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Programa de Metas em Debate: Transparência e Controle Social

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Programa de Metas em Debate: Transparência e Controle Social

Programa de Metas em Debate: Transparência e Controle Social

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Sumário

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31. Apresentação 2. Registro das apresentações 3. Registro dos debates

4. Anexos

Anexo I - Convite

Anexo II – Apresentação exibida pela Prefeitura de São Paulo

Anexo III – Apresentação exibida pelo Cidade dos Sonhos

Anexo IV – Apresentação exibida TCM

Anexo V – Lista de presença (excluir e-mails e telefones)

Sumário

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1. Apresentação

A Lei Orgânica do Município de São Paulo estabelece, em seu artigo 69-A, que o Prefeito eleito terá até 90 dias para apresentar o Programa de Metas de sua gestão, contendo as ações estratégicas, os indicadores e as metas para cada se-tor da Administração Pública. O mesmo artigo também define a obrigatoriedade de a Prefeitura divulgar semestralmente os indicadores de execução relativos às metas e ações pactuadas e de publicar um relatório anual de execução.

A comunicação dos compromissos e re-sultados do Programa de Metas aos ci-dadãos, em canais e formatos acessíveis, que facilitem a compreensão e permitam o engajamento da população no contro-le social desse importante instrumento, é um grande desafio. Para avançar nesse processo, a Prefeitura Municipal de São Paulo, em parceria com a Rede Nossa São Paulo, o projeto Cidade dos Sonhos e o Tribunal de Contas do Município, pro-moveu no dia 27 de março de 2018 o se-minário “Programa de Metas em Debate – Transparência e Controle Social”.

O evento aconteceu no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista, das 10h às 12h. Ele foi aberto ao público, sem a ne-cessidade de inscrição prévia, e contou com a presença de 68 participantes, dos quais 55 assinaram a lista de presença (ver Anexo V).

O seminário foi divulgado pela Prefei-tura por e-mail e na internet, com envio a todos os servidores do convite cons-tante no Anexo 1 deste relatório e posta-gem do mesmo no Portal da Secretaria Municipal de Gestão e nas redes sociais institucionais. A Cidade dos Sonhos pro-duziu e publicou um vídeo para divulga-

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ção do evento (disponível em: https://www.facebook.com/cidadesdossonhos/videos/2052598008320527/?t=22). 2. Registro das Apresentações

O seminário começou com quatro apre-sentações de 15 minutos cada uma, na seguinte ordem e respectivo enfoque:

Jorge Abrahão (coordenador geral da Rede Nossa São Paulo) - histórico do Programa de Metas e importância das ferramentas de transparência e controle social;

Bruno Shibata (secretário adjunto--executivo da Secretaria Municipal de Gestão) – apresentação da estrutura do Programa de Metas e da plataforma PlanejaSampa;

Ana Neca (representante do proje-to Cidade dos Sonhos) - estratégias de campanha para engajamento dos cida-dãos (Síntese do relatório “Metas para São Paulo”);

Dilson Cruz (representante do Tribunal de Contas do Município) – papel do TCM no monitoramento externo do Programa de Metas. A seguir, traremos a síntese das falas de cada palestrante. Nos anexos, estão as apresentações exibidas por eles para apoiar as falas. 2.1. Jorge Abrahão (coordenador ge-ral da Rede Nossa São Paulo)É importante que a gente possa conver-sar sobre o Programa de Metas. O Latino Barômetro – instituição que faz pesquisa em muitos países – divulgou no início do ano a pesquisa relativa a 2017 e o Brasil apresentou número baixo de crença na democracia. Apenas 43% dos brasileiros acreditam na democracia.

Apresentação

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A Rede Nossa São Paulo surgiu em 2007 justamente com a ideia de contribuir com a construção de uma sociedade jus-ta, democrática e sustentável. Portanto, a crença na democracia – e seu aprimo-ramento – é fundamental para nós.

O Programa de Metas, quando foi pro-posto pela sociedade, tinha essa ideia de valorizar a democracia representativa e participativa. Ele coloca um compro-misso e pode potencialmente aproximar o prefeito da sociedade. E nós estamos observando um aumento paulatino de participação. No governo Haddad foram cerca de 10 mil propostas apresentadas; quatro anos depois já foram 23 mil.

Como a gente incorpora a participação e a perspectiva da sociedade? Essa é uma questão fundamental. Inclusive é recomendação do Banco Mundial – que observou que as políticas públicas construídas com participação são as mais efetivas.

Quando os vereadores foram votar a inserção do Programa de Metas na Lei Orgânica, a reunião na Câmara Municipal foi muito intensa, com grande mobiliza-ção social – inclusive de artistas e espor-tistas – para aprovação da proposta.

São Paulo foi a primeira cidade a ter Programa de Metas. Atualmente outras 53 cidades, que somam mais de 40 mi-lhões de pessoas, também têm um ins-trumento similar. Outros seis países da América Latina também estão repetin-do esta experiência.

O Programa de Metas tem a perspectiva importante de ter indicadores. A Rede Nossa São Paulo gerou o mapa da desi-gualdade, acreditando que deveria esti-mular o governo a reduzir as disparida-des regionais (considerando que o Brasil é um dos países mais desiguais do mun-do e a cidade mais rica do país poderia caminhar em outra direção).

Em São Paulo há o distrito de Perus,

que tem 22% das adolescentes grávidas (com idade até 19 anos). E Moema tem 0,8%. A idade média de morte é 55 anos no Jardim Ângela e 80 anos no Jardim Paulista. Somente esses dois dados de-notam que há uma profunda desigualda-de. E ela não é um processo natural: é fruto de políticas que geraram essa de-sigualdade. E, portanto, ela é reversível. É isso que estimulamos na Rede Nossa São Paulo: como construir políticas pú-blicas para que São Paulo possa ser me-nos desigual?

A desigualdade também não é fruto de apenas um governo. Ela é histórica. Mas a gente estimula tratar os desiguais de maneira desigual. Nesse sentido, temos estimulado que a Prefeitura tenha um orçamento regionalizado. Hoje não sa-bemos qual o orçamento per capita do Jardim Ângela nem do Jardim Paulista. E seria muito importante ter esse dado com transparência. Esse número é fundamental para justificar investi-mentos desiguais em locais com maior necessidade.

O Programa de Metas da gestão Doria tem duas questões importantes:1) Como tecnicamente ele está organiza-do: há avanços importantes do ponto de vista técnico;2) O seu conteúdo: desse ponto de vista, ele é modesto, fica aquém da demanda e da possibilidade que a cidade de São Paulo poderia ter.

Nós vamos fazer uma avaliação do Programa de Metas – Rede Nossa São Paulo, Cidade dos Sonhos – no dia 17 de abril, na Câmara Municipal, às 19h. Ali fa-remos uma avaliação do conteúdo do Plano para contribuir com a cidade. E a Prefeitura também foi convidada – o se-cretário Paulo Uebel me disse que está confirmada a presença dele neste evento.

Finalizo com uma preocupação: o prefei-to Doria está deixando a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado. E nossa preocupação é a continuidade. A Secre-

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taria Municipal de Gestão está fazendo um trabalho forte – e seria desejável que esta equipe permanecesse com esta for-ça e com este trabalho. Faço essa obser-vação como um apelo ao novo prefeito. 2.2. Bruno Shibata (secretário adjun-to-executivo da Secretaria Municipal de Gestão)[Ver Anexo II – Apresentação exibida pela Prefeitura de São Paulo] Em janeiro e fevereiro de 2017 tivemos um trabalho muito intenso com as equi-pes das secretarias – e o envolvimen-to da carreira de gestores. Em março apresentamos a versão preliminar do Programa à sociedade.

A gente incentivou a participação nas plataformas online – disponibilizamos duas. Tivemos as audiências públicas re-gionais, temáticas e gerais. E disponibili-zamos e-mails. Na Prefeitura foram mais de 500 pessoas mobilizadas diretamen-te para a construção do Programa.

Nós criamos uma metodologia de co-leta e análise das propostas recebidas da população a partir do viés regionali-zado. Isso permite que a gente entenda as demandas em cada região. Esta base de dados também está disponível no Planeja Sampa para que as pessoas pos-sam fazer análises adicionais – e a gen-te convida a todos para que contribuam com leituras complementares.

Em julho de 2017 a gente entregou a versão final do Programa de Metas, já com dimensão territorial e com esti-mativa da orçamentação dos projetos. Outro avanço que nós tivemos foi que todas as sugestões foram analisadas, para ver se já estavam contempladas no Programa de Metas ou mesmo em outros programas temáticos.

Dividimos as secretarias em cinco eixos para fomentar sinergias e para que a gen-te pudesse atuar de forma bem holística.Nós fizemos um grande esforço para

que tivéssemos metas finalísticas, que se comprometessem com resultados para a população. A gente pensou nessa estru-tura metodológica para dar essa tangibi-lidade: ter indicadores em cada linha de ação, para facilitar o controle social.

Aqui temos um exemplo, da Meta 50 - Aumentar em 50% (2,65) o Índice de Integridade da Prefeitura de São Paulo. Este índice é resultado de diversas ações, dentre as quais o compromisso de se im-plantar 12 Programa de Integridade. Em gestões anteriores, o que para nós agora é linha de ação era meta.

Falando um pouco sobre o Planeja Sampa, que é nosso principal objetivo aqui hoje. Ele é uma plataforma atuali-zada semestralmente, na qual a gente publica também o Relatório Anual de Execução, com uma análise mais qualita-tiva. Nós também publicamos o Progra-ma de Metas atualizado – com erratas e alterações que não mexiam em compro-missos. Além disso, conseguimos, a duras penas, ontem, disponibilizar a base de da-dos aberta de todos os indicadores, para que a sociedade civil faça suas análises.

Nós decidimos manter o domínio www.planejasampa.prefeitura.sp.gov.br, para ter o histórico disponível. Nos-so objetivo é este ser um grande por-tal centralizador de tudo o que tange o Programa de Metas.

Nós disponibilizamos o realizado e as projeções – para final do segundo e o final do quarto ano de gestão. Além de gráfico, temos a disponibilização por ta-belas – mostrando regionalização física. E temos também dados qualitativos. Fichas técnicas também disponibilizadas – que já estavam na publicação inicial. O relató-rio anual também foi publicado.

Aqui um pouco sobre o status de publi-cização desses indicadores. Temos algu-mas metas que ainda não possuem dados disponíveis para 2017. Mas a gente infor-ma quando o resultado estará disponível.

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A gente tem o grande desafio, importan-te, pactuado e compromissado, que é o avanço na execução orçamentária (inclu-sive regionalizado). Estamos fazendo um trabalho junto à Secretaria da Fazenda para que a gente consiga disponibilizar no próximo balanço esses dados.

Um acerto na conceituação do Programa de Metas foi prever esse pro-cesso de repactuação. Vai ter um movi-mento de audiências públicas, de escuta à população. Neste segundo ano há uma grande possibilidade de repactuação de algumas metas e linhas de ação, uma ca-libragem de intensidade. 2.3 - Ana Neca (representante do pro-jeto Cidade dos Sonhos)[Ver Anexo III – Apresentação exibida pelo Cidade dos Sonhos] Eu trouxe aqui um pouco dos aprendi-zados do Cidade dos Sonhos durante o processo de consulta pública do Progra-ma de Metas 2017 - 2020.

O Cidade dos Sonhos é resultado de uma rede de colaboração de coletivos e organizações sem fins partidários. Em 2016, durante as eleições, facilitamos o processo de construção de agenda pú-blica em algumas cidades – inclusive em São Paulo. O Cidade dos Sonhos nasce embaixo do guarda-chuva de discutir mudanças climáticas na cidade - e nós percebemos que para isso é preciso for-talecer ferramentas democráticas.

Percebemos, então, o potencial do Programa de Metas. E a gente tinha como foco também aumentar exposição do Programa na mídia – geramos conte-údos sobre o Programa de Metas, para conversar com a população.

Nós vemos o Programa de Metas como um contrato entre prefeitura e popula-ção – um antídoto para promessas de campanha vazias. [Ana Neca tentou exibir o vídeo https://

youtu.be/z1sYeZoREXs, mas o som fa-lhou. Ela continuou falando enquanto apareciam apenas as imagens] Este vídeo é datado, foi feito de 18 a 30 de março de 2017 e utilizado duran-te a campanha que chamava as pesso-as a participarem da consulta pública do Programa de Metas. Ele traz ques-tões que já foram endereçadas para a Prefeitura nas contribuições entregues pela sociedade civil, mas é bacana exibir para vocês perceberam como foi a dinâmi-ca da campanha que realizamos nas ruas.

A gente trabalhou nas ruas em 12 ações durante 12 dias. A ideia era conversar com a população – e usamos esses mo-mentos todos como gancho para cha-mar a imprensa e publicizar o que es-távamos fazendo. A ação de rua pode parecer pequena, mas quando é feita ela ganha potência como material de mídia e nas redes sociais. [Trocamos o cabo e o vídeo foi exibido na íntegra, com som] Nós construímos com a sociedade civil organizada contribuições técnicas que junto com conseguimos 3197 sugestões das pessoas coletadas na rua foram en-caminhadas para a Prefeitura, mais de 500 inserções de mídia(TV, rádio, im-presso e online) e mais de 20 milhões de pessoas alcançadas com inserções. O que consideramos como inserção de mídia? A gente procurou tudo o que havia relacionado ao Programa de Me-tas e selecionamos aqui que a gente conseguiu influenciar.

Que aprendizados tivemos nesse proces-so? Para onde olhar? As pessoas querem participar, mas as ferramentas precisam ser acessíveis e convidativas. É preciso estar onde as pessoas estão – elas estão na internet, mas não necessariamente no Portal da Prefeitura. As pessoas estão na rua – é impressionante o nível de apro-ximação da população quando a gente montava cavalete e colocava boneco

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do prefeito na rua, chamava o cidadão. A linguagem cidadã também é bem im-portante – só poucos entendem o léxico de planejamento e da gestão.

A comunicação sobre os processos deve ser massiva e intensa. Se tem um gas-to útil do orçamento de publicidade da Prefeitura é na convocação para a parti-cipação em processos efetivos de cons-trução de políticas públicas. Gostaria de ver esse diálogo que Gestão promove em outras secretarias – por exemplo, em relação à licitação dos ônibus, entende-mos que o processo foi realizado sem garantir a devida participação e a publi-cização necessárias. Além disso, a pres-tação de contas deve acontecer regular-mente e de forma sistematizada. 2.4 - Dilson Cruz (representante do Tribunal de Contas do Município)[Ver Anexo IV – Apresentação exi-

bida TCM]

A iniciativa da Gestão é bastante positi-va de colocar quatro olhares diferentes sobre o Programa de Metas. Nós vamos colocar quatro pontos: papel do TCM, Programa de Metas, Dados físicos e fi-nanceiros, e divulgação dos resultados.

O TCM entra no Programa de Metas em dois momentos: na elaboração (para ver se a Prefeitura está seguindo o processo estabelecido pela lei; a gente não entra no mérito das metas e ações sugeridas). Nossa preocupação é se o Programa de Metas reflete a campanha do candidato. Claro que mudanças são compreensí-veis, mas não a mudança radical de pla-taforma. A razão de ser do Programa de Metas é criar um vínculo entre o candi-dato e o eleito – para que o eleitor reco-nheça um no outro.

No segundo momento, nós acompanha-mos o monitoramento: de forma geral, se a prestação de contas está aconte-cendo; de forma mais particular, em al-gumas áreas (como Saúde), se os com-

promissos estão sendo atingidos.

O Plano Plurianual (PPA) foi instituído pela Constituição Federal de 1988. Ele também é quadrienal – mas começa um ano depois do Programa de Metas, no segundo ano de gestão até o primeiro ano da gestão seguinte.

Essa defasagem de um ano pode ser salutar, desde que haja aprendizagem institucional. Ao fazer o PPA, é im-portante dialogar com o Programa de Metas. E a Prefeitura de São Paulo pre-cisa avançar nessa conversa entre es-ses dois planejamentos.

O desafio é ter uma conversa fácil entre esses dois instrumentos. Fácil no sentido posto pela Cidade dos Sonhos: que a po-pulação consiga entender.

O segundo ponto é o dos dados. Histori-camente o PPA carece de dados físicos. Especialmente no monitoramento do PPA, o foco fica restrito ao orçamento. Sabe-se quanto se gastou, mas se tem dificuldade em saber se os compromis-sos físicos foram assumidos.

O Programa de Metas já tem a carência oposta: sabe-se quanto foi executado, mas não quanto se gastou. Quanto cus-tou? Valeu a pena fazer?

Temos plena consciência da dificuldade para fazer essa conversa, mas ela é dire-tamente proporcional à necessidade de que esse diálogo seja feito.

Historicamente, nas duas versões ante-riores do Programa de Metas, a presta-ção de contas à população se deu no nível do processo, pelas etapas de exe-cução. Isso gerou dificuldade de comu-nicação. Vamos pensar em um exemplo: 50% da meta de construir 20 escolas não é a construção de 10 escolas. Pode ser até que nenhuma escola tenha sido construída e a Prefeitura esteja com-putando as etapas de identificação do terreno, licitação da obra. Mas para o ci-

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dadão o importante é a construção da escola de fato.

No atual Programa de Metas houve um avanço. Em vez de a meta ser, por exem-plo, aumentar o número de atendimento, ela é reduzir a mortalidade infantil. Não me interessa tanto saber o que se fará para reduzir, mas sim que será reduzida.

Mas um problema do atual Progra-ma de Metas é a divulgação dos da-dos. A espinha dorsal desse Programa são as metas. E muitas metas não tive-ram os dados divulgados. A Secretaria Municipal de Gestão teve o cuidado de explicar por que isso aconteceu.

Compreende-se que a meta não tenha sido divulgada, até porque depende de indicadores externos, o que também é um avanço. Mas entendemos que to-das as linhas de ação deveriam ter sido divulgadas – mesmo que fosse a infor-mação de que naquele período não foi possível avançar naquela entrega e o porquê disto.

Uma coisa muito boa na divulgação desse Programa, feita em janeiro pela Prefeitura, é que há cinco metas que andaram para trás. Essa transparência é fundamental.

Vou retomar aqui os principais pontos que consideramos desafios fundamen-tais para a Prefeitura enfrentar: a pers-pectivas: integração do Programa de Metas ao PPA; a repactuação - é saudá-vel que ela aconteça, e isso deve ser fei-to de maneira explícita; e a apresentação de dados físicos no PPA e execução fi-nanceira no Programa de Metas. 3. Registro dos Debates 3.1 – Perguntas e respostasHouve abertura do microfone à plateia. Foi solicitado que as pessoas se apre-sentassem, antes de fazer seu comentá-rio ou pergunta.

Maria do Rosário, servidora da Prefeitu-ra, assessora do vereador Suplicy, atua na área da Cultura: No caso da Cultura, ela aparece com o maior número de pro-posições no Programa de Metas. Apesar disso, o orçamento da Cultura continua congelado e a implantação do Plano Municipal de Cultura parado. Então eu gostaria de saber como a Prefeitura li-dou com essa demanda? O fato de ter número maior de proposições não se es-pelhou em um número maior de metas. Resposta de Bruno Shibata: de fato, Cultura foi a Secretaria ou tema que teve maior participação, em todas as platafor-mas. E havia muita polêmica envolvendo o Secretário de Cultura. Mas a gente con-seguiu avançar da primeira versão para a segunda. No entanto, Cultura é uma pas-ta que tem orçamento mais restrito. Comentário de Jorge Abrahão: Quan-do a ideia veio de lançar o Programa de Metas e a luta para aprovar a lei, existia no Plano um item na discussão que teve que mudar. Era assim: caso o Prefeito não cumprisse o Programa de Metas, isso poderia redundar em um impeachment. Mas foi preciso abrir mão desse ponto na negociação para a aprovação. Aí enten-deram que o Programa de Metas é um processo e que a riqueza é a participa-ção da sociedade. A barra do Programa de Metas (mais ou menos audaciosa) é a Prefeitura que estabelece – mas a socie-dade pode e deve pressionar, e a Cultura mostrou isso.

A RNSP está fazendo pesquisas mensais em parceria com o Ibope e os Sescs. São pesquisas temáticas. O tema de abril é Cultura e o lançamento será no dia 10 de abril, no Sesc Vila Mariana, às 10h. Marco Dalana, assessoria do Sindicato dos Servidores Públicos que estão em greve: Lembro a manifestação que acon-tecerá às 13h hoje na Câmara Municipal, relativa ao Projeto de Lei da Previdência Municipal. Gostaria de saber as conse-quências para o gestor público que não

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cumprir o Programa de Metas. O vídeo do Cidade dos Sonhos, por exemplo, mostrou demandas da população nas quais houve regressão, como a remune-ração dos catadores e o aumento de ci-clovias. A Meta 1 - Aumentar a cobertura da atenção primária à saúde para 70% na cidade de São Paulo conflita com o fechamento de AMAS [Assistências Médicas Ambulatoriais]. E também há por parte desta gestão o movimento de podar ou extinguir o TCM. Reginaldo Vieira Guariente (Régis), da Coordenadoria de Promoção da Integridade da Controladoria Geral do Município (COPI/CGM): Gostaria de falar da metodologia do Programa de Metas. Muitas vezes os próprios servidores ficam na dúvida do objetivo das metas e linhas de ação estabelecidas. Exemplo prático: capacitar 120 servidores com gestão da informação e abertura de dados públi-cos. Qual a efetividade do curso, no que ele contribuirá com a meta? Seria impor-tante ter um histórico da elaboração do Programa de Metas, estimular que as li-nhas de ação sejam realizadas com parti-cipação popular e com linguagem cidadã. Jorge Kayano, do Instituto Pólis: Eu já sabia que a apresentação da Prefeitu-ra hoje seria pobre: método, mas não conteúdo. Espera que na audiência da Câmara a Prefeitura se apresente com um pouco mais de conteúdo. O relatório com as ações do Programa de Metas foi publicado hoje? [Houve a explicação de que o relatório foi publicado desde janei-ro no Planeja Sampa e que o que foi dis-ponibilizado ontem foi a base de dados aberta, em formato CSV].

A Prefeitura diz que suas metas são fi-nalísticas, mas a maioria não é. A mor-talidade infantil certamente é uma meta finalística, mas as demais não são. Gos-taria de saber quantas das metas são re-almente finalísticas e que a Prefeitura de São Paulo considera finalístico.

É importante a gente pensar um pou-

co em processos e resultados. Estamos vivendo calamidade – com a redução do salário dos servidores, se o PL da Previdência for aprovado, essas as me-tas irão para o bebeléu.

Espero que no dia 17 de abril, já com o novo gestor, a gente consiga discutir a sério se o próximo gestor irá realmente assumir o Programa de Metas e uma re-visão clara dele a sério. Para que a gente discuta as metas tímidas – na verdade, ridículas. Quero saber também se o pró-ximo prefeito vai levar a sério o discurso de reproduzir mais o estilo Covas do que o estilo Doria.

Não estou vendo nada de interessante no debate hoje. O que interessa não é discutir o desenho, mas o conteúdo das metas. Resposta de Jorge Abrahão: Como eu comentei, a legislação não prevê ne-nhuma consequência para o prefeito que não cumprir o Programa de Metas. Mas a gente aposta na participação. Há ao final do mandato uma avaliação do prefeito. Nesse ciclo: estabelecer pro-postas, ouvir a sociedade, incorporar as contribuições, controlar e avaliar o percentual de cumprimento.

O Kassab teve um percentual de cumpri-mento de 54% de 223 metas. O Haddad teve 58% de 123 metas. O que temos per-cebido é que isso tem peso nas questões eleitorais. A consequência é política – e ela será maior na medida em que tiver-mos participação da sociedade.

A pressão – inclusive na imprensa – gera a cultura de se tentar cumprir o Progra-ma de Metas. E é importante criar tam-bém a cultura de cumprimento dos pla-nos temáticos (como o Plano Municipal de Mobilidade). O Programa de Metas 2017 – 2020 propõe a construção de me-tade das ciclovias previstas nesse Plano. Resposta de Bruno Shibata: Concordo com a opinião do Jorge a respeito da

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primeira questão. Gostaria de falar da pergunta do Régis da CGM. A conceitu-ação e a metodologia é um grande de-safio – e muito comum no setor público. Há troca de gestores – a cada 14 meses é o tempo médio que se troca um se-cretário municipal em São Paulo. E mui-to da diretriz da Secretaria Municipal de Gestão foi criar uma gênese que manti-vesse esse compromisso, o conhecimen-to do propósito das propostas. Me en-tristece saber que isso não aconteceu na Controladoria Geral do Município.

Sobre a terceira contribuição: este é um encontro mais focado no aspecto técnico. A gente não tinha o objetivo de discutir o conteúdo de cada uma das metas. Há um relatório publicado. E a gente pode em outros fóruns – como a audiência pública – discutir em profundidade, com os(as) secretários(as) respectivos(as), os pon-tos que o senhor levantou.

Eu reconheci na minha fala que, de fato, não são todas as metas que são fina-lísticas. Por exemplo: não conseguimos utilizar tempo de deslocamento como indicador na Secretaria Municipal de Transporte. Resposta de Ana Neca: Gostaria de fa-lar sobre o legado: amadurecimento do processo de construção de políticas pú-blicas. Esta gestão tem oportunidade gi-gante de ter esse legado, a documenta-ção desse processo. Relatório é memória do que foi feito – registro do aprendizado.

Este evento aqui está discutindo pro-cesso, de fato. Por outro lado, também é obrigação da Gestão abrir espaços de diálogo de maneira mais sistemática. Que chamados a Prefeitura quer fazer para que as pessoas consigam participar de fato? A discussão sobre as metas espe-cíficas precisa acontecer no território, de forma regionalizada. Lá no território as pessoas precisam entender se a calçada foi feita, se e por que a AMA será fechada. Resposta de Dilson Cruz: Ao fim de cada

gestão, o TCM fez as contas de duas for-mas. A primeira foi seguindo a metodo-logia adotada nos dois últimos Progra-mas de Metas – por etapas. A segunda, adotada pelo próprio TCM, foi o cálculo do bem efetivamente entregue à popu-lação. E nós divulgamos os dois núme-ros. E esses dois números compõem o parecer das contas do TCM.

A maior sanção que pode ocorrer ao chefe do executivo pela não realização das suas metas é no momento da elei-ção. E lembro que o percentual de cum-primento das duas edições anteriores do Programa de Metas foi baixo.

Ao final desta gestão faremos esses dois cálculos, novamente. Como houve mu-dança na forma como são prestadas as contas, o TCM vai verificar se aquilo que a Prefeitura disse que fez, de fato fez. É bastante positivo que muitos dos índices não são calculados pela Prefeitura. E, dos que são, vamos verificar, por amos-tragem, se o índice reflete a realidade. 3.2 – Rodada de considerações finais Jorge Abrahão: Nós temos feito os ma-pas das desigualdades. Um que nos to-cou muito foi o que fizemos em dezem-bro, o da primeira infância (crianças de 0 a 6 anos). Os piores distritos de nos-sa cidade em geral estão nas bordas do município. Esse mapa mostrou que São Paulo tem 1 milhão de crianças de 0 a 6 anos – e metade mora nos bairros com os piores índices de serviços e infraes-trutura. E também era ali naqueles dis-tritos que havia o maior percentual de mulheres adolescentes grávidas, de ado-lescentes negros assassinados. O nosso desafio é como o mapa da criança não se transformará no mapa das adolescen-tes e adolescentes pobres, com gravidez precoce e assassinados?

A gente tem clareza que o nosso desafio não é técnico, é político. Os indicadores são bárbaros. Mas o nosso desafio é para quem a cidade está sendo governada. Quais são as prioridades? Há duas sema-

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nas o prefeito Doria definiu investimento de R$ 500 milhões em recapeamento e R$ 150 milhões em educação. Para quem se quer governar? Quais os desafios que queremos focar? Bruno Shibata: Agradeço a presença de todos. Temos muitas oportunidade de melhoria, e ela só é possível com o en-volvimento de vocês. Ana Neca: Agradeço a oportunidade de trazer a conversa à tona. E aguardo o ca-lendário de próximas conversas. A socie-dade tem muita a ensinar e a aprender

com o poder público. Deixo aqui o con-vite para que os cidadãos participem e ocupem esses espaços. Dilson Cruz: Também agradeço a opor-tunidade. E gostaria de convidá-los a se apropriar verdadeiramente das ins-tituições. Eu os convido a não ver as instituições como órgãos meramente burocráticos, mas órgãos a serviço da população (e é para isso que elas exis-tem). Essa participação é construída os poucos: entender o orçamento, cobrar compromissos.

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Anexo I. Convite

Anexos

Anexos – Anexo I

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Anexo II. Apresentação exibida pela Prefeitura de São Paulo

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Anexos – Anexo II

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Anexo III. Apresentação exibida pelo Cidade dos Sonhos

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Anexos – Anexo III

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Anexos – Anexo III

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Anexos – Anexo III

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Anexos – Anexo III

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Anexo IV. Apresentação exibida TCM

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Anexos – Anexo IV

Programa de Metas em Debate: Transparência e Controle Social

39

Anexo V. Lista de presença

Anexos – Anexo V

Programa de Metas em Debate: Transparência e Controle Social

40

Anexos – Anexo V

Programa de Metas em Debate: Transparência e Controle Social

41

Anexos – Anexo V