projeo de assentamento rabo do tamanduÁ · 32- natalia gomes peres 32.1 miguel peres dos santos...
TRANSCRIPT
1
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA ASSESSORIA TÉCNICA, SOCIAL E AMBIENTAL À REFORMA AGRÁRIA.
ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO – PDA.
PROJEO DE ASSENTAMENTO RABO DO TAMANDUÁ
NÚCLEO OPERACIONAL – BURITIS
MARÇO – 2013.
2
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Dilma Vana Rousseff
Presidente da República Federativa do Brasil
Gilberto José Spier Vargas
Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário - MDA
Carlos Mário Guedes de Guedes
Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Luís Flávio Carvalho Ribeiro
Superintendente Regional do Estado de Rondônia
Cletho Muniz de Brito
Chefe da Divisão de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento
3
Luiz Gomes Furtado
Secretário Executivo da EMATER-RO
Francisco Mende de Sá Barreto Coutinho
Secretário Executivo Adjunto
José Tarcísio Batista Mendes
Coordenador Técnico e de Planejamento
Hermes José Dias Filho
Coordenador Administrativo e Financeiro
Domingos Antônio Prieto
Gerente de Contratos e Convênios
Supervisor da Equipe do NO de Buritis
Cícero de Souza
EQUIPE TÉCNICA
GILSILENE ALVARENGA DE ARAÚJO
Socióloga
HELTHON VAGNO DA SILVA SOUZA
Engenheiro Agrônomo
JAQUELINE DA CONCEIÇÃO BARBOSA
Técnica em Agropecuária
SANDRA XAVIER DE SOUZA
Técnica em Agropecuária
Co-autores (agricultores)
1- Aledir de F. Ferreira
1.1 Argentina Dutra Jesus
2- Marlene Silva Dornelo Kreidtlow
2.1 Arildo Kreidtlow
2- Ironete Ferreira da Silva
2.1 Carlos Duarte de Souza
4- Rosania Moraes da Luz
4.1 Claudinei Santana Rocha
5- Junior da Silva Neto
6- Delnira de Souza Oliveira
6.1 Volnei de França Oliveira
7- Divina Conceição dos Santos
7.1 José Tenório De Barros
4
8- Wesley Santos Alves
9- Fernanda Rocha P. Araujo
10- Gessé Alves Filho
11- Antônia de França de Oliveira Basílio
11.1 Isaias Davi Basílio
12- Isis Monteiro L. Silva
12.1 Paulo José da Silva
13- Inês de França
14- José Alves Santana
15- Keilizangela M. D. Barbosa
15.1 Amoz Barbosa
16- Luzinete S. B. Ferreira
16.1 Aledir de Freitas Ferreira
17- Marilsa M. Rocha dos Santos
17.1 Marcos Duarte dos Santos
18 Marines de F. O Pereira
18.1 Varcílio Pereira
19- Marli Francisco Alves
19.1 Pedro Luiz Alves
20- Maura de Oliveira Ferreira
21- Elma da Silva Pinheiro Domingos
21.1 Matheus Clen Domingos
22- Miguel Rodrigues de Queiroz
23- Sandra Ramos de Oliveira
23.1 Moisés França de Oliveira
24- Natalino Gonçalves
25- Serafim Rênio Leite
26- Nauna Kele Marinho da Silva
26.1 Arlindo Alves da Silva Neto
27- Alzilene Fernandes Schineider
27.1 Uesley Schineider
28- Jamir Acco
29- Lourdes Gonçalves Coelho
29.1 Manoel Coelho
30- Lucilene André Pereira Alves
30.1 Claudiomiro Alves
31- Maria Aparecida dos Santos Schineider
31.1 Marcos Schineider
32- Natalia Gomes Peres
32.1 Miguel Peres dos Santos
33-Ohzana Bonissi Schineider
33.1- Enir José Schineider
34- Rogério José Rodrigues
35- Santa Terezinha de Almeida Reco
35.1 Braz Luiz Reco
BURITIS – RONDÔNIA
MARÇO – 2013.
5
ÍNDICE
1- APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 8
2. METODOLOGIA .............................................................................................................. 9
2.1. Da Elaboração do Plano .......................................................................................... 9
2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento a Implantação do
Plano ............................................................................................................................. 14
3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO-PA .............................. 15
3.1-Geral ....................................................................................................................... 15
3.2. Específica ............................................................................................................... 15
4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO P.A. ........................... 16
4.1. Localização e Acesso ............................................................................................. 16
4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de
Assentamento ............................................................................................................... 17
5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO .............................................. 27
5.1. Condições Físicas e Edafoclimáticas do Projeto de Assentamento Rabo do
Tamanduá ..................................................................................................................... 27
5.1.1. Relevo..................................................................................................................27
5.1.2. Solos.........................................................................................................28
5.1.3. Recursos Hídricos................................................................................................31
5.1.4. Flora..........................................................................................................34
5.1.5. Fauna.........................................................................................................35
5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal.............................................................39
5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente...................................44
5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agrossistemas............................................48
5.1.9. Capacidade de Uso do Solo.................................................................................52
5.1.10. Analise Sucinta das Potencialidades e Limitações dos Recursos Naturais e da
situação Ambiental do Assentamento...........................................................................56
10.1.11. Análise Sucinta do PA Rabo do Tamanduá....................................................59
5.2. Organização Espacial Atual ...................................................................................60
5.3. Situação do Meio Socioeconômico e Cultural....................................................... 61
5.3.1 Histórico do Assentamento Rabo do Tamanduá..................................................61
5.3.2. População e Organização Social..............................................................65
6
5.4. Infraestrutura Física, Social e Econômica.............................................................. 69
5.5. Sistemas Produtivos............................................................................................... 70
5.5.1 Análise sucinta dos Sistemas Produtivos do PA Rabo do Tamanduá..................73
5.6. Serviços de apoio a produção................................................................................. 73
5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa...........................................................................73
5.6.2. Crédito.................................................................................................................73
5.6.3. Capacitação Profissional..........................................................................74
5.7. Serviços Sociais Básicos........................................................................................ 75
5.7.1. Educação..............................................................................................................75
5.7.2. Saúde e Saneamento............................................................................................78
5.7.3. Lazer.........................................................................................................81
5.7.4. Cultura.................................................................................................................82
5.7.5. Habitação.............................................................................................................83
5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes................................... 85
6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PROJETO
DE ASSENTAMENTO ....................................................................................................... 88
6.1. Apresentação ......................................................................................................... 88
6.2. Objetivo e Diretrizes Gerais .................................................................................. 88
6.2.1. Organização Espacial..........................................................................................90
6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos..........................................................91
6.2.3 - Sistemas Produtivos................................................................................94
6.2.4. Meio Ambiente....................................................................................................95
6.2.5. Desenvolvimento Organizacional.....................................................................100
6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à Implantação
do Plano.......................................................................................................................101
6.3. Programas ................................................................................................ ............102
6.3.1. Programa Organização Espacial........................................................................103
6.3.2. Programa Produtivo...........................................................................................108
6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais.......................................................115
6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais..................................................123
6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano...127
6.3.6. Assistência Técnica, Social e Ambiental – ATER............................................129
7
6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou Programa
.................................................................................................................................... 130
6.5. Disposições Gerais .............................................................................................. 131
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................... 132
8. ANEXOS ....................................................................................................................... 134
8
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
RABO DO TAMANDUA
1. APRESENTAÇÃO
O Plano de Desenvolvimento do Assentamento Rabo do Tamanduá é um
instrumento de diagnostico e determinação de medidas necessárias para o pleno
desenvolvimento do projeto de assentamento. O mesmo foi construído de forma
participativa junto aos agricultores e registra o papel de cada entidade e dos próprios
assentados para que se alcance o resultado final desejado (desenvolver sustentavelmente o
assentamento). Traz em seu escopo uma série de ações a serem realizadas almejando o
desenvolvimento do assentamento. Através do plano as famílias conseguiram maior
controle sobre o meio em que vivem, e, sobre seu próprio destino político, social e
econômico.
Este documento é composto de duas partes distintas: um autodiagnóstico e o plano
de ação. Inicialmente foi realizado diagnostico de cada unidade familiar do assentamento,
com o objetivo de levantar dados sobre aspectos populacionais, econômicas, sociais, de
infraestrutura, recursos naturais e de comercialização. Posteriormente ao levantamento das
informações do diagnóstico, foi construído o plano de ação, com os programas e projetos a
serem implementados no assentamento, para que o mesmo atinja o nível desejável de
desenvolvimento, integrando as esferas do poder publico.
O PDA busca organizar, direcionar e controlar todo o sistema produtivo, para
ampliar as oportunidades de negócios, e, tornar os agricultores familiares, verdadeiros
empreendedores, independentes do paternalismo publico, sendo capaz de administrar seu
próprio negócio (unidade familiar), tornando o assentamento um modelo de comunidade
organizada, produtiva e sustentável.
9
2. METODOLOGIA
2.1. Da Elaboração do Plano
Para elaborar o Plano de Desenvolvimento do Assentamento - PDA Rabo do
Tamanduá, a equipe técnica do núcleo operacional de Buritis realizou diagnóstico de cada
unidade familiar, através de um questionário socioeconômico e ambiental, abrangendo
dados da população, serviços sociais básicos, infraestrutura, organização social, sistemas
produtivos, habitação, crédito e renda. Os diagnósticos foram aplicados em 68 parcelas,
sendo encontrados 39 agricultores assentados e 29 agricultores ocupantes. Após a
aplicação dos questionários, a equipe procedeu à tabulação das informações primárias para
subsidiar a construção de relatórios específicos sobre as situações ambientais, social,
infraestrutura, produtivo, econômico. Além destes relatórios a equipe técnica realizou
consultas de dados secundários junto a órgãos como IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), SEDAM (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental),
Prefeituras, INCRA (Instituto de Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Estas
informações, que abrangem um amplo leque de temas, como população, economia,
condições do produtor no campo, serviços sociais básicos e políticas públicas tem como
finalidade informar as famílias, os técnicos e demais leitores sobre as condições do cenário
socioeconômico e ambiental no qual os agricultores do P. A. Rabo do Tamanduá
encontram-se inseridos.
Para coleta de dados enfocando principalmente a metodologia INPA (Intervenção
Participativa dos Atores), foram ministradas oficinas que tiveram como objetivos:
sensibilização dos agricultores quanto ao Plano de Desenvolvimento do Assentamento -
PDA; levantamento dos problemas, potencialidades e condicionantes do assentamento e a
construção de uma agenda de prioridades sobre as principais dificuldades do assentamento.
O processo de mobilização para as oficinas ocorreram através da articulação com membros
do poder publico local, lideranças do assentamento, técnicos do INCRA e as visitas da
equipe técnica do núcleo operacional de Buritis às famílias. As oficinas foram executadas,
e ocorreram conforme cronograma de execução das metas do contrato CRT 11.000-2012 -
INCRA-EMATER. Vale destacar que a construção deste Plano de Desenvolvimento do
Assentamento, foi delineada a partir de um roteiro apresentado pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Após a elaboração do PDA, a equipe técnica
10
voltou a campo, para realizar mais uma oficina, com o objetivo de apresentar o PDA aos
agricultores do assentamento, que após apreciação foi aprovado e validado pelas famílias
assentadas.
Descrição das oficinas
A primeira oficina foi realizada no dia 22 de fevereiro de 2013 na Linha Rabo do
Tamanduá. A oficina foi conduzida pela equipe técnica do núcleo operacional de Buritis.
Equipe esta composta pelo Engenheiro Agrônomo Helthon Vagno da S. Souza, a
Socióloga Gilsilene Alvarenga de Araujo e as Técnicas em Agropecuária Sandra Xavier
de Souza e Jaqueline da Conceição Barbosa. Esta oficina teve como objetivo principal,
sensibilizar os agricultores do assentamento, quanto à elaboração do PDA. Primeiramente
a equipe apresentou aos agricultores a definição de PDA, que o mesmo é um documento
que deve ser gerado a partir de um processo de discussão, questionamentos e planejamento
participativo com eles, ou seja, a partir das intervenções deles ficará registrado no
diagnóstico todo o contexto da realidade do assentamento, e a partir deste será construído
um plano para desenvolvê-lo. Os Agricultores assistiram a um vídeo sobre o cotidiano do
mundo rural, problemas, lutas e vitórias. O vídeo teve como fundo musical a canção “Meu
País” de Zezé de Camargo e Luciano.
Figura 1: Agricultores assistindo o vídeo.
Com a finalidade de fazer os agricultores refletirem sobre a importância do trabalho
coletivo e da união, para atingirem os objetivos desejados. Foi demonstrado aos mesmos
um copo de água e, colocado um sonrrisal com embalagem dentro do mesmo. Os
11
agricultores observaram que não acontecia nada, ou seja, precisava ser retirara a
embalagem para que o sonrrisal dissolve-se na água e pudesse ser tomado. A partir desta
demonstração, fez-se a seguinte reflexão: o sonrrisal somos nós, a embalagem é a nossa
falta de iniciativa para mudar a realidade, e a água é o meio onde estamos inseridos.
Precisamos romper a embalagem para que possam ocorrer mudanças em nossas vidas, em
nosso assentamento. Não adianta ficar reclamando individualmente dentro da embalagem,
é necessário união e ação para que possam ocorrer mudanças.
Foi realizada uma retrospectiva histórica momentânea sobre as lutas dos
movimentos sociais do campo, tais como o “Grito da Terra” e tantos outros movimentos,
que principalmente na década de 90, lutaram chamando a atenção da opinião publica e do
governo, para que hoje, muitos agricultores tenham acesso a terra e as políticas públicas.
Políticas estas, que possibilitaram a muitos assentados da Reforma Agrária à saírem desta
condição, e, se tornarem agricultores familiares desenvolvidos, e inseridos no processo
produtivo local, regional e muitas vezes nacional.
Após esta reflexão, os agricultores foram divididos em três grupos e receberam a
tarefa de construir um mapa que representasse o passado, o presente e o futuro desejado
para o assentamento.
Figura 02: Agricultores construindo os mapas.
Esta dinâmica teve a finalidade de fazer com que os agricultores pensem sobre sua
realidade, as mudanças ocorridas ao longo dos anos e sensibilizem-se quanto ao espírito de
união. Além do que, através de suas falas conseguimos perceber seus problemas, e inserir
12
tais informações na construção do PDA. Ao final desta oficina, ficou definido quem
seriam os agricultores responsáveis pela pesquisa-ação, e a data da próxima oficina. Esta
oficina contou com a participação de 32 (Aledir de F. Ferreira, Marlene Silva Dornelo
Kreidtlow, Arildo Kreidtlow, Carlos Duarte de Souza, Rosania Moraes da Luz, Claudinei
Santana Rocha, Delnira de Souza Oliveira, Divina Conceição dos Santos, José Tenório De
Barros, Antônia de França de Oliveira Basílio, Isaias Davi Basílio, Inês de França,
Luzinete S. B. Ferreira, Aledir de Freitas Ferreira, Marilsa M. Rocha dos Santos, Marcos
Duarte dos Santos, Marines de F. O Pereira, Varcílio Pereira, Marli Francisco Alves,
Pedro Luiz Alves, Maura de Oliveira Ferreira, Elma da Silva Pinheiro Domingos, Matheus
Clen Domingos, Miguel Rodrigues de Queiroz, Sandra Ramos de Oliveira, Moisés França
de Oliveira, Natalino Gonçalves, Serafim Rênio Leite, Lourdes Gonçalves Coelho,
Manoel Coelho, Claudiomiro Alves, Santa Terezinha de Almeida Reco, Braz Luiz Reco)
agricultores regulares, o secretario de agricultura do município de Buritis, o presidente da
câmara de vereadores, representantes da sociedade civil e demais agricultores ocupantes.
A segunda oficina foi realizada na Escola Municipal Genair de Paula, na linha
Seringal São Pedro. Foi realizado um resgate da primeira oficina e na seqüência, os grupos
temáticos sistematizaram o resultado da pesquisa ação e apresentaram em plenária. Foram
priorizados os cinco principais problemas do assentamento por dimensão, sendo a
priorização dos mesmos, estabelecidas por votação e utilizadas como legenda a técnica das
carinhas ( Triste Séria Sorrindo). Sendo a gravidade de cada problema representada
com as expressões “triste” o problema mais grave, “séria” o problema médio, e
“sorrindo” o problema menos grave. O que não quer dizer que não existam outros
problemas, estes apresentados são os prioritários. Durante a votação das prioridades do
assentamento, alguns problemas apresentados tiveram o mesmo numero de votos, e os
agricultores disseram que eram prioridades urgentes que andavam juntas, não havendo
necessidade de mais uma votação, pois eram problemas urgentes mesmo. Nesta oficina
definiu-se que as comissões formadas por dimensões produtiva, ambiental, social e de
infraestrutura, devem juntar-se aos técnicos de ATER, procurar soluções para os problemas
levantados. No final da oficina, ficou acordado entre os técnicos e os agricultores que,
todos os dados levantados e apresentados durante a oficina será fielmente inseridos dentro
do plano, bem como os principais problemas e potencialidades, e, que na finalização do
PDA, o mesmo será apresentado aos agricultores para aprovação.
13
Quadro 01: Comissão de agricultores responsáveis por Dimensão;
Dimensões Agricultores responsáveis
Ambiental Arildo Kreidtlon- Moises França de
Oliveira. Salvador Pinto de Oliveira,
Claudinei Santana Rocha,
Social Manoel Coelho, Antonia de F. O.
Basílio, Maura de Oliveira Ferreira,
Gessé Alves Filho, Varcilio Pereira
Infraestrutura Sandra R. de Oliveira, Santa Terezinha
de Almeida Reco, Ivone França de
Oliveira, Aledir de Freitas Ferreira,
Antonio Sergio de Oliveira
Econômico Miguel Rodrigues de Queiroz, Paulo
José da Silva, Marcos Duarte dos
Santos, Carlos Duarte dos Santos,
Wesley Santos Alves, Vilma
Rodrigues dos Santos.
Quadros 02: Priorização dos Problemas
Problemas de Infraestrutura
Demarcação dos lotes e regularização fundiária 3 40 10
Falta credito instalação do INCRA (habitação, fomento, adicional de
fomento, apoio mulher)
45 5 3
Estradas em péssimas condições 10 4 39
Falta equipamentos para mecanização da terra 10 28 15
Pontes caídas 35 10 8
Escola pequena e precisando de reforma 13 5 35
Falta de tanques de leite 10 11 32
Problemas econômicos
Melhoramento das pastagens 41 -
Melhoramento genético do rebanho bovino 33 -
Analise de solo, e calcário 35 -
Falta acesso ao credito PRONAF 53 - -
Falta de capacitação aos agricultores - 40
Problemas Ambientais
Reflorestamento das áreas de reserva legal e preservação permanente 41 2 10
Inacessibilidade a mudas de essências Florestais 6 35 12
Falta posto de coleta de galão de veneno 42 5 6
Licenciamento ambiental 45 10 8
Excesso de lixo as margens do Rio Candeias 5- 10 38
14
Pesca predatória 35
Problemas Sociais
Regularizar agricultor ocupante com perfil para ser regular 41 7- 5
Falta posto de saúde 4 42 7
Transporte escolar precário 20 30 3
Falta escola pólo 43 3 7
Falta lazer na comunidade 2 6 45
2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no acompanhamento a Implantação
do Plano.
Atualmente o projeto de assentamento Rabo do Tamanduá dispõe de assistência
técnica e extensão rural garantida através do Contrato 11.000-2012 celebrado entre
INCRA- EMATER. A equipe responsável por este projeto de assentamento está lotada no
Escritório Local da Emater de Buritis, sendo composta pelos seguintes profissionais: um
Engenheiro Agrônomo, uma Socióloga e duas Técnicas em Agropecuária. Para realização
das atividades a equipe dispõe de um veiculo Fiat-Uno Mile de 2 (duas) portas, 2 (duas)
motocicletas Broz 150 cc, dois computadores, um notebook, uma impressora multisserial,
3(três) mesas, 10 (dez) cadeiras, 01 (um) arquivo, câmera fotográfica e 2 (dois) GPS´s.
No desempenho das metas, a equipe pactua suas ações em consonância com
Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - PNATER e o Programa
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PRONATER, o Manual Operacional e
as normas de execução preconizadas pelo INCRA, cuja metodologia tem apoio no
principio da participação, utilizando o método de Intervenção Participativa dos Atores –
INPA, que valoriza a ação dos agricultores, principais protagonistas na construção de um
instrumento que norteará o processo de desenvolvimento do próprio grupo, por isso essa
metodologia exige que os elementos constitutivos dos planos (programas, projetos, e
demais ações), sejam oriundos da realidade e da participação dos agricultores, conferindo
assim, ao Projeto de Assentamento maiores chances de alcance do desenvolvimento
sustentável.
O plano de desenvolvimento do assentamento Rabo do Tamanduá será executado
da seguinte forma: haverá o planejamento da agenda de prioridades, para a execução das
ações propostas nos projetos por cada dimensão; todas as ações proposta no plano serão
15
realizadas em conjunto com as comissões de agricultores formada por dimensão; a
intervenção da equipe técnica de ATER nas etapas de execução do plano será programada
e adequada dentro das metas do Contrato 11.000-2012 celebrado entre Emater – INCRA,
todas as atividades do contrato de ATER busca como estratégia operacional o
envolvimento do poder público municipal, estadual e federal, no sentido de avançar o
processo rural sustentável e contínuo de valores culturais, tecnológicos, econômicos e
ambientais para o Projeto de Assentamento Rabo do Tamanduá.
3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO-PA
3.1-Geral
-Denominação do imóvel: TD São Sebastião II
-Denominação do Assentamento: Projeto de Assentamento Rabo do Tamanduá
-Data do Decreto de Desapropriação: 29 de Novembro de 1988,
-Data da imissão na posse: 21 de Outubro de 1997
-Data e numero da Portaria de criação do PA: Portaria 126 de 22 de dezembro de
2008.
3.2. Específica
-Distância da sede municipal: aproximadamente 10 km da cidade de Buritis.
-Valor total dos investimentos realizados em benfeitorias e créditos (após emissão
na posse): CR$ 18.993.848.173,00
Área Total: 41.610,68 ha.
Área Total Medida: 3.988,0263 ha
Área Requerida na lei de Reserva Legal: 3.190,4210 ha, incluindo o cômputo das
áreas de preservação permanente, correspondendo a 80% da área total do Assentamento,
conforme determina a MP Nº. 2166/67 emitida pelo Governo Federal.
Área Efetiva de Reserva Legal: Não foi registrada a margens das matriculas
constantes no processo pelo antigo proprietário, mas os posseiros estão conscientes dessa
situação.
16
Área Requerida na lei de Preservação Permanente: Estas áreas que correspondem as
APP’s que são reservadas a proteção dos mananciais, matas ciliares de igarapés, rios e
nascentes dentro do assentamento de acordo com os recursos naturais existentes é de
325,2685 ha.
Área Efetiva de Preservação Permanente (preservada): Em virtude de algumas
ações de antropismo as margens de rios, igarapés, mananciais, de acordo com as APP’s a
ser consideradas, a área efetiva de preservação permanente é de 300,0201 ha.
Capacidade de assentamento do imóvel em termos de famílias: 124 famílias.
Área média das parcelas: o imóvel possui capacidade de assentamento
dimensionada de aproximadamente 93 famílias com área media de 40,0 hectares.
Número de famílias atual X capacidade de assentamento prevista na portaria de
criação: O numero de famílias que atualmente residem no PA é de 68, a capacidade do
assentamento prevista na portaria de criação é de 124 famílias.
Entidades representativas dos assentados: Associação dos Produtores Rurais Barra
do Dia e Associação dos Produtores Rurais do Rio Candeias, a primeira se encontra
localizada no P. A. Buritis, e a segunda no P. A. Rio Alto, devido à proximidade do P. A.
Rabo do Tamanduá, agricultores assentados e ocupantes resolveram associar-se a elas.
Associação dos Produtores Rurais Barra do Dia
Endereço: Linha Seringal São Pedro P. A. Buriti
Zona Rural 76880-000 Buritis - RO
Presidente: Antônio Sergio de Oliveira
CNPJ: 05.194.168-0001-07
4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PA
4.1. Localização e Acesso
O Projeto de assentamento encontra-se a 18 Km de Buritis, 132 km de Ariquemes,
330 km de Porto Velho, 295 km de Ji-Paraná e 2.496 Km de Brasília. As principais vias de
acesso para Buritis, partindo de Porto Velho são a BR 364 sentido Ariquemes, a BR 421
sentido Monte Negro e a BR 460 sentido Buritis. A principal via de acesso ao
assentamento, partindo de Buritis é pela Avenida Porto Velho em direção a linha 01,
entrando a direita na linha denominada Rabo do Tamanduá, trafega-se mais seis
17
quilômetros até a entrada do assentamento de mesma denominação. O acesso ao
assentamento também pode ser feito pela Lh C 42 vindo do P. A. Rio Alto, pela Lh C 50
vindo do P. A. Santa Cruz e pela Lh Saracura, vindo do P. A. Menezes Filho. O
assentamento limita-se ao Norte com parte do Seringal S. Sebastião II, a oeste com o P. A.
Menezes Filho e a Gleba Buriti, ao Sul com o P. A. Rio Alto e o P. A Santa Helena e a
Leste com o P. A. Santa Cruz e P. A. Rio Alto. O município de Buritis possui dimensão
territorial de 3.265,809 km², limita-se ao Norte: com o município de Porto Velho, Sul:
com o município de Campo Novo de Rondônia, Leste: com os municípios de Monte
Negro, Alto Paraíso e Ariquemes, e Oeste: com o município de Nova Mamoré.
Figura 03: Croqui de localização e acesso;
4.2. Contexto Socioeconômico e Ambiental da Área de Influência do Projeto de
Assentamento
A bacia hidrográfica de Buritis é representada pelo Rio Candeias, afluente da sub-
bacia do Rio Jaci-Paraná de caráter perene, drenagem dendrítica, principal coletor dessa
micro região, por sua vez afluente da bacia do Rio Madeira, o principal meio de
escoamento hídrico deste Estado. O assentamento Rabo do Tamanduá é privilegiado neste
18
aspecto, pois o Rio Candeias corta ao meio o P.A., gerando possibilidade para futura
irrigação, com vista aos potenciais hidroelétricos existente, e ainda, vários igarapés
afluentes deste. (Mapa A1 em anexo).
O município de Buritis está localizado na parte Centro Oeste do Estado de
Rondônia e pertence à micro região homogênea de Porto Velho. Foi criado pela Lei
Complementar de nº 649 de 27 de dezembro de 1995. Possui área de 3.265,74 km ², e está
situado as margens do Igarapé de mesmo nome, com acesso pela BR 420. A formação da
população está intimamente ligada a fatores como a criação do P. A Buritis e a expansão
de assentamentos rápidos como a Gleba Rio Alto, procedendo à regularização fundiária
executada pelo PF Jaru Ouro Preto, ocorrida na década de 90, com a criação de vários
outros projetos de assentamentos, impulsionou o desenvolvimento desta região, o que
acabou por atrair um contingente populacional em busca de terras e de exploração
madeireira desordenada.
O espaço municipal é compartimentado em áreas de pastagens cultivadas, áreas
com culturas perenes e temporárias que neste caso representam grandemente as áreas
degradadas e agredidas do seu estado natural.
O clima predominante nesta região é o tipo “AW”, tropical chuvoso, caracterizado
por elevadas precipitações cujo total anual compensa a estação seca. Em conseqüência do
relevo, o Município apresenta o clima de transição (tropical continental), que predomina no
prolongamento da Chapada dos Parecis (Pacaás Novos). A temperatura média anual fica
em torno de 24 a 26ºC, a mínima, em torno de 15 a 21ºC, e a máxima, em torno de 28 a
33ºC. A temperatura se torna mais amena nos dias em que ocorre o fenômeno da friagem,
queda brusca de temperatura em conseqüência do deslocamento de camadas frias
provenientes do pólo sul. Os valores da umidade relativa do ar ficam em torno de 80 e
85%. A precipitação pluviométrica média anual varia entre 1.500mm e 2.500mm,
respectivamente menor e maior índice. A queda pluviométrica ocorre entre julho a agosto,
sendo o período de dezembro a maio o mais úmido. A insolação é em média de 1.908
horas/ano.
De acordo com classificação de Koppen e Gaussem o clima incidente na área é
quente e úmido com curta estação seca, com a temperatura média anual variando em torno
de 28ºC, temperatura mais alta em torno de 32ºC. A precipitação pluviométrica média
varia na faixa de 2.000 a 3.000 mm ao ano.
19
As condições ambientais e socioeconômicas de Buritis, favorecem as atividades
agropecuárias intensivas, no uso de capital e tecnologias modernas, fazendo-se necessário,
para isso, a definição clara de programas de modernização da agropecuária do município, a
fim de otimizar o uso de recursos e processos visando o desenvolvimento econômico auto
sustentável. Este município encontra-se inserido na principal região de expansão da
fronteira agrícola do Estado, onde a produção agrícola está agregada a ocupação de
pequenos produtores.
O setor primário é o principal gerador de rendas para a economia municipal, com
predominância na exploração de culturas perenes (principalmente cacau e café) e a
pecuária de corte e leite. O município de Buritis apresenta-se como um grande potencial
leiteiro, sendo uma pequena parte destinada ao consumo interno, e a maior parte destinada
aos laticínios da região do Vale do Jamari.
O município de Buritis destacou-se como uma das cidades com grande incentivo de
oportunidades para o pequeno produtor, devido à maioria das propriedades serem de média
a micro, toda baseada em assentamentos criados pelo INCRA.
A cobertura vegetal caracteriza-se pela floresta fase equatorial subperenifólia, onde
se encontra a mata aberta, cobrindo a maior parte do relevo plano e ondulado. A vegetação
arbórea associada o grande numero de palmeiras e de cipós, formando o dossel florestal da
região, verificando-se hoje um moderado numero de madeiras de lei como castanheiras
(Bertholetia excelsa), as espécies nobres existentes nesta área, grande parte já foram
retiradas, através de corredores abertos pela exploração madeireira.
Em 2010 foram contabilizados no município de Buritis 32.383 mil habitantes,
(IBGE, 2010), o que resultou numa densidade demográfica de 9,92 habitantes por km2.
Segundo dados do IBGE, em 2010 cerca de 18.112 habitantes viviam na zona urbano,
enquanto que 14.271 viviam na zona rural.
Quadro 03: Evolução Populacional Urbana e Rural.
População ANO 2000 ANO 2010 % em 2010
Urbana 13.668 18.112 56,0%
Rural 17.773 14.271 44,0%
Total 25.668 32.383 100,0%
Fonte: IBGE, 2010
20
A ocupação populacional expandiu-se a partir da década de 90 com a abertura da
fronteira agrícola, principalmente em função da criação dos projetos de assentamento do
INCRA. A evolução populacional registrada em 2000 era de 25.668 habitantes, em 2007
de 33.072 habitantes e em 2010 de 32. 383 habitantes, de acordo com dados do IBGE.
Quadro4: Evolução populacional de Buritis
Ano Numero de habitantes
2000 25.668
2007 33.072
2010 32.383
Fonte: IBGE, 2010.
De acordo com a tabela acima de 2000 a 2010 houve um aumento de 4.444 pessoas
na zona urbana, e um decréscimo de 3.502 pessoas na zona rural, ou seja, o crescimento
populacional de Buritis deu-se principalmente em torno da área urbana.
Em 2012 Buritis apresentou 54,2% de receitas (35.481,025) e 45,8% de despesas
(R$30.022,468). O PIB foi de R$ 346.852,00 (2010) e um PIB per capta de R$ 8.835,75
(IBGE, 2008). O PIB do município está composto conforme tabela abaixo:
Quadro 5: Composição do PIB de Buritis
Composição do PIB Valores R$
Valor adicionado na Agropecuária 132.822,00
Valor adicionado na Indústria 29.449,00
Valor adicionado nos Serviços 184.581,00
Fonte: IBGE, 2010.
Atualmente a economia do município é baseada na agricultura, pecuária e extração
vegetal. Segundo dados do IBGE 2010 o zoneamento agrícola do município de Buritis
aponta o cultivo substancial de culturas anuais (abacaxi, arroz, cana de açúcar, feijão,
mandioca, milho e tomate) e perenes (banana, cacau, café, laranja, limão, mamão,
21
maracujá, urucum). Geralmente os agricultores exploram a agricultura de subsistência e
comercializam o excedente.
Quadro 06: Lavoura temporária de Buritis
CULTURA AREA PLANTADA QUANTIDADE
PRODUZIDA
Abacaxi 5 HÁ 86 MIL FRUTOS
Arroz 1.145 HÁ 1.718 TONELADAS
Feijão 1.430 HÁ 518 TONELADAS
Mandioca 2.343 HÁ 46.860 TONELADAS
Milho 5.901 HÁ 10.622 TONELADAS
Tomate 5 HÁ 73 TONELADAS
Mamão 8 HÁ 181 T
Fonte: IBGE, 2010.
Quadro 07: Lavouras Perenes de Buritis
CULTURA AREA PLANTADA QUANTIDADE
PRODUZIDA
Cana de açúcar 5 HÁ 285 TONELADAS
Banana 975 HÁ 8.775 T
Cacau 3.284 HÁ 1.905 T
Café 5.628 HÁ 2.420 T
Laranja 9 HÁ 104 T
Limão 2 HÁ 11 T
Maracujá 5 HÁ 62 T
Urucum 5 HÁ 5 T
Fonte: IBGE, 2010.
Outro segmento que vem chamando atenção do Estado é o investimento em
agroindústrias familiares. No município de Buritis existem algumas iniciativas que
produzem frutos como: fábrica de polpa de frutas, indústria de derivados do leite, mini-
indústria de panificação e beneficiamento do café e outros. Existe ainda um grande
potencial a ser explorado, principalmente pela assistência técnica local. No que se refere à
22
assistência técnica local, a mesma é desempenhada pela EMATER, CEPLAC e
SEMAGRI. O município de Buritis possui em sua estrutura industrial 34 unidades
empresariais de transformação. A maioria é madeireira e as demais são: 02 (dois)
laticínios, 02 (dois) abatedouros de gado, 01 (uma) indústria de despolpa de frutas,
01(uma) indústria de beneficiamento de palmito, 01 (uma) indústria de beneficiamento de
açaí e 06 (seis) pequenas indústrias de fabricação de cabos (vassoura, enxada, cavadeiras
etc.).
Praticamente todas as famílias da zona rural possuem áreas de pastagem, exercendo
principalmente atividade como pecuária de corte e leite. As áreas de pastagem do
município de Buritis totalizam 278.774,5000 hectares, sendo 170.408,2344 hectares de
pastagem cultivada e 4.8400 hectares de pastagem natural.
Quadro 08: Áreas de pastagem de Buritis.
ÁREA DE PAST.
CULTIVADA.
ÁREA DE PAST.
NATURAL.
ÁREA TOTAL DAS
PROPRIEDADES
170.408,2344 4,8400 278.774,5000
Fonte: IDARON de Buritis 2012.
A pecuária tem peso excessivo na economia do município. A criação de gado
bovino (corte e leite), suínos, caprinos, aves, já esta consolidada na região. Atualmente o
município de Buritis destaca-se como o quarto maior rebanho bovino do Estado de
Rondônia, com um total de 436.908 cabeças, conforme tabela abaixo.
Quadro 09: Rebanho bovino.
REBANHO MACHO (QUANT.) FEMEA (QUANT.)
Bovino de corte 125.646 185.856
Bovinos de leite 33.234 92.172
Bubalinos 80 151
Ovinos 844 1.661
Caprinos 129 193
Equinos 2.808 2.740
Muar 32 26
23
Asinina 32 26
Suínos 2.739 3.357
Aves 17.676 55.945
Caninos 2.644 1.411
Felinos 1.183 721
Fonte: IDARON Buritis, 2012.
A piscicultura é uma das atividades que vem crescendo e se fortalece com
possibilidades de se tornar mais uma fonte de renda para o município. Possui ainda
assistência técnica rural em 12 projetos de assentamento, assistidos pela EMATER,
SEMAGRI- Secretaria Municipal de Agricultura e CEPLAC- Comissão Executiva de
Planejamento da Lavoura Cacaueira. O município possui um Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural Sustentável- CMDRS, que tem como objetivo promover o
entrosamento entre as atividades desenvolvidas pelo executivo municipal e entidades
publicas e privadas; apreciar o plano municipal de desenvolvimento rural; sugerir políticas
e diretrizes concernentes à produção, organização dos produtores e a preservação do meio
ambiente.
Na década de 2000, o potencial madeireiro existente no município era de boa
qualidade e baixo custo, fator este que atraiu muitas indústrias para a região. Tal situação
facilitou a abertura das estradas, sendo vitais para o desenvolvimento do município e
trouxe um atrativo populacional muito grande. São esses fatores que fizeram com que
Buritis crescessem desordenadamente, gerando muitos problemas de ordem social.
Atualmente devido à intensa fiscalização ambiental realizada na região, a economia gerada
pela exploração madeireira diminuiu muito, o que acabou gerando desemprego e uma
intensa emigração populacional direcionada ao município de Porto Velho, principalmente
devido ao ciclo das usinas. Na década de 2000, a exploração cafeeira do município era
bastante expressiva, mas devido à crise do café, muitos trocaram os cafezais por áreas de
pasto e perderam suas rendas anuais. É a partir de agosto de 2004 quando se instala o
primeiro laticínio de Buritis, que os agricultores começam a ter uma renda mensal fixa. E é
justamente a produção de leite aliada à criação de gado de corte que tem sustentado a
economia do município.
Atualmente o município de Buritis tem mais de 600 estabelecimentos comerciais
entre eles bares, lojas, restaurantes, postos de combustíveis, farmácias, comercio varejistas,
24
etc. O município conta ainda com uma estrutura considerável. Possui diversas ruas
pavimentadas, porém em péssimo estado de conservação, necessitando urgentemente de
manutenção. O município dispõe dos seguintes órgãos públicos, IDARON- Agencia de
Defesa Sanitária Vegetal e Animal, SEDAM –Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Ambiental de Rondônia, UNISP- Unidade Integrada de Segurança Publica do Estado,
SEFIN – Secretaria de Finanças, INCRA- Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Cooperativa SICOOB, Bradesco,
EMATER e Agência de Correios e Telégrafos.
A Energia elétrica do município é distribuída pela Eletrobrás onde existe uma usina
termoelétrica, sendo que o Programa Luz Para Todos atende atualmente cerca de 900
famílias na zona rural.
O Município de Buritis tem 45 associações voltadas para atividades agropecuárias e
uma Cooperativa. Com relação ao numero de eleitores, existem cerca de 19.465 eleitores
cadastrados, 32.383 pessoas residentes e 11.747 domicílios recenseados.
Segundo dados do IBGE em 2010, contabilizava-se 10 (dez) estabelecimentos de
saúde no município de Buritis, sendo destes, 06 (seis) privados, 03(três) públicos
municipais e 1 público estadual, além de inúmeros consultórios odontológicos.
Quadro 10: Estabelecimentos de saúde de Buritis
Estabelecimento de Saúde Quantidade Porcentagem
Saúde pública estadual 1 10%
Saúde pública municipal 3 30%
Saúde privada 6 60%
Fonte: IBGE, 2009.
Dos equipamentos hospitalares pesquisados pelo IBGE, existem 01 (um)
mamógrafo com comando simples, 01 (um) ultrassom doppler colorido, 02 (dois)
eletrocardiógrafos, 02 (dois) aparelhos de Raio X, sendo um de 100 a 500 mA e outro com
mais de 500 mA. As principais especialidades médicas encontradas são: obstetrícia,
ginecologia, ortopedia, fisioterapia, oftalmologia, pediatria, nutrição, cardiologista, estética
e clinica geral.
25
Atualmente no município de Buritis existem 04 (quatro) escolas estaduais (Escolas
Elvandas Maria de Siqueira, Marechal Rondon, Maria de Abreu Bianco e Josué de Castro).
Pela rede municipal de ensino existem 32 (trinta e duas) escolas na zona rural, sendo 27
(vinte e sete) escolas multisseriadas e 05 (cinco) escolas pólos, que atendem 1.766 alunos.
As escolas municipais da zona urbana somam um total de 05 (cinco), e atendem 3.131
alunos (dados SEMEC de Buritis). A rede estadual de ensino conta com cerca de 5.450
alunos matriculados.
De acordo com a tabela abaixo existem 10.347 alunos matriculados na rede de
ensino e 389 professores, ou seja, estabelece-se a relação de 23 alunos para cada professor.
O cardápio destes alunos é baseado em arroz, feijão, macarrão, frutas, verduras e
legumes, oriunda da agricultura familiar através do PNAE (Programa Nacional de
Alimentação Escolar). Para locomoção destes alunos a prefeitura conta com uma frota e
36 ônibus, sendo 30 (trinta) locados e 06 (seis) próprios.
Existem extensões de instituições de ensino superiores, como Claretiano,
UNITINS- Universidade do Tocantins, ULBRA- Universidade Luterana do Brasil, UNIR-
Universidade Federal de Rondônia e Unopar - Universidade do Paraná. São ofertados
cursos como Pedagogia, Gestão Pública, Serviço Social, e é justamente por causa do
pequeno leque de cursos oferecidos, que muitos alunos se deslocam todos os dias, em três
ônibus particulares até o município de Ariquemes para estudar em instituições de ensino
superior como FAAR- Faculdades Associadas de Ariquemes, FAEMA e FIAR, onde o
leque de cursos ofertados é maior e mais convidativo.
Quadro 11: Educação de Buritis.
Series Docentes por
serie
N de escolas Matricula por
serie
Fundamental 299 83 7.449
Pré-escola 22 6 501
Médio 68 4 1.105
Fonte: IBGE, 2010
O município encontra-se desprovido de rede de abastecimento de água e de esgoto.
Fator este que gera um grave prejuízo a saúde dos municípios, pois como a ocupação da
26
zona urbana do município ocorreu de forma desordenada, gerou-se um grande contingente
de fossas negras, que acabaram por contaminar o lençol freático do município. A coleta de
lixo ocorre de forma regular, e todos os sólidos orgânicos e inorgânicos são destinados ao
lixão municipal.
O município de Buritis possui inúmeros projetos de assentamentos, sendo mais de
90% destes sem titulação. A questão fundiária é bastante grave, o que é demonstrada na
situação ocupacional, onde encontramos mais ocupantes do que assentados regulares, além
da grande quantidade de lotes aglomerados e lotes subdivididos, muitas vezes com até seis
famílias por parcela, o que exigirá da instituição competente empenho na busca de políticas
de inclusão social, para solucionar o problema de regularização dessas famílias. O
município de Buritis ainda é muito carente de investimentos nas áreas de educação e saúde,
o que compromete a longevidade da população, necessitando de uma melhor distribuição
de renda no município.
Em relação ao seu enquadramento no Zoneamento Sócio-Econômico e Ecológico
de Rondônia – 2ª Aproximação – Ano 2.000, realizado pelo PLANAFLORO – Plano
Agropecuário e Florestal de Rondônia, a região da cidade de Buritis e vizinhanças - estão
inseridos na Zona 1 – Áreas de Uso Agropecuário, Agroflorestal e Florestal. Tal
enquadramento – Zona 1 – destinação para atividades agropecuárias e agroflorestais,
define áreas para diferentes fins, principalmente agropecuário, com graus variáveis de
ocupação e de vulnerabilidade ambiental. A região de Buritis está na Sub-Zona 1.2 – onde
predomina a cobertura florestal natural, em processo acelerado de ocupação, com
conversão da floresta. Sua aptidão agrícola é predominantemente regular e sua
vulnerabilidade natural à erosão é predominantemente baixa a média. Esta zona obedece às
seguintes diretrizes:
a) Manter ou recuperar nas Propriedades Rurais pelo menos 40 % da cobertura
florestal, admitindo-se, mediante aprovação do órgão ambiental competente, medidas
compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes;
b) Condicionar os desmatamentos incrementais às potencialidades, às fragilidades
naturais e ao uso da terra pretendida e, em especial, no contexto de programas de reforma
agrária em processo de implementação;
27
c) Recomendar o incremento da produtividade agropecuária nas áreas convertidas,
baseado em técnicas agrícolas mais modernas, envolvendo insumos e práticas de manejo,
em conformidade com as condições de aptidão agrícola;
d) Acompanhar com regularização fundiária os processos de ocupação. O mapa 1
mostra a distribuição das zonas e subzonas do ZSEE do Estado de Rondônia.
Mapa 01 - Distribuição das zonas e subzonas do ZSEE de Rondônia nos
municípios selecionados.
Fonte: Governo do Estado de Rondônia.
5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO
5.1. Condições físicas e edafoclimáticas do Projeto de Assentamento Rabo do
Tamanduá
5.1.1. Relevo
A área do PA Rabo do Tamanduá apresenta em sua maioria grandes áreas composta
por relevo suave ondulado, o que dificulta o processo de mecanização das terras a serem
exploradas. A exploração sem consciência das técnicas de zoneamento, como ocorreu, fez
com que as áreas hoje desmatadas e em processo de degradação, não se prestem
novamente para a exploração agropecuária, e até mesmo, não proporcione adequadas
28
condições para evolução social – produtiva - econômica das famílias, em função de sua
topografia, devendo realizar a adequação das mesmas em função do Zoneamento do
Estado.
Quadro11: Classe de relevo e de declividade existente no imóvel
Classe de
relevo
Classes de declividade Área Área
% Graus % Há
Plano 0-2 0º - 1º 08´
45´´ 0,0 -
Suave
ondulado
2-5 1º 08´45´´ - 2º
51´45´´
2.193,4145
Moderado
ondulado
5-
10
2º 51´45´´ - 5 42´
38´´
1.395,8092
Ondulado 10-
15
5º 42´38´´ - 8 31´
51´´
398,8026
Forte ondulado 15-
45
8º 31´51´´ -
24º13´40´´
-
Montanhoso 45-
70
24º13´40´´ -
34º59´31´´
Escarpado >70 >34º59´31´´
Total 100,0 3.988,0263
Fonte: Laudo de Vistoria para Criação do PA Rabo do Tamanduá-2008
5.1.2. Solos
Os solos da Região Amazônia apresentam uma grande diversidade e a constante
alternância de tipos em espaços pequenos. No município de Buritis, ocorre predominância
de Latossolos, Argissolos, Neossolos e Gleissolos, com abrangência deste para o PA Rabo
do Tamanduá, com predominância do terceiro nível categórico distrófico.
O Latossolo vermelho-amarelo distrófico geralmente encontra-se em relevo plano,
ocupando uma determinada área. Apresentando uma fertilidade natural que varia de baixa
a muito baixa, necessitando de correção e adubação.
O Argissolo é um solo constituído por material mineral, que têm como
características diferenciais a presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa,
ou alta conjugada com saturação por bases baixas ou caráter alético, apresentando
fertilidade natural que varia de baixa a muito baixa, necessitando de correção e adubação.
29
O Neossolo é um solo pouco desenvolvido, por apresentar moderada
intemperização. Por ser rasos se apresentam com pouca aptidão agrícola, podem-se
diferenciar as camadas superficiais, através da cor e textura.
O Gleissolo é um solo pouco desenvolvido, apresentando o horizonte Gleissolo, ou
seja, horizonte de cores cinzentas decorrentes de hidromorfismo, também se apresenta com
dificuldades para implantação de técnicas agrícolas por apresentarem períodos de
inundação que corresponde ao período chuvoso, dificultando assim o desenvolvimento de
plantas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, os principais tipos de
solos encontrados no PA Rabo do Tamanduá são os seguintes:
PVa14- Associação de PODZOLICO VERMELHO - AMARELO fase
moderadamente rochosa relevo ondulado + PODZOLICO VERMELHO AMARELO, fase
muito rochosa relevo forte ondulado, ambos ÁLICOS Tb A moderado textura média
argilosa fase floresta equatorial subperenifólia-subcaducifólia.
Ad2- SOLOS ALUVIAIS DISTRÓFICOS- Tb A moderada textura indiscriminada
fase floresta equatorial higrófila de várzea relevo plano de várzea.
Esta ultima classe de solos se faz presente as margens dos Rios Candeias e São
Domingos, onde se evidencia a presença de solos totalmente rochosos com relevo forte
ondulados. Não há ocorrência de grandes concrecionários, ou seja, matacões de pedras que
servissem de entrave a mecanização, com estes parâmetros também altera os níveis de
aproveitamento dos solos componentes destas áreas, que apenas na parte sul do imóvel
encontra um relevo mais movimentado, mas nada que servisse de entrave para ocupação
por parte de pequenos agricultores, nestas áreas foram encontradas as melhores plantações
de café (Coffea Arábica) e cacau (Theobroma cacao), nestes solos presenciamos
agricultores desenvolvendo culturas de milho (Zea mays), com uma boa produção.
O PA Rabo do Tamanduá apresenta pouca diversidade produtiva, pois os solos
estão em processo de degradação, e se não houver ações no sentido de correção e adubação
do solo, poderão se tornar improdutivos futuramente. Entretanto, como pode ser verificado
in loco existem áreas dentro PA que apresentam boa produção, como a do Sr. Salvador,
residente na linha Seringal São Pedro cultivando feijão, milho, entre outras culturas e
obtendo ótimos resultados, já na região da linha C 42 e C 46 o solo apresenta fertilidade
relativamente baixa.
30
A nova Classificação Brasileira de Solos foi iniciada em 1979 e em 1999 foi
divulgada a 1ª edição da classificação e, em 2006 a 2ª Edição. A classificação Brasileira foi
baseada no Sistema Americano modificado por Thorp e Smith em 1949. Alguns conceitos
e critérios da Nova Classificação Americana (Estados Unidos, 1975) e do mapa mundial de
solos da FAO/UNESCO, 1974, foram assimilados pela nova classificação. O sistema é
morfogenético, multicategórico, descendente, aberto e de abrangência nacional. Em se
tratando de uma classificação moderna, ela se baseia em propriedades (atributos) e
horizontes diagnósticos. O Sistema Brasileiro compreende 06 (seis) níveis categóricos,
compreendendo 13 classes no 1º nível (ordens). Seguem– se os seguintes níveis: 2º nível
(subordens), 3º nível (grandes grupos), 4º nível (subgrupos), 5º nível (famílias) e 6º nível
(séries). As 13 classes do 1º nível categórico são: Argissolos, Cambissolos, Chernossolos,
Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos, Neossolos, Nitossolos, Organossolos,
Planossolos, Plintossolos e Vertissolos.
Mapa 02: Divisão das Zonas e Subzonas do ZSEE do Estado de Rondônia.
Fonte: SEDAM-RO.
31
Todavia, esta realidade já esta alterada, pois houve a ação das culturas sobre a mata
virgem no intuito de elevar a produção agropecuária da região, mudando
significativamente a vegetação da região em relação à data de implantação do PA.
5.1.3. Recursos Hídricos
O PA dispõe de recursos hídricos em quantidade suficiente para consumo humano.
A maioria dos assentados utiliza para consumo próprio água de poço amazônico, que por
sua vez, tem aspecto límpido. Alegam ser de boa qualidade, apesar de não obterem análise
física, química e bacteriológica da água. Os córregos que percorrem o P. A. passam no
centro do mesmo, apresentam vegetação ciliar bem regenerada em alguns locais, no
entanto, quando se aproxima da floresta, a mata se mantêm em bom estado de conservação.
O principal problema é o desmatamento da mata ciliar em algumas áreas do percurso dos
rios, que provoca grandes transformações maléficas na natureza como sucos, erosão e
voçorocas, que em muitos casos ocasiona dificuldade de reprodução dos peixes, pois na
época da piracema ocorre a pesca predatória, conforme relatam os assentados.
Conforme pode ser visualizada na figura 03, os rios São Domingos e Candeias são
as principais fontes de recursos hídricos para a dessedentação de animais, apresentando
suas margens preservadas, principalmente no encontro das águas.
Figura 4: Encontro das águas dos Rios São Domingos e Candeias.
Fonte: Google Earth.
32
Conforme diagnóstico verifica-se que os agricultores do P. A. Rabo do Tamanduá
desconhecem a existência de outorgas, ou seja, eles utilizam a água para vários fins, sem
preocupar-se com o controle e qualidade da mesma, muito menos com os possíveis
impactos ambientais. A disponibilidade de água dentro do assentamento é satisfatória em
se tratando de volume e aspecto, além dos mananciais hídricos, existe água subterrânea
potável a uma profundidade que varia de 6 a 8 metros de profundidade. O Rio Candeias se
apresenta como principal fonte de água da região, tanto em volume de água quanto em
extensão.
Figura 5: Rio Candeias.
Fonte: ATER/INCRA, 2013.
Um dos problemas levantados durante o diagnóstico foi à poluição do Rio Candeias
devido o uso de defensivos agrícolas. Muitas vezes os agricultores acabam por descartar os
galões dentro do rio, ou a força da água das chuvas carreia o resíduo para os rios,
ocorrendo à contaminação da água que será consumida por animais e ou seres humanos.
De abril a setembro o nível de água do Rio Candeias diminui, e o mesmo é bastante
freqüentado por banhistas, que acabam por deixar excesso de lixo as margens do mesmo.
Durante o período de enchente, de outubro a março, o nível das águas se eleva cobrindo a
maioria destas areias, deixando emersas apenas aquelas onde a vegetação se fixou. Desta
forma, devem-se realizar periodicamente campanhas de conscientização ambiental, além
de mutirões de coleta de lixo no leito do mesmo, a fim de melhorar a qualidade e a beleza
cênica da região.
33
Figura 06: Rio Candeias.
Fonte: Emater, 2013.
O novo código florestal propunha isentar o pequeno agricultor rural da
recomposição da área de reserva legal consolidada, todavia, após a regulamentação exigiu
a recomposição de no mínimo de 50% da área sem prejuízo da área de preservação
permanente. Portanto deve haver um grande cuidado na regularização das áreas ambientais
dentro do assentamento. Pois encontramos parcelas quase que totalmente desprovidas das
áreas de reserva, necessitando, portanto de recomposição, para evitar penalizações futuras.
O projeto de assentamento Rabo do Tamanduá está diretamente influenciado pelas
principais políticas ambientais, devido a sua proximidade a seguintes áreas de preservação:
Parque Nacional dos Pacaás Novos, Flona Bom Futuro, Reserva Estadual Minas Nova e
Reserva Jaci Paraná. Desta forma devem-se realizar mutirões de recuperação das áreas a
serem recuperadas (Reserva legal e Área de Preservação Permanente) e cursos de produção
de mudas, tanto exóticas quanto nativas para reduzir custos e otimizar a recuperação das
áreas supra mencionadas.
34
Mapa 3: Parques, reservas, jazidas e portos de Rondônia.
Fonte: SEDAM.
5.1.4. Flora
A flora predominante é típica da região amazônica, floresta do tipo tropical aberta e
floresta tropical densa com grande concentração de espécies como castanheiras do Brasil
(Bertholetia excelsa). A primeira caracteriza-se por apresentar grandes árvores muito
dispersas, com freqüente grupamento de palmeiras e enormes quantidades de trepadeiras
que envolvem as árvores e recobrem completamente o estrato inferior, e a segunda
apresenta uma vegetação arbórea heterogênea com um sub-bosque constituída por denso
estrato formado pela regeneração das arvores do estrato superior e uma vegetação
herbácea, muito dessa vegetação encontra-se descaracterizada devido os vários anos de
ocupação.
É visível a degradação ambiental dentro do assentamento, principalmente em
algumas parcelas. Devido à ação antrópica de práticas como queimadas e desmatamento
que causaram a perda de muitos exemplares na flora da região. Há que se adotar medidas
de controle ao desmatamento e ações que possam minimizar a erosão e o uso de
35
agrotóxicos, como palestras, cursos e visitas de conscientização que tendem a impactar
positivamente no que tange a recuperação sustentável destes ecossistemas.
Uma das principais causas da degradação ambiental é o fato da maioria da
população estar alheia as práticas de conservação (uso sustentável e racional dos recursos
naturais) e de preservação (recursos que devem ser mantidos com sustentabilidade). Sendo
que as relações de dependência entre a fauna e a flora agravam mais ainda os efeitos da
degradação, pois na natureza muitas plantas, dependem de insetos ou animais para sua
sobrevivência, a nível macro temos como exemplo a castanheira que para ter suas sementes
espalhadas, depende da ação de pequenos animais como cotias, esquilos, macaco prego e
outros animais; e a nível micro temos a destruição de milhares de insetos, fungos e
bactérias, que se alimentam de determinados tipos de plantas da floresta. As destruições de
floresta, em amplas regiões levam a morte de muitos microorganismos, e aqueles que não
morrem precisam se adaptar para sobreviver, muitas vezes comendo o que o homem deixa,
que são muitas vezes as espécies vegetais de pouco interesse econômico. As principais
essências encontradas no P. A. Rabo do Tamanduá, sendo espécies comuns, não
consideradas endêmicas são: Aquariquara (Minquartiaguianensis), Babaçu
(Orbignyaspeciosa), Bandarra (Schizolobiumamazonicum), Breu (Protiumheptaphyllum),
Buritis (Mauritia flexuosa L.f.),
Canela (Prunusavium), Cerejeira (Prunusavium), Copaíba
(Copaíferalangsdorfiidesf), Embauba (Cecropiapeltata), Faveiro
(DimorphandramollisBenth), Garapeira (Apuleialeiocarpa), Imbireira
(Degueliahartschabachii), Ipê amarelo (Degueliahartschabachii), Ipê rosa (Tabebuia
pentaphylla), Ipê roxo (Tabebuia avellanedae), Itauba (Mezilaurus), e protegida por lei a
Castanheira (Bertholletia excelsa).
5.1.5. Fauna
De acordo com o levantamento da 2ª Aproximação do Zoneamento Sócio-
Econômico-Ecológico sobre a fauna do Estado, foram identificadas seis regiões
zoogeográficas (ver mapa 04) no Estado. O assentamento em estudo encontra-se na ZZ-5,
que corresponde à região ao Leste da serra dos Pacaás Novos, a Oeste do Mamoré, ao Sul
do rio Madeira e a Norte do rio Machado ou Ji-Paraná. A equipe de Mastofauna reconhece
36
essa zona como bem delimitada e a de Avifauna, aceita como bem delimitadas, todos os
limites menos o ao leste, feito pelo rio Machado ou Ji-Paraná (a justificativa pode ser em
função da ausência de levantamentos da equipe de avifauna a leste deste rio). Espécies que
representam essa zona são aves comuns, como mutum (Mitu tuberosa), jacamim
(Psophiaviridis), tiriba (Pyrrhuaperlata), araçari (Selenideragouldi); primatas: macaco
aranha (Ateleschamek), macaco prego (Cebusapella); jaguatirica (Leoparduspardalis),
porco-do-mato (Pecari tajacu). Considerando-se que o assentamento esta instalado em
terrenos já antropizados pelas atividades agropastoris mais antigas, e próximas da
comunidade 15 km da cidade de Buritis, a fauna terrestre “selvagem” é de pouca
expressão, e com pequena presença marcada no seu entorno, além de estar presente
também próximo a reserva do Rio Pardo e Minas Nova, com cerca de 20 km, sofrendo
grande influencia dos aspectos ambientais no controle de desmatamento.
Mapa 04: 2ª Aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico sobre a fauna
do Estado de Rondônia.
Fonte: SEDAM, 1999
Os principais problemas de sobrevivência com relação à forte pressão antrópica
dentre elas os desmatamentos para agropecuária, caça predatória e de subsistência que
afetaram a presença da fauna. As principais espécies animais encontradas no assentamento
são: Anta (Tapirusterrestris), Capivara (Hydrochoerushydrochaeris), Cateto (Caitetu
Pecari tajacu), Cobra bico de jaca (Lochesismuta), Cobra Coral (Micruruslemniscatus),
37
Cutia (Dasyproctasp), Onça Pintada (Panthera onça), Paca (Cunniculus paca), Preguiça
(Bradypussp), Queixada (Tayassu pecari), dentre outras espécies.
Os principais pássaros da região são: garças e socós (Ardeidae), bem-te-vis
(Tyrannidae), Anus (Crotophagidae), Sabiás (Turdidae), Urubus (Cathartidae), Curió
(Oryzoborusangolensis), dentre outras espécies.
Figura 07: Curió Oryzoborusangolensis).
Fonte: Emater, 2013.
A grande diversidade de espécies existentes no PA Rabo do Tamanduá, em muitos
casos não pode ser fotografada com facilidade, pois os mesmos se encontram no interior da
mata, porém o canto destes pode ser ouvido por muitos metros, encantando o ouvido das
pessoas que compõe a comunidade local.
Existem na região grandes peixes como Pirararas e Surubins que podem chegar a
mais de 1 metro de comprimento, até peixes menores como os comuns Jundiás e Mandins
de 20 cm. Os hábitos alimentares variam desde os carnívoros predadores (piscívoras) como
o Tucunaré e a Piranha, os onívoros (detritos) como o Curimatã que se alimenta de
sementes, frutos e pequenos artrópodes (frugívoros) como o Tambaquí e o Pacu. A maioria
dos peixes é de piracema, que é o processo de migração reprodutiva (fecundação e
nascimento) que ocorre com a subida das águas nos períodos de enchentes (Dezembro a
Fevereiro), onde as espécies nadam contra acorrente, subindo os cursos d’água, procurando
locais de águas calmas para a desova. Na área dos igarapés, córregos e lagos do
38
assentamento as espécies de peixes mais comuns são conforme abaixo: Traíra (Hoplias
sp.), Piau (Leporinusfasciatus), Tucunaré (Cichlatemensis), Cará (Geophagus
brasiliensis), Jundiás (Rhamdiaspp), Mandins (Bagre marinus), Piranha
(Serrasalmusnattereri), Cachara (Pseudoplatystomafasciatum).
Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são
repletos de diversas espécies de peixes, dentre eles relata o senhor Claudiney França de
Oliveira, ´´um dos principais peixes de couro existentes nos rios nossos é a cachara, mas
o pessoal fala que é o pintado``, todavia o pintado não existe nesta região, sendo o peixe
predominante a cachara.
Figura 08: Cachara (Pseudoplatystomafasciatum).
Fonte: www.pescaeturismo.com.br.
Figura 9: Diferença entre as Espécies.
Fonte: www.pescaeturismo.com.br.
39
5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal
Conforme levantamento de campo realizado pela equipe técnica, verificou-se que, o
assentamento ainda possui em média 45% de cobertura vegetal com mata ou em estagio
avançado de regeneração. Todavia existem parcelas com 100% de desmate, coincidindo
com dados coletados junto aos assentados do PA Rabo do Tamanduá.
Diante de questionamentos realizados pelo IBAMA sobre o INCRA, conforme
matéria da Folha de São Paulo: ´´Incra vai continuar no topo da lista de desmatadores,
mas não pagará multa ``.
O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não será excluído
do topo da lista de maiores desmatadores da Amazônia, mas não pagará as multas no valor
total de R$ 265,6 milhões aplicadas pelo abate de árvores em assentamentos à Reforma
Agrária. Segundo apurou a Folha, são esses os desdobramentos previstos para a crise
deflagrada com a divulgação da lista dos cem maiores desmatadores da floresta, liderada
pelos assentamentos do INCRA. O procurador-geral federal, Marcelo Siqueira, adiantou
que, nos casos em que o INCRA é apontado como responsável por grandes áreas de
desmatamento, a cobrança da multa não será levada à Justiça pela Advocacia Geral da
União. Em vez disso, será aberto um processo de conciliação, que estabelecerá uma forma
de reparar o dano ambiental (Folha de São Paulo, 2013).
Constatar a ação dos processos de colonização de muitas regiões, principalmente
quando tratamos dos aspectos ambientais, lembramos que há décadas atrás com relação à
região amazônica, o lema adotado pelo governo era "integrar para não entregar", não
havendo qualquer preocupação com questões ambientais.
O modelo adotado para ocupação do projeto de assentamento Rabo do Tamanduá,
não foi diferente de outras regiões. Onde as queimadas e derrubada das matas causaram um
forte impacto na existência de diversas espécies arbóreas, o que ocasionou o surgimento de
uma nova cobertura vegetal, as gramíneas. Primeiramente os agricultores iniciam com a
derrubada de uma pequena área para construção da sede do lote, onde se localizam a casa,
chiqueiros, currais, entre outras instalações. Esse processo do estabelecimento de
agricultores no campo, sem levar em consideração os seguintes aspectos: topografia,
cuidados com o solo e aptidão agrícola. Aspectos estes que causam sérias transformações e
nova arquitetura, que, vai se aperfeiçoar no decorrer do tempo naquela região.
40
As principais atividades desenvolvidas no assentamento são o cultivo do café,
cacau e milho, para subsistência familiar e comercialização do excedente. O plantio destas
lavouras corresponde a uma pequena parcela das áreas úteis do assentamento. A maior
parte das áreas é composta por pastagem, para criação de gado bovino de corte e leite,
sendo estas a principal fonte de renda mensal dos agricultores. Estas atividades são
favorecidas pelo tipo de solo, relevo e clima, sendo que a pastagem ocupa cerca de 80 %
da área.
Mapa 5: 2ª Aproximação do Zoneamento Socio-Econômico-Ecológico sobre o uso da
terra do Estado de Rondônia.
Fonte: SEDAM 1999.
O município de Buritis apresenta em seu contexto geográfico grande parte por áreas
consolidadas, como pode ser visualizado na figura. Todavia, a maior parte da área é
formada por pastagens, como pode ser observado na figura abaixo. Tal ação foi realizada
de forma desordenada, buscando aumentar cada vez mais as áreas de pastagens para
exploração da pecuária de corte e para produção de leite.
41
Figura 10: Área desmatada em Buritis/RO.
Fonte: Google Earth, 2010.
No município de Buritis grande parte das áreas é composta por pastos. Nas áreas
onde o solo é mais fértil, predominam praticas agrícolas, favorecendo assim a produção
que compense os gastos com as culturas. Devido a pouca fertilidade natural no
Assentamento as áreas com praticas agrícolas são poucas. Por outro lado, em alguns
municípios a agricultura ocupa uma área muito pequena, inferior a 5% da área total
ocupada com agropecuária, sendo eles: Pimenta Bueno, Pimenteiras, Chupinguaia, Guajará
Mirim, Candeias do Jamari, Itapoã do Oeste, Porto Velho, Costa Marques, Ji-Paraná,
Parecis e Corumbiara. Nos municípios cuja relação é mais equilibrada são: Novo
Horizonte do Oeste, Ministro Andreazza, Machadinho D’ Oeste, Urupá, Alto Alegre dos
Parecis, Mirante da Serra, Nova Brasilândia D’ Oeste, Santa Luzia D’Oeste, Cerejeira,
Cacoal, Alta Floreta D’ Oeste, São Miguel do Guaporé e São Felipe D’ Oeste. Em geral
onde há um predomínio muito grande da área ocupada com pastagem, à pecuária extensiva
destinada ao corte é predominante. Mas há exceções, em alguns municípios, cuja área com
pastagem supera 85% da área ocupada com agropecuária, à destinação da pastagem é a
42
criação de gado leiteiro, como em Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste e municípios de grande
concentração de agropecuária de caráter familiar.
Mapa 6: 2ª Aproximação do Zoneamento Socio-Econômico-Ecológico sobre a
vegetação Estado de Rondônia.
Fonte: SEDAM, 1999
Como pode ser observado no mapa 6, a região onde está inserido o PA Rabo do
Tamanduá possui vegetação de Floresta Ombrófila aberta e áreas antropizadas. Devido à
grande fragmentação da vegetação causada principalmente por queimadas, que
comprovadamente interferem diretamente na qualidade do solo, tornando as terras mais
fracas em decorrência das agressões sucessivas ao meio ambiente. Neste assentamento os
solos possuem fertilidade natural de baixa à fraca, ocorre predominantemente o cultivo de
espécies de gramíneas do gênero Brachiaria. A área ocupada por pastagens, dentre os
cultivares de Brachiaria, caracterizado por formar touceiras, com hábito de crescimento
prostrado e muito bem adaptada à região, resistindo até mesmo aos períodos de estiagens
mais bruscos, além de possuir mérito especial pela sua tolerância às cigarrinhas (Zulia spp.
E Deoisflavopicta), médio valor nutritivo, boa produção de matéria seca e de sementes,
43
apresenta-se palatável, persistência e com distribuição estacional da produção em cerca de
30% na seca e 70% no período das chuvas.
Todavia, o solo não apresenta características naturais à exploração de culturas
anuais em algumas regiões do PA, possuindo fertilidade variável, de forma que a beira dos
rios, os solos são de boa fertilidade e afastando das margens tende-se a piorar a fertilidade.
Porém, com a utilização de técnicas adequadas de correção de solo como adubação,
introdução de espécies de plantas e variedades adaptadas a região é possível mudar esta
realidade, no entanto, a região do PA apresenta grande parte do solo com rochas na
superfície, caracterizando o neossolo, dificultando o processo de mecanização.
Quanto aos agrotóxicos, estes são utilizados em mais 70 % pelos agricultores que
investem principalmente na lavoura do café, feijão e aceiro de cercas. Estes produtos são
adquiridos nas lojas de revenda de produtos químicos em Buritis em sua maior parte,
podendo alguns casos isolados serem provenientes de outros municípios. Mesmo sabendo
dos seus malefícios, os agricultores alegam que não dispõem de práticas alternativas. No
entanto, sabemos que essas pragas poderiam ser prevenidas com a rotação de culturas,
plantio de plantas forrageiras e outras que apresentam aspectos que refletem o controle de
pragas e doenças (repelentes naturais).
Quanto ao destino das embalagens, o assentamento enfrenta ainda questões de
ordens administrativas com o IDARON, conseqüentemente, o destino incorreto destas
embalagens tais como: queimar, reutilizar e enterrar, ainda é uma realidade, os agricultores
alegam que sofrem com o difícil acesso para devolução das embalagens, que deve ser
entregue em Buritis, onde nem mesmo existe posto de recolhimento adequado, persistindo
na queima e reutilização inadequada. As práticas de conservação do solo são essenciais
para a manutenção da sustentabilidade do mesmo, porém, no Projeto de Assentamento
Rabo do Tamanduá as práticas de conservação do solo são simples, tais como:
- Evitar plantar em morro e encosta;
- Manter sempre uma cobertura vegetal sobre a terra;
- Evitar a aração e dragagem em excesso;
- Utilizar composto e matéria orgânica para adubação;
- Evitar desmatamento em morros, encostas e margens de rios e nascentes;
- Fazer rotação de cultura;
- Realizar plantio em curva de nível; e,
44
- Evitar a queima dos restos culturais (plantio direto).
5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente
Da Reserva Legal
Como pode ser observado na figura abaixo (FIG 11), a Área de Reserva Legal
ainda fica a desejar por partes dos assentados, entretanto, eles veem a serem beneficiados
pelo novo código Florestal, onde prevê que a áreas desmatadas até julho de 2008 na
pequena propriedade rural, ficam apenas com a responsabilidade de recuperar as áreas de
Preservação Permanente.
Figura 11: Área do município de Buritis/RO.
Fonte: Google Earth, 2010- Autodiagnóstico.
ATER/ INCRA/EMATER, CTR 11.000/12 (2013).
Da Área de Preservação Permanente.
Como pode ser observado na imagem abaixo (fig. 12), a área de Preservação
Permanente dentro do assentamento está bem conservada nas margens dos rios Candeias e
São Domingos, principalmente na região do encontro das águas dos dois rios. Este é um
grande fator que impulsiona o clima da região, pois conforme relatórios da ONU, a
45
Amazônia é o pulmão do Mundo, pois como é sabida, a mata, controla a umidade da
região, o que determina o índice pluviométrico, favorecendo assim, as atividades
produtivas dentro do Projeto de Assentamento. Outro grande fator que favorece os
agricultores, que apresentam propriedades nos limites destes rios, é o fato de não
necessitarem recompor parte da Área de Preservação Permanente necessária para atender
aos requisitos determinados no Novo Código Florestal.
As matas que circundam os rios, além manter a estabilidade ambiental,
funciona como cílios dos rios, defendendo os mesmos contra erosões e contaminações.
Figura 12: Encontro das águas dos rios São Domingos e Candeias.
Fonte: Google Earth, 2010- Autodiagnóstico. ATER/ INCRA/EMATER, CTR 11.000/12 (2013).
De acordo com a nova lei que rege sobre as Áreas de Preservação Permanente, lei
12.651/2012, que dispõe sobre:
Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas
de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o
suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o
controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e
financeiros para o alcance de seus objetivos. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
46
Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei
atenderá aos seguintes princípios: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas
florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos
recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações
presentes e futuras; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do
papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no
crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na
presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o
compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da
terra e a preservação da água, do solo e da vegetação; (Incluído pela Lei nº 12.727, de
2012).
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em
colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e restauração
da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso
sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas
de vegetação nativa; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e
a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades
produtivas sustentáveis. (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
Contudo, é claro na lei supracitada que a regeneração se dará em médio prazo,
havendo a necessidade dos parceleiros se adaptarem a nova realidade da produção com
sustentabilidade ambiental. No passado e atualmente, a degradação ambiental resulta para
a natureza, consequências desastrosas, ocasionando grandes áreas de solo improdutivo,
poluição das águas e do solo, processo de erosão instalado, perda de exemplares da fauna e
da flora, entre outros, pois a região como pode ser lido nos tópicos acima ainda é rica em
biodiversidade, estando ainda em tempo para que possa ser conservada toda esta riqueza.
47
Gráfico 01: práticas adotadas no PA, como: conservação de solo, existência de erosão,
plantio direto e tipo de preparo de solo;
Fonte: Autodiagnóstico. ATER/ INCRA/EMATER, CTR 11.000/12 (2013).
Como pode ser observado no gráfico acima (gráfico 01), quase não se adotam
praticas de conservação do solo, sendo que tais ações maximizam a qualidade do meio
ambiente, sejam elas: não usar produtos químicos, cobertura do solo, já favorece a
mobilização do Gás Carbônico que afeta a camada de Ozônio.
Todavia, o item a que se refere ao plantio direto é realizado com a dessecação das
ervas daninhas com subsequente plantio de culturas como feijão, arroz, banana, mandioca
entre outras que a fertilidade natural do solo proporciona. Cientificamente, a atividade de
plantio direto traz bons resultados para o solo, entretanto há discussões a cerca da
utilização de produtos químicos na dessecação, podendo muitas das vezes ser um recurso,
quando utilizado com as devidas orientações Agronômicas.
O preparo de solo ainda é predominantemente manual em função da insipiência de
maquinários na região, da forma como é relatada uma pequena porção das parcelas
apresentam erosão, sendo que esta poderia ser eliminada com a realização de terraços em
nível por equipamentos.
48
Gráfico 02: Da APP- Área de Preservação Permanente.
Fonte: EMATER/INCRA, CONTRATO 11.000/2013.
Como pose ser observador no gráfico acima (gráfico 01) os assentados veem se
conscientizando da necessidade de manutenção e recuperação da mata ciliar das parcelas,
necessitando de cada vez mais de acompanhamento técnico de projeto que proporcionem
condições de implantação de grandes custos para o parceleiro.
Todavia, as propriedades não apresentam efeitos maléficos de erosões, o que
poderia resultar em sérios prejuízos para os assentados. Entretanto, foi identificada uma
propriedade com inicio de erosão, porém, foram realizadas as orientação necessárias para
sanar a mesma, como plantio de espécies arbóreas no entorno e o uso de sacos de areia
para conter a força da água até o desenvolvimento completo das plantas.
5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agrossistemas
Este trabalho teve como objetivo construir conhecimento local relacionado ao uso
e manejo dos solos, de forma a contribuir com desenhos de agroecossistemas em bases
mais sustentáveis. Para isso, a pesquisa-ação foi adotada como concepção metodológica e,
por meio de um processo participativo, construiu-se a estratificação dos ambientes do
49
assentamento Rabo do Tamanduá, através da percepção ambiental das famílias e
informações repassadas pelos mesmos. Deste modo, a construção de uma chave de
identificação de solos, a partir da síntese das informações sistematizadas, assim como pelas
ações desencadeadas a partir de temas trabalhados nas atividades desta pesquisa-ação
demonstram que o processo de estratificação ambiental contribuiu na construção do
conhecimento local.
A3 – Croqui da Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistemas.
Fonte: EMATER/INCRA, CONTRATO 11.000/2013.
O processo de identificação visa definir as potencialidades e as limitações da área
do projeto de assentamento, de forma a identificar a estratificação da paisagem é essencial
para compreender os componentes, em uma área heterogênea e homogênea e assim
estabelecer parâmetros baseados na classificação e mapeamento das classes de solos e das
atividades existente dentro do Projeto de Assentamento, de forma a maximizar seu
potencial e melhorar a qualidade de vida das famílias. Estas unidades servem de
50
ferramentas para o uso sustentável da terra e para o planejamento rural no Projeto de
Assentamento.
Desta maneira é possível avaliar as potencialidades e limitações da área, que
ajudará no processo do uso das terras. A estratificação regional apresenta-se com grande
diversidade de fauna e flora, tanta de animais nativos, quando os exóticos.
O PA apresenta diversificação de solo, sendo que possui áreas passiveis de
exploração agrícola, pecuárias, agropastoris, silviculturas, entre outras.
Sobre a importância das Reservas Permanentes das minas e córregos d’água, pois
diante da dimensão territorial, constatou-se que as maiorias das parcelas não possuem mais
a reserva legal e da mata nativa ainda existe no PA. A região do PA Rabo do Tamanduá
apresenta grande influencia de duas grandes áreas de preservação, sendo a Flona Bom
Futuro que divisa com o PA, a Reserva Estadual Minas Nova que fica aproximadamente a
30 km e a Reserva dos Pacaás Novos que fica cerca de 100 km seguindo pela BR 421.
Áreas constituídas pelas Unidades de Conservação de Uso Direto, sendo que estas
são extremamente susceptíveis a erosão, principalmente pelo fato de serem composta por
solos arenosos, sendo necessária a manutenção da cobertura vegetal original.
Estas áreas de conservação da natureza trazem grandes reflexos para o PA, onde a
Flona Bom Futuro esta liberada pela SEDAM-RO para realização do uso sustentável dos
recursos naturais, como o manejo sustentável da madeira, criação em apenas uma pequena
parte da área com pecuária de leite, cultivo de cacau, café e pupunha, entre outras
atividades.
O município de Buritis esta situado nas (sub-zonas 1.2, 1.3, 2.1, 3.1, 3.2) 3.273,30
km2, sendo que o PA Rabo do Tamanduá se insere nas zonas 1.2, 1.3, 2.1, pois, possuem
áreas passiveis de exploração sob manejo sustentado. Desse modo, segundo o ZSEE do
Estado de Rondônia determina que para esta realidade tanto do PA, quanto para o
município de Buritis, as áreas que se enquadrarem na zona 1.2, deverão obedecer a
diretrizes:
- Esforços para a regularização fundiária;
- Controle da exploração florestal;
- Controle do desmatamento;
- Medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais
remanescentes;
51
- Desmatamentos incrementais condicionados às potencialidades e fragilidades
naturais;
- Desmatamentos incrementais condicionados ao contexto de programas de reforma
agrária em processo de implementação;
- Incremento da produtividade agropecuária, baseada em técnicas agrícolas mais
modernas;
- Observação das aptidões agrícolas envolvendo o uso de insumos e práticas de
manejo.
A classe de Latossolo Amarelo distrófico ocupa a menor porção, porem não deixa
de serem observadas as dificuldades quanto ao manejo deste solo. Já os Neossolos
apresentam em maior proporção, o que dificulta os trabalhos agropecuários, em função de
suas características próprias. Estes solos são muitos expressivos nos Morros Florestados,
ocorrem extensivamente também no Planalto Central, são geralmente álicos ou distróficos,
mas podem ser eutróficos em extensões consideráveis nas regiões mais secas e de baixadas
formadas por sedimentos. Ocupa na paisagem, em vias de regra, as áreas de relevo mais
acidentado, com superfícies pouco suaves e áreas de relevo suave mais jovem (rebaixadas).
Conforme o mapa de solos de Rondônia elaborado pelo Serviço Nacional e
conservação de solos EMBRAPA (1983), os solos identificados no assentamento Rabo do
Tamanduá são os solos: Latossolo vermelho-amarelo Distróficos, Latossolos Vermelho-
Escuro; distróficos argissolos e vermelho-amarelo distrófico.
Quanto à aptidão agrícola dos solos, de acordo com os dados colhidos nas oficinas
realizadas no PA, foi possível colher as seguintes informações sobre os solos: 65,7% de
terras predominam como classe de aptidão “boa” para o nível de manejo de alto nível
tecnológico, restrita para o nível de manejo de baixo nível tecnológico e regular para o
nível de manejo tecnológico, sendo que a fertilidade natural é a maior limitação, podendo
receber tecnologias que assegurem total segurança na exploração agropecuária. Em
segundo lugar com 10,80% e em terceiro lugar com 23,5% aparecem às terras sem aptidão
para o uso agrícola, sendo indicada para preservação e conservação do meio ambiente, as
quais são representadas pelas áreas que ocorrem inundações periódicas as margens dos rios
e que apresentam declividade que não proporciona segurança ambiental para ser explorada.
52
GRÁFICO 03: Estratificação dos agro ecossistemas quanto aptidão agrícola no P.A.
Fonte: ATER/INCRA, 2013.
5.1.9. Capacidade de Uso do Solo
Este tipo de classificação diz respeito a problemas conservacionistas onde há
necessidade ou não de defesa das terras contra a erosão e drenagem. Apesar de não fazer
referências diretas a fertilizantes que devem ser utilizados em determinadas culturas
anuais, esta classificação poderá indicar as que melhor se adaptem aos solos, à maneira de
seu cultivo.
A classificação da Capacidade de Uso da Terra, divide as terras em próprias para
cultivo anuais, que inclui as utilizadas sem práticas especiais, as que necessitam de práticas
simples, de práticas complexas e de uso restrito; e as impróprias a cultivos anuais que
abrangem as não adaptadas a cultivo de ciclo curto, mas que servem para pastagem,
florestas ou mesmo para a vida selvática ou para recreação.
Além das cores encontradas nos mapas, que indicam a aptidão das terras a cultivos
intensivos ou não e o grau de dificuldades e riscos a que estão sujeitos sem avarias, são
apresentados números romanos acrescidos dos índices correspondentes às diversas
limitações.
O sistema se baseia nas limitações permanentes das terras e é todo voltado para as
possibilidades e limitações à utilização das mesmas. A intensidade de uso representa a
maior ou menor mobilização imposta ao solo, expondo-o a certos riscos de erosão e/ou
perda da produtividade. Normalmente o uso com culturas anuais impõe alta intensidade de
uso. Já com vegetação natural os riscos são bem menores.
53
A4 – Mapa da Organização Territorial Atual.
Fonte: ATER/INCRA, 2013.
No mapa A4, verificamos que a área da Reserva Florestal existente, ocupa cada vez
menor, onde segundo os assentados estima-se uma área de 13,94%, sendo que a área
utilizada nos processos produtivos atinge um valor de 86,06%.
De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação da Capacidade de Uso,
possivelmente o sistema mais influente de todos, sendo este reproduzido no Brasil em
função do Manual de Conservação do Solo dos EUA para agrupar solos em classes de
capacidade de uso para planejamento agrícola com a realidade Brasileira, principalmente
sob um enfoque de produção sustentável, isto é, uso sem degradação e nem perca das
características físicas, químicas e biológicas do solo. Este sistema agrupa os solos em oito
classes, sendo que os solos do PA Rabo do Tamanduá podem ser agrupados nas classes II,
III, IV, V e VI, classes caracterizadas no Mapa.
54
Classe II – São solos que requer uma ou mais práticas especiais de fácil execução a
fim de poderem ser cultivados segura e permanentemente com a produção de colheita de
média e elevada, com problemas simples de conservação.
Classe III – São solos que requerem medidas intensivas ou complexas a fim de
poderem ser cultivados seguro e permanente com produção de colheita entre média e
elevadas, com problemas complexos de conservação.
Classe IV – São terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada,
com sérios problemas de conservação.
Classe V – São terras cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas
permanentes e adaptadas, em geral, para pastagem ou reflorestamento, sem necessidade de
práticas especiais de conservação.
Classe VI – São terras impróprias para uso agrícola, pois apresentam problemas
especiais de conservação, podendo ser destinadas à preservação da flora e da fauna
silvestres ou para fins de recreação, turismo ou de armazenamento de água.
Esse sistema de classes de aptidão agrícola, também considera uma estimativa de
viabilidade de redução dos problemas através do uso de capital e técnicas, vale ressaltar
que existem problemas mais complexos que outros, e que possivelmente por falta de
capital, contexto de agricultura familiar, para os mesmos não haverá técnicas de redução,
porém existem técnicas de convivência, as quais sintetizam as qualidades do ecossistema
em relação a cinco parâmetros: nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão, sendo
manejos aplicáveis à agricultura familiar, proporcionando, dessa forma, uma produção
satisfatória.
Os solos da terra firme da Amazônia, em sua maior parte, são muito pobres em
nutrientes. Na ausência de adubação, em geral proibitiva por contingências econômicas, a
agricultura e as pastagens são consequências naturais no que se refere à nutriente. No
entanto, o uso da terra depende de diferentes fatores e, é possível que a utilização de
grandes áreas como reservas extrativistas e a agrosilvicultura, sejam, no momento, as
formas de utilização mais adequadas para não comprometer demasiadamente um potencial
de riqueza genética e ambiental únicos.
Os solos do PA em questão são classificados da seguinte forma:
2(a)bc – são solos com limite de aptidão para cultivo de lavouras.
55
2bc – são solos inaptos para cultivo de lavouras em sistema primitivo, porém
apresenta
aptidão regular para cultivos de lavouras em sistemas de nível tecnológico
médio e de alto nível.
3(bc) – são solos inaptos para cultivo de lavouras em sistemas de baixo nível
tecnológico, e apresenta aptidão restrita para os níveis de manejo semidesenvolvido e
de alta aplicação tecnológica.
3(c) – são solos inaptos ao cultivo de lavouras em sistemas de baixo e médio
nível tecnológico, sendo restrita a aptidão para cultivos de lavouras em sistemas de
alto nível tecnológico.
Significando que são solos que apresentam como alternativa de utilização, o
cultivo de
lavouras, salvo as devidas restrições de uso nos níveis de manejo de média a
intensa
viabilidade de melhoramento e conservação do solo, sendo a classe b
considerada economicamente compensadora, enquanto que a classe c depende das
possibilidades individuais dos agricultores.
4p – são solos de aptidão restrita ao cultivo de pastagem plantada.
5(s)N – são solos com restrita aptidão para silvicultura e bons para pastagens
naturais.
5(s)n – são solos de restrita aptidão para silvicultura e regulares para pastagens
naturais.
5(sn) – são solos de restrita aptidão tanto para silvicultura quanto para
pastagens naturais.
5(s) – solos inaptos para pastagens naturais, de aptidão restrita para exploração
da silvicultura.
6 – solos inaptos para uso agrícola.
56
Mapa 07: aptidão do solo.
Fonte: Governo do Estado de Rondônia.
5.1.10. Analise Sucinta das Potencialidades e Limitações dos Recursos Naturais e
da situação Ambiental do Assentamento
Diante do contexto atual em que vivemos no Estado de Rondônia, grandes são as
potencialidades que o Estado tem para serem exploradas, tomando a palavra do diretor da
maior Feira do Agronegócio estadual, onde ele relata: ´´Temos possibilidade de
desenvolver projetos muito interessantes, pois Rondônia é o Estado da reforma agrária e
da agricultura familiar. E a presença de grupos de investidores é o primeiro passo para
que muitos projetos aconteçam dentro do nosso Estado. Durante o evento ele ainda
ressaltou que nosso estado é uma das últimas fronteiras para o desenvolvimento do
agronegócio nacional, além da estrutura fundiária de Rondônia, em que predominam a
pequena e a média propriedade, favorece a formação de parcerias com grupos
57
empresariais e cooperativas do sul do país, a fim de desenvolver a capacidade
empreendedora do Estado”.
O maior problema questionado sempre pelos parceleiros é a falta de documentação
das propriedades, como o titulo, planta e memorial descritivo, além da dificuldade de
acesso as licenças ambientais necessárias para explorar as atividades.
Do ponto de vista produtivo, a região apresenta potencial para Manejo Florestal
Sustentável que é a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos,
sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto
do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas
espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a
utilização de outros bens e serviços florestais. Uma ação desta magnitude traz reflexos
positivos para saciar os erros do passado no que tange ao desenvolvimento sustentável,
tendo em vista que o passado deixou reflexos negativos nas áreas de assentamento em
função do desmatamento desacelerado, causando sérios prejuízos à fauna e flora. Deste
modo, o projeto de assentamento Rabo do Tamanduá apresenta um grande potencial para
exploração sustentável da madeira ainda pouco existente, possibilitando uma renda extra às
famílias ali residentes. Com uma atividade de exploração em execução permite aumentar a
demanda de empregos e melhorar a infraestrutura terrestre. Todavia, para que esta
atividade seja executada, há a necessidade de regularização fundiária das propriedades,
sendo o primeiro passo a realização da topografia do PA.
O solo da região apresenta baixa fertilidade natural, o que não permite a exploração
intensiva do mesmo para culturas anuais na totalidade do PA, porém como foram relatadas
atrás, as áreas localizadas as margens dos rios mostra fertilidade relativamente boa para
exploração de culturas anuais, como feijão, arroz, milho, onde estes apresentam
declividade ondulada, presença de alumínio tóxico que limita em grande parte a produção.
Alguns agricultores como relata o Senhor Salvador residente na linha Seringal São Pedro a
beira do rio São Domingos, que cultiva anualmente arroz, feijão e milho, tem bons
resultados. A correção de solo com a prévia realização de analise do solo favorece o
aumento da produção destas culturas, com o intuito de aplicar calcário e fertilizante na
proporção correta.
A cultura do café apresenta produtiva baixa na região, porém ainda assim é uma
alternativa para exploração, tendo em vista que, por ser perene pode ser explorada em
58
terrenos suave a ondulados com aplicação de pequenas técnicas sobre a capacidade de uso
do solo. Esta atividade merece grande importância para o estado de Rondônia, pois foi ela
que gerava recurso para subsidiar a presença das famílias no campo. O café é a cultura
perene mais difundida no Estado de Rondônia, compondo uma das principais fontes de
renda de inúmeras famílias da zona rural. De modo geral, o cultivo do café robusta em
Rondônia é feito em pequenas glebas, com baixo nível tecnológico e grande
aproveitamento de mão de obra familiar. Cerca de 90 % da área cafeeira é plantada com a
espécie robusta, sendo a cultivar conilon utilizada em aproximadamente 95 % das
propriedades (Embrapa Rondônia Sistemas de Produção).
Segundo a Embrapa Rondônia em sistemas de produção, um relevo que de modo
geral seja suave ondulado, com declividade entre 2,5 e 12%, apresentando boa drenagem,
ausência de camadas adensadas e livre da ação de ventos frios, podendo ser mecanizável e,
não exigir severas práticas de conservação do solo; a profundidade efetiva desse solo deve
ser de pelo menos 1,2 m, não constando afloramento de rocha e nem presença de pedras e
cascalhos; a textura deve ser média a argilosa, com bom favorecimento a retenção de
umidade e de nutrientes, tendo boa resistência à erosão; a estrutura mais adequada é a
granular de tamanho médio, favorável ao desenvolvimento das raízes, e com boa absorção
e disponibilidade de água e nutrientes; a porosidade deve estar em equilíbrio com cerca de
50% sólido, 25% água e 25% ar, contribuindo para o bom arejamento do solo,
armazenamento de água e aproveitamento de nutrientes pelas plantas. O que mostra que o
potencial de algumas áreas dentro PA pode ser implantado sistemas de produção de café,
entretanto outras não se prestam a cultura.
O cacau e a pupunha são espécies nativas que se adaptam muito bem ao clima e
solo da região, podendo ser alternativas para geração de renda e consorcio de plantas para
recuperação das áreas de preservação permanente e de reserva legal, podendo haver
limitação ao plantio em função do acesso difícil as mudas de qualidade superior e insumos
para fomentar a produção.
A aqüicultura é a produção de organismos aquáticos, como a criação de peixes,
moluscos, crustáceos, anfíbios e o cultivo de plantas aquáticas para uso do homem. A
maricultura refere-se especificamente a aqüicultura marinha, enquanto a piscicultura
refere-se ao cultivo de peixes principalmente de água doce, enquanto a carcinicultura é a
criação de camarões. Esta atividade é praticada há muito tempo, existindo registros de que
59
os chineses já a cultivavam vários séculos antes de nossa era e de que os egípcios já
criavam a tilápia-do-nilo (Sarotherodon niloticus) há 4000 anos.
Atualmente, a aquacultura é responsável pela produção da metade do peixe
consumido pela população mundial. De acordo com estudos, a produção de peixes através
de aquacultura triplicou entre 1995 e 2007 (Wikipédia- Aquacultura). De acordo com a
FAO (Food and Agricultural Organization), órgão das Nações Unidas responsável pelo
estudo dos problemas de alimentação no mundo, um hectare cultivado com peixes produz
mais do que com qualquer outro animal.
10.1.11. Análise Sucinta do PA Rabo do Tamanduá
No Brasil, a maior parte das atividades relacionadas na analise sucinta das
potencialidades do PA ocorrem em propriedades rurais comuns. Entretanto dentro do PA
Rabo do Tamanduá o fator limitante para produção é a falta de regularização das
propriedades, para acesso a licença de trabalho e comercialização dos peixes, sendo que a
água que percorre o PA apresenta boa qualidade para o desenvolvimento dos peixes. Um
grande potencial desta atividade para o projeto de Assentamento é a utilização de pouca
mão-de-obra, a piscicultura nos açudes e represas não conflita com as demais atividades
desenvolvidas na propriedade, pelo contrário, é um complemento muito proveitoso, dado
que tem a característica básica de reciclar subprodutos e resíduos, transformando-os em
proteína animal, desta forma, as fontes de água existentes dentro do PA aparecem como
forte alternativa econômica.
Desta forma toda atividade exploratória para ser implantada na região do PA Rabo
do Tamanduá, deve ser precedida de estudo de planialtimetria e altimetria das áreas, onde
será implantado o projeto, pois ocorrem variações limitantes dentre deste espaço
geográfico, o que pode acarretar sérios prejuízos ao produtor e subestimar o potencial
existente.
60
5.2. Organização Espacial Atual.
Mapa 08- Organização Espacial Atual dos assentados.
Fonte: ATER/INCRA, 2013.
Mapa 09- Organização Espacial Atual das igrejas e escolas.
Fonte: ATER/INCRA, 2013.
61
O projeto de assentamento Rabo do Tamanduá possui as seguintes delimitações:
Ao Norte com o TD S. Sebastião II e o P. A. Santa Cruz;
Ao Leste com o P. A. Menezes Filho e a Gleba Buriti;
Ao Sul com o P. A. Rio Alto e o P. A Santa Helena;
Ao Oeste com o P. A. Rio Alto.
A capacidade do projeto de assentamento é de 124 beneficiários, atualmente
existem 64 famílias cadastradas no SIPRA - Sistema de Informação do Programa de
Reforma Agrária. O assentamento possui 05 (cinco) pontes e cerca de 43 quilômetros de
estrada de chão. O abastecimento de água do assentamento é realizado pelo Rio Candeias,
o Rio São Domingos e pequenos igarapés que cortam o assentamento. Quando o Programa
Luz Para Todos chegou, quase todos os agricultores já tinham colocado energia particular.
O assentamento detém uma escola multisseriada e um templo da Igreja Assembléia de
Deus. A única associação representativa do assentamento, a associação Barra do Dia
possui sua sede dentro do Projeto de Assentamento Buritis. Distribuído por suas linhas e
travessões, existem 08 (oito) tanques de leite com capacidade que variam de 300 a 1.500
litros. Ao todo o assentamento possui trinta curais e cinco ordenhas mecânicas localizadas
na linha Seringal São Pedro.
5.3. Situação do Meio Socioeconômico e Cultural
5.3.1 Histórico do Assentamento Rabo do Tamanduá
O Projeto de Assentamento Rabo do Tamanduá foi criado no dia 22 de dezembro
de 2008, situado no município de Buritis e reconhecido pelo SIPRA RO-0180000 com área
desapropriada de 3.988,0263 hectares. Apesar de sua recente criação, o mesmo é originário
de um processo de compra e ocupação iniciado em 1993. A área desapropriada
correspondia a um seringal explorado por antigos seringueiros (soldados da borracha) de
Porto Velho. Com a baixa do preço do látex este tipo de atividade entrou em decadência, e
os seringueiros ficaram na área até efetivar sua venda. Não há registros de conflitos de
terra para ocupação do PA, ou seja, o processo de ocupação da área se deu pacificamente,
ou seja, as primeiras pessoas que compraram grandes áreas de terra dentro do seringal
acabaram por dividir essas áreas em lotes menores e vendê-las à terceiros. O primeiro
62
morador do PA foi o agricultor Salvador Pinto de Oliveira, que nos forneceu o seguinte
relato sobre o histórico do assentamento: “Cheguei aqui no dia 03 de abril de 1993, só
dava pra vim até a ponte de madeira do Rio Candeias lá em baixo. O seringueiro nos
trouxe aqui para mostrar área em que a gente mora até hoje. A gente desceu por água,
porque na época não tinha estrada, nem picada, o único acesso era descer de barco pelo
Rio Candeias. Ai a gente olhou a terra, gostou e negociou com o seringueiro. Naquela
época eu paguei 60 mil de cruzeiro. Depois de trinta dias eu voltei aqui dei uma entrada
e com trinta dias depois paguei o restante. No dia 25 de agosto de 1993 vim de Cerejeiras
com minha mudança em cima de um caminhão. Vim eu minha mulher e sete filhos.
Veio outra família com a gente , a família do Jose Silva. Eles ficaram em Buritis, porque
não tinha como morar lá em baixo. Minha família ficou morando seis meses embaixo de
uma lona, lá onde é hoje a casa da lavoura. Depois eu comprei uma data e fiz uma casa.
A família ficou morando aqui e eu na área de terra, porque o acesso até lá era muito
difícil. Depois eu fiz um barraco, no final de agosto eu já tinha feito uma derrubada de
15 alqueire. A gente plantou milho, plantou de tudo, plantou moita de capim. E ali a
gente veio abrindo um pouquinho a cada ano. Ai os filhos foram casando e pra cada um
eu dei um pedaço de terra.è de vocês isso aqui. Porque na terrinha que a gente possuía
tinha 28 alqueire, porém só tinha 4 alqueires seco, o resto era tudo brejado, tanto na
frente quanto na fundiária, era quase tudo lagoa nativa. Por esse motivo vendi o lote. A
gente pensava assim, eu tenho sete filhos, amanha ou depois os filhos vão querer um
pedacinho de terra, só tinha 4 alqueire, como é que eu vou dividir pra sete filhos. Foi ai
que eu despertei pra comprar esse pedaço de terra. Hoje tão todos os meus filhos casados
cada um com seu pedacinho de terra. Eu comprei 500 há de terra, na época comprei, eu
José Silva e o Lourinho, depois chegaram outros que compraram de outros seringueiros
e venderam para terceiros. Seringa naquela época os seringueiros não exploravam mais,
ficavam ali segurando a terra para vender. Já tinha muito tempo que não exploravam
seringa. Depois que venderam a terra, os seringueiros desceram o Rio Candeias de
barco, rumo a Porto Velho. Nós sofremos muito quando chegamos aqui, tinha muito
mosquito, o pium, minha esposa quando veio aqui ficou com o rosto inchado. Ai foi com
muita dificuldade que conseguimos ficar aqui. Em 1994 eu localizei uma picada e dela
eu fiz um carreador a moto serra. A primeira estrada foi feita de moto serra, e o carro de
boi era o meio de transporte. A gente levava pessoas com malária aqui de dentro e trazia
63
mercadoria aqui para dentro. Era tanta malária na época. Era muito sofrido, não era
brincadeira não, a gente lá ate hoje. Essa linha Rabo do Tamanduá o IN CRA fez com
uma picada até o Igarapé São Domingos, dali pra frente não tinha mais nada. Depois de
dois anos entrou uma esteira pra tirar madeira, ai os torreiros foram abrindo, foram
fazendo estrada, e chegou até lá em casa, ai fez a ponte, só que levou muitos anos para
fazer a ponte. De 96 a 98 quando o INCRA chegou todos os lotes estavam ocupados, e o
INCRA só veio regularizar a questão do assentamento. O José Silva abriu as estradas
por um lado e eu abri do outro lado. A escolinha surgiu da necessidade das crianças
estudarem. Foi em 1996 que a comunidade construiu uma escolinha de tabuinha
cercada de lascão. Foi dificuldade porque a estrada era ruim. Depois de um tempo a
prefeitura construiu a escola. Hoje quem vai lá vê, fala, mas rapaz hoje vocês tão numa
tranquilidade, que bom que ta aqui próximo da cidade. Mas só nos sabe o quanto foi
sofrido, prá nos chegar no ponto em que está hoje. Hoje temos acesso, pode ir de carro
grande ou pequeno, de moto, hoje facilitou muito”.
As famílias residentes no assentamento são migrantes oriundos de varias regiões do
Brasil. Destacando-se as regiões Sudeste, Nordeste, Sul, Centro – Oeste, e Norte do Brasil,
destacando-se os seguintes estados: Paraná com 28,57%, Rondônia 26,78%, Minas Gerais
16,07, Espírito Santo e Mato Grosso 7,14%, Mato Grosso do Sul (3,57%) e demais estados
como Sergipe, Paraíba, Bahia, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul 1,78%.
Conforme podemos verificar no quadro abaixo, as famílias que iniciaram os processos de
ocupação do P. A. Rabo do Tamanduá vieram do município de Cerejeiras. Conforme
podemos verificar no quadro abaixo.
Quadro 11: Origem das Famílias do Assentamento
Estado de Origem Numero de Famílias %
Paraná 16 28,57
Rondônia 15 26,78
Minas Gerais 09 16,07
Espírito Santo 04 7,14
Mato Grosso 04 7,14
Mato Grosso do Sul 02 3,57
64
Sergipe 01 1,78
Paraíba 01 1,79
Bahia 01 1,79
Pará 01 1,79
São Paulo 01 1,79
Rio Grande do Sul 01 1,79
TOTAL 56 100
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Dos 56 cadastros aplicados no P A Rabo do Tamanduá verificou-se 39 agricultores
regulares e 17 agricultores ocupantes, existem ainda aquelas propriedades que se
encontram em branco sem registro dos ocupantes originais, devido os mesmos serem ex-
beneficiários da reforma agrária. Algumas parcelas encontram-se divididas em pequenas
chácaras, além de lotes aglomerados. Nem todos os moradores do assentamento possuem
tradição agrícola, podemos encontrar funcionários públicos aposentados e vários
comerciantes. A maioria dos agricultores possui aptidão agrícola voltada para a pecuária
leiteira e de corte. Segundo os agricultores a situação econômica melhorou muito,
principalmente com a implantação de laticínios no município, o que garante a compra
direta do leite com renda mensal garantida. Renda essa, que garante além da compra de
alimentos, a aquisição de eletrodomésticos em geral e veículos.
Conforme levantamento da renda, conseguimos encontrar a seguinte situação: 10
agricultores encontram-se na categoria de sem rendimento, 08 (oito) agricultores recebem
até meio salário mínimo, 16 (dezesseis) recebem 1 salário mínimo e 08 (oito) recebem até
dois salários mínimos. Essas categorias de acordo com a realidade do assentamento foram
classificadas como renda baixa, porém destacamos que todos possuem rendimentos sociais
provenientes de benefícios do INSS e ou Bolsa Família. Sete agricultores possuem renda
agrícola de 2 a 4 salários mínimos, sendo considerados renda média. Os agricultores que
recebem mais de 4 salários mínimos foram considerados como renda alta e totalizam um
numero de 7.
65
Quadro 12: Renda dos agricultores do PA Rabo do Tamanduá.
Categoria de Renda Quantidade
Sem rendimento 10
Até meio salário mínimo 8
1 salário mínimo 16
2 salários mínimos 8
3 salários mínimos 5
4 salários mínimos 2
5 salários mínimos 2
Mais de 6 salários mínimos 5
Fonte: Emater - ATER/INCRA, 2013
Em 2008 os agricultores do PA Rabo do Tamanduá foi beneficiado com o credito
instalação apoio inicial, abertura de estradas e eletrificação rural, benefícios estes que
possibilitaram melhorias em suas condições de vida. Os mesmos aguardam ansiosos a
liberação dos créditos fomento, apoio mulher e habitação. Segundo os agricultores um dos
maiores entraves para o desenvolvimento do assentamento é a demora na demarcação das
parcelas. Apesar da maioria dos agricultores fazerem parte do sistema integrado do
programa de reforma agrária, e estarem com os contratos de concessão de uso em mãos,
não há como conseguir financiamentos para custeio ou investimentos na propriedade.
Outro fator que age como barreira é a falta de apoio dos governantes no sentido de
proporcionar maquinários agrícolas, de transporte para escoar a produção e manutenção
das pontes e estradas que dificultam o tráfego retardando o crescimento do assentamento.
5.3.2. População e Organização Social
O projeto de Assentamento Rabo do Tamanduá possui uma extensão territorial de
3.988,0263 hectares, com capacidade para 124 famílias. A densidade demográfica é 1,98
66
pessoas por unidade produtiva, fazendo com que a força de trabalho passe a ser uma
limitação, uma vez que 57,30% da população do P. A é de homens e 42,70% de mulheres.
No que se refere á gênero, verificamos a predominância do sexo masculino com
102 pessoas e do sexo feminino 76 pessoas, e um contingente populacional de 178
indivíduos. De acordo com a tabela abaixo, verificamos que o numero de crianças
corresponde a 33 pessoas, e o numero de adolescentes 18, ou seja, 28,65% da população. A
população de adultos e idosos contabiliza 128 pessoas que corresponde a 71,34% da
população do assentamento. O numero reduzido da população jovem em relação ao
restante da população do assentamento é bastante preocupante, principalmente no que se
refere à força de trabalho no assentamento. Há que se realizar um trabalho que estimule
essa população a ficar no campo, diminuindo assim o êxodo rural, e permitindo que a força
de trabalho se renove dentro do assentamento. O êxodo rural é bastante influenciável
devido principalmente a proximidade do P. A. a sede do município, e a falta de políticas
públicas voltadas para a fixação dos jovens da zona rural.
Quadro 13: População por sexo e Faixa Etária
Idade
Gênero
Homens Mulheres
Até 6 anos 9 11
7 a 10 5 8
11 a 14 7 2
15 a 17 5 4
18 a 24 13 5
25 a 40 23 24
Mais de 40 41 22
Total 102 76
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
A mão de obra utilizada é predominantemente familiar, sendo ocupada nos
diferentes estágios da produção agropecuária, e o papel da mulher é fundamental, pois
67
além de desenvolver atividades domésticas, trabalha ativamente nas práticas agrícolas e
pecuárias da propriedade. O trabalho dentro do assentamento se desenvolve de forma
individual, pois tradicionalmente não se tem costume em participar de sistemas coletivos
de trabalho.
No que se refere ao êxodo rural, o mesmo ocorre principalmente devido à ausência
de infraestrutura no PA. Os jovens do assentamento não percebem a valor de seu trabalho
na propriedade, nem o valor da renda acarretada pelo mesmo, preferem a cidade para dar
continuidade aos estudos. Se não houver investimentos em políticas públicas voltadas aos
jovens do assentamento, a tendência é a mão-de-obra diminuir no assentamento.
As principais atividades produtivas desenvolvidas no assentamento é a pecuária
leiteira e de corte; na agricultura a mais expressiva é o plantio de café. No que se refere a
programas sociais básicos, 17 (dezessete) famílias recebem Bolsa Família, 04 (quatro)
famílias auxilio maternidade, 11 (onze) pessoas são aposentados e 02 (duas) pessoas
recebem pensão por morte. Para acessar os benefícios os agricultores necessitam deslocar-
se até o município de Ariquemes, devido não haver funcionamento do posto do INSS em
Buritis, fator este que acaba por desanimar os agricultores ao requerimento de benefícios.
Gráfico 4: Benefícios sociais recebidos.
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
As principais formas de organização existentes no assentamento são grupos
religiosos e associação (produtores sócios em associações sem sede no P.A.). No
68
assentamento existe apenas um templo da Igreja Assembléia de Deus e um ponto de culto
da Igreja Presbiteriana do Brasil. Existem também duas associações, a Associação Barra do
Dia e Associação dos Produtores Rurais do Rio Candeias. As duas associações
frequentadas pelos assentados têm suas sedes fora da área do assentamento, a participação
de jovens e mulheres na associação ainda é insipiente, a mesma precisa ser estimulada.
Os agricultores não valorizam muito o sindicato, nem percebem a força do mesmo,
só procuram pelo sindicato quando precisam de alguma declaração para requerer
benefícios do INSS.
Gráfico 5: Formas de organização
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
As associações se encontram em fase de reestruturação, não estão articuladas com
as estruturas governamentais, nem com o conselho municipal de desenvolvimento rural do
município.
Analisando a quantidade de famílias no P. A., observa-se que o numero de
membros por cada família é de baixa a média, já que em sua maioria possuem de dois a
quatro membros, incluindo o casal. Há um total de onze parcelas onde residem apenas 1
pessoa. Para o perfil de uma agricultura familiar, quando o numero de membros é muito
baixo, dificulta o processo de produção, pois reduz a quantidade de mão de obra.
69
Quadro 14: Quantidade de membros por família
Numero de membros por família Quantidade de famílias
1 membro 11 famílias
2 membros 11 famílias
3 membros 8 famílias
4 membros 16 famílias
5 membros 7 famílias
6 membros 2 famílias
9 membros 2 famílias
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
5.4. Infraestrutura Física, Social e Econômica
A principal e mais importante infraestrutura existente dentro do assentamento são
os 43 quilômetros de estradas abertas pelo INCRA e pelos agricultores. Apesar do péssimo
estado de conservação, são as estradas que permitem escoar a produção e também a
locomoção e acesso dentro do assentamento.
Outra importante infraestrutura do assentamento é a rede de energia elétrica
instalada de forma particular.
Gráfico 6: Acesso a energia elétrica
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
92%
8%
Qu
anti
dad
e
Energia elétrica
70
O assentamento possui 08 (oito) tanques de resfriamento de leite, as formas de
aquisição dos mesmos foram: recurso próprio, através do laticínio e emenda parlamentar,
sendo que a capacidade dos mesmos varia de 300 a 1.500 litros. Toda produção de leite é
destinada aos laticínios das cidades de Buritis, Ariquemes, Monte Negro e Jaru, sendo
levados através caminhões tanque com resfriadores.
A principal forma de organização coletiva existente no assentamento são as
organizações religiosas, para tal existem pontos de cultos nas casas dos agricultores e um
templo da Igreja Assembléia de Deus.
O PA possui sete pontes de madeira, sendo que estas se encontram sobre os rios
Candeias, São Domingos e pequenos rios sem denominação.
No PA não existe associação com sede no mesmo, porem as duas existentes fora
dele são frequentadas pelos assentados. Estas associações juntas possuem dois barracões e
uma sede.
Existe uma escola multisseriada localizada na linha Seringal São Pedro e um campo
de futebol na linha C-46.
5.5. Sistemas Produtivos do PA Rabo do Tamanduá.
O município de Buritis e o Assentamento Rabo do Tamanduá tem destaque na sua
base agrícola as principais culturas: o arroz (Oryza sativa) que atualmente vem sendo
pouco explorado principalmente por causa de pragas, como a cigarrinha; o feijão
(Phaseolus vulgaris) que está com grande perspectiva de aumento da produção para o
próximo ano (2014), segundo dados da Emater de Buritis; o milho (Zea mays) também
acompanha o processo evolutivo de exploração de feijão; a mandioca (Manihot sp.) ainda é
pouco explorada, porém se apresenta como boa alternativa para geração de renda; a banana
(Musa spp.) apresenta-se bem adaptada à região com grande demanda e boa estabilidade de
produção quando bem controlada as pragas e doenças; o café (Coffea canephora) e o cacau
(Theobroma cacao), também se enquadram na escala de exploração da banana. As culturas
citadas no que compõe a renda agrícola, fazem parte da maior parcela da renda e fonte de
alimentos da população do PA.
Desde o período pioneiro da colonização de Rondônia, a cafeicultura é a lavoura
mais expressiva em área plantada. Em todos os municípios do Estado cultiva-se café
71
Robusta e Conilon. Com relação ao perfil tecnológico da cafeicultura rondoniense, admite-
se que a atividade cafeeira seja explorada em pequenas propriedades rurais, em geral de 25
a 100 ha, abrangendo cerca de 30 mil unidades de produção, ou seja, 25% dos
estabelecimentos rurais cadastrados em Rondônia, portanto a cafeicultura representa,
juntamente com a pecuária bovino leiteira, as principais fontes de renda financeira para as
famílias da zona rural. No PA Rabo do Tamanduá, esse diagnóstico não difere dos outros,
sendo estas as principais atividades agropecuárias exploradas.
O PA apresenta grande expressão na produção de carne e leite, mas no que diz
respeito às culturas anuais e perenes, as quais deveriam predominar para que ocorresse a
diversificação de renda, praticamente não existente, apenas alguns produtos conservam os
traços da diversificação.
Pode ser identificada dentro do PA a existência de um SAF’s, café (Coffea
canephora), cacau (Theobroma cacao) consorciado com essências florestais, pupunha
(Bactris gasipaes), banana (Musa spp.) e algumas frutíferas da família dos citros, sendo
que, inicialmente as produções eram em regime de subsistência, atualmente muitos
produtores já alcançaram um nível de produção que foi necessário à comercialização do
excedente. Nas reuniões, visitas técnicas e oficinas realizadas no PA, observaram-se a
aceitação dos assentamentos no cultivo, principalmente, de hortaliças, sendo que, a
pecuária leiteira é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas e o uso de
pastagens como base da alimentação do rebanho proporciona redução nos custos de
produção em comparação com sistemas que utilizam grãos na dieta. No entanto, foi
diagnosticado pelos produtores que um grande entrave a produção do leite é a falta de
estabilidade da produção forrageira, bem como o intenso ataque de cigarrinha e a
degradação das pastagens, reduzindo a produção de forragem, e conseqüentemente, a
produção de leite. Outro fator importante ressaltado pelos assentados é a falta agregação de
valor as matérias primas produzidos no PA, por exemplo, o leite, deveria ser pasteurizado
para ser comercializado na cidade e o café ser torreifado para ser comercializado em
pequenas embalagens.
72
Figura 13: Vaca utilizada para ordenha.
Foto: Bovinocultura de leite
A baixa produção animal nos trópicos é atribuída, principalmente, a uma nutrição
inadequada, em consequência da sazonalidade na produção forrageira. Durante os meses de
alta precipitação, o pasto apresenta maior velocidade de rebrota, o que resulta em adequado
desempenho animal. Entretanto, durante a seca ocorre perda de peso, em consequência do
baixo consumo de matéria seca digestível, atribuído ao fato do pasto estar maduro e a baixa
disponibilidade de forragem (EUCLIDES et al., 1990 citado por Monteiro, 2009).
Conforme Gomide et. al. (1985) citado por Monteiro (2009), após 06 meses de
forragem abundante, sobrevém o período de seca em que os pastos, são submetidos ao
subpastejo, completam seu ciclo e tornam-se fibrosos, com baixo valor nutritivo; o
superpastejado oferece quantidades mínimas de forragem para o rebanho. Em qualquer dos
casos, o resultado é a subnutrição e comprometimento da saúde, fertilidade e produtividade do
rebanho.
Em muitas das propriedades dentro do PA Rabo do Tamanduá a expansão das áreas de
pastagens chegou ao seu limite, e o crescimento da atividade agropecuária depende da
intensificação e tecnificação do uso da terra. Espécies forrageiras como o Mombaça (Panicum
maximum) que aumentam a produtividade animal e com um processo adequado implantação
desta, ajuda na recuperação de pastagens degradadas são de fundamental importância para a
sustentabilidade da atividade agropecuária, pois a produtividade e a perenidade das pastagens
decorrem, entre outros fatores, da capacidade de reconstituição ou de manutenção da área
73
foliar após a desfolhação. Uma das alternativas aliadas ao melhoramento das pastagens é
melhorar a genética dos animais a ser explorados.
5.5.1 Análise sucinta dos Sistemas Produtivos do PA Rabo do Tamanduá
A região de Buritis está em processo de tecnificações, de forma que, técnicas mais
avançadas estão sendo implantadas, todavia a cultura dos lideres ainda é uma grande barreira
para avanço do processo tecnológico na região. Desse modo, técnicas de manejo, como
correção e adubação de pastagens, piqueteamento e uso de métodos alternativos de irrigação no
período de seca, devem ser fortalecidos dentro do PA, de forma que, o mesmo apresenta
grande potencial para aumento da produção e da comercialização de toda produção.
5.6. Serviços de apoio à produção
5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa
O assentamento possui serviço de assistência técnica e extensão rural prestada pela
EMATER (Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia).
Este serviço é garantido aos agricultores do P. A. Rabo do Tamanduá, através do Contrato
11.000-12 EMATER-INCRA, desde Janeiro de 2013. O trabalho é executado por uma
equipe multidisciplinar composta por 01 Engenheiro Agrônomo, 01 Socióloga e 02
Técnicas em Agropecuária, que, desenvolvem as ações traçadas no Plano Anual de
Trabalho- PAT. Além de prestar assistência técnica na área produtiva, a equipe também
desenvolve ações que possibilitem aos assentados acessarem as políticas públicas do
governo federal.
5.6.2. Crédito
De acordo com a Instrução Normativa INCRA Nº 93, de 05 de março de 2010, fixa
valores e normas gerais para a implementação do Crédito Instalação aos beneficiários dos
projetos da Reforma Agrária, que consiste no provimento de recursos financeiros, sob
forma de concessão de crédito, visando assegurar os meios necessários para instalação e
desenvolvimento inicial e/ou recuperação dos projetos do Programa Nacional de Reforma
74
Agrária. São modalidades de concessão de Crédito Instalação: Apoio Inicial; Apoio
Mulher; Aquisição de Materiais de Construção; Fomento; Adicional do Fomento; semi-
árido; Recuperação/Materiais de Construção; Reabilitação de Crédito Produção e Crédito
Ambiental. Em 2008 todos os agricultores regulares receberam Apoio Inicial do INCRA.
Atualmente existe uma grande demanda para acessar o Fomento e o Credito Habitação.
O crédito rural é um programa oferecido pelo governo federal que oportuniza ao
agricultor investir em sua propriedade possibilitando melhoria na sua produção, gerando
mais alimentos e renda para sua família.
As linhas de créditos que estão sendo disponibilizadas ao assentado do PA Rabo do
Tamanduá são as do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar -
PRONAF. As fontes financeiras são: Banco do Brasil e Banco da Amazônia. E as linhas de
crédito específicas são PRONAF A, PRONAF B, PRONAF MAIS ALIMENTOS, porem
até o presente momento os assentados não tem acesso às mesmas, em função do INCRA
não tem realizado a topografia necessária para regularização das parcelas. Uma das
vantagens oferecidas pelo programa de crédito rural são os juros baixos e no caso
particular do PRONAF A, a redução é de 42% do montante financiado.
Em relação ao fortalecimento da Piscicultura ainda não foi possível à regularização
e implantação de unidades de produção em função da falta de topografia.
Em relação aos problemas relacionados ao crédito, foi apontada pelos assentados a
falta topografia dos lotes o que tem sido um entrave para a elaboração das propostas de
financiamentos.
5.6.3. Capacitação Profissional
A capacitação profissional oferecida aos assentados do PA tem sido desenvolvida
mensalmente aos agricultores, através da equipe de ATER/INCRA/EMATER, que
promove uma série de eventos em diversas áreas temáticas. Envolvendo o setor produtivo
através de praticas de produção agroecológicas, cursos sobre melhoramento genético
bovino, também envolvendo a dimensão social através dos cursos de associativismo e
cooperativismo, área ambiental através de capacitações sobre: legislação, manejo florestal,
dentre vários outros.
A equipe de ATER sempre busca atender as demanda e anseios da comunidade, os
eventos de capacitações são planejados de forma participativa, e sempre que há a
75
necessidade são estabelecidas parcerias com outras entidades. Uma das principais parcerias
tem sido com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
O SENAR atua com a missão de desenvolver atividades de Formação Profissional
Rural e atividades de Promoção Social voltadas para o “Homem Rural”, contribuindo com
sua profissionalização, integração na sociedade, melhoria da qualidade de vida e pleno
exercício de cidadania.
5.7. Serviços Sociais Básicos
5.7.1. Educação
O município de Buritis adotou através da Política Nacional de Educação do Campo
o Programa Nacional de Educação do Campo – PRONACAMPO que disciplina ações de
apoio à política educacional prevista no Decreto nº 7.352 de 4 de novembro de 2010,
instituindo metas e ações específicas para a Educação do Campo e Quilombola, onde um
dos princípios da educação do Campo é a valorização da identidade da Escola do Campo
por meio de projetos pedagógicos com conteúdos curriculares e metodologias adequadas às
reais necessidades dos estudantes do Campo, bem como o incentivo ao desenvolvimento
da escola como espaço público de investigação e articulação. No P.A. Rabo do Tamanduá
existe a Escola Municipal Genair de Paula Neto, localizada na linha Seringal São Pedro, a
mesma foi construída pela prefeitura de Buritis. A estrutura física da escola é de madeira
coberta com telha de amianto. Possui uma sala de aula com sistema de refrigeração, que
abriga ainda uma pequena biblioteca e cinco computadores do Projeto E-PROIFO
(Ambiente Colaborativo de Aprendizagem que permite a concepção, administração e
desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos a distância, complemento a
cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativas e diversas formas de apoio
a distância e ao processo ensino-aprendizagem); existe ainda um refeitório com uma mesa
e cadeiras, e uma cozinha dotada de fogão, geladeira e pia. A escola funciona no período
matutino, tendo um único professor com formação superior incompleta em Pedagogia, este
atende 17 crianças de primeira a quinta serie. O sistema de ensino utilizado é o
multisseriado, ou seja, varias séries em uma única sala. As crianças que freqüentam a
escola não utilizam transporte escolar, devido residirem nas proximidades da mesma. Com
relação à merenda escolar, a mesma é garantida pela Prefeitura e preparada por uma pessoa
76
da comunidade, que é paga pelos pais. O calendário escolar não está adequado ao período
chuvoso, nem a época das colheitas, o que acaba por prejudicar o andamento das aulas.
Figura 14: Escola Municipal Genair de Paula Neto
Figura 15: Sala de aula da escola
De acordo com o levantamento feito, não verificamos situações de evasão e nem
reprovação escolar no ultimo ano. De acordo com o professor, os alunos possuem bom
rendimento escolar. Na Escola Municipal Genair de Paula Neto, foram detectados os
seguintes problemas: falta de água no poço; necessidade de ampliação e reforma da escola,
necessidade de arborização da área da escola.
77
Quadro 15: Situação educacional dos assentados.
Faixa Etária Analfa
beto
Ed.
Infantil
Ens.
Fundamental
Ens.
Médio
Ens.
Superior
Até 6 17 2 1
7 a 10 2 13
11 a 14 9
15 a 17 6 3
18 a 24 12 5
25 a 40 39 4 3
mais de 40 3 4 52 7
Total 20 8 128 19 3
Fonte: Emater -ATER/INCRA, 2013
De acordo com a tabela acima 71,91 % dos filhos de agricultores estão enquadrados
no ensino fundamental, sendo que continuam estudando dentro do assentamento apenas
aqueles pertencentes à faixa etária de 7 a 10 anos. Foram identificados 17 (dezessete)
crianças que ainda não se encontram em idade escolar, e 3 agricultores com mais de 40
anos analfabetos.
Os alunos a partir do quinto ano passam a freqüentam as escolas municipais e
estaduais da área urbana e rural do município de Buritis, havendo transporte diário,
efetuados por ônibus municipais. Esse transporte é realizado apenas no período matutino e
vespertino. Muitos alunos continuam os estudos na zona urbana do município, outros
preferem estudar nas escolas pólos da Linha União (PA Reviver) ou do Marco 20 (PA
Menezes Filho).
As principais dificuldades levantadas pelos alunos que estudam fora do
assentamento são: as precárias condições das estradas, que dificultam a trafegabilidade dos
ônibus escolares; a distância do P A Rabo do Tamanduá as outras escolas e o mau estado
de conservação dos ônibus. Todos estes fatores contribuem para que os alunos cheguem
muitas vezes atrasados na escola e também demora no retorno para casa, o que leva a uma
situação de insegurança principalmente por parte das meninas. Todos esses fatores
somados levam a evasão escolar no assentamento, principalmente por parte dos alunos
maiores. Os agricultores reivindicam a construção de uma escola pólo na linha Saracura
com a linha C-50, que além de atender os alunos do PA Rabo do Tamanduá atenderia
também alunos dos PA´s Menezes Filho, Santa Cruz, Buritis e Rio Alto. Durante conversa
78
com os alunos, verificou-se os anseios em participar de cursos de profissionalização para
terem uma especialização profissional, muitos estão insatisfeito com o trabalho no campo,
pois não sentem que os trabalhos desenvolvidos pelos mesmos na unidade familiar é
valorizado pelos pais e passível de remuneração financeira.
Conforme, gráfico abaixo 78% dos agricultores possuem interesse em fazer cursos
de capacitação voltados para a área rural.
Gráfico 7: Interesse em cursos de capacitação;
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
A merenda escolar tanto na escola do assentamento, quanto nas escolas da zona
urbana são fornecidas pelo Programa Nacional da Alimentação Escolar- PNAE.
5.7.2. Saúde e Saneamento
O artigo 2 da constituição federal diz “A saúde é um direito fundamental do ser
humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. O
conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde - SUS.
79
O município de Buritis possui atendimento médico e ambulatorial através do Posto
de Saúde e do Hospital Regional de Buritis. Os casos mais graves são encaminhados para
Ariquemes e/ou Porto Velho. As especialidades médicas mais comuns no município são:
ginecologia, obstetrícia, nutrição, psicologia e clinica médica. Ocorre também atendimento
odontológico nos inúmeros consultórios dos assentamentos. A falta de um especialista em
ortopedia faz com que 80% do atendimento do Hospital Regional seja direcionado a Porto
Velho, principalmente em virtude do grande numero de acidentes de transito, que
conseqüentemente levam a fraturas ósseas. No Hospital Regional são normalmente
realizadas cirurgias obstétricas e ginecológicas. Os medicamentos são fornecidos de acordo
com o protocolo do Sistema Único de Saúde. Os principais programas de saúde do
município são: Programa de Saúde da Mulher, Hiperdia (programa que acompanha
pacientes portadores de hipertensão e diabete), PAC (Programa de Agente Comunitário),
SINAN (Sistema de Informação de Agravo e Notificação), SISVAN (Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional), SISNAC (Sistema de Informação sobre Nascidos
Vivos). O município conta ainda com 02 (duas) ambulâncias.
A estrutura de saúde no assentamento é deficiente, não existindo posto de saúde,
sendo todo atendimento médico e ambulatorial realizado no Posto de Saúde de Buritis ou
no Hospital Regional. De acordo com aplicação dos questionários, 82% dos agricultores
relataram que recebem visitas da agente comunitária de saúde, e que esta faz parte da
equipe do Programa Saúde da Família. A principal atribuição da agente é: tomar
providencia nas necessidades preventivas de saúde primária, que compreendem
principalmente o monitoramento do estado vacinal de crianças, gestantes durante a
realização do pré-natal e da distribuição de cloro para tratamento da água.
Gráfico 08: Beneficiários que realizam tratamento da água;
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
82%
18%
Qu
anti
dad
e
80
O Assentamento, não dispõe de médico para atendimento, sendo assim, quando o
assentado necessita de assistência médica, tem que se deslocar por conta própria até o
município de Buritis. No entanto, a assistência à saúde poderia ser melhorada caso a
Secretaria Municipal de Saúde disponibilizasse uma equipe completa do Programa Saúde
da Família, composta de: médico, enfermeiro e técnico em enfermagem, para atender em
determinados dias da semana dentro do P A, Os agricultores reivindicam a construção de
um posto de saúde na Lh Saracura, o local é estratégico e possibilitaria atendimento
médico e odontológico para moradores de outros assentamentos vizinhos. Desta forma
estaria sendo garantido o direito à saúde, a assistência básica estaria atuando na prevenção
de doenças e melhorando a qualidade de vida dos assentados.
A principal fonte de água utilizada pelos agricultores são os poços amazônicos,
sendo que 86% dos agricultores tratam a água para beber, enquanto que 14% não utilizam
esta prática. Os que costumam fazer tratamento da água, 81% informaram que utilizam
como forma de tratamento o hipoclorito de sódio, e 17% a fervura da água.
Gráfico 09: Tipos de tratamento da água utilizado pelos assentados;
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013
O lixo orgânico da propriedade, geralmente é destinado à alimentação de pequenos
animais, e o inorgânico é queimado ou jogado a céu aberto. A água utilizada na limpeza
doméstica geralmente é lançada para a área externa da casa, a céu aberto. Com relação aos
81
dejetos sanitários, 96% dos assentados possuem fossa negra e 4% utilizam a céu aberto. A
falta de saneamento básico acaba por atrair doenças sociais como verminoses, diarreia,
difteria, dengue, entre outras. A construção de fossas sépticas ajudaria na proteção do
lençol freático impedindo a contaminação deste por dejetos sanitários, bem como
campanhas educativas e palestras sobre o correto tratamento da água ajudariam na
prevenção de doenças.
As principais doenças diagnósticas no assentamento foram: 4% gastrointestinais,
26% hipertensão, 4% epilepsia, 4% doenças respiratórias, 4% diabetes e 57% outras
enfermidades que incluem principalmente a dengue.
5.7.3. Lazer
Os lazeres oferecidos pelo município de Buritis para a população são: festas
juninas, festa do peão de rodeio, campeonato de Moto Cross, a feira da agricultura familiar,
Lama Cross, Campeonatos escolares interclasses, Feira de Empreendedorismo das escolas
estaduais, aniversario das igrejas evangélicas e da paróquia. Existe uma academia da
terceira idade instalada na praça central, sendo esta a principal diversão dos jovens da
cidade. A busca de diversão é um dos motivos que levam o jovem a migrar da zona rural
rumo à cidade.
A principal fonte de lazer informada pelos agricultores são as práticas esportivas,
geralmente acontecem em campos de futebol construídos pela comunidade. Os eventos
religiosos também se destacam como principais fontes de lazer, onde toda a família
participa, além das celebrações ocorrem casamentos, batizados e festas de aniversario da
única igreja evangélica do assentamento, a Igreja Assembléia de Deus. Por ocasião das
datas comemorativas, como dia das mães, dia dos pais e festas juninas, as comemorações
são organizadas pela própria comunidade. Alguns agricultores destacaram a prática de
jogos como Bosha e Maia. As práticas esportivas de lazer do assentamento encontram-se
mais voltadas para os homens, ficando geralmente alheios a este processo as mulheres,
idosos e crianças.
82
Gráfico 10: Participação em eventos.
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Na linha seringal São Pedro, existe uma propriedade cortado pelo Rio São
Domingos com grande potencial para exploração turística, que pode ser destinada a área de
lazer do assentamento. O proprietário do lote se propôs a doar um pedaço da área para
construção de um espaço de lazer, com quadra de vôlei, parquinho para crianças, campo de
borcha e maia, além de uma quadra de vôlei. Um potencial a ser explorado no
assentamento se refere à prática de pesca esportiva e passeios ecológicos ao longo do Rio
Candeias que corta o assentamento.
5.7.4. Cultura
Quanto à cultura, constatou-se no assentamento que as famílias são oriundas de
diversas localidades do país, o que determina as diferentes culturas existentes no interior de
cada família. Não há dessa forma, uma cultura própria da região e sim uma miscigenação
de costumes e tradições.
A religião é considerada fator importante no cotidiano dos agricultores, sendo mais
de 80% destes evangélicos. As festas tradicionais do assentamento são as datas
comemorativas do Brasil, como Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia do Evangélico,
Natal e Ano Novo.
83
5.7.5. Habitação
De acordo com cadastramento realizado verificou-se que 5% das habitações são de
alvenaria, 17% são mistas (casa de madeira com banheiro de material), 5% outros
materiais e 59% são de madeira. Geralmente a madeira para construção das habitações é
oriunda das propriedades rurais. O tipo de telhado que mais se sobrepõe é o de amianto, em
menor proporção aparecem as telhas de barro. O piso de cimento ou cerâmica aparece em
94% das habitações, sendo que apenas 6% possuem piso de terra. O sistema de
eletrificação do assentamento é quase todo particular, sendo que 94% das habitações
possuem energia elétrica enquanto 6% ainda não têm. Os banheiros geralmente são
construídos dentro das casas (89%), sendo que ainda existem as privadas (5%) e a céu
aberto (5%). Verificou-se que existem 89% de fossas negras no assentamento. Geralmente
as casa são dividas em sala, cozinha, banheiro e no máximo dois quartos.
84
Quadro 17: Tipos de habitação.
Padrão
Casa
Cobertura Piso Instalação sanitária Instalação
Hidráulica
Instalação
Elétrica
telha
Pa
lha
terra
tijolo
cimen
to
cerâ
mi
ca
Sem
Priv
ad
a
san
itári
o
sem
com
Sem
Co
m
Alvenaria 3 5 3 3 3
Barro taipa
Madeira 33 33 1
3
20 33
Lona
Mista 11
7
17 2
15
2
2
1
1
5
11
7
Outras 33 3
3
3
3
3
3
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
As habitações foram construídas individualmente e com recurso próprio dos agricultores, que muitas vezes utilizaram mão de obra do
próprio assentamento como pedreiros, carpinteiros, eletricistas e encanadores.
85
5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes
A principal limitação, apontada pelos agricultores, que atrapalha o pleno
desenvolvimento do assentamento, é a falta de demarcação das parcelas. Impedindo que as
famílias tenham acesso ao crédito PRONAF-A. Os Problemas e Potencialidades foram
identificados durante o autodiagnóstico realizado junto aos assentados, divididos em
grupos relacionados às dimensões, ambiental, infraestrutura, econômica e social, conforme
descrito abaixo:
Problemas da área econômica
Falta analise de solo
Dificuldade em conseguir calcário
Falta programa de recuperação das pastagens
Falta de terras mecanizadas:
Falta melhoramento genético do gado
Falta acesso ao credito PRONAF
Falta acesso ao credito Instalação do INCRA (Fomento, Adicional de Fomento e
Apoio Mulher)
Falta capacitação profissional rural
Potencialidades da área econômica
Assistência Técnica
Áreas de pasto
Água abundante
Gado de corte e leiteiro
Produção de café
Problemas da área de infraestrutura.
Moradias precárias
Falta reforma ou reconstrução da Escola Municipal Genair de Paula
Falta escola pólo
Falta Posto de Saúde
Falta a demarcação dos lotes e regularização fundiária
Falta manutenção nas estradas
Falta construir e ou reformar as pontes
86
Falta ônibus escolar em bom estado de conservação
Falta construir poço artesiano na Escola Genair de Paula
Falta construir banheiros com fossa séptica no assentamento
Falta construir área de lazer no assentamento, com campo de futebol, quadro de
vôlei, parquinho, campo de bosha e maia.
Falta mais tanques de leite
Falta tratores para mecanização das terras
Falta Financiamento
Falta credito instalação do INCRA (Credito Habitação)
Potencialidades da área de infraestrutura.
Escola
Estrada aberta
Caminhão leiteiro
Tanques de leite
Pontes
Ônibus escolar
Rede de Energia
Proximidade a sede do município
Problemas da área Ambiental:
Falta recuperar as áreas de reserva legal e preservação permanente;
Falta posto de coleta de embalagem de agrotóxicos.
Falta fiscalização para conter pesca predatório no Rio Candeias
Falta conscientização dos banhistas para não deixarem lixo às margens do Rio
Candeias.
Falta licenciamento ambiental dos lotes
Faltam viveiros de mudas e essências florestais para reflorestamento
Falta financiamento para recuperar as áreas degradadas, beiras de água.
Poluição do Rio Candeias por dejetos utilizados em áreas de garimpo
Falta destino para o lixo produzido nos lotes
Falta conscientização quanto ao uso de agrotóxicos.
Excesso de cigarrinhas nas pastagens
87
Potencialidades da área ambiental
Natureza exuberante ao longo e em torno do Rio Candeias
Potencial para exploração turística
Abundancia de água (Rio Candeias, Igarapé São Domingos e outros pequenos
igarapés, alem de minas e nascentes de água)
Água de boa qualidade
Madeira existente nas parcelas
Problema da área social
Falta o complemento do ensino fundamental e ensino médio
Falta escola pólo dentro ou nas imediações do PA
Falta posto de saúde
Falta atendimento médico e odontológico dentro do PA
Falta agente de saúde
Falta saneamento básico
Faltam moradias adequadas
Falta lazer na comunidade
Faltam cursos de capacitação para os jovens e as mulheres
Potencialidades da área social
O assentamento possui uma escola
Ônibus escolar
Local para construção de um posto de saúde
Local para construção de área de lazer
Local para construção da sede da associação
Agente de saúde
Igreja Assembléia de Deus
Comemoração das datas festivas:
Professor que reside no assentamento próximo a escola
População do assentamento
88
6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO
PROJETO DE ASSENTAMENTO
6.1. Apresentação
O presente plano é o conjunto de ações programadas e elaboradas pelos moradores do
assentamento juntamente com a equipe técnica de ATER/EMATER-INCRA. Que, através dos
recursos destinados à Reforma Agrária e demais políticas públicas, fomentarão o
desenvolvimento sustentável do Projeto de Assentamento Rabo do Tamanduá localizado no
município de Buritis - RO. O referido plano se desdobrara em programas temáticos que se
materializarão em projetos e ações voltadas para o que foi diagnosticado na área do
Assentamento de modo a torná-lo acessível e exequível em termos operacionais, facilitando,
assim, as negociações em termos de atendimento as exigências de licenciamento ambiental e
das fontes de financiamento.
As ações propostas apresentam compatibilidade com o perfil sociocultural das famílias;
características edafoclimáticas do ambiente e disponibilidade de programas de apoio ao
desenvolvimento (crédito, sistemas produtivos, programas sociais e ambientais, e de apoio à
comercialização, entre outros) além de estarem direcionadas para as tendências e
oportunidades de mercado. Sempre em conformidade com a legislação ambiental e com os
anseios dos assentados.
O plano pretende criar programas que possibilitem o fortalecimento do assentamento e
sociedade civil, assim aprofundar a inserção das políticas públicas, através da participação nas
diversas instâncias de representações na comunidade.
6.2. Objetivo e Diretrizes Gerais
O objetivo geral deste plano é definir as diretrizes e prioridades para a promoção de
desenvolvimento sustentável do assentamento, em nível social, econômico e ambiental, e
implantá-las por meio de uma série de ações que promovam a reflexão e a participação do
assentado nas ações coletivas orientadas para o uso racional dos recursos naturais, a melhoria
da estrutura social e produtiva, a valorização das famílias respeitando as questões de gênero,
respeito a sua qualidade de vida e exercício pleno de sua cidadania. Assim sendo, a assessoria
técnica da ATER junto com as famílias do PA Rabo do Tamanduá define os principais
objetivos e diretrizes deste plano, a saber:
89
Objetivo
Construir um modelo de atuação que promova a sustentabilidade do assentamento,
implementando ações que viabilizem as atividades planejadas; direcionando recursos
coletivos para a conquista de melhorias sociais, econômicas e ambientais, Assegurar que as
ações no âmbito da assessoria técnica, social e ambiental; auxiliará a comunidade a buscar
melhores soluções para conflitos e problemas que são mais difíceis de enfrentar
isoladamente.
Diretrizes Gerais:
-Incrementar ações que viabilizem o desenvolvimento econômico, socioambiental e
solidário do assentamento;
-Programar e apoiar ações que aumentem e qualifiquem a produção agropecuária;
-Possibilitar a inclusão e a participação da população rural (agricultores) nas
diversas atividades realizadas pela equipe de assessoria de ATER dentro do PA;
-Contribuir para o acesso dos agricultores às diferentes modalidades de créditos
(financiamentos), bem como aos demais programas de crédito produtivo;
-Promover a educação ambiental de modo que leve à preservação, conservação e
recuperação dos recursos naturais do assentamento através de ações que produzam
desenvolvimento sustentável;
-Identificar situações de vulnerabilidade social para fins de orientação e inclusão
nos serviços sociais disponíveis para o assentamento;
-Orientar e viabilizar o acesso dos agricultores aos direitos sociais e
previdenciários.
-Adotar o planejamento das ações com base no território rural, sempre
considerando os aspectos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticas de
desenvolvimento sustentável;
-Apoiar os agricultores familiares no resgate do saber local, capaz de servir como
ponto de partida para ações transformadoras da realidade;
-Elaborar estudos estratégicos que visem agregar valores à produção e favoreça
maior eficácia produtiva e inovadora das organizações de produtores, com intuito de
projetá-las no ambiente competitivo;
-Contribuir na orientação dos processos de organização social rural e de
capacitação de produtores, de jovens e de mulheres rurais;
90
-Manter a sociedade informada do papel exercido pelo ATER/ EMATER-RO e INCRA
no contexto da economia rondoniense, intensificando e ampliando a comunicação.
-Estimular a produção de alimentos regionalmente adaptados, bem como a
diversificação de cultivos, visando alcançar a segurança alimentar e nutricional sustentável
da população;
-Estimular e apoiar o desenvolvimento rural, através de ações de caráter educativo,
executadas conjuntamente com entidades parceiras públicas e privadas, com vistas à
execução e implementação de ATER, voltados para a saúde, educação, nutrição, fomento,
agroindústria, armazenagem, comercialização e meio ambiente.
6.2.1. Organização Espacial
Organização Espacial Atual
Mapa 10: Organização Espacial Atual.
Conforme diagnostico apresentado nos itens 5.2 (Organização Espacial Atual) e 5.4
(Infraestrutura Física, Social e Econômica) pela equipe e os assentados, o assentamento
91
Rabo do Tamanduá possui certo nível de organização espacial. Contudo, ainda há muito a
fazer para se elevar o assentamento à condição de empreendimento rural, porquanto se
observa a necessidade de re-ordenamento territorial nas áreas de:
Educação: proposto a reforma e ampliação da escolinha de madeira para maior
conforto e comodidade dos estudantes; construção de banheiros na escola, pois ainda se
usa mictórios; a construção de uma Escola Pólo na linha Saracura, bem na divisa do
assentamento. Tal escola beneficiará alunos do PA Rabo do Tamanduá e também de
assentamentos vizinhos como dos PA´s Santa Cruz, Rio Alto, Menezes Filho e Buritis;
manutenção das linhas vicinais para o tráfico do ônibus escolar.
Saúde: foi sugerida a contratação de mais um agente de saúde, e a implantação do
atendimento médico de saúde pelo menos uma vez ao mês dentro do assentamento.
Esporte e lazer: foi sugerida a construção de uma área de lazer na linha saracura,
com campo de futebol e vôlei, campo de Bosha e Maia, parquinho para as crianças.
Rede Viária:
- foi sugerida a manutenção das linhas e travessões do assentamento (vias de acesso
principal e das vias internas), e na construção e recuperação de pontes e bueiros para a
melhoria do transporte de pessoas e cargas (escoamento da produção).
Reserva Legal e Preservação Permanente: foi sugerida a formação e recuperação
de áreas verdes para atender à legislação ambiental, compreendendo a formação de reserva
legal, das matas ciliares às margens dos cursos d’água e das nascentes, e a proteção das
encostas.
6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos
A Constituição Federal/88 prevê a garantia e efetivação dos direitos fundamentais
da pessoa humana, bem como os serviços sociais básicos e uma infraestrutura que ofereça
segurança e produza qualidade de vida aos cidadãos sem discriminação de raça, cor,
gênero, idade e/ou posição social. Pois, segundo a Carta “todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza...” (CF/88, art. 5º). Portanto, a oferta de serviços como
saúde, assistência e previdência social (seguridade social), educação, trabalho, segurança e
lazer, entre outros é dever do Estado - poderes públicos e sociedade. Garantidos mediante
92
políticas econômicas e sociais que visem o acesso universal e igualitário a todos,
promovendo proteção à família e redução de riscos de vulnerabilidades sociais.
A partir deste entendimento a equipe de ATER procurou desenvolver, de acordo
com os assentados, atividades que estão em harmonia com os objetivos e princípios da Lei
Magna buscando junto aos órgãos governamentais e não-governamentais, ações voltadas à
promoção dos direitos desses cidadãos.
Descrevemos abaixo um resumo do quadro atual nas áreas de:
Assistência Social - entre os assentados, a busca pelos serviços sociais básicos
resume-se em: inclusão no Programa Bolsa Família, oferecido pela Secretaria do Trabalho
e Ação Social; e outros benefícios como aposentadoria, auxílio maternidade, auxílio
doença, Benefício de Prestação Continuada - BPC e pensão por morte, todos
operacionalizados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS. A Secretaria do
Trabalho e Ação Social, também desenvolve ações como retirada de documentação civil e
trabalhista. E, nesse sentido de fazer prevalecer à universalização e garantia dos direitos, a
equipe de ATER-INCRA tem trabalhado na orientação dos moradores do PA,
esclarecendo-lhes as dúvidas quanto às formas de buscar tais direitos e/ou serviços e
encaminhando as famílias que se enquadram no perfil dos programas e/ou benefícios.
Saúde - na área da saúde, existem ações voltadas para o assentamento que garante
o mínimo social neste campo, ou seja, o município dispõe de alguns serviços que trazem às
famílias a possibilidade de acesso como: o Programa Saúde da Família - PSF que não
possui uma equipe completa com disponibilidade constante para o assentamento, mas, trás
a presença do agente de saúde, figura muito importante para a acessibilidade, ainda que
fragilizada, do agricultor neste programa. Para que seja priorizada uma saúde básica, foi
realizado um acordo informal entre a equipe ATER/INCRA e a Secretaria Municipal de
Saúde de Buritis, uma equipe de saúde que atenda pelo menos uma vez ao mês dentro do
assentamento.
Educação - a educação é direito de todos e dever do Estado e do município no
âmbito de cada competência. Uma das principais reclamações apontada pelos agricultores
com relação à educação foi a distancia e a demora que os alunos tem que enfrentar até
chegarem a escola. Esses problemas acabam por favorecer a evasão escolar de alunos a
partir do sexto ano. Outros problemas ficaram evidenciados na área da educação tais como:
93
precariedade na estrutura física da escola, as condições precárias dos ônibus, a necessidade
de ampliação de sala de aula, construção de uma escola pólo.
Legalização dos lotes, dentre os vários problemas que surgiram por ocasião da construção
do autodiagnóstico do assentamento, na área de infraestrutura o mais grave apontado pelos
agricultores é a falta de topografia para regularização das parcelas. Muitos agricultores já
receberam o Contrato de Concessão de Uso-CCU, porém sem a topografia, ficam
impedidos de ter acesso ao credito e receber financiamentos. A instituição responsável pela
liberação da documentação dos lotes é o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária - INCRA. Outro problema diz respeito aos ocupantes que aguardam a vistoria do
INCRA, para terem seus cadastros inseridos no SIPRA- Sistema de Informação do
Programa de Reforma Agrária. A informação obtida para este serviço no INCRA de
Ariquemes, é que para agilizar tal atividade, o INCRA precisa de um numero maior de
servidores, pois a Unidade não dispõe de funcionários suficientes para absorver a demanda.
Também, existem outros critérios para a liberação da documentação, como por exemplo, o
fato de o agricultor possuir perfil para tornar-se um assentado. Ele precisa está trabalhando
na terra, ou seja, o lote tem que está produzindo para justificar a permanência do agricultor
no local.
Organização Social - A representatividade do PA Rabo do Tamanduá se dá através
de duas associações que se encontram com suas sedes dentro dos P.A´s Rio Alto e Buriti.
Atualmente os agricultores do PA Rabo do Tamanduá estão tentando viabilizar a
construção de uma sede da Associação Barra do Dia na linha Seringal São Pedro próximos
a escolinha. Já existe até uma área doada para esta finalidade. Outro problema
diagnosticado diz respeito à falta de conhecimento e valorização das associações. Muitos
assentados desconhecem o poder das associações e preferem ficar alheios as mesmas.
Trabalhos Alternativos - no que diz respeito aos trabalhos alternativos, a equipe
de ATER vem desenvolvendo ações como reuniões de acesso a políticas publicas,
palestras, visitas, dentro outras, ações estas que se encontram inseridas dentro das
dimensões econômica, social e ambiental que possibilitaram aos moradores do PA a
inserção de novos conhecimentos aos que já possuíam. Na questão de capacitação, além
dos técnicos da EMATER, outros órgãos como o SENAR e a SEMAGRI destacam-se
como parceiros leais para ajudar a desenvolver ações de capacitação profissional rural
dentro do assentamento. Ações estas que podem fomentar a inserção dos agricultores em
94
projetos de implantação de hortas domésticas, de agroindústria caseira de doces, de cursos
artesanais e de melhoramento genético do gado. Estas ações visam à auto- sustentabilidade
da família e/ou assentamento.
Documentação Civil e Trabalhista - a obtenção de documentos pessoais como
carteira de identidade é fornecido pela Unidade de Segurança Pública de Buritis – UNISP,
a expedição da Carteira de Trabalho e Promoção Social – CTPS é garantido através da
Prefeitura Municipal de Buritis e o Cadastro de Pessoa Física - CPF, nas agencias dos
correios. Porém esses serviços ainda são muito incipientes no município, devido a
demanda apresentada. Faz-se necessário acessar políticas públicas como o Programa de
Documentação das Trabalhadoras Rural, para tentar dirimir a demanda apresentada.
6.2.3 - Sistemas Produtivos
A produção agropecuária Brasileira, responsável por 70% da produção de alimentos
para mesa do consumidor, sendo que, em sua maior parte produzidos pela agricultura
familiar, onde o serviço de ATER contribui de forma efetiva com a agricultura dentro dos
sistemas produtivos em busca de torná-los unidades de produção estruturadas, inserindo
uma forma sustentável no processo de produção, voltada para a melhoria de qualidade de
vida e ao mercado local visando um desenvolvimento municipal e regional.
Descrevemos abaixo as necessidades percebidas e os entraves identificados pelos
técnicos e assentados existentes no sistema produtivo no P.A Rabo do Tamanduá:
I - Faz-se necessário a melhoria da qualidade do sistema produtivo agrícola através
de práticas agroecológicas no intuito de proporcionar uma melhoria no setor rural.
II - Conscientização sobre recolhimento de embalagens e os malefícios causados
pelos agrotóxicos.
III - Necessidade de regularização da atividade de piscicultura existente.
IV - Implantação de hortas agroecológicas domésticas, visando à segurança
alimentar e a melhoria da qualidade de vida.
V - Aplicação de técnicas para melhoria do rebanho bovino de leite e estimular a
implantação de capineiras para suplemento alimentar.
VI - Adotar métodos para agregação de valor aos produtos.
95
VII - Correção de solo para diminuição da acidez e conseqüente melhoria no
sistema produtivo.
VIII- Dificuldade em conseguir calcário para correção do solo
XI- Dificuldade em acessar o crédito instalação do INCRA (Fomento, Adicional de
Fomento e Apoio Mulher)
X- Falta capacitação profissional rural.
6.2.4. Meio Ambiente
Este plano de ação, para o desenvolvimento sustentável do Projeto de
Assentamento Rabo Tamanduá, tem por objetivo incentivar o uso de técnicas que
permitam a redução dos impactos ambientais, causados pelo uso desordenado de áreas
destinadas ao assentamento de agricultores e suas famílias, aumentando a produtividade
por área explorada, reduzir a degradação pelo uso de técnicas predatórias de manejo dos
recursos, orientando os agricultores a explorar a terra racionalmente e visando incrementar
a produtividade, cumprindo-se as leis ambientais de preservação e conservação de áreas
frágeis e de relevante interesse ecológico. Pretende-se, através deste trabalho, unir esforços
para que se contemple a melhoria da qualidade de vida, com aumento do crescimento
econômico destas famílias. Também, do desenvolvimento de uma compreensão integrada
do meio ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos
ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e
éticos. Em suma visa estabelecer a gestão sustentável das propriedades rurais.
As práticas aqui adotadas, em conformidade com os atores deste processo, levarão
em consideração a missão da nova PNATER, promovendo a utilização racional dos
recursos naturais, tendo em vista a sua preservação, conservação e recuperação, por meio
da disseminação de conceitos de agroecologia, a divulgação de práticas alternativas ao uso
de agrotóxicos e queimadas, a exemplo dos sistemas agroflorestais, recuperação de áreas
degradadas, gestão de resíduos sólidos, e demais formas alternativas que visem o bem estar
dos agricultores envolvidos numa tentativa de amenizar os impactos ambientais, e,
concomitantemente, aumentar as rendas das famílias.
Agroecologia - nossos antepassados praticavam a agricultura tradicional com o uso
adequado dos recursos naturais, a valorização da sabedoria popular e sua cultura. Esses
96
valores, para alguns povos perderam todo o significado com a introdução da Revolução
Verde.
A agroecologia visa resgatar todos os conhecimentos dos nossos ascendentes, com
tecnologias novas e com alternativas que possam garantir a sobrevivência, bem-estar do
agricultor (a) e a valorização de seu trabalho.
O modelo agroecológico prioriza a produção de alimentos sem se descuidar do
ambiente e da natureza, garantindo nossa sobrevivência e a vida para futuras gerações, com
a manutenção dos recursos como água, solo, ar, plantas e animais. Sendo a produção
baseada na agroecologia todos os elementos da natureza estão envolvidos numa interação
perfeita. O homem e natureza têm relação de harmonia entre si e com isso há garantia de
vida saudável para a nossa geração e para as gerações que estão por vir. A Revolução
Verde - após a Segunda Guerra Mundial, os cientistas descobriram que as substâncias
tóxicas usadas para matar pessoas durante a guerra, também matavam insetos e plantas.
Surgiram, então, os fungicidas, os herbicidas, os inseticidas e todos os chamados
“defensivos agrícolas”. A partir dessas descobertas, a agricultura sofreu grandes
modificações.
Além dos agrotóxicos, as indústrias desenvolveram máquinas, implementos, adubos
químicos, sementes híbridas, entre outros insumos (produtos) que são usados amplamente
pelos agricultores. Venderam a idéia de que apenas com utilização desses instrumentos
seriam capazes de se produzir mais alimentos e assim acabar com a fome no mundo.
Este pacote tecnológico ficou conhecido como Revolução Verde. E, no Brasil teve
o seu fortalecimento a partir da década de 60, durante a ditadura militar. A introdução
desse modelo, em chão brasileiro, teve inclusive o apoio da ONU e do governo federal. A
adesão do nosso país foi ótima para os países dominantes, pois ao passo que compravam, a
preço reduzido, os produtos agrícolas aqui produzidos, encontraram mercado para vender
suas tecnologias e máquinas.
A Revolução Verde é hoje em dia chamada de agricultura convencional. É ainda
muito utilizada nas grandes e pequenas propriedades, em especial naquelas que se dedicam
a produção de grãos como a soja, o milho, o trigo e o arroz.
Conseqüências e Implicações da Agricultura Convencional - as consequências
trazidas pela Revolução Verde (agricultura convencional) são catastróficas não só para os
97
agricultores familiares, mas, também para os centros urbanos e para o meio ambiente.
Entre os danos por ela causados ao homem e ao meio ambiente podemos citar:
- Destruição das terras agricultáveis;
- Perda da fertilidade natural do solo;
- Poluição da água, do solo e do ar;
- Eliminação de espécies animais e vegetais;
- Aumento de número de pragas e doenças das plantas e animais;
- Diminuição de famílias no meio rural (êxodo rural);
- Dependência, por parte dos agricultores de insumos externos;
- Empobrecimento da área rural;
- Descaso com os recursos naturais;
- Perda das relações sociais e culturais;
- Incentivo a monocultura.
Ao invés de acabar com a fome do mundo como pregavam as multinacionais, os
defensores do modelo e as políticas públicas da época, intensificou-se a pobreza, o
desemprego, a violência, a falta de esperança e junto a tudo isso veio a extinção de várias
espécies de plantas e animais.
Agricultura Sustentável - o modelo de agricultura sustentável além de significar
cuidados com a terra ajuda a manter o meio ambiente equilibrado. A agroecologia ou
agricultura ecológica contribui para o fortalecimento das organizações, das comunidades e
dos grupos organizados, levando o agricultor (a) familiar a:
- Pensar e planejar para a sustentabilidade;
- Praticar cultivo múltiplo, misto ou consorciado; Utilizar sistemas biológicos;
- Recompor a fertilidade do solo; Reflorestar áreas degradadas;
- Reduzir e eliminar práticas nocivas, como queimadas e utilização de agrotóxicos.
Existem vários fatores para se pensar além da simples produção de alimentos,
fatores que nos trariam uma vida melhor, proporcionando o resgate da dignidade humana e
a certeza da continuidade de gerações saudáveis, e em harmonia com a natureza que vem
sendo agredida com nossas ações, e, que na maioria das vezes são gananciosas.
Práticas de Conservação - muitas tecnologias utilizadas na agricultura convencional
ocasionam o empobrecimento do solo, entre elas podemos citar atividades que envolvem
98
derrubadas, queimadas, plantio morro abaixo, aração, gradagem, eliminação da cobertura
do solo, adubação química e utilização de agrotóxicos.
Para amenizar o problema gerado no solo pela agricultura convencional, e para
recuperar a fertilidade das terras, a sugestão é a adoção de algumas práticas simples, mas,
que apresentam bons resultados, tais como:
- Evitar plantar em morro e encosta;
- Manter sempre uma cobertura vegetal sobre a terra;
- Evitar a aração e gradagem em excesso;
- Utilizar composto e matéria orgânica para adubação;
- Evitar desmatamento em morros, encostas e margens de rios e nascentes;
- Fazer rotação de cultura;
- Realizar plantio em curva de nível;
- Evitar a queima dos restos culturais (plantio direto).
Fertilidade do Solo - o solo necessita de um sistema equilibrado de matéria
orgânica através de rotações de cultura, do aproveitamento de resto de lavouras, de
estercos, de leguminosas, de adubação verde e de resíduos orgânicos.
Uma das formas de se obter bons resultados, preservando-se os recursos edáficos,
com grande produtividade por área a curto, médio e longo prazo é a implantação de
sistemas agroflorestais. Que são formas de uso e manejo dos recursos naturais, nos quais
espécies lenhosas (árvores, arbustos e palmeiras) são utilizadas em associação com cultivos
agrícolas e/ou animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa seqüência
temporal. Acredita-se que esta prática reduzirá drasticamente a ocorrência dos
desmatamentos de nascentes e corpos d’água, além das queimadas, ou seja, boa parte dos
problemas ambientais. Isto desencadeará o menor surgimento de pragas, demandando
menos consumo de agrotóxicos, prevendo-se, também, a redução do uso indiscriminado
destes, a diminuição da supressão de áreas de reserva legal e preservação permanente,
como resultados.
Neste contexto a educação ambiental nesta sociedade e nas sociedades afins.
Reforçando-se a idéia de que se pode produzir mais e com maior qualidade de vida e
preservar os recursos naturais, socializando experiências através de visitas às unidades de
pesquisa de boas práticas de produção orgânica, de transição agroecológica, com áreas de
99
APP’s recuperadas ou conservadas, dentre outras formas, visando redução dos problemas
ambientais.
A Lei da Educação Ambiental, Lei n° 9795 de 27 de abril de 1999, que dispõe
sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências sobre o meio ambiente, é uma importante ferramenta para se conseguir
programar e subsidiar este plano. Sendo usada desde o início dos trabalhos de ATER no
PA foi uma das formas de se conseguir desenvolver alguns trabalhos que deram início a
esta conscientização do público alvo nesta caminhada.
A Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Ambiental - SEDAM vem desenvolvendo ações educativas voltadas para
a resolução de problemas relacionados ao meio ambiente, tendo como princípio
fundamental o desenvolvimento sustentável e como atores pessoas oriundo de instituições
governamentais, não governamentais e a comunidade tendo como diretriz a Política de
Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia.
De acordo com os técnicos da SEDAM, com a finalidade de proporcionar
visibilidade pública à temática de sustentabilidade, a Coordenadoria de Educação
Ambiental - CEAM, através da produção de material informativo como folders, cartilhas,
filmes, placas, documentários, programas, faixas, banners, peças teatrais, oficinas de
reciclagem de papel, biblioteca, palestras, realização de fóruns, seminários, capacitação,
encontros e reuniões técnicas para trocas de experiências e capacitações de grupos
comunitários organizados para o exercício do papel de Agente Ambiental Voluntário e
Educadores Ambientais Voluntários, contribui de forma decisiva para a formação de uma
consciência ambiental e mudanças de hábitos.
Segundo o Artigo 225 da Constituição Federal: “O Poder Público deve promover a
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente”. Através da Lei Estadual n° 547 de 30 de dezembro de
1993, define como um de seus princípios: "Promoção da Educação Ambiental em todos os
níveis e modalidades", e como um dos seus instrumentos de implementação a Educação
Ambiental, e ainda, como uma das competências da SEDAM: "A promoção da Educação
Ambiental em articulação com outros órgãos afins estaduais e municipais". A equipe de
ATER viabilizará as ações de educação ambiental através de visitas técnicas informativas,
100
palestras e reuniões sobre os principais diplomas legais pertinentes, reforçando as ações de
educação ambiental da SEDAM.
6.2.5. Desenvolvimento Organizacional
Como foi dito, alguns agricultores do PA Rabo do Tamanduá estão ligados a
Associação Barra do Dia (PA Buritis) e a Associação dos Produtores Rurais do Rio
Candeias, devido à proximidade destas ao assentamento. Atualmente um grupo de
agricultores está tentando ativar a Associação Barra do Dia e construir uma sede da
referida dentro do assentamento.
Percebe-se que as relações organizacionais dentro do assentamento ainda são
bastante frágeis, necessitando de ações que fortaleçam esses laços. Estas organizações são
de muita importância no processo de discussão de mudança que o PA está vivendo. Pois,
se constituem em canais/espaços abertos os quais a equipe de ATER-INCRA vem
utilizando com a realização de reuniões tanto para orientar e esclarecer sobre o papel de
cada um dentro da organização quanto para levar informações sobre possibilidades de
ampliação das atividades das associações. Para tanto, algumas ações e estratégias precisam
ser estabelecidas, como:
- Oportunizar meios de aprendizado para os assentados;
- Estimular a participação das mulheres e jovens do assentamento nos processos
decisórios;
- Formar grupos temáticos para atuar como suporte no processo de gestão;
- Aproveitar, dentro das possibilidades, todos os recursos locais, seja humano ou
material;
- E desse modo contribuir para o crescimento das organizações dentro e fora do
assentamento.
Em questão de desenvolvimento produtivo, a equipe elaborará propostas de Credito
PRONAF Mais Alimentos para aqueles agricultores que possuem enquadramento. Há que
se destacar que o PRONAF-A ainda é inacessível, devido à questão da não realização da
topografia no assentamento. Na elaboração dos projetos, se observará cuidadosamente os
detalhes e a sua aplicabilidade, afim de não gerar transtornos para os agricultores, nem
tampouco para os componentes da equipe. Os assentados e a equipe técnica farão a
101
articulação com os bancos para verificar os condicionantes, envio de propostas e liberação
dos créditos. A equipe se responsabilizará, ainda pela orientação direta aos agricultores
quanto à viabilidade do projeto, assessorando através de transmissão de técnicas, os modos
compatíveis de praticas de manejo específicas para cada cultura e ou trato com as criações
de pequenos e grandes animais com vistas à agregação de valor para a comercialização ou
consumo com qualidade visando o atendimento as necessidades das famílias.
O desenvolvimento organizacional do assentamento exige um modelo de gestão
com distribuição de responsabilidades entre a organização social existente, as Associações
dos agricultores atuantes, com efetiva participação dos assentados, em parceria com o
movimento e empresa de prestação de serviços de ATER.
Todos devem atuar ativamente na associação, tendo participação conjunta com a
diretoria, deve haver rodízio no comando, para todos entenderem o tamanho da
responsabilidade.
A princípio a missão do Presidente da Associação é seguir este PDA como
orientador de suas ações e iniciativas.
Criar instrumentos para o fortalecimento da associação existente;
Zelar pelo cumprimento do estatuto e regimento aprovados;
Criar grupos temáticos para atender as ações relacionadas ao: social (educação,
saúde, cultura, esporte), produtiva (planejamento, produção e comercialização), meio
ambiente (monitoramento ambiental, inventário da fauna e flora);
Estimular a participação ativa da mulher e dos jovens nas associações;
Criar um conselho gestor do assentamento com representação dos assentados,
movimento social, escola, ATER/EMATER, INCRA e Município.
6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento à
Implantação do Plano.
A implantação do Plano de Desenvolvimento do Assentamento - PDA é de
competência da equipe de ATER. Porém, a equipe buscará apoio e parcerias com a
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), CEPLAC (Comissão Estadual
do Plano da Lavoura Cacaueira), IDARON (Agencia de Defesa Sanitária e
agrossilvipastoril do Estado de Rondônia), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural), SEDAM (Secretaria de Desenvolvimento Ambiental), INSS (Instituto Nacional de
102
Seguridade Social), Secretaria Municipal de Agricultura, Secretaria Municipal de Obras,
Secretaria Municipal do Trabalho e Ação Social, Secretaria Municipal de Educação,
Secretaria Municipal de Saúde, EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Rondônia) e INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) que além de ser nosso contratador tem sido um parceiro incansável. Também, será
ator neste processo o agente financeiro operador do crédito - PRONAF A. Os agricultores
serão envolvidos nas ações de execução das atividades propostas.
A equipe técnica de ATER desempenhará continuamente o papel de educadora e
orientadora dos moradores do PA no acompanhamento e na execução do plano.
Participando de audiências e reuniões junto com os assentados, incentivando e estimulando
a continuidade na execução das atividades planejadas, concorrendo para o sucesso dos
programas elaborados e organizados por estes segmentos. Esta mesma equipe
multidisciplinar acompanhará todas as fases do processo de consolidação do PDA em
consonância com as ações de relevância para o assentamento, destacando-se, contudo, as
pertinentes à implantação dos projetos produtivos. Também, fará acompanhamento das
obras de infraestrutura no que tange a execução dos serviços pelos órgãos competentes e
coordenará a organização para recomposição de áreas de reserva legal e preservação
permanente, e, ainda, a articulação entre as instituições na viabilização de projetos sociais
e/ou produtivos, além dos cuidados dirigidos à comercialização e aos grupos sociais. A
equipe acompanhará as ações concernentes à saúde com trabalhos de educação continuada,
cujas famílias rurais receberão orientações sobre saúde sexual e reprodutiva; planejamento
familiar; saúde do trabalhador rural; segurança alimentar, saúde bucal e saúde preventiva
através de atividades como palestras, oficinas e dias especiais. Também, trabalhará no
sentido de identificar recursos financeiros e materiais, viabilizando a elaboração de
projetos de investimento para construção e melhoria da situação ocupacional do
assentamento.
6.3. Programas
Como indicado, o objetivo desse plano é promover a sustentabilidade do
assentamento, além de buscar incluir socialmente os indivíduos pertencentes ao PA Rabo
do Tamanduá. Para tanto, a equipe de ATER desenvolveu com os assentados programas
setoriais onde constam as ações a serem operacionalizadas, além do cronograma de
103
execução e o responsável em executar as ações. Os programas estão ordenados de acordo
com as prioridades das famílias e as ações previstas para curto, médio e longo prazo. O
prazo para execução das ações é de no máximo cinco anos.
6.3.1. Programa Organização Espacial
O ordenamento inicial do assentamento foi gerenciado pelo INCRA. E continua
sendo aceito e funcional o que não significa que não seja necessário um re-ordenamento
em termos gerais.
Como já foi comentado, todo assentado deverá ter uma visão de futuro e nessa
visão uma organização espacial de sua propriedade dentro dos conceitos da produção
agroecológica e ambientalmente sustentável.
Os itens mais notórios neste re-ordenamento se encontram explicitados na
problemática de saúde, educação, sustentabilidade ambiental, organização social e na área
produtiva como veremos a seguir.
Crédito habitação
O Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, no
uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso VII do art. 21, da Estrutura
Regimental, aprovada pelo Decreto n 6.812, de 3 de abril de 2009, combinado com os
incisos V e VII, do art. 122 do Regimento Interno do INCRA, aprovado pela
Portaria/MDA/N° 20, de 8 de abril de 2009, e considerando a necessidade de atualizar
valores quanto ao Credito Aquisição de Materiais de Construção para os beneficiários do
Programa Nacional de Reforma Agrária; Considerando a necessidade de fomentar a
moradia nos assentamentos de reforma agrária; Considerando, ainda, a necessidade de
prover recursos financeiros, sob forma de concessão de credito, aos beneficiários da
Reforma Agrária, visando assegurar aos mesmos os meios necessários a instalação e
desenvolvimento sustentável dos projetos de assentamento. Conforme
PORTARIA INTERMINISTERIAL MC/MP/MDA Nº 78 DE 8 DE FEVEREIRO
2013;
“Inclui os agricultores familiares beneficiários do Programa Nacional de Reforma
Agrária - PNRA entre os possíveis beneficiários do Programa Nacional de Habitação Rural
– PNHR, integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV”.
104
Proposta:
Melhorar a infraestrutura dentro do assentamento
Objetivo:
Viabilizar a participação dos beneficiários nos processos de decisão, implantação e
manutenção dos recursos e serviços, a fim de adequá-los às necessidades e à realidade
local.
Justificativa:
A busca de parcerias para atender as necessidades do assentamento será viabilizada
através do exercício da participação cidadã que promova a melhoria de qualidade de vida
das famílias beneficiadas pela proposta, mediante trabalho educativo que favoreça a
organização da população, a educação sanitária e ambiental, a gestão comunitária e
infraestrutura e o desenvolvimento de ações que, de acordo com as necessidades das
famílias, facilitem seu acesso ao trabalho e a melhoria da renda familiar.
Ações:
1 - Promover diálogo com o executor do INCRA/UA-ARIQUEMES-RO para
viabilizar a implantação do crédito habitacional aos assentados;
2 - Promover diálogo com o executor do INCRA/UA-ARIQUEMES-RO para
viabilizar a topografia do projeto de assentamento, bem como a regularização dos
agricultores ocupantes com perfil para serem regulares junto ao INCRA;
3 - Estabelecer relação/parceria com Secretária Estadual de Agricultura, para
aquisição de tanques de resfriamento de leite, na intenção de suprir a necessidade no
projeto de assentamento;
4 - Cogitar o melhoramento e acompanhar a ação de recuperação e cascalhamento
das estradas, bem como a construção das pontes e colocação de bueiros em parceria com
INCRA e Secretaria Municipal de Obras.
5 - Reformar e ampliar a Escola Municipal Genair de Paula Neto, bem como a
construção de banheiros.
6 - Adquirir tratores para mecanização da terra, através de emenda parlamentar
Linha de ação 1: Infraestrutura das habitações
Proposta:
Melhorar a infraestrutura das habitações.
105
Projeto:
Viabilizar a construção das habitações dos assentados.
Beneficiário em potencial: Todos os assentados
Prioridade da ação: Alta
Justificativa: Todos os assentados não tiveram acesso a linha de crédito Habitação.
Todavia muitas famílias residem em barracos de madeiras cobertos com telhas de amianto,
algumas dessas casas sem piso somente na terra, os banheiros são com fossa negra ou a céu
aberto, este é um dos principais problemas que justifica a necessidade das casas.
Objetivo: Disponibilizar a implantação do crédito habitação.
Instituições Participantes em potencial: INCRA, Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal e EMATER/RO
Cronogramas de atividades: As atividades estão projetadas para um ano,
considerando atividade de curto e médio prazo.
Quadro 18: Cronograma de execução:
Atividades Meses- 2013.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Apresentar a demanda ao INCRA X
Encaminhamento dos documentos
ao Banco do Brasil ou Caixa
Econômica Federal.
x
Processo de construção das
habitações
X X X
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
As ações abaixo relacionadas serão executadas com base no diagnostico
estabelecido, onde foram levantadas as prioridades em nível de infraestrutura no
assentamento, estabelecendo ainda as responsabilidades pela execução do plano.
106
PLANO DE AÇÃO DA DIMENSÃO INFRAESTRUTURA
Comissão de infra- estrutura: Sandra R. de Oliveira, Santa Terezinha de Almeida Reco, Ivone França de Oliveira, Aledir de Freitas Ferreira,
Antônio Sergio de Oliveira
PROBLEMA SOLUÇÃO COMO FAZER QUEM VAI FAZER ?
ATÉ QUANDO FAZER ?
1-Falta melhorias nas
estradas, pontes e
instalação de bueiros
Manutenção das pontes e
estradas
Fazer levantamento da
quantidade (km) de
estradas a serem
recuperadas e
cascalhadas.
Fazer levantamento das
pontes a serem
construídas ou
recuperadas.
Fazer levantamento de
pontos críticos de
alagamento onde há
necessidade de
instalação de bueiros
Equipe de ATER,
Comissão de Infra
estrutura, INCRA e
Secretaria Municipal de
Obras.
Até Outubro de 2013
2- Falta de topografia e
regularização de
agricultores ocupantes
Obter a topografia e a
regularização dos
ocupantes
Fazer oficio ao INCRA
e entregar pessoalmente
ao Executar da UA de
Ariquemes e ao
Superintendente da SR-
17. Sempre levar uma
copia do PDA.
Equipe de ATER,
Comissão de Infra
estrutura e INCRA
Até dezembro de 2014.
3- Falta de tanques de
resfriamento de leite
Obter os tanques Fazer ofício e reunião
solicitando a SEAGRI e
deputados estaduais.
Sempre levar uma copia
Equipe de ATER,
Comissão de Infra
estrutura, e Presidente da
Associação Barra do Dia
Até dezembro de 2013.
107
do PDA junto
4-Falta reforma da Escola
Municipal Genair de Paula
Neto, bem como
construção dos banheiros
Reformar a escola e
construir banheiros
Fazer reunião com o
Prefeito, a Secretária
Municipal de Educação
do município de Buritis,
A APP da Escola Genair
de Paula Neto, Técnicos
de ATER e a Comissão
de Infra estrutura.
Equipe de ATER e
Comissão de Infraestrutura
Até outubro de 2013.
5- Falta tratores para
mecanização agrícola
Aquisição de tratores Fazer oficio e reunião
solicitando a SEAGRI, a
deputados estaduais e
federais. Sempre levar
uma copia do PDA junto
Equipe de ATER,
comissão de Infraestrutura
e Presidente da Associação
Barra do Dia
Até Outubro de 2013.
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
As ações referentes aos problemas levantados no assentamento por ocasião do diagnóstico que não constam neste quadro já foram
contempladas no item 6.2.2. As atividades descritas acima serão desenvolvidas num espaço de curto, médio e longo prazo.
108
6.3.2. Programa Produtivo
Durante as oficinas coletivas as premissas levantadas, observaram os problemas
relacionados ao sistema produtivo do PA. Estas fundamentaram a construção do Plano de
ação de forma participativa entre os assentados, a fim de elaborar o programa produtivo,
para tanto, os problemas foram priorizados em graus de importância e agrupados em
Linhas de Ação.
Para tal se propõe:
Linha de Ação 1: Acesso as linhas de crédito do PRONAF;
Linha de Ação 2: Melhoramento da qualidade do solo;
Linha de Ação 3: Fortalecimento da cadeia produtiva do café;
Linha de Ação 4: Aumento da produção do Cacau;
Linha de Ação 5: Aumento da produção do leite.
O serviço de ATER/EMATER tem especial função na execução das metas
propostas, principalmente no que tange a capacitação de agricultores, estabelecimento de
parcerias com entidades e na organização dos assentados.
Linha de Ação 1: Acesso as linhas de crédito do PRONAF;
Projeto: Acesso inicial a linha de crédito rural PRONAF A, que fortalece o
aumento da produção com bônus de adimplência na parcela de até 40% do valor.
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados regularizados junto ao INCRA.
Prioridade da Ação: Alta
Justificativa: A atividade produtiva no PA necessita de investimentos que viabilize
o inicio das atividades de produção por parte de alguns assentados e ampliação da
produção por parte de outros, sendo que, torna-se necessária para efetivar esta linha de
ação a aquisição de matrizes leiteiras, calcário, adubos, mudas de café e cacau de
qualidade, construção de cercas e currais, além de outras necessidades fundamentais que
venham a maximizar a produção local.
Objetivo: Aumentar a produção e diversificação das atividades desenvolvidas
pelos assentados, de forma melhorar sua renda e consequentemente sua qualidade de vida.
Com isso é possível estimular a implantação de técnicas alternativas para a recuperação de
solos degradados, a utilização de controles alternativos de pragas e doenças, e a
diversificação da produção.
109
Metas:
-Realizar projetos de crédito na linha PRONAF A, com aquisição de animais,
plantas de melhorar qualidade e instalações adequadas para o manejo.
-Criação de Unidades demonstrativas, por meio de implantação de sistema
rotacionado de manejo de pastagem, e de café clonal, que maximiza a produção e a
exploração por área.
- Visitas para acompanhamento de toda etapa de implantação e desenvolvimento
das unidades demonstrativas.
-Testar consórcios de culturas perenes com plantas variedades leguminosas;
-Aproveitar estercos e resíduos agrícolas para a produção de adubos orgânicos
(compostagem), visando diminuir custo com adubos químicos e melhoria ambiental.
Condicionantes: Sensibilização dos agricultores para o processo de transição agro-
ecológica, regularização das propriedades e emissão da DAP- declaração de aptidão ao
PRONAF por parte do INCRA.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER-RO, SEMAGRI,
SEAGRI, Banco da Amazônia, Fundação Banco do Brasil e EMBRAPA.
Fontes de Financiamento em Potencial: PRONAF e Créditos do INCRA;
Cronograma de Atividades
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de curto e
médio prazo.
Quadro 13: Cronograma de Execução.
2013 2014
Atividades ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun
Elaborar projeto de crédito
X X X X X X X X X
Visitas técnicas X X X X X X X X X X X
Reunião X X
Reunião com Bancos
X
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Linha de Ação 2: melhoramento da qualidade do solo
Projeto: melhorar os aspectos físicos e químicos do solo, de forma a proporcionar
maior produtividade das propriedades, tanto na produção de espécies perenes, quanto
anuais.
110
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados regularizados junto ao INCRA.
Prioridade da Ação: média
Justificativa: Os solos do PA se encontram em processo de degradação ambiental,
pois os mesmos foram explorados até o momento se qualquer cuidado com o
melhoramento da fertilidade. Tendo a atividade produtiva no PA necessidade de
investimentos que viabilize melhorias na produção, dando estimulo aos agricultores em
aumentar as áreas de cultivo. Os processos produtivos, no que tangem a melhoria da
qualidade do solo, somente são possíveis via aplicação de calcário e uma adequada
adubação em função da analise previa do solo.
Objetivo: Aumentar a produtividade das culturas exploradas pelos agricultores.
Metas:
- Realização de análise de solo;
- Recomendação agronômica;
- Plantio de espécies a ser exploradas;
- Aplicação de corretivos e;
-Aplicação de adubos.
Condicionantes: Longos períodos de seca podem interferir no desenvolvimento da
cultura e a aquisição de insumos, pois o custo do frete possui alto custo atualmente.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER e SEMAGRI.
Fontes de Financiamento em Potencial e logística: PRONAF, SEMAGRI E
EMATER.
Cronograma de Atividades
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de médio prazo
conforme quadro 14.
2013 2014
Atividades ago set out nov dez Jan fev mar abr mai jun
Realização de análise de solo
X X
Recomendação agronômica
X X
Aplicação de calcário
X X X
Plantio X x X
Aplicação de adubos
X X X X X X
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
111
Linha de Ação 3: Fortalecimento da cadeia produtiva do café;
Objetivo: Recuperar áreas degradadas e adotar medidas de manejo da fertilidade do
solo de forma conservacionista, visando aumentar a produção da cultura.
Metas:
- Análise de solo;
- Recomendação agronômica;
- Produção de mudas;
- Correção do solo e;
- Plantio e adubação.
Condicionantes: Custo com o transporte do calcário, insumos, acesso as máquinas de
mecanização agrícola e sementes de plantas melhoradas.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER, SEAGRI, SEMAGRI e
EMBRAPA.
Fontes de Financiamento em Potencial: PRONAF.
Cronograma de Atividades
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de média
importância conforme quadro 15.
Quadro 15: Cronograma de Execução.
2013 2014
Atividades ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun
Realização de análise de solo
X X
Recomendação agronômica
X X
Produção de mudas
X X X
Correção de solo
X X X
Plantio e adubação
X x X
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Linha de Ação 4: Aumento da produção do Cacau;
Objetivo: Recuperar áreas degradadas com cacaueiros e adotar medidas de manejo
fitossanitário das lavouras, tendo o cuidado com a fertilidade do solo de forma
conservacionista, visando aumentar a produção da cultura.
Metas:
- Análise de solo;
112
- Recomendação agronômica;
- Produção de mudas;
- Correção do solo e;
- Plantio e adubação.
Condicionantes: Custo com o transporte do calcário, insumos, acesso as máquinas de
mecanização agrícola e sementes de plantas melhoradas.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER, SEAGRI, SEMAGRI e
EMBRAPA.
Fontes de Financiamento em Potencial: PRONAF.
Cronograma de Atividades
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de média
importância conforme quadro 16.
Quadro 16: Cronograma de Execução.
2013 2014
Atividades ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun
Realização de análise de solo
X X
Recomendação agronômica
X X
Produção de mudas
X X X
Correção de solo
X X X
Plantio e adubação
X x X
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Linha de Ação 5: Aumento da produção do leite.
Objetivo: Melhorar qualitativamente, aumentar e expandir a produção de leite dentro
do PA, de forma a proporcionar animais de melhor qualidade para os assentados, pois, desta
forma é possível melhorar a rentabilidade da atividade e renda das famílias.
Metas:
- Reconhecimento da propriedade;
- Reconhecimento dos animais;
- Descarte de animais pouco produtivos;
- Melhoramento das pastagens;
- Aquisição de animais de maior potencial produtivo de leite e;
- Cuidados fitossanitários com os animais.
113
Condicionantes: Custo com o transporte do calcário, insumos, acesso as máquinas de
mecanização agrícola, problemas na aquisição de animais e cultura dos assentados.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, EMATER, BASA, SEAGRI,
SEMAGRI e EMBRAPA.
Fontes de Financiamento em Potencial: PRONAF.
Cronograma de Atividades
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de média
importância conforme quadro 18.
Quadro 18: Cronograma de Execução.
2013 2014
Atividades ago set out Nov dez jan fev mar abr mai jun
Reconhecimento
da propriedade; X X X X X X X X X X X
Reconhecimento
dos animais; X X X X X X X X X X X
Descarte de
animais pouco
produtivos;
X X X X X
Melhoramento
das pastagens; X X X X
Aquisição de
animais de
maior potencial
produtivo de
leite e;
x X X X
Cuidados
fitossanitários
com os animais X X X X X X X X X X X
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
114
Quadro 19: Plano de Ação na Dimensão Econômica:
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
O quadro acima foi elaborado segundo as prioridades elencadas pelos asssentados, de forma que, as organizações acima mencionadas possam
estar priorizando as temáticas com a finalidade de resolver problemas considerados limitantes dentro do PA.
PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO ECONÔMICA
PROBLEMA SOLUÇÃO COMO FAZER? QUEM VAI FAZER? ATÉ QUANDO
FAZER?
Falta de acesso ao
PRONAF
Negociar com os bancos a
possibilidade de acesso com
o Contrato de Concessão de
Uso.
Assentados e equipe
técnica marcar reunião
com gerentes de Agências
de banco de Buritis/RO.
Assentados e Equipe de
ATER.
Março de 2013.
Destruição dos pastos
causados pela Cigarrinha
do Campo.
Adubar bem a área do pasto,
fazer o manejo do gado no
verão, ou combater com
inseticida.
Solicitar Acessória do
IDARON e EMATER
Equipe responsável pela
área de ambiental,
ATER/INCRA
Fevereiro de 2014
Analise de solo e
calcário
Realizar a orientação técnica
de coleta de solo aos
agricultores. Encaminhar
oficio a SEAGRI solicitando
calcário com cópia da
analise de solo.
A equipe técnica irá
relacionar os assentados
que tem interesse e visitá-
los.
Equipe téncia e equipe e
assentados.
2013.
115
6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais
A assistência social, política pública não contributiva, é dever do Estado e direto de
todo cidadão que dela necessitar. Entre os principais pilares da assistência social no Brasil
estão a Constituição Federal de 1988, que dá as diretrizes para a gestão das políticas
públicas, e a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), de 1993, que estabelece os
objetivos, princípios e diretrizes das ações.
A LOAS determina que a assistência social seja organizada em um sistema
descentralizado e participativo, composto pelo poder público e pela sociedade civil. A IV
Conferência Nacional de Assistência Social deliberou, então, a implantação do Sistema
Único de Assistência Social (Suas). Cumprindo essa deliberação, o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) implantou o Suas, que passou a
articular meios, esforços e recursos para a execução dos programas, serviços e benefícios
socioassistenciais.
Os serviços e direitos sociais são garantidos e definidos através de políticas
públicas já existentes para as áreas de assistência social, saúde, educação, cultura e lazer.
Os recursos são providos pelos governos federal, estadual e municipal e executados parte
pelo INSS e pelas secretárias municipais. Na área da Saúde o assentamento dispõe do
Programa da Saúde da Família - PSF, na área da educação dispõe do Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação –
FUNDEB e na área de benefícios sociais dispõe da Previdência Social e os demais
programas de assistência social que se encontra em andamento norteando as limitações
apresentadas no plano de recuperação pelas famílias assentadas.
Transporte Escolar - Existe um programa do Ministério da Educação que executa
dois programas voltados ao transporte de estudantes: o Caminho da Escola e o Programa
Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE), que visam atender alunos moradores
da zona rural.
Caminho da Escola - O Caminho da Escola foi criado pela Resolução nº03, de 28
de março de 2007, e consiste na concessão, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar
(PNATE), que visa atender alunos moradores da zona rural.
116
Programas Sociais:
Programa Bolsa Família – conceder uma complementação mensal de renda a
famílias em situação de vulnerabilidade social. O programa possui três eixos principais
focados na transferência de renda, condicionalidades e ações e programas complementares.
A transferência de renda promove o alívio imediato da pobreza. As condicionalidades
reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência
social. Já as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias,
de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade, promovendo
projetos de qualificação profissional e de geração de trabalho e renda junto às famílias.
Agentes Comunitários de Saúde - O Programa PACS, de Agente de Saúde atende
as Famílias, o mesmo reside na própria comunidade onde trabalha assim tem acesso fácil
nas famílias e vizinhanças identificando rápidos seus problemas. Eles atendem os
moradores em suas casas, relacionadas com a saúde, prestando orientação, apresentando
sugestões, dar apoio, controla e acompanha as realizações dos procedimentos necessários,
buscando encontrar alternativas para enfrentar as situações problemáticas juntamente com
a comunidade.
SUS - Sistema Único de Saúde a assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
Farmácia Popular do Brasil – Objetivo do acesso aos medicamentos para doenças
mais comuns entre os cidadãos.
ATER/INCRA - Assistência Técnica Social e Ambiental, objetivo de levar
assistência Técnica, social e ambiental as famílias assentadas nos Projetos de
Assentamento da Reforma Agrária, criados ou reconhecidos pelo INCRA.
Programa de Aquisição de Alimentos – PAA O Programa de Aquisição de
Alimentos foi criado pelo artigo 19 da Lei n.º 10.696, de 2 de julho de 2003 com o com o
objetivo de incentivar a agricultura familiar, a partir de ações ligadas à distribuição de
produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar e à formação de
estoques estratégicos. No ano de 2003 o Programa foi regulamentado, entre 2003 e 2005 o
Programa foi operado, exclusivamente, com recursos disponibilizados no Orçamento do
Ministério do Desenvolvimento Social e foi desenvolvido a partir de parcerias entre a
117
Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional – SESAN e governos estaduais e
municipais, além da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB.
A partir do exercício de 2006 o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA passa
a ter uma maior participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, agora com
dotação orçamentária própria. Para a operacionalização do PAA pelo MDA/SAF no
exercício de 2007, estão previstos R$ 61,7 milhões.
Neste contexto foram informados os programas que os assentados já foram ou estão
sendo beneficiados.
Diante dos programas sociais de garantia dos direito sociais básicos, os mesmos
foram divididos em (Educação, Saúde e Cultura/Lazer), de acordo com o diagnostico, estes
segmentos foram os mais citados pelos assentados. Para tanto, foram criadas três linhas de
ações:
Educação de qualidade;
Saúde e saneamento;
Cultura e Lazer.
Linha de Ação 1: Educação
Projeto: Viabilização de educação de qualidade para todos os assentados.
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: Alta
Justificativa: A educação oferecida no PA atende apenas ao publico do pré ao 5º ano,
os demais precisam se deslocar ate a sede do município para dar continuidade aos estudos.
Alguns alunos optaram por estudar em escolas pólos, sendo uma localizada no P.A. Reviver
(Escola Pólo José Américo) e a outra no Marco 20 que fica no P.A. Menezes Filho. Os motivos
para evasão escolar dos alunos que precisam estudar fora do assentamento são: a distancia
percorrida, as péssimas condições da estrada, a demora em chegar na escola e em voltar para
casa e a precariedade do ônibus escolar, pois muitas vezes o mesmo quebra, o que acaba por
inviabilizar a viagem. Durante o diagnostico foram identificados um pequeno numero de
adultos analfabetos e um grande numero de alunos adultos que não chegaram a completar a
quarta serie e também problemas relacionados a precariedade do transporte escolar. Alegam
que os ônibus não têm manutenção adequada.
Objetivo: Inserir jovens e adultos no processo educacional, manter transporte escolar
com segurança e qualidade.
118
Metas:
-Viabilizar transporte de qualidade e segurança durante todo o ano para as crianças
freqüentarem a escola;
- A escola foi beneficiada com o Programa PROINFO, porém ainda não possui acesso
a internet;
-Alfabetizar jovens e adultos (EJA);
- Viabilizar a construção de uma escola pólo nas imediações do P.A.
- Viabilizar cursos de capacitação para jovens e mulheres do assentamento.
Condicionantes: Articulação como a Secretaria Municipal de Educação e Viabilização
de estradas de qualidade para o transporte escolar.
Instituições Participantes em Potencial: SEMED, INCRA, EMATER-RO, SEMOB,
SEMUSA.
Cronograma de Atividades
Quadro 20 - Atividades de curto e médio prazo
Atividades Meses- 2013.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Melhorar transporte escolar x
Implantar serviço de acesso a internet x
Implantar educação para jovens e adultos x x x
Implantar capacitação profissional rural x x x x x
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Linha de Ação 2: Saúde e saneamento
Projeto: Estruturação de ações de saúde e saneamento
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: Alta
Justificativa: Atualmente uma das doenças que mais acomete os agricultores é a
dengue, destacam-se também doenças como diabetes e hipertensão. No P.A. não existe
atendimento médico e de enfermagem, somente o Agente Comunitário de Saúde visita as
famílias e propõe soluções e encaminhamentos. Os programas voltados á saúde da mulher,
idoso e criança não são oferecidos no assentamento, sendo assim, se faz necessário o
119
deslocamento até o município de Buritis. O município de Buritis conta apenas com duas
ambulâncias para levar os pacientes até uma unidade saúde em casos de urgência. O
Programa Saúde da Família é à base do Sistema Único de Saúde, devendo ser eficaz nos
programas de prevenção e promoção da saúde. Para tanto, a Secretaria Municipal de Saúde
deverá disponibilizar médico e enfermeiro periodicamente para realizar atendimento
periódico itinerante dentro do assentamento. Além destes, o programa de saúde bucal,
também deverá ser oferecido na escola.
Objetivo: Disponibilizar assistência a saúde, bem como, favorecer o acesso de
todos os assentados neste PA.
Metas:
- Aumentar a quantidade de Agentes Comunitários de Saúde- ACS;
-Disponibilizar médico e enfermeiro 2 (duas) vezes ao mês dentro do assentamento.
-Implantar uma estrutura de saúde bucal básica móvel (consultório) para
atendimento odontológico periódico no assentamento.
- Promover capacitações sobre saúde preventiva, saúde bucal, tratamento da água,
destino do lixo e outros.
Condicionantes: Recursos Financeiros, compromisso dos órgãos competentes nas
políticas de saúde.
Instituições Participantes em Potencial: SEMUSA, Ministério da Saúde, INCRA,
EMATER/ATES-RO, SEMOB, Prefeitura Municipal de Buritis.
As atividades estão projetadas para um ano, considerando atividades de curto e
médio prazo.
Cronograma de Atividades
Quadro 21. As atividades de curto e médio prazo.
Atividades Ano
2013 2014
7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7
Oferecer palestras sobre saúde
preventiva
x x x x x x x
120
Viabilizar atendimento de saúde
com medico, odontologista e
enfermeiro dentro do assentamento.
x x x x
Viabilizar a construção de um posto
de saúde no assentamento
x
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Linha de Ação 3: Cultura e Lazer
Projeto: Estimular práticas culturais e de lazer no assentamento
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: baixa
Justificativa: No assentamento as opções de lazer e eventos culturais são bastante
limitadas. Para a melhoria da qualidade de vida da população rural, essa pratica deve ser
valorizada e promovida. Para tanto, se faz necessário á construção de uma área de lazer
que venha atender a comunidade. Os jovens muitas vezes deixam á zona rural por falta de
opções de entretenimento.
Objetivo: Estimular a realização de atividades culturais e de lazer no assentamento.
Metas:
- Promover campeonatos de futebol, de bosha e de maia dentro do assentamento;
- Promover seções de cinema no campo;
- Incentivar os eventos religiosos;
- Incentivar as festas típicas e demais manifestações culturais.
- Promover feiras de artesanato, bordados e doces juntamente dos eventos culturais.
Instituições Participantes em Potencial: INCRA, ATER/EMATER-RO,
Prefeitura Buritis, Secretaria Municipal, Secretaria Municipal de Esporte e Cultura.
Cronograma de Atividades
Quadro 22. As atividades de curto e médio prazo
Atividades Meses/2013.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Campeonatos x
Cinema no campo x x
121
Eventos religiosos
Festas típicas
Promover feiras de artesanato, bordados e
comidas junto aos eventos culturais
x
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Quanto ao plano de ação participativo construído pelos assentados os problemas
priorizados também foram diretamente relacionados à educação e a saúde e são
apresentados a seguir:
122
Para demais problemas diagnosticadas, vide abaixo o plano de ação discutido coletivamente nas oficinas.
Quadro 23: Cronograma de Execução.
PLANO DE AÇÃO DA DIMENSÃO SOCIAL
Comissão Social: Manoel Coelho, Antonia de F. O. Basílio, Maura de O. Ferreira, Gessé A. Filho, Varcilio Pereira
Problema Solução Como Fazer Quem vai fazer Até quando fazer
Falta escola pólo nas
imediações do P.A.
Construir escola pólo e
contratar professores, de
preferência do assentamento
Solicitar ao prefeito e a
secretaria de educação
através de oficio e abaixo
assinado, sempre levando
uma copia do PDA.
Equipe de ATER,
comissão social,
Presidentes das
associações dos P.A´s.
próximo ao P.A. Rabo
do Tamanduá
Até dezembro de 2013.
Más condições dos ônibus
escolares
Melhoramento da frota de
ônibus
Solicitar através de oficio a
secretaria municipal de
Educação, sempre levar
uma cópia do PDA.
Equipe de ATER,
comissão social,
Associação de Pais e
Professores
Até setembro de 2013.
Falta área de lazer no
assentamento
Construir área de lazer
comunitária
Unir a comunidade para
construir a área, solicitar
recursos junto a prefeitura e
deputados (emenda
parlamentar).
Equipe de ATER,
comissão social,
Prefeitura
A partir de Janeiro de
2014 (problema de
médio prazo).
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
123
O quadro acima foi elaborado segundo as prioridades elencadas pelos asssentados, de
forma que, as organizações acima mencionadas possam estar priorizando as temáticas com a
finalidade de resolver problemas considerados limitantes dentro do PA
.
6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais
Quanto às diretrizes para a construção dos programas que contempla a dimensão
ambiental foi diagnosticada as seguintes prioridades, como linhas de ações:
Manejo Florestal;
Educação Ambiental;
- Orientações sobre a importância da outorga de água;
- Recolhimento correto dos recipientes vazios de agrotóxicos.
A seguir serão apresentados os projetos de cada linha de ação.
Linha de Ação 1: Manejo Florestal
Projeto: Manejo de recursos florestais sustentáveis
Beneficiários em Potencial: Todos os assentados
Prioridade da Ação: Alta
Justificativa: A legislação ambiental brasileira exige a manutenção de 80% de áreas de
reserva legal nas propriedades agrícolas na região amazônica. O assentamento apresenta
grande potencial para exploração de vários recursos naturais. Dentre estes, a madeira explorada
de forma sustentável através de planos de manejos pode ser uma boa fonte de renda para as
famílias. Alternativas de exploração dos recursos florestais podem ser através da silvicultura e
sistemas agroflorestais.
Objetivo: Realizar o manejo florestal ou praticas de silvicultura para obtenção de
renda.
Metas:
- Regularizar e incentivar a implantação de planos de manejo florestais sustentáveis;
- Extrativismo sustentável de produtos da floresta;
- Implantar um viveiro comunitário para a produção de espécies frutíferas e essências
florestais para recuperação de áreas degradadas;
- Incentivar a implantação de sistemas agroflorestais nas propriedades;
- Elaborar propostas para obtenção de créditos de carbono.
124
Condicionantes: Legislação ambiental; Falta de documentos dos lotes, burocracia dos
órgãos ambientais.
Instituições Participantes em Potencial: SEDAM, IBAMA, IPAAM, INCRA,
EMATER-RO.
Fontes de Financiamento em Potencial: PRONAF, INCRA (Cartão Verde), Créditos
de Carbono.
Cronograma de Atividades
Quadro 24: As atividades de curto e médio
Atividades Meses/ 2013.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Regularizar planos de manejos x x x x x x x x x x x
Extrativismo x x x x x x x x x x x
Implantar viveiro comunitário x x x x x x x x x x
Implantar SAF’s x x x x x
Elaborar Projetos crédito de carbono x x
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Metas:
- Iniciar mutirões para recomposição de matas ciliares;
- Realizar palestras nas escolas sobre preservação do meio ambiente;
- Orientar quanto ao correto recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos;
- Realizar curso sobre recuperação de solos degradados com adoção de práticas
conservacionistas.
- Informar sobre a importância da outorga, bem como, sua forma de obtenção.
- Orientar medidas de prevenção de incêndios.
Condicionantes: Sensibilização dos agricultores sobre os problemas ambientais.
Instituições Participantes com Potencial: SEDAM, INCRA, EMATER-RO,
IBAMA, ICMBIO e IDARON.
125
Cronograma de Atividades
Quadro 25: Cronograma de Execução.
Atividades Meses/ 2013.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Orientar medidas de prevenção de incêndios,
nas associações e escolas. x x x x x x x x x x
Informar sobre a importância da outorga, bem
como, sua forma de obtenção. x x x x x x x x x x
Iniciar a recuperação de mata ciliar x x x x x x x x x x
Realizar palestras educativas nas escolas x x x x x x x x x x
Realizar palestras sobre o correto recolhimento
de embalagens de agrotóxicos e outorgas para
os associados.
x x x x x x x x
Realizar curso de recuperação de solos
degradados x x x x x x x x x
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
Quanto ao Plano de ação participativo construído pelos assentados os problemas
priorizados também foram diretamente relacionados à educação ambiental são apresentados a
seguir:
condições dos ônibus escolares
Para estas três ultimas, vide abaixo o plano de ação discutido coletivamente nas
oficinas.
126
Quadro 25: PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL.
PLANO DE AÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL
Comissão Ambiental: Arildo Kreidtlon- Moises França de Oliveira. Salvador Pinto de Oliveira, Claudinei Santana Rocha,
PROBLEMA SOLUÇÃO COMO FAZER? QUEM VAI FAZER? ATÉ
QUANDO
FAZER?
Licenciamento
ambiental
Realizar o georeferenciamento das
parcelas.
Procurar o INCRA. Organizar a comunidade e a
equipe técnica para levar a
demanda até o Superintendente
do INCRA.
Julho de
2013.
Falta de posto de
coleta de embalagens
de veneno.
Construção de um posto de coleta
de embalagens vazias de
agrotóxicos.
Organizar junto às lojas,
Prefeitura municipal e IDARON
local a construção de um posto.
Agendar uma reunião entre
Organizar junto às lojas,
Prefeitura municipal e IDARON.
Julho 2014.
Beira dos rios
desmatadas.
Reflorestar as beiras dos rios de
acordo com a legislação de Área
de Proteção Permanente.
Solicitar mudas do 5° BEC,
EMATER, EMBRAPA, SEMA,
SEDAM, Projeto Plante Árvores
e Crédito Ambiental.
Equipe responsável pela área de
ambiental, ATER/INCRA
Janeiro de
2014
Falta de acesso a
mudas.
Construção de um viveiro
comunitário.
Realizar a construção de um
viveiro comunitário dentro do PA.
Equipe responsável pela área de
ambiental, ATER/INCRA,
assentados e Prefeitura
Municipal.
Julho de
2014
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
127
6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do Plano
O planejamento participativo deste Plano, bem como a sua execução, requer a
estruturação de ações e atribuição de responsabilidades aos atores participativos nas áreas
temáticas. Sendo o PDA um instrumento de nível local, sua execução deverá ter como
estratégia principal o estabelecimento de parcerias e articulações dos assentados entre
órgãos públicos nas esferas municipal, estadual e federal.
O objetivo desse programa de gestão é acompanhar a execução e a implantação das
ações previstas nos programas e projetos do Plano de Ação.
Para tanto foi eleita uma coordenação gestora para o PDA, composta por uma
Coordenação Geral, uma Secretaria e Comissões gestoras por dimensão.
O principal condicionante desse modelo de gestão é o paradigma instaurado em
relação à organização associativa.
A assessoria para esta gestão será a equipe de ATER que terá a função de orientar e
caminhar junto com as comissões para a implantação e execução as ações propostas.
128
Quadro 26: PLANO DE AÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO PLANO.
PLANO DE AÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO PLANO
Comissão Social: Manoel Coelho, Antônia de F. O. Basílio, Maura de Oliveira Ferreira, Gessé Alves Filho, Varcilio Pereira
PROBLEMA SOLUÇÃO COMO FAZER? QUEM VAI FAZER? ATÉ QUANDO FAZER?
Falta de
organização da
associação:
Unir comunidade Unir a comunidade para
retomar ações coletivas e
discutir problemas de
ordem social na
comunidade
Toda a comunidade
Emater- RO.
Imediato
Falta de união das
famílias na busca
de solução dos
problemas.
Unir grupos Unir a grupos na
comunidade para retomar
ações coletivas e discutir
problemas existentes na
comunidade.
Toda a comunidade
Emater- RO.
Imediato
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
129
6.3.6. Assistência Técnica, Social e Ambiental – ATER
A assessoria técnica, social e ambiental deverá ser prestada pela Associação de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia- EMATER responsável pela
elaboração deste PDA. Durante as oficinas de construção do plano assim como no
autodiagnóstico os assentados legitimaram essa instituição e expressaram o desejo da
continuidade do seu trabalho.
Para o acompanhamento das ações propõe-se que os técnicos façam o
monitoramento das atividades de execução do plano junto às comissões formadas.
Outra atribuição do ATER será a de auxiliar no processo de capacitação conforme
as demandas dos programas e projetos apresentados.
A equipe técnica e assentados, devem agir de forma integrada à dinâmica do
desenvolvimento municipal e regional, de forma ambientalmente sustentável, tomando
como referência o PDA, o que será expresso nos projetos executivos para ampliação do
potencial produtivo e introdução de processos de beneficiamento, além dos cuidados
dirigidos à comercialização, as políticas e serviços sociais básicos.
As ações para o programa de ATER são:
1- Realização de oficinas participativas para o planejamento de ações;
2- Estabelecimento de parcerias com entidades potenciais para a concretização das
metas dos programas estabelecidos;
3- Orientar e monitorar as ações da comissão gestora do PDA;
4- Continuar prestando serviços de orientações nas dimensões (Econômica, social,
Infraestrutura e ambiental);
5- Oferecer capacitação aos assentados conforme demanda dos programas e projetos.
Quadro 27: Cronograma de Execução.
Atividade
Meses
2013 2014
7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6
Oficinas participativas x x x x
Estabelecimento de parcerias x x x x x x x x x x x
Orientação e monitoramento das
comissões gestoras
x x x x x x x x x x x
Orientações técnicas x x x x x x x x x x x x
130
Capacitação dos assentados x x x
Avaliação de execução do plano x
Relatório do plano x x
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto, Subprograma e/ou
Programa
O PDA foi elaborado seguindo os princípios da metodologia de intervenção
participativa dos atores, que motivaram a elaboração deste instrumento que caracteriza a
vivência temporal da realidade do PA. Este processo de construção coletiva e participativa
torna este instrumento valido perante a comunidade por expressar suas opiniões, sugestões,
desejos e insatisfações diante da sua realidade.
Os programas aqui propostos foram elaborados com embasamento técnico,
científico de profissionais multidisciplinares e assentados, com base na legislação e sempre
levando em conta os programas e projetos já existentes que pudessem ser inseridos no
plano de ação. A viabilidade econômica, social, ambiental e Infraestrutura foram
consideradas os pilares do diagnóstico. Para o sistema produtivo as ações seguem os
princípios da agroecologia; para a ambiental fundamenta-se na legislação vigente, além da
preocupação em preservar e recuperar os recursos da natureza; e, em relação à dimensão
social as propostas estão focalizadas na oferta dos serviços sociais básicos de saúde e
educação com qualidade para as famílias.
De maneira geral o plano foi elaborado segundo os princípios de racionalidade que
orientam as ações planejadas, levando em conta, primordialmente, as reais condições
culturais e materiais das famílias assentadas, que somadas à realidade diagnosticada da
área a ser trabalhada, requerem investimentos continuados e prolongados, cujos resultados
previsíveis dar-se-ão prazo previsível, sem condições de aplicação imediata de análise de
viabilidade econômica.
Quando falamos em projetos, programas e subprogramas, e em sustentabilidade
temos que encarar a realidade do meio onde se desenvolvem estas atividades e as pessoas
que estão envolvidas na mesma. O Assentamento Rabo do Tamanduá se Caracteriza por
estar formado de Agricultores com anos de experiência onde o fator limitante de suas
atividades é a falta de meios de produção, tanto física como econômica e a sustentabilidade
tanto social como ambiental torna-se muito dependente das políticas publicas que
131
consigam chegar até eles. Como exemplo pode citar o que a pecuária tanto de corte como
leiteira que nada mais é que a derrubada queima e introdução da gramínea e explora-la até
a exaustão do solo e da planta, onde começam a aparecer plantas infestantes causando
diminuição da produtividade, acredita-se que se estes mesmos produtores acessassem
tecnologias agrícolas, crédito na medida da necessidade e no tempo apropriado a
agropecuária não se difundiria como vem acontecendo, o que seria um ganho para a
sustentabilidade ambiental, econômica e social, onde os próprios agricultores fariam o
monitoramento da conservação e sustentabilidade.
Por fim, a equipe técnica responsável pela elaboração deste plano atesta sua
viabilidade, segundo critérios voltados para garantia da sustentabilidade econômica, social,
ambiental e Infraestrutura do PA, sendo eles elementos suficientes a serem usados como
indicativos de qualidade e sucesso dos programas contidos neste PDA. Sendo que o
principal indicativo de sustentabilidade será a melhoria na qualidade de vida dos
agricultores do PA.
6.5. Disposições Gerais
A construção do Plano de Desenvolvimento do Assentamento- PDA busca no seu
bojo atender as principais demandas do Assentamento, levando em considerações o que
preconiza as diretrizes da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural –
PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - PRONATER.
O plano será disponibilizado para as instituições públicas e instituições privadas
que interagem com o PA Rabo do Tamanduá, também para as associações e/ou
representantes das comissões das áreas temáticas do assentamento.
A partir dos problemas e potencialidades apresentados no item 5.8. Foram
elaborados programas temáticos, com a participação dos assentados, o que se propõe que
se materialize em projetos e ações concretas. Pois, foram formulados em estreita sintonia
com a situação diagnosticada para cada área. O PDA está acessível tanto em termos de
compreensão quanto de execução, e se espera que sua operacionalização facilite e atenda
satisfatoriamente os anseios dos agricultores, subsidiando suas necessidades e trazendo
benefícios para toda a família e, consequentemente, para o assentamento como um todo.
Acredita-se, ainda, que as ações sugeridas neste documento (PDA) sirvam de base
para o desenvolvimento do assentamento, e que a partir dele, os agricultores sintam-se
estimulados para continuar o processo de mudança de suas realidades.
132
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Agricultura familiar predomina no Brasil. Revista Com Ciência, 10 de outubro de
2002.
2. Ano Internacional da Agricultura Familiar. ADITAL. Página visitada em 14 de
abril de 2012.
3. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, vols. 5 e 6, p.161-179,
2008-2009.
4. BRASIL. Ministério da Agricultura. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo.
Divisão de Agroecologia – SUDENE. Levantamento exploratório –
reconhecimento de solo do Estado da Paraíba. (Boletim Técnico, 15). Rio de
Janeiro. 1975. p. 553.
5. Censo Agropecuário - Agricultura Familiar 2006 Agricultura familiar ocupava
84,4% dos estabelecimentos agropecuários. IBGE. Comunicação Social, 30 de
setembro de 2009.
6. Com sua forte agricultura familiar, Paraná espera o biodiesel Carta Maior, 20 de
abril de 2008.
7. Brasília: MEC/ABEAS, 1988. p.109-118. (Programa Agricultura nos Trópicos,
v.2).
8. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA.
Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro, Embrapa Solos,
2006. 306p.
9. Embrapa Rondônia Sistemas de Produção, 5 ISSN 1807-1805 Versão Eletrônica
Dez./2005.
10. VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária chega à orla do
Paranoá.
11. FURTADO, R. & FURTADO, E. Intervenção participativa dos atores: uma
metodologia de capacitação para o desenvolvimento local sustentável. Brasília.
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Brasília. 180p. 2000.
12. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo
2010. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/censo2010/dados_divulgados/index.php?uf=11. Acesso em
06/12/2010.
13. LAUDO DE VISTORIA DO INCRA-SR 17/RO. P.A. Rabo do Tamanduá.
133
14. MDA, Plano Safra 2013-2014.
15. Notícia, Canal Rural, de 15 de setembro de 2009 (acessada em 30 de setembro de
2009).
16. O Desafio da Agricultura Familiar. PORTUGAL, Alberto Duque. in: Embrapa,
artigos, 07/12/2004 (acessado em maio de 2013.
17. Produção nacional de leite, 60% vem da agricultura familiar. Boletim 1540.
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Página visitada em
29 de maio de 2012.
18. PREFEITURA MUNICIPAL DE BURITIS. Informações. Disponível NO PLANO
DIRETOR PARTICIPATIVO, 2012
19. Porto Velho: SEDAM, 2007, 58p. Mapas. 1. RONDÔNIA - Zoneamento
Ecológico 2. Meio Ambiente.
20. RONDÔNIA. Governo do Estado. Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do
Estado de Rondônia: Um Instrumento de Gestão Ambiental a Serviço do
Desenvolvimento Sustentável de Rondônia.
21. SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE REFORMA AGRÁRIA- SIPRA.
22. SEDAM. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental. Atlas
Geoambiental de Rondônia. SEDAM. Governo de Rondônia. Porto Velho, 2002.
23. VIEIRA, L.S; SANTOS, P. C. T; VIEIRA, M. N. F. Solos: propriedades,
classificação e manejo.
134
8. ANEXOS
Sub-Bacias Hidrográficas e Principais Rios da Região.
A1- Mapa dos Recursos Hídricos
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.
A2 - Mapa da cobertura vegetal e uso da terra
Fonte: Emater, ATER/INCRA, 2013.
135
A3 – Croqui da Estratificação Ambiental dos Agros-Ecossistemas
Fonte: Emater, ATER/INCRA, 2013.
A4 – Mapa da Organização Territorial Atual;
Fonte: Emater, ATER/INCRA, 2013.
136
B1 - Mapa do anteprojeto de Parcelamento Incluindo Áreas Reserva Legal e
Preservação Permanente e Infraestrutura Existente e Projetada.
Fonte: Emater, ATER/INCRA, 2013.
B2 – Mapas/croquis das Parcelas Médias
Fonte: Emater – ATER/INCRA, 2013.