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Independências Afro-Asiáticas

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Descolonização e Independência

A Luta pela Autonomia na África, na Ásia e na Oceania

Conforme estudamos anteriormente, foi, principalmente, a partir da segunda metade do Século XIX que o governo das grandes potências econômicas desse período lançaram-se sobre os Continentes Asiático, Africano e Oceânico para formar seus Impérios Coloniais.

Até o fim da Segunda Guerra Mundial, os diversos povos de praticamente toda África e de grande parte da Ásia e da Oceania ainda viviam sob o domínio colonial dessas potências.

De modo geral, o período de dominação neocolonial afetou grandemente as relações internas e o desenvolvimento socioeconômico da sociedades das regiões colonizadas.

Além da exploração econômica que sofriam, muitos de seus territórios foram divididos de acordo com os interesses das potências.

Com isso, povos de uma mesma etnia passaram a viver separados por uma fronteira política, enquanto grupos étnicos que mantinham entre si uma intensa história de rivalidade acabaram sendo reunidos em um mesmo país.

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Descolonização e Independência

Causas das Independências

Considera-se, de um modo geral, que contribuíram para o processo de descolonização e independência os seguintes fatores:

– Movimentos Emancipacionistas e Nacionalistas

Conscientes da opressão e da exploração que sofriam nas mãos de Nações Estrangeiras que os dominavam, diversos grupos locais organizaram em seus países movimentos para lutar contra essa situação;

– Crise Econômica Européia

A manutenção do domínio colonial por meio de Forças Militares foi bastante dificultada pela delicada situação econômica das tradicionais potências européias no pós-guerra;

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Descolonização e Independência

– Consciência Anti-Colonialista e Anti-Imperialista

Se até as Primeiras Décadas do Século XX muitas pessoas na Europa sentiam orgulho por seu país possuir Impérios Coloniais, depois da Segunda Guerra Mundial essa situação tornou-se constrangedora.

Era uma contradição governos inimigos da opressão Nazifascista manterem oprimidos os povos colonizados.

Assim, no pós-guerra a opinião pública européia desenvolveu uma consciência contrária ao colonialismo.

E os dirigentes dos governos democráticos europeus passaram a evitar ser identificados como Imperialista.

– Guerra Fria

Interessados em desenvolver novas formas de influência nas regiões colonizadas, os Governantes das duas grandes potências do pós-guerra – Estados Unidos e União Soviética – assumiram posições favoráveis à descolonização e procuraram apoiar as lideranças dos grupos emancipacionistas Afro-Asiáticos e atraí-las para o Seu Bloco.

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Descolonização e Independência

– Criação da ONU

Na Carta das Nações Unidas – documento de criação dessa entidade, em 1945 – destaca-se entre seus objetivos o de promover “relações de amizade entre as nações, baseadas no respeito ao princípio da Igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos”.

Assim, a ONU tornou-se um Fórum Internacional contra o Colonialismo, contribuindo para a disseminação das propostas defendidas pelo movimento de descolonização.

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Descolonização e Independência

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Descolonização e Independência

Conferência de Bandung

Outro acontecimento de destaque na luta contra a dominação colonialista e o subdesenvolvimento ocorreu em abril de 1955, na Indonésia: a Conferência Afro-Asiática de Bandung.

Convocada pelos líderes da Indonésia, Índia, Birmânia – atual Mianmá –, Ceilão – hoje Sri Lanka – e Paquistão – países que haviam alcançado poucos anos antes sua independência – essa conferência constituiu um marco importante na organização política dos países do chamado Terceiro Mundo – Países Subdesenvolvidos.

No documento final da conferência, firmado pelos representantes dos 29 Países Participantes, destacavam-se os seguintes pontos:

– Rejeição à divisão mundial nos blocos Socialistas e Capitalistas e defesa de uma política de não alinhamento automático com as Superpotências;

– Condenação do Racismo e da Corrida Armamentista;

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Descolonização e Independência

– Proclamação do direito de autodeterminação política, reprovando-se, portanto, o Colonialismo – dominação direta da Metrópole sobre a Colônia – e o Neocolonialismo – dominação mascarada, realizada por meio de práticas econômicas imperialistas;

– Afirmação de que a submissão imposta aos povos afro-asiáticos era uma negação dos direitos fundamentais do homem e estava em contradição com a Carta das Nações Unidas, sendo um obstáculo à Paz e à Cooperação Mundial.

Quando se realizou a Conferencia da Bandung, 14 Países Asiáticos já tinham conseguido sua Emancipação Política.

Todas as Nações Africanas, no entanto, ainda estavam submetidas à dominação colonial, com exceção da Líbia.

Nos anos seguintes, à Conferência, porém, o processo de Descolonização da África acelerou-se e, até o ano de 1960, 23 Países Africanos já haviam conquistado sua independência.

Até 1980, outras 23 Nações Africanas e mais 12 Nações Asiáticas e Oceânicas alcançaram igual destino.

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Descolonização e Independência

Formas de Ruptura

O processo de ruptura dos distintos países da África, da Ásia e da Oceania com as Metrópoles deu-se de duas formas:

Ruptura Pacífica

Alcançada mediante acordos firmados com as Metrópoles.

Nessa forma de ruptura, estas reconheciam formalmente a emancipação política das colônias, mas procuravam preservar, ao menos em partes, as relações econômicas de dominação;

Ruptura Violenta

Alcançada mediante o confronto armado entre as Forças das Metrópoles e as Tropas de Libertação das Colônias.

Essa forma de ruptura ocorreu principalmente quando a luta pela independência política transformava-se em luta contra a dominação imperialista, apontando para a construção de uma Sociedade Socialista.

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Descolonização e Independência

A ruptura dos laços coloniais não significou, no entanto, a conquista imediata da Paz e do Bem-estar almejados pelas ex-sociedades coloniais da Ásia, da África e da Oceania.

Frequentemente, os processos de independência desdobravam-se numa série de lutas internas, envolvendo movimentos políticos ou grupos étnicos rivais, que passaram a disputar o controle do poder nas diferentes regiões.

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Independências na Ásia

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Independências na Ásia

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Independências na Ásia

Os Desdobramentos Pós-Coloniais

O processo de descolonização ocorrido principalmente no pós-guerra teve início na Ásia, continente com amplas áreas sob dominação colonial da Inglaterra e da França.

De 1943 a 1979, 27 Países Asiáticos tornaram-se independentes.

Em muitos casos, o processo de independência e seus desdobramentos ocorreram por meios de grandes conflitos, nos quais não faltou intervenção – seja direta ou indireta – dos Estados Unidos e da União Soviética, sempre procurando firmar sua influência política e econômica no plano mundial.

O quadro que temos no slide seguinte, relaciona os Países Asiáticos que se tornaram independentes nesse período.

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Independências na Ásia

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Independências na Ásia

Alguns processos de emancipação nacional na Ásia foram marcantes, como o da Índia em relação à Inglaterra.

Outras vezes, o que se destacou dentro da história mundial não foi tanto o processo emancipatório em si, mas a gravidade de seus desdobramentos, como a guerra que estourou no Vietnã após sua independência.

– Independência da Índia (1947)

A Índia, país localizado ao sul da Ásia, possui uma rica cultura milenar.

A partir do Século XVI, algumas regiões de seu território começaram a ser objeto de ocupação por Governos e Comerciantes de países europeus, como Portugal e Holanda e, posteriormente França e Inglaterra.

Um dos marcos da conquista portuguesa da Índia ocorreu em 1510, quando o Almirante Afonso de Albuquerque fundou a “Velha Goa”, que se tornou capital e residência do “Vice-Rei das Índias”.

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Independências na Ásia

Explorada desde o Século XVIII pela Companhia Inglesa das Índias Orientais, a Índia foi incorporada ao Império Britânico no Século XIX.

Era considerada a “Jóia da Coroa”, tanto pela grandeza de seu território e a riqueza de seus recursos quanto pela população numerosa que já apresentava, constituindo importante mercado consumidor para os produtos industriais ingleses.

Embora a cultura britânica e o idioma inglês tenham se tornado fator de união entre os indianos – existem na Índia mais de 20 idiomas e grande diversidade cultural – as autoridades inglesas enfrentaram, desde o início, diversas rebeliões anticoloniais.

Movimento de Desobediência Civil

No decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os Indianos receberam a promessa de representantes do Governo Inglês de que, se lutassem contra os Alemães, receberiam em troca maior autonomia administrativa.

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Independências na Ásia

Terminado a guerra, porém, apesar de algumas concessões nesse sentido, os representantes do governo Inglês mantiveram a dominação colonial e passaram a reprimir violentamente todas as tentativas de emancipação da Índia, conduzidas principalmente pelo Partido do Congresso, criado em 1885 e, posteriormente, liderado por Jawaharlal Nehru.

As atividades pró-autonomia da Índia contaram com importante participação do líder pacifista Mahatma Gandhi, que se converteria no Principal Líder Indiano a se opor à Dominação Inglesa, utilizando como recurso a não violência ativa.

Ele pregou e praticou essa estratégia, que consistia basicamente na Desobediência Civil dos Indianos contra as autoridades inglesas por meio do não pagamento de impostos e da rejeição de produtos industriais ingleses.

O propósito era debilitar o adversário, mas sem utilizar a violência, sem derramar sangue.

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A Vida Ascética de Mahatma Gandhi

Acreditando que somente através da renúncia aos desejos e às necessidades mundanas ele iria ao encontro da verdade espiritual, Gandhi limitou suas posses ao essencial.

A seleção de seus pertences pessoais inclui:

– Duas pequenas tigelas de comida, que recebera na prisão e conservava como recordação;

– Um garfo e uma colher de madeira;

– Seu diário;

– Relógio e óculos;

– Um exemplar do texto sagrado hindu, o Bhagavad Gita.

Violência e excessos eram igualmente repugnantes para Gandhi.

Seguia uma dieta vegetariana e jamais comia mais do que o necessário; suas sandálias eram feitas de couro de vaca que morriam naturalmente.

Milhões reverenciavam Gandhi como um santo, por sua Vida Ascética – consagrada à religiosidade e à prática da virtude – fiel aos ditames de uma longa tradição de líderes espirituais da Índia.

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Mahatma Gandhi

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Independências na Ásia

Índia, Paquistão e BangladeshNem toda Índia,porém, estava unida em torno das promessas de Gandhi e Nehru.

Havia no país outros grupos de oposição ao colonialismo inglês, destacando-se a Liga Muçulmana, fundada em 1905 e liderada por Muhammad Ali Junnah.

Seu objetivo era a criação de um Estado Muçulmano, independente dos Hindus ligados ao Partido do Congresso.

Os Ingleses procuraram manipular ao máximo o conflito entre esses grupos rivais para retardar o processo de emancipação da Índia, que acabou ocorrendo finalmente em 1947.

Atendendo a exigência dos grupos políticos muçulmanos, o território Indiano foi dividido em:

República da Índia

De maioria Hindu;

República do Paquistão – Oriental e Ocidental

De maioria Muçulmana. Posteriormente em 1972, após violenta guerra, o Paquistão Oriental separou-se do Ocidental e passou a se chamar Bangladesh.

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Índia, Paquistão e Bangladesh

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Independências na Ásia

Independência da Indochina

A Indochina, região da Ásia dominada pela França desde 1860, foi ocupada pelos Japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a derrota do Japão na Guerra, o Governo Francês tentou recuperar seu domínio sobre a antiga colônia, mas teve de enfrentar a resistência dos movimentos nacionalistas que lutavam pela independência da região.

Deflagrou-se, então, a Guerra da Indochina (1946-1954), em que se destacou a liderança de Ho Chi Minh, do movimento de libertação Vietminh.

A Guerra terminou com um acordo internacional, celebrado em Genebra, pelo qual o território indochinês foi dividido em Três Países Independentes:

Laos, Camboja e Vietnã.

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Independências na Ásia

– Divisão do Vietnã

O Vietnã por sua vez, ficaria dividido temporariamente em Duas Zonas:

República Democrática do Vietnã

Ao Norte, com capital em Hanói.

Liderado por Hi Chi Minh, o Governo do Vietnã do Norte tinha o apoio dos Governos do Bloco Comunista – China e União Soviética;

República do Vietnã

Ao Sul, com capital em Saigon.

Liderado pelo General Ngô Dinh Diem, o Governo do Vietnã do Sul era apoiado principalmente pelo Governo dos Estados Unidos.

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Independências na Ásia

– Guerra do Vietnã

Em 1960, foi organizada, no Vietnã do Sul, a Frente de Libertação Nacional – FLN – de tendência socialista, que se opunha ao governo ditatorial instalado em Saigon e tinha o apoio dos Governos do Vietnã do Norte e dos países do Bloco Socialista.

Para sustentar o Governo de Saigon, no entanto, o Governo dos Estados Unidos decidiu intervir militarmente na região, em 1964.

Teve início, então, a Guerra do Vietnã, que envolveu também o Laos e o Camboja e costuma ser interpretada pelos historiadores como um desmembramento da Guerra da Indochina.

A Guerra do Vietnã foi marcada pelo envolvimento direto de mais de 540 Mil Soldados dos Estados Unidos na região, combatendo as Forças da FLN.

Dispondo de recursos precários, essas forças utilizaram táticas de guerrilha e foram, aos poucos, avançando sobre os adversários e arrastando o conflito.

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Independências na Ásia

Sem perspectiva de que os combates terminassem e pressionados pela opinião pública interna, que acompanhava pela imprensa o grande número de mortes entre soldados estadunidenses e as violentas cenas de guerra, transmitidas pela TV, o Governo dos Estados Unidos foi gradativamente retirando suas Tropas do Vietnã e iniciando Acordos de Paz.

Em 1973, realizou-se a retirada da última tropa de soldados, depois de firmar o Acordo de Paris.

Calcula-se que mais de 50 Mil Soldados dos Estados Unidos tenham morrido nessa guerra, que abalou o orgulho nacional do país.

Entre os Vietnamitas, morreram Milhões de Pessoas.

As estimativas oscilam entre 1 Milhão e 3 Milhões de Mortes.

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Independências na Ásia

– Unificação do Vietnã

Após a saída das Forças Militares Estadunidenses, a Guerra prolongou-se por mais algum tempo, com o avanço das Forças Socialistas do Vietnã do Norte, até a rendição total do exército sul-vietnamita, em 1975.

Assumindo o Poder, os líderes da Frente de Libertação Nacional, junto com o Governo do Vietnã do Norte, promoveram a Unificação do País, sob o nome de República Socialista do Vietnã.

Adotando um Regime Político Autoritário, o Governo Vietnamita seguiria o Modelo da Ditadura Stalinista.

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Guerra do Vietnã

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Guerra do Vietnã

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Guerra do Vietnã

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Guerra do Vietnã

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Guerra do Vietnã

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Guerra do Vietnã

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Guerra do Vietnã – Cena do Filme Platoon

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Independências na África

O Desdobramentos Pós-Coloniais

Até pouco antes da Segunda Guerra Mundial, quase todo Continente Africano estava sob o domínio colonial de países europeus, predominantemente Inglaterra e França.

Após a Guerra, principalmente depois da Conferência de Bandung, de 1955, os Países Africanos, até então colônias, foram conquistando sua independência, a maioria no período entre 1956 e 1966.

Vejamos resumidamente como foi esse processo nas distintas áreas de colonização e alguns de seus desdobramentos.

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Independências na África

– Colônias Britânicas

Nas regiões de colonização britânica, os movimentos pela independência caracterizaram-se, em geral, pela ruptura pacífica.

Foram os casos, por exemplo, de Gana, Nigéria, Serra Leoa e Gâmbia.

No Quênia, entretanto, a emancipação política, foi precedida de conflitos violentos – conhecidos como Revolta dos Mau-Mau – devido à resistência da População Branca Local, que detinha 25% das terras mais férteis do país.

África do Sul e Apartheid

A região mais meridional da África pertenceu ao Reino Unido até 1961.

Nesse mesmo ano, ao retira-se da Comunidade Britânica, a África do Sul obteve plena independência.

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Independências na África

Sua colonização iniciara-se Três Séculos Antes, em 1652, quando representantes da Companhia Holandesa das Índias Orientais fundaram a Cidade do Cabo e promoveu a ocupação do seu entorno.

Grande número de grupos calvinistas holandeses, mas também alemães, franceses e escoceses, se instalou na cidade.

A dominação inglesa sobre a região acentuou-se no final do Século XVIII, após a Guerra entre Inglaterra e Holanda, a qual terminou com Vitória Inglesa.

Desde o Século XIX, a África do Sul foi dominada por representantes da minoria branca de origem européia – 19% da população total – que promoveram a Independência Política do País.

Essa minoria, entretanto, impôs à maior parte da população, negra, um Regime de Segregação Racial conhecido como Apartheid.

ApartheidTermo empregado para designar a separação racial imposta aos negros pela minoria branca na África do Sul

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Independências na África

O regime racista da África do Sul, oficializado desde 1948, provocou indignação de grande parcela da opinião pública internacional.

Também causou inúmeras revoltas de grupos negros, muitas delas lideradas por Nelson Mandela, que por isso ficou preso durante 27 anos.

Somente em junho de 1991 o Governo da África do Sul, cedendo às pressões antirracistas e ao bloqueio internacional, começou a revogar o Apartheid.

O Presidente Branco Frederik de Klerk instituiu reformas democráticas, e em 22 de dezembro de 1993, o Parlamento – ainda dominado por brancos – aprovou o Projeto de Constituição que estabeleceu a Democracia Plena e pôs Fim ao Apartheid.

Em 10 de maio de 1994, após a realização de Eleições Multiétnicas, o líder Nelson Mandela foi eleito o Primeiro Presidente Negro da África do Sul, pondo fim ao secular domínio político dos brancos. Nessa época, Mandela declarou:

Agora há perspectivas de um amanhã mais justo para o povo negro. Esta data é o alvorecer de nossa liberdade.

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Nelson Mandela

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Independências na África

– Colônias Francesas

O Governo Francês procurou negociar formas pacíficas de ruptura com diversas colônias, como Camarões, Senegal, Madagáscar, Costa do Marfim e Mauritânia.

Em 1960, estava praticamente desfeito o Império Colonial Francês na África.

Independência da Argélia

Houve, no entanto, intensa luta armada na Argélia, Colônia Francesa no Norte da África, onde 10% da população eram de origem francesa.

Controlando a vida política e econômica do país, essa minoria opunha-se à separação da França.

Por isso, resistiu à Frente de Libertação Nacional – FLN – que, desde 1954, tinha iniciado as lutas pela independência.

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Independências na África

Em 1961, o Presidente Francês Charles de Gaulle obteve, por meio de referendo popular, a “Carta Branca” para negociar a Paz na Argélia com a FLN.

Apesar da resistência interna de grupos sociais mais conservadores, De Gaulle assinou, em 1962, o Acordo de Evian, que reconheceu a Independência da Argélia.

O saldo desses anos de conflito foi a morte de cerca de 25 Mil Soldados Franceses e de quase 1 Milhão de pessoas da Frente de Libertação Nacional Argelina.

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Independências na África

– Colônias Belgas

As regiões africanas que estavam sob Dominação Belga – Congo, Ruanda e Burundi - obtiveram de modo geral sua emancipação de forma Não Militar, mas foram assoladas por disputas políticas internas ou conflitos étnicos extremamente violentos.

República Democrática do Congo

No Congo, o movimento de independência foi marcado por violência, devido a uma série de conflitos internos entre os grupos políticos locais e, também, aos interesses internacionais na disputa das riquezas da região, como os diamantes.

Em 1960, Patrice Lumumba, líder do Movimento Nacional Congolês, proclamou a Independência do País.

Pouco depois, iniciaram-se os movimentos separatistas em algumas províncias congolesas, dentre elas Catanga, onde o líder, Moise Tshombé, era apoiado por Belgas interessados nas riquezas minerais da região.

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Independências na África

Para manter a unidade do país, Lumumba pediu auxílio às forças internacionais da ONU.

Não obtendo, apoio, recorreu à União Soviética, o que provocou a reação dos grupos ligados ao Bloco Capitalista.

O Chefe do Exército, Coronel Mobutu, prendeu Lumumba e o levou para Catanga, onde o líder foi assassinado, em fevereiro de 1961.

Mobutu conseguiu impor-se como Ditador em 1965, derrubando Tshombé do Poder, e o Congo passou a ser oficialmente denominado República do Zaire. Mobutu dirigiu o país até 1997.

Nesse ano, uma rebelião liderada por Laurent Kabila derrubou Mobutu do Poder.

Kabila, ao assumir o governo, retomou o antigo nome do país: República Democrática do Congo.

As disputas étnicas e políticas, no entanto, continuariam, provocando violentos confrontos pelo país.

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Independências na África

– Colônias Portuguesas

Uma das últimas regiões da África a conquistar sua independência foi a de dominação portuguesa.

Isso porque o Ditador António Salazar, que Governou Portugal de 1932 a 1968, manteve o país isolado da onda liberal que se espalhou pelo mundo no pós-guerra, evitando as pressões anticolonialistas.

O Regime Autoritário Salazarista foi prolongado pelo Governo de Marcelo Caetano até 1974.

A resistência portuguesa à descolonização africana somente se desfez após a queda do Regime Salazarista, provocada pela Revolução dos Cravos, que pregava o estabelecimento da Democracia em Portugal e o Fim do Colonialismo.

Dessa maneira, abriu-se caminho para a independência das colônias portuguesas de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola.

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Independências na África

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Independências na África

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Conflito Árabe-Israelense

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Conflito Árabe-Israelense

Alguns Focos Constantes de Tensão Militar

O Conflito Árabe-Israelense, no Oriente Médio, é um dos principais enfrentamentos regionais que marcaram o cenário internacional nas últimas décadas.

Par entendê-lo, precisamos recuar no tempo até o fim do Século XIX, quando teve início na Europa o Movimento Sionista, sob a liderança do Jornalista Judeu Austríaco Theodor Herzl (1860-1904).

Os Sionistas defendiam a idéia de reunir o povo judeu, disperso pelo mundo, num “lar judaico”, onde se formaria um Estado Judaico Independente.

O local escolhido foi a Palestina, considerada a área de Origem dos ancestrais do Povo Judeu, os Hebreus.

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Conflito Árabe-Israelense

– Criação de Israel (1948)

Grupos de Judeus Europeus começaram a adquirir, desde então, terras na Palestina.

Ali, fundaram diversas colônias agrícolas, tendo como objetivo estabelecer o sonhado Estado Independente.

Devido às perseguições nazistas, milhares de Judeus migraram para a Palestina, aumentando a colonização judaica na região.

Terminada a Guerra, a opinião pública mundial estava abalada diante da Morte de 6 Milhões de Judeus pelos Nazistas – cerca de Um Terço da população Judaica no Mundo.

Esse impacto contribuiu para que fosse aprovada, pela ONU, a criação de um Estado Judaico na Palestina, em 29 de novembro de 1947.

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Conflito Árabe-Israelense

Com base na decisão da ONU, o líder judeu David Ben Gurion proclamou a criação do Estado de Israel, em maio de 1948.

A partir desta data, milhares de Judeus de todas as partes do mundo migraram para Israel.

Isso provocou choques com a população árabe que habitava a região havia muitas gerações e discordava da criação do Estado de Israel no local onde, havia décadas, reivindicava a criação de um Estado Palestino Independente.

Assim, teve início a longa série de conflitos entre Árabes e Israelenses.

Luta por um Estado Palestino

A decisão de 1947 da ONU também previa fundar um Estado Árabe-Palestino na região da Palestina, mas houve grande dificuldade em se implementar essa decisão.

O que se viu foi justamente o contrário:

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Conflito Árabe-Israelense

Lideranças de Israel apoiadas pelos sucessivos Governos dos Estados Unidos, aproveitaram-se de confrontos armados contra grupos palestinos para expandir o Território Israelense, expulsando os Árabes da região.

Expulsos de seu território, boa parte dos palestinos espalharam-se pelos países árabes vizinhos e por outras nações do mundo e passaram a reivindicar o direito de uma Pátria.

As lutas entre Árabes e Israelenses tiveram momentos dramáticos, marcados pelo ódio extremista de organizações guerrilheiras palestinas, como o Assassinato de Atletas Judeus nas Olimpíadas de Munique, em 1972.

Por sua vez, os Israelenses também promoveram ações brutais contra a população palestina, como o Massacre em Campos de Refugiados de Sabra e Chatila, no sul do Líbano, em 1982.

Em 1964, os Palestinos fundaram a Organização para Libertação da Palestina – OLP – que teve Yasser Arafat (1929-2004) como um de seus mais destacados líderes.

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Conflito Árabe-Israelense

A partir de 1974, ano em que foi à ONU como Presidente da OLP, Arafat começou a buscar o apoio internacional para a formação do Estado Palestino.

Em 13 de setembro de 1993, tendo como mediador o Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, Arafat e o Primeiro-Ministro Israelense Yitzhak Rabin (1922-1995) assinaram o primeiro Acordo de Paz – Acordo de Oslo – que representou o início das negociações entre as Lideranças Palestinas e Israelenses.

Entre as principais decisões desse acordo estava a criação da Autoridade Nacional Palestina – ANP – instituição estatal que governaria os territórios sob controle palestino: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

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Conflito Árabe-Israelense

Dois anos mais tarde, no entanto, em 4 de novembro de 1995, Yitzhak Rabin foi assassinado por um Extremista Judeu que se opunha aos Acordos de Paz com os Palestinos.

Desde então, os levantes palestinos – conhecidos como Intifada – vem sendo duramente combatido pelos Israelenses.

O processo, marcado por avanços e retrocessos, acordos firmados e não cumpridos, ataques suicidas e massacre de civis, adentrou o Século XXI.

Após a Morte de Arafat, em novembro de 2004, Mahmoud Abbas foi eleito Presidente da Autoridade Nacional Palestina.

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Conflito Árabe-Israelense

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Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 3 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

ARBEX JR., José. Revolução em Três Tempos: URSS, Alemanha, China. São Paulo, Moderna, 1993.

CHACON, Paulo Pan. História Econômica Geral, São Paulo, Atlas, 1995.

SANTOS, Milton. Por uma Outra Globalização: do pensamento único à consciência universal – Rio de Janeiro, Record, 2000.

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Wikipedia

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