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Prof. Maria Regina Ética e Bioética

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Page 1: Prof. Maria Regina Ética e Bioética. Introdução Para alguns: direito à vida! Para outros: envolve o direito da mulher ao seu próprio corpo. E há, ainda,

Prof. Maria Regina

Ética e Bioética

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Introdução

• Para alguns: direito à vida!• Para outros: envolve o direito da mulher ao

seu próprio corpo.• E há, ainda, os defensores de que a

malformação grave deve ser eliminada a qualquer preço porque a sociedade tem o direito de ser constituída por indivíduos capazes.

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Aborto no Brasil• É crime elencado no Código Penal vigente, decretado

em 1940.• Não é crime: nas hipóteses de:

não haver outro meio para salvar a vida da gestante; de a gravidez resultar de estupro.

O médico que o provocar, nessas condições, não será criminalmente punido (Código Penal, art.124 e 128).

•Hipócrates (grego ; “pai da Medicina”) jurava não dar a "nenhuma mulher um dispositivo abortivo".

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• Quando a lei autoriza a prática do aborto terapêutico ou quando se busca legislar sobre o tema, o legislador que procura, aceita e deseja a opinião médica, deve estar cientes de alguns princípios, são eles:

1) O aborto terapêutico deve ser praticado apenas sob indicação médica.

2) A decisão de interromper uma gravidez deve ser normalmente aprovada por escrito por pelo menos dois médicos, escolhidos em razão de sua competência profissional.

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3) A intervenção deverá ser praticada por médico habilitado, em estabelecimentos credenciados pelas autoridades competentes.

Entretanto, a declaração esclarece que:

4) Se o profissional de saúde, em razão de suas convicções, considera estar impedido de aconselhar ou de praticar o aborto, ele pode se negar a fazê-lo assegurando a continuidade dos cuidados por um colega qualificado.

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• Ética e Aborto influências religiosas. As igrejas cristãs, fundamentam suas doutrinas no ponto crucial do respeito à vida humana, da igualdade de todos perante a Deus, e por isso, o feto também já seria considerado como ser vivo e não poderia ser morto.

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Ética utilitarista • Teorias no campo da Filosofia Moral

Contemporânea.

• Princípio da Utilidade : uma ação é útil e, portanto, justa, ética e correta, quando traz mais felicidade do que sofrimento aos atingidos. Deste modo, o prejuízo de alguns poderia ser justificado pelo benefício de outros, desde que estes estivessem em maior número (cálculo de maximização do bem).

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Ética utilitarista• Não se preocupa com questões como o direito

da mulher sobre o seu corpo ou sobre o direito à vida do feto.

• A questão primordial: apenas saber se o ato de abortar afeta o bem estar dos envolvidos.

• Feto não é considerado como dotado de bem-estar, portanto não tendo nenhum interesse envolvido, fica evidente que esses não possuindo um estatuto moral, abortá-los é totalmente ético e permissível.

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Os princípios morais da saúde pública e o aborto

• Na saúde pública, é fundamental que se reconheça a unicidade das situações examinadas. Mas, é igualmente fundamental que se respeite a multiplicidade de perspectivas. Logo, moral e direito devem ser considerados na decisão.

• O sanitarista (especialista em saúde pública; higienista) deve cooperar na manutenção da autonomia individual, isso implica em fornecer serviços adequados para a prática do aborto, oferecendo-os apenas a profissionais competentes e que assumam a responsabilidade ética pela prática desse ato.

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• O sanitarista, executor final da decisão ética, deve distinguir os abortos:

Aborto estritamente terapêutico - que permite salvar a vida da mãe comprometida gravemente pela gestação

Aborto de conveniência - efetuado apenas nos casos difíceis que trazem sempre um conflito de valores

Aborto eugênico - destinado a evitar o nascimento de uma criança que se julga muito defeituosa. Trata-se de um desafio ético e político cuja superação exige o atendimento da regra moral da prudência.

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Aborto: um problema ético de saúde pública

• Debate moral sobre as prioridades sanitárias: é mais importante fornecer clínicas para a prática do aborto ou financiar pesquisas que contribuam para a diminuição da infertilidade? Ou, ainda, criar uma rede para dar apoio à prevenção da gravidez?

• Toda a sociedade deve discutir em busca do consenso possível sobre a prática da interrupção voluntária da gravidez, a fim de evitar a arbitrariedade ética. Os juristas

têm uma contribuição importante para oferecer à sociedade, normalizando os deveres morais essenciais para a preservação dos princípios éticos fundamentais.

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Os dois primeiros Códigos Penais, de 1830 e 1890, eram bem mais rigorosos que o atual, não prevendo a exceção do aborto para salvar a vida da mãe ou em caso de gravidez decorrente de estupro, conforme se tem hoje. Segundo o Código Penal hoje em vigor, estas duas modalidades de aborto previstas por lei só podem ser praticadas por médicos; o auto-aborto é punido, teoricamente, da mesma forma que o praticado por terceiros, sendo menor a pena para o primeiro (detenção de 1 a 3 anos, de acordo com o artigo 124).

• Aborto provocado por terceiros: as penas diferem quando: Há consentimento da gestante: pena de reclusão de 1 a 4 anos no primeiro caso Quando não há consentimento: de 3 a 10 anos. Se houver lesões corporais graves na gestante, ou mesmo sua morte, as penas

podem ser aumentadas de um terço, ou duplicadas.

• Continuam proibidos em nossa legislação os casos de aborto por incesto ou eugênico.

Aspectos jurídicos

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Aspectos religiosos• Catolicismo Baseadas no mandamento "Não matarás", as diversas

religiões cristãs condenam a prática do aborto, ainda que a interrupção da gravidez se dê por razões de ordem terapêutica ou sentimental.

• Igrejas protestantes Admitem o aborto terapêutico, embora jamais encare o

aborto como método de controle da natalidade. De qualquer forma, dá-se grande importância à vida da mãe, devendo a questão ser resolvida entre médico, pastor e paciente.

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O aborto é um problema por demais complexo para ser analisado em sua

totalidade. Algumas questões permanecerão em aberto, entre elas:

O que é a vida?

Seria correto impedir a existência de alguém que não pode decidir por si

mesmo?

Em que momento podemos considerar que existe vida humana?