produtos químicos 71 393 151 14,5 22,0 10 065 638 10,6 60,3 … · produtos têxteis 131 291 554...

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MONTEPIO Departamento de Estudos // setembro 2015 ÍNDIA Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos Superfície 3 287 263 Km 2 Densidade Populacional 383 Hab/Km 2 Reservas Externas 355,35 10^9 $ Unidade: taxa de crescimento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 PIB 3,9 8,5 10,3 6,6 5,1 6,9 7,2 7,5 7,5 7,6 7,7 7,7 7,8 PIB Nominal 12,9 15,1 20,2 13,5 13,1 13,6 11,5 11,5 13,1 12,7 13,0 13,0 13,1 PIB Nominal (10^9) 56 300,6 64 778,3 77 841,2 88 320,1 99 885,4 113 450,6 126 539,9 141 095,0 159 581,9 179 876,5 203 186,7 229 623,3 259 616,8 PIB Nominal (10^9 $) 1 224,1 1 365,4 1 708,5 1 843,0 1 835,8 1 875,2 2 049,5 2 308,0 2 510,6 2 755,8 3 012,9 3 311,7 3 639,8 Deflator do PIB 8,7 6,1 9,0 6,4 7,6 6,3 4,1 3,8 5,2 4,8 4,9 4,9 4,9 Inflação (IPC) 9,2 10,6 9,5 9,4 10,2 10,0 6,0 6,1 5,7 5,6 5,2 5,0 5,0 Investimento (% PIB) 34,3 36,5 36,5 38,9 36,3 32,5 31,5 32,1 32,5 32,7 32,7 32,7 32,7 Poupança Nacional Bruta (% PIB) 32,0 33,7 33,7 34,7 31,5 30,8 30,0 30,8 30,9 30,8 30,7 30,5 30,2 Dívida Pública (% PIB) 74,5 72,5 67,5 68,1 67,5 65,5 65,0 64,4 63,3 62,4 61,4 60,3 59,2 Receitas Públicas (%) 1,3 8,1 22,1 15,0 16,9 13,9 9,3 12,2 14,2 13,5 13,5 13,6 13,7 Despesas Públicas (%) 27,0 9,6 15,7 13,4 13,1 12,8 9,5 12,1 13,7 12,3 12,6 12,5 13,0 Receitas Públicas (% PIB) 19,7 18,5 18,8 19,1 19,7 19,8 19,4 19,5 19,7 19,8 19,9 20,0 20,1 Despesas Públicas (% PIB) 29,7 28,3 27,2 27,2 27,2 27,0 26,5 26,7 26,8 26,7 26,6 26,5 26,5 Saldo Orçamental (% PIB) -10,0 -9,8 -8,4 -8,1 -7,5 -7,2 -7,2 -7,2 -7,1 -6,9 -6,7 -6,5 -6,4 Saldo Orçamental Estrutural (% PIB) -9,6 -9,6 -8,8 -8,4 -7,4 -7,1 -7,0 -7,1 -7,0 -6,8 -6,7 -6,5 -6,4 Saldo Primário (% PIB) -5,3 -5,2 -4,2 -3,8 -3,1 -2,6 -2,6 -2,2 -2,4 -2,3 -2,3 -2,2 -2,1 Balança Corrente (10^9 $) -27,9 -38,2 -48,1 -78,2 -88,2 -32,4 -29,5 -29,4 -39,8 -50,1 -60,5 -72,7 -89,6 Balança Corrente (% PIB) -2,3 -2,8 -2,8 -4,2 -4,8 -1,7 -1,4 -1,3 -1,6 -1,8 -2,0 -2,2 -2,5 População (10^6) 1 162,0 1 178,1 1 194,6 1 211,0 1 227,2 1 243,3 1 259,7 1 276,3 1 293,1 1 310,1 1 327,3 1 344,8 1 362,5 População (%) 1,4 1,4 1,4 1,4 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 População 15-64 anos (% total) 64,1 64,4 64,8 65,1 65,4 65,6 - - - - - - - PIB PPP (10^9 $) 4 402,5 4 812,1 5 370,6 5 845,4 6 252,7 6 783,7 7 375,9 7 996,6 8 722,5 9 574,5 10 528,8 11 565,7 12 708,4 PIB per capita PPP $ 3 789 4 085 4 496 4 827 5 095 5 456 5 855 6 266 6 746 7 308 7 932 8 601 9 328 PIB per capita $ 1 053 1 159 1 430 1 522 1 496 1 508 1 627 1 808 1 942 2 104 2 270 2 463 2 672 Exportações (%) 6,9 -2,5 25,3 10,6 1,1 4,5 6,6 6,8 8,1 8,0 8,2 8,1 7,9 Bens (%) 0,8 4,2 22,8 9,5 1,5 6,0 6,9 6,4 8,2 8,1 8,4 8,2 7,9 Importações (%) 7,5 7,1 13,7 8,6 1,6 -3,7 9,6 11,1 6,9 8,1 8,1 8,1 8,1 Bens (%) 10,3 5,0 7,5 14,0 1,7 -3,5 10,1 12,1 6,5 8,1 8,1 8,1 8,1 Agricultura (% PIB) 17,8 17,7 18,2 18,4 18,0 18,0 - - - - - - - Indústria (% PIB) 28,3 27,8 27,2 33,1 31,9 30,7 - - - - - - - Serviços (% PIB) 53,9 54,5 54,6 48,5 50,0 51,3 - - - - - - - Esperança Vida à nascença (anos) 65,1 65,4 65,7 66,0 66,2 66,5 - - - - - - - Fonte : FMI (World Economic Outlook - abril de 2015); Banco Mundial (restantes dados históricos sem previsões).

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Page 1: Produtos químicos 71 393 151 14,5 22,0 10 065 638 10,6 60,3 … · Produtos têxteis 131 291 554 26,7 7,4 Produtos químicos 16 527 373 17,3 38,8 Produtos químicos 71 393 151 14,5

MONTEPIO

Departamento de Estudos / / setembro 2015

ÍNDIA Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos

Superfície

3 287 263 Km2

Densidade Populacional

383 Hab/Km2

Reservas Externas

355,35 10^9 $

Unidade: taxa de crescimento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

PIB 3,9 8,5 10,3 6,6 5,1 6,9 7,2 7,5 7,5 7,6 7,7 7,7 7,8

PIB Nominal 12,9 15,1 20,2 13,5 13,1 13,6 11,5 11,5 13,1 12,7 13,0 13,0 13,1

PIB Nominal (10^9) 56 300,6 64 778,3 77 841,2 88 320,1 99 885,4 113 450,6 126 539,9 141 095,0 159 581,9 179 876,5 203 186,7 229 623,3 259 616,8

PIB Nominal (10^9 $) 1 224,1 1 365,4 1 708,5 1 843,0 1 835,8 1 875,2 2 049,5 2 308,0 2 510,6 2 755,8 3 012,9 3 311,7 3 639,8

Deflator do PIB 8,7 6,1 9,0 6,4 7,6 6,3 4,1 3,8 5,2 4,8 4,9 4,9 4,9

Inflação (IPC) 9,2 10,6 9,5 9,4 10,2 10,0 6,0 6,1 5,7 5,6 5,2 5,0 5,0

Investimento (% PIB) 34,3 36,5 36,5 38,9 36,3 32,5 31,5 32,1 32,5 32,7 32,7 32,7 32,7

Poupança Nacional Bruta (% PIB) 32,0 33,7 33,7 34,7 31,5 30,8 30,0 30,8 30,9 30,8 30,7 30,5 30,2

Dívida Pública (% PIB) 74,5 72,5 67,5 68,1 67,5 65,5 65,0 64,4 63,3 62,4 61,4 60,3 59,2

Receitas Públicas (%) 1,3 8,1 22,1 15,0 16,9 13,9 9,3 12,2 14,2 13,5 13,5 13,6 13,7

Despesas Públicas (%) 27,0 9,6 15,7 13,4 13,1 12,8 9,5 12,1 13,7 12,3 12,6 12,5 13,0

Receitas Públicas (% PIB) 19,7 18,5 18,8 19,1 19,7 19,8 19,4 19,5 19,7 19,8 19,9 20,0 20,1

Despesas Públicas (% PIB) 29,7 28,3 27,2 27,2 27,2 27,0 26,5 26,7 26,8 26,7 26,6 26,5 26,5

Saldo Orçamental (% PIB) -10,0 -9,8 -8,4 -8,1 -7,5 -7,2 -7,2 -7,2 -7,1 -6,9 -6,7 -6,5 -6,4

Saldo Orçamental Estrutural (% PIB) -9,6 -9,6 -8,8 -8,4 -7,4 -7,1 -7,0 -7,1 -7,0 -6,8 -6,7 -6,5 -6,4

Saldo Primário (% PIB) -5,3 -5,2 -4,2 -3,8 -3,1 -2,6 -2,6 -2,2 -2,4 -2,3 -2,3 -2,2 -2,1

Balança Corrente (10^9 $) -27,9 -38,2 -48,1 -78,2 -88,2 -32,4 -29,5 -29,4 -39,8 -50,1 -60,5 -72,7 -89,6

Balança Corrente (% PIB) -2,3 -2,8 -2,8 -4,2 -4,8 -1,7 -1,4 -1,3 -1,6 -1,8 -2,0 -2,2 -2,5

População (10^6) 1 162,0 1 178,1 1 194,6 1 211,0 1 227,2 1 243,3 1 259,7 1 276,3 1 293,1 1 310,1 1 327,3 1 344,8 1 362,5

População (%) 1,4 1,4 1,4 1,4 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3

População 15-64 anos (% total) 64,1 64,4 64,8 65,1 65,4 65,6 - - - - - - -

PIB PPP (10^9 $) 4 402,5 4 812,1 5 370,6 5 845,4 6 252,7 6 783,7 7 375,9 7 996,6 8 722,5 9 574,5 10 528,8 11 565,7 12 708,4

PIB per capita PPP $ 3 789 4 085 4 496 4 827 5 095 5 456 5 855 6 266 6 746 7 308 7 932 8 601 9 328

PIB per capita $ 1 053 1 159 1 430 1 522 1 496 1 508 1 627 1 808 1 942 2 104 2 270 2 463 2 672

Exportações (%) 6,9 -2,5 25,3 10,6 1,1 4,5 6,6 6,8 8,1 8,0 8,2 8,1 7,9

Bens (%) 0,8 4,2 22,8 9,5 1,5 6,0 6,9 6,4 8,2 8,1 8,4 8,2 7,9

Importações (%) 7,5 7,1 13,7 8,6 1,6 -3,7 9,6 11,1 6,9 8,1 8,1 8,1 8,1

Bens (%) 10,3 5,0 7,5 14,0 1,7 -3,5 10,1 12,1 6,5 8,1 8,1 8,1 8,1

Agricultura (% PIB) 17,8 17,7 18,2 18,4 18,0 18,0 - - - - - - -

Indústria (% PIB) 28,3 27,8 27,2 33,1 31,9 30,7 - - - - - - -

Serviços (% PIB) 53,9 54,5 54,6 48,5 50,0 51,3 - - - - - - -

Esperança Vida à nascença (anos) 65,1 65,4 65,7 66,0 66,2 66,5 - - - - - - -

F o nte : FMI (Wo rld Eco no mic Outlo o k - abril de 2015); Banco Mundia l (res tantes dado s his tó rico s s em previs õ es ).

Page 2: Produtos químicos 71 393 151 14,5 22,0 10 065 638 10,6 60,3 … · Produtos têxteis 131 291 554 26,7 7,4 Produtos químicos 16 527 373 17,3 38,8 Produtos químicos 71 393 151 14,5

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 62,3 19,6

71 Pérolas, pedras preciosas, metais, moedas 40,7 12,8

87 Veículos elétricos e ferroviários 14,5 4,6

84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 13,6 4,3

29 Produtos químicos orgânicos 12,0 3,8

Outros produtos 174,4 54,9Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas

Principais Exportações de Bens (2014)

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 176,9 38,5

71 Pérolas, pedras preciosas, metais, moedas 59,8 13,0

85 Equipamento elétrico e eletrónico 31,9 6,9

84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 31,2 6,8

29 Produtos químicos orgânicos 18,2 4,0

Outros produtos 141,2 30,7Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas

Principais Importações de Bens (2014)

País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)

China 58,2 12,7 EUA 42,7 13,4Arábia Saudita 32,7 7,1 EAU 32,9 10,4

EAU 27,3 5,9 China 13,4 4,2Suíça 21,1 4,6 Hong Kong 13,4 4,2

EUA 20,4 4,4 Arábia Saudita 13,1 4,1Outros países 299,6 65,2 Outros países 202,0 63,6

Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas

Principais Parceiros Comerciais de Exportações (2014)Principais Parceiros Comerciais de Importações (2014)

Tipo de Produto Valor (€)Share

(%)

TCMA09-14

(%)Tipo de Produto Valor (€)

Share

(%)

TCMA09-14

(%)Produtos têxteis 131 291 554 26,7 7,4 Produtos químicos 16 527 373 17,3 38,8

Produtos químicos 71 393 151 14,5 22,0

Serviços de recolha, tratamento e deposição

de resíduos; serviços de valorização de

materiais

10 065 638 10,6 60,3

Produtos alimentares 49 331 196 10,03 9,3 Máquinas e equipamentos, n.e. 10 011 585 10,5 4,0

Couro e produtos afins 42 533 260 8,65 13,6Produtos farmacêuticos e preparações

farmacêuticas de base 7 842 769 8,2 20,7

Metais de base 41 111 337 8,36 32,4 Equipamento eléctrico 6 591 514 6,9 24,2

Coque e produtos petrolíferos refinados 30 938 034 6,29 200,6Produtos informáticos, electrónicos e

ópticos 6 530 226 6,9 2,2

Máquinas e equipamentos, n.e. 26 601 353 5,41 34,5 Papel e cartão e seus artigos 6 263 810 6,6 13,0

Artigos de vestuário 22 907 862 4,66 0,8Produtos metálicos transformados, excepto

máquinas e equipamento 4 964 659 5,2 22,8

Produtos farmacêuticos e preparações

farmacêuticas de base 17 627 754 3,58 7,7 Outros produtos minerais não metálicos 4 657 752 4,9 44,1

Artigos de borracha e de matérias plásticas 15 347 416 3,12 20,1 Artigos de borracha e de matérias plásticas 4 114 599 4,3 10,2

Fonte: INE. Fonte: INE.

TOP 10 DAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL da ÍNDIA (2014) TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA a ÍNDIA (2014)

2012 2013 2014 2012 2013 2014

Importações de Portugal deste país (milhares €) 336 371 392 584 491 763 Exportações de Portugal deste país (milhares €) 94 788 116 801 95 309

Importações totais de Portugal (milhares €) 56 374 083 57 012 825 58 853 826 Exportações totais de Portugal (milhares €) 45 213 016 47 302 913 48 177 135

Peso das importações do país (%) 0,6 0,7 0,8 Peso das exportações do país (%) 0,2 0,2 0,2

Fonte: INE. Fonte: INE.

PESO da ÍNDIA NAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14) PESO da ÍNDIA NAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14)

Page 3: Produtos químicos 71 393 151 14,5 22,0 10 065 638 10,6 60,3 … · Produtos têxteis 131 291 554 26,7 7,4 Produtos químicos 16 527 373 17,3 38,8 Produtos químicos 71 393 151 14,5

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

SHRI NARENDRA MODI

Primeiro-ministro da Índia

CONJUNTURA Desafio de acelerar o crescimento sem

pressões inflacionistas e colmatar as lacunas

ao nível das infraestruturas

POLÍTICA INTERNA

A Aliança Nacional Democrática (NDA), uma coligação

dominada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP), de centro-

direita, formou um Governo em maio de 2014 após o

BJP ter assegurado uma vitória por maioria absoluta nas

eleições gerais que decorreram entre abril e maio de

2014. A clara maioria do partido na Lok Sabha (câmara

baixa do Parlamento) vai ajudar à livre formulação de

complexas medidas políticas levadas a cabo pela

coligação. No entanto, o Governo vai ter que se esforçar

para conseguir implementar algumas reformas

fundamentais, uma vez que enfrenta uma forte

resistência por parte dos partidos da oposição na Rajya

Sabha (câmara alta do Parlamento). O Primeiro-ministro,

Narendra Modi, que foi fundamental para garantir a

maioria do BJP através de uma campanha de estilo

presidencial, será contestado pelo setor empresarial se

falhar na implementação das reformas económicas

anunciadas aquando da campanha eleitoral. O partido

do Congresso Nacional Indiano ( Indian National

Congress – INC) obteve fracos resultados nas eleições e a

sua coligação com a Aliança Progressista Unida (UPA)

passou a deter apenas uma pequena parte dos assentos

da câmara baixa. As instituições democráticas na Índia

estão firmemente enraizadas e resilientes, sendo as

transferências de poder, como aquela que ocorreu em

maio de 2014, geralmente ordenadas e bem aceites.

Consideramos que o atual risco de colapso político na

Índia é baixo.

Os votos dos eleitores jovens influenciaram fortemente o

resultado das eleições gerais de 2014, com a agenda

económica de Narendra Modi a apelar fortemente a esta

parte da população, assim como à classe média cansada

de corrupção e ao setor empresarial. Para além da eleição

em Delhi, que teve lugar em meados de fevereiro,

apenas uma outra eleição estadual está prevista este ano,

em Bihar, o 3.º estado mais populoso da Índia. As

próximas eleições gerais deverão realizar-se em 2019.

Narendra Modi chegou ao poder, como referido, em

maio de 2014, prometendo impulsionar o crescimento

económico, aumentar o emprego e melhorar as

infraestruturas. No entanto, até ao momento têm sido

limitadas as reformas para melhorar as debilitadas

infraestruturas da Índia, simplificar as complicadas leis

tributárias do país e racionalizar a atribuição de subsídios

governamentais para impulsionar o crescimento

económico. O Orçamento do Estado para o ano fiscal

2015/16 (de abril de 2015 a março de 2016) não foi

assim tão diferente do antecipado, mas traduz algumas

medidas de reforma importantes, nomeadamente a

simplificação da estrutura tributária e a ampliação da

abrangência do sistema de segurança social.

A transferência de poder após as

eleições de maio de 2014 foi

ordenada e bem aceite, como é

hábito na Índia.

ÍNDIA/ PREVISÕES ECONÓMICAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DO MONTEPIO

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

PIB 8.1 6.6 9.3 7.7 5.4 6.4 7.1 7.6 8.1 8.2 8.3 8.3 8.4

Inflação 8.3 10.9 12.0 8.9 9.3 11.0 6.7 5.1 5.5 5.4 5.2 5.0 5.0

Balança Corrente (% PIB) -2.3 -2.8 -2.8 -4.2 -4.8 -1.7 -1.4 -1.3 -1.6 -1.8 -2.0 -2.2 -2.5

Saldo Orçamental (% PIB) -8.3 -8.1 -6.7 -6.4 -5.8 -4.9 -4.6 -4.0 -3.9 -3.5 -3.0 -2.8 -2.7

N o ta s : Os dado s s o bre o Saldo Orçamenta l e Balança Co rrente res peitam ao ano fis ca l (2014 co rres po nde ao ano fis ca l 2014/15, inic iado em abr-14). No cas o do s dado s do P IB, cujas no vas s éries a inda

não fo ram to ta lmente divulgadas (em termo s his tó rico s ) pe las auto ridades es ta tís ticas indianas , utiliza-s e , s empre que neces s ário , o his tó rico das anterio res s éries dis po níveis .

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

POLÍTICA EXTERNA

Os esforços diplomáticos de Narendra Modi desde que

tomou posse, em maio de 2014, têm representado uma

importante mudança face à indiferença com que os seus

antecessores encaravam as relações internacionais do

país. No entanto, estes esforços trarão reduzidos

resultados se o Primeiro-ministro não conseguir cumprir

com a sua promessa de melhorar o ambiente de

negócios na Índia. Em todo o caso, o envolvimento do

país com o Ocidente tem sido particularmente

encorajador. Em termos gerais, espera-se que o atual

Governo indiano prossiga uma política externa mais

musculada do que a levada a cabo pelo anterior

Governo, colocando igualmente ênfase nos interesses

económicos e de segurança da Índia na esfera

internacional.

ATIVIDADE

Economia desacelerou mais do

que o esperado no 2.º trimestre

do ano

O PIB registou um crescimento homólogo de 7,0% no

2.º trimestre, um crescimento abaixo do esperado (consenso: +7,4%; Montepio: +7,5%) e representando

uma desaceleração face aos 7,5% do 1.º trimestre,

depois de a economia indiana ter iniciado o ano a

acelerar (+6,6% no 4.º trimestre de 2014). Note-se que,

aquando do relatório do 4.º trimestre de 2014, o

instituto de estatísticas da Índia procedeu a uma revisão e

alteração metodológica das séries do PIB, que passaram

designadamente a ter como base o ano fiscal 2011/12,

em vez do anterior ano fiscal de 2004/05. O PIB de

referência para a Índia, também deixou de ser o

calculado a custos de fatores (cf), para passar a ser a

preços básicos ou preços de mercado (que adicionam os

impostos líquidos de subsídios sobre a produção ao PIB

cf). Paralelamente ocorreram ainda algumas alterações

específicas na contabilização de alguns setores de

atividade no âmbito das séries trimestrais do PIB,

designadamente: i) nas indústrias extrativas e

transformadoras, passou a ser considerado o

desempenho das empresas privadas na contabilização da

atividade; ii) no comércio e outros serviços passou a ser

utilizada informação trimestral sobre o imposto sobre as

vendas e o imposto sobre os serviços. Estas alterações

tiveram impactos tanto em termos de nível das séries,

como das próprias variações.

Na ótica da despesa, os dados revelam um

comportamento distinto entre a procura interna, com o

crescimento do consumo privado a desacelerar de 7,9%

para 7,4%, mas a revelar uma melhoria no caso dos

gastos públicos, que passou de uma queda de 7,9%

para um acréscimo de 1,2%, e do investimento em

capital fixo (FBCF), que acelerou de 4,1% para 4,9%,

passando a exibir o maior crescimento desde o

observado no 2.º trimestre de 2014 (+8,7%). Do lado da

procura externa, as exportações contraíram 6,5%,

desagravando face à queda de 8,2% observada no

trimestre anterior, mas contabilizando o 4.º decréscimo

consecutivo, e com as importações a observarem

igualmente um desagravamento do ritmo de queda e

mais intenso (passou de -8,7% para -5,4%), aliviando do

maior ritmo de queda desde o observado no 4.º trimestre

de 2013 (-14,2%), mas exibindo a 2.ª queda

consecutiva, depois de igual número de acréscimos.

Na ótica da produção, a privilegiada pelo Banco Central

da Índia (RBI), assistiu-se a um acréscimo do Valor

Acrescentado Bruto (VAB) de 7,1% no 2.º trimestre,

neste caso em aceleração face ao acréscimo de 6,1%

observado no trimestre anterior, aliviando do menor

ritmo de crescimento desde o 1.º trimestre de 2014

(+5,3%) e exibindo o maior ritmo desde o 3.º trimestre

de 2014 (+8,4%). Este crescimento da atividade resultou

de um comportamento distinto da atividade entre os

principais setores de atividade, com os subsetores dos

serviços a continuarem a apresentar os maiores ritmos de

crescimento da atividade e com a agricultura a continuar

a exibir o menor crescimento, embora tendo sido este

último setor, bem como o da construção, os únicos a

assistir a uma melhoria do comportamento homólogo do

respetivo VAB.

Começando precisamente pelo setor com maior peso na

economia – o dos serviços –, este continuou na maioria

dos subsetores a crescer a um ritmo bem superior ao do

produto total, mas inferior ao do trimestre anterior

(+8,9% vs +9,2% no trimestre anterior), refletindo

comportamentos mistos entre os principais tipos de

serviços. As atividades financeiras & imobiliárias

continuaram a evidenciar um forte crescimento

homólogo do VAB, mas em desaceleração, de 10,2%

para 8,9%, continuando a exibir um dos maiores ritmos

de crescimento entre os principais setores, embora tendo

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

sido no 1.º trimestre de 2015 ultrapassado pelos serviços

de comércio, hotelaria, transportes & comunicações, cuja

atividade até desacelerou de 14,1% para 12.8% no 2.º

trimestre, aliviando do maior crescimento nos últimos oitos trimestres, e com os serviços da administração

pública, defesa & outros serviços a apresentarem uma

aceleração, de um crescimento de 0,1% para 2,7%, mas

revertendo muito pouco do intenso abrandamento

observado no trimestre anterior, já que no 4.º trimestre

de 2014 tinha crescido uns intensos 19,7%.

Ao nível da indústria, assistiu-se a uma desaceleração da

atividade, de um crescimento de 7,2% para 6,4%, com

este abrandamento a refletir um comportamento

descendente da maior parte dos subsetores de atividade, apresentando na sua maioria crescimentos inferiores aos

observados no total da economia, com a exceção a ser a

indústria transformadora, que exibiu um acréscimo de

7,2%, em desaceleração face aos 8,4% do 1.º trimestre,

mas mantendo-se a crescer bem acima dos 3,6%

observados no final de 2014. A indústria extrativa viu o

crescimento homólogo da atividade acelerar, de 2,3%

para 4,0%, mas continuando a destacar-se pela negativa

ao evidenciar um dos menores ritmos de crescimento da

atividade entre os principais subsetores. Por último, a

energia registou uma desaceleração no 2.º trimestre, de

um crescimento de 4,2% para 3,2%, passando a exibir o

menor crescimento entre as diversas indústrias.

Na construção, o crescimento do VAB apresentou, como

referido, uma aceleração, passando de um crescimento

de 1,4% para 6,9%, bem mais do que revertendo a

desaceleração do trimestre anterior (+3,1% no 4.º

trimestre de 2014) e crescendo ao maior ritmo desde o

3.º trimestre de 2014 (+8,7%), passando a exibir um

comportamento superior ao apresentado pelo total da

indústria (+6,4%). Já a agricultura, silvicultura & pesca

continuou, como referido, a apresentar o pior

comportamento da atividade, não obstante ter

regressado aos crescimentos após duas quedas

consecutivas (+1,9% vs -1,4% no 1.º trimestre).

PIB deverá pelo menos reverter

no 3.º trimestre a desaceleração

observada no trimestre anterior,

prevendo-se uma aceleração da

economia em 2015

Em termos prospetivos, e embora com alguns problemas

associados à disponibilização das novas séries do PIB

detalhadas e com histórico suficiente, apontamos para

uma aceleração do ritmo de crescimento da atividade no

3.º trimestre, que deverá, pelo menos, reverter a

desaceleração observada no 2.º trimestre, apontando-se

para um crescimento entre os 7,5% e os 8,0%. Em

termos mais prospetivos, esperamos que a economia dê

nos próximos trimestres continuidade às acelerações da

atividade económica.

Em termos anuais, o PIB indiano expandiu 7,1% em

2014, em aceleração face ao acréscimo de 6,4%

observado em 2013, devendo voltar a acelerar neste ano

de 2015, prevendo-se um crescimento do PIB de 7,6%,

0,5 p.p. acima do observado em 2014, devendo manter

uma tendência de ligeira aceleração ao longo do

horizonte de previsão, com o crescimento médio anual a

dever ascender a cerca de 8,4% em 2020, apresentando

um crescimento médio de 8,2% no período 2015/20.

Note-se, no entanto, que a sustentabilidade da retoma

poderá ser posta em causa pela evolução de

determinados fatores de risco: i) a persistência de riscos

externos elevados (apesar da melhoria recente); ii) a

ausência de uma recuperação do investimento (apesar

das iniciativas do Governo, levará algum tempo para que

o abrandamento do investimento nos últimos trimestres

seja revertido); iii) a manutenção de um fluxo de crédito

deficiente, fruto da preocupação dos bancos com o

crédito malparado. E o combate a essas ameaças

dependerá da latitude de que autoridades disponham

para estimularem a economia. Por um lado, o Governo

encontra-se condicionado pelo problema dos défices

gémeos (orçamental e balança corrente), que

condicionam o lançamento de medidas corretivas das

restrições na capacidade produtiva. Por outro lado, estas

restrições têm limitado igualmente a eficácia da política monetária do RBI, que tem estado condicionada pelos

receios relativamente à inflação no médio prazo, não

obstante o abrandamento observado nos últimos meses

ter-nos levado a admitir a possibilidade de o RBI iniciar o

ciclo de descidas de taxas no 1.º trimestre de 2015, o

que acabou por efetivamente acontecer, com o RBI a

efetuar desde o início do ano três cortes nas suas

principais taxas de juro (de 25 p.b.), nas reuniões

extraordinárias de 15 de janeiro e 4 de março e na

reunião ordinária de 2 de junho (na última reunião, em 4

de agosto, manteve a sua política).

DESAFIOS E POLÍTICAS ESTRUTURAIS

Após vários anos de crescimento lento e isolamento,

no início de 1990 a Índia levou a cabo reformas

estruturais que atraíram investimentos estrangeiros,

fomentou o empreendedorismo e a descoberta de

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talentos no país, levando milhões de indianos a integrarem a crescente classe média no país. De acordo

com um censo de 2011, o número de pessoas a viver

em áreas urbanas da Índia tem vindo a aumentar: 32% (377 milhões) em 2011, contrastando com 28% em

2001 e 17% em 1991. No entanto, apesar de a

economia ter-se vindo a transformar, foram perdurando muitos problemas sociais no país. O novo

Governo do Primeiro-ministro, Narendra Modi, resultante das eleições de maio de 2014, tem um

mandato claro para a necessária mudança. O seu apoio

popular sem precedentes é impulsionado por um objetivo comum: o crescimento económico para o

benefício de todos os indianos. A Índia pode já ser a

3.ª maior economia do mundo em paridade de poder de compra, mas ocupa apenas o 73.º lugar de 150

países no Índice de Competitividade Global do Fórum

Económico Mundial, segundo os resultados do relatório de 2014-2015 (ligeiramente abaixo do 71.º

lugar observado em 2012-2013), o que indica que o

país tem mais potencial para ser aproveitado.

Índia enfrenta ainda grandes

desafios ao nível social e

humanitário

Apesar de a inflação já não ser atualmente elevada e de começar a assistir-se a uma aceleração do crescimento,

continua a existir a necessidade de reforçar a confiança

dos investidores, enfrentando a Índia atualmente grandes desafios ao nível de sete grandes áreas de

âmbito social e humanitário, a saber: na educação e na

formação de competências; no urbanismo; na saúde; no saneamento; na igualdade de géneros; na escassez

de água potável; e na transparência do poder político e

económico. Desafios desta complexidade e magnitude não poderão ser resolvidos unicamente pelo Governo,

exigindo, pelo contrário, uma abordagem colaborativa,

envolvendo líderes empresariais e políticos, membros da sociedade civil e académica, grupos de jovens e

instituições sociais.

Saúde e bem-estar infantil são

assuntos bastante sensíveis na

Índia

Apesar de o país ter-se tornado mais rico no último par

de décadas, a saúde dos indianos melhorou apenas lentamente. Ainda assim, a situação tem variado muito

de estado para estado, com os governos dos estados

indianos do sul do país, como Kerala e Tamil Nadu, a fazerem muito mais para apoiar as mulheres e crianças,

com os indicadores de saúde disponíveis a mostrarem

ganhos constantes nesses estados. Já no norte e oeste do país, mesmo nos estados em melhor situação, a

nutrição, os cuidados pré-natais, a frequência escolar, bem como outras medidas de bem-estar infantil, são

piores do que no sul.

Um caso de estudo muito debatido é o Estado

ocidental de Gujarat, onde Narendra Modi foi Governador antes de se tornar Primeiro-ministro.

Considerando o seu anterior Estado um modelo, Modi

foi-se gabando de que os níveis rendimento de Gujarat estavam entre os mais elevados da Índia, tendo

rejeitado algumas críticas sobre negligenciar da saúde e da política social.

A Índia não publica dados globais sobre a nutrição e a

saúde no país desde o último censo nacional, em 2007.

No entanto, foi realizado entre 2013 e 2014 um estudo sobre o assunto, promovido pela Unicef, a

agência da ONU para as crianças, e pelo Governo

indiano, e envolvendo cerca de 200 mil entrevistas. Os resultados deveriam ter sido publicados em outubro de

2014. No entanto, apenas um conjunto limitado de

dados, sobre a vacinação, foi divulgado nesse mês pelo Ministério da Saúde, cobrindo a maioria dos grandes

estados, mas excluindo com alguma surpresa os

números sobre Gujarat.

A Unicef e o Governo da Índia ainda não publicaram o relatório completo. Entretanto a Unicef publicou, a 23

de junho, um estudo de 72 páginas sobre o bem-estar

infantil no mundo, advertindo que milhões de crianças sofrem por causa do fracasso de alguns países em

atingir as suas metas de desenvolvimento. Nesse

estudo, a Unicef explicita os benefícios de publicar dados dos inquéritos efetuados. Um deles prende-se

com o facto de essa postura permitir aos cidadãos

responsabilizar os seus governantes pelo trabalho efetuado. Ironicamente, a própria Unicef acaba por não

utilizar os dados da Índia neste seu relatório, avaliando

apenas a situação do país há uma década atrás. Funcionários da Unicef culpam o Governo pela

demora, sugerindo a exatidão dos dados continua

sujeita a avaliação, não se excluindo que esses dados estejam a ser retidos por razões políticas.

Já um conjunto de dados sobre as taxas de imunização

(percentagem de crianças vacinadas), publicados pelo

The Economist, sugere uma surpreendente falta de progresso no Estado de Gujarat sob a administração de

Modi. Pouco depois de o atual Primeiro-ministro ter

assumido o cargo de Governador de Gujarat, em 2001, 54% das crianças eram vacinadas contra todas as

doenças evitáveis – um valor bem acima da média

nacional de então, de 46%. Gujarat era então o 16.º melhor entre os 31 estados indianos e territórios

avaliados. Em 2014, quando Modi deixou a governação

desse Estado, assistia-se apenas a uma pequena melhoria, para 56,2%, muito abaixo da média nacional

de 65%, e com a posição de Gujarat a cair para 21.º entre os 29 estados avaliados. Mais notável ainda foi o

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facto de o Estado de Gujarat ter ficado atrás de estados ainda bastante mais pobres e atrasados, como

Bihar. Um indicador sobre a qualidade de um sistema

de saúde é como muitos daqueles que recebem uma primeira dose de uma vacina e não conseguem obter as

doses subsequentes, sendo que estes novos dados

sugerem, por exemplo, que a taxa de interrupção (ou não conclusão) da vacinação contra a poliomielite em

Gujarat é de quase 21%, sendo que a média nacional é de 12%.

Como Primeiro-ministro, tal como anteriormente, Modi

tem prestado pouca atenção à saúde. A despesa global

do governo central em saúde e educação, já anteriormente reduzida, foi cortada, com o Primeiro-

ministro a preferir que sejam os estados individuais a

assumir essa responsabilidade (com a sua experiência no Estado de Gujarat, por sua vez, a sugerir que essa

descentralização pode ser um erro).

Governo apresentou um

ambicioso plano de reabilitação

urbana

Mas o atual Governo tem também vindo a procurar

adotar uma postura mais reformista. Ainda no passado dia 25 de junho, o Primeiro-ministro indiano

apresentou uma série de propostas que visam

transformar a paisagem urbana da Índia.

As iniciativas incluem planos para a construção de novas cidades "inteligentes", a melhoria das

infraestruturas já existentes nas atuais cidades e a

oferta de moradias mais baratas para milhares de indianos. Trata-se da 1.ª vez que o Primeiro-ministro

Modi apresentou os planos do seu Governo para o

rejuvenescimento urbano, os quais implicarão investimentos no valor de milhares de milhões de

dólares ao longo dos próximos cinco anos. Embora a

Índia já tenha construído cidades planeadas de raiz no passado, nomeadamente Gandhinagar no oeste e

Chandigarh, no norte, a escala dos projetos agora

anunciados não tem precedentes.

Um aspeto central na proposta da candidatura de Modi de renovação e aumento das infraestruturas urbanas é

o seu plano ambicioso de construir 100 novas cidades

como parte de uma Missão para Cidades Inteligentes. Essas cidades deverão aproveitar a tecnologia para

fornecer melhores serviços aos residentes, como o

fornecimento ininterrupto de água e de energia, um sistema de transporte público de classe mundial e

outras comodidades.

Muitas das maiores cidades da Índia não são suscetíveis

de absorver uma população urbana crescente, que deverá aumentar em mais de 400 milhões de pessoas

para cerca de 814 milhões em 2050 (a população total do país deve atingir nesse ano cerca de 1 700 milhões).

O Primeiro-ministro Modi espera que estes planos de

reabilitação urbana permitam atender as necessidades habitacionais de 40% da população da Índia, gerando

simultaneamente um impulso adicional para o

crescimento económico e o emprego. Atendendo à escassez no país de técnicos especializados no

planeamento urbano, o Governo tem procurado especialistas de países como os EUA, Singapura, Japão,

entre outros, para ajudar a alcançar este ambicioso

objetivo.

No entanto, há que ter noção que planos bem menos ambiciosos do que o agora apresentado pelo Governo

de Modi falharam no passado devido a uma série de

fatores regulatórios e estruturais. De acordo com o Banco Mundial, a Índia ocupa um bastante mau 184.º

lugar entre 189 países ao nível da facilidade de

obtenção de alvarás de construção, enquanto a confusão sobre as leis de propriedade torna difícil para

os investidores privados adquirirem terrenos. Além

disso, o acesso ao financiamento continua a ser um grande desafio, como muitos dos principais bancos a

serem liderados pelo Estado a encontrarem-se

sobrecarregados com maus empréstimos.

Governo procura aumentar a

infraestrutura digital do país

No dia 1 de julho, o Primeiro-ministro, Narendra Modi,

lançou o evento “Semana Digital na Índia", destinado a relançar uma campanha para aumentar as

infraestruturas digitais do país.

O Governo espera alastrar a conectividade (móvel e

fixa) a, pelo menos, 250 mil aldeias em 2019, numa tentativa de criar empregos e impulsionar o

crescimento económico. No entanto, os anteriores

planos concebidos para colmatar o atual fosso digital têm feito progressos lentos, falhando repetidamente

várias metas no sentido de fortalecer as infraestruturas

de banda larga e de fibra ótica em todo o país.

O uso de banda larga permanece nos 100 milhões de utilizadores, num país com uma população de 1,2 mil

milhões de habitantes, sofrendo ainda de uma

reduzida velocidade de navegação na Internet. Entretanto, embora a Índia disponha de 900 milhões

de conexões móveis, um problema no espectro tem

provocado interrupções e quedas das chamadas telefónicas, fracos sinais de rede móvel e uma

conectividade díspar no acesso à Internet, que

dificultam a implementação de eventuais planos de expansão das operadoras. A campanha digital de Modi

recebeu um forte apoio do setor privado, com uma

série de empresas a prometerem investimentos na ordem dos 71 mil milhões de dólares (mM$). Espera-se

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que esses investimentos venham a provocar um incremento de 1,8 milhões de novos empregos para a

economia. A liderar o grupo de investidores esteve a

Reliance Industries, liderada pelo magnata Mukesh Ambani, que se comprometeu a investir 39 mM$ na

iniciativa, seguida pela Bharti Enterprises e pelo Aditya

Birla Group, que também se comprometeram com investimentos consideráveis.

No entanto, embora esta iniciativa digital seja louvável,

é improvável que venha a ter sucesso, a menos que as autoridades enfrentem alguns problemas endémicos do

país, como a baixa alfabetização e elevadas taxas de pobreza, sendo que ambos têm constituído obstáculos

à tentativa de digitalizar a Índia. Cerca de 85% dos

100 milhões de utilizadores de banda larga na Índia estão em plataformas móveis, o que significa que o

Governo terá de perder algum controlo sobre o uso do

espectro para as redes poderem crescer. Atualmente, os custos proibitivos do uso do espectro obrigaram os

operadores de telecomunicações a aumentar os preços praticados ao nível da transmissão de dados, com os

pacotes de serviços mais baratos a serem atualmente

inacessíveis para a grande maioria dos indianos.

OPORTUNIDADES

A crescente classe média oferece

um potencial considerável para

os fabricantes e retalhistas

O aumento significativo dos níveis de rendimento de

grande parte da população da Índia, estimada em cerca

de 1,26 mil milhões de habitantes em 2014, está a

tornar-se um mercado cada vez mais importante para o

consumo de bens e essa tendência deverá manter-se ao

longo do período de previsão. Prevê-se que as despesas

em consumo privado aumentem de 1 bilião (trillion) de

dólares, no ano fiscal 2013/14, para 2,4 biliões (trillion)

em 2018/19. A maioria da população estará mais

preocupada em satisfazer as necessidades diárias básicas

em vez de seguirem as mais recentes tendências dos

consumidores. No entanto, a presença de um grande

número de famílias da classe média oferece um potencial

considerável para os fabricantes e retalhistas. O rápido

crescimento do rendimento per capita, combinado com

um mercado interno mais aberto, fará com que a Índia

seja um mercado cada vez mais atraente para empresas

estrangeiras.

A Índia continua, contudo, a ser uma economia

predominantemente agrícola, permanecendo como o

país onde habitam cerca de 40% das pessoas mais

pobres do mundo. Além disso, até mesmo as classes

médias têm rendimentos disponíveis limitados. A procura

por automóveis de grande e mesmo média dimensão é

limitada. Os consumidores do país pretendem aceder aos

produtos de elevada qualidade, mas o preço continua a

ser o principal determinante do relativamente baixo nível

da procura. Acesso limitado e pouco fiável aos recursos

hídricos e elétricos têm forçado os fabricantes

estrangeiros de produtos de marca branca a repensarem

a sua abordagem de, por exemplo, produzirem máquinas

de lavar roupa e arcas frigoríficas de menor capacidade e

mais eficientes.

A distribuição do rendimento irá

determinar o potencial do

mercado indiano

Qualquer avaliação detalhada do potencial de mercado

da Índia deve começar com uma análise detalhada sobre

a distribuição do rendimento. A classe média da Índia,

que é definida por padrões de rendimento relativamente

baixos, é significativa e está a expandir-se rapidamente.

Muitas famílias abastadas têm veículos próprios e bens

de consumo duradouros relativamente caros, como

aparelhos de ar condicionado e arcas frigoríficas. Os

agregados familiares com um rendimento anual de mais

de 3 000 dólares serão a força motriz por detrás do

crescimento do consumo privado ao longo do período de

previsão 2015/19.

INFLAÇÃO

A inflação, medida pelo crescimento homólogo do índice

de preços no consumidor (CPI) – a partir da reunião de janeiro de 2014, o Banco Central da Índia (RBI) passou a

estabelecer metas/objetivos para o CPI, deixando, assim,

de ter formalmente o índice de preços nos grossistas

(WPI) como medida de referência – cifrou-se nos 3,78% em julho, diminuindo face aos 5,40% observados no

mês anterior. Esta diminuição surge depois de duas

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acelerações, com a inflação a contabilizar três descidas em cinco meses a passar com este registo de julho de

níveis máximos desde setembro de 2014 (+5,63%) para mínimos desde novembro de 2014 (+3,27%), quando

fez mínimos desde junho de 2005 (utilizando a série histórica do FMI, dado que o Governo indiano passou a

divulgar estes dados homólogos do CPI apenas desde janeiro de 2012), depois de ter feito em novembro de

2013 um nível máximo desde junho de 2010.

Note-se que, aquando da última revisão bimensal de política monetária do RBI, na reunião de 4 de agosto, a

autoridade realçou que a inflação tem estado a evoluir, ao longo destes primeiros meses do ano fiscal de

2015/16 (iniciado em abril) em linha com a trajetória prevista aquando das duas anteriores revisões de política

monetária bimensal para o atual ano fiscal, de abril e junho, embora refira ter ficado ligeiramente

surpreendida com a intensidade da subida da inflação em junho. A autoridade já antevia, no entanto, que a

dissipação dos elevados efeitos de base devessem

provocar uma redução da inflação global em julho e agosto – como de resto já se confirmou no caso de julho

–, com esses efeitos de base favoráveis a deverem, posteriormente, reduzir-se a partir de setembro.

Em termos de avaliação dos riscos para a inflação, a autoridade destaca como mais preocupante o aumento

sustentado da inflação core. Além disso, os efeitos do aumento da taxa de impostos sobre os serviços, que

entrou vigor a partir de junho, irão repercutir-se positivamente nos preços ao longo dos próximos meses.

Os preços de alguns bens alimentares, particularmente

dos bens ricos em proteínas, leguminosas e oleaginosas subiram acentuadamente nos últimos meses, uma

evolução que terá de ser cuidadosamente monitorizada, já que tendem a ser persistentes e poderão acabar por

provocar um aumento das expectativas de inflação.

No entanto, identificam-se vários fatores que poderão exercer uma significativa influência negativa sobre os

preços. Entre estes constam a queda acentuada dos preços do petróleo desde junho e a probabilidade de

essa redução persistir durante os próximos meses, refletindo o excesso de oferta global e a expansão da

produção por parte do Irão. De realçar também o bem-vindo aumento da plantação de leguminosas e

oleaginosas e as boas perspetivas de chuvas em agosto e setembro de acordo com alguns analistas, bem como os

efeitos da atual gestão da oferta por parte do Governo para conter o impacto de alguns choques da oferta sobre

os preços dos bens alimentares, especialmente dos produtos hortícolas, bem como a decisão do Governo de

manter moderados os aumentos nos preços mínimos de apoio à produção agrícola.

Apesar das recentes ligeiras

subidas da inflação, esta tem

permanecido abaixo do objetivo

do RBI de 6,0% para o início do

próximo ano.

Quando comparado com as previsões efetuadas aquando da 2.ª revisão de política monetária bimensal do

ano fiscal 2015/16, em junho, as previsões de inflação do

RBI foram afetadas positivamente pelo referido aumento acima do esperado em junho, mas negativamente pelas

perspetivas de menores preços do petróleo e de uma época de monção normal até ao momento.

Conjuntamente, isto implicou que as projeções de inflação do RBI para o 1.º trimestre de 2016 ficassem 0,2

p.p. inferiores ao valor anteriormente previsto, com os riscos sobre esta previsão a manterem-se globalmente

equilibrados em torno da meta de inflação de 6,0% para janeiro de 2016. A autoridade continuará assim focada

em garantir uma diminuição gradual e duradoura da inflação, com o intuito de atingir o referido target para a

variação homóloga do CPI de 6% em janeiro de 2016 e de 4% até o final do ano fiscal de 2017/18. Embora a

meta para o final de 2017/18, bem como para os anos seguintes, seja definida em termos do intervalo [2,0%;

6,0%], o RBI esforçar-se-á para manter a inflação em

linha ou próxima do ponto médio desse intervalo, ou seja, os referidos 4%.

A taxa inflação média anual abrandou em 2014, dos

11,0% observados em 2013 para 6,7%, prevendo-se um

novo abrandamento em 2015, para 5,1%. A inflação

deverá posteriormente aumentar em 2016, para 5,5%,

com a recuperação dos preços mundiais do petróleo.

A disciplina monetária e as pequenas melhorias ao nível

dos estrangulamentos ainda existentes do lado da oferta

devem ajudar a controlar o aumento das pressões inflacionistas durante o período de previsão. No entanto,

vários fatores estruturais continuarão a gerar pressões inflacionistas, como é o caso das distorções dos preços

dos produtos agrícolas administrados pelo Governo, as expectativas de inflação ainda elevadas, as alterações

significativas nos padrões da procura (especialmente nas zonas rurais da Índia), que resultaram em

desajustamentos do lado da oferta. Conclui-se, assim, que a inflação irá continuar a moderar no médio prazo,

mas de uma forma apenas gradual. Saliente-se que permanecem também os riscos ascendentes para a

inflação decorrentes do perigo de fracas épocas de monções (que afetariam o normal desempenho agrícola),

a destruição de culturas como resultado de chuvas fora de época e a implementação da proposta já anunciada

de salários mínimos mais elevados.

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

POLÍTICA MONETÁRIA

O RBI decidiu manter a sua política monetária na

reunião de 4 de agosto, depois de a ter tornado menos

restritiva na anterior reunião (2 de junho), então

procedendo a uma redução das suas principais taxas de

juro e após já a ter tornado menos restritiva em duas

reuniões extraordinárias realizadas já este ano (em 15 de

janeiro e em 4 de março), nessa altura reduzindo

igualmente as suas principais taxas de juro, e em ambos

os casos efetuados antes da realização das reuniões

ordinárias coincidentes com as revisões bimensais da

política monetária da autoridade.

O RBI já efetuou assim três cortes de taxas em 2015, que

surgiram depois de ter mantido as taxas praticamente ao

longo de todo o ano de 2014, com a exceção da reunião

de 28/01/2014 (a 1.ª do Governador Raghuram Rajan ao

leme da instituição), quando subiu taxas. A decisão de

manutenção de taxas nesta reunião ordinária de 4 de

agosto veio ao encontro das expectativas dos analistas

contactados pela Bloomberg (dos 42 analistas

consultados, apenas três não esperavam uma

manutenção de taxas, apontando antes para uma

redução de 25 p.b.).

Assim, o RBI decidiu manter a repo rate em 7,25%,

após, como referido, já a ter descido em 2015 por três

ocasiões e em qualquer um dos casos em 25 p.b. de

cada vez (em janeiro, março e junho), e após a ter

mantido nas cinco reuniões ordinárias anteriores e a ter

subido em 25 p.b. na 1.ª reunião de 2014 (28/01/2014).

Não obstante as últimas descidas, a repo rate mantém-se

a uma longa distância dos mínimos históricos (de 4,75%)

registados entre abril de 2009 e fevereiro de 2010

(embora também aquém do máximo de 9,0% observado

antes da crise). Também a taxa de absorção de liquidez

(reverse repo rate) foi mantida nesta reunião, em

6,25%, o mesmo tendo sucedido com a taxa de

facilidade marginal permanente (marginal standing

facility – MSF), neste caso para 8,25%, depois de terem

sido igualmente reduzidas em 25 p.b. nas três referidas

anteriores reuniões.

RBI cortou taxas por três vezes

desde o início do ano,

justificando esta decisão

essencialmente com a tendência

de abrandamento das pressões

inflacionistas

Paralelamente, e indo igualmente ao encontro das

expectativas do mercado, a autoridade decidiu manter o

rácio de reservas de caixa obrigatórias (CRR), a parcela

dos depósitos que os bancos devem depositar na

autoridade, em 4,00%.

A autoridade decidiu também na reunião de 4 de agosto:

i) manter a liquidez cedida através de repos overnight,

em 0,25% do total de NDTL do sistema bancário; e ii)

manter a liquidez cedida através de repos com prazos de

14 dias, em 0,75% do total de NDTL do sistema

bancário, qualquer uma destas medidas com efeitos

imediatos, e fazendo parte da gestão corrente das

condições de liquidez no sistema. Do ponto de vista mais

estrutural, o RBI deverá continuar a monitorizar as

condições de liquidez, continuando a geri-la ativamente

de modo a garantir o fluxo adequado de crédito para os

setores produtivos, e procurando garantir a flexibilidade,

transparência e previsibilidade das operações de gestão

da liquidez.

Note-se que o RBI tem vindo a justificar as decisões de

tornar a sua política monetária menos restritiva

essencialmente com a tendência de abrandamento das

pressões inflacionistas.

Em termos de orientações da política monetária, o RBI

realçou o facto de nas duas anteriores revisões bimensais

de política (em abril e junho) ter indicado que a

orientação acomodatícia da política monetária seria

mantida daí para frente, mas com as futuras ações de

política monetária a serem condicionadas pela: i) maior

transmissão dos efeitos das últimas decisões de política

monetária sobre o mercado de crédito; ii) evolução dos

preços dos bens alimentares e pela sua gestão,

especialmente os efeitos das monções, e tentando avaliar

esses movimentos à luz dos efeitos de base e sazonais;

iii) a continuação e até mesmo aceleração dos esforços

políticos para anular as restrições ainda existentes ao

nível da oferta, de modo a tornar principais inputs à

produção disponíveis, como a energia e a terra, bem

como a redefinição de objetivos dos gastos públicos,

tentando evitar os subsídios ao investimento mal

direcionados e apostando no investimento público em

setores que possam, posteriormente, criar melhores

condições para a recuperação do investimento privado;

iv) sinais de normalização da política monetária norte-

americana. O RBI realçou também o referido na

declaração de junho, de que as injeções de capital

programadas para os bancos comerciais do setor público,

especialmente aqueles que estão a implementar

estratégias concertadas para limpar os seus balanços,

também contribuirão para garantir que os fluxos de

crédito cheguem de forma adequada aos setores

produtivos, à medida que o investimento inicia a

recuperação. Neste sentido, e ao reforçar a manutenção

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

da orientação de política monetária das suas anteriores

revisões bimensais da política monetária, o RBI

considerou que, face aos dados económicos conhecidos

desde a sua última reunião de 2 de junho, seria prudente

manter a sua política monetária.

Ao nível dos próximos passos da política monetária, os

últimos dados sobre a atividade e a inflação no país, bem

como o atual discurso e perspetivas do RBI, levam-nos a

manter o nosso cenário central, antecipando-se que,

depois do esperado início de ciclo de descidas da repo

rate no 1.º semestre de 2015, de 8,00% para 7,25%, o

RBI venha a efetuar pelo menos uma nova descida de

taxas de 25 p.b. ao longo do ano, com a repo rate a

dever fechar 2015 nos 7,00% e 2016 em 6,50%.

POLÍTICA CAMBIAL

Os mercados emergentes sofreram uma elevada fuga

de capitais na 2.ª metade de 2013 (e que se repetiram

noutras ocasiões em 2014), refletindo os indícios de

que a Reserva Federal (Fed) norte-americana estaria na

iminência de iniciar a remoção de estímulos, em

concreto os seus programas de compra de ativos, o

que acabou por acontecer em dezembro de 2013,

tendo dado continuidade a essa retirada de estímulos

nas reuniões seguintes. No caso da Índia, esta fuga de

capitais foi exacerbada por um elevado défice da

balança corrente, por um saldo orçamental deficitário e

pela incapacidade do Governo em garantir a

continuidade das reformas implementadas no ano

fiscal de 2012/13. Como consequência, a rupia

evidenciou uma forte depreciação durante grande

parte do ano de 2013, tendo em 03/09/2013 feito

mínimos históricos face ao dólar (em 68,4 rupias por

dólar) e evidenciando, nessa altura, uma depreciação

de cerca de 24,8% desde o final de 2012, pese

embora tendo posteriormente recuperado

parcialmente, evidenciando só uma depreciação de

12,9% no final de 2013 (61,9 rupias por dólar, que

compara com os 54,8 com que terminou o ano de

2012).

A rupia tem vindo a evidenciar uma volatilidade

adicional desde que a Fed encerrou o seu programa de

flexibilização quantitativa, em outubro de 2014, sendo

aguardada uma maior turbulência cambial com o

esperado início de uma subida gradual das taxas de

juro nos EUA ainda em 2015. No entanto, com a

diminuição do défice da balança corrente da Índia para

níveis sustentáveis, a rupia passou a ficar muito menos

vulnerável às elevadas oscilações do sentimento global

e dos fluxos de capitais. Acresce que as autoridades

indianas conseguiram repor (em meados de 2013) as

anteriores reservas cambiais.

Não obstante, a rupia acabou por fechar 2014 nas 63,2

rupias por dólar, evidenciando uma ligeira depreciação

de 2,2% face à cotação no final de 2013, e uma

depreciação média anual de 4,2%, um depreciação que

se tem continuado a assistir, de forma gradual, ao

longo de 2015, com a rupia a dever terminar o ano

com uma cotação média anual em terno de 63,8 rupias

por dólar, depreciando 4,6% face ao valor médio de

61,0 em 2014. Prevê-se que a rupia regresse às

apreciações médias anuais no período 2016/20, mas

de forma modesta e suportada pela recuperação do

investimento estrangeiro e pela revitalização do

crescimento económico do país.

Rupia deverá depreciar este ano,

regressando às apreciações

anuais face ao dólar em 2016

POLÍTICA ORÇAMENTAL

De acordo com os dados divulgados pelo Controller

General of Accounts (CGA), nos primeiros quatro meses

do ano fiscal 2015/16 (entre abril de 2015 e março de

2016) o défice orçamental ascendeu a 3,851 biliões de

rupias (ou 57,93 mil milhões de dólares), o que

representa já 69,3% do objetivo de défice definido pelo

Governo para o total do ano. As receitas totais

ascenderam a 2,159 biliões de rupias, cabendo às

receitas fiscais um total de 1,539 biliões, valores que

representam cerca de 17,7% e 16,7% do orçamentado

pelo Governo. Já as despesas totais totalizaram 6,010

biliões de rupias, contabilizando, neste caso, cerca de

33,8% do orçamentado.

Dados disponíveis evidenciam

alguns riscos sobre a meta de

défice orçamental…

Trata-se de um défice elevado, designadamente quando

apenas decorreu cerca de 33,3% do referido ano fiscal.

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

No entanto, deve-se ter em consideração que os dados

não são ajustados de sazonalidade, sendo, por exemplo,

normal assistir-se a uma forte subida das receitas fiscais

em torno do final dos prazos trimestrais de pagamento

de impostos ao Estado (devendo ser essa uma das

justificações para atual baixo valor das receitas fiscais

quando comparado com os valores orçamentados),

enquanto, por sua vez, a despesa tende a atingir um

máximo no último mês de cada ano fiscal (março),

refletindo o facto de o Governo concentrar nesse mês o

pagamento de vários subsídios devidos a empresas

estatais de energia e de outros serviços. Quando

comparando com o mesmo período do anterior ano

fiscal, o défice evidencia uma evolução mais desfavorável

(69,3% do objetivo vs 61,2% em 2014/15), com estes

dados a apresentarem, assim, nesta fase do atual

período fiscal, maiores riscos sobre o cumprimento da

meta de execução orçamental (5,556 biliões de rupias)

quando comparado com os apresentados no anterior

ano fiscal, bem como quando comparado com a situação

observada no mês anterior (51,6% do objetivo vs 56,1%

em 2014/15), mas, ainda assim, possíveis de controlar,

atendendo à fase ainda relativamente inicial do período

de execução e aos aspetos acima referidos. Note-se que

esta meta orçamental para o ano fiscal 2015/16

corresponde a 3,9% do PIB, que, a cumprir-se,

representará uma descida de 0,1 p.p. face ao défice de

4,0% estimado para o ano fiscal 2014/15, este último

tendo ficado abaixo da meta orçamental então

estabelecida – correspondente a 4,1% do PIB –,

representando o défice mais baixo dos últimos sete anos

e uma descida de 0,6 p.p. face ao défice de 4,6%

estimado para o ano fiscal 2013/14, o qual foi inferiores

aos défices de 4,9% no ano fiscal de 2012/13 e de 5,8%

no ano fiscal de 2011/12. Como referido, para o ano

fiscal de 2015/16, o Governo aponta para uma meta de

défice orçamental de 3,9% do PIB, um valor que,

embora ainda somente com os dados de execução

orçamental referentes a quatro meses (abril, maio, junho

e julho), continuamos, para já, a defender exequível,

apesar de estes dados se revelarem um pouco mais

desfavoráveis do que o observado no período homólogo,

ainda para mais quando a meta orçamental no anterior

ano fiscal foi ligeiramente superada.

… mas com o forte caráter

sazonal dos dados e a fase ainda

inicial do período de execução a

permitir-nos continuar a

defender o cumprimento da

meta orçamental para o atual

ano fiscal 2015/16 (-3,9% do PIB),

0,1 p.p. abaixo do de 2014/15

Note-se que a difícil situação orçamental que o país tem

vindo a atravessar, apesar de se encontrar atualmente

numa saudável trajetória de ajustamento, tem vindo a

limitar a capacidade do Governo de adotar medidas de

estímulo à atividade económica, num contexto em que a

economia tarda em retomar os ritmos de crescimento

observados entre 2005 e 2010 (cerca de +8,5%, em

termos médios). De resto, o próprio abrandamento da

economia impactou negativamente na execução

orçamental, fazendo diminuir as receitas e aumentar as

despesas.

O esforço de consolidação orçamental tem sido

prosseguido pelo Governo também com o objetivo de

restaurar a confiança externa e o rating do país. Com o

banco central mais limitado, essa responsabilidade recai

essencialmente sobre o Governo, que terá que

prosseguir com mais veemência a política levada a cabo

nos últimos meses que visa tentar reanimar a economia

no atual contexto de consolidação orçamental. O anterior

Primeiro-ministro, Manmohan Singh, iniciou esta política

em setembro de 2012, para atrair investimento e evitar

uma redução do rating da Índia, tendo passado por

várias iniciativas, desde a já referida redução do défice

orçamental, à liberalização no retalho e nas indústrias de

aviação para atrair capital estrangeiro e à aceleração dos

projetos de infraestruturas, os quais são apontados

frequentemente como um dos principais obstáculos à

competitividade do país. Refira-se, a este nível, que a

agência Fitch reviu em alta o outlook para a dívida da

Índia de negativo para estável, em junho de 2013,

citando os esforços do Governo naqueles domínios,

tendo, em abril de 2014 (e já também em abril de 2015),

reafirmado o outlook estável (num rating BBB-),

admitindo que a economia tem vindo a perder

dinamismo económico nos últimos anos, mas realçando

que continua a evidenciar uma média de crescimento

anual nos últimos cinco anos, bastante superior à média

evidenciada pelos países para os quais a Fitch atribui

também um rating de BBB-. No mesmo sentido, mais

recentemente (setembro de 2014) a S&P reviu também

em alta o seu outlook para o país, de negativo para

estável (mantendo o rating também em BBB-), tendo no

dia 2 de março, e na sequência da revisão em baixa, por

parte do Governo indiano, da meta de consolidação

orçamental para o ano fiscal de 2015/16, declarado não

perspetivar uma melhoria de rating ao longo do próximo

ano. Cerca de um mês depois (9 de abril), a agência

Moody’s veio confirmar o rating da Índia, em Baa3, mas

subindo o seu outlook de estável para positivo,

tornando-se na primeira das três principais agências de

notação financeira a subir o outlook para o país.

Já no passado dia 25 de agosto, a Moody’s veio, numa

nota sobre a economia indiana, reforçar que o rating da

Índia de Baa3 reflete o forte potencial de crescimento da

grande e diversificada economia, mas também os

elevados défices orçamentais do Governo e as restrições

sobre a competitividade ainda presentes ao nível

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

regulamentar e de infraestruturas. Já o outlook positivo

sobre o rating do país reflete a visão da Moody’s do que

as políticas recentemente propostas (algumas já

implementadas) irão permitir estabilizar a inflação,

melhorar o ambiente regulamentar, aumentar o

investimento em infraestruturas e diminuir o rácio da

dívida pública do país. De acordo com a agência de

notação financeira, este progresso político deverá ser

lento, sendo pouco provável vir a refletir-se sobre os

indicadores económicos no curto prazo. No entanto, se

as políticas para melhorar o ambiente operacional da

Índia forem efetivamente implementadas, e se vierem

acompanhadas por um reforço das instituições do país, o

seu impacto irá naturalmente provocar uma melhoria do

rating do país no médio prazo.

Orçamento de Estado para o ano

fiscal 2015/16 centrado nas

infraestruturas

Em 28 de fevereiro o Ministro das Finanças indiano,

Auron Jaitley, apresentou o Orçamento do Estado para

o ano fiscal 2015/16 (abril de 2015 a março de 2016).

Foi o primeiro orçamento para um ano fiscal completo

desde que o atual Governo do partido BJP tomou

posse, em maio de 2014, e as expectativas eram

elevadas. As propostas contidas no documento

priorizam o crescimento e pretendem recuar em cerca

de um ano as anteriores metas de consolidação

orçamental. O investimento em infraestruturas e a

ampliação de benefícios sociais são as principais áreas

do orçamento. Num esforço para melhorar o ambiente

de negócios, foi definida a data de implementação de

um imposto sobre produtos e serviços (IVA). No geral,

porém, o orçamento é pouco detalhado e apresenta

algumas lacunas.

O atual Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi,

tomou posse em maio de 2014, fazendo algumas

grandes promessas, incluindo medidas para aumentar

o crescimento económico, aumentar o emprego e

melhorar as infraestruturas. Após nove meses do

Governo ter tomado posse, o executivo revelou alguma

incapacidade, aquando da apresentação do orçamento,

para produzir planos detalhados para melhorar as

infraestruturas deficientes da Índia, simplificar e

racionalizar as complicadas leis tributárias e remover os

elevados subsídios governamentais a fim de cumprir as

promessas do BJP. Embora o novo orçamento não seja

revolucionário, contém a promessa de um maior

crescimento económico, uma revitalização da indústria

transformadora, uma flexibilização das leis comerciais e

um aumento do investimento estrangeiro. A

abordagem de gradualismo adotada no orçamento,

que não contém planos drásticos de mudanças, é visto

por alguns defensores dos planos orçamentais do

Governo como um início de uma reforma pragmática.

Já os críticos do documento lamentam a ausência de

reformas estruturais.

No ano fiscal de 2014/15 o crescimento económico foi

de 7,3%, e o Governo previa, aquando da

apresentação do orçamento, que o crescimento

acelerasse para entre 8,1% e 8,5% em 2015/16. O

Ministro das Finanças projeta que a inflação anual seja

de 5% no final de 2015/16, abaixo do target de 6%

fixado pelo RBI. O Governo anunciou também, em

fevereiro, a conclusão de um quadro de política

monetária, de acordo com o RBI, para se alcançar uma

meta formal de inflação de menos de 6%, uma nova

meta que irá implicar a alteração dos estatutos e

mandatos do RBI. Esta foi a primeira vez que a Índia

adotou uma meta oficial para a inflação.

Alívio das metas de consolidação

orçamental

O Governo de Narendra Modi acabou por beneficiar da

queda mundial dos preços do petróleo, tendo, desta

forma, uma maior margem de manobra para gerir

melhor as finanças públicas, quando comparado com a

gestão menos eficiente das administrações anteriores.

No entanto a administração do BJP considerou

prudente divergir ligeiramente da trajetória de

consolidação orçamental estabelecida pelo Governo

anterior, o partido do Congresso Nacional Indiano. Em

2014/15, como referido, o défice orçamental ficou nos

4,0% do PIB, abaixo dos 4,1% inicialmente previstos.

Contudo, e como foi antecipadamente admitido pelo

Ministro das Finanças, a meta apenas viria a ser

alcançada através da redução das despesas em alguns

projetos (que consistem principalmente em

investimentos aos nível das infraestruturas), com o

responsável a deixar claro que o Governo criou um

plano para os gastos futuros em infraestruturas, a fim

de compensar este desinvestimento forçado no final do

ano fiscal e impulsionar o crescimento económico, ao

mesmo tempo que atrasou em um ano, para o ano

fiscal de 2017/18, o objetivo de reduzir o défice

orçamental para 3% do PIB. Para 2015/16, como

referido, o Governo passou a defender, em fevereiro

(apresentação do OE 2015/16), uma meta de 3,9% do

PIB (contra os anteriores -3,6%).

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

CONTAS EXTERNAS

O défice da balança corrente permanecerá relativamente

estável, quando medido em percentagem do PIB, pese

embora prevendo-se uma ligeira redução dos 1,4%

estimados para o ano fiscal de 2014/15 para 1,3% no

ano fiscal de 2015/16. O crescimento das importações

de mercadorias, em resultado das restrições à importação

de ouro, será mais do que compensado por uma menor

importação de petróleo devido aos preços mais baixos.

Entres os anos fiscais de 2016/17 e 2020/21, o défice da

balança corrente deverá apresentar uma média de 2,0%,

com os preços do petróleo a começarem a subir e o

crescimento económico a acelerar. O forte crescimento

das exportações de serviços implicará que o saldo da

balança de serviços continue robusto durante todo o

período de previsão. Prevê-se que o excedente da

balança de serviços aumente significativamente,

situando-se em cerca de 123,6 mil milhões de dólares

em 2019.

Défice da balança corrente

deverá situar-se numa média de

2,0% do PIB no período entre os

anos fiscais de 2016/17 e 2020/21

POPULAÇÃO

Embora a taxa de crescimento da população esteja a

diminuir gradualmente, os fracassos do passado das

políticas de planeamento familiar leva-nos a esperar que

a Índia ultrapasse a China como o país mais populoso do

mundo em meados de 2020, com uma população

próxima de 1,5 mil milhões de habitantes. Os governos

têm-se afastado da esterilização enquanto principal

instrumento para o planeamento familiar, dando mais

ênfase à melhoria do bem-estar social e económico do

sexo feminino. Tais fatores, juntamente com um

aumento dos padrões de vida, particularmente em áreas

urbanas, estão a levar a uma desaceleração da taxa de

crescimento da população. A forte expansão económica

levou a uma ligeira descida da taxa de fecundidade de

2,6 filhos por mulher em 2010 para 2,5 filhos por mulher

em 2012, sendo a meta oficial, de acordo com o Banco

Mundial, proceder a uma diminuição da taxa de

fecundidade para 2,1 (a taxa que garante a substituição

de gerações) filhos por mulher em 2017.

Governo pretende reduzir a taxa

de fecundidade para 2,1 filhos

por mulher

O aumento da população provocará tanto oportunidades

como custos para o país. O aumento da degradação

ambiental e da pressão sobre os recursos parece

inevitável. A proporção da população com mais de 65

anos deverá aumentar ligeiramente, ultrapassando os

6% em 2019. Apesar de este aumento levar a uma

maior carga sobre os serviços sociais e de saúde, face à

ausência de um sistema nacional de pensões, tal não

deverá ter as implicações preocupantes para as

responsabilidades públicas do sistema de pensões que os

países desenvolvidos enfrentam. A Índia, no entanto,

apresenta um aumento da população em idade de

trabalhar, num momento em que outros países,

incluindo a China, enfrentam crescentes índices de

dependência. Se efetivamente a Índia conseguir

implementar os programas de desenvolvimento de

competências e reforçar o seu sistema de ensino em

linha com as exigências da procura global, a economia

indiana terá um bom desempenho. Uma combinação de

uma mudança da produção para a Índia e de emigração

de trabalhadores indianos para colmatar o défice de

outros países poderá impulsionar a economia. No

entanto, se o sistema de educação não se adaptar, e daí

resultar uma elevada população sem emprego ou mal

empregue, poderá observar-se um aumento da

instabilidade social.

A distribuição por sexo da população da Índia é

preocupante e tem igualmente implicações importantes

para a estabilidade do país. De acordo com o último

censo, realizado em 2011, existiam apenas 919 raparigas

por cada 1 000 rapazes com menos de 6 anos de idade,

marcando uma queda face ao anterior censo de 2001,

que mostrou que existiam 927 raparigas por cada 1 000

rapazes. As taxas de mortalidade infantil são mais

elevadas para as raparigas do que para os rapazes e é

provável que as interrupções de gravidez se tornem mais

comuns com o desenvolvimento da tecnologia, apesar

do facto de estes processos, juntamente com os testes

de determinação do sexo, serem ilegais na Índia.

Historicamente, países com elevadas disparidades de

género tendem a sofrer níveis mais elevados de

desordem social. A Política Nacional de Saúde (2002)

salienta a importância do desenvolvimento de cuidados

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

de saúde básicos e medidas de saúde pública, e apoia

um maior papel para o setor privado no sentido de

alargar a extensão de cobertura do atendimento da

população. Os programas de saúde pública em

andamento incluem esquemas de imunização e

programas de controlo da tuberculose e o controlo do

SIDA. Num dos raros reconhecimentos do sistema de

saúde pública do país, a Índia foi declarada pela

Organização Mundial de Saúde como livre da poliomielite

em março de 2014, um feito notável dado que em 2009

era responsável por mais de 50% de todos os casos

desta doença a nível mundial.

A Política Nacional de Saúde irá

concentrar-se no

desenvolvimento dos cuidados

básicos

O 12.º Plano Quinquenal da Índia, abrangendo os anos

fiscais 2012/13-2017/18, prioriza a promoção rápida da

expansão económica, enquanto procura uma maior

inclusão pelo estreitamento das desigualdades regionais,

de género e com base na casta social. O Plano centra-se

na melhoria dos indicadores de saúde dos grupos

marginalizados e, principalmente, das mulheres e

raparigas, diminuindo as taxas de mortalidade infantil.

Os planos quinquenais são desenvolvidos por uma

comissão de planeamento, com o novo Governo a indicar

a sua intenção de alterar o papel da comissão ou mesmo

desmantelá-lo. No entanto, as áreas de foco deste 12.º

Plano serão as componentes mais importantes da agenda

política de Modi. Um importante desafio para o Governo

será o de melhorar as oportunidades de emprego. As

taxas de subemprego rurais e de desemprego urbanas

são elevadas e a falta de uma base industrial

desenvolvida tem dificultado a criação de emprego. O

Governo está a depositar as suas esperanças na expansão

do setor da indústria transformadora para aumentar as

oportunidades de emprego, mas o crescimento do

emprego do setor poderá não acompanhar a expansão

da população ativa. A migração do interior para as

cidades também está a gerar tensões no emprego. A

população urbana da Índia cresceu de pouco mais de um

quarto do total da população, em meados de 1990, para

pouco mais de um terço em 2011. Isso vai colocar

pressões sobre as infraestruturas da cidade e na oferta

de transportes, água, energia e habitação em muitas

áreas urbanas, e os níveis de poluição e de crime poderão

aumentar. A necessidade de melhorar as oportunidades

em áreas rurais para impedir a migração para as cidades

e para estimular a economia rural vai continuar a ser

uma grande prioridade para o novo Governo.

MERCADO LABORAL

Os índices de emprego dos indicadores PMI (calculados

pela Markit) têm vindo a apontar para uma relativa

estabilização da situação do mercado de trabalho, com

os dados de agosto a sugerirem uma estagnação dos

níveis de emprego no setor privado, permanecendo

relativamente estabilizado desde há sensivelmente um

ano atrás. Esta estabilização do emprego no mês de

agosto refletiu a ausência de criação de postos de

trabalho tanto no setor dos serviços, como na indústria

transformadora.

Com efeito, apesar dos novos acréscimos observados na

produção e na procura da indústria transformadora – se

bem que em ambos os casos em desaceleração –, os

dados de agosto evidenciaram uma estagnação do

emprego neste setor, depois da marginal descida

observada no mês anterior, com os níveis de emprego a

manterem-se praticamente inalterados desde o início de

2014. Por seu lado, nos serviços, não obstante o regresso

da atividade e das novas encomendas aos crescimentos

nos dois últimos meses, assistiu-se a uma estabilização do

emprego no setor, refletindo o ainda fraco crescimento

das novas encomendas e o facto de o emprego no setor

ter registado uma série de três acréscimos consecutivos

e, em julho, ao maior ritmo dos últimos dois anos. Note-

se que a fraca criação de emprego na economia indiana

que se tem vindo a observar nos últimos tempos tem

estado essencialmente a refletir a fraqueza da procura e

da atividade reportada pelas empresas, em especial,

como referido, na indústria transformadora.

Emprego no setor privado

estabilizou em agosto, refletindo

um comportamento similar entra

a indústria e os serviços,

permanecendo relativamente

estabilizado desde há

sensivelmente um ano atrás

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA - The Heritage Foundation

A Índia é a 128.ª economia mais

livre dos países que compõem o

índice em 2015

A pontuação da Índia ao nível da liberdade económica é

de 54,6 pontos, correspondendo à 128.ª economia mais

livre dos países que compõem o índice em 2015. Trata-se

de um resultado que fica 1,1 pontos abaixo do

observado no ano anterior, com as melhorias modestas

na liberdade de negócios, direitos de propriedade e

liberdade de corrupção a serem compensadas por

reduções na liberdade de trabalho e na liberdade de

comércio. A Índia está em 26.º lugar entre os 41 países

da região da Ásia-Pacífico e a sua pontuação continua

abaixo das médias regionais e mundiais. O nível de

liberdade económica da Índia mantem-se inalterado ao

longo dos últimos cinco anos. A presença do Estado na

economia permanece extensiva através de empresas

estatais, aliado à existência de vários programas de

subsidiação que acabam por se traduzir no desperdício

de recursos, causando défices orçamentais cronicamente

elevados. A ausência de um quadro legal e regulamentar

eficaz e eficiente, um Estado de direito pouco

desenvolvido, ademais com o elevado nível de corrupção

em muitas áreas de atividade económica, prejudica o

surgimento de um setor privado com mais ímpeto. A

Índia continua a ser uma economia “maioritariamente

não-livre”. A administração reformista do Primeiro-

Ministro Modi realizou alguns ajustamentos estruturais

necessários com um foco sobre a reforma do ineficiente

setor da administração pública, uma melhoria da gestão

das finanças públicas e um melhor ambiente empresarial

e de investimento. O primeiro Orçamento de Estado

apresentado por este Governo, em julho de 2014, foi

pouco detalhado em relação aos planos de

reestruturação dos programas de subsídios e ao

relançamento do crescimento económico.

Enquadramento A Índia é uma democracia relativamente estável. A sua

população é 80% Hindu, mas ainda é o lar de uma das

maiores populações muçulmanas do mundo. O Partido

Bharatiya Janata (BJP), liderado por Narendra Modi,

ganhou as eleições nacionais terminadas em maio de

2014 (e que decorreram em cinco semanas). O Governo

liderado pelo anterior Partido do Congresso foi

destituído perante escândalos de corrupção e uma

economia rodeada num clima de incerteza. Após o

crescimento do PIB mais baixo da década em 2013, o

Primeiro-ministro Narendra Modi prometeu implementar

uma reforma económica, a fim de atrair investimentos

do setor privado. A corrupção, as precárias

infraestruturas e os défices orçamentais são os principais

obstáculos ao crescimento económico. A Índia tem uma

força significativa no comércio mundial, mas a sua

economia continua a operar abaixo do seu potencial.

Estado de Direito Eficácia da Regulação Num estudo realizado, 96% dos indianos afirmou que a

corrupção é crónica e influencia negativamente a situação do país. A corrupção tem tido um efeito negativo sobre a

eficiência do Governo e o desempenho económico. O

sistema jurídico é independente, mas os tribunais indianos têm escassez de pessoal e não possuem a tecnologia

necessária para terminarem os processos em atraso –

refira-se que, segundo a ONU, o total de processos pendentes nos tribunais é de 30 a 40 milhões.

Os custos para se registar um negócio foram

consideravelmente reduzidos, mas continua a ser demorado completar os requisitos de licenciamento.

Embora os baixos salários mínimos, o mercado de

trabalho continua atormentado por uma produtividade baixa e pelo custo não salarial relativamente elevado da

contratação de um trabalhador. O Governo anunciou a

intenção de cortar nos subsídios de combustíveis que considera mal aplicados/atribuídos, mas ainda tem de

definir um plano concreto para essa alteração.

Intervenção do Governo Abertura Económica A taxa máxima de IRS (incluindo um imposto sobre a

educação) é de 30,9% e a de IRC de 32,4%. A carga fiscal

é igual a 7,3% do PIB e os gastos públicos equivalem a 26,9% do PIB. A dívida pública é igual a cerca de 67% do

PIB. O défice orçamental diminuiu, mas continua acima

dos 4% do PIB.

A pauta aduaneira média é de 7,7%. As barreiras não

tarifárias interferem mais com o fluxo de bens e

serviços. As políticas de compras públicas podem favorecer as empresas nacionais. O Governo analisa e

controla os novos investimentos estrangeiros. A

evolução do setor financeiro continua vulnerável às interferências do Estado. O Governo detém uma parte

considerável do setor bancário, e o nível de empréstimos

em incumprimento é relativamente elevado.

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

INDICADORES DE RISCO

COUNTRY’S S CORE OVER TI ME COUNTRY COMPARI S ONS

Rat in g das Agê n cias

SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Overall Score 54,2 52,2 53,9 54,1 54,4 53,8 54,6 54,6 55,2 55,7 54,6

Property Rights 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 55,0

Freedom from Corruption 28,0 28,0 29,0 33,0 35,0 34,0 34,0 33,0 31,0 31,5 36,0

Government spending 76,3 74,6 71,4 73,5 77,8 76,1 77,8 74,8 77,9 77,8 78,3

Fiscal Freedom 75,6 76,1 76,0 75,7 73,8 73,4 75,4 76,1 78,3 79,4 79,4

Business Freedom 55,0 49,6 50,8 50,9 54,4 36,3 36,9 35,5 37,3 37,7 43,3

Labor Freedom 61,7 62,3 63,2 66,5 62,3 57,7 67,2 74,2 73,6 74,0 48,7

Monetary Freedom 77,4 77,6 77,2 70,3 69,3 67,5 65,1 62,9 65,3 65,5 65,3

Trade Freedom 38,0 24,0 51,2 51,0 51,0 67,9 64,2 64,1 63,6 65,6 64,6

Investment Freedom 50,0 50,0 40,0 40,0 30,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0

Financial Freedom 30,0 30,0 30,0 30,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0

F o nte : The Heritage Fo undatio n.

Rating Heritage Foundation

SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2014 2015

Country Risk 43,0 39,0 39,0 46,0 44,0 42,0 42,0 48,0 49,0 44,0 43,0 BB BB

Sovereign* 41,0 38,0 36,0 43,0 44,0 41,0 41,0 47,0 49,0 42,0 40,0 BB BB

Currency* 38,0 35,0 36,0 43,0 41,0 39,0 40,0 47,0 46,0 40,0 40,0 BB BB

Economic 35,0 35,0 35,0 40,0 43,0 38,0 40,0 43,0 45,0 45,0 45,0 BB BB

Political 46,0 39,0 40,0 40,0 37,0 37,0 37,0 42,0 40,0 38,0 37,0 BBB BBB

Banking* 50,0 44,0 45,0 51,0 48,0 46,0 45,0 51,0 53,0 50,0 49,0 B BB

F o nte : EIU. No ta (*): Utilizado na co ntrução do "Co untry Ris k".

Rating EIU (The Economist Inteligence Unit)

Rating

S&P BB+ BB+ BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB-

Fitch - - BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB-

Compósito BB+ BB+ BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB- BBB-

N o ta : O rating co mpó s ito res ulta da média das duas agências .

20062005 2010200920082007 20152014201320122011

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Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

CHART BOOK

3

4

5

6

7

8

9

10

11

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

GDP Growth (%)

India - GDP Grow th%

Source: IMF (April 2015)

400

800

1,200

1,600

2,000

2,400

2,800

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Per Capita GDP

India – Per Capita GDP$

Source: IMF (April 2015)

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

India – Investment (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

29

30

31

32

33

34

35

36

37

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

India – Gross National Saving (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

-5.0

-4.5

-4.0

-3.5

-3.0

-2.5

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

India – Current Account (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

4

5

6

7

8

9

10

11

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Inflation Rate

India – Inflation Rate%

Source: IMF (April 2015)

India – Unemployment Rate

No data available in the WEO apr/2015

56

60

64

68

72

76

80

84

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

India – Public Debt (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

-11

-10

-9

-8

-7

-6

-5

-4

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

India – Budget Balance (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

1,080

1,120

1,160

1,200

1,240

1,280

1,320

1,360

1,400

1.24

1.28

1.32

1.36

1.40

1.44

1.48

1.52

1.56

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Population Growth Rate (%)

India - Population10^6 %

Source: IMF (April 2015)

-5

0

5

10

15

20

25

30

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Exports Growth (%)

India - Exports Grow th%

Source: IMF (April 2015)

-4

0

4

8

12

16

20

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Imports Growth (%)

India - Imports Grow th%

Source: IMF (April 2015)

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19

Departamento de Estudos // Canadá //maio 2015

Departamento de Estudos // Índia // setembro 2015

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS

Rui Bernardes Serra Chief Economist

[email protected]

José Miguel Moreira Senior Economist

[email protected]

Margarida Filipe Junior Economist

[email protected]

APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Florbela Cunha Head of Unit

[email protected]

Rita Marques Trade Finance

[email protected]

Luis Carvalho Africa Business

[email protected]

Carla Marques Mendes International Business Advisor

[email protected]

Alexandra Neves International Business Advisor [email protected]

AD VERTÊNCIA Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e

para fins exclusivamente informativos.

Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer

responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas.

As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração, podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio.

Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo. Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a

informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou

prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo qu e por levar em conta elementos constantes deste documento.

Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui

nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar

ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório. O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte.