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Professor Edley

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Era Vargas

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Era Vargas

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Era Vargas

Getúlio Vargas chegou à Presidência da República em 1930 e permaneceu no Poder até 1945. Ocupou novamente a Presidência entre 1950 e 1954.

Vargas foi, provavelmente, uma das personagens da política nacional de maior expressão na história republicana. Até hoje, as ações de seu Governo são referências importantes dos debates políticos e sociais.

Nacionalismo, populismo, estatização econômica, autoritarismo, paternalismo político, legislação trabalhista, controle ou liberdade sindical, são alguns dos temas que podem ser relacionados com o Governo Vargas.

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Crise do Café

A Agonia da Primeira república 

O ano de 1929 foi especialmente difícil para os cafeicultores brasileiros.

A produção de café daquele ano atingiu aproximadamente, 21 milhões de sacas, mas apenas 14 milhões delas foram exportadas.

A principal causa dessa queda tão brusca das exportações cafeeiras foi a Crise Mundial do Capitalismo.

– Café e Crise do Capitalismo

Em 1929, vários países foram abalados por uma Grave Crise Econômica.

O principal motivo dessas dificuldades, foi a superprodução da indústria norte-americana, que cresceu mais do que as necessidades de seu mercado interno e produziu mais do que o mercado internacional podia comprar.

O grande marco dessa Crise de Superprodução foi a queda das ações das grandes empresas na Bolsa de valores de Nova York.

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Crise do Café

Como as ações perderam quase todo o seu valor, empresas e bancos foram à falência e Milhões de Trabalhadores norte-americanos ficaram desempregados.

– Recessão Econômica

Sem poder vender, os comerciantes norte-americanos também deixaram de compar.

Isso afetou gravemente as economias dos países que dependiam das exportações para os Estados Unidos.

Foi o caso do Brasil, que deixou de vender Milhões de sacas de café para o mercado norte-americano.

O preço da saca de café despencou, caindo em mais de 50% entre 1929 e 1930. Foi um desastre econômico que levou muitos cafeicultores à falência.

A Crise do Café afetou diversos setores da economia brasileira da época, pois nesse produto estava investida a maior parte do capital das Elites econômicas.

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Crise do Café

A cafeicultura era a atividade econômica mais dinâmica, pelo valor de sua exportação e por toda a importação que custeia.

Sendo produzidas em unidades monoculturas, as fazendas de café são os principais núcleos de consumo das safras de alimentos.

É também o café que move o sistema de transportes que implanta as estradas, ferrovias e portos., essencialmente para servi-lo.

É também com capitais oriundos do café que se fazem indústrias, que se urbanizam cidades e que se moderniza a vida social.

Assim, a crise da economia agroexportadora do café afeta do Lavrador enxadeiro ao Operário fabril, do Financista portuário ao Banqueiro e ao Empresário fabril.

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Crise do Café

Crise Política – Desestruturação do Poder Tradicional 

O enfraquecimento econômico dos cafeicultores contribuiu para desestruturar as bases políticas que sustentavam a Primeira República.

Além dos problemas econômicos, surgiu ainda o desacordo entre as elites políticas de Minas Gerais e de São Paulo na indicação do candidato presidencial à sucessão de Washington Luís.

Nas eleições de 1930, os políticos da situação em São Paulo apoiavam o candidato Júlio Prestes, do Partido republicano Paulista – PRP – que era então o Governador do Estado.

Os políticos Mineiros apoiavam Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, Governador de Minas Gerais pelo Partido republicano Mineiro – PRM.

O rompimento do acordo do “Café-com-Leite”, isto é, o desentendimento entre os partidários do PRP e do PRM, agitou a cena política do país.

Os políticos da oposição aproveitaram o momento para conquistar espaço político e formar alianças.

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Crise do Café

– Aliança Liberal

Foi nesse contexto histórico que nasceu a Aliança Liberal, reunindo lideranças políticas do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba.

A Aliança Liberal lançou o nome do Governador Gaúcho Getúlio Vargas para Presidente da República e do Governador Paraibano João Pessoa para Vice-Presidente.

Esses passaram a ter o apoio de diferentes grupos sociais e políticos, tanto de renovadores que queriam acabar com o esquema político tradicional da Primeira República quanto dos que pretendiam apenas conservar o poder em suas mãos.

Era o caso do Governador de Minas Gerais, Antônio Carlos, que passou a apoiar a Aliança depois de ter rompido com o Governo do Estado de São Paulo. 

A Aliança Liberal apresentava um programa de reformas cujos pontos principais eram:

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Crise do Café

A instituição do voto secreto – para acabar com as fraudes eleitorais e a pressão dos coronéis – a criação de algumas Leis Trabalhistas – regulamentação do trabalho dos menores e das mulheres, direito a férias, etc. – e o incentivo à produção industrial.

Esse programa tinha grande aceitação, junto às classes médias urbanas e aos militares ligados ao Tenentismo, pelas semelhanças entre as propostas de ambos os grupos.

Àquela época, outros setores da sociedade brasileira também manifestavam suas aspirações.

– Bloco Operário Camponês

Foi o caso, por exemplo, dos operários, que lutavam pelas melhorias de suas condições de vida e de trabalho, e dos Comunistas do PCB, que contribuíram para a formação do Bloco Operário Camponês – BOC.

Entre as propostas do BOC constavam:

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Crise do Café

– Crítica e Combate à Plutocracia – poder das classes ricas (controle político, jurídico e econômico, etc.) sobre as classes pobres e trabalhadoras;

– Impostos somente para os ricos;

– Habitação operária;

– Extensão e obrigatoriedade do ensino primário;

– Voto secreto e obrigatório, inclusive para as mulheres;

– Restabelecimento das relações diplomáticas e comerciais com a União Soviética, considerada pelo Bloco Operário a Aliada Natural e Esperança suprema das classes laboriosas e oprimidas do mundo inteiro.

Nas eleições Presidenciais de 1930, o BOC lançou a candidatura do Operário Marmorista Minervino de Oliveira, do Rio de Janeiro.

Apesar de ter alcançado votação inexpressiva, Minervino foi o Primeiro Operário a se candidatar à Presidência do Brasil.

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Fraude nas Eleições?

O Movimento Rebelde de 1930

Júlio Prestes foi vitorioso na eleição Presidencial de 1930, derrotando o candidato da Aliança Liberal Getúlio Vargas.

Os líderes da Aliança Liberal – gaúchos, mineiros e paraibanos – recusavam-se a aceitar o resultados das eleições afirmando que a vitória de Júlio Prestes não passava de fraude.

Na verdade, é difícil saber qual dos dois lados utilizou mais violência e fraude para ganhar as eleições, mas a oligarquia paulista foi mais eficiente nos métodos empregados, pois, Júlio Prestes foi eleito.

Este teve quase 59% dos votos enquanto Vargas atingiu cerca de 40%.

– Assassinato de João Pessoa

O clima de revolta aumentava em várias regiões do país, atingindo diversos grupos sociais:

Operários, militares, profissionais liberais, etc.

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Fraude nas Eleições?

Atribuiu-se ao Governador Mineiro Antônio Carlos uma frase que simboliza a tensão existente na época:

Façamos A Revolução, Antes Que O Povo A Faça.

Essas palavras mostram que as elites da Aliança Liberal, preocupadas com as insatisfações populares, tinham consciência de que era preciso agir para assumir o comando do processo político.

A revolta ganhou intensidade quando João Pessoa, Governador da Paraíba e candidato à Vice-Presidente pela Aliança Liberal, foi assassinado por motivos pessoais e políticos, em 26 de julho de 1930.

Esse episódio levou a Oposição a unir-se contra o Governo.

– Levante Militar

Em 3 de outubro, a luta armada teve início no Rio grande do Sul, espalhando-se por Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco.

O objetivo das oposições era impedir a posse de Júlio Prestes como Presidente da República, o que deveria ocorrer em 15 de Novembro.

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Washington Luís Deposto e Getúlio no Poder

Reconhecendo o avanço da Guerra Civil, militares do Rio de Janeiro, liderados pelos Generais Mena Barreto e Tasso Fragoso depuseram o Presidente Washington Luís, poucas semanas antes do fim de seu Mandato.

– Getúlio no Poder

No dia 3 de Novembro de 1930, no Palácio do Catete, o poder foi entregue a Getúlio Vargas, considerado o chefe político do Movimento de 1930 – em grande parte dos estudiosos também chama de Revolução de 1930.

Assim terminava a Primeira República e tinha início uma nova etapa na História do Brasil, que seria marcada pela Política do Líder Gaúcho.

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Saúde na Década de 1930

Ao começar a década de 1930, ninguém se preocupava com a poluição, que não se sabia o que fosse.

Nem com cigarros, considerado por muitos médicos como um hábito higiênico.

Nem com drogas – morfina e cocaína eram encontradas à venda, livremente em qualquer farmácia.

Em compensação, havia o medo obsessivo da Tuberculose, que contaminava todos os anos Meio Milhão de Brasileiros e levava para o túmulo nada mais nada menos do que 100 Mil.

A Tuberculose não fazia distinção entre velhos, crianças ou jovens, mesmo os de Talento, como o compositor Noel Rosa, falecido em 1937, aos 27 anos, na sua casa de Vila Isabel.

E não era só a Tuberculose que assustava, mas a difteria, a paralisia infantil, a varíola, a sífilis e todas aquelas outras doenças hoje benignas, mas terríveis antes da vacinação em massa obrigatória e da Revolução dos Antibióticos.

Talvez por sentir-se tão vulnerável, a sociedade levava a religião a sério, muitíssimo mais sério do que hoje em dia.

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Período Getulista

Vargas Governa por 15 anos 

A vitória do movimento de 1930 deu início a uma fase na História do Brasil marcada pela Liderança Política de Getúlio Vargas.

Esse período ficou conhecido como “Era Vargas” ou Período Getulista, e se estendeu até 1945.

 Durante esses 15 anos, ocorreram significativas transformações político-sociais no país, principalmente em função do novo rumo das Políticas Públicas.

A população urbana cresceu em relação à população agrária.

A importância da indústria na economia nacional se ampliou e o poder dos empresários das cidades aumentou, em comparação com o poder dos produtores rurais.

Os setores médios urbanos – pequenos empresários, profissionais liberais, etc. – e o operariado cresceram em número e conquistaram maior importância na vida política do país.

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Período Getulista

Os historiadores dividem o Período Getulista em três fases:

– Governo Provisório – de 1930 a 1934;– Governo Constitucional – de 1934 a 1937;– Governo Ditatorial ou Estado Novo – de 1937 a 1945;

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Governo Provisório (1930-1934)

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Governo Provisório (1930-1934)

Combate às Velhas Estruturas

Ao chegar à Presidência da República, Vargas tomou medidas para assumir o controle político do país.

Entre suas principais providências destacaram-se:

A Suspensão da Constituição Republicana de 1891;

O Fechamento dos órgãos do Poder Legislativo – Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais e;

A indicação de interventores militares ligados ao Tenentismo para chefiar os Governos Estaduais.

Entregando o Governo dos Estados aos interventores, Getúlio pretendia desmontar a estrutura política da Primeira República, baseada no poder dos coronéis-fazendeiros.

Os interventores acreditavam que em pouco tempo eliminariam a força dos grupos políticos tradicionais.

Não eliminaram, mas conseguiram reduzir o poder dos representantes dos fazendeiros que sustentavam o Regime Deposto em 1930.

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Governo Provisório (1930-1934)

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Governo Provisório (1930-1934)

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Governo Provisório (1930-1934)

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Cartão Postal em Homenagem ao MMDC

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Cartazes Convocam os Paulistas à Luta

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Cartazes Convocam os Paulistas à Luta

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Governo Constitucional (1934-1937)

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Governo Constitucional (1934-1937)

A Intensa Agitação Política e Social

Em 16 de junho de 1934, terminou o trabalho da Assembléia Constituinte e foi promulgada a Nova Constituição do Brasil.

Entre seus pontos principais estavam:

– Voto Secreto

A Eleição dos candidatos aos poderes Executivo e Legislativo passou a ser feita através de Voto Secreto.

– Voto Feminino

As mulheres adquiriram o direito de votar.

Mas continuavam sem esse direito os Analfabetos, mendigos, militares até o posto de Sargento e pessoas Judicialmente declaradas sem direitos políticos.

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Governo Constitucional (1934-1937)

– Justiça Eleitoral

Foi criada uma Justiça Eleitoral Independente para zelar pelas Eleições.

– Direitos Trabalhistas

Foram reconhecidos os Direitos Trabalhista Fundamentais, garantidos pelos Empregadores, como:

Salário mínimo, jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias, proibição do trabalho de menores de 14 anos, férias anuais remuneradas e indenização na demissão sem justa causa, entre outras medidas.

A interpretação do significado das Leis Trabalhistas é controversa:

Para alguns historiadores, elas representavam conquistas dos operários, enquanto, para outros foram concessões do Governo.

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Governo Constitucional (1934-1937)

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Governo Constitucional (1934-1937)

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Governo Constitucional (1934-1937)

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Governo Constitucional (1934-1937)

Seguindo o modelo Nazi-Fascista, os Integralistas eram submetidos a uma rígida disciplina:

Vestiam uniformes como camisas verdes e desfilavam pelas ruas como tropa militar, gritando a saudação indígena Anauê! – em Tupi, “você é meu parente”.

Atacavam de forma agressiva os adversários de outras organizações políticas, e tinham por lema Deus, Pátria e Família.

Ao todo, foram criados mais de Mil Núcleos da Ação Integralista no país.

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Governo Constitucional (1934-1937)

– Aliança Nacional Libertadora

Uma das principais frentes políticas contrárias ao Integralismo era a Aliança Nacional Libertadora – ANL – cujos membros eram chamados de Aliancistas.

Essa aliança reunia grupos de várias tendências, como socialistas, anarquistas e comunistas.

Uma das principais correntes da ANL era o Partido Comunista e, em abril de 1935, Luís Carlos Prestes foi eleito seu Presidente de Honra.

O programa político da ANL incluía a nacionalização das empresas estrangeiras, o não-pagamento da dívida externa brasileira, a realização de uma Reforma Agrária – dando terras aos trabalhadores do campo e combatendo o latifúndio – e a garantia das liberdades individuais.

Um de seus lemas era: Pão, Terra e Liberdade. A Aliança Nacional Libertadora cresceu rapidamente, contando com cerca d 1600 núcleos pelo país e reunindo entre 70 mil e 100 mil membros.

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Governo Constitucional (1934-1937)

O Governo de Vargas – apoiado pelos grupos políticos conservadores – considerou a ANL ilegal em junho de 1935 e ordenou a prisão de seus líderes, alegando que tinham a intenção de promover um Golpe de Estado para Derrubar o Governo.

O Chefe de Polícia de Vargas, Filinto Müller, acusava o movimento de ser controlado por “perigosos comunistas” e financiado por estrangeiros.

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Governo Constitucional (1934-1937)

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Relações Internacionais dos Comunistas

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Governo Ditatorial (1937-1945)

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Uma Farsa Armada pelo Governo Vargas

Plano Cohen: Uma Farsa

Pelas regras Constitucionais, o mandato de Getúlio Vargas terminaria em 1938.

Aproximando-se da data das Eleições Presidenciais, deu-se início à Campanha Eleitoral.

Enquanto isso, Vargas preparava um Golpe de Estado para permanecer na Presidência da República.

Em fins de setembro de 1937, o Serviço Secreto do Exército noticiou a descoberta de um Plano Comunista, chamado Plano Cohen, para acabar com o Regime Democrático no Brasil.

Na verdade, tratava-se de uma farsa tramada pelo próprio governo, com a ajuda dos Integralistas.

Em nome do combate ao “Perigo Comunista”, foi decretado o Estado de Guerra, e a polícia prendeu grande número de adversários do governo.

Estava pronto o cenário para a quebra da Normalidade Constitucional.

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Governo Ditatorial (1937-1945)

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Governo Ditatorial (1937-1945)

– A realização de desfiles e paradas de estudantes em comemoração a datas cívicas e adoção de Livros Didáticos que promoviam o culto a Getúlio Vargas a seu Governo.

Mundo Cultural

Vargas  esforçou-se para obter a colaboração dos intelectuais – como o poeta Cassiano Ricardo, o sociólogo Oliveira Viana e o jurista Pontes de Miranda.

Na área da música popular, o Governo “encomendava” canções com letras favoráveis à sua política a compositores famosos, como Ataulfo Alves, Wilson Batista, entre outros.

Em 1943, Benedito Lacerda e Darci de Oliveira compuseram o samba Salve 19 de Abril!, em homenagem aos 60 anos de Getúlio Vargas.

Foi gravado por Dalva de Oliveira, e a letra dizia:

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Governo Ditatorial (1937-1945)

Estado Novo e a Segunda Guerra Mundial

De 1939 a 1945 o mundo foi abalado pela Segunda Guerra Mundial.

Duas grandes forças se enfrentavam:

De um lado, as Potências do Eixo – Alemanha, Itália e Japão.

Do outro, as Potências Aliadas – Lideradas por Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética.

Apesar de certas afinidades com o Regime Fascista, o Governo Vargas procurou manter o Brasil em posição de neutralidade perante a Segunda Guerra Mundial.

Pretendia com isso, tirar proveito do conflito para obter vantagens político-econômicas.

No Ministério de Vargas havia tantos simpatizantes do Eixo – como o Ministro da Justiça Francisco Campos – quanto defensores das Potências Aliadas – como o Ministro de Exterior Oswaldo Aranha.

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Governo Ditatorial (1937-1945)

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Partido Nazista no Brasil

Novos documentos contam a história do Partido Nazista no Brasil de Vargas 

Em agosto de 1942, logo após o Brasil Declarar apoio aos países Aliados na guerra contra Hitler, o alemão Otto Braun foi levado para uma das celas do Departamento Especializado de Ordem Política e Social – DEOPS – em São Paulo.

Permaneceu ali até fevereiro do ano seguinte, em regime de “rigorosa incomunicabilidade”, nos termos do regime imposto pela feroz Ditadura Vargas.

Durante todo esse período, Braun não pôde falar com a família e nem com os amigos, mas o que disse aos Agentes do DEOPS acaba de entrar para a história, mais de Meio Século após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Ele entregou, nome a nome, todos os integrantes do Partido Nazista no Brasil, inclusive os que ocupavam cargos de direção.

O depoimento de Otto Braun, que foi tesoureiro e membro da direção nacional do partido, só veio à luz agora.

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Partido Nazista no Brasil

O documento é uma das preciosidades garimpadas pela historiadora paulista Ana Maria Dietrich, da Universidade de São Paulo – USP – entre os papéis do extinto DEOPS atualmente sob guarda do Arquivo do Estado de São Paulo.

Morando no Brasil desde 1924,Otto Braun esteve no DEOPS por duas vezes, em 1942 e em 1944.

Seus depoimentos não serviram apenas para desmantelar toda a estrutura do partido no país.

A polícia também descobriu uma sofisticada operação de remessa ilegal de recursos do Brasil para o esforço de Guerra do III Reich.

O dinheiro dos alemães residentes no Brasil era enviado para cofres na Suíça e de lá chegava à Alemanha.

Nesse período, o partido também estimulava a volta de alemães ao país natal.

Nos dossiês do DEOPS, os policiais relatam que, durante as reuniões nazistas, os alemães se referiam ao Brasil como Gastland, ou Terra de Hospedagem.

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Partido Nazista no Brasil

Mas os relatórios dos agentes não são, nem de longe, os documentos mais importantes.

O material fotográfico e de propaganda nazista, recolhido em apreensões nas residências dos alemães suspeitos, pode ser considerado relíquia.

É praticamente o que resta da presença, no Brasil, do Partido Nazista.

Apesar de nunca ter sido registrada oficialmente, a agremiação não só tinha estatuto e quadro de direção – nos níveis nacional, estadual e municipal – como era reconhecida pelo Governo Vargas.

Em 1938, quando o Presidente vedou aos Estrangeiros a participação política, entrou em clandestinidade.

A Alemanha, por intermédio da embaixada, obrigou os dirigentes do Partido a enviar ao país todo o tipo de documento que pudesse revelar os Planos de Hitler em relação ao Brasil.

A determinação era clara:

Qualquer Alemão que fosse preso no Brasil com material nazista não teria nenhum apoio do governo de seu país.

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Partido Nazista no Brasil

A medida não impediu que a polícia política paulista apreendesse desde cartilhas da juventude hitlerista até órgãos oficiais do Partido Nazista no Brasil, como o jornal Deutscher Morgen, ou Aurora Alemã.

Em Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, os policiais encontraram fotos do alemão Frederich Dierken em que crianças ensaiam a saudação nazista.

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Governo Ditatorial (1937-1945)

Fim do Estado NovoA Guerra contra o nazi-fascismo na Europa, foi, de certo modo aproveitada pelos Grupos Liberais brasileiros para combater o “Fascismo Interno” do próprio Estado Novo – A Ditadura Vargas.

Abertura Política

Vargas decidiu antecipar-se aos adversários e procurou Liderar a Abertura Democrática, fixando em Fevereiro de 1945 o prazo para a Eleição Presidencial.

Concedeu Anistia Ampla a todos os condenados políticos, libertou os comunistas presos, entre os quais o Líder Luís Carlos Prestes, e permitiu a volta dos exilados ao país.

Nesse contexto, renascia a Vida Partidária.

Foram organizados diversos partidos políticos, como a União Democrática Nacional – UDN, o Partido Social Democrático – PSD, o Partido Trabalhista Brasileiro – PTB e o Partido Social Progressista – PSP.

Foi também legalizado o Partido Comunista do Brasil – PCB, que até então agia na clandestinidade.

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Governo Ditatorial (1937-1945)

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Governo Ditatorial (1937-1945)

Lei Antitruste

Aproveitando esse momento de Prestígio Popular, em Junho de 1945, o Governo decretou a Lei Antitruste, que limitava a entrada de Capital Estrangeiro no Brasil.

Renúncia de Vargas

Essa Lei provocou forte reação dos representantes de empresas estrangeiras, especialmente das Estadunidenses.

Os setores de oposição, concentrados na UDN, temiam que Vargas continuasse no Poder e Impedisse a realização das Eleições Presidenciais.

Assim, uniram forças para derrubá-lo da Presidência. Em 29 de outubro de 1945, tropas do exército lideradas pelos Generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra cercaram a sede do governo – Palácio do Catete – e Obrigaram Vargas a Renunciar.

A Presidência da República foi entregue temporariamente a José Linhares, então Presidente do Supremo Tribunal Federal.

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Governo Ditatorial (1937-1945)

Era o fim do Estado Novo.

Getúlio Vargas retirou-se para sua fazenda em São Borba, no Rio Grande do Sul.

Com o apoio de Vargas, o General Eurico Gaspar Dutra Venceu as Eleições Presidenciais realizadas em Dezembro.

Preservando seu Prestígio, Vargas voltaria ao Poder anos depois, Vitorioso nas Eleições de 1950.

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Industrialização e Trabalhismo

Econômica e Sociedade na Era Vargas

Com relação à economia, Vargas empenhou-se em estabilizar a situação da cafeicultura e, ao mesmo tempo, diversificar a produção agrícola.

Além disso, estimulou o desenvolvimento industrial.

No Plano Social, acompanhando o aumento populacional urbano e as reivindicações do movimento operário, o Período Getulista foi marcado pela instituição de uma Legislação que Garantia Direitos Básicos aos Trabalhadores.

Cuidados com a Agricultura

Nos primeiro anos da Década de 1930, as exportações de café haviam diminuído devido à Crise de 1929.

Muitos cafeicultores faliram e milhares de trabalhadores do campo perderam seus empregos.

O Governo Vargas procurou agir em defesa da cafeicultura, proibindo o plantio de novas mudas de café durante Três Anos e ordenando a queima de milhões de sacas de café estocadas em depósitos do Governo

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Industrialização e Trabalhismo

O objetivo era evitar a superprodução cafeeira e recuperar o preço do produto.

Com essas e outras medidas, a cafeicultura foi lentamente se reequilibrando e, a partir de 1939, o café voltou a alcançar bons preços no mercado internacional.

Para diversificar a produção agrícola, o Governo incentivou o cultivo de outros produtos, algodão, cana-de-açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais.

Nos anos finais da Segunda Guerra Mundial (1942-1945), os produtos agrícolas como Café e Algodão voltaram a ser exportados em condições favoráveis.

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Industrialização e Trabalhismo

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Industrialização e Trabalhismo

Empresas Estatais

Devido às dificuldades para a criação das Indústrias de Base, o Governo passou a Intervir na Economia, fundando Empresas Estatais para atuar nos campos siderúrgicos e de mineração.

Por esse motivo, costuma-se falar do Estatismo da Era Vargas, duas empresas são exemplos do Empreendimento do Estado nesse setor:

– Companhia Vale do Rio Doce

Destinada à exploração de minério de ferro em Minas Gerais;

Indústrias de BaseVoltada para a produção de máquinas e equipamentos pesados, produtos químicos básicos, extração e transformação de minérios, etc.

EstatismoTendência de um Estado funcionar como uma Empresa em certos setores da economia, geralmente considerados estratégicos, como eletricidade, saneamento, telecomunicações e indústria de base.

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Industrialização e Trabalhismo

– Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)

Instalada a partir da construção da Usina de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

O aço fornecido por essa usina foi fundamental para a industrialização do país, pois era utilizado como matéria-prima em outros setores fabris.

Apesar do desenvolvimento alcançado nesse período, o setor industrial não superou a tradicional agricultura de exportação.

 

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Industrialização e Trabalhismo

Trabalhismo

Durante o Período Getulista, o desenvolvimento urbano de São Paulo e do Rio de Janeiro atraiu para essas cidades grande número de trabalhadores rurais que emigravam principalmente do Nordeste, fugindo da miséria, da exploração, da expulsão de suas terras e da seca.

Essa massa de trabalhadores pobres veio aumentar a mão-de-obra disponível para as indústrias do Sudeste e acabou sendo utilizada, em boa parte, pelos setores industrial, de construção civil, de serviços, etc.

Com as indústrias, cresceu também o número de operários e sua importância como Grupo Social.

Percebendo a força política do Operariado nas cidades, o Governo Vargas procurou sistematizar e promover uma Legislação Social e Trabalhista voltada para essa grande massa de Trabalhadores Urbanos, especialmente durante o Estado Novo – Assim surgiu o Trabalhismo no Brasil.

TrabalhismoCorrente política centrada nos direitos, no bem-estar dos trabalhadores e na valorização do trabalho.

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Industrialização e Trabalhismo

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Industrialização e Trabalhismo

É importante notar que essas Leis não podem ser consideradas simples concessões do Governo de Getúlio Vargas aos Trabalhadores.

Elas dificilmente teriam sido editadas sem as lutas e as reivindicações dos Movimentos Operários desse período.

Populismo

Para muitos estudiosos, a adoção de Leis Trabalhistas pelo Governo Vargas tinha, também, Objetivos Populistas.

De modo básico, podemos situar o Populismo como uma política fundada no aliciamento, na sedução dos Grupos Sociais de menor poder aquisitivo por meio de medidas que representam ou parecem representar seus interesses e que enalteçam o Líder do Governo.

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Industrialização e Trabalhismo

Pai dos Pobres

O estilo Populista, apoiado nos braços das Leis Trabalhistas, a propaganda política do governo apresentava Vargas como “O Grande Protetor” dos trabalhadores, algo como “O Pai dos Pobres”.

Para reforçar essa imagem, Vargas sempre começava seus discursos dizendo:

“Trabalhadores do Brasil”.

Segundo a análise de alguns historiadores, esta política inspirava-se na Carta del Lavoro – Carta do Trabalho – criada pelo fascismo italiano e tinha dupla função:

Conquistar a simpatia dos trabalhadores e exercer domínio sobre eles, controlando seus sindicatos.

Isso se dava da seguinte maneira:

O Governo de Vargas pregava a conciliação nacional entre Trabalhadores e Empresários e colocava-se como uma espécie de Juiz dos conflitos entre Patrões e Empregados.

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Industrialização e Trabalhismo

Por um lado, reconhecia as necessidades e aspirações dos trabalhadores e, por isso, fazia “concessões” ao operariado.

Mas, por outro, utilizava essas “concessões” como meio de controlar os trabalhadores e impedir reivindicações mais profundas e radicais.

Para os Empresários, o Governo Vargas representou uma garantia de Ordem Pública e Estabilidade Social.

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Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 3 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Edusp, 1995.

MOTA, Carlos Guilherme. Brasil em Perspectiva. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1990.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo, Brasiliense, 1979.

BERCITO, Sônia de Deus R. Nos Tempos de Getúlio: da Revolução de Trinta ao Fim do Estado Novo – 19ª edição. São Paulo, Atual, 1990. (Coleção História em Documentos)

Wikipedia

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