projecto orquestra geraÇÃo - … · professor e dos vários coordenadores da orquestra, junto dos...
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_PROJECTO ORQUESTRA GERAÇÃO
[inquérito aos docentes de música]
setembro | 2013
2
Índice
_CONSTRUÇÃO DA AMOSTRA ...................................................................................................................... 3
_PERFIL SOCIAL, ACADÉMICO E PROFISSIONAL DOS DOCENTES DE MÚSICA DO PROJETO OG .................. 6
_PERFIL DOS HÁBITOS MUSICAIS [OUVIR/TOCAR] DOS DOCENTES DE MÚSICA DO PROJETO OG ............ 14
_CONTACTO COM O PROJETO OG ............................................................................................................. 18
_ MATERIAIS PEDAGÓGICOS, REPORTÓRIOS E METODOLOGIAS ............................................................... 19
_PRINCIPAIS PONTOS POSITIVOS/NEGATIVOS DO PROJECTO ORQUESTRA GERAÇÃO ............................. 22
3
_CONSTRUÇÃO DA AMOSTRA
No âmbito do projeto - Promover a inclusão social através do envolvimento com a música: o projeto
Orquestra Geração - foi elaborado um questionário, como instrumento adicional de recolha de
informação, que tinha como público-alvo um grupo específico de docentes (professores de música do
plano curricular da OG). Um questionário constituído por 37 questões1 (com perguntas fechadas,
abertas e duplas) sobre uma diversidade de tópicos - sexo, idade, nível de escolaridade do próprio e do
agregado familiar próximo, formação académica, formação complementar, experiência profissional,
prática pedagógica, práticas e consumos musicais, funções no projeto, opinião sobre os métodos, os
reportórios e o projeto em si mesmo.
O questionário, disponibilizado para resposta online2, foi divulgado, através do e-mail pessoal de cada
professor e dos vários coordenadores da orquestra, junto dos 94 docentes de música (universo total) em
exercício de funções educativas nos 13 núcleos constitutivos do projeto Orquestra Geração (OG), no ano
letivo 2012/13.
Durante o período, aproximadamente, de um mês, os docentes de música do projeto Orquestra Geração
tiveram oportunidade de responder ao referido inquérito. Foram preenchidos 49 inquéritos (nenhum
teve que ser anulado), que correspondem a 52,1% do universo em causa. Os diferentes dados
recolhidos (quantitativos e qualitativos) foram tratados/analisados através de um software estatístico
(IBM SPSS Statistics) e de um processo de análise de conteúdo.
Dos 49 docentes de música do projeto Orquestra Geração que responderam ao inquérito, 30 são
professores das disciplinas de instrumento, orquestra e naipe (61,2%), 11 de instrumento e naipe
(22,4%), 3 de instrumento (6,1%), 1 de instrumento, orquestra, naipe e formação musical (2%) e 4 de
formação musical (8,2%).
Relativamente aos professores de instrumento e de naipe verifica-se a seguinte distribuição:
1 Ver anexo I.
2 O questionário ainda se encontra online.
4
quadro 01 - distribuição dos professores por instrumento
quadro 02 - distribuição dos professores por naipe
5
O presente questionário permite-nos observar os seguintes aspetos sobre os docentes de música do
projeto Orquestra Geração: i) o perfil social, académico e profissional; ii) os hábitos musicais (audição e
execução); iii) como tomaram conhecimento do projeto; iv) a opinião acerca do interesse e da
adequação dos diferentes materiais pedagógicos e dos diferentes reportórios utilizados nas
aprendizagens musicais; v) e os principais pontos positivos e negativos do projeto Orquestra Geração no
seu todo.
6
_PERFIL SOCIAL, ACADÉMICO E PROFISSIONAL DOS DOCENTES DE MÚSICA DO PROJETO OG
Sobre o perfil social, académico e profissional dos docentes de música do projeto Orquestra Geração
podemos observar que:
a) o número de docentes de música do projeto Orquestra Geração do género masculino e o
número de docentes de música do género feminino registam valores muito próximos, 53,1%
para o género masculino e 46,9% para o género feminino;
gráfico 01 - distribuição dos professores por género
b) a faixa etária predominante dos docentes de música do projeto Orquestra Geração concentra-
se entre os 24 e os 35 anos de idade (83,7%), é uma população docente jovem, registando as
faixas etárias dos 24 a 27 anos de idade, dos 28 a 31 anos de idade e dos 32 a 35 anos de idade,
os valores de 24,5%, 42,9% e 16,3%, respetivamente;
gráfico 02 - distribuição dos professores por faixa etária
7
c) o nível de escolaridade do pai dos docentes de música do projeto Orquestra Geração é
maioritariamente de nível não superior (83,7%, sendo que 61,2% corresponde ao ensino
básico, 18,4% ao ensino secundário e 4,1% ao ensino profissional) e verificando-se 2,0% na
categoria saber ler e escrever sem grau de ensino;
gráfico 03 – nível de escolaridade do pai
d) o nível de escolaridade da mãe dos docentes de música do projeto Orquestra Geração é
maioritariamente, também, de nível não superior (83,9%, sendo que 59,4% corresponde ao
ensino básico, 20,4% ao ensino secundário e 4,1% ao ensino profissional) e de 4,1% na
categoria saber ler e escrever sem grau de ensino;
gráfico 04 – nível de escolaridade da mãe
8
e) o nível de escolaridade do cônjuge dos docentes de música do projeto Orquestra Geração é de
nível superior para 63,3% dos inquiridos, registando-se, no entanto, na categoria saber ler e
escrever sem grau de ensino, um valor de 14,3%;
gráfico 05 – nível de escolaridade do cônjuge
f) o nível de escolaridade dos docentes de música do projeto Orquestra Geração é
maioritariamente de nível superior (98%, sendo que 4,1% é bacharel, 69,4% é licenciado, 6,1%
tem uma pós-graduação e 18,4% é mestre);
gráfico 06 - distribuição dos professores por nível de escolaridade
9
g) quando questionados sobre a habilitação académica realizada no domínio específico da música,
verifica-se que a maioria dos docentes de música do projeto Orquestra Geração possui uma
formação de nível superior em instrumento ou em didática do instrumento (85,7%, sendo que
2% corresponde ao grau de bacharel, 65,3% corresponde ao grau de licenciado e 18,4% ao grau
de mestre);
gráfico 07 – habilitação académica no domínio específico da música
h) apenas 49,0% dos docentes de música do projeto Orquestra Geração procurou frequentar
formações de curta duração no domínio específico da música (44,9% afirmou que não e 6,1%
não respondeu);
gráfico 08 – formações de curta duração no domínio específico da música
10
i) dos docentes que responderam afirmativamente, 34,7% frequentaram masterclasses,
seminários e workshops, apenas 2% referem que realizaram formações na OG, 4,1% referem
que efetuaram masterclasses e formações na OG e 2% não respondeu, embora tenha afirmado
que sim que realizou;
gráfico 09 – tipo de formações de curta duração frequentadas
j) 91,8% dos docentes de música do projeto Orquestra Geração frequentaram formações no
âmbito do projeto, dos quais 77,6% disseram que estas corresponderam às suas necessidades
(observa-se um grande discrepância entre a estes valores e os valores obtidos na alínea h);
gráfico 10 – formação no âmbito da OG
11
k) os docentes de música do projeto Orquestra Geração não são, na sua grande maioria,
profissionalizados, 75,5%;
gráfico 11 – profissionalização
l) o número de anos de tempo de serviço docente predominante dos docentes de música do
projeto Orquestra Geração concentra-se entre os 4 e os 7 anos (55,1%), registando as faixas
temporais dos 0 a 3 anos, dos 8 a 11 anos, dos 12 a 15 anos e igual ou superior a 16 anos, os
valores de 12,2%, 16,3%, 12,2% e 2%, respetivamente;
gráfico 12 – tempo de serviço docente geral
12
m) o tempo de serviço docente no âmbito do projeto Orquestra Geração regista de forma
destacada o limite de 3 anos com 32,7%, de 2 anos e de 4 anos ambos com 18,4%, de 1 ano
com 10,2%, de 5 anos com 8,2%, de 6 anos 6,1% e de menos que 1 ano 4,1%;
gráfico 13 – tempo de docência na OG
n) o número de horas de trabalho por semana dos docentes de música do projeto Orquestra
Geração situa-se 40,8% entre as 6 e as 11 h/sem, 24,5% entre as 12 e as 17 h/sem, 22,4% entre
as 0 e as 5 h/sem e, apenas, 4,1% tem horário completo, ou seja, 85,7% dos docentes de
música do projeto Orquestra Geração têm um horário incompleto;
gráfico 14 – nº de horas/semana de trabalho na OG
13
o) os docentes de música do projeto Orquestra Geração são maioritariamente professores do
ensino especializado, 77,6%, e, apenas, 6,1% do ensino genérico, os restantes 16,3%
encontram-se divididos por ambos tipos de ensino;
gráfico 15 – em que tipo de ensino leciona
14
_PERFIL DOS HÁBITOS MUSICAIS [OUVIR/TOCAR] DOS DOCENTES DE MÚSICA DO PROJETO OG
Sobre o perfil do hábito musical, em que a audição e a execução assumem planos idênticos numa
espécie de cerimonial de prazer3, dos docentes de música do projeto Orquestra Geração podemos
observar o seguinte:
a) 75,5% dos docentes de música do projeto Orquestra Geração desenvolvem uma atividade
instrumental em diferentes grupos musicais, sendo que os restantes ou afirmam que não,
14,3%, ou não respondeu, 10,2%;
gráfico 16 – atividade instrumental em grupos musicais
b) a atividade musical dos docentes de música do projeto Orquestra Geração realiza-se em
orquestra (20,4%), em ensemble de música de câmara (6,1%), em agrupamento coral (2%) e em
banda filarmónica (8,2%); verifica-se, ainda, que 28,6% dos docentes de música do projeto
Orquestra Geração participam, simultaneamente, nas diferentes tipologias referidas e, apenas,
8,2% tem uma atividade musical em grupo musical ligeiro;
3 A este propósito ver texto de Antoine Hennion Music Lovers. Taste as Perfomance, publicado na revista Theory, Culture & Society
de outubro de 2001.
15
gráfico 17 – tipo de agrupamento musical
c) os docentes de música do projeto Orquestra Geração tocam preferencialmente música erudita
(89,7%), 30,5% referem que tocam géneros musicais de proximidade4 (jazz e músicas do
mundo) e 12,1% géneros musicais distantes (pop, rock e outros);
quadro 03 – diferentes géneros de música que ouve e toca habitualmente
d) os docentes de música do projeto Orquestra Geração ouvem preferencialmente música erudita
(98%), 95,9% referem que ouvem géneros musicais de proximidade (jazz e músicas do mundo)
e 71,4% géneros musicais distantes (pop, rock e outros);
4 As designações proximidade e distante não têm qualquer intenção de hierarquização, apenas pretendem sublinhar géneros que
face ao grau de complexidade dos códigos musicais orais e escritos utilizados se aproximam ou se distanciam.
género
musica l
específico
género
musica l
específico e
géneros
musica is de
proximida de
género
musica l
específico e
géneros
musica is
dista ntes
género
musica l
específico e
géneros
musica is
próximos e
dista ntes
todos os
géneros
musica is
outros géneros
musica is que
nã o o género
específico
nã o toco
nenhum
género
específico
nã o respondeu
géneros musica is que ouve ha bitua lmente 4,1% 24,5% 0,0% 24,5% 44,9% 2,0% 0,0% 0,0%
géneros musica is que toca ha bitua lmente 59,2% 20,4% 2,0% 2,0% 6,1% 2,0% 6,1% 2,0%
16
quadro 04 – géneros de música que ouve e toca habitualmente
gráfico 19 – géneros de música que ouve habitualmente
específico (98%)
[erudito]
proximidade (95,9%)
[jazz e músicas do mundo]
distante (71,4%)
[pop, rock e outros]
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gráfico 18 – géneros de música que toca habitualmente
específico (89,7%)
[erudito]
proximidade (30,5%)
[jazz e músicas do mundo]
distante (12,1%)
[pop, rock e outros]
18
_CONTACTO COM O PROJETO OG
Sobre a forma como os docentes de música do projeto Orquestra Geração tiveram conhecimento do
projeto podemos observar que:
a) 75,5% dos docentes de música do projeto Orquestra Geração tomaram conhecimento por um
colega, 20,4% pelo local de trabalho, 12,2% pelos média e 12,2% referem outras fontes
(nomeadamente através de um professor 6,1%);
quadro 05 – como tomou conhecimento do projeto OG
19
_ MATERIAIS PEDAGÓGICOS, REPORTÓRIOS E METODOLOGIAS
Tentamos perceber qual a opinião (tendência generalizada) dos docentes de música do projeto
Orquestra Geração acerca do interesse e da adequação dos diferentes materiais pedagógicos e dos
diferentes reportórios utilizados nas aprendizagens musicais; quais os materiais utilizados pelos
docentes na preparação das suas aulas; e se sentiram dificuldade (ou não) na adaptação às
metodologias preconizadas pelo projeto.
a) as opiniões dos docentes de música quanto ao grau de interesse dos materiais pedagógicos e
do reportório utilizados no projeto Orquestra Geração foram categorizadas da seguinte forma:
para as respostas sem opinião foi atribuído o fator 0, para sem interesse o fator 1, para pouco
interessante o fator 2, para interessante o fator 3 e para muito interessante o fator 4. O valor
(médio) do grau de interesse dos materiais pedagógicos e do reportório utilizados no projeto
Orquestra Geração calcula-se através da seguinte fórmula: a soma dos valores obtidos divididos
pelo número de respostas consideradas (n32);
as respostas dos docentes de música quanto ao grau de adequação dos materiais pedagógicos
e do reportório utilizados no projeto Orquestra Geração foram categorizadas da seguinte
forma: para as respostas sem opinião foi atribuído fator 0, para inadequado o fator 1, para
pouco adequado o fator 2, para adequado o fator 3 e para muito adequado o fator 4. O valor
(médio) do grau de adequação dos materiais pedagógicos e do reportório utilizados no projeto
Orquestra Geração determina-se através da seguinte fórmula: a soma dos valores obtidos
divididos pelo número de respostas consideradas (n45).
A diferença entre o valor médio do grau de interesse e o valor médio do grau de adequação dá-nos o
valor do desvio, da pertinência dos mesmos. O possível desequilíbrio/equilíbrio existente entre o valor
médio do grau de interesse e o valor médio do grau de adequação, tanto dos materiais pedagógicos
como do reportório utilizados, permite-nos observar alguns aspetos a ter em consideração. Neste caso,
o possível desequilíbrio situa-se ao nível dos reportórios e não dos restantes materiais pedagógicos.
Aqueles parecem ser interessantes mas não adequados (confrontar com a categoria 03 c)
"desadequação" do reportório utilizado, identificada a partir das falas produzidas pelos docentes de
música do projeto Orquestra Geração sobre os pontos negativos do projeto). No entanto, se atendermos
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aos valores por categorias definidas, verifica-se que os docentes têm uma opinião mais crítica sobre os
materiais pedagógicos do que em relação ao reportório de orquestra.
quadro 06 – interesse e adequação dos materiais pedagógicos e reportórios
b) 93,9% dos docentes de música do projeto Orquestra Geração, quando questionados sobre
quais os materiais utilizados na preparação das suas aulas, mencionam os materiais de apoio da
OG, 81,6% referem materiais produzidos por si e 42,9% referem outros (diferentes materiais
pedagógicos).
quadro 07 – como prepara as aulas
gráfico 21 – materiais utilizados na preparação das aulas
sem interessepouco
interessantesem opini‹ o interessante
muito
interessante
inadequado pouco
adequadosem opini‹ o adequado
muito
adequado
livros e m�todos de ensino [interesse] 3 9 17 17 3 2,63
livros e m�todos de ensino [adequa�‹ o] 5 6 17 18 3 2,59
report—rio da orquestra [interesse] 0 5 4 35 5 3,00
report—rio da orquestra [adequa�‹ o] 0 11 4 32 2 2,80
valor desvio
-0,03
-0,20
a partir de materia is
de apoio da OG
a partir de materia is
produzidos por si
a partir de materia is
de apoio da OG e
produzidos por si
a partir de ma teria is
de a poio da OG e
outros
a partir de materia is
produzidos por si e
outros
a partir de ma teria is
de a poio da OG,
produzidos por si e
outros
como prepara as suas aulas 10,2% 2,0% 44,9% 8,2% 4,1% 30,6%
materiais da OG(93,9%)
produzidos por si (81,6%)
outros (42,9%)
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quadro 08 – como prepara as aulas resumo
c) os docentes de música do projeto Orquestra Geração quando questionados sobre se sentiram
(ou não) quaisquer dificuldades de adaptação às metodologias da OG, maioritariamente
disseram que não (83,7,%), apenas 14,3% afirmou que sim.
gráfico 20 – dificuldades de adaptação às metodologias da OG
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_PRINCIPAIS PONTOS POSITIVOS/NEGATIVOS DO PROJECTO ORQUESTRA GERAÇÃO
Tentamos perceber quais são os principais pontos positivos (tendência generalizada) que os docentes de
música identificam no projeto Orquestra Geração no seu todo. As categorias desenhadas, face às falas
produzidas, foram as seguintes:
quadro 09 – categorização
01 dimensão social
01 a) acessibilidade ao ensino da música
Democratização do acesso ao ensino da música (…)
Todo o conceito e ideologia em que o projeto se baseia. Coloca a música directamente
como serviço útil à sociedade,
Possibilita a todos os alunos de todas as classes económicas poderem aprender música.
Proporciona o ensino da música a familias carenciadas.
A possíbilidades de dar oportunidades diferentes a crianças que sem a OG nunca as
teriam.
trabalhar com crianças carenciadas dando-lhes a oportunidade de aprenderem um
instrumento e convivencias diferentes.
Dimensões de Análise Sub-Categorias
01 a) acess ibi l idade ao ens ino da mús ica
01 b) integração/inclusão social
01 c) sentimento de pertença
02 a) desenvolvimento de valores pessoais/colectivos
02 b) valorização pessoal e criação de oportunidades
03 a) aquis ição de di ferentes competências
03 b) divulgação da mús ica erudita e construção do gosto
03 c) aquis ição e desenvolvimento de competências mus icais
04 a) dinâmica da OG
04 b) metodologias do professor
01 dimensão social
02 dimensão pessoal
03 dimensão artís tica
04 dimensão organizacional
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01 b) integração/inclusão social
Integração social que potencialmente proporciona aos alunos (só o tempo dirá se essa
integração foi efetiva).
Inclusão, relações, tempo bem ocupado, possibilidades, desenvolvimento, trabalho em
grupo etc
Inclusão social;
Inclusão social
Integração social tanto do aluno como da família. Motivação do aluno e em alguns
casos da própria famila
A inclusão social
Dinamica, interação e próximidade com a comunidade escolar e familiar dos alunos.
Integração de alunos potencialmente problemáticos.
No âmbito das interrelações pessoais e sociais.
Integrar socialmente jovens com dificuldades no que se refere ao apoio e educação. (…)
Fortalecimento da relação social dos alunos com os colegas e um crescimento muito
mais acompanhado, que por vezes não acontece no ambiente familiar.
o envolvimento da comunidade, a inserção do sentido de orgulho em muitas familias
que não o tinham.
Ao aluno é facultado ferramentas que o estimulam a nível critico,multi cultural,
cognitivo, pedagógico, moldando-o a nível social e na sua integração e papel na
comunidade.
Inclusão Social
A inclusão através da música e o efeito que a música provoca nestes míudos, vê-los
crescer e transformar-se, quer como pessoas, quer como músicos.
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01 c) sentimento de pertença
A criação de um ambiente familiar é também uma grande mais valia, sendo que
muitos deles estão inseridos em famílias muito pobres e carenciadas de atenções e
afectos.
Outro aspecto positivo é o facto da Orquestra Geração ser uma "família". Numa
determinada escola todos os alunos da OG se conhecem, assim como conhecem os
professores. O ambiente é informal e por se sentirem um grupo, tornam-se mais unidos
e com relações de entreajuda.
faz com que eles se sintam capazes e competentes e parte de um grupo que o valoriza
e que acredita nele.
O sentimento de pertença estende-se também aos docentes, porque muito facilmente
nos sentimos uma grande família.
Ter a orquestra como base de todo o projeto, que permite aos alunos um contacto
mais alargado com os restantes colegas e um sentido de equipa inteiramente
associado à orquestra;
"Os aspectos positivos é a dinâmica de grupo. Há um acompanhamento personalizado
a cada aluno.
Criou-se uma família musical dentro da OG. A acção passa por perceber o papel de
cada um na comunidade e estabelecer uma relação dinâmica com cada indivíduo
através de uma política positiva e motivacional."
Desenvolve a aptidão da criança para pertencer a um determinada grupo social, [...]
[a]juda a criança a sentir-se integrada e a fazer parte de algo, com um papel
determinante.
02 dimensão pessoal
02 a) desenvolvimento de valores pessoais/colectivos
Concentração, aquisição de algumas regras
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Responsabilidade, espírito de grupo
O sentido de responsabilidade imputado nos alunos sobre todos os fatores ligados ao
projeto, tais como a preparação e realização de concertos, os cuidados a ter com o
instrumento, etc.
Fomentar a disciplina, paciência, humanização, consciencialização e saber viver em
sociedade.
Ensinar-lhe algo que os valorize essencialmente enquanto seres humanos,
independentemente se a vida deles for feita em volta da música ou não.
Aceitação do próximo, sintonia, sincronização, respeito pelo silêncio, aprender a ouvir.
Nesta aprendizagem eles apercebem-se que conseguem ser bons em alguma coisa e
que o seu papel é importante para o desempenho do próprio grupo, trabalhando assim
a auto estima, a valorização pessoal e a responsabilidade colectiva.
Os alunos terem responsabilidades e perceber como funciona a orquestra, o trabalho
de grupo, a entre-ajuda.
A evolução das crianças em termos pessoais e académicos,
A prática orquestral favorece algumas das mais fundamentais regras da sociedade;
controlo das própias emoções, respeito pelas regras e pelos outros, silêncio,
responsabilidade,tolerância, sentido crítico,…
O mais importante na minha opinião é a valorização pessoal pelo que cada um
descobre que é capaz de realizar num ambiente de tolerância e respeito.
Respeito, compreensão e tolerância.
Desenvolve […] os aspectos comportamentais.
02 b) valorização pessoal e criação de oportunidades
recupera o interesse e motivação pela escola em muitos alunos,
abre um novo mundo e novas portas a muitas crianças e jovens que o integram,
26
e a forma como o ensino da música consegue mudar algumas mentalidades;
Na minha opinião o ponto mais positivo é o facto de dar as crianças uma oportunidade
de mostrarem outras facetas da sua personalidade, de se destacarem em algo, quando
na escola e em casa sentem-se insignificantes.
Dar aos alunos um objectivo de vida.
A prática orquestral desde cedo possibilita aos alunos uma maior motivação.
Nota-se um efeito muito positivo da música nos alunos. Os alunos na sua maioria
sentem-se motivados e a disciplina da orquestra contribui para uma melhoria global do
seu comportamento.
Poder dar aos alunos uma nova prespetiva de vida e sentirem-se valorizados.
03 dimensão artística
03 a) aquisição de diferentes competências
Penso que os grandes benefícios da OG são a integração de crianças num sistema que,
pela aprendizagem de um instrumento e a integração numa orquestra e num grupo
fornece regras e uma motivação para se empenharem também na escola de ensino
regular.
Motivar e desenvolver inúmeras competências nos alunos através da música;
Ajudar os alunos a trabalhar em conjunto em prol do mesmo objetivo.
Tantos... inclusão social, socialização, concentração, melhoria do rendimento escolar,
aprendizagem da música, etc...
Por outro lado,são também relevantes os elementos de desenvolvimento cerebral
associados à psicomotricidade, lateralidade, atenção,..Todas estas razões são já
esgotadas pelo que se sabe acerca dos benefício da prática musical.
03 b) divulgação da música erudita e construção do gosto
Divulgação da música erudita;
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No futuro serão um publico mais atento e melhores ouvintes
O investimento numa cultura musical mais rica.
Permitir o acesso à música clássica a alunos que de outra forma não teriam.
(…) Cativar os jovens o gosto pela música clássica (…)
(…) descubrir novos músicos ou novo público.
Desenvolvimento do interesse pela cultura.
Desenvolve [...] a sensibilidade musical
03 c) aquisição e desenvolvimento de competências musicais
O facto de fazerem música em conjunto numa fase bastante inicial das suas formações.
Conseguem fazer música em conjunto apenas tocando em cordas soltas, ficando muito
motivados. Por mais simples que nos pareça o facto de tocarem repetidamente a
mesma nota, este facto motiva-os por, em conjunto, sair música!
O controlo do ambiente escolar do aluno, o que resulta numa evolução constante em
termos musicais.
Para mim o ponto mais importante tem que ver com a aprendizagem do instrumento:
A oportunidade que é dada aos jovens, contacto com a musica. o privilégio de tocar em
orquestra..
É também uma forma divertida de aprender música.
Aprendizagem de um instrumento.
Ensina as crianças a tocar um instrumento musical, que é uma mais-valia muito
específica.
04 dimensão organizacional
04 a) dinâmica da OG
Criação de postos de trabalho para jovens professores e funcionários;
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O Carácter social do projecto.
A articulação entre a música do ensino especializado e as escolas de ensino regular.
Aspectos sociais, de estruturação de pequenos e grandes grupos, organização de
horários e materiais.
O facto de ser feito em zonas com maiores dificuldades socio-económicas
04 b) metodologias do professor
Proximidade professor/aluno
Outro aspecto vem do facto do método ser tão diferente do convencional, assim os
professores deparam-se com um desafio capaz de mudar os valores que se
acreditavam definitivos e certos e trocá-los pela constante avaliação da verdadeira
proposta de ensino de projecto.
Integração num grupo. Aprender a trabalhar em conjunto.
Tentamos perceber quais são os principais pontos negativos (tendência generalizada) que os docentes
de música identificam no projeto Orquestra Geração no seu todo. As categorias desenhadas, face às
falas produzidas, foram as seguintes:
quadro 10 – categorização
Dimensões de Análise Sub-Categorias
01 a) "insuficiente" responsabi l i zação e envolvimento dos alunos
01 b) "insuficiência" ao nível da formação e da capacidade organizativa dos professores
01 c) "di fi culdades" no relacionamento entre os di ferentes actores envolvidos
02 a) "uma vontade imediata de mostrar" que prejudica uma evolução técnica no instrumento de forma amadurecida
02 b) "incoerência e incertezas" na construção do projecto
02 c) "descoordenações" inerentes ao projecto
03 a) "desadequação" do horário lectivo proposto pelo plano curricular
03 b) "desadequação" dos conteúdos e das metodologias de ens ino
03 c) "desadequação" do reportório uti l i zado
01 actores envolvidos
02 conceptual ização do projecto
03 dimensão pedagógica
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01 actores envolvidos
01 a) "insuficiente" responsabilização e envolvimento dos alunos
Muitos alunos ainda não encaram o projeto como uma atividade séria e que os poderá
ajudar a ser uma Pessoa melhor.
E penso que deve haver uma maior sentido de responsabilidade na questão dos
instrumentos, em relação a danos causados por alunos nos instrumentos.
Falta de responsabilização quando no caso de alunos que não se empenham no
projecto.
Nos casos de alunos menos empenhados, o acesso totalmente gratuito às aulas e aos
instrumentos, por vezes provoca a reacção contrária ao que é pretendido: os alunos
sentem que só têm direito e que não têm deveres.
01 b) "insuficiência" ao nível da formação e da capacidade organizativa dos professores
Alguma desorganização e a falta de formação e sensibilidade por parte de alguns
professores.
Por vezes não temos a formação necessária para saber como cativar os alunos.
01 c) "dificuldades" no relacionamento entre os diferentes actores envolvidos
Outro problema grave é não haver um psicólogo disponível para ajudar a resolver
problemas sérios que aparecem nas escolas e que os professores e funcionários
simplesmente não tem competências para resolver.
problemas que vão surgindo ao longo do ano lectivo como conflitos entre colegas, pais
problemáticos, alunos que querem disistir quando tem de começar a estudar.
O aspecto menos positivo no meu ver será a incompreensão dos encarregados de
educação. Muitos destes não percebem a importância do projecto, castigando alguma
vezes o seu educando proibindo-o de frequentar as aulas de orquestra, mas no entanto
eles podem continuar na escola no mesmo horário a jogar à bola.
30
02 conceptualização do projecto
02 a) "uma vontade imediata de mostrar" que prejudica uma evolução técnica no instrumento de forma
amadurecida
Os programas e a metodologia utilizada para obter resultados facilmente, criando
problema na evolução técnica no instrumento futuramente.
Excesso de concertos, quando o nível da orquestra não o possibilita. Ou seja, os miúdos
entram para o projeto e passado muito pouco tempo já estão a fazer concertos nos
mais variados locais, e às vezes bem importantes. Acho que se deveria dar mais tempo
à preparação dos miúdos, criar boas bases técnicas, para o futuro estar mais próximo e
haver mais melhorias a médio prazo.
Nem sempre é dada a atenção devida aos aspectos técnicos do instrumento que, na
minha opinião, se podem tornar num grave obstáculo à evolução do aluno.
02 b) "incoerência e incertezas" na construção do projecto
Poucas infrastruturas e pouco financiamento para um trabalho ainda mais
aprofundado na comunidade.
A constante incerteza quanto ao futuro. O facto de nunca sabermos se o projecto terá
continuidade no ano seguinte, porque não nos permite delinear projectos a longo
prazo com certezas.
Ausência de resultados excecionais, em grande parte por falta de uma visão do que se
pretende e da forma como se pode alcança-la.
O projeto Orquestra Geração não devia ter como prioridade os alunos problemáticos
com intuito da inclusão social, mas sim prioridade, também, para alunos carenciados
com vontade e aptidões para a musica.
02 c) "descoordenações" inerentes ao projecto
Alguma descoordenação inerente a este tipo de projectos.
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(…) desorganização nas inscrições nos sopros, não abrir todos os anos vagas para
sopros (…)
A dificil articulação entre todos os professores. As falhas de comunicação que
interferem no tratamento da logística.
Falta de apoio por parte de alguns coordenadores.
A falta de bases consolidadas em algumas escolas em que o projeto está envolvido.
poderia haver maior acompanhamento por parte de lisboa, visto até agora não ter sido
quase nenhuma, contudo o trabalho tem sido feito e bem feito mesmo assim, fato este
corroborado pela evolução muito positiva da orquestra
03 dimensão pedagógica
03 a) "desadequação" do horário lectivo proposto pelo plano curricular
Penso que a aprendizagem dos alunos benefeciaria muito se tivessem mais tempo na
orquestra, especialmente no que diz respeito à parte de Formação Musical.
O horário tardio em que as aulas são dadas
Pouco tempo de aula de instrumento (…)
A carga horária dos alunos (excessiva).
Penso que a carga horária das aulas de instrumento é pequena, uma vez que os alunos
precisam de realizar um trabalho de técnicas de base no instrumento, o que por vezes
não é possível devido a algumas dificuldades que vão aparecendo no reportório da
orquestra e que têm de ser colmatados nas aulas.
Infelizmente a prática individual não é valorizada, com tantas actividades de conjunto.
A dificuldade em marcar os horários e as aulas serem muito tardias para os alunos
os alunos tem pouco tempo de aulas de instrumento.
Pouco tempo para trabalhar com os alunos
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03 b) "desadequação" dos conteúdos e das metodologias de ensino
A formação musical e o nível de dificuldade exigido não correspondem sempre ao nível
dos alunos
Não existir um programa de Formação Musical adequado e em paralelo ao programa
das disciplinas de instrumento, naipe e orquestra
O facto de os alunos apenas imitarem. A maior parte da sua aprendizagem é por
imitação, o que não faz com que desenvolvam competências de leitura. Na escola onde
dou aulas houve um concurso de solfejo, e, embora seja o terceiro ano que alguns
alunos frequentam o projecto, a sua leitura é deficitária. Apenas interpretam se
imitarem, caso contrário têm dificuldades.
(…) e haver níveis contrastantes nos sopros devido ao aspectos que referi
anteriormente.
Por vezes, a falta de precisão no que diz respeito aos aspectos mais técnicos que são
exigidos na prática de um instrumento musical e conhecimentos teóricos pouco
aprofundados da teoria musical.
Penso que a leitura musical deve ser um aspecto a ter em conta a partir de uma certa
fase de desenvolvimento do aluno.
A falta de adequação ao estágio de aprendizagem das crianças, os niveis deviam ser
feitos por idades, temos crianças de 6 e de 12 nas mesmas aulas e pretende-se que
aprendam as mesmas matérias da mesma maneira.
03 c) "desadequação" do reportório utilizado
Falta de variedade de repertório de Orquestra
adequar as obras musicais para cordas e sopros
Apesar de se dizer o contrário, não há uma verdadeira flexibilidade no repertório de
orquestra, nem uma verdadeira adaptação deste repertório à realidade de cada escola.
Isso precisa mudar urgentemente na minha opinião.
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A escolha do repertório a trabalhar, ter mais em linha de conta os vários níveis
Repertório tradicional Português e obras de compositores portugueses