professor titular da faculdade de direito da usp · josé rogério cruz e tucci professor titular...

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José Rogério Cruz e Tucci Professor Titular da Faculdade de Direito da USP açtlo declaratória seguida de açtio condenatária - identidade de partes e de causa de pedir - çfjcâÓa preclusiva determinante do julgamento da demanda sucessiva - violaçiio do art. 474 do CPC - enriquecimento indevido CONS L TA -me a CONSTRUTORA MENDES S. I por melO de seu ilustre fessor tor SEBASTIÃO BOTTO BARROS TOJAL, sóci prest gioso escritório Toj Teixeira ra, Serrano &: Renaul t Advogados Asso ados, fo consulta acerca de st s za pro essual emergentes dos autos a c o, em process rante a dera da Seç Est Pe o, em que são prot '-i '-n. .Li S tas , como rent a onsulente supra nomeada, e, como SA R N c- A, '\1 ')" 1\ D\RES f!l1dll: tuc jJ. v aasp.(' .ht

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

açtlo declaratória seguida de açtio condenatária - identidade de partes e de causa de pedir ­

çfjcâÓa preclusiva determinante do julgamento da demanda sucessiva -

violaçiio do art. 474 do CPC - enriquecimento indevido

CONS L TA

-me a CONSTRUTORA MENDES

S. • I por melO de seu ilustre

fessor tor SEBASTIÃO BOTTO BARROS TOJAL,

sóci prest gioso escritório Toj Teixeira

ra, Serrano &: Renaul t Advogados Asso ados,

fo consulta acerca de st s za

pro essual emergentes dos autos a

c o, em process rante a

dera da Seç Est

Pe o, em que são prot '-i '-n. .Li S tas , como

rent a onsulente supra nomeada, e, como

S A R N c- A ,

'\1

')" 1\ D\RES

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

rl a Companhia droelétrica do São

Francisco-CHESF (proc. n. 2000.83.00.014864-7)

Esclarecendo os fatos,

int icientemente com a apresent de

rela lO e exib ção de cópias. , .

s prlnclpals

pe a a dos autos f submeteu-me as

rre es indagaç s, o teor na e

1 ral é o seguinte:

"Expostos todos

Vossa Senhoria

fatos, reportamo-nos a

a seguinte '"'Vil""." uc<,

1. Quais os limites objetivos COIsa

material na ação ajuizada

nossa cliente '!

a finalidade da condenatória

ajuizada em sucessivo '!

o julgamento da produz

coisa julgada ou LUf',LUlJIU espécie de eficácia preclusiva

a demanda posterior, de "''>1'n1''''7'>

pendente '!

:2

condenatóna,

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Em caso positivo, a sentença

na açào condenatória ofendeu os termos do precedente

julgamento?

Tem algum embasamento jurídico a

vantagem econômica propiciada à

?". .

Assim jet s e e cíficas as

stões formu adas pelo douto Col patrono da

onsulente iciendas tornam-se, à

s aI considerações preambulares,

por isso, a examl -las, com as

1 is raç ra em

se e onc são, responder aos sitos

ranscrit

3

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si.

José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

liA sentença declaratória

em julgado, obriga os lujize~s a

lhe respeitarem a eficácia, sendo-lhes defeso

desconhecer, alterar ou modificar a

judicial

BUZAID, A

Proc. Civ., art. 467)"" (ALFREDO

declaratória no direito brasileiro, ed.,

Saraiva, 1986, 8-9)

I - VI ES PROCESSUAIS DA DEMANDA

1. Precedente ação de natureza declaratória

o exame s peças s os de

a aratória revela a eonsulente,

CONSTRUTORA s. A. em

erlo aj ui zamento da ra mene ação

ordinário, aforou, perante a 4 a

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

ra C vel Comarca do cife PE , ação

na za a, em face

létrica São Francisco CRESF.

egou na ti cial

ssa como causa pedir remota, que,

t venc ra na Con a ~ca

- 4/ celebrou com a

re erida no ano de 1981, os contratos

I 227. 80 e CT-I-227.281 para a execução s

obras te lanagem e est s concreto do

rove droelétrico de Itaparica f f no

Franc sco.

Relatou, ainda, em 1 e

nucioso arrazoado, que, a de ito de ter

re ido e os tos conven

Cl s, a JÚNIOR continuou a exe ão

rtante elétrica , , jeti manter o

ritmo sobras ro programaç estabelecida

a SF e levando em conta os e ores

ntere ses p ene tico nl tério

s nas e la, da e em

e e aI f s economia Nordestina" .

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

A demandante, ora consulente,

af rmou, outrossim, para cumprlr a abri

contratual ressamente as da, \ \ foi obrigada

a tal' recursos no mercado financeiro para dar

s ia às ras para as quals foi contratada.

ao merc financeiro, teve ela

amente rtar os respect s custos muit

erlores à correção e aos Juros convencionados

no tament c ratual" .

viu-se rtanto a MENDES

\ \ , "e.l- 1. a financiar a execuç da de

It rlca, rtando, des então, custos

extremament onerosos, correntes

uros l rt l S I na medida em

f -L LlU-j. .L'-'e .l ro a c rar Juros

renta r cento) ao s .

e s de capital giro t

prazos Zl s ra 30/60 dias, o

mals a situação Autora, obrigada a fazer

a constante renovaç (ro no a

financeiro) ssas erações " c)

Invocando os termos sSlva

a ora consulente

6

Z que a contratante

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

\ re eu o rei to da construtora e c essou

determinou o pross imento obra com o

financiamento mesma pela MENDES JÚNIOR I com

recursos captados no mercado .. I ,

s l passando a

aç jurí ca respect tiç

l al aludida ação declara a, a ora

onsulente atizou o prlnc lO

c nUl de s obras licas lica a

ão contrato l com a necessá a

recompo lÇ do equil rlo ClO ] co

cel re os contratantes.

i\ssim, ficou claríss nas

u-,--u-uzida pela MENDES JÚNIORpretens

daolecresto. .lmperlosofaz ase

ssasp

e ç. .lnancelra contrato, com o

re o, pelo Poder ciário, reito

construtora rec er l e seu

prej íZO I st que impossibilitada l e

l stra ão, invocar a cl a exc o non

~Y'~~L~~eti contractus.

7

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Impunha se, port o ao ver

ra consu ente, lO pagamento, pela rida, de

uma l lza correspondente aos custos

tivo nos qua s a contratada incorreu para

te s re sos necess lOS, p01S esta é a ca

forma tenção um ressarcimento c 1 e

et dos eus prej uí zos, já não t .L.U.UL-l. a

recu s s

f inanciar a obra, nem de

ra tanto ... f f

spor de

2 Elen1entos intrínsecos da precedente ação judicial

Para a exata comDreens

cená 1 jurí co que consti i obj eto e

lta, sc ina-se imprescindível se

ve .ç:'.l..l SUCl amente, os el~ll'~LL os

ruturais subjet tes) e s

(caL! edir e edi ssa er r

como st desenrolou-se rante a 4 Vara

c 1 rca Recife- cUJo rdão

ito de muito transitado em julgado estaria

a e sorte subseqüente a

na ureza '-'-'~H..-L'-l.J.Cl.tóI."ia aj ui zada pela MENDES

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

consulente em face da Companhia Hidroelêtrica

S ranclsco- SF.

fundamenta daquela

ti como eto fatual (causa petv~~u~), orno á

es arec no anterior tem, o prejuízo sofrido

a onsulent ! consistente, modo rticular

no nanciamento obra contrat me ante a

c taç ativos no me financeiro

rcunstância essa eu o equilíbrio

contratual sempre deve ser preservado re os

ratantes.

decorrência eXDosição

fa os e da fundamentação jurídica! o di

(pe tum) que restou formulado la MENDES JÚNIOR

na a aratória foi o seguinte:

" À vista do exposto, é a presente

uerer a Exa. a citação da HESF no

endereço indicado no preâm lo, para, querendo,

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

--"----~-----------------"----

r contestar a presente ação que, ao final, deverá

julgada procedente para o fim de declarar o

direito da Autora ressarcimento completo e

atualizado, pela CHESF, dos valores relativos a

juros de mercado e encargos financeiros em

que incorreu a Autora e que foram decorrentes

de financiamentos da obra a que foi obrigada, em

rtude de falta de pagamento por parte da

CH F, e da determinação desta a Autora para

que assim mesmo prosseguisse com a obra no

ritmo adequado... " fls. 48 da petição

l cial - dest meu) .

3. Sintese: a causa de pedir prõxinla e o respectivo pedido

há rtanto,

a) a causa pedir, de zida pela MENDES JÚNIOR,

es se no inadimpl o da contratante SF

e I cons e, no direito de a c e

ser de todos os prejuízos

e ou; e

b) o como tamb já icitado, a trou

tutela jurisdicional declaratória direi to ao

c re e ressarcimento

10

completo e

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

a liz ela contrat e requeri s

ores relativos a juros de mercado e encargos

f ............u.......,....eiros des ls s pela consul e f e que

orreram do necessário financiamento da ra.

4. Ratio decidendi da integral procedência da pretensão

pe a 1 a

is bem, o acórdão proferido

,-,v<",v<ra Cível Tribunal de Justiça do

Es o, ao dar provimento ao recurso

n. 81 l e st la

rec'-J~Á~Á,-ceu a integral cedência

do formulado na denomil.J.u-u-u- a

ara ta.

Lê- se na respectiva ão

ss consistente e unânime aresto, in verbis:

casu, não havendo possível o

acordo, forma administrativa, entre as partes

cu ser inafastável o di do particular

sua pretensão através do J iciário, a fi

restabelecer aquele equil econômico-

financeiro rompido brutal contrato

questionado, a inadimplência da

I I

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Administração (por longo tempo), determinando

que a empreiteira fosse buscar recursos no

mercado, para não paralisar os trabalhos e

entregar a obra na forma pactuada.

Mesmo que a MENDES JÚNIOR não

houvesse recorrido ao mercado financeiro,

injetando, sim, dinheiro próprio na obra, a

situação seria inalterável, pois aquele seu capital

deveria ser remunerado pelas taxas operadas

pelos Bancos do País. Doutra forma, volto a

dizer, seria locupletamento indevido da

Administração.

Chamo a ISSO de reembolso, que não foi

pensado pela correção monetária, destinada

apenas a repor o poder aquisitivo original do valor

do débito em atraso, não cobrindo tais gastos.

Penso q é o mínimo q a Administração

está obrigada a pagar. partes

acordaram em cláusulas de defesa à altura desta

inesperada hiperinflação que atingiu o País, onde

se começa a exigir a atualização dos salários,

d la, ao invés de quinzenalmente como

ocorre, nada mais correto do que a intervenção

do Judiciário, funcionando como verdadeiro

termostato da situação, para restabelecer o

equilíbrio perdido por força dos atrasos nos

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

pagamentos, pela Administração, obrigando o

particular a ir buscar meios financeiros no

mercado de capital, juros esses que nos dias de

hoje alcançam cifras inimagináveis mesmo para

os mais derrotistas econômicos... " (grifos

meus) .

faci e se serva

de a istal no o entendimento

ra no concerne à claraç direito

a JÚNIOR obter o s

ressarcimento dos danos ma ais sofridos!.---

.5. Ressarcimento completo a "juros de mercado"

Com efeito, mais ante I no que

oca à ressão integral ressarcimento, ficou

ém assent no acó

Sendo certo q a monetária

é lucro, constituindo atualização da

moeda, restou à recorrente MEND JÚN o

ressarcimento juros de 1% ao mês o que

convenhamos é compensação ridícu , no

13

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quadro econômico do Pa ,merecendo reparação

nOI"Tl'n dos princípios já referidos.

Nestes termos, ho posição contrária à

adotada pela respeitável sentença de 10 g

Dou menta ao para, resolvendo a

incerteza JU Ica reinante entre as partes,

a existência de uma de créd

MEN JÚNIOR r-,., ..,+ ....... a CH F e lhe

assegure ressarcimento completo e atualizado

dos valores relativos a iuros de mercado e

encargos financeiros, decorrentes

financiamento da obra ITAPARICA e, obtidos

a falta pagamento, por parte da recorrida,

na nidade contratual (textual

com st meu) .

la, perfeita

deci r

acó não

na s

da ress

dos valores

e encargos

doa

mercado

à

r dúvida

de

la com as razões

Gua

juros

a qual

spositiva

c e

a

quanto ao significado

ma "Y'n-orn

"ressarcimento completo ... e atualiz

reI

essa parte

de

ve tente,

relaç

f eiras!' .

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Estes, portanto! os 1 tes

etivos ficara decidido na precedente

que debelou a crlse de ce eza ão

existente entre as partes contrat es.

6. Subseqüente ajuizanlento de ação de natureza condenatória

Valendo-se um reito

j etivo lhe é assegurado pelo rágrafo

co art. 4 o do go cesso C I, a

'u·",..."rv[:-s JÚNIOR af rou, em s 1 pe e a já

12 Vara Federal da Se iciária do

Est LlU"""",.} u.,-,O , em f a c e SF a

e natureza condenatória c. n.

200.83.0.014 - 7) .

Insta registrar que j na

re ectiva petição inicial, a ora c e

as everou em decorrência do trânsito em

j do precedente acórdão, , 'proc a

rl roso levantamento s faturas s em atraso,

S'-'~"d.c'_'-'J-se em custos financeiros lic s e

rec cidos por revistas especializadas c ando

com a assessorla e respaldo

J5

dos tores

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

es notó a idade, foram a

Pr ce Waterhouse e a hur Andersen ... f

leito·

Formulou outross o s e

.. , seja a ré condenada a pagar a autora a

importância decorrente dos referidos juros

mercado, a ser aferida por perícia, para confronto

valores apresentados pelas mencionadas

auditorias, a qual deverá ser atualizada também

por encargos de mercado até o

pagamento, conforme judicialmente decid

Desenvo norma e o

process em seus ulteriores atos e termos com a

int da ião como assist e CHE8F,

l e a fase inst órla, tendo sido

erl p prova per cial.

S revelO, ão no momento

processual rtuno, s ença de mérito.

16

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

7. Termos da sentença de procedência parcial

É fácil verificar que o ato

cisó o julgou a denominada ação

con tória promovida la consulente encontra-

se, r assim zer, no que 1 1 eressa,

di dido em duas partes suceSSlvas.

A prlmelra de as reconhece, à

ia, a imut ilidade da precedente cis

] 1 aI.

da sent--...l..l.VCA

Com efeito, consta ressamente

" Nesse passo, a decisão de mérito

transitada em julgado proferida na Ação

Declaratória n. 00188006131-7, movida

EN ES JÚNIOR ENGENHARIA contra a

HESF, que reconheceu o direito da ao

ressarcimento valores que adiantou para a

construção Hidroelétrica de Itaparica,

ros de mercado e encargos financeiros, está

acobertada pela autoridade da coisa julgada

material, nos limites da lide e das questões

decididas (art. 468 do CPC), prod ndo os

17

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

efeitos extraprocess de vincular as partes

e o juízo de qualquer outro processo que lhe

seguir e impossibilitar a rediscussão da I

em ação jud ulterior" .

... Assim, a sentença de mérito prolatada

na aludida Ação Declaratória n. 00188006131-7

não é suscetível de rediscussão neste

processo, em razão da ocorrência da coisa

iulgada material, que torna imutável e

indiscutível a matéria por ela resguardada,

independente da justiça do conteúdo

intrínseco do decisório... " (destaque meu) .

A. s ença, a esse prn-nr'\sito, é

t enfá lca ao asseverar:

".. não havendo rescisão do contrato é

vedada a iscussão matéria da i ização

dos prejuízos, estar acobertada pela

jU materiaL .. " .

Todavia e por paradoxal

possa er - numa segunda rte esse referido

à sa \ \ erpretar o

di sit sentenc a 1 I !~ f toma

18

um rumo tota e

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

rciado tudo quanto havia sido debatido e

Cl na erlor demanda!

:Lmente, até forma

nusit a sentença ra es

sos

exata

a

vamente

1 seja

or

os Juros

a

e foram

or

en

a

o

zação

ro-

izados,

entre

a ora cons ente e o

rtiu de uma nova premlssa,

ente em

somente podem ser aqueles

sa

ca

oa QéU1]/3ntos a

E assim, seguindo esse novo

s no mercado financeiro pela MENDES JÚNI

o I a sentença deixou assentado que! para

s nesta

dualmente os recursos

Usina de Itaparica e a alocação

s aludidos recursos obti

reClso apurar

obra

r ao quanturn debeatur:

const âo. ! , e

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direíto da USP

b) , \ a não comprovação da alocação especí f ica dos

recursos s contratos de financiamento ital

glro no custeio da obra de Itaparica impede a

lncl~~H~la imediata das taxas

f nanciamentos no caso em tela .. "

Juros de tai s

Entendendo, portanto, , il íti-

mo' ssar à CHESF o custo do financiamento

ma s el obtido pela MENDES JÚNIOR, até, ,

c taç

comprovação

recursos

específica

ra custeio

da fonte

obra' a

referi sentença jul ialmente

p roc C:;'-Á.C:;U e pleito deduzido pela ora consulente

ra U~l~'~Uar a requerl a indenização

c lcul s re o valor das faturas em atraso, com

nc l U'--~~'--· juros s les, , , com apl icaç

í i e reflita, na época específica, a menor

remune das formas recursos

la MENDES JÚNIOR

oc do financiamento de cada rcela

ra. rif no original

Não é fícil conc ir tal

o judicial estabeleceu, de forma clara

um novo critério para a aferição do preJ zo

20

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eriment

José Rogério Cruz e TucciProfessor Tilular da Faculdade de Direito da USP

pela MENDES JÚNIOR, critério esse

nao só contraria frontalmente o disposi t

prece e sentença, como t ém proplcla

t 1 enriquecimento l ustificado à CHESF em

o patrimônio da ora consulente!

***

21

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

- ANÁLISE DOGMÁTICA DA QUESTÃO

8 . A pretensão à declaração no quadro das espécies de tutela

Passando já ra ao exame

t r co s questões suscitadas pela presente

consul a assinalar f em pr iro que

as ões judiciais são comumente catalogadas la

p la da efi Cla se projeta na

re ct s ença.

Não é de Je que segmento

SI ficativo da doutrina processual tria

sust a a tripa ição das

s as encerra t s

enfrent s no plano p lCO, Ass

t cional classificação

os inais em s enças

constitut e condenatória acresc am se as

sentenças aI e exe lva.

Sej a como for f é curial toda

e 1 r ação e, 1S,

22

todas as sent s

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proferi

José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

s em processo de conhecimento c

eficácia

ou menos ac

claratória, em de intensidade mais

No ora l eressa devo

istrar, l ClO, que as ações de

e e simples, s sempre e apenas,

as, porque têm como primo aI escopo

es elecer certeza tiva acerca uma

te reI jurídica.

A doutrina e cializ um

ra ! mui to debateu acerca da na za da

a claratória, pro justificar a sua

st ia ao s

celeuma restou z

se conta a certeza ] ca e

em Sl mesma um bem como

me

1 outro bem Jurl

pro ess

c LA. " ''--.LI. e reI e, r

Como,

OVENDA, a dificuldade

com acuidade,

a doutrina

23

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

encontrava em arrolar a açao declaratória com as

UÇllle:tlS resul tava de nao se rceber que há

UL.H~S o processo ] cial pode atribuir,

SÇLLUV les a certeza ] ca: até mesmo o---_..._-----

rec lo adversário

zi-lo em l desde

s a se l OVENDA,

ções direito processual ci 1, vol. 1,

• I tr. rt. de J. Gu s le

lo, Sara

SlCl

1965, pág. 222. V., seguindo esse

o, ADROALDO FURTADO FABRÍCIO, A ação

uo;;:;: ........ ara a in d en tal , 2 a e d. I R i o Janeiro

rense, 1995 30; CELSO AGRÍCOLA BARBI, Ação

declara a principal e cidente, 4 a o de

lro, Forense, 1977, pág. 70).

9. Adequação da ação declaratória

Insta outrossim servar

ante do o di tivo que é contemplado

1 art. 128 do nosso Código de Processo C I,

se r ao autor a pretensão à s les

mesmo quando já consumado o

l lemento pelo réu, sendo, por a de

24

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José Rogério Cruz. e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

conse la, tU.lll.l-.JLlll ssível a propositura

condenatória.

É a do parágrafo lCO

art. 4° do de Processo Civil:

"É admissível a ação declaratória, nda que

ten ocorrido a violação do direito" .

Inte retando o nosso sistema,

esclare e AL D, com lastro em LI.DLJL·H-:l_.c.

"Certamente não se negar ao autor

u liberdade de escolha que a lhe u.

Natu se preferiu a ação declaratória,

a sentença lhe iti pedir a execução,

para a qual será necessário que propon uma

nova ação e obtenha uma sentença

condenatória... " (A ação aratória no

direi brasileiro 2 a ed. S

lo, Sara , 1986, 136)

pioneira e clássica monografia

s re ema (Der tstellungsanspruch La

pretensi de ara ón, tr. casto de

25

M.

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José Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Semon .LJ '"'.. '-',.~'-'s Ai re s , 1962, pág. 120) ADOLF

not gualmente, na esfera do

processo alGll'U'J no 1 prevalece o mesmo

p l.nc 10 d sposição, 11 o ti tular direito

es impedido molestar o seu rsário com

sucesslvas aç s o rsário

a dí total se preferir se ter a

varlos p cessos, ou se pretender uma clsao

1, deduza a totalidade lide e

re onvenção ll•

essa 1"Yl"V~,"","V'rante

t CARNELUTTI assevera sempre foi mais

a onsel 1 s lOS aspectos I rlnnr em um

lCO process processo t o

ra existente entre as rtes.

s e, por razões que somente zem respei to à

c l.a demandante, o jurista italiano

acabou U~lll~tindo o denomiu~c~'J processo parci no

1 o or formula enas pe do declara ár o,

egando ra um s momento se for o caso I

ajuizament ação ária (FRANCES

I , tituzioni processo ci le

i iano l 5" ed., vol. 11 Roma, Foro Italiano,

195 255) .

26

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

o processo civil conota

1 ral como o adot la I islação pátria, é

d sit r excelência! cabcH~u unicamente ao

avaliar a estrat la de deduzir pe de

si les claraç lhe lícito p

he to a ou menos. E como a claraç está

conti na sentença condenatór a

natura e um contra-senso que se lhe negasse a

facu dade pedir apenas aquela! o que talvez

re à sua conveni ia.

Pode, por exemplo, ocorrer que

ao escol r a a processual, o autor entenda

produç da prova do scumprimento c ratual e

da afe iç valor do seJam demo s ou

onerosas ou que se sinta suficientemen e

ido com a simples claração de seu reito·

p -se dar, também que o l eresse prec

e esteja na p rla cla

o, r razões ínt s ou mesmo jetivas

(como, e. g. , a lnso la notória réu) ,

re proce r à cob do crédito.

I se, a propósito, e-

l_CO precedente 32\ do Superior Tribunal

27

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José Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Justiça t no julgamento do Recurso n.

8.303 relatoria Ministro ARI PARGENDLER

lastreado no rágrafo co art. 4 o

Processo C 1, assentou:

"Ai que a parte

completa em outro tipo de

isso descaracterizado o

mediante ação declaratória".

ten tutela

demanda, nem por

interesse agir

Em suma: a a de ara a

ostenta pres stos e escopos p rlOS, s

l endente em reI ão às is e écies

tutela Jur sdicional

10. A coisa julgada na declaratória enl relação à sucessiva

açe10 condenatória

se confunde a efic ia

p la do ato que tende à inção fase

c c o processo com a abili do

c decisório da s ença que é aI ada com

txâns i to em j uI

28

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

A efi la sentencial I portanto I

se ncula à COlsa julgada. Passada em julgado

a sent aI adquire ela uma nota característica: a

ilidade. r esse prisma - destaca ARAKEN DE

SIS - é preclso considerar a coisa julgada como

ins ituto cul nante uma atividade, uma

a nentemente teleológica, o processo.

Desse cisão imutável e -'-LJ.U-i. S 1 é

la ating est io final de est

s o o vista do comando emiti por

te órgão jurisdicional. A ess

cOlsa jul reside exatamente na imutabilidade

s a. E o interesse resguardado é o da paz

social e segurança das reI ões jurí cas (Da

natureza jurídica da sentença sujei ta a recurso,

trina e p tica do processo c 1 c em

o S 247)

o a sentença é a re sta

ao pIei to zido pelas rtes, a COl sa j ulyu.u-u.

rnaterial! r sua vez I coincide com o o no

1 a tutela Jurls cional é definiti e

prestada.

revesti

rlva desse fenômeno um duplo aspecto

significativa conotação jurí ca:

um 1 as partes não mais

29

rão submeter

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

e a matéria decidi à ciação Poder

ciário e outro, o Estado tem o dever de

a controvérsia, já dec da lf em

sucess oportunidade.

Não mals sendo poss 1 a

l e Sl qualquer recurso ou não S~H~~

inte sto no prazo legal, a sentença transita em

julyu.'--'l~ to U.vL.U'-'-~-se imutável o comando que la

eme Essa CV.LJ.'--'l..Lção, ssa a caracterizar o

p o judicial que decide a lide, transc

as fronteiras processo e ati a s

pe soas, determiuvLu\..LV rigorosa int ibili'--'lU'--'lC;; s

Sl ões jurí cas declaradas ou crl s,

perante o direi to poderá ser

feito por elas próprias, nem por outro JUlZ, nem

elo p r o 1 isl r, a c rariar

restou soberanamente decidi E lSSO,

a rantia constitucional COlsa julYGlUct

mat ri 1 consiste na LLLU.L.L..L Z ão do c

sário s ença.

a formaç da COl sa julgada

t rial, t s as stões que ficaram decidi s

i ter na sentença tornam se imut

30

lS e

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Olreito da USP

l iscutíveis (art. 467). sse modo, depois

t ito em gado, os efeitos, prlnc lS e

secundários

defi t

sentença tendem a produzir- se de

Não é preClSO sali ar que esse

fenomenD também f por certo! ve fica - se no

ito a de natureza ara rcute

na sucess de cunho condenatório.

Sim rque o acertamento

J l ial estabelece a certeza s re a

exist uma relaç jurídica de que resulte

uma prest ão (fazer! não-fazer ou dar) f conti

numa prec,-,_~,-_u e s en t '--'--l-yLA meramente declaratória,

orna se 1 e s ível lusive na

eventual ação a.

Em outras lavras: a declaração

passada em julgado não irrompe susce 1 de

pelas mesmas tes, numa sucessiva

demanda. Igualmente,

novo julgamento!

31

s pode ser je de

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

E isso, porque a prec e

cla J cial, cobe a la

coisa julgada ostenta inequívoca função

Na ve OCCLLLUV essa mesma

situação, bem esclarece BOTELHO DE MESQUITA (A

sa j Teses! es s e ceres

rocess I vol. 2, São Paulo, Ed. 2005,

162 163): 'num litígio entre as

mesmas rtes, o JUlZ do novo processo fica

s re vinculado à indiscutibilidade da conclusão

(e emento claratório) da sent'-'iLYU.

Corno arremata, a propósito

ALFREDO BUZAID,

"A sentença declaratória vale por si.

Transitada em julgado, obriga todos os juízes

a lhe respeitarem a eficácia, sendo-lhes

defeso desconhecer, alterar ou modificar a

declaração J (Cód.

467) ..." ação dec~aratória no

direito brasileiro, cit.,

32

g. 8 9).

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

11. Eficácia preclusiva da coisa julgada

Não há se confundir coisa julgada

e prec s A C01sa J gada consti 1 uma s

r1as Sl ões jurídicas dot s efic ia

preclusiva.

Sobre essa importante distinção!

p

lica BARBOSA MOREIRA que!

zidos pela coisa julgada!

re os efeitos

sponta aquele

rar uma terminada modalidade preclusão, sem

f exc ída a produção efeito ogo

r ras causas de pedir, isto é! por outras

Sl ferentes la c rta pela coisa

J

s a chamada efi cia

prec s c01sa julgada manifesta-se no

e o surge! com o t ito em jul

e aprec1ação s est s susce íveis

nc 1r f por sua soluç no teor

p ronunc 1 U."l'-C-~l.L o J cial, ainda que '-'.L,"vcu,-,-nadas

pelo JU1Z. Essas questões rdem, por ass dizer,

t a relevância que pudessem ter em relaç à

matéria julgada (BARBOSA MOREIRA! A eficácia

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

preclusiva da coisa j gada material no sistema

cesso 1 brasileiro, Temas de direito

processual, Paulo, Saraiva, 1977, 100) .

Com efeito, dispôe o art. 471,

do igo de Processo C 1; 11 Nenhum ] u~z

novamente as questões já deci das,

ativas à mesma li 11

ve 1 1 aí p sta

l e ao JUlZ do processo! em que as stôes

foram Cl das, como a qualquer outro JUlZ, em

processo, a que se resente a mesma lide. O

ficou cidi com autori c isa

material, é e INDIS

o MESMO JUIZ ou OUTRO Z, MESMO ou EM

PROCESSO" (cf. MOACYR AMARAL SANTOS,

os ao Código de Processo Ci 1 vol. 4,

o lro, Forense; 1976, 482 com

s a meu SÉRGIO GI.LLULJ.l.'- o

propósi to e alcance art. 474 do Revista

S ese de

999,

rei to c

4 O) .

1 e processual c

34

1, vol.

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José Rogério Cruz. e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direíto da USP

como explica BARBOSA

MOREIRA (A eficácia preclusiva da coisa j gada

mat

jul

aI I C i t ., pág . 97)

fica a sentcl..LY'CÁ

lldesde o trânsito em

defini tiva revestida da

oridade da coisa julgada em sentido materi

r isso dizer que a solução dada ao litígio pelo

J lZ se torna imune a contestações juridi e

reI es apenas no âmbito daquele mesmo

processo em se profer a decisão, mas também

f ra nculando as partes e isquer juízes

eventuais processos subseqüentes".

Conclui se!

fi s os limites da

portanto

declaraç ]

que!

cial

sumida na coisa julgada material, tornam-se

e es lllL-'..L.LCS a nova discussão, pelas ~rtes I ou

no o

suc ss demanda.

***

35

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Tituiar da Faculdade de Direito da USP

I - VISUALIZAÇÃO CRÍTICA DO CASO CONCRETO

12. Objeto tu/cral do julganlento da ação declaratória

tomando os termos da presente

consulta como j á procurei esclarecer, a ti

l cial ação de ara a, ao

Zl a causa petendi, nudenciou t o a grave

c ratual da SF, quanto a forma de

recomposlçao prejuízo sofrido pela MENDES

lícita, nesse sentido, a

nece s s iu-<-<u-,--" a respect .L.LUC:.lJL..L zação f ra ser

int=r<Y'::ol e efetiva, corresponder aos custos

efet s nos quais a consul e incorreu para

obter os recursos suficientes com a prec

f'nali ul timar a construç a que estava

ri

Ademais! ao extrair a

conse la jurídica exposlçao fático- urí ca

constante sua postulação r a ora consulente

f rmulou p do expresso de declaração

36

reito

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

ao ressarc OI completo e atualiz pela

ores relativos a s de mercado e

Atendendo integralmente a esse

peito MENDES JÚNIOR, também como antes

referi I a a Câmara C 1 ibunal sti

Est rnambuco deu p menta ao recurso

n. 81 9 e reconheceu a

edência do pedido.

ra t o, o aresto

rentou

uros

modo percuciente, a ques

mercado I •

dos

enfática t

Cl a p sito forma até

... Mesmo que a MENDES JÚNIOR não

houvesse recorrido ao mercado financeiro,

injetando, sim, dinheiro próprio na obra, a

situação seria inalterável, pois aquele seu

capital deveria ser remunerado pelas taxas

operadas pelos Bancos do Pais. Doutra forma

seria locupletamento indevido da Admi­

nistração" i fos meus) .

37

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José Rogério Cruz eProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

E foi, com efeito: s indo essa

li racioc o, que o a do órgão col l

clarou como objeto central do julgamento, o

direito a ora consul e ter "ressarc~~LI,CU

e atualizado dos valores relativos a

uros mercado e financeiros,

correntes de financiamento da obra

1 inultabilidade da declaração abrangente dos "juros de

mercado"

ent iment~

Tudo então

e à extensão

disser respe to ao

expressão ' juros

rc não mais ser obj eto julgamento

em sucess processo.

Forçoso é reconhecer que, a teor

rt. 4 8 go esso ci 1 somente a

rte

c lsa u

spositiva sent a de ri to é que faz

Assim a rigor, as quest s

s enc ram fora dos limites

38

jetivos COlsa

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J R.ogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

julg não t a aptidão, se, para

irir autoridade cOlsa J gada, mas s

ati l S pela eficácia preclusiva sta.

Ora, lSSO significa, no ito da

presente consul ta, a efi la prec Slva

COl sa j 19ada, a funç é inst ai, tornou

1 a fundamentação judicial, constante

mencionado acó proferido na ação clara a,

acerca dos ,\ juros me e encargos

nanceiros' ,

1 . Mani(esta violação ao art. 474 do CPC

proferi

t Oll. l.J \:-::;",

pelo

já ficou esclarecido,

20 da 12 a Vara

J1.1stiça deral reCU1.1.1.1.Cceu res SCUllCJLILe a

eficác a prec siva coisa julgada fo sobre

ce e pronunciamento judicial.

lientou, com todas as letras,

... a decisão mérito transitada em julgado

proferida na Declaratória n. 188006131-7,

39

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

movida pela NDES JÚNIOR GEN

S/A contra a CHE8F, que reconheceu o direito da

autora ao ressarcimento dos valores que adiantou

para a construção da H roelétrica Itaparica,

ju de mercado e encargos financeiros,

está acobertada pela autoridade da coisa julgada

material, nos limites da lide e das questões

uc;""luidas (art. 468 CPC), produzindo

efeitos extraprocessuais vincular partes e o

juízo de qualquer processo que I seguir e

impossibilitar a rediscussão da I em ação

judicial ulterior. ..

.. , Assim, a sentença de mérito prolatada

alud Ação Declaratória n. 00188006131 não

é suscetível de rediscussão neste processo,

da ocorrência coisa' igada material,

que torna im e indiscutível a matéria ela

uardada, independente justiça

conteúdo do decisório... " .

Não obstante, a speito dessa

rretíss premissa, continuando a decidir, a

sent a t ou, como visto, um !!-oyo cri

atua prejuízo experiment pela

critério esse que, a r

vulnerar f almente da parte disposit

40

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

precedente ClS ainda enseja inarredável

vant econômica l ustificada à CHESF em

r o do trimônio ora consul e!

Desse modo, a nova inte retação

consta da sentença de procedência

prolat na denominada a condena a,

de cesso Civil.

aJUlZ

a t. 474

pela ora

Códi

consul e, violou a do

Real e, ao examlnar st

1 à vertente a 18 a Câmara Cível do Tr 1

ça o Grande do Sul, no jul o

n. 70011100312, teve rtuni

Cl r uma vez transitada em jul a

sent a procedência uma precedente demanda:

"", os argumentos dedutíveis encontram-se

inegavelmente atingidos pela eficácia preclusiva

da coisa julgada""

Em senso idêntico, a 2 a ra

mesmo Sodalício gaúcho, no jul

profer do na Apelação n. 7000 10848 reI

processualista Desembargador

JÚNIOR, asseverou que:

41

ANTÔNIO

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

"Pelo fenômeno da preclusiva da

Igada, nibidas futuro exame estão não

apenas as questões deduzidas como as

dedutíveis que não o tenham sido

t ilnamen e....

EstabeleccJ.J.'-L'J precisa se

SlS ema juridico brasileiro no que concerne ã

cOlsa julyu.uu. material e conseqüente efic la

rec Slva, a la Turma Civel Tr 1

s iça strito Federal, no ] gamento

pro erido no Agravo de trumento n.

2 05.00.2.002583-6, lXOU assent , in s:

" Se a questão controvertida presentes

UU'lV'" já foi analisada sentença transitada em

julgado, não como rediscuti-Ia, por força da

eficácia uSlva coisa julgada

15. Importante precedente do Superior Tribunal de Justiça

a pelo, ademais, e sorte a

c locar a últ pá cal nesse i rt e tema

c"Vcr.-otico pronunciamento 1 a Turma erior

TriJJLlJ.J.L<_l de Justiça, de rel oria do Ministro

42

z

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

no o unânime Recurso al n.

7 e Sl etizado em expreSSlva aI

obvi e sem neceSSl de qual r adição!

S inte teor:

"... A coisa julgada nge o pedido e a

causa pedir. Destarte, a preclusiva

coisa julgada 474, CPC) im q se

o resultaao a que se chegou em

processo anterior com decisão trânsita, nda

que a ação repetida seja outra, que, por

via vuuuua, desres o julgado

16. Coibição de injustificado enriquecimento

É .LlllL/\Jrtante al F '~rlsar!

rlc e conside

raciocí o! se

c o il

quando sprovl

de justa causa por

pr ípio 1 1 ou

enri

reito

o

juridici

nessa lil

encontrar no

ceiuCtuc

rac erlza

pross

JUS lça a tutelar o incremento rimonial

beneficiário.

43

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

A rigor F ressalta 080 JOSÉ

DE CAMPOS, em confe ia proferi

em S Paulo no ano de 1981, e lic sob o

título cimen sem causa, responsabili ..... g .... <;;;

1 e na sta s Tr >Ju-.Ll.u.is! vol.

5 0, 1 82, pág. 259 e segs.,

"o campo aplicação enriquecimento

sem causa coincide com o mpo das

deslocações moniais, ou todos os fatos

que determinam o aumento de um patrimônio à

custa de outrem, QUALQUER QUE SEJA A

FORMA QUE ESTE AUMENTO SE OPERE.

porém, que este vastíssimo

en uecimento sem causa

setores da vida ica

normas icas caráter

por

regulados por

O que proíbe o

locupletamento injusto à custa de é

espectro

um dos gerais do sistema jurídico.

IMPE IR O EN U HVIENTO INJUSTO

CONSTITUI U DAS FI DADES GE

IREITO DAS B IGAÇÕ I q no seu

conjunto, tende a obter LI EQUI BRADA

ISTRIBUIÇÃO BENS JU ICOS

RE ES INTER-SOCIAIS. Sendo , as

deslocações patrimoniais encontram

44

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Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

arrogando-se a

riquecimento sem

temente dois tipos

jurídica - as

e as de outro

I, gestão negócios, mandato,

(in pág. 259).

Tudo, aliás, em plena consonância

c sua clássica ra a re ito tema A

S idiariedade obrigação resti r o

quecimen imbra! Almedina, 1974 em

lê, à pág. 359, s: H o enri

Cl o usto fere, r f ção, o sentimento

de J stiça

econômica em

seJa qual for o sector

se verifique e seJam

vida

s forem

a ircunstâncias

em senso

o tenham p

l ico,

11 (cf.

SACCO,

L J..J..J.::::1.LUS ti fi ca to cchimen li,

6 f s 8-319)

lembro a lição de na

qual renomado mestre peninsular, aI

f a ao prlnc lO romano e à r na de

Ulllaj.L~stas germânicos GNY, ID) e dos

l listas franceses (DEMOLOMBE, ), frisava

a ne c e s s l '-~V<.~'- do processo ra obter

45

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José Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

reconhecimento um reito reve er em

dano de quem tem razão.

Observa-se, lS, na

hipótese ora em apre caso se enda correta a

decisão monocrática 12'31 Vara

Justiça ra f haverá inequívoco enriquecimento

encontcausa

F caracterizauuu-se pela total ausência de

justificação em qualquer

o 1 .

17.

Diante do expost a t u.u.v me

est tamente às questões que me foram U.l..Jlllcti s

1 l stre Colega patrono da consulente,

r reafirmando que:

a a s ença de mérito proferida na a

ara a faz COlsa julgada nos limites

f par t i ClJLUirlmen no concerne à

extens do ressarC..I...l.ILl:::JLJ.

46

ComOi1 e e aLua..Lizado

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Reigarie Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

-----------------------------

s ores reI s a juros mercado e

encargos financeiros;

b) valendo-se faculdade c empl no art. 4°

do l Processo ivil após o trânsi to em

jul p o proferi na precr-IJr-1 I e ação

ara a, a consul e aforou, es na

mesma causa pedir e em face da mesma rida,

a na condenatória sando à obt'-.-LLYIÂv

de ítulo executivo j cial;

c) a ef cia preclus t i to em julgado

anterior acórdão impede lquer sterior

discuss as pa es ou interpreta pelo

quanto às

J loamen

stões foram objeto

d) da não de que a ente s ença,

pro erl nos autos ação condena a, afrontou

a abil da prece e cisão e r fim,

e que, a persistir a il idade conti

nesse r iro pronunciamento! lVOCO

enr injustificado em

detr o patr~lllVJl.L~O da ora consul

47

e.

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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP

Esse o meu parecer, s. m. J

São

Processual

lo, 1° de

nos Cursos de

ril de 2008.

Direitoe

Fós- ela Faculdade de Dire.l daUniversidade de São Paulo.

48