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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Profª Tatiana Marcello Transcrição | Aula 01 CEF

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICAProfª Tatiana Marcello

Transcrição | Aula 01

C E F

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Legislação Específica

AULA 1

Para o pessoal do EAD, Bom dia, Boa noite, Boa Madrugada! Não sei que horas tô falando com vocês. Deixa eu me apresentar. Alguns eu sei que já me conhecem de outros concursos de banco, pessoal que já estou para a Caixa, para o concurso passado. Alguns já me conhecem, o que dispensa apresentações, mas para quem não me conhece, o meu nome é Tatiana. Sou professora da área de legislação, de direito da Casa do Concurseiro. Vamos trabalhar uma série de conteúdos, temos um conteúdo grande e uma série de miudezas. Eu brinco que só damos “bola” para conhecimentos bancários, para português, matemática, só que essa minha parte também é muito importante. Aquelas coisinhas, vocês vão ver, nós teremos aula de uma hora tratando de um assunto, onde vocês vão garantir uma questão. Nas miudezas, ali vocês vão garantir as questões de vocês. Nós vamos ver aqui quais são os conteúdos, para a gente “se situar” na matéria antes de começar. A minha matéria sim, é importante, mesmo que vocês nem achem ela direito no edital. Tati, que tu dá? CDC? Sim, mas essa é uma das várias matérias. Tanto que nós temos dez aulas para ver isso.

Sou advogada, mas não precisa me chamar de doutora, nem nada disso, pode me chamar de Tati, de prof, só não me chama de tia, porque eu tenho mais ou menos a idade de vocês. Eu to aqui para dar aula para vocês, e vocês sabem que a Casa sempre tenta selecionar o melhor time para trazer as aulas para vocês. Não para me exibir, mas só para vocês saberem, quem está ensinando para vocês, a quem vocês estão confiando a preparação de vocês, que deve ser levada tão a sério. Eu sou advogada há muitos anos, no meu estágio, trabalhei no jurídico do Banco do Brasil, então já comecei a trabalhar com essa parte bancária. Após o período do estágio, fui trabalhar no escritório dos meus chefes do estágio, e a gente continuou trabalhando com bancos. Nesse escritório, nós éramos advogados terceirizados da Caixa e do Banrisul, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, e mais alguns bancos que a gente tinha a carteira deles. Depois, eu fui para o meu escritório, onde eu tinha a carteira do Banco do Brasil. Então, olha lá, eu tive essa experiência já de trabalhar direito e legislação aplicável para bancos. E aí eu tenho especialização em direito civil e outra especialização em direito civil, o que traz também mais subsídio para a gente tratar dessa parte aqui. E é claro pessoal, isso não importa nada, o que importa, o que é legal, e isso eu tenho muito orgulho de trazer para vocês. É que no último concurso da Caixa nós gabaritamos todos os pontos da matéria que eu tratei aqui com vocês. Gabaritamos! Eu brinco até, isso foi em 2014, que eu já era professora há muito tempo, mas foi ali que o pessoal começou a dizer “uau”, porque nós gabaritamos tudo o que caiu, a gente viu em aula, a gente exercitou em questão, a gente viu em musiquinha, em simulado, então, a gente tem esse “know how” para trazer para vocês. A gente conhece Cespe. Cespe é uma banca muito conhecida. E eu espero que seja Cespe a banca de vocês. E, também, agora, quem fez Banrisul, viu que da minha parte caiu bem pouquinha coisa. Da minha parte, como era esperado, a gente teve duas ou três questões. Mas, aquelas questões foram tratadas no aulão, no pré-prova, e também a gente conseguiu matar. Eu, com muito orgulho, sou selecionada para participar deste time da casa, mas não é à toa, a gente tem já essa experiência para direcionar

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o estudo de vocês. Uma coisa que vocês tem que entender. Quem passa no concurso não é quem gabarita a prova, as pessoas não gabaritam as provas. Quem passa no concurso não é quem viu todo edital de cima a baixo. Passa em concurso aquele que traçou uma estratégia, e naquela estratégia ele foi melhor do que os outros. O que é estratégia? Como eu estava falando antes, eu vou trazer quantas questões cada conteúdo meu caiu na prova. Aí, vocês vão ver, por exemplo, que tem conteúdo que vamos ver em uma hora e garantir uma questão. Estratégia é estudar esse conteúdo. Quem aprova não é quem lê tudo do início ao final. Até porque, tem muita coisa que se vocês forem ler do início até o final, irão ler muita coisa que não importa, que nunca vai cair, e vocês vão deixar de dar importância para aquela partezinha daquela lei, por exemplo, que é o que importa, que cai sempre. É igual usar a marca texto e marcar a lei inteira. Não adianta. Para que eu uso a marca texto? Para destacar aquilo que é importante. O que a gente faz aqui, como professor? Somos o marca texto de vocês, a gente destaca o que vocês tem que estudar: “olha, vai por esse caminho”. Pode ser que no dia da prova de vocês vocês olhem algumas questões da prova e nunca tenham visto aquilo na vida. Nunca vi na vida. Isso vai acontecer. Só que aquelas questões que caírem de direito do consumidor, que eu cantei musiquinha, fiz simulado, trouxe questão, aquilo ali vocês vão olhar e vão acertar. Tem coisa melhor do que a gente ter visto uma matéria, um conteúdo, e daí chega na prova e tem tanta coisa além na cabeça, que tu não consegue lembrar. Aquela coisa “eu estudei isso aqui, como não consigo lembrar”? Então, gente, vocês tem que pegar esse caminho, usar essas marca-texto, acreditar nesse caminho, e aí isso que a gente traz para vocês, vocês não irão esquecer. Pode ser que, no dia da prova, algumas questões vocês não acertem. Mas também, não precisa gabaritar a prova para passar. Não. Vocês precisam acertar mais do que os outros. Vocês precisam acertar mais que aquelas pessoas que chegaram ali e leram tudo, mas chegaram na prova e não lembram do importante na hora da prova. E o importante é o que vai cair na prova de vocês. Então, já comecem assim. Vocês vão ver, no CDC, por exemplo, tem artigos que a gente “pula”. E, Tati, por quê? Porque tem uma probabilidade tão pequena, mas tão pequena que não vou encher a cabeça de vocês com aquilo. Pode ser que caia uma questão sobre uma daquelas coisas que vocês não viram, pode acontecer. Mas não é provável. Então, eu prefiro repetir para vocês um conteúdo importante, do que dar todos os artigos, por exemplo. Isso vocês vão ver nos nossos estudos.

Outra coisa que eu queria trazer, bem importante também, vocês são das exatas. Gostam de cálculo, contar dinheiro. Então, quando a gente entra na aula e aula é de direito, “ai meu Deus, a aula de direito.” Aí entra a professora do direito, aí vem o “juridiquês”, vem o latim, já pensam “eu não vou entender nada, esse negócio do direito não entra na minha cabeça”. Gente, não, não é assim! Eu tô aqui para fazer com que vocês me entendam, não para falar bonito. O pessoal do direito gosta de falar bonito, não é? Gostam. Tem uns que até querem que a gente chame de doutor. Mas eu não tô aqui para falar bonito, estou aqui para que vocês me entendam. Esse é o mais importante. É para fazer que vocês me entendam. Eu até digo que não estou aqui para ensinar o direito para vocês. Direito aprendemos em cinco anos, na faculdade. Eu estou aqui para ensinar a vocês gabaritarem as questões da prova. É isso! Gabaritar questões de prova. Umas coisas, vocês nem vão usar aqui. Claro que é interessante a gente aprender CDC, até hoje, as pessoas me mandam mensagem: “Tati, fiz direito do consumidor contigo no curso da Caixa, e fui na loja e não quiseram trocar a minha blusa”. E a pessoa usa! Quer coisa melhor do que aprender os nossos direitos? Direito do consumidor, vocês vão ver que vai ser bem bacana. Ou vocês vão usar para o concurso, ou vão usar lá na Caixa, quando estiverem lá, pois estarão atendendo como fornecedores, ou vão usar para a vida de vocês. Mas tem coisa que não irão usar para a vida, é para gabaritar questão mesmo, para passar na prova e depois esquece, não precisa mais. Não se preocupem, aqui, o nosso papo é reto, não tô aqui para falar bonito, aqui

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estou para fazer vocês me entenderem. Pra isso, a gente usa power point, desenho, músicas - que parece idiota, mas cai na prova, então, cantem a musiquinha - então, a nossa aula vai ser assim. Em relação às perguntas, vamos participar da aula! Mas, por exemplo, CDC, sempre a gente tem um exemplo da tia do amigo que não sei o quê.. Então, vocês perguntem no CDC coisas que podem cair na prova, que são pertinentes, podem perguntar, fiquem bem à vontade. Mas quem tiver um caso: “Tati, eu tenho um caso assim, que eu comprei um roupeiro…”, me pergunta no intervalo. Isso não vai cair na prova e tenho que analisar todo o caso. Então, aqui, façam aquelas perguntas bem pertinentes, que caem em prova. Não fiquem com vergonha de perguntar, só que casos pra tirar dúvida eu respondo no intervalo. Na aula, a gente faz as coisas pertinentes da aula.

O nosso cronograma aqui, vocês vão ver o seguinte. É sempre com powerpoint a minha aula. Mas não pensem que é aula para ficar lendo slide, que o professor fica lendo. O powerpoint é para facilitar a comunicação com vocês, eu não preciso ficar escrevendo os artigos do código aqui, ele é mais pra ir guiando vocês. E esse power point eu sempre vou disponibilizar pra vocês. Tem aluno que diz: “Tati, eu não trouxe nada para anotar, vou mais ficar prestando atenção.” Tranquilo, porque depois eu disponibilizo o power point e vocês relembram. Vai sempre ser disponibilizado para vocês. Eu dou aula hoje, e amanhã eu mando o power point para o pessoal e eles já disponibilizam o powerpoint daquela aula, que eu não sei até onde vai a aula para disponibilizar antes, então onde terminar a aula, eu “corto” o powerpoint e o pessoal disponibiliza para vocês. Certo?

Além disso, e é bom para definirmos essas coisas. Essa primeira meio hora de aula é importante para definirmos o restante de nossas aulas. Nós vamos trabalhar sempre com powerpoint. E este curso que nós temos, o SuperAÇÃO, temos a aula presencial, aí depois temos a revisão e as questões, que são gravadas à parte, separado. Eu não saio da aula sem trazer questões para vocês. Durante a aula, vamos ver questões. Depois, lá na parte específica, só de questões, terão outras. Mas o que eu gosto? Eu gosto de trazer o conteúdo e já na hora dizer “olha como isso cai em prova, olha como caiu na última prova.” Se eu dou o conteúdo e vocês não veem questões, parece que o conteúdo fica “solto” até a aula que vai vir de questões. Então, eu vou trazer sim questões aqui para vocês. Nós temos dez aulas. As questões que eu vou trazer é para tirarmos dúvidas: “Ah, Tati, mas é assim, eu tinha entendido que era de outra forma”. Então, eu vou sempre estar trazendo questões para vocês.

Vamos nos situar? Vamos ver tudo o que temos que aprender aqui, nos nossos encontros. E aí, depois, a gente segue e começa nossa aula de conteúdo. Dentro do edital do concurso da Caixa, a gente tem toda essa parte que envolve legislação, que envolve direito, lei, decreto, resolução. Tem essa parte toda, essas “miudezas” são comigo. Dentro de conhecimentos básicos, que são aquelas questões com peso 1 - isso aqui vocês já podem pegar como estratégia para estudar o meu conteúdo, o que vocês tem que dar mais atenção, o que tem mais probabilidade de cair - então, vamos lá. Dentro dos conhecimentos básicos, que tem peso 1, nós temos lá legislação específica. Dentro da legislação específica, nós temos o artigo 37 da Constituição Federal, não é todo o artigo 37, pois ele é gigantesco, é só o caput, que chamamos de “cabeça” do artigo. É só o caput do artigo, que traz os princípios aplicáveis à administração pública, pois vocês, dentro da Caixa, que é uma empresa pública, serão administração pública também, e devem respeitar os princípios aplicáveis à administração pública. Por isso eles pedem para vocês o famoso LIMPE, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O edital já nos diz que princípios ele quer. Fica ótimo, não precisamos ficar vendo todos os princípios que existem, tu só vê aqueles cinco que ela definiu. Na última prova, foi uma questão. Aí, a gente pensa: “ah,

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nem vou estudar isso aqui”. Gente, 40 minutos de aula para “matar” essa questãozinha sobre os princípios. É aquela que vocês já vão colocar no bolso! Uma questão, esta daqui vocês tem que acertar. Lei do Bolsa Família, ou vocês usam para acertar questão, ou vocês vão usar na Caixa, pois irão trabalhar com isso, ou vocês usam para não falar bobagem no Facebook sobre o Bolsa Família. A gente vai entender como é. Não vou aqui dizer se foi esse, se foi aquele, mas vocês vão entender o Bolsa Família. Irão ver aquele contra cheque de 500 reais e vão entender que aquilo ali é fake, que não existe. Vamos entender tudo isso aqui. Bolsa Família é uma lei, que a gente leva uma aula de três horas para ver. Na última prova, foram duas questões sobre isso. Aí, nós temos os conhecimentos específicos, os queridos. Por que? Porque são peso 2, tu acerta uma questão e vale por duas! E, aqui, nós temos o mais importante dentro do nosso conteúdo e que vamos ficar mais tempo tratando, que é o Código de Defesa do Consumidor, a Lei 8.078/90, o CDC. Aqui, vamos ficar mais tempo nele, por óbvio, é uma legislação maior, tem vários detalhes que poderão ser pedidos para vocês e foram cinco questões com peso 2 na última prova. Então, é claro que vamos ter que nos dedicar mais nesse ponto. Cinco questões com peso 2, dobra o negócio. Aqui, o CDC é uma parte que vamos iniciar com ele. Esta parte, vamos ficar nas últimas aulas, ver tudo de CDC, vamos ter tempo para isso. E, nós temos também aqui a Resolução do Bacen 3694/09 - eu até achei que caía a da ouvidoria, na Caixa não cai essa, que teve um monte de alteração - a resolução 3694 dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na prestação de serviços por parte de instituições financeiras, eles chamam isso de Código de Defesa do Consumidor Bancário. É como se fosse um CDC, mas só do consumidor bancário, para as instituições financeiras. É pequeninho, e uma questão com peso 2! Então, esse aqui, Deus me livre vocês não estudarem. É pequena mesmo, e vocês vão acertar uma questão com peso 2. Temos aqui também - e vocês vêem, eu dou aula de tudo no edital, nem eu sei que matéria dou dentro do edital da Caixa, pois vamos por tudo - dentro do edital tem a matéria de conhecimentos bancários. Já que vocês só “dão bola” para conhecimentos bancários, peguei uma partezinha também. Essa parte de pessoa física e pessoa jurídica, na parte que vai perguntar sobre a capacidade civil, por exemplo, se um menor pode chegar e abrir conta, se pode ou não pode, quem tem que estar junto, quem representa, estar ali presente. Vai também falar sobre essa parte de representação, quem representa uma pessoa jurídica. Vai falar sobre domicílio, pois, ao abrir uma conta, vocês tem que saber qual o domicílio desta pessoa, como eu defino qual o domicílio dela? Se ela tem a casa em Porto Alegre, tem no sítio e na praia, qual vai ser o domicílio dela? Então, essa partezinha que é Código Civil, vocês vão ver comigo, uma questãozinha com peso 2 dentro dos conhecimentos bancários. Então, conta comigo aqui, só questões com peso 2 vocês vão tem cinco, seis, sete questões com peso 2. E, no quadro anterior, mais 3 questões com peso 1. Então, essas nossas questões vamos ter que levar.

Vamos começar já com a parte do CDC, que é uma parte muito legal de ver. Eu tenho que iniciar o CDC com disposições gerais, essa parte mais teórica, mas depois vocês vão ver que iremos aprender um monte de coisa interessante pro dia a dia. Diferente de matemática, por exemplo, que vemos lá mas não necessariamente aplicamos no dia a dia, isso aqui sim. Tem bastante exemplo, é bem bacana e vocês vão ver que vão conseguir assimilar isso.

CDC nos concursos, geralmente, é assim. Se vai dar aula para um concurso como Banrisul, que cai poucas questões sobre o CDC, eles vão perguntar alguma coisa relacionada à banco. Dentro do CDC tem a parte que trata da venda casada, tem a parte dos consórcios, tem a parte que trata das cláusulas abusivas, tudo isso que faz parte da rotina bancária. Então, geralmente, cai uma ou duas questões dentro do CDC, mas relacionada à atividade bancária. Pra vocês, que são cinco questões de CDC, na última prova, por exemplo, ficaram perguntando sobre

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a pessoa que foi ao dentista e o dentista deixou o dente torto. O que isso tem a ver com o banco? Nada, mas tem a ver com o CDC. Caiu uma questão no último concurso da Caixa que a pessoa comprou o eletrodoméstico, ele explodiu, se a pessoa ganhava indenização, se não, se o comerciante respondia, se tinha responsabilidade ou não. O que isso tem a ver com o banco? Nada. Não esperem que venha só venda casada, envio de cartão de crédito. Não. Eles pedem, sim, questões que não tem nada a ver com atividades bancárias, dentro do Código de Defesa do Consumidor. E é por isso que nós temos que dar atenção para todos estes tópicos e não somente os dispositivos do CDC que se relacionam só a banco. Certo?

Quando a gente fala no Código de Defesa do Consumidor, temos que saber de onde vem isso. E, olha lá, na nossa Constituição Federal, de 1988, ela veio dizer: “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. O Estado tem que promover a defesa do consumidor, por meio de uma lei, na forma da lei,isso em 88. Nós tivemos, dois anos após, o nosso Código de Defesa do Consumidor, que é de 1990. Veio a Constituição dizendo que o Estado deve defender o consumidor, na forma da lei, e dois anos depois veio o CDC. Cuidem, porque nas questões de vocês, pode aparecer: “De acordo com a lei 8078 de 1990”, ou “De acordo com o Código de Defesa do Consumidor”, ou “De acordo com o Código de Defesa e Proteção do Consumidor”. Pode aparecer assim para vocês. Eles até não colocam “CDC”na prova de vocês para falar do código porque tem o CDC dos conhecimentos bancários. Então, eles geralmente vão usar o Código de Defesa do Consumidor ou a Lei 8078/90. Mas, daí a questão já vai remeter. Vocês não precisam decorar número de lei. Outra coisa, não precisam decorar número de artigo. Cespe nunca vai perguntar pra vocês em qual artigo está tal coisa, não precisa decorar isso. Vocês vão ver que eu nem trago, muitas vezes, os números de artigo, não precisa saber isso, tem que saber o que o CDC diz, em qual artigo a prova não pergunta.

E essa disposição da Constituição tá lá no artigo quinto, e a gente chama de cláusula pétrea. O que é pétrea? Pedra, não pode ser mudada. Essa disposição é uma cláusula pétrea, não pode ser retirada da Constituição. A defesa do consumidor é considerada uma cláusula pétrea na Constituição, no sentido que não posso excluir ela dali. E o nosso CDC? O nosso CDC diz que ele tem normas de interesse social e de ordem pública. O que é de interesse social ou ordem pública? A gente acha que o CDC é assim: “Eu fui lá, comprar esse relógio, deu esse problema, daí fui lá eu e o dono do estabelecimento, é uma relação entre nós”. Não, o CDC tem normas de ordem pública, de interesse social. Interessa a todos que essa questão que eu tenho com o dono do estabelecimento da loja e eu seja resolvida. Não é uma coisa que interessa só entre nós. Código Civil é um ordenamento que traz disposição entre iguais. Eu e a colega, quero vender meu apartamento para a colega. Lá, no Código Civil, diz como se dá a compra e venda de imóveis. Uma relação entre iguais. O CDC vem tratar de quem está em uma relação de desigualdade. O consumidor está numa situação de vulnerabilidade, em regra, e o fornecedor, acima, em regra. Então, vem o Estado defender mais quem está em uma situação de vulnerabilidade, para equilibrar. Essas normas de defesa do consumidor são de ordem pública e interesse social, de modo que eu, como consumidor, não posso abrir mão. Elas são inderrogáveis pelas partes. O que significa isso? Eu não posso dispor, eu não posso abir mão do que diz ali no CDC. Mas, Tati, como assim? Vamos ao exemplo. Se eu vou no camelô. Vocês acham que ele é fornecedor, que ele responde conforme o CDC? O ambulante, tá lá no meio da rua vendendo. Vocês acham que ele pode ser considerado fornecedor? Sim, depois vamos ver isso. Aí, eu chego no camelô e compro esse relógio dele. E ele me diz: “Olha moça, esse relógio não tem garantia”. Mas eu gostei do relógio, compro igual. Pergunto: esse relógio tem ou não tem garantia, se eu quiser reclamar? Tem. Porque a garantia legal - depois vamos ver o prazo da garantia legal, que é um prazo que eu tenho para reclamar porque deu um problema, um vício

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no produto ou serviço - ela está na lei, foi o código que deu a garantia legal. Se foi a lei que deu, eu não posso abrir mão dela. “Tati, então, se o relógio estragar, tu é obrigada a voltar lá”? Não, eu não sou obrigada a exercer aquele direito, mas ele tá lá. Pensa que ele é uma nuvem, ele está lá. Se eu quiser reclamar porque o relógio deu problema, eu posso sim, ir lá e reclamar a minha garantia. Posso. Ele vai dizer que eu tenho que reclamar no Paraguai. Mas eu posso sim ir lá e reclamar. Aí tu vai me dizer “Mas, Tati, quando tu comprou o relógio ele disse que tu não tinha garantia e tu concordou. Ele até te deu um papelzinho te cientificando que não tinha garantia, e tu concordou, assinou ali, Não foi”? Foi, mas as normas são inderrogáveis pelas partes, eu não posso abrir mão. Se eu assinar um papel dizendo que eu abro mão da garantia, é uma cláusula abusiva, nula. Eu não posso abrir mão de uma lei do direito do consumidor. Eu posso é não ir reclamar, deixar passar o prazo e não ir reclamar. Isso, tudo bem. Mas, se eu quiser reclamar, o direito está lá, me esperando. Vocês entenderam que essas regras são meio que impostas pela lei, tu pode até não querer exercer aquele direito, mas ele está ali te garantindo, para caso tu queira reclamar, reclama. E aí, é bem importante vocês entenderem. Vocês tem que entender isso aqui para entenderem todo o sistema de defesa do consumidor. Vocês tem que, no momento que vão resolver uma questão que envolve direito do consumidor, lembrar que o código presume que todo o consumidor é vulnerável. Vulnerabilidade é um dos princípios do direito do consumidor. Vocês vão ver que os princípios eu vou trabalhar na última aula, veja só. Após ver todo o código, vocês vão entender quais são os princípios aplicáveis. Vulnerabilidade é um dos princípios aplicáveis no direito do consumidor. Isso significa que todo o consumidor é, presumivelmente, vulnerável. Todo o consumidor. A gente tem a impressão que vulnerável é o consumidor mais idoso, aquele que não tem muita instrução, nível de escolaridade, a gente acha que vulnerável é o consumidor mais pobre, a criança. Não. Todo consumidor é vulnerável. O que é vulnerabilidade? O consumidor está sujeito a tudo o que vem do mercado. A gente tá sujeito a tudo o que vem do mercado. Não é igual a antigamente, que eu chegava, eu ia ao fornecedor e discutia como seria aquele produto ou aquele serviço. Se eu quisesse essa blusa, bem antigamente, na época da nossa avó. Eu ia na costureira, conversava sobre o tecido que ia querer, qual modelo iria querer, eu escolhia tudo ali e ela fazia e eu levava a blusa pra casa. Era tudo assim. Eu não tava em uma situação de vulnerabilidade, a gente negociava tudo ali. Atualmente, como é quando eu quero essa blusa? Vou na Hering e escolho uma blusa para comprar. Essa é a escolha que eu tenho, eu não tenho outras escolhas. Eu compro ou não compro, já vem tudo pronto. E quem escolhe quando produzir, como produzir, com o que produzir, é o mercado. Quem decide com que tecido será produzido é o mercado. É o fornecedor. Às vezes a gente nem sabe se é um tecido que causa alergia, que causa câncer. Esse tempo, estavam dizendo que as bijouterias trazidas do paraguai tinham algo que causava câncer. A gente nem sabe, porque a gente tá sujeito ao mercado. Ele vem e diz: “Quer ou não quer”? Tem coisas que nem mesmo temos a opção de não querer. Vocês tem a opção de querer ou não querer energia elétrica na casa de vocês? Não tem. Você tem carro. Tem a opção se quer ou não compras combustível? Não tem, né? Então, achamos que temos muitas opções, que podemos escolher, mas a escolha se limita a quero ou não quero. Porque tudo vem pronto do mercado, e não importa qual a nossa escolaridade, se a gente é rico ou pobre, se é famoso, não importa, a gente está sujeito a aquilo que o mercado vem e nos despeja. Vamos pegar um exemplo, aqui no Rio Grande do Sul, vocês lembram do leite adulterado? Que tinha uma substância que adulterava, uma coisa no leite tipo água oxigenada, algo que não era pra colocar no leite. Aí, eu pergunto pra vocês, quem esteve vulnerável a essa situação? Pode ser a pessoa que morava lá debaixo da ponte e ganhou uma caixinha de leite e tomou, pode ser o governador do Estado que tava no seu banquete e tomou um café com leite ali. Então, não importa a fama, o nível de instrução, se é pobre ou rico, não importa. Todo o consumidor está sujeito ao que vem do

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mercado. Depois nós vamos ver, ainda na aula de hoje, que tem um conceitinho que vocês não podem confundir com a vulnerabilidade, que é a hipossuficiência. A hipossuficiência, aí sim, é aquele que mora embaixo da ponte, que não tem dinheiro, o mais coitadinho, sem instrução. Esse é o hipossuficiente. Agora, vulnerável todo consumidor é. Eu sou professora de direito do consumidor, e sou vulnerável na relação de consumo, todo o consumidor é vulnerável. Então, já guardem isso. Não se precisa prova a vulnerabilidade. Eu sou consumidora, eu compro esse relógio, eu não preciso provar que sou vulnerável. A lei já presume que eu sou vulnerável. “Mas, Tati, tu é advogada e professora de direito do consumidor, é vulnerável?” Sim, sou vulnerável. Vocês vão ver que o conceito da hipossuficiência, aí sim, tem que ser demonstrado, provar que aquela pessoa é ou não é hipossuficiente. Agora, vulnerável todo o consumidor é, não precisa provar que é vulnerável. E, outra, é uma presunção absoluta, que a gente chama. O que é uma presunção absoluta? É algo que não se admite uma prova em contrário, se admite e ponto final. Não adianta o fornecedor tentar provar que eu, consumidora, não sou vulnerável. Não pode. Porque é uma presunção absoluta, não admite uma prova em contrário.

“Tati, me diz uma coisa. Por que a lei vai lá e presume que todo consumidor é vulnerável nas relações de consumo?” Porque, historicamente, a gente se tornou vulnerável. Quando a gente era eu e o alfaiate, eu e a costureira, a gente não tinha essa vulnerabilidade. Pelo contrário, às vezes ele tinha até mais vulnerabilidade do que eu. Mas quando temos a Tati e a Coca Cola, a Tati, e a Caixa, tudo isso, com a revolução industrial e tecnológica, produção em massa, contratos em massa, quando se tornou assim, a gente se tornou vulnerável. Agora, raciocina comigo. Quando o Estado detecta que temos uma relação e que uma dessas partes está em uma situação de vulnerabilidade. Então, olha lá. Temos uma relação consumidor/fornecedor, e o Estado detecta que uma das partes está em uma situação de vulnerabilidade. O que o Estado faz? Ele vai lá através das leis, geralmente, e traz uma situação mais favorável pra esse para que ele se sobresaia e tentar fazer com que haja um equilíbrio. E isso se faz com o direito do consumidor, isso se faz com a Lei Maria da Penha. Porque tem uma lei que defende a mulher? Porque, historicamente, a gente vê que a mulher está em uma situação de mais vulnerabilidade do que o homem. Então, eu preciso proteger mais quem está em uma situação de vulnerabilidade para dar uma equilibrada. Direito do trabalho. Porque só defendem o trabalhador e não o empregador? Porque, historicamente, o trabalhador está em uma situação mais vulnerável, então vai a lei e traz uma situação mais favorável. ECA, Estatuto do Idoso, é tudo a mesma coisa. E, no direito do consumidor, também é isso. Vem a lei proteger mais um dos pólos para trazer uma situação de igualdade. Então, vamos lá, aqui, temos que o CDC só protege consumidor. Ele protege fornecedor? Não. Ele traz regras que beneficiam o consumidor, para trazer esse equilíbrio. Eu gosto muito dessa imagem, aqui, que traz tudo o que é o CDC.

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Essa é a proposta do CDC, de proteger o consumidor, proteger a parte que está mais vulnerável. Imagine que as caixas são a proteção do estado, a proteção da lei. Se eu pegar pessoas que estão em situação de desigualdade, imagina que eu tenho o consumidor com uma situação desigual, e aqui tenho o fornecedor, por exemplo, Coca Cola. Se o Estado der uma lei que trata a todos igualmente, tipo, vocês que se resolvam, como é o Código Civil, que diz vocês são iguais e se resolvam. Se o Estado fizer uma lei que trata a todos igualmente, eu vou promover a justiça? Não, porque eu vou aumentar o poder do que já era grande, e não vou conseguir aumentar o poder de quem já é pequeno. O que o Estado faz quando tem alguém em uma situação de mais vulnerabilidade? Aqui tá o CDC, ele protege mais o que está em uma situação de vulnerabilidade, e o que já estava em uma posição lá em cima, ele deixa igual. O CDC não dá nada para o fornecedor, e dá todo o direito para o consumidor, para tentar fazer o que? Equilíbrio, pegar quem estava em uma situação de fato mais vulnerável, mais desfavorável, e eu pego a lei e trago uma proteção mais para essa pessoa, e ela faz uma situação de desequilíbrio. Daí, vocês vão me perguntar, daí: “Tati, o que acontece que é às vezes o que está “sem a caixa” é o mercadinho da esquina, e ele não é o mais poderoso assim. E vem o CDC e protege demais esse aqui, e ele fica nesta situação, que ele não é tão poderoso, e é a exceção, daí acaba que a lei às vezes favorece uns em detrimento de outros. A lei tem que ser uma só, não pode dizer que para o mercadinho não aplico CDC e para a Coca Cola aplico, ela tem que aplicar para todos os fornecedores. Então, claro, acaba tendo umas injustiças, às vezes. Mas aqui a regra é essa aqui. Então, aqui, para vocês já saberem. Às vezes, temos um pessoal que se prepara para Caixa, Banrisul, e já trabalha em outros bancos privados. Aqui, na minha aula, tem uns que ficam bravos quando digo que não pode fazer venda casada, enviar cartão de crédito, dizem: “Ai, Tati, tu tá defendendo o consumidor”. Não, eu estou dizendo o que está na lei e o que vai cair na prova. Eu não tô defendendo consumidor nem fornecedor, até porque, na maior parte da minha vida, eu defendi banco. Então se você costuma defender alguém, eu defenderia a Caixa. Mas eu não estou aqui para defender o consumidor ou fornecedor, “puxar a brasa” para cada um. O que eu vou dizer aqui é o direito do consumidor, que só protege o consumidor. Então, vou ficar aqui só falando de coisas que protegem o consumidor, pois a lei só protege o consumidor. Ela traz coisas melhores para o consumidor. Só para vocês terem um exemplo, nós temos o código civil, já que era ele que tratava desses assuntos antes. Só que o código civil trata todo mundo igual. Aí, vem o CDC dizer assim :”Lá no Código Civil, para eu entrar com

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uma ação contra alguém, eu tenho que entrar lá no domicílio da pessoa”. Ricardo mora em Capão da Canoa, e eu quero entrar com uma ação contra o Ricardo, porque ele me causou um dano moral. Eu tenho que entrar com a ação lá em Capão da Canoa, essa é a regra. Aí vem o CDC e diz assim: “Ah, se for relação de consumo, eu comprei o relógio do Ricardo lá em Capão da Canoa, eu posso entrar com ação contra o Ricardo aqui em Porto Alegre, ele que tem o trabalho de vir aqui até Porto Alegre, no foro daqui, se defender”. Eu posso entrar com a ação aqui, porque eu sou consumidora, sou vulnerável, daí a lei me protege mais. Lá no código civil diz que, se o Ricardo me causa um dano moral, não é relação de consumo, é dano moral, eu tenho o prazo prescricional de três anos para cobrar o Ricardo, para entrar com ação pedindo indenização pelos danos morais. Vem o CDC dizer assim, se for relação de consumo, vem o CDC e diz, por exemplo, se for relação de consumo, o Ricardo me vendeu esse relógio e explodiu, se for relação de consumo, é de cinco anos o prazo prescricional. Me deu mais tempo para eu entrar com aquela ação ali. A gente vai ver depois que, por exemplo, se eu quero entrar com ação contra o Ricardo, por exemplo. O Ricardo tá me devendo um dinheiro, se eu quiser entrar com ação contra o Ricardo, neste contrato, eu entreguei algo e ele não me pagou. Eu vou entrar com uma ação contra o Ricardo. Quem tem que provar que o Ricardo tá me devendo? Eu. Quem alega, prova, a regra é essa. Só que o código de defesa do consumidor vem dizer o seguinte: se o Ricardo é o fornecedor e eu sou consumidora, eu posso entrar com ação contra o Ricardo, só alegando aquilo, só dizendo que o Ricardo me deve. E o juiz pode inverter o ônus da prova, e em vez de me fazer provar, exigir que o Ricardo prove que não me deve. Ele pode inverter isso. Nós vamos ver depois, esse negócio de telefonia, de tudo, a gente aplica essa regra. Então, olha o que o CDC faz. Ele pega uma regra geral e diz que se for relação de consumo, é assim, dessa forma, de forma a beneficiar mais o consumidor. Aquele desenho ilustra bem o que o CDC vem nos trazer. Olhem nas questões, como vem:

O que vocês acham? Sim! Ela não pode ser retirada do nosso código.

Sim ou não? Errado. Por que, gente? Não é para defesa dos fornecedores. É para defender consumidor. O fornecedor já é poderoso, não precisa de alguém que defenda ele.

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Sim? Sim! Veio a norma constitucional dizendo assim: “O Estado deve promover a defesa do consumidor, na forma da lei”, e veio o Código do Consumidor, que é a lei, que vai regulamentar isso daqui. Então, certo!

Aí, gente, quando a gente vai começar a ver essa parte de defesa do consumidor, a gente tem que saber quem é consumidor, quem é fornecedor. “Tati, isso é bobagem, todo mundo sabe quem é fornecedor e quem é consumidor!” A gente acha que sabe. Mas, lá na prova, eles vão perguntar bem os detalhezinhos. E, vou dizer, na última prova caíram umas duas questões só dessa parte, perguntando quem era o consumidor e quem era o fornecedor. Pra eu aplicar o CDC, eu tenho que ter o CDC. Eu só aplico essas normas todas quando temos uma relação de consumo. E quando eu tenho uma relação de consumo? Quando eu tenho, de um lado, alguém que se enquadra na condição de consumidor e do outro lado alguém que se enquadra na condição de fornecedor. Só se eu tiver um que se enquadra em cada uma das condições é que eu terei uma relação de consumo. Senão, não será relação de consumo, e eu não posso aplicar o CDC. Eu só aplico o CDC quando tem relação de consumo. Com consumidor e fornecedor.

Agora, precisamos saber quem pode ser consumidor e quem pode ser fornecedor. Vamos ver o consumidor, o fornecedor, e aí eu vou explicar para vocês como se dá essa relação.

Consumidor, quem é? O código traz no artigo segundo uma definição que a gente chama de “consumidor padrão”. O que é o consumidor padrão? Toda a pessoa, física ou jurídica - coloquem isso na cabeça, como eles perguntam isso!- todo consumidor pode ser uma pessoa pessoa física? Sim, eu Tati, fui lá e comprei o relógio. O consumidor pode ser pessoa jurídica, como a Casa do Concurseiro, que vai lá e compra alguma coisa, ela pode ser considerada consumidora? Pode sim, desde que essa pessoa física ou jurídica seja a destinatária final deste produto, desse serviço. Como assim? Eu, Tati, fui lá na loja e comprei este relógio para mim, ou para dar para minha mãe. É destinatário final. Agora, eu, Tati, fui lá na loja e comprei 30 relógios deste para revender relógios? Eu sou destinatária final destes produtos? Não, eu sou mais uma intermediária, uma fornecedora. A minha relação com a fábrica em que eu comprei é uma relação comercial, não é uma relação de consumo. Relação de consumo vai ser assim, eu comprei 30 relógios e vendi um para ti, que vai usar, vai dar de presente. Tu é a consumidora, mas, eu, fui intermediária, então não sou considerada consumidora, pois não fui destinatária final. Eu tenho uma pessoa jurídica, que é uma loja de roupas. Essa loja de roupas foi lá e comprou roupas em uma fábrica para revender lá na loja. Ela, em relação a essa fábrica, ela é consumidora? Não, porque ela não é destinatária final destes produtos, ela vai repassar, revender. Ela não é considerada consumidora, é uma relação comercial, mas não é uma relação de consumo. Ela vai revender para um consumidor final, e esse sim será considerado consumidor. Agora, a loja de roupas vai lá no mercado e compra sabonetes para os funcionários lavarem as mãos no banheiro. Ela é destinatária final deste sabonete? Sim, então ela é considerada consumidora lá deste mercado onde ela comprou. Então, é uma relação de consumo. Consumidor pode ser pessoa física ou pessoa jurídica, desde que seja destinatário final daquele produto ou serviço. Aí, diz o assim ó: “Consumidor é toda a pessoa física ou

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jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como destinatário final.”Daí, a gente pensa assim, que adquira produtos ou que utilize serviços, não é, Tati? E não, não é essa lógica. É que adquire e utiliza produtos ou adquire e utiliza serviços. Por exemplo, serviço de energia elétrica. Lá em casa, a conta de energia elétrica está no nome do meu marido. Só que eu me utilizo daquela energia elétrica lá em casa. O consumidor é quem? É só ele que tem o contrato com a CEEE? Não, eu também sou consumidora. Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire - ele que contratou o serviço - e quem utiliza - eu que utilizo aquele serviço ali, como destinatário final.

Então, vamos lá. Conceitinho padrão para consumidor: toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos e serviços como destinatário final. Esse é o conceito padrão. Só que assim, gente - e prestem bastante atenção, pois isso caiu na última prova da Caixa. Além desse conceito padrão de consumidor, tem esse conceito que é óbvio, eu fui lá e comprei esse relógio, eu sou consumidor. Além desse conceito padrão, o código trouxe outras 3 categorias que podem não se enquadrar aqui, podem não ter adquirido produto ou serviço nenhum como destinatário final, mas vão ser considerados consumidores também. São os chamados consumidores por equiparação. E, cuidem. Consumidores por equiparação, não são consumidores de segunda categoria, eles apenas não são o padrão, mas ele também é consumidor e tem todos os direitos, normal. Ele não é um consumidor de segunda categoria. E, quem são esses? A coletividade de pessoas. Mesmo que indeterminável, que eu não consiga determinar quem são, também são consideradas consumidoras. Ou seja, não apenas eu que fui lá comprar que sou considerada consumidora. Se temos lá uma coletividade envolvida, em alguma relação de consumo, essa coletividade toda pode ser considerada consumidora, de acordo com o CDC. A gente usa o exemplo, digamos que uma empresa polui um rio, e temos muita gente que consome a água deste rio. Toda essa coletividade foi prejudicada por essa relação ali. Essa coletividade é considerada consumidora. Mesmo que eu não consiga identificar cada uma das pessoas que mora ali, pegar RG, mesmo que eu não consiga, a coletividade é considerada consumidora. Aqui, temos aqueles órgãos de defesa do consumidor, as associações, que entram com uma ação coletiva, em nome da coletividade, mesmo que não se saiba exatamente o nome daquelas pessoas, mesmo que seja indeterminável aquela coletividade, ela também é considerada consumidora. Viram que a coletividade nem precisou adquirir produto ou serviço para destinação final, que ela já é considerada consumidora? Então, a coletividade, que tenha sido afetada por essa relação de consumo, mesmo que ela seja indeterminável, que eu não possa saber quem é quem ali, ela é considerada consumidora por equiparação, e poderá dispor de todos os preceitos do CDC para buscar os seus direitos.

Todas as vítimas de acidente de consumo. O que é acidente de consumo? É um assunto que vamos ver na próxima aula, dentro da responsabilidade do fornecedor. Caiu questão na última prova, sim. Quando tem o tema do Direito do Consumidor, quase sempre tem uma questão sobre responsabilidade do fornecedor. E nós temos a responsabilidade pelo vício e pelo fato, depois nós vamos ver. O fato é o chamado acidente de consumo. O que é o acidente de consumo, ou fato? É quando o consumidor, a pessoa, sofre um dano causado por um defeito daquele produto ou serviço. O que é um acidente de consumo? Eu compro esse relógio e ele explode no meu braço. Me causou um dano. Machucou. Saltou estilhaços na TV, quebrou a TV. Então, isso é um acidente de consumo, que a gente chama de fato. Então, olha lá. Depois nós vamos ver o que é esse acidente de consumo. Todas essas vítimas de acidente de consumo são consideradas consumidoras. Como assim? Vamos pegar um exemplo bem típico, depois vou pegar o exemplo que caiu na questão da prova da Caixa. Eu, Tatiana, comprei um carro zero quilômetro, saí da concessionária bem feliz com aquele carro. Daí, quando eu fui passar na

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sinaleira - para o pessoal que não é do Rio Grande do Sul, semáforo - que estava vermelho pra mim, eu freei e o freio do carro não funcionou. E aí, o que aconteceu? Eu passei reto e acabei batendo na lateral de um outro carro que vinha no seu sinal verde, normalmente. Como não consegui frear, dei uma “pechada” nele. Para o pessoal que não é do Rio Grande do Sul, uma colisão. Colidi no carro dele, que nem sabia que eu tinha comprado carro. Agora, eu pergunto. Eu, Tatiana, que saí bem feliz da concessionária, eu sou consumidora? Sou, pessoa física que adquiriu o produto como destinatário final. Padrão. E o cara que vinha no seu sinal verde, bem feliz da vida, e simplesmente meu carro pechou nele. Esse cara foi uma vítima do acidente de consumo. Ele é considerado consumidor. O que adianta isso pra ele? Ele pode se utilizar do CDC para buscar os direitos dele. Ele vai ter prazo de prescrição para buscar os direitos dele maior, ele vai ter o ônus da prova, ele vai poder entrar com ação no foro do domicílio dele. Ou seja, todos esses direitos do consumidor ele vai ter, pois ele é uma vítima do acidente de consumo. Eu também sou vítima, mas eu sou consumidora. Todos os envolvidos no acidente são as vítimas do acidente de consumo. Se eu tivesse atropelado um pedestre? Ele também seria considerado vítima do acidente de consumo, mesmo ele não tendo adquirido produto como destinatário final, ele é consumidor por equiparação. Olha como isso veio na prova da Caixa, depois, eu vou trazer questão para vocês. O fulano comprou um eletrodoméstico e ligou na sua cozinha, quebrou várias coisas na cozinha, só que saltaram alguns estilhaços na cozinha do vizinho e machucou o vizinho. O fulano que comprou o eletro é consumidor? Sim, pois adquiriu o produto como destinatário final. E o vizinho? Sim, pois ele é vítima do acidente de consumo. Depois, vocês vão entender o que é acidente de consumo, eu vou trazer vários exemplos, e daí vocês vão lembrar que todas as vítimas ali são consideradas consumidoras também, por equiparação.

Também são considerados consumidores por equiparação as pessoas expostas à práticas comerciais e contratuais. O que são práticas comerciais e contratuais? Estão a partir do artigo 30, 36 do nosso CDC. Práticas comerciais e contratuais é a publicidade, a oferta, é colocar o consumidor nos cadastros negativos, são as práticas abusivas, são as cláusulas abusivas nos contratos, tudo isso são práticas contratuais, comerciais. O simples fato de estar exposta a isso já me faz ser consumidora. Como assim? Falei pra vocês que a regra para ser consumidora e poder usar o CDC é adquirir e utilizar um produto como destinatário final, essa é a regra. Agora, eu fui exposta a uma prática. Só por isso, já sou considerada consumidora e posso usar o CDC. Por exemplo, a prática abusiva e considerada ilegal conforme jurisprudência, de enviar um cartão de crédito para a pessoa sem que a mesma tenha solicitado. Aí, eu tô lá em casa, bem tranquila, e um banco que eu nunca fiz contrato com ele, me manda um cartão de crédito, com limite tal. Eu fui exposta àquela prática comercial ali. Eu não contratei nada com esse banco, muitas vezes, nem sequer entrei lá. Mas, eles fizeram a prática e eu fui exposta. Mesmo que eu não tenha contratado nada, assinado nada, nunca tenha ido ao ao banco, eu sou considerada consumidora, pois fui exposta à prática comercial. Então, eu vou poder entrar com uma ação pedindo indenização por dano moral, me utilizando de todos os direitos do CDC. E, veja, eu não contratei nada, não utilizei produto ou serviço, nada nada. Só pelo fato de eu ter sido exposta a essa prática ali. Isso acontece muito sabe quando? Quando sai um encarte dizendo que tal produto em tal loja tá custando 100 reais. Um celular tá na loja tal, ele custa normalmente 2000 mil reais, e saiu um anúncio dizendo que ele está por 1500 na loja tal. E aí, vocês saem de casa, vão na loja para comprar o celular. Chega lá na loja e olha na vitrine que o celular tá 2000, não 1500. O que é aquilo ali? Uma publicidade enganosa. Eu ainda não entrei na loja, não adquiri nada, não contratei nada. Não paguei, não fiz a minha relação com o fornecedor, e nem vou fazer, por aquele valor ali. Mas, eu fui exposta àquela publicidade ali, publicidade enganosa. Então, eu posso me utilizar do CDC para buscar os meus direitos. O CDC diz que se

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ele me faz uma oferta ali e se recusa a cumprir, o consumidor pode ir lá e exigir o cumprimento. Ou pode exigir um outro produto, se não tem mais aquele. Ou, então, digamos. Nós vamos aprender depois, só estou trazendo como exemplo. Eu já tinha depositado os 1500, e quando cheguei lá, estava 2000. Eu posso pedir a rescisão daquele contrato, eles me devolverem o dinheiro e ainda pagarem perdas e danos, como a passagem, eu saí lá de Rodeio Bonito para buscar o celular. Posso pedir perdas e danos, uma indenização pelo prejuízo que aquela prática me causou. Então, vejam. Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire produtos como destinatário final. Padrão.

Vimos o que era o consumidor, que é um dos pólos da nossa relação de consumo. Agora, vamos ver quem é o fornecedor, pois eu preciso de um e de outro para que eu tenha a relação de consumo. Fornecedor pode ser uma pessoa física ou pessoa jurídica. Quando eu falei do consumidor, pessoa física pode ser consumidora? Sim. E pessoa jurídica? Também. Eu falei agora de fornecedor, também pode ser pessoa física ou jurídica. Olha que fácil. A Casa do Concurseiro, é pessoa física, e ela é fornecedora. Fornece serviços de educação. E uma pessoa física, ela pode ser considerada fornecedora? A gente pensa assim, quantos fornecedores pessoa física a gente tem prestando serviço pra gente? Vai lá no dentista, por exemplo, e ele está lá, prestando um serviço. É uma pessoa física que está prestando um serviço. E se ele tiver uma clínica? Daí será uma pessoa física prestando o serviço. Mas ele pode ser pessoa física e estar prestando serviço. Pessoa física pode ser fornecedora, sim. Quer um exemplo? A minha mãe, lá em Rodeio Bonito, fazia queijos para vender. Tinha lá as vaquinhas dela e fazia queijo para vender. Gente, uma delícia. Ela produzia aqueles queijos maravilhosos. E a gente pensa assim. Será que a dona Inês era considerada fornecedora perante os clientes que compravam dela? As pessoas estavam comprando o queijo para consumo, destinação final, e a minha mãe produzindo o queijo. Minha mãe nem tinha empresa de queijo nem nada, mas era considerada fornecedora? Sim. Então, fornecedor pode ser pessoa física ou jurídica. Eu tenho uma vizinha que faz pão caseiro, ela produz em casa, não tem empresa, é pessoa física. O cara que vocês contratam para instalar o split na casa de vocês, é pessoa física. Às vezes, é uma empresa que instala o split, às vezes, tem o senhor que faz as coisas no prédio e contatamos ele. Então, temos aqui pessoa física sendo considerada fornecedora. “Tati, para eu ser fornecedor eu preciso ter CNPJ?” Não. Está vendo como às vezes a gente acha que sabe o que é fornecedor? Às vezes pensamos que fornecedor é só uma loja, uma fábrica, uma empresa. E não, pode ser o dentista, o cara que coloca o split, a minha mãe que faz o queijo. A lei diz que é fornecedor também os entes despersonalizados. Quem são os entes despersonalizados? É que não tem personalidade jurídica, que não tem pessoa jurídica. Quando a gente lembra dos entes despersonalizados, a gente lembra da massa falida. O que é massa falida? É quando a empresa já faliu e fica apenas aquele bolo de direitos e obrigações “pago quem, deixo de pagar a quem, quem me deve”. É a massa falida. Ele é um ente despersonalizado, porque quem tinha personalidade era a empresa, e ela faliu. Ela continua sendo fornecedora? Sim. “Tati, comprei um carro de um fabricante e a empresa faliu. Agora, o meu carro está dando problema, e está dentro da garantia para reclamar.” Pode ir lá e reclamar na massa falida, pois sim, ela é fornecedora. Quando pensamos no ente despersonalizado, lembramos também da sociedade de fato. A gente lembra da figura do camelô, o ambulante. O camelô, que não tem CNPJ, que não tem inscrição na junta comercial, não tem contrato social, tá irregular vendendo, quando chega a fiscalização sai correndo, inclusive. Ele é considerado fornecedor. Ele responde por todos os deveres do CDC. Eu dizia para a minha mãe: “Mãe, se alguém comprar um queijo e tiver uma intoxicação alimentar, causada pelo queijo, tu vai responder pelo CDC”. Se a pessoa for de longe e entrar com ação contra ti, tu vai ter que ir na cidade dela, pois ela vai entrar com ação no foro dela. A gente chega ao ponto do cara que vende bala na sinaleira é fornecedor.

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Fornecedor pode ser pessoa física ou jurídica. Fornecedor pode ser pessoa pública ou privada. Pode ser uma pessoa privada, como a Casa do Concurseiro. Pode ser pública, também, o Esta-do é o maior fornecedor de serviços públicos que temos, e também é considerado fornecedor. Depois, quando formos tratar destes serviços públicos prestados, eu vou trazer um detalhe a respeito do Estado prestando serviços públicos. Mas, vamos lá, uma pessoa prestando serviço público. Pessoa pública não é quem está escrito no instagram, pessoa pública é uma entidade pública. Pessoa pública também pode ser considerada fornecedora, temos aí os órgãos públi-cos, repartições públicas, que prestam serviços públicos, por exemplo. E pode ser também pes-soa nacional ou estrangeira. Pessoa nacional: a Casa do Concurseiro é pessoa nacional. Sabe o Cirque du Soleil, que se instala aqui e vem da Rússia, se instala no estacionamento do shopping. Ali ele vende ursinho, maçã do amor, o espetáculo, faz um comércio todo ali. Ele responde pe-rante nosso CDC? Sim, mas ele responde. Fornecedor pode ser pessoa física, jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, entes despersonalizados, desde que desenvolva uma des-sas atividades. Qualquer uma dessas pessoas que monte, crie, construa, transforme, importa ou exporta, ou que preste serviços, é considerada fornecedor. Fornecedor pode ser qualquer dessas pessoas, desde que desenvolva atividades ou preste algum serviço. Fornecedor é um gênero, pois eu tenho diversos tipos envolvidos. Eu tenho esse celular, eu tenho quem produ-ziu, quem montou, quem criou, quem transformou, quem importou esse celular é fornecedor, quem distribuiu e a lojinha da Vivo que comercializa esse produto também é fornecedor. Vocês viram que fornecedor é um gênero e eu tenho vários fornecedores envolvidos em um produto, às vezes. Ou então, aquela pessoa que presta um serviço. Para a pessoa ser considerada forne-cedora, ela tem que desenvolver uma atividade destas. Ela desenvolve esse tipo de atividade. Então, olha lá, pra gente exemplificar e vocês entenderem. Pra eu ter uma relação de consumo eu preciso ter, de um lado, quem se enquadre no conceito de consumidor, e, no outro, de for-necedor. Só assim eu vou ter relação de consumo e eu aplico as regras do CDC. Aí, eu vou trazer pra vocês exemplos pra gente exercitar isso aqui. Digamos que eu, Tati, professora, cheguei aqui para dar aula pra vocês e a Sheron disse assim: “Tati, que lindo esse colar, amei esse colar!” Daí a Sheron pergunta: “Onde você comprou?” Aí eu respondo: “Ah, nem me lembro, e nem gosto tanto assim dele, se tu quiser, até te vendo ele”. E eu pego meu colar e vendo para a Sheron. Aí, eu pergunto pra vocês, é ou não é uma relação de consumo? Agora que vocês vão entender. A Sheron adquiriu esse colar como destinatária final? Sim. Pode ser considerada consumidora? Sim. Eu, Tatiana, pessoa física, desenvolvo atividade de comercialização de colarzinho? Não. Eu só sou professora, e vim dar aula pra vocês, e a Sheron gostou do meu colar e vendi pra ela. Diferente de se eu sou professora e eu e minha mãe fabricamos bijoux em casa. Aí eu vendo em aula, as minhas alunas já sabem, a Tati é a professora que vende bijoux, já deixam até um di-nheirinho reservado. Tenho até a maquininha do cartão. Daí eu chego com aqueles negócios de veludo vermelho e vou abrindo e as gurias compram as bijouxs de mim. Neste caso, a Sheron, que comprou a bijoux pra usar, ela é consumidora? Sim. E eu, Tati, sou considerada fornecedo-ra? Agora, sim. Eu posso nem ter empresa nem nada, mas desenvolvo atividade de produção e comercialização de bijoux. Daí sim, vai ser considerado relação de consumo. Daí vocês vão di-zer: “Tati, se tu profe, que não vendia bijoux, só vendeu esse colarzinho pra Sheron, se tiver um problema com ele, ela não vai poder reclamar?” Vai, mas não pelo CDC. Ela vai reclamar pelo Código Civil, pela legislação comum que temos. A diferença é que, se for relação de consumo, no segundo caso, daí a Sheron pode me reclamar de acordo com o CDC. Então, não quer dizer que quando não é relação de consumo fica todo mundo a ver navios, não. Daí, se utilizamos daquela legislação lá, não da legislação protetiva. Agora, quando é relação de consumo, a gente aplica o CDC. Eu dou aula para o pessoal que se prepara para a OAB. E aí, uma vez me mandou um email um aluno dizendo assim: “Tati, fui teu aluno, montei meu escritório, e chegou para

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mim o primeiro caso, e é consumidor. Sim, vai ser sempre consumidor primeiro caso do advo-gado. E agora tô em dúvida se é relação de consumo, se eu posso ou não posso aplicar o CDC. E qual era o caso dele? O cliente dele comprou um carro pela Internet, e pagou, e o carro não chegou. E ele queria saber se era relação de consumo. O que eu respondi, o que todo advogado responde? Depende. Por que? Ele comprou o carro como destinatário final, então, se enquadra no conceito de consumidor. Mas, para eu aplicar o CDC, eu tenho que ter do outro lado uma pessoa que se enquadre no conceito de fornecedor. A pessoa que vendeu o carro pra ele pela Internet, era uma pessoa que resolveu trocar de carro, ou vender só para ficar com o dinheiro e tal? Então, não desenvolve atividade de comercialização de carro. É alguém que fez aquela venda eventual, igual eu vendi meu colar para a Sheron. Muito embora ele comprou o carro como destinatário final, do outro lado eu não tenho o fornecedor, pois é apenas uma pessoa que vendeu o carro dela. Agora, é diferente se o teu cliente comprou o carro de uma revenda, de alguém que desenvolva essa atividade - até o picareta - mas que desenvolva atividade de comercialização de veículos. Vai depender se vai aplicar ou não o CDC, se eu tenho dois pólos da relação, o consumidor e o fornecedor, senão eu não posso aplicar o CDC.

Olha a dúvida da colega: Tati, eu coloquei para vender o meu carro, não sou comerciante nem nada, e anunciei no Autocarros ou no Mercado Livre. Daí, o site responde por aquilo que ele comercializa, ele presta um serviço. Se o problema foi no serviço prestado pelo site, ele acaba respondendo. Se o problema foi o vendedor que foi picareta e não entregou o carro, ele não responde, cada um responde pela sua parte. Se ele não fizer a parte dele, ele não responde. Apesar de que eu já tenho colegas ganhando ações sobre o Mercado Livre, pois ele é um in-termediário. E, outra, tu paga um percentual para isso. Depois, nós vamos ver na parte de res-ponsabilidade que, quem coloca um produto no mercado, responde pelo risco da atividade. No banco, é assim, a pessoa clonou o meu cartão. O banco não tem culpa, foi um terceiro que clo-nou o meu cartão. Quem leva o prejuízo? Eu, consumidor? Não, é o banco. Se ele coloca essa atividade no mercado e ela corre o risco de uma fraude, o banco é que arca com esse risco da atividade. A gente vai ver isso.

Então, olha lá. Para eu aplicar o CDC, temos que ter alguém que se enquadre no conceito de consumidor e outro que se enquadre no conceito de fornecedor. Para ser fornecedor, pode ser pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, entes despersonalizados, desde que desenvolvam atividade de produção, montagem, criação, etc. ou prestação de ser-viços.

A relação de consumo tem que ter um consumidor e um fornecedor. E, sempre na relação de consumo, vai estar envolvido um produto ou um serviço. O que é produto? Bem móvel ou imó-vel, material ou imaterial. Ou seja, tudo o que vocês possam imaginar que possa ser comer-cializado como produto. Pode ser um bem móvel, imóvel, imaterial - uma coisa, um objeto. Ou uma coisa imaterial - um programa, um software. Então, qualquer coisa que vocês possam imaginar que possamos comercializar pode ser considerado produto. De propósito, o código deixou bem genérico, bem amplo. Serviço é que temos que olhar um pouquinho melhor. Ser-viço é toda a atividade fornecida no mercado mediante remuneração. Só que, aí, temos que cuidar o seguinte. Por que o Código diz que serviço é toda a atividade mediante remuneração? Porque ele quer excluir daqui os serviços voluntários, alguém que presta serviços voluntários, aí não se aplica CDC, aquele colega que é Uber e me dá uma carona. Então, eu não aplico o CDC, ele só está me dando uma carona. Mas se ele ligasse o Uber e me dissesse: “Tati, então, vamos ali com o aplicativo”. Aí é relação de consumo. Mas um serviço voluntário, um favor, daí não é considerado relação de consumo. Só que, cuidado, quando falamos mediante remunera-

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ção, temos que considerar aquela remuneração direta, que eu vou lá no dentista, ele arruma o meu dente e eu pago pra ele, e temos que considerar também aquela chamada remuneração indireta. E o que é remuneração indireta? Aquele serviço que é aparentemente gratuito, mas que, na verdade, de alguma forma, ele está sim, sendo remunerado. Por exemplo, frete grátis. Eu compro este relógio no site e o frete é grátis. O frete é um serviço. E se der algum problema com o frete? Ah, então não posso reclamar, pois não é remunerado. É remunerado, sim! Eu não pago diretamente, mas é óbvio que o valor do frete está embutido no preço que estou pagando pelo relógio. Vocês acham que o frete é grátis porque ele gosta de nós? Não, o valor do frete está embutido. Aquele frete está sendo remunerado ou não está? Está! Quando a gente con-trata aquele pacote lá no banco, e ele diz que tu pode fazer tantos saques gratuitamente. Daí, tu não vai poder reclamar se der algum problema? É gratuito o saque, eles te deixaram fazer cinco saques ao mês gratuitamente, de graça? Não, é “gratuito”,o custo daquilo está embutido no custo do serviço. Estacionamento gratuito. Vai lá no super - aqui no Sul a gente chama de su-per e vai comprar o “rancho”, as comidas do mês. Tu vai no supermercado e o estacionamento é gratuito. É gratuito porque são queridos, gostam da gente? A verdade é que a remuneração deste serviço está embutida no custo destes produtos que estamos comprando. Então, quando eu digo que serviço é toda a atividade fornecida no mercado mediante remuneração, eu tenho que considerar essa remuneração direta, que eu vou lá e pago o Uber, e a remuneração indi-reta, que é o “gratuito”, pois, mesmo que indiretamente, ele está sendo, sim, remunerado. O idoso que anda “de graça” no ônibus. É claro que aquele custo da pessoa alguém está pagando, os pagantes. Claro que, se der um problema com o idoso no ônibus, vai ser considerado relação de consumo sim, mesmo que ela não esteja pagando diretamente.

Serviço é toda a atividade fornecida no mercado mediante remuneração. Daí, o código diz assim: incluindo a de natureza bancária, financeira, de crédito, securitária. O legislador, que é meio esperto, às vezes, quis dizer que inclusive banco, instituição financeira, aplica o CDC. E mesmo o legislador tendo dizendo isso expressamente no código, os bancos - eu mesma quando trabalhava para bancos - fica lá dizendo que CDC não tem que ser aplicado para banco, banco lida com dinheiro, não é um serviço, não tem que ser aplicado para banco. Até o judiciário fazer a súmula 297 - não precisa decorar o número da súmula, apenas saber o que é - o judiciário fez uma súmula do que o próprio CDC já dizia. Que o código de defesa do consumidor é aplicável, sim, às instituições financeiras. Vocês já sabem que é aplicável para os bancos, vocês vão fazer prova para banco. Só que, daí, na prova, diz: “de acordo com a jurisprudência”, aí você pensa que a jurisprudência diz algo diferente do código, e não diz. É a mesma coisa, é aplicável sim. Não precisa decorar a súmula, só saber que o judiciário entende que sim, é aplicável para instituições financeiras. Então, olha lá, excluindo as relações trabalhistas. Como assim? O colega que está me filmando. Ele certamente é funcionário da Casa do Concurseiro. O serviço que ele está oferecendo aplica CDC? A Casa é consumidora do serviço dele? Não, é uma relação trabalhista. Aplicamos direito do trabalho, não tem nada a ver com CDC. Estamos falando de outros serviços todos, mas não o serviço que o empregado presta para o patrão.

Quanto aos serviços públicos, só um detalhezinho para trazer para vocês. Lembram que fornecedor pode sim ser pessoa pública? Só que, cuidem o seguinte. Eu só vou aplicar o CDC para os serviços públicos quando for um serviço que eu remunero diretamente, que eu pago uma tarifa por ele. Aquele serviço que o poder público me presta porque todo mundo paga os seus tributos, e isso volta na forma de serviços públicos, esse não aplico o CDC. Eu vou aplicar o CDC naqueles serviços prestados a título singular. A título singular é aquele que, eu entro no ônibus, no serviço público de transporte, e pago a minha tarifa de ônibus, ali eu aplico o CDC. Tem uma relação minha com o transporte público. Eu vou passar no pedágio, eu aplico o CDC.

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Eu vou usar energia elétrica, que é um serviço público, mas eu pago a energia elétrica, aí eu aplico o CDC. Agora, olha lá. Eu vou passar na rua, onde tem iluminação pública. Eu não aplico o CDC. Eu vou no posto de saúde me consultar, e não pago tarifa para isso, é um serviço prestado a título universal. Lá no posto de saúde, não posso aplicar meus direitos do consumidor, não aplico o CDC. O brigadiano, policial da rua, também não aplico o CDC. Eu aplico o CDC para os serviços públicos que são remunerados individualmente. Os serviços que foi pago tal pelo consumidor tal. O resto eu nem tenho como saber quem é o consumidor da segurança pública, do poste de luz. Mas, e se perguntar na prova, genericamente, os serviços públicos se aplica? Sim.

Gente, falei pra vocês que ia trazer umas questões, vamos olhar?

Essa aqui caiu no último concurso da Caixa. Ali, tinham uns três itens, mas eu trouxe apenas o que se refere ao assunto que estamos tratando agora. O resto, vamos ver nas demais aulas. O Flávio, que é o vizinho, tem o direito de buscar a reparação dos danos? Sim, porque ele é uma vítima de acidente de consumo, logo, um consumidor por equiparação. Ele teria o direito, de qualquer forma. Se aplica o CDC? Sim. Só para vocês se darem conta que eles estavam falando do consumidor por equiparação, que não comprou o eletro, não tinha nada a ver com o assunto, mas também foi vítima do acidente de consumo.

Essa questão também caiu na última prova. Errado, por que? É relação de consumo o cliente e o dentista? Sim. Então, tem um consumidor ali. Eu falei pra vocês que todo o consumidor é presumivelmente vulnerável. Então, não há situação que caracterize a vulnerabilidade do cliente? Claro que há. Se há situação de consumo, o consumidor é vulnerável, sim. Vocês tinham que saber, nessa questão, é relação de consumo o dentista e o cliente - porque alguns diriam que não, não tem CNPJ, e sim, é uma relação de consumo - e também saber que todo

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o consumidor é vulnerável. Então, se tem relação de consumo, se tem um consumidor, ele é vulnerável. Não tem nem como dizer que não é vulnerável nesse caso. Mesmo que o cliente do dentista seja, sei lá, o Silvio Santos, seja o mais rico e famoso. A pessoa está lá, com a boca aberta, no dentista. Eu estou em situação de vulnerabilidade.

Outras questõezinhas, só para darmos uma exercitada:

É isso que diferencia os dois, consumidor é só pessoa física e fornecedor só pessoa jurídica? Não. Tanto consumidor quanto fornecedor pode ser pessoa física ou jurídica.

Olha só, a colega fez uma pergunta bem pertinente em se tratando de Cespe. Tati, nessa questão ele não diz somente que consumidor é somente pessoa física e fornecedor somente pessoa jurídica, ele não diz somente, mas olha o que a questão pergunta. O que diferencia fornecedor de consumidor é que um é pessoa jurídica e outro é física? Não é isso que diferencia. Mas bem observado, se aparece uma questão que diz assim “A pessoa física é fornecedora”. É. Mas se diz “somente pessoa física é fornecedora”, daí tá errado. Mas, aqui, a questão trouxe que o diferencia um consumidor de um fornecedor é que um pessoa física e outra jurídica, e não é isso que diferencia eles.

O que vocês acham? Tem um pessoa jurídica que vende peças, a outra compra peças dela para montar produtos que vai revender. Então, aplica CDC? Não, é só mais um intermediário. É aquele que compra peça, monta o produto depois para revender. Aqui, ele não pode usar o CDC. É o exemplo que falei para vocês, da loja que compra as roupas para revender. Ou a fábrica de roupas que compra tecido para revender, a roupa, ela é consumidora? Não, ela não é destinatária final. Viram que as peças, essa sociedade empresária que comprou as peças, não vai ficar com ela, ela não vai deixar no carrinho. Viram como agora a explicação começa a fazer sentido? Após a explicação que dei para vocês? Legal é vocês terem as outras 50 para treinar, ótimo, mas, para entenderem o conteúdo agora, começa a fazer sentido, com as questões. Por isso eu trouxe elas pra vocês.

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Vocês vão ver que vou trazer muita questão do Cespe para juiz, procurador e para defensor. Porque direito do consumidor cai muito nestes concursos aí. Não é em qualquer concurso que cai, ele cai muito para juiz, pois juiz passa muito a vida decidindo direito do consumidor, cai muito para defensor, porque muita gente chega na defensoria. Cai muito em concurso assim. Vocês vão ver, depois da nossa aula, que respondem questões de juiz. Claro, tem questões que não posso trazer para vocês, que não são adequada. Inclusive, já adianto para quem vai fazer simulado por aí, questões de direito do consumidor são para juiz, defensor e promotor, então elas têm um nível de dificuldade que pode ser além do que vou trazer para vocês, então, façam esse filtro na cabeça de vocês, para não pensar “Ah, meu Deus, eu não sei nada”. Tem algumas de juiz que vocês respondem. Olha lá.

A questão está errada. Lembram do exemplo do vizinho, que não tinha nada a ver? Que sequer havia comprado aquele eletrodoméstico? E ele é consumidor equiparado. Olha o carro que vinha no seu sinal verde e levou a “pechada” do outro carro sem freio, o cara que vinha no sinal verde não tinha contrato nenhum com o fornecedor. Olha o exemplo do consumidor equiparado que foi exposto à prática comercial, eu recebi o cartão de crédito que eu nunca pisei, nunca assinei, nunca contratei nada com esse banco. Mas, eu sou consumidora por equiparação. O consumidor por equiparação não precisa ter um prévio contrato, uma prévia equiparação. Mas, vocês viram que tem de um lado um consumidor e de um lado um fornecedor. De um lado, um consumidor por equiparação, mas é um consumidor, e do outro lado, um fornecedor, mesmo que muitas vezes não se conheçam e não tenham contratado nada. Viram, só, o banco que nem me conhece e eu nem conheço o banco, nunca coloquei os pés lá, mas ele é fornecedor e eu sou considerada consumidora, a gente tem uma relação de consumo, sem que eu nunca tenha colocado meus pés lá, só fui exposta àquela prática ali. Então, já dá para usar o CDC. Se for um banco que eu já sou cliente? Também não pode. Isso nós vamos ver quando formos tratar lá do cartão de crédito. “Tati, e o banco que eu já sou cliente, eu não pedi cartão pra ele e ele me mandou”. Prática abusiva, também não pode. Ah, mas o cartão tava bloqueado. É prática abusiva, também. Mas, depois, vamos ver todos os detalhes disso aí, pois é um assunto que interessa bastante a vocês.

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Outra questão de juiz. Errado! Eu sou exposta a uma publicidade abusiva, que está passando na TV. Viram que eu sou consumidora por equiparação, pois estou sendo exposta a uma prática comercial? Eu nem comprei o produto e nem nada, só fui exposta. Pode cobrar dano? Até pode. É que, geralmente, esse tipo de publicidade abusiva acaba que as Associações, a Defensoria, acabam entrando com uma ação coletiva. Mas, se tu se sentiu prejudicado, ofendido, pose sim, entrar com uma ação.

Viram quantas de juiz vocês estão resolvendo? Certo! Viu só? Tudo questão de juiz, e vocês respondendo.

Perfeito, gente, é bem isso. Conforme previsto, será considerado não apenas aquele padrão, mas também essas três categorias, que também são consumidores por equiparação, embora a questão nem tenha separado. Certo.

Sim gente, o CDC é aplicável às instituições financeiras, pode ser conta conta corrente, arrendamento mercantil, o empréstimo. Sim.

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Certinho, gente? Vamos lá para uma outra parte do CDC, que trata dos direitos básicos do con-sumidor. Todo o código traz direitos do consumidor, mas o artigo sexto traz aquilo que não pode faltar, que nós chamamos de direitos básicos do consumidor. Quais são os direitos bási-cos? Embora eu fale que minha aula não é de ler artigo, aqui, vamos ter que ler os incisos e eu vou explicando pra vocês.

Os direitos básicos do consumidor são coisas bem óbvias. E eu vou trazer aquele direito básico que eles adoram perguntar a respeito. É direito básico do consumidor a proteção da vida, saú-de, segurança, contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. Existe produto ou serviço colocado no mercado que pode ser perigoso ou nocivo? Tem né? Veneno de rato. Um pesticida, é considerado perigoso, noci-vo. O consumidor, com esses produtos nocivos, tem o direito de ser protegido contra os ricos, ter todas as informações para não utilizar de uma maneira errada, que a pessoa corra riscos em sua saúde ou segurança. Viram como é coisa óbvia?

É direito do consumidor a educação e a divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações. Isso tem a ver com a atividade de vocês lá no banco.

É direito do consumidor a informação adequada e clara. O consumidor tem que ser muito bem informado daquele produto ou serviço, para ele escolher, se ele quer A ou quer B, para ter essa livre escolha. Se tu disser: “Tu quer poupança ou título de capitalização” e o consumidor dis-ser que não sabe a diferença entre eles, e você responde que não há diferença alguma, ele vai saber escolher o que é melhor pra ele? Ele vai ter liberdade de escolha? Não, ele não vai saber escolher sobre estes produtos e serviços.

Essa educação vem mais dos órgãos públicos, para educar sobre o consumo, fazer campanhas. E vocês tem o dever da informação, adequada e clara sobre os diversos produtos e serviços que vocês estão oferecendo, a especificação correta das quantidades, das características, da qua-lidade, isso aqui é tudo que vai vir um rótulo, que vai vir estas informações. Foi inserido mais recentemente, que a gente tem que ser informado também dos tributos incidentes. Quando a gente pegar uma nota de supermercado e dizer o quanto estamos pagando de tributos, é o CDC que está dizendo. Tem que saber a informação adequada sobre os preços, os riscos que os pro-dutos apresentam. E, para quem viu o CDC anteriormente comigo, lá na Caixa. Eles inseriram que estas informações têm que estar acessível também para quem tem deficiência. A pessoa com deficiência pode solicitar e tem que ter algo em braile, com acessibilidade para as pessoas com deficiência também ter acesso a essas informações.

É direito básico do consumidor a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, os méto-dos comerciais coercitivos ou desleais - de impor que ela contrate isso e aquilo, a venda casada - bem como práticas e cláusulas abusivas impostas no fornecimento de produtos e serviços. De forma geral, o consumidor tem direito a proteção contra isso. Quando chegarmos nessa prática da publicidade abusiva, vamos ver tudo o que traz, esses direitos específicos a respeito disso.

É direito básico do consumidor a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam pres-tações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem ex-cessivamente onerosas. Aqui vem aquele negócio de dizer assim: “Tati, porque a pessoa vai no banco, pega um financiamento, contrata, assina, concorda, coloca o dinheiro no bolso, e um mês depois, ela entra com uma ação revisional contra o banco? Ela não concordou, não assinou isso aí?” O código diz que é direito básico do consumidor modificar as cláusulas contratuais, quando tiver algo desproporcional e pedir para fazer a revisão, que é a famosa ação revisio-

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nal, em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. O que é isso? Exemplo: contratei o financiamento, mas perdi o emprego, então, está muito pesado para eu pagar. Fatos supervenientes que tornem as prestações onerosas, é direito do consumidor pedir a revisão. Só que, olha que lindo isso aqui, tá no código que é direito do consumidor pedir a revisão. Só que ele vai levar, gente? Entra no judiciário hoje em dia, pra ver se tu vai conseguir uma revisional. Não leva. Sem querer enganar ninguém. Eles olham e dizem que tá dentro da taxa média de mercado. Acaba que, não era igual a antigamente, em que as pessoas entravam com revisional e limitavam os juros a 12% ao ano. Não é mais assim. Ultimamente, o judiciário não tem dado algo favorável ao consumidor nas revisionais. Mas, se perguntarem para vocês, de acordo com o CDC, é direito básico do consumidor.

É direito básico do consumidor a prevenção e a reparação de danos. Tanto a prevenção, eu me informar, eu fazer o recall, para prevenir danos, como também, se ela já sofreu o dano, ser reparada. Pode ser dano moral, dano patrimonial, estético, qualquer dano. Dano individual, coletivo ou difuso. Individual é aquele dano que aconteceu pra mim, coletivo é para uma coleti-vidade de pessoas. Difuso é para todos, por exemplo, poluiu o ar, é um direito difuso. O ar não abrange só uma coletividade.

É direito do consumidor o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à preven-ção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados. Todo consumidor tem assegura-do o acesso aos órgãos judiciais, para entrar com ação, como também aos órgãos administrati-vos, para entrar, por exemplo, no Procon, buscando a reparação. Assegurada a proteção jurídi-ca, administrativa e técnica, ou seja, assegurado que vai ter um advogado, assistência técnica. Todo mundo? Não, só os necessitados, tem consumidor que não precisa de defensor público. É assegurado pra todo mundo o acesso, e para os necessitados, a assistência gratuita.

É assegurada a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Lembra dos servi-ços públicos, aplica ao CDC? Sim, lembra daquele detalhe, mas de forma geral, se aplica sim o CDC aos serviços públicos.

E essa interrogação? É assegurada a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive, com a in-versão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossufi-ciente, segundo as regras ordinárias de experiências. O que é isso, Tati? É a tal da inversão do ônus da prova. É direito básico do consumidor. Primeiro, como é o normal do ônus da prova? Primeiro temos que saber o normal, para entender quando inverte. A distribuição normal, a gente não se deu conta, mas aprendeu no colégio. A coleguinha fez uma fofoca, e a gente chega pra ela e diz: “Tu alegou? Então prova!” Essa é a distribuição do ônus da prova, no processo civil em geral. Quem alega, prova. Antes, eu ia entrar com ação contra o Ricardo, pois ele está me devendo. Se eu estou alegando isso - não é relação de consumo, é no processo em geral - eu tenho que mostrar algum contrato, alguma prova de que ele está me devendo. Eu que tenho o ônus de comprovar o que eu estou alegando. Aí o Ricardo vai dizer que já me pagou. Aí, ele tem o ônus de trazer a prova que já me pagou, algum recibo, extrato da conta. Quem alega, prova. Quando eu entro com uma ação, eu tenho o ônus de comprovar aquilo ali. E ele, que vai dizer que não. O primeiro ônus é meu, de provar que ele me deve. O juiz vai analisar e ver se a parte provou, aí condena o Ricardo. Se não provou, não vai condenar o Ricardo. Esse é o normal. No direito do consumidor, como é para proteger o consumidor, temos a possibilidade de inversão. Como é relação de consumo, eu entro com a ação contra o fornecedor, só alegando. Não preci-so provar. O juiz, se ele inverter o ônus da prova, vai dizer para o fornecedor: “Prova que a Tati

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não tem razão”. Isso acontece muito. Isso acontecia nas ações dos bancos, quando alguém ia lá e sacava o dinheiro de alguém com cartão clonado. Alguém ia lá, fraudava o cartão, chegava a senhorinha lá, cliente, consumidora, dizendo que alguém sacou o dinheiro e não foi ela. Como a senhorinha prova? Não tem como provar e é consumidora, vulnerável. A senhorinha entrava com ação contra o banco e o juiz dizia: “Banco, prove que foi a senhorinha que foi lá e sacou, prove que foi ela”. Muitas vezes, o banco não conseguia provar, ia lá, olhava as imagens e não achava. Inversão do ônus da prova. E o banco que arcava com esse risco. Telefonia. Alguém te liga da operadora de celular e te oferece um plano maravilhoso. Vinte reais por mês com tudo ilimitado. E quando vem a conta, vem 200 reais. Como a gente vai provar que a pessoa nos disse 20 reais? A gente não tem como provar, a gente é consumidor, vulnerável. Por isso, eles nos ligam e dizem: “Para sua segurança, essa ligação está sendo gravada”. Não é para nossa segurança, é para a segurança deles, pois se entrarmos com uma ação contra eles, eles que vão ter que trazer essa prova no processo. É a inversão do ônus da prova. A gente pode entrar com uma ação apenas alegando. Isso é a teoria dinâmica, que é eu distribuir o ônus para quem tem melhor condição de produzir uma prova. Vamos dar o ônus da prova para quem tem mais con-dições. O ônus da prova sempre tem que ser dado a favor do consumidor. Ela pode se dar de ofício? Ofício é algo que o próprio judiciário aplica, sem precisar pedir. Sim. Ela pode se dar de ofício, a inversão do ônus da prova. Mesmo que ninguém tenha pedido. No Juizado Especial Cí-vel, o JEC, o antigo “pequenas causas”. Se for uma ação de até 20 salários mínimos, posso ir no balcão, contar minha história e vira um processo. Eu não preciso de advogado. E aí, como uma pessoa leiga, que não sabe nada do direito, como ela vai ali e contar a história dela, como ela vai pedir inversão do ônus da prova? Ela nem vai saber que isso existe! Então, ela vai lá, chega o processo, chega o juiz, e ele mesmo pode inverter o ônus da prova. Ela não é automática. Ela se dá ope judicis, é o próprio judiciário que vai inverter ali o ônus da prova. Por que ela não é auto-mática? O próprio inciso diz, “é direito básico quando for o consumidor hipossuficiente, segun-do as regras ordinárias de experiências”, “quando, a critério do juiz, for verossímil”. Ou seja, os requisitos são essa verossimilhança ou hipossuficiência. Não confundam a hipossuficiência com a vulnerabilidade. Por que? Vulnerável todo consumidor é. Não precisa o juiz analisar se é. Ago-ra, hipossuficiente, aí o juiz vai ter que ver se o consumidor, naquele caso ali, é. É aquele mais “coitadinho’, sem instrução, que não tem condição de produzir uma prova naquele processo. Hipossuficiente é aquele que não tem condição de produzir uma prova naquele processo. Ape-sar de todo o consumidor ser vulnerável, o hipossuficiente é aquele mais “coitadinho”. E aí, pra gente diferenciar mesmo, eu vou trazer um exemplo, e vamos fechar a nossa aula. Estavam no seu escritório o Roberto Justus, no seu escritório, em uma reunião com seus cinco advogados. Aí ele diz: “Vamos descer no boteco do seu Joaquim, a esposa dele faz um pão de queijo mara-vilhoso, com um cafezinho, ela faz na cozinha”. Desceram todos lá. Seu Roberto Justus, quando mordeu o pão de queijo, tinha uma pedra. Quando ele mordeu o pão de queijo, quebrou o den-te, que ele recém fez na clínica. Daí ele chegou para o seu Joaquim e pediu indenização de vinte salários mínimos. Seu Joaquim recusa. Daí, instruído pelos seus advogados, ele entrou com ação no JEC, 20 salários mínimos. Daí, o seu Joaquim foi se defender. Chega no dia da audiência e seu Joaquim se senta. Chega seu Roberto Justus, com seu terno Armani, com dois advogados de cada lado. O juiz vai olhar para aquela situação ali. É relação de consumo? Sim. Vai ou não vai inverter o ônus da prova. Seu Joaquim tá quase debaixo da mesa. Vocês, como juiz, tem que verificar se a verossimilhança existe, se tem um “quê” de verdade. Tem que ser convincente. Aí, seu Joaquim contou a história dele. O juiz viu se tinha ou não verossimilhança. O juiz diz “Não tá muito bem contada essa história”. Ele vai ver se tem hipossuficiencia. Seu Roberto Justus foi vulnerável na relação? Foi, tinha pedra, podia ter coisa pior. Vulnerável todo consumidor é. O Roberto Justus em relação ao seu Joaquim é hipossuficiente? Não. O juiz viu que não tinha hi-

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possuficiência. Ele já pode inverter o ônus da prova? Sim, os requisitos são um ou outro. Se for verossimíl, já vale. Mas, digamos, que não é verossímil e não tem hipossuficiência. Daí acaba o processo? Não, fica a prova do jeito que é, não inverte. Mas aí, olha lá. Você juiz olhando a cena. Vendo que seu Joaquim é coitado, pode inverter? Não, por mais que o juiz queira, o ônus da prova é sempre em favor do consumidor, e seu Joaquim é fornecedor. Não é automático, o juiz vai ver. No dia a dia, nos processos em geral, sempre vai ter um ou outro.

Vamos às questões!

O que está errado? O e! Uma letra tornou a questão errada! Devem estar presentes isso ou aquilo. Viram como é? Pegadinha! Tem que estar ligado!

Precisa expressamente pedir? Não! O juiz pode dar de ofício, como eu disse para vocês. Questão errada.

Engloba né, é direito a informação, engloba. Questão errada.

Errada, pois pode ser de ofício, sim, não depende de um pedido expresso do consumidor.

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Exatamente o que está dito no nosso inciso que trata disso.

Obrigada, meus queridos! Até a próxima aulinha!