professor titular da faculdade de direito da usp · josé rogério cruz e tucci professor titular...
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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
açtlo declaratória seguida de açtio condenatária - identidade de partes e de causa de pedir
çfjcâÓa preclusiva determinante do julgamento da demanda sucessiva -
violaçiio do art. 474 do CPC - enriquecimento indevido
CONS L TA
-me a CONSTRUTORA MENDES
S. • I por melO de seu ilustre
fessor tor SEBASTIÃO BOTTO BARROS TOJAL,
sóci prest gioso escritório Toj Teixeira
ra, Serrano &: Renaul t Advogados Asso ados,
fo consulta acerca de st s za
pro essual emergentes dos autos a
c o, em process rante a
dera da Seç Est
Pe o, em que são prot '-i '-n. .Li S tas , como
rent a onsulente supra nomeada, e, como
S A R N c- A ,
'\1
')" 1\ D\RES
f!l1dll: tuc jJ. v aasp.(' .ht
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
rl a Companhia droelétrica do São
Francisco-CHESF (proc. n. 2000.83.00.014864-7)
Esclarecendo os fatos,
int icientemente com a apresent de
rela lO e exib ção de cópias. , .
s prlnclpals
pe a a dos autos f submeteu-me as
rre es indagaç s, o teor na e
1 ral é o seguinte:
"Expostos todos
Vossa Senhoria
fatos, reportamo-nos a
a seguinte '"'Vil""." uc<,
1. Quais os limites objetivos COIsa
material na ação ajuizada
nossa cliente '!
a finalidade da condenatória
ajuizada em sucessivo '!
o julgamento da produz
coisa julgada ou LUf',LUlJIU espécie de eficácia preclusiva
a demanda posterior, de "''>1'n1''''7'>
pendente '!
:2
condenatóna,
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
Em caso positivo, a sentença
na açào condenatória ofendeu os termos do precedente
julgamento?
Tem algum embasamento jurídico a
vantagem econômica propiciada à
?". .
Assim jet s e e cíficas as
stões formu adas pelo douto Col patrono da
onsulente iciendas tornam-se, à
s aI considerações preambulares,
por isso, a examl -las, com as
1 is raç ra em
se e onc são, responder aos sitos
ranscrit
3
si.
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
liA sentença declaratória
em julgado, obriga os lujize~s a
lhe respeitarem a eficácia, sendo-lhes defeso
desconhecer, alterar ou modificar a
judicial
BUZAID, A
Proc. Civ., art. 467)"" (ALFREDO
declaratória no direito brasileiro, ed.,
Saraiva, 1986, 8-9)
I - VI ES PROCESSUAIS DA DEMANDA
1. Precedente ação de natureza declaratória
o exame s peças s os de
a aratória revela a eonsulente,
CONSTRUTORA s. A. em
erlo aj ui zamento da ra mene ação
ordinário, aforou, perante a 4 a
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
ra C vel Comarca do cife PE , ação
na za a, em face
létrica São Francisco CRESF.
egou na ti cial
ssa como causa pedir remota, que,
t venc ra na Con a ~ca
- 4/ celebrou com a
re erida no ano de 1981, os contratos
I 227. 80 e CT-I-227.281 para a execução s
obras te lanagem e est s concreto do
rove droelétrico de Itaparica f f no
Franc sco.
Relatou, ainda, em 1 e
nucioso arrazoado, que, a de ito de ter
re ido e os tos conven
Cl s, a JÚNIOR continuou a exe ão
rtante elétrica , , jeti manter o
ritmo sobras ro programaç estabelecida
a SF e levando em conta os e ores
ntere ses p ene tico nl tério
s nas e la, da e em
e e aI f s economia Nordestina" .
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
A demandante, ora consulente,
af rmou, outrossim, para cumprlr a abri
contratual ressamente as da, \ \ foi obrigada
a tal' recursos no mercado financeiro para dar
s ia às ras para as quals foi contratada.
ao merc financeiro, teve ela
amente rtar os respect s custos muit
erlores à correção e aos Juros convencionados
no tament c ratual" .
viu-se rtanto a MENDES
\ \ , "e.l- 1. a financiar a execuç da de
It rlca, rtando, des então, custos
extremament onerosos, correntes
uros l rt l S I na medida em
f -L LlU-j. .L'-'e .l ro a c rar Juros
renta r cento) ao s .
e s de capital giro t
prazos Zl s ra 30/60 dias, o
mals a situação Autora, obrigada a fazer
a constante renovaç (ro no a
financeiro) ssas erações " c)
Invocando os termos sSlva
a ora consulente
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Z que a contratante
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\ re eu o rei to da construtora e c essou
determinou o pross imento obra com o
financiamento mesma pela MENDES JÚNIOR I com
recursos captados no mercado .. I ,
s l passando a
aç jurí ca respect tiç
l al aludida ação declara a, a ora
onsulente atizou o prlnc lO
c nUl de s obras licas lica a
ão contrato l com a necessá a
recompo lÇ do equil rlo ClO ] co
cel re os contratantes.
i\ssim, ficou claríss nas
u-,--u-uzida pela MENDES JÚNIORpretens
daolecresto. .lmperlosofaz ase
ssasp
e ç. .lnancelra contrato, com o
re o, pelo Poder ciário, reito
construtora rec er l e seu
prej íZO I st que impossibilitada l e
l stra ão, invocar a cl a exc o non
~Y'~~L~~eti contractus.
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Impunha se, port o ao ver
ra consu ente, lO pagamento, pela rida, de
uma l lza correspondente aos custos
tivo nos qua s a contratada incorreu para
te s re sos necess lOS, p01S esta é a ca
forma tenção um ressarcimento c 1 e
et dos eus prej uí zos, já não t .L.U.UL-l. a
recu s s
f inanciar a obra, nem de
ra tanto ... f f
spor de
2 Elen1entos intrínsecos da precedente ação judicial
Para a exata comDreens
cená 1 jurí co que consti i obj eto e
lta, sc ina-se imprescindível se
ve .ç:'.l..l SUCl amente, os el~ll'~LL os
ruturais subjet tes) e s
(caL! edir e edi ssa er r
como st desenrolou-se rante a 4 Vara
c 1 rca Recife- cUJo rdão
ito de muito transitado em julgado estaria
a e sorte subseqüente a
na ureza '-'-'~H..-L'-l.J.Cl.tóI."ia aj ui zada pela MENDES
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
consulente em face da Companhia Hidroelêtrica
S ranclsco- SF.
fundamenta daquela
ti como eto fatual (causa petv~~u~), orno á
es arec no anterior tem, o prejuízo sofrido
a onsulent ! consistente, modo rticular
no nanciamento obra contrat me ante a
c taç ativos no me financeiro
rcunstância essa eu o equilíbrio
contratual sempre deve ser preservado re os
ratantes.
decorrência eXDosição
fa os e da fundamentação jurídica! o di
(pe tum) que restou formulado la MENDES JÚNIOR
na a aratória foi o seguinte:
" À vista do exposto, é a presente
uerer a Exa. a citação da HESF no
endereço indicado no preâm lo, para, querendo,
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--"----~-----------------"----
r contestar a presente ação que, ao final, deverá
julgada procedente para o fim de declarar o
direito da Autora ressarcimento completo e
atualizado, pela CHESF, dos valores relativos a
juros de mercado e encargos financeiros em
que incorreu a Autora e que foram decorrentes
de financiamentos da obra a que foi obrigada, em
rtude de falta de pagamento por parte da
CH F, e da determinação desta a Autora para
que assim mesmo prosseguisse com a obra no
ritmo adequado... " fls. 48 da petição
l cial - dest meu) .
3. Sintese: a causa de pedir prõxinla e o respectivo pedido
há rtanto,
a) a causa pedir, de zida pela MENDES JÚNIOR,
es se no inadimpl o da contratante SF
e I cons e, no direito de a c e
ser de todos os prejuízos
e ou; e
b) o como tamb já icitado, a trou
tutela jurisdicional declaratória direi to ao
c re e ressarcimento
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completo e
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a liz ela contrat e requeri s
ores relativos a juros de mercado e encargos
f ............u.......,....eiros des ls s pela consul e f e que
orreram do necessário financiamento da ra.
4. Ratio decidendi da integral procedência da pretensão
pe a 1 a
is bem, o acórdão proferido
,-,v<",v<ra Cível Tribunal de Justiça do
Es o, ao dar provimento ao recurso
n. 81 l e st la
rec'-J~Á~Á,-ceu a integral cedência
do formulado na denomil.J.u-u-u- a
ara ta.
Lê- se na respectiva ão
ss consistente e unânime aresto, in verbis:
casu, não havendo possível o
acordo, forma administrativa, entre as partes
cu ser inafastável o di do particular
sua pretensão através do J iciário, a fi
restabelecer aquele equil econômico-
financeiro rompido brutal contrato
questionado, a inadimplência da
I I
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Administração (por longo tempo), determinando
que a empreiteira fosse buscar recursos no
mercado, para não paralisar os trabalhos e
entregar a obra na forma pactuada.
Mesmo que a MENDES JÚNIOR não
houvesse recorrido ao mercado financeiro,
injetando, sim, dinheiro próprio na obra, a
situação seria inalterável, pois aquele seu capital
deveria ser remunerado pelas taxas operadas
pelos Bancos do País. Doutra forma, volto a
dizer, seria locupletamento indevido da
Administração.
Chamo a ISSO de reembolso, que não foi
pensado pela correção monetária, destinada
apenas a repor o poder aquisitivo original do valor
do débito em atraso, não cobrindo tais gastos.
Penso q é o mínimo q a Administração
está obrigada a pagar. partes
acordaram em cláusulas de defesa à altura desta
inesperada hiperinflação que atingiu o País, onde
se começa a exigir a atualização dos salários,
d la, ao invés de quinzenalmente como
ocorre, nada mais correto do que a intervenção
do Judiciário, funcionando como verdadeiro
termostato da situação, para restabelecer o
equilíbrio perdido por força dos atrasos nos
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pagamentos, pela Administração, obrigando o
particular a ir buscar meios financeiros no
mercado de capital, juros esses que nos dias de
hoje alcançam cifras inimagináveis mesmo para
os mais derrotistas econômicos... " (grifos
meus) .
faci e se serva
de a istal no o entendimento
ra no concerne à claraç direito
a JÚNIOR obter o s
ressarcimento dos danos ma ais sofridos!.---
.5. Ressarcimento completo a "juros de mercado"
Com efeito, mais ante I no que
oca à ressão integral ressarcimento, ficou
ém assent no acó
Sendo certo q a monetária
é lucro, constituindo atualização da
moeda, restou à recorrente MEND JÚN o
ressarcimento juros de 1% ao mês o que
convenhamos é compensação ridícu , no
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quadro econômico do Pa ,merecendo reparação
nOI"Tl'n dos princípios já referidos.
Nestes termos, ho posição contrária à
adotada pela respeitável sentença de 10 g
Dou menta ao para, resolvendo a
incerteza JU Ica reinante entre as partes,
a existência de uma de créd
MEN JÚNIOR r-,., ..,+ ....... a CH F e lhe
assegure ressarcimento completo e atualizado
dos valores relativos a iuros de mercado e
encargos financeiros, decorrentes
financiamento da obra ITAPARICA e, obtidos
a falta pagamento, por parte da recorrida,
na nidade contratual (textual
com st meu) .
la, perfeita
deci r
acó não
na s
da ress
dos valores
e encargos
doa
mercado
à
r dúvida
de
la com as razões
Gua
juros
a qual
spositiva
c e
a
quanto ao significado
ma "Y'n-orn
"ressarcimento completo ... e atualiz
reI
essa parte
de
ve tente,
relaç
f eiras!' .
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
Estes, portanto! os 1 tes
etivos ficara decidido na precedente
que debelou a crlse de ce eza ão
existente entre as partes contrat es.
6. Subseqüente ajuizanlento de ação de natureza condenatória
Valendo-se um reito
j etivo lhe é assegurado pelo rágrafo
co art. 4 o do go cesso C I, a
'u·",..."rv[:-s JÚNIOR af rou, em s 1 pe e a já
12 Vara Federal da Se iciária do
Est LlU"""",.} u.,-,O , em f a c e SF a
e natureza condenatória c. n.
200.83.0.014 - 7) .
Insta registrar que j na
re ectiva petição inicial, a ora c e
as everou em decorrência do trânsito em
j do precedente acórdão, , 'proc a
rl roso levantamento s faturas s em atraso,
S'-'~"d.c'_'-'J-se em custos financeiros lic s e
rec cidos por revistas especializadas c ando
com a assessorla e respaldo
J5
dos tores
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es notó a idade, foram a
Pr ce Waterhouse e a hur Andersen ... f
leito·
Formulou outross o s e
.. , seja a ré condenada a pagar a autora a
importância decorrente dos referidos juros
mercado, a ser aferida por perícia, para confronto
valores apresentados pelas mencionadas
auditorias, a qual deverá ser atualizada também
por encargos de mercado até o
pagamento, conforme judicialmente decid
Desenvo norma e o
process em seus ulteriores atos e termos com a
int da ião como assist e CHE8F,
l e a fase inst órla, tendo sido
erl p prova per cial.
S revelO, ão no momento
processual rtuno, s ença de mérito.
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7. Termos da sentença de procedência parcial
É fácil verificar que o ato
cisó o julgou a denominada ação
con tória promovida la consulente encontra-
se, r assim zer, no que 1 1 eressa,
di dido em duas partes suceSSlvas.
A prlmelra de as reconhece, à
ia, a imut ilidade da precedente cis
] 1 aI.
da sent--...l..l.VCA
Com efeito, consta ressamente
" Nesse passo, a decisão de mérito
transitada em julgado proferida na Ação
Declaratória n. 00188006131-7, movida
EN ES JÚNIOR ENGENHARIA contra a
HESF, que reconheceu o direito da ao
ressarcimento valores que adiantou para a
construção Hidroelétrica de Itaparica,
ros de mercado e encargos financeiros, está
acobertada pela autoridade da coisa julgada
material, nos limites da lide e das questões
decididas (art. 468 do CPC), prod ndo os
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efeitos extraprocess de vincular as partes
e o juízo de qualquer outro processo que lhe
seguir e impossibilitar a rediscussão da I
em ação jud ulterior" .
... Assim, a sentença de mérito prolatada
na aludida Ação Declaratória n. 00188006131-7
não é suscetível de rediscussão neste
processo, em razão da ocorrência da coisa
iulgada material, que torna imutável e
indiscutível a matéria por ela resguardada,
independente da justiça do conteúdo
intrínseco do decisório... " (destaque meu) .
A. s ença, a esse prn-nr'\sito, é
t enfá lca ao asseverar:
".. não havendo rescisão do contrato é
vedada a iscussão matéria da i ização
dos prejuízos, estar acobertada pela
jU materiaL .. " .
Todavia e por paradoxal
possa er - numa segunda rte esse referido
à sa \ \ erpretar o
di sit sentenc a 1 I !~ f toma
18
um rumo tota e
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rciado tudo quanto havia sido debatido e
Cl na erlor demanda!
:Lmente, até forma
nusit a sentença ra es
sos
exata
a
vamente
1 seja
or
os Juros
a
e foram
or
en
a
o
zação
ro-
izados,
entre
a ora cons ente e o
rtiu de uma nova premlssa,
ente em
somente podem ser aqueles
sa
ca
oa QéU1]/3ntos a
E assim, seguindo esse novo
s no mercado financeiro pela MENDES JÚNI
o I a sentença deixou assentado que! para
s nesta
dualmente os recursos
Usina de Itaparica e a alocação
s aludidos recursos obti
reClso apurar
obra
r ao quanturn debeatur:
const âo. ! , e
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b) , \ a não comprovação da alocação especí f ica dos
recursos s contratos de financiamento ital
glro no custeio da obra de Itaparica impede a
lncl~~H~la imediata das taxas
f nanciamentos no caso em tela .. "
Juros de tai s
Entendendo, portanto, , il íti-
mo' ssar à CHESF o custo do financiamento
ma s el obtido pela MENDES JÚNIOR, até, ,
c taç
comprovação
recursos
específica
ra custeio
da fonte
obra' a
referi sentença jul ialmente
p roc C:;'-Á.C:;U e pleito deduzido pela ora consulente
ra U~l~'~Uar a requerl a indenização
c lcul s re o valor das faturas em atraso, com
nc l U'--~~'--· juros s les, , , com apl icaç
í i e reflita, na época específica, a menor
remune das formas recursos
la MENDES JÚNIOR
oc do financiamento de cada rcela
ra. rif no original
Não é fícil conc ir tal
o judicial estabeleceu, de forma clara
um novo critério para a aferição do preJ zo
20
eriment
José Rogério Cruz e TucciProfessor Tilular da Faculdade de Direito da USP
pela MENDES JÚNIOR, critério esse
nao só contraria frontalmente o disposi t
prece e sentença, como t ém proplcla
t 1 enriquecimento l ustificado à CHESF em
o patrimônio da ora consulente!
***
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José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
- ANÁLISE DOGMÁTICA DA QUESTÃO
8 . A pretensão à declaração no quadro das espécies de tutela
Passando já ra ao exame
t r co s questões suscitadas pela presente
consul a assinalar f em pr iro que
as ões judiciais são comumente catalogadas la
p la da efi Cla se projeta na
re ct s ença.
Não é de Je que segmento
SI ficativo da doutrina processual tria
sust a a tripa ição das
s as encerra t s
enfrent s no plano p lCO, Ass
t cional classificação
os inais em s enças
constitut e condenatória acresc am se as
sentenças aI e exe lva.
Sej a como for f é curial toda
e 1 r ação e, 1S,
22
todas as sent s
proferi
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
s em processo de conhecimento c
eficácia
ou menos ac
claratória, em de intensidade mais
No ora l eressa devo
istrar, l ClO, que as ações de
e e simples, s sempre e apenas,
as, porque têm como primo aI escopo
es elecer certeza tiva acerca uma
te reI jurídica.
A doutrina e cializ um
ra ! mui to debateu acerca da na za da
a claratória, pro justificar a sua
st ia ao s
celeuma restou z
se conta a certeza ] ca e
em Sl mesma um bem como
me
1 outro bem Jurl
pro ess
c LA. " ''--.LI. e reI e, r
Como,
OVENDA, a dificuldade
com acuidade,
a doutrina
23
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
encontrava em arrolar a açao declaratória com as
UÇllle:tlS resul tava de nao se rceber que há
UL.H~S o processo ] cial pode atribuir,
SÇLLUV les a certeza ] ca: até mesmo o---_..._-----
rec lo adversário
zi-lo em l desde
s a se l OVENDA,
ções direito processual ci 1, vol. 1,
• I tr. rt. de J. Gu s le
lo, Sara
SlCl
1965, pág. 222. V., seguindo esse
o, ADROALDO FURTADO FABRÍCIO, A ação
uo;;:;: ........ ara a in d en tal , 2 a e d. I R i o Janeiro
rense, 1995 30; CELSO AGRÍCOLA BARBI, Ação
declara a principal e cidente, 4 a o de
lro, Forense, 1977, pág. 70).
9. Adequação da ação declaratória
Insta outrossim servar
ante do o di tivo que é contemplado
1 art. 128 do nosso Código de Processo C I,
se r ao autor a pretensão à s les
mesmo quando já consumado o
l lemento pelo réu, sendo, por a de
24
José Rogério Cruz. e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
conse la, tU.lll.l-.JLlll ssível a propositura
condenatória.
É a do parágrafo lCO
art. 4° do de Processo Civil:
"É admissível a ação declaratória, nda que
ten ocorrido a violação do direito" .
Inte retando o nosso sistema,
esclare e AL D, com lastro em LI.DLJL·H-:l_.c.
"Certamente não se negar ao autor
u liberdade de escolha que a lhe u.
Natu se preferiu a ação declaratória,
a sentença lhe iti pedir a execução,
para a qual será necessário que propon uma
nova ação e obtenha uma sentença
condenatória... " (A ação aratória no
direi brasileiro 2 a ed. S
lo, Sara , 1986, 136)
pioneira e clássica monografia
s re ema (Der tstellungsanspruch La
pretensi de ara ón, tr. casto de
25
M.
José Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
Semon .LJ '"'.. '-',.~'-'s Ai re s , 1962, pág. 120) ADOLF
not gualmente, na esfera do
processo alGll'U'J no 1 prevalece o mesmo
p l.nc 10 d sposição, 11 o ti tular direito
es impedido molestar o seu rsário com
sucesslvas aç s o rsário
a dí total se preferir se ter a
varlos p cessos, ou se pretender uma clsao
1, deduza a totalidade lide e
re onvenção ll•
essa 1"Yl"V~,"","V'rante
t CARNELUTTI assevera sempre foi mais
a onsel 1 s lOS aspectos I rlnnr em um
lCO process processo t o
ra existente entre as rtes.
s e, por razões que somente zem respei to à
c l.a demandante, o jurista italiano
acabou U~lll~tindo o denomiu~c~'J processo parci no
1 o or formula enas pe do declara ár o,
egando ra um s momento se for o caso I
ajuizament ação ária (FRANCES
I , tituzioni processo ci le
i iano l 5" ed., vol. 11 Roma, Foro Italiano,
195 255) .
26
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
o processo civil conota
1 ral como o adot la I islação pátria, é
d sit r excelência! cabcH~u unicamente ao
avaliar a estrat la de deduzir pe de
si les claraç lhe lícito p
he to a ou menos. E como a claraç está
conti na sentença condenatór a
natura e um contra-senso que se lhe negasse a
facu dade pedir apenas aquela! o que talvez
re à sua conveni ia.
Pode, por exemplo, ocorrer que
ao escol r a a processual, o autor entenda
produç da prova do scumprimento c ratual e
da afe iç valor do seJam demo s ou
onerosas ou que se sinta suficientemen e
ido com a simples claração de seu reito·
p -se dar, também que o l eresse prec
e esteja na p rla cla
o, r razões ínt s ou mesmo jetivas
(como, e. g. , a lnso la notória réu) ,
re proce r à cob do crédito.
I se, a propósito, e-
l_CO precedente 32\ do Superior Tribunal
27
José Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
Justiça t no julgamento do Recurso n.
8.303 relatoria Ministro ARI PARGENDLER
lastreado no rágrafo co art. 4 o
Processo C 1, assentou:
"Ai que a parte
completa em outro tipo de
isso descaracterizado o
mediante ação declaratória".
ten tutela
demanda, nem por
interesse agir
Em suma: a a de ara a
ostenta pres stos e escopos p rlOS, s
l endente em reI ão às is e écies
tutela Jur sdicional
10. A coisa julgada na declaratória enl relação à sucessiva
açe10 condenatória
se confunde a efic ia
p la do ato que tende à inção fase
c c o processo com a abili do
c decisório da s ença que é aI ada com
txâns i to em j uI
28
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
A efi la sentencial I portanto I
se ncula à COlsa julgada. Passada em julgado
a sent aI adquire ela uma nota característica: a
ilidade. r esse prisma - destaca ARAKEN DE
SIS - é preclso considerar a coisa julgada como
ins ituto cul nante uma atividade, uma
a nentemente teleológica, o processo.
Desse cisão imutável e -'-LJ.U-i. S 1 é
la ating est io final de est
s o o vista do comando emiti por
te órgão jurisdicional. A ess
cOlsa jul reside exatamente na imutabilidade
s a. E o interesse resguardado é o da paz
social e segurança das reI ões jurí cas (Da
natureza jurídica da sentença sujei ta a recurso,
trina e p tica do processo c 1 c em
o S 247)
o a sentença é a re sta
ao pIei to zido pelas rtes, a COl sa j ulyu.u-u.
rnaterial! r sua vez I coincide com o o no
1 a tutela Jurls cional é definiti e
prestada.
revesti
rlva desse fenômeno um duplo aspecto
significativa conotação jurí ca:
um 1 as partes não mais
29
rão submeter
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
e a matéria decidi à ciação Poder
ciário e outro, o Estado tem o dever de
a controvérsia, já dec da lf em
sucess oportunidade.
Não mals sendo poss 1 a
l e Sl qualquer recurso ou não S~H~~
inte sto no prazo legal, a sentença transita em
julyu.'--'l~ to U.vL.U'-'-~-se imutável o comando que la
eme Essa CV.LJ.'--'l..Lção, ssa a caracterizar o
p o judicial que decide a lide, transc
as fronteiras processo e ati a s
pe soas, determiuvLu\..LV rigorosa int ibili'--'lU'--'lC;; s
Sl ões jurí cas declaradas ou crl s,
perante o direi to poderá ser
feito por elas próprias, nem por outro JUlZ, nem
elo p r o 1 isl r, a c rariar
restou soberanamente decidi E lSSO,
a rantia constitucional COlsa julYGlUct
mat ri 1 consiste na LLLU.L.L..L Z ão do c
sário s ença.
a formaç da COl sa julgada
t rial, t s as stões que ficaram decidi s
i ter na sentença tornam se imut
30
lS e
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Olreito da USP
l iscutíveis (art. 467). sse modo, depois
t ito em gado, os efeitos, prlnc lS e
secundários
defi t
sentença tendem a produzir- se de
Não é preClSO sali ar que esse
fenomenD também f por certo! ve fica - se no
ito a de natureza ara rcute
na sucess de cunho condenatório.
Sim rque o acertamento
J l ial estabelece a certeza s re a
exist uma relaç jurídica de que resulte
uma prest ão (fazer! não-fazer ou dar) f conti
numa prec,-,_~,-_u e s en t '--'--l-yLA meramente declaratória,
orna se 1 e s ível lusive na
eventual ação a.
Em outras lavras: a declaração
passada em julgado não irrompe susce 1 de
pelas mesmas tes, numa sucessiva
demanda. Igualmente,
novo julgamento!
31
s pode ser je de
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
E isso, porque a prec e
cla J cial, cobe a la
coisa julgada ostenta inequívoca função
Na ve OCCLLLUV essa mesma
situação, bem esclarece BOTELHO DE MESQUITA (A
sa j Teses! es s e ceres
rocess I vol. 2, São Paulo, Ed. 2005,
162 163): 'num litígio entre as
mesmas rtes, o JUlZ do novo processo fica
s re vinculado à indiscutibilidade da conclusão
(e emento claratório) da sent'-'iLYU.
Corno arremata, a propósito
ALFREDO BUZAID,
"A sentença declaratória vale por si.
Transitada em julgado, obriga todos os juízes
a lhe respeitarem a eficácia, sendo-lhes
defeso desconhecer, alterar ou modificar a
declaração J (Cód.
467) ..." ação dec~aratória no
direito brasileiro, cit.,
32
g. 8 9).
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
11. Eficácia preclusiva da coisa julgada
Não há se confundir coisa julgada
e prec s A C01sa J gada consti 1 uma s
r1as Sl ões jurídicas dot s efic ia
preclusiva.
Sobre essa importante distinção!
p
lica BARBOSA MOREIRA que!
zidos pela coisa julgada!
re os efeitos
sponta aquele
rar uma terminada modalidade preclusão, sem
f exc ída a produção efeito ogo
r ras causas de pedir, isto é! por outras
Sl ferentes la c rta pela coisa
J
s a chamada efi cia
prec s c01sa julgada manifesta-se no
e o surge! com o t ito em jul
e aprec1ação s est s susce íveis
nc 1r f por sua soluç no teor
p ronunc 1 U."l'-C-~l.L o J cial, ainda que '-'.L,"vcu,-,-nadas
pelo JU1Z. Essas questões rdem, por ass dizer,
t a relevância que pudessem ter em relaç à
matéria julgada (BARBOSA MOREIRA! A eficácia
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
preclusiva da coisa j gada material no sistema
cesso 1 brasileiro, Temas de direito
processual, Paulo, Saraiva, 1977, 100) .
Com efeito, dispôe o art. 471,
do igo de Processo C 1; 11 Nenhum ] u~z
novamente as questões já deci das,
ativas à mesma li 11
ve 1 1 aí p sta
l e ao JUlZ do processo! em que as stôes
foram Cl das, como a qualquer outro JUlZ, em
processo, a que se resente a mesma lide. O
ficou cidi com autori c isa
material, é e INDIS
o MESMO JUIZ ou OUTRO Z, MESMO ou EM
PROCESSO" (cf. MOACYR AMARAL SANTOS,
os ao Código de Processo Ci 1 vol. 4,
o lro, Forense; 1976, 482 com
s a meu SÉRGIO GI.LLULJ.l.'- o
propósi to e alcance art. 474 do Revista
S ese de
999,
rei to c
4 O) .
1 e processual c
34
1, vol.
José Rogério Cruz. e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direíto da USP
como explica BARBOSA
MOREIRA (A eficácia preclusiva da coisa j gada
mat
jul
aI I C i t ., pág . 97)
fica a sentcl..LY'CÁ
lldesde o trânsito em
defini tiva revestida da
oridade da coisa julgada em sentido materi
r isso dizer que a solução dada ao litígio pelo
J lZ se torna imune a contestações juridi e
reI es apenas no âmbito daquele mesmo
processo em se profer a decisão, mas também
f ra nculando as partes e isquer juízes
eventuais processos subseqüentes".
Conclui se!
fi s os limites da
portanto
declaraç ]
que!
cial
sumida na coisa julgada material, tornam-se
e es lllL-'..L.LCS a nova discussão, pelas ~rtes I ou
no o
suc ss demanda.
***
35
José Rogério Cruz e TucciProfessor Tituiar da Faculdade de Direito da USP
I - VISUALIZAÇÃO CRÍTICA DO CASO CONCRETO
12. Objeto tu/cral do julganlento da ação declaratória
tomando os termos da presente
consulta como j á procurei esclarecer, a ti
l cial ação de ara a, ao
Zl a causa petendi, nudenciou t o a grave
c ratual da SF, quanto a forma de
recomposlçao prejuízo sofrido pela MENDES
lícita, nesse sentido, a
nece s s iu-<-<u-,--" a respect .L.LUC:.lJL..L zação f ra ser
int=r<Y'::ol e efetiva, corresponder aos custos
efet s nos quais a consul e incorreu para
obter os recursos suficientes com a prec
f'nali ul timar a construç a que estava
ri
Ademais! ao extrair a
conse la jurídica exposlçao fático- urí ca
constante sua postulação r a ora consulente
f rmulou p do expresso de declaração
36
reito
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
ao ressarc OI completo e atualiz pela
ores relativos a s de mercado e
Atendendo integralmente a esse
peito MENDES JÚNIOR, também como antes
referi I a a Câmara C 1 ibunal sti
Est rnambuco deu p menta ao recurso
n. 81 9 e reconheceu a
edência do pedido.
ra t o, o aresto
rentou
uros
modo percuciente, a ques
mercado I •
dos
enfática t
Cl a p sito forma até
... Mesmo que a MENDES JÚNIOR não
houvesse recorrido ao mercado financeiro,
injetando, sim, dinheiro próprio na obra, a
situação seria inalterável, pois aquele seu
capital deveria ser remunerado pelas taxas
operadas pelos Bancos do Pais. Doutra forma
seria locupletamento indevido da Admi
nistração" i fos meus) .
37
José Rogério Cruz eProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
E foi, com efeito: s indo essa
li racioc o, que o a do órgão col l
clarou como objeto central do julgamento, o
direito a ora consul e ter "ressarc~~LI,CU
e atualizado dos valores relativos a
uros mercado e financeiros,
correntes de financiamento da obra
1 inultabilidade da declaração abrangente dos "juros de
mercado"
ent iment~
Tudo então
e à extensão
disser respe to ao
expressão ' juros
rc não mais ser obj eto julgamento
em sucess processo.
Forçoso é reconhecer que, a teor
rt. 4 8 go esso ci 1 somente a
rte
c lsa u
spositiva sent a de ri to é que faz
Assim a rigor, as quest s
s enc ram fora dos limites
38
jetivos COlsa
J R.ogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
julg não t a aptidão, se, para
irir autoridade cOlsa J gada, mas s
ati l S pela eficácia preclusiva sta.
Ora, lSSO significa, no ito da
presente consul ta, a efi la prec Slva
COl sa j 19ada, a funç é inst ai, tornou
1 a fundamentação judicial, constante
mencionado acó proferido na ação clara a,
acerca dos ,\ juros me e encargos
nanceiros' ,
1 . Mani(esta violação ao art. 474 do CPC
proferi
t Oll. l.J \:-::;",
pelo
já ficou esclarecido,
20 da 12 a Vara
J1.1stiça deral reCU1.1.1.1.Cceu res SCUllCJLILe a
eficác a prec siva coisa julgada fo sobre
ce e pronunciamento judicial.
lientou, com todas as letras,
... a decisão mérito transitada em julgado
proferida na Declaratória n. 188006131-7,
39
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
movida pela NDES JÚNIOR GEN
S/A contra a CHE8F, que reconheceu o direito da
autora ao ressarcimento dos valores que adiantou
para a construção da H roelétrica Itaparica,
ju de mercado e encargos financeiros,
está acobertada pela autoridade da coisa julgada
material, nos limites da lide e das questões
uc;""luidas (art. 468 CPC), produzindo
efeitos extraprocessuais vincular partes e o
juízo de qualquer processo que I seguir e
impossibilitar a rediscussão da I em ação
judicial ulterior. ..
.. , Assim, a sentença de mérito prolatada
alud Ação Declaratória n. 00188006131 não
é suscetível de rediscussão neste processo,
da ocorrência coisa' igada material,
que torna im e indiscutível a matéria ela
uardada, independente justiça
conteúdo do decisório... " .
Não obstante, a speito dessa
rretíss premissa, continuando a decidir, a
sent a t ou, como visto, um !!-oyo cri
atua prejuízo experiment pela
critério esse que, a r
vulnerar f almente da parte disposit
40
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
precedente ClS ainda enseja inarredável
vant econômica l ustificada à CHESF em
r o do trimônio ora consul e!
Desse modo, a nova inte retação
consta da sentença de procedência
prolat na denominada a condena a,
de cesso Civil.
aJUlZ
a t. 474
pela ora
Códi
consul e, violou a do
Real e, ao examlnar st
1 à vertente a 18 a Câmara Cível do Tr 1
ça o Grande do Sul, no jul o
n. 70011100312, teve rtuni
Cl r uma vez transitada em jul a
sent a procedência uma precedente demanda:
"", os argumentos dedutíveis encontram-se
inegavelmente atingidos pela eficácia preclusiva
da coisa julgada""
Em senso idêntico, a 2 a ra
mesmo Sodalício gaúcho, no jul
profer do na Apelação n. 7000 10848 reI
processualista Desembargador
JÚNIOR, asseverou que:
41
ANTÔNIO
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
"Pelo fenômeno da preclusiva da
Igada, nibidas futuro exame estão não
apenas as questões deduzidas como as
dedutíveis que não o tenham sido
t ilnamen e....
EstabeleccJ.J.'-L'J precisa se
SlS ema juridico brasileiro no que concerne ã
cOlsa julyu.uu. material e conseqüente efic la
rec Slva, a la Turma Civel Tr 1
s iça strito Federal, no ] gamento
pro erido no Agravo de trumento n.
2 05.00.2.002583-6, lXOU assent , in s:
" Se a questão controvertida presentes
UU'lV'" já foi analisada sentença transitada em
julgado, não como rediscuti-Ia, por força da
eficácia uSlva coisa julgada
15. Importante precedente do Superior Tribunal de Justiça
a pelo, ademais, e sorte a
c locar a últ pá cal nesse i rt e tema
c"Vcr.-otico pronunciamento 1 a Turma erior
TriJJLlJ.J.L<_l de Justiça, de rel oria do Ministro
42
z
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
no o unânime Recurso al n.
7 e Sl etizado em expreSSlva aI
obvi e sem neceSSl de qual r adição!
S inte teor:
"... A coisa julgada nge o pedido e a
causa pedir. Destarte, a preclusiva
coisa julgada 474, CPC) im q se
o resultaao a que se chegou em
processo anterior com decisão trânsita, nda
que a ação repetida seja outra, que, por
via vuuuua, desres o julgado
16. Coibição de injustificado enriquecimento
É .LlllL/\Jrtante al F '~rlsar!
rlc e conside
raciocí o! se
c o il
quando sprovl
de justa causa por
pr ípio 1 1 ou
enri
reito
o
juridici
nessa lil
encontrar no
ceiuCtuc
rac erlza
pross
JUS lça a tutelar o incremento rimonial
beneficiário.
43
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
A rigor F ressalta 080 JOSÉ
DE CAMPOS, em confe ia proferi
em S Paulo no ano de 1981, e lic sob o
título cimen sem causa, responsabili ..... g .... <;;;
1 e na sta s Tr >Ju-.Ll.u.is! vol.
5 0, 1 82, pág. 259 e segs.,
"o campo aplicação enriquecimento
sem causa coincide com o mpo das
deslocações moniais, ou todos os fatos
que determinam o aumento de um patrimônio à
custa de outrem, QUALQUER QUE SEJA A
FORMA QUE ESTE AUMENTO SE OPERE.
porém, que este vastíssimo
en uecimento sem causa
setores da vida ica
normas icas caráter
por
regulados por
O que proíbe o
locupletamento injusto à custa de é
espectro
um dos gerais do sistema jurídico.
IMPE IR O EN U HVIENTO INJUSTO
CONSTITUI U DAS FI DADES GE
IREITO DAS B IGAÇÕ I q no seu
conjunto, tende a obter LI EQUI BRADA
ISTRIBUIÇÃO BENS JU ICOS
RE ES INTER-SOCIAIS. Sendo , as
deslocações patrimoniais encontram
44
Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
arrogando-se a
riquecimento sem
temente dois tipos
jurídica - as
e as de outro
I, gestão negócios, mandato,
(in pág. 259).
Tudo, aliás, em plena consonância
c sua clássica ra a re ito tema A
S idiariedade obrigação resti r o
quecimen imbra! Almedina, 1974 em
lê, à pág. 359, s: H o enri
Cl o usto fere, r f ção, o sentimento
de J stiça
econômica em
seJa qual for o sector
se verifique e seJam
vida
s forem
a ircunstâncias
em senso
o tenham p
l ico,
11 (cf.
SACCO,
L J..J..J.::::1.LUS ti fi ca to cchimen li,
6 f s 8-319)
lembro a lição de na
qual renomado mestre peninsular, aI
f a ao prlnc lO romano e à r na de
Ulllaj.L~stas germânicos GNY, ID) e dos
l listas franceses (DEMOLOMBE, ), frisava
a ne c e s s l '-~V<.~'- do processo ra obter
45
José Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
reconhecimento um reito reve er em
dano de quem tem razão.
Observa-se, lS, na
hipótese ora em apre caso se enda correta a
decisão monocrática 12'31 Vara
Justiça ra f haverá inequívoco enriquecimento
encontcausa
F caracterizauuu-se pela total ausência de
justificação em qualquer
o 1 .
17.
Diante do expost a t u.u.v me
est tamente às questões que me foram U.l..Jlllcti s
1 l stre Colega patrono da consulente,
r reafirmando que:
a a s ença de mérito proferida na a
ara a faz COlsa julgada nos limites
f par t i ClJLUirlmen no concerne à
extens do ressarC..I...l.ILl:::JLJ.
46
ComOi1 e e aLua..Lizado
Reigarie Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
-----------------------------
s ores reI s a juros mercado e
encargos financeiros;
b) valendo-se faculdade c empl no art. 4°
do l Processo ivil após o trânsi to em
jul p o proferi na precr-IJr-1 I e ação
ara a, a consul e aforou, es na
mesma causa pedir e em face da mesma rida,
a na condenatória sando à obt'-.-LLYIÂv
de ítulo executivo j cial;
c) a ef cia preclus t i to em julgado
anterior acórdão impede lquer sterior
discuss as pa es ou interpreta pelo
quanto às
J loamen
stões foram objeto
d) da não de que a ente s ença,
pro erl nos autos ação condena a, afrontou
a abil da prece e cisão e r fim,
e que, a persistir a il idade conti
nesse r iro pronunciamento! lVOCO
enr injustificado em
detr o patr~lllVJl.L~O da ora consul
47
e.
José Rogério Cruz e TucciProfessor Titular da Faculdade de Direito da USP
Esse o meu parecer, s. m. J
São
Processual
lo, 1° de
nos Cursos de
ril de 2008.
Direitoe
Fós- ela Faculdade de Dire.l daUniversidade de São Paulo.
48