programa programme... · main programme – flip mesas literárias literary events pós-flip...

75
programa programme

Upload: others

Post on 07-Jul-2020

16 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

programaprogramme

Governo do Rio de Janeiro e Associação Casa Azul apresentam

Programação principalMain programme

12a. Festa Literária Internacional de Paraty201412th Paraty International Literary Festival2014

Para as outras programações da Flip 2014 (FlipMais, Flipinha e FlipZona) procure o caderno correspondente

For information about Flip 2014’s other programmes (FlipMais, Flipinha and FlipZona) please find the relevant brochure

Os desenhos deste programa são de autoria de Millôr Fernandes

The drawings on this programme are from Millôr Fernandes

Boas-vindas à Flip 2014 - Liz CalderWelcome to Flip 2014 - Liz Calder

A festa e a cidade – Mauro MunhozThe festival and the town – Mauro Munhoz

Ah, essa falsa cultura! – Paulo WerneckAh, that false culture! – Paulo Werneck

Programação principal da FlipMain programme – Flip

Mesas literáriasLiterary events

Pós-Flip Post-Flip

Índice de autoresAuthors index

46

810

1214

1820

2222

118118

122122

programaçãoprogramme

apresentaçãointroduction

sumáriocontents

54

A programação deste ano promete um momento de abundância para a Flip. Desconfio que desde que a Flip ganhou vida, em 2003, todo ano venho dizendo a mesma coisa. Mas a extraordinária seleção de autores que o nosso curador Paulo Werneck reuniu no seu primeiro ano cumpre brilhantemente dois dos principais objetivos que tínhamos quando começamos a Flip, há doze anos: levar ao vasto mundo as riquezas da literatura brasileira e, ao mesmo tempo, fornecer uma plataforma para apresentar aos leitores brasileiros escritores do mundo inteiro.

Uma rápida olhada na programação mostra o quão bem esses objetivos foram alcançados, trazendo escritores da França, Itália, África do Sul, Nova Zelândia, México, Israel, Chile, Paquistão, Turquia, Suíça, Rússia, Argentina, Peru, Reino Unido e Estados Unidos. Esse programa multi-cultural é uma deliciosa perspectiva para os flipeiros. Acrescente-se uma deslumbrante seleção dos melhores autores brasileiros e a homenagem ao amado Millôr, e teremos a certeza de uma Flip antológica.

A cada ano, a experiência da Flip nos traz a oportuni-dade de fazer uma pausa em nossa rotina, dando-nos tempo para aprender sobre outras vidas, outros lugares, outras ideias, outras atitudes, outras esperanças, medos e sonhos. Em um mundo cada vez mais despedaçado por conflitos e mal-entendidos, a Flip, em seu belo cenário, a maravilhosa baía de Paraty, oferece uma cura para a mente, um banquete para o cérebro, um bálsamo para a alma e um restauro para o coração.

Boas-vindas à Flip 2014

Liz Calderpresidente da Flip

76

This year’s programme promises a bumper year for Flip. I suspect I have been saying the same thing every year since Flip started life in 2003. But the extraordinary line-up of authors which our programme director, Paulo Werneck, has put together in his first year brilliantly fulfils two of the primary objectives we had when we set up Flip 12 years ago. These were to bring to the wider world the riches of Brazilian literature, and, at the same time, to provide a platform to introduce to Brazilian readers writers from all over the world. A glance at this year’s programme shows how well those objectives have been achieved, bringing writers from France, Italy, South Africa, New Zealand, Mexico, Israel, Chile, Pakistan, Turkey, Switzerland, Russia, Argentina, Peru, the UK and the USA. This multicultural programme is a delicious prospect for Flipeiros, and add to these a dazzling line-up of the very top Brazilian names, and the homage to the much-loved Millôr, and we are assured of a vintage Flip.

Each year, the Flip Experience gives us an opportunity to pause in our daily routines, giving us time to learn about other lives, other places, other ideas, other attitudes, other hopes, fears and dreams. In a world increasingly riven by conflict and misunderstanding, Flip, in its beautiful setting in the wondrous Bay of Paraty, offers a health cure for the mind, a feast for the brain, a balm for the soul and a facelift for the heart.

Welcome to Flip 2014

Liz Calderpresident of Flip

98

A Flip 2014, que agora se inicia, pela primeira vez home-nageia um autor tão atual. Millôr Fernandes, assim como todos nós faremos nestes dias de festa, equilibrou-se sobre as pedras do Centro Histórico de Paraty em 2003, como convidado da primeira edição da Flip.

Desde o início, a festa é indissociável da cidade: foi criada com o objetivo mais amplo de, por meio da cultura, transformar seus espaços públicos e melhorar a qualida-de de vida de seus cidadãos. E esse encontro da literatura com o território é uma das razões de seu sucesso.

Continuam preservados seus princípios fundadores: originalidade, intimismo, informalidade, ênfase no en-contro privilegiado entre autores e público e, acima de tudo, permanência: projetos educativos e de revitali-zação urbana sustentável realizados pela Casa Azul o ano todo em Paraty.

Como as casas do Centro Histórico, parecidas e ao mes-mo tempo únicas, cada nova edição da Flip mantém a mesma essência das anteriores, mas distingue-se em todo o resto: nos diálogos que promove, nos encon-tros que motiva, nas visões de mundo que contrapõe. Uma festa da literatura cuja protagonista é a cidade. Cidade que nasce, citando Paulo Mendes da Rocha, um dos convidados deste ano, do desejo dos homens de estarem juntos.

Que o território de Paraty, desenhado e redesenhado pela cultura, seja cada vez mais propício a estarmos juntos. E a literatura, um espaço público: uma praça da qual todos possam se apropriar.

A festa e a cidade

Mauro Munhozdiretor geral programação principal

1110

Flip 2014, that starts now, pays homage for the first time in its history to such a current author. Millôr Fernandes, as all of us will be doing over the next few days, tottered over the cobblestones of Paraty’s historic city centre in 2003, as a guest at Flip’s inaugural edition.

Since the beginning, the festival is inseparable from the town: it was created with the wider goal of transforming, with culture, its public spaces, and improving the quality of life of its citizens. That meeting of territory and literature is one of the reasons behind its success.

Its founding principles remain the same: originality, intimacy, informality, an emphasis on the auspicious encounter between authors and readers and, above all, permanency: educational and sustainable urban regeneration projects performed by Casa Azul throughout the year in Paraty.

Like the houses of Paraty, at once similar and unique, every edition of Flip is in its essence like the others, yet radically distinctive in all the rest: in the conversations it ignites, the encounters it motivates, the world visions it contraposes. A festival of literature in which the protagonist is the city. A city that is born, quoting Paulo Mendes da Rocha, guest author in this edition, from the human desire to be together.

May the territory of Paraty, shaped and reshaped by culture, be increasingly propitious for learning. And may literature become a public space: a public square that everyone can appropriate.

The festival and the town

Mauro Munhozgeneral director main programme

1312

“Não estou aqui para fazer piada”, esclareceu certa vez Millôr Fernandes. Um desavisado acreditaria estar diante de mais uma das tiradas do genial Guru do Méier.

Millôr se dedicou ao cartum e à ilustração com o mesmo afinco que aplicava à tradução de Shakespeare, Molière ou Ibsen. Ia do aforismo ao hai-kai, da dramaturgia à fábula como quem vai à praia para jogar frescobol – esporte do qual foi o inventor, aliás.

A Flip não seria a mesma sem Millôr – que não por acaso foi um dos convidados da primeira edição, em 2003. Na programação de 2014, Millôr dá o tom com a crítica política e a perspectiva bem-humorada. Não poderia ser diferente: ao imaginar as homenagens póstumas, ele admitiu tudo, menos uma estátua.

Os 47 autores de 15 países renovam o repertório da Flip. Do russo à língua Yanomami, novos idiomas ressoam na festa e trazem experiências e identidades singulares, que inseminam a cultura brasileira. Companheiros de Millôr rememoram seus grandes momentos. Intensifica-se o diálogo da literatura com a arquitetura – que em 2013 ganhou mesa fixa na programação –, o cinema, a antro-pologia, a música e a ciência.

Uma nova geração de autores nacionais se apresenta, co-nectada com o público e com a crítica; latino-americanos rompem históricas barreiras editoriais e linguísticas. E escritores notáveis, que, por algum descuido, ainda igno-rávamos, estreiam no ambiente sempre caloroso da Flip.

Ah, essa falsa cultura!, exclamaria Millôr. É… livre pensar é só pensar.

Ah, essa falsa cultura!

Paulo Werneckcurador programação principal

1514

“I’m not here to make jokes”, Millôr Fernandes once claimed. A casual observer would have mistaken this for another witty quip by the brilliant Guru of Méier.

Millôr dedicated himself to cartoons and illustrations with the same energy as to translating Shakespeare, Molière or Ibsen. He went from aphorisms to hai-kai, theatre to fables, as casually as someone goes to the beach to play frescobol – sport he invented, in fact.

Flip would not be the same without Millôr – who was, not by chance, among the guests to the very first edition, in 2003. Millôr’s spirit brings political criticism and a humorous perspective to the programme. It could be no other way: when imagining the posthumous celebrations in his honour, he asked for everything, except a statue.

The 47 authors from 15 countries renew Flip’s range. From Russian to Yanomami, new languages echo through the festival and bring with them unique experiences and identities, which inseminate Brazilian culture. Millôr’s former colleagues remember his great moments. There will be an enhanced dialogue between literature and architecture – now a fixture of the programme –, film, anthropology, music and science.

A new generation of Brazilian authors makes its appearance. Latin American writers break down editorial and linguistic barriers. And outstanding authors that, inexplicably, had not yet come to our attention, will launch their work in Brazil amid Flip’s enduring warmth.

Ah, that false culture!, Millôr would exclaim. Indeed… free thinking is just thinking.

Ah, that false culture!

Paulo Werneckcuratormain programme

1716

1918

19h | sessão de aberturaConferênciaAgnaldo FariasMillormaníacosHubert e Reinaldo entrevistam Jaguar

21h30 | show de aberturana tenda da flipinhaFelipe Guaraná e bandaGal Costa

30 quarta 31 quinta

programação principal

1 sexta 3 domingo2 sábado

9h30 | mesa zé kleberDa cidade à cidadaniaJailson de Souza e SilvaPaula MiragliaRene Uren

12h | mesa 1Poesia & ProsaCharles Peixoto Eliane BrumGregorio Duvivier

15h | mesa 2Os possessosElif BatumanVladímir Sorókin

17h15 | mesa 3Fabulação e mistérioEleanor CattonJoël Dicker

19h30 | mesa 4Paraty, Veneza no Atlântico SulFrancesco Dal CoPaulo Mendes da Rocha

21h30 | mesa bônusPorque era ele, porque era euMathieu LindonSilviano Santiago

10h | mesa 5O Guru do MéierCássio LoredanoClaudiusSérgio Augusto

12h | mesa 6À mesa comMichael Pollan

15h | mesa 7MarcadosClaudia AndujarDavi Kopenawa

17h15 | mesa 8Livre como um táxiAntonio PrataMohsin Hamid

19h30 | mesa 9Encontro comAndrew Solomon

21h30 | mesa 102x BrasilCacá DieguesEdu Lobo

10h | mesa 11Liberdade liberdadeCharles FergusonGlenn Greenwald

12h | mesa 12Memórias do cárcere: 50 anos do golpeBernardo KucinskiMarcelo Rubens PaivaPersio Arida

15h | mesa 13A verdadeira história do ParaísoEtgar KeretJuan Villoro

17h15 | mesa 14Tristes trópicosBeto RicardoEduardo Viveiros de Castro

19h30 | mesa 15Encontro comJhumpa Lahiri

21h30 | mesa 16Narradores do poderDavid CarrGraciela Mochkofsky

10h | mesa 17Ouvir estrelasMarcelo GleiserPaulo Varella

12h | mesa 18Romance em dois atosDaniel AlarcónFernanda Torres

14h | mesa 19Os sentidos da paixãoAlmeida FariaJorge Edwards

16h | mesa 20Livro de cabeceiraAndrew SolomonEduardo Viveiros de CastroEtgar KeretFernanda TorresGraciela MochkofskyJoël DickerJuan VilloroMarcelo Rubens Paiva

2120

19h | opening sessionLectureAgnaldo FariasMillormaniacsHubert and Reinaldo in converstion with Jaguar

21h30 | opening showat tenda da flipinhaFelipe Guaraná e bandaGal Costa

wednesday 30 thursday 31

main programme

friday 1 sunday 3saturday 2

9h30 | zé kleber sessionFrom city to citizenshipJailson de Souza e SilvaPaula MiragliaRene Uren

12h | event 1Poetry and ProseCharles PeixotoEliane BrumGregorio Duvivier

15h | event 2The possessedElif BatumanVladímir Sorókin

17h15 | event 3Invention and mysteryEleanor CattonJoël Dicker

19h30 | event 4Paraty, Venice on the South AtlanticFrancesco Dal CoPaulo Mendes da Rocha

21h30 | bonus eventBecause it was him, because it was meMathieu LindonSilviano Santiago

10h | event 5The Guru of MéierCássio LoredanoClaudiusSérgio Augusto

12h | event 6Food talk with Michael Pollan

15h | event 7MarkedClaudia AndujarDavi Kopenawa

17h15 | event 8Free as a taxiAntonio PrataMohsin Hamid

19h30 | event 9In conversation with Andrew Solomon

21h30 | event 102x BrazilCacá DieguesEdu Lobo

10h | event 11Freedom freedomCharles FergusonGlenn Greenwald

12h | event 12Prison memoirs:50 years since the coupBernardo KucisnkiMarcelo Rubens PaivaPersio Arida

15h | event 13The true story of paradiseEtgar KeretJuan Villoro

17h15 | event 14Sad tropicsBeto RicardoEduardo Viveiros de Castro

19h30 | event 15In conversation with Jhumpa Lahiri

21h30 | event 16Narrating powerDavid CarrGraciela Mochkofsky

10h | event 17Listening to the starsMarcelo GleiserPaulo Varella

12h | event 18A novel in two actsDaniel AlarcónFernanda Torres

14h | event 19The meanings of passionAlmeida FariaJorge Edwards

16h | event 20Desert island booksAndrew SolomonEduardo Viveiros de CastroEtgar KeretFernanda TorresGraciela MochkofskyJoël DickerJuan VilloroMarcelo Rubens Paiva

2322

mesas literáriasliterary events

2524

millôr e a arte brasileira millormaníacos

millôr and the brazilian art millôr-maniacs

Uma dupla sessão abre a Flip: na primeira parte, Agnaldo Farias (Itajubá – MG, 1955), crítico de arte e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, faz con-ferência sobre o valor da obra de Millôr Fernandes para a arte brasileira. Se a obra de Saul Steinberg, produzida para publicação na imprensa, está incorporada ao pan-teão da arte norte-americana, a absorção da ilustração e do cartum pelas artes plásticas no Brasil ainda está por se completar – e Millôr talvez seja o elo perdido.

Em seguida, Reinaldo e Hubert, millormaníacos confes-sos, entrevistam um companheiro de Millôr no Pasquim. Nascido no Rio, em 1932, o cartunista Jaguar está entre os maiores destaques da geração – “com o seu talento”, escreveria o Guru do Méier, “Jaguar não estaria aqui. Estaria em cana, nos Estados Unidos”. Atuou nas revistas Senhor e no Pif Paf de Millôr antes de fundar O Pasquim, em 1969. Permaneceria até o final da publicação, em 1991. Seu livro mais recente, Ninguém é perfeito (Deside-rata), foi lançado em 2008.

Reinaldo (Rio, 1952) e Hubert (Rio, 1960) trabalharam no Pasquim nos anos 70. Na década seguinte, editaram uma de suas mais importantes crias, o jornal satíri-co O Planeta Diário, que renovou o humor durante a redemocratização do país. Reinaldo é autor de Noites de autógrafos (Desiderata, 2010), Desenhos de humor (Objetiva, 2007) e prepara o lançamento de A arte de zoar (Objetiva). Ghost writer, com Marcelo Madureira, do jornalista fictício Agamenon Mendes Pedreira, Hubert publicou também, com Reinaldo e Cláudio Paiva, a anto-logia O Planeta Diário (Desiderata, 2007).

sessão de abertura opening session30 qua wed 3019h 7pm

conferêncialectureAgnaldo Farias

mesa de homenagemhomage eventHubertJaguarReinaldo

2726

A double bill to get Flip started: in the first part, Agnaldo Farias (Itajubá, Minas Gerais, 1955), art critic and professor at the University of São Paulo’s Faculty of Architecture and Urbanism, will deliver a lecture on the importance of Millôr Fernandes to Brazilian art. Whereas Saul Steinberg’s work, produced for the press, is considered part of the American art canon, the full incorporation of cartoons into Brazilian visual arts has yet to be completed – and Millôr may well be the missing link.

This is followed by Reinaldo and Hubert, self-declared Millôr-maniacs, who will interview one of Millôr’s colleagues at O Pasquim. Born in Rio in 1932, cartoonist Jaguar is among the greatest of his generation – “with his talent,” wrote Millôr, “Jaguar shouldn’t be here. He should be in jail, in the United States.” He worked for Millôr’s magazines including Senhor and Pif Paf before founding O Pasquim in 1969. He remained there until it closed in 1991. His latest book, Ninguém é perfeito (Desiderata), was launched in 2008.

Reinaldo (Rio de Janeiro, 1952) and Hubert (Rio de Janeiro, 1960) contributed to O Pasquim in the 1970s. The following decade they edited one of their most important works, the satirical newspaper O Planeta Diário, which refreshed humour during the country’s process of re-democratisation. Reinaldo is the author of Desenhos de Humor (Objetiva, 2007) and Noites de autógrafos (Desiderata, 2010), and is preparing to launch A arte de zoar (Objetiva). The co-author of Ghost Writer, with Marcelo Madureira, Hubert is also the author of the anthology O Planeta Diário (Desiderata, 2007), with Reinaldo and Cláudio Paiva.

2928

show de abertura

opening show

A diva da Tropicália Gal Costa (Salvador, 1945) leva a Paraty as canções do DVD Recanto, de seu homônimo e mais recente álbum, em que mescla mpb, rock, programações eletrônicas e dub-step. Clássicos como “Folhetim”, “Baby”, “Barato total” e “Um dia de domin-go” completam o set list do primeiro show de abertura gratuito da história da Flip.

Recanto tem direção de Caetano Veloso, com quem a baiana mantém uma frutífera parceria desde que estrea-ram com o LP Domingo, em 1967. Ele é autor das onze canções do CD e responsável pela produção, ao lado do filho Moreno Veloso. A banda que acompanha a cantora no palco é formada por Pedro Baby (guitarra e violão), Bruno Di Lullo (baixo e violão) e Domênico Lancellotti (bateria e bases eletrônicas).

Quem aquece o público antes de Gal subir ao palco é Felipe Guaraná. Carioca radicado em Paraty, tem forte ligação com o samba e é um dos fundadores do Arrastão do Jabaquara, tradicional bloco carnavalesco da cidade. |O artista acaba de lançar seu primeiro CD solo, Cantando a minha terra, que reúne baladas, sambas e marchinhas de sua autoria.

30 qua wed 3021h30 9:30pm

Felipe Guaraná e bandaGal Costa

na tenda da flipinha

3130

Gal Costa (Salvador, 1945), the Tropicália movement’s diva, brings to Paraty the songs from her most recent album and DVD, Recanto, in which she mixes Brazilian popular music, rock, electronica and dub-step. Classic tunes including “Folhetim”, “Baby”, “Barato total” and “Um dia de domingo” complement the set list for the first ever free opening show in Flip’s history.

Recanto was directed by Caetano Veloso, with whom the songstress from Bahia has had a fruitful partnership since they recorded their first LP together, Domingo, in 1967. He composed all eleven tracks on Gal’s new album and, with his son Moreno, was in charge of production. The band playing with the singer comprises the musicians Pedro Baby (guitar and electric guitar), Bruno di Lullo (bass and guitar) and Domênico Lanellotti (drums and percussions).

Warming up the audience before Gal goes on stage is Felipe Guaraná. A native of Rio de Janeiro now based in Paraty, he has strong links to samba and is one of the founders of Arrastão do Jabaquara, one of the town’s traditional carnival blocks. He has just launched his debut solo CD, Cantando a minha terra, a mix of ballads, sambas and carnival marches.

3332

da cidade à cidadania

from city to citizenship

A segurança é hoje uma das questões que mais preo-cupam os moradores dos centros urbanos brasileiros. Nesta mesa, criada em 2009 para discutir a cidade e suas políticas públicas, três especialistas discutem o papel do urbanismo na construção de uma cidade mais democrá-tica, acessível e menos desigual.

Antropóloga, Paula Miraglia é especialista no setor pú-blico em temas como prevenção da violência, segurança pública e urbanismo. Foi diretora geral do International Centre for the Prevention of Crime, organização voltada para a prevenção do crime e a segurança comunitária, com sede em Montreal.

Um dos fundadores do Observatório de Favelas, institui-ção que reúne moradores e ex-moradores da periferia, o geógrafo Jailson de Souza e Silva (Rio de Janeiro, 1959) nasceu no bairro Brás de Pina e morou na favela da Maré. Professor da Universidade Federal Fluminense, seu olhar combina a experiência acadêmica e a vivência como morador do “outro lado” da Cidade Maravilhosa.

Rene Uren (África do Sul, 1968) é conselheira da coope-ração alemã para o desenvolvimento sustentável (Giz) na área de prevenção do crime e da violência na África do Sul, onde desenvolveu grande experiência na formulação e prática de políticas públicas.

mesa zé kleber zé kleber event31 qui thu 319h30 9:30am

Jailson de Souza e SilvaPaula MiragliaRene Uren

mediação chaired byGuilherme Wisnik

3534

Security is among the issues that most worry residents of Brazilian urban centres. On this panel, held regularly since 2009 to foster debate about the relationship between cities and public policies, three experts discuss the role of urbanism in the construction of cities that are more democratic, accessible and equal.

Anthropologist Paula Miraglia is a specialist on subjects such as violence prevention, public safety and urbanism. She directed the International Centre for the Prevention of Crime, a Montreal-based organization that focuses on crime prevention and community safety.

One of the founders of Observatório das Favelas, a grassroots organization that brings together residents and former residents of peripheral communities, geographer Jailson de Souza e Silva (Rio de Janeiro, 1959) was born in the Brás de Pina neighborhood and lived for many years in the Maré favela. A Professor at the Federal Fluminense University, he is able to mix academic expertise and his personal experience as a resident on the other side of the Wonderful City.

Rene Uren (South Africa, 1968) is counselor for the German cooperation for sustainable development (Giz) in the prevention of crime and violence in South Africa sector, where she developed extensive experience in the formulation and practice of public policies.

3736

poesia & prosa

poetry and prose

Dois poetas que cultivam a prosa e uma prosadora que cultiva a palavra poética vêm mostrar que as fronteiras entre os gêneros literários não importam – ou só impor-tam ao serem cruzadas. Eis uma lição da poesia marginal, que tem um de seus grandes representantes nesta mesa.

Charles Peixoto (Rio, 1948) estreou em 1971 com Travessa Bertalha 11, cem exemplares impressos em mi-meógrafo. Formou, ao lado de Chacal e outros poetas, um núcleo de destaque da poesia marginal carioca, de inspi-ração hippie e psicodélica. Integrou o grupo performático Nuvem Cigana, pelo qual lançou Creme de lua (1975). A partir dos anos 80, dedicou-se a escrever roteiros para a TV e passou 26 anos sem publicar. Em 2011, retornou com a coletânea Sessentopeia (7 Letras). Na Flip, lança o volume de obra reunida Supertrampo (7 Letras).

A dicção dos marginais dos anos 70 se deixa ver também na produção contemporânea. É o caso de Gregorio Duvivier (Rio, 1986), elogiado pela crítica por suas duas primeiras coletâneas de poemas, A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora (7 Letras, 2008) e Ligue os pontos (Companhia das Letras, 2013). Colunista do jornal Folha de S.Paulo, Duvivier é ator e roteirista do grupo de humor Porta dos Fundos.

A seu lado, Eliane Brum (Ijuí – RS, 1963) apresenta seu primeiro livro “puramente literário”. Conhecida por suas reportagens sobre “a vida que ninguém vê”, título de seu livro de estreia (Arquipélago, 2006), e por suas colunas na imprensa, atualmente no jornal El País, em 2014 Eliane lançou Meus desacontecimentos (LeYa), sobre o seu apai-xonamento pelas palavras. Na Flip, ainda faz a mediação das mesas 7 e 14.

mesa 1 event 131 qui thu 3112h 12am

Charles PeixotoEliane BrumGregorio Duvivier

mediação chaired byMiguel Conde

3938

Two poets who cultivate prose writing and a prose-writer who experiments with poetry show that the borders between genres do not matter – or matter only when they are crossed. A lesson in marginal poetry, represented at Flip by one of its great exponents.

Charles Peixoto (Rio, 1948) debuted in 1971 with Travessa Bertalha 11, published in 100 mimeographed copies. With Chacal and other poets, he was central to Rio’s marginal poetry, with its hippy and psychedelic influences. He was part of the performance group Nuvem Cigana, with which he launched Creme de lua (1975). In the ‘80s he began writing screenplays for television and went without publishing for 26 years until 2011, with the collection Sessentopeia (7 Letras). His collected works, Supertrampo (7 Letras), will be launched at Flip.

The language of the marginal poets of the ‘70s has echoes in contemporary writers. It is the case of Gregorio Duvivier (Rio de Janeiro, 1986), critically praised for his first two poetry collections, A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora (7 Letras, 2008) and Ligue os pontos (Companhia das Letras, 2013). Columnist for Folha de S.Paulo, Duvivier is an actor and playwright for the comedy group Porta dos Fundos.

Alongside them, Eliane Brum (Ijuí - RS, 1963) presents her first “purely literary” work. Known for her reportage about “the life that no one sees” – which also happens to be the title of her first book (Arquipélago, 2006) — and for her newspaper columns, currently in El País, in 2014 Eliane published Meus desacontecimentos (LeYa), about her love affair with words. At Flip she will also be chairing events 7 and 14.

4140

os possessos

the possessed

Ler Dostoiévski pode ser uma experiência lisérgica? E quanto os estudos literários podem ter de aventura? Sem cerimônia, um dos mais importantes autores russos da atualidade e uma crítica norte-americana de origem turca apropriam-se da tradição literária russa para compreendê-la pelos olhos do século 21.

Primeiro autor russo na Flip, Vladímir Sorókin (Moscou, 1955) viu-se obrigado a publicar os seus primeiros livros, nos anos 80, na França e na Alemanha, ainda sob a cen-sura soviética. Múltipla e iconoclasta, sua obra se ergue como um retrato dos anos da Perestroika, política de distensão levada a cabo por Mikhail Gorbachev, que con-duziu ao fim do regime comunista e ao esfacelamento da superpotência mundial. Recentemente, Sorókin firmou-se como um dos principais intelectuais na resistência ao regime de Vladimir Putin. A peça teatral Dostoievski-Trip (Editora 34), que sai no Brasil por ocasião da Flip, revisita os “clássicos barbados” de seu país imaginando cada um deles como uma droga alucinógena.

O tom desabusado também é a marca de Elif Batuman (Nova York, 1977), que em Os possessos (LeYa, 2012) faz uma inusitada mescla de crítica literária e memorial aca-dêmico. Elif apresenta o panteão literário russo do ponto de vista de uma estudante, narrando a vida universitária como ela é, pelo menos no departamento de literatura russa da Universidade Stanford: professores e colegas extravagantes, provas e trabalhos tão desafiadores quan-to caóticos – e originais insights que dão o testemunho caloroso da descoberta de uma potência literária.

Elif Batuman participa de evento da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 2 event 231 qui thu 3115h 3pm

Elif BatumanVladímir Sorókin

mediação chaired byBruno Gomide

4342

Can reading Dostoevsky be a mind-altering experience? And can literary studies be an adventure? Making no apologies, one of the most important contemporary Russian writers and an American literary critic of Turkish origin appropriate Russia’s literary tradition to reinterpret it through 21st century eyes.

The first Russian author at Flip, Vladímir Sorókin (Moscow, 1955) was forced to publish his first books in France and Germany due to the Soviet censorship still prevalent in the 1980s. His works, varied and iconoclastic, offer a depiction of the era of Perestroika, the period of political easing presided over by Mikhail Gorbachev, which led to the collapse of the Soviet regime and the decline of the global superpower. Recently, Sorókin became one of the staunchest opponents of Vladímir Putin. His play, Dostoevsky Trip (Editora 34), launched in Brazil during Flip, revisits his country’s “bearded classics”, imagining each one as a hallucinogenic drug.

Irreverence is also the trademark of Elif Batuman (New York, 1977), who in The possessed (LeYa, 2012) creates a unique blend of literary criticism and academic memoir. Elif presents the canon of Russian literature from a student’s point of view, describing university life as it is – at least at Stanford University’s department of Russian literature: extravagant professors and colleagues, chaotic and challenging tests – and original insights testifying lovingly to the discovery of a literary powerhouse.

Elif Batuman will participate in a Post-Flip event (see page 118).

4544

fabulação e mistério

invention and mystery

Os jovens escritores desta mesa dão prova do vigor atual do romance, tanto do ponto de vista da inventividade como da recepção pela crítica e pelo público.

A neozelandesa Eleanor Catton (London – Canadá, 1985) realizou um duplo prodígio com seu Os luminares (Globo), que sai no Brasil por ocasião da Flip: é a autora mais jovem (28 anos) a ter recebido o Man Booker Prize – e com o livro mais longo (848 páginas). O que mais im-pressionou a crítica, no entanto, foi sua prosa exuberante e a realização segura da trama ambiciosa, ambientada na corrida do ouro na Nova Zelândia dos anos 1860. A narrativa é rigorosamente construída segundo os princí-pios simbólicos da astrologia, mas ao mesmo tempo é um thriller de inspiração confessa em séries de ficção para a TV, que a autora considera um “equivalente ao romance nas telas, enfim encontrado”.

O thriller também é o rumo tomado por Joël Dicker (Ge-nebra, 1985), que aos 28 anos conquistou o mundo com A verdade sobre o caso Harry Quebert (Intrínseca, 2014). Dicker ganhou prêmios que representam dois extremos do leitorado francês: o Prix de l’Académie, da mais alta instituição das letras, e o Goncourt des Lycéens, escolhido por alunos do ensino médio. Ambientada nos bastidores do mercado editorial internacional, a história de um romancista best-seller que se vê pressionado entre as demandas do mercado e as próprias ambições estéticas parece ter prenunciado o que viria a acontecer com o autor, que antes dos trinta anos já é publicado em trinta línguas, em 45 países.

Eleanor Catton participa de eventos da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 3 event 331 qui thu 3117h15 5:15pm

Eleanor CattonJoël Dicker

mediação chaired byJosé Luiz Passos

4746

The young novelists on this panel provide evidence of the current good health of the novel, both from the point of view of its inventive potential and of its critical and commercial success.

New Zealand author Eleanor Catton (London, Canada, 1985) earned two distinctions with The luminaries, to be published by Globo during Flip: she was the youngest author ever to have won the Man Booker Prize (aged 28) – and with the longest book (848 pages). What most impressed critics, however, was her exuberant prose and the confident execution of an ambitious story set during New Zealand’s gold rush of the 1860s. The narrative is rigorously constructed according to the symbolic principles of astrology, but it is also a thriller inspired by long-form TV series, which the author considers “as good as novels on screen”.

Thriller is also the genre followed by Joël Dicker (Geneva, 1985), who at the age of 28 conquered the world with The truth about the Harry Quebert affair (Intrínseca, 2014). Dicker won prizes representing two sides of the French literary spectrum: the Prix de l’Académie, awarded by the most august literary institution, and the Goncourt des Lycéens, chosen by secondary school students. Set in the backrooms of the international publishing industry, the story of a bestselling novelist torn between market demands and his own aesthetic ambitions seems to have foreshadowed the author’s own experience: before turning thirty, his book had already been published in thirty languages and 45 countries.

Eleanor Catton will participate in Post-Flip events (see page 118).

4948

paraty, veneza no atlântico sul

paraty, venice on the south atlantic

A mesa de arquitetura da Flip, agora com espaço fixo na programação, recebe o arquiteto Paulo Mendes da Rocha e o crítico italiano Francesco Dal Co, especialista na obra do brasileiro, para uma conversa sobre as afinidades entre dois territórios singulares: Veneza e Paraty.

Expoente da Escola Paulista, que preconiza uma arquite-tura sintética e socialmente responsável, Paulo Mendes da Rocha (Vitória, 1928) destacou-se ainda jovem, ao vencer, aos 29 anos, o concurso para o ginásio do Clube Atlético Paulistano, o que lhe rendeu o Grande Prêmio Presidência da República na VI Bienal Internacional de São Paulo, em 1961. No mesmo ano, passou a lecionar na Fau-Usp, de onde se aposentou em 1998 – entre 1969 e 1980, contudo, permaneceu afastado da função pela ditadura militar.

Entre suas obras estão o Museu Brasileiro da Escultura e a reforma da Pinacoteca do Estado, ambas em São Paulo. Em 2006 recebeu o Prêmio Pritzker, honraria máxima da arquitetura – até então o único brasileiro a ganhá-lo havia sido Oscar Niemeyer em 1988. Seus projetos estão compilados em Paulo Mendes da Rocha – Obra completa (Gustavo Gilli, 2013), de Daniele Pisani.

O historiador da arquitetura Francesco Dal Co (Ferrara – Itália, 1945) dirigiu a seção de arquitetura da Bienal de Veneza entre 1988 e 1991. Editor, crítico e professor de arquitetura, é diretor do Departamento de História da Ar-quitetura da Universidade IUAV de Veneza há vinte anos. Foi professor na Universidade Yale entre 1982 e 1991.

mesa 4 event 431 qui thu 3119h30 7:30pm

Francesco Dal CoPaulo Mendes da Rocha

mediação chaired byGuilherme Wisnik

5150

The architecture panel, which in 2013 became a fixture of Flip’s programme, welcomes Paulo Mendes da Rocha and Italian critic Francesco Dal Co, a specialist on the Brazilian architect’s work, for a discussion about the affinities between two unique places: Venice and Paraty.

A member of the generation of architects known as the Escola Paulista, which advocates synthetic and socially responsible architecture, Paulo Mendes da Rocha (Vitória, 1928) found success in his youth. Aged 29, he won the commission for the Clube Atlético Paulistano, for which he was awarded the Grande Prêmio Presidência da República at the VI São Paulo International Biennale, in 1961. That same year he started teaching at the Faculty of Architecture and Urbanism, at the University of São Paulo, from which he retired in 1998 – having spent the years between 1969 and 1980 away from his post on account of the military dictatorship.

Other works include the Brazilian Sculpture Museum and the rebuilding of Pinacoteca do Estado, in São Paulo. In 2006 he was awarded the Pritzker Prize, the greatest accolade in world architecture – only ever awarded previously to one Brazilian, Oscar Niemeyer, in 1988. His projects are compiled in Paulo Mendes da Rocha – Obra Completa (Gustavo Gilli, 2013), by Daniele Pisani.

Architectural historian Francesco Dal Co (Ferrara, Italy, 1945) directed the architecture section of the Venice Biennale between 1988 and 1991. Editor, critic and professor of architecture, he has been director of the History of Architecture Department at Venice’s IUAV University for the past twenty years. He was a Professor at Yale University between 1982 and 1991.

5352

porque era ele,porque era eu

because it was him, because it was me

“Na amizade a que me refiro as almas se entrosam e se confundem em uma única alma, tão unidas uma à outra que não se distinguem, não se lhes percebendo sequer a linha de demarcação. Se insistirem para que eu diga por que o amava, sinto que não saberia dizer senão respon-dendo: porque era ele; porque era eu.” As palavras de Michel de Montaigne em seu ensaio sobre a amizade com La Boétie podem definir os dois grandes encontros entre amigos que serão evocados nesta bonus track da Flip.

Aos 23 anos, Mathieu Lindon (Caen – França, 1955) encontrou no filósofo Michel Foucault o afeto paterno que não tinha na turbulenta relação com o pai, Jérôme, o mítico fundador das Éditions de Minuit. O que amar quer dizer (Cosac Naify, 2014) rememora a história dessa amizade, entre as festas no apartamento de Foucault, sob efeito de ácido lisérgico e heroína, nos anos 70, e a morte do filósofo, em 1984, em consequência da aids. Lindon já trabalhava como jornalista cultural no Libération e preparava uma consistente obra literária.

A seu lado, Silviano Santiago (Formiga – MG, 1936) evoca o amigo Ezequiel Neves, jornalista e produtor mu-sical que conheceu nos anos 50, em Belo Horizonte. Nas décadas seguintes, Silviano ganharia destaque na crítica literária e na ficção, com os ensaios de Vale quanto pesa (Paz e Terra, 1982) e o romance Stella Manhattan (Rocco, 1985). Já seu amigo Zeca ficou notório por articular o lançamento do Barão Vermelho (e de Cazuza) nos anos 80. Drogas, amor gay, aids, contracultura e os bastidores da vida intelectual são pontos em comum entre o livro de Lindon e as Mil rosas roubadas de Silviano, lançamento da Companhia das Letras.

mesa bônusbonus event31 qui thu 3121h30 9:30pm

Mathieu LindonSilviano Santiago

mediação chaired byPaulo Roberto Pires

5554

“In the friendship which I am talking about, souls are mingled and confounded in so universal a blending that they efface the seam which joins them together so that I cannot be found. If you press me to say why I loved him I feel that it cannot be expressed except by replying: Because it was him; because it was me.” Michel de Montaigne’s words in his essay on friendship with La Boétie may well define the two great encounters between friends evoked in this bonus track.

Aged 23, Mathieu Lindon (Caen – France, 1955) found in philosopher Michel Foucault the paternal affection that he had lacked in the troubled relationship with his father, Jérôme, the legendary publisher of Éditions de Minuit. O que amar quer dizer (Cosac Naify, 2014) tells the story of that friendship, of parties at Foucault’s apartment in the ‘70s, under the influence of LSD and heroin, and of the philosopher’s death of Aids in 1984, by which time Lindon was already a cultural journalist at Libération establishing himself as a man of letters.

Alongside him, Silviano Santiago (Formiga – MG, 1936) will evoke his friend Ezequiel Neves, the journalist and music producer he met in the 1950s, in Belo Horizonte. Over the next few decades, Silviano would gain critical acclaim for his literary criticism and his fiction, including his essays Vale quanto pesa (Paz e Terra, 1982) and the novel Stella Manhattan (Rocco, 1985). His friend Ezequiel became famous for launching the careers of rock group Barão Vermelho (and its charismatic leader, Cazuza) in the ‘80s. Drugs, gay love, aids, counterculture and the behind the scenes of intellectual life are the common topics of Lindon’s memoir and Silviano’s Mil rosas roubadas (Companhia das Letras).

5756

o guru do méier

the guru of méier

A arte de Millôr Fernandes nasce da rara combinação de desenho e palavra escrita. Nesta mesa, três mestres dos múltiplos métiers do Guru do Méier esboçam o seu perfil em traço e prosa.

Claudius (Garibaldi – RS, 1957) colaborou no Pif Paf, “semanário de quinze em quinze dias” lançado por Millôr em 1964 e logo fechado pelos militares no ato inaugu-ral da censura implantada pela ditadura (1964-85). Foi também um dos fundadores do Pasquim, em 1969. Com importante atuação em programas de educação popular, repassou sua produção gráfica no recém-lançado Quixote do humor (Sesi).

O jornalista Sérgio Augusto (Rio, 1942) trabalhou sob a direção de Millôr no Pasquim, experiência decisiva em sua trajetória de crítico cultural e jornalista. Autor de Este mundo é um pandeiro (Companhia das Letras, 1989), sobre as comédias carnavalescas do cinema brasileiro dos anos 40 e 50, e de coletâneas de artigos e ensaios, Sérgio Augusto organizou, com Jaguar, um dos volumes da an-tologia dos melhores textos do jornal (Desiderata, 2006).

Cássio Loredano (Rio, 1948) iniciou sua carreira na imprensa alternativa no jornal Opinião, em 1972. O Pasquim era a sua grande referência. Ainda nos anos 70, morando na Europa, passou a publicar em jornais e revis-tas internacionais. Mestre da caricatura, especialista em J. Carlos e estudioso da história da ilustração no Brasil, é consultor do Instituto Moreira Salles para a organização do acervo gráfico de Millôr. Seu trabalho está compilado em livros como Caricaturas (Assírio & Alvim, 2010) e Alfabeto literário (Capivara, 2002).

mesa 5 event 51 sex fri 110h 10am

Cássio LoredanoClaudiusSérgio Augusto

mediação chaired byHugo Sukman

5958

Millôr Fernandes’ art is a unique hybrid of drawings and the written word. In this event, three masters of the métiers practiced by the Guru of Méier use the tools of their trade – drawings and prose – to offer his profile.

Claudius (Garibaldi, Rio Grande do Sul, 1957) was a contributor to Pif Paf, “the weekly magazine published every fortnight” launched by Millôr in 1964 and soon after shut down in the inaugural act of censorship by the military dictatorship (1964-85). He was also one of the founders of O Pasquim, in 1969. Active in popular education programmes, he revisited his graphic works in the recently launched Quixote do humor (Sisi).

Journalist Sérgio Augusto (Rio de Janeiro, 1942) worked with Millôr in O Pasquim, a decisive experience in his career as a cultural critic and journalist. The author of Este mundo é um pandeiro (Companhia das Letras, 1989), about the carnivalesque comedies in Brazilian films of the ‘40s and ‘50s, and of collections of articles and essays, Sérgio Augusto co-edited with Jaguar one of the volumes in the anthology of O Pasquim’s best pieces (Desiderata, 2006).

Loredano (Rio de Janeiro, 1948) began his career in the alternative press on the newspaper Opinião, in 1972. O Pasquim was his main point of reference. In the ‘70s, while living in Europe, he began writing in international press. A master cartoonist, and a specialist in the history of Brazilian illustration with a special interest in illustrator J. Carlos, he advises Instituto Moreira Salles on the curatorship of Millôr’s graphic archive. His work is compiled in volumes such as Caricaturas (Assirio & Alvim) and Alfabeto literário (Capivara, 2002).

6160

à mesa com michael pollan

food talk with michael pollan

Para Michael Pollan (Long Island – EUA, 1955), a refei-ção preparada em casa e realizada entre amigos ou em família constitui uma de nossas primeiras lições de de-mocracia. É à mesa, escreve ele, que ensinamos a nossos filhos os modos para viver em sociedade, a partilhar, a esperar a sua vez e argumentar sem brigar nem insul-tar. A associação entre escrita e paladar fez de Pollan um dos melhores ensaístas contemporâneos nos Estados Unidos. Seus livros ressaltam as implicações políticas, culturais, históricas e sociais que se misturam num prato de comida, tão importantes quanto os imperativos da saúde. Na contramão dos gurus da alimentação, ele afir-ma que o importante não é um ingrediente ou uma dieta mágica, mas quem está cozinhando. Se foi você, é grande a chance de estar fazendo a coisa certa.

Em Regras da comida (Intrínseca, 2010), Pollan busca resgatar os princípios da alimentação pré-industrial com tiradas espirituosas: “Se entrou pela janela do carro, não é comida”, escreve ele. “Não coma nada que a sua avó não reconhecesse como comida.” O dilema do onívoro (Intrínseca, 2007) põe em questão a nossa era da agricul-tura predatória e da comida industrial.

Em Cozinhar (Intrínseca), seu livro mais recente, que tem lançamento na Flip, ele faz de sua própria cozinha um laboratório experimental, investigando o fascínio por trás do cozimento a partir dos quatro elementos – ar, terra, fogo e água.

Michael Pollan participa de evento da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 6 event 61 sex fri 112h 12am

mediação chaired byLucia Guimarães

6362

For Michael Pollan (Long Island, USA, 1955) a meal prepared at home and enjoyed between friends and family is one of our earliest lessons in democracy. It is at the table, he writes, that we teach our children how to live in society, to share, to wait their turn and to argue without fighting or insulting. The explorations of the relationship between writing and palate have made Pollan one of the finest contemporary American essayists. His books underscore the political, cultural, historic and social implications of a plate of food, as important as food’s health aspects. Contravening the prophets of nutrition, he claims that what matters is not the ingredients or any particular magic diet, but who is cooking. If it happens to be you, there’s a good chance that you’ll be doing the right thing.

In Food rules (Intrínseca, 2010), Pollan seeks to reclaim the principles of pre-industrialised nutrition with spirited arguments: “It’s not food if it’s served through the window of your car,” he writes. “Don’t eat anything that your grandmother wouldn’t recognise as food.” The omnivore’s dilemma (Intrínseca, 2007) questions our era of predatory agriculture and industrialized food.

In Cooked (Intrínseca), his most recent book, to be launched at Flip, he turns his own kitchen into an experimental laboratory, exploring his fascination with cooking through its relationship to the four elements – air, earth, fire and water.

Michael Pollan will participate in a Post-Flip event (see page 118).

6564

marcados

marked

A primeira mesa que a Flip dedica aos índios e à Amazô-nia apresenta uma grande artista brasileira ao lado de um xamã e líder indígena. No início dos anos 80, a fotógrafa Claudia Andujar (Neuchâtel – Suíça, 1931) realizou um trabalho de saúde preventiva nos confins da Amazônia: percorreu as terras Yanomami, em Roraima, identificando com números e fotografando cada indivíduo, a fim de ajudar a controlar o avanço de epidemias que a abertura de uma estrada causou em meados dos anos 70.

Sem proteção legal e entregues a invasões de agriculto-res, posseiros, garimpeiros e os tratores do “Brasil Grande” projetado pela ditadura militar, os Yanomami pareciam um povo marcado para morrer. O trabalho de Claudia, publicado em Marcados (Cosac Naify, 2009), ajudou a alertar o mundo sobre a situação e a inscreveu entre os grandes nomes da arte brasileira. A criação do Parque Yanomami, que teve em Claudia uma de suas principais articuladoras, ajudou a amenizar parte dos riscos.

No momento em que a Amazônia concentra novos e antigos interesses econômicos e políticos, intensificando as ameaças aos direitos indígenas, fazem-se urgentes os alertas de Davi Kopenawa (Serra do Demini – RR, c. 1956). Com o antropólogo Bruce Albert, Davi publicou na França e nos Estados Unidos A queda do céu (que sai-rá no Brasil pela Companhia das Letras), narrativa sobre sua vida, a cosmogonia, a visão de mundo e a história do povo Yanomami. É pajé e presidente da Hutukara Associação Yanomami.

mesa 7 event 71 sex fri 115h 3pm

Claudia AndujarDavi Kopenawa

mediação chaired byEliane Brum

6766

The first Flip event dedicated to Amazonian Indians features a great Brazilian artist alongside a shaman and indigenous leader. In the early ‘80s, photographer Claudia Andujar (Neuchâtel, Switzerland, 1931) worked on a preventative health project in Amazonia: she travelled the lands of the Yanomami, in Roraima, identifying and tagging every individual with a number, in the hope of controlling the spread of epidemics caused by the opening of a motorway in the mid ‘70s.

With no legal protection and exposed to invasions by farmers, illegal occupants, miners and the tractors sent in by the dictatorship in its pursuit of a “Great Brazil”, the Yanomami seemed like a people marked for extinction. Claudia’s work, later published in Marcados (Cosac Naify, 2009), alerted the world to their plight and put her among the great Brazilian artists. The creation of the Yanomami Park, for which Claudia was one of the main advocates, helped to mitigate some of the risks faced by the Yanomami.

At a time when Amazonia is the hub of old and new economic and political interests, intensifying threats to indigenous people’s rights, it seems more urgent than ever to heed the warning of Davi Kopenawa (Serra do Demini, Roraima, c.1956). With anthropologist Bruce Albert, Davi published A queda do céu in France and the U.S.A (to be published in Brazil by Companhia das Letras). It is a narrative about his life, his view of the universe, the world and the history of the Yanomami people. He is a spiritual leader and president of the Hutukara Yanomami Association.

6968

livre como um táxi

free as a taxi

Mercadoria escassa nos dias de hoje, a ironia – e a auto-ironia – é a principal matéria-prima desses dois escri-tores, que fazem de suas obras um retrato ferino de si mesmos e do mundo a seu redor.

Em Nu de botas (Companhia das Letras, 2013), que lhe rendeu o Prêmio Brasília de contos e crônicas, Antonio Prata (São Paulo, 1977) esmiuça a história de sua infân-cia na fronteira insuspeitada entre a crônica e o romance, a narrativa de memórias e o ensaio pessoal. Na antologia Meio intelectual, meio de esquerda (Editora 34, 2010) chamou a atenção da crítica a solidez de suas crônicas, nas quais a educação sentimental de um garoto de classe média se dá entre os valores da esquerda boêmia e cultural e as seduções da cultura pop. Prata também é roteirista de TV e colunista do jornal Folha de S.Paulo.

Os atrativos do pop e do consumismo num país periférico marcam a prosa de Mohsin Hamid, nascido em 1971. O paquistanês de expressão inglesa lança na Flip o seu irônico e elogiado “manual de autoajuda” Como ficar podre de rico na Ásia emergente (Companhia das Letras), narrado em segunda pessoa e ambientado num país não mencionado, mas em tudo semelhante a seu Paquistão natal. Hamid já publicou no Brasil O fundamentalista relutante (Objetiva, 2007).

Mohsin Hamid participa de evento da programação Pós-Flip (ver página118).

mesa 8 event 81 sex fri 117h15 5:15pm

Antonio PrataMohsin Hamid

mediação chaired byTeté Ribeiro

7170

Rare, and seldom understood nowadays, irony – and self-irony – provide the main source of material for these two writers, whose work offer implacable depictions of themselves and the world around them.

In Nu de botas (Companhia das Letras, 2013), for which he was awarded the Brasília Prize in the short story and chronicle category, Antonio Prata (São Paulo, 1977) revisits his childhood at the surprising crossroads of chronicle and novel, memoir and essay. His anthology Meio intelectual, meio de esquerda (Editora 34, 2010) was praised by critics for its depiction of the sentimental education of a middle-class youth, torn between the values espoused by the bohemian, left-wing cultural elite and the allure of pop culture. Prata is also a television screenwriter, and a columnist for Folha de S.Paulo.

The allure of pop culture and consumerism in a developing country weighs heavily on the work of Mohsin Hamid, born in 1971. The English-language author of Pakistani origin launches at Flip his ironic and celebrated “self-help guide”, How to get filthy rich in rising Asia (Companhia das Letras), a second-person narration set in an unnamed country not unlike his native Pakistan. In Brazil, Hamid has already published The reluctant fundamentalist (Objetiva, 2007).

Mohsin Hamid will participate in a Post-Flip event (see page 118).

7372

encontro com andrew solomon

in conversation with andrew solomon

Criar um filho pode ser ainda mais desafiador quando a sua identidade não corresponde às nossas expectativas mais básicas. O jornalista e ensaísta norte-americano Andrew Solomon (Nova York, 1963) dedicou-se a conhecer a vida de famílias que tiveram filhos com distúrbios sociais, culturais ou mentais, como autismo, surdez e nanismo, ou identidades que fogem às normas, como transexualismo. O resultado da pesquisa, Longe da árvore (Companhia das Letras, 2013), é um monumental mas sempre caloroso livro em que Solomon lança seu olhar humanista para desconstruir alguns dos nossos tabus culturais e sociais mais arraigados.

Autor de um importante estudo sobre a depressão, O demônio do meio-dia, que ganha nova edição brasileira pela Companhia das Letras, Solomon é também repórter da revista The New Yorker e colaborador de publica-ções como Newsweek e The New York Times. Ativista pró-direitos LGBT, é fundador do Solomon Research Fellowships, programa de bolsas de estudos LGBT na Universidade yale.

Andrew Solomon participa de eventos da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 9 event 91 sex fri 119h30 7:30pm

mediação chaired byOtavio Frias Filho

7574

Bringing up a child can be even more challenging when his or her identity does not conform to our most basic expectations. American journalist and essayist Andrew Solomon (New York, 1963) studied the lives of families with children afflicted by social, cultural or mental handicaps, such as autism, deafness and dwarfism, or with identities beyond the norm, including transsexualism. The result of his research, Far from the tree (Companhia das Letras, 2013), is a monumental yet warm book in which Solomon casts his humane gaze on the subject to unpick some of our most deeply embedded cultural and social taboos.

The author of an important study about depression, The noonday demon, being re-launched in Brazil by Companhia das Letras, Solomon is also a reporter for The New Yorker and a contributor to Newsweek and The New York Times. An activist for LGBT rights, he created the Solomon Research Fellowships, a scholarship programme for LGBT studies at Yale University.

Andrew Solomon will participate in Post-Flip events (see page 118).

7776

2x brasil

2x brazil

A vida brasileira nos últimos cinquenta anos tem nas obras de Cacá Diegues e Edu Lobo alguns de seus retratos mais refinados e delicados. Verdadeiros acontecimentos culturais, os volumes biográficos lançados na Flip dão a conhecer melhor estes dois geniais artistas.

O papel central de Carlos Diegues (Maceió, 1940) na cultura do país remonta aos primórdios do Cinema Novo, do qual foi um dos articuladores. Inaugurou sua carreira profissional em 1961, ao filmar “Escola de samba alegria de viver”, episódio do longa Cinco vezes favela (1961). Xica da Silva (1976), Bye bye Brasil (1979) e Chuvas de verão (1978) estão entre seus mais de vinte filmes. É colunista do jornal O Globo. Na Flip, lança a autobiografia Vida de cinema – Antes, durante e depois do Cinema Novo (Objetiva). Em outubro, inicia a filmagem do musi-cal O grande circo místico, baseado em poema de Jorge de Lima, com trilha de Chico Buarque e Edu Lobo, seu companheiro de mesa na Flip.

Desde o início dos anos 60, Edu Lobo (Rio de Janeiro, 1943), filho do compositor Fernando Lobo, chamava a atenção pelo domínio do violão e pelas melodias delicadas – já em 1961 tornou-se parceiro de Vinicius de Moraes em “Só me fez bem”. Era um de seus primeiros clássicos imediatos – outros logo viriam, como “Chegan-ça”, “Upa neguinho”, “Ponteio” e “Arrastão”. Nos anos 80, gravou um álbum com Tom Jobim (Edu e Tom) e iniciou uma fértil parceria com Chico Buarque, nos espetáculos O grande circo místico (1983), O corsário do rei (1985) e Cambaio (2002). Na Flip, lança São bonitas as canções (Edições de Janeiro), retrospectiva de sua carreira, escrita pelo jornalista Eric Nepomuceno.

mesa 10 event 101 sex fri 121h30 9:30pm

Cacá DieguesEdu Lobo

mediação chaired byJoão Gabriel de Lima

7978

Some of the finest and most nuanced depictions of Brazilian life over the past fifty years are in the work of Cacá Diegues and Edu Lobo. The biographical volumes about these two geniuses of Brazilian art, to be launched during Flip, constitute cultural milestones.

The central role of Cacá Diegues (Maceió, 1940) in Brazilian culture harks back to the early days of Cinema Novo, which he helped to shape. He began his professional career in 1961 when he filmed “Escola de samba alegria de viver”, an episode of the feature length Cinco vezes favela. Xica da Silva (1976), Bye bye Brasil (1979) and Chuvas de verão (1978) are among his more than twenty films. He writes a column for O Globo newspaper. At Flip, he will be launching the autobiography Vida de cinema – Antes, durante e depois do Cinema Novo (Objetiva). In October he will begin filming the musical O grande circo místico, based on a poem by Jorge de Lima, with music by Chico Buarque and Edu Lobo, his fellow Flip panellist.

From the early ‘60s, Edu Lobo (Rio de Janeiro, 1943), son of composer Fernando Lobo, became known for his mastery of the guitar and his delicate melodies – in 1961 he co-wrote “Só me fez bem” with Vinicius de Moraes. It became one of his classics – later ones included “Chegança”, “Upa neguinho”, “Ponteio” and “Arrastão”. In the ‘80s he recorded an album with Tom Jobim (Edu e Tom) and began a fruitful partnership with Chico Buarque, which led to O grande circo místico (1983), O corsário do rei (1985) and Cambaio (2002). At Flip, he launches a retrospective of his career, São bonitas as canções (Edições de Janeiro), written by journalist Eric Nepomuceno.

8180

liberdade liberdade

freedom freedom

O imperialismo adquire novas feições no século 21 ao se infiltrar na internet, nas empresas de tecnologia, nas universidades e nas autoridades financeiras. Em reação a esses abusos, o jornalismo e o cinema documental fazem pressão sobre governos e põem em destaque o trabalho de repórteres e hackers que lutam pela transparência e pelo direito à privacidade. Dois combativos críticos dos poderes ilimitados da Casa Branca se reúnem na Flip: o repórter do maior escândalo político desde o caso Water-gate (1974) e o documentarista que ganhou o Oscar ao denunciar os tentáculos de Wall Street nas autoridades financeiras e nas mais prestigiosas universidades.

Em 2013, Glenn Greenwald (Nova York, 1967) publicou no jornal The Guardian uma série de reportagens feitas a partir de documentos vazados pelo ex-agente secreto Edward Snowden à documentarista Laura Poitras e a ele. Ficou provado que a espionagem oficial não se voltava apenas contra “terroristas” e nações adversárias, mas contra seus próprios cidadãos. Redes sociais, e-mails e celulares de pessoas comuns foram vasculhados. A série levou o Prêmio Pulitzer e forçou uma reforma da legisla-ção. Neste ano, Greenwald, que vive no Rio, publicou o livro Sem lugar para se esconder (Sextante) e fundou o site The Intercept.

Charles Ferguson (San Francisco, 1955) expôs no documentário Trabalho interno (2010) as origens da crise financeira global de 2008: um conluio especulativo entre universidades, economistas, governo e mercado que levou indivíduos, bancos e países inteiros à bancar-rota. Ampliada, a pesquisa foi transformada em livro, O sequestro da América (Zahar, 2013).

mesa 11 event 112 sab sat 210h 10am

Charles FergusonGlenn Greenwald

mediação chaired byLucia Guimarães

8382

Power has taken on new and insidious forms in the 21st century as it infiltrates the internet, technology firms, universities and financial authorities. Journalism and documentary film have responded to these new abuses of power by putting pressure on governments and shining a light on the work of reporters and hackers fighting for transparency and the right to privacy. Two combative critics of the White House’s unlimited power meet at Flip: the reporter who broke the biggest political scandal since Watergate, in 1974; and the documentarian who won an Oscar for his denunciation of how Wall Street’s tentacles extend to financial authorities and the world’s most prestigious universities.

In 2013, Glenn Greenwald (New York, 1963) published in The Guardian a series of articles based on the documents leaked to him and to documentarian Laura Poitras by former security agent Edward Snowden. These articles proved that official surveillance was not only practiced on “terrorists” and unfriendly nations, but even on the USA’s own citizens. Social network accounts, e-mails and mobile phone communications of ordinary people were rummaged through. The articles won the Pulitzer Prize and forced a change in the law. In 2014, Greenwald, who lives in Rio de Janeiro, published his book No Place to Hide (Sextante) and founded the website The Intercept.

In the documentary Inside Job (2010), Charles Ferguson (San Francisco, 1955) exposed the origins of the global financial crisis of 2008: a speculative collusion between universities, economists, government and the market, leading individuals, banks and entire countries into ruin. His research was extended and turned into the book Predator nation (Zahar, 2013).

8584

memórias do cárcere: 50 anos do golpe

prison memoirs: 50 years since the coup

Três autores que viveram na pele a violência do Estado dão o seu testemunho literário da ditadura que se iniciou com o golpe de 1964. Filho do deputado Rubens Paiva, que “desapareceu” nas dependências do Dops, no Rio de Janeiro, Marcelo Rubens Paiva (São Paulo, 1954) narra a luta da família pelo julgamento dos acusados. Conhecido pelo já clássico Feliz ano velho (1982), Paiva tematizou a ditadura no romance Não és tu, Brasil (Mandarim, 1996), ambientado na guerrilha do Vale do Ribeira (SP), onde sua família tinha uma casa de campo. Acaba de lançar uma versão romanceada da peça E aí, comeu? (Foz).

O jornalista Bernardo Kucinski (São Paulo, 1937), ex--militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN), sofreu torturas e tem uma irmã “desaparecida” nas mãos do Es-tado. Essas experiências seriam reelaboradas décadas de-pois no romance K. (Expressão Popular, 2011/Cosac Naify, 2013), recebido com entusiasmo pela crítica, e nos contos de Você ainda vai voltar pra mim (Cosac Naify, 2014). Foi assessor da Presidência da República no primeiro manda-to de Lula (2002-2006), para quem preparava resumos e análises do noticiário – as “cartas ácidas”.

A marca da tortura também está nos textos memorialís-ticos, ainda inéditos em livro, de Persio Arida (São Paulo, 1952), cuja publicação parcial na revista Piauí revelou um talento literário. Militante da ala juvenil da VAR-Pal-mares, formada por estudantes secundaristas, Arida foi preso em 1970, aos dezoito anos. Sua relevante trajetória como economista inclui a idealização do Plano Real e a presidência do BNDES (1993-95) e do Banco Central (1995), nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. É sócio do banco BTG Pactual.

mesa 12 event 122 sab sat 212h 12am

Bernardo KucinskiMarcelo Rubens PaivaPersio Arida

mediação chaired byLilia M. Schwarcz

8786

Authors with personal experience of state violence offer literary testimonies of the dictatorship that began with the coup of 1964. The son of Deputy Rubens Paiva, who “disappeared” while held by the Department of Political and Social Order (DOPS), in Rio de Janeiro, Marcelo Rubens Paiva (São Paulo, 1954) narrates his family’s struggle for justice. Known for his classic Feliz ano velho (1982), Paiva dramatised the dictatorship in his novel Não és tu, Brasil (Mandarim, 1996), set amid the guerrillas in the Vale do Ribeira, where his family had a country house. He has just launched E aí, comeu? (Foz).

Journalist Bernardo Kucinski (São Paulo, 1937), a former militant of Aliança Libertadora Nacional (ALN), was tortured, and his sister “disappeared” at the hands of the state. Such experiences were dramatized in his critically well-received novel K (Cosac Naify, 2013) and short stories in Você ainda vai voltar para mim (Cosac Naify, 2014). He was an advisor to President Lula’s first term of office (2002-2006), writing presidential briefs and news analysis – his famous “acid letters”.

Torture also left its mark on the memoirs of Persio Arida (São Paulo, 1952), which though still unpublished in book revealed literary talent when partially published in Piauí magazine. A militant in the youth section of the Palmares Armed Revolutionary Vanguard guerrilla, founded by secondary school students, Arida was imprisoned in 1970, at the age of 18. His extraordinary career as an economist includes developing the Plano Real and holding the presidency of the BNDES (1993-95) and of Banco Central (1995) in the governments of Itamar Franco and Fernando Henrique Cardoso. He is a partner of BTG Pactual bank.

8988

a verdadeira história do paraíso

the true story of paradise

Das utopias de antigas civilizações à barbárie contempo-rânea, dois escritores retratam com humor a exuberância e as mazelas de seus países, México e Israel, oscilando en-tre a visão do paraíso e o terror diante da terra arrasada.

Roberto Bolaño definiu seu amigo Juan Villoro (Cidade do México, 1956) como um escritor que, com o passar dos anos, “não se tornou nem covarde nem canibal”. Javier Cercas afirmou que é “o homem de letras mais importante de minha geração”. Javier Marías o nomeou Duque de Nochevieja de seu fictício Reino de Redonda.

Com uma obra múltipla, que inclui dramaturgia, repor-tagem, quadrinhos, ficção, tradução, ensaio e crônica esportiva, Villoro tornou-se uma referência em seu país – é celebrado como o maior autor mexicano vivo – e nas letras hispano-americanas. Na Flip, lança o romance Arre-cife (Companhias das Letras) e o livro juvenil O estádio dos desejos (Terceiro Nome).

Segundo Amós Oz, os contos de Etgar Keret (Tel Aviv, 1967) “são ferinos, engraçados, cheios de energia e perspicácia, e ao mesmo tempo frequentemente profun-dos, trágicos e muito comoventes”. Para Salman Rushdie, Keret é “a voz da nova geração”. O romancista Gary Shteyngart disse que The Nimrod Flipout, de Keret, é “a melhor obra literária surgida em Israel nos últimos cinco mil anos – melhor que o Levítico, e quase tão engraçada quanto”. O contista israelense, que também tem trabalhos no cinema e em quadrinhos, vem à Flip lançar a elogiada coletânea De repente, uma batida na porta (Rocco).

Etgar Keret e Juan Villoro participam de eventos da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 13 event 132 sab sat 215h 3pm

Etgar KeretJuan Villoro

mediação chaired byÁngel Gurría-Quintana

9190

From ancient civilizations and their utopias to the barbarity of contemporary life, two fiction writers depict the exuberance and tribulations of their respective countries, Israel and Mexico, alternating between visions of paradise and the terror of modern devastation.

Roberto Bolaño described his friend Juan Villoro (Mexico City, 1956) as a writer who, with the passing of the years, “became neither a coward nor a cannibal”. Javier Cercas declared him to be “the most important man of letters of my generation”. Javier Marías named him Duke of Nochevieja in his fictitious Kingdom of Redonda.

With a varied work that includes plays, reportage, comics, fiction, translation, essays and sporting chronicles, Villoro became reference in his country – he is considered by many the greatest living Mexican author – and indeed in Hispanic American letters. At Flip, he launches his novel Arrecife (Companhia das Letras) and the children’s book O estádio dos desejos (Terceiro Nome).

According to Amos Oz, the short stories by Etgar Keret (Tel Aviv, 1967) “are fierce, funny, full of energy and insight, and at the same time often deep, tragic, and very moving.” For Salman Rushdie, he is “the voice of the new generation”. Novelist Gary Shteyngart described his The nimrod flipout as “the best work of literature to come out of Israel in the last five thousand years – better than Leviticus and nearly as funny.” The Israeli author, who is also a filmmaker and comic book artist, launches the critically praised Suddenly, a knock on the door (Rocco).

Etgar Keret and Juan Villoro will participate in Post-Flip events (see page 118).

9392

tristes trópicos

sad tropics

No segundo encontro dedicado aos índios e à Amazônia, dois antropólogos conversam sobre pensamento amerín-dio, o xamanismo de Davi Kopenawa (que participa da mesa 7), a presença e o futuro dos índios no Brasil.

Eduardo Viveiros de Castro (Rio, 1951) é autor da coletânea de ensaios A inconstância da alma selvagem (Cosac Naify, 2002), um marco da antropologia brasileira, que delineia as bases do perspectivismo ameríndio. A teo-ria, apresentada em artigo de sua autoria em 1996, teve grande repercussão não apenas nas ciências sociais, mas nas humanidades de modo geral e também na literatura. Entre 1975 e 1988, realizou pesquisas de campo entre os Yawalapíti do Parque do Xingu (MT) e os Araweté do iga-rapé Ipixuna, no Médio Xingu (PA). Professor no Museu Nacional da UFRJ, mantém vínculos acadêmicos na Fran-ça (CNRS) e no Reino Unido (King’s College e Universida-de de Cambridge). É um crítico combativo, em entrevistas e nas redes sociais, do modelo de desenvolvimento econômico implantado no Brasil, sobretudo na Amazônia. Algumas de suas entrevistas estão reunidas em Encontros – Eduardo Viveiros de Castro (Azougue, 2008).

O antropólogo Beto Ricardo (São Paulo, 1950) é um dos fundadores do ISA – Instituto Socioambiental (1994), no qual coordena o programa Rio Negro, de incentivo à responsabilidade socioambiental e ao desenvolvimento sustentável da bacia do rio Negro, no noroeste da Ama-zônia. Entre suas relevantes contribuições para a causa indígena está a participação na fundação da Comissão para a Criação do Parque Yanomami (CCPY), em 1974, primeiro passo para a demarcação da terra indígena Yanomami, em 1992. Publicou, entre outros trabalhos, Atlas – Amazônia sob pressão (ISA, 2012).

mesa 14 event 142 sab sat 217h15 5:15pm

Beto RicardoEduardo Viveiros de Castro

mediação chaired byEliane Brum

9594

In the second event dedicated to Amazonia and its Indians, two anthropologists discuss Amerindian thought, the shamanism of Davi Kopenawa (who will participate in event 7), the presence and the future of Brazilian Indians.

Eduardo Viveiros de Castro (Rio de Janeiro, 1951) is the author of the essay collection A inconstância da alma selvagem (Cosac Naify, 2002), a key text in Brazilian anthropology, which lays out the basic principles of Amerindian perspectivism. The theory, presented in a paper he published in 1996, had enormous impact not only in social sciences, but in the humanities and even literature. Between 1975 and 1988, he carried out field work among the Yawalapíti of Parque do Xingu (MT) and the Araweté of the Ipixuna river, in Mid Xingú (PA). A Professor at UFRJ’s National Museum, he has academic links to France (CNRS) and the UK (King’s College London and University of Cambridge). He is a combative critic, in interviews and social media, of the economic development model implanted in Brazil, especially in Amazonia. Some of his interviews are collected in Encontros – Eduardo Viveiros de Castro (Azougue, 2008).

Anthropologist Beto Ricardo (São Paulo, 1950) is one of the founders of ISA – Instituto Socioambiental (1994), where he coordinates the Rio Negro programme, which encourages social and environmental responsibility and sustainable development along Rio Negro’s basin, in north-western Amazon. Among his contributions to indigenous causes is his role in founding the Commission for the Creation of the Parque Yanomami (CCPY), in 1974, first step towards the demarcation of Yanomami Indigenous Lands, in 1992. He has published, among other works, Atlas – Amazônia sob pressão (ISA, 2012).

9796

encontro com jhumpa lahiri

in conversation with jhumpa lahiri

Uma das grandes narradoras de nosso tempo fala sobre seu novo romance e o poder de mediação cultural da literatura. Filha de imigrantes indianos, Jhumpa Lahiri (Londres, 1967) foi criada em Rhode Island, nos Estados Unidos, e recentemente fixou-se na Itália com a família. Desde a sua festejada estreia em livro, com a coletânea Intérprete de males (2001), que lhe valeu o Prêmio Pulit-zer, a condição de estrangeira é uma questão central em seus romances e contos.

Seu primeiro romance, O xará (2004), ganhou as telas do cinema com o título Nome de família (2007), sob direção de Mira Nair, cineasta indiana radicada nos Estados Uni-dos. Seu poder em narrar a vida de imigrantes que não se identificam nem com a cultura de origem nem com a cultura de adoção concilia uma perspectiva ampla, que cobre mais de uma geração, a uma atenção a detalhes miúdos do cotidiano. Na Flip, Jhumpa lança o romance Aguapés (Biblioteca Azul-Globo Livros) e reedições de Intérprete de males e O xará.

Jhumpa Lahiri participa de evento da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 15 event 152 sab sat 219h30 7:30pm

mediação chaired byÁngel Gurría-Quintana

9998

One of the great narrators of our times speaks about her latest novel and about literature’s power of cultural mediation. The daughter of Indian immigrants, Jhumpa Lahiri (London, 1967) was brought up in Rhode Island, U.S.A., and has more recently settled down in Italy with her family. From her celebrated debut, the short story collection Interpreter of maladies (2001), for which she was awarded the Pulitzer Prize, the question of what it means to be foreign has been a recurrent theme of her stories and novels.

Her first novel, The namesake (2004), was made into a 2007 film directed by Mira Nair, the U.S.-based Indian filmmaker. Her capacity to narrate the lives of immigrants who identify neither with their culture of origin nor with their adopted cultures underpins her tales, which span generations and show extraordinary attention to daily life’s smallest details. At Flip, she launches The lowland (Biblioteca Azul/Globo Livros) and re-launches Interpreter of maladies and The namesake.

Jhumpa Lahiri will participate in Post-Flip events (see page 118).

101100

narradores do poder

narrating power

O jornalismo é uma pedra no sapato do poder – mas, num aparente paradoxo, é também uma engrenagem central do poder. Nesta mesa, reúnem-se dois repórteres tarimbados, que trilharam suas biografias investigando as relações entre a imprensa e interesses privados.

No cruzamento entre política, cultura e negócios, David Carr (Minneapolis – EUA, 1956) faz de suas reportagens no The New York Times narrativas independentes sobre os bastidores da mídia – cobriu até mesmo a recente demis-são da editora-executiva do jornal, Jill Abramson. A noite da arma (Record, 2012) narra em forma de reportagem suas memórias – ou, por vezes, falta delas: ex-dependen-te químico, Carr entrevistou amigos, parentes e colegas para reconstituir os anos de vício. Em 2011, estrelou o documentário Page one – inside The New York Times.

A trajetória de Graciela Mochkofsky (Neuquén – Argen-tina, 1969), segundo um perfil de si mesma publicado na revista Piauí, reflete as ilusões perdidas do jornalismo no século 21. Biógrafa de Jacobo Timerman, um dos maiores jornalistas da Argentina, parecia ter o futuro assegurado como repórter e colunista de política em jornais como La Nación e Página/12. Com a crise do jornalismo, especial-mente aguda em seu país, encontrou nos livros refúgio e espaço para reportagens independentes como Pecado original, sobre o embate entre o casal Kirchner e o grupo Clarín. Estreia no Brasil com o e-book Estação terminal (e-galáxia), sobre o acidente de trem que matou mais de cinquenta pessoas em Buenos Aires, em 2012.

David Carr e Graciela Mochkofsky participam de eventos da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 16 event 162 sab sat 221h30 9:30pm

David CarrGraciela Mochkofsky

mediação chaired byJoão Gabriel de Lima

103102

Journalism is a thorn in power’s side – but, in an apparent paradox, it is also a key cog in the wheels of power. This event brings together two experienced reporters who made their name investigating the links between press and private interests.

At the crossroads between politics, culture and business, David Carr (Minneapolis, U.S.A., 1956) has turned his reporting for The New York Times into independent accounts from behind the scenes of the media – even covering the departure of executive editor Jill Abramson. The night of the gun (Record, 2012) uses reportage techniques to recover his own memories: a former drug-addict, Carr interviewed friends, relatives and colleagues to reconstruct his drug-addled years. He featured in the 2011 documentary Page one: inside the New York Times.

The trajectory of Graciela Mochkofsky (Neuquén, Argentina, 1969), according to a self-profile published in Piauí magazine, is a reflection of 21st century journalism’s shattered illusions. A biographer of Jacobo Timerman, one of Argentina’s greatest journalists, she seemed to have her future guaranteed as a reporter or political columnist for newspapers such as La Nación and Página/12. With the journalism crisis, particularly harsh in her country, she found in books the perfect space for pieces of independent reportage such as Pecado original, about the conflict between the Kirchners and the Clarín group. Her debut in Brazil is with the e-book Estação terminal (e-galaxia), about the train accident in 2012 that killed over fifty people in Buenos Aires.

David Carr e Graciela Mochkofsky will participate in Post-Flip events (see page 118).

105104

ouvir estrelas

listening to the stars

Do mais abstrato ao mais concreto, uma conversa sobre conhecimento científico, nossa visão do universo e o céu sobre nossas cabeças.

Autor de uma série de livros que se tornaram referência na divulgação científica brasileira, Marcelo Gleiser (Rio de Janeiro, 1959) é professor de física e astronomia no Dartmouth College, em Hanover, nos Estados Unidos. Suas pesquisas teóricas em cosmologia e astrobiologia – campo que investiga a vida no universo e a origem da vida na Terra – levaram-no a um fértil diálogo entre ciência, filosofia e as concepções mitológicas e religio-sas sobre nossas origens. Em A ilha do conhecimento (Record), que lança na Flip, Gleiser discute os limites da ciência, a consciência humana e a busca de significado para o mundo.

O geólogo Paulo Varella (São Paulo, 1956) é autor do livro Reconhecimento do céu (Editora UnB, 1991). É professor no Planetário e Escola Municipal de Astrofísi-ca de São Paulo desde 1976, onde ensina princípios de observação do céu e de astronomia para leigos.

Marcelo Gleiser participa de evento da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 17 event 173 dom sun 310h 10am

Marcelo GleiserPaulo Varella

mediação chaired byBernardo Esteves

107106

From the abstract to the concrete, a conversation about scientific knowledge, our vision of the universe, and the sky above our heads.

The author of a series of books that became the standard for the popularisation of science in Brazil, Marcelo Gleiser (Rio de Janeiro, 1959) is a Professor of Physics and Astronomy at Dartmouth College, in Hanover, U.S.A. His theoretical research in cosmology and astrobiology – which investigates the origins of life on Earth and the existence of life forms elsewhere in the universe – led him to engage in a fruitful dialogue with science, philosophy, and mythological and religious notions about our origins. In A ilha do conhecimento (Record), launched at Flip, Gleiser discusses the limits of science, the human conscience and our constant search for meaning.

Geologist Paulo Varella (São Paulo, 1956) is the author of Reconhecimento do céu (Editora UnB, 1991). Since 1976, he has been a Professor at the São Paulo Planetarium and Municipal School of Astrophysics, where he teaches lay audiences the basic principles of astronomy and stargazing.

Marcelo Gleiser will participate in a Post-Flip event (see page 118).

109108

romance em dois atos

a novel in two acts

Morte, velhice, palco e as representações literárias da vida artística estão entre os temas desta mesa.

Daniel Alarcón (Lima, 1979) acostumou-se a ver o seu nome tanto nas listas dos melhores jovens autores norte--americanos (The New Yorker, Granta) quanto nas dos melhores jovens latino-americanos (Bogotá39). Criado nos Estados Unidos, descobriu tardiamente sua cultu-ra de origem, que se tornaria um elemento central de seus livros de ficção. A Rádio Ambulante, seu projeto de jornalismo na internet, produz narrativas radiofônicas a partir de histórias da vida real enviadas por ouvintes da América Latina. Na Flip, lança o elogiado romance À noite andamos em círculos (Objetiva).

Premiada como melhor atriz no Festival de Cannes de 1986, Fernanda Torres (Rio de Janeiro, 1965) somou a literatura à sua destacada carreira na TV, no cinema e no teatro. A aproximação com a escrita, a partir de colabo-rações na imprensa (Veja Rio, Piauí e Folha de S.Paulo), culminou no romance de estreia Fim (Companhia das Letras, 2013), que recebeu elogios de leitores como Luis Fernando Verissimo e João Ubaldo Ribeiro.

mesa 18 event 183 dom sun 312h 12am

Daniel AlarcónFernanda Torres

mediação chaired byÁngel Gurría-Quintana

111110

Death, old age, the stage and literary representations of artistic life are among the topics of this encounter.

Daniel Alarcón (Lima, Peru, 1979) has grown accustomed to seeing his name both in the lists of the best young North American authors (The New Yorker, Granta) and in the lists of best young Latin American authors (Bogotá 39). Raised in the United States, his late discovery of his native Peruvian culture would become one of the key elements in his fiction. Radio Ambulante, his internet journalism project, creates narratives for radio based on real-life stories sent by Latin American listeners. At Flip he launches the critically acclaimed novel, At night we walk in circles (Objetiva).

Winner of the award for Best Actress at the 1986 Cannes Film Festival, Fernanda Torres (Rio de Janeiro, 1965) has added literary achievement to her distinguished career in television, film and theatre. Her interest in writing, as shown in her contributions to publications such as Veja Rio, Piauí and Folha de S.Paulo, culminated in the publication of her debut novel, Fim (Companhia das Letras, 2013), acclaimed by readers and fellow authors including Luis Fernando Verissimo and João Ubaldo Ribeiro.

113112

os sentidos da paixão

the meanings of passion

Dois mestres da narrativa ibero-americano conversam sobre as diferentes acepções da palavra paixão – desejo e ciúme, certamente, mas também escrita, língua, ódio e o peso das heranças familiares, políticas e geracionais.

Autor de ficção, ensaios e memorialística, Jorge Edwards (Santiago, 1931) recebeu o prêmio Cervantes em 1999. Fugiu ao destino convencional de filho da aristocracia ao enveredar pela literatura e pela esquerda. Nomeado embaixador do governo Allende (1970-73) em Hava-na, foi expulso três meses depois por criticar o regime (Persona non grata, seu livro mais conhecido, narra o episódio). Amigo de Octavio Paz, Neruda, Vargas Llosa, García Márquez e Cortázar, publicou seu primeiro livro no Brasil, A origem do mundo (Cosac Naify), em 2013. Em 2010, recebeu a cidadania espanhola. Ao encerrar a carreira diplomática, em março de 2014, declarou: “Vou voltar a ser um jovem escritor”.

Premiado aos dezenove anos, por Rumor branco, o autor Almeida Faria (Montemor-o-Novo – Portugal, 1943) rompe um hiato de duas décadas nas livrarias brasileiras ao relançar A paixão (Cosac Naify), romance de 1965 cul-tuado por Raduan Nassar (“entrei em imediata comunhão com essa obra-prima, a ponto de colar ao Lavoura Arcai-ca, sem qualquer pudor, certas imagens e metáforas da-quele poema em prosa”). António Lobo Antunes também está entre seus leitores: “Lembro-me de sair A paixão de Almeida Faria e eu com dezenove anos a pensar: Nunca chegarei aos calcanhares deste homem”. Em 2012 lançou O murmúrio do mundo, relato de viagem à Índia.

Jorge Edwards e Almeida Faria participam de eventos da programação Pós-Flip (ver página 118).

mesa 19 event 193 dom sun 314h 2pm

Almeida FariaJorge Edwards

mediação chaired byPaulo Roberto Pires

115114

Two masters of Ibero-American narrative discuss the various meanings of the word passion – desire and jealousy, certainly, but also writing, language, hate, and the burden of political, generational and family legacies.

Author of fiction, essays and memoir, Jorge Edwards (Santiago, 1931) received the Cervantes Prize in 1999. He avoided the conventional fate of a child of the elite by choosing literature and left-wing politics. Named ambassador to Cuba by Salvador Allende’s government (1970-73), he was expelled three months later for criticising the regime (an episode recalled in his most famous book, Persona non grata). Friend of Octavio Paz, Neruda, Vargas Llosa, García Márquez and Cortázar, his first book published in Brazil was A origem do mundo (Cosac Naify), in 2013. In 2010 he was awarded Spanish citizenship. Ending his diplomatic career in 2014, he declared: “I will be a young writer again”.

Awarded at nineteen for Rumor branco, Almeida Faria (Montemor-o-Novo – Portugal, 1943) re-launches, after a two decade-long hiatus from Brazilian bookstores, A paixão (Cosac Naify), originally published in 1965 and praised by Raduan Nassar (“I immediately connected with that masterpiece, to the point of shamelessly including in my Lavoura Arcaica some of the images and metaphors from that prose-poem”). António Lobo Antunes is also one of his readers: “I remember finishing A paixão by Almeida Faria aged nineteen and thinking: I will never reach this man’s heels”. In 2012 he launched O murmúrio do mundo, an account of a journey to India.

Jorge Edwards and Almeida Faria will participate in Post-Flip events (see page 118).

117116

livro de cabeceira

desert island books

Autores convidados da Flip 2014 leem e comentam trechos de seus autores prediletos.

Flip 2014’s guest authors read passages from their favourite books.

mesa 20 event 203 dom sun 316h 4pm

Andrew SolomonEduardo Viveiros de Castro Etgar Keret Fernanda TorresGraciela MochkofskyJoël DickerJuan VilloroMarcelo Rubens Paiva

mediação chaired byLiz Calder

119118

pós-flip post-flip

Para quem não pôde acompanhar as mesas literárias – ou para quem vai ficar com gos-tinho de quero mais –, a Flip leva ao Rio de Janeiro e a São Paulo alguns de seus autores para a programação Pós-Flip.

For those unable to watch the literary panels – or for those who leave Paraty wanting more –, Flip takes to Rio de Janeiro and São Paulo some of its authors for Post-Flip events.

Almeida Faria 5 de agosto, às 19hLivraria da Vila (V. Madalena) SP

Andrew Solomon5 de agosto, às 18h30Biblioteca-Parque de Manguinhos RJ6 de agosto, às 17hCasa do Saber (Ipanema) RJ

David Carr5 de agosto, às 18hAuditório da Folha de S.Paulo SP

Eleanor Catton4 de agosto, às 19h30Livraria da Vila (V. Madalena) SP5 de agosto, às 19h30Livraria da Travessa (Leblon) RJ

Juan Villoro5 de agosto, às 16h30 Biblioteca-Parque de Manguinhos RJ

Marcelo Gleiser4 de agosto, às 19hPlanetário da Gávea RJ

Michael Pollan4 de agosto, às 19hLivraria da Vila (Shopping JK) SP

Mohsin Hamid5 de agosto, às 16h30Biblioteca-Parque de Manguinhos RJ

Elif Batuman5 de agosto, às 14h30Biblioteca-Parque de Manguinhos RJ

Etgar Keret4 de agosto, às 19h30Livraria da Travessa (Leblon) RJ5 de agosto, às 18h30Biblioteca-Parque de Manguinhos RJ

Graciela Mochkofsky5 de agosto, às 20hPolo de Pensamento Contemporâneo (Jd. Botânico) RJ

Jhumpa Lahiri4 de agosto, às 19h30Livraria da Travessa (Leblon) RJ

Jorge Edwards4 de agosto, às 19h30Instituto Cervantes SP

121120

123122

índice de autoresauthors index

108 Alarcón, Daniel 64 Andujar, Claudia 84 Arida, Persio 56 Augusto, Sérgio 40 Batuman, Elif 36 Brum, Eliane 100 Carr, David 44 Catton, Eleanor 56 Claudius 48 Dal Co, Francesco 44 Dicker, Joël 76 Diegues, Cacá 36 Duvivier, Gregorio 112 Edwards, Jorge112 Faria, Almeida24 Farias, Agnaldo80 Ferguson, Charles 104 Gleiser, Marcelo 80 Greenwald, Glenn 68 Hamid, Mohsin 24 Hubert 24 Jaguar 88 Keret, Etgar 64 Kopenawa, Davi 84 Kucinski, Bernardo 96 Lahiri, Jhumpa 52 Lindon, Mathieu 76 Lobo, Edu 56 Loredano, Cássio 48 Mendes da Rocha, Paulo

32 Miraglia, Paula 100 Mochkofsky, Graciela 36 Peixoto, Charles 60 Pollan, Michael 68 Prata, Antonio 24 Reinaldo 92 Ricardo, Beto 84 Rubens Paiva, Marcelo 52 Santiago, Silviano 32 Silva, Jailson de Souza e 72 Solomon, Andrew40 Sorókin, Vladímir108 Torres, Fernanda 32 Uren, Rene 104 Varella, Paulo 88 Villoro, Juan 92 Viveiros de Castro, Eduardo

125124

ingressostickets

Os ingressos para os eventos da Flip – programação principal são vendidos na bilheteria da Tenda dos Autores

Conferência de abertura e mesas literárias R$ 46

Eventos gratuitos com acesso livre

Show de Abertura

Transmissão ao vivo da progra-mação principal no telão na praça da Santa Casa

Mesa Zé Kleber

O acesso à mesa Zé Kleber é gratuito. Retirada de ingressos com uma hora de antecedência na bilheteria da Flip

Tickets for events in Flip’s main programme are for sale at the ticket office outside the Author’s Marquee

Opening lecture and literary events R$ 46

Free events with open access Opening Show

Live broadcast of the main programme at the big screen in Santa Casa square

Zé Kleber event

Admission to the Zé Kleber event is free. Tickets must be collected one hour before the event at the Author’s Marquee ticket office

127126

A Flip completa sua 12a. edição, um feito que somente foi possível por contar com o apoio de toda a cidade de Paraty.

Agradecemos aos paratienses; a Adriana Rattes, Ana Paula Hisayama, Benjamin Moser, Bruce Albert, Carmen Mello, Carlos Augusto Calil, Carolina Kuenerz, Cecília Scharlach, Chico Mattoso, Cristina Maseda, Dom João Henrique de Orléans e Bragança, Eliane Brum, Fabiana Roncoroni, Fernanda Montenegro, Flávio Moura, Giorgio Della Seta, Gloria Quintanilha Werneck, Gonçalo Junior, Humberto Werneck, Ivan Rubino Fernandes e família, José Roberto Marinho, Koukla MacLehose, Leticia Mendes, Lucia Guimarães, Lúcia Riff, Luis Fernando Almeida, Luis Bloch, Luís Perequê, Luiz Schwarcz, Luiz Velloso, Marcio Franco, Margarida Cintra Gordinho, Maria Emília Bender, Marina Quintanilha, Miguel Conde, Nuno Sampaio, Paulo Roberto Pires, Rafael Oliva, Raffaella De Angelis, Roberta Val, Roberto Teixeira da Costa, Rui Furtado e Vera Saboya.

Agradecemos também ao Ministério da Cultura, ao Ministério das Relações Exteriores, à FBN (Fundação Biblioteca Nacional), ao Governo do Rio de Janeiro e ao governador Luiz Fernando de Souza, à Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, à Prefeitura Municipal de Paraty e ao prefeito

Carlos José Gama Miranda pelo apoio recebido, às Secretarias de Obras, Turismo, Cultura, Saúde, Guarda e Trânsito, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Finanças, Promoção Social, Esporte, Educação, Defesa Civil; ao Grupo Gestor Mar de Cultura, ao Fórum Paraty em Paz, à Cooperativa de Catadores de Paraty e ao Conselho Municipal da Criança e Adolescente de Paraty (CMDCAP), ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ao Instituto Trilha da Arte e Educação (Itae), ao Instituto Moreira Salles (IMS), à Agência Riff, à Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, à UFRJ Mar Paraty, ao Instituto Náutico Paraty, à Casa da Cultura (Associação Paraty Cultural), à Biblioteca Municipal Fábio Villaboim, às Associações de Bairros, à Rede de Bibliotecas Comunitárias, Biblioteca-Parque de Manguinhos, Biblioteca-Parque da Rocinha e a todas as escolas de Paraty, seus diretores, coordenadores, alunos e equipe de apoio; a todos os professores das zonas rural e costeira, que mesmo com a distância e as dificuldades conseguiram levar a leitura a seus alunos; aos jovens que participam do Ponto de Cultura e da FlipZona, na Associação Casa Azul, durante todo o ano; ao Colégio Estadual Mário Moura Brasil do Amaral (Cembra) e Ciep Dom Pedro I; aos alunos do curso normal do Cembra; ao Departamento de Biblioteca da Secretaria Municipal de

agradecimentos

Educação; aos professores e mediadores da Biblioteca Casa Azul; ao 26o. Grupamento de Bombeiros Militar, ao 33o. Batalhão da Polícia Militar, à 167a. Delegacia Policial de Paraty; ao Julio Cezar Dantas do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram); à Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios e ao pároco padre Roberto Carlos Pereira; às pousadas, restaurantes e lojas parceiros. Agradecemos a todos aqueles que contribuíram para tornar possível chegarmos à 12a. edição da Festa Literária Internacional de Paraty.

129128

realizaçãoAssociação Casa Azul

Mauro Munhozdiretor-presidenteIzabel Costa Cermelli (Belita)diretora-superintendente

Flip

conselho diretorLiz CalderpresidenteEsther HamburgerIzabel Costa Cermelli (Belita)Louis BaumMauro Munhoz

conselho consultivoGiorgio Della SetapresidenteCarlos Augusto CalilEduardo Giannetti Fernão BracherJoão Moreira SallesJorge CaldeiraJorge da Cunha LimaJosé Kalil FilhoMargarida Cintra GordinhoPaulo BilykRoberto Teixeira da CostaRubens Barbosa

Mauro Munhozdireção geral programação principalIzabel Costa Cermelli (Belita)direção geral programação infantil e juvenilPauline Hartmannassessoria executiva

Joana Fernandescoordenação geral

Paulo Werneckcuradoria programação principalGabriela Gibrailcuradoria programação infantil e juvenil

Mauro Munhozdireção de arquitetura e designClara Azevedosupervisão

arquitetura e cenografiaJuliana AntunesPenelope Casal de ReyFrederico TeixeiraMariana TideiAugusta AlbersEduardo Ito

design gráficoAlexandre BenoitMarcela SouzaMarilia FerrariJuliana Bucaretchi

tratamento de imagensMotivo

ilustraçãoJeff Fisher

parcerias e comunicação institucionalMartine BirnbaumAna MeloChristopher MathiJoanna SavagliaLuciana Benatti

relacionamento institucionalBernadete PassosElison da SilvaLuana MoreiraLuara Marques

comunicaçãoLetícia Costacomunicação paratyClaudia Ferrazassistência de comunicaçãoMarilia KodicThais Santosmídias sociaisAlexandre MatiasClaudia FerrazrevisãoAntonio MelloJussara LopestraduçãoÁngel Gurría-QuintanaAlison Entrekinassessoria de imprensaA4 comunicação

relacionamento com autoresSandrine GhysGalileia Estrela LeãoLaura T. HauserCarmen OgilvieintérpretesChristopher PetersonAlicia AsseoAnna ViannaBranca ViannaCamilla PereiraEleanora BarrosMonica CavalcantiVita Zoubkova

planejamentoCamila IwasakiWalquíria Tibúrcio

planejamento exposiçãoJulia Picchionipesquisa exposiçãoJacira Martins

produção executivaSueleni de Freitasprodução local e logísticaMariza Cermelliprodução flipinha e flipzona e mobilização comunitáriaAndrea Masedaprodução geralBeatriz CyrineoCadu RuoccoCecilia CabañasKadu RochaRebeca Damian

logística Juliana Pinheiro Paulo Kastrup

assistência de produção flipNatalia AlexandrinoVerônica OrquídeaRaphael Capucho assistência de produção flipinha e flipzonaCássio CoelhoRafaelle SamahábeckRaphael MoreiraSíbel dos Santos Barrosdiretor técnico e de palcoAndreas Schmidtequipe técnicaAudioBizzassistência de campoAdão Balbino Ronaldo da ConceiçãoJosé RobertoWagner Malvãoserviços geraisMarli Pradomonitores de tendaAna RochaGabriela RozaPaulo Cesar Marques Pedro CoelhoRaphaela TorresYara Ercolin

biblioteca casa azulClélia BotelhoGabriela RozaMaia PigotNatália BragaZulmira Gibrail Costa

arte na praçaGilcimar Lopes CorreaMaria Cláudia Torres (Kachuca)

central flipzonaAline Toledo SantosBeatriz CondiniBranca O. F. de FreitasGabriela M. dos SantosLeandro Leite LeocádioMaria da Graça Jorge BarreirosPamela Daniele AlbrechtSamara Donário

estágio flipzonaBárbara S. MartinsFrancisco GuaranáGlícia da Silva ReisMatheus Cantídio Costa

colaboradoresIzabel FrancoOg Moreira Torres Renata Atilano

administrativo financeirosão pauloFelipe de FeoJulise FreitasLuciene da SilvaThamires Deornellas

administrativo financeiro paratyAndresa PradoAna Marcela de JesusCaio Cesar GomesMarina Lopes

assessoria administrativa e orçamentáriaWellington Leal

assessoria jurídicaCesnik, Quintino e Salinas Advogados

132131

patrocinador oficial

patrocinador oficial

patrocinador flipinha apoio flip apoio flipmais

parceiros de mídia

crédito das fotos dos autoresAgnaldo Farias (©Pedro Setubal)Almeida Faria (©Porto Editora)Andrew Solomon(©Annie Leibovitz)Antonio Prata(©Renato Parada)Bernardo Kucinski(©Carolina Ribeiro)Beto Ricardo (©Claudio Tavares/ISA)Cássio Loredano(©Cássio Loredano)Claudia Andujar(©Juan Esteves)Claudius(©Gabriela Ceccon)Daniel Alarcón (©Adrian Kinloch)Davi Kopenawa (©Romário Cavalcante)David Carr(©Earl Wilson-New York Times)Edu Lobo (©Nana Moraes)Eduardo Viveiros de Castro (©Kiko Ferrite)Eleanor Catton(©Janie Airey)Elif Batuman (©Carolyn Drake)Etgar Keret (©Yechiel Yanai)Fernanda Torres (©Bob Wolfenson)Gal Costa(©Andre Schliró)

Glenn Greenwald(©Jimmy Chalk)Graciela Mochkofsky(©Daniel Mordzinski)Gregorio Duvivier(©Renato Parada)Joël Dicker (©Jeremy Spierer)Jorge Edwards (©Daniel Mordzinski)Juan Villoro(©Juan Pablo La Rosa)Mathieu Lindon (©Gonzalo Fuentes/Reuters)Michael Pollan (©Alia Malley)Mohsin Hamid(©Jillian Edelstein)Paulo Mendes da Rocha(©Lito Mendes da Rocha)Reinaldo(©Ana Quintella) Vladímir Sorókin(©Masha) Cacá Diegues, Charles Ferguson, Charles Peixoto, Eliane Brum, Felipe Guaraná, Francesco Dal Co, Hubert, Jaguar, Jailson de Souza e Silva, Jhumpa Lahiri, Marcelo Gleiser, Marcelo Rubens Paiva, Paula Miraglia, Paulo Varella, Persio Arida, Rene Uren, Sérgio Augusto(©divulgação)

As imagens utilizadas ao longo do programa são fragmentos do desenho reproduzido na página 120, de autoria de Millôr Fernandes, acervo do Instituto Moreira Salles

editoras parceiras

parceiros de mídia

colaboradores

colaborador

colaborador

pousada oficial agradecimento

livraria oficial realização

Os materiais da Flip foram impressos nos papéis offset da linha Chambril da International Paper. Os papéis da International Paper são produzidos a partir de plantações de eucalipto 100% renováveis.

Associação Casa Azulflip.org.br

São PauloR Capitão Antônio Rosa 376 cj 9101443-900 São Paulo SPT +11 3081-6331

ParatyR João Aires Martins 14Ilha das Cobras23970-000 Paraty RJT +24 3371-7082

12a. Festa Literária Internacional de Paraty

30 de julho a 3 de agosto 2014

apoioflip

patrocinador flipinha

patrocinador oficial

patrocinador oficial