profª fernanda italiano. a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde; ...
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POLÍTICAS PÚBLICAS DA SAÚDE DA MULHER
Profª Fernanda Italiano
DÉCADA DE 30 A saúde da
mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde;
Período da gravidez e parto (Limitações).
PROGRAMA MATERNO-INFANTILDÉCADAS DE 30, 50 E 70
Proteção ao grupo de risco e de maior vulnerabilidade ( crianças e gestantes);
Traduzia uma visão restrita sobre a mulher; Mulher sinônimo de: Mãe; Doméstica; Educadora; Cuidadora; Responsável pela saúde dos filhos, marido e
outros familiares.
PROGRAMA MATERNO-INFANTIL Criado em 1975; Continha delineamentos gerais sobre proteção e
assistência materno-infantil; Buscava englobar cuidados ao período pré-
concepcional, pré-natal, parto e puerpério; Considerava-se que a mulher era a principal
responsável pela limitação do tamanho da família; O Programa assume que a pobreza poderia ser
reduzida mediante a limitação da fecundidade;
PROGRAMA MATERNO-INFANTIL Verticalidade; Falta de integração
com outros programas e ações;
Metas únicas definidas para todos;
Baixo impacto nos indicadores de saúde da mulher.
MOVIMENTO FEMINISTA BRASILEIRODÉCADA DE 80
Principais lutas deflagradas:
Apropriação e controle do próprio corpo (sexualidade e reprodução);
Reconhecimento da mulher como ser social e requerente de mais atenção nas políticas de saúde;
Ações que extrapolassem o ciclo gravídico-puerperal;
Desigualdade social (sobrecarga de trabalho).
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER - PAISM
Criado em 1984, o PAISM incorporou como princípios e diretrizes as propostas de descentralização, hierarquização, regionalização dos serviços, integralidade e a eqüidade da atenção;
Incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação;
Engloba a assistência à mulher em planejamento familiar, pré-natal de baixo risco, prevenção do câncer de colo de útero e de mama, DST, parto e puerpério.
Posteriormente, ações voltadas para a sexualidade, adolescência e terceira idade.
PAISM Balanço institucional das ações realizadas no período
de 1998 a 2002, indica que:
Nesse período, trabalhou-se na perspectiva de resolução de problemas, priorizando-se a saúde reprodutiva e, em particular, as ações para redução da mortalidade materna (pré-natal, assistência ao parto e anticoncepção);
Lacunas: climatério/menopausa; queixas ginecológicas; infertilidade e reprodução assistida; doenças crônico-degenerativas; saúde ocupacional; saúde mental e doenças infecto-contagiosas;
POLÍTICAS PÚBLICAS Em 2003, necessidade de articulação para a
atenção das mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias, lésbicas e a participação nas discussões e atividades sobre saúde da mulher e meio ambiente;
28 de maio de 2004 – Ministério da Saúde propõe diretrizes para a humanização e a qualidade do atendimento;
Período de 2004 a 2007: Elaboração dos princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER
Diretrizes:
O SUS deve estar orientado e capacitado para a atenção integral à saúde da mulher;
A PASM deverá atingir mulheres em todos os ciclos da vida;
As práticas de saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização;
A PASM deverá estabelecer dinâmica inclusiva, possibilitando a criação e ampliação das condições necessárias ao exercício do direito da mulher.
- Atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas em diferentes níveis de atenção.
- A execução das ações será pactuada entre todos os níveis hierárquicos, visando uma atuação mais abrangente e horizontal (realidades regionais);
OBJETIVOS GERAIS Promover a melhoria das condições de
vida e saúde das mulheres brasileiras através do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde;
Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil;
Ampliar, qualificar e Humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS.
DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Planejamento familiar
e anticoncepção (no âmbito da atenção integral à saúde da mulher, do homem e dos(as) adolescentes);
Prevenção do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST);
PLANEJAMENTO FAMILIAR E ANTICONCEPÇÃO
Com a implementação do PAISM, os métodos anticoncepcionais começaram a ser distribuídos aos estados pelo Ministério da Saúde, de forma descontínua;
Em 1997, a aquisição de anticoncepcionais pelo MS foi interrompida para o financiamento da assistência farmacêutica básica (poucos incluíram os métodos anticoncepcionais na sua lista básica de medicamentos);
No ano 2000 há o retorno da distribuição;
DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Ampliação da oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis no SUS; Elaboração e distribuição de manuais técnicos e de cartilhas educativas; Capacitação dos profissionais de saúde da atenção básica para
assistência em planejamento familiar; Atenção em reprodução humana assistida na rede SUS; Ampliação do acesso à esterilização cirúrgica voluntária no SUS; Ampliação do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas; Atenção à saúde sexual e à saúde reprodutiva de adolescentes e jovens; Atenção à saúde de homens e mulheres em situação de prisão; Implantação e implementação de serviços para atenção às mulheres e
adolescentes vítimas de violência sexual e doméstica; Atenção humanizada às mulheres em situação de abortamento; Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal .
EM TERMOS DE DIREITODireito à integridade corporal (genital, sexual)
prevenir as lesões perineais, a episiotomia e a cesárea.Direito a saúde e bem-estar: viver o parto como
experiência corporal e emocionalmente positiva Direito a acompanhantes Direito à liberdade de movimentos e posições no parto Direito a decisões sobre a assistência Direito a recursos para prevenir a dor iatrogênica e a
aliviar a dor (farmacológicos ou não) –bem estar Respeito à diversidade sexual e das famílias ETC...A tecnologia submetidas às necessidades humanas
e não contrário
ACOMPANHANTES NO PARTOA presença de acompanhantes no parto (AP),
garantida por lei nacional, é associada a melhores desfechos maternos e neonatais, entre eles:
maior satisfação materna com o processo do parto, trabalhos de partos mais curtos, taxas mais baixas de partos operatórios, menor demanda por analgesia, e menor frequência
de Apgar abaixo de 7 nos 1os. 5 minutos.
Apesar disto, dados mostram que apenas 16,2% das mulheres exerceram este direito, e no SUS apenas
9,5%.
MORTALIDADE MATERNO-INFANTILFATORES DE RISCO
Ausência da Assistência Pré-natal;
Hospitalização; Sedação completa; Fórceps de rotina para
primíparas; Episiotomia, etc.
MUDANÇAS NO MODELOA DOR/SOFRIMENTO NO PARTO
“Se o parto é horrível, melhor abreviá-lo”Dor iatrogênica (diferente da dor fisiológica).
Associada a formas de “aceleração do parto”:
Aceleração/indução (uso abusivo da Ocitocina) Episiotomia e sua sutura Descolamento de membranas Manobra de Kristeller Posição de Litotomia Isolamento afetivo etc.
Todos estes procedimentos associados a riscos potenciais – freqüentemente
invisíveis
USO DE OCITOCINA O uso liberal da Ocitocina, em 2008 entrou para a
lista curta das 12 drogas cujo uso é mais associado a erros médicos graves.
Está associada à ruptura uterina, sofrimento fetal etc. A ocitocina é a droga mais freqüentemente associada
a resultados perinatais adversos, e está envolvida em metade dos litígios contra gineco-obsteras.
Foram publicadas recomendações propondo o uso seletivo, em dosagens baixas e protocolos bem controlados da droga, a prevenção da necessidade do seu uso e o uso de recursos não-farmacológicos para acelerar o parto.
"O objetivo da assistência é obter uma mãe e uma criança saudáveis com o mínimo possível de intervenção que seja compatível com a segurança. Essa abordagem implica que, no parto normal, deve haver uma razão válida para interferir sobre o processo natural”
A Assistência é diferente da Intervenção - nenhuma intervenção se justifica de rotina