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PROGRAMA UGT DE TURISMO: CAPACITAR PARA EMPREGAR

Relatório do Mapeamento do Turismo no Brasil

Oportunidades para Geração de Emprego e Renda

Elaborado por Prisma Business

Consultores

Aristides de La Plata Cury

Marta Poggi e Borges

Janeiro de 2016

Instituto de Altos Estudos da UGT – IAEUGT

Presidente:

Roberto Santiago

Diretor técnico:

Roberto Nolasco

2

Índice

1. Introdução ................................................................ ...................... 3

2. Sumário executivo ................................................................ ......... 5

3. Breve panorama do turismo mundial .......................................... 7

4. O setor de turismo no Brasil ........................................................ 8

4.1 Turismo receptivo internacional no Brasil ........................................................ 8

5. Desempenho dos principais segmentos turísticos .................. 12

5.1 Hotelaria ......................................................................................................... 12

5.2 Operadoras de Turismo ................................................................................. 14

5.3 Agências de Viagens ..................................................................................... 17

5.4 Transporte Aéreo ........................................................................................... 17

5.5Transporte Rodoviário ..................................................................................... 20

5.6 Cruzeiros Marítimos ....................................................................................... 21

6. Caracterização do emprego no turismo no Brasil .................... 27

6.1 Dados gerais do emprego no setor turístico brasileiro ................................... 27

6.2 Perfil médio do empregado do turismo no Brasil ........................................... 30

6.3 Remuneração e massa salarial ...................................................................... 30

6.4 Escolaridade dos profissionais ....................................................................... 32

6.5 Tempo de emprego ........................................................................................ 33

7. Conclusões e oportunidades de negócios no turismo ............. 36

8. Referências bibliográficas .......................................................... 39

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1. Introdução

São bem conhecidos os benefícios gerados pela atividade turística, tanto do ponto de vista econômico, pela geração de renda, emprego e impostos, no âmbito sociocultural, pelo resgate de tradições e culturas, e também na dimensão ambiental, a partir da preocupação e valorização de áreas naturais preservadas.

A crise econômica que assola o país também repercute diretamente no setor turístico. A grande desvalorização do real em 2015, provoca impactos significativo nas viagens dos brasileiros, à medida que encarece sobremaneira os destinos internacionais. Soma-se se a isso, a alta da inflação e da taxa de juros, o aumento

do desemprego e a maior sensação de incerteza, que contribuem para a queda do consumo de bens e serviços, atingindo também o turismo.

Diante da importância socioeconômica do turismo e das incertezas da economia, faz-se necessário identificar os setores que têm se mantido estáveis e

principalmente aqueles que têm se beneficiado nos últimos tempos, ou seja, aqueles que não sofreram com a crise e também os que estão crescendo em função dela.

Neste contexto, este estudo técnico visa mapear as oportunidades de empregabilidade e empreendedorismo no Setor de Turismo e Hospitalidade no Brasil e ressaltar o protagonismo da UGT no segmento de serviços, sobretudo no setor de Turismo e Hospitalidade, evidenciando as oportunidades e minimizando as ameaças para profissionais desse setor. A primeira etapa de trabalho consiste em identificar, analisar, selecionar e consolidar dados e informações relacionados ao setor turístico, resultando em um documento objetivo e de fácil entendimento que dê sustentação técnica e conceitual às futuras Ações Estratégicas a serem implementadas pela UGT.

Para elaboração deste mapeamento foi realizado vasto levantamento de dados em fontes secundárias, de instituições confiáveis, tais como: BRAZTOA, CLIA ABREMAR, FECOMERCIO, FGV, FOHB, IPEA, Ministério do Turismo, Secretaria da Aviação Civil, dentre outras. A seguir, foram feitas análises e cruzamento de informações, que resultaram neste documento.

Vale observar que, a despeito da importância estratégica do turismo no Brasil, faltam dados e estatísticas atualizadas, para subsidiar planejamento e tomada de decisão.

Este estudo técnico foi estruturado com base nas seguintes premissas:

Consideração da importância econômica do Turismo como setor que

beneficia milhares de empregos, renda, divisas e tributos para o país, impactando direta e indiretamente em outros 52 setores da economia.

Compreensão de que a atuação situação econômica brasileira e mundial

favorece o incremento do turismo receptivo no país, a exemplo de diversos países que têm a atividade turística como prioritária.

4

Constatação que a brusca alteração do câmbio favorece o aumento do

turismo receptivo internacional e incremento das viagens domésticas.

Previsão de um conjunto único de oportunidades criadas pelos Jogos

Olímpicos em 2016, que extrapola a cidade do Rio de Janeiro.

Nova legislação do Estado de São Paulo, que amplia para 210 os Municípios

Turísticos, acrescentando às atuais 70 estâncias, mais 140 municípios de interesse turístico, a constituir-se janela de oportunidades, de curto, médio e longo prazo.

Consenso de que apenas uma parcela do potencial turístico brasileiro é aproveitada e explorada de maneira adequada.

Reforço da percepção sobre os benefícios concretos que o Turismo propicia

aos demais setores da economia.

Entendimento do setor de turismo e hospitalidade como um importante segmento para estimular a economia nacional no atual cenário econômica, promovendo negócios, gerando renda, empregos e tributos.

O atual cenário se mostra totalmente favorável a uma ação de protagonismo e inovação no turismo, visando facilitar, articular, potencializar todas as iniciativas e esforços empenhados, maximizando os resultados da empregabilidade e apontando oportunidades para novos empreendedores e oferecendo ferramentas para colimar eventuais ameaças.

5

2. Sumário executivo

O cenário do enfraquecimento econômico, iniciado em 2014 e acentuado em 2015, colaborou para a redução de determinados tipos de viagens no Brasil. A queda de salário real (corroído pela inflação); a grande desvalorização do real frente às principais moedas estrangeiras, a elevação dos juros, principalmente do crédito ao consumidor (cartão de crédito e cheque especial) e o parco desempenho dos

setores de atividade econômica ameaçando o emprego e a renda, influenciaram as decisões de viagens pelos brasileiros.

Observa-se a troca das viagens internacionais por destinos domésticos, bem como

das viagens de longa duração, por viagens mais curtas. Neste contexto, a crise econômica que o país atravessa, agravada pelo impasse político, revela uma oportunidade para o desenvolvimento do turismo receptivo no Brasil.

Essa hipótese é embasada nos dados de emprego divulgados pelo IBGE em

15/01/2016, apontando que enquanto o nível de desemprego atinge 9% da população brasileira, afetado principalmente pelas demissões da indústria e comércio, os setores de alimentação e hospedagem criaram 199 mil vagas adicionais no período de agosto a outubro de 2015, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Ainda, alguns segmentos, como o hoteleiro, projeta 21% de crescimento na quantidade de unidades habitacionais até 2016, com estimativa de contratar 600 mil trabalhadores, diretos e indiretos.

OS Jogos Olímpicos que serão realizados no Rio de Janeiro em 2016 também constituem excelente oportunidade para aquecimento do turismo no Rio de Janeiro e regiões próximas. Ainda, a repercussão da mídia internacional e o retorno de atletas e acompanhantes em futuras viagens, estimulará a chegada de novos turistas internacionais, posterior à realização do evento.

A grande desvalorização do real, na ordem de 45%, favorece o fluxo internacional de visitantes, fato que já está comprovado, por exemplo, com o incremento de turistas argentinos no verão de 2015/2016. Isso contribuirá para consolidar a importância do turismo na economia do Brasil, na qual, como visto, o turismo responde por 2,6% das ocupações formais.

Porém, turistas mais experientes, ou seja, que já visitaram destinos turísticos consolidados, são mais exigentes quanto à qualidade dos serviços turísticos. A qualificação da mão de obra dos funcionários do setor turístico consiste, portanto, em estratégia estruturante fundamental para atender à expectativa desses viajantes e, principalmente, aumentar a competitividade do Brasil enquanto destino internacional. Tal competitividade servirá também para o turismo doméstico, quando cessar, ou se reduzir, a inibição conjuntural das viagens de brasileiros ao exterior.

6

Uma das carências relacionadas ao mercado de trabalho do turismo está vinculada

à qualificação profissional, que tem grande impacto na qualidade dos serviços prestados e na ampliação e valorização das ocupações. Para superá-la, é necessário conhecer a dimensão, o perfil e onde está alocada espacialmente esta mão de obra.

Os dados de emprego do turismo no Brasil mostram que o perfil médio do trabalhador é homem (55%), na faixa etária de 25 a 49 anos (67%), tem segundo grau ou nível superior incompleto (60%), está há menos de doze meses no emprego (43%), recebe até dois salários mínimos (67%), trabalha em estabelecimentos que têm entre dez e 99 empregados (52%).

O principal desafio do desenvolvimento do turismo brasileiro reside, portanto, na qualificação dos serviços, que está diretamente relacionada com a capacitação dos profissionais do setor. Não se trata apenas de atender à expectativa do consumidor mais exigente, mas sim melhorar a posição do Brasil no ranking mundial de turismo.

Portanto, propõe-se uma aliança entre trabalhadores e empresários, para a execução do Programa UGT de Turismo: Capacitar para Empregar, composto de duas diretrizes, qual sejam, Programa Nacional de Capacitação de Trabalhadores do Setor Turístico e Proposição de Políticas Públicas Prioritárias para Geração de Emprego e Renda no Setor Turístico,

Serão três etapas, a saber, Viabilização, concluída por um Seminário Nacional, entre a diretoria da UGT e parceiros estratégicos; segunda etapa, Regionalização, constituída por Calendário Regional de Workshops, quando a partir do aprofundamento do presente estudo, serão colhidos os subsídios para a elaboração do Programa de Capacitação bem como para a formulação das Políticas Públicas, e a terceira, Consolidação, encerrada por um evento de lançamento dos resultados, com as principais lideranças do Setor Turístico.

Estima-se que 150 dias serão suficientes para cobrir as três etapas do Programa UGT de Turismo: Capacitar para Empregar.

7

3. Breve panorama do turismo mundial

A Organização Mundial de Turismo (OMT) elaborou estudo intitulado "Tourism Towards 2030", que aponta que o número de turistas internacionais em todo o mundo cresce a uma média de 3,3% ao ano durante, no período de 2010 a 2030. O documento afirma que, gradativamente a taxa de crescimento irá diminuir, partindo de 3,8% mas chegando aos 2,9% em 2030.

Em números absolutos, a chegada de turistas internacionais vai aumentar 43 milhões por ano, em comparação com a média de 28 milhões durante o período de 1995-2010. Assim, as chegadas de turistas internacionais em todo o mundo devem chegar aos 1,4 bilhões em 2020 e 1,8 bilhões até 2030.

A região da Ásia-Pacífico deve registrar o maior crescimento do fluxo turístico, saltando de 331 milhões para 535 milhões em 2030, o que significa média de 4,9% ao ano.

O Oriente Médio e a África também terão fluxos significativos, pois espera-se duplicação das chegadas dos turistas internacionais, passando de 61 para 149 milhões e de 50 para 134 milhões, respectivamente.

Para a Europa e as Américas é previsto crescimento menor. O continente europeu cresce de 475 milhões para 744 milhões de turistas, enquanto nas Américas vai 150 milhões para 248 milhões de viajantes.

Figura 1: Chegadas internacionais em 2030, por região

Fonte: OMT, 2011.

O setor movimentou US$ 7,6 trilhões no mundo no ano passado, o que representa 10% de toda a riqueza gerada no período. Além disso, o turismo é responsável por 277 milhões de empregos, ou um a cada 11 na economia global.

30%

41%

7%

8% 14%

Ásia e Pacífico

Europa

África

Oriente Médio

Américas

8

4. O setor de turismo no Brasil

Segundo a World Travel &Tourism Council (WTTC), o Brasil ocupa a sexta posição entre as maiores economias de turismo do mundo, movimentando aproximadamente US$ 209,2 bilhões em 2014, quando considerada toda a cadeia turística. Este valor representa 9,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A contribuição direta do turismo atinge o valor de US$ 77,4 bilhões, cerca de 3,7% do PIB brasileiro. O turismo também é uma importante atividade econômica para geração de empregos, ocupando cerca de 3 milhões de pessoas nas áreas de hotelaria, companhias aéreas, agências de turismo, outros tipos de transporte de passageiros, restaurantes e lazer.

Ainda segundo essa importante instituição internacional, a expectativa é que, em 2023, o setor seja responsável por 10,6 milhões de empregos diretos e indiretos, o que representará 9,5% do total de empregos.

A análise mais detalhada evidencia que o setor de turismo no Brasil gera:

R$ 492 bilhões ou 9,6% das atividades diretas e indiretas

R$ 182 bilhões ou 3,5% do PIB em atividades diretas

Cerca de 8,8 milhões de empregos diretos e indiretos

O Brasil teve melhor classificação no ranking mundial das nações mais competitivas no turismo, crescendo 23 posições. Atualmente, é o 28º país do mundo mais competitivo em turismo, de acordo com um relatório bianual do Fórum Econômico Mundial (Davos).

Este relatório analisou 141 economias, considerando 14 pilares divididos em 4 eixos: ambiente geral (segurança, higiene), condições e políticas do setor (preço e abertura mundial), infraestrutura e recursos naturais e culturais.

As diversidades cultural e ambiental, aliadas à hospitalidade brasileira, são componentes que podem ser trabalhados para melhorar ainda mais a posição do Brasil em termos de competitividade.

4.1 Turismo receptivo internacional no Brasil

Em 2014, quando o câmbio ainda não estava tão favorável ao turismo receptivo, o Brasil bateu um recorde de visitantes internacionais, com a chegada de cerca de 6,5 milhões de estrangeiros que vieram ao país. A realização da Copa do Mundo nas 12 cidades-sede contribuiu para esse resultado, que foi 10,6% maior que no ano anterior.

9

Dentre os principais países emissores, a Argentina continua na primeira colocação,

seguida pelos Estados Unidos e Chile. Esses três países juntos, representaram em 2014, mais de 40% de toda demanda internacional.

A Tabela 1 apresenta os dados de chegadas dos turistas estrangeiros, em 2013 e 2014, bem como o market share de cada país no receptivo internacional e sua

classificação.

Tabela 1: Chegadas de turistas ao Brasil, segundo principais países emissores

Principais países emissores

2013 2014

Total

Participaç

ão %

Posição

Total

Participação %

Posição

Total

5.813.342

6.429.852

Argentina 1.711.491

29,4 1º 1.743.930

27,1 1º

Estados Unidos 592.827 10,2 2º 656.801

10,2 2º

Chile 268.203

4,6 4º 336.950

5,2 3º

Paraguai 268.932

4,6 3º 293.841

4,6 4º

França 224.078

3,9 8º 282.375

4,4 5º

Alemanha 236.505

4,1 6º 265.498

4,1 6º

Itália 233.243

4,0 7º 228.734

3,6 7º

Uruguai 262.512

4,5 5º 223.508

3,5 8º

Inglaterra 169.732

2,9 10º 217.003

3,4 9º

Portugal 168.250

2,9 11º 170.066

2,6 10º

Espanha 169.751

2,9 9º 166.759

2,6 11º

Fonte: Ministério do Turismo, 2015.

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A análise da demanda internacional por estado revela que São Paulo e Rio de

Janeiro continuam com os principais portões de entrada do país, responsáveis por cerca de 60% das chegadas internacionais. O terceiro principal estado visitado é o Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná.

Há que se considerar que em São Paulo e Rio de Janeiro estão os principais aeroportos internacionais do país e que o Rio Grande do Sul recebe milhares de visitantes estrangeiros, oriundos da Argentina e Uruguai, assim como o Paraná recebe turistas paraguaios. A tabela 2 apresenta esses dados.

Tabela 2: Chegada de turistas internacionais por estado

Estado

Chegadas de turistas internacionais

2013 2014 Variação

Posição

Brasil 5.813.342 6.429.852 11% -

Amazonas 32.993 50.032 52% 12ª

Bahia 128.838 145.660 13% 6ª

Ceará 84.119 85.025 1% 8ª

Distrito Federal 74.287 100.063 35% 7ª

Mato Grosso do Sul 41.523 61.999 49% 10ª

Minas Gerais 46.639 50.916 9% 11ª

Pará 13.269 14.813 12% 14ª

Paraná 839.728 837.046 -0,30% 3ª

Pernambuco 75.174 78.075 4% 9ª

Rio de Janeiro 1.207.800 1.597.153 32% 2ª

Rio Grande do Norte 35.888 38.014 6% 13ª

Rio Grande do Sul 782.887 907.669 16% 4ª

Santa Catarina 175.023 156.976 -10% 5ª

São Paulo 2.219.513 2.219.917 0,00 1ª

Outras Unidades da Federação

55.661 86.494 55% -

Fonte: Ministério do Turismo, 2015

O incremento do número de turistas estrangeiros em 2014 não foi suficiente para equilibrar a balança comercial, conta viagens internacionais, que encerrou o ano com déficit de 18 milhões de dólares. Este foi o pior resultado considerando o período de 2010 a 2014. A tabela 3 apresenta os indicadores.

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Tabela 3: Receita e despesa cambial turística de 2010 a 2015, em milhões de

US$

Ano Receita Despesa Superávit/Déficit

2010 5.702 16.420 -10.718

2011 6.555 21.264 -14.709

2012 6.645 22.233 -15.588

2013 6.711 25.342 -18.631

2014 6.843 25.567 -18.724

2015* 3.847 12.879 -9.032

* Resultado de 2015 considerando o período de janeiro a agosto.

Fonte: Banco Central do Brasil

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5. Desempenho dos principais segmentos turísticos

O cenário do enfraquecimento econômico a partir do segundo semestre de 2014, colaborou para a retração de diversos setores econômicos, inclusive da atividade turística.

A crise política em 2015 colabora para o agravamento da crise econômica no país, resultando em aumento do desemprego, queda de salário real corroído pelo aumento da inflação; a elevação dos juros, principalmente do crédito ao consumidor (cartão de crédito e cheque especial) e a desvalorização cambial influenciaram bastante nas decisões de viagens pelos brasileiros.

No entanto, o cenário está favorável ao aquecimento do turismo receptivo internacional, bem como ao crescimento das viagens domésticas, por parte dos brasileiros, receosos da volatilidade cambial.

A seguir são apresentados panoramas dos principais segmentos que compõem o setor turístico no Brasil, que foram realizados a partir de levantamento e análise de dados, tendo em vista o objetivo deste estudo, que é mapear as oportunidades de empregabilidade e empreendedorismo no Setor de Turismo e Hospitalidade no Brasil e ressaltar o protagonismo da UGT neste contexto.

5.1 Hotelaria

Não existem dados oficiais sobre o número total de hotéis no Brasil. Segundo relatório do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil - FOHB, elaborado pela JLL Consultoria, existem 10.050 empreendimentos hoteleiros no país, compreendendo

hotéis e flats de marcas nacionais e internacionais, além de hotéis independentes, totalizando mais de 500 mil unidades habitacionais.

Em 2015, os hotéis urbanos brasileiros registraram, pelo décimo ano consecutivo crescimento do REVPAR1 , porém, abaixo do aumento registrado nos anos anteriores.

Segundo o relatório, o impacto positivo da Copa do Mundo nas principais capitais brasileiras não foi suficiente para compensar o baixo nível de crescimento da

economia brasileira. Ao final do ano, a taxa de ocupação dos hotéis reduziu um ponto percentual, encerrando o ano com média de 64,9%.

O valor da diária média cresceu 2,9% em relação ao ano anterior, mas a inflação no mesmo período foi de 5,9%, sendo que nos anos anteriores o crescimento das diárias foi acima da inflação.

1 O RevPAR é um índice que combina a taxa de ocupação e a diária média, representado a receita

de apartamentos por apartamento disponível.

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Há que se considerar que a taxa de ocupação foi afetada pelo aumento da oferta

hoteleira, que em média foi de 3,1%. Porém, em mercados importantes, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, o aumento foi de quase 8%, em relação a 2013. A tabela 3 presenta a evolução das taxas de ocupação, no período de 2004 a 2014.

Tabela 4: Evolução da taxa de ocupação nos hotéis brasileiros de 2004 a

2014.

Ano

Hotéis urbanos

Variação

2004 55,0% -

2005 60,0% 9,10%

2006 58,0% -3,30%

2007 63,0% 8,60%

2008 63,0% 3,20%

2009 63,0% -3,10%

2010 68,0% 7,90%

2011 69,5% 2,20%

2012 65,6% -5,60%

2013 65,9% 0,36%

2014 64,9% -1,50%

Fonte: FOHB & JLL Consultoria, 2015

Ainda segundo o estudo, em 2014 os resorts continuaram a tendência de melhora na performance, iniciada em 2013. A forte desvalorização do real a partir de 2013,

tornou o Brasil um destino mais competitivo para turistas estrangeiros. O faturamento total dos resorts cresceu 33,4% em 2014 comparado com 2013, e o Resultado Operacional Bruto teve um crescimento de 2,8 pontos percentuais.

O FOHB, visando incrementar a competitividade da hotelaria no Brasil, criou

documento intitulado "Agenda de Competitividade das Redes Hoteleiras do Brasil", que destaca 12 itens considerados essenciais para atrair mais hóspedes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, e dar mais solidez ao setor, gerando mais empregos. São eles:

1. Ampliação do parque hoteleiro nacional - facilitação de acesso às linhas de

financiamentos do BNDES, e ambiente mais favorável à entrada de investidores estrangeiros.

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2. Fortalecimento do modelo de investimento pulverizado - maior segurança

jurídica aos condo-hotéis que nasceram como uma forma de ampliar a oferta de hotéis no país.

3. Capacitação e qualificação da mão de obra do setor hoteleiro - concessão

de incentivos fiscais para empresas que investem na capacitação e qualificação de seus colaboradores.

4. Isonomia entre hotelaria e economia compartilhada - necessidade de regulação condizente com o segmento e as condições seguras para ofertar esses empreendimentos.

5. Desoneração da folha de pagamentos - alíquota de 2% para o setor hoteleiro e inclusão dos condo-hotéis no Plano Brasil Maior.

6. Alteração da obrigação de 10% de quartos adaptados em hotéis prevista na

Lei 13.146/2015 (Lei Brasileira da Inclusão) - percentuais gerais menores ao disposto na lei sancionada

7. Flexibilização de vistos para estrangeiros - fator que afeta a competitividade do Brasil como destino turístico internacional.

8. Participação da iniciativa privada na elaboração de estratégias e condução de atividades de promoção turística do Brasil - contribuição para tomada de decisões.

9. Regulamentação do trabalho de curta duração - o turismo, como atividade sazonal, requer a contratação de profissionais por períodos determinados.

10. Regulamentação das gorjetas – PLC 57/2010 - Regulamentação das gorjetas para integrá-la oficialmente à remuneração dos funcionários, trazendo segurança jurídica aos hotéis sem onerar o setor.

11. Regulamentação da cobrança de direitos autorais na hotelaria - Os critérios e percentuais de cobrança das áreas coletivas e unidades habitacionais devem ser mais claros.

12. Alterações na Lei Geral do Turismo - desburocratização da forma de obtenção do CADASTUR.

5.2 Operadoras de Turismo

Os destinos nacionais foram preferidos por 68,4% da demanda por viagens compradas por meio das operadoras de turismo associadas à BRAZTOA, em 2014. O segmento faturou R$ 6,1 bilhões, equivalendo a valor médio de R$ 1.460,00 por viajante. O turismo emissivo internacional foi responsável pelo restante das viagens, ou seja, 31,6% do total, que resultou no faturamento de R$ 5,4 bilhões em 2014, de acordo com dados compilados pelo setor (BRAZTOA, 2015).

15

Tabela 5: Faturamento das operadoras por tipo de operação em milhões

Operação/Ano 2012 2013 2014 Variação (%)

Doméstico 5.447,00 5.647,00 6.017,92 6,57

Emissivo Internacional 4.894,00 5.103,00 5.434,67 6,5

Total 10.341,00 10.750,00 11.452,59

Fonte: Braztoa, 2015.

Dentre os produtos mais comercializados pelas operadoras associadas à BRAZTOA, destacam-se os pacotes completos, que incluem parte aérea e parte terrestre, representando 56% do total faturado. Na sequência, os pacotes terrestres, que contemplam hospedagem, traslados e outros serviços receptivos, com 25% do total vendido pelas operadoras. A venda de pacotes marítimos representaram 16% do faturamento, enquanto que os bilhetes aéreos foram responsáveis por apenas 3% do montante comercializado.

Figura 2: Tipo de produto comercializado pelas operadoras da BRAZTOA

Fonte: Braztoa, 2015.

56%

25%

16%

3%

Pacote (aéreo + terrestre)

Só terrestre

Marítimo (com ou semaéreo)

Só aéreo

16

As operadoras associadas à BRAZTOA realizaram o embarque de mais de 4

milhões de turistas dentro do Brasil (incluindo o receptivo internacional). Esses turistas consumiram produtos e serviços não inclusos nos pacotes como alimentação, transporte, passeios, visitas a atrativos turísticos, artesanato, dentre outros, ajudando na geração de trabalho e renda nos destinos.

Pode-se estimar o impacto financeiro gerado pelas operadoras nos destinos considerando o gasto médio diário com extras do turista (aqueles não incluídos nos pacotes) e multiplicando pelo número médio de dias em viagem e pelo número de embarques domésticos realizados no ano.

De acordo com o Anuário da BRAZTOA - Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, em 2014 o impacto gerado pelos clientes das operadoras foi de R$ 3,78 bilhões no país. Somando-se o valor total dos pacotes comercializados pelas operadoras associadas, chega-se ao montante de R$ 9,8 bilhões de reais para a economia nacional.

Esses dados também permitem calcular o impacto econômico por região, conforme ilustra a Figura 3. Observa-se que a região nordeste recebe 65% da renda total gerada pelo efeito multiplicador do turismo, a região sudeste 17%, a região sul 14% e as regiões Centro-Oeste e Norte, apenas 5% do montante total.

Figura 3: Impacto total da Braztoa na economia por região

Fonte: Braztoa, 2015.

Estudo da FGV e Mtur (2014) revelou que apenas 24,5% dos empresários ligados ao setor de operadoras turísticas avaliaram 2014 como um ano positivo e de expansão dos negócios.

15%

17%

65%

5% Sul R$ 1,3 bi

Sudeste R$ 1,6 bi

Nordeste R$ 6,3 bi

Centro-oeste e Norte R$ 489mi

17

5.3 Agências de Viagens

Segundo dados da ABAV - Associação Brasileira das Agências de Viagens, existem cerca de 18 mil agências de turismo no país, que juntas movimentam R$ 36 bilhões por ano. As agências de viagens são responsáveis pela intermediação de produtos e serviços turísticos entre fornecedores (companhias aéreas, hotéis, operadoras, etc.) e consumidores, pessoas físicas ou jurídicas.

Apesar da crise econômica que atravessa o país, a ABAV estima crescimento no faturamento do setor em torno 5% em 2015. A desvalorização do real frente às principais moedas estrangeiras contribuiu para fomentar as viagens domésticas e também as de curta duração, realizadas principalmente nos finais de semana e feriados. Dessa forma, o setor se mantém aquecido.

No segmento de turismo corporativo, a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) anunciou crescimento setorial de 16,54% na movimentação do terceiro trimestre de 2015, comparado a igual período do ano anterior. Com esse aumento, a movimentação chegou a R$ 3,252 bilhões contra R$ 3,801 bilhões do mesmo período de 2014.

A associação justifica o crescimento em função da manutenção das viagens pelas empresas, crescimento das viagens internacionais, puxadas principalmente pelo maior volume de exportação das empresas brasileiras.

Assim, houve crescimento da demanda por bilhetes aéreos nacionais (17%) e

internacionais (32%), hotelaria internacional (32%) e outros serviços internacionais (9%), segundo assessoria de imprensa da Abracorp.

5.4 Transporte Aéreo

Para análise do setor de transporte aéreo, foram consultadas a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (ABEAR) e a Secretaria de Aviação Civil (SAC).

A demanda por voos domésticos no Brasil em novembro último recuou 7,9% ante o mesmo mês de 2014, quarto mês consecutivo de baixa e regredindo aos níveis de 2013, segundo a ABEAR - Associação Brasileira das Empresas Aéreas.

A oferta caiu 3,9% no mesmo período. Com isso, a taxa de ocupação das aeronaves ficou em 77,9%, baixa de 3,4 pontos percentuais. Segundo o presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, a crise econômica afetou de tal forma os consumidores que, mesmo com ações promocionais das companhias aéreas, a demanda já não reage, o que impossibilita a sustentação das taxas de ocupação das aeronaves.(Época Economia, dez/2015).

18

Nos últimos meses observou-se o aumento das viagens nacionais, devido as altas

taxas do dólar que interferem diretamente na intenção de viajar pelo Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, essa intenção passou de 73,6% para 78% ainda em 2015. De acordo com o estudo, o desejo de experimentar destinos nacionais é o mais alto dos últimos cinco anos. Entretanto, verifica-se tendência de viagens mais curtas, a reforçar a aviação regional.

O governo pretende investir em obras de infraestrutura em 270 aeroportos regionais, distribuídos pelas cinco regiões do país (figura 4). A ação é uma das medidas previstas no Programa de Investimentos em Logística – Aeroportos,. O objetivo é desenvolver polos regionais e fortalecer centros de turismo próximos aos mercados emissores, além de beneficiar as viagens de negócios.

Figura 4: Previsão de implantação de aeroportos no Brasil

Fonte: Secretaria da Aviação Civil

Segundo a SAC, caberá ao governo federal o investimento em infraestrutura, enquanto que a gestão dos terminais será de responsabilidade dos estados e municípios, por meio de parcerias.

Dezenove municípios no Estado de São Paulo são contemplados pelo Programa, dos quais, doze se encontram em fase avançada de anteprojeto, etapa que antecede o processo de licitação, e consequente início das obras, a saber, Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru-Arealva, Botucatu, Fernandópolis, Franca,

Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto,. São José dos Campos e Sorocaba (figura 5).

19

A estância balneária de Ilhabela também será beneficiada indiretamente, pelo

investimento no aeroporto de São José dos Campos, distante 122 km, por estrada duplicada recentemente. O município foi considerado destino estratégico para o turismo nacional, segundo critérios técnicos do Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional, do Ministério do Turismo.

Figura 5: Implantação de aeroportos regionais no Estado de SP

Fonte: SAC

O programa de concessão de aeroportos federais teve início em 2011, começando pelo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Em seguida, houve uma nova rodada, em que foram concedidos à iniciativa privada os terminais de Brasília, Guarulhos e Campinas, em São Paulo. Em dezembro de 2012, o governo federal lançou o Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços e da infraestrutura aeroportuária, ampliar a oferta de transporte aéreo à população brasileira. Entre as medidas estavam a concessão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG).

Os próximos aeroportos a serem concedidos à iniciativa privada são Fortaleza (CE), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). (Figura 6)

20

Figura 6: Concessões de aeroportos no Brasil

Fonte:SAC

Os valores arrecadados nos leilões irão para o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), para investimentos nos demais aeroportos, especialmente os regionais.

Na contramão da crise que se vislumbra para o transporte aéreo, os aeroportos

viverão um período de expansão, quer seja pela operação de novos terminais, quer pela ampliação dos atuais, por meio de privatizações.

5.5Transporte Rodoviário

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o órgão competente pela outorga e fiscalização das permissões e autorizações para a operação do transporte rodoviário no Brasil.

De acordo com a agência, os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros no Brasil são responsáveis por uma movimentação superior a 130 milhões de usuários/ano2.

Os transporte rodoviário por ônibus é o principal meio de transporte coletivo no país. Em relação ao transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, atualmente são cerca de 18 mil ônibus habilitados para a prestação dos serviços regulares, transportando mais de 119 milhões de passageiros por ano.

2 Passageiros transportados nos serviços regulares e fretamentos em 2013.

21

Já no transporte fretado são 25.637 veículos3 habilitados, que transportam anualmente mais de 11 milhões de passageiros1.

A malha rodoviária compreende1,7 milhões de quilômetros, sendo que apenas 203 mil km asfaltados, nas rodovias federais e estaduais, segundo Plano Nacional de Aviação - DNIT, 2013.

Com a expansão da aviação civil, no período de 2005 a 2013, as empresas de transporte rodoviário perderam mais de 7,1 milhões de usuários, de acordo com ANTT. Nesse mesmo período, as companhias aéreas nacionais ganharam 51 milhões de clientes (ANAC).

No entanto, a crise econômica, o aumento dos preços e queda do poder aquisitivo do brasileiro são fatores que estão contribuindo para mudar essa realidade.

Segundo o Boletim de Intenção de Viagem do Ministério do Turismo, realizado pela FGV em setembro de 2015, os brasileiros estão mais dispostos a viajar de ônibus. A pesquisa mostra que a preferência pelas viagens de ônibus subiu de 8% em 2010 para 14,7% em 2015. Ao mesmo tempo, as indicações de uso do automóvel

caíram de 34,1% para 28,1%. No entanto, dos 34,2% dos brasileiros que pretendem viajar pelo Brasil até maio de 2015, 54,1% vão de avião. No ano passado, eram 53,4%.

5.6 Cruzeiros Marítimos

Desde a temporada 2012/2013 é verificada considerável queda do fluxo de cruzeiros marítimos na costa brasileira, com diminuição do número de navios e a consequente redução da oferta de leitos e de rotas por parte das armadoras.

Na temporada 2014/2015, 549.619 cruzeiristas embarcaram em portos nacionais, gerando importantes impactos econômicos no país. Este número é 7,9% inferior à temporada anterior e a receita gerada, de R$ 747,1 milhões, é 14,6% menor que a da temporada 2013/2014.

Do total de passageiros, aproximadamente 85% são brasileiros (ou seja, 469.396 cruzeiristas) e 15% de estrangeiros (80.223 cruzeiristas). Esses números demonstram que apesar da queda do número de cruzeiristas, a atividade contribui para o turismo interno no País.

Vale observar que em 2014, 138.547 cruzeiristas embarcaram em cruzeiros fora do país, o que significou uma aumento de 25% em relação ao ano anterior.

A redução da demanda de cruzeiros resultou na queda de 8,5% do impacto total

dos gastos, realizados tanto por parte dos armadores, quanto dos cruzeiristas e tripulantes. A tabela 6 demonstra esses dados.

22

Tabela 6: Comparação dos resultados dos setor de cruzeiros marítimos

(temporadas 2014/2015 e 2013/2014)

2013/2014 2014/2015 Variação

Número de cruzeiristas 592.532 549.619 -7,30%

Quantidade de navios 11 10 -10%

Receita total (em milhões) R$ 856,10 R$ 747,10 -14,60%

Gastos do armardores, cruzeiristas e tripulantes (em milhões)

R$ 2.340,00 R$ 2.142,00

-8,50%

Fonte: FGV Projetos - Clia Abremar, 2015.

A grande expansão dos cruzeiros no Brasil, verificada principalmente nos anos de 2010 e 2011, sofreu Entre as temporadas 2004/2005 e 2010/2011, houve um aumento considerável da quantidade de navios e de cruzeiristas, o que demonstra a importância dos cruzeiros marítimos no mercado nacional. Porém, tal evolução sofreu inversão dos resultados desde então.

O porto de Santos continua como o principal local de embarque e desembarque no país, seguido do porto do Rio de Janeiro. Dentre os portos de escala, destacam-se Salvador (BA), Búzios (RJ) e Ilhabela (SP), , em função da grande procura dos turistas por esses destinos.

Observa-se que o fluxo de cruzeiristas gera diversos impactos nas cidades, tais como: movimento da economia local e do entorno; geração de empregos; estímulo à entrada de divisas; e promoção do destino em âmbitos nacional e internacional.

A temporada de cruzeiros marítimos 2015/2016, com duração de 5 de novembro a 1º de maio, conta com a presença de dez navios no litoral do país. A expectativa da Clia Abremar Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) é de que 597.011 cruzeiristas aproveitem 211 roteiros de viagens.

5.7 Alimentação fora do lar

A alimentação fora do lar é o segundo item no gastos do turista, só perde para o transporte nesse setor, segundo dados disponíveis mais recentes do Ministério do Turismo. A composição dos gastos da principal viagem doméstica, dá conta que aproximadamente 20% das despesas com turismo e lazer se deve a alimentação fora do lar (Tabela 7 e Figura 7)

23

A atividade turística se apresenta com relevantes receitas no compto da economia

do setor, sendo expressivo gerador de empregos e de desenvolvimento do mercado da alimentação fora do lar, cuja importância pode variar segundo sua localização ou a época do ano considerada.

Tabela 7: Composição dos gastos por faixa de renda (%)

Fonte: Ministério do Turismo

Figura 7: Composição dos gastos por faixa de renda (%)

Fonte: Ministério do Turismo

24

Ao lado de outros fatores, provavelmente por conta da tradição gastronômica do

nosso país, ou do crescimento exponencial da urbanização, ou ainda da mudança do estilo de vida nos últimos anos, os gastos com alimentos fora do lar comparados às despesas com alimentos vem crescendo ano a ano, ao índice de quase 100% no período compreendido entre 1995 e 2012, passando de 19,4% para 37,2%, segundo o Anuário da alimentação fora do lar Ao se analisar os gastos comparados à renda familiar (Figuras 8, 9, 10, 11 e 12), constata-se que estes crescem conforme crescem proporcionalmente, havendo variações em função da região dos respectivos domicílios, a estabelecer um interessante paralelo com a figura 7.

Cumpre notar que, muito embora os gastos sejam diferentes em função da região de moradia, nada indica que tal distinção se mantenha quando a despesa em alimentação fora do lar ocorre durante a principal viagem doméstica. Entretanto, pode-se inferir que, em valores absolutos, a proporcionalidade desses gastos em relação à renda familiar se verifique também quando ocorridos durante a principal viagem doméstica.

.

25

Figura 8X

26

27

6. Caracterização do emprego no turismo no Brasil

A qualidade dos serviços prestados aos turistas impacta diretamente na experiência do viajante e também na competitividade do país.

Fatores inerentes ao setor, como a sazonalidade e diversidade regional, somados à baixa escolaridade dos funcionários, pesada carga tributária sobre quadro de pessoal e a alta rotatividade, dificultam a qualificação da mão de obra no turismo brasileiro, comprometendo a qualidade dos serviços. Trata-se, portanto, de um dos principais desafios para o turismo doméstico, tendo em vista o grande potencial natural e cultural do país.

Diferentemente de outros setores econômicos, a análise do emprego no turismo é um desafio para pesquisadores, uma vez que engloba diversas atividades, tais como alimentação, alojamento, artesanato, cultura, transporte, dentre outros. Além dos diversos segmentos econômicos, muitos desses serviços são utilizados também por residentes e há também muita informalidade no setor.

O relatório do Instituto do Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, desenvolvido em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e publicado em 2014, reúne informações bem detalhadas sobre o assunto, apesar de utilizar dados de 2011. A metodologia contempla as atividades características do turismo que representam a maior parte dos gastos dos turistas: alojamento; alimentação; transporte (aéreo; transporte terrestre e transporte aquaviário); agências de viagem; aluguel de transporte; e cultura e lazer.

Neste contexto, são apresentados a seguir, os mais importantes aspectos referentes ao emprego no setor de turismo brasileiro.

6.1 Dados gerais do emprego no setor turístico brasileiro

Em dezembro de 2011, o setor turístico era responsável por aproximadamente 2,07 milhões de ocupações no Brasil, sendo 947 mil ou 47% do total de empregos formais e 1,13 milhões de empregos informais, correspondendo a 53% do total.

As ocupações no turismo correspondem a 2,2% do total geral de empregos no país. Vale ressaltar, porém, que a distribuição das vagas é distinta entre as regiões brasileiras. Em 2011, a região Sudeste respondia por 51% das ocupações no setor turismo, seguida pela região Nordeste, com 23%; a Sul, com 12%; e, no mesmo patamar, as regiões Norte e Centro-Oeste, com 7%. A Figura 13, a seguir, apresenta essa distribuição.

28

Figura 13: Distribuição das ocupações no turismo por região brasileira

Fonte: IPEA, 2014. A maior participação do sudeste no turismo ocorre porque, em geral, o desenvolvimento econômico fomenta o turismo. A concentração de atividades econômicas na região Sudeste, que detém 43% dos ocupados na economia, replica-se de forma mais intensa no setor turismo, que possui 51% das suas ocupações nesta região.

Quanto à distribuição das vagas por segmento turístico, observa-se na Figura 14 que o setor de alimentação é o que mais emprega no turismo no Brasil, reunindo cerca de 40% do total das ocupações. Na sequência, o setor hoteleiro que proporciona cerca de 24% das vagas, seguido pelo setor de transporte terrestre, com 21%.

Figura 14: Distribuição dos empregos por segmento turístico

Fonte: IPEA, 2014

51%

23%

12%

7% 7%

Sudeste

Nordeste

Sul

Norte

Centro-Oeste

23,80%

39,60%

20,90%

6,30%

0,40%

2,10% 5,90%

1%

Alojamento

Alimentação

Transporte terrestre

Transporte aéreo

TransporteaquaviárioAluguel de veículos

Agência de viagens

29

Quanto às principais ocupações no turismo, o setor de alimentação engloba as três mais significativas: cozinheiro geral, que corresponde a 16% do total de vagas no Brasil, atendente de lanchonete, 12% e garçom 9%. A seguir aparecem motorista de ônibus rodoviário (9%) e camareiro de hotel (8%), conforme se observa na Figura 15

Figura 15: Principais ocupações de empregos no turismo

Fonte: IPEA, 2014.

As ocupações mais frequentes em cada segmento turístico são as seguintes:

alojamento: camareiro de hotel, cozinheiro geral, garçom, recepcionista de

hotel e recepcionista em geral;

alimentação: atendente de lanchonete, auxiliar nos serviços de alimentação,

copeiro, cozinheiro geral e garçom;

transporte terrestre: cobrador de transportes coletivos (exceto trem),

motorista de carro de passeio, motorista de ônibus rodoviário e motorista de

ônibus urbano;

transporte aquaviário: assistente administrativo, auxiliar de escritório em

geral, cobrador de transportes coletivos (exceto trem), cozinheiro geral e

motorista de ônibus rodoviário;

transporte aéreo: atendente de lanchonete, carregador (aeronaves), emissor

de passagens e trabalhador de serviços de limpeza e conservação de áreas

públicas;

17%

16%

12%

9% 9%

4%

3%

3%

27%

Cozinheiro geral

Atendente de lanchonete

garçom

Motorista de ônibusrodoviárioCamareiro de hotel

Recepcionista de hotel

Recepcionista geral

Copeiro

Outros

30

aluguel de transportes: assistente administrativo, auxiliar de escritório em

geral, motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais), motorista de

carro de passeio e motorista de furgão ou veículo similar;

agências de viagem: agente de viagem, assistente administrativo, auxiliar de

escritório em geral e emissor de passagens;

cultura e lazer: assistente administrativo, auxiliar de escritório em geral,

operador de caixa, recepcionista em geral e trabalhador de serviços de

limpeza e conservação de áreas públicas.

6.2 Perfil médio do empregado do turismo no Brasil

O perfil médio dos ocupados formais do turismo no Brasil pode ser retratado a partir das seguintes características: é homem (55%), na faixa etária de 25 a 49 anos (67%), tem segundo grau ou nível superior incompleto (60%), está há menos de doze meses no emprego (43%), recebe até dois salários mínimos (67%), trabalha em estabelecimentos que têm entre dez e 99 empregados (52%) e trabalha mais de quarenta horas por semana (89%).

Em relação à faixa etária, em 2011 a maior parte dos empregados (67%) tinha entre 25 e 49 anos de idade. Os empregados com até 24 anos representavam apenas 21%, e os com 50 anos ou mais correspondiam a 12% da população ocupada no turismo.

De acordo com o relatório do IPEA (2014), o perfil médio do empregado do turismo no Brasil é semelhante ao encontrado nas cinco macrorregiões do país.

6.3 Remuneração e massa salarial

Em 2011, a remuneração média dos empregados formais do setor turismo no Brasil foi de R$ 1700,00, sendo que a média da economia para este mesmo ano foi de R$ 1.606,00. A média salarial dos empregos do setor turístico é puxada,

principalmente, aos altos valores encontrados na atividade transporte aéreo, R$ 4.410,00 e pelo setor das agências de viagens, R$ 1572,00. A Tabela 8 apresenta a média salarial de cada segmento turístico, com base nos dados de 2011.

31

Tabela 8: Média salarial dos empregos no setor de turismo no Brasil, por atividade.

Atividade Salário médio (Brasil)

Alojamento R$ 1.009,00

Alimentação R$ 844,00

Transporte terrestre R$ 1.315,00

Transporte aéreo R$ 4.410,00

Transporte aquaviário R$ 1.372,00

Aluguel de veículos R$ 1.391,00

Agência de viagens R$ 1.572,00

Cultura e lazer R$ 1.222,00

Fonte: IPEA, 2014.

Vale observar que há diferenças consideráveis entre salários dos homens e das mulheres, pois a remuneração média dos homens era 46% superior à das mulheres em 2011.

Já a distribuição dos ocupados por faixa de remuneração no Brasil evidencia forte predominância (67%) de funcionários que ganham até dois salários mínimos (SMs) no turismo.

O setor de transporte aéreo se diferencia dos demais, uma vez que 46% dos

empregados ganham em média 5,1 salários mínimos, ou mais. A Figura 16 ilustra esses dados.

32

Figura 16: Distribuição dos empregados de turismo por faixa de salário, em %

Fonte: IPEA, 2014.

6.4 Escolaridade dos profissionais

A capacitação dos colaboradores reflete diretamente na qualidade dos produtos e serviços, bem como nos salários. O setor de transporte aéreo contempla os funcionários com maior escolaridades, já que 52% deles têm nível superior. O segmento de agência de viagens ocupa a segunda posição, com 22% de seus colaboradores nesta mesma situação.

Os setores de transporte aquaviário e terrestre concentram os funcionários com a menor escolaridade, com 11% e 10%, respectivamente, do quadro com até o 5º ano.

Também chama atenção pela baixa escolaridade os setores de alimentação fora do lar e o de hotelaria, com alta taxa de colaboradores com até o 5º do Ensino Fundamental e baixa porcentagem de funcionários com superior completo.

A análise do setor de turismo, no entanto, comparada à economia de uma forma geral, é relativamente positiva, uma vez que o alto índice de graduados no setor de transporte aéreo eleva a média das atividades turísticas. A Figura 17 apresenta esses dados de escolaridade no Brasil.

57

61

70

47

50

15

54

44

85

76

19

17

15

24

29

20

18

30

10

15

12

11

9

18

15

20

21

22

3

6

11

12

7

11

6

46

8

4

3

3

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Economia

Turismo

Cultura e Lazer

Agência de viagens

Aluguel de veículos

Tranporte aéreo

Transporte aquaviário

Transporte terrestre

Alimentação

Alojamento

Até 2 SMs

De 2,1 a 3,0 SMs

De 3,1 a 5,0 SMs

Mais de 5,1SMs

33

Figura 17: Distribuição dos empregados do turismo por escolaridade (2011),

em %

Fonte: IPEA, 2014.

6.5 Tempo de emprego

A análise dos colaboradores do turismo por tempo de emprego no Brasil, em 2011, mostra que a maior parte dos ocupados (43%) está empregada há menos de doze meses. A segunda faixa com maior porcentagem de ocupados é de 24 a 59 meses (23%), seguida de doze a 23 meses (18%) e, por fim, sessenta meses ou mais (16%). Esses dados induzem a conclusão de que a rotatividade no setor é relativamente alta. A Figura 18 apresenta esses percentuais.

9

6

6

1

4

0

11

10

6

8

22

22

21

8

17

2

28

34

28

30

58

57

60

68

70

46

58

54

64

57

12

16

12

22

9

52

3

2

1

5

0% 50% 100%

Economia

Turismo

Cultura e Lazer

Agência de viagens

Aluguel de veículos

Tranporte aéreo

Transporte aquaviário

Transporte terrestre

Alimentação

Alojamento

Até 5º ano

Do 6º ao 9º

Ensino médio esuperior incompleto

Superior completo

34

Figura 18 Distribuição dos empregados do turismo por tempo de emprego

Fonte: IPEA, 2014.

O relatório do IPEA mostra forte predomínio de empregados com menos de doze meses nos setores de alimentação (50%), aluguel de veículos (47%), agência de viagens (42%) e alojamento (40%).

6.5 Tamanho do estabelecimento

Quanto ao porte dos empreendimentos turísticos que empregam funcionários, verificou-se que a grande maioria, ou 52% dos ocupados, trabalha em estabelecimentos com dez a 99 empregados, enquanto os estabelecimentos com cem a 499 empregados empregavam 21% dos ocupados. Transporte aéreo é a

única atividade na qual a maioria dos ocupados (71%) encontra-se em estabelecimentos com quinhentos ou mais empregados, de acordo com IPEA.

Os segmentos que apresentam maior porcentagem de ocupados em estabelecimentos com até nove empregados são agência de viagem (21%), cultura e lazer (18%) e alimentação (16%). A Figura 19 apresenta esses percentuais.

43%

18%

23%

16%

Menos de 12 meses

De 12 a 23 meses

De 24 a 59 meses

Mais de 60 meses

35

Figura 19: Tamanho dos estabelecimentos que contratam funcionários no turismo

Fonte: IPEA

9%

51%

21%

19% Até 9 empregados

De 10 a 99 empregados

De 100 a 499empregados

Mais de 500empregados

36

7. Conclusões e oportunidades de negócios no turismo

Apesar da crise econômica que atravessa o país, o setor de turismo deve manter-se aquecido, devido a:

Substituição de compra de viagens internacionais por viagens domésticas

por parte dos consumidores brasileiros;

Desvalorização cambial que favorece o receptivo internacional, fato que já

se observa com o maior fluxo de argentinos e uruguaios que vêm ao Brasil na temporada 2015/2016;

Realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que estimulará a vinda

de milhares de visitantes, atletas, imprensa, profissionais e voluntários. A repercussão na mídia internacional incentivará a vinda de milhares de turistas internacionais mesmo após a realização das Olimpíadas;

Incremento do consumo nos bares, restaurantes e lanchonetes, por parte

dos brasileiros, incentivando o setor de alimentação fora do lar, apesar do aumento dos preços;

Aumento de 199 mil vagas de emprego nos setores de alimentação e

hospedagem no período de agosto a outubro de 2015, comparado a mesmo período do ano anterior (IBGE, 2016);

Incremento do turismo de negócios em determinados destinos turísticos.

No entanto, o grande gargalo do setor reside na baixa qualificação dos serviços, o que impede que o país alcance melhor posição no ranking mundial de competitividade do turismo.

Dessa forma, a qualificação e capacitação dos trabalhadores torna-se o principal desafio para o desenvolvimento do turismo brasileiro. Sugere-se que a União Geral dos Trabalhadores assuma posição de protagonista neste cenário, com criação de Programa Nacional de Capacitação de Trabalhadores do Setor Turístico, respeitando as diferenças regionais, bem como a vocação turística de cada região e/ou estado.A capacitação poderá ser constituída de duas partes: a primeira, um eixo básico e comum a todos os trabalhadores do setor, que poderá ser oferecida na modalidade à distância (EAD). A segunda parte da capacitação poderá ser oferecida, em módulos à distância (EAD) mas também presencialmente, sendo que o conteúdo seria customizado dependendo da vocação do destino (turismo de negócios, terceira idade, aventura, rural, etc.) e das necessidades específicas locais.

Para orientar a elaboração do Programa Nacional de Capacitação de Trabalhadores do Setor Turístico, é proposta a realização do Calendário Regional

de Workshops UGT de Turismo, com participação de todas as UGTs Estaduais, antecedido por um Seminário Nacional UGT de Turismo, com a presença da Diretoria da UGT e parceiros estratégicos, considerados relevantes na viabilização do referido Programa, sob o prisma da aliança entre trabalhadores e empresários.

37

Além da elaboração do Programa Nacional de Capacitação de Trabalhadores do

Setor Turístico, os Workshops servirão para eleger as políticas públicas a compor a Proposição de Políticas Públicas Prioritárias na Geração de Emprego no Setor Turístico, cujas principais conclusões serão amplamente divulgadas, em materiais orientativos, impressos - especialmente uma cartilha - e eletrônicos – site, redes sociais. Espera-se que participarão dos Workshops, as instâncias regionais correspondentes às entidades nacionais parceiras, quando porventura existirem.

O Programa de Capacitação Nacional de Capacitação de Trabalhadores do Setor Turístico e a Proposição de Políticas Públicas Prioritárias na Geração de Emprego e Renda do Setor Turístico compõem o que se denomina Programa UGT de Turismo: Capacitar para Empregar , resultado da aliança entre trabalhadores e empresários.

Propõe-se que seja agendado um evento de lançamento do Programa UGT de Turismo: Capacitar para Empregar, convidando as lideranças do setor, nomeadamente os ministros do Trabalho e do Turismo, entre outras autoridades. Cumpre ressaltar que para o lançamento deverão encontrar-se formuladas as Políticas Públicas consolidadas na Proposição, bem como, a grade dos cursos de capacitação do Programa, sendo possível que eventual detalhamento das matérias seja feito posteriormente.

Portanto, o Programa UGT de Turismo será construído em três etapas, assim definidas:

1ª etapa: Viabilização

Serão convidados a participar estratégicos parceiros públicos, privados e do terceiro setor, dentre os quais entidades patronais, estabelecendo-se o conjunto de alianças que viabilizarão o Programa UGT de Turismo, a contemplar a viabilidade financeira.

A formalização das articulações será coroada no Seminário Nacional UGT de Turismo. estimando-se um prazo de 45 dias para sua realização.

2ª etapa: Regionalização

Será feita imprescindível consulta às bases, nomeadamente às UGTs Estaduais e às instâncias locais dos parceiros estratégicos, por meio de Calendário Regional de Workshops UGT de Turismo, planejado a partir do

aprofundamento do presente estudo, mormente pelo levantamento de dados primários considerados relevantes.

Estima-se um prazo de 120 dias para o aprofundamento do estudo e realização do Calendário, pressupondo-se um número máximo de oito Workshops.

38

3ª etapa: Consolidação

Desde as conclusões do primeiro workshop do Calendário, serão sistematizados tanto os subsídios para a elaboração dos cursos e módulos de capacitação, quanto as contribuições para a formulação das políticas públicas prioritárias a serem propostas.

Após a realização do último workshop, estima-se um prazo de 30 dias para consolidação do Programa Nacional de Capacitação de Trabalhadores do Setor Turístico bem como da Proposição de Políticas Públicas Prioritárias na

Geração de Emprego e Renda do Setor Turístico, que serão apresentadas em evento de lançamento do Programa UGT de Turismo: Capacitar para Empregar.

Assim exposto, estima-se em 150 dias o prazo final dos trabalhos aqui propostos.

Na Figura 20 encontra-se sistematizado o cronograma para o Programa UGT de Turismo: Capacitar para Empregar.

Figura 20: Cronograma - Programa UGT de Turismo

39

8. Referências bibliográficas

Anuário de alimentação fora do lar - ano base 2013 – São Paulo – SP, 2015

BRAZTOA - Associação Brasileira das Operadoras de Turismo. Anuário Braztoa 2015. São Paulo - SP, 2015.

BSH International.

Fundação Getúlio Vargas & CLIA ABREMAR - Cruzeiros Marítimos - Estudo de

Perfil e Impactos Econômicos no Brasil. Temporada 2014-2015. São Paulo-SP, 2015.

Fundação Getúlio Vargas & Ministério do Turismo. Boletim de Desempenho da Economia do Turismo. São Paulo-SP, 2014.

HVS Consultoria. Panorama da Hotelaria Brasileira 2014-2015. São Paulo - SP, 2015.

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