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UNICRUZ – UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE ESTUDO POPULACIONAL DE AVALIAÇÃO DA SARCOPENIA E AS REPERCUSSÕES SOBRE AS CAPACIDADES FÍSICAS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA SUSANA DA SILVA DE FREITAS Ijuí/RS, maio de 2019

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UNICRUZ – UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA

UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

ESTUDO POPULACIONAL DE AVALIAÇÃO DA SARCOPENIA E AS REPERCUSSÕES SOBRE AS CAPACIDADES FÍSICAS EM

IDOSOS ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA

SUSANA DA SILVA DE FREITAS

Ijuí/RS, maio de 2019

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SUSANA DA SILVA DE FREITAS

ESTUDO POPULACIONAL DE AVALIAÇÃO DA SARCOPENIA E AS REPERCUSSÕES SOBRE AS CAPACIDADES FÍSICAS EM IDOSOS

ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Dissertação de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde, da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ, RS), em associação ampla à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI, RS), como requisito parcial na etapa de qualificação de projeto de pesquisa do Mestrado em Atenção Integral à Saúde.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Evelise de Moraes Berlezi

Ijuí, maio de 2019

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Catalogação na Publicação

Eunice Passos Flores Schwaste CRB10/2276

F866e Freitas, Susana da Silva de.

Estudo populacional de avaliação da Sarcopenia e as repercussões sobre as capacidades físicas em idosos assistidos pela atenção primária / Susana da Silva de Freitas. - Ijuí, 2019.

67 f.: il. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade de Cruz Alta / Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Campus Ijuí). Atenção Integral à Saúde.

"Orientadora: Evelise de Moraes Berlezi."

1. Sarcopenia. 2. Fragilidade. 3 Envelhecimento. I. Berlezi, Evelise de Moraes. II. Título.

CDU: 615.8-053.9

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SUSANA DA SILVA DE FREITAS

ESTUDO POPULACIONAL DE AVALIAÇÃO DA SARCOPENIA E AS REPERCUSSÕES SOBRE AS CAPACIDADES FÍSICAS EM IDOSOS

ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________

Prof.ª Dr.ª Evelise de Moraes Berlezi(IES)

_________________________________________

Prof (a). Dr (a). Loiva Beatriz Dallepiane - UFSM

_________________________________________

Prof (a). Dr (a). Lígia Betriz Bento Franz – UNIJUÍ

_________________________________________

Prof (a). Dr (a). Eliane Roseli Winkelmann- UNIJUÍ

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A Deus, qυе nos criou e foi criativo nesta tarefa. Sеυ fôlego dе vida еm mіm mе fоі sustento е mе dеυ coragem para questionar realidades е propor sempre υm novo mundo dе possibilidades.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que

oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela

acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes.

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Por me ensinarem

a subir a escada da vida sem derrubar ninguém.

Ao minha orientadora Evelise de Moraes Berlezi, pelo suporte no pouco tempo

que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

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ESTUDO POPULACIONAL DE AVALIAÇÃO DA SARCOPENIA E AS REPERCUSSÕES SOBRE AS CAPACIDADES FÍSICAS EM IDOSOS

ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA

RESUMO

O estudo surgiu da pesquisa matricial “Atenção Integral à Saúde do Idoso”, vinculado ao Grupo de Pesquisa de Envelhecimento humano (GERON) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Nesse sentido, objetivou-se estudar a relação entre a fragilidade e a sarcopenia em idosos assistidos pela atenção primária em um município na região sul do Brasil, assim como, avaliar as evidências científicas acerca do treinamento físico e suplementação nutricional, bem como, avaliar a prevalência e o grau de sarcopenia através dos critérios estabelecidos pelo Consenso Europeu de Sarcopenia; associar a sarcopenia com a presença e ausência dos critérios de fragilidade e por fim, associar a fragilidade e sarcopenia com a idade e sexo. Considerando-se a abrangência da pesquisa, o estudo elaborou dois manuscritos, o primeiro intitulado “Resultado do treinamento de força muscular com suplementação nutricional em idosos sarcopênicos: uma revisão sistemática”, que foi desenvolvida a partir das recomendações do PRISMA, com o objetivo de elucidar a relação do treinamento físico com a suplementação nutricional em idosos sarcopênicos, na perspectiva, de aprofundar o conhecimento para subsidiar a prática dos profissionais de saúde. A busca foi realizada nos meses de julho a setembro de 2018, a partir de artigos publicados no período de 2014 a 2018. Foram selecionados 20 artigos nas bases eletrônicas Pubmed, Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde, CINAHL e Springer. Após leitura foram selecionados cinco artigos para análise final. Dos resultados destaca-se que foi aliada ao treinamento de força muscular a suplementação com óleo de peixe, Whey protein, vitamina D e dieta rica em carne vermelha e que todos os estudos mostraram incremento de força e resistência muscular e mudança do perfil metabólico. O segundo manuscrito apresenta os resultados do trabalho realizado em campo, e intitula-se “Estudo da relação entre a fragilidade e a sarcopenia em idosos assistidos pela atenção primária”. Tratou-se de um estudo transversal, analítico, probabilístico, vinculado à pesquisa institucional, mencionada anteriormente. Os resultados deste estudo apontaram um número significativo de idosos apresentando a presença de critérios de fragilidade estando neste momento, em condição de fragilidade ou pré-frágil. Da mesma forma, verificou-se que entre os idosos pré-frágeis e frágeis tem-se uma população maior comparando com a quantidade dos idosos não frágeis. Já na sarcopenia pode-se observar que quase a metade dos idosos avaliados possuem pelo menos a presença de um dos critérios de sarcopenia estabelecido pelo Consenso Europeu, determinando assim alta prevalência tanto da fragilidade quanto da sarcopenia.

Palavras chave: Sarcopenia; Fragilidade; Envelhecimento.

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POPULATION STUDY FOR THE SARCOPENIA EVALUATION AND THE REPERCUSSIONS ON PHYSICAL CAPABILITIES IN ELDERLY ASSISTED BY

PRIMARY ATTENTION

ABSTRACT

The study arose from the matrix study "Integral Attention to the Health of the Elderly", linked to the Human Aging Research Group (GERON) of the Regional Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). In this sense, the aim was to study the relationship between frailty and sarcopenia in elderly assisted by primary care in a southern Brazil municipality, as well as, to evaluate the scientific evidences about physical training and nutritional supplementation, both to evaluate the prevalence and the degree of sarcopenia through the criteria established by the European Consensus of Sarcopenia; to associate sarcopenia with the presence and absence of the frailty criteria and, finally, to associate the frailty and sarcopenia with the age and sex. Considering the research scope, the study prepared two manuscripts, the first one entitled "Results of muscle strength training with nutritional supplementation in sarcopenic elderly: a systematic review", which was developed based on PRISMA recommendations, with the aim of elucidating the relationship between physical training and nutritional supplementation in sarcopenic elderly, in the perspective of deepening the knowledge to subsidize the practice of health professionals. The search was conducted from July to September 2018, using articles published in the period from 2014 to 2018. Twenty articles were selected in the electronic databases Pubmed, Scielo, Virtual Health Library, CINAHL and Springer. After reading, five papers were selected for final analysis. From the results, it was pointed out that muscle strength training was supplemented with fish oil, Whey protein, vitamin D and a diet rich in red meat, and all studies showed an increase in strength and muscular endurance and a change in the metabolic profile. The second manuscript presents the results of the work carried out in the field, and is entitled "Study of the relationship between fragility and sarcopenia in the elderly assisted by primary care". It was a cross-sectional, analytical, probabilistic study, linked to institutional research mentioned above. The results of this study pointed out a significant number of elderly individuals presenting the frailty criteria being in this moment, in frail or pre-frail condition. Similarly, it was found that among the pre-frail and fragile elderly people, a larger population was compared to the number of non-frail elderly individuals. In sarcopenia, it can be observed that almost half of the elderly evaluated have at least one of the criteria of sarcopenia established by the European Consensus, thus determining a high prevalence of both frailty and sarcopenia. Keywords: Sarcopenia; Frailty; Aging.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES OU FIGURAS

Figura 1 – Processo de seleção dos artigos e motivos de exclusão ......................... 29

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LISTA DE QUADROS

MANUSCRITO 1

Quadro 1: Estratégia de busca. Ijuí/Brasil -2018 ....................................................... 28

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LISTA DE TABELAS

MANUSCRITO 1

Tabela 1- Relação dos artigos selecionado com os respectivos objetivos, tipo de

estudo, amostragem e local de pesquisa .................................................................. 29

Tabela 2. Principais resultados dos artigos selecionados ......................................... 31

MANUSCRITO 2

Tabela 1- Características sociodemográficas segundo a presença e ausência de

fragilidade e sarcopenia (Ijuí/2018) ........................................................................... 44

Tabela 2- Relação dos critérios de fragilidade e de sarcopenia ................................ 44

Tabela 3- Índice dos critérios de sarcopenia nos sujeitos com presença e com

ausência de fragilidade ............................................................................................. 45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABVD Atividades Básicas de Vida Diárias

ACSM American College of Sports Medicine

AF Atividade Física

AIVD Atividades Instrumentais de Vida Diárias

AVD Atividade de vida diária

BIA Análise de Bioimpedância Elétrica

CEP Comitê de Ética e Pesquisa

CNS Conselho Nacional de Saúde

DHEA- Deidroepiandrosterona

EF Exercício Físico

ESF Estratégia Saúde da Família

ESPEN European Society for Clinical Nutrition and Metabolism

EWGSOP Consenso Europeu de Sarcopenia

FNIH- Foundation of the National Institute of Health

FPM Força de Preensão Manual

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de Confiança

IMC Índice de Massa Corporal

IWGS- International Working Group on Sarcopenia

LILACS Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MAN Mini Avaliação Nutricional

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

PAH Perfil de Atividade Humana

PROCAD- Programa Nacional de Cooperação Acadêmica

RP- Razão de Prevalência

SCWD- Society of sarcopenia, cachexia, and wasting disorders

SIAB- Sistema de Informação de Atenção Básica

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SNC Sistema Nervoso Central

SPPB Short Physical Performance Battery

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TF Treinamento de Força

TGUG Teste Get Up and Go

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

VM Velocidade de Marcha

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 13

1 INTRODUÇÃO/REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................... 14

1.1 Senescência e Senilidade e as repercussões sobre o sistema músculo

esquelético ............................................................................................................... 18

1.2 Síndrome de Fragilidade e a Sarcopenia ........................................................ 20

1.3 Efeitos do Exercício Físico e a Plasticidade do músculo na Senescência .. 21

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 24

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 24

2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 24

3 MANUSCRITO 1 .................................................................................................... 25

4 MANUSCRITO 2 .................................................................................................... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 52

APÊNDICES ............................................................................................................. 54

ANEXOS ................................................................................................................... 57

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APRESENTAÇÃO

Este estudo teve origem a partir da pesquisa matricial “Atenção Integral à

Saúde do Idoso”, vinculado ao Grupo de Pesquisa de Envelhecimento humano

(GERON) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

(UNIJUÍ).

O projeto matricial abriga um conjunto de investigações observacionais e

experimentais que tem como objetivo “Estudar o processo de envelhecimento

humano e sua repercussão na saúde do Idoso na perspectiva da atenção

integral”; a partir de cinco linhas de investigação: aspectos biopsicossociais e

ambientais; capacidades físicas, funcionais e cognitivas; farmacologia do

envelhecimento; alimentação, nutrição e atividade física; e marcadores bioquímicos e

moleculares relacionados a fatores musculares, endócrinos e imunológico. É um

estudo de seguimento com amostra probabilística com período de execução de cinco

anos (2017 a 2021). Nesse período os idosos acompanhados passarão por quatro

ciclos de avaliação.

Este de um subprojeto de delineamento transversal que analisou dados da

primeira coleta realizada no período de 2017 a 2018; este estudo vincula-se a segunda

linha de investigação do projeto matricial que tem como objetivo “estudar as

capacidades físicas, funcionais e cognitivas e suas repercussões na saúde do idoso

a partir: da avaliação da fragilidade do Idoso segundo os critérios de FRIED; e, da

avaliação da sarcopenia através dos critérios estabelecidos pelo Consenso Europeu

de Sarcopenia.

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1 INTRODUÇÃO/ REFERENCIAL TEÓRICO

O crescimento acentuado da população idosa vem trazendo mudanças

significativas para a saúde destes indivíduos. Lopes (2009) diz que no século

passado, principalmente a partir da década de 60, ocorreu uma mudança na pirâmide

etária mundial. Essa mudança faz com que o foco de atenção seja o estudo do

envelhecimento e da velhice, suscitando ações de agentes sociais e governamentais,

além de profissionais da área da saúde.

A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e em termos

proporcionais, os idosos acima de 80 anos, também vêm aumentando

proporcionalmente e de maneira mais acelerada. E este segmento populacional é o

que mais cresce nos últimos tempos, sendo hoje mais de 12% da população idosa.

O estilo de vida sedentário vem sendo um dos fatores determinantes para o

aparecimento significativo e preocupante de pessoas idosas manifestarem algum tipo

de doença. Na maioria dos casos as doenças crônicas lideram os índices de

acometimento desta população, doenças como hipertensão arterial e diabetes mellitus

tipo dois estão no topo do ranking, assim como os agravos cardiovasculares.

Em 1989, Irwin Rosenberg, pesquisador norte-americano, sugeriu o termo

“sarcopenia” para denominar o processo da perda de massa magra relacionado à

idade (ROSENBERG, 1989). Esta patologia de caráter aparentemente mais silenciosa

se caracterizada etimologicamente, e é derivado do grego sarkos (carne) e penia

(perda), e, inicialmente, referia-se à perda de massa magra observada com o

envelhecimento.

Ao olhar o envelhecimento, podemos perceber que dois fatores estão

intimamente ligados no que diz respeito à qualidade de vida dos idosos. O primeiro

fator é a senescência; processo lento, gradual, natural, de diminuição progressiva da

reserva funcional dos indivíduos. O que, em condições normais, não costuma

provocar qualquer doença crônica, apenas o declínio de todas as funções orgânicas

dos indivíduos.

Outro fator a ser observado são as síndromes geriátricas como a sarcopenia,

que leva a perda de massa muscular ao idoso, agravando assim seu quadro de

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dependência, incapacidade funcional, perda das atividades de vida diária, internação,

institucionalização e óbito.

Desse modo é necessário olhar a atenção à saúde do idoso de forma global e

unificada, pois esta população não demanda apenas de um serviço, mas de toda uma

rede que deve atuar de forma interdisciplinar, na perspectiva da integralidade da

atenção e com o objetivo de promover ações de promoção e prevenção a saúde para

a autonomia e independência funcional.

O envelhecimento é um processo contínuo e fisiológico, envolvendo muitas

variáveis, como a genética, estilo de vida e doenças crônicas, que interagem entre si

e influenciam significativamente o modo em que alcançamos determinada idade

caracterizado pela diminuição funcional dos diversos sistemas biológicos (SILVA E

BRITO, 2017). Nesse processo, ocorrem decréscimos morfofisiológicos, e os efeitos

são notórios principalmente nas estruturas musculoesquelética, que acometem perda

da massa e força muscular, variáveis envolvidas diretamente na capacidade de

realizar as Atividades de Vida Diárias (AVD.s), como se higienizar e se locomover

(PERFEITO, ROCHA, 2016)

De acordo com Schopf et al., (2017), este fenômeno, é influenciado por

diversos fatores (intrínsecos e extrínsecos) dependendo das características

individuais peculiares no decorrer do processo. Essa condição os torna mais

propensos e susceptíveis ao desenvolvimento de agravos crônicos à saúde,

substancialmente da redução da capacidade fisiológica e da resposta aos estímulos

ambientais, provocando alterações biológicas, psicológicas e socioambientais e de

ajustamento às novas situações de vida (SCHOPF et al., 2017; ACSM, 2009).

Tolentino et al., (2017) explicam que no envelhecimento as mudanças são

inevitáveis, principalmente na composição corporal. O aumento da massa gorda e a

redução da massa magra são as alterações mais comuns nessa idade, situação que

tem um duplo aspecto negativo, pois favorece tanto a manifestação de doenças

crônicas quanto afeta a capacidade funcional do idoso (TOLENTINO et al, 2017).

Já Cunha et al., (2017) esse processo acarreta alterações na composição

corporal, tais como, redução da taxa metabólica, da massa livre de gordura, da massa

óssea e água corporal, especialmente o componente intracelular, além da

redistribuição da gordura corporal. Essas alterações consequentemente, interferem

nas habilidades e independência do idoso para a realização de suas atividades

diárias, na mobilidade, e na qualidade de vida (CUNHA et al., 2017).

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Além de dificuldades na absorção dos nutrientes, o uso de medicamentos,

presença de doenças e estilo de vida sedentário, pode contribuir para a maximização

da sarcopenia, sendo determinantes para a incapacidade funcional no envelhecimento

(PERFEITO, ROCHA, 2016)

De acordo com Ataíde et al (2018) a sarcopenia é considerada uma síndrome

geriátrica muito presente nos idosos. Ela é caracterizada pela perda progressiva e

generalizada de massa muscular, tornando o indivíduo idoso mais frágil e dependente,

podendo levar esses indivíduos a morte.

A idade avançada é um fator de risco para reduzir a mobilidade e, quando

associada com mudanças na composição corporal, como o aumento da gordura em

relação à massa magra, os efeitos deletérios podem ser potencializados. A redução

da massa muscular, que ocorre com o envelhecimento, associada com baixa força

muscular e a baixa desempenho físico, é definida como sarcopenia e, quando esta

condição coexiste com excesso de gordura corporal, é definida com obesidade

sarcopênica (SANTOS et al, 2017).

Schopf et al. (2017) explicam que fatores intrínsecos podem estar envolvidos

com a perda de massa muscular ou com a sarcopenia em humanos, como por

exemplo, idade, sexo e raça. A prevalência de sarcopenia tende a crescer

proporcionalmente com o passar dos anos, e observa-se que tantos homens como

mulheres apresentaram uma redução de força muscular, porém no sexo masculino

essa perda após a 6ª década de vida é duas vezes maior que a observada no sexo

feminino (SCHOPF et al.2017). A etiologia da sarcopenia é multifatorial, porém o sexo

e perfil étnico-racial são fatores que estão estritamente relacionados e podem conferir

proteção ou risco em relação à velocidade de perda de massa muscular (SCHOPF et

al., 2017).

Para Silva et al., (2017) as mudanças não são totalmente iguais para ambos os

gêneros. Isso se deve a fatores biológicos e genéticos como, por exemplo, a menor

densidade óssea nas mulheres lhes resultando em um esqueleto em média 25% mais

leves que o esqueleto masculino, propensas assim a risco maior de fraturas.

Considerando ainda fatores biológicos como ciclo menstrual e a produção de

estrogênio, hormônio que entre outras funções regula a fixação de cálcio nos ossos,

o qual diminui de produção a partir da menopausa.

Navieira, Ramos e Andreone (2017) explicam que outros fatores considerados

também como possíveis causas da sarcopenia são: nutrição inadequada no idoso

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decorrente da falta de apetite, redução do paladar e do olfato, problemas de dentição

com prejuízo da mastigação, declínio do gasto metabólico basal, isolamento social e

mudanças de ordem ambiental e financeira, baixos níveis de vitamina D3, aumento

da produção de citosinas pro-inflamatórias (IL-1,IL-6 e TNF- α) promovendo a

degradação de proteínas das fibras musculares além, da inatividade física.

Por se tratar de um processo fisiológico, a sarcopenia não pode ser curada, no

entanto, o exercício físico é apontado como relevante procedimento não

farmacológico para diminuir suas repercussões, afetando positivamente, não só no

sistema músculo esquelético, como também, no imunológico, no cardiovascular, na

estabilidade postural, na prevenção de quedas, na melhora da autonomia e na função

psicológica, que envolve a cognição, depressão, ansiedade, percepção de controle,

entre outros (PERFEITO, ROCHA, 2016)

O termo sarcopenia foi utilizado pela primeira vez por Irwing Rosenberg em

1989 para descrever a redução acentuada da massa muscular decorrente do

envelhecimento. Estimativas de prevalência de Sarcopenia ajustada para idade e

sexo, variam de 7% a 69%, dependendo da medida utilizada para a mensuração da

massa muscular, diferentes pontos de corte e critérios utilizados. A base etiológica

primaria da sarcopenia está na perda de massa muscular associada com o

envelhecimento e ampliada por fatores que incluem alterações neurais, alterações

hormonais, aumento das atividades inflamatórias e estresse oxidativo (NAVIEIRA,

RAMOS, ANDREONI, 2017).

Na fisiopatologia da sarcopenia ocorre a redução de neurônios motores e das

secreções hormonais (testosterona e deidroepiandrosterona - DHEA), desnutrição e

atrofia causada pela falta de atividades mecânicas, sendo que as fibras musculares

de contração rápida, são mais suscetíveis. A diminuição da massa muscular está

relacionada com perda de cálcio, nitrogênio, água e componentes químicos da massa

óssea. Essa diminuição de massa é mais prevalente nos membros inferiores e

consequentemente acaba sendo responsável por alterações nas atividades dos

músculos e redução da força e potência muscular, levando a uma diminuição da

marcha (ATAIDE et al., 2018)

Tem-se demonstrado que essa síndrome leva a impactos negativos sobre a

saúde dos idosos. Associação da redução de massa e força muscular resulta em

maior risco de quedas, hospitalizações, dependência, institucionalizações, piora da

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qualidade de vida e mortalidade. Adicionam-se a esses aspectos, as sérias

repercussões sobre os aspectos sociais e econômicos (PAULA et al, 2016).

Estima-se que, a partir dos 40 anos, ocorra perda de cerca de 5% de massa

muscular a cada década, com declínio mais rápido após os 65 anos, particularmente

nos membros inferiores. Os homens possuem mais massa muscular, porém

apresentam maior redução desta, fato atribuído ao declínio hormonal. Em mulheres,

a incidência é mais branda, entretanto, por sua expectativa de vida ser maior, a

sarcopenia pode causar mais limitações funcionais (PERFEITO, ROCHA, 2016).

1.1 Critérios estabelecidos em diferentes estudos e consensos acerca da

prevalência e o grau de sarcopenia

Viana et al. (2018) explicam que atualmente, despertou-se para o estudo da

concordância dos critérios diagnósticos de sarcopenia, confrontando-se a

identificação dessa síndrome que utiliza exclusivamente a medida da massa muscular

com a possibilidade de considerar avaliações físico-funcionais no rastreio de idosos

sarcopênicos e na determinação da gravidade do caso. Apesar de questionado, o uso

apenas da massa muscular para diagnosticar sarcopenia permite avaliações em

cenários de idosos incapacitados para avaliações funcionais e possibilita triar idosos

que apresentam maior risco de evoluir para sarcopenia moderada e grave

acompanhada de limitações funcionais.

O processo de envelhecimento impõe modificações na composição corporal

dos indivíduos. Uma das características mais marcantes desse período é o declínio

gradual da função muscular. O Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em

Idosos (EWGSOP) propôs que sarcopenia é uma síndrome geriátrica caracterizada

por diminuição progressiva de massa, força e função muscular (PAULA et al, 2016).

O consenso European Working Group on Sarcopenia in Older People

(EWGSOP) sugere que o diagnóstico de sarcopenia pode ser verificado por meio da

massa muscular mais a força muscular e/ou desempenho físico para identificar a

sarcopenia. Para cada variável, foram dadas diversas opções de métodos de

mensuração. Para estimar a massa muscular, o consenso europeu sugere o uso de

tomografia computadorizada, ressonância magnética, antropometria, potássio total ou

parcial do corpo por tecido mole livre de gordura, DXA ou BIA. Para mensurar a força

muscular indica a FPM, flexão/extensão do joelho ou pico de fluxo expiratório. Para

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verificar o desempenho físico indica o teste de velocidade da marcha (usual gait

speed), teste get-up-and-go-to, teste timed get-up-and-go, teste de potência de subida

de escada (stair climb power test) ou short physical performance battery (SPPB)

(CONFORTIN, 2017).

Dentre as opções para identificar a sarcopenia por meio da massa muscular, o

consenso europeu EWGSOP citou o indicador usado por Baumgartner a força

muscular por meio da FPM e o desempenho físico por meio do SPPB, sendo o mais

recomendado. O consenso considera sarcopenia, pré-sarcopenia e sarcopenia

avançada. O diagnóstico de sarcopenia depende do método de identificação

escolhido. Para a mensuração recomendada pelo consenso (massa muscular, FPM e

desempenho físico), a pré-sarcopenia foi definida pela massa muscular menor que ≤

8,90 kg/m² para homens e ≤6,37 kg/m² mulheres, considerando-se sarcopenia quando

apresentar menor quantidade de massa muscular e também força muscular reduzida

(homens: <30 kg e mulheres: <20 kg) ou baixo desempenho físico (homens e

mulheres: <0,8 m/s) e sarcopenia severa pela menor quantidade de massa muscular

e de força muscular reduzida e do baixo desempenho físico.

A Foundation of the National Institute of Health (FNIH) considerou a sarcopenia

a partir da massa muscular apendicular dividida pelo índice de massa corporal, força

muscular [avaliada pela força de preensão manual (FPM)] e desempenho físico

(avaliado pela velocidade da marcha). A sarcopenia foi diagnosticada quando a FPM

(homens: <26 kg e mulheres: <16 kg), a massa muscular (homens: ≤0,789 e mulheres:

≤0,512) e o desempenho físico (homens e mulheres: < 0,8m/s) apresentaram valores

inferiores aos critérios adotados.

O International Working Group on Sarcopenia (IWGS) considerou a massa

muscular (MMA/estatura²) e o desempenho físico (avaliado pela velocidade da

marcha). A sarcopenia foi considerada quando o indivíduo apresentava valores abaixo

do percentil 20 da amostra para massa muscular (homens: ≤7,23 kg/m² e mulheres:

≤5,67 kg/m²), segundo sexo, e baixo desempenho físico (<1,0 m/s em homens e

mulheres).

A European Society for Clinical Nutrition and Metabolism [Special Interest

Group on cachexia-anorexia in chronic wasting diseases] (ESPEN) também preconiza

identificar a sarcopenia pelo valor da massa muscular e pelo desempenho físico.

Contudo, utilizou a massa muscular menor que dois desvios-padrão da média de

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adultos jovens da mesma etnia e o baixo desempenho físico (<0,8 m/s) para ambos

os sexos para detectar a sarcopenia.

A Society of sarcopenia, cachexia, and wasting disorders (SCWD) também

considerou sarcopenia com massa muscular (MMA/est²) e desempenho físico. Utilizou

o índice de massa muscular apendicular (IMMA) menor que dois desvios-padrão da

média de adultos jovens da mesma etnia e o baixo desempenho físico (homens e

mulheres: <1 m/s) para considerar a sarcopenia.

A partir disso, pode-se observar que a utilização de diferentes definições,

indicadores, cálculos dos indicadores e critérios de diagnóstico de sarcopenia

acarretam diferentes estimativas de prevalência. Além disso, a idade, sexo, etnias,

origem genética, origens sociais e culturais, estilo de vida e ambiente de vida das

populações estudadas, tem implicações sobre a prevalência da sarcopenia. Ainda, as

diferenças no desenho do estudo, tamanho da amostra podem contribuir para os

resultados da prevalência de sarcopenia com grande amplitude. Entretanto, a grande

maioria dos estudos indica que a sarcopenia é um problema de saúde pública entre

os idosos (CONFORTIN, 2017).

Diferentes técnicas de mensuração e critérios diagnósticos podem ser

escolhidos para definir a sarcopenia, o que pode acarretar diferentes prevalências

deste desfecho. Contudo, ainda não existe uma definição operativa universal de

sarcopenia58, mas a definição fornecida pelo consenso europeu, que inclui massa

muscular, força muscular e/ou desempenho físico, pode ser considerada a mais

completa. Assim, há necessidade de mais investigações para padronizar os critérios

diagnósticos dessa síndrome geriátrica e determinar qual o mais indicado para ser

utilizado. Contudo, independente da definição operacional de sarcopenia adotada, a

avaliação deve ser realizada, para determinar o curso natural da patologia e

desenvolver e definir um tratamento efetivo para a mesma (CONFORTIN, 2017).

1.2 Exercício físico e sarcopenia

Os exercícios físicos regulares auxiliam na redução do peso corporal, no ganho

de FM, na manutenção da capacidade funcional e autonomia, contribuindo para a

melhora da saúde e qualidade de vida da pessoa idosa (OLIVEIRA et al., 2017).

Em outras palavras, exercícios físicos realizados ao longo da vida podem ser

um dos fatores responsáveis por um aumento na expectativa de vida. Já a falta dos

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mesmos, pode antecipar e agravar o declínio decorrente do envelhecimento,

transformando-se em fator determinante para uma velhice mais prejudicada, afetando

assim, a qualidade de vida e a capacidade de realização das AVD´s (PERFEITO,

ROCHA, 2016).

O exercício físico além de promover melhora na capacidade funcional, auxilia

na regulação da pressão arterial, redução do risco de doenças cardiovasculares,

osteoporose, diabetes, inclusive, na minimização da sarcopenia (PEREIRA, PAULO e

SANTOS, 2015).

Além disso, são observados benefícios psicossociais como diminuição

sintomatológica da depressão e da ansiedade, aumento da autoconfiança, da

autoestima e da socialização (PERFEITO, ROCHA, 2016).

Alguns dos mecanismos relacionados ao efeito protetor da prática de atividade

física contra a sarcopenia refere-se ao fato de que ela pode minimizar os efeitos da

apoptose muscular, que ocasiona a diminuição no número e tamanho das fibras

musculares (SANTOS, 2018)

Ou seja, a forma com que a pessoa envelhece não depende somente de sua

constituição genética, mas também da vida que leva. O ritmo da perda biológica está

associado à vitalidade que os indivíduos trazem consigo ao nascer e a sua capacidade

de mantê-la durante toda vida. A melhora da qualidade de vida é influenciada pelo

estilo de vida adotado, na qual entende-se que deve haver exercício físico regular,

bons hábitos alimentares, sono adequado, controle de peso, entre outros (PERFEITO,

ROCHA, 2016).

Recentemente, Steffl et al. (2017) publicaram um estudo de revisão sistemática

e meta-análise que explorou o efeito da AF geral sobre a sarcopenia em indivíduos

mais velhos, utilizando estudos observacionais com delineamentos transversal ou

longitudinal (coorte). O resultado da meta-análise confirmou a redução da chance de

risco de desenvolvimento da sarcopenia no decorrer do envelhecimento para

indivíduos fisicamente mais ativos.

1.3 Atenção à saúde do idoso com sarcopenia

Diante da eminente transformação epidemiológica que o Brasil vem sofrendo

nestes últimos tempos, a qualidade de vida ganha um sentido mais amplo e

necessário, criando-se a necessidade de um olhar mais crítico e intervenções a

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respeito das alterações do envelhecimento e de suas consequências, a fim de

proporcionar ao idoso um maior bem-estar e maior capacidade funcional.

Para Tolentino et al. (2017), a proposta de envelhecimento saudável sugerida

pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apoia-se num processo contínuo de

manutenção da capacidade funcional do idoso para que ele alcance o bem-estar na

idade avançada. Essa é uma meta indiscutível, uma vez que o envelhecimento

populacional aumenta rapidamente, podendo o número de idosos dobrar nos

próximos 50 anos. Em termos absolutos, a população mundial de idosos pode passar

de 900 milhões, em 2015, para 3,2 bilhões em 2100.

Considerando o aumento da expectativa de vida na atualidade e nos próximos

anos no Brasil, as Doenças Musculoesqueléticas têm tendência crescente, pois os

idosos constituem o grupo com maior prevalência dessas doenças, o que pode levar

ao aumento da morbimortalidade, restrição de mobilidade, incapacidade funcional,

isolamento social e aumento do risco de quedas (MELO et al, 2017)

O período da velhice é muito associado ao declínio das funções corporais e

mentais, o que desestimula o idoso a procurar uma prática que reduza os impactos

do envelhecimento. Assim, tornam-se menos ativos à medida que aumentam de

idade, contribuindo para redução de sua independência social (GIELEN et al., 2015)

Além disso, o envelhecimento pode vir acompanhado por síndromes

geriátricas, dentre elas a sarcopenia, repercutindo em incapacidade física, diminuição

da qualidade de vida, morbidades, fragilidade e mortalidade. Essas condições

adversas contribuem para o aumento da demanda por serviços de saúde e dos

respectivos gastos/custos com serviços de saúde, assistência médica especializada

e suporte social, requerendo serviços sociais e médicos por mais tempo. A sarcopenia

é considerada problema de saúde pública, principalmente, em decorrência das

implicações sociais e do reflexo nas políticas de saúde (CONFORTIN, 2017).

Apesar de políticas públicas de conscientização ainda não muito eficientes

(KALACHE, 2017), sabe-se que o envelhecimento traz desafios e mudanças para a

sociedade, em especial no que diz respeito aos aspectos sociais, políticos,

econômicos e de saúde. Esse complexo processo ocasiona alterações anatômicas,

fisiológicas e psicossomáticas, afetando a integridade física e possibilitando o

surgimento de doenças não transmissíveis, além de predispor a uma perda de

autonomia (PERFEITO, ROCHA, 2016).

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Nesse contexto, urge a necessidade de estudos que estabeleçam o perfil da

população idosa, especialmente a brasileira, quanto aspectos relacionados a

fragilidade e sarcopenia; na perspectiva, da atenção à saúde do idoso de forma

integral, considerando que a população idosa não demanda apenas de um serviço de

saúde, mas exige uma complexa rede de cuidado, da promoção a saúde a alta

complexidade.

Contudo, a identificação precoce da presença de critérios de fragilidade e

sarcopenia na população atendida pela atenção primária possibilitaria a

implementação de medidas de saúde com vistas a reduzir o risco de situações

adversas e dependência física e funcional, dessa forma o estudo ora apresentado tem

como objetivo estudar a relação entre a fragilidade e a sarcopenia em idosos

assistidos pela atenção primária em um município na região sul do Brasil.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Estudar a relação entre a fragilidade e a sarcopenia em idosos assistidos pela

atenção primária em um município na região sul do Brasil.

2.2 Específicos

· Avaliar evidências científicas acerca do treinamento físico e suplementação

nutricional.

· Avaliar a prevalência e o grau de sarcopenia através dos critérios estabelecidos

pelo Consenso Europeu de Sarcopenia;

· Associar a sarcopenia com a presença e ausência dos critérios de fragilidade.

· Associar a fragilidade e sarcopenia com idade e sexo.

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3 RESULTADOS

Os resultados dessa dissertação serão apresentação a partir de dois manuscritos que estão formatado de acordo com as Normas da Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Manuscrito 1

Título em português: O treinamento de força e a suplementação em idosos

sarcopênicos: uma revisão sistemática

Título em inglês: Strength training and supplementation in sarcopenic elderly: a

systematic review

Manuscrito 2

Título em português: Fragilidade e sarcopenia em idosos assistidos pela atenção

primária.

Título em inglês: Frailty and sarcopenia in the elderly assisted by primary care.

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MANUSCRITO 1

O TREINAMENTO DE FORÇA E A SUPLEMENTAÇÃO EM IDOSOS

SARCOPÊNICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

RESUMO

Trata-se de uma revisão sistemática integrativa que foi desenvolvida a partir das recomendações do PRISMA, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre a realização de exercícios para força com ou sem suplementação alimentar e os resultados obtidos em pacientes sarcopênicos. A busca foi realizada nos meses de julho a setembro de 2018, a partir de artigos publicados no período de 2016 a 2018 nas seguintes bases eletrônicas: Medline/Pubmed, Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde, CINAHL e Springer. Utilizou-se os seguintes descritores: "Sarcopenia"[Mesh] OR “Sarcopenias”) AND (Exercises” OR “”Physical Activity” OR “Activities, Physical” OR “Exercise Training” OR “Training, Exercise”)) AND (“muscle Strength” OR “Strength, Muscle”)) AND (“aged” OR “Elderly”) e seus respectivos sinônimos. Os artigos identificados pela estratégia de busca inicial foram avaliados independentemente por dois pesquisadores, conforme os critérios de elegibilidade e os artigos selecionados foram avaliados quanto à qualidade metodológica. Resultados: Foram analisados cinco artigos que após seleção e aplicação dos critérios de inclusão, todos relacionavam o treinamento de força muscular, e alguns associaram a suplementação alimentar como possibilidade tratamento em pacientes sarcopênicos. A análise da suplementação sugere que a administração da mesma pode retardar o declínio e função normal da massa muscular em idosos, podendo assim ser considerada uma abordagem terapêutica para prevenir a sarcopenia, permitindo a independência física e a qualidade de vida dessa faixa etária. Conclusão: nesse sentido, pode-se concluir que a ingestão adequada de proteínas (suplementação) e atividade física regular, particularmente o exercício resistido, são essenciais para manutenção da massa muscular e o desempenho físico adequados ao longo da vida, e surgem como possibilidade de tratamento terapêutico, alternativo aos dispensados clinicamente, repletos de medicações que se mostram ineficientes para recuperação da massa e força muscular, na população idosa.

Palavras Chaves: Sarcopenia, Exercício, Atividade Física, Treinamento Físico, Força Muscular e Idoso.

ABSTRACT

This is an integrative systematic review that developed based on the PRISMA recommendations, with the objective of deepening the knowledge about the relationship between the exercise of strength exercises with or without food supplementation and the results obtained in sarcopenic patients. The search as performed from July to September 2018, from articles published from 2016 to 2018 in the following electronic databases: Medline / Pubmed, Scielo, Virtual Health Library, CINAHL and Springer. The following descriptors were used: "Sarcopenia" [Mesh] OR “Sarcopenias”) AND (Exercises ”OR“ ”Physical Activity” OR “Activities, Physical” OR “Exercise Training” OR “Training, Exercise”)) AND (“ muscle Strength ”OR“ Strength,

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Muscle ”)) AND (“ aged ”OR“ Elderly ”) and their respective synonyms. The articles identified the initial search strategy were independently assessed by two researchers according to the eligibility criteria and the selected articles were evaluated for methodological quality. Results: We analyzed five articles that after selection and application of the inclusion criteria, all related to muscle strength training, and some associated dietary supplementation as a possible treatment in sarcopenic patients. Supplementation analysis suggests that its administration may delay the decline and normal function of muscle mass in the elderly, and may thus considered a therapeutic approach to prevent sarcopenia, allowing for the physical independence and quality of life of this age group. Conclusion: In this sense, it can be concluded that adequate protein intake (supplementation) and regular physical activity, particularly resistance exercise, are essential for maintaining muscle mass and adequate physical performance throughout life, and appear as a possibility of therapeutic treatment, alternative to those dispensed clinically, full of medications that prove ineffective for recovery of muscle mass and strength in the elderly population. Keywords: Sarcopenia, Exercise, Physical Activity, Physical Training, Muscular and Aged Strength.

INTRODUÇÃO

Trata-se de uma revisão sistemática integrativa que foi desenvolvida com o

objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre a realização de

exercícios para força com ou sem suplementação alimentar e os resultados obtidos

em pacientes sarcopênicos.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão sistemática integrativa, realizada a partir das

recomendações do PRISMA 2010. A busca por publicações acerca da temática foi

realizada a partir da questão norteadora: Qual é a relação entre a realização de

exercícios de força com ou sem suplementação alimentar e os resultados obtidos em

pacientes sarcopênicos?

Foram buscados artigos a partir dos descritores: "Sarcopenia"[Mesh] OR

“Sarcopenias”) AND (Exercises” OR “”Physical Activity” OR “Activities, Physical” OR

“Exercise Training” OR “Training, Exercise”)) AND (“muscle Strength” OR “Strength,

Muscle”)) AND (“aged” OR “Elderly”), e seus respectivos sinônimos, para os últimos

anos de publicação, conforme o Quadro 1.

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A busca foi realizada nos meses de julho a setembro de 2018, a partir de artigos

publicados no período de 2016 a 2018 nas seguintes bases eletrônicas:

Medline/Pubmed, Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde, CINAHL e Springer.

Quadro 1: Estratégia de busca. Ijuí/Brasil -2018

“aged”[Mesh] OR “Elderly” AND "Sarcopenia"[Mesh] OR “Sarcopenias” AND “Exercises” [Mesh] OR “”Physical Activity” OR “Activities, Physical” OR

“Exercise Training” OR “Training, Exercise” AND “muscle Strength”[Mesh] OR “Strength, Muscle”

Os artigos identificados pela estratégia de busca foram avaliados por dois

pesquisadores de forma independente. A primeira etapa da seleção dos artigos foi

pela leitura dos títulos e resumos. Os critérios de inclusão foram: artigos originais,

estudos experimentais, com população idosa sarcopênica, relacionados aos

exercícios de ganho de força com ou sem suplementação. Não houve restrição quanto

ao idioma de publicação dos artigos.

Os critérios de exclusão foram: artigos de revisão narrativa, estudos

observacionais, população idosa com condições ou doenças específicas e idosos

hospitalizados ou institucionalizados. Após a primeira seleção e exclusão dos artigos

duplicados, os pesquisadores leram os artigos na íntegra para extração de dados e

análise da qualidade metodológica. Quando havia divergência na seleção, os

avaliadores discutiam até chegar ao consenso.

Na extração de dados dos artigos foi enfatizada a busca pelas seguintes

informações: objetivo do estudo, tipo de estudo, amostra, local onde foi realizada a

pesquisa; e analisados os principais resultados apresentados.

Os artigos incluídos foram avaliados quanto à qualidade metodológica através

da escala de Loney et al14 para estudos transversais avaliando aspectos referentes a

validade do método, interpretação e aplicabilidade dos resultados; e pela Escala

Newcastle-Ottawa15 para estudos de coorte através da avaliação da seleção da

amostra, comparabilidade e desfecho dos resultados. As duas escalas possuem um

escore máximo de oito pontos e valores maiores significam maior qualidade

metodológica.

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RESULTADOS

Foram selecionados 20 artigos nas bases eletrônicas Pubmed, Scielo, Biblioteca Virtual

em Saúde, CINAHL e Springer. Após leitura inicial dos pesquisadores foram selecionados 4

artigos para análise final. Foram realizadas novas pesquisas em outras bases de dados,

utilizando como descritores: "Sarcopenia"[Mesh] OR “Sarcopenias”)) AND (Exercises” OR

“”Physical Activity” OR “Activities, Physical” OR “Exercise Training” OR “Training,

Exercise”)) AND (“muscle Strength” OR “Strength, Muscle”)) AND (“aged” OR “Elderly”)".

Os processos realizados na seleção dos artigos e os motivos de exclusão estão descritos na

Figura 1.

Figura 1- Fluxograma do processo de seleção

Identificação

N. de relatos identificados no

banco de dados de buscas (20)

N. de relatos identificados em

outras fontes (0)

N. de relatos após eliminar

duplicados (0)

Seleção N. de relatos rastreados (20) N. de relatos excluídos (15)

Elegibilidade

N. de artigos em texto completo

avaliados para elegibilidade (10)

N. de artigos em texto completo

excluídos, com justificativa (10)

N. de estudos incluídos em síntese

qualitativa (5)

Inclusão

N. de estudos incluídos em síntese

quantitativa (meta-análise)

(5)

Na extração dos dados dos artigos selecionados realizada pelos pesquisadores,

priorizou-se a busca pelos objetivos dos estudos, metodologias utilizadas, tamanho das

amostras e sexo dos indivíduos, país de realização das pesquisas (Tabela 1) e principais

resultados de cada estudo, com maior relevância para aqueles dados estatisticamente

significativos (Tabela 2).

Tabela 1- Relação dos artigos selecionado com os respectivos objetivos, tipo de estudo, amostragem e local de pesquisa

Autores (Ano)/ Título e local

Objetivo Tipo de estudo/

população e amostra

Amostra e Local da pesquisa

Rondanelli M, Klersy C, Terracol G, Talluri J, Maugeri R, Guido D, Faliva MA,

Testar a hipótese de que a suplementação nutricional com proteína de soro de leite (22 g), aminoácidos essenciais (10,9 g,

Randomizado, duplo-cego e placebo controlado

130 idosos sarcopênicos (53 homens e 77 mulheres)

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Solerte BS, Fioravanti M, Lukaski H, Perna S (2016) Whey protein, aminoácidos e suplementação de vitamina D com atividade física aumentam a massa e a força livre de gordura, a funcionalidade e a qualidade de vida e diminuem a inflamação em idosos sarcopênicos

incluindo 4 g de leucina) e vitamina D [2,5 μg (100 ui)] concomitante com atividade física regular e controlada aumentaria a gordura livre de massa, força, função física e qualidade de vida, e reduzir o risco de desnutrição em idosos sarcopênicos

Daly RM, O'Connell SL, Mundell NL, Grimes CA, Dunstan DW, Nowson CA, (2014) Dieta enriquecida com proteína, com o uso de carne vermelha magra, combinada com treinamento de resistência progressiva, aumenta a massa muscular e a força muscular e reduz as concentrações circulantes de IL-6 em mulheres idosas: um estudo randomizado controlado em cluster

Avaliar os efeitos do treinamento resistido progressivo combinado com uma dieta rica em proteínas facilitada pela carne vermelha magra na massa de tecido magro (LTM), tamanho muscular, força e função, marcadores inflamatórios circulantes, pressão arterial e lipídios mulheres velhas.

Ensaio controlado randomizado

100 mulheres de Melbourne

Liao CD, Tsauo JY, Lin LF, Huang SW, Ku JW, Chou LC, Liou TH. (2017) Efeitos do exercício de resistência elástica sobre a composição corporal e capacidade física em mulheres idosas com

Identificar a eficácia clínica do treinamento de resistência elástica (RET) em pacientes com obesidade sarcopênica

Estudo prospectivo e randomizado controlado

46 mulheres

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obesidade sarcopênica: Um estudo prospectivo randomizado controlado pelo CONSORT Smith GI, Julliand S, Reeds DN, Sinacore DR, Klein S, Mittendorfer B (2015) A terapia PUFA n-3 derivada do óleo de peixe aumenta a massa muscular e a função em idosos saudáveis.

Avaliar a eficácia da terapia PUFA n-3 (ω-3) derivada do óleo de peixe para diminuir a perda de massa muscular e função associada à idade

Estudo Controle Randomizado duplo-cego

67 homens e mulheres St. Louis, Missouri

Fragala MS, Fukuda DH, Stout JR, Townsend JR, Emerson NS, Boone CH, Beyer KS, Oliveira LP, Hoffman JR. (2014) Índice de qualidade muscular melhora com o treinamento físico resistido em idosos

Determinar se as mudanças no MQI em resposta ao treinamento de força e destreinamento e como essas mudanças correspondem a outras medidas recomendadas de função física propostas pelas definições sugeridas de sarcopenia

Estudo randomizado

25 idosos

A tabela 2, apresenta os principais resultados encontrados pelos artigos em

estudo.

Tabela 2. Principais resultados dos artigos selecionados Autores (Ano) Resultados Rondanelli M, Klersy C, Terracol G, Talluri J, Maugeri R, Guido D, Faliva MA, Solerte BS, Fioravanti M, Lukaski H, Perna S (2016)

A suplementação com whey protein, aminoácidos essenciais e vitamina d, em conjunto com exercícios apropriados para a idade, não apenas aumenta a massa e a força livres de gordura, mas também melhora outros aspectos que contribuem para o bem-estar em idosos sarcopênicos

Daly RM, O'Connell SL, Mundell NL, Grimes CA, Dunstan DW, Nowson CA, (2014)

Uma dieta rica em proteínas equivalente a 1,3 g/ kg− 1/d − 1 obtida através da carne vermelha magra é segura e eficaz para aumentar os efeitos da PRT na força e LTM e reduzir as concentrações circulantes de IL-6 em mulheres idosas.

Liao CD, Tsauo JY, Lin LF, Huang SW, Ku JW, Chou LC, Liou TH. (2017)

No pós-teste, uma diferença significativa entre grupos foi observada em massa livre de gordura, QM e capacidade física (todos P <0,05); e uma correlação significativa foi encontrada entre a mudança de massa magra-perna e a velocidade da marcha (r = 0,36; P

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<0,05). Após 12 semanas de intervenção elástica com RET, o GE teve significativamente menos pacientes exibindo sarcopenia (P <0,05) e apresentando dificuldade física (P <0,001) do que o GC

Smith GI, Julliand S, Reeds DN, Sinacore DR, Klein S, Mittendorfer B (2015)

Quarenta e quatro sujeitos completaram o estudo [29 indivíduos (73%) no grupo de n-3 PUFA; 15 sujeitos (75%) no grupo controle. Comparado com o grupo controle, 6 meses de terapia com PUFA n-3 aumentaram o volume muscular da coxa (3,6%; IC 95%: 0,2%, 7,0%), força de preensão manual (2,3 kg; IC95%: 0,8, 3,7 kg) e Força muscular de 1-RM (4,0%; IC 95%: 0,8%, 7,3%) (todos P <0,05) e tendiam a aumentar o poder isocinético médio (5,6%; IC 95%: -0,6%, 11,7%; P = 0,075).

Fragala MS, Fukuda DH, Stout JR, Townsend JR, Emerson NS, Boone CH, Beyer KS, Oliveira LP, Hoffman JR. (2014)

O treinamento resistido de curto prazo melhorou de forma significativa e clinicamente a IQM (203,4 ± 64,31 a 244,3 ± 82,92W), o tempo de marcha (1,85 ± 0,36 a 1,66 ± 0,27s) e o desempenho sentado (13,21 ± 2,51 a 11,05 ± 1,58s). Alterações no LBM e força de preensão palmar não foram significativas ou clinicamente significativas. A falta de treinamento por 6 semanas não resultou em mudanças significativas em qualquer medida do desempenho pós-treinamento.

Entre os artigos selecionados, todos relacionavam o treinamento de força

muscular, e alguns associaram a suplementação alimentar como possibilidade de

resultados positivos no desenvolvimento das atividades físicas realizadas.

No estudo realizado por Rondanelli et al (2016) realizado com 130 idosos de

ambos os sexos sarcopênicos, submetidos a um programa de atividade física

controlada, foi examinada a composição corporal com absorciometria de raio-x de

dupla energia, força muscular com um dinamômetro de preensão manual e índices

bioquímicos do estado nutricional e de saúde, bem como, foi avaliado o estado

nutricional global, a função física e a qualidade de vida antes e após a 12ª semana de

vida de intervenção. Em conclusão, os autores verificaram que A suplementação com

whey protein, aminoácidos essenciais e vitamina D, em conjunto com exercícios

apropriados para a idade, além de aumentar a massa e a força livres de gordura,

melhora outros aspectos que contribuem para o bem-estar em idosos sarcopênicos.

Em um ensaio controlado randomizado, realizado com 100 mulheres em

Melbourne, Daly et al (2014) avaliaram os efeitos do treinamento resistido progressivo

combinado com uma dieta rica em proteínas fornecidas pela carne magra vermelha,

na massa de tecido magro (LTM), tamanho muscular, força e função, marcadores

inflamatórios circulantes, pressão arterial e lipídios na população do estudo, realizado

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num período de quatro meses. De acordo com os autores, a dieta rica em proteínas

equivalente a 1,3 g/kg diariamente a partir do consumo de carne vermelha magra

é segura e eficaz para aumentar os efeitos da PRT na força e LTM e reduzir as

concentrações circulantes de IL-6 em mulheres idosas. Porém, não promoveu

alteração na redução de lípideos ou da pressão sanguínea.

Liao et al (2017), procuraram identificar a eficácia clínica do treinamento de

resistência elástica (RET) em pacientes com obesidade sarcopênica. Para tanto,

realizaram um estudo prospectivo e randomizado controlado, com 46 mulheres,

randomizadas em dois grupos, um experimental e outro controle. O primeiro grupo,

(GE), foi submetido a RET elástico por 12 semanas e o segundo (GC) não recebeu

nenhuma intervenção. Os autores realizaram avaliação das participantes no início e

no pós-teste, incluindo a composição corporal medida por absorciometria de dupla

energia de raios-X, qualidade muscular (MQ) definida como uma relação entre força

muscular e massa muscular e capacidade física avaliada usando testes de mobilidade

funcional. No pós-teste, uma diferença significativa entre grupos foi observada em

massa livre de gordura, QM e capacidade física (todos P <0,05); e uma correlação

significativa foi encontrada entre a mudança de massa magra-perna e a velocidade

da marcha (r = 0,36; P <0,05). Após 12 semanas de intervenção elástica com RET, o

GE teve significativamente menos pacientes exibindo sarcopenia (P <0,05) e

apresentando dificuldade física (P <0,001) do que o GC.

Já Smith et al (2015), em estudo controle randomizado duplo-cego, realizado

com 44 idosos, avaliaram a eficácia da terapia PUFA n-3 (ω-3) derivada do óleo de

peixe para diminuir a perda de massa muscular e função associada à idade. A partir

da comparação do grupo em estudo, com o grupo controle, após seis meses de terapia

com PUFA n-3 aumentaram o volume muscular da coxa (3,6%; IC 95%: 0,2%, 7,0%),

força de preensão manual (2,3 kg; IC95%: 0,8, 3,7 kg) e Força muscular de 1-RM

(4,0%; IC 95%: 0,8%, 7,3%) (todos P <0,05) e tendiam a aumentar o poder isocinético

médio (5,6%; IC 95%: -0,6%, 11,7%; P = 0,075). A análise dessa suplementação

permitiu constatar que a administração da mesma retarda o declínio normal da massa

muscular e da função em adultos mais velhos e pode ser considerada uma abordagem

terapêutica para prevenir a sarcopenia, mantendo a independência física em adultos

mais velhos.

Fragala et al (2014) objetivaram determinar se as mudanças no MQI em

resposta ao treinamento de força e destreinamento e como essas mudanças

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correspondem a outras medidas, com 25 idosas. Após seis semanas treinamento,

constataram que o MQI muda significativamente em resposta ao curto prazo de

resistência a uma magnitude clinicamente significativa em adultos mais velhos.

Melhorias no MQI excederam as de outras medidas de função muscular e status. Além

disso, porque o MQI é baseado em o teste cronometrado para sentar, tem alta

aplicabilidade clínica potencial.

DISCUSSÃO

A inatividade física e a idade avançada estão associadas ao aumento da

mortalidade e morbidade em humanos. A massa e a força do músculo esquelético

diminuem gradualmente 2% a cada ano a partir da sexta década afetando

negativamente as atividades da vida diária em 30% de todos os indivíduos com idade

acima de 70 anos (ERIKSEN et al, 2016).

Para Rondanelli et al (2018), a etiologia e os mecanismos da sarcopenia são

complexos e multifatorial. A sarcopenia primária é uma consequência do

envelhecimento (por exemplo, redução da função neurológica, alterações distribuição

do tipo de fibra muscular e aumento do turnover proteico). A sarcopenia secundária,

no entanto, está ligada à inatividade (por exemplo, repouso na cama ou um estilo de

vida sedentário) ou doença crônica (por exemplo, órgão insuficiência, malignidade,

inflamação ou doença endócrina).

De acordo com Smith et al (2015), os declínios associados à idade na massa e

função muscular são os principais fatores de risco para a incapacidade de realizar

atividades da vida diária, quedas, tempo de recuperação prolongado após a

hospitalização e mortalidade em idosos. Da mesma forma, a perda de massa muscular

relacionada à idade tem sido fortemente implicada com quedas e fraturas em idosos,

mas também tem sido associada com declínio cognitivo e demência (DALY et al,

2015).

Para Cheng Chan et al (2018), o envelhecimento, doenças crônicas e outros

fatores de estilo de vida podem contribuir para a perda de integridade muscular e

esquelética. Duas importantes doenças associadas ao envelhecimento são a

sarcopenia e a osteoporose. A sarcopenia, caracterizada como perda de fibras do tipo

2 e neurônios motores, leva à fraqueza muscular com a idade. Isso acaba levando à

incapacidade física subsequente e ao aumento da queda entre idosos. A osteoporose,

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que se caracteriza por um comprometimento na força óssea, predispõe a pessoa a

aumentar o risco de fratura. A fratura por fragilidade deteriora ainda mais a função

física e leva a outras complicações e morbidades, como desnutrição, depressão, má

qualidade de vida e morte.

A sarcopenia é denominada e caracterizada por atrofia muscular relacionada

à idade. A obesidade, é resultante de um aumento no tecido adiposo, considerada

uma causa crítica de perda de massa muscular esquelética que leva a um ciclo de

ganho contínuo de gordura. A sarcopenia em si está independentemente associada à

incapacidade física em pessoas idosas, enquanto a obesidade sarcopênica resulta

em mais limitações físicas do que a sarcopenia ou a obesidade isoladamente (LIAO

et al, 2017).

Existem estratégias que podem retardar a perda e função de massa muscular

relacionadas à idade, e são necessárias para ajudar os idosos a manter um status de

desempenho adequado para reduzir esses riscos, melhorar a qualidade de vida e

manter a independência (SMITH et al, 2015).

O treinamento de força com exercício de resistência fortalece universalmente

os músculos. A adição de dinâmica exercício para treinamento de resistência também

contribui com benefícios substanciais à função física (RONDANELLI et al, 2018)

Nessa direção, a realização de exercícios de treinamento surge como

possibilidades para o atendimento dessas demandas. O Treinamento resistido

progressivo (PRT) e proteína dietética adequada são reconhecidos como importantes

contribuintes para a manutenção da saúde e função muscular em idosos. No entanto,

ambos os fatores também têm o potencial de melhorar a função cerebral e prevenir o

declínio cognitivo através de várias vias, incluindo a regulação de vários fatores de

crescimento e neurotróficos [fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1)];

fator de crescimento derivado do cérebro (BDNF)] e / ou a modulação da inflamação

sistêmica. (DALY et al, 2015)

Liao et al, (2017) avaliaram outra modalidade de treinamento resistido,

desenvolvido com bandas elásticas. Esse método, tem sido frequentemente utilizado

como alternativa de tratamento e é considerado seguro para o fortalecimento muscular

em idosos. As ativações musculares e a auto percepção da eficácia deste treinamento

são semelhantes às do peso livre em treinamento de resistência. O RT elástico além

de ser seguro para pessoas idosas, também melhora a qualidade muscular (MQ), que

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é determinada como uma razão de força ou potência muscular em relação à massa

muscular.

A preservação da massa e função muscular é fundamental para a prevenção

da fragilidade física, incapacidade de mobilidade e perda de independência em idosos.

A redução da força e da função muscular são preditores chaves de sérios efeitos

adversos em idosos, incluindo a incapacidade de realizar atividades da vida diária,

aumento do risco de incapacidade de mobilidade, quedas (aumento de 20% na

incidência taxa para cada redução de ± 15% na força na parte inferior da perna), tempo

de internação e mortalidade (por exemplo, aumento de 4% para cada redução de 1 kg

na força de preensão) (SMITH et al, 2015).

Há evidências crescentes de que fatores nutricionais (por exemplo, a ingestão

de proteína, energia e certos micronutrientes; má absorção; e anorexia induzida por

drogas) contribuem para a sarcopenia. As intervenções para a sarcopenia incluem

nutrição, que pode ter um impacto positivo no anabolismo de proteínas. Aumentando

a quantidade (por exemplo, além da ingestão dietética recomendada) e qualidade (por

exemplo, aminoácidos essenciais, especificamente leucina) de proteína dietética

estimula a síntese de proteína muscular no idoso. Aumento da ingestão de vitamina

D estimula a expressão gênica e a síntese proteica muscular, facilita a ação

neuromuscular função, e aumenta a força e equilíbrio. Também reduz a inflamação

que está associada diminuição da força muscular em idosos (RONDANELLI et al,

2018)

A ingestão adequada de proteína e atividade física regular, particularmente o

exercício resistido, são os pilares para manter a massa muscular e o desempenho

físico adequados ao longo da vida. Embora a maioria dos adultos mais velhos

consuma proteína suficiente, uma infinidade de fatores relacionados à saúde, ao meio

ambiente e ao autocuidado são frequentemente barreiras à atividade física regular

(SMITH et al, 2015).

Nos achados de Liao et al (2017), a partir de um estudo prospectivo, após 12

semanas de TR elástico exerceram efeitos positivos sobre a composição corporal e

os resultados de mobilidade funcional em mulheres idosas com obesidade

sarcopênica. Os resultados do estudo sugerem que uma maior ênfase deve ser

colocada no TR elástico para permitir que pacientes com obesidade sarcopênica,

particularmente mulheres idosas obesas com sarcopenia classe I, ganhem massa

muscular e força (LIAO et al, 2017)

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise dos artigos selecionados, foi possível verificar que o

exercício físico e a suplementação alimentar têm grande relevância para o tratamento

da sarcopenia. O exercício físico, principalmente, na prática do treinamento resistido,

tem sido considerado o “padrão ouro” para reverter a perda causada pelo processo

de envelhecimento, proporcionando ao idoso um aumento significativo nos níveis de

massa, força e função muscular quando comparado ao exercício contínuo. O

treinamento de resistência em indivíduos mais velhos, também, tem efeito redutor

sobre marcadores de estresse oxidativo, fazendo com que aumente a atividade de

enzimas antioxidantes.

Relacionado à suplementação alimentar, verificou-se que dietas ricas em

proteínas, proporcionam resultados significativos na recuperação da massa muscular

magra, assim como, no aumento da resistência dos idosos na realização de exercícios

físicos resistidos.

Considerando que a sarcopenia tende a ser um processo inevitável de origem

multifatorial, amplamente associada ao declínio da capacidade funcional no idoso,

pode-se afirmar, a partir desse estudo que essa patologia pode ser revertida por

suplementação nutricional e pela prática do exercício físico, sendo ambos capazes de

restabelecer os níveis de força e qualidade de vida em idosos. Porém, evidencia-se a

necessidade de realização de estudos mais específicos, para que sejam definidos

protocolos mais efetivos no ganho de massa muscular e da força em idosos.

REFERENCIAS

PRISMA (Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; PRISMA Group. Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. Int J Surg. 2010; 8(5):336-41).

Chan DC, Chang CB, Han DS, Hong CH, Hwang JS, Tsai KS, Yang RS. Effects of exercise improves muscle strength and fat mass in patients with high fracture risk: A randomized control trial. J Formos Med Assoc. 2018 Jul;117(7):572-582. doi: 10.1016/j.jfma.2017.05.004.

Daly RM, O'Connell SL, Mundell NL, Grimes CA, Dunstan DW, Nowson CA. Protein-enriched diet, with the use of lean red meat, combined with progressive resistance training enhances lean tissue mass and muscle strength and reduces circulating IL-6

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concentrations in elderly women: a cluster randomized controlled trial. Am J Clin Nutr. 2014 Apr;99(4):899-910. doi: 10.3945/ajcn.113.064154. Epub 2014 Jan 29.

Eriksen CS, Garde E, Reislev NL, Wimmelmann CL, Bieler T, Ziegler AK, Gylling AT, Dideriksen KJ, Siebner HR, Mortensen EL, Kjaer M. Physical activity as intervention for age-related loss of muscle mass and function: protocol for a randomised controlled trial (the LISA study). BMJ Open. 2016 Dec 2;6(12):e012951. doi: 10.1136/bmjopen-2016-012951.

Fragala MS, Fukuda DH, Stout JR, Townsend JR, Emerson NS, Boone CH, Beyer KS, Oliveira LP, Hoffman JR. Muscle quality index improves with resistance exercise training in older adults. Exp Gerontol. 2014 May;53:1-6. doi: 10.1016/j.exger.2014.01.027. Epub 2014 Feb 6.

Liao CD, Tsauo JY, Lin LF, Huang SW, Ku JW, Chou LC, Liou TH. Effects of elastic resistance exercise on body composition and physical capacity in older women with sarcopenic obesity: A CONSORT-compliant prospective randomized controlled trial. Medicine (Baltimore). 2017 Jun; 96(23):e7115. doi: 10.1097/MD.0000000000007115.

Rondanelli M, Klersy C, Terracol G, Talluri J, Maugeri R, Guido D, Faliva Ma, Solerte Bs, Fioravanti M, Lukaski H, Perna S. Whey protein, amino acids, and vitamin D supplementation with physical activity increases fat-free mass and strength, functionality, and quality of life and decreases inflammation in sarcopenic elderly. Am J Clin Nutr. 2016 Mar;103(3):830-40. doi: 10.3945/ajcn.115.113357. Epub 2016 Feb 10.

Smith GI, Julliand S, Reeds DN, Sinacore DR, Klein S, Mittendorfer B. Fish oil-derived n-3 PUFA therapy increases muscle mass and function in healthy older adults. Am J Clin Nutr. 2015 Jul;102(1):115-22. doi: 10.3945/ajcn.114.105833. Epub 2015 May 20

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MANUSCRITO 2

FRAGILIDADE E SARCOPENIA EM IDOSOS ASSISTIDOS PELA ATENÇÃO

PRIMÁRIA

RESUMO

Objetivo: verificar a prevalência de fragilidade e sarcopenia em idosos assistidos pela atenção primária em um município na região Sul do Brasil e compreender a relação entre sexo e idade com os critérios avaliativos das duas condições. Método: Tratou-se de um estudo transversal, analítico, probabilístico. A população do estudo foi constituída por idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, ambos os sexos, adstritos a doze Estratégias Saúde da Família (ESF) da área urbana do município. Para a obtenção das variáveis de interesse foi utilizado entrevista estruturada, elaborada pelos pesquisadores; e avaliação física para aferir e classificar os níveis de fragilidade e sarcopenia. Resultados: Observou-se uma prevalência de 19,1% de fragilidade, 4,3% de sarcopenia e 4,3% de sarcopenia grave em idosos assistidos pela atenção primária em um município na região Sul do Brasil. Na relação com sexo e idade foram observadas maiores prevalências de fragilidade e de sarcopenia na população com idade igual ou maior de 80 anos e não houve diferenças em homens e mulheres. Ainda, observou-se relação entre a idade com a maioria dos critérios que são utilizados para avaliar fragilidade e sarcopenia. Conclusão: Os dados deste estudo, corroboram com dados epidemiológicos nacionais e internacionais, contudo, devido à alta taxa de envelhecimento populacional e ao grande número de comorbidades associadas à este envelhecimento. Palavras chaves: Atenção Primária; Idoso; Fragilidade; Sarcopenia

ABSTRACT Objective: To verify the prevalence of frailty and sarcopenia in elderly assisted by primary care in a municipality in southern Brazil and to understand the relationship between sex and age with the evaluative criteria of both conditions. Method: This was a cross-sectional, analytical, probabilistic study. The study population consisted of elderly, aged 60 years or over, both sexes, enrolled in twelve Family Health Strategies (FHS) in the urban area of the municipality. To obtain the variables of interest we used a structured interview, elaborated by the researchers; and physical evaluation to measure and classify frailty and sarcopenia levels. Results: A prevalence of 19.1% of frailty, 4.3% of sarcopenia and 4.3% of severe sarcopenia observed in the elderly assisted by primary care in a municipality in southern Brazil. Regarding gender and age, higher prevalence of frailty and sarcopenia observed in the population aged 80 years and over and there were no differences in men and women. Still, there was a relationship between age and most criteria that are use to evaluate frailty and sarcopenia. Conclusion: The data from this study corroborate national and international epidemiological data, however, due to the high rate of population aging and the large number of comorbidities associated with this aging. Key words: Primary Care; Elderly; Frailty; Sarcopenia.

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INTRODUÇÃO

O crescimento acentuado da população idosa no Brasil e no mundo promove

importantes desafios de políticas públicas, organização dos setores e serviços sociais;

e relevantes mudanças no perfil de morbidade da população idosa. Dentre as

principais mudanças, está o maior número de idosos que se encontram em situação

de fragilidade (1).

A fragilidade está associada à idade, no entanto, ela não é resultante

exclusivamente do processo de envelhecimento (2). O envelhecimento biológico está

associado a redução do potencial reparativo e regenerativo em tecidos e órgãos. Está

redução se manifesta como uma reserva fisiológica diminuída em resposta ao

estresse, denominada homeostenose; e consequentemente acumulam alterações

que criam desordem em nível molecular, celular e orgânico resultantes da modulação

genética, epigenética e ambiental (3), o que justifica que nem todo indivíduo terá uma

redução de reserva fisiológica que o tornará frágil (4).

Esta condição vem sendo associada a diversos fatores; destacando-se a

associação com sarcopenia, baixo nível de vitamina D, anemia, hipertireoidismo

subclínico em homens e a maior evolução para osteoporose em mulheres (5). Ainda,

de acordo com os autores, também foi observada associação da sarcopenia com a

idade avançada e pioras nos aspectos: qualidade de vida, capacidade física-funcional,

estado nutricional, comorbidades e aumento do risco de mortalidade em idosos

sarcopênicos (5). Estudo de Beaudart et al, 2015) mostra uma associação significativa

entre fragilidade e sarcopenia.

O declínio progressivo da capacidade funcional do indivíduo idoso, parece estar

intimamente relacionado à fragilidade e a sarcopenia. Em um estudo realizado na

França, observou-se que 82% dos indivíduos frágeis apresentavam redução da

capacidade de mobilidade e 33% e 3,3% relataram incapacidade de realização de

mais de uma atividades instrumentais de vida diária (AIVD) e atividades básicas de

vida diária (ABVD) respectivamente (6). Fried et al.(7) propôs um fenótipo de

fragilidade que conseguia predizer a piora da mobilidade e da incapacidade de ABVD

em idosos durante três anos de estudo. Além disto, a perda da capacidade funcional

que leva a inatividade física são fatores preponderantes no desenvolvimento,

perpetuação e piora da fragilidade e da sarcopenia (8).

São escassos no Brasil os estudos populacionais que estabeleçam o perfil da

população idosa levando em consideração os aspectos relacionados à fragilidade e

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sarcopenia. Nesse contexto, emerge a necessidade de estudos que estabeleçam este

perfil da população idosa, quanto aos aspectos relacionados a fragilidade e

sarcopenia; na perspectiva, da atenção à saúde do idoso de forma integral,

considerando que a população idosa não demanda apenas de um serviço de saúde,

mas exige uma complexa rede de cuidado, da promoção a saúde a alta complexidade.

A partir disto, a identificação precoce da presença de critérios de fragilidade e

sarcopenia na população atendida pela atenção primária possibilitaria a

implementação de medidas de saúde com vistas a reduzir o risco de situações

adversas e dependência física e funcional. Portanto, o estudo ora apresentado teve

como objetivo verificar a prevalência de fragilidade e sarcopenia em idosos assistidos

pela atenção primária em um município na região Sul do Brasil e compreender a

relação entre sexo e idade com os critérios avaliativos das duas condições.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, analítico, probabilístico, vinculado à pesquisa

institucional “Atenção Integral à Saúde do Idoso”, aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul, sob o Parecer Consubstanciado nº 2.653.484 e CAAE:

84430917.6.0000.5350. A pesquisa matricial é uma pesquisa de seguimento com

período de execução de 2017 a 2021 e quatro ciclos de avaliação dos idosos

acompanhados. Os dados do presente estudo são referentes à coleta realizada no

primeiro ciclo (2017-2018), na qual foram avaliados 141 indivíduos, com idade igual ou

superior a 60 anos, de ambos os sexos, adstritos a Estratégias Saúde da Família (ESF)

da área urbana do município.

A amostra foi retirada da população por sorteio simples, através da lista

fornecida por cada ESF. Para o presente estudo foram selecionados para comporem a

amostra os idosos que tinham condições físicas de manter-se na posição de

bipedestação (com ou sem auxílio de muletas ou andadores) e aqueles que

apresentavam condições físico-funcionais para realizar a avaliação física. Foram

excluídos os idosos que realizaram procedimentos cirúrgicos nos últimos 30 dias e

idosos cadeirantes ou acamados, totalizando 93 idosos.

Para a obtenção das variáveis de interesse foi utilizado entrevista estruturada,

elaborada pelos pesquisadores; e avaliação física para aferir e classificar os níveis de

fragilidade e sarcopenia. Para avaliar as medidas de fragilidade foram utilizados os

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critérios propostos por Fried et al. (2001) (7): autor-relato de fadiga, lentidão na marcha,

fraqueza muscular, baixo nível de atividade física e perda de peso não intencional. Os

procedimentos de avaliação da fragilidade foram previamente descritos por Gross et

al. 2018(9), sendo considerados frágeis idosos com presença de 3 a 5 critérios; pré-

frágeis com presença de 1 ou 2 critérios; e não-frágeis com ausência de critérios (7).

Para avaliar a sarcopenia foram utilizadas as variáveis sugeridas pelo Consenso

Europeu de Sarcopenia (EWGSOP) (10) que considera a sarcopenia a partir dos

critérios de diagnóstico perda de massa muscular, perda de força muscular e

diminuição do desempenho físico (10). A provável sarcopenia foi identificada pela

presença de baixa força muscular, o diagnóstico de sarcopenia foi confirmado através

da baixa força muscular e baixa massa muscular, e a sarcopenia foi considerada grave

quando, além da presença dos dois fatores já citado, o indivíduo apresentasse baixo

desempenho físico.

A mensuração da força muscular foi realizada pela avaliação da Força de

Preensão Manual obtida através da dinamometria manual, sendo que os valores de

referência para sexo na identificação de fraqueza muscular são valores inferiores a 16

kg para as mulheres e inferiores a 27 kg para os homens. A massa muscular foi

mensurada a partir da avaliação da composição corporal utilizando a bioimpedância

(BIA) – tetra polar, Biodinamics® modelo 450 e foram considerados os seguintes

pontos de corte de massa muscular esquelética apendicular: para mulheres valores

menores que 15 kg e para homens menores que 20 kg. Para avaliação do desempenho

físico utilizou-se o teste de velocidade de marcha de quatro metros, sendo que foi

considerado baixo desempenho indivíduos que apresentaram velocidade menor ou

igual a 0,8 m/s.

Os dados obtidos foram analisados por meio do software Statistical Package for

the Social Sciences (SPSS) (versão 22.0), através de ferramentas da estatística

descritiva e analítica considerando a natureza da variável (quantitativa ou qualitativa) e

distribuição (normal ou anormal). Para a estatística descritiva utilizou-se medidas de

tendência central, de dispersão, variabilidade, frequência absoluta e relativa. Para a

estatística analítica foi utilizado o teste de comparação de médias para amostra

independentes e teste de associação. Utilizou-se a avaliação de risco a partir da

medida da Razão de Prevalência (RP); considerando-se risco os valores ≥ a 1,0. Em

todos os testes foi considerado, estatisticamente significativo, testes com valor de

p≤0,05; confiabilidade de 95% é um parâmetro para estudos de base populacional.

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RESULTADOS

Foram selecionados para o estudo 141 idosos adstritos a quatros unidades de

Estratégia da Saúde da Família.

A média da idade dos idosos foi de 73,5±7,9 (IC 95% 72,2 – 74,8); com idade

mínima de 62 e máxima 95. Ao analisar a média de idade por sexo observou-se

diferença das médias entre homens 75,2 ± 7,2 (IC 95% 73,0 – 77,4) e mulheres (72,6

± 8,1 (IC 95% 71,0 - 74,3); diferença estatisticamente significativa (p=0,040), destaca-

se que a maioria estava na faixa etária menor de 80 anos (74,5%; n=105); era do sexo

feminino (66,7%; n=94); casados (63,1%; n=89); com tempo de escolaridade igual ou

maior de 4 anos (74,5%; n=105); e com renda de até 3 salários mínimos (92,2%;

n=130).

Com relação a fragilidade, conforme os critérios de Fried, 19,1 % (27) dos

idosos são frágeis; 50,4% (71) pré-frágeis e 30,5% (43) não frágeis, sendo que 69,5%

(98) apresentam pelo menos um critério de fragilidade. Quanto a sarcopenia,

classificado segundo os critérios do Consenso Internacional de Sarcopenia, 4,3% (6)

apresentaram sarcopenia grave; 4,3% (6) sarcopenia; 13,5% (19) provável sarcopenia

e 73% (103) eram normais.

A tabela 1 mostra sexo e faixa etária segundo a presença e ausência de

fragilidade e sarcopenia em idosos. Quanto aos critérios de fragilidade segundo o sexo

observou-se uma pequena diferença de prevalência entre homens e mulheres da

presença de pelo menos um critério de fragilidade e não foi observada associação

entre o sexo e a presença de fragilidade. Já, em relação à faixa etária se observa

diferença de prevalência entre idosos com idade ≥ 80 anos e evidenciou-se

associação entre faixa etária e presença de critérios de fragilidade. Na análise de risco

observou-se que as mulheres não apresentam maior risco em relação aos

homens(OR=1,1; IC 95% 0,5 – 2,3); entretanto, idosos com idade ≥ 80 anos

apresentam 10 vezes mais risco de terem presença de fragilidade em relação aos

idosos com idade < 80 anos (OR= 10,8 IC95% 2,4 - 47,7).

Com relação aos critérios de sarcopenia segundo o sexo observou-se que os

homens apresentam maior prevalência de sarcopenia em relação às mulheres; no

entanto não foi confirmada associação entre sexo e a presença de critérios de

sarcopenia. Em relação à faixa etária há diferença de prevalência entre os idosos com

idades ≥ 80 anos e idosos < 80 anos e confirmou-se associação entre faixa etária e

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presença de critérios de sarcopenia. Na análise de risco observou-se que o fato de

ser do sexo feminino diminuiu em 48% o risco de ter presença de critérios de e

sarcopenia (OR=0,52; IC 95% 0,2 – 1,1). E quanto a faixa etária ter idade ≥ 80 anos

aumenta em 7 vezes o risco de presença de critérios de sarcopenia (OR=7,7; IC95%

3,1 – 19).

Tabela 1- Sexo e faixa etária segundo a presença e ausência de fragilidade e sarcopenia em idosos (Ijuí-RS/2018).

Variáveis

Presença de critérios de Fragilidade

n (%)

Ausência de critérios de Fragilidade

n (%)

P

Presença de critérios de Sarcopenia

n (%)

Ausência de critérios de Sarcopenia

n (%)

P

Sexo

Feminino 66 (70,2) 28 (29,8) 0,796 17 (19,1) 72 (80,9) 0,119

Masculino 32 (68,1) 15 (31,9) 14 (31,1) 31 (68,9)

Faixa Etária

> 80 anos 34 (94,4) 2 (5,6) 0,001 17 (54,8) 14 (45,2) 0,001

< 80 anos 64 (61) 41 (39) 14 (13,6) 89 (86,4)

Qui-quadrado de Pearson.

A Tabela 2 apresenta a análise dos critérios de fragilidade e a razão de

prevalência segundo a faixa etária e o sexo. Dos cinco critérios de fragilidade foi

observada associação entre a faixa etária com: fadiga, FPM, velocidade da marcha e

gasto energético. Quanto à análise de risco, observou-se que idosos com idade ≥ 80

anos tem risco aumentado para fadiga, redução de FPM, baixa velocidade da marcha

e menor gasto energético semanal. Já com relação ao sexo rejeitou-se a hipótese de

associação para todas as variáveis que compõe os critérios de fragilidade; e também

se confirmou aumento de risco de um grupo em relação ao outro.

Tabela 2- Análise dos critérios de fragilidade e a razão de prevalência segundo a faixa etária e o sexo.

Critérios de Fragilidade ≥80 anos n (%)

< 80 anos n (%) p OR

IC 95% LI LS

Perda de peso 6 (40) 9 (60) 0,174 2,1 0,7 6,4

Fadiga 22 (37,3) 37 (62,7) 0,003 3,3 1,5 7,5

FPM 15 (48,4) 16 (51,6) 0,001 4,5 1,9 10,9

Vel. da Marcha 13 (61,9) 8 (38,1) 0,001 8,2 2,9 22,5

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Gasto Energético 25 (46,3) 29 (53,7) 0,001 7,2 3,0 17,4

Sexo Feminino % (n)

Sexo Masculino % (n)

p

OR

IC 95% LI LS

Perda de peso 13 (86,7) 2 (13,3) 0,082 3,6 0,7 16,7

Fadiga 42 (71,2) 17 (28,8) 0,357 1,4 0,6 2,9

FPM 21 (67,7) 10 (32,3) 0,860 1,0 0,4 2,5

Vel. da Marcha 14 (66,7) 7 (33,3) 0,979 0,9 0,3 2,6

Gasto Energético 32 (59,3) 22 (40,7) 0,127 0,5 0,2 1,1

Qui-quadrado de Pearson, OR = Odds ratio; IC 95%= Intervalo de confiança de 95%; LS= limite superior; LI= limite inferior; FMP= Força de Preensão Manual; Vel. da Marcha= Velocidade da Marcha.

A Tabela 3 mostra os critérios de sarcopenia segundo a faixa etária e sexo.

foram confirmadas associações entre a faixa etária com perda de massa muscular,

força muscular e performance física. A análise de risco evidencia-se que idosos com

idade ≥ 80 anos tem um risco aumentado para perda de massa muscular, força

muscular e performance física. Entretanto, ao analisar a relação com sexo rejeitou-se

a hipótese de associação para todas as variáveis que compõe os critérios de

sarcopenia; também não se confirmou aumento de risco de um grupo em relação ao

outro.

Tabela 3 – Análise dos critérios de sarcopenia segundo a faixa etária e sexo

Critérios de Sarcopenia ≥80 anos

% (n) < 80 anos

% (n) P OR IC 95%

LI LS

Massa Muscular 15 (39,5) 23 (60,5) 0,005 3,2 1,4 7,5

Força Muscular 17 (54,8) 14 (45,2) 0,000 7,7 3,1 19,0

Performance física 19 (55,9) 15 (44,1) 0,001 9,2 3,7 23,0

Sexo Feminino % (n)

Sexo Masculino % (n)

P

OR

IC 95%

LS LI

Massa Muscular 22 (57,9) 16 (42,1) 0,189 0,5 0,2 1,2

Força Muscular 17 (54,8) 14 (45,2) 0,119 0,5 0,2 1,1

Performance física 25 (73,5) 9 (26,5) 0,309 1,5 0,6 3,7

Qui-quadrado de Pearson; OR = Odds ratio; IC 95%= Intervalo de confiança de 95%; LS= limite superior; LI= limite inferior.

DISCUSSÃO

O presente estudo encontrou uma prevalência de 19,1% de fragilidade, 4,3%

de sarcopenia e 4,3% de sarcopenia grave em idosos assistidos pela atenção primária

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em um município na região Sul do Brasil. Ainda, foram observadas maiores

prevalências de fragilidade e de sarcopenia na população com idade igual ou maior

de 80 anos.

A fragilidade e a sarcopenia são consideradas preditoras de importantes

desfechos adversos como comorbidades, quedas, sobrecarga de serviços

especializados de saúde, piora do estado geral e funcionalidade, institucionalização,

incapacidade e aumento da mortalidade (7). Entre os principais fatores de risco para

estas condições, evidenciados por estudos brasileiros, destacam-se o sexo, idade

avançada, baixa escolaridade e renda, morar sozinho, percepção negativa de saúde,

incapacidade funcional, comorbidades, hospitalização e indicativo de depressão (7,

11).

Quando avaliado a relação entre os sexos, observou-se que as mulheres

apresentaram maior prevalência de critérios de fragilidade (70,1%) em relação aos

homens (68,1%), porém não foi considerada uma diferença significativa. Enquanto

que quando observado a relação com a idade, foi possível evidenciar que mulheres

tornam-se frágeis mais jovens, quando comparadas aos homens de mesma idade. Os

dados encontrados por este estudo, quanto à prevalência de fragilidade entre os sexos

e a idade, corroboram com pesquisas nacionais (12, 13) e internacionais (7, 14, 15).

Um estudo conduzido por Weiss (2011) observou, em uma população americana, uma

prevalência estimada de 6,9% de fragilidade, sendo que mulheres são mais

acometidas e estes índices aumentam com a idade (16).

Foi Evidenciado um aumento do risco para redução da FPM, baixa velocidade

de marcha e menor gasto energético semanal para idosos com idade igual ou superior

a 80 anos. No entanto, ao analisar a relação com sexo não houve associação para

todas as variáveis que compõe os critérios de fragilidade; também não foi observado

aumento de risco de um grupo em relação ao outro. Está bem estabelecido que a

força muscular e o desempenho funcional não dependem unicamente da massa

muscular, pois a relação entre estas variáveis não é linear (10, 17, 18). Portanto, estas

diferenças entre as perdas de massa muscular, força e desempenho também podem

existir nas suas associações com resultados negativos de saúde do idoso em longo

prazo (19).

O processo de envelhecimento, influencia diretamente o desenvolvimento do

processo de fragilização nos idosos, e pode estar associado às modificações e

declínio em diversos sistemas, decorrentes da interação de mecanismos fisiológicos,

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condições patológicas e longo período de exposição à fatores de risco (7), que

culminam com a perda da capacidade funcional e aumento do número de

comorbidades associadas (20). Entretanto, embora o envelhecimento possa predispor

à síndrome de fragilidade, nem todos idosos são frágeis (21) e/ou pré-frágeis,

sugerindo vias comuns, mas, não idênticas entre si, evidenciando que as

características individuais e o tempo de exposição aos fatores de risco ao longo da

vida, influenciarão de maneira única e individual.

No que diz respeito à sarcopenia, observou-se que possuir 80 anos ou mais

aumenta o risco para presença de critérios que pontuam para sarcopenia. Estudos

evidenciam, que após os 50 anos de idade, ocorre uma perda anual de 1% de massa

muscular, de 2% da velocidade de marcha e de 1,9 a 5,0% da força de preensão

palmar, sendo que a redução de massa muscular atinge aproximadamente 20% das

mulheres (22).

Um estudo conduzido na população chinesa, onde avaliou-se 1347 indivíduos

com idade igual ou superior a 65 anos e encontraram prevalência de sarcopenia em

homens de 7% na faixa etária de 65 a 74 anos, 16,4% entre 75 a 84 anos e 43,2% na

faixa etária igual e superior a 85 anos, enquanto que em mulheres os resultados os

encontrados foram de 7,9%, 22,1% e 26,3% respectivamente (23). Dados

semelhantes foram observados em uma população europeia, onde a prevalência de

sarcopenia foi de 10% e 33% para homens e mulheres, respectivamente; indicando

assim, a relevância da idade e do sexo para esta condição. Estudos epidemiológicos

evidenciam, que no Brasil a prevalência de sarcopenia é equivalente a 17% em idosos,

sendo que homens e mulheres apresentaram 12% e 20%, respectivamente (24).

Estudos indicam que as alterações anatomofisiológicas características do

processo de envelhecimento são bastante relevantes do ponto de vista funcional do

sistema muscular, uma vez que a sarcopenia ocorre principalmente devido à redução

do peso muscular e da área de secção transversal. Consequentemente à isso, ocorre

uma redução da qualidade de contração muscular, menor força, menor coordenação

dos movimentos e, provavelmente, maior probabilidade de sofrer acidente, como

quedas (25). A redução do número de fibras musculares é a principal causa de

sarcopenia, contudo a atrofia da fibra, especialmente aquelas do tipo II, também pode

predispor esta condição.

Tendo em vista o rápido envelhecimento populacional, a gama de

comorbidades associadas às síndromes geriátricas e o impacto negativo destas na

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qualidade de vida da pessoa idosa, emerge a necessidade de que a fragilidade e a

sarcopenia sejam alvos de investigações e intervenções, a fim de que sejam geradas

estratégias de rastreio, acompanhamento e prevenção pelo sistema público de saúde.

CONCLUSÃO

Foi possível observar uma prevalência de 19,1% de fragilidade, 4,3% de

sarcopenia e 4,3% de sarcopenia grave em idosos assistidos pela atenção primária

em um município na região Sul do Brasil. Na relação com sexo e idade foram

observadas maiores prevalências de fragilidade e de sarcopenia na população com

idade igual ou maior de 80 anos e não houve diferenças em homens e mulheres.

Ainda, observou-se relação entre a idade com a maioria dos critérios que são

utilizados para avaliar fragilidade e sarcopenia.

Os dados deste estudo, corroboram com dados epidemiológicos nacionais e

internacionais, contudo, devido à alta taxa de envelhecimento populacional e ao

grande número de comorbidades associadas à este envelhecimento, ainda são

necessários estudos que busquem evidenciar a relação de causa e efeito destas

condições geriátricas, a fim de reduzir as incapacidades associadas, os gastos do

sistema público e fomentar políticas públicas que busquem a prevenção destas

síndromes e a promoção de hábitos de vida que promovam um envelhecer mais

saudável e livre de incapacidades funcionais.

CONFLITO DE INTERESSES

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS DA DISSERTAÇÃO

Os resultados do estudo apontaram que o importante número de idosos

apresentam a presença de critérios de fragilidade estando neste momento, em

condição de fragilidade ou pré-frágil. Considerando que com o avanço da idade o

organismo vai se tornando cada vez mais frágil, a identificação dos idosos de risco

pelas equipes de Estratégias de Saúde da Família são de suma importância para a

elaboração de um plano de cuidado desse idoso que previna a instalação de

incapacidade física e funcional e consequentemente a dependência de terceiros.

Pode-se concluir que urge a necessidade de qualificar os profissionais de

saúde da atenção primária para a avaliação classificação e rastreamento das

condições físicas dos idosos acerca da fragilidade e sarcopenia para que assim,

conhecendo a população as ações de intervenção de voltadas ao público alvo de

forma mais assertiva e direcionada evitando a incapacidade e proporcionando uma

melhor qualidade de vida a esses idos e suas famílias.

Os resultados desta pesquisa apontam que entre os idosos pré-frágeis e frágeis

temos uma população em maior comparando com a quantidade dos idosos não

frágeis, já na sarcopenia pode-se observar que quase a metade dos idosos avaliados

possui pelo menos a presença de um dos critérios de sarcopenia estabelecido pelo

Consenso Europeu, determinando assim alta prevalência tanto da fragilidade quanto

da sarcopenia.

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APÊNDICES

APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO DADOSSOCIODEMOGRÁFICOS

PROTOCOLO DE PESQUISA

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

Sexo: 1. Masculino

2. Feminino

Idade: Data de nascimento:

Estado civil: 1 Casado 2 União estável 3 Viúvo

4 Solteiro 5 Divorciado

Escolaridade: 1 Analfabeto 2 Ensino fundamental incompleto

3 Ensino fundamental completo

Etnia Branco Negro Outro: Qual?

4 Ensino médio incompleto

5 Ensino médio completo

6 Ensino superior incompleto

7 Ensino superior completo

Renda familiar - Qual a renda

mensal das pessoas que moram em

sua casa, incluindo o/a senhor/a?

<1, 1 SM 1 a 3 SM 3,1 a 5,0 SM

5,1 a 10 SM 10 > SM

Arranjo de moradia - Com quem o/a

senhor/a mora? Si

m Não

1. Sozinho

2. Cônjuge

3. Filho(s)

4. Neto(s)

5. Bisneto(s)

6. Outros parentes

7. Pessoa de fora da família

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APÊNDICE B– QUESTIONÁRIO SOBRE FRAGILIDADE

INDICADORES DE FRAGILIDADE

01. Perda de peso não intencional no último ano

Não Sim. Quantos quilos? _______ Kg.

02. Fadiga Sempre Na maioria das vezes

Poucas vezes

Nunca/

Raramente

Senti que tive que fazer esforço para fazer tarefas habituais

Não consegui levar adiante minhas coisas

03. Força de preensão manual 1a tentativa

2a tentativa

3a tentativa

04. Velocidade da marcha 1a tentativa

2a tentativa

3a tentativa

05. Nível de atividade física Sim Não Quantos meses no ano

Quantos dias na semana

Quantos minutos por dia

Itens referentes à prática de exercícios físicos e esportes ativos

01. Faz caminhadas sem esforço, de maneira confortável, em parques, jardins, praças e ruas, napraia ou à beira-rio, para passear ou para se exercitar porque é bom para a saúde?

02. Sobe escadas porque quer, mesmo podendo tomar o elevador (pelo menos um lance ou andar)?

03. Pratica ciclismo por prazer ou vai trabalhar de bicicleta?

04. Faz dança de salão?

05. Faz ginástica, alongamento, yoga, tai-chi-chuan ou outra atividade desse tipo, dentro da sua casa?

06. Faz ginástica, alongamento, yoga, tai-chi-chuan ou outra atividade desse tipo, numa academia, num clube, centro de convivência ou SESC?

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07. Faz hidroginástica na academia, num clube, centro de convivência ou SESC?

08. Pratica corrida leve ou caminhada mais vigorosa?

09. Pratica corrida vigorosa e contínua por períodos mais longos, pelo menos 10 minutos de cada vez?

10. Faz musculação? (não importa o tipo).

11. Pratica natação em piscinas grandes, dessas localizadas em clubes ou academias?

12. Pratica natação em praia ou lago, indo até o fundo, até um lugar onde não dá pé?

13. Joga voleibol?

14. Joga tênis de mesa?

15. Joga futebol?

16. Atua como juiz de jogo de futebol?

17. Pratica algum outro tipo de exercício físico ouesporte que eu não mencionei?

_______________________(anotar)

18. Além desse, o senhor (a) pratica mais algum?

_____________________________(anotar)

Itens referentes a tarefas domésticas

19. Realiza trabalhos domésticos leves? (tais como tirar o pó, lavar a louça, varrer, passar aspirador, consertar roupas)?

20. Realiza trabalhos domésticos pesados? (tais como lavar e esfregar pisos e janelas, fazer faxina pesada, carregar sacos de lixo)?

21. Cozinha ou ajuda no preparo da comida?

22. Corta grama com cortador elétrico?

23. Corta grama com cortador manual?

24. Tira o mato e mantém um jardim ou uma horta que já estavam formados?

25. Capina, afofa a terra, aduba, cava, planta ou semeia para formar um jardim ou uma horta?

26. Constrói ou conserta móveis ou outros utensílios domésticos, dentro de sua casa, usando martelo, serra e outras ferramentas?

27. Pinta a casa por dentro, faz ou consertaencanamentos ou instalações

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elétricas dentro de casa, coloca azulejos ou telhas? 28. Levanta ou conserta muros, cercas e

paredes fora de casa?

29. Pinta a casa por fora, lava janelas, mistura e coloca cimento, assenta tijolos, cava alicerces?

30. Faz mais algum serviço, conserto, arrumação ou construção dentro de casa que não foi mencionado nas minhas perguntas? _____________________________(anotar)

31. Além desse, o (a) senhor (a) faz mais algum? ____________________________ (anotar)

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ANEXO A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a)

Estamos desenvolvendo uma pesquisa cujo título é “A Saúde do Idoso na Atenção Primária de Saúde”. Este trabalho é fruto de estudos no Programa de Pós-Graduação stricto sensu (Mestrado) em Atenção Integral à Saúde nas Universidades UNIJUÍ/UNICRUZ – Associação ampla e tem como objetivos: estudar a relação entre a fragilidade e a sarcopenia em idosos assistidos pela atenção primária em um município na região sul do Brasil; avaliar a presença e o grau de sarcopenia através dos critérios estabelecidos pelo Consenso Europeu de Sarcopenia; avaliar a composição corporal através da Bioimpedância; avaliar as capacidades físicas e funcionais (força muscular, resistência muscular e localizada); associar a fragilidade e sarcopenia; a sarcopenia e composição corporal; e a sarcopenia com capacidades físicas e funcionais. A metodologia utilizada para a realização da pesquisa prevê a utilização de instrumentos de entrevista e protocolos validados, esses não provocam constrangimentos ou qualquer exposição de ordem moral e ética. O exame físico prevê medir a força de preensão palmar, um teste que mensura a velocidade de deslocamento através da cronometragem do tempo de caminhada num percurso de 4,5 metros, e o teste que avalia o desempenho físico chamado get-up-and-go.Os testes realizados não colocam em risco a integridade psíquica e física do idoso.Com relação aos benefícios a pesquisa identificará indicadores de apoio social, fragilidade de idosos e presença e extensão dos atributos da Atenção Primária os quais irão contribuir para o desenvolvimento de modelos de rastreamento e diagnóstico da síndrome da fragilidade eficientes e capazes de identificar, precocemente, condições que podem gerar incapacidades. Além disso, o diagnóstico dos idosos do município de Ijuí, com relação à fragilidade, bem como o diagnóstico da Rede de Atenção Primária poderá apoiar os gestores e trabalhadores no planejamento de ações de saúde que possam reduzir estes indicadores prevenindo dependência e promovendo qualidade de vida.

O Estudo foi projetado de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos segundo a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº. 466/2012 e avaliado pelo Comitê de Ética da UNIJUÍ.

Esta pesquisa será feita através de um protocolo de pesquisa cujos dados, posteriormente, serão transcritos e analisados. Os dados serão utilizados apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa, podendo você ter acesso as suas informações e realizar qualquer modificação no seu conteúdo, se julgar necessário. Todos os documentos ficarão sob a responsabilidade da pesquisadora principal, por um período de cinco anos e após serão deletadas e/ou incineradas.

Nós pesquisadores garantimos o que seu anonimato está assegurado e as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados a este projeto de pesquisa.

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Você tem liberdade para recusar-se a participar da pesquisa, ou desistir dela a qualquer momento sem que haja constrangimento, podendo você solicitar que as informações sejam desconsideradas no estudo.

Mesmo participando da pesquisa poderá recusar-se a responder as perguntas ou a quaisquer outros procedimentos que ocasionem constrangimento de qualquer natureza.

Está garantido que você não terá nenhum tipo de despesa financeira durante o desenvolvimento da pesquisa, como também, não será disponibilizada nenhuma compensação financeira.

Eu, Evelise Moraes Berlezi, bem como Susana da Silva de Freitas assumimos toda e qualquer responsabilidade no decorrer da investigação e garantimos que as informações somente serão utilizadas para esta pesquisa, podendo os resultados vir a ser publicados. Se houver dúvidas quanto à sua participação poderá pedir esclarecimento a qualquer um de nós, nos endereços e telefones abaixo:

Evelise M. Berlezi Rua:Floriano Peixoto,541/ ap 03 Centro/ Ijuí (RS) Telefone:(055) 9608.9699

Susana da Silva de Freitas Rua:Cassiano Ricardo, 900 Boa Vista/ Ijuí (RS) Telefone:(055) 991815032

Ou ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUI - Rua do Comércio, 3.000 - Prédio da Biblioteca - Caixa Postal 560 - Bairro Universitário - Ijuí/RS - 98700-000. Fone (55) 3332-0301, e-mail: [email protected]. O presente documento foi assinado em duas vias de igual teor, fiando uma com o entrevistado ou responsável legal e a outra com os pesquisadores.

Eu, ________________________, CPF____________, ciente das informações recebidas concordo em participar da pesquisa, autorizando-os a utilizarem as informações por mim concedidas e/ou os resultados alcançados.

____________________________

Assinatura do entrevistado Impressão dactiloscópica

______________________ ______________________ ______________________

Evelise M. Berlezi Susana da Silva de Freitas CPF 626879300-59 CPF 832816220-20

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ANEXO B- Normas da Revista

ORIENTAÇÃO PARA PREPARAÇÃO DE MANUSCRITOS

Título em português: Envelhecimento humano (somente a 1ª letra deve ser maiúscula, exceto nos casos de nomes próprios) Título em inglês: Titulo curto em português: (deve ser resumido, não abreviado) Titulo curto em inglês: Fonte Arial, 12; negrito; espaçamento entre linhas 1,5; alinhar à esquerda

Resumo Mínimo de 150 e máximo de 250 palavras

Objetivo: Xxxxxxxxxxxxx. Método: Xxxxxxxxxxx. Resultados: Xxxxxxxxxx. Conclusão: Xxxxxxxx. Palavras-chave: Cuidadores. Idosos. Cuidados Paliativos. Mínimo de três e máximo de seis palavras, de acordo com o DeCS; separadas por ponto; utilizar letra maiúscula nas iniciais das palavras

Abstract Objective: Xxxxxxxxx. Method: Xxxxxxx. Results: Xxxxxxxxxx. Conclusion: Xxxxxxxxxx.

Keywords: Caregivers.Elderly. Palliative Care.

INTRODUÇÃO A introdução deve ser concisa e objetiva. Sugere-se que esta seção seja

desenvolvida de modo a apresentar o tema (fundamentando os principais conceitos), justificando a importância do estudo e o seu objetivo. O objetivo é o item central para o alinhamento do manuscrito, e refere-se à pergunta a ser respondida pela pesquisa.O objetivo na introdução deve ser compatível com aquele apresentado no resumo. Ao final da introdução deve estar explícito o objetivo do estudo. Um equívoco comum é incluir no início da introdução informações sobre o envelhecimento populacional, mundial e/ou nacional / regional. Solicitamos não incluir esses dados, já que se torna redundante ao próprio escopo da revista. Introdução + Método + Resultados + Discussão + Conclusão + Agradecimento = máximo de 4 mil palavras (para artigos originais e de revisão; relatos de caso e

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atualizações tem até 3 mil palavras, comunicações breves, até 1.500 palavras e carta ao editor, no máximo 600)

Fonte Arial, 12; espaçamento entre linhas 1,5, com recuo padrão da primeira linha (1,25cm)

MÉTODO Inicialmente, deve ser registrado o delineamento do estudo. Nos desenhos em

que se fizer necessário, esclarecer o planejamento amostral (cálculo do tamanho da amostra, seleção e recrutamento dos participantes). Descrever os critérios de inclusão e exclusão. Descrever sucintamente todos os instrumentos utilizados na pesquisa, seu estágio de validação para a população, quem aplicou, o número de avaliadores e procedimentos de coleta. As análises estatísticas utilizadas devem ser descritas informando quais os dados foram analisados, por qual teste estatístico e o propósito do seu uso. Não informar o software utilizado para as análises estatísticas.

Nos estudos envolvendo seres humanos, deve ser registrado que a pesquisa está de acordo com a Resolução nº 466/2012 e a Resolução nº 510/2016. O parecer de aprovação no comitê de ética em pesquisa da instituição ou da Plataforma Brasil deve ser submetido juntamente com o manuscrito. No caso de estudos de ensaios clínicos realizados antes de 2012, informar o número do REBEC (Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos). Informar também que os participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

RESULTADOS Devem ser apresentados de forma sintética e clara, e as tabelas, quadros ou

figuras devem ser elaborados de forma a serem autoexplicativas, informando a significância estatística, quando couber. O uso dessas ilustrações deve ser precedido por breve descrição dos principais resultados apresentados, evitando repetir informações. Vide dicas na página 6.

DISCUSSÃO A discussão dos resultados deve ser sucinta e seguir a ordem de apresentação

dos resultados, pautando-se em justificá-los e informando o possível impacto para a população estudada. Tais informações devem ser baseadas em hipóteses dos autores e fundamentadas por referencial teórico atualizado.

As dificuldades e limitações do estudo devem ser registradas no último parágrafo desta seção.

CONCLUSÃO Recomenda-se que a conclusão seja iniciada respondendo aos objetivos do

estudo, seguido pelas principais inferências e contribuições para o campo de estudo, planejamento de ações locais, contribuições ou perspectivas para a pesquisa e prática Geriátrica e Gerontológica. Nesta seção, não usar siglas.

AGRADECIMENTOS (opcional) Parágrafo com até cinco linhas.

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FINANCIAMENTO Informar a fonte de financiamento da pesquisa e / ou do manuscrito na página de títulos (não no arquivo principal do manuscrito, para não possibilitar identificação), abaixo do nome (s) do (s) autor (es). Exemplos: - Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa XXX, edital / auxílio XXX. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bolsa / grant XXX.- Apoio financeiro: não houve financiamento.

CONFLITO DE INTERESSES Informar sobre possíveis conflitos de interesses relacionados ao estudo e à produção do manuscrito. Exemplos: realização de estudo sobre disciplinas / cursos / institutos da própria universidade em que o pesquisador atua; avaliar a eficácia de um fármaco lançado pela própria indústria farmacêutica na qual o pesquisador trabalha; analisar a funcionamento do próprio hospital que é local das atividades do autor. Os autores devem reconhecer no texto o risco do viés que pode acontecer através do conflito de interesses. Devem demonstrar também de que modo controlaram essas influências na descrição dos procedimentos metodológicos, no desenho e na análise da pesquisa. Caso não haja conflito de interesses, informar também.

REFERÊNCIAS Devem ser normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Apresentar as referências mais atuais possíveis. Máximo de 35 para artigos originais, 50 para revisões, 25 para relatos de caso e atualizações, 10 para comunicações breves e oito para cartas ao editor; 50% das referências devem ser artigos datadas dos últimos cinco anos em periódicos indexados. As demais podem entrar neste critério ou não, conforme necessidade de citar materiais clássicos / livros / teses etc.

Exemplos para artigos de periódicos com um até seis autores: Bosch JP, Saccaggi A, Lauer A, Ronco C, Belledonne M, Glabman S. Renal functional reserve in humans: effect of protein intake on glomerular filtration rate. AM J Med 1983;75(6):943-50. Autor(es) Bosch JP, Saccaggi A, Lauer A, Ronco C, Belledonne M, Glabman S. Título: subtítulo Renal functional reserve in humans: effect of protein intake on glomerular filtration rate. Título do Periódico AM J Med ano 1983;volume (vol.75)(n.)(6):intervalo de páginas (943-50). Autor(es). Título: subtítulo (se houver). Título do Periódico ano;vol.(n.):intervalo de páginas.

Exemplos para artigos de periódicos na internet com mais de seis autores: Dias-da-Costa JS, Galli R, De Oliveira EA, Backers V, Vial EA, Canuto R, et al. Prevalência de capacidade mastigatória insatisfatória e fatores associados em idosos brasileiros. Cad Saúde Pública 2010 [acesso em 26 jan. 2016];26(1):79-89. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2010000100009&script=sci_abstract&tlng=pt Autor(es) Dias-da-Costa JS, Galli R, De Oliveira EA, Backers V, Vial EA, Canuto R, et al.. Título: subtítulo Prevalência de capacidade mastigatória insatisfatória e fatores associados em idosos brasileiros. Título do Periódico Cad Saúde Pública [Internet] ano 2010 [data de acesso acesso em 26 jan. 2016;volume vol26 (n.)(1):intervalo de páginas

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79-89. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2010000100009&script=sci_abstract&tlng=pt Autor(es). Título: subtítulo (se houver). Título do Periódico [Internet] ano [data de acesso];vol.(n.):intervalo de páginas. Disponível em:

DICAS GERAIS

· Devem ser registrados os nomes completos dos autores, sem abreviações.

· A partir da “Introdução”, o registro da sigla pela primeira vez deve ser precedidode seu nome por extenso. Daí em diante, somente usar a sigla e não mais o nome completo.

· Evitar a aplicação de termos inadequados à linguagem científica.

· Visando a uniformidade do texto, os termos com o mesmo significado devemser registrados somente de um modo, sem alternância. Exemplificando, os autores devem optar entre a utilização dos termos estresse/escore ou stress/score (caso a palavra de origem estrangeira seja aportuguesada, orientamos a aplicação do termo equivalente em língua portuguesa).

· Ao registrar um município indicar, entre parênteses, a sigla do estado.

· Os números de zero a nove devem ser escritos por extenso e, em algarismos,a partir de 10. Para expressar valor, grandeza, peso ou medida use sempre algarismos.

· Atentar para a aplicação correta: N (maiúsculo)= total da amostra; n (minúsculo)= parte da amostra total.

· As casas decimais, em português, são separadas por vírgulas e devem serpadronizadas em todo o texto.

· O p (probabilidade de significância) deve ser registrado sempre em itálico.

· Evitar expressões pouco específicas: possivelmente, talvez, atualmente, hojeem dia, recentemente, etc.

· A expressão et al. não deve estar em itálico.

· O valor do desvio-padrão deve ser apresentado desta forma: (+15,92).

· Os termos de origem estrangeira devem ser registrados em itálico.

· Não utilizamos plural em siglas: as UTI neonatais.

· Não numerar as páginas. Evitar notas de rodapé.

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· Testes e teorias devem ser escritos da seguinte forma: Teste Qui-quadrado;Teste Get Up and Go; Teste Timed Up and Go; Escala de Equilíbrio de Berg; Velocidade de Marcha; Teste de Sentar e Levantar; Teste Exato de Fischer; Critérios START e STOPP; Miniexame de Estado Mental; Escala Likert. AUTOR: Atenção ao redigir o nome dos testes, pois o nome deve ser padronizado em todo o texto. Por exemplo, se for utilizado o Teste Timed Up and Go, não utilizar os nomes de testes parecidos, mas que são distintos (Teste de Sentar e Levantar, Teste Get Up and Go).

DICAS ILUSTRAÇÕES

· As ilustrações devem ser indicadas no texto e a letra inicial deve ser grafadaem maiúscula. Exemplos: A Tabela 1 mostra......

Na fase intermediária.......(Figura 2).

· As laterais do quadro devem ser fechadas e das tabelas abertas.

· Não repetir dados das tabelas/quadros/figuras no corpo do texto.

· Os títulos das tabelas/quadros/figuras devem ser autoexplicativos (títulodetalhado, siglas por extenso).

· As casas decimais devem ser padronizadas.

· A separação dos subitens da tabela poderá ser feita utilizando uma linhahorizontal.

· Números da amostra e respectivas porcentagens devem ser apresentados namesma coluna, bem como a média e desvio-padrão.

· As siglas apresentadas nas ilustrações devem ser registradas na legenda, bemcomo quaisquer símbolos (asteriscos ou outros), letras ou numerais utilizados. Sendo possível, é mais indicado usar o nome por extenso em vez da sigla. Indicar também a fonte consultada, se for o caso.

· As figuras devem ser enviadas em formato editável e não como imagens.

· O título da figura deve ser registrado abaixo desta ilustração.

Tabela 1. Características sociodemográficas dos xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx (N= 000). Município, sigla do estado, ano.

Variáveis n (%) Sexo

Feminino 000 (00,0)*

Masculino 00 (00,0) Faixa etária (anos) 60–69 00 (00,0)

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70–79 0 (00,0)** >80 00 (00,0) Estado civil Casado(a) 00 (0,0) Solteiro(a) 000 (00,0) Divorciado(a)/Separado(a) 0 (0,0) Viúvo(a) 00 (00,0) Fonte: PNAD/IBGE, 2016.

*xxxxxxx; **xxxxxxx.

Título das ilustrações Fonte Arial, 12; alinhado à esquerda; incluir informação da cidade, estado e ano (onde e quando a pesquisa foi realizada); as linhas externas devem ser mais grossas que as internas.

Corpo das ilustrações Fonte Arial, 11; sem negrito (exceto nos casos em que dados estatísticos necessitem destaque); alinhamento à esquerda; espaçamento entre linhas simples.

Legenda: Arial, 10

DICAS REFERÊNCIAS · As referências indicadas no texto devem estar em sobrescrito antes da

pontuação (ex.: De acordo com Duarte5, os ...).

· No texto, o registro do número referencial pela primeira vez deve estar emordem sequencial. Exemplificando, xxxxxxx1 xxxxxxxx2 xxxxxxx3 xxxxxxxxx2

· As referências em sequência a partir da terceira devem ser registradas comhífen (ex.: 5-9, ou seja, neste caso foram consultadas as referências 5,6,7,8,9). As referências não sequenciais são separadas por vírgula em ordem crescente (ex.: 12,15,20).

· Ao referenciar autores no corpo do texto:Único autor: Teixeira1 afirma que... Dois autores: Teixeira e Mendes1 afirmam que.. A partir de três autores: Teixeira et al.1 afirmam que...

· Verificar se todas as referências da listagem foram registradas no manuscrito.

· Ao ser citado o autor a referência deve ser registrada ao lado do seu nome, enão ao final da frase (ex.: Segundo Vieira e Borges3, ......).

· Importante: a RBGG solicita que, no caso de artigos, sejam citadas fontespublicadas ou aceitas para publicação. Somente serão aceitas referências a textos não publicados caso o preprint esteja em um repositório público, que deve ter o link indicado para conferência de nossa bibliotecária.

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DICAS CITAÇÃO Exemplo de transcrição de entrevista: Recuo de 4 cm; espaçamento entre linhas simples; fonte arial, 11; entre aspas.

“É mais a dependência, né? [...] em relação a ... levar ele a ... determinados lugares e ... a questão da [...] gravação dos textos também, mais assim...devido, acho que a dificuldade da [...] percepção dele, né?” (Pedro).

Exemplo de citação direta de autor (deve ser evitada, sempre que possível

sintetizando com suas próprias palavras a ideia citada):

Recuo de 4 cm; espaçamento entre linhas simples; fonte arial, 11; indicar autor por meio do número referencial ao final do trecho

Não raro, as grandes coisas têm origem humilde. O Amazonas, o maior rio da Terra em volume de água, nasce de uma insignificante fonte entre duas montanhas de mais de inço mil metros de altura ao sul de Cuzco, no Peru2.

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ANEXO C- Manual de Testes Físicos

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CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:

# Indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos

# Ambos os sexos

# Adstritos as ESFs da área urbana do município de Ijuí/RS e usuários do serviço de

atenção primária.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:

# Idosos que realizaram procedimento cirúrgico em um período inferior a 30 dias

comprovado por meio de documento médico.

# Aqueles que não apresentavam condições física e/ou psíquicas para responder aos

instrumentos de coleta e acompanhados por cuidador com tempo igual ou inferior a 30

dias.

OBSERVAÇÃO: No caso do idoso acamado não ter condições cognitivas de responder

ao questionário e acompanhado por cuidador com tempo superior a 30 dias, o cuidador

era convidado para responder, e pela condição física, funcional e cognitiva esse idoso

foi classificados como frágil; nesta condição o idoso não realizou a avaliação física-

funcional da fragilidade.

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Força de preensão manual: Colocar o dinamômetro

na mão dominante do idoso. O teste será realizado em

posição sentada; o braço do idoso será aduzido e a

flexão do antebraço deverá formar um ângulo de 90o

em relação ao braço. O punho deve estar em uma

posição neutra. A um comando verbal o idoso deverá

apertar com força a alavanca do aparelho; alcançada a

maior força, ele deverá afrouxar a mão. Serão

realizadas três tentativas e estas devem ser anotadas.

Baixa

velocidade

da marcha:

será

referenciado

ao tempo (em

segundos) que

cada idoso

levará para

percorrer, em

passos usuais,

uma distância

de 4,6 metros

demarcada no

chão plano por fita (EM VERMELHO). Antes e depois desta linha, serão acrescentadas

linhas de 2 metros cada um (EM AMARELO). O primeiro trecho de 2 metros será

usado para saída e aceleração e o tempo para percorrê-lo não será computado. O mesmo

acontecerá com o trecho posterior à linha de 4,6 metros, que servirá para desaceleração.

Será permitido ao idoso utilizar bengala ou andador. Serão realizadas 3 tentativas, que

serão cronometradas. Logo após cada uma, o examinador anotará o resultado no

protocolo. Obs: o cronometro deve ser acionado apenas na faixa vermelha.

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Velocidade de marcha normal: o

idoso deve percorrer um curso de 6

metros, o qual será todo

cronometrado. Obs: usar a faixa que é

toda vermelha.

Medida do perímetro da

panturrilha: será utilizada uma fita

antropométrica e verificada a medida

no maior diâmetro da panturrilha. O

idoso deve estar deitado com o joelho

flexionado a 90 graus. Verificar duas

vezes e anotar as medidas.

Medida da Espessura do Músculo Adutor do

Polegar: realizada com o indivíduo sentado,

mão dominante repousando sobre o joelho

homolateral, cotovelo em ângulo de

aproximadamente noventa graus sobre o

membro inferior. A média de três aferições será

considerada como a medida da espessura do

músculo adutor.

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Bioimpedância

Mão: a borda do eletrodo é colocada em uma linha imaginária sobre a cabeça do osso

ulnar (osso no lado do dedo polegar do pulso). O eletrodo de sinal é colocado na

primeira junta do dedo do meio.

Pé: a borda do eletrodo é colocada em uma linha imaginária sobre o maléolo medial

(osso no lado do dedão do pé). O eletrodo de sinal é colocado na base do segundo dedo

do pé.

TENHA ATENÇÃO COM AS CORES DOS CABOS E CLIPS DOS ELETRODOS!

A área de exame deve ser confortável e livre de aquecedores elétricos portáteis.

A superfície para o exame deve ser não condutora e suficientemente grande para que o

sujeito deite de supino com os braços distantes a 30 graus do corpo e as pernas afastadas

uma da outra.

A altura e o peso devem ser medidos com precisão.

Remover joias, sapatos e meias para a realização do exame.

Os locais dos eletrodos podem ser limpos com álcool, particularmente se a pele estiver

seca ou coberta com loção hidratante.

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ORIENTAÇÕES PARA OS IDOSOS:

Não se exercitar ou realizar sauna 8 horas antes do exame.

Abster-se da ingestão de álcool 12 horas antes do exame.

Orientar o idoso para que vá ao banheiro antes do exame.

O idoso deve ficar em silêncio durante todo o teste.

A pessoa não deve estar molhada de suor ou urina.

A pessoa não deve ter febre ou estar em estado de choque.