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Page 1: Professor Edley . Volta da Democracia Eleições e a Nova Constituição A renúncia forçada de Getúlio Vargas, em Outubro de 1945,

Professor Edley

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Volta da Democracia

Eleições e a Nova Constituição

A renúncia forçada de Getúlio Vargas, em Outubro de 1945, marcou o fim do Regime Autoritário do Estado Novo.

A redemocratização iniciou-se com a realização de Eleições Gerais em todo o país em Dezembro desse mesmo ano.

Para a Presidência da República, foi eleito o General Eurico Gaspar Dutra.

Constituição de 1946

Também foram eleitos Deputados Federais e Senadores com a missão de compor uma Assembléia Constituinte, encarregada de elaborar uma Nova Constituição para o país.

Entre os Senadores encontrava-se Getúlio Vargas, que não abandonara a vida política e fora eleito com expressivo número de votos.

Instalada em 2 de fevereiro de 1946, a Assembléia Constituinte era composta de representantes dos principais partidos políticos da época:

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Volta da Democracia

– Partido Social Democrático – PSD;

– União Democrática Nacional – UDN;

– Partido Trabalhista Brasileiro – PTB e;

– Partido Comunista do Brasil – PCB.

Depois de Sete Meses de trabalho legislativo, a nova Constituição Brasileira foi Promulgada, em 18 de setembro de 1946.

A Quinta Constituição Brasileira, a Quarta Republicana, que vigorou até 1967, embora, a partir de 1964, tenha sido sobreposta pelos Atos Institucionais dos Governos Militares.

Era uma Constituição Liberal, que atendia mais aos interesses dos grandes Empresários do que aos dos Trabalhadores, retomava vários aspectos da Constituição de 1934, suprimidos na Constituição outorgada de 1937.

De seu conteúdo, podemos destacar:

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Constituição de 1946

– Princípios Básicos

Estabelecimento como a Democracia como Regime Político da Nação. Manteve-se a República como Forma de governo, a Federação como Forma de Estado e o Presidencialismo como Sistema de Governo.

Ao contrário da centralização de poderes do Estado Novo, essa Constituição conferia poderes ao Legislativo, ao Executivo e ao Judiciário para que atuassem de modo Independente e com Equilíbrio de Forças;

– Direito ao Voto

Voto Secreto e Universal para os maiores de 18 anos. Continuavam sem direito ao voto analfabetos, cabos e soldados;

– Direito trabalhista

A Legislação Trabalhista da Era Vargas foi preservada, tendo como novidade a Garantia Constitucional do Direito de Greve para os trabalhadores, mediante apreciação da Justiça do Trabalho.

Manteve-se o controle dos Sindicatos de Trabalhadores pelo Governo.

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Constituição de 1946

– Mandatos Eletivos

Estabelecimento do Mandato Presidencial de Cinco anos, proibindo-se a Reeleição.

Os Deputados teriam um mandato de Quatro anos, permitindo-se a reeleição.

Os Senadores teriam mandatos de Oito anos, sendo em número de Três para cada Estado da Federação.

– Direitos dos Cidadãos

Garantia Constitucional de Direitos Fundamentais, como a liberdade de pensamento, crença religiosa, expressão, locomoção e associação de classe.

Mas, na prática das relações sociais, grande parte desses direitos não foram incorporados ao cotidiano da maioria dos brasileiros. Nessa época, como em outros períodos, permaneceu no Brasil uma considerável distância entre País Legal e País Real.

Até hoje, por suas precárias condições econômicas e sociais, milhões de brasileiros não dispõe de possibilidades concretas de reivindicar seus direitos junto aos Órgãos de Justiça.

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Democracia Brasileira

Alcances e Limites

A Constituição de 1946 promoveu a volta da Democracia no País.

Na prática das relações sociais, no entanto, podemos dizer que essa Democracia foi, em grande parte, um modelo abstrato, pois a Legislação não se refletiu no cotidiano brasileiro, de maneira a ser vivenciada pela maioria da população. Como Explicar esse fato?

Analisando o conceito, podemos fazer uma distinção entre Democracia Formal e Substancial.

O Aspecto Formal da Democracia consiste, por exemplo, na existência de instituições como o Voto Secreto e Universal, Pluripartidarismo Político, Autonomia dos Poderes Executivo, Legislativo Judiciário, Liberdade de pensamento e expressão, etc., são os meios pelos quais se exerce o “Jogo Democrático”.

Já no Aspecto Substancial, a Democracia refere-se aos Fins, isto é, aos conteúdos alcançados pelos meios formais, diz-se respeito, por exemplo, à Democratização da Educação de Qualidade, do Trabalho Digno, das Condições de Saúde Pública, do Acesso à Justiça, etc.

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Democracia Brasileira

Assim, o que se observou no Brasil nesse período (e ainda se observa) foi essa disparidade entre os Aspectos Formal e Substancial da Democracia.

Em outras palavras, permaneceu uma considerável distância entre o País Legal (Democrático) e o País Real (Não Democrático).

Atualmente, por suas precárias condições econômicas e sociais, milhões de brasileiros não dispõe de possibilidades concretas de fazer valer seus direitos, estabelecidos pela atual Constituição.

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Governo Dutra (1946-1950)

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Governo Dutra (1946-1950)

Conservador na Política, Liberal na Economia

Ex-Ministro da Guerra durante a Segunda Guerra Mundial (Estado Novo), o General Eurico Gaspar Dutra concorreu às Eleições Presidenciais de 1945 pelo PSD.

Recebendo apoio do PTB, partido fundado e liderado por Getúlio Vargas, foi eleito e assumiu o cargo, em 31 de Janeiro de 1946.

Dutra recebeu cerca de 55% dos Votos. O Segundo Colocado, Brigadeiro Eduardo Gomes, recebeu cerca de 35% dos Votos.

Alinhamento com os Estados Unidos da América

O governo do General Dutra foi influenciado pelos acontecimentos internacionais que marcaram o Pós-Guerra.

Entre os vencedores da guerra destacaram-se duas grandes potências: Estados Unidos, liderando o bloco dos países Capitalistas, e a União Soviética, liderando o bloco dos países Socialistas.

Tensões e conflitos entre esses dois blocos marcaram o período conhecido como Guerra Fria.

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Governo Dutra (1946-1950)

Novas Diretrizes Econômicas

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Lucro com as Exportações brasileiras superou as despesas com a Importação.

Assim o governo conseguiu pagar os compromissos de sua Dívida Externa e ainda acumular Reservas Cambiais de milhões de dólares.

No mandato de Dutra, o nacionalismo econômico da Era Vargas foi abandonado:

Abriu-se a economia do país às Empresas Estrangeiras, sem a preocupação em incentivar o desenvolvimento industrial nacional, uma política econômica de tendência Liberal.

Reservaram-se, porém, alguns setores, considerados prioritários, para maior intervenção estatal:

Saúde, Alimentação, Transporte e Energia.

Reserva CambialÉ o “caixa” do país proveniente dos recursos financeiros disponíveis

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Governo Dutra (1946-1950)

– Plano SALTE

Procurando criar uma política de investimentos em setores públicos considerados prioritários – saúde, alimentação, transporte e energia – o Governo Dutra elaborou o PLANO SALTE, sigla formada pelas iniciais desses setores.

Foi o primeiro projeto de Planejamento Econômico do Brasil, cuja elaboração teve início em 1946 e cobria um período de quatro anos.

Sem dinheiro suficiente e competência administrativa, o Plano não foi bem-sucedido.

Mas o Governo realizou à margem dele, alguma ações nas áreas por ele contempladas, como o Combate à Malária em 11 Estados e a conclusão da Rodovia Rio–São Paulo, denominada Rodovia Presidente Dutra.

Foi nesse contexto também que o Governo Dutra realizou a compra de velhas ferrovias inglesas que haviam sido instaladas no Brasil desde o Século XIX, como a São Paulo Railway (depois Estrada de Ferro Santos –Jundiaí), a Great Western os Brasil Railway (depois Estrada de Ferro Leopoldina).

Isso contribuiu para dilapidar as reservas cambiais do País.

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Governo Dutra (1946-1950)

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Governo Vargas (1951-1954)

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Governo Vargas (1951-1954)

O Retorno ao Poder

Nas Eleições Presidenciais para a sucessão de Dutra, Getúlio Vargas concorreu e venceu, recebendo 48,7% dos votos (nessa época, as Eleições não eram realizadas em Dois Turnos no caso de um dos candidatos não atingir 51% dos Votos).

O segundo lugar coube ao Brigadeiro Eduardo Gomes – UDN – com 29,7% do votos. A UDN se tornaria o principal partido de oposição a Vargas.

Getúlio dizia que voltaria ao Poder não apenas como Líder Político, mas com Líder Popular.

Para conseguir aliados, procurou apagar a imagem de Ditador do Estado Novo e construir uma nova figura, de Homem Democrático.

Já na Presidência, retomou duas diretrizes que associara à sua imagem pública:

O Nacionalismo Econômico;

E a Política Trabalhista.

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Governo Vargas (1951-1954)

O Nacionalismo de Vargas

Vargas, empenhou-se em realizar um Governo Nacionalista, afirmando que era “preciso atacar a exploração das forças internacionais” para que o país conquistasse sua “independência econômica”.

Esta postura, o Nacionalismo era duramente combatido pelos representantes do Governo dos Estado Unidos e pelos dirigentes das empresas estrangeiras instaladas no Brasil e pelos empresários brasileiros associados aos negócios estrangeiros e simpatizantes dos EUA.

Havia no Congresso Nacional e na imprensa um grande debate político entre os “nacionalistas”, que apoiavam o Governo e os “internacionalistas”,que pretendiam reabrir a economia do país ao capital estrangeiro.

Os nacionalistas chamavam seus adversários de “entreguistas”, acusando-os de querer entregar as riquezas do país à livre exploração estrangeira.

Dois momentos importantes desse debate foram:

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Governo Vargas (1951-1954)

– Crime da Rua Toneleiros

Um dos principais líderes da oposição era Carlos Lacerda, político ligado à UDN e diretor do Jornal Tribuna da Imprensa.

Os políticos da UDN e a imprensa de oposição atacaram duramente o Governo Vargas, acusando-o de Corrupção.

Em agosto de 1954, o líder oposicionista Carlos Lacerda foi vitima de uma atentado ocorrido na Rua Toneleiros, em Copacabana, Rio de Janeiro.

Lacerda levou um tiro no pé, mas escapou com vida, já o Major da Aeronáutica Rubem Vaz, que o acompanhava, morreu.

As investigações posteriores ao crime, conduzidas pela aeronáutica, indicava que o assassino cumpria ordens de Gregório Fortunato, Chefe da Guarda Presidencial.

Informado sobre essas conclusões, conta-se que Getúlio teria desabafado: “Acho que estou sobre um mar de lama”.

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Governo Vargas (1951-1954)

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Governo Vargas (1951-1954)

Nos meses que ainda faltavam para completar o mandato de Vargas (cerca de um ano e meio), a Presidência da República foi exercida inicialmente por Café Filho – Vice-Presidente –, que posteriormente, se afastou sob a alegação de motivos de saúde.

Depois, foi provisoriamente ocupada por Carlos Luz – Presidente da Câmara dos Deputados – e em seguida por Nereu Ramos – Presidente do Senado.

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Carta-Testamento

Trechos do último manifesto de Vargas, escrito em 24 de agosto de 1954.

Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-me novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem caluniam-me, não me dão o direito de defesa.

Depois de decênios de espoliação dos grupos econômicos financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei um regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalhador. A Lei de Lucros extraordinários foi detida no congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.

Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora resistindo a uma agressão constante,

incessante, tudo suportado em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais posso dar a não ser o meu sangue, se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho esse meio de estar sempre convosco.

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Carta-Testamento

Meu sacrifício vos manterá unidos e meu sangue será a vossa bandeira de luta.

Ao ódio respondo com o meu perdão, aos que pensam que me derrotaram, respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e agora me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não será mais escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço de seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram o meu ânimo.

Eu vos dei aminha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.

Getúlio Vargas

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Governo Juscelino (1956-1961)

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Governo Juscelino (1956-1961)

Uma Odisséia de Otimismo e “Progresso”

Completando o período de governo dos substitutos de Vargas, foram realizadas novas Eleições Presidenciais em 3 de Outubro de 1955.

Os vencedores com cerca de 35% dos votos foram Juscelino Kubistchek de Oliveira para Presidente e João Goulart para Vice-Presidente – ambos candidatos pela coligação PTB-PSD, partidos de origem getulista

Golpismo da UDN

Mais uma vez, a UDN, grande adversária do getulismo, foi derrotada.

Inconformados com a derrota, os Udenistas tentaram um golpe para impedir a posse de Juscelino e Goulart.

Desenvolveram uma Argumentação Jurídica, dizendo que os candidatos vitoriosos recebiam apoio do Comunismo Internacional e não tinham a maioria absoluta dos votos, ou seja, 50% e mais um voto.

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Governo Juscelino (1956-1961)

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Governo Juscelino (1956-1961)

Desenvolvimentismo da Era JK

Antes de chegar à Presidência da República, Juscelino Kubistchek, também conhecido como JK, havia sido Prefeito de Belo Horizonte e Governador de Minas Gerais.

Com ele, iniciaram-se as Políticas Desenvolvimentistas no Brasil.

Entusiasta da Modernidade e do Progresso, adotou como lema de seu governo fazer o Brasil crescer “50 Anos em 5”.

Esse desenvolvimento poderia acontecer tanto pela “mão” Pública como pela Privada.

Para tanto, lançou em 1956 um Plano Nacional de Desenvolvimento, conhecido como Plano de Metas, um programa que priorizava as obras de infra-estrutura (energia, transportes) e o estímulo à industrialização.

É nesse contexto que se situam as principais realizações que marcaram seu Governo, como:

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Governo Juscelino (1956-1961)

– Construção de Hidrelétricas

Foram construídas as usinas hidrelétricas de Furnas (no Rio Grande), que se tornou a maior do Brasil, e de Três Marias (no Rio São Francisco). As duas no Estado de Minas Gerais;

– Implantação da Indústria Automobilística

Novas fábricas produziriam mais de 300 mil veículos por ano, com 90% das peças fabricadas no Brasil;

– Ampliação da Extração de Petróleo

Que aumentaria de 2 milhões para 5,4 milhões de barris, cresceu mais de 150% no período;

– Construção de Rodovias

Cerca de 20 mil quilômetros de rodovias foram construídos, entre elas a Belém-Brasília.

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Construção de Brasília

Além dessas obras, o Governo Juscelino empenhou-se na construção da nova capital do país, Brasília.

Para Juscelino, a Construção de Brasília era a obra-símbolo das mudanças modernizadoras que idealizava, a meta síntese de seu Programa de Governo.

O plano urbanístico da cidade foi traçado por Lúcio Costa, e os projetos de arquitetura foram coordenados por Oscar Niemeyer.

Milhares de trabalhadores pioneiros, os candangos – vindos principalmente do Nordeste –, revezavam-se noite o dia para concluir a obra ainda no Governo Juscelino.

Depois de três anos de obras, Brasília foi inaugurada, em 21 de abril de 1960.

O Centro-Oeste do país, tal como ocorreria com a Região Sudeste passou a ser visto por milhares de Brasileiros Excluídos Economicamente como uma “Terra Prometida”.

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– Modernização e Desnacionalização

Apesar desse Política Desenvolvimentista em alguns setores – com atuação preponderante do Estado – o Plano de Metas também promoveu a Internacionalização da Economia.

Permitiu que grandes empresas multinacionais instalassem suas filiais no país e controlassem importantes setores industriais, como os de eletrodomésticos, automóveis, tratores, produtos químicos e farmacêuticos e cigarros.

Por isso, os nacionalistas diziam que a política econômica de Juscelino tinha a vantagem de ser modernizadora, mas o defeito de ser desnacionalizadora.

Tem início, então, um processo que se desenvolve até o presente e que consiste em optar pelo nacionalismo ou a internacionalização da economia.

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– Custos Sociais e Econômicos

A Política Desenvolvimentista do Governo Juscelino e de seu Plano de Metas trouxe também Custos Sociais e Econômicos, como:

– Aumento da Dívida Externa

O grande número de obras realizadas no Governo de Juscelino fez-se à custa de empréstimo e investimento estrangeiros, além é claro, dos sacrifícios dos trabalhadores brasileiros, aumentaram enormemente a Dívida Externa Brasileira;

– Inflação e Baixos Salários

Indiretamente, os gastos com as grandes obras públicas ajudaram a elevar a inflação, enquanto os salários permaneciam num patamar baixo, sacrificando os trabalhadores brasileiros e aumentando a concentração de renda no país.

O Governo internacionalizou a economia, aumentou a dívida externa e manteve os salários em níveis baixos.

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Anos Dourados e a Era do Rádio

O Governo de Juscelino é freqüentemente associado a grandes obras, como a construção de Brasília, e a um momento de prosperidade nacional que se refletiu nos hábitos, nas preferências, no modo de pensar e no dia a dia das pessoas, sobretudo das Elites e das Classes Médias.

Devido a esse aspecto, o período ficou conhecido , romanticamente, como “anos dourados”.

Durante os “Anos Dourados”, a televisão dava seus primeiros passos, mas grande parte da população acompanhava os programas radiofônicos.

No Teatro e no Cinema, o gosto popular recaía sobre o Teatro de Revista e as Chanchadas Cinematográficas, respectivamente.

Teatro de RevistaEspetáculo popular que se destacou pela sátira a aspectos da vida política, social e cotidiana. Compunha-se de cenas musicais, coreografias e diálogos.

Chanchadas CinematográficasGênero de Filme popular com enredo humorístico.

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Governo Juscelino (1956-1961)

Tais preferências populares faziam com que a Indústria Fonográfica e a Publicidade utilizassem principalmente esses três canais – Rádio, Teatro de Revista e Cinema – para divulgar seus produtos e realizar suas campanhas.

Como meio de comunicação mais popular no país, o Rádio difundia Informações e Sonhos, acompanhando de perto o cotidiano social das Grandes Cidades.

Por meio dele, a nova realidade das Capitais era apresentada aos Migrantes que vinham do campo e das pequenas cidades do interior.

Desse modo, além de divertir, o Rádio funcionava como “Escola de Sociabilidade” das populações recém-chegadas aos Grandes Centros Urbanos.

A programação das emissoras de rádio era diversificada: orações religiosas, programas humorísticos, musicais, novelas, noticiários, etc.

Mas o que mais de destacava eram os Programas de Auditório com cantores-estrelas, como as irmãs Linda e Dircinha Batista, Marlene, Emilinha Borba, Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Nora Ney e Jorge Goulart.

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Governo Juscelino (1956-1961)

As músicas mais populares dessa época eram as marchinhas e o samba-canção.

A maioria dos cantores participava ativamente do carnaval e empenhava-se para que seus sambas e marchinhas fizessem sucesso.

Mas havia também outros gêneros musicais: o chorinho, a valsa, o frevo, o baião e o início da Bossa Nova.

Embora as escolas de samba fossem bastante populares, só mais tarde, impulsionadas pela televisão, foram transformadas em espetáculo de massa.

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Governo Juscelino (1956-1961)

Democracia Liberal

Apesar da estabilidade política do país, Juscelino não escapou de acusações de corrupção – por parte de seus opositores e de parcela da Imprensa –, principalmente em relação às Obras de Construção de Brasília.

No Plano Político, Juscelino realizou um Governo que, de modo geral, garantiu aos brasileiros muitas Liberdades Democráticas.

As diversas correntes políticas manifestavam suas idéias, exceto o Partido Comunista, mantido na ilegalidade.

Apesar disso, durante o Governo Juscelino não houve cidadãos presos por motivos políticos.

Ao final do mandato, ocorreram eleições livres, que levaram à Presidência da República Jânio da Silva Quadros, candidato eleito pela oposição que soube explorar as denúncias de corrupção durante a Campanha Eleitoral.

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Governo Jânio Quadros (1961)

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Governo Jânio Quadros (1961)

Gestão Breve e Cheia de Surpresas

Jânio da Silva Quadros, político sem grandes vínculos partidários, foi apoiado pela UDN e por outras forças antigetulistas e venceu as Eleições para a Presidência.

Conseguiu 48% da preferência do eleitorado e larga vantagem sobre o segundo colocado, o marechal Henrique Teixeira Lott, candidato da coligação PTB-PSC.

Tomou posse do cargo em 31 de Janeiro de 1961, em cerimônia que pela primeira vez se realizou na nova capital, Brasília.

Em função da Legislação Eleitoral Vigente naquele período, o Presidente Eleito podia ser de uma chapa e o Vice-Presidente de outra.

Assim, foi Eleito para a Vice-Presidência João Goulart, do PTB.

Adversário de Jânio, o vice – mais conhecido como Jango – era considerado Herdeiro Político do Getulismo.

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Governo Jânio Quadros (1961)

O Estilo de Jânio

Jânio, chegou à Presidência da República coroando uma careira política rápida e repleta de sucessos.

Em São Paulo, exerceu sucessivamente os cargos de Vereador, Deputado, Prefeito da Capital e Governador do Estado.

Tinha um estilo político considerado por muitos analistas como exibicionista, moralista e demagógico, Jânio Conquistou grande parte do eleitorado prometendo combater a corrupção e “varrer” a sujeira da administração pública – o símbolo de sua campanha era uma vassoura.

Eleito Presidente, Jânio tomou atitudes que surpreenderam, sobretudo porque se ocupou, pessoalmente, de assuntos corriqueiros.

Por meio de bilhetinhos, escritos de próprio punho, dava ordens, como proibição de Lança-Perfumes no carnaval, das brigas de galo, da corridas de cavalo em dias de semana, do uso de biquínis em desfile de beleza, etc.

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Governo Jânio Quadros (1961)

Surpresas e Contradições

Os analistas políticos consideram Jânio Quadros uma figura política difícil de ser definida. Ele não era nem de Direita e nem de Esquerda.

Por um lado, Jânio era contrário ao comunismo e queria manter o país aberto ao Capital Estrangeiro, além de seguir a política econômica ditada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mas, ao mesmo tempo, em plena Guerra Fria, defendia uma Política Externa independente das pressões das Grandes Potências e enviou ao Congresso uma Lei Antitruste e outra de regulamentação e restrição do envio de Lucros para o Exterior.

Foi principalmente no contexto da Política Exterior e da Diplomacia que ocorreram duas decisões que provocaram a Crise Política de seu Governo.

Na primeira, Jânio determinou o reatamento das Relações Diplomáticas do Brasil com a União Soviética e com a China Comunista.

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Governo Jânio Quadros (1961)

Tal medida, provocou violentas críticas dos partidários da UDN e dos representantes das empresas multinacionais.

Na segunda, em 19 de agosto de 1961, Jânio Quadros condecorou o Ministro da Economia de Cuba, Ernesto “Che” Guevara, com a principal Comenda Brasileira: a Ordem do Cruzeiro do Sul.

Era sua Homenagem Pública ao um dos principais líderes da Revolução Socialista Cubana de 1959, o que deixou as Elites Capitalistas – do país e estrangeiras – de sobreaviso.

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Governo Jânio Quadros (1961)

Oposição e Renúncia

Diante das atitudes do Presidente, a UDN rompeu com o Governo.

Por meio de uma Rede de Televisão, o líder udenista Carlos Lacerda acusou Jânio de “abrir as portas do Brasil ao Comunismo Internacional”.

Apesar do Prestígio Popular, Jânio não contava com Forças Políticas, organizadas na sociedade para sustentá-lo no Poder.

Sem o apoio da UDN, dos grandes empresários e dos grupos que dominavam a imprensa, o Presidente tomou uma atitude inesperada:

Renunciou ao Cargo, em 25 de agosto de 1961, deixando uma carta, endereçada ao Congresso, na qual justificava sua atitude:

Forças terríveis levantaram-se contra mim e me intrigam ou infamam. Se permanecesse não manteria a confiança e a tranqüilidade, ora quebradas e indispensáveis ao exercício de minha autoridade. A mim não falta a coragem da Renúncia.

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Governo Jânio Quadros (1961)

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Governo João Goulart (1961-1964)

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Governo João Goulart (1961-1964)

Crise para a Posse de Goulart

Com a Renúncia de Jânio, a Presidência deveria ser ocupada de acordo com as Regras da Constituição, pelo Vice-Presidente João Goulart, que estava em visita oficial à China Comunista.

A Presidência da República foi, então, entregue interinamente, conforme determinava a Constituição ao Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, que governaria até a volta de Jango ao Brasil.

Golpistas x Legalistas

A Renúncia de Jânio ia ao encontro dos interesses udenistas e dos demais grupos de oposição.

Mas o mesmo não ocorria em relação à posse de João Goulart:

Uma Junta Militar declarou VETO ao Vice-Presidente, provocando a reação de diversos setores políticos e Sociais. Formaram-se Dois Grupos Políticos Opostos em relação à Posse do Vice-Presidente:

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Governo João Goulart (1961-1964)

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Governo João Goulart (1961-1964)

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Governo João Goulart (1961-1964)

O Fracasso do Nacionalismo Reformista

João Goulart aceitou as condições e tomou posse na Presidência em 7 de setembro de 1961.

A Chefia do Governo (Poder Executivo), no entanto, coube a Tancredo Neves, político do PSD Mineiro, empossado como Primeiro-Ministro no mesmo dia, de acordo com o Sistema Parlamentarista.

Mas esse Sistema não duraria mais que 14 Meses.

A Emenda Constitucional que estabeleceu o Parlamentarismo previa que a adoção desse Sistema de Governo deveria ser Referendada por um Plebiscito.

Realizado em 6 de janeiro de 1963, o Plebiscito reuniu votos de mais de 12 milhões de cidadãos.

Destes, quase 10 milhões manifestaram-se contra o Parlamentarismo, votando para o restabelecimento do Presidencialismo.

Com mais poder para Governar depois do Plebiscito, João Goulart se empenharia numa Linha Política Nacionalista e Reformista que lhe causaria muitos problemas.

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Governo João Goulart (1961-1964)

Plano Trienal

O Governo de João Goulart iniciou-se num período de graves problemas econômicos e sociais no país, e com uma Inflação que não foi suficientemente controlada.

Sua Estratégia Socioeconômica foi formalizada, em 1962, por meio do Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, organizado por Celso Furtado, Ministro do Planejamento.

O Plano Trienal tinha como objetivos fundamentais:

– Promover melhor distribuição das riquezas nacionais, desapropriando os latifúndios improdutivos para defender Interesses Sociais;

– Encampar as Refinarias Particulares de Petróleo;

– Reduzir a Dívida Externa Brasileira;

– Diminuir a Inflação e manter o crescimento econômico, sem sacrificar exclusivamente os trabalhadores.

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Mas a Inflação e o Custo de Vida não paravam de subir.

As despesas com as importações aumentavam, e caíam os preços das exportações.

Também diminuía o Ritmo do Crescimento da indústria.

Os grandes empresários nacionais e estrangeiros reduziam os investimentos na produção, numa demonstração de desconfiança em relação às intenções políticas de Jango.

Havia o temor que o Governo Brasileiro implantasse o Socialismo no Brasil – uma opção que parecia remota para a maioria dos estudiosos daquele período.

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Polarização da Sociedade

O Governo Goulart foi marcado por intensa mobilização social e política de diversos setores da sociedade brasileira.

Com o tempo, esses movimentos e associações foram levando a uma radicalização da posições e das ações e à Polarização Social.

De um lado, estavam movimentos que traziam reivindicações populares e pregavam transformações que, segundo eles, visavam a uma sociedade mais Justa e Igualitária. Eram mobilizações de:

– Estudantes

Ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à Juventude Universitária Católica (JUC);

– Operários

Ligados à Central Geral dos Trabalhadores (CGT);

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Governo João Goulart (1961-1964)

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Governo João Goulart (1961-1964)

Reformas de Base

Chegando a 1964, o Plano Trienal fracassara, e as Tensões Sociais aumentaram no País.

Então em 13 de março de 1964, João Goulart falando a mais de 300 mil pessoas num comício em frente à Estação Central do Brasil – área de grande afluência popular no centro do Rio de Janeiro.

Expôs as dificuldades de seu Governo e anunciou a necessidade de um conjunto de Reformas de Base para o país.

Entre essas medidas, que acirravam ainda mais os ânimos das Elites dominantes e contrariavam os interesses estrangeiros, estavam:

– Reforma Agrária

Para facilitar o acesso à terras de milhões de lavradores que desejavam trabalhar e produzir no campo. Com melhores condições de vida e de trabalho, o morador do campo permaneceria em seu local de origem e não se dirigiria para as grandes cidades em busca de emprego;

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– Reforma Urbana

Para socorrer milhões de favelados, moradores de cortiços e inquilinos nas grandes cidades;

– Reforma Educacional

Para aumentar o número de escolas públicas, matricular todas as crianças brasileiras e combater o analfabetismo;

– Reforma Eleitoral

Para dar ao analfabeto o direito de votar nas eleições e participar da Vida Política;

– Reforma Tributária

Para corrigir as desigualdades sociais na distribuição dos deveres entre Ricos e Pobres, Patrões e Empregados.

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Além das Reformas de Base, Jango procurou, pela Lei de Remessa de Lucros, limitar o envio de dólares das empresas multinacionais para o exterior.

A aprovação desta Lei provocou forte reação entre os representantes das multinacionais, bem como dos grupos políticos e defensores dos interesses estrangeiros.

Reações às Reformas

A Favor do Governo, alguns setores populares faziam manifestações em apoio às Reformas de Base.

Contra o Governo, as oposições organizavam protestos como, por exemplo, a marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, uma série de passeatas de senhoras católicas, autoridades civis, empresários e parte da classe média.

A primeira marcha aconteceu em São Paulo, no dia 19 de Março.

A agitação política e social ganhava corpo no país.

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Os grupos de esquerda e de direita radicalizavam suas posições.

Em Brasília, 600 Sargentos do Exército e da aeronáutica ocuparam a tiros suas guarnições para Exigir o Direito ao Voto.

A Rebelião dos Sargentos foi controlada, mas os Oficiais Militares se assustaram com a indisciplina da tropa e responsabilizaram o Governo pelo “Clima de Desordem”.

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Golpe Militar

Em 31 de março de 1964, explodiu a Rebelião das Forças Armadas contra o Governo João Goulart.

O Movimento Militar teve origem em Minas Gerais, apoiado pelo Governador Magalhães Pinto.

Rapidamente, os golpistas contaram com a adesão de outras unidades militares de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do antigo Estado da Guanabara – criado no lugar do Distrito Federal, situado na cidade do Rio de Janeiro, quando a Capital Federal foi transferida para Brasília, em 1960.

Sem condições de Resistir ao Golpe Militar, o Presidente João Goulart deixou Brasília em 1° de abril de 1964.

Passou pelo Rio Grande do Sul e, em seguida, foi para o Uruguai como Exilado Político.

Era o Começo dos Governos Militares.

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Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 3 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Edusp, 1995.

MOTA, Carlos Guilherme. Brasil em Perspectiva. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1990.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo, Brasiliense, 1979.

Wikipedia

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