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FUNDAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais MUDANÇAS TECNOLÓGICAS DA ETAPA DE FILTRAÇÃO / TROCA IÔNICA NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALUMINA NA FCC S.A. Kleyson de Carvalho Teixeira Rio de Janeiro - RJ 2016

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Page 1: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de …...RESUMO TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca iônica do processo de

FUNDAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA

OESTE

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de

Materiais

MUDANÇAS TECNOLÓGICAS DA ETAPA DE FILTRAÇÃO / TROCA IÔNICA

NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALUMINA NA FCC S.A.

Kleyson de Carvalho Teixeira

Rio de Janeiro - RJ

2016

Page 2: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de …...RESUMO TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca iônica do processo de

FUNDAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA

OESTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

MATERIAIS

Mudanças tecnológicas da etapa de filtração / troca iônica no processo de

produção de alumina na FCC S.A.

Dissertação apresentada, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre,

ao Programa de Pós-Graduação em

Ciência e Tecnologia de Materiais

(PPCTM), do Centro Universitário

Estadual da Zona Oeste. Área de

concentração: Catálise aplicada à

indústria petrolífera.

Orientado: Kleyson de Carvalho Teixeira

Orientadores:Prof.ª DSc. Neyda de laCaridad Om Tapanes

DSc. Edisson Morgado Junior

Rio de Janeiro - RJ

Março 2016

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A REPRODUÇÃO DESTE TRABALHO PODERÁ SER FEITA, POR QUALQUER

MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,

DESDE QUE CITADA A FONTE E AUTORIZADO POR ESCRITO PELO AUTOR.

___________________________ __________________________________

Data Kleyson de Carvalho Teixeira

Kleyson de Carvalho Teixeira

X000 Teixeira, Kleyson de Carvalho.

Mudanças tecnológicas da etapa de filtração / troca iônica no processo de produção de alumina na FCC S.A./ Kleyson de Carvalho Teixeira. – 2016.

76f.

Orientadores: Prof.ª DSc. Neyda de laCaridad Om

Tapanes e DSc. Edisson Morgado Junior

Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro.

1. Troca iônica da alumina – Tecnologia. 2. Sódio, Sulfato e tamanho médio de partículas – Método.

XXX 000.000

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Mudanças tecnológicas da etapa de filtração / troca iônica no processo de produção

de alumina na FCC S.A.

Dissertação apresentada, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre,

ao Programa de Pós-Graduação em

Ciência e Tecnologia de Materiais, do

Centro Universitário Estadual da Zona

Oeste. Área de concentração:

Aprovado em: 29 de março de 2016.

Banca Examinadora:

_____________________________________________________

Prof.ª DSc. Neyda de laCaridad Om Tapanes

PPCTM – UEZO

_____________________________________________________

DSc. Edisson Morgado Junior

Cenpes – Petrobrás S.A.

_____________________________________________________

DSc. Alexandre Figueiredo Costa

AB-CR/PAR/PPB – Petrobrás S.A.

Rio de Janeiro - RJ

2016

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AGRADECIMENTO

• A Deus, por iluminar o meu caminho e me amparar nos momentos mais difíceis.

• Aos meus irmãos Kleber e Kleyde, que na ausência de meus pais, puderam ser a

minha base e me ensinar a ser uma pessoa civilizada e a perseverar pelos meus

objetivos.

• A minha amada esposa Hilda pelos constantes incentivos aos estudos e ao

conhecimento.

• Aos meus filhos, Anna (Bia), Amanda, Lucas e Yasmin, pela paciência de ter um pai

que estava ausente durante o curso do mestrado, porém ainda assim me apoiaram em

muito nessa conquista.

• À minha orientadora Dra. Neyda de La Caridad Om Tapanes, da Pró-Reitoria de

Pesquisa e Pós-Graduação da UEZO pela oportunidade de trabalharmos juntos, pela

capacitação profissional, pela amizade, pelo apoio, incentivo e paciência ao orientar-

me na execução desse trabalho, elucidando os caminhos que conduzem ao estudo

científico.

• Ao meu Co-orientador Dr. Edisson Morgado Junior, pelos preciosos ensinamentos

adquiridos na área de fabricação de aluminas, pelas horas que trabalhamos juntos

neste projeto, pela paciência, atenção, compreensão, exemplo de profissionalismo e,

sobretudo, pela amizade alcançada e mantida nestes longos anos de convivência

dentro do ambiente industrial e que pôde transpor as portas acadêmicas.

• Ao meu amigo de ‘tripla jornada’, na FCCSA, UCAM e na UEZO, Engenheiro

Alexandre Chamusca, pela amizade, pelo incentivo aos estudos, pela luta

compartilhada nos trabalhos que precisávamos entregar, pela superação nos

obstáculos que resolvemos enfrentar juntos e pelo apoio na meta de não desistir

jamais.

Page 6: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de …...RESUMO TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca iônica do processo de

• Ao meu amigo de labuta, o Engenheiro José Antônio Silva cujos préstimos são

impagáveis no auxílio dos testes e nas atividades de laboratório da FCCSA. Cuja

dedicação muito me honrou e auxiliou para obtenção dos resultados propostos.

• Ao estagiário de Engenharia Geovane Antoniani, que pode me auxiliar na condução

dos testes que tivemos que executar no laboratório da FCC S.A.

• À turma do laboratório da FCC, que muito me apoiou na pesquisa, posso citar alguns

dos principais, pois não vou conseguir lembrar-me de todos, Zionaldo, Luciano,

Marcelo, Raphael, Agles, Aline, Ludegero, etc e, ao coordenador Luiz Roberto pelo

apoio e liberação das instalações para os testes.

• Ao amigo de labuta Alcir por me apoiar na busca por um mestrado e ao apoio

necessário para a execução dos testes no laboratório da FCCSA.

• Ao amigo de labuta Flávio Antônio dos Santos pela paciência e disposição para

“aturar” a batalha do dia a dia na automação ao meu lado.

• A todos que direta ou indiretamente puderam contribuir para que eu pudesse concluir

esta etapa acadêmica.

Muito obrigado!

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"Não se limite a uma forma, adapte-se e construa a sua própria,

e deixá-la crescer, ser como a água. Esvazie a sua mente, ser

amorfo, sem forma como a água. Se você colocar água num

copo, ela se torna o copo; Se você coloca água numa garrafa

ela se torna na garrafa; se colocá-la num bule de chá, ela torna-

se o bule. A água pode fluir ou pode destruir. Seja água, meu

amigo."

Bruce Lee (1940-1973)

Artista, Instrutor, Filósofo, Ator, Roteirista, Diretor e Produtor

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RESUMO

TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca

iônica do processo de produção de alumina na FCC S.A.2016. Dissertação (Mestrado

Profissional). Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais – Centro

Universitário Estadual da Zona Oeste 2016.

As aluminas possuem várias aplicações industriais em inúmeros produtos. Estudaremos a

alumina com estrutura de pseudoboehmita fabricada para a produção de catalisadores usados

no processo de craqueamento catalítico fluido (FCC) em refinarias de petróleo. Várias são

as propriedades da alumina reguladas para tal aplicação, porém, dentre estas, a concentração

de íons contaminantes derivados de sua síntese exigem especial controle. Serão estudadas as

características de remoção de sódio e sulfato na etapa de lavagem e troca iônica do

precipitado. Neste estudo, iremos abordar testes realizados com o objetivo de melhorara

eficiência de troca iônica desta alumina na planta industrial. Nossos estudos serviram para

mapear como o sódio e o sulfato são removidos ao longo das etapas deste sistema de troca

iônica, tendo como variáveis independentes o volume e a ordem de adição dos líquidos de

troca e lavagem, bem como o pH da solução de troca a base de cloreto de amônio. Além de

demonstrar as técnicas empregadas para poder caracterizar a remoção destes contaminantes,

iremos também avaliar os impactos sobre o teor residual de cloreto e o tamanho médio de

partícula após peptização ácida da alumina (tmpp).

Palavras-chave:

Alumina, Troca iônica, Tmpp, Sulfato, Sódio

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ABSTRACT

TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Technological changes in the filtration step / ion

exchange of the alumina production process in FCC S.A.2016. Dissertation (Master).

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais – Centro Universitário

Estadual da Zona Oeste 2016.

Aluminas have various industrial applications in numerous products. We will study the

alumina with pseudoboehmite structure manufactured for the production of catalysts used in

the process of fluid catalytic cracking (FCC) in petroleum refineries. There are several

properties of the alumina adjusted to meet such an application, however, among them, the

concentration of contaminants derived from the alumina precipitation requires special

control. The characteristics of the sodium and sulfate removals will be studied in the washing

step and ion exchange of the precipitate. In this study, we will discuss experimental tests

with the aim of improving the ion exchange efficiency of this alumina in the industrial plant.

Our studies were designed to map out how the sodium and sulfate are removed along the

stages of the ion exchange system, having as independent variables the amount and order of

addition of liquids as well as the pH of the ammonium chloride solution. In addition to

demonstrating the techniques employed in order to characterize the removal of these

contaminants, we will also evaluate the impacts on the residual chloride content and on the

average particle size after acid peptization of the alumina (Qels).

Keywords:

Alumina, Ion Exchange, Qels, Sulfate, Sodium

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Karl Josef Bayer.....................................................................................................6

Figura 2: Composição terrestre..............................................................................................6

Figura 3: Fluxograma do Processo Bayer de Produção de Alumina.....................................7

Figura 4: Alumina calcinada................................................................................................10

Figura 5: Crescimento das partículas de Alu-VCLA.........................................................15

Figura 6: Exemplo da representação gráfica em função do tamanho das partículas.........22

Figura 7: Esquemático de um analisador por espalhamento dinâmico de luz....................23

Figura 8: Esquemático de um analisador de determinação de sódio por fotometria de cha-

ma......................................................................................................................25

Figura 9a: Analisador para determinação de sódio por fotometria de chama....................25

Figura 9b: Analisador para determinação de sódio por fotometria de chama..................25

Figura 10a: Analisador para determinação de carbono e enxofre......................................27

Figura 10b: Analisador para determinação de carbono e enxofre......................................27

Figura 11a: Analisador para determinação de cloreto........................................................28

Figura 11b: Analisador para determinação de cloreto........................................................28

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Experimentos e referências dos testes realizados na semana em que a suspensão

de alumina foi coletada.........................................................................................................24

Tabela 2: Experimentos e referências dos testes realizados após 20-30 dias de estocagem da

suspensão de alumina (ordem de adição dos líquidos: NH4Cl/NH3/H2O)...........................25

Tabela 3: Experimentos para acompanhamento do teor de contaminantes em cada etapa do

processo de filtração, troca iônica e lavagem.......................................................................26

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LISTA DE SIGLAS

CENPES Centro de Pesquisas da Petrobras

CTC Capacidade de Troca Catiônica

DTP Distribuição do Tamanho de Partículas

FCC Fluid Catalytic Cracking

FCCSA Fábrica Carioca de Catalisadores Sociedade Anônima

LOI LossofIgnition

TMPP Tamanho médio de partícula peptizada

BOC Bauxite Ore Concentrated

Letras Latinas Dimensão

L Grandeza fundamental – comprimento

M Grandeza fundamental – massa

m Massa do leito

[M]

T Grandeza fundamental – tempo

Letras Gregas Dimensão

ρ Massa específica [M.L-3]

Sobrescritos

® Marca registrada

TM Marca comercial

* Equilíbrio

Subscritos

0 Inicial

1/2 Metade do valor inicial

sol Solução

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SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................................I

ABSTRACT..........................................................................................................................II

LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... III

LISTA DE TABELAS........................................................................................................ IV

LISTA DE SIGLAS..............................................................................................................V

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

2 OBJETIVOs GERAL E ESPECÍFICOS .............................................................................................. 3

3 REVISÃO BIBIOGRÁFICA............................................................................................................. 4

3.1- ALUMINAS .............................................................................................................................. 4

3.1.1. CRONOLOGIA DA ALUMINA ............................................................................................ 4

3.1.2- SINTESE DA ALUMINA: PROCESSO BAYER ....................................................................... 5

3.2. ALUMINA PRODUZIDA NA FCC SA ........................................................................................ 11

3.2.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA ALUMINA VCLA ........................................................... 11

3.2.2.1. SULFATO DE ALUMÍNIO .......................................................................................... 12

3.2.2.2. ALUMINATO DE SÓDIO ........................................................................................... 12

3.2.2.3. ALUMINA ................................................................................................................ 12

3.2.2.3.1 PRECIPITAÇÃO E ENVELHECIMENTO .................................................................... 12

4 MATERIAIS E MÉTODOS: ......................................................................................................... 14

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS: ....................................................................................................... 14

4.2. TECNICAS DE CARACTERIZAÇÃO ........................................................................................... 15

4.2.1. ANÁLISE DE TAMANHO MÉDIO DE PARTÍCULA PEPTIZADA (TMPP) .............................. 15

4.2.1.1 FUNDAMENTOS DA ANÁLISE DE TAMANHO DE PARTÍCULA ................................... 15

4.2.2. ANÁLISE DE SÓDIO: ....................................................................................................... 18

4.2.2.1 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE SÓDIO .............................................. 18

4.2.3. ANÁLISE DE SULFATO .................................................................................................... 20

4.2.3.1 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE SULFATO .......................................... 20

4.2.4. ANÁLISE DE CLORETO .................................................................................................... 21

4.2.4.1 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE CLORETO .......................................... 21

4.3. PLANEJAMENTO DOSEXPERIMENTOS .................................................................................. 22

4.3.1.CRONOLOGIA DOS TESTES ............................................................................................. 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 25

6. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 29

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7. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS .................................................................................... 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ...................................................................................................... 32

ANEXOS ............................................................................................................................ 48

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1

1 INTRODUÇÃO

A alumina hidratada ou hidróxido de alumínio é utilizada amplamente na

indústria para a produção de policloreto de alumínio, sulfato de alumínio, catalisadores,

zeólitas, polímeros como aditivo retardante de chamas e supressor de fumaça, espumas

flexíveis de poliuretano, entre outras aplicações de acordo com Alcoa (2016) e ABAL

(2016). A alumina hidratada ou hidróxido de alumínio é produzido por meio de dissolução

da bauxita em soda cáustica, através do processo conhecido como processo Bayer para

precipitação de aluminas. Dentre as maiores produtoras de aluminas, temos a Alcoa –

Multinacional com sede em Nova Iorque e Sasol – Multinacional com sede na África do Sul,

de acordo com Alcoa (2016) e Sasol (2013).

O óxido de alumínio – Al2O3– conhecido como Alumina, é obtido pela

calcinação dos hidróxidos de alumínio e tem grande emprego na preparação de catalisadores.

Por apresentar uma larga faixa de área específica e volume de poros (geralmente

em função do método de preparação) a alumina pode ser usada como catalisador ou suporte

para catalisadores em vários processos químicos, de acordo com Alcoa (2016) e Sasol

(2013).

As aluminas são utilizadas na indústria de refino de petróleo como matriz ativa

na composição de catalisadores do processo de craqueamento catalítico fluido (FCC),

responsável pela produção de grande parte da gasolina na refinaria a partir da conversão de

resíduos da destilação do petróleo. Apresentam atividade de craqueamento, não seletiva,

principalmente para moléculas maiores como as presentes nos gasóleos mais pesados, dessa

forma promovendo o seu pré-craqueamento em moléculas menores que se tornam acessíveis

aos sítios ácidos da zeólita, principal componente do catalisador de FCC, de acordo com

Silva (2015) e Nogueira (1984).

A versatilidade das unidades de FCC permite que se possa operá-las de

diferentes maneiras, de modo que, mediante um tipo de catalisador adequado e alguns ajustes

nas condições operacionais, é possível maximizar a produção de gasolina, de diesel ou

olefinas leves - matéria para a indústria petroquímica, de acordo com Botelho (2005).

No craqueamento catalítico, a quebra das cadeias longas de hidrocarbonetos se

dá tanto pelo efeito térmico, quanto pela presença de um catalisador, que vai atuar

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diminuindo a energia de ativação, melhorando assim a seletividade a determinados produtos,

de acordo com Sugungun et al. (1998).

Neste processo o catalisador é usado na forma de um fino pó (granulometria em

torno de 70 micra), sendo aquecido, para então entrar em contato contracorrente com a carga,

vaporizando-a e craqueando-a instantaneamente. Há um contato de 1 a 4 segundos da carga

de catalisador no reator (“riser”), sendo este tempo suficiente para converter praticamente

toda fração pesada em frações mais leves, segundo Henshaw (1998). Os gases obtidos são

separados do catalisador por intermédio de um ciclone e o catalisador desativado é enviado

a uma câmara de regeneração (atmosfera de ar e aquecimento), onde sai novamente ativo e

livre do coque residual, e na temperatura necessária para craquear uma nova carga, conforme

Nogueira (1984).

Por ser submetido a severos impactos durante sua circulação na unidade de FCC,

o catalisador deve atender as rígidas especificações quanto à densidade aparente e resistência

ao atrito. Tais propriedades físicas são fortemente influenciadas pela qualidade da alumina

incorporada. Quanto maior a quantidade de alumina, mais significativa esta influência. Este

é o caso de determinadas tecnologias de preparo do catalisador de FCC em que a capacidade

ligante da alumina é extremamente requerida e importante, enquanto para outras tecnologias

a base de sol de sílica o efeito ligante da alumina é menos crítico, porém ainda desejável.

Page 16: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de …...RESUMO TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca iônica do processo de

3

2 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS

Este trabalho tem como objetivo geral abordar possíveis mudanças na etapa de

troca iônica da alumina na FCCSA a fim de reduzir os teores de sódio e de sulfato

intrinsecamente provenientes de sua síntese. Esta etapa é fundamental para atendimento às

especificações da alumina para sua utilização como produto intermediário na fabricação de

catalisadores para craqueamento catalítico.

A alumina depende de troca iônica para que possa reduzir os índices de sódio e

de sulfato na sua composição. Estes elementos contaminantes são deletérios para a atividade

e propriedade física do catalisador; o sódio causando desativação dos sítios ácidos e o sulfato

podendo afetar negativamente a capacidade ligante da alumina. Para as tecnologias de

produção de catalisadores que não contemplam lavagem final, é fundamental que todos os

componentes intermediários sejam quase totalmente isentos de sulfato e sódio

(principalmente).

Como objetivos específicos o trabalho intenciona identificar correlações entre as

variáveis de processo e as propriedades da alumina bem como elucidar alguns mecanismos

relacionados ao processo de remoção dos citados íons da superfície da alumina.

Page 17: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de …...RESUMO TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca iônica do processo de

4

3 REVISÃO BIBIOGRÁFICA

3.1- ALUMINAS

3.1.1. CRONOLOGIA DA ALUMINA

A história da alumina se funde com a história da humanidade, vestígios de

utilização da alumina foram identificados em recipientes de 6000 a.C., ainda hoje não param

de ser feitas descobertas para a utilização da alumina (ou alumínio) que vão da indústria

Aeronáutica à Tecnologia da Informação, passando pela Indústria Química e de Alimentos.

Este é sem dúvida um dos materiais que mais permite a diversidade de utilização, ainda por

cima é plenamente reciclável (o alumínio), o que contribui em muito para a sustentabilidade

do nosso planeta, de acordo com Abal (2016).

6000 a.C.

Os Persas fabricaram potes e recipientes de argila que continham óxido de

alumínio (Al2O3)

3000 a.C.

Argilas com alumina eram utilizadas por povos antigos do Egito e Babilônia para

a fabricação de cosméticos, medicamentos e corantes de tecidos.

1809

Primeira obtenção do que até então mais se aproximava do alumínio. Humphrey

Davy foi o mentor da descoberta, fundindo ferro na presença de alumina.

1821

O francês P. Berthier descobre um minério avermelhado, que contém 52% de

óxido de alumínio, perto da aldeia de Lês Baux, no sul da França. É a descoberta

da bauxita, o minério mais comum de alumínio.

1825

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5

O físico dinamarquês Hans Christian Oersted consegue isolar o alumínio de

outra maneira, a partir do cloreto de alumínio na forma como é conhecido hoje.

1854

Primeira obtenção do alumínio por via química, realizada por Henry Saint–

Claire Deville.

1855

Deville mostra, na exposição de Paris, o primeiro lingote de um metal muito

mais leve que o ferro. Torna-se público o processo de obtenção de alumínio por

meio da redução eletrolítica da alumina dissolvida em banho fundido de criolita.

Esse procedimento foi desenvolvido separadamente pelo norte-americano

Charles Martin Hall e pelo francês Paul Louis ToussaintHéroult, que o

descobriram e o patentearam quase simultaneamente. Esse processo ficou

conhecido como Hall-Heróult e foi o que permitiu o estabelecimento da indústria

global do alumínio.

1888

Karl Josef Bayer patenteou o processo de obtenção da alumina através da bauxita

tornando o sistema de produção 80% mais barato.

1945

Na cidade de Ouro Preto (MG) é produzido o primeiro lingote de alumínio do

Hemisfério Sul, na fábrica da Elquisa.

3.1.2- SINTESE DA ALUMINA: PROCESSO BAYER

Karl Bayer (Figura 1) foi um químico austríaco, que desenvolveu um processo

para a extração de alumina de bauxita, ele foi capaz de reduzir o custo de produção de

alumínio em 80% entre 1854 e 1890; ele descobriu um método para a produção de hidróxido

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6

de alumínio como um corante para a indústria têxtil em 1887 e o patenteou no ano seguinte,

segundo Henshaw (1998) e Bray (2010).

O processo Bayer ainda é usado em todo o mundo como o principal método para

a produção de alumina para fundição. A primeirare finaria de alumina usando o processo

Bayer foi estabelecida em Gardanne na França em 1894 e está em funcionamento até hoje,

segundo Habashi (1994) e Silva et al. (2007). Este processo fez com que o elemento químico

que ocupa o terceiro lugar em abundância na crosta terrestre pudesse se tornar

economicamente viável. Conforme pode ser visto na Figura 2, o Alumínio responde por 8%

da ocupação na crosta terrestre, tornando-o um dos elementos mais significativos para o

nosso planeta, segundo World-Aluminium (2013) e European Aluminum Association

(2013).

Silício28%

Oxigênio47%

Ferro5%

Cálcio, Sódio, Potássio e outros

12%Aluminio

8%

O metal mais abundante na crosta terrestre

é o alumínio.

Figura 1: Karl Josef Bayer

Figura 2: Composição da crosta terrestre.

Page 20: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de …...RESUMO TEIXEIRA, Kleyson de Carvalho. Mudanças tecnológicas na etapa de filtração / troca iônica do processo de

7

O processo Bayer é conhecido como o principal e mais econômico método para

produção de alumina e alumínio a partir de bauxitas com baixa porcentagem de sílica e

composta principalmente de trihidróxido de alumínio com estrutura de Gibsita. Podemos

observar na Figura 3 a ilustração do fluxograma do Processo Bayer.

No processo a bauxita é britada, moída e digerida em autoclave com uma solução

de hidróxido de sódio (NaOH) ou soda cáustica, como é mais conhecida, além de carbonato

de sódio e cal. A suspensão e o rejeito, caracterizado como lama vermelha, após o processo

de digestão e de resfriamento, são separados por sedimentação e filtração. A lama vermelha

é composta por: carbonato de cálcio, titânio, óxido de ferro (que é o responsável pela

coloração vermelha) e produtos de desilicação. A seguir do processo de digestão, a

suspensão de Aluminato de Sódio, também conhecido como Natal (Natrium Aluminate) ou

Licor é filtrado e introduzido em precipitadores, onde sementes de gibsitacatalisam a

formação de cristais de Al(OH)3. O Licor é separado, lavado e calcinado. As condições da

Figura 3: Fluxograma do Processo Bayer de Produção de Alumina (ALCOA 2009)

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8

precipitação, como o tempo, a temperatura e as condições de nucleação, são importantes no

controle da granulometria, textura e pureza do hidróxido produzido. Pelo processo Bayer é

possível converter de 2 a 2,5 toneladas de bauxita em aproximadamente 1 tonelada de

alumina, segundo World-Aluminium (2013) e Chemical Engineering Guide (2013).

Após a extração e processamento da bauxita, ela passa pormoagem e assume a

aparência de “pelotas” de terra, conhecido como minério, conforme podemos ver nas Figuras

4a e 4b, e em seguida é direcionada para a digestão com uma solução cáustica de hidróxido

de sódio (NaOH) sob temperatura e pressão. As condições em que se processa a digestão

(concentração, temperatura e pressão), variam de acordo com as propriedades da bauxita.

Plantas fabris modernas comumente operam em temperaturas entre 200 e 240

°C, e pressão em torno de 30 atm, segundo Habashi (1994) e Silva et al. (2007). Nestas

condições a maioria das espécies contendo alumínio é dissolvida, formando um licor verde,

Equações (1) e (2).

(1)

(2)

A clarificação ou digestão é uma das etapas mais importantes do processo, nela

ocorre a separação entre as fases sólida (resíduo insolúvel) e líquida (licor). Normalmente as

Figuras 4a e 4b: Bauxita na forma de minério e de pelotas após moagem.

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9

técnicas empregadas envolvem espessamento seguido de filtração. O espessamento é um

processo de decantação, em que o resíduo proveniente da digestão é encaminhado para

unidades denominadas de espessadores/lavadores. O objetivo destas unidades é concentrar

o resíduo, aumentando seu teor de sólidos, para recuperar a maior quantidade de Hidróxido

de Sódio possível e fornecer um "overflow" para a filtragem. Nesta fase é comum a adição

de polímeros (como hidroxamatos e poliacrilamida) para induzir a floculação das partículas

nos espessadores ou até mesmo a utilização de processos de separação com membranas

poliméricas, segundo Habashi (1994) e Figueiredo & Morgado (2001). Em seguida, ocorre

a etapa de precipitação, quando se dá o esfriamento do licor verde.

Após este esfriamento é feita adição de uma pequena quantidade de cristais de

alumina (semeadura) para estimular a precipitação, em uma operação reversa à digestão,

Equação (3).

(3)

A alumina é cristalizada na forma de hidrato e o licor residual, contendo NaOH

e alguma alumina, é recirculado para a etapa de digestão, segundo Habashi (1994) e

Figueiredo & Morgado (2001).

Após esta etapa temos dois caminhos a ser seguidos, a separação do Hidrato e

sua destinação para consumo sob a nomenclatura comercial de BOC (Bauxite Ore

Concentrate) ou Concentrado de Alumina ou a sua calcinação, segundo Sasol (2013). A

alumina é calcinada a aproximadamente 1000°C para desidratar os cristais, formando cristais

de alumina puros, de aspecto arenoso e branco (Figura 4). Podemos observar o processo de

transformação termoquímica desta etapa na Equação (4), conforme Abal (2016) e Silva et

al. (2007).

(4)

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10

3.1.3. APLICAÇÕES PARA FINS CATALÍTICOS

No complexo processo de fabricação de catalisadores e aditivos de FCC é

necessária a utilização de aluminas que confiram propriedades ao catalisador que atendam

ao mercado e que sejam produzidas ao menor custo possível. Nesse sentido, atividades de

pesquisa e desenvolvimento são necessárias, sendo atualmente suportadas pelos Centros de

P&D da Petrobrás S.A. (CENPES) e da Albemarle Corporation, sócios paritários da FCC

SA.

A calcinação direta do hidrato Bayer conforme descrita na seção anterior leva à

formação de uma alumina apropriada à produção de alumínio metálico, materiais cerâmicos,

abrasivos e refratários, mas raramente para fins catalíticos.As aluminas mais apropriadas

para fins catalíticos são as do tipo gama, derivadas de boehmitas microcristalinas

(pseudoboehmitas) com estrutura de oxihidróxido de aluminío. Porém, estas últimas não são

encontradas na natureza.

Para a utilização da Alumina para fins catalíticos, como no caso da FCCSA -

Fábrica Carioca de Catalisadores S.A., é necessario sintetizar a alumina hidratada na forma

de boehmita, comumente usando o hidrato Bayer (BOC) como fonte de alumínio.

A FCC SA atualmente produz em sua planta industrial duas aluminas

boehmíticas especiais com características distintas quanto à sua cristalinidade, área

específica e peptizabilidade em meio ácido, esta última relacionada à sua propriedade

ligante. Tais características conferem funções complementares ao catalisador. No caso da

alumina VCLA, foco do presente trabalho, sua cristalinidade é regulada com o fim de

Figura 4: Alumina calcinada

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11

conferir adequada porosidade e acidez à matriz do catalisador de FCC, responsável pelo

craqueamento de moléculas pesadas inacessíveis aos microporos da zeólita. Por outro lado,

sua peptizabilidade em meio ácido precisa ser garantida a fim de se constituir como

elemento de liga entre os demais componentes do catalisador, desse modo conferindo a

necessária resistência mecânica às partículas do catalisador.

3.2. ALUMINA PRODUZIDA NA FCC SA

3.2.1. VISÃO GERAL

Na FCCSA, o processo de fabricação da alumina VCLA é feito desde o recebimento

do Trihidrato de Alumínio em pó (BOC) até a sua conversão em um precipitado de

pseudoboehmita e estocagem.

A rota de fabricação desta alumina de baixa cristalinidade inicia-se com a

produção dos intermediários Aluminato de Sódio e Sulfato de Alumínio, sais de alumínio

solúveis utilizados na etapa de neutralização ou precipitação, seguindo-se as etapas de

Envelhecimento e Troca Iônica do precipitado e sua estocagem na forma de suspensão,

conforme as observações de Figueiredo (2009). Neste trabalho daremos ênfase ao processo

de tratamento, particularmente importante quando esta alumina é usada na fabricação de

catalisadores que não empregam lavagem final e, portanto, exigem a incorporação dos seus

componentes praticamente isentos de sódio. Sendo assim, a última etapa do processo de

fabricação da alumina VCLA é dedicada ao ajuste deste contaminante dentro de

especificação restrita.

Há casos em que a especificação de sódio para a alumina a ser incorporada no

catalisador não é tão restrita e havendo oportunidade logística aplica-se após a filtração do

precipitado apenas uma lavagem com água para a remoção de sulfato, resultando na alumina

denominada WW-VCLA (WW = Water Washed). O sistema de filtração, lavagem e troca

iônica do precipitado de alumina na FCCSA ocorre em um filtro do tipo esteira industrial.

3.2.2. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA ALUMINA VCLA

Para o processo de fabricação da alumina com baixa cristalinidade precisamos

primeiro preparar dois reagentes, o Sulfato de Alumínio, também conhecido como Alum

(Aluminum Sulfate) e o Aluminato de Sódio, conhecido como Natal (Natrium Aluminate).

Os processos de fabricação ocorrem também dentro da própria FCCSA

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12

3.2.2.1. SULFATO DE ALUMÍNIO

Reação química para o preparo de Alum, descrita conforme a equação 5:

3.2.2.2. ALUMINATO DE SÓDIO

Reação química para o preparo de Natal:

(6)

3.2.2.3. ALUMINA

3.2.2.3.1 PRECIPITAÇÃO E ENVELHECIMENTO

A reação de neutralização dos reagentes ALUM e NATAL é exotérmica e a

temperatura de precipitação precisa ser controlada a fim de impedir a cristalização de outras

fases não boehmiticas e de garantir a peptizabilidade em meio ácido do precipitado. Nesse

sentido, além do uso de lastro de água refrigerado, também os reagentes são refrigerados

antes de serem admitidos no reator. O pH de neutralização é outro fator relevante de controle

nesta etapa afetando,entre outras propriedades do precipitado, a sua filtrabilidade, de crucial

importância à capacidade de produção da planta. Abaixo temos a reação química da alumina.

6NaAlO2 + Al2(SO4)3 + 12 H2O 8Al(OH)3 + 3Na2SO4 (7)

Após a dosagem de ambos os reagentes, o pH é ajustado para a faixa alcalina e

a suspensão transferida por gravidade ao tanque de envelhecimento, onde é rapidamente

aquecida com injeção de vapor. A suspensão é deixada por determinado tempo sob agitação

branda e em condições tais que promovam a cristalização moderada do precipitado à

pseudoboehmita com características cristalográficas adequadas.

Al2O3.3H2O+3H2SO4+12H2O Al2(SO4)3.18H2O(5)

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13

Do ponto de vista fenomenológico, pode-se ilustrar as transformações desde a

neutralização dos reagentes até o final do envelhecimento conforme o esquemático da Figura

5. O crescimento dos cristais de boehmita se dá a partir da nucleação de partículas primárias,

chamadas de cristalito, passando por partículas secundárias até a sua formação final de

crescimento em partículas terciárias, que constituem o precipitado a ser filtrado Figueiredo

(2008).

Partícula

Primária

Cristalito Partícula Secundária

Partícula Terciária

~ 5 nm

~ 5 mm

Figura 5: Esquemático Adaptado de Figueiredo (2009), Crescimento das partículas de Alu-VCLA

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14

4 MATERIAIS E MÉTODOS:

As propriedades da alumina são apuradas a partir de experimentos físicos e

químicos nos laboratórios da FCCSA, da Albemarle Co. e do CENPES (Petrobrás).

Dentre as várias propriedades monitoradas da alumina para garantir a

consistência de sua qualidade, podemos citar as determinações de sódio, cloreto, sulfato e

TMPP. Estas técnicas, adotadas de forma rotineira no controle de qualidade da fábrica, foram

aplicadas nas amostras de alumina resultantes do planejamento experimental do presente

trabalho.

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS:

Durante o processo industrial, a alumina é submetida a uma filtração/troca iônica

em um filtro de esteira, num processo contínuo. Para reproduzir este processo em escala de

laboratório a fim de estudar as hipóteses de impactos na troca iônica da alumina, efetuamos

vários experimentos no laboratório da FCCSA com um equipamento chamado “Filtration

Box”, conforme ilustrado nas figuras 7a e 7b. Este equipamento é capaz de reproduzir em

laboratório as características de filtração/troca iônica da alumina de nossa planta industrial.

Os métodos adotados para a obtenção destes resultados são adequados por se

tratarem de experimentos semelhantes aos utilizados pelo fabricante de filtros de esteiras

para adequar e comprovar a sua aplicabilidade em processos industriais durante a

especificação de seus equipamentos, conforme BHS (2015).

As amostras de alumina, cloreto de amônio e água amoniacal, utilizadas para

produzir os testes, foram coletadas diretamente dos equipamentos da planta industrial, para

os experimentos em laboratório no dia 12/08/2015. Inclusive neste mesmo dia houve a

produção industrial e foi coletada uma amostra de alumina processada no filtro da esteira da

planta, que utilizamos para referenciar o nosso estudo de caso. A suspensão de alumina para

os testes foi coletada do tanque de alimentação do filtro na planta industrial e encaminhada

para o laboratório da FCCSA, onde parte foi utilizada imediatamente nos testes e o restante

do material foi armazenado e mantido em temperatura ambiente para posteriormente ser

aquecida junto com os líquidos de troca e submetida a novos testes.

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15

4.2. TECNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

4.2.1. ANÁLISE DE TAMANHO MÉDIO DE PARTÍCULA PEPTIZADA

(TMPP)

4.2.1.1 FUNDAMENTOS DA ANÁLISE DE TAMANHO DE PARTÍCULA

O espalhamento de luz dinâmico (DLS), às vezes chamado de espalhamento de

luz quasi elástico (QELS), é uma técnica não invasiva e bem estabelecida de medição do

tamanho e da distribuição do tamanho de moléculas e partículas, normalmente na região dos

submicrométricos e com a tecnologia mais recente, menores do que 1 nm, de acordo com

Alves (2011).

Em geral, o espalhamento de luz dinâmico é aplicado na caracterização de

partículas, emulsões e moléculas que foram dispersas ou dissolvidas em um líquido. O

movimento browniano das partículas ou moléculas em suspensão faz com que a luz laser

seja espalhada com intensidades diferentes. A análise dessas flutuações de intensidade

resulta na velocidade do movimento browniano e assim, o tamanho de partícula usando a

relação Stokes-Einstein, conforme Malvern (2014) e Horiba (2014).

(8)

Onde:

Figuras 7a e 7b: Conjunto utilizado para filtração “Filtration

Box”

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16

Dé a constante de difusão;

kB é a constante de Boltzmann;

T é a temperatura absoluta;

η é a viscosidade;

r é o raio da partícula esférica;

As características importantes do movimento Browniano, que possibilitam a

estimativa de tamanho das partículas são:

As partículas pequenas apresentam movimento rápido;

As partículas grandes apresentam movimento lento;

Na Figura 6 a seguir ilustramos a forma gráfica da interpretação de resultados

para tamanhos diferentes de partículas em solução.

A tecnologia de espalhamento de luz dinâmico da Malvern Instruments,

utilizado no laboratório da FCCSA, oferece as seguintes vantagens:

Análise precisa, confiável e repetível do tamanho da partícula em um ou dois

minutos.

Medição no ambiente nativo do material.

Figura 6: Exemplo da representação gráfica em função do tamanho das partículas.

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17

O tamanho médio exige somente o conhecimento da viscosidade do líquido.

É possível a medição de amostras túrbidas, de alta concentração, com ou sem

preparação simples.

Medição totalmente automatizada e de configuração simples.

Medição de tamanhos de 1 nm a 1000 1 nm.

Medição de tamanhos de moléculas com MW < 1000 Da.

Necessidade de pequenos volumes (a partir de apenas 2 µL).

Em conformidade com os padrões regulamentares ISO 13321, ISO 22412, 21 CFR

Parte 11.

Esta técnica utiliza um laser monocromático e a luz é espalhada pelas partículas

em todos os ângulos. As flutuações de intensidade de luz espalhada são convertidas para

pulsos elétricos e enviadas a um correlacionador digital. Este irá transformar esta informação

em tamanho de partículas através da relação com o coeficiente de difusão das partículas,

conforme a Figura 7, conforme Cilas (2014).

4.2.1.2 ESPECIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO UTILIZADO NA FCCSA.

Na Fábrica Carioca de Catalisadores necessitamos do controle do tamanho

médio de partícula peptizada (tmpp) e, para executar este ensaio é empregado o aparelho

modelo ZM402 da Linha Zetasizer da empresa Malvern (Figuras 10a e 10b). Embora

existam outros fabricantes no mercado, a Malvern se destaca como líder do segmento

Figura 7: Esquemático de um analisador por espalhamento dinâmico de luz

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18

mundial para medições do tamanho de nanopartículas, sistemas coloidais e proteínas,

potencial zeta e massa molecular.

A metodologia de análise utilizada nos testes se mostra no Anexo 1.

4.2.2. ANÁLISE DE SÓDIO:

4.2.2.1 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE SÓDIO

Este método prescreve a determinação de sódio por fotometria de chama.

Os metais alcalinos, quando elevados a uma temperatura suficientemente alta,

absorvem energia da fonte de calor e passam ao estado de excitação em sua forma atômica.

Quando estes átomos “esfriam“, eles voltam ao estado normal não excitado e reemitem sua

energia absorvida por radiação com comprimentos de onda específicos, alguns dos quais na

região visível da luz (Na+- 589nm, Li+-670nm, K+-768nm). Um metal alcalino aspirado por

uma chama de baixa temperatura, na forma nebulizada vai, depois de excitado pela chama,

emitir uma onda de frequência discreta, a qual pode ser isolada por um filtro ótico. A emissão

é proporcional ao número de átomos excitados e, portanto, a concentração do íon na amostra,

conforme Okumura at al. (2004). O esquemático da técnica é mostrado na Figura 8.

Figuras 10a e 10b: Família Zetasizer.

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O espectrômetro de fotometria de chama da Micronal modelo B462 utilizado

para as determinações do teor de sódio é ilustrado nas Figuras 12a e 12b.

A metodologia de análise utilizada na análise de sódio se mostra no Anexo 2.

Figura 8: Esquemático de um analisador de determinação de sódio por fotometria de chama

Figuras 12a e 12b: Analisadores para determinação de sódio por fotometria de chama

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4.2.3. ANÁLISE DE SULFATO

4.2.3.1 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE SULFATO

Este método prescreve a determinação de enxofre em suspensão de alumina. A

maioria dos metais e suas ligas vai queimar em oxigénio se for aquecido a uma temperatura

suficientemente alta. O carbono na amostra é oxidado em dióxido de carbono (CO2),

enquanto que o enxofre é convertido em dióxido de enxofre (SO2). CO2 e SO2 podem então

ser medidos por detectores de infravermelho (IR), segundo Leco (2013).

Inicialmente os métodos de combustão utilizados eram em forno aquecido a

resistência, mas em meados dos anos 1900 ele foi substituído peloforno de indução aquecido

em alta freqüência (HF) para aumentar a velocidade e precisão.

Muitas vezes, a combustão de materiais inorgânicos pode ser acelerada através

da utilização de um acelerador.A finalidade deste é inflamar ou incendiar a amostra. Ele

também pode funcionar como um fundente e dissolver quaisquer películas de óxido,

tornando a massa fundida completamente fluida. Uma massa fundida completamente fluida

é essencialpara oxidar o carbono e enxofre na amostra em um prazo relativamente curto de

tempo.

O uso de um forno de indução é o método preferido de aquecimento e de

combustão de metais para análise de carbono e enxofre. Em um forno de indução por

correntes elétricas induzidas, a amostra e acelerador são aquecidos; esta transferência de

energia é comumente referenciada como combinação com o campo elétrico. A maioria

dosmetais combinam bem; no entanto, a maioria dos óxidos não.

Como regra de combustão os metais são transformados em óxidos, a temperatura

de combustão vai cair significativamente resultando em má combustão. Certos metais, tais

como cobre e ferro, assim como os seus óxidos, combinam em forno de alta freqüência,

mantendo assim a temperatura suficiente para permitir a oxidação completa do carbono e

enxofre presentes numa amostra.

O Equipamento LECO modelo CS-200 utilizado nas determinações do teor de

sulfato nas amostras de alumina é ilustrado nas figuras 13a e 13b.

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A metodologia de análise utilizada na análise de sulfato se mostra no Anexo 3.

4.2.4. ANÁLISE DE CLORETO

4.2.4.1 FUNDAMENTOS DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE CLORETO

Este método prescreve a determinação de cloretos em aluminas por titulação

potenciométrica.

A análise de Potenciometria ou método potenciométrico baseia-se na medida da

diferença de potencial de uma célula eletroquímica na ausência de corrente. É um método

utilizado para detectar o ponto final de titulação específica ou para a determinação direta de

um determinado constituinte em uma amostra, através da medida do potencial de um

eletrodo íon-seletivo, aquele que é sensível exatamente ao íon em análise, conforme

Ludegero (2015).

Titulação - um dos mais antigos métodos de análise - nunca perdeu importância

apesar de muitos novos métodos de determinação. Por um lado, isso se deve às vantagens

deste método específico, por outro lado, pelo desenvolvimento da titulação instrumental.

Entre as vantagens exclusivas da Titulação podem ser mencionadas: a

determinação absoluta do conteúdo, a facilidade do uso, a velocidade, a versatilidade, os

resultados precisos e reprodutíveis, o alto grau de automação e o Custo / Benefício atraente.

O titulador automático da METROHM modelo Titrino Plus 848 utilizado nas

determinações do teor de cloreto nas amostras de alumina é ilustrado nas figuras 14a e 14b.

Figura 10a e 13b: Analisador LECO para determinação de carbono e enxofre

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A metodologia de análise utilizada na análise de cloreto se mostra no Anexo 4.

4.3. PLANEJAMENTO DOSEXPERIMENTOS

Durante os testes, foram realizados experimentos com a alumina em troca iônica

nos moldes que possuímos no nosso processo para poder validar a metodologia proposta. Os

testes foram planejados para atender aos requisitos de variação do pH do cloreto de amônio

com 5,0 e com 7,8 e de pós-lavagem da alumina com 150% do volume e 200% do volume

de água, conforme resumido nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1: Experimentos e referências dos testes realizados na semana em que a suspensão

de alumina foi coletada.

Experimento Ordem de adição

dos líquidos

Volume de pós

lavagem (%)

pH da solução de

Cloreto de amônio

1 Variante A 100% 7.8

2 Variante B 100% 7.8

3 Variante A 200% 7.8

4 Variante C 100% 7.8

5 Variante A 100% 7.8

Figuras 14a e 14b: Analisador para determinação de cloreto

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Tabela 2: Experimentos e referências dos testes realizados após estocagem da suspensão de

alumina (ordem de adição dos líquidos: Variante A).

Além destes testes e combinações, realizamos também o mapeamento da

remoção do sódio durante as etapas da filtração/troca iônica com a solução de cloreto de

amônio com o pH em 7,8 (Sua característica normal de trabalho). Esta sequência

experimental é resumida na Tabela 3.

Tabela 3: Experimentos para acompanhamento do teor de contaminantes em cada etapa do

processo de filtração, troca iônica e lavagem.

6 Variante B 100% 5.1

7 Variante C 100% 5.1

8 Variante A 200% 7.8

9 Variante A 200% 5.1

10 Variante A 150% 5.1

11 Variante D 200% 5.1

12 (Ref.)

(processada na

planta)

Variante A 100% 7.8

Experimento Volume de pós lavagem pH da solução de Cloreto

de amônio

13 200% 7,8

16 200% 5,0

14 150% 7,8

17 150% 5,0

15 100% 7,8

18 100% 7,8

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4.3.1.CRONOLOGIA DOS TESTES

As amostras de alumina e dos líquidos de troca foram tiradas na planta no dia

12/08/2015.

Os experimentos iniciais (Testes de 1 a 11) foram feitos entre o dia 12/08/2015 e

20/08/2015.

A amostra referida como teste 12 é o produto VCLA proveniente da troca iônica

e lavagem realizada na planta industrial, adotada como referência.

Os testes 13 a 18 foram feitos no dia 05/09/2015, ou seja, 22 dias depois da

batelada ser amostrada.

Os testes de 19 a 22 foram feitos dia 11/09, ou seja, 30 dias depois da batelada

ser amostrada. Durante este período, a amostra de alumina ficou estocada à

temperatura ambiente dentro do laboratório da FCCSA, ou seja, temperatura

climatizada.

Experimento Ordem de adição

dos líquidos

Volume de pós

lavagem (%)

pH da solução de

Cloreto de amônio

19 Variante E 100% 7.8

20 Variante D 100% 7.8

21 Variante B 100% 7.8

22 Variante A 100% 7.8

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir se mostram os resultados dos testes realizados conforme o planejamento

de experimentos descrito na seção anterior.

O resultado 1 é o primeiro teste realizado em laboratório e pode ser comparado

com o resultado 5, em duplicata, e com o 12 que é de uma amostra coletada na planta, como

referência para o material coletado para a realização dos experimentos. Estes resultados a

princípio sugerem uma melhor eficiência para a remoção do sulfato na planta, contudo a

significativa variação do teor deste contaminante na duplicata dos testes de laboratório (0,35-

0,25%) podem indicar na prática um nível comparável com o obtido na planta. Por outro

lado, o menor valor de sódio consistente nas duplicatas do laboratório não deixa dúvidas

acerca da melhor remoção deste contaminante em relação ao processo produtivo da fábrica.

Pelo menos em parte isto poderia ser explicado pela maior umidade residual da torta de filtro

obtida na planta em função da menor eficiência de filtração se comparada a do laboratório,

neste caso o cloreto de sódio dissolvido na água intersticial teria sido removido em maior

extensão para o filtrado no experimento de laboratório; a indiferença do sulfato a este efeito

da diferença de umidade (LOI) da torta seria facilmente explicado por este ânion estar

aderido à superfície da alumina e não dissolvido na água intersticial. Assumindo que as

diferenças no teor de sódio entre laboratório e planta sejam devidas exclusivamente ao efeito

de umidade da torta, então podemos considerar válida a simulação no laboratório da FCCSA

quanto ao processo de troca iônica propriamente dito.

Nos testes 4 e 7 foi testada a inversão da ordem dos líquidos de troca iônica que

trata de substituir o cloreto de amônio pela água amoniacal e vice e versa, alterando a

sequência de dosagem destes líquidos, mantendo todo o restante do processo de filtração

com as mesmas características.

A inversão afetou significativamente os resultados de sulfato das amostras, que

aumentaram mesmo utilizando o dobro do volume de água de lavagem final, embora que

para o sódio o efeito tenha sido benéfico. Tal resultado sugere que a segunda etapa de troca

iônica é determinante. Na ordem inversa dos líquidos de troca, ao invés do pH alcalino da

água amoniacal, a troca se encerra com o pH próximo de neutro do NH4Cl, que é um pH

mais favorável a retenção de sulfato à superfície da alumina.

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Considerando estes resultados, foram descartados a realização de novos testes,

com inversão de líquidos de troca iônica, por não fazer sentido reduzir o teor de sódio à custa

de uma pior qualidade de sulfato no material.

No experimento 11 tentamos identificar se seria necessária realmente a

utilização de água amoniacal ao invés de água deionizada. Pelos resultados obtidos neste

experimento, concluímos que é importante a utilização da água amoniacal para remoção do

sulfato, pois este resultou extremamente elevado, ao contrário do que ocorre no experimento

1, por exemplo. Da mesma forma que racionalizado para a inversão dos líquidos de troca,

fica evidente a importância de se manter o pH alcalino no último líquido de troca para manter

a superfície da alumina menos afim ao sulfato. Ainda nesse experimento, percebemos como

provável efeito da adsorção excessiva de sulfato à superfície da alumina a considerável

elevação do tmpp, o maior de todos os resultados, que traduz uma peptização ácida bastante

deficiente, caracterizando assim que não seria esta uma opção válida para a planta industrial.

As amostras de 13 a 18 foram realizadas com o material armazenado no

laboratório por cerca de um mês em temperatura ambiente. Como resultado desse “efeito do

tempo” de armazenagem do precipitado em contato com a água-mãe, se obtiveram resultados

de tmpp mais elevados que nos primeiros experimentos (excetuando a amostra 11 comentada

anteriormente). Caracterizamos assim um efeito de degradação da propriedade ligante da

alumina. Estudos anteriores mostraram que este efeito pode ser observado mesmo quando a

alumina fica armazenada após ter sido submetida à troca iônica, conforme Abreu (2013),

porém na presente investigação ela foi armazenada sem que houvesse a troca iônica. Este

experimento ainda não havia sido realizado na FCCSA e serve como recomendação a não

armazenagem de alumina (sem ser submetida à troca iônica) por longos períodos.

Assim como o tmpp foi afetado nos testes 13 a 18 com amostra de batelada velha,

os respectivos teores de sódio e de sulfato também tiveram uma tendência de piora em

relação aos seus pares testados com a suspensão fresca (testes 1, 3, 5, 8, 9 e 10), porém não

na mesma proporção que o tmpp. O efeito foi mais evidente para o sulfato nas amostras

trocadas com solução de NH4Cl ajustada a pH 5, o que será discutido mais adiante. Tal

constatação recomenda que os efeitos das variáveis apresentadas a seguir sejam analisados

separadamente em cada grupo de experimentos (com carga fresca e com carga estocada).

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O experimento 18, duplicata do experimento 15, apresentou um valor de cloreto,

sódio e condutividade muito altos, que remetem à suspeita de uma contaminação na amostra.

Sendo assim, não pode ser tomada como referência perante aos demais experimentos,

mesmo tendo ocorrido dentro das características normais de filtração e sob a receita padrão,

sem pré ou pós-lavagem.

O mapeamento da remoção de sódio e sulfato durante o processamento em

laboratório de uma batelada de alumina sob condições padrões (amostras 19 a 22) revelou

expressiva queda do sódio como consequência da troca catiônica após aplicação da solução

de cloreto de amônio (redução de 55%) e de água amoniacal (redução adicional de 84%). O

teor de sulfato praticamente se enquadra na especificação já na primeira etapa de filtração e

em contraste com o sódio, não sofre alterações significativas nas etapas posteriores,

oscilando em torno da média histórica. Poder-se-ia então concluir que o teor de sulfato já é

praticamente definido na filtração da água-mãe devido ao alto pH da suspensão pré-

envelhecida a ser filtrada (pH > 10). O alto pH favorece a formação de espécies carregadas

negativamente na superfície da alumina, [Al(OH)4]-1, que repelem o ânion sulfato. A redução

extra de sulfato após a troca com água amoniacal também estaria em acordo com o modelo

mental acima discutido. Porém, o novo aumento a 0,36% SO4 (teste 22) não encontra uma

base de explicação.

Após a troca iônica de alumina, estudamos a viabilidade de submeter à alumina

já lavada a uma pós-lavagem ou dupla lavagem. Verificamos redução significativa da

condutividade da alumina bem como tendência de redução, ainda que marginal, nos teores

de sódio e sulfato com a dupla lavagem com água. Isto é constatado quando se compara os

resultados dos testes em duplicata 3 e 8 com os de seus testes de referência 1 e 5.

Analogamente, se comprova o mesmo ao se comparar os resultados dos testes 7 vs. 9 e, na

segunda série experimental, os resultados dos testes 13 vs. 15. Os resultados muito similares

de condutividade e dos íons contaminantes entre os testes 10 e 9 e entre os testes 14 e 13,

usando respectivamente 200% e 150% do volume de água final, indicam o pouco efeito que

o aumento do volume de água de lavagem proporciona na condutividade e no teor final de

contaminantes.

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A verificação do efeito do pH da solução de cloreto de amônio foi possível na

comparação dos testes 6 vs. 2 e 7 vs. 4 da primeira série experimental com a suspensão de

alumina relativamente fresca e, dos testes 16 vs. 13 e 17 vs. 14 da segunda série experimental

com a suspensão estocada por mais de 20 dias. Os resultados de uma e outra série foram

conflitantes. Na primeira, o uso de cloreto de amônio com pH ajustado para 5,1 propiciou

significativa redução da condutividade e ligeira melhoria dos níveis de sódio e sulfato

enquanto na segunda série o efeito foi inverso com significativa piora dos níveis de sulfato.

Tal discrepância parece estar associada aos valores consideravelmente mais altos

de sulfato dos experimentos 16 e 17 da segunda série, quando comparados com os valores

obtidos nos experimentos 9 e 10, testados nas mesmas condições, porém utilizando a alumina

“fresca”. Tudo indica que no envelhecimento da alumina, durante sua estocagem em contato

com a água mãe, forma-se um sulfato mais refratário ao meio ácido quando a alumina

adquire cargas superficiais mais positivas, mas que manteria a mesma facilidade de remoção

dada a condição de maior pH do cloreto de amônio, quando a superfície da alumina estará

menos positiva.

Executamos ainda o teste de hipóteses da pré-lavagem da alumina com o intuito

de remover qualquer contaminante, como por exemplo, o possível excesso de surfactantes,

oriundos do processo de produção do BOC, que pudesse estar dificultando a remoção de

sódio ou sulfato da solução de alumina durante o seu processo de troca iônica. Observamos

este efeito de maneira significativa quando o fornecedor da matéria prima modificou o

agente de remoção de umidade da sua produção, ocasionando o dobro da dosagem de

desumidificante. Esse excesso do agente desumidificante provocava dificuldades no

processo de troca iônica da alumina e havia a hipótese de que ainda hoje sofrêssemos

consequências deste excesso de sulfactantes no nosso processo produtivo Pupe et al. (2006).

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6. CONCLUSÕES

As conclusões e recomendações que se seguem são baseadas em experimentos

padronizados e controlados em bancada. Embora sua representatividade seja suficiente para

“nortear” os testes de produção, há a necessidade de comprovações através de testes

industriais que possam reproduzir parte ou todo o experimento, desta forma ajustes e

verificações de outras interferências poderão ser apontadas.

Analisando os resultados de laboratório, podemos concluir que:

A pré-lavagem não se mostrou eficiente para promover a redução dos quesitos de

sódio ou sulfato da alumina.

A remoção do sódio é gradual conforme os líquidos de troca são adicionados e não

ocorre unicamente com a entrada de cloreto de amônio ao passo que o sulfato parece

não ter a remoção gradual, sendo muito sensível ao pH e preferencialmente eliminado

em meio alcalino.

A alumina na presença de água mãe sofre uma piora dos resultados de tmpp, sódio

e sulfato com o passar do tempo.

A pós-lavagem pode ser um aliado na remoção de sódio e sulfato da alumina. Ainda

que marginalmente, este método se mostrou eficiente para auxiliar a remoção dos

sais que ainda estavam dissolvidos e não adsorvidos quimicamente ao material. Caso

seja necessário trabalhar com um volume maior de água de lavagem, irá representar

um aumento do consumo recursos naturais, porém é possível tentar viabilizar uma

maneira mais adequada de gerar esta pós-troca no processo através de otimizações

ou mudanças de layout. Este tema não foi abordado neste trabalho e ainda precisa ser

estudado.

Experimentos realizados com a alumina “fresca”, com o uso de cloreto de amônio

com pH propiciou significativa redução da condutividade e ligeira melhoria dos

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níveis de sódio e sulfato. Porém, quando ocorreu o envelhecimento da alumina,

durante sua estocagem em contato com a água mãe, este efeito não foi observado.

Tudo indica que o envelhecimento da alumina, nestas condições, favorece a

formação de um sulfato mais refratário ao meio ácido quando a alumina adquire

cargas superficiais mais positivas, mas que manteria a mesma facilidade de remoção

dada a condição de maior pH do cloreto de amônio, quando a superfície da alumina

estará menos positiva. Esta modificação no preparo do cloreto de amônio é possível

de ser feita na planta, pois os equipamentos são adequados ao trabalho com o pH

mais baixo, porém é suposto um aumento do consumo de soda cáustica a fim de

evitar incrustações nos equipamentos, nesta nova condição de processo.

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7. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Planejar e promover testes indústriais para tentar comprovar os testes de pós

lavagem realizados no laboratório.

Avaliar a possibilidade depromover otimizações ou mudanças de layout da

filtração com o objetivo de permitir trabalhar com um volume maior de água de

lavagem,afim de viabilizar a implantação da pós-lavagem no processo de filtração.

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ANEXOS

ANEXO 1. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE TMPP: METODOLOGIA

(SOARES, 2014):

a) Reagentes

- Ácido fórmico concentrado

- Solução 1N de HNO3

- Amostra padrão de alumina Pural 200 (suspensão a 1% p/p)

b) Aparelhagem:

- Analisador de tamanho de partículas Malvern NANO SERIES calibrado.

- Agitador magnético

- peagâmetro com eletrodo combinado, calibrado.

- Balança analítica calibrada.

c) Preparação do equipamento:

- Ligar o equipamento alguns minutos antes de iniciar as análises, no interruptor na

parte traseira superior esquerda.

- Ligar o computador pressionando a barra de espaço.

- O programa de análise do ZETASIZER será automaticamente iniciado, porém,

caso não ocorra, clicar no ícone correspondente (Zetasizer 1000Hs - Advanced).

d) Condições de análise:

As condições de análises são programadas clicando-se no ícone measurement

detail e selecionadas conforme abaixo:

- nº of measurements = 1

- duration = auto

- delay between measures - hours = 0, minutes = 0 e seconds = 0

- options = inspect live signal

e) Preparação da amostra (peptização com ácido nítrico e ácido fórmico):

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Homogeneizar a amostra girando o frasco no sentido horizontal sobre o seu eixo

10 vezes.

Retirar uma alíquota de 4g , para becher de 250 ml;

Avolumar para 100 ml com água destilada, no próprio becher;

Adicionar sob agitação constante e lentamente o ácido nítrico ou fórmico

concentrado, ajustando o pH para 2,0 e continuar agitando por mais 15 minutos.

Checar o pH novamente, corrigi-lo se necessário e proceder a leitura

imediatamente.

f) Procedimento de preparo da análise:

Retirar 5 gotas da suspensão peptizada e colocar na cubeta plástica, tomando o

cuidado de não toca-la na parte lisa;

Colocar água destilada na cubeta até, aproximadamente 3/4 do volume;

Fechar a cubeta com a tampa plástica e homogeneizar a solução vertendo a cubeta,

vagarosamente, algumas vezes;

Colocar a cubeta no compartimento de amostras, com a seta indicadora para frente,

e fechar o compartimento;

Clicar no ícone Sample detail se preencher os seguintes campos:

- No campo sample details colocar o nome da amostra, hora da amostragem,

data, batelada ou lote (se tiver) e qualquer outra informação relevante.

Set. temp. (º C) = 25,0

RI dispersant = 1,331

Wavelength (nm) = 633,0

Visc. (cP/Auto) = 0,89

Real Ref. Ind. = 1,77

Imag. Ref. Ind. = 0,00

Clicar no botão OK;

Clicar no ícone Measurement Wizard, preencher os campos Operator e Sample e,

como opcional, o campo Sample details;

Clicar no botão Next. Na janela aberta Experimental conditions as seguintes

condições deverão ser colocadas:

- Requested Temp. (º C) = 25,0

- Internal laser selected

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- Sample dispersed in water

- Concentration (g/l) = 0,00

Clicar no botão Next e novamente em Next, já que, as condições para esta janela

foram selecionadas anteriormente;

Clicar no botão Run. Quando a análise iniciar, a janela Correlator controls running

será aberta. Clicar em display e, em seguida, em rate meter. Observar se kcts/sec

está entre 50 e 200. Caso esteja fora desta faixa, abortar a análise clicando em abort

e proceder conforme abaixo:

- kcts/sec< 50 - concentrar a amostra.

- kcts/sec> 200 - diluir a amostra.

A amostra será lida dez vezes e, ao término, a média das leituras será apresentada

como Z average(nm), que corresponde ao tamanho médio da partícula.

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ANEXO 2. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE SÓDIO: METODOLOGIA

(SOARES, 2014):

a) COMENTÁRIOS GERAIS

Tempo necessário para determinação: 30 minutos;

Quantidade de amostra necessária: Ver tabela no item g)

b) PRINCÍPIO

A amostra é tratada com ácido sulfúrico quente, que irá solubilizar o sódio presente,

então determinado por fotometria de chama Conforme Soares (2014).

c) REAGENTES

Ácido sulfúrico 96%, p,a.;

Padrão de sódio MERCK de 1000ppm

Ácido sulfúrico 2 N (10%):

a. adicionar, lenta e cuidadosamente, 55 ml de ácido sulfúrico 96% a 900 ml de

água destilada.

d)PREPARAÇÃO DOS PADRÕES

A partir da diluição da solução padrão de 1000 ppm Na com solução diluída de ácido

sulfúrico, padrões de 5, 10, 15 e 20 ppm foram preparados.

e) APARELHAGEM

Fotômetro de chama

Agitador magnético com aquecimento regulável.

f) PROCEDIMENTO DO FOTÔMETRO

Ligar o compressor de ar, no botão atrás do equipamento;

Regular a pressão de ar em 0,8 bar;

Abrir a válvula de gás, que fica na parede atrás do equipamento;

Pressionar a tecla de ignição para acender a chama;

Regular a altura da chama (chama azul), através do botão (gás) ao lado da ignição.

Ajustar o zero com o branco utilizando o botão ZERO

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Utilizando o botão SENSIBILIDADE FINA, ajustar os padrões;

g) PROCEDIMENTO DA AMOSTRA

Homogeneizar a amostra girando o frasco no sentido horizontal sobre o seu eixo 10

vezes

Pesar, com aproximação de 0,1 mg, conforme abaixo, as amostras num bécher de

250 ml.

1. ALUMINA VCLA - Pesar 2,0 g

2. ALUMINA WW-VCLA - Pesar 0,3 g

g.3.) Adicionar colocar 5 ml de acido sulfúrico 2 N, concentrado, aquecer sobre agitação até

a dissolução total da amostra;

g.4.) Deixar resfriar e transferir a mistura para um balão volumétrico de 250 ml.Lavar o

bécher com água destilada, juntando as águas de lavagem à solução no balão.

Completar o volume com água destilada e homogeneizar;

g.5.) Filtrar uma quantidade da amostra com um papel de filtro de velocidade média seco,

descartando os primeiros 25 ml do filtro;

g.6.) Calibrar o Fotômetro conforme item f, e realizar a leitura da amostra.

g.7.) Umedecer a amostra com água destilada, adicionar cuidadosamente 5ml de H2SO4

conc. tampar com vidro de relógio e levar ao aquecimento até total dissolução da

amostra.

g.8.) Deixar esfriar e transferir para um balão de 250ml, lavando o bécher com água

destilada. Completar o volume com água destilada e homogeneizar.

g.9.) Calibrar o Fotômetro conforme item “f”, e realizar a leitura da amostra.

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h) CÁLCULOS

% de Na b.s. = 250 x b x f x 100 x 10-4a (100-c)

% de Na2O b.s. = 250 x b x f x 100 x 1,3478 x 10-4a (100-c)

Onde:

a = peso da amostra, em g.

b = leitura do fotômetro de chama, em µg Na/ml.

c = perda por calcinação

f = fator de diluição

i) NOTAS

Se a leitura da amostra for maior que o padrão de 20 ppm, fazer a diluição da amostra

Realizar o troubleshooting conforme item 9, caso o resultado de análise não seja

satisfatório.

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ANEXO 3. PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE SULFATO: METODOLOGIA

(LUDEGERO, 2015).

a) CONDIÇÕES NECESSÁRIAS:

Pressão de ar comprimido a 40 psi Fluxo de Oxigênio Super Seco

b) COMENTÁRIOS GERAIS

Tempo necessário para determinação: 5 minutos.

Quantidade de amostra necessária: 1,0 g.

Toda a amostra deve ser homogeneizada de forma que a amostra gire o frasco sobre

o seu eixo 10 vezes.

c) PRINCÍPIO

A amostra é queimada em forno de indução eletromagnética em ambiente de

Oxigênio. Após a queima ser iniciada, todo carbono e enxofre presente na amostra reage

passando para CO2 e SO2. Os gases formados são analisados por seletor de IR, os resultados

em %p de carbono e enxofre são mostrados no display.

d) REAGENTES

Acelerador de ferro, LECO 501 - 077;

Perclorato de magnésio (agente secante);

LECOCEL (Tungstênio LECO 763 - 266);

Ascarite, LECO 183 - 001;

e) APARELHAGEM

Analisador de carbono e enxofre LECO CS -200, calibrado;

Cadinho LECO;

f) Procedimento para operação do determinador de carbono e enxofre lecoCS- 200,

Conforme Ludegero (2015).

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PROCEDIMENTO PARA LIGAR O DETERMINADOR DE CARBONO E

ENXOFRE LECO- 200

Abrir a válvula de ar comprimido e oxigênio, ajustar a uma pressão de 2,5

Kgf/cm2 para ambas;

Ligar a chave geral do aparelho (ANALYSE POWER) e o forno de

indução (FURNANCE POWER);

g) CHECAGEM DAS CONSTANTES DE LINEARIZAÇÃO DOS DETECTORES

Pressionar as teclas:

"RESET", "SYSTEM UPDATE":

LECO -- "DISPLAY CONSTANTS?"

OPERADOR -- "YES"

Observação:

O aparelho listará as constantes da memória, o operador deve comparar se os valores

listados são iguais aos que estão em anexo.

Para alterar algum valor de constantes, pressionar as teclas "RESET", "SISTEM

UPDATE" e o n° 4 do teclado.

LECO -- "ENTER LIMITED ACCESS"

OPERADOR -- Digitar o código de segurança.

LECO -- "EDIT CONSTANTS?"

OPERADOR -- "YES", entrar com os valores corretos.

h)LIMPEZA DE FILTRO E TUBO DE COMBUSTÃO

Esta limpeza deve ser feita após 20 determinações ou na ocorrência de variações nos

resultados:

Desligar o forno de indução (FURNACE POWER);

Retirar o corpo do filtro (verde), desmontar desatarraxando a parte superior.

Passar uma escova dentro do corpo do filtro.

Passar uma escova dentro do tubo de combustão para retirar os resíduos de limalha

que ficam retidos na parede do cristal;

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Montar o conjunto novamente no aparelho.

i) TESTE DE VAZAMENTO

Fechar a passagem de oxigênio acionando a alavanca da válvula (LEAK CHECK)

para baixo;

Fazer subir o pedestal acionando a chave UP/ DOWN;

Acionar a chave GÁS CONTROL e acompanhar a subida do manômetro UP

STREAM pressure até que pressão atinja 10 psi, então acione novamente a chave

UP/DOWN;

Observar se há queda e pressão no sistema, caso isto ocorra é um indício de

vazamento no aparelho.

Em caso de vazamento, identificar e repetir os quatro passos anteriores;

Abrir a passagem de oxigênio acionando a alavanca da válvula (LEAK CHECK)

para cima.

Quando o sistema estiver despressurizado acionar a chave UP/DOWN;

j) CHECAGEM DIÁRIA DO EQUIPAMENTO

Em um cadinho vazio, colocar 2 medidas de LECOCEL;

Colocar o cadinho na balança e pesar 0,15 g +/- 0,1 g da amostra referencia de sulfato

ou pesar 1g +/- 0,1g do padrão de carbono;

Pressionar a tecla"ENTER" após o peso,mostrado no display, estabilizar.

Colocar 1 medida IRON CHIP no cadinho com padrão;

Colocar o cadinho com amostra no pedestal e pressionar a tecla "UP DOWN";

A análise iniciará e em aproximadamente 40 segundos o resultado de carbono e

enxofre será mostrado no display em porcentagem;

Anotar o 1° resultado na folha de verificação do padrão de carbono ou enxofre;

Para resultados dentro da faixa de tolerância proceder análises das amostras;

Para resultados fora da faixa de tolerância proceder uma 2° verificação e anotar o

resultado na folha de verificação do padrão;

Caso o resultado da 2° verificação dentro da faixa de tolerância, proceder análise

crítica do método;

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Caso os resultados da 2° verificação continuem fora da faixa de tolerância, emitir

RAL e ajustar o equipamento conforme o procedimento específico;

k) PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE CARBONO E ENXOFRE

Em um cadinho vazio, colocar 2 medidas de LECOCEL;

Homogeneizar a suspensão de alumina e transferir, sem filtrar, uma alíquota de

aproximadamente 2 g para cadinho de platina ou níquel.

Transferir o cadinho para estufa, a 105 º C, até secagem.

Transferir o cadinho, com a amostra previamente seca, para forno a 400 ºC por 10

minutos 600 º C por uma hora.

Retirar o cadinho do forno, resfriar em dessecador, homogeneizar a massa seca e

proceder à análise.

l) MANUTENÇÃO

Observar os manômetros de "UP STREAM PRESSURE" e "DOWN STREAM

PRESSURE" . A diferença de pressão entre eles não deve exceder a 1 psi.

Exemplo:

UP STREAM: 12 psi

DOWN STREAM: 11psi ( máximo permitido )

Quando esta diferença for maior ou igual a 1 psi o filtro "SST" (peça interna de corpo verde

acima do tubo de combustão) deve ser substituído.

Substituição do filtro "SST" do LECO:

Remover o corpo do filtro (verde);

Remover o filtro e limpar com solução a 20% extran neutro durante

aproximadamente 15 minutos em ultrassom;

Lavar muito bem com água e secar em estufa por 1 h a 110°C ± 10;

Recolocar o filtro;

Trocar a celulose do filtro de SO3 sempre que a saturação (cor preta) alcançar 1/3

do filtro.

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Trocar o perclorato de magnésio (Anidrona) do filtro de água, sempre que notar

saturação.

ANEXO 4. PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE CLORETO: METODOLOGIA

(SPEDO, 2015).

a)COMENTÁRIOS GERAIS

Tempo necessário para esta determinação: 30 minutos.

Quantidade de amostra necessária: 7 g p/ alumina

± 35 g p/ torta

b)PRINCÍPIO

O cloreto é extraído da amostra com ácido nítrico diluído e titulado

potenciometricamente, com solução de nitrato de prata padronizada.

c)REAGENTES

Ácido nítrico p.a. 65% em peso

Solução de nitrato de prata 0,01 N preparada e padronizada de acordo com o

procedimento específico.

d)APARELHAGEM

Eletrodo combinado prata/cloreto de prata/ saturado com nitrato de potássio.

Agitador magnético.

Multidosimat.

Balança analítica.

e)PROCEDIMENTO

Pesar, com aproximação de 0,1 mg, uma quantidade necessária amostra e transferir

para becherde 250 ml .

Adicionar 100 ml de água deionizada e 15 ml de ácido nítrico 1:1;

Introduzir um bastão magnético e agitar a mistura por 15 minutos usando um

agitador magnético;

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Introduzir o eletrodo e titular a solução usando o potenciógrafo com solução de

nitrato de prata 0,01 N.

f) CÁLCULO

% de cloreto (b.s.) = b x t x 35,5x 100 x 100

a x 1000 100 - c

ONDE:

a = quantidade de amostra pesada, em g.

b = quantidade de solução de nitrato de prata usada na titulação, em ml.

t = normalidade da solução de nitrato de prata.

c = perda por calcinação

b.s.= base seca