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Professor Edley

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Redemocratização

A Volta dos Civis ao Poder

O processo de redemocratização do Brasil, após o Regime Militar, ocorreu lenta e gradualmente, como pretendiam os líderes moderados das Forças Armadas.

Ainda durante o Regime Militar – e de forma paulatina – suprimiu-se a Legislação mais autoritária e permitiu-se o retorno à vida pluripartidária, bem como Eleições Livres para as Três Instâncias Administrativas – Municipal, Estadual e Federal.

Em 1982, ocorreu a Primeira Eleição, desde 1964, para o cargo de Governador de Estado.

Assim, aos poucos os Civis voltaram ao Poder, o mandato de 6 anos de Figueiredo terminaria em 1985, e a ansiedade de boa parte da população por mudanças democráticas era grande.

Além da questão política, havia também o fator econômico. O fracasso do modelo político-econômico adotado pelo Regime Militar ficou evidente durante o Governo de Figueiredo.

A economia brasileira mergulhou numa de suas mais graves crises da sua história: Inflação elevada, Dívida Externa assombrosa e dívidas públicas internas maiores do que a arrecadação do governo – Déficit Público.

Redemocratização

Fim do Regime Militar

Fim do Regime Militar

Fim do Regime Militar

Eleição de Tancredo Neves

Assim, contrariada a vontade da maioria dos cidadãos brasileiros, teve prosseguimento o processo de Eleições Indiretas.

No Colégio Eleitoral, concorreram à Presidência dois candidatos: Paulo Maluf e Tancredo Neves.

– Paulo Maluf

Deputado e Candidato oficial do PDS, o partido representante do governo, entretanto, não contava com o apoio efetivo de todas as forças tradicionais que estavam no poder. Seu Vice era o Deputado Flávio Marcílio.

– Tancredo Neves

Governador de Minas Gerais, era candidato de uma união política heterogênea – A Aliança Democrática – composta de ex-integrantes do PDS – na chamada Frente Liberal – e membros do PMDB. Seu Vice era o Senador José Sarney, ex-PDS.

Paulo Salim Maluf

Tancredo de Almeida Neves

Fim do Regime Militar

Governo José Sarney (1985-1990)

Governo José Sarney (1985-1990)

A Reconstrução das Instituições Democráticas

Devido à doença de Tancredo, e na qualidade de Vice-Presidente Eleito, José Sarney assumiu a Presidência da República interinamente em 15 de Março de 1985.

No dia 21 de Abril de 1985, com a morte de Tancredo, Sarney tornou-se Presidente por sucessão automática.

Medidas Redemocratizantes

Após tantas lutas no processo de transição do Regime Militar para o Governo Civil, ter José Sarney como Presidente foi uma decepção para a grande parte das oposições políticas.

Alegava-se que, em sua carreira, José Sarney oferecera apoio – direto ou indireto – à Ditadura Militar.

Havia sido Presidente Nacional da ARENA e do PDS – Partido Governista – e, na liderança desse partido, ajudou a derrubar a Emenda Constitucional Dantes de Oliveira que restabeleceria as Eleições Diretas para Presidente.

Governo José Sarney (1985-1990)

Governo José Sarney (1985-1990)

Plano Cruzado

Nessa época, como na atualidade, milhões de brasileiros sofriam o drama da fome, da desnutrição, da falta de moradia e de péssimas condições de saúde.

Havia urgência na melhoria dessas condições sociais.

Porém,os economistas do governo acreditavam que nenhuma política social daria resultado se a inflação não fosse combatida.

Por isso que em 28 de fevereiro de 1986, a equipe econômica do governo, liderada pelo Ministro da Fazenda Dílson Funaro, tomou iniciativas de grande impacto para combater a inflação.

Era o Plano Cruzado, cujas medidas de maior destaque foram:

– Congelamento do preço das mercadorias;

– Extinção do Cruzeiro e criação de uma Nova Moeda, o Cruzado;

– Fim da correção monetária;

– Congelamento dos salários, que seria reajustados automaticamente sempre que a inflação atingisse 20% - instrumento chamado Gatilho Salarial.

Governo José Sarney (1985-1990)

O Plano Cruzado foi muito contestado por vários setores da sociedade e da política, entre eles, parlamentares do PT e do PDT, setores do empresariado e organizações sindicais.

Diziam, por exemplo, que os trabalhadores tinham sido prejudicados, pois, os preços das mercadorias foram congeladas no pico, enquanto os salários foram congelados pela média dos últimos seis meses.

Muitos empresários alegavam que o congelamento era contra as leis do mercado e que a principal causa da inflação brasileira eram os gastos excessivos do Governo.

Apesar das críticas, grande parte da população apoiou o plano e foram às compras com as Tabelas Oficiais de Preços para fiscalizar e protestar contra as remarcações.

Mas a euforia durou pouco.

O congelamento dos preços foi, aos poucos, derrubado por produtores e comerciantes.

Governo José Sarney (1985-1990)

Diversos produtos sumiam do mercado e só reapareciam mediante o pagamento de Ágio – valor adicional cobrado sobre um preço tabelado quando a procura pelo produto supera a oferta.

Longas filas formaram-se para a compra de mercadorias essenciais.

Desse modo, o Plano Cruzado transformou-se rapidamente em um Fracasso.

Posteriormente, governo implantou novos planos para combater a Inflação:

– Cruzado II;

– Plano Bresser;

– Plano Verão.

Mas não obteve sucesso.

Governo José Sarney (1985-1990)

Até o final do mandato, José Sarney – com sua equipe – não conseguiu acabar com a Grave Crise Econômica vivida pelo País desde sua chegada ao Poder, envolvendo três grandes problemas:

– Inflação Elevada;

– Divida Interna do Governo e;

– Divida Externa.

Em Janeiro de 1987, o Governo chegou a decretar uma Moratória – dispositivo legal por meio do qual as autoridades de um Estado declaram a suspensão do pagamento dos serviços da sua Dívida Externa – o País devia então 107 Bilhões de Dólares aos Credores Internacionais.

Governo José Sarney (1985-1990)

Constituição Federal de 1988

Mantendo um dos compromissos firmados por Tancredo Neves, o Governo Sarney também assumiu como uma de suas prioridades a Convocações de Eleições destinadas a escolher representantes para a Assembléia Constituinte, encarregada de elaborar uma Nova Constituição para o Brasil, pois, naquela época ainda vigorava a Constituição de 1969, imposta pelos Militares.

Sarney enviou ao Congresso a Proposta de Convocação da Assembléia Nacional Constituinte em Junho de 1986.

Instalada em 1° de fevereiro de 1987, a Assembléia Nacional Constituinte compunha-se de membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal eleitos em Novembro de 1986.

Como funcionou com o Congresso Nacional, foi também chamada de Congresso Constituinte.

Um dos principais objetivos que pautaram a elaboração da nova Constituição foi a Democratização do país, com a substituição dos Instrumentos Jurídicos criados pela Ditadura Militar.

Governo José Sarney (1985-1990)

Ou seja, era preciso trabalhar na remoção do “entulho autoritário”, expressão consagrada para designar o conjunto de instituições e práticas legadas pela Ditadura.

Depois de 20 meses de trabalho, debates e discussões, a Assembléia Constituinte promulgou, em 05 de Outubro de 1988, a nova Carta Magna do País, em 1988.

Alguns dos direitos e garantias fundamentais estabelecidos pela Constituição Federal – válidos para todas as pessoas, pois “Todos são Iguais perante a Lei” – foram:

– Eleições Diretas, em Dois Turnos, para a Presidência, Governos Estaduais e Prefeituras com mais de 200 mil eleitores;

– Voto Facultativo para jovens entre 16 e 18 anos e para pessoas com mais de 70 anos;

– Jornada de Trabalho limitadas a 44 horas semanais (era 48 horas);

– Licença-Maternidade de 120 dias e Licença-Paternidade de 5 dias;

Governo José Sarney (1985-1990)

– Multa de 40% sobre o valor total do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nas Dispensas Sem Justa Causa.

– Medida Provisória – MP

A Constituição de 1988 também criou a Medida Provisória (MP), instrumento jurídico, com força de lei, que pode ser usado pelo Presidente em caso de relevância ou urgência.

Se aprovada pelo Congresso, ela pode tornar-se Lei, perdendo seu caráter provisório.

A Medida Provisória substituiu, de certo modo, os antigos Decretos-Lei usados pelos Governos Militares.

– Constituição Cidadã

Pela proteção conferida aos cidadãos em geral em seus diversos aspectos (político, econômico, trabalhista, social, cultural, etc.), a Constituição de 1988 tornou-se conhecida também como Constituição Cidadã.

Direitos dos Cidadãos

De fato, a Constituição Federal confere amplos Direitos aos Cidadãos.

E somente quando os direitos são exercidos é que existe, efetivamente, cidadania. Isso quer dizer que a cidadania não deve ser vista como “doação” do Estado à Sociedade. Cidadania é uma realidade em construção, que resulta de um processo constante de lutas e conquistas das pessoas e dos grupos sociais.

Vejamos, então, alguns pontos da atual Constituição Federal que se referem a esses Direitos Fundamentais do Cidadão.

– Igualdade Jurídica

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país está garantida a inviolabilidade do Direito à Vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Homens e Mulheres são iguais em direitos e em deveres.

– Subordinação de Todos à Lei

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Significa que a liberdade de cada pessoa só tem como limites os mandamentos contidos nas normas jurídicas, e não no arbítrio de outra pessoa, por mais influênte que seja.

Direitos dos Cidadãos

– Liberdade de Pensamento, de crença religiosa, de expressão intelectual, de locomoção, de associação.

É livre a manifestação do pensamento (sendo assegurado o direito de resposta); é livre o exercício de cultos religiosos; é livre a expressão intelectual (artística, científica e de comunicação), independentemente de censura ou licença; é livre a locomoção pelo território nacional em tempo de paz (direito de ir e vir: qualquer pessoa pode entrar, permanecer ou sair do Brasil, nos termos da lei); é livre o direito de reunião e de associação para fins lícitos. É lícito o ato que não contraria o direito.

– Casa é asilo inviolável do indivíduo

Ninguém pode penetrar na casa sem o consentimento do morador, salvo nos seguintes casos: a) flagrante delito; b) desastre; c) para prestar socorro; d) durante o dia, por determinação judicial.

– Sigilo das Comunicações

É inviolável o sigilo da correspondência, das comunicações telegráficas e telefônicas. No caso dos telefonemas, o sigilo pode ser quebrado por ordem judicial, tendo em vista investigações criminais ou instrução processual penal.

Direitos dos Cidadãos

– Direito da Propriedade e de Herança

A propriedade consiste no direito de usar, gozar e dispor de uma coisa (móvel ou imóvel), bem como reavê-las das mãos de quem quer que injustamente a detenha. Além de sua função pessoal, a propriedade deve atender sua função social. Isto é, a propriedade deve ser aproveitada produtivamente em termos sociais, principalmente a propriedade agrícola. O proprietário não pode se dar ao capricho de conservar ou abandonar a coisa que é sua, visando apenas sua valorização especulativa, e impedir que a comunidade possa participar dos benefícios que ela poderia produzir, caso fosse utilizada.

– O Poder Judiciário e a Lesão ou Ameaça a Direito

A lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer Lesão ou Ameaça a Direito. Essa norma é de extrema importância no Estado Democrático de Direito. Representa a garantia do Direito de Ação Judicial. Qualquer pessoa, ao sentir-se lesada ou ameaçada em seus direitos, pode submeter a questão à apreciação do Judiciário. E este não pode recusar-se a fornecer a prestação jurisdicional que lhe foi devidamente pedida.

Direitos dos Cidadãos

– Garantias da Liberdade do Cidadão

Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita fundamentada de autoridade judiciária competente (magistrados: juízes, desembargadores, ministros de tribunais), exceto nos casos de transgressões ou crimes militares. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

– O Reconhecimento Jurídico da Culpa

Todo Cidadão acusado de um delito tem o direito de ser considerado inocente até que sua culpa seja definitivamente comprovada em julgamento público, no qual tenham sido asseguradas garantias necessárias à sua livre defesa.

– Relação dos Direitos Sociais

São direitos sociais os direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao laser, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à assistência aos desamparados.

Governo Collor (1990-1992)

Governo Collor (1990-1992)

A Promessa de Modernização do País

Após quase 30 anos sem Eleições Diretas para Presidente da República, os eleitores brasileiros puderam exercer esse direito no dia 15 de novembro e 17 de dezembro de 1989 – em primeiro e segundo turnos.

Ao final de uma agitada Campanha Eleitoral, o candidato vitorioso foi o Ex-Governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, tendo como Vice Itamar Franco.

Eles concorreram por uma pequena agremiação política, o Partido da Renovação Nacional – PRN.

No segundo turno, Collor recebeu o apoio do PFL, PDS e do PTB, além do apoio de diversas legendas menores.

Derrotou por pequena diferença de votos o Ex-Líder Sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que concorria à primeira vez à Presidência da República e recebera apoio de lideranças do PMDB, PSDB e PDT.

Governo Collor (1990-1992)

Durante a Campanha Eleitoral, Collor apresentou uma imagem de político renovador e um discurso centrado na moralização do serviço público e no combate aos Marajás.

Outra proposta de seu programa de governo era modernizar a administração do Estado e a economia do país conforme a cartilha neoliberal.

Isto é, privatizar (vender para a Iniciativa Privada) Empresas Estatais, combater os Monopólios, abrir o país à Concorrência Internacional e desburocratizar as regulamentações econômicas, entre outras propostas.

MarajásDenominação pejorativa para o funcionário público ou de empresa pública que goza de salários e vantagens considerados exorbitantes em relação à maioria da população. Um termo é uma alusão aos antigos príncipes indianos, chamados de marajás.

Governo Collor (1990-1992)

Plano Collor

De imediato, o Novo Governo tomou medidas drásticas para combater a hiperinflação, que já chegava a 2.751,34% ao ano.

No dia seguinte à posse, 16 de março de 1990, Collor anunciou um Plano de Estabilização Econômica elaborado por sua equipe econômica, que, entre outras medidas:

– Bloqueou contas e aplicações financeiras nos bancos;

– Confiscou cerca de 80% do dinheiro que circulava no país – incluindo o das Cadernetas de Poupanças;

– Extinguiu a moeda vigente, o Cruzado, restabelecendo o Cruzeiro.

O Impacto Social do chamado Plano Collor foi violento. Grande parte da população foi obrigada a aceitar o sacrifício, tendo em vista o objetivo de conter o processo inflacionário.

Governo Collor (1990-1992)

Governo Collor (1990-1992)

Denúncias de Corrupção

Depois de dois anos de mandato de Fernando Collor de Mello, começaram a surgir na Imprensa do País inúmeras denúncias de corrupção envolvendo a cúpula governamental e a própria família Collor.

CPI do PC

A gravidade das denúncias, aliada à grande repercussão alcançada na mídia, levou a Câmara dos Deputados a instituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – destinada a apurar as eventuais irregularidades.

Aos poucos foi desmontada e exposta ao público a rede de corrupção, sonegação fiscal e contas “fantasmas” do chamado “esquema PC”:

Uma série de negócios obscuros dirigidos por Paulo César Farias – o PC Farias – amigo pessoal e ex-tesoureiro da Campanha Presidencial de Collor.

Governo Collor (1990-1992)

Impeachment

Enquanto prosseguiam as investigações da CPI, ruas e praças do país foram tomadas por multidões em manifestações que exigiam o Impeachment – afastamento – do Presidente.

Nesse movimento, destacou-se a presença dos estudantes – posteriormente chamados de caras-pintadas, por terem pintado o rosto de verde e amarelo – exigindo ética e dignidade na vida pública brasileira.

Ao final dos trabalhos, a CPI apresentou um relatório que incriminava o Presidente Fernando Collor de Melo.

Estava aberto o caminho legal para o Impeachment, que foi aprovado pela Câmara Federal em 29 de setembro de 1992.

ImpeachmentPalavra inglesa que significa “impedimento”; usada em sentido jurídico, é o processo que pune com o afastamento do cargo aquele que praticou delito grave no exercício das funções públicas.

Governo Collor (1990-1992)

A votação dos Parlamentares (441 votos a favor e apenas 38 contra) foi transmitida, ao vivo, pelas emissoras de Rádio e TV e acompanhada, com grande interesse, pelos cidadãos brasileiros.

Assim, Fernando Collor foi impedido de exercer a função de Presidente da República para ser julgado pelo Senado Federal.

No dia 2 de outubro de 1992, o Vice-Presidente Itamar Franco assumiu a Presidência da República, governando interinamente até 29 de dezembro, quando durante julgamento no Senado Federal, Collor entregou sua Carta-Renúncia.

Mesmo após a apresentação da renúncia, o Senado prosseguiu o Julgamento de Collor, cassando seus direitos políticos por Oito anos.

Os “Caras Pintadas”

Passeata da UNE

Governo Itamar Franco (1992-1994)

Governo Itamar Franco (1992-1994)

A Busca do Equilíbrio em Meio à Crise

Com a saída de Collor da Presidência, Itamar Franco assumiu, efetivamente, o cargo de Presidente da República, em 29 de Dezembro de 1992.

Com estilo diferente do de seu antecessor, e sob o impacto do processo de Impeachment e sua repercussões, o Novo Presidente procurou compor um Governo com apoio de todos os partidos.

Governo de Coalizão

O Presidente Itamar Franco recebeu o governo com uma herança de graves problemas socioeconômicos:

– A persistência da Inflação;

– A altíssima concentração de renda;

– A recessão econômica e o desemprego;

– O agravamento do problema da fome, afetando metade da população do país e da indigência que atingiam milhões de brasileiros.

Governo Itamar Franco (1992-1994)

A fim de enfrentar esse desafio, Itamar convidou para compor seu Ministério figuras das mais variadas tendências ideológicas, vindas de diversos partidos políticos.

Formou-se assim um Governo de Coalizão.

Plebiscito

Entre os fatos que mercaram o início de seu governo, destaca-se a realização em Abril de 1993, do Plebiscito para decidir a Forma – República ou Monarquia – e o Sistema de Governo – Presidencialismo oi Parlamentarismo – que o Brasil iria adotar.

Esse Plebiscito estava previsto na Constituição de 1988.

A maioria dos eleitores decidiu que o Brasil continuaria sendo uma República Presidencialista: 66% votaram pela República e 10% pela Monarquia; 55% escolheram o Presidencialismo e 25%, o Parlamentarismo.

Governo Itamar Franco (1992-1994)

Plano Real

No Plano Econômico, o Governo não conseguiu controlar a Inflação durante o Primeiro Ano, provocando a substituição seguida de três Ministros da Fazenda.

Na última substituição, Itamar nomeou Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que era o titular da pasta das Relações Exteriores, para o Ministério da Fazenda.

Alguns meses após assumir o Ministério da Fazenda (no final de 1993), Fernando Henrique Cardoso anunciou o Plano de Estabilização da Economia, desenvolvido por uma Equipe de Economistas que o assessorava no Ministério.

O Objetivo Básico do Plano era controlar a hiperinflação brasileira que era considerada crônica.

De acordo com esse plano, desenvolvido em etapas, em 1° de julho de 1994, entrou em vigor no país uma Nova Moeda: o Real.

Por isso, o plano ficou conhecido como Plano Real.

Governo Itamar Franco (1992-1994)

Acolhido com desconfiança pelas oposições, o Plano Real, no entanto, foi ganhando o apoio de crescente parcela da população.

A inflação desabou de quase 50% ao Mês, em junho de 1994 para índices próximos a 4%, no final do Mês de Julho do mesmo ano.

O Ano de 1994 terminou com uma inflação semestral inferior a 20%.

No ano anterior, a Inflação Total tinha sido de mais de 2.000%.

Esses Resultados Positivos do Plano Real, impulsionaram o apoio de Itamar à candidatura de Fernando Henrique Cardoso a Presidente da República, nas Eleições do final de 1994.

Governo Itamar Franco (1992-1994)

Denúncias de Corrupção

Entre 1993 e 1994, o Governo Itamar também sofreu sucessivas crises devido à denúncias de irregularidades.

Entre elas, destacou-se a que deu origem à chamada CPI do Orçamento.

A investigação da CPI apontou a existência de um amplo esquema de corrupção, que por meio do tráfico de influência desviava sistematicamente verbas previstas no Orçamento da União para Entidades Filantrópicas Fantasmas, apadrinhados políticos, empreiteiras, etc.

A acusação inicial envolvia mais de vinte parlamentares, seis ministros e ex-ministros e três governadores de estado.

Entretanto, apenas seis deputados, conhecidos na imprensa como “anões do orçamento”, tiveram seus mandatos cassados pelo plenário da Câmara, perdendo seus Direitos Políticos.

Os demais denunciados renunciaram ou foram absolvidos.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Um Projeto Liberal-Reformista

Formando uma coligação entre o PSDB e o PFL, Fernando Henrique Cardoso – também conhecido como FHC – venceu, no Primeiro Turno, as Eleições de 3 de Outubro de 1994, com quase 55% dos votos válidos.

Assumiu a Presidência da República em 1° de janeiro de 1995 para cumpri um mandato que terminaria em 1° de Janeiro de 1999.

Em 1997, porém, foi aprovada pelo Congresso Nacional, uma Emenda à Constituição Federal permitindo a Reeleição para Presidente da República, Governadores de Estado e Prefeitos.

Novamente, apoiado pelo PFL e por seu partido, Fernando Henrique Cardoso concorreu à Reeleição e saiu outra vez vitorioso no Primeiro Turno.

Tornou-se, assim, o Primeiro Presidente Brasileiro a exercer dois mandatos consecutivos.

O segundo mandato de Fernando Henrique iniciou-se em 1° de Janeiro de 1999 e encerrou-se em 1° de Janeiro de 2003.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Nas duas Eleições, seu principal adversário foi Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, dando início a um período em que PT e PSDB passaram a dominar e a polarizar progressivamente o Cenário Político Brasileiro.

Reformas na Gestão Econômica

No Plano Econômico, o Governo FHC teve como um de seus principais marcos o combate à hiperinflação do País dando prosseguimento ao Plano Real.

Adotando, entre outras medidas, uma política de juros alto, o resultado desse combate pode ser percebido pelos seguintes fatores:

– De 1988 a 1993, a taxa média da Inflação Brasileira havia sido de 1.280,90 ao ano;

– Com a implantação do Plano Real, de Julho de 1994 a Maio de 2000, a taxa de Inflação caiu para 11,4% ao ano (com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE).

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Outro aspecto marcante na gestão de Fernando Henrique foi a retomada da Reforma do Estado e da Economia, projeto que tinha certos antecedentes no Governo Collor.

A idéia defendida pela equipe do Governo era romper com o modelo de Estado Interventor, instalado desde a Era Vargas.

Programa de Privatizações

Assim, adotando uma Política Econômica considerada Neoliberal por uns, ou Liberal-Reformista por outros, o Governo FHC procurou reduzir o papel do Estado como Produtor de Bens e Serviços Diretos,promovendo uma série de Privatizações de Empresas Públicas.

Foram Privatizadas, por exemplo, Empresas de Telecomunicações (Sistema Telebrás), de Geração e Distribuição de Energia Elétrica (Eletrobrás), de Mineração (Companhia Vale do Rio Doce), de Siderurgia (Usiminas, Cosipa, Companhia Siderúrgica Nacional) e do setor Químico (Copene, Copesul).

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Para supervisionar as Áreas Privatizadas, o Governo criou diversas Agências Reguladoras – entidades públicas independentes dos Governos, idealizadas com o propósito de não ser suscetíveis a Pressões Políticas – são exemplos a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre outras.

As autoridades responsáveis pelo Programa de Privatizações defendem esse processo argumentando, principalmente, que:

– Era preciso fortalecer o Estado Regulador em detrimento do Estado Empresário. Desse modo, retirando-se do Setor Empresarial, o Estado poderia cumprir melhor seu papel de Provedor e Executor de Políticas Sociais nas áreas da segurança, saúde, educação, etc.;

– As Privatizações atrairiam capital estrangeiro, modernizariam os diversos setores econômicos, expandiriam a cobertura dos serviços e dinamizariam a economia;

– O dinheiro arrecadado pelo Governo com a venda das estatais seria usado para pagar parte da Dívida do País (Interna e Externa).

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

O programa de privatizações empreendido pelo Governo teve de enfrentar a dura oposição de grupos corporativos em defesa de seus interesses.

Também se defrontou com a reprovação daqueles que, por princípio ideológico, eram (e são) contrários à desestatização.

Mas as Privatizações também foram criticadas por outros motivos:

– Segundo diversos analistas, a liquidação do patrimônio público teria sido feita por preços muito baixos.

– Essa Privatização não teve como contrapartida a necessária melhoria da qualidade dos serviços públicos sociais.

– O pagamento das dívidas interna e externa do país com os recursos arrecadados com as privatizações não alcançou o efeito esperado; ao contrário, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso as Dívidas Interna e Externa do País aumentaram muito.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Lei de Responsabilidade Fiscal

Uma iniciativa do Governo FHC considerada importante para o aprimoramento da Gestão das Finanças Públicas foi a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em 4 de Maio de 2000.

A LRF estabeleceu regras precisas para Todos Administrador Público – seja em âmbito municipal, estadual e federal – com o propósito de alcançar um equilíbrio entre receitas e despesas na Gestão das Contas Públicas.

O princípio fundamental da LRF consiste em proibir a criação de uma Nova Despesa (por mais de dois anos) nos Orçamentos Públicos sem a indicação de receita correspondente ou de redução equivalente de gastos já previstos para cobri-la.

Ou seja, não se pode gastar mais do que arrecadado.

O desrespeito do Administrador Público às determinações da LRF pode gerar graves punições, como perda de direitos políticos, pagamento de pesadas multas e prisão dos infratores.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Avanços Sociais

Durante o Governo FHC, as injustiças sociais históricas do País não foram eliminadas.

No entanto, houve avanços positivos em setores como, por exemplo, a educação e a saúde.

Redução do Analfabetismo

Na Educação, o Governo FHC, o Brasil ficou próximo da Universalidade no Ensino Fundamental, isto é, grande parte das crianças de 7 a 14 anos de idade teve acesso à escola (dados de 202), embora ainda seja necessário desenvolver muito trabalho com relação à qualidade do Ensino Público.

Além disso, mantiveram-se em queda as taxas de analfabetismo entre a população acima de 10 anos de idade.

Em 1990 havia 18,3% de brasileiros analfabetos, já em 2002 esse percentual caiu para 12,8%.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Queda da Mortalidade Infantil

Na área da saúde, o Governo FHC expandiu o atendimento médico-hospitalar e as Campanhas Públicas de Vacinação.

Esses esforços refletiram-se, por exemplo, na queda da taxa de mortalidade infantil:

A Taxa que era de 36,5 mortes por mil nascidos vivos em 1994, caiu para 27,8 mortes em 2002, a esperança média de vida subiu para 71 anos.

Apesar dos progressos apontados, ainda são muitos os problemas que afetam as condições da saúde pública no Brasil.

Na tabela seguinte podemos comparar as taxas de mortalidade infantil e esperança de vida do Brasil com a de alguns países selecionados.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Final da Era FHC

No último ano do segundo mandato de Fernando Henrique, cresceram o descontentamento popular e as críticas de parte da imprensa em relação ao desempenho de seu Governo.

Vários aspectos contribuíram para isso:

– Crise de fornecimento de Energia Elétrica no País, gerando risco de um “apagão”; na época, atribuiu-se o problema à falta de investimentos do Governo em infraestrutura e às privatizações no setor energético;

– Crescimento intenso da dívida externa e da dívida interna do setor público, gerando desconfiança na capacidade do Governo de honrar seus compromissos e pondo em dúvida a efetividade do Processo de Privatizações;

– Elevadas taxas de desemprego, causando insatisfação popular.

A insatisfação social desse período converteu-se em anseio por mudanças políticas que, em grande medida, foram direcionadas para o candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, nas Eleições à Presidência da República em 2002.

Governo Fernando Henrique (1995-2002)

Denúncias de Corrupção

Como nos Governos anteriores desde a redemocratização do País, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso houve diversas denúncias de corrupção e irregularidades envolvendo Parlamentares, Assessores, Altos Funcionários Públicos e Empresários ligados ao Governo.

Algumas denúncias converteram-se em investigações parlamentares, como a CPI do Sivan (Sistema de Vigilância da Amazônia) e a CPI dos Bancos. Grande parte dessas investigações não foi avante no Congresso, vencida pela maioria política ligada ao Governo.

Entre elas podem ser destacadas duas: a suposta compra de votos por parlamentares para a aprovação da Emenda Constitucional da Reeleição – indicada por gravações telefônicas que levaram à expulsão de alguns Deputados do PFL – e diversas denúncias reunidas num dossiê, que sustentariam a CPI da Corrupção.

A favor do Governo e do Presidente ficou o fato de que não houve comprovação jurídica para muitas dessas denúncias, atribuídas ao jogo político dos oposicionistas. Porém restou a suspeita levantada pela oposição, dado o empenho dos governistas em impedir que as investigações fossem levadas adiante.

PIB – Produto Interno Bruto

Criação de Empregos

Inflação – IPCA (% a.a.) – IBGE

Governo Lula (2003-2011)

Governo Lula (2003-2011)

A Esperança de Transformação Social

Depois de três tentativas fracassadas de alcançar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, finalmente conseguiu vencer as Eleições de 2002.

Para isso, precisou mudar sua estratégia anterior de alianças, formando a chapa com José de Alencar, do Partido Liberal (PL), além de manter aliados tradicionais como o PC do B, PCB e PMN (Partido da Mobilização Nacional).

Sua vitória deu-se no segundo turno, tendo alcançado 61,3% dos Votos Válidos.

Seu adversário foi José Serra, do PSDB.

Pela primeira vez na História Republicana Brasileira, um líder político de origem autenticamente popular – ex-torneiro mecânico, ex-líder sindical e um dos fundadores de um partido que abrigava uma ideologia de esquerda, o PT) assumia a Presidência da República.

Governo Lula (2003-2011)

Em 2006, ao final de seu mandado, Lula disputou nova Eleição e foi Reeleito para a Presidência da República, no segundo turno, com pouco mais de 60% dos Votos Válidos.

Seu adversário foi Geraldo Alckmin, também do PSDB.

Governo Lula (2003-2011)

Primeiro Mandato (2002-2006)

Lula assumiu a Presidência da República em 1° de Janeiro de 2002.

Seu programa de governo propunha-se a resgatar as dívidas sociais fundamentais que o País tem com a maioria do povo brasileiro.

Ele também prometia preservar os fundamentos da ordem econômica, respeitar os contratos e reconhecer seus compromissos com os credores da Dívida Externa do País.

Continuidade da Política Econômica

O compromisso de campanha foi cumprido durante o primeiro mandato.

O Governo Lula procurou, desde o início, tranquilizar os mercados, ganhar a confiança dos empresários (banqueiros, industriais, comerciantes, etc.), preservar a estabilidade da moeda e conter a Pressão Inflacionária.

Governo Lula (2003-2011)

Para isso, a equipe econômica do Governo adotou uma conduta em grande parte assemelhada à da Gestão Anterior, o que gerou muitas críticas daqueles que esperavam mais ousadia.

Mas essa etapa deu alguns bons resultados, como:

– A Inflação foi mantida sob controle;

– As Exportações brasileiras cresceram;

– Os índices de desemprego tiveram ligeira queda.

Mesmo assim, o desempenho geral da economia foi considerado tímido.

Entre 2003 e 2006, o PIB – a soma de todos os bens e serviços produzidos no Pais – cresceu num ritmo médio de 3,4% ao ano, taxa superior à do governo anterior. Observe os dados da seguinte tabela:

Governo Lula (2003-2011)

Governo Lula (2003-2011)

A partir de 2005 o mecanismo de sustentação dessas alianças causou suspeita:

Denúncias apontaram para a existência de um esquema, coordenado por Líderes do PT, pelo qual um grupo de Parlamentares da base governista recebia pagamentos em dinheiro em troca de seu apoio.

Era o escândalo do chamado “mensalão” – em referência a um suposto pagamento mensal aos Parlamentares.

O Presidente Lula afirmou desconhecer a existência do esquema denunciado e conclamou todos os órgãos policiais e judiciais competentes a apurar as denúncias.

Investigadas por mais de uma CPI e pela Polícia Federal, essas denúncias e seus desdobramentos receberam destaque na grande imprensa, dando repercussão às acusações feitas a membros do PT.

Após 120 dias de investigação, a CPI do Mensalão não conseguiu provas conclusivas a respeito dos principais acusações ao Governo.

Governo Lula (2003-2011)

No entanto, vários Deputados denunciados renunciaram, três foram cassados.

E, por iniciativa da Procuradoria Geral da República, muitas dessas denúncias foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal, que decidiu abrir um processo contra vários dos indiciados.

Governo Lula (2003-2011)

Governo Lula (2003-2011)

Desigualdade: O Grande Desafio

Um dos principais desafios do Governo Lula consiste em promover o crescimento econômico do País, aliado a uma boa administração na área social (educação, saúde, condições de trabalho, etc.), capaz de reduzir as desigualdades sociais brasileiras.

Essa situação de desigualdade social é tanto perversa quanto persistente, mantendo-se quase inalterada nas últimas décadas, conforme mostra a tabela apresentada a seguir.

Reduzir essas desigualdades sociais e erradicar a pobreza talvez sejam as maiores de todas as prioridades da sociedade brasileira, tanto para o atual como para os Futuros Governos.

Governo Lula (2003-2011)

Exclusão Social e Subcidadania

Nesse início do Século XXI, o Brasil ainda é um dos campeões mundiais de desigualdade social.

Democrática na aparência, a sociedade brasileira ainda é essencialmente autoritária.

Nosso conceito de democracia é restrito principalmente ao plano jurídico, expressando-se em frase pomposas como “Todos são Iguais perante a Lei” ou “Todo cidadão tem direito ao voto”.

No fundo, a democracia não chegou plenamente à vida cotidiana da população.

Não democratizamos de fato o acesso ao saber, à saúde pública e à segurança social.

Vivemos, na prática, um Grande Apartheid Social.

De um lado, uma elite ostentando um padrão de vida de primeiro mundo;

Do outro, uma Enorme Massa de Subcidadãos.

Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 3 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Edusp, 1995.

MOTA, Carlos Guilherme. Brasil em Perspectiva. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1990.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo, Brasiliense, 1979.

Wikipedia

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Professor Edley

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