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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E COMPUTAÇÃO Arranjo de Antenas de Microfita com Substrato Anisotrópico com Patch Supercondutor e Aplicações em Nanotecnologia Hugo Michel Câmara de Azevedo Maia Orientador: Prof. Dr. Humberto César Chaves Fernandes Natal RN Julho de 2013 Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação da UFRN (área de concentração: Telecomunicações) como parte dos requisitos para obtenção do título de DOUTOR EM ENGENHARIA ELÉTRICA E COMPUTAÇÃO.

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Arranjo de Antenas de Microfita com Substrato

Anisotrópico com Patch Supercondutor e Aplicações

em Nanotecnologia

Hugo Michel Câmara de Azevedo Maia

OOrriieennttaaddoorr:: PPrrooff.. DDrr.. HHuummbbeerrttoo CCééssaarr CChhaavveess FFeerrnnaannddeess

Natal – RN

Julho de 2013

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e

Computação da UFRN (área de concentração:

Telecomunicações) como parte dos requisitos para

obtenção do título de DOUTOR EM

ENGENHARIA ELÉTRICA E COMPUTAÇÃO.

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Arranjo de Antenas de Microfita com Substrato

Anisotrópico com Patch Supercondutor e Aplicações

em Nanotecnologia

HHuuggoo MMiicchheell CCââmmaarraa ddee AAzzeevveeddoo MMaaiiaa

Tese aprovada em 30 de Julho de 2013 pela banca examinadora composta pelos

seguintes membros:

Orientador: Prof. Titular Dr. Humberto César Chaves Fernandes - UFRN

Membro local da banca: Prof. Dr. Laércio Martins Mendonça – UFRN

(examinador interno)

Membro externo da banca : Prof. Dr. Alfredo Gomes Neto - IFPB

(examinador externo)

Membro externo da banca : Prof. Dr. Roberto Ranniere Cavalcante de França - IFPB

(examinador externo)

______________________________________________________________________

Membro local da banca: Prof. Dr. Valentim Obac Roda – UFRN

(examinador interno)

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2

Dedico

Aos meus pais, Humberto Aquino de

Azevedo Maia e Ana Lúcia da Câmara

Maia, que sempre me apoiaram e me

deram uma sólida formação. Aos meus

avô Hugo de Azevedo Maia, ao meu

irmão Hudson Hector Câmara de

Azevedo Maia e irmã Elaine Cristina

Câmara de Azevedo Maia que sempre

estiveram presentes nos momentos da

minha vida.

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Agradecimentos

Primeiramente, agradeço a Deus por ter permitido a realização deste trabalho,

por ter me dado força e esperança durante todos os momentos da minha existência.

Ao grande amigo, conselheiro e excelente orientador o Professor Titular. Dr.

Humberto César Chaves Fernandes, Professor Titular do Departamento de Engenharia

Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por toda sua atenção e

incentivo como orientador.

Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e

Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que contribuíram para

minha formação durante este curso.

Aos amigos do grupo TECFOTON do programa de Pós-Graduação em

Engenharia Elétrica e Computação, Anderson Max Cirilo, Humberto Dionísio de

Andrade, Marinaldo Sousa, Almir Neto e pelo apoio técnico e científico de Leonardo

Martins Caetano.

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I

Resumo

Este trabalho tem como objetivo principal a análise da frequência de ressonância

em estruturas de microfita, com substrato de banda eletromagnética proibida

(PBG/EBG) e fibra de vidro, e análise de antenas de microfita, com patch retangular

supercondutor de alta temperatura crítica. Neste trabalho foram utilizados os

supercondutores YBCO (temperatura crítica de 90K), SnBaCaCuOy (temperatura

crítica de 160K),e Sn5InCa2Ba4Cu10Oy (temperatura crítica de 212K) com resultados

das frequências de ressonância em Gigahertz (microondas) e Terahertz

(fotônica/nanotecnologia). São realizadas aplicações em arranjos lineares e planares de

antenas de microfita com variação de fase, usando o patch supercondutor. É apresentado

um estudo das principais teorias que explicam a supercondutividade. Nos arranjos de

fase foram obtidos os fatores de arranjos para tais configurações, e os critérios da fase e

do espaçamento entre os elementos compondo o arranjo, ao qual foram examinados

com o objetivo de obter um lóbulo principal com alta diretividade e alto ganho. Na

análise utilizou-se o método da Linha de Transmissão Transversa (LTT), aplicado no

domínio da transformada de Fourier (FTD). O LTT é um método de onda completa, em

que se obtêm os campos eletromagnéticos em termos dos componentes transversais à

estrutura. A inclusão do patch supercondutor é feita utilizando-se a condição de

contorno complexa resistiva. São obtidos resultados da frequência de ressonância em

função dos parâmetros da antena, diagramas de radiação dos planos elétricos e

magnéticos, para os arranjos de fase de antenas nas configurações lineares e planares

para diferentes valores da fase e espaçamento entre os elementos.

Palavras-Chave: Antena, EBG, LTT, microfita, supercondutor.

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II

Abstract

The main objective in this work is the analysis of resonance frequency

microstrip structures with glass fiber and electromagnetic band gap (EBG/PBG)

substrate and analysis of microstrip antennas with rectangular patch of superconductor

of high critical temperature (HTS). In this work was used the superconductors YBCO

(critical temperature of 90K), SnBaCaCuOy (critical temperature of 160K), and

Sn5InCa2Ba4Cu10Oy (critical temperature of 212K) with results in Gigahertz and

Terahertz. Was used microstrip antennas arrays planar and linear phase and linear phase

planar with patch with superconductor. It presents a study of the major theories that

explain superconductivity. In phase arrays were obtained the factors arrays for such

configurations, and the criteria of phase and spacing between the elements compound

in the array, which were examined in order to get a main lobe with high directivity and

high gain. In the analysis we used the method of Transverse Transmission Line (TTL)

used in domain of the Fourier Transform (FTD). The LTT is a full wave method, which

obtains the electromagnetic field in terms of the components transverse of the structure.

The addition of superconductive patch is made using the boundary condition resistive

complex. Results are obtained resonance frequency as a function of the parameters of

the antenna, radiation patterns of the E and H Planes, for the phase antenna arrays in

linear and planar configurations, for different values of the phase and the spacing

between elements.

Keywords: Antennas, EBG, TTL, microstrip, superconductor,

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III

SUMÁRIO

Capítulo 1 - Introdução……………………………………………...........................….1

Capítulo 2 - Teoria dos Materiais Supercondutores……………............................….....5

2.1 - Introdução.................................................................................................................5

2.2 – Características dos Materiais Supercondutores........................................................5

2.3 – Teoria BCS da Supercondutividade.........................................................................7

2.4 – Equações de London.................................................................................................7

2.5 – Modelo Dois Fluidos................................................................................................8

2.6 – Impedância de Superfície..................................................................................... ....9

Capítulo 3 – Substratos Anisotrópicos EBG...................................................................12

3.1 – Intrdução................................................................................................................12

3.2 – Definição................................................................................................................12

3.3 – Análise....................................................................................................................13

3.4 – Antenas de Microfita com Substrato EBG.............................................................14

Capítulo 4 – Antena de Microfita com Patch Retangular................................................15

4.1 – Introdução..............................................................................................................15

4.2 – Arranjo Linear........................................................................................................15

4.3 – Arranjo Planar.........................................................................................................20

4.4 – Método LTT..........................................................................................................24

4.5 – Desenvolvimento do método LTT.........................................................................26

4.6 Determinações dos Campos Eletromagnéticos da Antena de Microfita com Patch

Supercondutor.................................................................................................................29

Capítulo 5 – Resultados..................................................................................................37

Conclusões.......................................................................................................................50

Referências Bbliográficas................................................................................................51

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IV

Lista de Figuras

Figura 1.1 – Antena de microfita com patch retangular ................................................................. 02

Figura 1.2 – Arranjo linear de uma antena de microfita supercondutora com quatro elementos...... 03

Figura 1.3 – Arranjo planar de uma antena de microfita supercondutora de 4x4 elementos.... ........ 03

Figura 2.1 – Efeito Meissner na transição da temperatura crítica. (a) Temperatura do supercondutor acima da temperatura crítica; (b) Supercondutor resfriado abaixo de sua

temperatura crítica ....................................................................................................................... 06

Figura 2.2 – Impedância de superfície de um dielétrico, de um metal normal e de um supercondutor .............................................................................................................................. 10

Figura 3.1 – Estrutura...................................................................................................................13

Figura 3.2 - Método de Elementos Condensados....................................................................13 Figura 3.3 – Método de Linhas de Transmissão.....................................................................13

Figura 3.4 - Patch antena rodeado por uma estrutura EBG...................................................14

Figura 4.01 – Geometria de um arranjo linear de N elementos ...................................................... 16 Figura 4.2 – Arranjo de fase em uma antena.... ............................................................................. 25

Figura 4.3 – Diagrama do fator de arranjo com 5 elementos (N=5, d=/2 e =0) .......................... 26

Figura 4.4 – Diagrama do fator de arranjo com o = 60o (N=3, d=/2) .......................................... 27 Figura 4.5 – Geometria de um arranjo planar de NxM elementos.... .............................................. 28

Figura 4.1 – Ressoador Retangular de Microfita. .......................................................................... 32

Figura 4.2 – Seção transversal de um ressoador retangular de microfita com patch de largura w ... 33 Figura 4.3 – Vista superior de um ressoador retangular de microfita com patch de largura w e

comprimento l .............................................................................................................................. 33

Figura 4.4 – Vista da seção transversal da antena de microfita com patch supercondutora............. 37

Figura 5.1 – Antena de microfita com Supercondutor. .................................................................. 39 Figura 5.2 – Gráfico comparativo da Frequência em função do comprimento da fita condutora

considerando as temperaturas críticas de 90K e 160K ................................................................... 40

Figura 5.3 – Gráfico comparativo da Frequência em função do comprimento da fita condutora considerando várias temperaturas críticas ..................................................................................... 41

Figura 5.4 – Arranjo linear de uma antena de microfita supercondutora com quatro elementos ..... 41

Figura 5.5 – Diagramas de radiação do arranjo linear com = 80o (a) Plano-E (b) Plano-H .......... 41

Figura 5.6 – Diagramas de radiação do arranjo linear com = 130o (a) Plano-E (a) Plano-H........ 42

Figura 5.7 – Diagrama de radiação do arranjo planar com dx = dy = /2. (a) Plano-E (b) Plano-H . 43

Figura 5.8 – Diagrama de radiação do arranjo planar com dx = dy = 3/2 . (a) Plano-E (b) Plano-H. ................................................................................................................................................ 44

Figura 5.9 – Diagrama de radiação do arranjo planar com dx=dy=/2 e = 90o e = 75o (a) Plano-E (b) Plano-H ..................................................................................................................... 45

Figura 5.10 – Diagrama de radiação do arranjo planar com dx=dy=/2 e = 90o, = 110o (a) Plano-E (b) Plano-H ..................................................................................................................... 45

Figura 5.11 – Diagrama de radiação do arranjo planar com dx=dy= 3/2 e = 90o e = 80o (a) Plano-E (b) Plano-H ..................................................................................................................... 46

Figura 5.12 - Gráfico comparativo do comprimento da fita condutora em função da

frequência de ressonância considerandosubstrato EBG.......................................................47

Figura 5.13 - Resultado 3D de um arranjo de antenas com dois elementos (a) e três

elementos (b) e patch supercondutor....................................................................................48

Figura 5.14 - Resultado 2D de um arranjo de antenas com dois elementos (a) e três

elementos (b) e patch supercondutor....................................................................................49

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V

Lista de Símbolos e Abreviaturas

hi Altura da i-ésima camada da microfita

Ângulo de azimute

Ângulo de elevação

H Campo magnético crítico

e Carga do elétron

t Componente tangencial do operador nabla

l Comprimento da fita

λ Comprimento de onda, λ=c/f

Condutividade

n Condutividade Normal

s Condutividade do Supercondutor

γ Constante de propagação complexa na direção y

I Corrente elétrica

dy, dx Distância dos elementos de um arranjo na direção Y e X

ti Espessura da enésima camada da microfita

β Fase progressiva; constante de fase

FA Fator de Arranjo

ω Frequência angular

F Frequência; função de base

Zs Impedância de superfície

W Largura da fita

M Massa da partícula

Y Matriz admitância

K Matriz característica

Z Matriz Impedância

Ki número de onda da i-ésima região,

j Número imaginário unitário, j = (-1)1/2

N, M Número de elementos do arranjo nas direções, Y e X

j Número imaginário unitário, j = (-1)1/2

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VI

µi Permeabilidade magnética na enésima região, i = ori

o Permeabilidade no espaço livre

ri Permeabilidade Permeabilidade relativa na enésima região

εi Permissividade na enésima região, i = ori

ε0 Permissividade no espaço livre

εri Permissidade relativa na enésima região

λef Profundidade de penetração efetiva

λl Profundidade de penetração de London

δ Profundidade pelicular

n Quantidade de partículas

T Temperatura

Tc Temperatura crítica

J

Vetor densidade de corrente

tJ

Vetor densidade tangencial de corrente

x Vetor unitário na direção x

y Vetor unitário na direção y

z Vetor unitário na direção z

E Vetor campo elétrico

TE

Vetor campo elétrico tangencial

H Vetor campo magnético

TH

Vetor campo magnético tangencial

B Vetor densidade campo magnético

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VII

Lista de Tabelas

Tabela.1 – Comparação da condutividade e profundidade de penetração de London para

diversos materiais e metais ............................................................................................... 11

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1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Pesquisas recentes mostram que doenças tais como melanomas e câncer podem

ser diagnosticadas com instrumentos de baixo consumo de energia em Terahertz (THz),

Ondas T, portanto este trabalho tem como objetivo principal o estudo da aplicação em

nanotecnologia e análise de arranjo de antenas de microfita, com patch retangular

supercondutor de alta temperatura crítica e com frequência de ressonância em

Terahertz. Utilizando arranjos de fase linear e planar. Nos capítulos seguintes tem-se

as principais teorias que explicam com clareza a supercondutividade e o a teoria do

substrato com banda eletromagnética proibida (EBG). As teorias BCS, Equações de

London e modelo dos Dois Fluidos são as teorias que dão suporte a aplicação dos

supercondutores nas antenas de microfita. Os arranjos de fase foram analisados em

configurações lineares e planares de suas antenas. Foram obtidos os fatores de arranjos

para tais configurações e os critérios da fase e do espaçamento entre os elementos que

compõe o arranjo, ao qual foram examinados com o objetivo de obter um lóbulo

principal com alta diretividade e alto ganho. A antena utilizada tem como patch

retangular o material supercondutor Sn5InCa2Ba4Cu10Oy, a análise utilizada foi através

do método da Linha de Transmissão Transversa (LTT), aplicado no domínio da

transformada de Fourier (FTD). O LTT é um método de onda completa, que tem como

regra a obtenção dos campos eletromagnéticos em termos das componentes transversais

à estrutura. A inclusão do patch supercondutor é feita utilizando-se a condição de

contorno complexa resistiva. São obtidos resultados da frequência de ressonância em

função dos parâmetros da antena; diagramas de radiação do Plano-E e Plano-H para os

arranjos de fase de antenas nas configurações lineares e planares para diferentes valores

da fase e espaçamento entre os elementos.

No presente trabalho serão tratados os conceitos de teoria eletromagnética aplicados

juntamente com arranjos de fase em antenas planares de microfita com patch

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supercondutor. A teoria microscópica BCS e as teorias macroscópicas: Modelo dos Dois

Fluidos e as Equações de London serão utilizadas em conjunto com o método de onda

completa, o LTT (Linha de Transmissão Transversa) na determinação dos campos

eletromagnéticos da antena com supercondutor.

Será analisada uma antena patch de microfita (que pode ser alimentada de várias

formas, dentre elas por uma linha de microfita) e sendo constituída de um elemento

radiante de material supercondutor com a temperatura crítica 212K na temperatura

ambiente de T=200K sobreposto a um plano de terra separado por um único substrato

dielétrico, como mostra a Figura 1.1 e através desse dielétrico teremos todas as linhas de

campo.

Figura 1.1 - Antena de microfita com patch retangular.

O padrão de radiação de um único elemento é relativamente amplo e cada

elemento fornece baixos índices de diretividade. Para solucionar estes problemas é

comum o uso de arranjos de antenas, onde os elementos estão distribuídos de uma

maneira uniforme seja ao longo de um eixo (linear) ou de uma superfície plana (planar).

Na Figura 1.2 está ilustrado um arranjo linear com quatro elementos idênticos e com

espaçamento constante entre os seus elementos adjacentes. Na Figura 1.3 é mostrado

um arranjo planar de uma antena de microfita.

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(a)

(b)

Figura 1.2 - Arranjo linear de uma antena de microfita supercondutora com (a) três elementos

e (b) quatro elementos.

Figura 1.3 - Arranjo planar de uma antena de microfita supercondutora de 4x4 elementos.

No Capítulo 2 será apresentado um breve resumo teórico sobre o fenômeno

supercondutivo [1]-[5]. Serão apresentados os mais importantes métodos de análise dos

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4

supercondutores [6]-[10], os principais efeitos à temperatura abaixo da temperatura

crítica desses materiais e os efeitos em relação às frequências elevadas.

No Capítulo 3 será abordada a teoria dos metamateriais e o obtenção da equação

dos campo magnético e elétrico utilizando o método LTT.

No Capítulo 4 será abordada a teoria sobre arranjo de fase em antenas, em

configurações lineares e planares de seus elementos [11]-[13]. Será mostrado como

determinar o fator de arranjo, que é de fundamental importância na determinação dos

diagramas de radiação das estruturas analisadas também serão determinados os campos

eletromagnéticos da antena patch de microfita com material supercondutor, aplicando

para isso o método da Linha de Transmissão Transversa [14],[16]-[19], que servirá para

determinação da frequência complexa de ressonância e obtenção dos diagramas de

radiação do plano-E e plano-H [23]-[24]. Combinando com os resultados obtidos será

possível a obtenção dos diagramas de radiação das antenas.

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5

CAPÍTULO 2

TEORIA DOS MATERIAIS

SUPERCONDUTORES

2.1 INTRODUÇÃO

Até hoje não há uma teoria satisfatória da supercondutividade, porém uma teoria

microscópica muito utilizada é a chamada teoria BCS [1]-[3] (elaborada por Bardeen,

Cooper e Schrieffer, daí o nome dessa sigla) e as teorias macroscópicas, sendo que as

mais conhecidas são: o Modelo dos Dois Fluídos e as Equações de London [4]-[7].

2.2 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS SUPERCONDUTORES

Em 1908, H. Kamerlingh Ones iniciou a física de baixas temperaturas,

liquefazendo o hélio em seu laboratório na Holanda. Três anos depois, quando analisava

a resistividade de uma amostra de mercúrio, notou que abaixo de 4,15 K, a resistividade

desta caía abruptamente à zero. Inicia-se então o que foi denominado de

supercondutividade.

Existem algumas características experimentais que os materiais supercondutores

apresentam tais como:

Corrente persistente;

Resistividade nula;

Efeito Isótopo;

Exclusão de fluxo;

Efeito da frequência;

Efeito do campo magnético;

Um disco de material supercondutor sendo resfriado em um campo magnético a

uma temperatura inferior da temperatura crítica (T < Tc), temperatura a qual o material

se torna supercondutor, e o campo sendo desligado de modo a produzir correntes

induzidas no disco. A corrente (corrente persistente) que tem sido analisada não se

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6

reduz com o passar do tempo. Em experimentos utilizando uma espira de 700 metros de

um cabo não indutivo não foi possível obter decréscimos na corrente num período de

observação de 12 horas.

Em 1933, Walther Meissner e Robert Ochsenfeld descobriram que, ao expor um

material supercondutor a um campo magnético externo ele excluía todo fluxo de seu

interior até um campo crítico, Hc, acima do qual o efeito supercondutor era destruído.

Esse efeito ficou conhecido por Efeito Meissner-Ochsenfeld, comumente chamado

Efeito Meissner. Teorias fenomenológicas, como a de Ginzburg e Landau, que data de

1950, apareceram na tentativa de explicar a supercondutividade. Mais tarde, com sua

demonstração a partir da teoria BCS (J. Bardeen, L. Cooper e J. R. Schriffer), ela

ganhou respeito e popularidade no meio devido a sua simplicidade.

Observou-se que em um supercondutor longo e resfriado a uma temperatura

abaixo da crítica em um campo magnético, as linhas de indução no interior do

supercondutor eram expulsas para fora. O efeito Meissner mostra que o supercondutor

apresenta diamagnetismo perfeito (diamagnéticos). Sugere assim, que o diamagnetismo

perfeito e a resistividade nula são efeitos independentes do estado supercondutor.

Figura 2.1 - Efeito Meissner na transição da temperatura crítica. Supercondutor resfriado

abaixo de sua temperatura crítica.

Em corrente contínua a medição da resistividade no estado supercondutor é nula.

No infravermelho a resistividade é a mesma que a do estado normal, medida no

coeficiente de reflexão pela passagem do campo magnético crítico. A transição entre a

baixa e a alta frequência ocorre gradualmente ao longo da faixa de microondas.

Medições indicam que a resistividade é a do estado normal para comprimentos de onda

abaixo de 100 m (3000 GHz).

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7

Os compostos supercondutores e ligas são freqüentemente caracterizados por

uma alta temperatura crítica (Tc), alto campo crítico ( H c

), efeito Meissner incompleto,

entre outras. Devido a estas propriedades eles são conhecidos como supercondutores

não ideais, ou rígidos. Estas propriedades anômalas não têm encontrado ainda uma

completa explicação. Os materiais supercondutores dependem de dois parâmetros

fundamentais para sua classificação:

A profundidade de penetração de London (λ)

O comprimento de coerência (£)

Os supercondutores são classificados em tipo I quando o comprimento de coerência é

maior que a profundidade de penetração de London, e do tipo II quando a profundidade

de penetração de London é maior que o comprimento de coerência.

2.3 TEORIA BCS DA SUPERCONDUTIVIDADE

Em 1957, John Bardeen, Leon Cooper e J. Robert Schriffer propuseram uma

teoria microscópica que assume os superelétrons como os portadores de carga do estado

supercondutor. Eles são formados por dois elétrons com spins e movimentos lineares

opostos, atraídos pelos fônons (vibrações) da rede. Uma interação atrativa entre elétrons

pode ser conduzida a um estado fundamental separado de estados excitados por uma

lacuna de energia, que separa os elétrons supercondutores abaixo da lacuna dos elétrons

normais. O campo crítico ( H c

), as propriedades térmicas e muitas outras propriedades

eletromagnéticas são conseqüências dessa lacuna de energia.

2.4 EQUAÇÕES DE LONDON

Pode-se fazer uma aproximação nas equações da eletrodinâmica, permanecendo

iguais à permeabilidade () e a permissividade () e utilizando-se a hipótese de que a

resistividade nula conduz à equação da aceleração, conforme apresentado abaixo [1]-

[3]:

dveE m

dt (2.1)

jE

r

(2.2)

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8

j B (2.3)

sendo:

(2.4)

j nev

2

m

ne (2.5)

das equações acima se pode derivar as equações abaixo:

2

2

l

BB

(2.6)

sendo:

22

24l

mc

ne

(2.7)

l é a profundidade de penetração de London, que mede a penetração do campo

magnético no supercondutor. O “m” é a massa da partícula, “n” é a quantidade de

partículas e “e” é a carga do elétron. O “c” é a velocidade da luz no vácuo e “v” é a

velocidade de arrastamento da partícula.

A equação (2.6) explica o efeito Meissner, não permitindo uma solução

uniforme no espaço, não podendo existir um campo magnético uniforme num

supercondutor. A solução para a equação (2.6) é a indicada abaixo:

0

l

x

B x B e

(2.8)

Um campo magnético aplicado penetrará numa película fina, de modo

aproximadamente uniforme, se a espessura for muito menor do que l; portanto num

filme fino o efeito Meissner não é completo.

2.5 MODELO DOS DOIS FLUIDOS

Não há uma teoria macroscópica que descreva com exatidão as propriedades

elétricas do supercondutor a temperaturas abaixo da crítica. O modelo mais comumente

usado para essas temperaturas é o modelo dos dois fluidos, que tem sido aplicado com

muito sucesso. Mesmo antes da teoria BCS, em 1934 Gorter e Casimir desenvolveram

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9

o modelo dos dois fluidos, baseado no conceito de que há dois fluidos em um

supercondutor: uma corrente supercondutiva e uma corrente condutiva normal [8].

A teoria BCS é muito utilizada em supercondutores com baixa temperatura

crítica, enquanto que o modelo dos dois fluidos é usado em supercondutores com alta

temperatura crítica.

A condutividade complexa obtida do modelo dos dois fluidos é expressa por

(2.9), enquanto que para um supercondutor do tipo II, utiliza-se o modelo dos dois

fluidos avançado, sendo a condutividade expressa em (2.10) [4]-[9]:

4

2

1n

c ef

Tj

T T

(2.9)

12

2

1n

c ef

Tj

T T

(2.10)

sendo: n a condutividade normal à Tc; ef é a profundidade de penetração efetiva do

campo magnético, dada pela equação abaixo para o modelo dos dois fluidos normal e

avançado [4]-[9]

14

0 1ef ef

c

TT

T

(2.11)

12

0 1ef ef

c

TT

T

(2.12)

sendo 1,4 < <1,8 [9].

Nas teorias desenvolvidas tem-se que a profundidade de penetração efetiva é

maior que a profundidade de penetração de London para materiais de alta Tc devido a

irregularidades do material. O efeito de outros mecanismos de perdas, como as perdas

dos contornos da superfície e perdas residuais são freqüentemente incluídas em n.

Apesar dessas incertezas o modelo dos dois fluidos ainda é uma ferramenta empírica

poderosa e fornece importantes resultados qualitativos.

2.6 IMPEDÂNCIA DE SUPERFÍCIE

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10

As impedâncias de superfícies de um material dielétrico, um metal comum e um

supercondutor são mostradas na Figura 2.3 [10].

Figura 2.2 - Impedância de superfície de um dielétrico, de um metal normal e de um

supercondutor.

A impedância de superfície de um material dielétrico sem perdas ou de baixas

perdas é real positivo. A impedância de superfície de um metal normal se encontra ao

longo da linha de 45 e para um supercondutor, que também pode ser tratado como

dielétrico negativo (de acordo com alguns autores) a impedância de superfície se

encontra no eixo imaginário positivo. No caso limite em que a condutividade () tender

a infinito no condutor, ou a constante dielétrica (r) tender a infinito no dielétrico, a

impedância de superfície tenderá a zero. Quando se aproximam da origem não é

possível distinguir macroscopicamente o supercondutor do condutor perfeito. Para um

condutor, a reatância indutiva é igual à resistência, porém, para o supercondutor, a parte

reativa é muito maior que a parte resistiva. A impedância de superfície é dada por:

TS

E jZ

J

(2.13)

sendo:

0

t

v zJ J d (2.14)

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11

Considerando-se a profundidade de penetração efetiva (ef) maior que a

espessura do filme supercondutivo pode-se aproximar a impedância de superfície por

[4]-[9]:

0

t

v z vJ J d J t (2.15)

1T TS

v

E EZ

tJ J t (2.16)

sendo J v

a densidade de corrente volumétrica uniforme e t a espessura da lâmina

supercondutora.

Para uma fina lâmina supercondutora, ou fita condutora normal, onde o campo

interno da fita é aproximadamente uniforme, a componente tangencial do campo

elétrico é dada por:

T S tE Z J (2.17)

sendo E T

a componente do campo elétrico tangencial à lâmina e J T

a densidade de

corrente de superfície.

Na tabela 2.1, são dadas algumas informações com o interesse de comparar o

supercondutor aos metais não-supercondutores como o ouro e o cobre. Com isto é

fornecida uma vista global dos supercondutores.

Tabela 2.1 - Comparação da lâmina supercondutora com lâminas de cobre e ouro [4]-[9].

Supercondutor

YBa2Cu3O7-x

(YBCO)

Supercondutor

Sn5InBa4Ca2Cu9Oy

Metal

Normal

Cobre (Cu)

Metal

Normal

Ouro (Au)

ef(T=0

K)

1500 Å 3607,4 Á 0 0

n 1.5 105 S/m 1.88 10

5 S/m 58.8 S/m 45.5 S/m

Tc 90 K (-180,15o C) 212K (-61°C) - -

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12

CAPÍTULO 3

SUBSTRATOS ANISOTRÓPICOS -

EBG

3.1 INTRODUÇÃO

A descoberta das estruturas EBG revelou soluções promissoras para os problemas de

teoria de microondas e eletromagnetismo em geral.

Devido à complexidade das estruturas EBG, é geralmente difícil de caracterizar as

mesmas por meio de métodos analíticos. Em vez disso, simuladores completos de onda

que são baseados em avançado métodos numéricos foram utilizados popularmente EBG

em análise. Diagrama de dispersão, a superfície, impedância e reflexão características

de fase são exploradas por diferentes estruturas EBG.

A interação das antenas em estruturas EBGsão amplamente investigadas.

3.2 DEFINIÇÃO

São estruturas periódicas, que quando interagem com as ondas eletromagnéticas,

fenômenos interessantes aparecem e características surpreendentes. Em particular, as

características, tais como filtros passa-banda, rejeita-banda, bem como lacunas de banda

podem ser identificados.

De um modo geral, as estruturas EBG são definidas como estruturas periódicas

artificiais (ou, por vezes, não periódica) que impedem ou auxiliam, dependendo do

projeto, a propagação da ondas eletromagnéticas em uma faixa de frequência

especificada ou multifrequência para todos os ângulos de incidência e de todos os

estados de polarização.

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13

Estas estruturas podem ser unidimensionais, bidimensionais ou tridimensionais:

Figura 3.1 Estrurura periódica EBG unidimensional, bidimensional e tridimensional.

3.3 ANÁLISE

Para analisar as características originais de estruturas EBG, foram implementados vários

métodos. Estes métodos podem ser classificados em três categorias:

(1) modelo de elementos condensados

(2) método periódico de linha de transmissão

(3) método de onda completa

Figura 3.2 Método de elementos concentrados.

Figura 3.3 Método de linha de transmissão.

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14

3.4 ANTENAS DE MICROFITA COM SUSBSTRATO EBG

Em estruturas de microfita utilizando substrato EBG, é comum o uso de

elementos parasitas, estes elementos são usados para forma a obter um circuito multi-

ressonante de modo que a largura de banda seja melhorada. Este comportamento multi-

ressonante pode ser obtido através da incorporação de ranhuras, por exemplo.

Neste trabalho, utilizou-se permissividades elétricas relativas de 4,4r ,

8.729r e 10.233r , No entanto, existem várias desvantagens com o uso de alta

constante dielétrica do substrato, ou seja, largura de banda estreita, a baixa eficiência de

radiação, e padrões de radiação mais fracos.

Figura 3.4 Patch antena rodeado por uma estrutura EBG como: (a) tamanho e (b) seção

transversal.

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15

CAPÍTULO 4

ANTENA DE MICROFITA COM

PATCH RETANGULAR

4.1 INTRODUÇÃO

Um arranjo de fase de antenas é constituído por um número limitado de antenas

idênticas e associa os sinais induzidos nessas antenas para formar a saída do arranjo.

Cada antena do arranjo recebe o nome de elemento do arranjo. A direção onde o ganho

do arranjo será máximo possível, é controlada pelo ajuste da fase do sinal nos diferentes

elementos. A fase induzida nos vários elementos é ajustada de forma que os sinais em

uma determinada direção, na qual se deseja máximo ganho, são somados em fase. Isso

resulta em um ganho do arranjo, que é aproximadamente a soma dos ganhos individuais

dos elementos naquela direção.

Em estruturas simples (apenas um elemento radiador), verifica-se que certas

características como: ganho, diretividade e largura de feixe de meia-potência nem

sempre são adequadas para aplicações práticas. Alternativamente, usa-se arranjos para

solucionar tais problemas.

Neste capítulo serão descritos o arranjo de fase em configurações geométricas

lineares e planares. No arranjo linear seus elementos radiadores estão dispostos ao longo

de uma linha, enquanto que, no arranjo planar seus elementos estão dispostos em um

grid retangular. Em todos os casos os elementos são constituídos do mesmo material e

possuem espaçamento constante entre os elementos adjacentes.

4.2 ARRANJO LINEAR

Conforme a Figura 4.1, verifica-se um arranjo linear de N elementos em um

campo distante de fontes isotrópicas ao longo do eixo “z”. O fator de arranjo pode ser

obtido considerando os elementos como uma fonte pontual, sendo determinado por [11],

[12]:

cos 2 cos 1 cos

1j kd j kd j N kd

FA e e e

(4.1)

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16

Figura 4.01 - Geometria de um arranjo linear de N elementos.

Com manipulação algébrica obtém-se:

1 cos

1

Nj n kd

n

FA e

(4.2)

onde (3.2) pode ser reescrito como:

1

1

Nj n

n

FA e

(4.3)

sendo:

coskd (4.4)

Multiplicando-se ambos os lados da equação (4.3) por ej, obtém-se:

12 3 j Nj j j j jNFA e e e e e e

(4.5)

Subtraindo-se (4.3) de (4.5), obtém-se:

1 1j jNFA e e (4.6)

logo, a equação anterior pode ser reescrita como:

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17

1 / 2 / 22

1/ 2 1/ 2

1

1

N j N j Njn j

j j j

e e eFA e

e e e

(4.7)

12 2

1

2

Nj

Nsen

FA e

sen

(4.8)

Se for tomado como referência um ponto localizado no centro físico do arranjo,

o fator de arranjo pode ser reduzido para:

2

1

2

Nsen

FA

sen

(4.9)

Para valores pequenos de , obtém-se:

2

2

Nsen

FA

(4.10)

Realizando-se uma normalização em relação ao número máximo de elementos

do arranjo, as equações (4.9) e (4.10) podem ser apresentadas da seguinte forma:

1 2

1

2

n

Nsen

FAN

sen

(4.11)

e

2

2

n

Nsen

FAN

(4.12)

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18

4.2.1 FASE E ESPAÇAMENTO ENTRE OS ELEMENTOS DE UM ARRANJO

LINEAR

Em um arranjo de fase, a máxima radiação pode ser orientada em qualquer

direção. Assumindo que a máxima radiação do arranjo é necessária para ângulos 0

variando de 0o à 180o, a fase de excitação entre os elementos deve ser ajustada, tal

que:

0coskd (4.13)

resultando em:

0coskd (4.14)

ou

1

0 coskd

(4.15)

A variação da fase irá mudar 0, causando um deslocamento no feixe. Este

mecanismo é a base do arranjo de fase em antenas, como mostra a Figura 4.2. A

variação na fase é realizada por deslocadores de fase (phase shifters), conectados em

cada um dos elementos que compõe o arranjo.

Figura 4.02 - Arranjo de fase em uma antena.

Quando as correntes que alimentam os elementos estão em fase e com igual

amplitude, resultará em um feixe na direção broadside (arranjo cujos elementos

contribuem com campos de igual amplitude e fase), como mostra a Figura 4.3.

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19

Figura 4.03 - Diagrama do fator de arranjo com 5 elementos (N=5, d=/2 e =0).

O fator de arranjo da equação (4.2) pode ser escrito em termos da variável v =

cos:

0

1

0

Njnkd v v

n

FA v e

(4.16)

onde a direção de maior radiação v0 é relacionada com a diferença de fase por =

-kdv0.

FA(v) e FA() são relacionados ponto-a-ponto na região |v|1, que é referida

como a região visível do espaço correspondente a ângulos reais de . Também se nota

que FA(v) é uma função periódica de v de período [13]:

2 1

dkd d

(4.17)

e que a equação (3.16) está na forma da representação da série de Fourier. O máximo de

FA(v) ocorre sempre que o argumento da equação (4.16) é múltiplo de 2i;

0 2kd v v i (4.18)

ou

0i

iv v

d

(4.19)

Sendo i = 0, 1, 2 ...,

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20

Quando vi = vo ou i = 0 ocorre, o máximo geralmente refere-se como lóbulo

principal e os outros máximos são conhecidos como lóbulos secundários. No projeto de

arranjos de fase, é necessário que os lóbulos secundários sejam eliminados ou

minimizados. Este lóbulo reduz a potência do lóbulo principal, diminuindo o ganho da

antena. O espaçamento d entre os elementos deve ser escolhido de forma a evitar

lóbulos de grade na região visível do espaço. Quando o lóbulo principal está em uma

direção vo, o lóbulo de grade mais próximo da região visível do espaço é localizado por

[12], [28]:

0

1iv v

d

(4.20)

O lóbulo de grade apenas aparecerá no espaço visível quando vo – 1/(d/) -1,

desta forma o critério para o espaçamento entre os elementos em termos do maior

ângulo de radiação omax é [12], [28]:

max0

1

1

d

sen

(4.21)

A Figura 4.4 mostra o diagrama do fator de arranjo para um ângulo O = 60o.

4.3 ARRANJO PLANAR

Para obtermos ângulos de radiação em duas dimensões, deve ser usado um

arranjo planar de elementos radiadores. Para uma disposição em um grid retangular, o

Figura 4.04 - Diagrama do fator de arranjo com o = 60o (N=3, d=/2).

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21

elemento (m,n)-ésimo é localizado por xm=mdx e yn=mdy. Devido suas características

geométricas, os arranjos planar apresentam uma maior simetria em seus campos

radiados.

Se M elementos são posicionados ao longo do eixo “x” como ilustrado na Figura

3.5, o fator de arranjo é dado por [11], [12]:

1

1 cos

1

x x

Mj m kd sen

m

m

FA I e

(4.22)

sendo Im1 o coeficiente de excitação de cada elemento. O espaçamento e o deslocamento

de fase entre os elementos ao longo do eixo “x” são representados, respectivamente, por

dx e x.

Figura 4.05 - Geometria de um arranjo planar de NxM elementos.

Conforme a Figura 3.5, observa-se que N elementos são dispostos ao longo do

eixo “y”, sendo dy a distância entre eles e y o deslocamento de fase. Desta forma, o

fator de arranjo pode ser calculado assumindo o vetor contribuição de cada elemento do

arranjo em cada ponto no espaço.

1 1

1 cos1 cos

1

y yx x

Nj n kd senj m kd sen

n m

n

FA I I e e

(4.23)

ou

(4.24)

xm ynFA S S

sendo:

1 cos

1

1

I x x

Mj m kd sen

xm m

m

S e

(4.25)

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22

1 cos

1

1

I y y

Nj n kd sen

yn n

n

S e

(4.26)

As equações (3.25) e (3.26) mostram que o fator de arranjo de um arranjo planar

é o produto dos fatores nas direções “x” e “y”.

Se as amplitudes dos coeficientes de excitação dos elementos do arranjo na

direção “y” são proporcionais em relação aqueles na direção “x”, a amplitude do (m,n)-

ésimo pode ser escrita como:

1 1mn m nI I I (4.27)

Considerando a excitação de amplitude uniforme, a excitação total poderá ser

definida por Imn=Io. Logo, o fator de arranjo será expresso como:

1 cos1 cos

0

1 1

j n kd seny yx x

M Nj m kd sen

m n

FA I e e

(4.28)

Normalizando-se (3.28), obtém-se [11]:

1 12 2

2 2

x y

x y

M Nsen sen

FAM N

sen sen

(4.29)

sendo:

cosx x xkd sen (4.30)

cosy y ykd sen (4.31)

4.3.1 FASE E ESPAÇAMENTO ENTRE OS ELEMENTOS DE UM ARRANJO

PLANAR

Em um arranjo retangular, o lóbulo principal (m=n=0) e os secundários são

orientados a partir de:

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23

cos 2x xkd sen m 0,1,2,m (4.32)

cos 2y ykd sen n 0,1,2,n (4.33)

As fases x e y são independentes, ou seja, os seus valores podem ser

diferentes. Quando se deseja máxima radiação em uma certa localização =o e =o, a

variação da fase progressiva entre os elementos nas direções “x” e “y” é definida por

[11]:

0 0cosx xkd sen (4.34)

0 0cosy ykd sen (4.35)

O lóbulo principal e os lóbulos de grade podem ser localizados por:

0 0cos cos 2xkd sen sen m 0,1,2,m (4.36)

0 0cos 2ykd sen sen sen n 0,1,2,n (4.37)

ou:

0 cos

x

msen sen sen

d

0,1,2,m (4.38)

0 cos

y

nsen sen sen

d

0,1,2,n (4.39)

Manipulando-se, simultaneamente, as equações (4.38) e (4.39) obtém-se [11]:

0 0

1

0 0

tan

cos

y

x

nsen sen

d

msen

d

(4.40)

e

0 0 0 0

1 1

cos

cosx x

m nsen sen sen

d dsen sen

sen

(4.41)

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24

O número de lóbulos de grade que podem ser projetados no espaço visível

depende dos parâmetros dx / e dy / . Para evitar formação de lóbulos de grade no

espaço visível, definido por [13]:

2 2cos cos 1x ya a (4.42)

sendo:

cos cosxa sen (4.43)

cos ya sen sen (4.44)

o espaçamento entre os elementos dx / e dy / deve ser escolhido de forma que ocorra

apenas um máximo do fator de arranjo. Esse ajuste de parâmetro é de forma similar ao

apresentado para os arranjos lineares, sendo, portanto definidos por [14], [28]:

max0

1

1xd

sen

(4.45)

max0

1

1

yd

sen

(4.46)

4.4 MÉTODO LTT

O método da Linha de Transmissão Transversa [14] será utilizado na

determinação da frequência complexa de ressonância e diagramas de radiação. A

característica do patch supercondutor será inserida de acordo com a condição de

contorno complexa resistiva.

A antena em estudo é ilustrada na Figura 1.1. Nela, observa-se um patch

retangular de material supercondutivo sobre um substrato que tem, cobrindo toda sua

superfície inferior, uma lâmina condutora como plano de terra.

Durante a análise é considerado o sistema cartesiano conforme ilustrados nas

Figura 4.1 e Figura 4.2.

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25

Figura 4.1 - Seção transversal de um ressoador retangular de microfita com patch de largura w.

Figura 4.2 - Vista superior de um ressoador retangular de microfita com patch de largura w e

comprimento l.

Os ressoadores de microfita são bem empregados como antenas de microondas

já que seus patchs ressoadores são elementos radiadores e que operam na faixa de 0,9

GHz a 10 GHz [12].

4.5 DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO LTT

O método da Linha de Transmissão Transversa aplicada ao ressoador é descrito

no Domínio da dupla Transformada de Fourier – FTD (Fourier Transform Domain)

cuja definição é dada por [15], onde n e k são as variáveis espectrais.

)( , , ( , , ). .n kj x j z

n k x zf y f x y z e e d d

(4.47)

O método tem seu desenvolvimento efetivo a partir das equações do rotacional

de Maxwell:

E j H (4.48)

H j E (4.49)

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26

Os vetores do campo elétrico e magnético decompõem-se nas suas três

componentes:

x z yE E E E (4.50)

x z yH H H H (4.51)

O operador nabla representa as diferenciais parciais nas três direções:

ˆ ˆ ˆ

x y z

x y z

(4.52)

As equações (4.50), (4.51) e (4.52) passam a ser escrita como seguem:

y tE E E (4.53)

y tH H H (4.54)

ˆt

y

y

(4.55)

Substituindo (4.53) a (4.55) em (4.48) e (4.49) e desenvolvendo separando as

componentes x e z obtêm-se respectivamente:

1ˆt t y t

y

E H y Hj

(4.56)

1ˆt t y t

y

H E y Ej

(4.57)

Substituindo (4.56) em (4.57) e vice-versa, chega-se às equações de Et e

Ht ,

respectivamente, em função das componentes na direção y. Fazendo-se a separação das

componentes x e z,obtém-se as equações finais no domínio da transformada de Fourier

considerando as enésimas regiões da estrutura [16]-[18]

2 2

1xi n yi k yi

i i y

E j E Hk

(4.58)

2 2

1xi k yi n yi

i i y

E j E Hk

(4.59)

2 2

1xi n yi k yi

i i y

H j H Ek

(4.60)

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27

2 2

1zi k yi n yi

i i y

H j H Ek

(4.61)

sendo:

i = 1, 2, as duas regiões dielétricas da estrutura;

2

i

2

k

2

n

2

i k a constante de propagação na direção y;

n a variável espectral na direção “x”;

k a variável espectral na direção “z”;

ri

2

0i

22

i kk o número de onda da enésima região dielétrica;

0

i

riri j a permissividade elétrica relativa do material com perdas;

= r + ji a frequência angular complexa;

0rii a permissividade elétrica do material;

As equações acima são aplicadas ao ressoador calculando-se, de antemão, os

campos Ey e Hy através da solução das seguintes equações de onda de Helmholtz no

domínio espectral [12], [14]:

2

22 0yi

i

yiy

E

H

(4.62)

Este resultado é aplicado para encontrar as soluções para as componentes dos

campos em “y” [16], [19]:

Para região 1:

11 1 .coshy eE A y y (4.63)

1 1 1.y hH A senh y (4.64)

Para região 2:

2

2 2 . y yy eE A e (4.65)

2

2 2 . y yy hH A e (4.66)

Substituindo os componentes em “y” nas equações (4.58) e (4.61) obtém-se as

demais componentes:

Para a Região 1:

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28

1 1 1 1 0 1 12 2x n e k h

i i

jE A senh y j A senh y

k

(4.67)

E F FA (4.68)

1 1 1 1 0 1 12 2z k e n h

i i

jE j A senh y A senh y

k

(4.69)

1 1 1 1 1 1 12 2cosh coshx n h k e

i i

jH A y j A y

k

(4.70)

1 1 1 1 1 1 12 2

1cosh coshz k h n e

i i

H j A y A yk

(4.71)

Para a Região 2:

2 2

2 2 2 0 22 2

2 2

y y

x n e k h

jE A e j A e

k

(4.72)

2 2

2 2 2 0 22 2

2 2

y y

x k e n h

jE j A e A e

k

(4.73)

2 2

2 2 2 2 22 2

2 2

y y

x n h k e

jH A e j A e

k

(4.74)

2 2

2 2 2 2 22 2

2 2

1 y y

z k h n eH j A e A ek

(4.75)

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29

4.6 DETERMINAÇÃO DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DA

ANTENA DE MICROFITA COM PATCH SUPERCONDUTOR

Será analisada uma estrutura em que a linha é constituída de um material

supercondutor, conforme a Figura 4.3. Para esta análise, considera-se o material

supercondutor muito fino, pois de acordo com as equações de London apresentadas no

segundo capítulo deste estudo, o material supercondutor se apresenta como um

dielétrico das mesmas propriedades físicas (Isotrópicos) [1]-[3], necessitando apenas de

uma modificação em uma das equações de Maxwell [10], [20]. Para o estudo da antena

de microfita com fita supercondutora, o efeito do material supercondutor é considerado

nas condições de contorno da estrutura.

De acordo com o efeito Meissner, o supercondutor é um material diamagnético

perfeito. Porém, para o supercondutor do tipo II, ou supercondutor de alta temperatura

crítica (Tc), esse efeito não é completo [1]-[3], [10]. Então, existem campos

eletromagnéticos no interior do supercondutor, que podem usar a aproximação de que

um material supercondutor muito fino se comporta como um dielétrico homogêneo e

isotrópico [21].

Figura 4.3 - Vista da seção transversal da antena de microfita com patch supercondutora.

Com as equações de London, apresentadas de outra forma juntamente com as

equações de Maxwell, obtêm-se uma densidade de corrente de condução normal, uma

densidade de corrente de supercondução e uma densidade de corrente de deslocamento

devida à parte dielétrica, resultando em uma densidade de corrente total.

Equações de Maxwell:

E j H (4.76)

H J j E (4.77)

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30

. 0B (4.78)

. 0D (4.79)

Equações de London:

2

ffe

jT E

a

(4.80)

2

ffe T j H (4.81)

Como a densidade de corrente total é devida a três parcelas e conhece-se apenas

a densidade de corrente de condução e a de deslocamento, com a utilização das

equações acima, se encontra a densidade de corrente de supercondução. A densidade de

corrente total é apresentada logo abaixo, podendo-se dizer que existe uma condutividade

complexa.

2

1

ff

n

e

J E Ej T

(4.82)

2J E (4.83)

sendo:

2

1( )i n T

j

(4.84)

Um material dielétrico (isolante) possui uma baixa condutividade e certa

permissividade relativa finita. Já um material condutor possui uma altíssima

condutividade e uma baixíssima permissividade relativa. Se forem analisados casos

extremos, o material dielétrico, neste caso hiperdielétrico, possuiria uma condutividade

inexistente e uma permissividade relativa que tenderia a infinito. Já um material

condutor, neste caso perfeito, possuiria uma condutividade tendendo ao infinito e uma

permissividade relativa nula. Em ambos os casos, para que as equações de Maxwell

sejam válidas nas condições de contorno, os efeitos do campo elétrico se anulam para

contrabalançar esses extremos. No caso do supercondutor, a condutividade é finita e a

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31

permissividade relativa tende a infinito. Porém, como os efeitos do campo elétrico se

anulam, para que nas condições de contorno as equações de Maxwell sejam válidas,

pode-se considerar que ao invés do campo elétrico se anular, quem se anula é a

permissividade relativa. Isso não retira a legitimidade da aproximação.

Analisando a Figura 2.3, evidencia-se que o material supercondutor é o simétrico

do material dielétrico. Por isso, alguns autores chamam o supercondutor de “dielétrico

negativo”. A partir do que foi exposto, a equação (4.79) se reduz à equação apresentada

abaixo [10]:

*

SH j E (4.85)

Então, considera-se que o material supercondutor possui uma permissividade

complexa negativa, nessa região.

*

2 2 2 2

1 1s n nS

eff eff

jj j T T

(4.86)

Para obtenção das constantes A1e, A1h, A2e e A2h, são aplicadas as condições de

contorno na interface dielétrica entre as regiões 1 e 2, ou seja, em y = g:

1 2x x xgE E E (4.87)

1 2z z zgE E E (4.88)

Com a aplicação dessas condições de contorno as constantes são assim obtidas

em função dos campos elétricos tangenciais xgE~

e zgE~

:

1

1 1

n xg zg

e

j E EA

senh g

(4.89)

1

0 1

k xg n zg

h

E EA

senh g

(4.90)

2

2

2

g

e n xg k zg

eA j E j E

(4.91)

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32

2

2

2

g

e k xg n zg

eA E E

(4.92)

Na estrutura, ainda em y = g, tem-se uma relação entre os campos magnéticos e

as densidades de corrente no patch ressoador que é dada por:

1 2x x zgH H J (4.93)

1 2z z xgH H J (4.94)

Substituindo-se as equações finais dos campos magnéticos, já em função de

xgE e zgE nas equações anteriores e isolando-se adequadamente os referidos campos

elétricos tangenciais, podemos reescrever as equações (4.87) e (4.88) como:

11 12xg zg zgY E Y E J (4.95)

21 22xg zg xgY E Y E J (4.96)

Ou em forma matricial:

12 11

22 21[ ] [ ]xg zg

zg xg

E JY Y

Y Y E J (4.97)

Onde obtêm-se:

11 2 1 1

0 1 2

cothn kjY g

(4.98)

2 2 2 2

12 2 1 1 1 2

0 1 2

cothn n

jY k g k

(4.99)

2 2

12 2 1 1 1 2

0 1 2

cothk k

jY k j g k j

(4.100)

22 2 1 1

0 1 2

cothn kjY g

(4.101)

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33

São funções chamadas funções admitâncias que relacionam os campos elétricos

tangenciais em y = g com as densidades de corrente no patch.

A inclusão da fita supercondutora é feita utilizando-se a condição de contorno

complexa resistiva. Esta condição de contorno relaciona o campo elétrico dentro da fita

supercondutora com a densidade de corrente, através de impedância de superfície.

T S TE Z J (4.102)

Sendo TE e TJ o campo elétrico e a densidade de corrente tangenciais à fita

supercondutora, respectivamente, e zs é a impedância de superfície, definida por:

2 2

1S

s

Zt

(4.103)

sendo s2 a condutividade da fita supercondutora e “t2” a espessura da fita. Após a

aplicação das condições de contorno obtém-se:

xx S x x x

zx xx S z z

Z Z Z J E

Z Z Z J E

(4.104)

Sendo:

1

xx xxxz xz

zx zxzz zz

Z YZ Y

Z YZ Y

(4.105)

4.4 DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE RESSONÂNCIA

Uma vez obtida a equação (4.102), aplica-se o Método dos Momentos aplicado

ao Domínio da Transformada de Fourier. Devem-se utilizar funções de base adequadas

para aproximar as densidades de corrente, tais como:

1

, . ,M

x xm xm

m

J x z a f x z

(4.106)

1

, . ,M

z zm zm

m

J x z a f x z

(4.107)

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34

sendo M e N números inteiros e positivos que podem ser feitos iguais a 1 (um)

mantendo os resultados com uma ótima aproximação dos resultados reais.

Fazendo-se a aproximação M = N = 1 e calculando a dupla transformada de

Fourier, as equações (4.106) e (4.107) tornam-se da seguinte forma:

, . ,x n k x x n kJ f (4.108)

, . ,z n k z z n kJ f (4.109)

os termos ax e az são constantes desconhecidas.

A componente mais importante da densidade de corrente em uma estrutura de

microfita é a componente z, podendo ser utilizada apenas esta para simplificação nos

cálculos. Sendo assim, foram utilizadas para a obtenção dos resultados apresentados, a

seguinte função de base [22]:

,z z zf x z f x f z (4.110)

2

2

1

2

zf xW

x

(4.111)

cosz

zf z

L

(4.112)

que no domínio espectral são:

0

2z n n

wf J

(4.113)

22

2 .cos2k

z k

k

LL

fL

(4.114)

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35

2

022

2 .cos2

, .2

k

n k n

k

LL

wf J

L

(4.115)

sendo J0 a função de Bessel de primeira espécie e ordem zero.

Uma vez expandidas as densidades de corrente em termos de funções de base,

aplicam-se estes resultados para tornar a equação (4.113) homogênea com a eliminação

dos campos elétricos fora da lâmina condutora.

Com isso a equação (4.108) torna-se:

0

0

xx xz x

zx zz z

K K

K K

(4.116)

Sendo:

*.xx x xx S xK f Z Z f

(4.117)

*. .xx z xx xK f Z f

(4.118)

*. .zx x zx zK f Z f

(4.119)

*.zz z zz s zK f Z Z f

(4.120)

O determinante da matriz de parâmetros K da equação (4.116) deve ser nulo

para que o mesmo sistema tenha uma solução não-trivial. A equação formada por este

determinante fornece uma raiz que é a Frequência Complexa de Ressonância.

4.7 CÁLCULO DO DIAGRAMA DE RADIAÇÃO NO PLANO-E E

PLANO-H

Uma antena de microfita possui um campo distante que pode ser descrito como

[23]:

ˆ ˆ, , cos ,

2

jkr

x z x

jkE r e E sen a E E sen a

r

(4.121)

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36

Sendo os campos E e E podendo ser representado por:

,zE E sen (4.122)

, cos cos ,z xE E E sen (4.123)

e sendo as variáveis espectrais dadas por cossenk e cosk .

O plano-E é obtido quando fazemos = /2, resultando em [23], [24]:

0, cos 0, cosz z zzE f k Z k (4.124)

0E (4.125)

O plano-H é obtido fazendo-se = /2 [23], [24]:

(4.126)

0E (4.127)

Os diagramas de radiação do arranjo linear para o plano-H e plano-E são

determinados, respectivamente, por:

E F FA (4.128)

E F FA (4.129)

cos ,0 cos,0z z zzE sen f k Z k

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37

Capítulo 5

RESULTADOS

5.1 INTRODUÇÃO

No presente capítulo, são apresentados os resultados computacionais obtidos

para a antena de microfita com patch supercondutor e para arranjos de antenas em

configurações lineares e planares de seus elementos supercondutores, com a alternância

de substrato EBG e fibra de vidro.

Foram elaborados programas computacionais nas linguagens Fortran

Powerstation para elaboração da frequência de ressonância e Matlab 7.0 para

levantamento das curvas e diagrama de radiação para obtenção dos resultados.

5.2 RESULTADOS DA ANTENA DE MICROFITA COM

SUPERCONDUTOR

Na obtenção dos resultados da antena de microfita com patch supercondutor é

considerada a estrutura apresentada logo abaixo na Figura 5.1, onde, o patch tem largura

l, comprimento w e espessura t. O substrato apresenta uma permissividade relativa r e

espessura g.

Figura 5.1 - Antena de microfita com Supercondutor.

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38

A Figura 5.2 mostra um gráfico comparativo entre a frequência de ressonância

em função do comprimento da fita condutora considerando duas temperaturas críticas,

sendo as dimensões da antena com o patch supercondutor com uma temperatura crítica

de 90K a 160K: g = 0,7mm, w = 25 mm, r1 = 10.2 (RT/Duroid 6010LM), r2 = 1;

sendo a fórmula do supercondutor YBCO e SnBaCaCuOy com parâmetros: n

=1.88.105 s/m, ef = 360,74 nm, t=0,1mm.

Figura 5.2 - Gráfico comparativo da Frequência em função do comprimento da fita condutora

considerando as temperaturas críticas de 90K e 160K.

A Figura 5.3 mostra um gráfico comparativo entre a frequência de ressonância

em função do comprimento l do patch condutor considerando, várias temperaturas

críticas, 90K, 160, e 212 K sendo as dimensões da antena com supercondutor : g = 0,7

mm, w = 25 mm, r1 = 10.2 (RT/Duroid 6010LM), r2 = 1. Para a temperatura crítica Tc

= 212K (-61o C) a fórmula do supercondutor é Sn5InBa4Ca2Cu10Oy onde são usados os

parâmetros: n = 1,88.105 S/m, ef = 360,74 nm , espessura do patch, t=0,1mm.

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39

Figura 5.3 - Gráfico comparativo do comprimento da fita condutora em função da frequência de

ressonância considerando as temperaturas críticas de 90K (YBCO), 160K (SnBaCaCuOy) e

212K (Sn5In)Ba4Ca2Cu10Oy

Como mostrado acima, as curvas se comportam de forma diferente à medida que

a temperatura crítica varia, ou seja, quando aumentamos as temperaturas críticas de 90K

à 212K observa-se que o comprimento do patch diminui [31]- [32].

A Figura 5.4 mostra um gráfico comparativo entre a frequência de ressonância

em função do comprimento l do patch condutor considerando, para temperatura crítica

de 160 K sendo as dimensões da antena com supercondutor: g = 0,0154 mm, w = 0,025

mm, r1 = 12 (Metamaterial), r2 = 1, onde são usados os parâmetros: n = 1,88.105 S/m,

ef = 360,74 nm , espessura do patch, t= 100 nm.

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40

Figura 5.4 - Gráfico do comprimento da fita condutora em função da frequência de ressonância

considerando as temperatura crítica de 160K (SNBaCaCuOy).

5.3 ARRANJO LINEAR

Para os arranjos lineares das antenas de microfita obtiveram-se os diagramas de

radiação no plano-E e plano-H, onde se utilizou o método da Linha de Transmissão

Transversa para determinar os parâmetros do patch na obtenção dos diagramas de

radiação das antenas supercondutoras. Será considerado um arranjo linear conforme

ilustrado na Figura 5.4, sendo o espaçamento entre os elementos iguais.

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41

Figura 5.4 - Arranjo linear de uma antena de microfita supercondutora com quatro elementos.

A Figura 5.5 mostra os diagramas de radiação para um arranjo linear com 4

elementos espaçados em /2, para um ângulo de radiação de 80o resultando em uma

fase = 31,25o.

(a)

(b)

Figura 5.5 - Diagramas de radiação do arranjo linear com = 80o (a) Plano-E (b) Plano-H.

Na Figura 5.6 temos um ângulo de radiação de 130o e uma fase =115,70o.

Observa-se que o aumento no ângulo de radiação diminui a intensidade dos diagramas

como pode ser visto na Figura 5.6, em que a intensidade do campo é inferior a 0,8. Essa

diminuição deve-se ao fato de que o arranjo é constituído de elementos patchs, sendo

uma característica desse tipo de antena uma diminuição do padrão de radiação quando

se aproxima de sua direção end-fire.

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42

(a)

(b)

Figura 5.6 - Diagramas de radiação do arranjo linear com = 130o (a) Plano-E (b) Plano-H.

5.4 ARRANJO PLANAR

Os diagramas para o plano-E e plano-H de um arranjo planar de 16 elementos

(4x4) elementos, estando espaçados a uma distância dx e dy, foram ilustrados na Figura

1.3.

A Figura 5.7 mostra os diagramas de radiação de um arranjo planar formado por

16 (4x4) elementos e espaçados em /2, com θ=45º e = 90o . Na Figura 5.8 o arranjo

é formado por 16 (4x4) elementos, porém espaçados em 3/2 , com θ=45º e = 90o .

Observa-se que o aumento do espaçamento entre os elementos aumenta a diretividade

do arranjo. Porém, observa-se um aumento na quantidade de lóbulos secundários como

visto na Figura 5.9 (a).

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43

(a)

(b)

Figura 5.7 - Diagrama de radiação do arranjo planar com dx = dy = /2. (a) Plano-E (b) Plano-

H.

(a)

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44

(b)

Figura 5.8 - Diagrama de radiação do arranjo planar com dx = dy = 3/2 . (a) Plano-E (b) Plano-

H.

Os diagramas de radiação do plano-E com 16 (4x4) elementos espaçados em

/2, com = 90o e = 75o, resultando em x = -46,59o e y = -173,86o; e = 90o, =

110o, x = 61,56o e y = -169,14o, estão ilustrados na Figura 5.9 e Figura 5.10,

respectivamente. Na Figura 5.11, temos o mesmo arranjo, porem os elementos

espaçados em 3/2 com = 90o e = 80o. Na Figura 5.10, temos uma mudança de fase

de 15o em relação à direção broadside. Nela, pode-se observar o surgimento de lóbulos

secundários de pouca intensidade, mesmo quando temos uma inclinação de 20o. Figura.

5.11. Na Figura 5.12, observa-se o aparecimento de lóbulos secundários de níveis

bastante elevados. Isso ocorre porque o critério entre a distância entre os elementos e a

direção de maior irradiação não foi obedecida. Os lóbulos secundários são desejáveis,

pois, são mito utilizados em arranjos de antenas inteligentes, de forma que devem ser

analisados cuidadosamente em um projeto de arranjo de fase de antenas.

(a)

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45

(b)

Figura 5.9- Diagrama de radiação do arranjo planar com dx=dy=/2 e = 90o e = 75o (a) Plano-

E (b) Plano-H.

(a)

(b)

Figura 5.10 - Diagrama de radiação do arranjo planar com dx=dy=/2 e = 90o, = 110o (a)

Plano-E (b) Plano-H.

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46

(a)

(b)

Figura 5.11 - Diagrama de radiação do arranjo planar com dx=dy= 3/2 e = 90o e = 80o (a)

Plano-E (b) Plano-H.

Os diagramas de radiação para os arranjos lineares e planares foram todos elaborados

tendo os seguintes parâmetros: f=1,28 GHz, w = 25 mm, l = 30 mm g = 0,7mm, r1 =

10.2, r2 = 1; sendo o Sn5InBa4Ca2Cu10Oy o supercondutor à temperatura de 212K ( -

61o C).

Outros resultados podem ser encontrados para outros tipos de materiais

supercondutores e outros tipos de substratos [25]-[27],[29]-[30].

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47

Na figura 5.12, temos o resultado da frequencia de ressonância com substrato

EBG, para o substrato r = 10.233 com dois elementos, altura g =1.54mm e largura w =

5 mm , enquanto que a curva em azul mostra o resultado para um arranjo com dois

elementos usando um substrato com r = 8.729, h =1.54mm, e largura w = 5 mm, em

ambos os resultados o condutor utilizado foi o supercondutor da família do estanho com

temperatura de 160 K , simulado em uma temperatura ambiente de 150K.

Figura 5.12 - Gráfico comparativo do comprimento da fita condutora em função da frequência de

ressonância considerando substrato EBG.

A figura 5.13 , apresentam o diagrama de radiação em 3D de um arranjo de antenas com dois elementos e três, respectivamente usando fibra de vidro como substrato

4.4r e o elemento condutor é o supercondutor utilizado nos trabalhos desta tese.

De acordo com os resultados obtidos o ganho obtido neste arranjo de antenas de microfita de dois elementos 4.32 dB e três elementos com patch supercondutor foi de 5.96 dB.

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48

Figura 5.13. (a) Resultado 3D de um arranjo de antenas com dois elementos e patch supercondutor.

Figura 5.13.(b) Resultado 3D de um arranjo de antenas com três elementos e patch supercondutor.

A figura 5.14 , apresentam o diagrama de radiação em 2D de um arranjo de antenas

com dois elementos e três, respectivamente usando fibra de vidro como substrato r = 4,4 e o elemento condutor é o supercondutor utilizado nos trabalhos desta tese.

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Figura 5.14. (a) Resultado 2D de um arranjo de antenas com dois elementos e patch supercondutor.

Figura 5.14. (b) Resultado 2D de um arranjo de antenas com três elementos e patch supercondutor.

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50

Capítulo 6

CONCLUSÕES

6.1 INTRODUÇÃO

Este trabalho teve o objetivo de contribuir no meio acadêmico e na indústria, de

estruturas de antenas de microfita utilizando-se alguns substratos como fibra de vidro,

EBG, banda eletromagnética proibida com uso do condutor, de cobre e material

supercondutor, em simulações no Fortran PowerStation, MATLAB e HFSS. Também a

utilização de pequenas dimensões para obtenção de frequências em Terahertz, utilizadas

em diversas aplicações em telecomunicações, setores aeroportuários e biomédicos. No

resultado em Terahertz foi utilizado o substrato PBG

No capitulo 5 foram apresentados simulações computacionais para a antena de

microfita com material supercondutor e para os arranjos lineares e planares de microfita.

Obteve-se a frequência de ressonância em função das dimensões da estrutura para a

antena com o supercondutor. Observou-se que com o aumento do comprimento do

patch a frequência de ressonância diminui. Para os arranjos, obteve-se o diagrama de

radiação nos planos E e H e a mudança do padrão em função da mudança da fase entre

os elementos que compõe o arranjo. Observou-se que o aumento do espaçamento entre

os elementos aumenta a diretividade do arranjo. E que o aumento no ângulo de radiação

diminui a intensidade dos diagramas como pode ser visto na Figura 5.6, em que a

intensidade do campo é inferior a 0,8. Essa diminuição deve-se ao fato de que o arranjo

é constituído de elementos patchs, sendo uma característica desse tipo de antena uma

diminuição do padrão de radiação quando se aproxima de sua direção end-fire.

Os lóbulos secundários são muito utilizados em arranjo de antenas adaptativas

ou inteligentes dando uma dinâmica ao feixe e possibilitando um uso mais eficiente dos

lóbulos principal e secundários.

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