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Página 1 de 18 Programa de Iniciação Científica RELATÓRIO FINAL RELATO DA PESQUISA 1. Resumo Dentro da área de Ensino de Ciências, diversos trabalhos propõem o uso de materiais de baixo custo em atividades que priorizam o lúdico e a interação sociocultural. Esta pesquisa de iniciação científica pretende contribuir com esses trabalhos, investigando de que forma é possível desenvolver alternativas para o ensino de Física, de forma que os seus conceitos sejam explorados de forma contextualizada e lúdica. O objeto de estudo neste caso é o foguete à propulsão de água. O foguete de água virou uma “febre” em todo o mundo. Há competições de foguetes, onde o ponto principal é a inovação. Neste estudo, estamos analisando trabalhar três modelos básicos: foguete de paraquedas, foguete de altitude e foguete de alcance. Esses dispositivos permitem ao educando verificar e refletir sobre diversos conceitos relacionados à cinemática e à dinâmica. Além disso, esses tipos de foguetes podem ser construídos com materiais de baixo custo, permitindo ao estudante um processo de aprendizagem que privilegia tanto a interação entre os seus parceiros quanto a possibilidade do educando construir dispositivos e realizar experimentos de forma lúdica. Esta pesquisa pretende construir protótipos desses foguetes e junto a softwares de simulação de lançamento, relacionar as medidas empíricas com as previstas pelos simuladores. A partir disso elaboraremos propostas de atividades que integrem a atividade experimental aos recursos computacionais de forma que priorizem os aspectos de interação entre os estudantes, os dispositivos experimentais e os programas de simulação. Como referencial metodológico, utilizaremos os referenciais

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Programa de Iniciação Científica

RELATÓRIO FINAL

RELATO DA PESQUISA 1. Resumo

Dentro da área de Ensino de Ciências, diversos trabalhos propõem o uso de

materiais de baixo custo em atividades que priorizam o lúdico e a interação

sociocultural. Esta pesquisa de iniciação científica pretende contribuir com esses

trabalhos, investigando de que forma é possível desenvolver alternativas para o

ensino de Física, de forma que os seus conceitos sejam explorados de forma

contextualizada e lúdica. O objeto de estudo neste caso é o foguete à propulsão de

água.

O foguete de água virou uma “febre” em todo o mundo. Há competições de

foguetes, onde o ponto principal é a inovação. Neste estudo, estamos analisando

trabalhar três modelos básicos: foguete de paraquedas, foguete de altitude e

foguete de alcance. Esses dispositivos permitem ao educando verificar e refletir

sobre diversos conceitos relacionados à cinemática e à dinâmica. Além disso, esses

tipos de foguetes podem ser construídos com materiais de baixo custo, permitindo

ao estudante um processo de aprendizagem que privilegia tanto a interação entre

os seus parceiros quanto a possibilidade do educando construir dispositivos e

realizar experimentos de forma lúdica.

Esta pesquisa pretende construir protótipos desses foguetes e junto a softwares de

simulação de lançamento, relacionar as medidas empíricas com as previstas pelos

simuladores.

A partir disso elaboraremos propostas de atividades que integrem a atividade

experimental aos recursos computacionais de forma que priorizem os aspectos de

interação entre os estudantes, os dispositivos experimentais e os programas de

simulação. Como referencial metodológico, utilizaremos os referenciais

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socioculturais derivados da teoria de Lev Vigotski.

Palavras-chave: Lúdico, Materiais de Baixo Custo, Softwares de Simulação.

2. Abstract

Within the area of Science Education, several works propose the use of low cost

materials in activities that emphasize the playful interaction and sociocultural. This

research aims to contribute undergraduates with these studies, investigating how it

is possible to develop alternatives to the teaching of physics, so that their concepts

are explored in context and playful. The object of this case study is the water rocket

propulsion.

Water rocket turned a "fever" around the world. There are competitions rocket,

where the main point is innovation. In this study, we are analyzing working around

three basic models: parachute rocket, altitude rocket and range rocket. These

devices allow the student to check and reflect on various concepts related to

kinematics and dynamics. Furthermore, these types of rockets can be built with low

cost materials, allowing the student to a learning process that emphasizes the

interaction between both partners as the possibility of building devices and conduct

experiments in a playful manner.

This research aims to build prototypes of these rockets and along the simulation

software, relate the empirical measures with those provided by the simulators.

From this elaborate proposals for activities that integrate experimental activity to

computing resources so that prioritize aspects of interaction between students,

experimental devices and simulation programs. As a methodological framework, we

use the benchmarks derived from sociocultural theory of Lev Vygotsky.

Key word: Playful, Low cost material, Simulation software.

3. Introdução

O ensino de ciências tem um grande desafio nos dias de hoje, que é construir uma

ponte entre o conhecimento formal e o cotidiano, sendo que a ausência desta

conexão gera apatia e distanciamento que facilmente presenciamos nos alunos.

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Entendemos que o uso de atividades que privilegiam o lúdico e a experimentação

permitem estabelecer essa conexão. Sobre isso o pesquisador Alberto Gaspar

ressalta:

[...] se a estrutura cognitiva para o aprendizado de um novo

conceito não existe, a melhor estratégia pedagógica é apressar a

formação dessa estrutura antes de ensinar o conceito. Caso ela já

exista, é importante detectar e eliminar possíveis concepções

prévias que possam se tornar obstáculos cognitivos à aquisição do

novo conceito. Em ambos os casos, as atividades experimentais

são recursos pedagógicos essenciais (GASPAR, 2005, p. 21).

Diversos pesquisadores têm defendido o uso da atividade experimental, reforçando

a hipótese de que a experimentação: desperta um “forte interesse os alunos de

diferentes níveis de escolarização (GIORDAN, 1999, p. 43); permite “incentivar a

observação crítica de fenômenos” (SANTOS; PIASSI e FERREIRA, 2004, p. 6) e

permite a atividade lúdica no ensino de ciências (RAMOS, 2007, p. 8).

Este projeto de iniciação científica pretende investigar de que forma é possível

desenvolver alternativas para o ensino de Física, de forma que os seus conceitos

sejam explorados de forma contextualizada e lúdica, conforme defendem os

pesquisadores citados.

4. Objetivos da pesquisa (geral e específicos)

Objetivo Geral:

Esta pesquisa de iniciação científica pretende investigar a relação entre a atividade

experimental de baixo custo e o lúdico, tendo como objeto de estudo foguetes com

propulsão à água pressurizada. Diversos trabalhos (OLIVEIRA, 2009; SILVA,

SARTORI e RAMOS, 2007) têm investigado sobre a validade desses artefatos no

ensino de conceitos mecânicos.

A atividade quer mostrar uma alternativa para ensinar conceitos científicos de forma

significativa, de maneira a possibilitar ao aluno uma autonomia para usar esses

conceitos no desenvolvimento de tecnologias, isto é, atividades manuais na

construção do foguete, uso de diversos materiais de fácil acesso e associar a

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experimentos computacionais, como desenvolver ensaios no computador para

comparar com testes reais de lançamento do foguete, deixando de concentrar o

ensino de Física na simples memorizacao de formulas ou repetição automatizada

de procedimentos em situações artificiais ou extremamente abstratas para trabalhar

esses conteúdos buscando relacionar com contextos e problemas reais.

Objetivo Específico:

Neste trabalho, pretendemos construimos os foguetes (modelo figura 1,

representado abaixo com objetivo de melhor ilustrar as fases e cada etapa de

desenvolviimento), realizamos os lançamentos desses protótipos e comparamos

os resultados desses foguetes junto a softwares de simulação.

Figura 1

A partir disso elaboramos propostas de atividades que contemplem aspectos

socioculturais da atividade tendo como principal enfoque a interação do estudante

com o experimento propriamente dito e o uso software para aperfeiçoamento do

projeto. Dessa forma, encontramos na teoria sócio-histórica de Vigotski (2001) um

referencial que permite verificar as relações entre linguagem e pensamento, de

forma que medie as conexões socioculturais com os temas à Física.

5. Material e Métodos (ou Procedimentos Metodológicos)

Um dos grandes desafios atuais do ensino de ciências nas escolas é construir uma

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ponte entre o conhecimento ensinado e o mundo cotidiano dos alunos. Não raro, a

ausência deste vínculo gera apatia e distanciamento entre os alunos. Ao se

restringirem a uma abordagem estritamente formal, eles acabam não contemplando

as várias possibilidades que existem para tornar a ciência mais “palpável” e

associá-la com os avanços científicos e tecnológicos atuais que afetam diretamente

a sociedade.

A coleta dos materiais foi feita rapidamente, já que contava com materiais simples e

que fazem parte do nosso cotidiano, como a garrafa PET, rolha de borracha,

mangueiras, peças plásticas como aletas foram usadas para fazer o foguete e o

sistema de propulsão, já a plataforma, usamos uma placa de isopor plana e estável

que favore o lançamento, e para podermos estabilizar o foguete na plataforma

usamos as próprias aletas como suporte de sustenção da fuselagem do foguete,

conforme pode ser visto na Figura 2.

Figura 2

Com toda a estrutura pronta, realizamos um teste simples de estabilidade do

foguete , ressaltando a simplicidade do nosso modelo, uma vez que foguetes

complexos exigem calculos avançados de Centro de Gravidade e Centro de

Pressão.

Testes de estabilidade simplicado:

Preparamos o foguete para lançamento, mas sem o “combustível”, a água.

Amarramos um pedaço de cerca de 2,5m de barbante na fuselagem, na altura do

centro de gravidade e fixamos a volta do barbante com uma fita adesiva, para não

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deslizar.

Segure o foguete pelo barbante a 1m de distância, aponte o nariz do foguete para a

direção para onde você vai girar e comece um movimento giratório por cima de sua

cabeça.

À medida em que o foguete for aumentando a velocidade, vá liberando mais

barbante até que ele fique a uma distância de cerca de 2m de você. Se o nariz do

foguete continuar apontando para a direção do giro, sem virar ao contrário nem ficar

de lado, você pode ter certeza que seu foguete está estável e seguro para vôo.

Não se preocupe se no início ele estiver instável. A velocidade inicial do giro ainda é

muito menor do que a velocidade real de lançamento e as forças aerodinâmicas

ainda não estão atuando fortemente. Quanto mais rápido você conseguir girar, mais

próximo da situação real será o teste.

Na verdade, o nosso “túnel de vento” pode até ser sensível demais, em decorrência

da baixa velocidade alcançada. Um foguete que consiga passar marginalmente no

teste de estabilidade muito provavelmente fará sempre vôos estáveis.Assim com o

resultado positivo obtido neste teste, passamos para a parte da adequação da

estética do foguete e plataforma, onde no foguete o mesmo foi pintado com tinta

color jet branca, Figura 3, e a plataforma é uma placa de isopor simples com único

objetivo de servir de sustenção a fuselagem do foguete, Figura 4.

Figuras 3 e 4

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Para podermos fazer o sistema que iria injetar ar na câmara de propulsão, foi usada

uma mangueira de 1,50 metros, com uma ponta acopladas ao bico no foguete e

outra extremidade na bomba de ar que responsável por injetar ar no sistema,

conforme Figura 5.

Figura 5

Dessa forma com tudo pronto foi feito o teste para o lançamento do foguete, que

ocorreu com sucesso, isto é, montagem do foguete propriamente dito conforme

descrição e fotos anteriores, preparação da plataforma de lançamento e

posicionamento adequado no solo de modo a mante-la nivelada e estabilizada, em

seguida foram feitos as conexões das mangueiras, uma extremidade na saida de

propulsão do foguete e a outra na bomba de pressão ( bomba de pneu de bicicleta),

uma vez preparada as condições de lançamento, podemo injetar 120 PSI de

pressão no corpo do foguete, a pressão vai subindo gradativamente até um ponto

de saturação onde a rolha de borracha é expulsa automaticamente (pressão

internar a garrafa maior que pressão externa) dessa forma liberando o “combustível”

de forma violenta projetando o foguete para cima, podemos acompanhar esta etapa

no link de vídeo logo abaixo, e na sequencia de fotos a seguir.

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RockSim 9.0

Entendendo tanto o software quanto os dispositivos de lançamentos como itens

essenciais para uma abordagem lúdica dos conceitos relacionados a lançamento de

projéteis, descreveremos quais instrumentos defendemos uso. É válido ressaltar

que sejam contemplados os aspectos relacionados às perspectivas socioculturais, é

essencial que as atividades sejam direcionadas para grupos de alunos.

Como parte do projeto, temos os aspectos computacionais com parte da atividade,

isto é, simulação de lançamento do foguete de garrafa PET , propomos o uso do

software “Rocksim”, produzido pela Apogee Components.

Apesar de ser um software pago, possui versões gratuitas na internet. Além disso,

temos como ferramenta gratuita na internet o portal “Water Rockett Simulation”.

Esta fase permite ao aluno buscar entendimento e compreensão da parte prática,

construção do modelo de foguete com uso de materiais do cotidiano, associação

com a teoria desenvolvida em sala de aula, conceitos da Física no contexto de

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foguetes e aderir tudo isso ao modelo de computacional, dessa forma fazendo uso

de alta tecnologia conforme o mesmo ja se encontra inserido no dias de hoje.

Simuladores de lançamento

O software “RockSim” permite a construção de um protótipo virtualmente. Dessa

forma os estudantes podem arranjar os componentes, de acordo com os modelos

de montagem com materiais de baixo custo. Observamos abaixo um modelo de

foguete construído com garrafa PET, de volume 2 litros, no simulador:

Figura 6: Foguete construído no software

O software permite ainda simular a instabilidade dos foguetes, ao adicionar água ao

dispositivo. Sendo assim, é válido os estudantes interagirem com os softwares, e

entre si, de modo a encontrarem uma possível estabilidade ao foguete. O software

solicita ainda de informações sobre o sistema de propulsão do foguete.

Já o “Water Rocket Simulation”, disponível numa página da internet

(http://cjh.polyplex.org/rockets/simulation/), conforme figura 7 abaixo, colocamos os

dados de como é nosso foguete PET, volume: garrafa de 2 L, diametro, quantidade

de “combustivel”, igual a 0.8 litros de água, pressão de lançamento, 120 PSI a ser

aplicada na bomba de pressão, diametro da valvula de escape irá determinal

máximo empuxo, dessa forma o simulador determina tanto o alcance horizontal e

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vertical quanto a velocidade e a aceleração do foguete, a partir das dimensões e

volume do foguete.

Um dado que é utilizado na interface entre esses dois softwares é a “curva de

impulso”, que relaciona a força em relação ao tempo, conforme observamos na

figura 7 a seguir, vemos que no momento de escape do combustível temos uma

força de aproximadamente 580 N impulsionando o foguete para cima e a mesma vai

decaindo no tempo, porque a pressão vai se esvaindo:

Figura 7: Exemplo de “curva de impulso” obtida no portal “Water Rocket

Simulation”

Das informações geradas pelo simulador online vamos destacar para uso no

RockSim somente o gráfico de curva de impulso ( borda espessa em azul) que

permite criar um arquivo de dados para ser utilizado no simulador “RockSim”. O

simulador utiliza esses dados para descrever a trajetória possível, em duas

dimensões do foguete. No entanto, para o que esse simulador leia corretamente os

dados, é necessário um outro software, o “TCtracer” http://www.thrustcurve.org/,

disponibilizado gratuitamente na internet. O “TCtracer” permite ao estudante traçar

uma curva clicando pontos no gráfico( marcação em vermelho na, figura 8), e ele irá

gerar um arquivo que fornecerá dados para a propulsão do foguete no simulador

“RockSim”..Observemos a seguir, a representação do gráfico a partir dos dados do

nosso teste de foguete:

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Figura 8: Exemplo de gráfico gerado pelo software “TCTracer”

Após fornecer os dados de propulsão ao software “RockSim”, será possível prever e

simular a trajetória dos foguetes a serem lançados pelos estudantes.

6. Resultados e discussão

Foi muito claro o sucesso da atividade como um todo, isto é, coleta do material de

forma simples rápida, montagem da peças e definição da forma do foguete e suas

caracteristicas, qualificando melhores resultados no momento do lançamento.

Para compreendermos a dinamica do funcionamento do foguete com propulsão a

água pressurizada, precisamos estudar vários conceitos importantes para o

sucesso da missão, digo, conceitos de Centro de Gravidade (CG) e Centro de

Pressao (CP) os mesmo sao de fundamental importancia para a estabilidade de voo

do foguete.

(CG), essa experiencia pode ser encontrada mais detalhadamente no site:

http://www.feiradeciencias.com.br/sala06/06_20.asp , depois discute-se qual a

melhor posição para o centro de massa de objetos no solo.

Discute-se CG e o CP do foguete como sugere (SOUZA, 2007) usando papelão e

régua, a partir dai temos importantes informações para aperfeicoar seu foguete,

estudando variar CG com uso de contrapeso, ou estudando mudar CP desenhando

varios formatos de aletas e fazendo várias pesquisas atuamos como pesquisadores

de verdade.

Discutimos até o momento a experiencia de montar o foguete e alguns conceitos

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básicos que nos permite entender e visualizar mentalmente o comportamento do

foguete durante o voo, nesta fase vamos analisar o quanto o aspecto computacional

pode auxiliar o trabalho de verificar os resultados antes mesmo do lançamento real.

Usamos o software RockSim 9.0, este fenomenal aplicativo permite que todos os

parametros básicos para lançamento de foguete PET possa ser testado

virtualmente, primeiro foi desenhado o foguete conforme figura 6.

Preparamos os dados de “combustível e pressão” conforme detalhado na sessão

“simuladores de lançamento”, todos estes dados uma vez colocados no sistema

permitiu testar o lançamento de forma extremamente eficiente.

Volume foguete

PET

2litros

Diametro do

foguete

110 mm

Carga de

combustível

0,8 litros

Pressão inserida 120 PSI

Diametro da

valvula de escape

22 mm

Massa do foguete 100 gramas

Empuxo máximo 580 N

Velocidade média

no empuxa

máximo

30,8 ms

Altura no empuxo

máximo

2,3165

Δt 0,075s

Altura máxima 56,3 m

O seguinte video gravado pela equipe, detalha esta fase e comportamento do

lancamento virtual.

http://www.youtube.com/watch?v=8FMGRtoHtC4&list=FLW0k5aIbO_xYQWBhyvX3

8Dg&index=2

Uma vez realizados os lançamentos virtuais, fomos para campo para validar e

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comparar comportamento, foram realizados 5 lançamentos onde tivemos o vento

como um fator que influenciou o angulo de ataque, isto é, causando um certo

deslocamento do foguete durante sua trajetória, na ausencia de vento forte

verificamos, o foguete se comportou de forma extremamente estável, concluimos

que a aerodinamica do nosso protótipo estava mais do que adequada.

Através dos videos publicados no seguinte endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=fujV1c8PRAM&feature=youtu.be, voces podem

acompanhar os resultados obtidos, verificamos que no momento de lançamento

alcançamos o máximo de empuxo conforme simulação computacional elevando o

foguete em 54 metros de altura no intervalo de tempo de 2,9 segundos, no

momento que onde tinhamos menor interferência do vento no lançamento, dessa

forma podemos análisar principios Físicos propostos:

Hmax 54 m

Δt total de subida 2,90 m

H no empuxo máximo 2,2 m

Δt no empuxo máximo 0,085s

Velocidade média no empuxo máximo 2,2/0,085 = 25,8 m/s

Atraves do software RockSim podemos simular diferentes cenários, mas para os

testes deste trabalho procuramos o máximo de altura nos resultados.

7. Considerações finais e plano de atividades

Podemos perceber uma quantidade de fenomenos físicos que abordamos nesta

brincadeira bastante simples e eficiente e de baixíssimo custo que pode ser

conduzida em apenas um final de semana, com resultados incrivelmente divertidos e

surpreendentes.

Vemos que a Física quando entendida e bem manipulada pode ser muito poderosa

e divertida, o professor de Física nunca deve desprezar a simplicidade e a

importancia de um experimento, pois este pode despertar interesse de alunos que

podem contribuir muito para ciencia no meio academico ou na comunidade com

iniciativas de fomentação do conhecimento.

Por um ensino mais interativo e dialógico:

O nosso ponto de partida é a construção do conhecimento pelos alunos, onde o

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papel do professor seja de um facilitador do processo de aprendizagem. Queremos

estimular atraves da atividade um ambiente favorável ao trabalho em equipe e à

manifestação da criatividade dos alunos por intermédio de pequenos desafios que

permitam avanços graduais.

Trabalharmos com protótipos e experimentos simples será fator decisivo para

estimular os alunos a adotar uma atitude mais ativa e a romper com a passividade

que esta acostumado no dia dia. Este projeto prioriza utilizar materiais reciclados e

de baixo custo e soluções computacionais grátis da Internet.

Temos observado que quanto mais simples e conceitual é o experimento ou

protótipo, tanto mais instrutivo e atraente ele se torna, que verifiquei por experiencia

própria durante a execução deste trabalho.

Nesta linha de atuação, o professor pode e deve instigar seus alunos a simplificar os

experimentos e protótipos até reduzi-los a um mínimo em termos de materiais

empregados, minimizando custos e maximizando o valor educacional de cada

projeto específico, tudo isso em um ambiente favorável ao desenvolvimento social,

científico, tecnológico e pessoal dos alunos, onde sua experiencia e conhecimento é

desafiado e melhorado durante a execução do projeto.

Acredito que uma etapa fundamental desta proposta é a apresentação em sala de

aula dos trabalhos desenvolvidos pelas equipes de alunos. Com isso eles podem

aperfeiçoar a sua capacidade de se expressar de forma clara, sucinta e objetiva,

ressaltando o que é essencial, tendo à mão dispositivos que lhes permitem visualizar

as idéias e os conceitos subjacentes.

Um campeonato de lançamento de foguetes entre salas e ou escolas constituirá um

bom exemplo de atividades voltadas para aumentar a motivação dos alunos.

Oportunamente exposições interativas realizadas em locais públicos, como praças,

centros comerciais, parques e eventos sócio-culturais, proporcionam aos alunos e à

comunidade uma oportunidade única de popularizar a ciência e suas aplicações de

forma lúdica.

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8. Plano de Aula Proposto

1. Identificação:

Componente Curricular: Física.

Série / Ano / Turma / Turno: 3º Ano Ensino Médio

Curso: Ensino Médio.

Ano Letivo: 2013.

2. Tema:

A análise dos aspectos físicos e matemáticos do foguete de garrafa pet

Análise de Movimento Uniforme, Inércia, Empuxo, Centro de Grávidade e

Centro de Pressão.

Computação e sistemas.

3. Objetivo Geral:

Desenvolver nos educandos condições para a participação efetiva na

realidade social, percebendo a Física como parte do conhecimento

acumulado pelo gênero humano, com papel central na cultura contemporânea

e com aplicação em todas as áreas da atividade humana, ajudando-os a

pensar abstratamente, a argumentar e justificar procedimentos com

coerência, lógica e clareza.

4. Objetivos Específicos:

Este trabalho pode desenvolver habilidades do processo científico como da

observação, comunicação, medida e coleta de dados, inferência, previsão,

construção de modelos, interpretação de dados, controle de variáveis,

capacidade de definição operacional e investigação.

Interesse pelo uso de instrumentos tecnológicos que auxiliem na realização

de alguns trabalhos, sem anular o esforço da atividade compreensiva;

Utilizar conceitos físicos e matemáticos na resolução de situações – problema

(construção do foguete e testes de lançamentos e análise da Física

envolvida);

Utilizar da Física no cotidiano, envolvendo-os em fatos reais.

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5. Estratégias:

As aulas se desenvolverão nas salas de aula e as atividades extra-classe

ocorrerão, principalmente, na Biblioteca e no Laboratório de Física. Nas aulas

iremos utilizar retroprojetor, projetor multimídia e equipamentos do

Laboratório de Física, a fim de demonstrar suas aplicações práticas.

6. Avaliação:

Provas Dissertativas;

Provas Objetivas;

Trabalhos individuais ou em grupo na sala de aula;

Trabalhos de pesquisa;

Debates;

Observação do desempenho dos alunos na sala de aula e nas atividades

propostas de forma contínua;

Leitura de artigos específicos para cada conteúdo.

7. Considerações Finais:

As estratégias utilizadas buscam estimular a participação e o envolvimento do

aluno no processo de construção de seus conhecimentos, uma vez, que essa

construção de sentidos se dá por meio de processos de significação na

interação dos alunos entre eles e com o professor. Como organizador e

facilitador da aprendizagem, cabe ao professor o tempo todo instigar os

alunos, propondo desafios, solicitando que expliquem seus raciocínios e

defendam seus pontos de vista, levando também em consideração o

pensamento dos demais colegas.

Com relação ao material a ser utilizado e o modo como será apresentado,

devemos procurar estabelecer relações em cada módulo com aspectos e

conceitos do cotidiano (modo contextualizado de estudo), onde os alunos

terão que organizar procedimentos, testar conjecturas, buscar conclusões,

incorporar soluções alternativas e, sobretudo, trabalhar em cooperação,

evitando assim, a monotonia e a repetição provocada pela falta de aplicações

práticas e reais. Desse modo, procuraremos manter a atenção e a motivação

dos alunos durante as aulas expositivas e também práticas, com o objetivo de

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promover a aproximação deste de forma interativa ao que esta sendo

estudado. Já no caso de eventuais dificuldades apresentadas pelos

educandos, a estratégia adotada para tentar solucionar tal situação esteja no

processo de recuperação contínua e em casos mais específicos no emprego

do apoio pedagógico, através de sondagem e procedimentos que visem a

aprendizagem significativa e a superação das dificuldades.

9. Referências

GASPAR, A. Experiências de Ciências Para o Ensino Fundamental. São Paulo:

Ática, e GIORDAN, M. O papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In:

Química Nova Escola, n° 10, pp. 43-44, 1999.

MONTEIRO, I.C.C; GASPAR, A. Um estudo sobre as emoções no contexto das

interações sociais em sala de aula. In: Investigações em Ensino de Ciências. v.12, n.

1, p.71-84, 2007.

OLIVEIRA, M.A.S. Os Aspectos Físicos e Matemáticos do Lançamento do Foguete

da Garrafa de PET. Trabalho de Conclusão de Curso para Licenciatura em Física.

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