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República de Angola Governo Provincial de Benguela Programa de Desenvolvimento Provincial de Benguela (2013-2017) Volume II Estratégia de Desenvolvimento Benguela, 18 de Junho de 2013

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República de Angola

Governo Provincial de Benguela

Programa de Desenvolvimento Provincial de

Benguela (2013-2017)

Volume II – Estratégia de Desenvolvimento

Benguela, 18 de Junho de 2013

22

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

1. Índice

1.1. Índice do Documento

1. Índice.................................................................................................................... 2

1.1. Índice do Documento .............................................................................................. 2

1.2. Índice de Tabelas e Ilustrações ............................................................................... 5

2. Planos de Desenvolvimento Sectoriais (Para Onde Vamos? e Como Vamos?) .... 6

2.1. Sectores Económicos .............................................................................................. 7

2.1.1. Agricultura, Silvicultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural ................................. 7

2.1.2. Pescas ........................................................................................................... 11

2.1.3. Indústria, Geologia e Minas............................................................................. 14

2.1.4. Comércio ....................................................................................................... 17

2.1.5. Hotelaria e Turismo ........................................................................................ 19

2.1.6. Ambiente ....................................................................................................... 21

2.2. Sectores Infraestruturas ........................................................................................ 23

2.2.1. Energia .......................................................................................................... 23

2.2.2. Águas ............................................................................................................ 25

2.2.3. Construção .................................................................................................... 27

2.2.4. Transportes ................................................................................................... 29

2.2.5. Telecomunicações e Tecnologias de Informação .............................................. 31

2.2.6. Urbanismo e Ordenamento Território .............................................................. 33

2.3. Sectores Sociais .................................................................................................... 36

2.3.1. Família e Promoção da Mulher ........................................................................ 36

2.3.2. Educação ....................................................................................................... 38

2.3.3. Saúde ............................................................................................................ 42

2.3.4. Cultura .......................................................................................................... 44

2.3.5. Juventude e Desportos ................................................................................... 46

2.3.6. Assistência e Reinserção Social ....................................................................... 48

2.3.7. Habitação ...................................................................................................... 50

2.3.8. Formação Profissional ..................................................................................... 52

2.3.9. Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria ..................................................... 54

2.3.10. Comunicação Social ...................................................................................... 56

2.4. Sectores Institucionais .......................................................................................... 58

33

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.4.1. Administração Pública ..................................................................................... 58

2.4.2. Defesa e Segurança Social .............................................................................. 60

2.4.3. Justiça e Registos ........................................................................................... 62

3. Clusters de Desenvolvimento ............................................................................. 64

3.1. Caracterização Geral ............................................................................................. 64

3.2. Clusters Distintivos da Província............................................................................. 66

3.2.1. Cluster da Pesca ............................................................................................ 69

3.2.2. Cluster da Logística e Transportes ................................................................... 72

3.2.3. Cluster do Sal ................................................................................................ 75

3.2.4. Cluster do Turismo ......................................................................................... 78

4. Estratégia de Desenvolvimento da Província ..................................................... 80

4.1. Análise SWOT da Província .................................................................................... 80

4.1.1. Matriz SWOT .................................................................................................. 80

4.1.2. Análise de Pertinência .................................................................................... 82

4.2. Modelo de Desenvolvimento .................................................................................. 84

4.2.1. Crescimento Economico .................................................................................. 85

4.2.2. Reordenamento Urbano .................................................................................. 96

4.2.3. Promoção Agrícola e Piscatória ........................................................................ 99

4.3. Eixos de Desenvolvimento ................................................................................... 102

4.4. Medidas de Intervenção ...................................................................................... 105

4.4.1. Eixo 1 – Aumentar a atractividade da Província .............................................. 106

4.4.2. Eixo 2 – Garantir o ordenamento e a coesão territorial ................................... 109

4.4.3. Eixo 3 – Relançar a actividade económica e combater o desemprego .............. 110

4.4.4. Eixo 4 – Aumentar a qualidade de vida das populações .................................. 115

4.4.5. Eixo 5 – Fortalecer o capital humano e institucional........................................ 122

5. Inserção dos Planos de Desenvolvimento Sectoriais na Estratégia Nacional .. 124

5.1. Sectores Económicos .......................................................................................... 125

5.1.1. Agricultura, Silvicultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural ............................. 125

5.1.2. Pescas ......................................................................................................... 127

5.1.3. Indústria ...................................................................................................... 128

5.1.4. Geologia e Minas .......................................................................................... 130

5.1.5. Comércio ..................................................................................................... 131

5.1.6. Hotelaria e Turismo ...................................................................................... 132

5.1.7. Ambiente ..................................................................................................... 133

5.2. Sectores Infraestruturas ...................................................................................... 134

5.2.1. Energia ........................................................................................................ 134

44

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2.2. Águas .......................................................................................................... 135

5.2.3. Construção .................................................................................................. 136

5.2.4. Transportes ................................................................................................. 137

5.2.5. Urbanismo e Ordenamento Território ............................................................ 138

5.2.6. Telecomunicações ........................................................................................ 139

5.3. Sectores Sociais .................................................................................................. 140

5.3.1. Família e Promoção da Mulher ...................................................................... 140

5.3.2. Educação ..................................................................................................... 141

5.3.3. Ensino Superior ............................................................................................ 142

5.3.4. Saúde .......................................................................................................... 143

5.3.5. Cultura ........................................................................................................ 145

5.3.6. Juventude e Desportos ................................................................................. 146

5.3.7. Assistência e Reinserção Social ..................................................................... 147

5.3.8. Habitação .................................................................................................... 148

5.3.9. Formação Profissional ................................................................................... 149

5.3.10. Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria ................................................. 150

5.3.11. Comunicação Social .................................................................................... 151

5.4. Sectores Institucionais ........................................................................................ 152

5.4.1. Administração Pública ................................................................................... 152

5.4.2. Defesa e Segurança Nacional ........................................................................ 152

5.4.3. Justiça ......................................................................................................... 152

6. Meios Necessários para a Prossecução dos Objectivos .................................... 154

6.1. Recursos Financeiros .......................................................................................... 155

6.1.1. Resumo dos Investimentos ........................................................................... 155

6.1.2. Investimentos por Valor................................................................................ 155

6.1.3. Investimentos por Número de Projectos ........................................................ 156

6.1.4. Plano Plurianual de Investimento Público ....................................................... 157

6.1.5. Fontes de Financiamento do Investimento ..................................................... 161

6.2. Recursos Organizacionais .................................................................................... 163

6.2.1. Necessidades de Reforço de Pessoal ............................................................. 163

6.2.2. Necessidades de Formação ........................................................................... 167

7. Sistema de Monitoria e Avaliação .................................................................... 170

8. ANEXO – Projectos de Investimento ................................................................ 172

55

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

1.2. Índice de Tabelas e Ilustrações

Tabelas

Tabela 27 - Distribuição do Investimento pelos Eixos de Desenvolvimento ....................... 103

Ilustrações

Ilustração 36 - Investimento Plurianual por Cluster de Desenvolvimento ............................ 65

Ilustração 37 - Investimento em Clusters Distintivos ......................................................... 67

Ilustração 38 - Distribuição do Investimento nos Clusters Distintivos .................................. 67

Ilustração 39 - Distribuição do Investimento no Cluster da Logística e Transportes ............. 74

Ilustração 40 - Matriz de Pertinência de Benguela ............................................................. 83

Ilustração 41 - Eixos de Desenvolvimento da Província .................................................... 102

Ilustração 42 - Distribuição do Investimento pelos Eixos de Desenvolvimento ................... 104

Ilustração 43 - Distribuição Temporal do Investimento .................................................... 104

66

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2. Planos de Desenvolvimento Sectoriais (Para Onde

Vamos? e Como Vamos?)

As conclusões que resultaram dos Diagnósticos Prospectivos sectoriais e as Análises

Territoriais desenvolvidas ao nível dos municípios permitiram promover um processo

de reflexão estratégica que identificou os factores críticos de desenvolvimento e as

linhas de orientação que determinarão os rumos estratégicos sectoriais.

A sumarização da evolução estratégica perspectivada ao nível dos sectores responde

objectivamente às questões Para Onde Vamos? e Como Vamos? no período 2013-

2017 e encontra-se evidenciada nas Fichas Estratégicas Sectoriais, apresentadas

no presente capítulo do Plano de Desenvolvimento Provincial, integrando as

seguintes componentes de informação:

Objectivo de Desenvolvimento Genérico;

Objectivos de Desenvolvimento Específicos e investimento plurianual respectivo;

Medidas de Intervenção por Objectivo Específico e investimento plurianual

respectivo;

Natureza do Investimento Plurianual;

Calendarização do Investimento Plurianual.

77

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.1. Sectores Económicos

2.1.1. Agricultura, Silvicultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

Para Onde Vamos?

88

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

99

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Com que Recursos Financeiros?

1100

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

1111

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.1.2. Pescas

Para Onde Vamos?

1122

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

1133

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

1144

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.1.3. Indústria, Geologia e Minas

Para Onde Vamos?

1155

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

1166

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

1177

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.1.4. Comércio

Para Onde Vamos?

1188

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

1199

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.1.5. Hotelaria e Turismo

Para Onde Vamos?

2200

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

2211

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.1.6. Ambiente

Para Onde Vamos?

2222

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

2233

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.2. Sectores Infraestruturas

2.2.1. Energia

Para Onde Vamos?

2244

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

2255

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.2.2. Águas

Para Onde Vamos?

2266

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

2277

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.2.3. Construção

Para Onde Vamos?

2288

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

2299

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.2.4. Transportes

Para Onde Vamos?

3300

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

3311

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.2.5. Telecomunicações e Tecnologias de Informação

Para Onde Vamos?

3322

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

3333

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.2.6. Urbanismo e Ordenamento Território

Para Onde Vamos?

3344

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

3355

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3366

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3. Sectores Sociais

2.3.1. Família e Promoção da Mulher

Para Onde Vamos?

3377

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

3388

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.2. Educação

Para Onde Vamos?

3399

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4400

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

4411

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4422

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.3. Saúde

Para Onde Vamos?

4433

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

4444

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.4. Cultura

Para Onde Vamos?

4455

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

4466

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.5. Juventude e Desportos

Para Onde Vamos?

4477

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

4488

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.6. Assistência e Reinserção Social

Para Onde Vamos?

4499

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

5500

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.7. Habitação

Para Onde Vamos?

5511

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

5522

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.8. Formação Profissional

Para Onde Vamos?

5533

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

5544

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.9. Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria

Para Onde Vamos?

5555

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

5566

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.3.10. Comunicação Social

Para Onde Vamos?

5577

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

5588

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.4. Sectores Institucionais

2.4.1. Administração Pública

Para Onde Vamos?

5599

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

6600

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.4.2. Defesa e Segurança Social

Para Onde Vamos?

6611

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

6622

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

2.4.3. Justiça e Registos

Para Onde Vamos?

6633

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Como Vamos?

Com que Recursos Financeiros?

6644

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3. Clusters de Desenvolvimento

3.1. Caracterização Geral

Os Projectos Estruturantes afectos à Província resultam dos esforços para a

concretização do modelo de desenvolvimento preconizado pela Estratégia “Angola

2025”, que dá grande ênfase à necessidade de alavancar clusters e cadeias

produtivas através de investimentos de dimensão significativa.

No mesmo sentido se posiciona o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017,

que atribui uma especial prioridade aos Projectos Estruturantes dos clusters: Energia

e Água, Alimentação e Agro-Indústria, Habitação, Logística e Transportes.

Na sua Política Nacional de Desenvolvimento consagrada à Promoção do

Crescimento Económico, do Aumento do Emprego e de Diversificação Económica o

PND 2013-2017 contempla um programa de acção fundamental que aponta para a

Criação de Clusters Prioritários.

A análise do desenvolvimento económico e da competitividade com base em clusters

é uma abordagem que coloca a tónica em temas microeconómicos enquanto

elementos essenciais para a vantagem competitiva entre nações.

A nível provincial assumem especial relevo estratégicos os clusters formados com

base na posição geográfica e nos recursos naturais que a Província apresenta, que

lhe permite ter inequívocas vantagens comparativas em relação a outras, já que

preconiza para Benguela a sua vocação de plataforma de internacionalização.

A estratégia de desenvolvimento 2013-2017 da Província de Benguela valorizou

devidamente a orientação nacional em relação aos clusters prioritários de

desenvolvimento registando-se que o Plano de Investimentos Plurianual direcciona

80% dos recursos financeiros para as zonas de desenvolvimento críticas,

nomeadamente:

Energia e Água – 503.476.871.170 kz (30% do Investimento Total);

Habitação – 368.231.780.201 kz (22% do Investimento Total);

Transportes e Logística – 332.702.122.757 kz (20% do Investimento Total);

Alimentação e Agro-Indústria – 143.927.871.867 kz (8% do Investimento Total);

6655

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Ilustração 1 - Investimento Plurianual por Cluster de Desenvolvimento

6666

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3.2. Clusters Distintivos da Província

Como é comummente aceite, um cluster é um agrupamento geograficamente

concentrado de empresas inter-relacionadas e instituições correlacionadas numa

determinada área, vinculadas por elementos comuns e complementares.

Este agrupamento tem o potencial de aumentar a competitividade, com base numa

maior produtividade, capacidade de inovação e estimulo para o aparecimento de

novas empresas.

Assim, numa acepção geográfica, pode dizer-se que um cluster empresarial é uma

região onde recursos adequados e a acumulação de competências

atingiram um limiar crítico que lhe dá uma posição determinante num

ramo de actividade, com uma vantagem comparativa sustentada sobre

outras regiões, ou mesmo uma supremacia absoluta nesse ramo.

Embora quando se referem “recursos adequados” em termos genéricos se possa

estar a falar dos mais díspares factores (alta tecnologia, know-how histórico,

conhecimentos de software, baixo custo de mão de obra, etc), no caso de Benguela

devem ser considerados especialmente os recursos decorrentes do seu

posicionamento geográfico.

Efectivamente são vários os recursos geográficos que potenciaram o aparecimento

de clusters distintivos em Benguela:

a. Proximidade da Corrente Fria de Benguela que permite capturas de peixe

muito superiores a outros pontos do país – Cluster das pescas;

b. Existência de condições magníficas para alojar um porto de mar e bom relevo

para a penetração no planalto por parte do CFB – Cluster da Logística e Transportes;

c. Existência de clima e solos adequados para a criação de salinas – Cluster do

Sal;

d. Existência de baías acolhedoras com boas praias e óptimas condições

climáticas – Cluster do turismo.

Dada a inequívoca capacidade destes clusters se afirmarem em termos nacionais e

mesmo internacionais, entende-se que a maior atenção lhes deveria ser dada na

concretização de projectos estruturantes de cariz prioritário.

6677

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Realce-se a esse propósito que as pescas e o sal se inserem no mega-cluster

prioritário – Alimentação e Agro-indústria e as actividades logísticas no mega-cluster,

também prioritário, da Logística e Transportes, sendo o Turismo o cluster que traz

associada a globalização e a modernização.

Ilustração 2 - Investimento em Clusters Distintivos

Ilustração 3 - Distribuição do Investimento nos Clusters Distintivos

6688

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Políticas matriciais:

Outra das características enriquecedoras da análise dos clusters prende-se com o

facto de se enveredar por medidas de política matricial.

Usualmente os Planos tendem a ser muito centrados em Políticas Sectoriais,

complementadas por algum apport territorial que lhes é conferido por iniciativas

provinciais.

Porém ao considerar os clusters abandona-se esse espartilho e evolui-se para uma

dinâmica matricial, onde as questões comuns de uma ou várias regiões se cruzam

com assuntos tratados geralmente por mais que um sector.

Esta necessidade de interacção, não sendo fácil face a um quadro de actuação

sectorial muito consolidado, pode abrir novas perspectivas e possibilitar uma

abordagem mais adequada das problemáticas em apreço.

6699

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3.2.1. Cluster da Pesca

Desde tempos imemoriais que a pesca constitui o grande suporte da vida económica

da província e, embora outras produções tenham atraído os “investidores” ao longo

dos anos, o que é certo é que a pesca acaba sempre por assumir o seu papel

preponderante.

Foi isso que aconteceu no dealbar do século XVII, quando os primeiros colonos

portugueses vieram para a região atraídos pela suposta existência de cobre e

acabaram a comercializar o peixe seco e o sal com os habitantes do planalto que

lhes forneciam em troca cereais, cera, borracha, marfim, rícino, mandioca, gado e

sisal.

Rapidamente esta permuta, com base no peixe, deu origem ao segundo maior

centro de comércio da então colónia de Angola.

Mais tarde, no século XX, depois de uma época em que o sisal dominou a actividade

local, foi novamente a pesca que deu vida à Província, não deixando que esta se

afundasse na crise motivada pela baixa de cotação do sisal.

Aliás esta fase foi fundamental para a construção da cidade tal como a conhecemos

hoje, bem estruturada e com as suas esplêndidas avenidas e soberbas vivendas, pois

foram os enormes lucros da pesca que estiveram por detrás da modernização da

cidade, encetada com base no plano de urbanização da cidade que foi publicado em

1948.

No dizer de muitos historiadores a pesca foi uma verdadeira mina para Benguela,

tendo desde então sido desenvolvida uma intensa actividade da indústria piscatória

que, embora abalada pelos acontecimentos pós independência, continua a ser a mais

pujante da Província.

A abundância de peixe fica a dever-se à existência da Corrente Fria de Benguela,

que aqui se encontra com a corrente de Angola e ao forte afloramento (upwelling)

que é um fenómeno oceanográfico que consiste na subida de águas profundas, ricas

em nutrientes, para regiões menos profundas do oceano, que atrai muitos cardumes

e possibilita capturas muito rentáveis.

Este fenómeno, que acontece tipicamente nas costas ocidentais dos continentes, é

muito raro e, para além da Namíbia – Sul de Angola, existe na Califórnia e ao largo

do Chile e do Perú, no Oceano Pacífico, o que vale por dizer que estamos perante

uma ocorrência extraordinária, competindo-nos decidir como aproveitar esta

autêntica vantagem competitiva.

Actualmente estima-se que a capacidade piscatória nacional será da ordem de 360

000 toneladas/ano, compreendendo 285 000 toneladas de pequenas espécies

pelágicas, como o carapau e a sardinha, e 55 000 toneladas de várias espécies

7700

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

demersais, incluindo também 7 000 toneladas de camarão de águas profundas, entre

outras.

Existem três zonas pesqueiras em Angola, sendo que a zona Sul é, de longe, a mais

produtiva, com abundância de carapau, sardinhas, atum e um vasto leque de

espécies demersais.

Actualmente existem licenciadas na Província 268 embarcações, sendo 247

artesanais, que pescam cerca de 80 000 toneladas de peixe, o que se aproxima de

um quarto das capturas totais do País. Há no entanto que ter em conta que a grande

maioria das embarcações artesanais não é motorizada e por esse motivo estão

limitadas à zona costeira adjacente (até 3 milhas náuticas), com evidente prejuízo

para a sua produtividade.

As principais capturas incidem na sardinha com cerca de 52 000 toneladas e no

carapau com cerca de 13 500 toneladas, quantidades mais que suficientes para

garantir a viabilidade de um cluster que na sua maior abrangência seria constituído

por:

o Pequenas empresas armadoras

o Cooperativas de pescadores

o Pescadores artesanais

o Empresas de congelação de peixe

o Indústria de conservas

o Indústria de farinha de peixe

o Indústria de salga de peixe

o Empresas e individuais para comércio de peixe fresco

o Empresas para comércio de peixe congelado

o Empresas de embalagens

o Transportadores locais de peixe

o Transportadores de médio-longo curso

o Oficinas de manutenção eléctrica de motores

o Oficinas de manutenção aparelhos electrónicos

o Oficinas de manutenção de redes e apetrechos

o Estaleiros para grandes limpezas de casco

o Oficinas de carpintaria marítima

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

o Oficinas de metalomecânica marítima

o Armazéns de venda de redes e apetrechos

o Armazéns/fábricas de tintas marítimas

o Armazéns de óleos e lubrificantes

o Estações de serviço para gasóleo marítimo

o Escolas de formação

o Institutos reguladores

o Fiscalização própria

Embora algumas destas empresas se encontrem de momento inoperantes,

facilmente poderão ser reabertas, caso exista um Projecto Estruturante que

alavanque o sector, podendo o Angola-Investe ter esta prioridade a nível da

Província.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3.2.2. Cluster da Logística e Transportes

A importância da logística e transportes na Província é algo que se vem a registar

pelo menos desde o estabelecimento dos primeiros colonos, nos inícios do século

XVII, que organizavam caravanas de intercâmbio comercial.

Nesses primórdios transportavam-se para o interior artigos provenientes da Europa,

essencialmente tecidos, vinhos e miudezas, complementados por importantes

produtos locais, o peixe seco e o sal, sendo a permuta realizada com produtos

originários no planalto como cereais, cera, borracha, marfim, rícino, mandioca, gado

e sisal.

Logo a seguir a Luanda, Benguela começou a ser considerada como o porto

comercial mais importante da então colónia de Angola.

Porém, desde muito cedo que os portugueses se aperceberam que a sua primeira

escolha não se reunia as melhores condições portuárias e de salubridade, muito em

especial quando comparada com uma zona próxima – o Lobito, que era limitada por

morros e possuía uma restinga que servia de quebra-mar natural.

Este processo de reconhecimento das óptimas condições do Lobito iniciou-se em

meados do século XVII, mas só cerca de 200 anos depois teve consequências

práticas, com a construção do Porto na Baía do Lobito (1847) e um Posto Fiscal

(1889).

Logo após inicia-se a construção de ferrovias, nos primórdios com um carácter local,

a que se seguiu a concessão, em 1902, do empreendimento ferroviário ao inglês

Robert Williams que através da sua companhia dos Caminhos de Ferro de Benguela

ficou detentor da mesma por 99 anos, tendo a construção decorrido entre 1903 e

1929, com vários atrasos decorrentes da 1ª Guerra Mundial.

É assim criado um corredor, essencialmente de exportação das riquezas mineiras do

interior do continente, que vai trazer muito desenvolvimento e prosperidade à

Província.

Em torno do Porto do Lobito e do Caminho de Ferro de Benguela surgiram imensas

oportunidades de fixação de empresas dos mais variados tipos que constituíram um

verdadeiro cluster.

Este cluster empresarial cresce em torno do Corredor do Lobito e reforça a

importância geoestratégica de Angola na região. O Corredor tem a sua extremidade

no Porto do Lobito, atravessa o território angolano em direcção ao leste e às regiões

mineiras da República Democrática do Congo, na província de Katanga, indo até ao

Copperbelt, na Zâmbia, sendo o eixo de exportação mais económico para os

minérios destes países para a Europa e a América.

7733

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Em território nacional possibilita o fácil acesso ao exterior dos produtos provenientes

províncias do Huambo, Bié e Moxico e, claro, das zonas mais interiores da própria

província de Benguela, ao mesmo tempo que cria um mercado para o intercâmbio de

produtos e a circulação de pessoas entre essas províncias.

As principais infraestruturas de transporte que dão suporte ao Corredor do Lobito

são:

o Porto do Lobito

o Caminho-de-Ferro de Benguela,

o Aeroporto Internacional da Catumbela

o Aeroportos provinciais (Benguela, Huambo, Cuito e Luena)

A par destas infraestruturas existe um programa que tem em atenção a rede

fundamental de estradas transfronteiriças com a Zâmbia e a República Democrática

do Congo.

Para além da reconstrução, já levada a cabo, do Caminho de Ferro de Benguela, o

investimento a nível portuário incide sobre quatro vectores do tráfego nacional e

internacional, nomeadamente a carga contentorizada, granéis sólidos, combustíveis e

minérios.

O desenvolvimento deste Corredor, com a articulação dos subsectores aéreos,

marítimo, ferroviário e rodoviário, vai permitir constituir um grande contributo para a

integração de Angola no mercado da Comunidade de Desenvolvimento da África

Austral (SADC), e traz muitas vantagens para a actividade económica, como seja:

• Economia de tempo;

• Redução de custos;

• Elevados padrões de segurança

• Confiabilidade e previsibilidade

Para que estas vantagens ocorram é necessário que, para além do investimento

físico, ocorra uma verdadeira Parceria Público-Privada que conjugue de forma

institucional os esforços de diversas entidades como: Ministério das

Finanças/Departamento de Alfândegas, Ministério dos Transportes/ Autoridades

Portuárias e Gestoras das Ferrovias, Ministério do Comércio, INEA, Ministério do

Interior/Polícia e SME, Associações de Transitários /Carregadores, Associações de

Utentes, Associações de Transportadores, Autoridades Regionais/ Governos

Provinciais, etc.

7744

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Em torno desta actividade bem estruturada forma-se um Cluster, que já é muito

importante para a Província e que reúne condições para se expandir e constituir-se

como um dos mais afirmativos no tecido económico angolano.

A Província encontra-se empenhada em contribuir de forma positiva para que tal

aconteça e aguarda esperançada a continuidade dos esforços financeiros que irão

colocar o Corredor do Lobito na frente dos corredores de transportes da África

Subsariana.

Ilustração 4 - Distribuição do Investimento no Cluster da Logística e Transportes

7755

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3.2.3. Cluster do Sal

A produção de sal marinho e o pequeno cluster empresarial que está constituído à

sua volta, representam uma riqueza quase esquecida da Província.

O sal é um elemento que tende a passar despercebido, ou reduzido à sua função

culinária, mas que é de uma elevadíssima importância para a vida humana desde

tempos imemoriais.

Numa pequena resenha podemos referir que já no período neolítico os

acampamentos humanos se situavam junto de mananciais de sal e que no Império

Romano os soldados eram pagos em sal, donde deriva a palavra salário que chegou

até aos nossos dias.

Passando por cima de milénios de conflitos e monopólios sangrentos, dado que a

ligação do Homem ao sal está historicamente documentada desde 2700 A.C.,

podemos constatar que a mais populosa democracia do planeta tem a sua história

de libertação intimamente ligada ao sal, pois na Índia, em 1930, o governo colonial

britânico instituiu um imposto sobre o sal, o que levou à famosa Marcha do Sal, em

que Ghandi liderou uma caminhada de milhares de pessoas até o mar, a fim de

recolher o seu próprio sal e não pagar o imposto.

No entanto o sal não é um produto do passado, pois para além de continuar a ser

um insubstituível complemento alimentar, as suas propriedades físicas e químicas

tornam-lhe possíveis 14 000 utilizações.

A sua maior quota de utilização é no entanto invisível para o cidadão comum, pois

cerca de 40% do sal produzido mundialmente é utilizado como matéria-prima, que a

indústria química transforma em hidróxido de sódio, cloro, hidrogênio e

indiretamente ácido clorídrico por eletrólise de sua solução aquosa (processo cloro-

álcali). O sal também é utilizado para a produção de gás cloro e de sódio metálico,

através da eletrólise ígnea, e em muitos outros derivados.

Assim podemos dizer que o sal intervém na potabilização da água para consumo

humano, no sabão e nos detergentes, em muitos medicamentos, nos cosméticos,

nos tubos de PVC em que são feitas as canalizações das nossas casas, nos telefones

móveis que usamos a toda a hora, nas câmaras de televisão e nas televisões à frente

das quais passamos várias horas diariamente, nos têxteis com que nos vestimos, no

vidro, etc, etc

Tradicionalmente na Província o sal era usado na salga manual de peixe, actividade

que pela sua dureza está em declínio.

7766

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Outra das grandes aplicações do sal, que nem sempre está presente na ideia de

todos, é na prevenção de acidentes rodoviários na Europa e na América do Norte,

através da colocação de uma camada do mesmo nas estradas, com a finalidade de

prevenir a formação de gelo na estrada, que é o maior inimigo dos condutores.

É por tudo isto que o sal é um produto de sempre, mas com muito futuro e, embora

não tendo o valor que em tempos tinha no deserto, onde as caravanas trocavam o

sal por ouro na mesma proporção, o sal continua em grande medida a merecer a

designação de “ouro branco” que em tempos lhe foi conferida.

Benguela possui nas suas zonas costeiras condições climáticas e morfológicas

óptimas para a produção de sal marinho, que potenciam a actividade das salinas e

de actividades complementares e de suporte.

Actualmente o processo produtivo é o tradicional, sendo a água capturada,

directamente ou em lençóis freáticos junto à praia, ao que se segue a sua deposição

no viveiro, que não é mais que um reservatório escavado no solo argiloso.

Posteriormente a água vai aí estagiando e ganhando um maior índice de salinidade

através da evaporação e, por gravidade, é encaminhada sucessivamente para outros

reservatórios até que atinge finalmente os mais pequenos, também de argila e de

forma rectangular, onde o sal se precipitará ao fim de alguns dias, sendo

posteriormente recolhido com um instrumento de madeira (rodo), num processo

cuidado em que a experiência é importante para não se misturar o sal com a argila

que constitui o leito do reservatório.

Este processo tradicional é mão-de-obra intensivo, situação que na actual conjuntura

é muito importante para a economia da Província, empregando muitos milhares de

trabalhadores, com especial relevo para as mulheres.

Nesta fase o sal pode ser encaminhado para ser iodizado, preparado e embalado

para consumo humano, ou então ensacado e expedido como produto final.

Actualmente existem 5 salinas em actividade, sendo a produção de cerca de 30 000

toneladas/ano, bastante abaixo do seu potencial teórico que ronda as 70 000

toneladas.

Mesmo assim é manifestamente uma das principais, e mais rentáveis, actividades da

Província, com um potencial de crescimento enorme, que permitiria com relativa

facilidade triplicar a actual produção no período do presente Plano.

Em termos de escoamento do sal a Província reúne também óptimas condições,

porquanto as salinas se encontram a uma distância razoável da linha do CFB e do

porto do Lobito por onde pode facilmente chegar o a qualquer ponto do País ou do

exterior.

7777

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

É de notar que Angola é altamente carente de sal, importando 90 000 toneladas das

130 000 que consome, pelo que é da maior utilidade promover o crescimento do

sector para que, numa primeira fase ocorra a substituição de importações e mesmo

a exportação mais tarde.

Em termos internacionais a produção de sal é um negócio em que estão inseridos

grandes potências, sendo que as produções dos EUA e a China juntas representam

cerca de 40% da produção mundial.

A produção de sal marinho é a que tem menos custos por tonelada produzida, donde

decorre que a produtividade da indústria de sal angolana consegue facilmente

colocar o seu produto no mercado internacional, a começar pelos países vizinhos

onde o mesmo escasseia.

Refira-se a este propósito que o Oceano Atlântico tem um grau de salinidade muito

superior ao do Oceano Indico, o que leva a que os países da contracosta sejam

também um mercado natural para o sal angolano.

É neste contexto que urge alavancar o cluster com Projectos Estruturantes, para que

mais rapidamente este se possa afirmar na cena internacional e, através do aumento

da produtividade e da inovação, constituir-se como um factor fundamental do

desenvolvimento da Província.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

3.2.4. Cluster do Turismo

No turismo está em formação um cluster especializado em “sol e praia” que tudo

indica nessa categoria virá a ser um dos maiores do País. As razões para o

aparecimento deste cluster prendem-se essencialmente com a localização geográfica

e o clima, mas também estão associadas à abertura ao mundo que os benguelenses

têm de há muito.

Em recentes estudo no âmbito do Plano Director de Turismo 2011-2020 a praia da

Caota, a sul da cidade de Benguela, foi considerada como um dos principais recursos

turísticos de Angola (Património Natural), mas as potencialidades são muito maiores

e diversificadas, consubstanciando-se noutras valências de que se destaca o bom

clima, a existência de inúmeras praias de areia fina, mar calmo, etc.

Para além disso a Província foi recentemente palco de um grande evento – CAN

2010, que para além de ter conferido à Província notoriedade como destino turístico,

originou o aparecimento de mais unidades turísticas e o reapetrechamento de

outras, facto que fez subir qualitativamente o parque hoteleiro, os estabelecimentos

de restauração e muitas outras infraestruturas que são importantes para a

consolidação de um cluster.

Dentre as referidas infraestruturas actualmente existentes sublinhem-se os dois

aeroportos que servem o litoral da Província, o de Benguela e o Aeroporto

Internacional da Catumbela, que têm capacidade para em conjunto constituir a porta

de entrada de milhões de turistas, internos e externos que queiram fazer as suas

férias em Benguela.

Também as ligações rodoviárias têm vindo a melhorar, quer com as Províncias do

interior, quer ao nível costeiro, estando em curso uma ligação directa ao Namibe.

Ainda no que concerne a transportes, o Porto do Lobito oferece boas condições para

a atracagem de cruzeiros, sendo já uma rotina ver o seu trânsito, geralmente com

grupos de cerca de 120 turistas, que muito boas recordações levam das estadias.

Mas não só de praia vive o turismo de “sol e praia” e a Província de Benguela é bem

provida de outros atractivos como sejam:

• Boa gastronomia confeccionada em bons restaurantes, nomeadamente

especialidades do mar;

• Património industrial e de transportes antigo (Açucareira, máquinas e

carruagens dos CFB);

• Artesanato;

• Música e danças locais;

• Pesca desportiva de nível mundial;

7799

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

• Desportos náuticos;

• Colónia de flamingos do Lobito

Para além disso existem já serviços complementares à hotelaria e restauração, como

sejam as agências de viagens ou os rent-a-car, estando em curso projectos de

aldeamentos turísticos que vêm engrossar o cluster.

Quando nos debruçamos sobre o turismo não podemos esquecer que estamos a lidar

com uma das “indústrias” que mais absorve mão-de-obra, pois no caso da hotelaria

trata-se de cuidar 24/24 horas do cliente e, em geral, há muito trabalho de suporte

que tem de ser feito “nos bastidores” para que o cliente se sinta bem e que passa

por limpezas, tratamento de roupas, confecção de refeições, etc.

O cluster do turismo tem assim tudo para se inserir nas determinações superiores

constantes do PND 2013-2017, porquanto provoca:

• Crescimento potenciado por novas unidades,

• Diversificação,

• Criação de Emprego,

• Promoção da actividade privada e

• Visibilidade externa e notoriedade do país.

8800

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4. Estratégia de Desenvolvimento da Província

4.1. Análise SWOT da Província

4.1.1. Matriz SWOT

FORÇAS FRAQUEZAS

Localização geográfica e estratégica da

Província na região central do país.

Baixo Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH).

Grande potencial turístico da Província. Modal aéreo, ferroviário e rodoviário com

reduzido nível de integração causando

constrangimentos para o escoamento da

produção agrícola, pecuária e industrial.

Grande diversidade e quantidade de recursos

piscatórios.

Infraestruturas básicas deficientes: rede de

energia elétrica insuficiente, de baixa

qualidade;rede de esgoto inexistente;

sistema de coleta de lixo precário;alto déficit

de habitações populares.

Potencial agropecuário. Deficiências no sector da Indústria,

Comércio, Serviços e Agropecuária: não

existem cadeias produtivas; baixa tecnologia

empregada nos processos produtivos e de

serviços; existência de um forte mercado

informal.

Recursos hídricos abundantes. Inexistência de Censo Populacional e de

Inventário dos Recursos Naturais.

População em sua maioria jovem com forte

anseio por oportunidades.

Quadros capacitados insuficientes para

atenderem às necessidades da Província.

Melhorias nas áreas de saúde e da

educação, com o ensino em vários níveis em

processo de expansão.

Inexistência de sistema de informação

provincial integrado;dados existentes sem

compilação, sem consistência e sem critérios

de armazenamento.

Grandes investimentos na reabilitação de

estradas de 1ª., 2ª. e 3ª. Ordem.

Tecnologia de informação deficiente.

Aumento do fluxo de passageiros e cargas

nos diversos modais de transporte.

Resultados dos programas e acções não são

avaliados periodicamente.

Sociedade culturalmente organizada, com

uma estrutura hierárquica tradicional

actuante.

Organizações associativas em vários sectores

e localidades da província.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

A Província possui tradição em várias

modalidades desportivas.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Exploração do potencial Turístico. Ocorrência de calamidades naturais,

nomeadamente as estiagens.

Exploração de grandes áreas potenciais para

o desenvolvimento agropecuário.

Surgimento de Epidemias.

Exploração da diversidade dos recursos

piscatórios e do Sal.

Persistência das desigualdades sociais e das

assimetrias regionais entre o litoral e o

interior.

Exploração do Porto do Lobito localizado na

região Central do país.

Crescimento desordenado das zonas

habitacionais.

Exploração do Caminho de Ferro de

Benguela, do estabelecimento de um sistema

intermodal de transportes e do Corredor do

Lobito.

Insuficiência de capacitação continua e de

quadros técnicos ao nível das actividades

empresariais e da actividade dos serviços

públicos.

Exploração do Aeroporto da Catumbela para

as linhas intercontinentais.

Ausência de incentivos para o

desenvolvimento de um empresariado

nacional forte e sobretudo ao nível do

crédito bancário.

Cooperação Internacional (ONGs e

Governos) para a realização dos programas

e projectos.

Insucesso na descentralização e

reordenamento, levando à desagregação

territorial.

Efectivar a Província como um centro de

excelência em várias modalidades

desportivas.

Aumento da marginalidade entre os jovens e

adolescentes.

8822

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.1.2. Análise de Pertinência

A análise de pertinência apresenta-se como uma ferramenta metodológica que

permite identificar as medidas estratégicas relevantes através da avaliação da

interacção das Forças, das Fraquezas, das Oportunidades e das Ameaças da Matriz

SWOT:

Medidas Estratégicas de Consolidação e Competitividade (Forças vs Oportunidades)

Identificam as áreas nas quais a província deverá intervir para se

diferenciar em relação às restantes regiões e para garantir a

consolidação do desenvolvimento.

Medidas Estratégicas de Mudança (Fraquezas vs Oportunidades)

Identificam as áreas que garantem a viabilidade da estratégia e que

deverão ser promovidas para assegurar a optimização da utilização

dos recursos.

Medidas Estratégicas de Sustentabilidade (Forças vs Ameaças)

Identificam as áreas que promoverão a implementação de modelos de

gestão e de articulação dos recursos necessários para garantir um

desenvolvimento sustentável.

Medidas Estratégicas de Vulnerabilidade (Fraquezas vs Ameaças)

Identificam as áreas que deverão ser intervencionadas atendendo a

que constituem condicionantes críticas para o desenvolvimento,

assumindo enorme relevância para avaliação por parte da população,

em relação à actuação dos agentes públicos de governação.

Da aplicação desta metodologia na Província de Benguela resultaram medidas de

intervenção estratégica que sustentarão os eixos de desenvolvimento para o período

2013-2017 e que congregam as conclusões dos diagnósticos sectoriais e das análises

territoriais realizadas em conjunto com as Direcções Provinciais e as Administrações

Municipais, respectivamente.

8833

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Ilustração 5 - Matriz de Pertinência de Benguela

8844

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.2. Modelo de Desenvolvimento

Desde a sua fundação no início do século XVII que Benguela, devido à sua

localização enquanto ponto de partida para o interior, se tornou num centro

comercial, onde se permutava essencialmente peixe seco e sal produzido na

Província com cereais, cera, borracha e marfim, rícino, mandioca, gado e sisal

produzido no planalto central. Com a construção do caminho-de-ferro a Província

tornou-se praticamente no motor de desenvolvimento da região centro e sul do País.

Nas últimas décadas e devido sobretudo à situação de guerra, as populações do

interior migraram para os centros urbanos do litoral, originando um crescimento

urbano desmesurado e persistente nas cidades de Benguela, Lobito e Catumbela. As

condições de acolhimento destas populações quer em termos de infraestruturas,

quer em termos de emprego, foram-se degradando à medida que as cidades, pela

pressão demográfica, foram obrigadas a expandir-se para periferias cada vez mais

distantes dos centros urbanos. A principal consequência é que esses centros urbanos

não conseguem criar no mesmo ritmo de expansão nem o volume de empregos,

nem os equipamentos colectivos essenciais à melhoria das condições de vida das

populações.

Assim, no centro das preocupações da estratégia de desenvolvimento da Província

estão naturalmente as questões do crescimento económico diversificado para

combater o desemprego, da criação de condições para a urbanização dos principais

centros urbanos beneficiando 2 a 3 milhões de habitantes e da promoção da

melhoria das condições nas zonas rurais e piscatórias capaz de criar rendimento e

fomentar a necessária complementaridade económica entre a cidade e o campo.

A estratégia de desenvolvimento da província pressupõe uma resposta a estas

questões através duma acção concertada nos domínios a seguir analisados.

8855

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.2.1. Crescimento Economico

Nos últimos anos o crescimento económico tem sido visível em Benguela. Com o fim

do conflito armado e o plano de obras públicas que o Executivo encetou, muitas

centenas de milhões de dólares foram investidos na Província que viu melhorados os

seus acessos rodoviários, porto de mar comercial, caminho-de-ferro, aeroportos,

escolas, hospitais e muitas outras infraestruturas básicas, como a melhoria do

fornecimento de água.

Porém, para além do aparecimento de muitas pequenas empresas de apoio a estas

actividades e de serviços à população, não se pode falar num desenvolvimento tão

acentuado que tenha causado uma alteração significativa da estrutura produtiva da

Província, nem a afirmação de qualquer cluster com forte visibilidade.

O crescimento económico é uma vertente da intervenção estratégica com forte

influência no combate ao desemprego pois, como é lógico, se existir mais produção

existe uma maior actividade que implica mais emprego em novas empresas ou,

como resultado da expansão das já existentes.

A diversificação produtiva também não foi muito sensível e, se é certo que

apareceram muitas empresas, não se pode falar propriamente em diversificação,

porquanto salvo raras excepções elas vieram fazer concorrência a outras já em

laboração, ou ocupar o lugar de unidades que já tinham existido há anos.

Mais preocupante ainda é a absoluta incapacidade do crescimento económico

ocorrido para absorver os trabalhadores à procura de emprego, essencialmente

jovens, porquanto efectivamente foram criadas dezenas de empresas, mas de micro,

pequeno ou médio porte, que na prática contribuíram com relativamente poucas

vagas para o mercado de trabalho.

Os objectivos estratégicos de crescimento económico passam também pela

promoção do aparecimento de empresários através da criação de incubadoras de

empresas, apoio ao financiamento e reconversão de trabalhadores informais. O

efeito conjugado destas três medidas irá originar um forte e diversificado

crescimento económico, podendo estar na base da criação de muitas centenas de

empresas, capazes de, num curto lapso de tempo, criar milhares de postos de

trabalho.

Por outro lado, o crescimento económico deverá também ter lugar nas empresas já

existentes, sendo que aqui a opção estratégica imediata consiste em apoiar aquelas

que, por se situarem em clusters com elevado potencial, poderão ter uma maior

produtividade e capacidade de inovação, factores importantes para acentuar a sua

vantagem competitiva em relação a outras.

8866

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Neste campo a opção estratégica de apoio robusto deverá recair essencialmente

sobre clusters entrosados na realidade provincial, devido às características

edafoclimáticas da mesma.

Este apoio, para além da conjugação de políticas sectoriais, deve também apelar à

intervenção de alguns Projectos Estruturantes, cujo efeito de alavancagem será

certamente importante para potenciar o crescimento económico.

Relativamente ao emprego, a melhor forma de abordar esta questão é assumir

desde logo que existem fortes carências a este nível. O problema do desemprego,

embora ocorra em todas as fachas etárias é mais sentido pela população jovem que

não consegue um emprego ou, sequer, um estágio não remunerado, pois não existe

um número de empresas com capacidade de absorção de um número tão elevado de

candidatos.

O desemprego pode ser explicado pela conjugação de vários factores:

Falta de crescimento suficiente do número de empresas;

Baixo contributo empregador das novas empresas;

Baixo índice de crescimento das empresas já estabelecidas;

Vaga de populações que procuraram há anos a segurança em torno das grandes

cidades costeiras e que aí continuam, muitas já numa segunda geração, sem que

tenham conseguido inserir-se no mercado de trabalho;

Fluxo constante de potenciais trabalhadores provenientes de zonas rurais para a

periferia das grandes cidades do litoral, à procura de oportunidades que não

encontram no interior da Província;

Crescimento populacional a uma taxa elevada, que só por si obrigaria a um

crescimento elevado do emprego, para que não ocorresse um aumento dos

níveis de desemprego.

Face a este enorme problema já muitos milhares de milhões de Kwanzas foram

investidos na Província sem resultados muito palpáveis, pelo que urge realizar uma

abordagem diferente.

Essa abordagem terá de passar por uma estratégia que, tendo como base a iniciativa

privada e o mercado, promova o empreendedorismo e o desenvolvimento do sector

privado nacional, ao invés de um postura virada para as importações de produtos

acabados.

O grande contributo para essa abordagem pode ser dado pela promoção do

desenvolvimento do Capital Humano, através de fortes acções de formação

profissional e de empreendedorismo, que possibilitarão por um lado ter pessoas

profissionalmente capazes e, por outro lado potenciar o aparecimento de jovens

8877

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

empresários com perfil para levar por diante iniciativas empresariais nos mais

diversos sectores de actividade.

Note-se que para ter resultados este esforço de capacitação tem de assentar numa

formação profissional com uma grande componente de “artes e ofícios” e ser

ministrada por quem tiver conhecimentos, nacionais ou expatriados no caso de não

haver suficientes angolanos para o efeito.

O mesmo se diga da formação em empreendedorismo, que deverá ser ministrada

em grande parte por formadores com forte ligação ao mundo empresarial e do

trabalho, para que possam transmitir mais do que um conhecimento livresco dos

assuntos.

A elevada qualidade e um grau adequado de exigência tem de presidir a esta

formação, sem o que se cairá num processo burocrático, consumidor de recursos

mas a que não se auguram resultados palpáveis.

4.2.1.1. Promoção e Diversificação numa lógica de Clusters

A estrutura económica tem-se mantido pouco diversificada, com uma preponderância

muito significativa do sector petrolífero, situação que o PND 2013-2017 pretende

inverter através da aposta nos clusters, que por esse motivo foram anteriormente

analisados em detalhe neste Plano.

Na realidade, para além de não ser prudente ficar apenas na dependência de um

produto, a criação de emprego por este sector é muito limitada por ser capital

intensivo, sendo assim importante diversificar, ao mesmo tempo que se promove o

aparecimento de uma estrutura económica pujante assente numa lógica de

desenvolvimento de clusters.

A Província de Benguela tem a vantagem de possuir já um conjunto de actividades e

definição de clusters superior ao da generalidade das restantes Províncias, mas

continua com muita carência de diversificação e promoção da sua estrutura

produtiva, de modo a potenciar o seu desenvolvimento sustentado.

Se bem que muito dos resultados a obter sejam dependentes de privados e não de

Planos não imperativos como aqueles com que estamos a lidar, torna-se estratégico

para a Província estudar e acompanhar esta dinâmica e dentro do seu espaço

promover uma política de Promoção e Diversificação da sua estrutura produtiva, com

base em clusters.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Este objectivo de estudo e acompanhamento, embora limitado, é da maior

importância pois dele podem resultar propostas importantes para os clusters da

Província.

Embora na Estratégia “Angola 2025” fossem identificados para a Província de

Benguela os seguintes clusters e mega-clusters:

Cluster Petróleo

Cluster Florestal

Mega-cluster Habitat

Mega-cluster Recursos Minerais

Mega-cluster Têxtil, Vestuário e Alimentação

Mega-cluster Alimentação

a Província terá todo o interesse em centrar-se em quatro clusters de reconhecida

importância provincial, três dos quais se inserem no âmbito de Clusters Prioritários,

nomeadamente da alimentação e agro-indústria, da logística e transportes, que são:

Cluster das Pescas

Cluster dos Transportes

Cluster do Sal

Cluster do Turismo

Estes são os clusters que têm mais que ver com Benguela e aqueles que

efectivamente, apesar de tudo, continuam a gerar emprego e riqueza, sendo por isso

uma opção segura.

As medidas a levar a cabo pela Província deverão ter dois objectivos principais.

Primeiramente deve-se estudar aprofundadamente cada um deles, identificando as

suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, de forma a poder interagir cada

vez em bases mais sólidas com o poder central. Ao mesmo tempo deve-se promover

a constituição de associações que representem os intervenientes no cluster, de

forma a ser mais fácil e profícuo o diálogo e a possibilidade de ligação das mesmas a

instituições de investigação.

Por outro lado devem ser afectas verbas públicas significativas para o lançamento de

Projectos Estruturantes adicionais, de forma a alavancar o seu crescimento

económico.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Todo este esforço só ganhará com a sua institucionalização, motivo pelo que a

Província deve promover a criação de uma Sociedade de Desenvolvimento Regional,

que será a estrutura executiva do Processo de desenvolvimento destes clusters.

Relativamente aos outros potenciais clusters identificados na Estratégia Angola 2025

deve ser realizado um estudo que determine o seu interesse, imediato ou a prazo

para a Província, assim como a existência de outros clusters provinciais,

nomeadamente o petroquímico que poderá resultar da futura existência de uma

refinaria na Província.

4.2.1.2. Capital Humano

4.2.1.2.1. Formação Profissional

Nos nossos dias o “saber fazer” é na generalidade dos casos mais importante que o

conhecimento teórico de uma situação. O que se passa actualmente é que o “saber

fazer” ao nível de uma profissão básica, mesmo em actividades usuais, é difícil de

encontrar entre a nossa juventude e o nível de formação daqueles que se dizem

profissionais não está muitas vezes comprovado, denotando a necessidade de

complemento, face a algumas deficiências que se registaram na qualidade do ensino

nos seus diferentes níveis.

Torna-se assim evidente a necessidade formação profissional, na generalidade dos

sectores, que pode ser inicial ou qualificante.

No segundo caso existe muita carência porque as instituições, privadas e públicas,

dedicam pouco interesse ao tema. Em geral existem deslocações de curta duração

dos quadros a seminários ou curtas acções de formação, cujos efeitos são muito

ligeiros.

Porém, se a situação acima descrita não pode ser considerada positiva, a situação ao

nível da formação inicial é crítica, existindo na Província muitas dezenas de milhar de

desempregados, essencialmente jovens, que não têm qualquer relacionamento com

o mundo do trabalho.

Numa situação normal é sabido que muita da formação profissional é feita “on the

job”, ou seja, o jovem insere-se numa equipa como indiferenciado para fazer as

tarefas mais básicas e vai aprendendo a profissão com os colegas, mais velhos e

experientes.

Ora essa ligação entre trabalhadores mais velhos e mais novos foi quebrada, porque

muitas actividades quase deixaram de existir em número significativo devido ao

conturbado período pós-independência e também porque o acréscimo de população

jovem à procura de iniciação, proveniente de zonas remotas da Província e de outros

locais do interior, inviabilizou qualquer solução positiva da problemática.

9900

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Agora não é mais possível ter a esperança que um jovem indiferenciado aprenda

paulatinamente uma profissão com os seus colegas mais experientes, motivo que

obriga a um grande esforço de formação inicial.

Esta formação deve incidir num leque alargado de valências, sem esquecer aquelas

que se prendem com artes e ofícios, ainda que necessitem de um maior

investimento para a sua implementação.

Como é óbvio estes programas devem assegurar o recurso a tecnologias modernas,

nomeadamente de informação e comunicação, o que abre a questão sobre a

existência de um número suficiente de cidadãos nacionais bem habilitados e com

interesse em assumir a função de monitores na Província. Caso esta condição não

esteja reunida seria bom ter desde início conceptualizada a decisão de recorrer a

expatriados para preencher as vagas, pelo espaço de tempo que for necessário para

formar formadores nacionais em número suficiente.

Note-se que se forem seleccionados formadores sem as devidas competências,

profissionais e pedagógicas, estará a ser investido dinheiro público com forte

probabilidade de falhar os seus objectivos.

Este Programa deve ser de iniciativa e gestão Provincial, pois mais uma vez a

proximidade dos problemas ajuda na sua percepção e, assim, facilita a procura de

soluções prestadias e atempadas, que dificilmente serão encontradas num Programa

pesado de gestão centralizada. Aliás se assim não fosse o problema estaria já

diagnosticado e resolvido pelo poder central, pois ocorre desde há muito e com

elevada acuidade.

No entanto o programa deve ter em atenção as iniciativas de múltiplas entidades

que debruçam sobre esta problemática, nomeadamente a iniciativa Pró-trabalho

recentemente lançada, integrando-os de forma a combater determinadamente o

tormentoso problema que constitui o desemprego jovem. Note-se a este propósito

que a política de distribuição de kits após o período de formação é uma boa ideia,

devendo no entanto haver o controlo de que os mesmos permanecem e são usados

pelos beneficiários, discriminando positivamente os cumpridores.

No mesmo sentido estratégico de fomento da formação profissional está o Plano

Nacional de Desenvolvimento, podendo ser encontradas múltiplas medidas de sua

promoção. Primeiramente, num âmbito geral, temos a Política de Promoção do

Crescimento Económico, do Aumento do Emprego e de Diversificação Económica,

mormente das suas subpolíticas de apoio à Promoção do Emprego e Capacitação e

Valorização dos Recursos Humanos Nacionais.

Numa segunda linha, para jovens, o Plano Nacional contempla também uma Política

de Desenvolvimento Nacional, designada Política Integrada para a Juventude, que

contempla um Programa de Inserção de Jovens na Vida Activa.

Finalmente convém ter presente que este Programa não se deve transformar em

mais um factor de atracção de população para as grandes cidades, iniciando-o

9911

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

sempre em localizações afastadas dos grandes centros embora, como é normal, o

esforço maior em termos quantitativos vá ocorrer nas grandes urbes.

4.2.1.2.2. Formação em Empreendorismo

Esta medida, que se insere na criação de capital humano, tem por base o desejo de

alguém, recém-graduado através de um curso profissional ou com conhecimentos

técnicos comprovados, promover uma actividade própria, em que se insere para

determinar o seu destino.

O empreendedorismo é acima de tudo um estado de espírito. No entanto, não só

esta vocação pode ser desenvolvida, como fortificada com as bases de conhecimento

indispensáveis ao empreendedor.

Esta medida é da maior importância para a prossecução dos objectivos estratégicos

da Província, pois permite por um lado fazer a escolha daqueles que têm perfil para

empreendedores e, por outro lado, dotá-los dos conhecimentos adequados para que

possam fazer uma gestão adequada da sua actividade empresarial.

Esta formação terá assim duas funções:

Fazer a triagem daqueles que têm perfil adequado;

Dotar aqueles que forem seleccionados de saberes em várias vertentes,

para que possam encarar sem dificuldades de maior a inserção no

mundo dos negócios.

Ao encontrar-se a jusante da Formação Profissional que se destina a todos os

requerentes que reúnam condições mínimas, a Formação em Empreendedorismo vai

encontrar pessoas com objectivos muito diferentes, motivo pelo qual haverá de ter

isso em atenção.

Na sequência do atrás referido, e ainda com razão redobrada, este tipo de formação

devia ser inserido num Programa provincial, tanto mais que o conhecimento e

acompanhamento dos formandos mais conhecedores e motivados por parte da

estrutura provincial pode ser importante para a futura inserção dos formandos na

actividade empresarial.

As medidas estratégicas sobre o empreendedorismo, tal como a formação

profissional atrás tratada, gozam de uma ampla tónica também no âmbito nacional,

nomeadamente nas políticas Nacionais então enunciadas: Política de Promoção do

Crescimento Económico, do Aumento do Emprego e de Diversificação Económica –

sub-política Promoção do Emprego e Capacitação e Valorização dos Recursos

Humanos Nacionais, assim como no Programa de Inserção de Jovens na Vida Activa

da Política Integrada para a Juventude.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.2.1.3. Incubadora de Empresas

Como o período crítico para a sobrevivência das start-up’s são os dois primeiros anos

de actividade, a sua passagem por um ambiente relativamente protegido nos

primeiros tempos pode levar a que muitas mais consigam sobreviver, aumentando

assim o índice de crescimento de empresas na Província.

Esta metodologia, que é considerada estratégica para o bom desenvolvimento da

Província, tem sido aplicada em muitos países com bons resultados.

Para além de um espaço físico adequado ao bom funcionamento das empresas, a

incubadora deve prestar ainda serviços complementares na área da gestão e do

direito, devendo possuir um gabinete de marketing que ajude a comercializar os

produtos e serviços dos jovens empresários que lá têm o seu espaço.

A incubadora encontra-se a jusante da formação em empreendedorismo e deverá ter

a capacidade de integrar os empreendedores, geralmente jovens, que tenham tido

os melhores percursos nas etapas anteriores.

Ao fim de um período de cerca de 2 anos a empresa terá a sua solução definida e,

em princípio, estará em condições de dar continuidade ao seu labor sem mais apoios

directos da incubadora, embora tudo aconselhe a que seja estimulada uma relação

em rede das empresas que forem beneficiando dos serviços da incubadora ao longo

do tempo.

Se houver o cuidado de uma abertura faseada em dois anos, ao fim de cada 12

meses existirão vagas para um novo grupo de start-up’s, garantindo assim um fluxo

de apoio à criação de novas empresas e, consequentemente, de emprego.

Note-se que esta medida é preconizada pelas Políticas Nacionais de Desenvolvimento

do PND 2013-2017, nomeadamente pela sua Política de Promoção do Crescimento

Económico, do Aumento do Emprego e de Diversificação Económica, mais

concretamente a subpolítica de Promoção do Empreendedorismo e do

Desenvolvimento do Sector Privado Nacional. Também a Política Integrada para a

Juventude contempla a promoção da criação de incubadoras no seu Programa de

Acção de Inserção dos Jovens na Vida Activa.

Na implementação destas incubadoras deve existir um cuidado especial em não cair

no logro de colocar na sua liderança quadros que nunca tiveram nada que ver com a

esfera privada, pois podemos estar a criar mais uma estrutura burocrática, lenta e

acomodada. Antes pelo contrário pretende-se levar por diante organismos dinâmicos

em que haja compensação dos gestores do mesmo pelos resultados alcançados e

não um mais um lugar na administração pública com vencimento garantido todos os

meses, quer existam resultados ou não.

9933

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.2.1.4. Financiamento

A promoção do bom funcionamento do financiamento das empresas em geral, e

mais concretamente dos programas públicos de garantia e bonificação de juros,

constitui um dos objectivos estratégicos da Província. Por bom funcionamento

entende-se a normal cedência de crédito às empresas por parte das instituições

financeiras, de uma forma regular e em montantes significativos.

Actualmente o que mais se encontra são empresários descontentes com os

Programas existentes, porque os seus projectos não foram aceites ou porque se

encontram em análise há muitos meses.

Efectivamente os números de concretização são escassos e urge inverter essa

situação porque o financiamento de projectos de investimento, ou mesmo à

exploração corrente, como é o caso do crédito de campanha, são instrumentos de

grande importância para a criação de condições físicas para produzir e de reforço

dos capitais de giro das empresas.

O financiamento é algo muito importante para a Política de Promoção do

Crescimento Económico, do Aumento do Emprego e de Diversificação Económica,

que na sua subpolítica de Promoção do Empreendedorismo e do Desenvolvimento do

Sector Privado Nacional contém especificamente um Programa de Facilitação do

Acesso ao crédito.

A fraqueza que a Província detecta neste capítulo é por um lado a da falta de

preparação das empresas para dialogar com os bancos e, por outro lado, a

relutância dos bancos em assumir os riscos próprios do seu negócio na vertente da

concessão de crédito, muitas vezes por desconhecimento das potencialidades dos

sectores produtivos onde as empresas se inserem.

Por esse motivo a Província devia fazer um estudo sistematizado dos motivos pelos

quais o fluxo de financiamento bonificado é tão baixo e promover acções junto da

banca e dos empresários para minorar essa situação, através de encontros

regulares, com o apoio do INAPEM, que entre outros assuntos relacionados com a

burocracia ligada à legalização da actividade da empresa, cuidaria de prestar

aconselhamento na área do apoio à elaboração dos pedidos de financiamento e ao

seu acompanhamento.

Neste capítulo existem também fundos significativos subaproveitados por evidente

falta de conhecimento dos seus destinatários, como é o caso dos fundos de capital

de risco, cuja entrada efectiva na Província deverá também ser potenciada.

Note-se que algo semelhante, só que a outro nível, foi preconizado pelo PND 2013-

2017 através da criação de um serviço de apoio à elaboração de estudos de

viabilidade para projectos de grande dimensão que é complementado pela

angariação do seu financiamento e acompanhamento da sua execução, através da

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

subpolítica de Promoção do Empreendedorismo e do Desenvolvimento do Sector

Privado Nacional já acima referida.

4.2.1.5. Reconversão de Trabalhadores Informais

A informalidade, que a cada passo emerge na actividade económica é em condições

normais uma prática nociva para a economia nacional, pois não permite a

arrecadação de receitas por parte do Estado, contamina a economia formal que a ela

não pode ficar alheia, ao mesmo tempo que não permite a defesa dos direitos dos

consumidores, facto pelo qual a sua reconversão não pode deixar de ser um

objectivo estratégico da Província.

Dito isto há que reconhecer que face a situações de vida difíceis e escassez de

presença do Estado na esfera da economia real, um número elevadíssimo de

pessoas teve de recorrer a esse expediente para sobreviver, do que resultou uma

estrutura que acaba por prestar serviços muito necessários à Comunidade, o que

convém realçar.

No entanto, para que haja uma normalização da vida económica da Província torna-

se necessário reconverter essa grande massa de trabalhadores, dando-lhes um rumo

através da criação de condições para a manutenção dos seus rendimentos, dentro da

esfera da formalidade.

Este processo por certo irá encontrar resistências pelo que convém estar desde logo

preparado, pois em torno da falta de presença do Poder Estatal criaram-se pequenos

poderes de facto que há que ter em consideração nesta difícil equação.

As medidas a serem tomadas passam pela criação de programas adaptados de

formação profissional e de empreendedorismo, assim como pelo apoio à obtenção de

financiamento.

Dado que a “microempresa informal” já funcionava previamente à intervenção, não

haverá lugar propriamente a uma incubação, sendo no entanto essencial ter em

atenção a necessidade de criação de locais adequados para as novas microempresas

formais que resultarem deste Programa se instalarem, quer seja em novos mercados

e pequenas lojas para acolher a sua actividade comercial, quer em espaços

disponibilizados em condições muito encorajadoras para que pequenos serviços ou

indústrias possam levar por diante a sua laboração.

Esta preocupação da Província está de acordo com as Políticas Nacionais de

Desenvolvimento, nomeadamente a Política de Promoção do Crescimento

Económico, do Aumento do Emprego e de Diversificação Económica que, através do

Programa de Reconversão da Economia Informal da sua sub-política de Promoção do

Empreendedorismo e do Desenvolvimento do Sector Privado Nacional, pretende

resolver este grande problema.

A necessidade de actuação provincial decorre do facto do problema ser muito mais

agudo nesta Província que na generalidade da realidade nacional, facto que torna a

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

reconversão de informais estratégica para o desenvolvimento e exige uma acção

enérgica e integrada.

Note-se finalmente que, para além da criação de condições para a reconversão, vai

ser necessário deixar uma imagem clara de determinação na irradicação progressiva

do informalismo, quer reforçando regulamentos e posturas municipais, quer

conduzindo uma política de efectiva fiscalização, que deixe claro que a posição das

autoridades no combate ao mercado informal é forte, eficiente e duradoura.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.2.2. Reordenamento Urbano

4.2.2.1. Reordenamento da zona metropolitana

O crescimento urbano desmesurado que ocorreu nas cidades de Benguela, Lobito e

Catumbela, sem que tenha sido acompanhado pela oferta de infraestruturas urbanas

e pela oferta de emprego, constitui hoje o maior desafio ao relançamento da

actividade económica na Província.

Durante os anos de guerra, nestas cidades e noutras do litoral, as condições de

acolhimento das sucessivas vagas de migrantes, foram-se degradando quer pela

insuficiência da oferta de infraestruturas quer pela reduzida oferta de empregos,

pelo que as cidades foram obrigadas a expandir-se para zonas não urbanizadas cada

vez mais distantes dos centros urbanos. Aí, sem quaisquer condições de urbanização

(arruamentos, iluminação pública, saneamento básico, água e electricidade)

multiplicaram-se alguns milhares de residências de materiais característicos de

construção definitiva, nomeadamente blocos de cimento e cobertura de chapas de

zinco.

Torna-se assim necessário levar a cabo um processo de urbanização destas áreas,

de forma a integrá-las nos mercados das respectivas cidades, relançar a

competitividade dos negócios e aumentar a produtividade dos trabalhadores. O

crescimento económico sustentado requer um sistema eficiente de centros urbanos

que produzam produtos industriais e garantam a prestação de serviços diversos, ao

mesmo tempo que dispõem de uma rede de transportes que assegure a ligação com

as economias do interior.

Por estar dotada de um sistema de estradas, caminho-de-ferro, porto e aeroporto

relativamente desenvolvido, a Província de Benguela oferece uma oportunidade

única para despoletar prosperidade, tanto nas áreas urbanas como rurais, desde que

se assegure uma combinação de medidas de reordenamento urbano e oferta

progressiva de serviços básicos.

O problema que se coloca é que os investimentos necessários para a expansão da

urbanização estão sempre para além dos limites fiscais e financeiros da Província

pelo que se torna necessário adoptarem-se mecanismos flexíveis para assegurar que

a Província tenha acesso a recurso financeiros adicionais. Também será necessário

melhorar a capacidade técnica e de gestão dos órgãos provinciais encarregues de

gerir os terrenos urbanos e o património imobiliário, de forma que possam

acompanhar a expansão da urbanização e o desenvolvimento das várias sinergias.

O alargamento da base de recursos financeiros da Província poderá ser feito através

da introdução de duas reformas ao Imposto Predial Urbano: a primeira para o tornar

num Imposto de Arrecadação local, tal como já acontece com o Imposto de

Consumo e a segunda alterar a base de tributação, que passaria a ser em função da

ocupação e não da posse do imóvel, o que iria permitir o registo automático de todas

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

as propriedades dentro e fora da periferia das cidades, bem como a atribuição de um

título para fins tributários.

4.2.2.2. Reordenamento dos espaços rurais e costeiros

Uma grande limitação à fixação das populações nos espaços rurais e costeiros onde

praticam as suas actividades económicas é a falta de condições das cidades que lhes

ficam próximas.

Se é certo que existe desde há mais de uma década uma política de infra-estruturas

que tem dotado as principais aglomerações de condições mínimas, num grande

esforço de Reconstrução, não é menos verdade que ainda existem muitas carências

que urge resolver.

Essa preocupação com as cidades em espaços mais desprotegidos está patente nas

Políticas Nacionais de Desenvolvimento e é um objectivo estratégico da Província

enquadrar-se na Política de Promoção do Desenvolvimento Equilibrado do Território,

quando preconiza a necessidade de estruturar o povoamento e criar uma rede de

cidades que suportem e dinamizem o desenvolvimento dos territórios de menor

potencial.

O objectivo desta acção é promover o desenvolvimento de uma rede urbana,

qualificada e sustentável ambientalmente, composta por cidades eficientes,

enquadrada numa estratégia de rede de povoamentos, que constituam polos

dinamizadores dos espaços rurais e piscatórios.

Na realidade, a falta de rendimentos reforçada pela inexistência de qualidade

ambiental, na sua acepção mais ampla, e infraestruturas básicas – saúde, educação

energia, água, Polícia e outros órgãos da administração pública, inibem a vontade de

permanência das populações nas localidades donde são naturais e leva-as a procurar

uma melhor qualidade de vida em zonas urbanas dotadas de melhores condições.

Para além destes elementos básicos que acima referimos é também essencial a

existência de mercados onde possam ser comercializadas as produções, assim como

de infra-estruturas comerciais e de hotelaria, estas últimas para assegurar a

possibilidade de permanência de equipas de assistência técnica e dos quadros do

Governo Provincial ou dos Ministérios, quando em serviço nas redondezas.

Não menos importante é a necessidade que as localidades que se inserirem nessa

rede disponham de meios de lazer, culturais e desportivos, assim como religiosos,

pois a vivência das populações não fica completa sem essas valências.

Do mesmo modo é necessário construir zonas empresariais que permitam acolher

pequenos empreendimentos, diversificando o tipo de empregos, pois não se pode

exigir que todos os naturais de uma povoação se dediquem à actividade dos seus

ancestrais sem uma sensação de grande desconforto, que se pretende evitar.

As sedes Municipais serão, na generalidade dos casos, as eleitas para o presente

upgrade, porquanto congregam a maioria da população e reúnem já infra-estruturas

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

básicas com algum significado.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.2.3. Promoção Agrícola e Piscatória

4.2.3.1. Assistência Técnica e Modernização

O que este Plano preconiza é a implementação de projectos de desenvolvimento

rural integrados e de incentivo à produção agrícola familiar e camponesa, assim

como aos pescadores artesanais, devendo dar origem a um processo de

modernização e que poderá, a curto prazo, originar um crescimento percentualmente

muito significativo da sua produção.

Para atingir este aumento vai ser necessário, essencialmente, muita assistência

técnica e, obviamente, algum investimento físico.

Da análise efectuada conclui-se que o acompanhamento das famílias camponesas e

dos pescadores artesanais tem sido muito diminuto, factor que contribuiu fortemente

para o atraso que actualmente se verifica e que não permite às famílias saírem do

patamar de pobreza em que caíram, por falta de acompanhamento da evolução

tecnológica.

Este Programa deve ser de responsabilidade provincial, pois estando mais perto dos

problemas torna-se menos difícil resolver as situações de contexto local.

De forma integrada com a assistência técnica devem existir medidas de incentivo à

modernização, quer do imobilizado (charruas, grades, barcos), quer dos insumos,

para que, a par das novas técnicas aprendidas, possa haver uma actualização dos

meios físicos à disposição dos agricultores e pescadores.

No passado recente a oferta de insumos e de equipamentos às populações ocorreu

de forma recorrente, só que a falta de um sistema de assistência técnica e demais

apoios estruturados não tem permitido obter os resultados desejados.

A propósito deste acompanhamento refira-se que a assistência técnica deverá ser

efectiva e actuar junto dos locais onde se encontram as micro-explorações, devendo

a aprendizagem ser realizada quase exclusivamente on the job e por um período

alargado de tempo.

Note-se que não se pretende um programa de efeito instantâneo, mas sim iniciar um

processo que atinja toda a população das zonas rurais e piscatórias e que ao longo

de um triénio consiga fazer as famílias sair do seu estado de pobreza.

Como se sabe a ocorrência de um acréscimo de produção não significa forçosamente

obter mais rendimento, devido à evolução dos preços, motivo pelo qual este

Programa deverá também incidir, de forma muito assertiva, sobre a capacitação para

a comercialização, procurando garantir que os beneficiários do programa fiquem

aptos a aceder ao mercado, com base na sua iniciativa singular ou através da

associação voluntária com outros.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Nos casos de sucesso o Programa deve promover o apoio ao alargamento das

pequenas unidades de produção, pois na posse de novas técnicas, equipamentos e

melhoria dos preços de venda, é de esperar que a dinâmica seja de crescimento,

devendo essa circunstância ser especialmente acarinhada e estar à partida

contemplada no Programa.

4.2.3.2. Diversificação produtiva em espaços rurais e piscatórios

A instalação a nível de aldeias de actividades não agrícolas e piscatórias constitui um

poderoso incentivo para fixar na região um significativo número de jovens que,

terminado o ensino básico e remetidos a prática da agricultura (das actividades

tradicionais das suas famílias), procuram na cidade uma melhor realização para as

suas aspirações.

Só dando resposta a este normal sentimento de procura de melhores condições se

poderá estancar o fluxo migratório das zonas rurais e piscatórias para as zonas

urbanas e periurbanas.

Embora exista na Província um grande potencial de crescimento das actividades

tradicionais e a modernização das mesmas possa gerar níveis de riqueza apreciáveis

para todos que a elas se dediquem, haverá que criar condições para o aparecimento

de iniciativas locais não directamente agrárias ou piscatórias, que libertem um bom

rendimento e possam satisfazer os anseios das populações.

A primeira linha de intervenção pode passar pela beneficiação primária dos produtos

provenientes da actividade principal. Sem querer entrar em aspectos operacionais, a

serem definidos em programas específicos, é fácil de observar que existe a

possibilidade de transformação mecânica dos produtos em farinha, poupando no

caso da agricultura muitos milhares de horas ao trabalho feminino, o que só por si

pode ser um contributo enorme para o aumento da produção e do rendimento das

famílias. Outras actividades como a produção de compotas em pequena escala, ou a

simples triagem e embalagem de produtos podem também constituir processos de

criação de emprego adequadamente remunerado.

Também situação idêntica pode ser atingida, por exemplo, com pequenas fábricas de

farinha de peixe, que podem contribuir fortemente para a melhoria do rendimento

do sector piscatório artesanal, dado tratar-se de um aproveitamento de peixe que se

perderia e que assim é muito valorizado, nomeadamente pelos produtores de

animais.

Numa segunda linha encontram-se os serviços de logística e comercialização que

reúnem condições para originar um volume significativo de emprego, pois podem ser

criados serviços de transporte dos insumos e dos produtos para os locais de

110011

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

transformação e comercialização, originando assim um número assinalável de

empregos.

Por fim, existe um número muito elevado de acções de apoio às actividades agrícolas

e piscatórias, como oficinas mecânicas, serralharias, carpintarias etc., que poderão

ter um bom desempenho económico quando inseridas numa dinâmica produtiva

moderna.

Note-se que toda esta evolução não tem de passar ao lado da agricultura e da pesca

empresarial e, antes pelo contrário, é de incentivar todo o relacionamento técnico e

comercial que possa ocorrer entre os diferentes tipos de abordagem.

A forma de dar início a esta mudança passa pelo esforço do erário público através de

Programas Integrados bem definidos e que devem ter em atenção os problemas que

têm surgido com este tipo de apoios estatais. Como é sabido, em muitos casos de

oferta de kits produtivos o seu destino é a venda dos mesmos pelos beneficiários,

para obterem no imediato alguma verba e não a sua utilização como forma de

aplicarem os seus conhecimentos e de eventualmente conseguirem por aí progredir

dentro da profissão em que tiveram formação.

Um Programa provincial, melhor que qualquer outro, poderá ter essa realidade em

linha de conta e encontrar soluções adequadas para não permitir o desvio dos

objectivos traçados.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.3. Eixos de Desenvolvimento

Os eixos de desenvolvimento preconizados para a Província de Benguela resultaram

da Matriz de Pertinência e do Modelo de Desenvolvimento e pretendem colmatar os

factores críticos da região, garantindo que os índices de desenvolvimento serão

consolidados e sustentados por adequadas medidas estratégicas e de intervenção.

Neste contexto definiram-se 5 Eixos de Desenvolvimento que incorporam as medidas

estratégicas da matriz de pertinência e as acções de investimento definidas para o

período de 2013 a 1017.

Ilustração 6 - Eixos de Desenvolvimento da Província

110033

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

A distribuição dos investimento pelos eixos estratégicos evidenciam a preocupação

fulcral com o aumento da atractividade da província para garantir um fluxo de

recursos, de pessoas e de iniciativas empresariais que serão determinantes para a

dinamização económica e social da região.

Tabela 1 - Distribuição do Investimento pelos Eixos de Desenvolvimento

110044

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Ilustração 7 - Distribuição do Investimento pelos Eixos de Desenvolvimento

Numa perspectiva temporal o esforço de investimento incide maioritariamente no

ano de 2014 por força da programação dos investimentos nas vertentes das

infraestruturas logísticas e nos sistemas de abastecimento de energia e água para os

anos iniciais, do escopo temporal da estratégia de desenvolvimento.

Ilustração 8 - Distribuição Temporal do Investimento

110055

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4. Medidas de Intervenção

A operacionalização dos Eixos de Desenvolvimento assentará na implementação das

medidas de intervenção, que se encontram desagregadas por projectos de

investimento, e que serão monitorizados pelos sectores que assumirão a

responsabilidade pela respectiva execução.

Estas medidas de intervenção encontram-se detalhadas nos capítulos seguintes

permitindo analisar a respectiva natureza, os investimentos previstos e o número de

projectos associados garantindo-se, por esta via, os mecanismos de implementação

das directrizes de desenvolvimento da província.

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.1. Eixo 1 – Aumentar a atractividade da Província

4.4.1.1. Medida Estratégica – Alavancar as infraestruturas logísticas e de transporte

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.1.2. Medida Estratégica – Eliminar os Défices de abastecimento de água e energia

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.2. Eixo 2 – Garantir o ordenamento e a coesão territorial

4.4.2.1. Medida Estratégica – Ordenar e infraestruturar os espaços urbanos e rurais

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.3. Eixo 3 – Relançar a actividade económica e combater o desemprego

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Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.3.1. Medida Estratégica – Potenciar os recursos turísticos

4.4.3.2. Medida Estratégica – Aproveitar os recursos marítimos e agropecuários

111122

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

111133

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

111144

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.3.3. Medida Estratégica – Reforçar o sector empresarial secundário e terciário

111155

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.4. Eixo 4 – Aumentar a qualidade de vida das populações

4.4.4.1. Medida Estratégica – Melhorar as condições sanitárias e de saúde

111166

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

111177

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.4.2. Medida Estratégica – Minimizar as desigualdades sociais

111188

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.4.3. Medida Estratégica – Atenuar a instabilidade social e o potencial de criminalidade

111199

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

112200

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

112211

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.4.4. Medida Estratégica – Combater a degradação ambiental e a delapidação dos recursos naturais

112222

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.5. Eixo 5 – Fortalecer o capital humano e institucional

4.4.5.1. Medida Estratégica – Aumentar os índices de ensino e formação profissional

112233

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

4.4.5.2. Medida Estratégica – Capacitar a Administração Publica

112244

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5. Inserção dos Planos de Desenvolvimento Sectoriais na

Estratégia Nacional

Os projectos de investimento sectoriais da Província de Benguela foram sujeitos a

uma apreciação individual, com o objectivo de avaliar a integração das acções de

investimento nas estratégias sectoriais contempladas no Plano Nacional de

Desenvolvimento.

Por esta via determinaram-se as perspectivas de investimento da Província em prol

dos Objectivos Específicos Sectoriais Nacionais e garantiu-se o necessário

alinhamento territorial, que se encontra expresso nos quadros de distribuição do

investimento pelos objectivos sectoriais nacionais.

Cumulativamente procedeu-se ao apuramento dos indicadores estatísticos

provisionais, reflectidos no Plano Nacional de Desenvolvimento, criando-se as

condições para a monitorização futura do impacto da execução física dos projectos

de investimento na concretização das metas de desenvolvimento, que constituirá um

exercício de primordial importância para avaliarmos a qualidade da operacionalização

do Plano de Desenvolvimento Provincial e o respectivo contributo numa escala

nacional.

A descrição da distribuição dos 3.769 projectos e do investimento plurianual de

1.695.997.314 Kz encontra-se evidenciada por sector e reflecte a participação

proactiva da sociedade civil da Província de Benguela nas expectativas de

desenvolvimento nacional.

112255

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1. Sectores Económicos

5.1.1. Agricultura, Silvicultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Agricultura, Silvicultura e Pecuária

Desenvolvimento Rural

Indicadores e Metas Previsionais

Agricultura, Silvicultura e Pecuária

112266

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Desenvolvimento Rural

112277

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1.2. Pescas

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

112288

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1.3. Indústria

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

112299

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

113300

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1.4. Geologia e Minas

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113311

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1.5. Comércio

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113322

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1.6. Hotelaria e Turismo

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113333

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.1.7. Ambiente

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113344

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2. Sectores Infraestruturas

5.2.1. Energia

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113355

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2.2. Águas

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113366

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2.3. Construção

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113377

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2.4. Transportes

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113388

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2.5. Urbanismo e Ordenamento Território

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

113399

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.2.6. Telecomunicações

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114400

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3. Sectores Sociais

5.3.1. Família e Promoção da Mulher

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114411

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.2. Educação

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114422

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.3. Ensino Superior

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114433

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.4. Saúde

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114444

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

114455

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.5. Cultura

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114466

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.6. Juventude e Desportos

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114477

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.7. Assistência e Reinserção Social

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114488

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.8. Habitação

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

114499

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.9. Formação Profissional

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

115500

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.10. Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

115511

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.3.11. Comunicação Social

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

115522

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

5.4. Sectores Institucionais

5.4.1. Administração Pública

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

5.4.2. Defesa e Segurança Nacional

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

5.4.3. Justiça

Distribuição do Investimento pelos Objectivos Nacionais

Indicadores e Metas Previsionais

115533

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

115544

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6. Meios Necessários para a Prossecução dos Objectivos

Os meios necessários para viabilizar a estratégia do Plano de Desenvolvimento da

Província de Benguela subdividem-se em recursos financeiros, humanos e

organizacionais.

O conjunto de projectos de investimento de suporte à estratégia preconizada requer

um manancial de recursos significativo que, no entendimento do Governo Provincial

de Benguela, se justifica pelo impacto expectável nos domínios económico e social e

para se garantir a afirmação definitiva da Província neste período crítico do estágio

evolutivo da região, assumindo-se como a segunda aglomeração urbana do País.

A desagregação destes recursos encontra-se expressa nos quadros inseridos nos

capítulos seguintes, cujo conteúdo permite uma avaliação minuciosa dos meios

necessários.

115555

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1. Recursos Financeiros

6.1.1. Resumo dos Investimentos

6.1.2. Investimentos por Valor

115566

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1.3. Investimentos por Número de Projectos

115577

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1.4. Plano Plurianual de Investimento Público

6.1.4.1. Distribuição por Eixo Estratégico de Desenvolvimento e Ano (Valor e Número de Projectos)

115588

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1.4.2. Distribuição por Sector e Ano (Valor e Número de Projectos)

115599

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

116600

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1.4.3. Distribuição por Município e Ano (Valor e Número de Projectos)

116611

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1.5. Fontes de Financiamento do Investimento

6.1.5.1. Decomposição da Natureza dos Recursos Financeiros por Eixo de Desenvolvimento

6.1.5.2. Decomposição da Natureza dos Recursos Financeiros por Sector

116622

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.1.5.3. Decomposição dos Recursos Financeiros por Origem e Período

116633

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.2. Recursos Organizacionais

6.2.1. Necessidades de Reforço de Pessoal

116644

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

116655

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

116666

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

116677

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

6.2.2. Necessidades de Formação

116688

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

116699

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

117700

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

7. Sistema de Monitoria e Avaliação

O sucesso do Plano Provincial obriga a que ocorra um processo de acompanhamento

e análise que possibilite verificar o seu progresso, identificar as dificuldades surgidas

e promover os reajustamentos necessários.

As mudanças em curso em Benguela implicam a necessidade de se estabelecerem

mecanismos de actualização da informação que alimentem os processos de

planeamento e gestão. Esta função da monitoria e avaliação é crucial.

A monitoria efectua o acompanhamento e recolhe informação sobre o progresso da

implementação e a avaliação mede o impacto na vida das pessoas.

O sistema deve ser desenhado para respeitar princípios, nomeadamente de

simplicidade e objectividade do sistema, não estabelecer mecanismos e

procedimentos paralelos, diferenciar processo e impacto, combinar análise

quantitativa e qualitativa e utilizar os resultados do sistema para ajustar e rever a

intervenção.

Para se poder monitorar o Plano é necessário recolher e compilar muita informação e

ter capacidade para a analisar, extrair conclusões e sugerir recomendações.

Os elementos principais do sistema devem ser os relatórios anuais e os planos de

actividades a serem produzidos por todas as Direcções Provinciais e Administrações

Municipais, contendo elementos compilados e analíticos que resultem da monitoria e

eventuais avaliações. Da articulação entre a análise, as conclusões a serem feitas

nos relatórios e os ajustamentos e revisão aos planos, está a chave do sucesso do

sistema.

O sistema deve ter como Linha de Base a situação existente na província, daí a

importância da realização de perfis municipais e da utilização dos diagnósticos

sectoriais feitos para o Plano Provincial.

O terceiro elemento fundamental do sistema é a elaboração do Plano de Monitoria

que defina que tipo de informação vai ser recolhida, quem a vai recolher e compilar,

a que níveis o vai fazer e com que periodicidade.

Por último o sistema deverá planear a existência de um Plano de Avaliações,

especificando a periodicidade das mesmas, se vão ser internas ou externas e quem

será responsável pelo seu acompanhamento.

O Executivo ao nível provincial é responsável pelo acompanhamento da

implementação do Plano Provincial, sendo os Executivos municipais responsáveis

pelos Planos Municipais.

117711

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

Tendo por base que o princípal beneficiário do sistema de monitoria e avaliação será

população da província de Benguela o sistema deve verificar se os resultados e o

impacto estão a ser atingidos. Assim, devem ser os Conselhos de Auscultação e

Concertação Social (CACS) os principais interlocutores do processo de monitoria e

avaliação.

O Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP) deve ter a coordenação técnica dos

trabalhos de monitoria e avaliação, sendo nesta tarefa apoiado pelas Repartições

Municipais de Planeamento (REP) das Administrações Municipais e os responsáveis

pelo planeamento nas Direcções Provinciais.

A monitoria sectorial do Plano é da responsabilidade das Direcções Provinciais e a

monitoria espacial é da responsabilidade das Administrações Municipais, cabendo ao

GEP e à Secretaria Geral a compilação de todos os dados ao nível da província.

As avaliações internas devem ser promovidas por um grupo misto de representantes

de vários sectores e municípios, incluindo representantes da sociedade civil nos

CACS.

117722

Programa de Desenvolvimento Provincial (2013-2017) – Governo Provincial de Benguela

8. ANEXO – Projectos de Investimento