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Programa Joaquim Nabuco 1

ProgramaJoaquim Nabuco

Programa Joaquim Nabuco 3

PROGRAMA JOAQUIM NABUCO

- SERVIDORES 2º/2011 -

1 SUPERVISORA:

Nayse Hillesheim

Assessoria de Assuntos Internacionais da Presidência

E-mail: [email protected]

Tel.: + 55 XX (61) 3217-4012

2 COORDENADOR:

Erismar Souza Freitas Filho

Assessoria de Assuntos Internacionais da Presidência

E-mail: [email protected]

Tel.: + 55 XX (61) 3217-6505

3 SERVIDORA INTERCAMBISTA

Nome: Walmiria Vicente Cavarzan

Nacionalidade: Brasileira

Tribunal de origem: Supremo Tribunal Federal

Período: desde 19 de setembro de 2011 até 23 de setembro de 2011

Alocação: Seção de Controle de Acórdãos

Programa Joaquim Nabuco 4

ÍNDICE

A ESTRUTURA GERAL DA CORTE SUPREMA DE JUSTIÇA .................................................................................5

SISTEMA JUDISOFT ...........................................................................................................................................................7

OFICINA DE ÉTICA JUDICIAL .........................................................................................................................................8

ORALIDADE NO SISTEMA PENAL ................................................................................................................................9

MODELO PARAGUAIO DE GESTÃO – AGENDA ÚNICA – SISTEMA INFORMÁTICO ................................ 10

VISITA AO ESCRITÓRIO DE QUEIXAS E DENÚNCIAS .......................................................................................... 12

SISTEMA INFORMÁTICO AGENDA ÚNICA ............................................................................................................. 13

PARTICIPAÇÃO DO JULGAMENTO ORAL – AUDIÊNCIA PÚBLICA ................................................................ 14

SISTEMA DE JUSTIÇA PENAL ...................................................................................................................................... 15

DIREÇÃO GERAL DE AUDITORIA DE GESTÃO JUDICIAL .................................................................................. 16

DIREÇÃO GERAL DE AUDITORIA INTERNA ........................................................................................................... 17

DIREÇÃO DE DIREITOS HUMANOS .......................................................................................................................... 19

DIREÇÃO DE COMUNICAÇÕES .................................................................................................................................. 20

DIREÇÃO DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS E INTEGRIDADE INSTITUCIONAL ....................................... 21

CENTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS JUDICIAIS .......................................................................................... 22

OFICINA DE MEDIAÇÃO ............................................................................................................................................... 23

VISITA AO MUSEO DA JUSTIÇA ................................................................................................................................. 25

SISTEMA NACIONAL DE FACILITADORES JUDICIAIS ......................................................................................... 26

Programa Joaquim Nabuco 5

A ESTRUTURA GERAL DA CORTE SUPREMA DE JUSTIÇA

Assunção, 12 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

No primeiro dia de encontro, em 12 de setembro de 2011, a Direção de Assuntos Internacionais e Integridade Institucional – CSJ abordou inicialmente o assunto sobre o surgimento e desenvolvimento da Corte Suprema de Justiça em Assunção, Paraguai.

Quando se inicia a palestra, com apresentação do Coordenador de Assuntos Internacionais, Dr. Christian Diaz Acosta, nos deparamos com uma explicação acerca da estrutura da Corte Suprema assim como sua função jurisdicional.

O poder judiciário é constituído pela Corte Suprema de Justiça, pelo Ministério Público e pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral.

O sistema judicial do país é composto pelos seguintes órgãos: Juizados de Paz, que atuam em todos os municípios na mediação de causas de menor grau de complexidade e que podem ser resolvidas ou esclarecidas sem interposição de demanda; os Juizados Civis e Comerciais, relativamente a causas civis e comerciais cujos valores econômicos não ultrapassem a 300 salários mínimos legais de atividades não discriminadas na capital do país e que tratam de juízos de sucessão e de causas por despejo, rescisão e demandas ligadas ao contrato de locação; Juizados de Primeira Instância, que se subdividem em foros relacionados a demandas civis e comerciais, laborais, penais, de infância e adolescência e foro penal de adolescência; os Tribunais de Apelação funcionam como a segunda instancia e registram recursos interpostos pelas partes em julgados de primeira instancia; e, o Tribunal de contas, que é composto por seis membros, distribuídos em duas salas, cujas funções estão dispostas pela Constituição.

A Constituição Nacional dispõe que a Corte Suprema de Justiça é o órgão máximo da justiça, poder judicial sofreu ao longo dos anos reformas na Constituição Nacional, no sistema penal e no código de Infância e Adolescência. Também se criou, no ano de 2000, a oralidade no processo penal e a função do Ministério Público como titular da investigação.

No ano de 1992 houve a ampliação do numero de membros da Corte para nove. A Corte se divide em três salas para cada grupo de três ministros, sendo sala I a Constitucional, sala II a Civil e sala III a penal, sendo que o Presidente ocupa a vaga da Sala constitucional, onde por outro lado acumula a função administrativa da Corte.

A Corte conta com mecanismos de controle interno e externo de suas decisões, que é feito através de controladorias gerais e da atuação de fiscais do Ministério Público.

Programa Joaquim Nabuco 6

Existem dezessete circunscrições jurisdicionais distribuídas em todo o país, que tratam de áreas de intervenção como de Crianças e Adolescentes, de Gênero, de Direito de indígena, entre outras áreas.

Com essa excelente exposição, tivemos a oportunidade de conhecer especificamente as divisões e respectivas funções do judiciário paraguaio assim como sua efetiva implementação de medidas preventivas, que objetiva dirimir as demandas e racionalizar o trabalho, permitindo o fortalecimento do órgão perante a sociedade.

Chegamos ao entendimento de que a Corte Suprema tem a função jurisdicional delegada pela sua própria Constituição, mas lhe reserva também a função administrativa, quando resolve questões pertinentes ao funcionamento da Corte e de toda a estrutura judicial no país.

Programa Joaquim Nabuco 7

SISTEMA JUDISOFT

Assunção, 13 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

Inicia-se com a apresentação do Advogado Sr. Fabio Servi sobre o Sistema de informação, denominado sistema JUDISOFT – Funciones.

Pudemos visualizar as tarefas realizadas pelos servidores no âmbito do sistema, desde o momento de recebimento dos documentos que compõem o devido processo até a autuação. Posteriormente é feito um sorteio eletrônico para a distribuição das demandas aos respectivos juízes das 26 secretarias de primeira instância da justiça. Em seguida examinamos o procedimento informatizado dos processos de segunda instância, onde o processo é autuado e distribuído através de sorteio automático e aleatório entre os juízes das 12 salas do Tribunal de Apelação.

Pudemos verificar que a informatização processual do tribunal é cuidadosamente detalhada e sistematizada, estas informações colhidas e armazenadas durante o andamento processual permitem agilidade, acesso livre dos dados a sociedade e a justiça de todo país.

Fizemos uma visita à secretaria de recebimento de processos judiciais, onde vivenciamos o caminho do processo durante seu protocolo, autuação e distribuição.

Ao fim dessa palestra percebemos a busca constante da melhoria do sistema de informação desenvolvido pela Direção de Comunicação, que tem preocupação constante de levar ao cidadão informação ágil e eficiente.

Na segunda parte do encontro, conhecemos o Juiz Sr. Alberto Martinez Simón, que demonstrou em um rápido diálogo, suas preocupações a cerca do crescente numero de demandas em processamento no tribunal assim como em suas dezessete circunscrições espalhadas pelo país. O mesmo salientou a necessidade de buscar medidas efetivas para comprimir o numero desses julgados, o que resultará numa justiça mais transparente.

Ao final fizemos uma visita à secretaria de recebimento de processos judiciais, aonde vimos na prática todo o caminho do processo durante seu protocolo, autuação e distribuição.

Programa Joaquim Nabuco 8

OFICINA DE ÉTICA JUDICIAL

Assunção, 14 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

Nesse dia visitamos a Oficina de Ética Judicial, onde recebemos orientação do Dr. Esteban Kriskovich, que nos privilegiou com uma aula discorrendo sobre a implantação do Código de Ética Judicial da República do Paraguai.

O código, criado em 2006, trata da regulamentação e discriminação de procedimentos formais e materiais, que tem como fundamento principal o cumprimento das atribuições dos magistrados da Justiça.

Ressaltou-se primeiramente a finalidade do código em defesa dos valores da Justiça, da regulação dos direitos e deveres dos juízes e na defesa dos princípios morais da sociedade.

Em linhas gerais o código prevê a desfiliação de magistrados quando investidos em suas funções judiciais, mantendo a independência em relação aos partidos políticos, associações, movimentos ou qualquer estrutura cuja organização estabeleça vínculo com os dirigentes ou representantes (art. 10).

Uma vez declarada procedente a denuncia, o magistrado poderá sofrer as seguintes medidas: Recomendação, Chamada de atenção ou Repreensão (art. 62), no entanto apenas o julgado de magistrados tem o poder para destituir seus membros.

O conselho de ética tem sua constituição formada por três ex-juízes, que tenham exercido a magistratura durante cinco anos; um advogado que tenha exercido a advocacia durante 20 anos e um docente universitário que tenha conhecimento jurídico e no mínimo quinze anos de ensino, de acordo com artigo 42.

O código dispõe que o processo uma vez instaurado é julgado com plena independência entre processos de responsabilidade penal, administrativa ou civil.

Concluímos nessa audiência que esse instrumento de defesa de direitos e deveres dos magistrados, o código de ética, permite tratamento igualitário entre a sociedade e poder público, situação que busca o fortalecimento da Justiça.

Programa Joaquim Nabuco 9

ORALIDADE NO SISTEMA PENAL

Assunção, 14 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

No segundo encontro deste dia visitamos o espaço do Juiz Pedro Mayor Martinez, que discorreu sobre o sistema penal do Paraguai, a organização do sistema e atuação do Ministério Público.

O mesmo nos relatou sobre os procedimentos do processo penal do Paraguai, os entraves jurídicos enfrentados pelos magistrados em busca do cumprimento dos prazos processuais, em busca do fortalecimento do direito e conscientização de todos sobre a igualdade entre a comunidade e seus membros jurisdicionados e implementação dos direitos humanos com mais rigor social e político.

Programa Joaquim Nabuco 10

MODELO PARAGUAIO DE GESTÃO – AGENDA ÚNICA – SISTEMA

INFORMÁTICO

Assunção, 15 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

As atividades do dia se iniciaram com uma palestra acerca do Modelo de Gestão da Oficina de Coordenação e Seguimentos de Juízos Orais, com orientação do Coordenador de Juízos orais.

O novo sistema de procedimento penal, criado pelo acordo nº 591 do ano de 2009, passou a vigorar no ano de 2000, sendo efetivamente aplicado em 15 de março de 2010.

O foro penal de justiça atua de acordo com dispositivos legais previstos no código de processo penal, que tem função de julgar causas penais, como roubo, homicídios, violência a crianças, seqüestro entre outros delitos. O foro possui juízos de garantia, execução e sentença.

Inicialmente fomos informados sobre o sistema de procedimentos administrativos realizados para o recebimento de recursos no Tribunal de Sentença Penais.

Os julgados penais são recebidos na secretaria, após o recebimento desses processos, feito o devido registro, são distribuídos equitativa e aleatoriamente por uma comissão de feitos penais, respeitando-se a ordem de data de protocolo na justiça e a divisão das demandas conforme a matéria a que se destinam, ou seja, para juízos de garantia ou de execução ou sentença.

O processo de julgamento dessas causas é feito por oralidade, nos seis tribunais existentes, compostos por quatro membros ou juízes, que se formam anualmente, sendo cada tribunal integrado pelo Presidente, eleito por seus membros.

O novo procedimento penal em vigor a partir de 2000 surgiu com intenção de levar mais transparência ao processo, pois trouxe vantagens da agenda de informação única, a distribuição passou a ser igualitária e aleatória que traz maior segurança, a norma estabeleceu um prazo de 48 horas para a demanda ser distribuída, o que possibilitou a redução do tempo no julgamento dando maior agilidade, os juízes passaram a se dedicar exclusivamente na função de administrar seus julgamentos afastando a tarefa de gerir o procedimento, a nova implantação também levou ao processo publicidade e segurança quando permitiu a realização de distribuição pelos membros da comissão com a participação do público.

Como todo processo de mudança traz momentos de instabilidade e insegurança, acredito que o desenvolvimento de uma nação está sujeito ao esforço comum entre governo e sua sociedade. Um governo solidário as questões sociais de seu povo, que se preocupa com sua condição de vida e busca sua melhoria, está contribuindo efetivamente para o progresso dessa nação.

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Diante do exposto, percebemos a preocupação do poder Judiciário do Paraguai de aproximar-se da sua sociedade, refletindo em seus atos transparência e celeridade.

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VISITA AO ESCRITÓRIO DE QUEIXAS E DENÚNCIAS

Assunção, 16 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

No dia 19 de setembro de 2011 iniciou-se a palestra sobre a Oficina de Queixas e Denuncias com apresentação do Advogado Sr. Edgar Escobar.

A oficina está diretamente ligada ao Conselho de Superintendência, que se encarrega da investigação e aplicação de possível punição ao denunciado.

Fomos informados que o sistema foi instituído pelo poder judiciário para permitir ao publico em geral receber contra os funcionários, auxiliares, magistrados, escrivães, oficiais de justiça, peritos, arrematadores e advogados.

É um sistema que tem como principal função o controle efetivo de prestação de serviço publico com eficiência e qualidade.

A causa da queixa é dar noticia do mau funcionamento ou falta de um serviço, quando a denuncia procura dar noticia de um delito ou de uma falta cometida por pessoas que representam o tribunal.

Fomos encaminhados a sala de queixas e denuncias, no andar térreo do Palácio de Justiça, onde pudemos vivenciar todo o caminho para realização do procedimento formal, realizado através de um formulário, onde se anota os dados pessoais do denunciante e do denunciado e onde se relata as circunstâncias da denuncia, assim como as possíveis provas ou documentos que motivem a denuncia.

A queixa oferecida é registrada e imediatamente encaminhada à sala administrativa correspondente para solução do problema.

A denuncia oferecida é encaminhada para investigação de acordo com sua especificidade, na ocorrência de fatos evidentes um processo é instaurado e processado conforme normas vigentes, respeitando a parte o devido processo legal.

Comprovada a culpa ou delito, o denunciado está sujeito a pena de aviso, multa suspensão, destituição ou cancelamento da matricula.

Programa Joaquim Nabuco 13

SISTEMA INFORMÁTICO AGENDA ÚNICA

Assunção, 17 de setembro 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

As atividades do dia se iniciaram com uma palestra acerca do Modelo de Gestão da Oficina de Coordenação e Seguimentos de Juízos Orais, com orientação do Coordenador de Juízos orais.

O novo sistema de procedimento penal, criado pelo acordo nº 591 do ano de 2009, passou a vigorar no ano de 2000, sendo efetivamente aplicado em 15 de março de 2010.

O foro penal de justiça atua de acordo com dispositivos legais previstos no código de processo penal, que tem função de julgar causas penais, como roubo, homicídios, violência a crianças, seqüestro entre outros delitos. O foro possui juízos de garantia, execução e sentença.

Inicialmente fomos informados sobre o sistema de procedimentos administrativos realizados para o recebimento de recursos no Tribunal de Sentença Penais.

Os julgados penais são recebidos na secretaria, após o recebimento desses processos, feito o devido registro, são distribuídos equitativa e aleatoriamente por uma comissão de feitos penais, respeitando-se a ordem de data de protocolo na justiça e a divisão das demandas conforme a matéria a que se destinam, ou seja, para juízos de garantia ou de execução ou sentença.

O novo procedimento penal em vigor a partir de 2000 surgiu com intenção de levar mais transparência ao processo, pois trouxe vantagens da agenda de informação única, a distribuição passou a ser igualitária e aleatória que traz maior segurança, a norma estabeleceu um prazo de 48 horas para a demanda ser distribuída, o que possibilitou a redução do tempo no julgamento dando maior agilidade, os juízes passaram a se dedicar exclusivamente na função de administrar seus julgamentos afastando a tarefa de gerir o procedimento, a nova implantação também levou ao processo publicidade e segurança quando permitiu a realização de distribuição pelos membros da comissão com a participação do público.

Como todo processo de mudança traz momentos de instabilidade e insegurança, acredito que o desenvolvimento de uma nação está sujeito ao esforço comum entre governo e sua sociedade. Um governo solidário as questões sociais de seu povo, que se preocupa com sua condição de vida e busca sua melhoria, está contribuindo efetivamente para o progresso dessa nação. Diante de tudo exposto, percebemos a preocupação do poder Judiciário do Paraguai em aproximar-se da sua sociedade, refletindo em seus atos transparência e celeridade.

Programa Joaquim Nabuco 14

PARTICIPAÇÃO DO JULGAMENTO ORAL – AUDIÊNCIA PÚBLICA

Assunção, 17 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

O processo de julgamento dessas causas é feito por oralidade, nos seis tribunais existentes, compostos por quatro membros ou juízes, que se formam anualmente, sendo cada tribunal integrado pelo Presidente, eleito por seus membros.

Podemos perceber a atuação da mesa de julgamento composta por três juízes, onde diante do denunciado, é realizada a audiência pública. Primeiramente é feita a leitura da acusação, depois o juiz conduz a palavra ao membro do Ministério Publico que faz preliminarmente seu parecer, dá-se seguimento a audiência dando palavra ao denunciado, permitindo-lhe a espontânea de recusa ou sua representação por um advogado ou membro da defensoria pública. É feita a arguição do denunciado pelos representantes do denunciante e posteriormente ao representante do denunciado, que permite aos juízes intervir durante a arguição para pedir esclarecimentos ou mesmo recusa de respostas pelo denunciado.

A audiência pública pode ser assistida pela parte denunciante ou qualquer pessoa interessada no julgamento e não tem limite de tempo para o termino, sendo permitida a sua prorrogação, em data conciliada pelos representantes das partes na própria audiência.

A realização da audiência pública permite ao denunciado sua defesa oral e aos juízes permite a ampliação de juízo de valores a que se sustentam para dar a sentença, que se corrobora por provas documentais e testemunhais.

Programa Joaquim Nabuco 15

SISTEMA DE JUSTIÇA PENAL

Assunção, 18 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

A reforma da Constituição paraguaia de 1992, surgiu com a necessidade de mudança de normas que se tornaram ultrapassadas e inaplicáveis as expectativas de demanda da nova sociedade civil, que não previa normas de garantias fundamentais.

O novo modelo de Estado democrático, social de direito e republicano, instituído a partir da reforma da Constituição em seu preâmbulo e artigo 1º, marca o nascimento de um novo modelo estatal onde Executivo, Legislativo e Judiciário se estabelecem com autonomia e independência:

“Art. 3. Del Poder Público. El pueblo ejerce el Poder Público por medio del sufragio. El Gobierno es ejercido por los poderes Legislativo, Ejecutivo y Judicial, en un sistema de independencia, equilibrio, coordinación y recíproco control. ..//..”

Entretanto, a reforma do modelo penal vigente foi criada visando a adequação das normas constitucionais, tendo como premissa os valores humanos, pois elimina a pena de morte e o exílio, assim como a pena privativa de liberdade perpetua. A norma constitucional também prevê o estabelecimento de pena máxima de privação de liberdade, instituem medidas alternativas de privação de liberdade, como exemplo a multa e suspensão de condicional.

O novo código penal, previsto pela lei nº 1160 de 1997, criou o princípio da legalidade e irretroatividade da lei, proíbe a analogia e erradica a responsabilidade objetiva assim como o conceito do direito autoral. O fiscal do Ministério Público passa a ser responsável pela investigação e denuncia de culpabilidade do acusado.

O código de processo penal entrou em vigor em março do ano de 2000, substitui o modelo de gestão composto basicamente por duas etapas: de investigação e de juízo, a cargo do mesmo juiz, por um modelo processual composto por três etapas: preparatória; a cargo do Ministério Público que realiza a investigação e apresenta a acusação, intermediaria; etapa que permite à defesa ou à vitima, através de uma audiência publica e oral, apresentar questionamentos ou pedidos a acusação formulada, onde o juiz de garantias delibera pela admissão ou não da acusação, e final; formada por um juízo oral e publico.

Essa transformação do sistema penal do Paraguai, que consiste na representação do ser humano como sujeito processual, resultou numa gestão de justiça penal completamente diferente da anterior, permitindo as partes processuais o devido processo legal, respeitando-lhes os princípios da publicidade e contradição, garantias processuais próprias de um Estado Democrático, e, reconhecidas pela Constituição da Republica Paraguaia.

Programa Joaquim Nabuco 16

DIREÇÃO GERAL DE AUDITORIA DE GESTÃO JUDICIAL

Assunção, 19 de setembro 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

Iniciamos o dia com apresentação dos Advogados Mario Soriano Elizeche e Viviana Fretes, que nos trouxe informação a cerca da criação e do funcionamento do modelo de controle de gestão do judiciário.

De acordo com a Acordada nº 478/07 tem como objetivo colaborar com o Conselho de Superintendência para assegurar o cumprimento do poder de controle judicial para obter uma sistemática e eficiente tramitação dos julgamentos e o pronunciamento das falhas em termino de lei.

A Direção Geral de Auditoria de Gestão Judicial se subdivide em três direções: Direção de Análise e Programação, Direção de Auditoria de Campo Programada e Direção de Auditoria de Reação Imediata.

A Direção de Análise e Programação tem como objetivo manter atualizado e administrar um sistema de administração de riscos da gestão judicial capaz de fornecer informação que permita a previsibilidade, prevenção e identificação de obstáculos que afetem o correto funcionamento dos despachos judiciais, sua atividade consiste em resumir informação elaborada pelos despachos judiciais; alimentar e administrar uma base de dados com informação recebida; administrar um sistema de riscos e elaborar o Plano Anual de Auditorias.

A Direção de Auditoria de Campo Programada tem como objetivo controlar, em forma sistemática, a gestão dos despachos judiciais e dos auxiliares de justiça, com a finalidade de permitir o bom funcionamento do sistema de administração de justiça.

A Direção de Auditoria de Reação Imediata tem como função controlar, em forma reativa, a gestão dos despachos Judiciais e dos auxiliares de justiça, com o propósito de pesquisar o alcance de denúncias sobre fatos que lhe foram solicitados.

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DIREÇÃO GERAL DE AUDITORIA INTERNA

Assunção, 18 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

A palestra teve a direção do Sr. Miguel Angel Basualdo Fornells, que discursou sobre as atribuições da Direção Geral de Auditoria Interna.

A Direção Geral de Auditoria Interna foi criada mediante Resolução Nº 257 de 26 de julho de 1990, constituindo-se em um órgão de controle de gestões administrativas e financeiras, estando submetido ao Conselho de Superintendência, tem como função buscar maior eficiência e transparência na gestão administrativa, assim como resguardar a integridade da Corte Superior de Justiça.

A Direção tem como principais objetivos:

* Avaliar o fortalecimento do sistema de controle interno;

* Controlar os ingressos provenientes de registro de automóveis, registros públicos, taxas judiciais e multas e leilões;

* Verificação de migração dos saldos de todas as contas de arrecadação da Corte, habilitadas no Banco Central do Paraguai a nos Bancos habilitados para esse fim;

* Verificação e avaliação de processos de solicitação, transferência e pagamentos a provedores, referentes à aquisição de bens e serviços realizados pela Corte;

* Avaliar os processos de inscrições de veículos da Direção de Registro de Automotores, tanto a nível central como também das Oficinas Registrais e Regionais do interior.

* Realizar auditorias de gestão administrativo-financeira em Circunscrições Judiciais do Interior, priorizando aquelas que possuem níveis de risco mais alto.

A Direção se subdivide em departamentos com suas respectivas atribuições:

# Departamento de Auditoria de Gestão Financeira, que tem como função cuidar das contas financeiras da Corte;

# Departamento de Auditoria de Gestão Operativa que emiti opinião independente e fundamentada a respeito da aplicação das normas, políticas e procedimentos estabelecidos pela Corte Suprema de Justiça referente aos processos de gestão administrativa;

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# Departamento de Auditoria de Gestão Interior que avalia o controle interno e os estados financeiros da gestão administrativa e financeira das diversas Circunscrições Judiciais do interior, sujeitos a controle, assim com também avalia a grade de implementação das recomendações realizadas nos informes de auditorias, resultantes das verificações realizadas nas distintas auditorias e nas Circunscrições Judiciais do Interior;

# Departamento de Auditoria de Assuntos Institucionais que emiti opinião independente e fundada, a respeito da correta aplicação das normas, políticas e procedimentos estabelecidos pela Corte Suprema de Justiça, nos processos de inscrições de Registros Públicos e de Automotores.

Programa Joaquim Nabuco 19

DIREÇÃO DE DIREITOS HUMANOS

Assunção, 19 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

A palestra foi ministrada pelo advogado Sr. Nury Montiel.

A oficina foi criada no ano 2000 como organismo técnico administrativo especializado, denominada Unidade de Direitos Humanos – UDH, no entanto no ano 2006 foi transformada em Direção de Direitos Humanos – DDH, que tem como atribuição a investigação, assessoria técnica, articulação, monitoração, informação, análise e difusão e promoção e capacitação.

A Direção de Direitos Humanos tem como finalidade promover a institucionalização da perspectiva de valorização de direitos humanos no sistema de administração de justiça e busca desenvolver uma ação institucional de promoção e proteção dos direitos humanos em rede nacional, com ênfase na administração de justiça em áreas de intervenção como de infância e adolescência, gênero, povos indígenas e área internacional.

Todas as áreas de intervenção, inclusive as novas áreas de direitos das pessoas com incapacidade, de direitos econômicos, sociais e culturais e de difusão e comunicação, realizam suas ações através do marco sobre as 100 regras de Brasília, normas criadas a partir do encontro da cúpula judicial ibero-americana em 2002 onde se firmou o compromisso de estabelecer regras básicas relativas ao acesso a justiça de pessoas que se encontram em condições de vulnerabilidade.

0s DDHH vem buscando alianças com organismos governamentais como a Secretaria de Infância, o Ministério de Relações Exteriores, o Instituto Paraguaio de Indígena –INDI, a Direção de Direitos Étnicos de Acusação e a Direção de DD.HH. do Ministério do Interior, e com organismos não governamentais como instituições e universidades.

Percebemos que a Corte Superior de Justiça está plenamente empenhada em levar amplo acesso à justiça às pessoas em condições de vulnerabilidade, pois busca mecanismos internos e externos para implementação da “Carta de Direitos das Pessoas perante a Justiça no âmbito judicial ibero-americano”.

Programa Joaquim Nabuco 20

DIREÇÃO DE COMUNICAÇÕES

Assunção, 19 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

O encontro teve a participação do advogado Sr. Luis Gimenez Sandoval, que nos relatou sobre a dinâmica de trabalho realizada na Direção de Comunicação, que foi criada por meio de decisão da Corte Suprema de Justiça, em 27 de dezembro de 2005, por Ata nº 65, motivada pelo fortalecimento do sistema informativo do judiciário, com a finalidade de melhorar a imagem da instituição perante a opinião pública.

A Direção de Comunicação tem a responsabilidade de desenvolver metas de comunicação interna e externa e, assim, levar informação processual rápida e de fácil acesso a sociedade, visando fortalecer o sistema de comunicação com informações precisas sobre a gestão administrativa do judiciário.

Entre algumas das metas estabelecidas pela Direção podemos citar a de facilitar o acesso a informação pública; a de propor e promover as políticas de comunicação; a de desenvolver campanhas de comunicação social; a de proporcionar a orientação e informação necessária a respeito dos serviços de acesso à justiça e a de atender as petições informativas dos meios de comunicações em relação às atividades da Corte.

Dentre os trabalhos desenvolvidos pela direção, podemos destacar sua contribuição em aproximar a sociedade ao poder judiciário paraguaio, levando até ela informações precisas e esclarecedoras, permitindo as crianças e adolescentes livre acesso à justiça, proporcionando-lhes amplo conhecimento através de campanhas educativas, por meio de teatros realizados na sede da Corte por estudantes de ensino fundamental ou por meio de acesso de estudantes em visita à Corte.

A direção incorpora uma ação onde se torna responsável pela informação ágil e de boa qualidade, seja no ambiente interno ou externo da Corte, assumindo um papel relevante na transformação de uma sociedade conhecedora de seus direitos.

Programa Joaquim Nabuco 21

DIREÇÃO DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS E INTEGRIDADE

INSTITUCIONAL

Assunção, 20 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

A Direção de Assuntos Internacionais e Integridade Institucional foi criada pelo acordo nº 472/07 visando de forma geral orientar e promover políticas preventivas coordenadas e eficazes contra a corrupção, harmonizar as políticas nacionais de integridade com as medidas previstas nas Convenções anticorrupção e contar com instrumento que oriente a evolução periódica da aplicação do marco jurídico e das medidas administrativas, visa também, de forma específica, medidas para prevenir a corrupção e promover a transparência e medidas para sancionar a corrupção e recuperar os ativos.

A direção procura desenvolver mecanismos de estudos e parâmetros para prevenção e o combate da corrupção existente no âmbito do sistema judicial ou administrativo da Corte Suprema de Justiça, quando se conclui que várias são as causas da corrupção, podemos citar como o exemplo a falta de objetivo profissional, a informação de difícil acesso, morosidade da justiça, salários inadequados, ausência de denuncia e, por conseguinte de punição. Enfim vários fatores contribuem para esta causa, justificando o conjunto de procedimentos tomados pela direção para prevenir estes feitos.

A Direção de Assuntos Internacionais e Integridade Institucional desenvolve projetos objetivando supervisionar e controlar os feitos jurídicos e administrativos da Corte, através de assistência a magistrados, consultoria permanente, análise de meios de capacitação contínua, analise de convênios e extradição.

A nível internacional essas medidas se implementam pelas Convenções Internacionais Anticorrupção tais como: Convenção Interamericana Contra a Corrupção, Convenção contra Suborno Transnacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) e a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

A direção desenvolve mecanismos de sistema sancionatório onde prevê sanções e punições, buscando acima de tudo princípios básicos de honestidade, permitindo o devido processo e ampla defesa aos acusados.

Programa Joaquim Nabuco 22

CENTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS JUDICIAIS

Assunção, 21 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

As atividades foram iniciadas com uma palestra sobre o Centro Internacional de Estudos Judiciais sob direção da Dr.ª Rosa Elena di Martino.

Criado no ano de 1996 iniciou suas atividades em 1997, com a missão de levar informação e comunicação às cidades do Paraguai, organizando a investigação, publicando obras jurídicas de acesso universal a magistrados e a comunidade.

Algumas de suas principais atribuições são:

Elaborar digestos normativos sistematizados e acordados por meio da biblioteca virtual, disponibilizados no formato “educ.”;

Difundir repertório;

Promover relacionamento interinstitucional da divisão com distintos organismos.

O Centro Internacional de Estudos Judiciais tem tarefa salutar dentro do poder judiciário, pois permite ao cidadão acesso livre e universal a livros, periódicos, jurisprudência e decisões judiciais, mas, contudo, prevê a adoção de medidas que preservam os direitos de intimidade e privacidade, contribuindo sobremaneira com o desenvolvimento de pessoas esclarecidas e questionadoras.

Programa Joaquim Nabuco 23

OFICINA DE MEDIAÇÃO

Assunção, 21 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

A palestra com apresentação das advogadas Sr.ª Mabel Unzain M. e Sr.ª Cynthia Noguera Cabrera teve como pauta a atribuição e missão da Oficina de Mediação, uma contribuição importante na solução de conflitos da comunidade paraguaia.

A oficina foi criada com a possibilidade de dirimir conflitos que porventura fossem de menor grau de complexidade, impedindo que a demanda chegasse ao poder judiciário, justificando a economia de tempo e trabalho dispensado ao processo manejado no âmbito do tribunal.

A oficina surgiu com a missão de evitar trâmites desgastantes, tanto para as partes como para o tribunal, como para os advogados, que vêem suas causas resolvidas de forma rápida e efetiva.

Os objetivos principais propostos pela oficina são:

Descongestionar os tribunais, evitando custo e demora;

Fazer a sociedade de forma geral participar de seus pleitos;

Facilitar o acesso da sociedade à justiça;

Mostrar uma forma mais efetiva de resolução de conflitos e disputas.

A oficina de mediação julga causas que envolvem crianças e adolescentes, causas civis, como danos e prejuízos, juízos sucessórios, demandas por terrenos, juízos de dissolução conjugal, e ações de cobrança, mas não julga ações públicas de iniciativa do Ministério Público.

O trabalho realizado pela oficina de mediação propicia o descongestionamento do poder judiciário, onde o mediador tem a tarefa de propor soluções amigáveis e ponderáveis, sendo o mesmo um técnico facilitador de soluções, que escuta, guia e propõe uma solução.

Chegamos à conclusão que a Oficina de Mediação exerce um papel fundamental na construção de uma sociedade justa, quando permite às partes demandadas a participação

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no deslinde da questão, onde cada parte se torna dona da solução do conflito e capaz de evoluir nas suas decisões, num procedimento informal em que não há ganhador nem perdedor, mas sim pessoas satisfeitas com o deslinde de suas questões.

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VISITA AO MUSEO DA JUSTIÇA

Assunção, 22 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

Primeiramente o Sr. José Agustin Fernandéz R. nos informou que o ano de 1992 foi um marco no resgate de documentos em poder da polícia, considerado o primeiro caso de apreensão de arquivos confidenciais em poder do executivo federal, uma importância política que protagoniza o inicio da democracia

A trajetória de desenvolvimento de um país decorre da conscientização política dos cidadãos e dos seus governantes, mas no momento em que o governo passa a reconhecer seus atos é que se torna possível a abertura de fronteiras para o avanço dessa democracia.

O processo de resgate desses arquivos confidenciais permitiu a criação de um museu na Corte Suprema de Justiça, declarando-a competente em matéria pertinente a direitos humanos.

Foi necessário criar um recurso capaz de fornecer aos interessados nos dados constantes desses arquivos, surgindo o habeas-data como meio eficiente de informação e incorporação de dados. Nesse momento várias medidas foram adotadas para tornar possível a reparação de danos às vitimas do movimento contra a ditadura ou as famílias de desaparecidos.

O museu da Justiça obteve o título de patrimônio histórico da humanidade, reconhecendo o esforço do judiciário em preservar a historia do país.

Pelas dependências do museu, nas dezessete vitrinas divididas por cores distintas, podemos descobrir fatos que se iniciam desde o período pré-colonial, passando pelo período colonial até o alcance da independência. Esses períodos de construção de historia refletiam o modo de viver de uma sociedade em pleno crescimento moral e intelectual, que buscava através de movimentos estudantis demonstrarem sua insatisfação perante a política de governo do país.

O museu de justiça é um repositório de dados de documentos secretos de investigação judicial de policia, documentos judiciais e de polícia técnica, resgatados pelo judiciário para o conhecimento de toda sociedade do Paraguai, onde se permite livre acesso a comunidade.

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SISTEMA NACIONAL DE FACILITADORES JUDICIAIS

Assunção, 22 de setembro de 2011 Walmiria Vicente Cavarzan Supremo Tribunal Federal

Brasília – Brasil

A palestra dirigida pela Adv. Lourdes Sandoval teve como tema o Sistema Nacional de Facilitadores, tratando de sua função e suas peculiaridades no âmbito do judiciário paraguaio.

O sistema foi criado principalmente para atender às pessoas em condição de vulnerabilidade de acesso à justiça, que estão instaladas em lugares longínquos, sem educação primária, secundária e saneamento básico, lugares que praticamente inexiste a presença do Estado, fato considerado lesão ao direito humano fundamental, daí a necessidade e o comprometimento do judiciário em levar a esta população serviços destinados a concretização de seus direitos, momento que se implementa o Sistema Nacional de Facilitadores Judiciais.

Dentre objetivos gerais do sistema de facilitadores podemos destacar:

Contribuição pela governabilidade democrática, Melhorar os níveis de acesso a justiça, Redução dos conflitos, Redução da pobreza, através de um mecanismo de participação da cidadania.

A abertura de fórum de discussão resultou numa pesquisa em que ficou comprovada o baixo nível de acesso dessa população à justiça, se constatou problemas como a insegurança, a falta de impunidade, por isso o alto nível de delinqüência, a ruptura do Estado de Direito, a falta de confiança na justiça, por isso a realização de justiça com as próprias mãos. Também foram encontradas várias barreiras no sistema judiciário como falta de estrutura nos espaços de trabalho, falta de material de expediente, falta de recursos financeiros, funcionários sem estímulos profissionais, falta de recursos humanos.

Enfim, realizou-se uma variedade de estatísticas onde se conclui a necessidade do País em criar um sistema de justiça eficiente e de fácil acesso para todos os níveis de cidadania, fornecendo a gratuidade do serviço jurídico, para possibilitar a todo cidadão o exercício de seus direitos de ir e vir.

Diante disso, a Corte Suprema de Justiça, com intenção de dirimir este problema social, integra-se a Rede Interamericana de Facilitadores Judiciais, uma instancia da Organização dos Estados Americanos, que hoje tem mais de 1000 facilitadores judiciais em 10 departamentos do País, escolhidos através de um processo de ampla discussão, quando se convoca uma assembléia e se nomeia o Facilitador, pessoa escolhida entre a comunidade para ser um interlocutor entre seu povo e o judiciário.

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O trabalho desenvolvido neste sistema envolve a dedicação de pessoas comprometidas com a defesa de valores e princípios de índole moral e ético, sendo merecedor de nosso respeito e profunda admiração plenamente extensíveis ao competente poder de gestão administrativo e judicial da Corte Suprema de Justiça.