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2.º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA 10ª Classe ÁREA DE CIÊNCIAS ECONÓMICO-JURÍDICAS C3

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2.º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL

P R O G R A M A D E

INTRODUÇÃO À ECONOMIA10ª Classe

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ÁREA DE CIÊNCIAS ECONÓMICO-JURÍDICAS

C3

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Ficha Técnica

TítuloPrograma de Introdução à Economia - 10ª Classe(Área de Ciências Económico-Jurídicas)

EditoraEditora Moderna, S.A.

Pré-impressão, Impressão e AcabamentoGestGráfica, S.A.

Ano / Edição / Tiragem2014 / 2.ª Edição / 2.000 Ex.

E-mail: [email protected]

© 2014 EDITORA MODERNAReservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) sem o consentimento escrito da editora, abrangendo esta proibição o texto, as ilustrações e o arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimento judicial, de acordo com o estipulado no código dos direitos de autor.

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ÍNDICE

Introdução Geral à Disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral ------ 4

Objectivos Gerais da Disciplina no 2° Ciclo do Ensino Secundário Geral ---- 6

Objectivos Gerais da Disciplina na 10ª Classe --------------------------------- 8

Distribuição dos Temas por Trimestres e Horas ------------------------------ 9

Temas/Conteúdos ------------------------------------------------------------- 10

Avaliação ----------------------------------------------------------------------- 32

Bibliografia --------------------------------------------------------------------- 33

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10ª CLASSE

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INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINANO 2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL

A Economia desempenha um papel de relevo em toda a vida social. Uma grande parte da vida social, das relações entre as pessoas, entre os grupos, está relacionada com actividades destinadas a garantir a sobrevivência, a participação cultural e social das pessoas e grupos.

Uma grande parte da actividade social desenvolve-se em tomo da utilização, transformação, partilha e movimentação dos recursos. Estas actividades implicam o dispêndio do esforço individual e colectivo. Assim, a melhor utilização do esforço e dos recursos é um comportamento que está na base da natureza económica da actividade humana.

A Economia pode ser entendida como actividade social ou actividades ligadas à obtenção, transformação, partilha e utilização dos recursos. Mas pode também ser entendida como ciência social. Neste caso, a Economia é a ciência que estuda a aplicação de recursos de forma a obter a máxima satisfação social. É a ciência que procura descobrir e conhecer os caminhos para que se atinja o máximo de bem-estar ou a melhor utilização dos recursos humanos e materiais.

A aldeia global a que hoje se faz frequentemente referência, no sentido de salientar o fenómeno da crescente densificação das relações entre os países e suas populações, é um exemplo largamente utilizado do resultado da aproximação das culturas. Como consequência, vivemos num mundo onde a comunicação assume uma dimensão abrangente, atingindo tudo e todos.

A todo momento somos confrontados com um manancial de informações que nem sempre somos capazes de descodificar, dado o seu teor técnico, a sua linguagem específica, enfim, o seu código de leitura próprio. E assim se perde a nossa capacidade de ler, analisar e reflectir o real. Inflação, custo de vida, produto, desenvolvimento, interdependência, etc., são alguns termos de uso corrente em qualquer revista, jornal ou boletim informativo, mas de significado económico preciso cujo entendimento nos permite passar das reflexões baseadas no senso comum e entrar na análise fundamentada cientificamente das relações entre os povos, da situação social e económica dos países, das possibilidades de desenvolvimento das comunidades, etc.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

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Não conhecer termos indispensáveis ao entendimento do mundo torna-nos, de imediato, analfabetos funcionais.

Aprender o significado de conceitos, entender a informação e reflectir sobre o mundo que nos cerca é, sem dúvida, o mais importante dos objectivos da Educação e, consequentemente, desta disciplina no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral, na Área de Ciências Económico-Jurídicas.

O programa que se apresenta obedece à reformulação curricular realizada aos pré-universitários, com novas abordagens à luz das transformações sociais e económicas que se operam no mundo, em geral, e em Angola em particular.

É pretensão da disciplina, contribuir para a formação de indivíduos sensibilizados para o entendimento do mundo, reflectindo criticamente sobre as diversas situações em que participa.

Optou-se por incluir a disciplina de Introdução à Economia nas três classes que compreendem o 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral, particularmente na área de Ciências Económico-Jurídicas, possibilitando o ingresso no Ensino Superior, no curso de Economia, dos alunos que pretendam essa formação.

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OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINANO 2° CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL

› Perspectivar a Economia no conjunto das Ciências Sociais para um mais completo conhecimento da realidade social.

› Contribuir:

• para a compreensão dos acontecimentos de natureza económica;

• para a formação integral do aluno ;

• para o desenvolvimento do raciocínio, do rigor científico, do espírito crítico e da capacidade de resolução de problemas.

› Favorecer:

• a interiorização dos valores de justiça;

• a tolerância;

• a solidariedade e cooperação;

• a capacidade de intervenção como cidadão consciente;

• a integração do aluno no País e no Mundo.

› Incutir no aluno a vontade de participar de forma esclarecida e consciente na actividade social e cívica.

› Desenvolver no aluno:

• capacidades de compreensão e expressão oral e escrita;

• capacidade de observação dos fenómenos ;

• capacidade de análise e de síntese;

• espírito crítico;

• o sentido de inovação;

• hábitos de estudo e métodos de trabalho fundados na análise das problemáticas;

• o gosto pela pesquisa;

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• o espírito de tolerância e cooperação e respeito pela diferença;

• capacidades de avaliação e de decisão perante opções diferenciadas ;

• discutir ideias e fundamentá-las logicamente.

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OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINANA 10ª CLASSE

› Compreender a importância da dimensão económica na realidade social.

› Compreender a Economia enquanto ciência social.

› Compreender o funcionamento da actividade económica.

› Compreender o processo de produção e o papel desempenhado pelo Trabalho e pelo Capital.

› Compreender o papel da empresa no processo produtivo.

› Compreender as relações que se estabelecem entre os agentes económicos.

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DISTRIBUIÇÃO DOS TEMASPOR TRIMESTRES E HORAS

1º TRIMESTRE

Tema 1 - Porquê estudar Economia .......................................... 4 aulas

Tema 2 - Actividade Económica e Agentes Económicos ...... 20 aulas(até ao subtema 2.2.)

Reserva ............................................................................................ 6 aulasSubtotal ......................................................................................... 30 aulas

2º TRIMESTRE

Tema 2 - Actividade Económica e Agentes Económicos ...... 24 aulas2.3. (Produção) ............................................................... 12 aulas2.4. (Empresa) ................................................................ 12 aulas

Reserva ............................................................................................ 6 aulasSubtotal ......................................................................................... 30 aulas

3º TRIMESTRE

Tema 2 - Actividade Económica e Agentes Económicos ...... 28 aulas2.5. (Mercado) ................................................................. 8 aulas2.6. (A Moeda e Crédito) ................................................... 8 aulas2.7. (A Inflação) ............................................................... 4 aulas2.8. (Repartição dos resultados da produção) ...................... 8 aulas

Reserva ............................................................................................ 2 aulasSubtotal ......................................................................................... 30 aulas

Total Anual ................................................................................... 90 aulas

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TEMAS/CONTEÚDOS

Tema 1 - Porquê estudar Economia ...................................... 4 aulas

1.1. A importância da dimensão económica no social.

1.1.1. A mundialização da Economia e o mundo contemporâneo.

1.1.2. Os fenómenos económicos.

1.2. A Economia no contexto das Ciências Sociais.

1.2.1. A Ciência Económica: objecto, método e natureza das suas leis.

1.2.2. A interligação com outras ciências.

1.2.3. A observação e registo da realidade económica.

Objectivos específicos: No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Entender a importância da dimensão económica na realidade social:

• Identificando os aspectos económicos da vida quotidiana;

• Compreendendo como a realidade social é global e que, para ser estudada, precisa dos contributos das diversas ciências;

• Explicando as relações que se estabelecem entre a Economia e as outras ciências;

• Justificando a interligação da Economia com as outras ciências sociais;

• Dando exemplos das interdependências existentes na realidade social;

• Identificando o objecto do estudo da Economia;

• Reagrupando as actividades económicas nos grandes fenómenos económicos: produção, distribuição, consumo e repartição;

• Compreendendo a importância da observação e o seu registo no estudo da realidade económica;

• Distinguindo as leis das ciências sociais das leis das ciências naturais;

• Explicando o carácter das leis económicas.

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No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Seja sensibilizado para os problemas económicos;

› Atente no fenómeno da interdependência no domínio das ciências sociais;

› Seja alertado para a indispensável objectividade na pesquisa científica;

› Reconheça que o estudo da economia tem um destinatário – o ser humano – para o qual toda a pesquisa deve ser orientada, no sentido de se conseguir assegurar o seu bem-estar;

› Esteja atento à complexidade do mundo que o rodeia;

› Desenvolva hábitos de estudo e métodos de trabalho.

Sugestões metodológicas: Neste tema, pretende-se consciencializar os alunos da importância do estudo

da disciplina de Economia para a sua formação e melhor compreensão da realidade que os cerca.

O objectivo da Economia é a realidade encarada sob determinado aspecto – o económico –, com o recurso a técnicas e instrumentos de análise científica. Esta mesma realidade pode ser encarada por outras ciências sociais, como a História, a Geografia, a Sociologia, a Filosofia, etc., que nos darão sempre uma visão parcelar da realidade que é só uma.

Pretende-se ainda que os alunos fiquem com a noção de que a complexidade da realidade que se manifesta na vida económica, implica que se tomem em consideração os diversos contextos em que a actividade económica ocorre: Contexto da Mundialidade (relação entre estados); Contexto da cidadania (Relação Estados/Indivíduos); Contexto da Produção (Empresa); Contexto Doméstico (Famílias).

Partindo de casos específicos, problemas actuais veiculados pelos meios de comunicação, o aluno será sensibilizado para diferentes formas de problemas económicos conforme a evolução histórica, os diferentes sistemas económicos, o nível de desenvolvimento tecnológico, etc.

Pretende-se que os alunos tenham a noção da mundialização da Economia, da interpenetração dos processos económicos à escala mundial e das responsabilidades colectivas na resolução de alguns grandes problemas económicos internacionais.

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Poderão os alunos começar a elaborar um “dossier” com recortes da imprensa, que poderão utilizar à medida que os assuntos forem sendo estudados. Com base nessas noticias veiculadas na imprensa sugere-se que:

› Seleccionem, a partir de situações que assumam particular importância em termos económicos (desemprego, criação de novas empresas, utilização de novas tecnologias, etc.), analisar as consequências em termos sociais;

› A partir da selecção de um problema social ou de um projecto que os alunos desejassem realizar, inventariar as contribuições que as diversas ciências sociais poderiam dar na sua resolução.

Pretende-se, ainda, que o aluno tenha uma visão global do programa.

Tema 2 - Actividade Económica e Agentes Económicos

2.1. Conceitos básicos ................................................................... 6 aulas

2.1.1. Necessidades e bens: sua classificação.

2.1.2. Relação bens/necessidades.

2.1.3. Evolução histórica da actividade económica.

2.1.4. Agentes económicos.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Compreender os conceitos de necessidades e de bens:

• Explicitando o conceito de necessidade;

• Distinguindo necessidades primárias de necessidades secundárias;

• Dando exemplos de vários tipos de necessidades;

• Justificando a importância dos bens na satisfação das necessidades;

• Compreendendo o conceito de bem;

• Distinguindo os vários tipos de bens;

• Exemplificando os vários tipos de bens;

• Relacionando a actividade produtiva com a existência de necessidades;

• Confrontando necessidades com escassez de recursos;

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• Vendo na evolução da actividade económica um elemento determinante da multiplicação das necessidades e dos bens;

• Integrando o conceito de necessidade num contexto cultural.

› Compreender os conceitos de custo, valor e utilidade:

• Compreendendo o conceito de custo de oportunidade;

• Dando exemplos de aplicação do conceito de custos de oportunidade;

• Distinguindo valor de uso de valor de troca;

• Compreendendo o conceito de utilidade;

• Dando uma noção de utilidade marginal;

• Enunciando a lei da utilidade marginal decrescente.

› Avaliar o papel dos agentes económicos:

• Explicitando o conceito de agente económico;

• Citando as principais funções dos agentes económicos;

• Referindo a importância actual dos agentes económicos;

• Distinguindo micro sujeitos de macros sujeitos.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Evidencie o conceito de necessidade;

› Conclua da natureza cultural desse conceito;

› Reconheça na satisfação das necessidades um acto de opção;

› Se sensibilize para o problema da escassez;

› Desperte para a intervenção e para a mudança de comportamentos;

› Se reconheça como interveniente na actividade económica. Sugestões metodológicas: Começar pela inventariação das necessidades dos alunos e famílias e ampliá-

las para as necessidades à escala do País e do Mundo.

A observação do que se passa na generalidade das sociedades humanas mostra-nos que os recursos disponíveis não são suficientes, para assegurar a satisfação de

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todas as necessidades até à saciedade das mesmas, o que equivale a dizer que os recursos são escassos e, além de escassos, susceptíveis de empregos alternativos, enquanto que as necessidades a satisfazer podem ser graduadas ou escalonadas por ordem de importância ou urgência. Daqui advém que a luta contra a escassez impõe a realização de escolhas.

Através da análise de pequenos textos, os alunos poderão conhecer a evolução da actividade económica e explicar o aparecimento constante de novas necessidades:

› Começando pela inventariação das necessidades dos alunos e famílias e ampliando-as para as necessidades à escala do País e do Mundo;

› Relacionando-as com os recursos disponíveis e consequentes opções a tomar;

› Colocando várias questões: o quê, como, quanto e quando consumir.

2.2. Famílias e consumo ................................................................. 8 aulas

2.2.1. O consumidor: parte integrante do sistema económico.

2.2.2. O acto económico de escolher.

2.2.3. Opções e consequências.

2.2.4. Factores de que depende o consumo: económicos, sociais e culturais.

2.2.5. Noção de poupança.

2.2.6. A sociedade de consumo.

2.2.7. Direitos do consumidor.

2.2.8. Responsabilidade social do consumidor.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Reconhecer o consumo como motor do sistema económico:

• Apresentando uma noção de consumo;

• Indicando factores que condicionem o consumo;

• Identificando os vários tipos de consumo;

• Distinguindo consumos essenciais de consumos supérfluos;

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• Explicitando a lei de Engel;

• Explicitando aspectos negativos de algumas formas de consumo;

• Caracterizando a sociedade de consumo;

• Justificando a necessidade de informação sobre a natureza dos produtos disponíveis para a satisfação de necessidades;

• Justificando a importância actual dos organismos de defesa do consumidor;

• Distinguindo consumismo de consumerismo;

• Discutindo algumas das consequências que a selecção de consumos pode trazer para a actividade económica.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Face à diversidade de opções, se consciencialize de que a informação é de extrema importância para uma decisão racional do acto de consumo;

› Tome consciência da importância da informação para que o consumo, face à diversidade de opções, se traduza num acto de escolha racional;

› Se sensibilize para a necessidade de procurar informação relativa à natureza dos bens disponíveis;

› Assuma uma atitude crítica perante os abusos da sociedade de consumo;

› Reconheça a importância da “Educação” para o “Consumo” no desenvolvimento integral do cidadão.

Sugestões metodológicas: Tomando como base a lista de necessidades levantadas, os alunos poderão

registar os consumos que afectarão o seu rendimento (semanada, contrapartida de algum trabalho em part-time, etc.), que serão, em princípio, diferentes. Discutidas essas opções, alargando-as ao nível da sociedade, pode:

› Ser estabelecida a diferença entre a natureza dos consumos colectivos e dos consumos individuais;

› Ser evidenciado o papel do Estado na satisfação de consumos colectivos;

› Ser discutido os objectivos da actividade de produção de bens e serviços pelo Estado e se esses objectivos são ou não (sempre) atingidos;

› Ser discutido intervenções políticas que afectam os preços (ex. preços tabelados, preços mínimos e máximos, fixação de margens de lucro, etc.),

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no sentido de corrigir desequilíbrios económicos e sociais resultantes da afectação dos recursos ao funcionamento do sistema de preços;

› Ser discutido o papel activo do consumidor no conjunto da Economia como propulsionador do desenvolvimento de actividades tradicionais/ou criação de novos sectores e, como consequência, estimulando o emprego.

Ainda com base nas necessidades levantadas, os alunos poderão constatar que, para além das necessidades de evidentes efeitos benéficos, outras existem que importará pôr em causa. A partir de exemplos muito próximos do aluno, tais como refrigerantes, tabaco, droga, etc., será evidentemente o problema dos consumos nocivos, do consumismo, da falta de racionalidade de algumas opções, dos desperdícios, etc. Sugere-se que seja utilizada toda a documentação de protecção da Natureza e do consumidor.

Discutidas essas opções (alargando-as a nível da sociedade), pode ser discutida a intervenção do consumidor no conjunto da Economia provocando, acelerando ou estimulando: a expansão, a recessão, a transformação de actividades, o emprego, etc.

Finalmente, em discussão alargada, poderá reflectir-se sobre a influência no consumo:

› Do preço,

› Da escassez,

› Dos níveis de rendimento,

› Da moda,

› Da publicidade

› Do modo de vida,

› De factores de natureza sociocultural (ostentação, imitação, etc.).

Realizando um inquérito junto de famílias, poderão saber como elas reagem a uma subida de preços de bens essenciais e de bens supérfluos, qual a estrutura dos consumos, de acordo com os níveis de rendimento, do seu estatuto social (efeito, imitação, efeito ostentação), da composição do agregado familiar, do seu género de vida, da publicidade.

Procedendo ao estudo de dois ou três anúncios de televisão, poderão inventariar os aspectos a que esses anúncios recorrem para apelar ao consumo.

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Os valores que a sociedade de consumo defende, e que a suportam, levam a algumas confusões:

› Entre o SER e o TER;

› Em vez de a produção ser orientada para a satisfação das necessidades, isto é, a produção estar ao serviço do consumo, é o consumo que passa a estar ao serviço da produção, há que consumir cada vez mais para que se continue a vender e a lucrar;

› Entre o CRECISMENTO e DESENVOLVIMENTO, uma vez que áreas como a educação e a investigação científica, o equilíbrio sócio urbanístico, a defesa do património, a saúde, o ambiente, o combate à pobreza, a criação de equipamentos e de espaços colectivos, etc., são aspectos que assumem importância crescente nas sociedades contemporâneas, muito embora nem sempre sejam devidamente atendidos; entre o consumismo e consumerismo…

Assim, propõe-se que a temática “Sociedade de Consumo”, “Direitos do

Consumidor“ e “Responsabilidade Social do Consumidor“ seja abordada segundo a metodologia de trabalho de projecto ou em trabalho de grupo.

De acordo os seus interesses, e em estreita ligação com a realidade, deve procurar obter-se o máximo de informação possível. A troca de informações entre os grupos e a posterior apresentação à turma do trabalho de cada grupo, levarão a um enriquecimento comum. O resultado final poderá ser apresentado à Escola, através de diversos métodos: exposição de cartazes, organização de debate ou mesa redonda, passagem de um vídeo, eventualmente realizado por um grupo de alunos, etc., o que contribuirá necessariamente para a educação dos consumidores.

A informação poderá ser recolhida através de estatísticas, recortes de imprensa, realização de inquéritos e entrevistas, contactos com empresas, instituições especializadas, etc.

Como tema de trabalho poderemos sugerir:

› A Sociedade de Consumo:

• O que é?

• A quem serve?

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• Liberdade de escolher?

• Igualdade de oportunidades?

• Publicidade.

› Luxos e o Lixo:

• Como estamos na nossa comunidade?

• Focos de poluição e contaminação.

• Espaços verdes.

• Reciclagem de desperdícios.

• Que legislação de protecção do ambiente?

› O acto de comprar:

• Comprar é escolher.

• As motivações do comprador.

• Evolução dos locais de venda.

• O papel desempenhado pela embalagem.

• Relações personalizadas / despersonalizadas.

› A defesa do consumidor:

• Que protecção?

• Que formas de luta?

2.3. Produção ............................................................................ 12 aulas

2.3.1. Noção de produção.

2.3.2. Elementos necessários à produção: os factores produtivos:

2.3.2.1. Capital: noção; capital financeiro e capital técnico; formação de capital.

2.3.2.2. Trabalho: formas de trabalho; divisão do trabalho; racionalização do trabalho.

2.3.3. Produtividade.

2.3.4. Produção e diferentes combinações de factores produtivos:

2.3.4.1. Noção de função de produção.

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PROGRAMA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA

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2.3.4.2. Lei dos rendimentos decrescentes.

2.3.4.3. Custos de produção.

2.3.4.4. Racionalização da produção.

2.3.4.5. Economias de escala.

2.3.5. Lucro: lucro bruto; lucro líquido.

2.3.6. Acumulação.

2.3.7. Distribuição.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Compreender o processo de produção e o papel desempenhado pelo Trabalho e pelo Capital:

• Identificando os factores de produção;

• Justificando a importância dos vários factores de produção;

• Admitindo a existência de diferentes combinações dos factores produtivos;

• Distinguindo as várias acepções de capital;

• Explicando a importância do investimento na actividade produtiva;

• Justificando a importância da acumulação;

• Relacionando acumulação com poupança;

• Ponderando a importância da distribuição;

• Identificando as diferentes formas de trabalho;

• Reconhecendo a importância da divisão e da racionalização do trabalho;

• Evidenciando vantagens e perigos decorrentes da divisão técnica do trabalho;

• Seleccionando os grupos sociais que constituem a população activa/inactiva;

• Interpretando taxas de actividade e de desemprego;

• Conhecendo o conceito de produtividade do trabalho;

• Estabelecendo a relação entre divisão do trabalho e produtividade;

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• Justificando a lei dos rendimentos decrescentes;

• Distinguindo custos fixos, de custos proporcionais e de custos variáveis;

• Distinguindo custo global, custo médio e custo marginal;

• Relacionando a diminuição dos custos de produção com as economias de escala.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Valorize a educação, a formação e a promoção social do Homem, ao longo da vida;

› Desenvolva a capacidade de observação e o espírito crítico;

› Seja capaz de abordar criticamente os problemas.

Sugestões metodológicas: Sugere-se a visita a uma unidade produtiva e, com base nos elementos

recolhidos (deverá ser feito um guião), os alunos poderão elaborar trabalhos ou fichas sobre os elementos necessários à produção - matérias-primas, máquinas, edifícios, electricidade, operários, pessoal de escritório, pessoal de administração, etc.

Sugere-se ainda a elaboração de um guião de observação para recolha de dados: número de acidentes no último ano, existências de acções de prevenção, manuseio ou contacto com matérias / máquinas perigosas, condições de trabalho (uso de máscaras, óculos, auriculares, luvas, etc.)...

Deverá ser feita a sistematização das várias formas de capital e de trabalho identificadas.

Com base nos elementos sobre a organização do trabalho na fábrica e análise de textos sobre Taylorismo e Fordismo, os alunos podem estabelecer diferenças entre a simples divisão e a racionalização do trabalho.

Com base nos trabalhos efectuados, pode chegar-se facilmente a uma noção simples de produtividade.

A partir da análise de diferentes combinações de factores de produção, os alunos podem verificar diferentes resultados. Não se pretende o estudo da função de produção, mas apenas uma noção simples.

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O professor pode apresentar casos em que o aluno possa comprovar a lei dos rendimentos decrescentes e as economias de escala. Os alunos poderão discutir as implicações destes fenómenos no volume e nos custos de produção.

No comércio Iocal, os alunos podem obter dados que lhes permitam inferir da importância do sector comercial, na colocação dos produtos ao alcance do consumidor; poderão, com base nos dados obtidos (e em recortes da imprensa, textos, etc.), discutir a tendência moderna das grandes áreas comerciais (supermercados, centros comerciais) versus pequena loja (small is beautiful) em aspectos como qualidade, atendimento, etc.

A partir do exemplo local, será evidenciado o papel que uma rede de transportes pode desempenhar no desenvolvimento de uma região. Uma vez mais, os alunos deverão ser sensibilizados para a questão do ambiente, questionando a acção poluidora de muitas empresas, nomeadamente as de transporte.

2.4. Empresa .............................................................................. 12 aulas

2.4.1. Noção de evolução da empresa.

2.4.2. Classificação das empresas: quanto à titularidade ou forma de

propriedade; quanto à dimensão; quanto à forma jurídica.

2.4.3. Organização da Empresa: tradicional; moderna.

2.4.4. Enquadramento da empresa no meio envolvente.

2.4.5. Os desafios da empresa:

2.4.5.1. Concorrência; análise da produtividade e da competitividade;

economias abertas.

2.4.5.2. Informação;

2.4.5.3. Investigação e desenvolvimento;

2.4.5.4. Evolução tecnológica;

2.4.5.5. Formação profissional;

2.4.5.6. Respeito pelo ambiente.

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Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Compreender a papel da empresa no processo produtivo: • Apresentando uma noção de empresa;• Distinguindo empresa privada de empresa pública;• Conhecendo a classificação jurídica da empresa.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Compreenda e pondere o factor risco da actividade empresarial;

› Reconheça a acção do empresário na actividade económica;

› Seja sensibilizado para a mudança e a inovação. Sugestões metodológicas:A partir de conhecimentos dos alunos, pode chegar-se a uma noção simples de

empresa, que será completada mais tarde.

Sugere-se, com base num guião previamente elaborado, visitas a empresas (comerciais ou industriais, tradicionais ou modernas) do meio envolvente.

Os elementos recolhidos serão comparados e sistematizados; poderão ser ponto de partida para classificar as empresas quanto à titularidade, quanto à dimensão e quanto à forma jurídica.

Os alunos poderão discutir perspectivas divergentes que relacionam eficácia com dimensão da empresa.

Sugere-se a análise da legislação sobre as Sociedades, de artigos seleccionados para conhecimento de aspectos como firma, responsabilidade dos sócios, capital, etc.

Com base nos elementos já recolhidos e também em textos e noutra informação obtida, poderão os alunos fazer sínteses sobre a evolução da empresa, sua história e outros aspectos relevantes, nomeadamente aqueles que se relacionam com o meio. Poderão ser caracterizadas brevemente as condições externas, tecnológicas, económicas e legislativas em que a empresa se movimenta, bem como a concorrência existente, fornecedores, clientes, relações com associações sindicais, patronais, etc.

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Com base em exemplos conhecidos no meio e na análise da legislação, os alunos podem caracterizar as sociedades cooperativas e outros tipos de empresa sem fins lucrativos e discutir a sua importância no campo económico e no campo social.

2.5. Mercado ............................................................................... 8 aulas

2.5.1. Noção de mercado.

2.5.2. A Procura: factores determinantes da procura; elasticidade da

procura.

2.5.3. A Oferta: factores determinantes da oferta; elasticidade da oferta.

2.5.4. O mercado e a formação dos preços:

2.5.4.1. Classificação dos mercados.

2.5.4.2. Noção de Preço.

2.5.4.3. Formação de preços em concorrência: Condições de concorrência perfeita; Lei da Procura; Lei da Oferta; Lei da Oferta e da Procura; Ponto de equilíbrio.

2.5.4.4. Formação de preços em monopólio.

2.5.4.5. Da concorrência ao monopólio - A concentração das empresas.

2.5.5. Outros factores que influenciam os preços.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Compreender o mecanismo e funcionamento das várias formas de mercado:

• Conhecendo o conceito de mercado;

• Identificando os factores que influenciam o comportamento dos compradores e vendedores;

• Descrevendo o funcionamento do mecanismo de mercado;

• Representando graficamente o ponto de equilíbrio de mercado;

• Explicando o comportamento dos compradores e vendedores;

• Explicando a lei da oferta e da procura;

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• Distinguindo as várias formas de mercado (mercado de concorrência perfeita, oligopolista e monopolista) ;

• Apontando os factores que influenciam os preços;

• Conhecendo o processo de formação de preços em concorrência e em monopólio;

• Distinguindo procura elástica de procura rígida;

• Identificando os factores que tornam a procura e a oferta mais ou menos elásticas;

• Explicando as causas de concentração de empresas;

• Distinguindo as formas de concentração de empresas.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Tome consciência da dimensão social do mercado;

› Adopte uma posição crítica perante situações lesivas do interesse da colectividade;

› Seja capaz de escolher perante diferentes alternativas.

Sugestões metodológicasA partir de exemplos como “mercado do café” ou “mercado do petróleo”,

os alunos verificam que um lugar onde se adquirem bens pode não ter uma localização precisa (transacções efectuadas pelo telefone, telex, etc.). Com base nesta abordagem, poderá ser dada uma noção de mercado.

Deverão ser discutidos factores que influenciam a Procura (moda, publicidade, bens complementares, sucedâneos, etc.).

Igualmente, poderá discutir-se a influência, na Oferta, do número de empresas no mercado, condições de oferta dos factores produtivos, evolução tecnológica, alteração do preço dos factores, intervenção do Estado através da fiscalidade ou de subsídios, etc.

Sugere-se que os alunos relacionem os diferentes níveis de preços no mercado com as variações da oferta e da procura, que representem graficamente a oferta e a procura e expliquem o significado do ponto de equilíbrio.

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Em grupo, poderão elaborar fichas de trabalho que coloquem hipóteses para analisar no sentido de verificar se na realidade as condições da concorrência perfeita se encontram ou não preenchidas - restrições à entrada no mercado, condicionamento do consumidor, intervenção do Estado no mercado (fixação de preços, dumping), pouca mobilidade dos factores produtivos, diferenciação de produtos, etc.

Tendo em atenção as regras do funcionamento do mercado, os alunos poderão discutir as diferenças que a existência de monopólio impõe no funcionamento do mercado e no estabelecimento dos preços.

Sugerem-se exemplos da intervenção do Estado - como legislação anti-trust, nos Estados Unidos da América, na defesa do funcionamento do mercado concorrencial.

Poder-se-á discutir também, com base em exemplos (caso da OPEP), a influência dos cartéis sobre o mercado.

Poderá ser analisado o funcionamento de um mercado do tipo monopolista, em que a oferta tem a possibilidade de maximizar o seu lucro.

Sugere-se a análise das consequências que pode ter o funcionamento de um mercado deste tipo sobre os preços e as possíveis respostas do consumidor.

Os alunos devem analisar outros factores que podem influenciar os preços (custos de produção, tipos de mercado, clima económico e social, imagem social de prestígio associada a determinado produto, etc.).

2.6. A Moeda e Crédito ................................................................. 10 aulas

2.6.1. Noção de moeda.

2.6.2. Evolução da moeda.

2.6.3. Funções da moeda: instrumento geral; meio de pagamento; instrumento de reserva de valor.

2.6.4. O valor da moeda: poder de compra da moeda: inverso do nível geral de preços; equação geral das trocas.

2.6.5. Noção de crédito.

2.6.6. Classificação de crédito.

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2.6.7. O preço do crédito: as taxas de juro.

2.6.8. Processo de criação da Moeda. O multiplicador de crédito.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Compreender o importante papel da moeda numa economia:

• Dando uma noção de moeda;

• Explicando o aparecimento e evolução da moeda;

• Compreendendo as funções da moeda e identificando-as com exemplos apropriados;

• Reconhecendo a importância da moeda numa economia de troca;

• Indicando as principais formas de moeda;

• Identificando os instrumentos de movimentos da moeda escritural;

• Explicando o processo de desmaterialização da moeda;

• Distinguindo cunhagem de emissão de moeda;

• Relacionando a variação das taxas de juro com o recurso ao crédito;

• Compreendendo o conceito de preço;

• Relacionando a massa monetária de um país, com o nível de actividade económica e a inflação;

• Compreendendo o conceito de crédito;

• Distinguindo os vários tipos de crédito;

• Justificando a importância do crédito na actividade económica;

• Compreendendo o mecanismo de criação de moeda bancária através do multiplicador de crédito;

• Ponderando a importância do crédito no desenvolvimento da sociedade de consumo.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Tome consciência dos perigos do excessivo recurso ao crédito;

› Constate que o fácil acesso ao crédito é elemento perigosamente estimulante da sociedade de consumo;

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› Relacione a sociedade de consumo com o fácil acesso ao crédito;

› Tome consciência da importância do valor da taxa de juro numa economia, assumindo a posição quer de credor, quer de devedor.

Sugestões metodológicas:Com base em análise de textos sobre o assunto, os alunos poderão elaborar

pequenos trabalhos sobre a evolução da moeda e as suas formas, apresentados na turma e sistematizados os aspectos essenciais.

Sugere-se que o professor oriente a discussão de forma a serem debatidas questões como a importância da utilidade - valor de troca, utilização de metais, moeda representativa e fiduciária, o papel moeda e o curso forçado, a importância da moeda no sistema económico.

Através de um exemplo esquemático - compra de um bem com pagamento por meio de cheque - os alunos poderão compreender o que é a moeda escritural.

Através de exemplos de conhecimento do aluno, podem referir-se outras formas de “moeda” como a chamada moeda electrónica.

2.7. A Inflação ............................................................................. 4 aulas

2.7.1. Noção de inflação.

2.7.2. Causas explicativas da inflação.

2.7.3. Consequências da inflação.

2.7.4. Medidas da inflação: índices de preços; taxa de inflação.

2.7.5. Combate à inflação.

2.7.6. Nível de vida.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Interpretar o fenómeno inflacionista:

• Dando uma noção de preço de um bem;

• Relacionando a existência de preços com a utilidade dos bens;

• Caracterizando a inflação;

• Distinguindo inflação de subida sazonal dos preços;

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• Dando exemplos de situações que provocam a subida do nível geral dos preços;

• Expondo causas da inflação;

• Explicando o fenómeno inflacionista segundo as várias ópticas;

• Indicando as consequências da inflação;

• Conhecendo os conceitos de preços correntes e preços constantes;

• Interpretando o conceito de taxa de inflação;

• Compreendendo o conceito de índice de preços;

• Calculando índices de preços;

• Relacionando os valores da taxa de inflação com índices de preços no consumidor;

• Compreendendo a importância dos índices de preços na determinação da produção real;

• Relacionando a taxa de inflação com o nível de vida;

• Relacionando inflação, salários e custo de vida;

• Distinguindo taxa média de inflação de taxa de inflação homóloga;

• Conhecendo as principais medidas de combate à inflação;

• Ponderando algumas medidas de combate à inflação;

• Descrevendo os efeitos de inflação na actividade económica;

• Estabelecendo a comparação entre custo de vida e nível de vida.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Compreenda o papel dos agentes económicos no decurso de um processo inflacionista;

› Tome consciência da importância social do preço dos bens e serviços, assumindo a posição de produtor ou de consumidor;

› Tome uma posição criteriosa face a situações lesivas do interesse geral.

Sugestões metodológicas:Sugere-se a utilização de estatísticas nacionais sobre a evolução dos salários e

da inflação.

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A explicação da inflação deverá considerar as diferentes causas e consequências; discutir com os alunos que o combate à inflação pode travar o crescimento, diminuir o poder de compra das famílias, etc.

Podem ser utilizadas estatísticas, quadros, gráficos, estáticos e dinâmicos. Feita a sua análise, os alunos tirarão conclusões.

Os alunos devem conhecer a forma (em termos gerais) de determinar o índice de preços no consumidor.

Poderão discutir a relação entre inflação e nível de vida e conhecer alguns factores que o determinam (relacionar com custo de vida e qualidade de vida).

Sugere-se que os alunos considerem uma das medidas de combate à inflação e que desenvolvam um raciocínio, tentando identificar as previsíveis implicações da mesma no conjunto da economia, bem como os respectivos custos sociais.

2.8. Repartição dos resultados da produção ................................... 8 aulas

2.8.1. Conceitos de rendimento e de riqueza:

2.8.1.1. Como se formam os rendimentos.

2.8.2. A repartição funcional do rendimento:

2.8.2.1. A remuneração do trabalho: salário real e salário nominal.

2.8.2.2. A remuneração do capital: renda, juro e lucro.

2.8.3. A repartição pessoal do rendimento: rendimento pessoal disponível;

Curva de Lorenz.

2.8.4. Repartição e redistribuição: políticas sociais; políticas fiscais.

Objectivos específicos:No domínio cognitivo, o aluno deve:

› Compreender os conceitos de repartição funcional e pessoal do rendimento:

• Distinguindo os conceitos de rendimento e de riqueza;

• Identificando os agentes económicos;

• Justificando a importância do valor acrescentado na criação de rendimentos;

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• Identificando a contribuição dos factores produtivos para a criação do valor acrescentado;

• Associando o salário à remuneração do factor trabalho;

• Justificando a remuneração do capital;

• Enunciando as diferentes formas de remunerar o factor capital;

• Distinguindo salário directo de salário indirecto;

• Distinguindo salário real de salário nominal;

• Relacionando salário real com salário nominal, índice de preços no consumidor e taxa de inflação;

• Distinguindo rendimento pessoal de rendimento disponível;

• Dando uma noção de rendimento per capita;

• Distinguindo repartição funcional de repartição pessoal dos rendimentos;

• Conhecendo os principais factores de desigualdade na repartição e interpretando o conceito de leque salarial;

• Tirando conclusões de carácter económico e social sobre a repartição do rendimento;

• Conhecendo o significado das curvas de Lorenz;

• Relacionando o processo de repartição do rendimento e a intervenção do Estado;

• Explicando as políticas de redistribuição do rendimento.

No domínio das atitudes e valores, é desejável que o aluno:

› Pondere as desigualdades na repartição do rendimento;

› Reflicta sobra as dificuldade e os efeitos das opções económicas nas questões sociais;

› Justifique a necessidade das políticas de redistribuição numa perspectiva de solidariedade social;

› Reflicta, numa óptica social, acerca das questões que se levantam a propósito da repartição do rendimento;

› Reconheça a responsabilidade dos governantes na definição das políticas económicas, sociais e fiscais.

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Sugestões metodológicas:A partir de um circuito simplificado de famílias - empresas, poder-se-ão

identificar os titulares dos rendimentos gerados pela produção e chegar à noção do rendimento disponível.

Para o estudo das componentes do rendimento, podem ser utilizados dados estatísticos, grelhas de salários, etc.

Poder-se-á recorrer à simulação de casos com rendimentos de origens diferentes.

Interpretação de indicadores de rendimento pessoal e de curvas de Lorenz; fazer comparações internacionais e tirar conclusões quanto aos níveis de desigualdades existentes nesses países. (Alertar para as limitações deste tipo de indicadores).

Os alunos deverão apenas estabelecer a diferença entre repartição e redistribuição e desenvolver este aspecto no ponto 5.6.

Deverá ser chamada a atenção do aluno para a diferença entre repartição “espontânea” (primária) e uma repartição “correctiva”, através da intervenção do Estado.

Com base em exemplos extraídos das próprias famílias e de documentação, debater a importância que os impostos e a segurança social podem ter na obtenção de uma mais justa distribuição dos rendimentos.

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AVALIAÇÃO

As normas específicas para a avaliação das aprendizagens estão contidas no Sistema de Avaliação das Aprendizagens para o 2° Ciclo do Ensino Secundário. No entanto, são especificadas algumas técnicas específicas para a avaliação da disciplina Introdução à Economia.

Técnicas de avaliação

› Observação: elaboração de fichas de observação que permitam o registo, em diferentes momentos e situações, das capacidades e atitudes evidenciadas pelos alunos.

› Participação / intervenção nas aulas.

› Elaboração de um levantamento (individualmente ou em grupo), junto das famílias, das necessidades sentidas, dos bens utilizados na sua satisfação, das opções tomadas quanto às necessidades a satisfazer, das limitações à satisfação dessas necessidades. Com base nesse levantamento, poderá fazer-se a classificação das necessidades e dos bens e organizar-se um debate sobre as diferentes opções das famílias face à escassez dos recursos que possuem.

› Análise de textos que evidenciem a evolução histórica da actividade económica. A partir dessa análise, os alunos (individualmente ou em grupo) deverão identificar as etapas dessa evolução e caracterizar as principais inovações de cada uma dessas etapas.

› Teste de avaliação individual que inclua questões dirigidas à compreensão, questões que se prendam com a aplicação dos conhecimentos adquiridos e questões que possam revelar capacidades desenvolvidas.

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BIBLIOGRAFIA

› Manuela Gois. M.ª João Pais. Belmiro Gil Cabrito. Introdução à Economia. Texto Editora. 3.ª edição. Lisboa, 2002 (Livro de referência)

› “Análise Económica” de Alfredo de Sousa - UNL

› “Dicionário de Economia” - Dom Quixote

› “Dicionário de Economia” - Verbo

› “Dicionário Económico e Social” - Horizonte

› “Dicionário das Teorias e Mecanismos Económicos” - Horizonte

› “Economia” de Samuelson - McGraw Hill

› “Economia do Bem Público” de J. Galbraith

› “Economia - Teoria e Política” de Mochón e outros - McGraw Hill

› “Economia Política” de Soares Martinez - Almedina, 1991

› “Elementos de Economia” de Mochón e outros - McGraw Hill

› “História do Pensamento Económico” de Henri Denis

› “Iniciação à Economia” II Volume - Europa América

› “Introdução à Economia” de Eduardo Reizinho

› “Introdução à Economia” de Rossetti - Atlas

› Manual de Economia para o Ensino Secundário existente no mercado

› “Para compreender a Economia” de A. Dunnett - Gulbenkian

› Publicações, jornais, revistas

› “Sistemas Económicos” de Avelãs Nunes