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Programa da Disciplina década de 1980

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  • CONTRIBUIO PARA O DESENVOLVIMENTO

    DE EDUCAO MORAL E CVICA E DE

    ORGANIZAO SOCIAL E POLTICA DO BRASIL

    NOS CURRCULOS DE 1. E 2 GRAUS

  • MINISTRIO DA EDUCAO E CULTURA

    COMISSO NACIONAL DE MORAL E CIVISMO

    CONTRIBUIO PARA O DESENVOLVIMENTO DE

    EDUCAO MORAL E CVICA E DE ORGANIZAO

    SOCIAL E POLTICA DO BRASIL NOS CURRCULOS

    DE 1. E 2. GRAUS

    Rio de Janeiro

    1984

  • MINISTRA DE ESTADO DA EDUCAO E CULTURA

    Esther de Figueiredo Ferraz

    SECRETRIO-GERAL

    Srgio Mrio Pasquali

    COMISSO NACIONAL DE MORAL E CIVISMO

    PRESIDENTE

    Edlia Coelho Garcia

    PRESIDENTE SUBSTITUTO

    Ruy Vieira da Cunha

    CONSELHEIROS: da CNMC

    Adolpho Joo de Paula Couto

    Carlos Auto de Andrade

    Francisco de Souza Brasil

    Gumercindo Rocha Drea

    Jos Barreto Filho

    Magdaleno Giro Barroso

    Rodolfo Beker Reifschneider

  • APRESENTAO

    A Comisso Nacional de Moral e Civismo promoveu a elaborao do presente documento com o objetivo de oferecer rnais um subsdio queles que, nas escolas, desenvolvem a Educao Moral e Cvica.

    No se trata, evidentemente, de um currculo a ser rigidamente operacionalizado ou de rnais uma disposio legal: com base no que prev sobre a matria o Parecer n 4/71 do Conselho Federal de Educao, este trabalho amplia o que naquele Parecer mais sucinto, sugere caminhos e prope formas de abordagem dos contedos fixados pelo Conselho Federal de Educao, na perspectiva dos objetivos colimados.

    E foi guardando a mesma fidelidade quele Parecer que, no que diz respeito ao ensino de 2 grau, se introduziram elementos de axiologia, dando seqncia, na mesma linha, ao que colocara o CFE para o ensino de 1 grau.

    A reapresentao anexa, da parte doutrinria do Parecer 4/71-CFE visa a favorecer o acesso dos professores quele importante texto.

    Duas observaes devem ser anotadas a propsito deste material:

    a) o Parecer 4/71 anterior ao advento da Lei 562/71, que instituiu um ensino de 1 grau de oito anos peia integrao dos antigos cursos primrio e ginasial para os quais o Parecer 94/71 estabeleceu objetivos e contedos programticos de Educao Moral e Cvica. O fato de serem

  • apresentadas aqui sugestes especificas para as quatro pri-meiras sries e para as quatro finais o que primeira vista pareceria a mera sobrevivncia dos antigos cursos primrio e ginasial justifica se palas diferentes metodologias que a prpria legislao posterior Lei 5 602/71 preconiza para estes segmentos e no prejudica a desejvel integrao de um currculo de oito anos;

    b) a presena de sugestes para o componente curricular "Organizao Social e Poltica do Brasil", cuja presena obrigatria nos currculos como parte do Ncleo Comum, definido pelo Conselho Federal de Educao atravs do Parecer 853/72 no desempenho de atribuio que lhe foi conferida pela Lei 562/71, justifica-se peia proximidade freqente dos contedos utilizados at aqui, na prtica, pelos professores de O.S.P.B. e de Educao Moral e Cvica.

    O que desejamos foi sugerir o que melhor pudesse ser visto como especfico para, o estudo da Orginizao Social e Poltica do Brasil com aplicabilidade em sries finais do 1 grau, como logo percebero os professores.

    Devemos registrar que a Comisso Nacional de Moral e Civismo, sob a presidncia do Conselheiro Adolpho Joo de Paula Couto, contou, em 182, para a elaborao deste trabalho, com a inestimvel colaborao do Laboratrio de Currculos e da Coordenao de Educao Moral e Cvica da Secretaria de Estado de Educao e Cultura do Rio de Janeiro. Aos professores daqueles rgos e ao titular da pasta, professor Arnaldo Niskier, o nosso reconhecimento.

    Se este esforo realizado vier a constituir uma ajuda efetiva aos educadores, ter a CNMC atingido um de seus propsitos e cumprido um de seus deveres.

    a) Edlia Coelho Garcia Presidente da CNMC

  • "O que, no Antigo Testamento, no Livro dos Salmos, o salmista diz a Deus, num gesto de abandono e de confiana: 'Nas Tuas mos est a minha sorte', a Educao Moral e Cvica poderia dizer quele que vai ensin-la" (Parecer 4/71 do CFE).

  • S U M A R I O

    Apresentao ..........................................................

    ........................................................................... 7

    I Educao Moral e Cvica ........................................... 13

    1 Introduo Fundamentos Legais

    Fundamentao Psico-Sociolgica

    2 Objetivos Objetivo Geral Objetivos

    Especficos para o 1 Grau Objetivos

    Especficos para o 2 Grau

    II Sugestes para o Desenvolvimento de Progra mas de Educao Moral e Cvica e OSPB, no Ensino de 1 e 2 Graus ........................................... 23

    Educao Moral e Cvica 1 Grau (1 4 srie) ....................................................................... 27

    Educao Moral e Cvica 1 Grau (5 8 srie) ...................................................................... 41

    Educao Moral e Cvica 2 Grau ............................ 57

    Organizao Social e Poltica do Brasil (1 e

    2 Graus) ................................................................. 77

    HE Bibliografia ............................................................... 8

    IV Anexo Parte doutrinria do Parecer 4/71-

    CFE Relator D. Luciano Cabral Duarte .. 3

  • I - EDUCAO MORAL E CVICA

  • I - EDUCAO MORAL E CVICA

    1) INTRODUO

    A Educao Moral e Cvica disciplina obrigatria nos Currculos Escolares de todo o sistema educacional brasileiro, em seus trs graus de ensino.

    Fundamentos legais embasam esta incluso curricular. Sua estrutura organizacional e a dinmica de sua aplicao devero fundamentar-se, tambm, nos aspectos psico-sociolgicos que caracterizam os educandos nas diferentes faixas de escolaridade em que se encontram.

    1.1) FUNDAMENTOS LEGAIS

    O Artigo 7 da Lei 562/71 o apoio legal que define a posio da Educao Moral e Cvica no elenco das disciplinas que compem os currculos dos estabelecimentos de ensino. Reza o Artigo 7;

    "Ser obrigatria a incluso de Educao Moral e Cvica, Educao Fsica, Educao Artstica e Programas de Sade nos currculos plenos dos estabelecimentos de 1 e 2 graus, observado, quanto primeira, o disposto no Decreto-Lei 86, de 12 de setembro de 16".

    Reza o Artigo 7 do Decreto n 68.065/71, que regulamenta o Decreto-Lei 86/6, em sua primeira alnea:

    "A disciplina Educao Moral e Cvica dever integrar o currculo de, ao menos, uma das sries de cada ciclo do ensino de grau mdio e de uma srie do curso primrio". (*)

    () Atualmente, de acordo com a Lei 5 692/71, os cursos primrio e ginasial constituem o ensino de 1 grau (respectivamente, 1 e 2 segmentos) e o colegial corresponde ao ensino de 2 grau.

  • Preceitua a Lei 5 62/71 que: "Para efeito do que dispem os Artigos 176 e

    178 da Constituio, entende-se por ensino primrio a educao correspondente ao ensino de 1 grau e por ensino medio o ensino de 2 grau".

    Ainda o Parecer 4/71, do Conselho Federal de Educao, estabelece no seu item II "Normas para o Ensino da Educao Moral e Cvica'', em seus subitens:

    a) "A Educao Moral e Cvica dever constituir uma preocupao bsica, permanente e geral de todas as escolas do Brasil, merecendo o cuidado de todos os professores, especialmente daqueles cuja rea de en sino esteja com ela em mais estreita conexo.

    Dentro deste esprito, dever-se- assegurar a presena da Educao Moral e Cvica ao longo de toda a formao do educando, ora como disciplina, ora como prtica educativa".

    b) "A Educao Moral e Cvica ser ministrada, em carter obrigatrio, em todos os sistemas de ensino do Pas, como disciplina e prtica educativa. Devendo estar presente em todos os graus e ramos de escolarizao, a Educao Moral e Cvica ser sempre proporcionada aos alunos com apropriada adequao. Esta adequao ser em funo, principalmente, da personalidade do educando, do grau de ensino e da realidade brasileira".

    c) "Como disciplina, a Educao Moral e Cvica deveria figurar, ao menos, em uma srie do curso primrio. Como prtica educativa, dever permear toda a du-rao do curso". As disciplinas Educao Moral e Cvica e Organizao

    Social e Poltica do Brasil devero figurar, ao menos, em uma srie do ciclo ginasial e uma

  • srie do ciclo colegial. A prtica educativa Educao Moral e Cvica dever acompanhar todo o ciclo de formao dos adolescentes e jovens dos ginsios e colgios.

    Em todos os nveis de ensino da competncia dos estabelecimentos a fixao do nmero de horas em que ser ministrada a Educao Moral e Cvica, devendo, em qualquer hiptese, ser cumprido o programa fixado pelo Conselho Federal de Educao, sob o controle da autoridade competente (Decreto 68 067/71, Art. 8".

    d) "No ensino primrio, no haver professor especial para Educao Moral e Cvica, sendo esta atividade exercida pelos professores, cumulativamente com suas funes prprias".

    "O professor de Educao Moral e Cvica, em nvel mdio, ser formado em nvel universitrio, observado o que vai estabelecido no item seguinte das prsentes normas".

    1.2 FUNDAMENTAO PSICO-SOCIOLGICA

    O desenvolvimento da Psicologia e da Sociologia em nosso sculo tem oferecido educao farto e inestimvel material de estudo e pesquisa. Tal contribuio tem possibilitado o enriquecimento do campo educacional. Atualmente, a educao preocupa-se em oferecer condies para o pleno desenvolvimento das potencialidades do indivduo, o que concorrer para seu melhor desempenho em face do meio. Preocupa-se, ainda, em tornar-se um poderoso fator de estimulao da atividade simblica, atravs da qual o homem poder, por meio de um processo gradativo de integrao social, estruturar sua prpria existncia.

    A ao educativa, nessa perspectiva, configura-se como uma educao sistemtica. O agente educativo, no entanto, para organizar suas estratgias deve levar em considerao

  • os conhecimentos e experincias que o indivduo j tenha incorporado, como resultado do legado cultural do grupo social com que vem interagindo. Essa transmisso de cultura, que persiste em todos os momentos da vida do educando e que denominamos educao assistemtica, deve ser continuamente considerada pelo educador, como fonte de novos estmulos para o crescimento do indivduo como ser social. nesse sentido que a prpria Lei atribui uma nfase especial prtica do civismo atravs de atividades diversas extra-classe, inclusive com o concurso e a colaborao de todos os professores, dos pais e da comunidade.

    Nesse contexto, imprescindvel conhecer-se a "realidade ambiental" do indivduo, suas condies de desenvolvimento cognitivo e scio-afetivo para que o processo educativo possa propiciar-lhe a construo do seu prprio conhecimento e a organizao de seu mundo existencial.

    Para tornar efetiva a ao educativa deve-se atentar para as caractersticas do educando, na faixa etria correspondente ao 1 grau, quando est saindo de seu egocentrismo fsico e social, comeando a descobrir, a manipular a realidade, tornande-se a seguir capaz de analis-la, critic-la luz de um raciocnio abstrato, lgico-matemtico, hipottico-dedutvo. Esse domnio do raciocnio lgico-formal dever ocorrer em torno dos quatorze ou quinze anos, quando estar provavelmente ingressando no 2 grau.

    O professor, cnscio de todos esses componentes do desenvolvimento do educando, poder organizar com propriedade as atividades curriculares referentes Educao Moral e Cvica, que tem por objetivo maior a formao de cidados auto-realizados, conscientes e participantes, numa sociedade justa e desenvolvida, numa sociedade democrtica.

    A consecuo de tal objetivo requer tambm o reconhecimento de que: "... na tarefa educacional, nenhuma Nao

  • pode renunciar a pretender formar as novas geraes na linha de suas aspiraes, suas idias, seus ideais.

    A Educao Moral e Cvica ser, assim, uma educao que tem um rumo, uma educao engajada, uma educao comprometida". *

    2. OBJETIVOS

    2.1 OBJETIVO GERAL

    A Educao Moral e Cvica visa "formao do carter do brasileiro e seu preparo para o perfeito exerccio da cidadania democrtica, com o fortalecimento dos valores morais da nacionalidade". (Decreto 68 065 Art. 2).

    2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS PARA O 1 GRAU

    Possibilitar ao educando:

    conhecer a realidade social que o cerca, suas origens, seus valores, sua estrutura atual e problemas decorrentes;

    desenvolver uma atitude de participao consciente e ativa atravs:

    * da identificao das razes scio-econmicas e culturais da atual comunidade brasileira;

    * da integrao realidade social que o envolve, imbudo da valorizao da dignidade humana e do amor liberdade com todas as responsabilidades por ela envolvidas;

    da valorizao do trabalho como instrumento de auto-realizao pessoal e do progresso comunitrio;

    Parecer n 94/71/CFE

  • do desenvolvimento de hbitos e atitudes que fortaleam os sentimentos de nacionalidade e de solidariedade humana;

    do respeito a smbolos e instituies da Ptria;

    da transferncia, para todas as situaes de convivncia comunitria, dos conceitos e valores construdos atravs da Educao Moral e Cvica;

    do desenvolvimento das potencialidades individuais, da valorizao profissional e do preparo para o exerccio consciente da cidadania.

    2.3) OBJETIVOS ESPECIFICOS PARA O 2 GRAU

    Possibilitar ao educando:

    analisar as origens, os valores e a realidade da sociedade brasileira, a fim de poder integrar-se de maneira construtiva e consciente na nossa sociedade e no mundo atual;

    identificar os aspectos fundamentais das questes abordadas durante o curso, relacionando-os com a realidade histrica de seu tempo, dentro de uma perspectiva que lhe faculte a compreenso da abrangncia do processo social;

    identificar, a partir de sua prpria experincia, a importncia do correto exerccio de direitos e o efetivo cumprimento de deveres, como condio indispensvel de harmonia social e de participao produtiva na construo de uma sociedade justa, desenvolvida e democrtica;

    refletir sobre a importncia da participao de cada indivduo no aprimoramento do processo social, bem como sobre os problemas advindos da omisso individual ou coletiva;

  • valorizar as questes levantadas pelos alunos, mesmo quando para elas no haja respostas prontas e imediatas, acentuando a necessidade de, exatamente por esse motivo, ter-se sempre ao longo da vida pre-sentes essas questes, bem como uma orientao tica conseqente;

    adquirir um posicionamento filosfico a partir de sua prpria experincia e atravs de uma anlise crtica da problemtica de seu tempo e espao.

  • Il - SUGESTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE

    PROGRAMAS DE EDUCAO MORAL E

    CVICA,

    E OSPB, NO ENSINO DE

    l. E 2. GRAUS.

  • RECOMENDAES DE ORDEM GERAL

    Na listagem dos contedos programticos, ora apresen tados, algumas vezes surgem tpicos ligados Histria e Geografia. Sempre que couber, e preferencialmente, tais tpicos devero ser abordados tendo em vista a finalidade da Educao Moral e Cvica, suas bases filosficas, os valores morais e cvicos.

    Estes valores morais e cvicos devero ser trabalhados a partir de um enfoque no apenas nacional, mas tambm universal e, sobretudo, devero ser propiciados aos estudantes constantes oportunidades de vivenci-los, de modo que adquiram a conscincia do comprometimento desses mesmos valores com o desenvolvimento do Pas e com o crescimento integral do ser humano.

    Ao exporem as doutrinas sociais, polticas e econmicas, relacionadas com os problemas nacionais, os professores orientaro os alunos no sentido de compreenderem eventuais condicionamentos de carter interno e externo que, muita vez, limitam, momentaneamente, o inteiro alcance de objetivos internos ideais.

  • EDUCAO MORAL E C V I C A

    1 o GRAU (1a 4a Srie)

  • Parecer 94/71 do Conselho Federal de Educao

    III PROGRAMAS DE EDUCAO MORAL E CVICA 1) Introduo

    1 Cursos Primrio e Mdio (atualmente de 1 e 2 graus)

    O programa bsico de ensino primrio e mdio foi distribudo, objetivando permitir ao professor a desejvel flexibilidade capaz de avanos ou retrocessos, de acordo com o tipo de escola, as experincias dos alunos e os recursos de que dispuser.

    O professor dever ter em mente que o programa propicia avanos, tanto no sentido vertical quanto no horizontal, aprofundando-o rnais quando o contexto social da escola permitir ou exigir um tratamento mais minucioso.

    A apresentao analitica do contedo programtico visa a uma orientao para o professor, no lhe cerceando, entretanto, a iniciativa de ampliar os itens apresentados com vistas ao enriquecimento do programa.

    Para que o programa de Educao Moral e Civica alcance os objetivos visados e a rentabilidade ideal, alm do professor que ministra as noes de disciplina, os demais educadores devero se imbuir dos mesmos ideais e das mesmas responsabilidades cvicas e marcaro os trabalhos de suas reas especficas com o sentido formador que eleva, e que se constitui, em ltima anlise, no prprio fim da parte informativa.

    Em todas as reas de estudo, os professores devero conduzir seus alunos vivncia dos conceitos tericos de moral e de civismo.

    No nvel primrio, onde o ensino tem carter globalizado, todas as reas de estudo e toda a ambincia da escola devero refletir os objetivos morais e cvicos que o professor pretende alcanar. Na formao moral e cvica do educando todos, sem exceo, participam.

  • Em crculos concntricos, o estudo se inicia com os grupos mais prximos criana: Famlia e Escola. Para passar, depois, Comunidade, ao Estado, ao Pas e ao Mundo.

    Considerando a grande participao das fontes de educao assistemtica na formao do educando, imprescindvel que a famlia participe, eficientemente, colaborando em seu mbito na efetivao da Educao Moral e Cvica.

    Atravs dos Crculos de Pais e Mestres procurar-se- cumprir um elenco de medidas que cubram todas as reas de influncia.

    2 Programa para o Curso Primrio (atualmente 1 4a srie do 1 grau)

    UNIDADE I Objetivos Comportamentais

    implantao correta da vida em grupo, com o desen-volvimento de hbitos e atitudes necessrias a uma boa integrao e eficiente participao;

    aquisio da noo de que todos tm deveres atravs dos quais so conquistados os direitos.

    Enfoque: Famlia sua relao com a escola e a comunidade local.

    CONTEDO PROGRAMTICO

    Noo de Deus e de religio, partindo da natureza que cerca a criana.

    A famlia do aluno: papel social de cada membro. Distribuio equitativa de tarefas, com igualdade de

    oportunidades para todos, e atribuio justa de recompensas.

    (Fontes Jurdicas destas Normas: Constituio do Brasil; Lei n 4.024/61; Decreto lei n 68.065/71; Pareceres do Conselho Federal de Educao).

  • O papel da Escola na comunidade.

    Valorizao das diferentes formas de trabalho humano.

    Noes de autoridade e liderana. Oportunidades democrticas 1:0 desempenho de varios papis sociais.

    Responsabilidade de todos na defesa da propriedade pblica o bem comum.

    Smbolos da Ptria:

    reconhecimento da Bandeira e atitude que se deve ter no momento do seu hasteamento ou descida;

    cores da Bandeira e cores nacionais;

    Hino Nacional.

    UNIDADE II Objetivos comportamentais

    Ampliao do horizonte social da criana, fixando a sua posio como membro de um grupo maior;

    Oportunidade de exercitar suas habilidades, hbitos e atitudes necessrias ao seu futuro papel de cidado.

    Enfoque: Escola suas relaes com a comunidade.

    CONTEDO PROGRAMTICO

    Noo de carter, atravs de exemplos retirados da Histria e da vida do homem brasileiro.

    Identificao e estudo dos recursos da comunidade, objetivando desenvolver o esprito comunitrio.

    Servios pblicos da comunidade; identificao de recursos necessrios manuteno desses servios: noo de imposto.

    Sistematizao das regras de boa conduta. Elaborao de cdigos pelos prprios alunos. Noo de lei.

  • Smbolos da Ptria:

    Bandeira Nacional: legenda e seu significado. Disposio

    e significado das estrelas. O Cruzeiro do Sul.

    Hino Nacional: primeiras noes sobre o significado. Autores, letra e msica.

    Hino Bandeira.

    DIRETRIZES BSICAS PARA O ENSINO DE EDUCAO

    MORAL E CVICA, NOS CURSOS DE 1 E 2 GRAUS.

    PRINCPIOS DOUTRINRIOS

    1 A Educao Moral e Cvica, apoiando-se nas tradies nacionais, tem como finalidade;

    a) a defesa do princpio democrtico, atravs da preservao do esprito religioso, da dignidade da pessoa e do amor liberdade com responsabilidade, sob a inspirao de Deus;

    b) a preservao, o fortalecimento e a projeo dos valores espirituais e ticos da nacionalidade;

    c) o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana;

    d) o culto Ptria, aos seus smbolos, tradies, instituies e aos grandes vultos de sua histria;

    e) o aprimoramento do carter, com apoio na moral, na dedicao comunidade e famlia, buscando-se o fortalecimento desta como ncleo natural e fundamental da sociedade, a preparao para o casamento e a preservao do vnculo que o constitui.

    f) a compreenso dos direitos e deveres dos brasileiros e o reconhecimento da organizao sociopoltico-econmica do Pas;

  • g) o preparo do cidado para o exerccio das atividades cvicas, com fundamento na moral, no patriotismo e na ao construtiva, visando ao bem comum;

    h) o culto da obedincia Lei, da fidelidade ao trabalho e da integrao na comunidade.

    2 As bases filosficas, de que trata o item acima, devero motivar:

    a) a ao nas respectivas disciplinas de todos os titulares do magistrio nacional, pblico ou privado, tendo em vista a formao da conscincia do aluno;

    b) a prtica educativa da moral e do civismo nos esta-belecimentos de ensino, atravs de todas as atividades escolares, inclusive quanto ao desenvolvimento de hbitos democrticos, movimentos de juventude, estudos de problemas brasileiros, atos cvicos, promoes extra-escolares e orientao dos pais".

    DISPOSIO CURRICULAR

    1 A Educao Moral e Cvica, como disciplina, ser ministrada em carter obrigatrio em pelo menos duas sries do 1 grau e em uma do 2 grau.

    1.1 Preferencialmente os estabelecimentos de ensino localizaro a Educao Moral e Cvica no ensino de l grau, em duas de suas quatro ltimas sries.

    1.2 Em uma das quatro ltimas sries do 1 grau, a Educao Moral e Cvica poder ser ministrada em conjunto com Organizao Social e Poltica do Brasil.

    2 O ensino supletivo e quaisquer outros ramos de ensino, quer mantidos por instituies oficiais, quer parti culares, observaro, em conformidade com a sua sistemtica, a disposio curricular da Educao Moral e Cvica, como

  • disciplina e como atividade, estabelecida nas presentes normas, respeitados, quanto possvel, os contedos mnimos fixados.

    3 A Educao Moral e Cvica, como atividade, dever ser desenvolvida, sempre que possvel, juntamente com as reas de estudo que lhe sejam rnais estreitamente relacionadas .

    4 A Educao Moral e Cvica, sob a forma, tambm, de Estudo de Problemas Brasileiros, considerados sua finalidade e os princpios que a informam, dever caracterizar-se e ser ministrada como UM conjunto ordenado de ensinamentos que proporcionem uma viso objetiva da realidade do Pas e ao mesmo tempo conduzam formao e ao aperfeioamento do carter e da cidadania dos brasileiros.

  • EDU

    CA

    O M

    OR

    AL

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    VIC

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    RA

    U (1

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    SR

    IE)

  • EDUCAO MORAL E CVICA

    1. GRAU (5.a 8.a Srie)

  • Parecer 94/71 do Conselho Federal de Educao

    3) Programa para o Ciclo Ginasial (atualmente 5 a 8 sries do 1 grau)

    UNIDADE I Objetivos comportamentais

    preparo do cidado para a obedincia lei, fidelidade ao trabalho e a integrao na comunidade.

    estmulo e desenvolvimento das habilidades e atitudes necessrias a uma vivncia democrtica.

    , Enfoque: comunidade suas relaes com a comunidade nacional o Pas.

    Contedo programtico: 1. Deveres e Direitos fundamentais do homem. 2. O trabalho como um direito do homem e um dever social. 3. A Terra e o Homem brasileiro, atravs da Histria. 4. Tradies religiosas do povo brasileiro. 5. Conceito de Ptria como comunidade nacional. 6. Principais caractersticas do sistema de governo brasileiro . 7. A defesa das instituies, bens e tradies culturais como forma

    de preservar a unidade nacional. 8. A realidade brasileira: causas, conseqncias e solues para os

    problemas. . Responsabilidade do cidado para com a segurana

    nacional. Smbolos da Ptria; Hino Nacional: interpretao da letra; Estudo dos demais Hinos; Bandeira Nacional: movimentao e posio quando em

    deslocamento ou hasteada em conjunto com outras bandeiras.

    Reconhecimento da Bandeira Estadual e do Braso de Armas do Estado.

  • UNIDADE II Subunidade I O Homem Bases: PESSOA HUMANA Significado ontolgico do Homem,

    animal racional Sua conscincia refletida e espiritual. Personalidade e atributos sociais. Personalidade como dinmica organizada de valores e atributos individuais. Relaes entre pessoa famlia-comunidade. Deveres e direitos morais e cvicos.

    Noo de Valor Moral Dimenso tica do Homem. Construo de escala de valores como uma necessidade fundamental perante a vida.

    Carter Sua formao e mecanismos. Importncia da Famlia e da Escola como agentes de formao e do fortalecimento do carter.

    Moral Fortalecimento dos princpios morais. Religio A Religio como base da Moral. Tradies Religiosas do Homem Brasileiro Herana de seus

    grupos tnicos. Subunidade II A Ptria. A Terra: caractersticas e peculiaridades Caractersticas

    fsicas, histricas e scio-econmicas. O Homem: peculiaridades, prerrogativas e responsabilidades

    Atuao Vultos nacionais na vida do Pas: defendendo e cultivando a terra; defendendo ou aperfeioando as Instituies e a estrutura do Pas, influindo na cultura.

    A Organizao Scio-Poltico-Econmica As Instituies: Famlia, Nao, Estado.

    O Estado: Caractersticas: a Democracia como filosofia. Estrutura: A Democracia como regime poltico. A Repblica

    Federativa. Os Trs Poderes. Dinmica: a Democracia como estilo de vida. A Constituio:

    suas bases. Vinculao da nossa educao ao esprito da Constituio. As leis. A Justia. O voto. O servio militar. O servio pblico.

  • O Trabalho e a Propriedade, pressupostos jurdicos do desenvolvimento nacional. Unidade Nacional Lingua: sua unidade. Usos e costumes nacionais. Folclore. As Foras Armadas seus deveres constitucionais. A defesa civil. Aspiraes e Objetivos Nacionais Integridade territorial . Integrao nacional. Soberania nacional. Democracia representativa. Paz social. Smbolos Nacionais Conhecimento e uso.

    CONVM LEMBRAR:

    1 Em cada estabelecimento de ensino de 1 e 2 graus recomendvel a designao de um orientador devidamente qualificado para o ensino e as atividades relativas Educao Moral e Cvica, cabendo-lhe tam-bem a assistncia ao Centro Cvico Escolar.

    2 Os Centros Cvicos Escolares, em sua organizao e funcionamento, como rgos de desenvolvimento da atividade educativa, obedecero ao disposto nas Diretrizes para os Centros Cvicos, baixadas pela comisso Nacional de Moral e Civismo em 31 de janeiro de 1972, homologadas pelo Ministro de Estado de Educao e Cultura.

    3 Os estabelecimentos, de 1 e 2 graus devero estimular a criao de crculos ou associaes de pais e mestres, objetivando a maior interao famlia-escola.

    4 Dar-se- nfase ao emprego dos meios audiovisuais e de integrao, comunicao e participao dos educandos na vida escolar, grupai, institucional e social, atravs do relacionamento entre as classes, na escola, e desta com a famlia, a empresa e outras instituies pblicas e privadas da comunidade, especialmente aquelas incumbidas dos meios de comunicao.

  • EDU

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  • EDUCAO MORAL E CVICA

    2. GRAU

  • PARECER 94/71 do Conselho Federal de Educao

    4) Programa para o Ciclo Colegial (atualmente de 2 Grau) Objetivos comportamentais:

    identificao, pelo aluno, da posio do Brasil no con-texto das Naes;

    conhecimento dos problemas brasileiros, objetivando uma futura e eficiente participao na soluo dos mesmos;

    compreenso das aspiraes do povo brasileiro.

    Enfoque: Pas suas relaes com o Mundo; sua problem-tica e metas.

    UNIDADE I O Brasil e o Mundo

    A Comunicao Intercmbio de civilizaes e culturas

    Necessidade da formao do esprito crtico do adolescente, permitindo-lhe analisar o contedo da comunicao e selecionar-lhe os elementos realmente vlidos.

    Integrao do Brasil na Civilizao ibero-Americ ana e no contexto mundial Arte, Literatura, Folclore, como formas de integrao.

    A cincia seu poder atual na criao do progresso e na influncia das grandes potncias.

  • Relaes Internacionais rgos de representao no exterior. Instituies responsveis pelo intercmbio entre as Naes: ONU OEA.

    As declaraes dos direitos humanos.

    UNIDADE II Problemtica Brasileira

    Problemas brasileiros:

    1. O Homem brasileiro: formao tnica e cultural. 2. Regies brasileiras: disparidades regionais. 3. Educao: diagnstico e solues. 4. Cincias e tecnologia. 5. Sade: preveno, assistncia mdica e reabilitao.

    Saneamento bsico. 6. Poltica habitacional. 7. Trabalho e Previdncia Social. 8. Mercado de trabalho Estrutura de Recursos Humanos

    necessria ao desenvolvimento do Pas. . comunicao. A Embratel.

    10. Os transportes e a economia brasileira. 11. Poltica energtica. 12. Agricultura Reforma Agrria Desenvolvimento

    agropecurio. 13. Desenvolvimento industrial. 14. comrcio interno e externo. 15. O Planejamento na administrao brasileira.

    Smbolos Nacionais Conhecimento e uso.

  • DISPOSIO CURRICULAR

    1 Na realizao dos objetivos pedaggicos visados, os professores da disciplina empregaro mtodos dinmicos de educao, fazendo apelo permanente ao interesse e iniciativa dos estudantes e neles fomentando um esclarecido senso crtico e o ideal de participao no esforo do Brasil, por seu engrandecimento e o de seu povo.

    2 Sem prejuzo da universalidade e brasilidade dos temas a serem desenvolvidos para interpretao dos valores morais e cvicos, os professores devem levar em conta a importncia de os relacionarem aos estudos e s realidades vividas pelos discentes em seu prprio meio, como condio de ajustamento profissional e social e da liderana que possam vir a exercer na comunidade a que pertenam.

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  • ORGANIZAO SOCIAL E POLTICA

    DO BRASIL

    l. E 2. GRAUS

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  • Observaes sobre o ensino da disciplina Organizao Social e Politica do Brasil

    1 O ensino da disciplina Organizao Social e Poltica do Brasil, obrigatrio nos estabecimentos de ensino de 2 grau, dever articular-se com a Educao Moral e Cvica e obedecer aos princpios estabelecidos no artigo 3 do Decreto n 68.065/71.

    2 Dever ser estimulada a criao de instituies extra classe, em especial de natureza cultural, artstica, assistencial e de recreao para o desenvolvimento da Educao Moral e Cvica e da Organizao Social e Poltica, como atividade.

    3 Os professres de Educao Moral e Cvica, quando licenciados no curso de Estudos Sociais regulamentado pela Resoluo n 98/72, do Conselho Federal de Educao, podero ocupar-se, tambm das aulas de Organizao Social e Poltica do Brasil.

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  • Ill - BIBLIOGRAFIA

  • III B I B L I O G R A F I A

    INDICAO BIBLIOGRAFICA PARA OS PROFESSORES

    AVILA, Fernando Bastes de et alii. Pequena Enciclopdia de Mordi e Civismo. Departamento Nacional de Educao MEC 167.

    CARVALHO, Delgado. Organizao Social e Politica Brasileira. Rio de Janeiro, Distribuidora Record, 16.

    CASTRO, Amlia Domingues e outros. Didtica para Ensino de 1 e 2 Graus. 4 ed. S. Paulo, Ed. Pioneira, Braslia, INL, 1976.

    COELHO GARCIA, Edlia, Educao Moral e Cvica na Escola Mdia. S. Paulo, LISA, 1971.

    COUTINHO, Oswaldo. Estudos de Moral e Civismo. S. Paulo, Ed. do Brasil S. A., 1980.

    ESTEVES, Oyara P. Objetivos Educacionais. Rio de Janeiro, Arte & Indstria, 1968.

    GORDMAN, Richard M. Descobrindo Piaget Um guia para educadores. Rio de Janeiro, Livros Tcnicos e Cientficos, 1976.

    GURGEL, Jos Alves do Amaral. Segurana e Democracia. Biblioteca do Exrcito, R20 de Janeiro, 1975. KELLY, Celso.

    Introduo Educao Moral e Civica. Rio de de Janeiro, Ed. Jos Olympio, 1968.

    LOPES, Gen. Moacir Arajo. Fortalecimento do Homem Brasileiro e da Democracia Brasileira. Conferncias, 1975.

    LUCCI, Elian Alabi. Traballio Dirigido de Moral e Civismo. Edio Saraiva, 1978.

    91

  • MARQUES, Juracy. A aula como processo. Porto Alegre, Ed. Globo, 1977.

    MELO FILHO, Murilo. O progresso brasileiro. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exrcito Editora, 1974. O milagre brasileiro. Rio de Janeiro, Bloch, 1972.

    NIDELCOFF, Maria Teresa. A Escola e a compreenso da rea-lidade. S. Paulo, Ed. Brasiliense, 1979.

    NISKIER, Arnaldo. Nosso Brasil. Rio de Janeiro, Bloch, 1973.

    PALERMO, Alfredo. Estudo de Problemas Brasileiros. S. Paulo, LISA, 1971.

    SPERB, Dalila C. Problemas Gerais de Currculo, 2 ed. Porto Alegre, Ed. Globo, Braslia INL, 1976.

    TELES, Antnio Xavier. Educao Moral e Cvica. Introduo Cidadania. Cia. Editora Nacional, 1980.

    TORLONI, Hilrio. Estudo de Problemas Brasileiros, 2 ed. S. Paulo, Pioneira Ed., 173

    PUBLICAES

    Estado Maior das Foras Armadas ESG. Manual Bsico, 1975 Parecer 94/71, Conselho Federal de Educao SEEC/RJ. Laboratrio de Currculos. Proposta Metodolgica, Pr Escolar e 1 Grau, 5, 6, 7 e 8 sries.

  • A N E X O

  • A N E X O

    Relator: D. Luciano Cabral Duarte Parecer n 94/71 comisso Especial de Educao Moral e Cvica, aprovado em 4 de fevereiro de 1971.

    I _ CONSIDERAES PRELIMINARES

    1 Educao Moral

    Ao fim de seus anos, um dos espritos rnais nobres e rnais luminosos do nosso sculo, Henri Bergson, dizia de si mesmo: "Quando um homem passou toda sua vida a procurar a Verdade, ele se pergunta se no teria feito melhor em empregar sua existncia a praticar o Bem".

    A perplexidade do grande filsofo rica de ensinamentos. Ela nos lembra, em primeiro lugar, que o Bem nos leva ainda

    rnais perto da Realidade Suprema, que Deus, do que a prpria Verdade.

    Em segundo lugar, Bergson nos recorda, obliquamente, que a essncia do Homem a de um ser moral. No universo que nos conhecido, ele a nica criatura portadora, dentro de si mesma, de uma fonte original, de um "comeo radical", donde nascem decises e atitudes: a Liberdade.

    esta liberdade que est no centro da Educao Moral. E que faz da Educao Moral o ponto mais grave, mais alto e mais importante de todo o trabalho educacional.

    Ser moral, o homem abre os olhos ao Bem. E no ato desta descoberta, percebe que seu corao j era, previamente, cmplice de seu objetivo.

    Scrates nos disse de si mesmo: "Chamado a escolher" entre "praticar uma injustia" ou "sofrer uma injustia", eu preferiria nem uma coisa nem outra. Se, entretanto, fosse absolutamente necessrio optar por uma das pontas do dilema, eu preferiria "sofrer uma injustia" a "pratic-la" (Plato, Dilogo "Grgias").

  • Vinte e cinco sculos depois, o eco intocado desta voz pura chega aos nossos ouvidos: "E ns, que vivamos a seu lado, no tnhamos compreendido quem era este justo de quem fala o provrbio e sem o qual no h aldeia, nem cidade, nem a terra inteira que possa subsistir" (Alexandre Soljnitsyne, em "A casa de Matriona").

    Do filsofo grego do 5 sculo antes de Cristo ao Prmio Nobel russo dos nossos dias, a afirmao implcita a mesma; a imantao da vontade humana para o Bem, para a Justia, para o Direito, sua subordinao livre ao Dever, tudo isto no o fruto de um condicionamento ou de uma soma de circunstncias efmeras e aleatrias. Esta Imantao da vontade humana para o Bem a face visvel que toma o Instinto Moral, a rnais profunda, mais grave e rnais especfica de nossas tendncias essenciais.

    A que visa, assim, a Educao Moral? Visa decantao do Instinto Moral de um ser livre,

    sua formao consciente e crtica, ao seu aperfeioamento, no convvio com os outros, atravs do crescimento humano progressivo da criana, do adolescente e do jovem, at a idade adulta.

    Esta a tarefa imensa da Educao Moral. 2 Educao Cvica O homm, sujeito e objeto da Educao Moral, vive na

    "Civitas". Sua condio de cidado a fonte de um rela-cionamento especial entre ele, seus concidados, e sua Ptria.

    O homem , por sua natureza, um ser-no mundo. Esta situao lhe essencial. Assim, ao mesmo tempo em que ele se descobre, descobre a Histria, que o conduz e da qual ele tambm autor.

    na medida em que toma conscincia de si mesmo, e da sociedade de que faz parte, que o homem desenvolve sua conscincia crtica. Esta conscincia ele a exercer e a desenvolver participando do desenrolar da prpria Histria. cujo vir a-ser encarado como um processo permanente de aperfeioamento do prprio Homem e da Sociedade, em busca de sua plenitude.

  • O cho do mundo de cada homm sua Ptria. E uma Ptria, , em ltima anlise, uma personalidade moral.

    Ela tem um corpo e uma alma. Ela um territrio, um povo, uma lngua (ou mais de uma), uma religio (ou rnais de uma), uma tradio espiritual portada pela Histria.

    A "Caritas patrii soli" dos Latinos , justamente, o amor da Ptria, este amor que um lao entre homens filhos da mesma Nao.

    O amor e a lealdade do cidado para com sua Ptria se situam dentro da perspectiva universal da comunidade Humana.

    Ccero chamou de "Conscientia hominum" esta abertura de cada pessoa para com toda a espcie humana. Ela este amor sem fronteiras, que brota da compreenso da fraternidade que deve haver entre todos os homens. Desta forma, dentro da viso de uma Humanidade total que se devem buscar os contornos espirituais de uma Ptria.

    O homem, cidado do mundo, , entretanto, filho de um pas. Sua Nao esta espcie de "famlia amplificada", a que ele dever, primeiro, seu amor, sua lealdade, sua vida.

    A Ptria de cada homem, todavia, no um conceito enregelado, que cada gerao recebe e transmite, como quem passa de mo a mo uma antigidade preciosa. A Ptria a construo quotidiana de uma Nao, de uma fraternidade de homens fundamentalmente iguais, vivendo em concrdia e liberdade.

    Assim como o fundamento ltimo da Moral Deus, o fundamento prximo da Ptria a pessoa humana, consciente, livre, responsvel.

    Ora, quem diz pessoa, diz comunho. O homem, ser aberto comunidade dos outros homens,

    essencialmente um ser social. E sua tarefa primeira e fundamental ser a construo de uma sociedade humana, alicerada, moralmente, na Justia e no Amor. Sociedade onde todos tenham, de fato, a oportunidade de uma vida humana, digna e fraterna. Sociedade donde sejam banidas

  • a violncia e a injustia e onde estruturas sociais desumanas e peremptas cedam lugar a novas formas de organizao e de convivncia baseadas na igualdade democrtica.

    Formando assim a criana e o adolescente, a Educao Cvica estar preparando o futuro adulto participante. capaz de discernir e de optar, mediante o amadurecimento de uma conscincia crtica, e desejoso de construir e de transmitir aos seus filhos uma Ptria ainda mais merecedora de amor e respeito.

    A Educao Cvica visa, desta forma, basicamente, formao da criana, do adolescente e do jovem para a Demo-cracia. Entendendo-se a Democracia, luz da Constituio do Brasil, como aquela forma de convivncia social "cuja essncia evanglica" (no dizer de Bergson), pois tem como fundamento a igualdade de homens livres e como esprito o amor fraterno.

    Esta formao cvica no dever ser abstrata e terica. Mas dever ter os ps na terra e enraizar-se na realidade.

    O civismo brasileiro, no momento, comprometer-se com a fase histrica do desenvolvimento do Pas e trabalhar na construo de uma Ptria engrandecida. uma Ptria em que haja um lugar ao sol para todos, e que seja, cada dia rnais, uma Democracia de homens livres, responsveis e solidrios.

    3 Da Educao formal Educao de contedo uma das tentaes da Educao Moral e Cvica, na sua

    histria internacional, foi a da neutralidade. Ao professor caberia, apenas, apresentar aos alunos as vrias possibilidades de opo. Diante de mltiplas alternativas, o aluno escolheria, por si mesmo e sem alheias influncias, a estrada de seus passos.

    Esta vertigem de um culto hiperblico e distorcido Liberdade a que alguns pases pagaram seu tributo, encontra-se hoje ultrapassada.

  • O equvoco se fundava, como vamos ver, numa concepo inadequada de liberdade e de educao.

    De um lado, preciso considerar que a liberdade de nenhum adolescente ou jovem total. Toda liberdade, de resto, condicionada por mil circunstncias, por mltiplos fatores internos e externos. Esta flama tnue acesa dentro de ns, num cho de determinismos, precisa, sobretudo na fase imatura da vida, de ser estimulada em sua escolha, amparada nas decises da alma apenas desabrochando para a existncia.

    E, sobretudo, importa no confundir liberdade com inde-pandncia. O homem, ao mesmo tempo em que um ser livre, um ser essencialmente dependente. Dependente para com Deus, para com a Ptria, para com os outros homens, para com os valores morais que o solicitam e que se lhe impem como um imperativo.

    Desta forma, sua liberdade ser freqentemente, a aceitao consciente desta dependncia e a submisso volun-tria a ela.

    Por outro lado, na tarefa educacional, nenhuma Nao pode renunciai' a pretender formar as novas geraes na linha de suas aspiraes, suas idias e seus ideais.

    A educao moral e cvica, ser, assim; uma educao que tem um rumo, uma educao engajada, uma educao comprometida. com qu? com quem?

    Ns tocamos, aqui. no ponto mais delicado do problema. E devemos encarar a questo de frente.

    Se reconhecemos ao Estado o direito de propor um padro de Educao Moral e Civica populao estudantil brasileira, no reconhecemos ao Estado o direito de se propor a si mesmo como o fim desta educao.

    O fim do indivduo o Estado, mas o fim do Estado a pessoa'' (Jacques Maritain). Nesta admirvel sntese do sbio cristo francs, encontramos o mago da Democracia. Se, de uma parte, os membros da Sociedade devem submeter-se Lei e s normas que regem o Estado, pois somente

  • esta articulao efetiva permitir o desenvolvimento, a ordem e a harmonia, por outra parte preciso afirmar-se claramente que a pessoa humana est acima do Estado, e que este no tem outra razo de ser nem outra finalidade seno a de por-se a servio da Pessoa, do Homem, de sua explicitao, de sua realizao, de sua felicidade.

    A Educao Moral e Cvica no Brasil, portanto, inspirada nas grandes linhas da Constituio Nacional, ter como objetivo a formao de cidados conscientes, solidrios, responsveis e livres, chamados a participar no imenso esforo de desenvolvimento integral qus nossa Ptria empreende, atualmente, para construo de uma sociedade democratica, que realiza seu prprio progresso, mediante o crs-cimento humano, moral, econmico e cultural das pessoas que a compem.

    4 Educao Moral e Religio A Constituio do Brasil, que invoca Deus no seu Prem-

    bulo, assegura inteira liberdade religiosa a todos os brasileiros (art. 153, 5). No h no Pas, religio oficial nem unio do Estado com uma Igreja. Por outro lado, o ensino religioso admitido, em carter facultativo, dentro das prprias escolas oficiais de nvel primrio e mdio (Constituio, art. 176, 3, item V).

    A referncia a Deus, no Prembulo da Constituio, parece ser interpretada como sendo um aceno de respeito convico religiosa da grande maioria do povo brasileiro. A garantia de liberdade religiosa de todas as pessoas e a admisso do ensino religioso facultativo nas escolas oficiais, por sua vez, so um sinal incontestvel de uma democracia pluralista, aberta ao acolhimento de todas as atitudes e confisses religiosas, desde que respeitadoras do fundamento humanista em que se assenta a prpria Constituio do Pas.

    Nestes termos, pode dizer-se que a Constituio do Brasil aconfessional, desde que se entenda esta posio como um aconfessionalismo aberto e acolhedor do pluricon-fessionalismo que reflete a realidade da democracia brasileira.

  • Isto psto, temos como primeira conseqncia a idia bem nitida que deve ter o professor de Educao Moral e Cvica, a respeito das relaes de independncia recproca, existentes entre as religies e o Estado. O Estado nao tem religio oficial. De outro lado, a Religio no est a servio do Estado. Deus no um dos elementos utilizados para a sustentao psicolgica de uma estrutura poltica ou social. Ele o fim ltimo de todas as conscincias e de todas as sociedades, e subordin-lo a um objetivo, qualquer que fosse, seria operar uma trgica inverso de valores. Deus est a servio dos seus servos, mas no pode estar submetido a pretensos senhores.

    A segunda conseqncia do que foi acima afirmado que a Educao Moral e Cvica, no Brasil, dever ser acon-fessional, ou seja: no vinculada a nenhuma religio e a nenhuma Igreja.

    A disciplina Religio continuar como facultativa, nas escolas oficiais, de nvel primrio e mdio, do Pas (Constituio, art. 176, 3, Item V). A Educao Moral e Cvica , ao contrrio, matria obrigatria em todas as escolas de todos os nveis, no Brasil (Decreto-Lei 869/69, art. 1).

    Desta forma, as duas disciplinas so e continuaro a ser distintas nas suas esferas de contedo e de abrangncia escolar.

    Ate onde, entretanto, ser possvel ensinar-se, especialmente no Brasil, Educao Moral sem fazer-se apelo Religio?

    com efeito, para a grande maioria da humanidade, Deus reconhecido como sendo o fundamente ltimo da Moral. E a Cincia, em nossos dias, vem constatando que a referncia Religio aparece como algo intimamente ligado formao Moral do homem. Recentemente, Andrew Greeley, eminente socilogo norte-americano, afirmava que "a religio e o ritual parecem pertencer condio humana como

  • tal". Se assim , e se as razes da Moral e da Religio de tal forma se entrelaam, dentro; da alma humana, como proceder-se a uma dissociao radical entre as duas?

    Surge aqui, como terceira decorrncia da aconfessiona-lidade da Constituio do Brasil, a concluso de que o fundamento religioso que, segundo o que se depreende do Decreto-Lei 869/69, deve estar subjacente Moral a ser ensinada na Educao Moral e Cvica, ser tomado da chamada Religio Natural.

    Ou seja: anteriormente a qualquer Religio Positiva, que se baseia numa revelao, existe, no horizonte do homem, a dimenso religiosa, mensurada pelos limites de sua prpria natureza. Deus a conhecido pela luz da razo, como Origem e Causa do Universo, e a conscincia do homem-no-mundo, a esta mesma claridade se descobre como sujeito de direitos e deveres. Aqueles brotados de sua condio de pessoa; estes surgentes de sua situao de ser dependente, contingente, social e limitado.

    Sobre esta base comum que, como prescreve o art. 2, alnea b. do Decreto Lei 869/69, sero preservados e projetados "os valores espirituais e ticos da nacionalidade".

    Por outro lado, dentro da realidade do pluralismo religioso do povo brasileiro pluralismo protegido pela Carta Magna do Pas , dever ser tambm resguardada a garantia educao religiosa, estabelecida constitucionalmente, e que inclui o direito de orientar-se a Moral pelos princpios da opo religiosa dos educandos.

    5 Educao Moral e Cvica: Disciplina ou Prtica Educativa?

    Se olharmos a Histria da Educao Moral e Cvica nas escolas do Brasil (nas ltimas dcadas), observamos um certo flutuar, no modo de sua ministrao, entre os modelos de disciplina e prtica educativa.

  • Nas dcadas de 30 e 40, por exemplo, a Educao Moral e Cvica era uma disciplina. A partir de 161, com a Lei 4.024 61 (Lei de Diretrizes e Bases), a mesma passa a ser encalada como prtica educativa.

    O Conselho Federal de Educao, desde 1962, teve ocasio de distinguir as duas modalidades: "Costuma-se denominar disciplinas as atividades escolares destinadas assimilao de conhecimentos sistematizados e progressivos, dosados conforme certos endereos. Nesse caso, evidentemente, a assimilao do conjunto dos conhecimentos programados passvel de mensurao e condio de prosseguimento dos estudos. As prticas educativas, por outro lado, abrangendo as atividades que devem atender s necessidades do adolescente, de ordem fsica, artstica, cvica, moral e religiosa. colocam o acento principal na maturao da personalidade. com a formao de hbitos correspondentes, embora necessitem tambm da assimilao de certos conhecimentos" (Parecer CFE 131/62) .

    A transformao estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases, fazendo com que a Educao Moral e Cvica deixasse de ser disciplina para ser encarada como prtica educativa, no foi, entretanto, objeto de aprovao unnime. Dentro do prprio Conselho Federal de Educao, as opinies divergiam. E, embora a maioria, ento, se inclinasse para a ministrao da Educao Moral e Cvica apenas como prtica educativa, no faltava quem julgasse que o assunto deveria constituir tambm uma disciplina: "Devemos associar os dois aspectos, para que uma disciplina deste tipo seja, simultaneamente, no que for cabvel, objeto de estudo de natureza intelectual, e, tambm, parte de toda a vida escolar, tornando-se, como a linguagem, forma de expresso de todos os momentos da vida da escola." (Cf. Ata de sesso do CFE a 30.4.64)

    No esprito dos que sustentavam a insuficincia do modelo da Prtica Educativa, na Educao Moral e Cvica, e a

  • necessidade de alguma transmisso sistemtica dos conhe-cimentos que a deveriam lastrear, parece-nos que se poderia alegar, tambm, o fato da criao, pelo Conselho Federal de Educao, em 162, da disciplina "Organizao Social e Pol-tica Brasileira'', como disciplina complementar do curriculo de grau mdio.

    Diz a Indicao, apresentada como justificao da nova disciplina: "Se considerarmos a estrutura da conscincia cvica em toda sua complexidade, vemos que o sentido da participao responsvel nos destinos da comunidade envolve uma dimenso poltica, que no se concretiza apenas em funo do amor patritico ou do sentimento nacional. A conscincia cvica, para ser eficaz, deve ser esclarecida."

    Desta forma, o Conselho Federal de Educao, ao mesmo tempo em que proclamava, com ponderao e acerto, que a Educao Moral e Cvica trata, "no fundo, da formao de hbitos de natureza tica, causada no apenas pela aquisio de conhecimentos atravs de aulas, mas, principalmente, pelo calor afetivo das relaes de pessoa a pessoa, e pelo atrativo dos ideais vividos em comunidade" (Cf. Parecer 131/62), reconhecia que, em parte, esta formao necessita da trans-misso aos alunos de "conhecimentos sistemticos e progres-sivos" .

    Finalmente, a distenso foi definitivamente ultrapassada pelo Decreto-Lei 869/69, que estabelece (art. 1) que a Educao Moral e Cvica " instituda, em carter obrigatrio, como disciplina e, tambm, como prtica educativa".

    O debate seguiu, desta forma, uma espcie de marcha dialtica, confrontando se a tese e a anttese, para finalmente, num tipo de sntese, estabelecer-se a soma das duas modalidades iniciais.

    Entendemos, com efeito, que "Educao Moral e Cvica como Disciplina" e "Educao Moral e Cvica como Prtica Educativa", ao invs de se oporem, se completam.

  • A Prtica Educativa" acentua o aspecto de vivncia, de aquisio de hbitos ticos, de atitudes existenciais. Mas lhe falta o aspecto de continuidade, de gradao regular, de sistematizao intelectual. verdade que a "Prtica Educativa" visa a criar hbitos. Entretanto, um hbito, no homem, no plano tico, muitas vezes o resduo de um ato de liberdade inicial, ao qual ele permanece submetido (Jacques Chevalier). E este ato de liberdade, lcido e pessoal, deve fundar-se sobre noes, sobre conhecimentos, sobre verdades, que a "Prtica Educativa" se revela insuficiente para transmitir.

    Por outro lado, a "Disciplina", visando fundamentalmente transmisso de conhecimentos, seria incompleta, se no desaguasse na existncia, se no descesse a essa dimenso interior da alma do educando, onde se formam as disposies da vontade e onde so tomadas as decises que nortearo a vida.

    Na prtica, portanto, ser necessrio utilizar, num passo rtmico, complementarmente, a Prtica Educativa de Educao Moral e Cvica, como fora plasmadora de comportamentos e inspiradora de atitudes, a Disciplina Educao Moral e Cvica, como fonte de enriquecimento intelectual e nacional. Ao professor caber a importante tarefa de procurar esta alternncia e dosar-lhe as percentagens. No caso, Disciplina e Prtica Educativa so, isoladamente, insuficientes. Ambas precisam uma da outra, e se completam mutuamente.

    Este ponto introduz, espontaneamente, a considerao seguinte.

    6 O Professor de Educao Moral e Cvica

    O que, no Antigo Testamento, no Livro dos Salmos, o salmista diz a Deus, num gesto de abandono e de confiana: "Nas tuas mos est a minha sorte", a Educao Moral e Cvica poderia dizer quele que vai ensin-la.

  • A identificao e a trasnferncia que os alunos de todas as sries e de todos os niveis de ensino, guardadas as pro-pores, infalivelmente, operam entre os fatores "disciplina-professor", desempenham um papel de importncia decisiva no caso da Educao Moral e Cvica.

    Se, por um lado, a implantao do ensino de Educao Moral e Civica, como disciplina e prtica educativa, em todos os nveis de ensino do Pas, parece anunciar um horizonte saudvel, para o futuro, por outro lado preciso ter bem claro diante dos olhos o fato de que uma Educao Moral e Cvica mal ministrada gera efeitos negativos e contraproducentes .

    A vigncia da Educao Moral e Cvica, dentro da obri-gatoriedade estabelecida pelo Decreto-Lei 869/69, conta, agora, um ano. Juntamente com ecos positivos, tm chegado ao Conselho Federal de Educao rumores de reaes negativas, que geram srias apreenses.

    As causas deste insucesso parcial, que h de ser superado, devero ser procuradas, em primeiro lugar, pelos responsveis pela direo dos estabelecimentos de ensino. O despreparo de muitos professores, convocados de inpino, e a improvisao ocorrente em circunstncias que tais, explicaro grande parte do problema emergente.

    De qualquer forma, ser necessrio que, para o Ensino Fundamental e para o Ensino Mdio, mais do que em qualquer outra oportunidade, o professor designado para ministrar Educao Moral e Cvica seja um mestre reconhecido pelos alunos como um padro de dignidade e competncia.

    A Educao Moral e Cvica, aparentemente, uma dis-ciplina fcil. Na realidade, altamente difcil e complexa, pelo aspecto de comunicao de comportamentos e atitudes que ela envolve, e pela dimenso afetiva e existencial em que ele imerge. E sempre se dever ter presente qu a aceitao c o respeito, que uma turma de alunos votar a um professor

  • revertero, naturalmente, sobre a disciplina que ele lhes for ministrar, na medida mesma de sua competncia e de seu amor tarefa.

    No nivel do Ensino Superior, onde a disciplina Educao Moral e Cvica ser dada sob a forma de Estudo de Problemas Brasileiros (Decreto-Lei 869/69, art. 3, 2), no dever haver um professor para a disciplina, e sim um coordenador.

    A razo que a amplitude do assunto exige no um especialista, mas uma gama de professores capazes de dar, com proficincia, cada qual em seu ramo de conhecimentos, uma viso adequada da realidade brasileira, apresentando seus problemas rnais importantes e sugerindo aberturas de solues.

    evidente que o Coordenador ser livre de promover painis e debates, recorrendo simultaneamente a vrios professores da Universidade ou da Faculdade, e a outros valores da comunidade, para apresentarem um mesmo problema sob enfoques diversos, enriquecendo o assunto e motivando a aula.

    imaginao e ao esprito de empreendimento de cada Coordenador incumbir a tarefa de fazer da aula de Estudos Brasileiros no uma disciplina obrigatria (no sentido pejorativo), mas uma encruzilhada viva de questes e idias, em que a Realidade do Brasil, o esforo do Desenvolvimento Nacional e os ideais da Democracia no Brasil entram como componentes portadores de alta carga de interesse patritico e de dinamismo construtivo.

    II NORMAS PARA O ENSINO DA EDUCAO MORAL E CIVICA

    1) A Educao Moral e Cvica dever constituir uma preocupao bsica, permanente e geral de todas as escolas do Brasil, merecendo o cuidado de todos os professores, especialmente daqueles cuja rea de ensino esteja com ela em rnais estreita conexo.

  • Dentro deste esprito, dever-se- assegurar a presena da Educao Moral e Cvica ao longo de toda a formao do educando, ora como disciplina, ora como prtica educativa (Decreto 68.065/71, art. 2).

    Assim, de modo particular os professores de Educao Moral e Cvica e os coordenadores e docentes de Estudo de Problemas Brasileiros tero sempre, diante dos olhos do esp-rito, o objetivo visado por esta grande preocupao atual de toda a Nao: a formao das crianas, adolescentes e jovens, para serem cidados livres, responsveis e solidrios.

    Nesta obra de pacincia e amor, os professores empregaro mtodos dinmicos de educao, fazendo apelo perma-mente ao interesse e iniciativa dos alunos, e fomentado o surgimento, neles, de um esprito crtico baseado no bom senso, e o nascimento de um ideal de participao no esforo atual do Brasil, em busca de seu desenvolvimento e de sua realizao de Nao efetivamente soberana.

    2) A Educao Moral e Cvica ser ministrada, em carter obrigatrio, em todos os sistemas de ensino do Pas, como disciplina e como prtica educativa. Devendo estar presente em todos os graus e ramos da escolarizao, a Educao Moral e Cvica ser sempre proporcionada aos alunos com a apropriada adequao. Esta adequao ser funo, principalmente, da personalidade do educando, do seu grau de ensino e da realidade brasileira.

    Alm da Educao Moral e Cvica, haver, nos estabele-cimentos de nvel mdio, a disciplina Organizao Social e Poltica do Brasil, tanto no ciclo ginasial quanto no colegial. O ensino de Organizao Social e Poltica do Brasil far-se- em articulao com a Educao Moral e Cvica, seguindo a esteira dos seus princpios norteadores.

    Tanto a Educao Moral e Cvica quanto a Organizao Social e Poltica do Brasil podero no ser computadas den-

  • tro dos limites mximos, estabelecidos pelos arts. 45 e 43 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei 4.024/ 61), sobre o nmero de disciplinas.

    3) como disciplina, Educao Moral e Cvica dever figurar, ao menos, em uma srie do curso primario. como prtica educativa, dever permear toda a durao do curso.

    No ensino mdio, as duas disciplinas Educao Moral e Cvica e Organizao Social e Politica do Brasil devero figurar em, ao menos uma srie do ciclo ginasial e uma srie do ciclo colegial. A prtica educativa da Educao Moral e Cvica dever acompanhar todo o ciclo de formao dos adolescentes e jovens dos ginsios e colgios.

    Nos escolas superiores, a Educao Moral e Cvica ser ministrada sob a forma de Estudo de Problemas Brasileiros. O Estudo de Problemas Brasileiros dever ser ministrado, nos curses de graduao, ao menos no perodo correspondente a dois semestres ou a uma srie; nos cursos de ps-graduao. no perodo correspondente a um semestre.

    Em todos os nveis de ensino, da competncia dos estabelecimentos a fixao de horas em que ser ministrada a Educao Moral e Cvica, devendo, em qualquer hiptese, ser cumprido o programa fixado pelo Conselho Federal de Educao. A Educao Moral e Cvica em todos os estabelecimentos de ensino ficar sob o controle da autoridade competcnte (Decreto 63.065/71, art. 8).

    Os exames de madureza incluiro a disciplina Educao Moral e Cvica, obedecendo aos programas ginasial e colegial.

    4) No ensino primrio, no haver um professor espe cial para Educao Moral e Cvica, sendo esta atividade exercida pelos professres, cumulativamente com suas fun es prprias.

    O professor de Educao Moral e Cvica, em nvel mdio, ser formado em nvel universitrio, observado o que vai estabelecido no item seguinte das presentes normas.

  • Em nivel superior, no haver um professor designado para assumir sozinho a responsabilidade de ministrar Estudo oe Problemas Brasileiros. Tendo-se em conta a amplitude e a complexidade do assunto, em cada estabelecimento de ensino superior ser designado um professor para ser o coordenador desta disciplina. O coordenador de Estudo de Problemas Brasileiros, em articulao com a direo do estabelecimento, solicitar a colaborao dos professores especializados nos vrios temas a serem tratados nesta disciplina, de acordo com o currculo mnimo e o programa fixado pelo Conselho Federal de Educao.

    5) A formao de orientadores de Educao Moral e Cvica, para os trs nveis de ensino, e a de professores desta disciplina para os nveis superior e mdio, far-se- em nvel universitrio; a formao de professores de Educao Moral c Cvica para o curso primrio far-se- nos cursos normais.

    O Conselho Federal de Educao fixar o currculo mnimo do curso de formao de professores de Educao Moral Cvica para o nvel mdio, e de orientadores para os trs niveis de ensino, cabendo aos Conselhos Estaduais de Educao (ou, supletivamente, ao Conselho Federal de Educao) fix-lo para as escolas de formao de professores primrios.

    Enquanto no houver, em nmero suficiente, professores e orientadores de Educao Moral e Cvica, a habilitao de candidatos ser feita, tambm, por meio de exame de suficincia, na forma da legislao em vigor.

    Na designao de professores de Educao Moral e Cvica, os estabelecimentos de nvel mdio devero obedecer seguinte ordem de prioridades:

    (1) Habilitao especfica a) Os habilitados em curso especfico de nivel superior para

    Educao Moral e Cvica, nos termos do art. 7 de Decreto-Lei 869/69;

    b) Os habilitados por meio de exame de suficincia, na forma da legislao em vigor (idem, art. 7, 3).

  • (2) Habilitao de emergncia a) Os licenciados em Filosofia, Cincias Sociais, Geogra-

    fia, Histria e Pedagogia, bem como os que, a qualquer ttulo, tm autorizao para lecionar tais disciplinas;

    b) O Diretor do estabelecimento de ensino. O Diretor, em cada estabelecimento de ensino, designar

    um orientador, devidamente qualificado, a fim de coordenar as atividades relativas Educao Moral e Cvica, como disciplina e prtica educativa, cabendo-lhe tambm a assis-tncia ao Centro Cvico.

    Ao nvel superior, a assistncia ao Centro Cvico podar ser confiada ao coordenador de Estudo de Problemas Bra-sileiros .

    6) A prpria natureza da Educao Moral e Cvica exige que a mesma goze, dentro da vida da escola, de tratamento especial, no que se refere no s forma como transmitida, enquanto disciplina e prtica educativa, como tambm no que tange aos mtodos de verificao de aprendizagem .

    Assim, cada estabelecimento de ensino determinar, em seu Regimento, as normas e critrios de verificao de aproveitamento da Educao Moral e Cvica, como disciplina.

    Podero ser considerados como pontos cumpridos, no programa de Educao Moral e Cvica, enquanto disciplina, e serem computados dentro do sistema de aferio adotado pelo respectivo estabelecimento:

    a) os trabalhos, escritos ou orais, elaborados pelos alunos, por ocasio do transcurso de grandes datas histricas, datas que devero ser transformadas em centros de interesse e fontes de motivao, pelos diretores de estabelecimentos e pelos orientadores e professores de Educao Moral e Cvica;

    b) os relatrios e trabalhos escritos ou orais resultantes da participao des alunos em atividades extraclasse, de carter patritico e solidrio, como o "Projeto Rondon",

  • a campanha de erradicao do analfabetismo, a assistncia aos favelados, a Campanlia para doao de sangue, o combate s endemias rurais, e outras campanhas semelhantes, que levam os estudantes a tomar conscincia dos problemas nacionais e comunitrios e a se interessar pela busca de suas solues.

    7) Para uma maior eficincia da Educao Moral e Cvica, como prtica educativa, dever-se- estimular, em todos os estabelecimentos de ensino, a criao de instituies extraclasse, procurando assemelhar se a escola, tanto quanto possvel, a uma sociedade democrtica em miniatura.

    Entre essas instituies se enumeram: biblioteca, jornal, academia, centros diversos, "forum'' de debates, ncleo escoteiro, centro de formao de lderes comunitrios, clube agrcola, oficinas, grmio cnico-musical, banco, cooperativa, centro de sade, grmio esportivo, grmio recreativo, associao de antigos alunos, etc.

    De interesse particularmente relevante a criao, em todos os estabelecimentos de qualquer nvel de ensino, de um Centro Cvico (que nas escolas superiores se chamar "Centro Superior de Civismo"), destinado coordenao das atividades da Educao Moral c Cvica e sua irradiao na comunidade local. O diretor do estabelecimento de ensino designar um professor para ser o orientador do Centro Cvico. O Centro Cvico ter uma diretoria, eleita pelos alunos na forma legal.

    Para facilitar a participao da famlia nas atividades escolares relacionadas com a Educao Moral e Cvica e nos problemas educacionais comuns, estimular-se-o a criao e o funcionamento, em todos os estabelecimentos de ensino de graus primrio e mdio, de um Crculo de Pais e Mestres.

    (Fontes Jurdicas destas Normas: Constituio do Brasil; Lei n. 4.024/61; Decreto-Lei 86/6; Decreto 68.065/71; Parecer do C.F.E)

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