixa de 1KHz, enquanto que no FDMA eles

atingem 3KHz. Assim, a grande vantagem do sistema OFDM é o fato das portadoras serem

ortogonais entre si, podendo então ser transmitido uma quantidade maior de informação em uma

mesma largura de banda [15].

Vantagens e desvantagens do OFDM

A OFDM é uma técnica que apresenta vantagens frente aos problemas de interferências

entre freqüências e de ruído impulsivo. Um sistema baseado em OFDM além de proporcionar

uma maior taxa de transmissão, apresenta uma alta robustez aos ambientes com desvanecimento

seletivo em freqüência [13].

Entretanto, algumas desvantagens também existem, tais como: dificuldade de sincronismo

das portadoras, sensibilidade aos desvios de freqüência e necessidade de amplificação decorrente

do fato de o sinal transmitido não exibir uma natureza constante em sua envoltória [13].

Page 31: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

31

2.2.6. Modulação

Na tecnologia WIMAX, além do esquema de multiplexação OFDM, adota-se um esquema

de modulação adaptativa. Trata-se da seleção da modulação a ser utilizada na camada física

QPSK (Quadrature Phase Shift Keying) e QAM (Quadrature Amplitude Modulation) a partir

do nível da relação sinal-ruído percebida no receptor. A partir da negociação entre as estações

base e cliente, a modulação a ser adotada é dinamicamente adaptada às condições do enlace de

rádio. Esta técnica confere maior robustez e flexibilidade ao sistema, já tendo sido adotada na

tecnologia WI-FI [1].

O padrão IEEE 802.16 emprega um sistema de modulação adaptativa, com a utilização de

três esquemas de modulação diferentes, quais sejam, QAM-64, QAM-16 e QPSK. Nesse sistema,

o esquema de modulação do sinal é ajustado dependendo da condição do link. Quando o link de

rádio é de alta qualidade, é usado o esquema de modulação mais elevado (QAM-64). Quando

ocorre a atenuação do sinal, o padrão pode alterar o esquema de modulação para QAM-16 ou

QPSK a fim de manter a qualidade da conexão e a estabilidade do link. Uma vez que a intensidade

do sinal na banda milimétrica cai com o aumento da distância da estação base, o esquema de

modulação é modificado dependendo da distância que a estação do assinante se encontra em

relação à estação base. Para assinantes próximos é usado o QAM-64, com 6 bits/baud, no caso de

assinantes situados a uma distância média é usado o QAM-16 com 4 bits/baud, e para assinantes

distantes é usado o QPSK com 2 bits/baud . Os esquemas QAM-16 e QPSK permitem um

aumento no alcance do sinal, mas trazem como conseqüência a redução da vazão [13].

Figura 10: Esquema da modulação adaptativa na tecnologia WIMAX [28].

Page 32: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

32

Modulação em fase

PSK (Phase Shift Keying)

O PSK é uma forma de modulação em que a informação do sinal digital é embutida nos

parâmetros de fase da portadora. Neste sistema de modulação, quando há uma transição de um bit

0 para um bit 1 ou de um bit 1 para um bit 0, a onda portadora sofre uma alteração de fase de 180

graus. Esta forma de particular do PSK é chamada de BPSK (Binary Phase Shift Keying). Quando

não há nenhuma destas transições, ou seja, quando bits subseqüentes são iguais, a portadora

continua a ser transmitida com a mesma fase [14].

Figura 11: Variação de fase em função da transição de bit do sinal [14].

QPSK (Quadrature Phase Shift Keying)

A modulação QPSK é uma técnica de modulação derivada do PSK, porém neste caso, são

utilizados parâmetros de fase e quadratura da onda portadora para modular o sinal de informação.

Como agora são utilizados dois parâmetros, existem mais tipos possíveis de símbolos nesta

constelação, o que permite que sejam transmitidos mais bits por símbolo. Por exemplo, se

quisermos transmitir 2 bits por símbolo, ao invés de 1 bit por símbolo como no caso PSK acima,

neste caso, como teremos 4 tipos de símbolos possíveis, a portadora pode assumir 4 valores de

fase diferentes, cada um deles correspondendo a um dibit, como por exemplo 45o, 135o, 225o e

315o [14].

Page 33: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

33

Figura 12: Diagrama de fase e quadratura (IQ) os 4 possíveis símbolos gerados pela

modulação QPSK usando 2 bits por símbolo [14].

Modulação em amplitude

QAM (Quadrature Amplitude Modulation)

Nesta forma de modulação, os símbolos são mapeados em um diagrama de fase e

quadratura, sendo que cada símbolo apresenta uma distância específica da origem do diagrama

que representa a sua amplitude, diferentemente da modulação PSK, na qual todos os símbolos

estão a igual distância da origem. Isto significa que as informações são inseridas nos parâmetros

de amplitude e quadratura da onda portadora [14].

No caso do 16 QAM, a constelação apresenta 16 símbolos, sendo 4 em cada quadrante do

diagrama, o que significa que cada símbolo representa 4 bits. Podemos ter também, por exemplo,

o modo 64 QAM, cuja constelação apresenta 64 símbolos, cada um deles representando 6 bits.

Figura 13: Constelações geradas pelos dois modos QAM mencionados acima [14].

Page 34: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

34

Pode-se notar que no modo 16 QAM alcança-se uma taxa de transmissão menor do que no

modo 64 QAM, uma vez que cada símbolo transporta um número menor de bits. No entanto, no

modo 16 QAM, a distância euclidiana entre os símbolos é maior do que no caso do modo 64

QAM. Isto permite que o modo 16 QAM possibilite um QoS, pois a maior distância entre os

símbolos dificulta erros de interpretação no receptor quando este detecta um símbolo [14].

2.3. Fatores de interferência

2.3.1. Interferência

A interferência ocorre quando dois ou mais sinais viajando em direções diferentes podem

passar um através do outro, e conseqüentemente, serem selecionados na mesma freqüência, nesse

caso o receptor não tem como distinguir um do outro. O sinal indesejado é chamado de

interferência e pode limitar seriamente a eficiência do sinal de rádio [5].

As interferências podem ser destrutivas ou construtivas dependendo de como os seus

ciclos estiverem alinhados no momento em que ocorrer a sobreposição dos sinais. A interferência

construtiva ocorre quando os sinais chegam ao mesmo tempo no ponto máximo e no mínimo,

criando um sinal mais forte. A interferência destrutiva ocorre quando os sinais cancelam

inteiramente um ao outro devido ao fato de um sinal estar no ponto máximo e o outro no mínimo

[5].

O receptor deve saber a exata freqüência do sinal para poder reconhecê-lo, caso ele não

esteja sintonizado na freqüência certa, o sinal é escutado como uma interferência. Para assegurar

que os sinais de rádio permaneçam livres de interferência, as freqüências precisam ser planejadas

e controladas cuidadosamente [5]. No Brasil o órgão que regulamenta e restringe a operação das

faixas de freqüência para que a interferência seja minimizada é a ANATEL (Agência Nacional de

Telecomunicações) [8].

2.3.2. Interferências causadas pelo meio de propagação

As redes sem fio têm como principal característica a utilização do meio aéreo para a

transmissão de dados. Portanto, é de fundamental importância para quem esteja planejando a

Page 35: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

35

construção de uma rede sem fio, estudar todas as características próprias desse peculiar meio de

transmissão.

O padrão IEEE 802.16 utiliza ondas de rádio para a transmissão de dados. Os sinais de

rádio são um tipo de radiação eletromagnética e as suas características dependem da freqüência

em que se encontram.

A área completa de alcance da radiação eletromagnética é conhecida como espectro. O

espectro é dividido em várias regiões conhecidas como bandas ou faixas de freqüência.

O padrão 802.16 utiliza as bandas UHF (Ultra High Frequency), SHF (Super High

Frequency) e EHF (Extra High Frequency) que são conhecidas coletivamente como microondas,

por causa de seus pequenos comprimentos de onda. A alta largura de banda e a faixa curta fazem

com que as microondas sejam úteis para o uso em comunicações, entretanto, têm a desvantagem

de serem facilmente bloqueadas por obstáculos como paredes e morros e enfraquecidas pela

chuva e pelas nuvens [5].

2.3.3. Análise do efeito das microondas

Como as microondas viajam em linha reta, corre-se o risco de obstáculos atravessarem o

caminho das ondas, portanto, as antenas devem estar bem localizadas a fim de se obter uma visão

desobstruída. Devido a essa necessidade de visão desobstruída, as redes que utilizam microondas

geralmente necessitam de repetidores [9].

As microondas estão sujeitas à interferências por fenômenos atmosféricos e tempestades.

Um dos maiores problemas da transmissão de microondas é o efeito do desvanecimento por

múltiplos percursos (multipath fading), ou seja, uma onda pode ser refratada pelas camadas mais

baixas da atmosfera e pode demorar uma fração a mais para chegar ao receptor. Este sinal

atrasado pode entrar em fase com o sinal direto e anulá-lo. As microondas são também absorvidas

pela chuva. Neste caso, a única solução é desviar os sinais para uma rota alternativa, contornando

a chuva [9].

O padrão 802.16a utiliza as microondas das bandas UHF e SHF. A UHF se estende de

300MHz a 3GHz, já a SHF utiliza o espectro entre 3GHz e 30GHz [12].

As transmissões que ocorrem de 3GHz a aproximadamente 10GHz são vulneráveis ao

efeito que é conhecido como distorção por múltiplos caminhos (multipath). A distorção consiste

numa alteração da forma do sinal durante a sua propagação desde o emissor até ao receptor.

Page 36: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

36

Distorção multipath é uma condição onde o sinal sofre interferência dele mesmo por causa de

reflexões fora da fronteira física convergindo com a direção do sinal, causando crescimento do

nível de sinal do receptor ou enfraquecimento [10]. A distorção multipath causa erros nos bits

recebidos pelo receptor.

As bandas SHF possuem como problema o bloqueio pelas paredes. Acima de 2.5GHz as

transmissões através das paredes ficam altamente dificultadas. Acima de 3GHz o problema fica

ainda mais acentuado, e as antenas internas tornam-se impraticáveis para receber transmissões

nessa freqüência [12].

2.3.4. Efeitos da falta de linha de visada

Quando uma onda de rádio encontra um objeto físico em seu percurso, ela pode

comportar-se de uma dessas três formas: pode fornecer alguma de sua energia ao objeto na forma

de calor, um processo denominado absorção; pode curvar-se em torno do objeto, um processo

denominado difração; ou pode ricochetear do objeto, um processo denominado reflexão. Estes

três processos, não são mutuamente exclusivos, ou seja, um sinal refletido pode imediatamente ser

difratado enquanto encontra um contorno diferente do objeto que o reflete, e em cada caso onde a

reflexão ou a difração ocorre, alguma energia estará sendo absorvida também [10].

Absorção

A absorção não muda o sentido da onda de rádio, mas retira sua energia. Tendo em vista

que o sinal perde energia simplesmente por ser propagado pelo espaço livre, o efeito da absorção

da energia por estruturas físicas, tais como paredes ou árvores, favorece a redução da distância

que uma conexão de confiança pode ser mantida [10].

As perdas pela absorção podem ser significativamente severas a ponto de interromper

inteiramente o sinal. Um exemplo disto é fornecido por um parque repleto de árvores elevadas

onde qualquer um que tente através das árvores, com um sinal de microondas, alcançar os

edifícios no outro lado será completamente incapaz de estabelecer um link aéreo devido ao efeito

da absorção do sinal pelas folhagens [10].

Page 37: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

37

Reflexão

Reflexão se refere à modificação da direção de propagação de uma onda que incide sobre

uma interface que separa dois meios diferentes, e retorna para o meio inicial. A reflexão ocorre

quando as ondas eletromagnéticas se deparam com obstáculos de dimensões muito maiores do

que seus comprimentos de onda, sendo que parte da onda atravessa o objeto e a outra parte é

refletida [10].

Uma onda refletida causa um fenômeno conhecido como multipath. Multipath significa

que o sinal de rádio pode viajar através de múltiplos trajetos para alcançar o receptor [10].

A energia refletida pode alcançar o receptor em um nível suficiente para fornecer um sinal

utilizável, embora mais fraco do que seria um o sinal direto. O problema aqui, entretanto, é mais

significativo do que uma simples redução no nível do sinal porque agora o receptor está operando

inteiramente no ambiente multipath, e é provável que ele seja sujeito não a uma, mas a múltiplas

reflexões, cada uma das quais interferirá severamente com a outra, podendo causar o

cancelamento do sinal se chegarem em fases diferentes [10].

Difração

A difração ocorre quando existe um objeto obstruindo a passagem entre o transmissor e o

receptor e as ondas de rádio se dobram em torno das bordas desse objeto, resultando em uma

transmissão do feixe de luz que fica fora do eixo em relação à antena do receptor. Cabe salientar

que o sinal difratado não é necessariamente inútil, mas é certamente menos útil do que um sinal

direto [10].

Rádios que operam na região acima de 2Ghz, região que é atribuída geralmente aos

serviços sem fio de banda larga, são obstruídos facilmente. O grau a que tais transmissões de alta

freqüência são obstruídas exerce uma grande influência na capacidade do operador da rede em

registrar clientes, limitando o tamanho do mercado de assinantes.

Devido a esta limitação de assinantes causada pelas obstruções, a indústria procurou

tecnologias que contornam ou mesmo atravessam tais obstruções, sendo essa tecnologia

conhecida como NLOS [11]. NLOS refere-se a toda a técnica para diminuir os efeitos de

obstruções físicas, uma vez que nenhuma técnica ou equipamento de NLOS pode inteiramente

eliminar efeitos do bloqueio.

Em uma ligação de NLOS, um sinal alcança o receptor com reflexões, dispersões e

difrações. Os sinais que chegam ao receptor consistem em componentes do trajeto direto, dos

trajetos com múltiplas reflexões, dos trajetos difratados na propagação e da energia dispersada.

Page 38: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

38

Estes sinais possuem diferentes atrasos de propagações e atenuação em relação ao trajeto direto

[10].

Figura 14: Exemplo de trajeto direto e trajeto indireto [15].

2.3.5. Zona Fresnel

O processo de tentar estabelecer uma linha de visada desobstruída da posição do assinante

à Estação Base é bem direto. Se for possível enxergar com os olhos ou binóculos a antena remota

a partir da antena local, então existe uma linha imaginária entre duas antenas, podendo-se então

supor que as condições prévias de visada direta foram encontradas e o operador tem boas chances

de poder estabelecer um link de rádio.

Se as obstruções cruzarem completamente essa linha imaginária, então obviamente há

uma falta linha de visada direta. Se as obstruções cruzarem essa linha sem completamente

chocarem-se em cima dela, então uma deve prosseguir à fase seguinte: o cálculo do que é

conhecido como zona Fresnel [15].

Zona Fresnel consiste em uma série infinita de anéis concêntricos que cercam o ponto

nodal da transmissão, com cada anel definido pelo relacionamento da fase entre o feixe principal

Page 39: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

39

do transmissor e os dois lóbulos laterais dominantes. Dito de uma outra forma, a propagação das

microondas forma um campo elíptico envolvendo a linha de visada, sendo tal campo denominado

de zona Fresnel. O campo fica mais extenso com o aumento da distância entre as antenas [15].

Uma ligação com linha de visada requer que a maior parte da primeira zona de Fresnel

esteja livre de qualquer obstrução. Os primeiros seis décimos da primeira zona de Fresnel devem

estar livres das obstruções para assegurar uma ligação de rádio de confiança. Dessa forma, no

projeto de construção de redes a regra geral é que as antenas devem estar localizadas de forma a

assegurar 60% da primeira zona de Fresnel livre de qualquer obstrução [15]. Se estes critérios não

forem obedecidos então há uma redução significativa na força do sinal.

Figura 15: Zona Fresnel [15].

A operação em freqüências abaixo de 11GHz implica a transmissão em enlaces de

radiofreqüência com comprimentos de onda suficientemente longos para tornar desnecessária a

condição de visada direta para a operação. Adicionalmente, a recepção de sinais em multipercurso

é possível nessa faixa de freqüências, o que pode ser aproveitado para aumentar ainda mais o

desempenho na recepção [15].

Deve-se salientar que nem todas as obstruções são equivalentes e que diferenças

consideráveis podem existir entre obstruções do mesmo tipo. Uma única árvore pode impor em

Page 40: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

40

torno de 15dB a 20dB de perda do sinal dependendo do tipo e do tamanho dela. Um bosque pode

elevar essa perda a 30dB. Um edifício pode representar uma perda total de 30dB enquanto um

monte baixo poderia exceder 40dB. Uma situação interessante ocorre quando as árvores balançam

no vento, as variações momentâneas na perda podem exceder 10dB [10].

As distâncias envolvidas nas zonas Fresnel dependem da freqüência na qual o sistema está

operando, da distância entre as posições do transmissor e do receptor e são também uma função

do modelo de radiação da antena utilizada. A melhor forma de determinar a Zona Fresnel é

consultar o fabricante dos equipamentos do terminal do assinante e da estação base para

determinar a extensão da área acima e abaixo da linha de visada que deve estar livre de

obstruções.

Se as obstruções estiverem entre a estação base e um local valioso de usuários, tal como

um edifício de escritórios ou uma residência com múltiplos assinantes, uma solução pode ser

simplesmente levantar a antena da estação base a uma elevação onde esteja bem acima de todas as

obstruções. Entretanto, tal tática não deve ser considerada como uma solução perfeita porque uma

antena que seja demasiado elevada não poderá alcançar assinantes na área próxima da antena [10]

[11].

A transmissão NLOS utilizada no WIMAX resolve os problemas da propagação do sinal

por utilizar características como:

• Tecnologia OFDM.

• Subcanalização.

• Antenas direcionais.

• Diversidade na transmissão e recepção.

• Modulação adaptável.

• Técnicas de correção de erros

• Controle de potência.

Page 41: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

41

Figura 16: Propagação LOS e NLOS [15].

Page 42: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

42

3. Antena WIMAX

Pode-se definir uma antena como um dispositivo capaz de irradiar ou receber ondas

eletromagnéticas que se propagam em um determinado meio. A distribuição dos campos elétrico e

magnético, as dimensões e suas características de irradiação são propriedades inerentes para cada

tipo de antena. O conhecimento destas características é de fundamental importância tanto para os

estudantes de Engenharia Elétrica como para profissionais projetistas destas estruturas.

A impedância característica de uma linha de transmissão é puramente real, enquanto que a

antena apresenta uma impedância complexa. A variação dessas impedâncias em função da

freqüência não são iguais. Assim, eficientes sistemas de casamento ou circuitos de acoplamento

devem ser projetados. O objetivo desses sistemas é eliminar a parte reativa da impedância de

entrada complexa da antena, igualando sua parte real com a impedância característica da linha de

transmissão para que haja maior transferência de energia possível entre o transmissor e o receptor

[16].

3.1. Antena de microfita

O conceito de microfita surgiu na década de 50 paralelamente nos EUA e na França.

Somente no início da década de 70 que foi estudada a fita irradiadora separada por um substrato

dielétrico do plano de terra. Algum tempo depois teve-se a notícia de publicações de estudo de

antenas de microfita retangulares e circulares [17] e [18].

O desenvolvimento das antenas de microfitas de baixo perfil utilizadas freqüentemente em

veículos de alta velocidade, tais como aviões, mísseis, espaçonaves entre outros, teve grande

aceitação, devido a seu baixo peso, custo e tamanho reduzidos, possuindo alta performance e

facilidade na instalação. As maiores desvantagens são quanto a eficiência, que é baixa, e a estreita

largura de banda [16].

Uma antena de microfita consiste basicamente de duas placas condutoras, paralelas,

separadas por um substrato dielétrico. Em uma das placas é implementado o elemento irradiante e

Page 43: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

43

na outra o plano de terra, conforme mostra a figura 17. A placa irradiante pode assumir qualquer

formato, mas normalmente são utilizadas formas convencionais para simplificar a análise de suas

características de irradiação [17] e [18]. O elemento irradiante da antena de microfita consiste de

uma placa metálica patch de espessura muito menor que o comprimento de onda (t << λ ),

espaçado a uma pequena fração de um comprimento de onda (h << λ ) acima de um plano de

terra, onde a espessura (t) é muito menor que a altura (h). Os elementos de microfita e suas linhas

de alimentação são impressos monoliticamente, ou seja, tanto os elementos quanto as linhas de

alimentação são impressos na microfita com substrato dielétrico do material. Há várias formas de

se alimentar uma antena de microfita porém, as mais utilizadas são as fitas condutoras de pequena

largura e os cabos coaxiais. Os arranjos de elementos de microfitas podem ser utilizados para se

obter maior diretividade.

Os materiais condutores geralmente utilizados são o cobre e o ouro, enquanto que os

materiais mais usados como substrato dielétrico são a alumina e as fibras texturizadas com Teflon

[19].

Figura 17: Antena de microfita retangular [17].

3.1.1. Tipos de excitação das antenas de microfita

As antenas de microfita possuem seus elementos irradiantes em um dos lados do substrato

dielétrico e assim podem ser alimentadas por linhas de microfita, cabos coaxiais, ou por

acoplamento eletromagnético. O casamento entre a alimentação e o elemento irradiante, uma vez

que estes não possuem a impedância desejada para que haja a máxima transferência de potência

entre o transmissor e o receptor (antena), pode ser obtido selecionando-se a localização do ponto

de alimentação na estrutura irradiante [17] [18].

Page 44: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

44

Figura 18: Alimentação por linha de microfita [16].

Figura 19: Alimentação por cabo coaxial [16].

A excitação das antenas de microfita por linhas de microfita apresenta como principal

vantagem o fato de poder ser impressa monoliticamente no mesmo plano da antena. A

desvantagem deste método diz respeito a alta impedância de irradiação nas bordas da antena [20].

Pode-se alimentar uma antena de microfita através de um cabo coaxial conectado a um

ponto escolhido da antena. Para se fazer o casamento do sistema, liga-se a malha condutora ao

plano de terra e o condutor central no elemento irradiante da antena. Apesar da facilidade da

conexão para um único circuito impresso, este método apresenta dificuldades na sua fabricação e

instalação quando têm-se mais de um elemento irradiador [19].

Page 45: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

45

Material εr (Banda X) tgδ Perda (Banda X)

PTFE não reforçado 2,10 0,00040

PTFE c/ fibra de vidro 2,33 0,00150

PTFE reforçado c/ quartzo 2,47 0,00060

Teflon 2,08 0,00037

CuFlon 2,10 0,00400

RT / Duroid 5880 2,26 0,00180

RT / Duroid 6006 6,36 0,00170

Epsilam 10 10,3 0,00040

Óxido de poliolefina 2,55 0,00016

ULTRALAM 2000 2,50 0,00190

Cerâmica de alumina 9,6 - 10,1 0,00040

Sáfira 9,40 0,00010

*CuFlon-PolyflonCompany;

*RT/Duroid-RogersCompany;

*Episilam 10 - 3M Company.

Tabela 1: Propriedades dos materiais dos substratos [17].

3.1.2. Antena de microfita retangular

Uma antena de microfita consiste de dois planos condutores separados por um substrato

dielétrico fino. A placa inferior funciona como um plano de terra e a superior como um elemento

irradiante da antena de microfita de formato retangular, como mostra a figura 20, sendo impresso

sobre o material dielétrico juntamente com a alimentação. Pode-se alimentar uma antena de

microfita retangular de várias formas, neste trabalho apresenta-se as alimentações através de fitas

condutoras de pequena largura e cabos coaxiais de 50 ohms.

Page 46: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

46

Campos irradiantes para antena de microfita retangular

Os campos nas aberturas das duas fendas formam, pode-se assim dizer, um arranjo com

dois elementos afastados de λg / 2. Tais campos adicionam-se em fase e possuem uma irradiação

máxima normal ao elemento da microfita.

Os campos nas terminações das faces da placa podem ser decompostos em componentes

normais e tangenciais ao plano de terra. Como o comprimento da placa é de aproximadamente

meio comprimento de onda, as componentes normais dos campos de borda estão fora de fase e

suas contribuições cancelam-se mutuamente na direção broadside normal à placa. Porém, as

componentes tangenciais estão em fase, fazendo com que o campo distante seja máximo na

direção normal à estrutura.

Figura 20: Sistema de coordenadas para antena de microfita retangular [19].

Desde que as linhas de alimentação excite somente no modo TM010, a componente do

campo elétrico da antena de microfita retangular pode ser assumida como:

onde, cos[(kLe)senθ senφ] é o fator do arranjo para as duas fendas.

Page 47: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

47

Equação 1: Cálculo do campo elétrico.

Plano E (θ = 90o, 0o ≤ φ ≤ 90o e 270o ≤ φ ≤ 360o).

Equação 2: Cálculo do campo elétrico para o plano E.

Plano H (φ = 0o, 0o ≤ θ ≤ 180o)

Equação 3: Cálculo do campo elétrico para o plano H.

Page 48: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

48

Largura e comprimento do elemento da antena de microfita retangular A largura w e o comprimento l do elemento de microfita retangular são fornecidos por [20] [21]:

Equação 4 a 8: Cálculo da largura do elemento de microfibra, comprimento do elemento

de microfibra, comprimento efetivo, constante dielétrica efetiva do substrato dielétrico e fator de

correção do comprimento respectivamente.

Sendo:

c - velocidade da luz no vácuo;

fo - Freqüência de operação;

h - Espessura do substrato dielétrico;

εr - Constante dielétrica relativa do substrato dielétrico;

εe - Constante dielétrica efetiva do substrato dielétrico;

Le - Comprimento efetivo;

∆l - Fator de correção do comprimento.

Condutância de irradiação e impedância de entrada da antena de microfita retangular

A condutância de irradiação para uma fenda simples pode ser obtida usando um

procedimento similar ao da resistência de irradiação de um elemento linear, conforme [16].

Page 49: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

49

Equação 9: Cálculo da condutância de irradiação.

A solução da corrente pode ser feita pelo método do trapézio ou pela aproximação a

seguir:

Equação 10: Cálculo da corrente.

Onde:

Si – seno integral.

A impedância de entrada da antena de microfita retangular ressonante, para o modo TM010,

contendo duas fendas, e alimentada por uma linha de microfita é dada por:

Equação 11: Cálculo da impedância de entrada da antena.

onde G12 é dado por:

Equação 12: Cálculo da condutância mútua.

Page 50: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

50

A impedância de ressonância da antena de microfita retangular alimentada por uma fita

condutora em um determinado ponto (y0), ao longo do comprimento da mesma é dada por [16]

[18]:

Equação 13: Cálculo da impedância de ressonância.

Caso a antena de microfita seja alimentada por um cabo coaxial de 50Ω a impedância de

entrada dependerá do comprimento elétrico da estrutura, onde o casamento será verificado a partir

da localização do alimentador até a borda do elemento de microfita retangular sendo [22].

Equação 14: Cálculo da impedância de ressonância para conector de 50Ω.

onde,

t - espessura do elemento de microfita.

Diretividade

A diretividade para cada fenda da microfita é dada por [16]:

Equação 15: Cálculo da diretividade para cada fenda da antena.

Page 51: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

51

A diretividade das duas fendas da antena de microfita retangular é dada por:

Equação 16: Cálculo da diretividade para duas fendas na antena.

onde:

DAF - diretividade do fator do arranjo;

g12 – condutância mútua normalizada = G12/G1;

Largura de banda

Uma das maiores limitações de uma antena de microfita é a estreita largura de banda.

Usualmente ela varia de 1% a 4%. Porém, há alguns métodos que podem ser utilizados para

aumentar essa largura de banda tais como:

* Aumentar a espessura (h) entre as placas paralelas, fazendo com que a impedância

característica da estrutura aumente;

* Usar uma alta constante dielétrica (εr) no substrato, diminuindo as dimensões físicas das

placas paralelas [18];

* Adicionar componentes reativos para reduzir o VSWR(Voltage Standing Wave Ratio).

Para W/h > 1, a impedância característica é dada por:

Equação 17: Cálculo da impedância característica para W/h > 1.

Para W/h < 1, a impedância característica é dada por:

Page 52: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

52

Equação 18: Cálculo da impedância característica para W/h < 1

Considerando-se as perdas no condutor, no dielétrico e devido a energia irradiada, têm-se que os respectivos fatores de qualidade são dados por:

Fator de qualidade do condutor:

Equação 19: Cálculo do fator de qualidade do condutor.

Fator de qualidade para o substrato dielétrico, devido a tangente de perda do material:

Equação 20: Cálculo do fator de qualidade para o dielétrico.

Fator de qualidade devido a energia irradiada:

Equação 21: Cálculo do fator de qualidade devido a energia irradiada.

onde:

Equação 22: Cálculo do fator atenuação.

Page 53: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

53

O fator de qualidade total Qt é dado por:

Equação 23: Cálculo do fator de qualidade total.

A largura de banda da antena de microfita retangular ou circular é dada por:

Equação 24: Cálculo da largura de banda.

Eficiência

A eficiência da antena de microfita retangular ou circular é dada por [20]:

Equação 25: Cálculo da eficiência da antena.

3.1.3. Arranjo planar de N elementos

Irradiadores individuais podem ser posicionados ao longo de uma grade retangular para

formar um arranjo planar. Os arranjos planares fornecem variáveis adicionais as quais podem ser

usadas para controlar e formar o diagrama de irradiação do arranjo. Eles são muito versáteis e

podem fornecer diagramas mais simétricos e com menores lóbulos secundários [22].

Page 54: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

54

Figura 21: Geometria para um arranjo planar com M x N elementos ao longo dos eixos x e

y, respectivamente [22].

onde:

dx e dy – espaçamentos entre os elementos ao longo dos eixos x e y;

β x – deslocamentos de fase progressiva entre um elemento e outro ao longo dos eixos x e y.

O fator do arranjo para a geometria é dado por:

Equação 26: Cálculo do fator de arranjo.

Para uma amplitude de excitação constante (I1n = Im1 = Io) na entrada do arranjo planar

uniforme , tem-se, que o fator do arranjo na forma normalizada pode ser escrito como:

onde:

Page 55: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

55

Equação 27: Cálculo do fator de arranjo normalizado.

O lóbulo principal e o grating lobe são localizados em:

Equação 28: Cálculo do lóbulo principal.

Se for desejado ter somente um feixe principal que esteja orientado ao longo de q = q0 e f

= f0 a mudança de fase progressiva entre os elementos nos eixos x e y devem ser iguais a:

Equação 29: Cálculo do feixe principal.

onde:

O máximo do lóbulo principal é encontrado, a partir das equações (28) e (29) fazendo-se

(n = m = 0). Portanto os ângulos de direção do máximo são dados por:

Equação 30 e 31: Cálculo dos ângulos para o lóbolo principal máximo.

Page 56: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

56

O máximo do feixe principal do arranjo está orientado ao longo de q0 e f0. Para definir a

largura de feixe são escolhidos dois planos: um é o plano de elevação definido pelo ângulo

f = f0 e o outro é o plano perpendicular a ele. As larguras de feixe de meia potência

correspondentes de cada um são designadas, respectivamente, por Qh e Yh.

Para um arranjo largo, o máximo está próximo do broadside, o plano de elevação da

largura de feixe de meia potência Qh é dada aproximadamente por:

Equação 32: Cálculo do plano de elevação da largura do feixe.

onde:

Θxo - representa a largura de feixe total de meia potência de um arranjo broadside com M

elementos dispostos ao longo do eixo x;

Θyo - representa a largura de feixe total de ½ potência de um arranjo broadside com N

elementos dispostos ao longo do eixo y;

A largura de feixe de meia potência Yh, ao plano que é perpendicular a elevação f =f0, é

dada por:

Equação 33: Cálculo da largura do feixe.

O ângulo sólido WA é dado por:

Equação 34: Cálculo do ângulo sólido.

Page 57: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

57

Equação 35: Cálculo do ângulo sólido de acordo com as equações 32 e 33.

A diretividade do fator do arranjo FA(q ,q ) para os ângulos de orientação do feixe

principal q = q0 e f = f0 é dada por:

Equação 36: Cálculo diretividade do fator de arranjo.

A diretividade para um arranjo planar largo, onde as diretividades para os eixos x e y estão

próximos a um arranjo broadside, reduz-se para:

Equação 37: Cálculo diretividade do fator para um arranjo planar largo.

Para amplitudes com distribuições mais usuais a diretividade da equação (37) é definida

pela equação (35), temos:

Equação 38: Cálculo da diretividade para distribuições mais usuais.

Page 58: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

58

3.2. Simulações,fabricantes e equipamentos existentes

Neste capítulo, serão apresentadas algumas simulações baseadas na revisão bibliográfica

contida neste capítulo e também os fabricantes de antenas, seus produtos baseados na tecnologia

WIMAX e suas características.

3.2.1. Fabricantes e as antenas disponíveis no mercado

O que se tem até o momento são fabricantes de antenas que anunciam alguns produtos

PRÉ-WIMAX, visto que a homologação dos mesmos ainda não ocorreu.

Alguns destes são descritos abaixo:

Wilan A Wilan é uma empresa canadense e está no mercado com as CPEs outdoor com a família Libra 5800, veja algumas características descritas pelo fabricante:

A família de produtos Libra 5800 utiliza a moderna tecnologia de modulação OFDM e é a

primeira solução do mercado pronta para a tecnologia 802.16, mais conhecida como WIMAX. Na

verdade a família Libra 5800 já implementa o draft WIMAX (no entanto esse documento,ainda

em processo de discussão pelo IEEE, deve sofrer modificações o que será acompanhado por uma

futura atualização de software do equipamento).

Vantagens

A primeira característica importante da linha de produtos Libra 5800 é a facilidade de sua

instalação: cada equipamento é composto de uma unidade externa (a prova de intempéries) e uma

unidade interna (que nada mais é que um injetor de alimentação por Ethernet). Dessa maneira o

cabo que deve ser levado da unidade interna para a externa é um cabo Ethernet comum o que

facilita a sua instalação quando comparada aos equipamentos que necessitam de cabos coaxiais.

Page 59: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

59

Figura 22: Exemplo de ligação da antena [30].

Por utilizar tecnologia WIMAX o Libra 5800 trabalha tanto com visada direta como sem

visada também conhecidas como NLOS. Para aplicações ponto-a-ponto com visada a distância

alcançada é de até 60Km, para aplicações NLOS é de até 3 Km. Esse produto abre assim novas

oportunidades de negócios e apresenta soluções para problemas que antes requeriam opções muito

custosas.

Trabalhando na freqüência de 5,8GHz (que dispensa a necessidade de licenciamento para

sua instalação) todos os equipamentos Libra 5800 possuem uma porta Ethernet 10/100 BaseT,

suportam VLAN Tagging (802.1q). Com uma banda de 32 Mbps (24Mbps efetivos) e capacitade

de controle de banda. Os equipamento Libra 5800 permitem a criação de uma rede de alta

performance. Para segurança dos dados trafegados e controle de acesso os rádios Libra 5800

embaralham os dados através de um protocolo proprietário [30].

Modelos

Libra 5800 MP CPE e LCPE

Nas aplicações ponto-multiponto o Libra 5800 MP CPE compõe os pontos remotos,

juntamente com o Libra 5800 MP LCPE. Ambos podem coexistir apontados para o mesmo Libra

5800 MP AP. A diferença entre o MP CPE e o LCPE está na antena: o MP CPE já vem com

antena de 23dBi integrada enquanto que o LCPE possui conector para antena externa.

Page 60: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

60

Hyperlink Technologies.

A Hyperlink Technologies é uma empresa norte americana e seu CPE é para 2,5 GHz.

Figura 23: Especificações do modelo HG2616P da Hyperlink Technologies [37].

Page 61: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

61

NEX-G

A NEX-G é uma empresa de Cingapura, está no mercado com CPEs e também

equipamentos para a Estação Base, o nome da família de produtos é HORIZON [34].

Segue algumas especificações da CPE.

Figura 24: Especificações do modelo de CPE da família Horizon da NEX-G [34].

Page 62: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

62

Pro-Cell

A Pro-Cell é uma empresa de Taiwan, está no mercado com CPEs.

Segue algumas especificações da mesma.

Figura 25: Especificações do modelo de CPE da Pro-Cell [38].

Page 63: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

63

Com estes exemplos podemos analisar algumas características das CPEs outdoor

destinadas à tecnologia WIMAX até o momento por estes e outros fabricantes.

O ganho das antenas deve variar entre 15 dBi E 25 dBi aproximadamente.

Os canais devem ter uma largura de banda múltipla de 1,75MHz, até 10,5MHz,

geralmente 3,5MHz ou 7MHz;

MTBF (Mean Time Between Failures) de 100.000 horas;

Polarização: Vertical ou horizontal;

Relação Frente/Costas: Maior que 30dBi;

VSWR (Voltage Standing Wave Ratio): Menor que 1,5;

Impedância: 50 ohms

Outras informações adicionais. As antenas são totalmente imunes à intempérie, suportam

ventos de até 200 Km/h e suportam umidade relativa entre 95% e 100%. O cabo da antena deve

ter no máximo entre 70m e 100m, dependendo do fabricante e devem ser usados conectores

especiais definidos pelos mesmos.

3.2.2. Simulações

Aqui serão apresentadas algumas simulações feitas com a intenção de melhor entender

algumas características de propagação LOS e NLOS, de acordo com o que foi apresentado no

capítulo 2.

A simulação abaixo feita em 2005/02 com o apoio do LTIG (Laboratório de Tratamento

de Imagens e Geoprocessamento) da PUCRS, que simula a linha de visada de uma antena

transmissora colocada no topo do prédio 50 da PUCRS, aproximadamente a uma altura de 50m e

os receptores variam entre 5 e 10 metros de altura.

Page 64: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

64

Figura 26: Exemplo de linha de visada, analisando o campus da PUCRS.

Outra simulação realizada, foi baseada nas equações apresentadas anteriormente que em

forma de um software [27], calcula os coeficientes de um arranjo retangular de antenas de

mirofita, base para antenas dos CPEs outdoor WIMAX, que utilizam este processo.

Cabe dizer que esta é uma simulação hipotética baseada em informações obtidas com

diversos fabricantes de antenas, supondo alumínio como material para o substrato e uma altura de

0,013 cm.

Page 65: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

65

Figura 27: Simulação realizada para as características de uma antena para CPE outdoor, numa

freqüência de 3,5 GHZ [27].

Figura 28: Diagrama de irradiação da antena obtida para a simulação realizada para as

características de uma antena para CPE outdoor, numa freqüência de 3,5 GHZ [27].

Page 66: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

66

4. Considerações para instalação de acesso fixo WIMAX

4.1. Considerações para as faixas de 2,5GHz e 3,5GHz

Serão feitas aqui algumas considerações de instalação para uma rede de rádio de área

metropolitana baseada no Padrão Air Interface da norma IEEE 802.16-2004, a tecnologia

WIMAX. O foco serão as instalações usando o espectro licenciado na faixa de freqüência 2,5

GHz e 3,5 GHz. Instalações nestas faixas são especialmente interessantes no mercado de acesso

de rádio, pois oferecem o potencial para alcançar cobertura para acesso com alta velocidade sobre

uma área metropolitana inteira com alcance adequado e capacidade para uma rede de acesso

rentável. Além de apresentar um detalhado ponto de vista de capacidade de canal da estação base

contra o alcance da mesma, exemplos específicos de instalação serão analisados ao

relacionamento entre custos de infra-estrutura da estação base e para espectro disponível em

ambas as faixas de freqüência.

O impacto na capacidade de canal e alcance utilizando CPE`s Indoor também será

discutido. Bandas licenciadas para MAN`s em 3,5GHz e 2,5GHz não estão mundialmente

disponíveis para acesso fixo de rádio, mas ao menos uma das duas faixas está disponível na

maioria dos países.

Faixa de 3,5GHz: A faixa de 3,5GHz está disponível como uma faixa para o acesso de

rádio fixo em banda larga em muitos países fora dos Estados Unidos. Embora os regulamentos

para instalação e atribuições específicas variam consideravelmente de país para país, esta é

indiscutivelmente a faixa do espectro mais usado para transmissão via rádio em MAN`s hoje em

dia.

Page 67: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

67

As características típicas para a faixa de 3,5GHz de um país são baseadas em:

-Total espectro disponível: Varia de país para país, mas geralmente é de 200MHz, entre

3,4GHz e 3,8GHz.

-Serviços alocados: Acesso fixo normalmente é especificado.

-TDD ou FDD: Em alguns países é especificado somente FDD e em outros, pode-se

utilizar FDD ou TDD.

-Espectro por licença: Varia de 2 x 5MHz até 2 x 56MHz.

-Agregação de licença: Alguns países permitem operadoras a ganhar acesso a mais

espectros, outros não permitem agregação.

Faixa de 2,5GHz: Esta faixa é atribuída para serviços fixos de microondas em muitos

países incluindo os Estados Unidos. Embora muitos destes países tenham regras que não apóiam

serviços two-way, é esperado que isto mude quando os equipamentos WIMAX venham a tornar-

se uma realidade concreta e os operadores mundiais obtenham mais licenças do espectro para

serviços de banda larga tanto fixos quanto móveis.

Nos Estados Unidos o FCC (Federal Communications Commission) modificou as regras

para esta faixa em 1998, permitindo serviços bilaterais e em 2004, anunciaram uma reorganização

do plano de canal [35]. Com estas modificações das regras, esta faixa agora bem está servida a

uma instalação baseada na tecnologia WIMAX.

Também, há o fato que a faixa de 3,5GHz não está disponível para acesso de rádio nos

Estados Unidos. Os seguintes detalhes para a faixa de 2,5 GHz são baseados em regras bem

recentes de FCC.

As características típicas para a faixa de 3,5GHz nos Estados Unidos:

-Total espectro disponível: O total de 195 MHz, incluindo guarda-faixas e canais de MDS,

entre 2,495 GHz e 2,690 GHz.

-Serviços alocados: Fixo bilateral ou broadcast.

-TDD ou FDD: - Tanto TDD como FDD são permitidos.

-Espectro por licença: 22,5 MHz por licença, um bloco de 16,5MHz emparelharam com

um bloco de 6 MHz, um total de 8 licenças.

-Agregação de Licença: As operadoras podem adquirir múltiplas licenças em uma área

geográfica para aumentar as faixas de espectro.

Page 68: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

68

Características do rádio

Duas soluções de equipamento WIMAX foram selecionadas para análise. Na faixa de

2,5GHz, uma solução é TDD com 5MHz de largura de banda do canal será usada e na faixa de

3,5GHz uma FDD com dois canais com largura de banda 3.5MHz será usado. Estes não são as

únicas soluções de equipamento para o WIMAX, que se espera estar disponível nestas duas faixas

de freqüências, mas são exemplos representativos e servem para os propósitos deste trabalho.

Outras soluções esperadas incluem uma solução de TDD para a faixa de 3,5GHz com uma largura

de banda de canal de 7MHz e em um futuro não distante, larguras de banda diferentes de canal

estarão disponíveis em ambas as faixas para fornecer aos operadores mais opções de instalação.

Equipamentos WIMAX também estarão disponíveis em outras faixas de freqüência. Até o

momento, os equipamentos lançados no mercado são para 5,8GHz, 3,5 GHz e 2,5 GHz [29].

A tabela 2 fornece um resumo das características do rádio para downlink que são usados

para o alcance e estimativas de capacidade do canal. O ganho do sistema na tabela 2 é típico de

médio desempenho para soluções de equipamentos WIMAX. Para a 2,5GHz em TDD, uma

separação de tráfego de downlink/uplink de 60/40 é suposta, visto que é uma configuração típica

para serviços de transmissão de dados. Isto faz o downlink (DL) efetivo da largura de banda do

canal de 3 MHz e o uplink (UL) efetivo para a largura de banda do canal de 3MHz e o uplink

para a largura de banda do canal de 2MHz. Com a mesma divisão assimétrica de tráfego no caso

de FDD, o canal de uplink de 3,5MHz não será utilizado plenamente.

O ganho do sistema para DL para CPE indoor é aproximadamente 6 dB abaixo que o

ganho do sistema para CPE outdoor, principalmente devido à diferença em ganho da antena.

Também há perda adicional de caminho (path loss) com CPEs indoor devido a penetrações nas

paredes e situações não ideais de instalação que tipicamente estarão teoricamente abaixo de um

nível NLOS existente nas CPEs outdoor em relação à estação base. Esta perda de caminho

excessivo é calculada ser aproximadamente 15 dB. O modelo de propagação que é usado para

predizer o alcance é baseado em contribuições ao IEEE do Grupo de Trabalho 802.16 para Acesso

de Banda Larga (Erceg et al). Os modelos propostos de propagação cobrem três categorias de

terreno; “A”, “B”, e “C” [29].

“Categoria A”, é a categoria com alta perda de caminho (path loss), é usada como

características de propagação em ambientes urbanos e a “Categoria C”, é a categoria com baixa

perda de caminho (path loss), é usada na propagação em ambientes rurais.

A condição intermediária de perda de caminho é a categoria com alta de perda de

caminho (path loss), “Categoria B”, é suposta para propagação em ambiente suburbano. Tratar

Page 69: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

69

estas categorias de terreno como suburbano, urbano, e rural respectivamente é uma suposição

conveniente para os propósitos deste trabalho, mas em prática cada ambiente deve ser avaliado em

suas características específicas. Não seria raro, por exemplo, encontrar-se uma área rural com um

terreno montanhoso, árvores com copas densas e variadas fazendo-o um candidato para uma

condição de propagação de alta perda; “Categoria A”, em vez de ”Categoria C”.

Adicionalmente, algumas áreas urbanas em cidades menores com alturas de edifícios

relativamente baixos podem qualificar-se para uma condição intermediária de perda, “Categoria

B”.

Attribute 2.5 GHz Band 3.5 GHz Band Duplexação TDD FDD Largura do canal 5 MHz 2 x 3.5 MHz Modulação adaptativa BPSK, QPSK, 16QAM, 64QAM Ganho nominal do sistema utilizando CPEs outdoor

163 dB at BPSK 164 dB at BPSK

Ganho nominal do sistema utilizando CPEs outdoor e indoor

157 dB at BPSK 158 dB at BPSK

Path Loss para CPEs indoor 15 dB

Tráfego TDD DL/UL 60/40 n/a

Condições de propagação

Urbano, Suburbano e Rural 100% dos usuários com terminais NLOS

Tabela 2: Parâmetros relevantes do rádio [29].

O uso de modulação adaptável capacita o link com usuário final adaptar-se dinamicamente

às condições de caminho de propagação para link em particular. Quando os níveis recebidos de

sinal são baixos, como seria o caso para usuários mais distante da estação de base, o link

automaticamente “baixa” a um esquema de modulação mais robusto, porém menos eficiente em

modulação. Desde que cada esquema de modulação tenha uma eficiência diferente de modulação,

a capacidade efetiva do canal só pode ser determinada sabendo qual esquema de modulação e

codificação está sendo usado para o link do usuário final compartilhado no canal particular.

Isto prontamente está feito se suposto que os assinantes ativos em qualquer canal dado

uniformemente são distribuídos sobre a área de cobertura para esse canal e adicionalmente cada

usuário final está sob as mesmas condições. Exemplo: Todos CPEs outdoor e NLOS. Também

será analisado o impacto de uma instalação “misturada” abrangindo CPEs outdoor e indoor. As

Page 70: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

70

instalações podem ser de alcance limitado ou capacidade limitada. Num caso de alcance limitado,

se uma distribuição uniforme de assinantes ativos com CPEs outdoor é suposto, mais de 60% dos

usuários ativos operará em QPSK ou BPSK e só 15% irá operar em 64QAM [15].

Isto é ilustrado na figura 29. O alcance calculado mostrado na figura 29 aplicado a uma

instalação de 3,5GHz num ambiente Rural com CPEs outdoor NLOS. Com a distribuição de

usuários como mostrado, a capacidade efetiva do canal de downlink (dados líquidos) para uma

instalação de alcance limitado é 3,8Mbps em comparação com 9,7Mbps para um caso capacidade

limitado com todos os usuários finais operando em 64 QAM. Supor que todos os usuários finais

são NLOS, em muitos respeitos, uma pior situação de caso. De um ponto de vista prático, é

razoável esperar que algumas instalações serão LOS ou “quase” LOS em relação à antena da

estação base. Desde que o alcance 64 QAM para LOS ou “quase” LOS exceder BPSK para

NLOS, em prática, algum usuário final distante real operar em 64 QAM em vez de BPSK e assim

levantar o capacidade efetiva do canal de downlink acima de 3,8Mbps . Outro fator não levado em

conta na figura 29 é uma concessão para interferência de co-canal (CCI) de células adjacentes. Na

qual, numa rede multi celular, é uma consideração adicional. Interferência excessiva também

causará ao link afetado, mover para uma modulação mais robusta, mas assim reduzindo a

capacidade efetiva do canal.

Contudo desde que estes dois efeitos tendem a compensar se, a aproximação usada na

figura 29 para calcular capacidade de canal representa uma primeira estimativa muito adequada de

ordem para capacidade efetiva do canal de downlink. Para serviços fixos, a obrigação de usar

bandas licenciadas, causa designações com espectro limitado, a maioria das instalações será de

capacidade limitada antes que alcance limitado. As exceções seriam áreas rurais com densidade

muito baixa, particularmente áreas que podiam ser classificados como terrenos com alta de perda

propagação.

Page 71: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

71

Figura 29: Densidade típica de assinante para um sistema 3,5 GHz com instalação rural

[29].

Os gráficos das figuras 30 e 31 fornecem uma visualização mais quantitativa da

capacidade média de downlink do canal e a capacidade de downlink da Estação Base WIMAX

para 3,5GHz e 2,5GHz respectivamente.

As Estações Base são configuradas com seis canais e, como foi mostrada na figura 29,

uma distribuição uniforme de assinantes ativos NLOS é suposta.

Figura 30: Capacidade de downlink de um canal único e para os 6 canais da Estação Base

na faixa de 3,5GHz [29].

Page 72: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

72

Figura 31: Capacidade de downlink de um canal único e para os 6 canais da Estação Base

na faixa de 2,5GHz [29].

Desde que os produtos WIMAX certificados estarão disponíveis num range de

configurações com múltiplos fabricantes, parâmetros variados de desempenho podem ser

esperados. As variações no ganho do sistema afetarão o range e finalmente, a capacidade do canal

numa instalação típica. A figura 32 mostra a sensibilidade do alcance e a capacidade efetiva do

canal a uma variação + /- 6 de dB em um ganho do sistema na faixa de 3,5 GHz.

Figura 32: Faixa e variação da capacidade com ganho do sistema na faixa de 3,5GHz [29].

Page 73: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

73

Requisitos combinados de densidade de dados para a capacidade da Estação Base

Para cenários de instalação de capacidade limitada é necessário instalar Estações Base

espaçadas geograficamente e em número suficiente para atender a densidade esperada de usuários

finais. A densidade de dados é um excelente parâmetro para medir a capacidade da Estação Base e

para analisar os requisitos de mercado. Informações demográficas, incluindo a população, lares, e

negócios por km quadrado, estão disponíveis como uma fonte para detectar as melhores áreas

metropolitanas. Com esta informação, os serviços oferecidos junto com a penetração esperada de

mercado, requisitos de densidade de dados facilmente são calculados. Este processo de 6 passos é

resumido na figura 33.

Figura 33: Determinação dos requisitos de mercado [11].

Numa rede de rádio fixa é também importante analisar os requisitos de mercado vários

anos no futuro e instalar as Estações Base de acordo ao que essas projeções ditam. Não como nas

redes móveis, em que usuários finais são equipados com aparelhos de telefone tendo antenas omni

direcionais, as redes fixas são projetadas com uma combinação de CPEs indoor e outdoor. No

caso de CPEs outdoor, que são montadas ao ar livre e cuidadosamente alinhadas para obter o

melhor sinal. A necessidade de inserir estações base adicionais mais tarde, dentro da área de

cobertura, para aumentar a capacidade da rede, na maioria de casos, resulta em desprover recursos

valiosos para reorganizar as CPEs outdoor dos assinantes.

Se outros serviços segmentos de mercado vão ser incluídos tal como demanda de vídeo,

backhaul hot spots, serviços nômades, etc..., estes teriam que ser incluídos na composição de

serviços do assinante. Adicionar um link backhaul hot spot, é aproximadamente comparável a um

usuário adicional ao negócio. Para aplicações nômades uma estimativa pode ser feita como ao

Page 74: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

74

número de operadores que serão possíveis estarem na mesma área geográfica ocupados durante

horários de pico e a densidade de dados necessária para este pico.

Uma análise mais completa é feita quando estes serviços adicionais são incluídos em uma

estimativa de tendência de tráfego. Por exemplo, o período de pique para usuários nômades é

durante horas diurnas de negócio e o período de pique para operadores residenciais é de manhã

cedo e à noite. Em algumas áreas, pode ser bem possível satisfazer múltiplos segmentos de

mercado e aplicações sem significativamente aumentar a capacidade da estação de base [29].

A tabela 3 representa um alcance típico de requisitos de densidade de dados para um

ambiente urbano, suburbano e rural para uma área metropolitana.

Tabela 3: Requisitos de dados típicos para uma área metropolitana média [29].

A densidade resultante de dados para várias configurações da estação base nas faixas de

2,5 e 3,5 GHz como uma função de espaçamento entre as estações base é mostrada a seguir. A

figura 34 é para uma especificação de área urbana e uma configuração da estação base de 4 canais

ou de 8 canais.

A figura 35 mostra a densidade de dados para uma área Suburbana e Rural com uma

configuração da Estação Base de 4 canais ou 3 canais respectivamente. Em 2,5 GHz TDD as

figuras a seguir supõe uma separação de tráfego de downlink e uplink de 60/40. Na prática, com

TDD, esta separação freqüentemente será ajustada para combinar condições médias de tráfego,

que geralmente favorecerão o downlink. As linhas pontilhadas verticais nos gráficos das figuras

34 e 35 representam os requisitos de espaçamento necessário entre Estações Base para maximizar

os requisitos de densidade de dados mostrada na tabela 3. O ganho em ter mais espectro é

evidente na figura 34, que com 8 canais, os espaçamentos entre as Estações Base é

aproximadamente 40% maior que uma instalação com 4 canais para alcançar a mesma densidade

de dados de 40Mbps por km quadrado.

Page 75: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

75

Os requisitos de espectro que são mostrados nas tabelas incluídas nas figuras 34 e 35,

supõem um fator de reuso de freqüência da célula de “1”. Se a propagação e as condições de

instalação são tais que um alto potencial de interferência de co-canal for detectado, um fator de

reuso mais conservador de “2” pode ser usado. Isto dobraria as estimativas de requisitos de

espectro mostrado nas tabelas. Isto pode ser um cenário possível quando, num caso de

capacidade-limitada, a capacidade de Estação Base é tal que todos os assinantes operem em 64

QAM ou 16 QAM.

Figura 34: Densidade de dados de downlink da Estação Base para 4 e 8 canais numa

configuração da Estação Base para um ambiente urbano [29].

Figura 35: Densidade de dados de downlink da Estação Base num ambiente suburbano e

rural. Supondo 4 e 3 canais na configuração da Estação Base respectivamente.

Page 76: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

76

Exemplos de distribuição de CPEs Outdoor

Nesta seção serão analisados alguns exemplos hipotéticos de distribuição de Estações

Base WIMAX em ambas as bandas supondo somente CPEs outdoor em cada uma das três áreas

demográficas: Urbana, Suburbana e Rural.

Os dados demográficos e o número de possíveis assinantes residenciais e SME (Small to

Medium Enterprise) para estes exemplos são resumidos na tabela 4 junto com a densidade de

dados que serão exigidos para atender este possível número de assinantes. O fator de reuso de

freqüência na célula é “1” e é suposto para todos os exemplos seguintes para determinar a quantia

de espectro necessário [29].

Tabela 4: Exemplos demográficos de distribuição [29].

O custo da infra-estrutura da estação base por usuário é um bom parâmetro para fornecer

uma comparação quantitativa entre as várias opções de distribuição usadas e a densidade de dados

requerida. O capital de investimento para Estação Base, CAPEX (Capital Expenditure) tem dois

componentes importantes, um componente “fixo” e um componente “variável”. A porção fixa

inclui todos os elementos necessários para adquirir e preparar a estação base antes da instalação

de qualquer equipamento WIMAX. Isto inclui aquisição de local, obras civis, equipamento de

interface de backhaul, mastros de antena, etc... Há uma grande variação nos custos fixos

dependendo da região e da instalação. Os custos podem ser bastante baixos quando o equipamento

WIMAX é instalado em torres existentes, localizadas perto ou em um nó existente de fibra para

uma conexão backhaul e bastante alto em outros casos. Para estes exemplos, o componente fixo

de CAPEX da estação base é suposto variar entre $15.000,00 e $75.000,00 por estação base. O

Page 77: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

77

componente variável do CAPEX é o equipamento point-to-multipoint WIMAX que é relacionado

à capacidade da Estação Base. O custo do equipamento WIMAX irá variar de vendedor para

vendedor e também de acordo com as características específicas do mesmo. É esperado que este

custo diminua com o passar do tempo,em razão do amadurecimento da tecnologia e com um

volume maior de fabricantes. Nos exemplos a seguir o custo variável de Estação Base é suposto

variar entre $5000,00 e $10.000,00 por canal, para cobrir o custo do equipamento e o custo da

instalação [11].

Exemplo em um ambiente urbano: A figura 36 resume os resultados para uma área

Urbana mostrando o número de Estações Base WIMAX e os canais requeridos por Estação Base

para cumprir os requisitos de densidade de dados em cada uma das duas faixas de freqüência.

Como já era esperado, há custo em ter mais espectro disponível desde que, em geral, devido aos

altos custos fixos da Estação Base, relativamente é mais econômico instalar menos Estações Base

com alta capacidade ao contrário de um número maior de Estações Base com baixa capacidade.

Se o espectro adicional tem que ser adquirido por um processo de leilão, no entanto, alguns destes

benefícios de custo em relação à infra-estrutura não serão compensados pelas altas taxas de

licença do espectro e isso deve ser levado em conta para uma comparação mais exata de custo.

Figura 36: Exemplos de distribuição urbana [29].

Page 78: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

78

Exemplo num ambiente suburbano: Os exemplos na área Suburbana são resumidos na

figura 37 e mostram as mesmas tendências gerais como no exemplo Urbano. O CAPEX por

assinante é mais baixo que no caso Urbano devido à mistura relativa de assinantes residenciais e

empresas. Em ambos os exemplos, Urbano ou Suburbano, quando o custo fixo da Estação Base é

baixo, há pouco ou nenhum custo para distribuir um número maior de Estações Base.

Figura 37: Exemplos de instalação numa área suburbana [29].

Exemplo num ambiente rural: A figura 38 inclui um resumo das alternativas de

distribuição analisadas para uma instalação típica na área Rural. Como esperado, com menos

usuários por Estação Base, o CAPEX por assinante é consideravelmente mais alto que em

qualquer outro exemplo, Suburbano ou Urbano.

Figura 38: Exemplo de distribuição na área rural [29].

Page 79: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

79

O exemplo de distribuição com CPEs Indoor

A meta ao longo do tempo na maioria das operadoras para o acesso fixo de rádio é que

todos usuários utilizem CPEs indoor plug`n`play. A capacidade de auto instalação elimina a

necessidade de um técnico e as unidades interiores plenamente integradas serão mais baratas que

os CPEs outdoor. O custo mais baixo do CPE indoor também aumenta a probabilidade que os

usuários comprarão o próprio CPE. Isto não apenas diminui o CAPEX para a operadora, mas tem

uma tendência a reduzir rotatividade também. Um ganho, num entendimento mais quantitativo

dos benefícios, no entanto, a capacidade de alcance e o impacto dos CPEs indoor no custo da

infra-estrutura da Estação Base também devem ser levados em conta [29] [26].

Em 3,5 GHz, aproximadamente 7% dos usuários podem ser apoiados em CPEs indoor

num ambiente Rural, como é mostrado na figura 39 [29] [26]. Esta porcentagem é

aproximadamente 10% e 12% em um ambiente de propagação suburbano e urbano

respectivamente. Desde que aproximadamente 60% dos CPEs indoor irão operar numa eficiência

mais baixa de modulação que 64 QAM, a eficiência do canal em alcance máximo é reduzida de

3,8Mbps a 3,4Mbps. Estas comparações são resumidas para todos três ambientes de propagação

na tabela 5.

Figura 39: Distribuição numa área rural com CPEs indoor para 3,5GHz [29].

Page 80: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

80

Tabela 5: Impacto das CPEs indoor na capacidade do canal [29].

O gráfico do lado esquerdo da figura 40 fornece uma visão mais detalhada da capacidade

de canal de downlink em função do alcance para os três ambientes. O gráfico do lado direito

mostra uma comparação em uma área Urbana para um canal único da Estação Base, abrangendo

ambos os modelos de CPEs, indoor e outdoor, e um canal único abrangendo inteiramente com

CPEs outdoor.

Figura 40: Capacidade de canal de downlink da Estação Base com CPEs indoor na faixa

de 3,5GHz [29].

A tabela 6 fornece um resumo demográfico dos dados usados nos próximos exemplos para

melhor quantificar as trocas e o impacto da distribuição com CPEs indoor na faixa de 3,5GHz. As

áreas de cobertura e o número previsto de usuários residenciais são idênticos aos usados nos

exemplos anteriores. Os usuários empresariais, que geralmente usarão CPEs outdoor, são

ignorados neste caso para simplificar a análise.

Page 81: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

81

Tabela 6: Dados demográficos para distribuição com CPEs indoor [29].

A figura 41 mostra gráficos da densidade de dados para distribuições utilizando somente

CPEs outdoor em comparação com uma instalação misturada com ambos os modelos de CPEs,

indoor e outdoor. As linhas verticais mostram o espaçamento entre as Estações Base entre as duas

aproximações combinando os requisitos de densidade de dados indicados na tabela 6.

Figura 41: Densidade de dados de downlink da Estação Base com CPEs indoor na faixa de

3,5GHz [29].

Page 82: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

82

As trade-offs, usando o mesmo método que foi usado nos exemplos anteriores, são

resumidas na figura 42 para os três diferentes cenários de instalação. Para cada ambiente de

instalação, o caso 1 supõe somente CPEs outdoor. O caso 2 é para uma instalação mesclando

CPEs indoor e outdoor em que o espaçamento entre as Estações Base é ajustado para recuperar a

capacidade de dados necessária para alcançar a densidade de dados desejada para um ambiente

em particular e o caso 4 mostra a infra-estrutura exigida para a estação base suportar 100% de

CPEs indoor em cada ambiente. O caso 3 é um nível intermediário para suporte de CPEs indoor.

Em ambos os exemplos, Urbano e Suburbano, o custo adicional da infra-estrutura da

Estação Base é mais do que compensado pelo esperado de $200,00 a $300,00 por CPE que serão

compreendidos quando se levar em conta ambos os custos, de equipamento e despesa de

instalação para CPEs outdoor. Um benefício adicional nos casos 3 e 4 é a densidade resultante de

dados que é mais alta que o mínimo exigido para o mercado suposto. Este excesso da capacidade

da Estação Base pode ser usado para oferecer outros serviços ou endereçar segmentos adicionais

de mercado.

Na instalação na área Rural, com uma estação base de 3 canais o CAPEX fixo da Estação

Base desempenha um papel maior. Se o custo fixo da Estação Base está no baixo fim do alcance,

uma instalação para apoiar todo CPEs indoor ainda pode ser rentável, particularmente tendo em

vista a densidade adicional de dados que potencialmente pode ser usado para gerar meios

adicionais de renda. Se os custos fixados pela Estação Base estão no fim mais alto do alcance, no

entanto, pode ser difícil economicamente justificar uma infra-estrutura de Estação de Base que

apóie mais de 40-50% CPEs indoor plug’n’play [29] [26].

.

Page 83: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

83

Figura 42: Cenários de instalação em 3,5GHz com CPEs indoor [29].

A distribuição de cobertura

Todos os exemplos de instalação até aqui foram feitos com a capacidade desejada da

Estação Base determinado por requisitos de mercado baseados em serviços de penetração

demográfica projetada. Outro cenário de instalação é instalar o número mínimo de Estações Base

necessárias para ficar onipresente à cobertura sobre uma área particular no começo e só adicionar

capacidade adicional com a necessidade de servir um número crescente de usuários. A capacidade

adicional pode ser alcançada adicionando canais na Estação Base, às Estações Base já instalada

supondo que o espectro suficiente está disponível, ou por inserir estações adicionais de base se o

espectro não está disponível [11].

Page 84: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

84

Instalar equipamentos para uma cobertura sem considerar os requisitos de capacidade

projetados é uma estratégia viável de instalação onde os requisitos de mercado são incertos e

difíceis de quantificar. Por exemplo, isto certamente seria uma aproximação razoável de

instalação para operadoras que querem fornecer acesso à internet onipresente ao ar livre para

usuários nômades sobre uma área geográfica larga. Quando a rede inicial é operacional, o

operador estará numa melhor posição para acessar e predizer distribuições da circulação,

aceitação de usuários, e expectativas de penetração no mercado.

Para este exemplo de instalação um ambiente urbano de 60 kms quadrados é suposta a

meta de fornecer no mínimo 128 kbps a cada usuário nômade que é ligado à rede em qualquer

tempo dado. Também é suposto que os usuários conectados uniformemente estão distribuídos

sobre a área de cobertura. Os 60 kms quadrados de área urbana podem ser coberta por três

Estações Base na faixa de 2,5GHz. Na figura 36, o método usado para comparações neste

exemplo de instalação é o CAPEX da Estação Base por Mbps por kms quadrados. Os casos 1, 2, e

3 na figura 43 mostram o resultado de adicionar canais às três Estações Base ao passo que, o caso

4 supõe essas Estações Base adicionais serão inseridas para dobrar a capacidade do sistema,

crescendo assim o número de usuários nômades suportáveis simultaneamente de 360 a 720. Como

esperado, com um custo fixo por Estação base, a aproximação mais econômica é adicionar mais

canais ao sistema existente do que novas Estações Base.

Isso é, naturalmente, se o espectro adicional necessário pode ser adquirido num custo

razoável.

Figura 43: Exemplo de uma instalação urbana [29].

Page 85: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

85

Quando canais adicionais são instalados para aumentar a capacidade da Estação Base eles

simultaneamente não têm que ser adicionados para toda a área de cobertura, mas podem ser

adicionados a Estações Base dependendo da necessidade para suprir o crescimento do tráfego na

área de cobertura. Este conceito é retratado na figura 44, que mostra uma migração de instalação

de três Estações Base de 3 canais (num total de 9 canais) para três Estações Base de 6 canais (18

canais somados) sobre N anos com uma instalação de 13 canais totais.

Figura 44: Capacidade para adicionar canais numa expansão futura [13].

Equipamentos WIMAX baseados no Padrão Air Interface do IEEE 802.16-2004

fornecerão às operadoras a tecnologia necessária para instalar redes rentáveis de área por metro de

rádio com cobertura onipresente oferecendo serviços de banda larga a múltiplos tipos de usuários.

Os exemplos descritos neste estudo apontam para algumas considerações que devem ser levadas

em conta quando se planejar uma rede WIMAX na faixa de freqüência de 2,5GHz ou 3,5GHz.

Para redes de acesso de rádio, exatamente projetadas para requisitos futuros de capacidade é

importante assegurar uma instalação da infra-estrutura bem rentável da Estação Base,

particularmente em áreas onde os custos fixos da Estação Base podem ser altos. A quantia mínima

de espectro para uma instalação rentável varia com o aspecto demográfico, o segmento alvo de

mercado, os serviços a serem oferecidos e o fator de reuso da freqüência. Está claro, pelos

exemplos analisados neste estudo, que de um ponto de vista econômico, ter mais espectro é

geralmente melhor que ter menos espectro.

Page 86: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

86

5. Mercado para a tecnologia WIMAX

Motivadores para o uso da tecnologia WIMAX.

A tecnologia WIMAX chega com algumas características diferenciais intrínsecas ao

padrão 802.16-2004, as quais certamente alavancarão a sua penetração no mercado mundial.

a) Padronização e modularidade

A padronização dos equipamentos e suas funcionalidades facilitarão a modularidade dos

sistemas sem fio de banda larga com tecnologia WIMAX. Isso possibilitará a interoperabilidade

das ERBs (Estação Rádio Base) com as CPEs de diversos fornecedores, fazendo com que as

operadoras se interessem ainda mais por essa tecnologia [26].

b) Mecanismos de segurança e autenticação

O nascimento dessa tecnologia com protocolos de segurança do tipo AES (Advanced

Encryption System) e DES para a troca de chaves e transmissão das informações garante a

robustez necessária para viabilizar aplicações que requerem alto grau de privacidade, integridade

e autenticidade das informações, como, por exemplo, a implementação de uma rede para o setor

financeiro. Nesse ponto, a tecnologia WIMAX não deve de forma alguma ser comparada com o

WI-FI, o qual tem buscado inúmeras formas de se fortalecer do ponto de vista de segurança [26].

c) QoS (multiserviço) e convergência de serviços

A característica de possibilitar a implementação de mecanismos de reserva de banda para

serviços específicos, garantindo QoS fim a fim desses serviços é certamente uma das grandes

vantagens dessa tecnologia, a qual possibilita a convergência de serviços de voz, dados e imagem,

tão importantes para os provedores de serviços. Essa característica possibilitará a provisão de

múltiplos serviços para o cliente final com a qualidade por este desejada [26].

d) Flexibilidade e atendimento de múltiplos clientes

As redes WIMAX podem prover diversos tipos de serviços para múltiplos clientes, sejam

residenciais ou até mesmo grandes empresas.

Page 87: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

87

e) Desempenho a distância versus taxa de transmissão

Uma das vantagens muito divulgada pelos estudiosos sobre sistemas WIMAX é o grande

desempenho em relação à distância de cobertura de RF e de sua enorme capacidade de tráfego na

interface aérea, o que certamente é visto como um enorme diferencial dessa tecnologia [26].

Adicionalmente, esses sistemas também possuem uma enorme eficiência espectral,

quando comparados com sistemas concorrentes sem fio de banda larga.

f) Múltiplas faixas de freqüência (com e sem licença) – Múltiplos provedores

Do ponto de vista do espectro de freqüência, os fornecedores estão desenvolvendo

equipamentos para aplicações em várias faixas de freqüências, regulamentadas em cada país como

faixa não licenciada, que não necessitam de licença dos órgãos reguladores, e em faixas

licenciadas por esses órgãos. Com isso, vários tipos de provedores de redes e serviços, bem como

corporações, poderão criar as suas redes, as quais, dependendo do tipo de negócio, poderão optar

por faixas licenciadas ou não [26].

Desafios para o uso da tecnologia WIMAX.

Em contrapartida, ainda há muito a se fazer no sentido de convencer o mercado a utilizar

essa tecnologia emergente.

a) Redução de preços e custos CAPEX e OPEX (Operative Expenditure)

Com a padronização dos equipamentos e com uma provável concorrência crescente, o

mercado espera que seus custos caiam drasticamente viabilizando vários tipos de negócios, os

quais certamente já estão mapeados em diversos “business cases”. Essa redução dos preços

impactará num baixo investimento (CAPEX), o qual aumentará a penetração da tecnologia

WIMAX em vários mercados. Em contrapartida, por tratar-se de uma tecnologia sem fio, seus

custos operacionais são baixos quando comparados com a tecnologia com fio (por exemplo, o

DSL) [26].

b) Gerenciamento da rede à confiabilidade operacional

Por tratar-se de uma tecnologia nova no mercado, é essencial que esses sistemas possuam

um sistema de gerência capaz de detectar eventuais falhas e problemas de desempenho, bem como

de possibilitar a configuração da rede e dos serviços. Isso é um dos fatores que garantirão a

confiabilidade e a credibilidade operacional dessas redes e possibilitará a sua implementação com

maior tranqüilidade de seu funcionamento [26].

Page 88: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

88

c) Confiabilidade nos prazos previstos

Atualmente os equipamentos WIMAX certificados pelo WIMAX Forum já estão com um

atraso previsto de quase 18 meses, considerando que a previsão para pôr à disposição esses

equipamentos para comercialização é dezembro de 2005. Atrasos adicionais poderão implicar

uma descrença na tecnologia WIMAX, o que certamente seria prejudicial para esta [26].

d) Flexibilidade para integração com outras redes existentes (3G)

A expectativa é que haja uma convivência padronizada em breve entre as tecnologias WI-

FI, WIMAX e a das redes 3G, uma vez que os grupos de padronização têm buscado a

interoperabilidade das redes e dos dispositivos, objetivando orientar os fabricantes de

equipamentos, de dispositivos e de sistemas nos próximos anos. Essa integração é essencial para a

evolução das redes e facilitará e potencializará a comercialização da tecnologia WIMAX [26].

e) Fácil instalação e operação (CPE Plug’n’Play)

Um dos grandes mercados dessa tecnologia é o residencial, o qual é normalmente leigo do

ponto de vista tecnológico e com baixo conhecimento para realizar procedimentos de instalação

de alta ou média complexidade. Sendo assim, o terminal do usuário final deve requerer

procedimentos de instalação de baixíssimo grau de complexidade [26].

f) Provar ser tecnologia de ruptura para crescer

Além de tudo isso, a tecnologia WIMAX, considerada uma tecnologia de ruptura pelos

motivos anteriormente destacados, dentre eles, o acesso wireless banda larga, deverá ainda

viabilizar várias de suas promessas para se sedimentar no mercado, tais como prover Wireless

VoIP com QoS, migrar para o Padrão 802.16e que garantirá mobilidade, etc.

Sendo assim, espera-se com essa tecnologia uma quebra de paradigma com relação à

comunicação, em especial a comunicação pessoal, possibilitando a migração do

“anytime’n’anywhere” para o “easy to use”.

Regulamentação de faixas de freqüências

Nada funcionaria a contento com o WIMAX se não fosse assegurado o espectro de

freqüência para ele operar. Todos os países hoje enfrentam problemas de alocação de espectro

com serviços não nobres ocupando muita banda. É necessária uma reengenharia de espectro e ela

já está sendo feita em todos os países paulatinamente.

No caso de WIMAX temos duas situações distintas em relação às freqüências: banda

licenciada e não licenciada.

Page 89: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

89

No caso de bandas não licenciadas existe uma tendência mundial de se utilizar as faixas de

2,4GHz e 5,8GHz.

Faixas de 2,4 GHz e 5GHz: Cenário para uso do espectro por equipamentos de radiação

restrita (Resolução no. 365,10/05/2004) [8]. Não necessitam autorização uso radiofreqüências,

operam em caráter secundário. Devem ter certificado homologado pela ANATEL para uso na

prestação de serviço aplica-se a Resolução nº 73, de 25/11/1998 [8].

Faixa de 2,4 GHz: Tem algumas alterações em estudo. Tem uma proposta de

regulamentação sobre uso da faixa por sistemas utilizando potências superiores às utilizadas pelos

equipamentos de radiação restrita, WI-FI (localidades acima de 500 mil habitantes), operação em

caráter secundário para evitar contenções com equipamentos de radiodifusão utilizados nos

caminhões móveis de estações de TV e Rádio para transmissões de eventos. Estações devem ser

licenciadas, localidades com População acima 500 mil habitantes e potência acima de 400 mW

EIRP (Equivalent Isotropic Radiated Power). A limitação de potência é para evitar contenções

com equipamentos de radiodifusão. Aqui existe um problema, pois os equipamentos de

radiodifusão são analógicos e consomem muita banda (20Mhz). No futuro deverá acontecer uma

reengenharia desta faixa e/ou estímulo para a utilização de equipamentos de radiodifusão digitais

que consomem menos banda. (Resolução nº 305/2002) [8];

Faixa de 2,6 GHz: Faixa destinada para serviço de distribuição de sinais

multiponto multicanal (MMDS). Resolução original no. 236, 6/10/2000 da ANATEL [8]. A nova

Resolução no. 371 (17/05/2004) [8] revoga a Resolução no. 236 e altera valores de potência da

estação terminal e elimina a necessidade de autorização da ANATEL para canal de retorno. Com

vistas a proporcionar um uso mais otimizado da faixa 2,6GHz e também novas perspectivas para

prestação de serviço pelas atuais prestadoras de MMDS, vislumbra-se a oportunidade de

implementar alteração na regulamentação vigente (Resolução no. 371) [8]. A ANATEL está

estudando a alteração desta resolução e buscando o estabelecimento de regras claras mantendo o

alinhamento com UIT-R e alinhamento com FCC (sempre que possível). Depois do resultado da

reengenharia que a ANATEL está realizando nesta faixa, ela poderá ser utilizada também para o

WIMAX.

Faixa de 5,0 GHZ: A atualização da regulamentação permitiu o uso por equipamentos

Rádio LAN. Esta faixa otimiza a transmissão pois incorpora facilidades DFS (Dynamic

Frequency Shifting) e TPC (Transmit Power Control);

Como o WIMAX é uma tecnologia de transmissão em outdoor não aconselhamos que a

banda de 2,4GHz seja utilizada pois é uma freqüência muito poluída. A tendência mundial aponta

para a banda de 5,8GHZ.

Page 90: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

90

Estas faixas não devem ser utilizadas para transmissão em grandes centros urbanos pois

vão operar em caráter secundário e não contam com proteção oficial da ANATEL de não

interferência nos sinais transmitidos.

Existe um movimento da FCC americana de buscar mais espectro de freqüência a partir da

reengenharia de espectro na banda da tecnologia MMDS/ITFS em 2,5 GHz buscando espaço de

freqüência para novos serviços incluindo o WIMAX. Este movimento poderia também ser

seguido no Brasil pela ANATEL.

No caso de bandas licenciadas existe uma tendência mundial fora dos EUA de se utilizar

as faixas de 3,5 GHz e 10,5 GHZ. Nos EUA, até agora, a faixa de WIMAX está entre 2,5 - 2,7

GHz.

Faixa de 3,5 GHz: [Resolução no. 309 (13/09/2002) da ANATEL] Abrangendo a faixa de

3400-3600MHz. Estabelece condições uso da faixa para sistemas digitais serviço fixo (aplicações

ponto-multiponto). A autorização de uso dos blocos poderá ocorrer de forma individual ou

agregada. Admite o uso tecnologia FDD e TDD. Esta faixa pode ser utilizada pelo WIMAX.

Faixa de 10,5 GHz: [Resolução no. 307 (14/08/2002)] [8] Abrange as faixas 10,15-

10,30/10,50-10,65MHz. Estabelece condições uso da faixa para sistemas do serviço fixo

(aplicações ponto-a-ponto e ponto-multiponto).

No Brasil a ANATEL está fazendo um trabalho árduo em relação as tecnologias modernas

sem fio como WI-FI e WIMAX [8].

Em 2003 a ANATEL fez um leilão de PMP (Ponto-Multiponto) e as bandas de 3,5 GHz e

10,5 GHz foram adquiridas por algumas empresas, entre as quais:

- EMBRATEL: 3,5 GHz no Brasil inteiro;

- Vant (19,9% da Brasil Telecom): 3,5 GHz (13 áreas) e 10,5 GHz (04 áreas) nos Estados

de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e

Ceará [31];

- DirectNet (Grupo British Gás): 3,5 GHz, Estado de São Paulo [31].

Page 91: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

91

Figura 45: Espectro de freqüências utilizadas para a tecnologia WIMAX [24].

Tipos de aplicações

As aplicações que se beneficiarão com a entrada da tecnologia WIMAX são basicamente

de três tipos:

• Backhaul Urbano – rede de dados urbana para interligar pontos que necessitam de altas

taxas de transmissão (por exemplo 15 a 75 Mbits/s).

• Banda larga Rural – prover acesso de banda larga para regiões rurais próximas das

cidades (até 50 km).

• Last Mile – prover acesso de banda larga para assinantes urbanos, hoje atendidos ou não

por DSL e “cable modem”. Em cada um desses tipos de aplicações pode haver vários clientes

necessitando de diversos serviços.

Page 92: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

92

Figura 46: Tipos de aplicações de interesse dos vários setores do mercado [23].

Cada um desses clientes citados na figura 46 tem interesses específicos, os quais esperam

ser atendidos pela tecnologia WIMAX, tais como:

• Operadoras de Telecomunicações:

– Levar serviços de banda larga para clientes não atendidos: voz, Internet e video

broadcast

– Reduzir OPEX dos clientes já atendidos

– Atender as metas de universalização

• Corporativos (bancos, comércios, etc.) e governo:

– Reduzir custos com a rede de dados terceirizada

• Residenciais:

– Reduzir custos

– Ter serviços de voz, dados e vídeo de um único provedor, preferencialmente com um

terminal fixo/móvel.

• Rural:

– Telefonia com baixo custo, mas a banda larga é bem-vinda.

Page 93: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

93

A topologia e a arquitetura da rede de banda larga sem fio WIMAX estão apresentadas na

Figura 47. Nela é possível identificar a capacidade e a potencialidade para se trafegar diversas

serviços para vários clientes, como os apresentados na Figura 48.

Figura 47: Topologia e arquitetura de rede na tecnologia WIMAX [28].

Vale ressaltar que os principais serviços que alavancarão a tecnologia WIMAX serão os

serviços de voz (VoIP), Internet e video broadcast [23].

Figura 48: Empresas e aplicações de interesse do mercado [23].

Page 94: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

94

Taxa de Penetração

Toda nova tecnologia possui uma curva de penetração de mercado, a qual pode variar com

inúmeros fatores, sendo que vários deles já foram referidos nos itens anteriores. No caso da

tecnologia WIMAX não será diferente. Seu mercado deverá sobrepor-se ao mercado de sistemas

BWA num primeiro momento e, após, deverá ocupar quase a totalidade do mercado de redes de

banda larga sem fio nos próximos anos.

A previsão da Maravedis Inc. [23] e da Pyramid Research [24] é de que a tecnologia

WIMAX alcance quase 60% do mercado de sistemas de rádio com banda larga por volta de 2008,

conforme Figura 49 e Figura 50. Com o atraso do lançamento da tecnologia, esse ponto deverá

ocorrer em 2009 [23] [24].

Figura 49: Taxa de penetração da tecnologia WIMAX pela previsão da Maravedis

Inc.[23].

Figura 50: Taxa de penetração da tecnologia WIMAX pela previsão da Pyramid Research

[24].

Page 95: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

95

Mercado mundial de rádios BWA e WIMAX

A estimativa do mercado mundial de rádios com banda larga BWA para 2008 varia de

US$ 1,1 bilhão a 2,57 bilhões, de acordo com as estimativas mercadológicas.

Como visto anteriormente, estima-se uma taxa de penetração da tecnologia WIMAX de

aproximadamente 60%. Com isso, o mercado WIMAX para 2008 deve variar de US$ 660 milhões

a US$ 1,54 bilhão. Considerando a média, o valor mais provável desse mercado seria em torno de

US$ 1,1 bilhão em 2008.

Mercado de CPEs WIMAX

A previsão do mercado mundial de CPEs WIMAX mais otimista é a da Intel, com 11,2

milhões de unidades para 2008. A previsão da Pyramid Research varia de 2,2 a 3,9 milhões para o

mesmo ano. A Visant Strategies Inc. prevê uma quantidade para 2008 entre 3,1 e 5,6 milhões. A

Maravedis Inc. estima um mercado de 3,9 milhões de CPEs WIMAX para 2008 [23] [24].

A diferença do valor estimado pela Intel em relação às outras entidades mencionadas pode

estar ligada às CPEs do Padrão 802.16e, que eventualmente pode ter seu lançamento antecipado e

seu volume ser adicionado ao padrão 802.16-2004. Os outros valores apresentados estão bem

próximos e devem também estar mais próximos da realidade de 2008 [23] [24].

Considerando o preço de uma CPE WIMAX igual a US$ 350, estimamos que o mercado

de CPEs para 2008 deve variar de US$ 1,05 bilhão (3 milhões de CPEs) a US$ 1,4 bilhão (4

milhões de CPEs). Há muitos que acreditam na redução do preço de uma CPE WIMAX, podendo

este alcançar US$ 200. Nesse caso, o mercado de CPEs WIMAX pode variar de US$ 600 milhões

(3 milhões de CPEs) a US$ 800 milhões (4 milhões de CPEs); na média, aproximadamente US$

700 milhões. Estes números parecem ser os mais prováveis, quando é analisado o cenário geral do

WIMAX [23] [24].

Mercado WIMAX no Brasil

A previsão do mercado latino-americano de rádio BWA varia de 8% a 13% do mercado

mundial, segundo informações mercadológicas. A partir das diversas fontes analisadas, acredita-

se que a faixa superior (13%) seja a mais provável.

Acredita-se ainda que o mercado brasileiro corresponda a 15% do mercado latino

americano.

Page 96: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

96

Isso se deve, em especial, à grande demanda de serviços de banda larga no Brasil, que

atualmente é atendida em sua grande maioria pela tecnologia DSL. Sabe-se que a tecnologia DSL

é limitada em distância e os seus custos, tanto CAPEX como OPEX, são maiores que os da

tecnologia WIMAX. Isso faz da tecnologia WIMAX uma boa alternativa para a solução DSL, em

especial em locais suburbanos, aonde o DSL não chega, e em locais urbanos com falta de acessos

DSL disponíveis.

Aplicando estes índices (13% e 15%) às previsões mundiais apresentadas pela Visant

Strategies Inc. [25], foi obtida a seguinte previsão para CPEs e ERBs para o Brasil, conforme

Figura 51 e Figura 52, respectivamente.

Figura 51: Estimativa do mercado brasileiro de CPEs WIMAX, baseado na Visant

Strategies Inc [25].

Figura 52: Estimativa do mercado brasileiro de ERBs (Estações base) WIMAX, baseado

na Visant Strategies Inc [25] .

Analisando-se os fatores e as demandas internas das empresas operadoras nacionais,

WISPs (Wireless Internet Service Provider) e do cenário atual de telecomunicações no Brasil,

estima-se, numa outra visão mais realista, as seguintes demandas e receitas para a tecnologia

WIMAX, conforme Figura 53.

Page 97: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

97

Figura 53: Estimativa do mercado brasileiro de CPEs e ERBs WIMAX, baseado em

informações nacionais [26].

Mercado atual de acesso de rádio com banda larga

O Brasil, segundo a Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviço e

Informações da Rede Internet (Abranet), possuía 960 mil usuários de banda larga em dezembro de

2003. Desse total, 755 mil usavam conexão ADSL, representando 79%; 170 mil eram usuários de

Internet via cabo, correspondendo a 18%; e 35 mil usavam o rádio, que representava 4%.

Para o final de 2004, esta entidade projetou um cenário mais otimista para as soluções de

rádio com banda larga, com crescimento de 629%, ou seja, 220 mil novos usuários de rádio com

banda larga, conforme Figura 54.

Figura 54: Estimativa para o mercado de acesso de rádio com banda larga [25].

Page 98: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

98

6. Conclusão

Chegado o fim deste trabalho de conclusão de curso, olha-se para o resultado do

desenvolvimento deste trabalho, a documentação gerada, ao longo de um ano, que inclui o

trabalho de estágio e este trabalho de integração, percebe-se o quanto de conhecimento e

experiência foi agregado. Seja pelo estudo da tecnologia em si, ou por todas as outras tecnologias

agregadas, as quais requerem uma série de conhecimentos mínimos, entre estes e outros vários

fatores, bem com as questões referentes ao mercado de sistemas de comunicação.

Tão importante quanto à análise técnica, deve-se levar em conta de como fazer para que

esta tecnologia atenda aos requisitos básicos de baixo custo para a operadora, refletindo em um

custo baixo para os usuários, tanto de equipamentos tanto para os serviços agregados.

O mercado WIMAX ainda nem começou e está prometendo várias oportunidades de

negócios, como citado neste trabalho. Embora suas características técnicas demonstrem que o

WIMAX é uma tecnologia de ruptura e que certamente irá quebrar vários paradigmas atuais do

setor de telecomunicações, ainda existem vários desafios a serem vencidos para que seu sucesso

seja alcançado.

A eficiência com que a tecnologia WIMAX irá superar todos os desafios apresentados

nesse trabalho, bem como o empenho dos fornecedores em colocar seus produtos WIMAX no

mercado e, em especial, a redução dos custos das CPEs, certamente impactará na velocidade de

sua penetração no mercado.

Com uma visão otimista, acredita-se que o mercado mundial de rádios WIMAX alcançará

aproximadamente US$ 1,1 bilhão em 2008, sendo que o mercado de CPEs será responsável por

uma fatia de aproximadamente US$ 700 milhões deste montante [23] [24] [25] [26].

No Brasil, estima-se que o mercado de rádios WIMAX chegue a US$ 76,5 milhões em

2008 [26].

Espera-se que no Brasil as freqüências de trabalho do WIMAX sejam 3,5GHz ou 5,8GHz.

Também se faz ressurgir o princípio básico das Telecomunicações, que é o de prover a

comunicação entre as pessoas onde quer que elas estejam. É por isso que pessoas trabalham

Page 99: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

99

arduamente todo dia com o intuito de implementar novas soluções para as barreira encontradas

pela humanidade. Não podemos nos deixar admitir que todo o desenvolvimento que aconteceu e

está acontecendo com as Telecomunicações nas últimas décadas seja em objetivo do lucro ou

simplesmente pelo sistema capitalista que nos impulsiona.

O maior fator para todos estes avanços esteja baseado no instinto humano de se

comunicar.

A tecnologia WIMAX é uma realidade, apesar de não termos notícia de nenhuma rede

comercial até o momento. Isto deverá ocorrer num futuro muito próximo, pois há uma “corrida”

na pesquisa e aprimoramento desta tecnologia, inclusive no Brasil.

O que se tem até o momento são estudos hipotéticos e previsões baseadas apenas em

teorias, como mostra este trabalho e algumas simulações práticas muito vagas. Na realidade há

uma enorme especulação, mas nada que indique como funcionará ou como será sua aceitação na

prática.

A idéia básica ainda persiste: Será um padrão de baixo custo com alta qualidade nos

serviços oferecidos, quanto a isto não há dúvida. Um padrão wireless com altas taxas de

transmissão de voz, dados e vídeo que alcança áreas impossíveis de se imaginar com um sistema

DSL, por exemplo.

Este trabalho teve o intuito de apresentar esta tecnologia, dando um enfoque especial à

antena (no caso, a CPE outdoor), apresentar dados estatísticos do que podemos esperar desta

tecnologia, inclusive no Brasil. Sendo que está se observando uma movimentação em massa na

busca de informações e pesquisa sobre a mesma, também aqui no Brasil, e porque não dizer no sul

do Brasil ou Porto Alegre.

O quer dizer que estamos no limiar de um grande avanço da tecnologia de acesso banda

larga e não seria presunção dizer que poderemos resolver definitivamente o problema de acesso à

última milha.

Para trabalhos futuros, será possível analisar e realmente descobrir se tudo o que está

descrito neste trabalho e se toda esta expectativa irá se concretizar, e também analisar quais serão

os avanços implementados na tecnologia a partir do está descrito aqui.

Page 100: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

100

7. Referências bibliográficas

[1] “Wireless LAN Medium Access Control (MAC) and Physical Layer

Specifications”, ANSI/IEEE Std 802.11b, 1999.

[2] “Air Interface for fixed broadband wireless access”, ANSI/IEEE Std 802.16-

2004, 2004.

[3] Eklund, Carl. et al. IEEE Standard 802.16: “A Technical Overview of the

WirelessMAN Air Interface for Broadband Wireless Access.” IEEE Communications

Magazine, junho 2002.

[4] Eklund, Carl. “The IEEE 802.16 Standard for Broadband Wireless Access.” IEEE

Communications Magazine, junho 2002.

[5] “Broadband Wireless: The New Era in Communications.” White Paper Intel,

março 2004.

[6] “Wireless LAN Medium Access Control (MAC) and Physical Layer

Specifications, High Speed Physical Layer Specification in 5 GHz Band”, ANSI/IEEE

Std 802.11a, 1997.

[7] “Wireless LAN Medium Access Control (MAC) and Physical Layer

Specifications, Further Higher Data Rate Extension in the 2.4 GHz”, ANSI/IEEE Std

802.11g, 1999.

[8] www.anatel.gov.br, acesso em outubro 2005.

[9] TANENBAUM, Andrew S. “Computer Networks.” 4. ed. New Jersey, Prentice

Hall, 2002.

[10] SWEENEY, Daniel. “WIMAX Operator s Manual: Building 802.16 Wireless

Networks.” New York, Apress, 2004.

[11] “WIMAX: The Business Case for Fixed Wireless Acess in Emerging Markets.”

White Paper WIMAX Forum, 2005.

[12] OHRTMAN, Frank. “ WIMAX Handbook”, 1. ed. New York, McGraw-Hill,

2004

Page 101: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

101

[13] “Understanding WIMAX and 3G for Broadband Wireless.” White Paper Intel.

2004.

[14] MALBURG, Maria. Modulação, UFRJ, Rio de Janeiro, 2004.

[15] “WIMAX’ Technology for LOS and NLOS environments”, White Paper WIMAX

Forum, 2004.

[16] Balanis, Constantine A. “Antenna Theory - Analysis and Design”, New York ,

Harper & Row Publishers 1982

[17] Pingarilho, Carlos A. M. “Antenas de Microfita Retangular: Análise e Projeto”;

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso, UFPA, Belém do Pará,1992.

[18] Carver, K. R. and Mink, J. W.; “Microstrip Antenna Technology”; IEEE

Transaction on Antennas and Propagation, vol. AP-29, january 1981;

[19] Pataca, Daniel Moutinho; “Antenas Dipolos e Arranjos log-Periódicos em

Microfita Alimentadas por Acoplamento Eletromagnético na Faixa de Microondas”;

Tese de Mestrado, UNICAMP, Campinas , 1984.

[20] Clarricoats, P. J. B.; Millington, G.; Sherman, E. D. R. and Wait, J. R.;

“Microstrip Antenna Theory and Design”; IEEE Electromagnetic Waves Series 12,

Series Editors, 1981.

[21] Fernandes, H. C. C. and Farias, A. R. N. “Microstrip Antenna Design Using the

TTL Method”; SBMO - Simpósio Brasileiro de Microondas e Optoeletrônica, 1997;

[22] Johnson, Richard C. and Jasik, Henry. “Antenna Engineering Handbook” Muson,

Robert E. “Microstrip Antennas Ball Aerospace Systems Divisons”, Chapter 7; 2 ed.

New York, McGraw-Hill, 1961.

[23] “WIMAX and Broadband Wireless (Sub-11 GHz) Worldwide Market Analysis

and Trends 2005-2010”, Maravedis Inc., 2005.

[24] “WIMAX and WI-FI: Unwiring the World”, Pyramid Research, 2003.

[25] “802.16/WIMAX, Global Opportunities and Market for Chipsets, Equipment and

Services”, Visant Strategies Inc., 2003.

[26] “Business Case Models for Fixed Broadband Wireless Access on WIMAX

Technology and the 802.16 Standard”, White Paper WIMAX Forum, 2004.

[27] “Programa Antenas versão 3- Ambiente Computacional para Análise e Projeto

de Antenas ”, UFPA, Belém do Pará, 2002.

[28] LaBrecque, Margaret. “WIMAX Intro”, White Paper WIMAX Forum ; 2003

Page 102: PROJETO DE ANTENAS PARA SISTEMAS WIMAXeducatec.eng.br/engenharia/Monografia de apoio/Projeto de antenas... · Tipos de excitação das antenas de microfita .....43 3.1.2. Antena de

102

[29] “WIMAX Deployment Considerations for Fixed Wireless Acess in the 2.5GHz e

3.5GHz Licensed Bands” White Paper WIMAX Forum, 2005

[30] www.wilan.com, acesso em novembro 2005

[31] www.wirelessbrasil.org, acesso em novembro 2005

[32] www.wimaxforum.org, acesso em novembro 2005

[33] www.intel.com, acesso em novembro 2005

[34] www.nex-g.com, acesso em novembro 2005

[35] www.wimaxxed.com, acesso em novembro 2005

[36] www.ieee.com, acesso em novembro 2005

[37] www.hyperlinktech.com, acesso em novembro 2005

[38] www.pro-cell.com, acesso em novembro 2005